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SEPARATA
-
Dispensa médica, atestado médico de 01
(um) dia na PMGO e as alterações da
Portaria nº 8684/16
Abstract: The topic is quite controversial, in that on one side there is the exemption to
service supported by medical prescription and where there are military police using medical
certificates to dodge their obligations, particularly discriminated medical certificates of 01 (one)
day. It happens that a medical certificate is a right of military server as established by the
Statute, however, if the server uses this right in malice and bad faith to be shirk its obligations,
it is up to government through legal mechanisms to prove that irregular use the right and take
legal action against the server and the doctor.
Introdução
O artigo trata de tema polêmico na Polícia Militar do Estado de Goiás, onde de um lado
existe a dispensa ao serviço amparada por prescrição médica e outro onde servidores utilizam
atestados médicos para se esquivar de suas obrigações, principalmente se utilizando de
atestado médico de 01 (um) dia, que tem resistência em serem aceitos dentro da Corporação.
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provar esse uso irregular desse direito e tomar as medidas legais contra os envolvidos na
trapaça.
Nos termos da Lei nº 08.033/75, que trata do Estatuto dos Policiais Militares do Estado de
Goiás, no Capítulo V, das Recompensas e das Dispensas do Serviço, o art. 132, estabelece
que:
I - como recompensa;
Conforme ratifica a Lei, a dispensa de serviço pode ser concedida ao Policial Militar, em três
situações, no inciso III, estabelece em decorrência de prescrição médica, com ressalva do
parágrafo único, que essa dispensa será concedida com a remuneração integral e computada
como tempo de efetivo serviço, ou seja, sem prejuízo ao militar convalescente de reposição
da ausência ao trabalho, amparado por atestado médico.
2. Do afastamento do serviço
Temos, ainda, a Portaria nº 8684/16, em seu art. 34, I, que: “ o comandante imediato do
policial militar não poderá desconsiderar atestado médico; ”, e pode, ainda, homologa-lo nos
03 (três) primeiros dias, na falta de médico na OPM (art. 34, II).
Com a previsão do art. 34, III da Portaria nº 8684/16, em caso de dúvida no atestado o
comandante encaminhará (ordem) o atestado e o Policial para a unidade mais próxima
provida de médico para ser analisado e homologado, uma vez homologado não cabe mais
discussão sobre a matéria, sendo corroborado por outro profissional da área, sendo este um
Oficial do quadro de saúde.
Assim, mesmo com exigência de não desconsiderar o atestado médico, nada impede que o
comandante diligencie para verificar a sua veracidade e legitimidade conforme determinação
do art. 42 da Portaria nº 8684/16, principalmente quando relativo a 01 (um) dia, causador de
muita polêmica na Corporação, vez que pode o militar agraciado com o citado atestado
médico ter utilizado de subterfugio para consegui-lo através de simulação, falsidade,
falsificação ou qualquer outro artificio (ver item 5), há ainda, previsão do art. 34, III do mesmo
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Assim, conforme a disposição legal, não pode o atestado ser desconsiderado, mas pode ser
questionado, tanto no aspecto formal (requisitos legais de validade) quanto material (a
moléstia propriamente dita).
Desta forma não há que se falar que o policial militar deixa de cumprir sua escala de serviço
quando amparado por atestado médico, mesmo que seja de 01 (um) dia, não fará jus a sua
folga, ou, deve comparecer a unidade para cumprir outra escala em compensação aquela que
faltou, vez que se encontrava dispensado do serviço, conforme estabelece a Lei, com a
remuneração integral e computadas como tempo de efetivo serviço, ou seja, se
encontrava para todos os efeitos dispensado em decorrência de atestado médico (art. 132, III,
Lei nº 08.033/75), sendo a sua falta abonada.
Como demonstrado, cabe a Administração Pública, provar que o atestado foi emitido com
má-fé, simulação de doença, falsidade, falsificado ou qualquer outra situação que enseje
pratica de crime ou transgressão disciplinar, resguardados seus direitos e garantias legais
quando não demonstrada qualquer pratica irregular ou ilícita, podendo ainda ensejar a
responsabilidade da Autoridade que desencadear o referido procedimento sem justa causa ou
razão (Ver item 5).
3. Da ausência ao trabalho
Assim, por ser lei, nenhum outro ato administrativo lhe pode ser contrário, sob pena de
abuso ou legislar por portaria, vez que a lei é a vontade do povo manifestada através de seus
representantes eleitos e somente por estes ou por ato do chefe do executivo poderá ser
regulamentada, sendo nula com efeitos ex tunc, conforme Parecer PA 002436/2011, no
processo 201100003002358, a Procuradora Deusa de Fátima Pereira, em seu item 12,
decide:
Desta forma qualquer ato de Autoridade Administrativa que regulamenta Lei é inócuo, no
caso da Portaria nº 2550/12 que define a Jornada de Trabalho e a carga horária dos Policiais
Militares, onde em seu art. 2º, onde demonstra que existem períodos de descanso e a folga
regulamentar (que é matéria constitucional), determina que o PM que deixar de cumprir a
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sua escala não fara jus a sua folga, o que não se aplica no caso de atestado médico,
devendo ser respeitado o período de 72 horas para homologação (Portaria nº 8684/16, art. 34,
V).
Verifica-se ainda que quanto a falta do Policial deve ser instaurado o devido procedimento
administrativo (art. 2º, § 5º, Portaria nº 2550/12) para apurar a sua falta e os motivos por
deixar de cumprir a sua escala, este não pode simplesmente, ser tolhido de sua folga (art. 2º,
§ 3º, Portaria nº 2550/12).
§2º - O policial militar empregado no serviço de tele atendimento, cumprirá jornada de, no
máximo, 6 (seis) horas, podendo ser empregado em outra atividade, a fim de se cumprir sua
carga-horária.
§3º - O policial militar que deixar de cumprir sua escala de serviço integralmente não
fará jus à folga relativa à mesma.
§5º - O faltoso deverá apresentar as razões pelas quais deixou de comparecer ao serviço,
ficando a cargo de seu comandante imediato, analisar o caso e, se necessário, determinar a
apuração dos fatos.” Negritei.
Desta forma, a previsão da presente Portaria não se aplica aos atestados médicos, sob
pena de abuso de poder e autoridade, improbidade administrativa, sem prejuízo de
transgressão disciplinar pelo Superior Hierárquico do Militar, que determinar qualquer ordem
no sentido de que o Policial cumpra escala de serviço ou faça a reposição das horas não
trabalhadas sem do devido processo legal, cabendo ao Militar prejudicado a representação do
superior que emite tal ordem, ressaltando que deve nos termos do Regulamento Disciplinar
exigir deste ordem por escrito, por ser claramente ilegal (art. 7º do Decreto nº 4.717/96),
figurando transgressão disciplinar capitulada no art. 68, item 41 (dar, por escrito ou
verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexequível, que possa acarretar ao subordinado
responsabilidade, ainda que não chegue a ser cumprida;).
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II - os 3 (três) primeiros dias de licença médica poderão ser homologados pelo comandante
da Unidade, na falta de médico na OPM;
IV - o militar que necessitar homologar atestado médico, e não apresentar condições físicas
de deslocamento, fica a cargo da OPM, encaminhar o atestado (original) via ofício informando
o impedimento e solicitando a homologação sem a presença do mesmo;
VII - após homologação dos três primeiros dias, se houver necessidade de prorrogação ou
novo atestado no mês em curso, o PM deverá ser encaminhado ao médico da OPM mais
próxima ou a JCS;
VIII - após o 30º (trigésimo) dia de licença médica, o PM deverá ser encaminhado mediante
oficio à JCS para homologação de novo atestado.
X - nos casos de internação para tratamento clínico ou cirúrgico, o policial militar deverá
anexar ao atestado a declaração fornecida pelo hospital ou clínica informando a data da
internação e da alta hospitalar devidamente assinada;
XI - O militar que se apresentar à JCS sem o ofício de sua unidade e/ou atestado médico
não será atendido e, tal fato, será comunicado ao comandante de sua unidade para que
sejam tomadas as medidas disciplinares cabíveis, e será considerado pela JCS como falta
administrativa;
XII - A apresentação do militar à JCS, após o não comparecimento a mesma sem justa
causa, será realizada de forma regulamentar, porém o(s) atestado(s) médico(s) será(ão)
considerado(s) a partir da data de sua apresentação e não será(ão) homologado(s)
retroativamente.
XIII - Quando o militar estiver agendado para comparecer à JCS, e o mesmo se encontrar
em gozo de férias ou licença, a sua unidade deverá encaminhar ofícío via fax ou email,
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Art. 35 - A licença para tratamento de pessoa da família será concedida pela JCS quando a
pessoa enferma necessitar de ajuda de terceiros para sua higiene e alimentação e não existir
outro membro da família em condições de prestar tal assistência.
§ 1º - Para fins de concessão da licença de que trata o caput deste artigo, entende-se por
pessoa da família, o pai, a mãe, os filhos, a esposa (o) ou companheira (o).
§ 2º - A licença de que trata este artigo será concedida, de forma periódica, por período de
até 02 (dois) anos, nos casos em que o afastamento seja necessário mediante comprovação,
através de:
I - exames complementares;
4.1.2. Na falta de médico na OPM, homologar os 03 (três) primeiros dias de atestado (art.
34, II), se houver necessidade de prorrogação ou novo atestado após a homologação dos 03
primeiros dias, o Militar deverá ser encaminhado ao médico da OPM mais próxima ou a JCS
(art. 34, VII).
4.1.3. Quando o militar que necessitar homologar atestado médico, e não apresentar
condições físicas de deslocamento, fica a cargo da OPM, encaminhar o atestado (original) via
ofício informando o impedimento e solicitando a homologação sem a presença do mesmo (art.
34, IV). Essa situação, é uma inovação, que deixa a cargo do Comando do Militar, quando
seu subordinado se encontra internado ou incapacitado de locomoção de evitar seu
deslocamento, o que gera gastos e desgastes ao servidor. Nessa situação o Superior,
conhecedor da situação de seus subordinados atesta o impedimento, encaminha somente o
atestado via oficio que é homologado, sendo a inspeção do servidor quando na sua melhora,
permitindo o deslocamento.
4.1.3. Quando o militar estiver agendado para comparecer à JCS, e o mesmo se encontrar
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em gozo de férias ou licença, a sua unidade deverá encaminhar ofícío via fax ou email,
informando o período de afastamento, para que seja providenciado o reagendamento,
evitando assim, o lançamento da falta do militar (art. 34, XIII).
4.2. Da homologação
Essa determinação vai de encontro ao art. 2º, § 4º, da Portaria nº 2550/12, que determina
que: “Em caso de falta ao serviço, o policial militar deverá se apresentar ao seu Comandante
imediato posteriormente ao dia em que faltou ao serviço, ou para a próxima escala,
dependendo do que ocorrer primeiro.”.
1) em papel timbrado;
2) sem rasuras;
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Quando o Militar após o trigésimo dia de licença medica, deverá ser encaminhado mediante
oficio a JCS, para homologação de novo atestado, ou seja, decorrido o afastamento de trinta
dias, deve se apresentar munido de “novo atestado”, onde o anterior não terá validade (art.
34, VIII), conforme dicção da norma.
A regra estabelece que após 30 dias de licença o militar deve apresentar para homologação
de “novo atestado”, onde o texto deixa claro que o atestado anterior deixa de ter validade, e
desta forma o enfermo traga outro atestado (novo atestado) do seu médico assistente.
Neste caso deve a JCS ao requerer novo atestado, deve demonstrar e fundamentar a sua
necessidade, como dito, o médico assistente já emitiu seu diagnóstico, o que pode ser
modificado caso o quadro do paciente se altere. Assim, no exemplo do atestado de 90 dias, a
JCS pode exigir o seu retorno de trinta em trinta dias até o findar do atestado do médico
assistente, mas para que apresente novo atestado de 30 em 30 dias essa exigência se
demonstra completamente sem motivação ou fundamentação.
A critério do médico encarregado da homologação (art. 34, IX), a enfermidade deverá ser
comprovada através de exames complementares (raios x, exames de laboratório, etc.), essa
exigência se justifica para evitar casos de fraude para obter afastamento ou restrição médica
temporária, com simulação de enfermidade conforme descrito no art. 42, § 1º.
Temos ainda o estabelecido no art. 18, § 6º, que quando surgirem dúvidas sobre a
elucidação diagnóstica, a JCS poderá encaminhar o caso à Perícia Psiquiátrica, bem como
solicitar pareceres complementares do médico assistente (Anexo V).
“Por fim, manifesta-se este CREMEC, no sentido de que todo atestado médico emitido por
médico legalmente habilitado, revestido de lisura e perícia, é válido e possui todas as
prerrogativas legais a que se destina, devendo ser sempre levado em consideração pelo
médico da empresa, como peça importante para seu raciocínio clínico e suas conclusões,
dele discordando somente se fundamentado em sólidas razões científicas ou éticas.”
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servindo como peça essencial para o raciocínio clinico e as conclusões da JCS, deste deve
discordar somente se fundamentado em razões solidas e razões cientificas ou éticas, situação
que se não for comprovada gera responsabilidade para o referido colegiado.
Há ainda casos de internação para tratamento clinico ou cirúrgico (art. 34, X), que deverá vir
anexado ao atestado a declaração fornecida pelo hospital ou clinica informando a data da
internação e da alta hospitalar devidamente assinada. Essa exigência, pelo texto legal visa os
casos de cirurgia eletiva ou de internação voluntária, involuntária ou compulsória para
qualquer fim de tratamento, caso que destacamos o tratamento estético, além do uso abusivo
de álcool ou drogas, o que é cada vez mais frequente pelos profissionais da área de
segurança.
O enfermo para se apresentar na JCS deve vir munido de oficio de sua unidade e do
atestado do seu médico assistente, sem os quais não será atendido (art. 34, XI), sendo essa
situação considerada como falta administrativa pela JCS.
Nesse caso, além do não atendimento o fato será comunicado ao Comandante do faltoso
para que sejam tomadas as medidas disciplinares cabíveis, ainda, no mesmo sentido, quando
for o militar devidamente encaminhado para:
Em qualquer dessas situações, deixar de comparecer sem motivo justificável, deverá ser
comunicado o seu Chefe imediato para fins de apuração e providências disciplinares cabíveis
conforme determinado no art. 41, da presente norma.
A norma inova e regula que os períodos de afastamento relativo a férias e licença, deve ser
informado antecipadamente pela Unidade do Militar, que deverá encaminhar ofício via fax ou
e-mail, informando o período de afastamento, para que seja providenciado o reagendamento,
evitando assim, o lançamento da falta do militar (art. 34, XII).
“§ 1º - Caso houver suspeita de que o policial militar tenha cometido fraude para obter
afastamento médico ou restrição médica temporária, esteja simulando enfermidade ou
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Assim, fica estabelecido que após a apresentação do militar à JCS, após o não
comparecimento ao agendamento, quando, sem justa causa, será realizada a apuração de
forma regulamentar, porém o atestado médico será considerado a partir da data de sua
apresentação e não será homologado retroativamente conforme entendimento do art. 34, XII.
Conforme interpretação literal da norma, sem a demonstração da falta por justa causa, o
lapso temporal entre a homologação e o novo comparecimento não será considerado como
justificado através do respectivo atestado médico, ou seja, aquele período será desprezado
pela JCS, situação que refletirá disciplinarmente na vida do militar, o elaborador da norma
visa com essa redação para que se evite ausências injustificadas.
No intuito de esgotar o tema, o Policial Militar pode ainda ter licença para afastar-se
totalmente do serviço em caráter temporário para tratamento de saúde de pessoa da família
ou saúde própria, nos termos do art. 64, § 1º, do Estatuto:
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A Portaria nº 8684/16, no art. 35, sobre licença para tratamento de saúde de pessoa da
família:
“Art. 35 a licença para tratamento de pessoa da família será concedida pela JCS quando a
pessoa enferma necessitar de ajuda de terceiros para sua higiene e alimentação e não existir
outro membro da família em condições de prestar tal assistência.
§ 1º para fins de concessão da licença de que trata o caput deste artigo, entende-se por
pessoa da família, o pai, a mãe, os filhos, a esposa (o) ou companheira (o).
§ 2º - A licença de que trata este artigo será concedida, de forma periódica, por período de
até 02 (dois) anos, nos casos em que o afastamento seja necessário mediante comprovação,
através de:
I. exames complementares;
No entanto, há ressalva a esse direito, vez que ultrapassado o prazo de 01 (um) ano para
tratamento de saúde própria ou de 06 (seis) meses contínuos para tratamento de pessoa da
família o militar é agregado, nos termos do Estatuto no art. 75, § 1º, III, “c” e “e”, ipsis litteris:
III - for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de: ...
c) haver ultrapassado um (1) ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria; ...
e) haver ultrapassado seis (6) meses contínuos em licença para tratamento de saúde de
pessoa da família;”
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Ainda, nos termos do § 3º, caso seja necessário manter a concessão da licença para
tratamento de saúde de pessoa da família por um período superior a 02 (dois) anos, deverão
ser observadas e aplicadas as regras contidas no inciso V, do artigo 90 da Lei 8.033/75, que
determina:
V - ultrapassar dois (2) anos contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da
família;”
Diante do exposto o Policial Militar que apresenta atestado médico por meio de algum
subterfugio, simulação de doença, falsidade, falsificação ou qualquer outro artificio, incorre
tanto em crime quanto em transgressão disciplinar, responsabilidade estendida ao médico,
quando este é cumplice do paciente, quanto ao crime e violação do Código de Ética Médica,
podendo incorrer em crime.
Assim, nos termos do art. 34, IX, a enfermidade deverá ser comprovada através de exames
complementares (raios x, exames de laboratório, etc.) e ainda o estabelecido no art. 18, § 6º,
que quando surgirem dúvidas sobre a elucidação diagnóstica, a JCS poderá encaminhar o
caso à Perícia Psiquiátrica, bem como solicitar pareceres complementares do médico
assistente (Anexo V), o que poderá esclarecer a dúvida quanto a veracidade ou não do
atestado.
“O atestado médico, portanto, não deve “a priori” ter sua validade recusada, porquanto
estarão sempre presentes no procedimento do médico que o forneceu a presunção de lisura e
perícia técnica, exceto se for reconhecido favorecimento ou falsidade na sua elaboração,
quando então, além da recusa, é acertado requisitar a instauração do inquérito policial e,
também, a representação ao Conselho Regional de Medicina para a instauração do
indispensável procedimento administrativo disciplinar.”
“Falsificação de documento
Falsidade ideológica
Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
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prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante,
desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Art. 315. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados por outrem, a que
se referem os artigos anteriores:”
“Capítulo III
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
É vedado ao médico:
Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida
identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição,
bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros
documentos médicos.
DOCUMENTOS MÉDICOS
É vedado ao médico:
Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que
seja tendencioso ou que não corresponda à verdade.
Conclusão:
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O tema atestado médico gera sempre grande polêmica na Corporação, devido a utilização
indevida desse direito por alguns servidores, mas a grande discussão paira em torno do
atestado de 01 (um) dia, o que não deve gerar qualquer polêmica, vez que é um direito do
servidor, previsto em Lei.
O próprio texto legal não deixa dúvida, o art. 131, do Estatuto, estabelece que: “ As
dispensas do serviço são autorizações concedidas aos Policiais-Militares para afastamento
total do serviço, em caráter temporário.”, desta forma fica evidente que quando afastado em
uma das situações do art. 132 o militar está autorizado a se afastar do serviço, sem qualquer
prejuízo em sua folga, carreira ou qualquer outro direito.
É claro que nenhum direito é absoluto, pois em caso de qualquer suspeita de validade do
atestado médico, cabe ao Comandante ou o médico responsável pela homologação verificar
sua veracidade e legitimidade, promovendo diligencias junto ao médico que o expediu a
confirmação de sua validade, onde pode o militar agraciado com o atestado médico ter
utilizado de algum subterfugio para consegui-lo através de simulação, falsidade, falsificação
ou qualquer outro artificio, devendo tanto o servidor quanto o médico devem ser
responsabilizados, quando incorrerem em alguma irregularidade, mas nunca recusar ou
desconsiderar o atestado médico.
Assim, mesmo não podendo recusar ou desconsiderar o atestado médico, nada impede que
o comandante diligencie para verificar a veracidade e legitimidade deste, principalmente os
expedidos com 01 (um) dia de afastamento, onde inclusive pela nova norma se tornou
competência do comandante do paciente em acompanhar a conduta de seu subordinado
quando em tratamento de saúde (art. 42).
No entanto, a falta do servidor, atestada por médico, é dispensa do serviço, não é passível
de reposição ou qualquer outra retaliação, vez que o militar se encontra dispensado do
Serviço Policial Militar (SPM), cabendo somente prova em contrário de sua veracidade e
legitimidade que deve ser apurada e provada em competente procedimento administrativo
quando na dúvida de sua autenticidade, responsabilizando os envolvidos.
Referências
GOIÁS, Lei Estadual n. 8.033 de 02 de dezembro de 1975, disponível em
http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/leis_ordinarias/1975/lei_8033.htm. Acesso em 25 de
novembro de 2015.
________. Portaria nº 2550, 09 de julho de 2012. Institui o sistema de controle da jornada
de trabalho do policial militar;
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