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1.Introdução
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A contribuição da litigância judicial para o direito
ambiental dos Estados Unidos: citizen suits, judicial
review, standing to sue e os desafios da “era Trump”
A partir da década de 1960, e com mais vigor nas décadas de 1970 e 1980, verificou-se
a estruturação, a expansão e a consolidação do quadro regulatório ambiental nos
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Estados Unidos. O amadurecimento do Direito Ambiental nos Estados Unidos
acompanhou o desenvolvimento, os desafios e os avanços ocorridos no plano
internacional. Na mesma época da Declaração de Estocolmo de 1972 e da criação do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (denominada atualmente de “ONU
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Meio Ambiente” ou UN Environment) , foi promulgado o National Environmental Policy
Act (NEPA), considerado uma referência para a posterior evolução da legislação
ambiental estadunidense. Transformado em lei em 1º de janeiro de 1970, o NEPA
estabeleceu metas amplas de política ambiental nacional, exigiu das agências federais
avaliação dos impactos de ações significativas e estabeleceu o Conselho de Qualidade
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Ambiental. Em 2 de dezembro de 1972, foi criada a Environmental Protection Agency
(EPA), agência federal de pesquisa, monitoramento, normatização e fiscalização
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ambiental. Posteriormente, diversos atos legislativos foram publicados como o Clean
Air Act (1970), o Clean Water Act (1972), o Endangered Species Act (1973), o
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No mesmo período, verificou-se a abertura das cortes judiciais para a revisão das
decisões das agências e para as ações de cidadãos (citizen suits), estas destinadas a
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forçar a implementação e o cumprimento das novas leis. Tais medidas revelaram uma
permanência invulgar, a despeito dos esforços políticos para enfraquecer ou suprimir o
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marco regulatório ambiental nos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, a função desempenhada pelo Judiciário foi crucial para a formação
do atual quadro normativo e regulatório ambiental. Para além da tutela judicial, cumpre
salientar a posição destacada das agências reguladoras, com ênfase na EPA, na
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resolução administrativa de disputas socioambientais. A ascensão do “Estado
Administrativo” (Administrative State) nos Estados Unidos proporcionou a criação de
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agências que combinam as funções normativas, adjudicativas e executivas. Para
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alguns estudiosos, o novo modelo representou uma ameaça à separação dos poderes.
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Para outros, essas instituições fazem parte de uma “nova separação dos poderes” , ou,
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ainda, de uma nova “legitimidade democrática pela imparcialidade”. Seja como for,
considerando que, nos Estados Unidos, não se pode identificar um problema ambiental
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que não seja administrado pelas agências reguladoras , essas instituições ocupam
posição central no Direito Administrativo e Ambiental norte-americano, em especial na
gestão de conflitos socioambientais.
A EPA também conta com uma longa experiência no emprego de meios alternativos de
resolução de conflitos ou Alternative Dispute Resolution (ADR), que remonta desde o ano
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de 1981 e resultou em altos níveis de satisfação entre as partes envolvidas.
Atualmente, em quase todos os casos ambientais iniciados na agência, os Administrative
Law Judges oferecem às partes a solução por meio alternativo, sob a forma de
mediação. O procedimento é conduzido por um membro do Office of Administrative Law
Judges e, caso não resolvido, é enviado para ser conduzido e decidido por um “juiz”
diverso do mediador. A confidencialidade é estritamente observada durante e depois da
mediação. Não há comunicação sobre o mérito do caso entre o mediador e o julgador
que irá presidir e decidir o processo, e os elementos usados pelo mediador são
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descartados.
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Em 1996, foi promulgado o Administrative Dispute Resolution Act , com o objetivo de
expandir o uso de meios alternativos de solução de conflitos pelo Governo federal e
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conter a “superjudicialização” dos procedimentos administrativos. Após, em 1998, foi
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editado o Environmental Policy and Conflict Resolution Act , que criou o Institute for
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Environmental Conflict Resolution, uma nova agência federal que trabalha com a EPA
para prover serviços de colaboração imparcial, construção de consenso e resolução de
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conflitos. Seguindo essa mesma tendência, a EPA estabeleceu, no ano de 1999, o
Centro de Prevenção e Resolução de Conflitos (Conflict Prevention and ResolutionCenter
), que auxilia programas regulatórios, executórios e voluntários da agência para
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promoção de meios alternativos de resolução de disputas. Atualmente, o emprego de
métodos consensuais para solução de conflitos ambientais nos Estados Unidos
encontra-se em franca evolução, conforme recente Relatório do Fórum Federal de
Colaboração e Resolução de Conflitos Ambientais (Forum on Environmental Collaboration
and Conflict Resolution), de 2 de maio de 2018, intitulado Environmental Collaboration
and Conflict Resolution (ECCR): Enhancing Agency Efficiency and Making Government
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Accountable to the People.
A expansão legislativa ambiental dos anos 1960 a 1980, contudo, alterou esse panorama
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e sugeriu uma reordenação dos valores sociais e das prioridades nacionais , a refletir
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novas concepções culturais. Ato legislativo considerado marco referencial da regulação
ambiental, também apelidado de “Magna Carta da proteção ambiental” (Magna Carta of
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environmental protection) , o National Environmental Policy Act (NEPA), promulgado
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em 1970, não regulou diretamente as ações das pessoas privadas , nem procurou
assegurar a proteção ambiental por meio de padrões tecnológicos obrigatórios ou
instrumentos de mercado. O NEPA disciplina a busca de informação, ao determinar às
agências que considerem os impactos ambientais das ações propostas e das respectivas
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alternativas.
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Porém, para responder aos desafios à efetividade das novas disposições legais (
environmental enforcement), foram criadas as “ações populares” ambientais ou citizen
suits. Não como fruto da common law ou do sistema da equity – a qual inspirou o
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nascimento das class actions –, mas por determinação legislativa, pela elaboração da
statutory law, fonte de direito cada vez mais frequente na Inglaterra e nos Estados
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Unidos.
De observar que as citizen suits não suprimiram o papel das class actions nos Estados
Unidos, principalmente para reparação de danos coletivos. As class actions, cuja origem
remonta ao antigo sistema da equity, ainda no Século XIX, e regulamentada atualmente
na Federal Rules of Civil Procedure de 1938, apresenta notável aplicação na solução de
conflitos complexos derivados de contaminação tóxica (mass tort litigation), inclusive por
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meio de grandes acordos (settlement litigation). Contudo, o cerne da evolução do
Direito Ambiental nos Estados Unidos repousa nas citizen suits ajuizadas contra as
agências reguladoras, as quais, como suso mencionado, ostentam posição crucial na
implementação da legislação. Diversamente das class actions, as citizen suits não têm o
propósito de providenciar compensação por danos sofridos, mas sim de garantir
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cumprimento mais efetivo das exigências legais.
Podem ser diferenciadas três espécies de citizen suits: a) a revisão judicial das decisões
das agências (judicial review of agency actions); b) a ação suplementar à atuação
governamental, em que os cidadãos agem como se fossem “Procuradores-Gerais” (
Private Attorney General Doctrine); e c) a ação contra a EPA ou outro agente estatal que
venha a falhar em efetivar uma obrigação legal não discricionária.
A primeira espécie está relacionada com o emprego das citizen suits para lograr a
revisão das decisões administrativas (judicial review). No campo do Direito Ambiental, as
novas leis suplementaram as disposições da Administrative Procedure Act (APA) no que
tange ao controle judicial dos atos das agências, com especificação de exigências
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adicionais. A revisão judicial das decisões administrativas nos Estados Unidos é há
muito admitida e desfruta de longa experiência e maturação jurisprudencial, a merecer
tratamento em tópico específico (3.2.2).
As outras duas hipóteses, não previstas na APA, foram duas inovações da legislação
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3.2.2.Judicial Review: a revisão judicial das decisões das agências reguladoras como
instrumento de tutela do meio ambiente
O alcance da revisão judicial das decisões administrativas, porém, foi limitado em 1984,
em mais um julgado de Direito Ambiental. No famoso caso Chevron USA, Inc. v Natural
Resources Defense Council, a Suprema Corte formulou um controle mais deferencial às
conclusões das agências. A controvérsia, sinteticamente, cingiu-se ao significado da
expressão “fonte estacionária” (stationary source) do Clean Air Act. Ao interpretar a
legislação, a EPA editou regras que permitiam aos estados definir uma planta inteira,
contendo diferentes unidades poluidoras, como se fosse uma única “fonte estacionária”,
e, com isso, uma empresa poderia modificar uma unidade dentro da planta e aumentar
as emissões, ou introduzir uma nova unidade, sem atender aos diversos requerimentos
do Clean Air Act. Isso poderia ser feito porque a poluição decorrente da planta inteira,
considerada como uma “bolha” (“bubble concept”), não aumentaria, pois a redução era
equivalente a emissões de outras unidades. Em suma, a Corte, ao manter a decisão da
EPA, estabeleceu uma deferência judicial em dois passos (Two-Step Chevron Test):
primeiro, se a intenção do Congresso for precisa e clara, tanto a corte como a agência
devem efetivar a determinação do Legislador e a questão está encerrada; segundo, se o
Congresso foi ambíguo ou não tratou da matéria diretamente, o Judiciário não pode
simplesmente impor sua interpretação, mas tem de analisar se a decisão da agência se
baseia em uma construção permitida pela lei. Se a solução administrativa encontra
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amparo na legislação, é assegurada primazia ao ente regulador.
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Para acessar o Judiciário e ter seu pleito decidido no sistema norte-americano, é preciso
atender a quatro requisitos de justiciabilidade (justiciability): Advisory Opinion, Standing
, Ripeness e Political Question Doctrine. O standing to sue refere-se à capacidade de um
autor entrar com a ação judicial, exigindo-se que tenha sofrido um dano real causado
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pelo réu e que o dano seja reparável. Trata-se de uma questão preliminar ao mérito do
pedido e suscita o debate sobre quem tem o direito de propor uma medida judicial para
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implementar as determinações legais. As controvérsias judiciais envolvendo o standing
to sue guardam estreita relação com o paradigma adotado pelos julgadores. Aqueles
mais simpáticos a uma visão ecológica de interdependência entre meio ambiente e ser
humano tendem a favorecer maior abertura das cortes aos pleitos dos interessados. Ao
contrário, os juízes alinhados a uma orientação mais “atomística”, individualista e
antropocêntrica inclinam-se a limitar o acesso ao Judiciário para discussões ambientais.
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De acordo com a Suprema Corte, aquele que ingressa com uma citizen action deve
demonstrar o preenchimento de quatro requisitos para permanecer em juízo. Os três
primeiros são constitucionais, baseados no Artigo III da Constituição, e não podem ser
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afastados. O primeiro consiste na demonstração de que a ação questionada cause ou
irá causar ao postulante uma “lesão de fato” (injury in fact). O segundo exige prova de
que essa lesão possa ser vinculada à ação questionada (traced to the challenged action).
O terceiro refere-se à viabilidade de a Corte, por meio de alguma medida, corrigir a
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lesão (redressability).
Um ano depois, em 1973, a Suprema Corte esposou a versão mais liberal do standing
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em United States v. Students Challenging Regulatory Agency Procedures (SCRAP). No
conhecido Caso SCRAP (SCRAP Case), um grupo de estudantes de Direito pretendeu
revisar a recusa pelo Interstate Commerce Comission (ICC) de preparar uma avaliação
de impacto ambiental antes de permitir a cobrança de um aumento da taxa de frete
ferroviário em todo o país. Os estudantes alegaram que utilizavam as florestas, rios,
montanhas e outros recursos naturais próximos à área metropolitana de Washington
para acampar, caminhar, pescar, enfim, desfrutar das áreas com propósitos recreativos
e estéticos, e que essa finalidade seria prejudicada pelo aumento da taxa de frete.
Também alegaram que o ar respirado em Washington D.C. seria mais poluído em razão
do acréscimo na taxa, pois desestimularia o transporte e o uso de materiais recicláveis.
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A Corte entendeu que os estudantes demonstraram sofrer uma lesão de fato (injury in
fact) o suficiente para lhes ser concedido o standing to sue. Considerou-se que todas as
pessoas que utilizam os recursos naturais do país e todos os que respiram seu ar podem
reclamar um dano similar àqueles pleiteados por grupos ambientalistas. Influenciada
pela perspectiva ecológica, a Suprema Corte enxergou uma conexão entre a elevação do
preço do frete e a redução da reciclagem e os seus impactos adversos aos recursos
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naturais , julgado que significou, na época, uma ampla abertura das portas da Justiça
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às pretensões dos ambientalistas.
Após cerca de duas décadas, a Suprema Corte ainda não havia erigido barreiras
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significativas à legitimidade para a litigância ambiental. No entanto, em 1992, o
Tribunal revisitou o tema do environmental standing em Lujan v. Defenders of Wildlife (
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Lujan II ), com o voto condutor do Justice Scalia, conhecido como originalista e
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textualista, contrário à expansão regulatória e aos pleitos ambientais. A controvérsia
envolveu uma decisão do Departamento do Interior no sentido de que a Lei das Espécies
Ameaçadas (Endangered Species Act) não se aplicaria às ações das agências federais
quando suas atividades pudessem destruir habitats críticos para espécies ameaçadas de
extinção fora do território norte-americano. A Corte reiterou que, como decidido em
Sierra Club v. Morton, o injury in fact test requer que o autor esteja dentre as pessoas
ou entidades afetadas pelos danos. No caso Lujan, considerou-se que os postulantes
careceriam de standing porque a mera intenção de, no futuro, viajar novamente para
visitar as espécies ameaçadas no exterior não seria suficiente para comprovar lesão real
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ou iminente (actual or imminent injury). Nesse caso e em outros posteriores,
liderados sobretudo pelo então Justice Scalia, a Suprema Corte passou a limitar o acesso
ao Judiciário por meio de barreiras ao ingresso das citizen actions, esposando uma
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orientação de clara rejeição às ideias ambientalistas.
Semelhanças entre Reagan e Trump têm sido salientadas por estudiosos, cujas políticas
antiecológicas pode ser agrupadas em quatro diferentes linhas de atuação: a) politização
das nomeações de funcionários para agências federais; b) corte de recursos financeiros e
humanos das agências; c) enfraquecimento da aplicação da legislação ambiental (a
implementação das regras ambientais contra poluidores pela EPA tem se reduzido
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drasticamente) ; e d) nomeação de juízes conservadores para a Justiça Federal e a
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Suprema Corte. Em 2017, a associação estadunidense dos advogados (American Bar
Association – ABA) lançou uma publicação intitulada Environmental Protection in the
Trump Era, na qual enumerou como obstáculos à tutela ambiental, dentre outros: edição
de executive orders para reverter medidas protetivas da era Obama; retirada do Acordo
de Paris; enfraquecimento da regulação ambiental; a redução no cumprimento da
legislação; corte de fundos para políticas ambientais; dificuldades às iniciativas
regulatórias dos estados; entraves para futuras regulações; a diminuição de disposições
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sobre a “justiça ambiental”. Como referiu Gerrard, a ciência tem sido ignorada quando
é considerada inconveniente pelo governo, com consequente perda da liderança dos
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Estados Unidos em questões ambientais globais.
Essa política de “desproteção ambiental” promovida pelo Governo Federal ainda pode ser
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compensada por providências erigidas pelos estados e municípios, com destaque para
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as ambiciosas metas californianas de redução na emissão de gases de efeito estufa.
Contudo, o alcance das regras estaduais e locais é limitado por padrões estabelecidos
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pela legislação federal e podem ser invalidadas pelo Judiciário.
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Malgrado não seja possível prever o futuro com precisão matemática, é razoável crer
que o governo Trump tem grande potencial para debilitar as estruturas regulatórias
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existentes e deslocar o Direito Ambiental norte-americano para um terreno mais
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dinâmico e litigioso. De observar, aliás, que há uma tendência de aumento na
proposição de citizen actions, já que, por um lado, as organizações não governamentais
têm recebido elevadas quantias de recursos financeiros desde a eleição, e, por outro, o
Governo Federal engajou-se em restringir a ação das agências, abrindo espaço para a
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iniciativa da sociedade. Se esse movimento antiecológico será refreado pela opinião
pública e vergastado pelo ativismo judicial, se representa apenas um ciclo na dinâmica
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regulatória , ou se revela uma reversão drástica nas políticas de proteção ambiental, é
questão que permanece em aberto, a depender da conjuntura internacional e,
notadamente, das eventuais consequências nefastas derivadas de decisões imediatistas
e insustentáveis tomadas pela administração atual.
4.Conclusão
A partir de um intrépido começo e após uma jornada irregular, algumas vezes hesitante,
ainda se pode afirmar que a Justiça norte-americana, em especial a Suprema Corte,
ocupa um lugar de excelência na condução dos rumos da política ambiental daquele país
e na proteção dos interesses ecológicos e das futuras gerações. Os desafios surgidos na
era Trump, porém, levam a sociedade americana e mundial a um momento de
perplexidade: as mudanças proporcionadas pelas “políticas trumpianas” indicam um
ponto de inflexão em direção ao aprofundamento da insustentabilidade do
desenvolvimento econômico global? As instituições norte-americanas, principalmente o
Judiciário, serão capazes de estabelecer limites às medidas antirregulatórias e
“carbonizantes” do atual presidente? Ou a tensão entre as posições extremas permitirá
um compromisso razoável entre forças econômicas e ecológicas?
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4 BECK, Ulrich. La sociedad del riesgo: hacia una nueva modernidad. Barcelona: Paidós,
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6 Crutzen e Stoermer reputam que, diante dos crescentes impactos das atividades
humanas na terra e na atmosfera, em escala inclusive global, seria apropriado enfatizar
o papel central do ser humano na geologia e na ecologia mediante o uso do termo
“Antropoceno” para a atual era geológica (CRUTZEN, Paul J.; STOERMER, Eugene F. The
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mai. 2017).
10 São atribuídos aos particulares não apenas direitos, mas também deveres
fundamentais em matéria ambiental (FENSTERSEIFER; SARLET. p. 237-288).
12 “EARTH DAY, April 22, 1970, is celebrated as the ‘day environmentalism in the United
States began to emerge as a mass social and cultural movement” (CANNON, Jonathan Z.
Environment in the balance: the green movement and the Supreme Court. Cambridge:
Harvard University Press, 2015 (e-book Kindle, posição 98)).
14 LEAPE, James P.; MILLER, Alan S.; PERCIVAL, Robert V.; SCHROEDER, Christopher
H. Environmental regulation: law, science and policy. 7. ed. New York: Wolters Kluwer
Law & Business, 2013. p. 93.
16 LEAPE; MILLER; PERCIVAL; SCHROEDER, Op. cit., pp. 93-94. Lazarus contou dezoito
leis criadas na década de 1970 sobre Direito Ambiental (LAZARUS, Richard J. The Making
of Environmental Law. Chicago: University of Chicago Press, 2004. pp. 67, 69-70).
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ambiental dos Estados Unidos: citizen suits, judicial
review, standing to sue e os desafios da “era Trump”
20 BREYER, Stephen et al. Administrative Law and Regulatory Policy: problems, text,
and cases. 7. ed. New York: Wolters Kluwer Law & Business, 2011. p. 38.
21 LOWI, Theodore J. The End of Liberalism: The Second Republic of the United States.
New York: Norton, 1979; SCHOENBROD, David. Power without responsibility: how
Congress abuses the people through delegation. New Haven: Yale University Press,
1993.
22 ACKERMAN, Bruce. The new separation of powers. Harvard Law Review, v. 113, n. 3,
jan. 2000, p. 642-725.
24 SALZMAN, James; THOMPSON Jr., Barton H. Environmental Law and Policy. 5. ed.
New York: Foundation Press, 2019. p. 66.
27 O’LEARY, Rosemary; RAINES, Susan Summers. Lessons learned for two decades of
alternative dispute resolution programs an processes at the US Environmental Protection
Agency. Public Administration Review, v. 61, n. 6, p. 682-692, nov-dez. 2001.
29 UNITED STATES. The Administrative Dispute Resolution Act of 1996. Disponível em:
[https://www.adr.gov/pdf/adra.pdf]. Acesso em: 02 dez. 2018.
30 BINGHAM, Lisa B.; WHISE, Charles R. The Administrative Dispute Resolution Act of
1990: how do we evaluate its success? Journal of Public Administration Research and
Theory: J-PART, v. 6, n. 3, p. 383-414, jul. 1996.
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38 “The Court represents a distinct law culture, but the Court is also shaped by the
ambient culture and helps shape it in kind.” (CANNON. Op. cit., posição 632).
42 Para um estudo mais detalhado sobre o papel das common law actions na proteção
ambiental, vide: LEAPE; MILLER; PERCIVAL; SCHROEDER. Op. cit., p. 63-89;
MORAG-LEVINE, Noga. Chasing the Wind: Regulating Air Pollution in the Common Law
State. Princeton: Princeton University Press, 2003.
50 Sobre a evolução das class actions nos Estados Unidos, com origem na “jurisdição de
equidade” (equity), posteriormente reunida com o sistema da common law, vide: GIDI,
Antonio. Class actioncomoinstrumento de tutela coletiva dos direitos: as ações coletivas
em uma perspectiva comparada. São Paulo: Ed. RT, 2007. p. 40-66.
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55 A única exceção fica por conta do Federal Insecticide, Fungicide, and Rodenticide Act
(FIFRA), pois, como explica Benjamin, “na economia interna do Congresso americano, a
legislação de agrotóxicos tem origem na comissão de agricultura, extremamente
conservadora, enquanto que as outras matérias ambientais são disciplinadas na
comissão de serviços públicos” (BENJAMIN, Antônio Herman de Vasconcellos e. A citizen
action norte-americana e a tutela ambiental. Revista de Processo, São Paulo, v. 62, p.
61 - 78, abr.-jun/1991). A propósito: SALZMAN; THOMPSON Jr. Op. cit., p. 102.
58 GIDI, op. cit.; GRINOVER, Ada Pellegrini; MULLENIX, Linda; WATANABE, Kazuo. Os
processos coletivos nos países de civil law e common law: uma análise de direito
comparado. 2. ed. São Paulo: Ed. RT, 2011; ADLER, Vivian O. The Viability of Class
Actions in Environmental Litigation. Ecology Law Quarterly, v. 2, issue 3, art. 5, p.
533-570, jun. 1972.
60 É o caso da section 307 (b) do Clean Air Act, o qual requer que pedidos de revisão de
ações regulatórias aplicáveis nacionalmente devem ser encaminhados para o U.S. Court
of Appeals for the D.C. Circuit dentro de 60 dias da sua promulgação (LEAPE; MILLER;
PERCIVAL; SCHROEDER. Op. cit., p. 1123).
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65 MOREIRA. Op. cit., p. 102-122; SALZMAN; THOMPSON Jr. Op. cit., pp. 68 e 102.
66 “It is emphatically the province and duty of the Judicial Department to say what the
law is” (SUPREME COURT OF THE UNITED STATES. Marbury v. Madison, 5 US (1803).
Disponível em: [http://landmarkcases.org/en/landmark/cases/marbury_v_madison].
Acesso em: 01 fev. 2016).
67 “Before the rise of the regulatory state, the allocation of authority between the
executive branch and the judiciary was relatively clear: it was for the courts, not the
executive, to 'say what the law is,' at least in litigated cases. This understanding
extended to interpretation of statutes no less than to interpretation of the Constitution”
(SUNSTEIN, Cass. Law and administration after Chevron. Columbia Law Review, 2017
(1990)).
68 FRIER, Pierre-Laurent; PETIT, Jacques. Droit Administratif. 9. ed. Paris: LGDJ, 2014.
p. 32-34.
70 Ibidem, p. 43.
75 Ibidem, p. 22-23.
80 Ao final, a Secretaria desaprovou a rota sobre o Overton Park sem identificar uma
alternativa viável e prudente, o que foi mantido pelo Judiciário posteriormente. Idêntico
caminho foi percorrido pela Corte no caso Motor Vehicle Manifacturers' Association v.
State Farm Mutual Automobile Insurance Co., de 1983 (BREYER et al. Op. cit., p.
387-395).
81 O caso Chevron U.S.A., Inc. v. Natural Resources Defense Council (1984), julgado
pela Suprema Corte dos Estados Unidos, foi paradigmático na definição do judicial
deference norte-americano, sendo considerado o julgamento mais citado e influente do
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82 Ibidem, p. 303.
84 SUPREME COURT OF THE UNITED STATES. King et al. v.Burwell, Secretaryof Health
and Human Services, et al. 576 U.S. ___ (2015). Disponível em:
[http://www.supremecourt.gov/opinions/14pdf/14-114_qol1.pdf]. Acesso em: 17 out.
2015.
85 BAMZAI, op cit. Para uma análise didática do controle judicial das decisões
administrativas e da doutrina da deferência no Direito norte-americano em comparação
com o brasileiro, vide: MOREIRA. Op. cit., p. 102-122.
94 Idem.
97 JUSTIA US Supreme Court. United States v. SCRAP, 412 U.S. 669 (1973). Disponível
em: [https://supreme.justia.com/cases/federal/us/412/669/]. Acesso em: 06 mar.
2019.
99 REITZE Jr., Arnold W.; REITZE, Glenn L. Door to Courts Opens Wider. Environment:
Science and Policy for Sustainable Development, v. 18, p.2-3, 01 Oct. 1973.
101 Antes desse litígio, a Suprema Corte havia julgado o caso Lujan I (Lujan v.
Defenders of Wildlife), também conduzido pelo Justice Scalia. Em Lujan I, decidido em
1990, a Corte rejeitou o standing porque, basicamente, a alegação de uso de porções
não específicas de terras públicas que seriam afetadas pela abertura de áreas para
mineração era muito vaga considerando a imensa extensão do território e a falta de
conexão específica com o local que ocorreria a atividade mineira (CANNON. Op. cit.,
posição 3399-3413).
103 O Endangered Species Act requer que toda agência federal consulte a Secretaria do
Interior para resguardar que as ações da agência não venham a comprometer espécies
em perigo ou ameaçadas de extinção. O Departamento do Interior, em 1986, alterou sua
regulação anterior e estabeleceu que as agências devem consultar a Secretaria apenas
para ações nos Estados Unidos ou em alto-mar. A associação Defenders of Wildlife
propôs uma ação questionando essa regulação e, para comprovar que seus membros
seriam afetados pela decisão do Departamento, alegou que dois deles pretendiam viajar
ao exterior para visitar as espécies que seriam ameaçadas por projetos implementados
no Egito e no Sri Lanka com a participação dos Estados Unidos. Contudo, a Suprema
Corte não ingressou no mérito e reputou que a associação careceria de standing porque
seus membros não teriam planos imediatos e definitivos de viajar para aqueles países.
Logo, não restou demonstrada lesão real ou iminente (actual or imminent injury)
(SALZMAN; THOMPSON Jr. Op. cit., p. 106-108; LEAPE; MILLER; PERCIVAL;
SCHROEDER. Op. cit., p. 1142-1152).
108 RYAN, Mark. Clean Water Act Citizen Suits: what the numbers tell us. Natural
Resources & Environment, v. 32, n. 2, 2017.
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ambiental dos Estados Unidos: citizen suits, judicial
review, standing to sue e os desafios da “era Trump”
109 JUSTIA US Supreme Court. Monsanto Co. v. Geertson Seed Farms 561 U.S. 139
(2010). Disponível em:
[https://supreme.justia.com/cases/federal/us/561/139/#tab-opinion-1963389]. Acesso
em: 07 mar. 2019.
113 HEJNY, Jessica. The Trump Administration and environmental policy: Reagan redux?
Journal of Environmental Studies and Sciences, v. 8, 2018, p. 197-211; MULLIN, Megan;
EGAN, Patrick J. Trump has picked the most conservative EPA leader since 1981. This
one will face much less resistance. The Washington Post, Dez. 13, 2016. Disponível em:
[https://www.washingtonpost.com/news/monkey-cage/wp/2016/12/13/trump-has-picked-the-most-con
Acesso em: 06 mar. 2019.
115 NEW YORK TIMES. 2018 Midterm Election Results: Live, jan. 28 2019. Disponível
em:
[https://www.nytimes.com/interactive/2018/11/06/us/elections/results-dashboard-live.html].
Acesso em: 06 mar. 2019.
116 HEJNY, op. cit.; TRIPOLI, Lori. "What Are Environmental Lawyers Supposed to Do
Now?" Of Counsel, Feb. 2018, p. 5-7.
117 Idem.
118 AMERICAN BAR ASSOCIATION (ABA). Section of Civil Rights and Social Justice.
Environmental Protection in the Trump Era, 2017. Disponível em:
[https://www.eli.org/sites/default/files/book_pdfs/environmentalprotectiontrumpera.pdf].
Acesso em: 07 mar. 2019.
119 GEORGETTE, Jasen. Columbia University in the City of New York. Columbia News. 5
Questions on the Midterms with Environmental Law Prof. Michael Gerrard, Out. 29, 2018.
Disponível em:
[https://news.columbia.edu/news/5-questions-midterms-environmental-law-prof-michael-gerrard].
Acesso em: 07 mar. 2019.
121 MULLIN, Megan; EGAN, Patrick J. Climate Change: US Public Opinion. Annual
Review of Political Science, 20, p. 209-227, 2017. Disponível em:
[https://www.annualreviews.org/doi/pdf/10.1146/annurev-polisci-051215-022857].
Acesso em: 06 mar. 2019; SALZMAN; THOMPSON Jr. Op. cit., p. 15.
123 Idem.
124 EILPERIN, Juliet; MOONEY, Chris. The Trump administration keeps losing
environmental court cases. Washington Post, 18 ago. 2018.
126 “Remaking the judiciary is arguably the most ideological project of Trump's
presidency” (DAWSEY, J.; RUCKER, P.; PARKER, A. ‘He’s not weak, is he?’: Inside
Trump’s quest to alter the judiciary. The Washington Post, Dez. 19, 2017. Disponível
em:
[https://www.washingtonpost.com/politics/hes-not-weak-is-he-inside-trumps-quest-to-alter-the-judicia
Acesso em: 06 mar. 2019).
127 Neil Gorsuch, admirador de Scalia por sua aderência ao originalismo e textualismo,
teve seu nome aprovado pelo Senado e ocupa o lugar de Scalia (ENCYCLOPÆDIA
BRITANNICA. Neil Gorsuch, 26 jul. 2017. Disponível em:
[https://www.britannica.com/biography/Neil-Gorsuch]. Acesso em: 04 dez. 2018;
HEJNY, op. cit).
128 O segundo indicado, para a vaga de Anthony Kennedy, foi Brett Kavanaugh,
conhecido por adotar uma abordagem em favor dos interesses do empresariado em
questões ambientais e contrária às regras anti-poluição (GRANDONI, Dino. The Energy
202: How Brett Kavanaugh could rein in environmental rules on the Supreme Court.
Washington Post, 11 jul. 2018).
130 GOLD, David H.; JUDKINS, Sarah; TREISER, Raya. Energy and Environmental Law
under the Trump Administration. American Bar Association: Section of Environment,
Energy, and Resources, v. 17, n. 1, fev. 2018. Disponível em:
[https://www.americanbar.org/content/dam/aba/publications/nr_newsletters/eecc/201802_eec-pl-hp-jo
Acesso em: 04 dez. 2018.
132 A EPA já delegou parte das funções relacionadas à aplicação da lei ambiental aos
estados, que podem impor padrões mais restritivos (TRIPOLI, op. cit.).
133 A legislação californiana estabeleceu a meta de redução em 40% das emissões até
2030, em comparação com 1990 (SALZMAN; THOMPSON Jr. Op. cit., p. 171).
136 Na percepção de Salzman e Thompson: “[…] it is unclear whether these new policy
directions will take hold or their ultimate shape. Perhaps the only certainty is that
environmental protection will remain a highly contentious and dynamic field” (SALZMAN;
THOMPSON Jr. Op. cit., p. 1).
137 MOGHARABI, Sara et al. Environmental Citizen Suits in the Trump Era. Natural
Resources & Environment, v. 32, n. 2, Fall 2017.
138 “In some mesure, regulation and enforcement levels, as in other areas, are a bit
cyclical. Push too hard and then ease up, relax a little and then come down forcefully.
‘This is not the first time that we have gone from one type of administration to the
other’, notes Richard Ericsson, chair of the Environmental Department at Cole Schotz in
Hackensack, N.J.” (TRIPOLI. Op. cit., p. 7).
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