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EQUILÍBRIO DE CORPOS SUBMERSOS

E FLUTUANTES: CENTRO DE CARENA.


FENÔMENOS DO TRANSPORTE.

RAYSSA BRUNA DINIZ GOMES


ENGENHARIA ELÉTRICA
Faculdade Pitágoras
Introdução:

Esse breve trabalho terá como objetivo apresentar sobre a estabilidade de corpos
flutuantes. A princípio voltado para o Teorema de Arquimedes, que estuda as condições de
equilíbrio possíveis de um corpo\objeto, imerso ou submerso em um fluído.

Arquimedes de Siracusa (287-212 a.C.) foi um matemático, físico e inventor grego, sua
descoberta mais famosa foi a força de Empuxo. Em resumo, o princípio de Arquimedes relata:
“Qualquer objeto, total ou parcialmente imerso em um fluido ou liquido, é impulsionado por
uma força igual ao peso do fluido deslocado pelo objeto deslocado.”

No contexto geral, será relatado sobre o centro de carena, que é um dos pontos que
definem o temo de estabilidade. Estabilidade usualmente pode ser definida como a capacidade
que um corpo flutuante tem de retornar ao seu equilíbrio original, mesmo após sofrer uma
“perturbação”, e nessa capacidade que é definida o centro de carena e centro de gravidade.
Desenvolvimento:
1.- Conceitos básicos: Teorema de Arquimedes.

Princípio de Arquimedes (Empuxo)

O teorema de Arquimedes, também chamado de “Princípio de Arquimedes” (Lei do


Empuxo). Foi o grande descobridor do princípio que nos permite calcular o valor do empuxo
que atua em um corpo mergulhado em um fluído.

O Princípio de Arquimedes pode ser enunciado do seguinte modo:

“Um fluido em equilíbrio age sobre um


corpo nele imerso (parcial ou totalmente) com uma força vertical
orientada de baixo para cima, denominada de EMPUXO, aplicada
no centro de gravidade do volume de fluído deslocado, cuja
intensidade é igual à do peso do volume de fluído deslocado.”

Empuxo

O Empuxo representa a força resultante exercida pelo fluido sobre um corpo. Como tem
sentido oposto à força Peso, causa o efeito de leveza. A unidade de medida do Empuxo no SI é
o Newton (N).

Arquimedes descobriu que todo o corpo imerso em um fluido em equilíbrio, dentro de


um campo gravitacional, fica sob a ação de uma força vertical, com sentido oposto à este campo,
aplicada pelo fluido, cuja intensidade é igual a intensidade do Peso do fluido que é ocupado
pelo corpo.

Assim:

𝐸⃗ = 𝑝𝐹𝐷 = 𝑚𝐹𝐷⋅𝑔

𝐸⃗ = ⅆ𝐹 ⋅ 𝑣𝐹𝐷 ⋅ 𝑔
Onde:

𝐸⃗ = 𝐸𝑚𝑝𝑢𝑥𝑜 (𝑁)
𝑘𝑔
ⅆ𝐹 = 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 ⅆ𝑜 𝑓𝑙𝑢íⅆ𝑜 ( 3 )
𝑚
𝑣𝐹𝐷 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ⅆ𝑜 𝐹𝑙𝑢íⅆ𝑜 ⅆ𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎ⅆ𝑜 (𝑚3 )
𝑔= Aceleração da gravidade (m\𝑠 2 )
O valor do empuxo não depende da densidade do corpo que é imerso no fluído, visto que é a
força resultante exercida sobre um determinado corpo. Mas podemos usar a densidade para
saber se o corpo flutua, afunda ou permanece em equilíbrio com o fluido:
ⅆ𝑒𝑛𝑠𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 ⅆ𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = ⅆ𝑒𝑛𝑠𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 ⅆ𝑜 𝑓𝑙𝑢íⅆ𝑜: 𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑓𝑙𝑢íⅆ𝑜
ⅆ𝑒𝑛𝑠𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 ⅆ𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 > ⅆ𝑒𝑛𝑠𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 ⅆ𝑜 𝑓𝑙𝑢íⅆ𝑜: 𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑎𝑓𝑢𝑛ⅆ𝑎
ⅆ𝑒𝑛𝑠𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 ⅆ𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 < ⅆ𝑒𝑛𝑠𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 ⅆ𝑜 𝑓𝑙𝑢íⅆ𝑜: 𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎 𝑛𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 ⅆ𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖ⅆ𝑜

FLUTUABILIDADE:

É a condição que tem uma embarcação de flutuar por estar em equilíbrio, isto ocorre
quando o deslocamento desta embarcação for igual à força do empuxo do meio que ela flutua.

O limite superior da linha do plano de flutuação, denominamos LINHA DE


FLUTUAÇÃO.

Desenho - Google - 19/05/2015

Podemos dizer que o volume que estiver acima do plano de flutuação será a RESERVA
DE FLUTUABILIDADE.

Quem discrimina as diversas condições do plano de flutuação são as LINHAS DE


FLUTUAÇÃO, como exemplo navio vazio será a linha de flutuação leve, flutuação em plena
carga será a linha de flutuação carregada no seu máximo de carga permissível.
4 2.- Equilibro de Corpos flutuantes: Centro de Carena.

A resultante de todos os pesos que atuam em um determinado corpo, tem como


ponto de aplicação o centro de gravidade que é representado.

Podemos utilizar como exemplo dessa teoria, os navios, com os pesos que atuam
a bordo: o próprio peso da embarcação vazia, peso dos óleos combustíveis e lubrificantes,
água potável, (aguada), lastro de água salgada, da carga e de todos os demais pesos
existentes na embarcação, que resultam na aplicação do centro de gravidade, na seção
transversal, pela letra “G “:

Centro de Carena:
Carena é o volume compreendido entre a superfície molhada e u dado plano de
flutuação. Para que um navio flutue no meio do líquido devemos adotar além do princípio
de Arquimedes, o peso do navio que iremos chamar de “Deslocamento” e o ponto
resultante de impulsão que atua sobre o casco que chamaremos de “Centro de Carena”
ou, “Centro de Empuxo” ou, “Centro de Volume”, que é o centro de gravidade do
volume da água deslocada.

Desta forma teremos uma embarcação em equilíbrio quando o seu peso for igual
ao empuxo ou deslocamento:

𝑃 = 𝐸(peso = empuxo) 𝑜𝑢 𝑃 = {p = Deslocamento} =}EQUILÍBRIO

Qualquer objeto flutuante está em equilíbrio estático quando o seu centro de


gravidade estiver abaixo do centro de carena.

Podemos considerar que o centro de carena, é o ponto geométrico das Obras


Vivas(¹.)

¹. Obras Vivas:

é a região do corpo\objeto que fica submersa, é o volume imerso do corpo\objeto, localizada abaixo do plano de flutuação
5

Na posição de equilíbrio, os centros de gravidade e de carena estão alinhados com


relação à vertical. Quando o centro de gravidade fica abaixo do centro de carena, como
na figura abaixo, o equilíbrio é estável: quando o corpo gira num sentido, os centros de
gravidade e de carena deixam de se alinhar, e aparece um torque que tende a restaurar
esse alinhamento. Quando o centro de gravidade fica acima do centro de carena, o torque
resultante; tende a afastar ainda mais o objeto da posição original; o equilíbrio é, assim,
instável.

Fonte: Marcos Moura, Wikibooks, 2018.

𝐶𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 ⅆ𝑒 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 < 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 ⅆ𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑒𝑛𝑎: 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 𝑒𝑠𝑡á𝑣𝑒𝑙

Corpo submerso em fluido homogêneo:

centro de gravidade (G) e

centro de carena (B).

Em um corpo\objeto parcialmente submerso, o centro de gravidade está sempre


acima do centro de carena. Quando este corpo gira em um determinado sentido, o centro
de carena se desloca. O ponto de interseção da linha vertical que passa pelo novo centro
de carena e do eixo de simetria vertical do objeto, onde está o seu centro de gravidade, é
chamado de metacentro.

Criação do conceito de Metacentro (M) foi na década de 1740, por Pierre Bouguer,
que foi um matemático, físico, hidrógrafo francês.

Quando o corpo está em equilíbrio, podemos dizer que o seu plano é vertical e o
centro de carena (B) está contido neste plano. Quando o corpo é um barco, é realizado a
distribuição das cargas de forma a mantê-lo equilibrado horizontalmente. Contudo, o
centro de massa coincidirá com o centro de massa geométrico, e o torque devido a ação
da gravidade será nulo.

O metacentro se desloca à medida que o corpo é girado, acompanhando o


deslocamento do centro de carena.
Fonte: Marcos Moura, Wikibooks, 2018.

As posições do centro de carena (Bn) e do metacentro (Mn) mudam à medida que o corpo é tombado

𝑚𝑒𝑡𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑎𝑐𝑖𝑚𝑎 ⅆ𝑜 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 ⅆ𝑒 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖ⅆ𝑎ⅆ𝑒 = ℎ𝑚 > 0

A posição original do metacentro pode ser calculada a partir da posição do centro


de carena. A partir das figuras, podemos escrever:
Metacentro

̅̅̅̅
𝑘𝑀 = ̅̅̅̅
𝑘𝐶 + ̅̅̅̅̅
𝐶𝑀

Carena
². Quilha

Fonte: Marcos Moura, Wikibooks, 2018.

². Quilha (K) (K de Kell):

É o ponto de referência da linha de base a partir do ponto de referência na quilha, que serve de referência para todas as
outras medições.
Conclusão:

Ao fim do trabalho, pode- se concluir que o teorema de Arquimedes foi fundamental para
que hoje pudéssemos entender de uma forma constante, sobre a estabilidade dos corpos em um
fluido, e compreender como objetos de grandes dimensões conseguem se manter submersos nesse
fluído.

E um dos pontos principais de explicação é o centro de carena, onde virmos que junto ao
centro de gravidade o corpo\objeto flutua e determina o deslocamento do mesmo. Foi constatado
que conforme esse corpo sofre uma alteração de movimento, o centro de carena ou volume de
carena, sofre um deslocamento do fluído, onde dependendo da posição do volume de carena e do
centro de gravidade, nos será dado o ponto de equilíbrio do corpo. E quando o corpo gira num
sentido, os centros de carena e gravidade deixam de se alinhar, e consequentemente aparece um
torque que tende a restaurar esse alinhamento.
Referências Bibliográficas:

MOURA, Marcos. Mecânica dos fluidos/Empuxo sobre corpos submersos. In: Mecânica
dos fluidos/Empuxo sobre corpos submersos. [S. l.], 22 out. 2018. Disponível em:
https://pt.m.wikibooks.org/wiki/Especial:History/Mec%C3%A2nica_dos_fluidos/Empu
xo_sobre_corpos_submersos . Acesso em: 29 mar. 2023.
"Empuxo" em Só Física. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2023. Consultado
em 29/03/2023 às 21:25. Disponível na Internet
em http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/EstaticaeHidrostatica/empuxo.php
MARTINS, Marcelo. Hidrostática e Estabilidade. ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Naval e
Oceânica, [S. l.], p. 1-10, 15 jan. 2010. Disponível em:
https://docplayer.com.br/39215271-Hidrostatica-e-estabilidade.html . Acesso em: 25
mar. 2023.
TREINAMENTOS E VISTORIAS MARITIMAS: DESCOMPLICANDO A
ESTABILIDADE DE EMBARCAÇÕES - PARTE 1. In: TREINAMENTOS E
VISTORIAS MARITIMAS: DESCOMPLICANDO A ESTABILIDADE DE
EMBARCAÇÕES - PARTE 1. [S. l.], 16 mar. 2015. Disponível em:
http://trevismar.blogspot.com/2015/05/descomplicando-estabilidade-de.html . Acesso
em: 27 mar. 2023.

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