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INTERPRETAÇÃO DE

TEXTO
Caderno de Questões – IDECAN

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões – IDECAN
Bruno Pilastre

Sumário
Caderno de Questões – IDECAN.................................................................................................... 3
Introdução......................................................................................................................................... 3
Exercícios........................................................................................................................................... 4
Gabarito............................................................................................................................................ 34

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Caderno de Questões – IDECAN
Bruno Pilastre

CADERNO DE QUESTÕES – IDECAN


Introdução
Chegamos ao momento central: a análise da banca IDECAN (Instituto de Desenvolvimento
Educacional, Cultural e Assistencial Nacional), organizadora de seu concurso.
Antes de resolvermos as questões, quero destacar o padrão geral de abordagem da banca
em relação ao conteúdo de Texto. Primeiramente, você perceberá que algumas questões pos-
suem redação confusa, o que compromete a sua resolução. Além disso, em muitas questões
é preciso escolher a alternativa “menos errada”. É necessário ter paciência com essas falhas
da banca, porque é com ela que temos de lidar. Também observo que os textos são extensos
e cansativos (por isso, prepare-se para ler bastante, ok?).
Os principais conteúdos abordados são os seguintes:
• interpretação de texto;
• tipologias textuais;
• mecanismos de coesão textual (uso de pronomes e de conjunções);
• pressupostos e subentendidos;
• sentidos do texto;
• reescrita de frases e períodos.

Bom, agora podemos ir às questões!

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EXERCÍCIOS
001. (IDECAN/CRN 3ª/ASSISTENTE/2019)

O texto, que pertence ao gênero campanha, tem como finalidade principal


a) apresentar os benefícios da casca das frutas à saúde.
b) persuadir o destinatário a incentivar o consumo integral dos alimentos.
c) sugerir que a casca é mais nutritiva do que a própria fruta.
d) combater o desperdício de alimentos oferecendo receitas de pratos feitos apenas com a
casca das frutas.
e) alertar a população acerca da importância das frutas para a saúde.

E então, conseguiu resolver corretamente essa questão? É relativamente, simples: a função do


texto é tentar convencer o receptor da mensagem (destinatário, o leitor) a aproveitar (consu-
mir) o alimento integralmente. Para comprovar isso, basta ler o conteúdo da campanha.
Letra b.

002. (IDECAN/CRN 3ª/ASSISTENTE/2019) Assinale a alternativa que reproduz uma mensa-


gem compatível com a da pergunta “Sabia que a casca das frutas também tem nutrientes?”.
a) Também sabia que a casca das frutas tem substâncias que nutrem?

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b) Você sabia também que a casca das frutas é nutritiva?


c) Sabia que a polpa das frutas também tem nutrientes?
d) A casca das frutas tem nutrientes. Também sabia disso?
e) Sabia que nutrientes também estão na casca das frutas?

A “compatibilidade” envolve a manutenção do conteúdo informacional. A pergunta informa


principalmente que: a casca da fruta tem nutrientes. Esse conteúdo informacional é preserva-
do na alternativa (e). Nas demais alternativas, há modificação em relação ao conteúdo original.
Letra e.

003. (IDECAN/DETRAN-RO/TÉCNICO/2014)
Depois dos táxis, as ‘caronas’

No princípio era o táxi. Dezenas de aplicativos de celular para chamar amarelinhos proli-
feraram no ano passado, seduzindo passageiros e incomodando cooperativas. Agora, a nova
onda de soluções móveis para o trânsito tenta abolir taxistas por completo em busca de obje-
tivo mais ambicioso: convencer motoristas a aderirem, de vez, às caronas.
Um dos modelos é inspirado em softwares que fazem sucesso – e barulho – em São Fran-
cisco e Nova York, a exemplo de Uber e Lyft. A primeira experiência do tipo no Brasil atende
pelo nome de Zaznu – gíria em hebraico equivalente ao nosso “partiu?” – e começou pelo Rio,
mês passado.
Por meio do app, donos de smartphones solicitam e oferecem caronas a desconhecidos.
Tudo começa com o passageiro, que aciona o programa para pedir uma carona. Com base na
localização e no perfil da pessoa, motoristas cadastrados que estiverem nas redondezas deci-
dem se topam ou não pegá-lo. Quando a carona é aceita, os dois conversam por telefone para
combinar o ponto de encontro.
Para garantir a segurança dos passageiros, o Zaznu diz entrevistar os motoristas cadastra-
dos, além de checar antecedentes criminais. Já os passageiros precisam registrar um cartão
de crédito para pagamentos “voluntários”.
É justamente por não ser gratuito que o aplicativo já faz barulho. Tão logo surgiu, taxistas
abriram a página no Facebook “Zaznu, a farsa da carona solidária”, que denuncia “o crime que
é oferecer serviço de transporte em carro particular”, como explicou o criador do grupo, Allan
de Oliveira. O sindicato da categoria no Rio concorda.
– É irregular, iremos à Justiça. Mas temos certeza de que a prefeitura vai detê-lo – disse o
diretor José de Castro.
Procurada por duas semanas, a Secretaria Municipal de Transportes do Rio não se
manifestou.

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Em sua defesa, Yuri Faber, fundador do Zaznu, alegou que o aplicativo não constitui um
serviço pago de transportes porque seus termos de uso classificam o pagamento como “doa-
ção opcional”. A sugestão de preço equivale a 80% do preço que seria cobrado por um táxi no
mesmo trajeto. A Zaznu fica com um quinto do valor, o resto vai para o motorista.
– O passageiro tem todo o direito de decidir se paga, e quanto paga. O app só sugere um
valor – justificou.
(O Globo, 20/04/2014.)

Quanto ao nível de formalismo da linguagem, assinale o trecho do texto que apresenta carac-
terísticas de uma linguagem coloquial.
a) “Dezenas de aplicativos de celular [...]” (1º§).
b) “[...] a nova onda de soluções móveis [...]” (1º§).
c) “[...] solicitam e oferecem caronas a desconhecidos.” (3º§).
d) “[...] conversam por telefone para combinar o ponto de encontro.” (3º§).
e) “A sugestão de preço equivale a 80% do preço que seria cobrado [...]” (8º§).

É coloquial o trecho com a expressão “nova onda”. Isso porque há uso de linguagem conotativa
e expressiva.
Letra b.

004. (IDECAN/PREFEITURA DE DUQUE DE CAXIAS-RJ/ENFERMEIRO/2014)


Fomos seduzidos pela autoespionagem

Sabemos que estamos sendo observados, mas não sabemos (e nem nos importamos)
por quem e por quê. As câmeras de monitoramento são, hoje, talvez a visão mais comum em
qualquer passeio. Tão corriqueiras que nem sequer as notamos. Estão como se escondendo
na luz do sol. Mas há algo que as diferenciam das câmeras escondidas na tela da TV do quarto
de Winston Smith (do livro 1984, de George Orwell): elas não observam você para mantê-lo na
linha e forçar a uma rotina programada. Elas não dão ordens, nem lhe tiram o livre-arbítrio. Elas
estão onde estão (todos os lugares) apenas para manter em segurança você e as liberdades
das quais você desfruta... Bem, pelo menos é isso o que lhe parece.
Não fiquei surpreso com as revelações de Edward Snowden – provavelmente nem você
ficou, nem os políticos que fingiram ignorar aqueles fatos. Eu estava consciente da onipresen-
ça da espionagem e da enorme quantidade de “bases de dados” que ela produziu: um volume
muito superior ao que qualquer órgão do passado, como CIA ou KGB, tinha conseguido com
sua incontável legião de informantes. O que me deixou boquiaberto foi a indiferença com que
os “cidadãos comuns” receberam as revelações de Snowden. A mídia esperava que elas provo-
cassem uma disparada nos índices de audiência e nas vendas dos jornais, mas tais revelações
provocaram apenas tremores de terra onde eram esperados terremotos.
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Suspeito que tal reação (ou melhor, a ausência dela) se deva, em parte, a uma satisfação
consciente ou inconsciente com a autoespionagem. Afinal, uma das principais atrações da
internet é a constante possibilidade de estar na “esfera pública”, ao menos na versão online,
antes reservada a poucos escolhidos por grandes corporações de rádio e TV. Para milhões de
assustados com o fantasma da solidão, foi uma oportunidade sem precedentes de salvar-se
do anonimato, da negligência, do esquecimento e do desamparo.
Um efeito colateral das revelações de Snowden foi tornar os internautas conscientes de quão
grande e recheada de “pessoas importantes” é essa esfera pública virtual. Isso forneceu a eles
a prova do quão seguros são seus investimentos de tempo e energia em amigos virtuais e no
espaço público virtual. Na verdade, os efeitos mais profundos das revelações de Snowden serão
um salto ainda maior na dedicação à autoespionagem voluntária e não remunerada. Isso para a
alegria e satisfação dos consumidores e do mercado de segurança. Quanto à satisfação de soli-
tários sonhando com a chance de acesso livre para todos à relevância pública, é pagar pra ver...
(Bauman Zygmunt. Galileu, março de 2014.)

No final do texto, a expressão “é pagar pra ver...” faz referência ao acesso às informações de
relevância público para todos. Tal expressão pode ser caracterizada como:
a) linguagem informal.
b) típica da linguagem técnica.
c) linguagem de sentido denotativo.
d) linguagem formal, predominante no texto.
e) típica da linguagem usada no espaço virtual.

A expressão “pagar para ver” significa “duvidar da materialização de uma ameaça ou da reali-
zação de algo prometido ou anunciado”. Essa expressão é comumente utilizada em situações
informais de comunicação.
Letra a.

005. (IDECAN/CREFITO-8ª/ANALISTA/2013)
Não vivemos sem monstros

Os monstros fazem parte de todas as mitologias. Os havaianos acreditam em um homem


com uma boca de tubarão nas costas. Os aborígines falam de uma criatura com corpo humano,
cabeça de cobra e tentáculos de polvo. Entre os gregos, há relatos de gigantes canibais de um
olho, do Minotauro, de uma serpente que usa cabeças de cachorros famintos como um cinto.
Não importam as diferenças de tamanho e forma. Os monstros têm uma característica
em comum: eles comem pessoas. Expressam nossos medos de sermos destruídos, dilacera-
dos, mastigados, engolidos e defecados. O destino humilhante daqueles que são comidos é
expresso em um mito africano a respeito de uma ave gigante que engole um homem e, no dia
seguinte, o expele. Além de significar a morte, este tipo de destino final nos diminui, nos tira
qualquer ilusão de superioridade em relação aos outros animais.
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Para os homens de milhões de anos atrás esta era uma realidade. Familiares, filhos, amigos
eram desmembrados e devorados. Passamos muito tempo da nossa história mais como caça
do que caçador. Tanto que até hoje estamos fisiologicamente programados para reagir a situ-
ações de estresse da mesma forma com que lidávamos com animais maiores – e famintos.
O arquétipo do monstro, tão recorrente em nossa história cultural, expressa e intensifica
nosso medo ancestral dos predadores. A partir do momento em que criamos estes seres e os
projetamos no reino da mitologia, nos tornamos capazes de lidar melhor com nossos medos.
Em sua evolução no plano cultural, os monstros passaram a explicar a origem de outros ele-
mentos que nos assustam e colocam nossas vidas em risco, em especial fenômenos naturais
como vulcões, furacões e tsunamis.
Mais que isso, esses seres fictícios nos permitiram lidar com a mudança de nossa situação
neste planeta. Conforme nos tornamos predadores, passamos a incorporar os monstros como
forma de autoafirmação. E, diante do imenso impacto que provocamos nos ecossistemas que
tocamos, também de autocrítica. De certa forma, nos tornamos os monstros que temíamos.
Isso provoca uma sensação dupla de poder e culpa.
Começamos com os dragões, os primeiros arquétipos de monstros que criamos, e chega-
mos ao Tubarão, de Steven Spielberg, e ao Alien, de Ridley Scott. Nessas tramas, o ser maligno
precisa ser destruído no final, mesmo que para voltar de forma milagrosa no volume seguinte
da franquia.
Precisamos dos monstros. Eles nos ajudam há milênios a manter nossa sanidade mental.
É por isso que os mitos foram repetidos através dos séculos, alimentaram enredos literários e
agora enchem salas de cinema. Não temos motivo nenhum para abrir mão deles.
(Paul A. Trout. Revista Galileu. Março de 2012, n. 248 I. Editora Globo.)

A expressão sublinhada em “Não temos motivo nenhum para abrir mão deles.” (7º§) é um
exemplo de linguagem:
a) padrão.
b) regional.
c) pejorativa.
d) conotativa.
e) denotativa.

A expressão “abrir mão” não significa abrir a “extremidade do membro superior, articulada com
o antebraço pelo punho e terminada pelos dedos”. A expressão significa “desistir, desinteres-
sar-se de; ceder, desabrir mão de”. Por isso, o emprego é conotativo.
Letra d.

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006. (IDECAN/CÂMARA DE ARACRUZ-ES/ANALISTA/2016)


“O Brasil não escapa dessa poluição, mas apresenta um ar de qualidade mais razoável.”
Considerando-se o efeito de sentido produzido pela conjunção “mas” no período em destaque,
assinale a reescrita que mantém tal sentido apresentado de forma coerente e coesa.
a) O Brasil não escapa dessa poluição, contudo apresenta um ar de qualidade mais razoável.
b) O Brasil não escapa dessa poluição, portanto, apresenta um ar de qualidade mais razoável.
c) Ainda que o Brasil apresente um ar de qualidade mais razoável, não escapa dessa poluição.
d) Embora apresente um ar de qualidade mais razoável, o Brasil – deste modo – não escapa
dessa poluição.

A conjunção mas pode ser substituída por contudo. As demais alternativas apresentam con-
junções que não possuem a mesma semântica adversativa.
Letra a.

007. (IDECAN/CRN 3ª/ASSISTENTE/2019)


Quem vê cara não vê nutriente

“Me vê uma manga bonita, por favor?”, pede um rapaz ao feirante Luiz Souza Silva, de 47
anos. Ao receber o produto já dentro da sacola, o moço paga e vai embora. E Silva se apressa
para explicar: “Fruta bonita precisa ser lustrosa por fora, ter brilho e sabor por dentro. As nos-
sas são todas assim. O cliente nem precisa escolher muito”.
Mais que papo de vendedor, ele sabe bem que uma das poucas coisas que não mudaram nos
25 anos em que mantém sua barraca na feira livre do Pacaembu, em São Paulo, é a preferência por
alimentos de encher os olhos. O que pouca gente imagina é que, nesse campo, as aparências po-
dem, sim, enganar. Nem sempre o vegetal mais bonito é o de melhor qualidade. “Basta ver os orgâ-
nicos, que costumam ser menores e mais feios, mas ao mesmo tempo são mais saudáveis porque
não levam agrotóxicos”, nota a nutricionista Elke Stedefeldt, da Universidade Federal de São Paulo.
BASÍLIO, Andressa (colaboradora). Disponível em: <https://saude.abril.com.br>. Acesso em: 6 abr. 2019, com
adaptações.

O primeiro parágrafo é constituído por uma estrutura predominantemente


a) descritiva, pois enumera as características de um vegetal de boa qualidade.
b) dissertativa, pois expressa uma opinião contrária ao ato praticado por um feirante ao tentar
enganar um cliente.
c) narrativa, pois relata um acontecimento que serve como exemplo para uma informação de-
clarada no início do segundo parágrafo.
d) descritiva, pois registra uma série de características dos tipos humanos que frequentam as
feiras populares e dos que trabalham nesse ramo.
e) dissertativa, pois explica as principais diferenças entre os alimentos bons e os ruins.

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O primeiro parágrafo é claramente narrativo: há relatos de eventos em um tempo e um espaço.


Os personagens dialogam e há inserção de discursos. Como corretamente afirmado na alter-
nativa (c), a apresentação do relato serve como exemplo (ilustração) para o que se declara na
sequência do texto. Questão tranquila, não é?
Letra c.

008. (IDECAN/DETRAN-RO/TÉCNICO/2014)
Depois dos táxis, as ‘caronas’

No princípio era o táxi. Dezenas de aplicativos de celular para chamar amarelinhos proli-
feraram no ano passado, seduzindo passageiros e incomodando cooperativas. Agora, a nova
onda de soluções móveis para o trânsito tenta abolir taxistas por completo em busca de obje-
tivo mais ambicioso: convencer motoristas a aderirem, de vez, às caronas.
Um dos modelos é inspirado em softwares que fazem sucesso – e barulho – em São Francis-
co e Nova York, a exemplo de Uber e Lyft. A primeira experiência do tipo no Brasil atende pelo nome
de Zaznu – gíria em hebraico equivalente ao nosso “partiu?” – e começou pelo Rio, mês passado.
Por meio do app, donos de smartphones solicitam e oferecem caronas a desconhecidos.
Tudo começa com o passageiro, que aciona o programa para pedir uma carona. Com base na
localização e no perfil da pessoa, motoristas cadastrados que estiverem nas redondezas deci-
dem se topam ou não pegá‐lo. Quando a carona é aceita, os dois conversam por telefone para
combinar o ponto de encontro.
Para garantir a segurança dos passageiros, o Zaznu diz entrevistar os motoristas cadastra-
dos, além de checar antecedentes criminais. Já os passageiros precisam registrar um cartão
de crédito para pagamentos “voluntários”.
É justamente por não ser gratuito que o aplicativo já faz barulho. Tão logo surgiu, taxistas
abriram a página no Facebook “Zaznu, a farsa da carona solidária”, que denuncia “o crime que
é oferecer serviço de transporte em carro particular”, como explicou o criador do grupo, Allan
de Oliveira. O sindicato da categoria no Rio concorda.
– É irregular, iremos à Justiça. Mas temos certeza de que a prefeitura vai detê‐lo – disse o
diretor José de Castro.
Procurada por duas semanas, a Secretaria Municipal de Transportes do Rio não se
manifestou.
Em sua defesa, Yuri Faber, fundador do Zaznu, alegou que o aplicativo não constitui um
serviço pago de transportes porque seus termos de uso classificam o pagamento como “doa-
ção opcional”. A sugestão de preço equivale a 80% do preço que seria cobrado por um táxi no
mesmo trajeto. A Zaznu fica com um quinto do valor, o resto vai para o motorista.
– O passageiro tem todo o direito de decidir se paga, e quanto paga. O app só sugere um
valor – justificou.
(O Globo, 20/04/2014.)

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De acordo com as estruturas textuais e seu principal objetivo, é correto afirmar que o texto é
predominantemente:
a) científico.
b) instrutivo.
c) dissertativo.
d) informativo.
e) argumentativo.

Na resolução desse item, é importante observar o valor da palavra predominantemente. Todo o


texto possui o objetivo de informar o leitor acerca de um tema da atualidade. No entanto, caso
a palavra predominantemente não estivesse presente, seria possível classificá-lo como dis-
sertativo, se se considerasse a tipologia dissertativo-expositivo – e, nesse caso, a exposição
seria sobre um fato concreto da atualidade.
Letra d.

009. (IDECAN/SEARH-RN/PROFESSOR/2016)
Arte e natureza

A natureza é uma grande musa. É por ela, e por meio dela, que sentimos a força criadora do
entusiasmo – energia maior da inspiração que nos permite registrar, com prazer, a experiência
da beleza refletida na harmonia das formas e no delicado equilíbrio das cores naturais. Para os
antigos gregos, o entusiasmo (em + theos) nascia do encontro com odaimon, um gênio bon-
doso que seria o nosso guia pela vida inteira. Essa experiência nos permite também ter uma
simpatia especial com o natural. E desperta a nossa criança interior, que estaria ansiosa para
continuar brincando.
Esse é o momento em que o fotógrafo de natureza pega sua câmera, pois escuta a voz
interior da inspiração falar: “Vá, exercite suas asas, faça o registro, descubra sua luz e espalhe
sua voz pelos quatro cantos do mundo!” O desejo começará a fazer as pazes com o coração
para que todos possam aprender, apreciar e amar a natureza. Conjugar o natural com o artís-
tico, fazer da imagem um ornamento, um texto atraente – eis as primeiras condições de uma
estética do natural.
O belo natural é a matriz primeira do belo artístico. Essa é a expressão mimética mais con-
vincente da beleza ideal como tanto defendia Kant. É por isso que a arte ecológica tanto nos
seduz, porque estimula o olhar na ampliação desse grande mistério que é ser. O artista é o que
intui melhor esse sentimento e busca compulsivamente exprimi‐lo por meio do seu trabalho.
O artista ecológico vive dessa temperatura e é por meio da natureza que ele fala, ou melhor,
é por ela que ele aprende a falar com sua própria voz. E o momento da criação surge quando,
levados por aquela força inspiradora, a intuição e a experiência racional se abraçam numa feliz
alquimia. Fiat lux! É o instante em que esse encontro torna‐se obra, registro e documentação.

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Se o artista foi tocado pela musa, desse momento em diante será sempre favorecido por
esse impulso. Essa força não é apenas a expressão passageira de uma vontade, mas uma
busca pela vida toda na direção de algo ansioso por se tornar imagem. Esse algo é a obra de
arte cuja função não vai ser apenas a de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela
conivência.
Quando o homem está inspirado, nada o detém. Se o sofrimento e toda sorte de obstáculos
o atingem, ele cria na dor; e esse sacrifício (sacro‐ofício), ao término da obra, se tornaria um
exemplo de persistência e de nobreza de espírito. Se está feliz, ele expressa sua felicidade no
trabalho. Nesse instante, por exemplo, o fotógrafo da natureza, no sozinho da sua alma, poderá
dizer: “Translúcida inspiração, eu a vejo em brilho com seu sorriso pintado em azul. Deixe‐me
por um momento desenhar seu vulto na alquimia luminosa da minha lente!”.
Podemos concluir que o brilho de uma obra de arte nunca se apaga, isto é, ela nunca ter-
mina de dizer. No sentido de que, enquanto houver espectador para avaliar, apreciar, cuidar,
guardar e restaurar, haverá obra e, assim, ela estará sempre acima do tempo. Desse tempo que
destrói, desfigura e mata. O quadro “Guernica”, do pintor espanhol Pablo Picasso, por exemplo,
devolve ao avaliador uma mensagem tão poderosa que aquela obra provocará surpresa e ad-
miração enquanto existir um olhar que a contemple e avalie.
E é esse olhar que faz da obra do tempo histórico uma surpreendente permanência, a des-
peito da perda do efêmero e do fugidio. No final, o artista, o espectador, a obra e o tempo se
congratulam. É essa junção de forças que mantém vivo todo trabalho artístico. Ainda bem que
a natureza sabe escolher com paciência seus artesãos. Isto é, aqueles que vão dizê‐la com
suas próprias vozes, como o fotógrafo, o escultor, o desenhista, o músico e o pintor.
(Alfeu Trancoso – Ambientalista e professor de Filosofia da PUC/Minas.)

O texto deve ser incluído, por suas marcas predominantes, entre o seguinte modo de organiza-
ção discursiva:
a) narrativo.
b) descritivo.
c) expositivo.
d) argumentativo.

Novamente, a palavra predominante está presente. Ainda que haja traços de argumentação,
a principal função do texto (e, por consequência, seu modo de organização predominante) é
expositiva.
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010. (IDECAN/PREFEITURA DE RIO NOVO DO SUL-ES/AGENTE/2015)


Como cuidar de seu dinheiro em 2015

Gustavo Cerbasi
Em 2015, cuidarei bem do meu dinheiro. Organizarei bem os números e as verbas. Esses
números mudarão bastante ao longo do ano. Um monstro chamado inflação ronda o país. Só
que, agora, ele usa um manto da invisibilidade, que ganhou de seu criador, o governo. Quando
morder meu bolso, eu nem saberei de onde terá vindo o ataque, não terei tempo de me defen-
der. Por isso, deixarei boas gorduras no orçamento para atirar a ele, quando aparecer. Essas
gorduras serão chamadas de verba para lazer e reservas de emergência.
Em 2015, não farei apostas. Já há gente demais apostando em imóveis, ações e outros
investimentos especulativos. Farei escolhas certeiras. Deixarei a maior parte de meu investi-
mento na renda fixa. Ela está com uma generosidade única no mundo. Enquanto isso, estudo
o desespero de especuladores que aguardarão a improvável recuperação dos imóveis, da Pe-
trobras, da credibilidade dos mercados. Quando esses especuladores jogarem a toalha, usarei
parte de minhas reservas para fazer investimentos bons e baratos. Mas não na Petrobras.
Muita gente fala que, com a inflação e a recessão, pode perder o emprego ou os clientes.
Faltará renda, faltarão consumidores. O ano de 2015 será, mais uma vez, ruim para quem ven-
de. Será um ano bom para quem pensa em comprar. Estarei atento aos bons negócios para
quem tem dinheiro na mão. Se a renda fixa paga bem, a compra à vista tende a me dar descon-
tos maiores. É por esse mesmo motivo que, em 2015, evitarei as dívidas. Os juros estão altos
e isso me convida a poupar, e não a alugar dinheiro dos bancos. Dívidas de longo prazo são
corrigidas pela inflação, também em alta. Por isso, aproveitarei os ganhos extras de fim de ano
para liquidar dívidas e me policiar para não contrair novas.
No ano que começa, também não quero fazer papel de otário e deixar nas mãos do governo
mais impostos do que preciso. Não sonegarei. Mas aproveitarei o fim do ano para organizar
meus papéis e comprovantes, planejar a declaração de Imposto de Renda de março e tentar
a maior restituição que puder, ou o mínimo pagamento necessário. Listarei meus gastos com
dependentes, educação e saúde, doarei para instituições que fazem o bem, aplicarei num PGBL
o que for necessário para o máximo benefício. Entregarei minha declaração quanto antes, no
início de março. Quero ver minha restituição na conta mais cedo, já que 2015 será um ano bom
para quem tiver dinheiro na mão.
Para quem lamenta, recomendo cuidado com o monstro e com o governo. Para quem está
atento às oportunidades, desejo boas compras.
De acordo com a tipologia textual, o objetivo principal do autor é:
a) narrar.
b) instruir.
c) descrever.
d) argumentar.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões – IDECAN
Bruno Pilastre

Em seu texto, o autor busca convencer o leitor sobre seus posicionamentos (relacionados à
área de finanças pessoais). O texto, redigido em primeira pessoa, tem esse principal objetivo:
argumentar.
Letra d.

011. (IDECAN/HC-UFPE/ADVOGADO/2014)
Liberdade de imprensa e liberdade de opinião

Há muita dificuldade conceitual, especialmente no Judiciário, para entender o papel dos


grupos de mídia e de conceitos como liberdade de imprensa, liberdade de opinião e direito à
informação.
Tratam como se fossem conceitos similares.
Direito à informação e liberdade de expressão são direitos dos cidadãos, cláusulas pétreas
da Constituição.
Liberdade de imprensa é um direito acessório das empresas jornalísticas. Por acessório
significa que só se justifica se utilizado para o cumprimento correto da importantíssima mis-
são constitucional que lhe foi conferida.
No Brasil, no entanto, o conceito de liberdade de imprensa tornou-se extraordinariamente
elástico, fugindo completamente dos princípios que o originaram. E há enorme resistência do
Judiciário em discutir o tema. É tabu.
Os grupos de mídia trabalham com jornalismo, entretenimento e marketing. E têm interes-
ses comerciais próprios de uma empresa privada.
Jogaram todas as atividades de mídia debaixo da proteção da liberdade de imprensa, mes-
mo as não jornalísticas, tornando-as imunes a qualquer forma de controle seja de costumes
seja da mera classificação indicativa.
Anos atrás, uma procuradora da República intimou a Rede Globo devido a conceitos in-
corretos sobre educação inclusiva propagados em uma novela. Foi alvo de artigos desmorali-
zadores do colunista Arthur Xexéo – “acusando-a” de pretender interferir no roteiro, ferindo a
liberdade de expressão.
A ação proposta contra o apresentador Gugu, por ocasião da falsa reportagem sobre o
PCC, rendeu reportagem desmoralizadora da revista Veja contra os proponentes da ação, em
nome da liberdade de expressão.
A mera tentativa do Ministério da Justiça de definir uma classificação etária indicativa para
programas de televisão foi torpedeada pela rede Globo, sob a acusação de interferência na
liberdade de expressão.
Em todos os casos, a Justiça derrubou as ações em nome da liberdade de imprensa.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões – IDECAN
Bruno Pilastre

Quando o conceito de liberdade de imprensa foi desenvolvido – no bojo da criação do mo-


delo de democracia norte-americano – o pilar central era o da mídia descentralizada, exprimin-
do a posição de grupos diversificados, permitindo que dessa atoarda nascessem consensos e
representações.
As rádios comunitárias eram a expressão mais autêntica desse papel democratizante da
mídia, assim como as mídias regionais.
Hoje as rádios comunitárias são criminalizadas. E as concessões públicas tornaram-se
moeda de troca com grupos políticos, com coronéis eletrônicos, que a tratam como proprieda-
de privada. É inacreditável a naturalidade com que se aceita o aluguel de horários para grupos
religiosos, ou a venda das concessões para outros grupos, como se fossem propriedade pri-
vada e não um ativo público.
Tudo isso decorre da enorme concentração do setor, responsável por inúmeras distorções.
Houve perda de representatividade da mídia regional, esmagamento das diferenças culturais,
ideológicas.
Daí o movimento, em muitos países, por um marco regulatório que de maneira alguma inter-
fira na liberdade de expressão. Mas que permita a desconcentração de mercado, promovendo o
florescimento de novos grupos de mídia que tragam a diversificação e a pluralidade para o setor.
Enfim, instituir a verdadeira economia de mercado no setor.
(Luis Nassif. Disponível em: http://jornalggn.com.br/noticia/liberdade-de-imprensa-e-liberdade-de-opiniao.)

Acerca das características textuais e semânticas, o texto configura-se como sendo:


a) narrativo.
b) instrutivo.
c) descritivo.
d) explicativo.
e) argumentativo.

O texto em análise possui todas as características de argumentação: faz uso de argumentos


lógicos com o objetivo de convencer o leitor sobre um determinado ponto de vista.
Letra e.

012. (IDECAN/INMETRO/PESQUISADOR/2015)

A partir da década de 70, tendo como marco histórico a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e diante dos problemas oriundos da degradação ambiental, iniciou-se
no mundo uma crescente consciência de que seria necessária uma forma diferenciada do ser
humano se relacionar com a natureza, e de gerar e distribuir riquezas.
Por outro lado, em paralelo a este movimento chamado “verde”, a desigualdade social foi
nas últimas décadas expandindo numa velocidade vertiginosa e com ela crescendo a exclusão
social e a violência.
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Caderno de Questões – IDECAN
Bruno Pilastre

Em decorrência destes dois fatores deparamo-nos, na década de 90, com um novo fe-
nômeno social, qual seja a proliferação do 3º setor: a esfera pública não-estatal. Somado a
isto, ganharam força os movimentos da qualidade empresarial e dos consumidores. De agente
passivo de consumo, o consumidor passa a ser agente de transformação social, por meio do
exercício do seu poder de compra, uso e descarte de produtos, de sua capacidade de poder
privilegiar empresas que tinham valores outros que não somente o lucro na sua visão de negó-
cios. Assim, sociedade civil e empresas passam a estabelecer parcerias na busca de soluções,
diante da convicção de que o Estado sozinho não é capaz de solucionar a todos os problemas
e a responder a tantas demandas.
É diante desta conjuntura que nasce o movimento da responsabilidade social. Movimento
este que vem crescendo e ganhando apoio em todo o mundo, e que propõe uma aliança estra-
tégica entre 1º, 2º e 3º setores na busca da inclusão social, da promoção da cidadania, da pre-
servação ambiental e da sustentabilidade planetária, na qual todos os setores têm responsabi-
lidades compartilhadas e cada um é convidado a exercer aquilo que lhe é mais peculiar, mais
característico. E, para que essa aliança seja possível, a ética e a transparência são princípios
fundamentais no modo de fazer negócios e de relacionar-se com todas as partes interessadas.
À sociedade civil organizada cabe papel fundamental pelo seu poder ideológico – valores,
conhecimento, inventividade e capacidades de mobilização e transformação.
A responsabilidade social conclama todos os setores da sociedade a assumirem a respon-
sabilidade pelos impactos que suas decisões geram na sociedade e meio ambiente. Nesse
sentido, os setores produtivos e empresariais ganham um papel particularmente importante,
pelo impacto que geram na sociedade e seu poder econômico e sua capacidade de formular
estratégias e concretizar ações.
Essa nova postura, de compartilhamento de responsabilidades, não implica, entretanto, em
menor responsabilidade dos governos, ao contrário, fortalece o papel inerente ao governo de
grande formulador de políticas públicas de grande alcance, visando o bem comum e a equida-
de social, aumentando sua responsabilidade em bem gerenciar a sua máquina, os recursos pú-
blicos e naturais na sua prestação de contas à sociedade. Além disso, pode e deve ser o gran-
de fomentador, articulador e facilitador desse novo modelo que se configura de fazer negócios.
(Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/contextualizacao.asp. Acesso
em dezembro de 2014.)

De acordo com a predominância de certos elementos textuais, pode-se afirmar eu o texto apre-
sentado é um exemplo de:
a) injunção.
b) narração.
c) descrição.
d) dissertação.
e) conversação.

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Caderno de Questões – IDECAN
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Para o examinador, dissertação equivale à tipologia dissertativa-argumentativa. O texto, como


podemos observar, é argumentativo, pois faz uso de argumentos para convencer o leitor. Esses
argumentos estão situados no âmbito das ideias.
Letra d.

013. (IDECAN/CRA-MA/AUXILIAR/2014)
Pregos

Foi de repente. Dois quadros que tenho na parede da sala despencaram juntos. Ninguém
os havia tocado, nenhuma ventania naquele dia, nenhuma obra no prédio, nenhuma rachadura.
Simplesmente caíram, depois de terem permanecido seis anos inertes. Não consegui admitir
essa gratuidade, fiquei procurando uma razão para a queda, haveria de ter uma.
Poucos dias depois, numa dessas coincidências que não se explicam, estava lendo um
livro do italiano Alessandro Baricco, chamado Novecentos, em que ele descrevia exatamente a
mesma situação. “No silêncio mais absoluto, com tudo imóvel ao seu redor, nem sequer uma
mosca se movendo, eles, zás. Não há uma causa. Por que precisamente neste instante? Não
se sabe. Zás. O que ocorre a um prego para que decida que já não pode mais?”.
Alessandro Baricco não procura desvendar esse mistério, apenas diz que assim é. Um belo
dia a gente se olha no espelho e descobre que está velho. A gente acorda de manhã e descobre
que não ama mais uma pessoa. Um avião passa no céu e a gente descobre que não pode ficar
parado onde está nem mais um minuto. Zás. Nossos pregos já não nos seguram.
Nascemos, ficamos em pé, crescemos e a partir daí começamos a sustentar nossas in-
quietações, nossos desejos inconfessos, algum sofrimento silencioso e a enormidade da nos-
sa paciência. Nossos pregos são feitos de material maciço, mas nunca se sabe quanto peso
eles podem aguentar. O quanto podemos conosco? Uma boa definição para felicidade: ser leve
para si mesmo.
Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede. Estão novamente fixos no mesmo
lugar. Até que eles, ou eu, sejamos definitivamente vencidos pelo cansaço.
(Martha Medeiros. Disponível em: http://www.dihitt.com/barra/pregos-de-martha-medeiros. Adaptado.)

Acerca do gênero textual, é correto afirmar que “Pregos” trata-se de um(a):


a) conto
b) crônica.
c) descrição.
d) dissertação.
e) argumentação.

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Caderno de Questões – IDECAN
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O texto possui propriedades narrativas: há um narrador em primeira pessoa que relata eventos
ocorridos em determinado tempo e espaço. Com isso, podemos excluir as alternativas (c), (d)
e (e). O texto não é um conto, dada o formato mais sintético que caracteriza a crônica. Além
disso, podemos classificar o texto como uma crônica porque a temática abordada é relaciona-
da a acontecimentos simplórios do dia a dia (ou, em outros casos, a fatos recentes da atuali-
dade). Tanto os acontecimentos simplórios do dia a dia quanto fatos recentes da atualidade
tornam-se, na crônica, dignos de observação por parte do cronista, que ressignifica a dimensão
(simbólica, expressiva) do acontecimento/fato a partir de seu ponto de vista subjetivo.
Letra b.

014. (IDECAN/COLÉGIO PEDRO II/AUXILIAR/2014)


A complicada arte de ver

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio
aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar.
Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria! Entretanto, faz
uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebo-
las. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi
que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo
neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a
cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o
mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me cau-
sa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá
retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa
perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma
cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não,
você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver”.
William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o
tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés
diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da
minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o
chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
(Rubem Alves. Disponível em: http://www.releituras.com/i_airon_rubemalves.asp. Acesso em: 05/2014.)

“O autor narra os acontecimentos a partir de um ponto de vista, o foco narrativo. Deste modo,
é correto afirmar que, no texto, observa-se o foco narrativo em _________________, sendo a visão
dos fatos ________________.”

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Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmação anterior.


a) terceira pessoa / neutra.
b) terceira pessoa / objetiva.
c) primeira pessoa / objetiva.
d) terceira pessoa / subjetiva.
e) primeira pessoa / subjetiva.

As formas pronominais e a flexão do verbo indicam que o relato é narrado em primeira pessoa
(“eu”; “sei disso”). Essa marca linguística traz à narração marcas de subjetividade.
Letra e.

015. (IDECAN/AGU/ADMINISTRADOR/2014)

[...] Pesquisas mostraram baixo stress em advogados defendendo causas difíceis, o qual
virava alto stress diante do trânsito engarrafado. Policiais de Los Angeles tomam facas de cri-
minosos, perseguem bêbados na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu relatório.
Supressa! O stress só aparece na delegacia, absolutamente segura. A lógica é cristalina. O
advogado passou anos se preparando para lidar como stress dos tribunais, mas não os impon-
deráveis do trânsito. O mesmo ocorre com o policial. Tomar facas é sua profissão. Escrever um
relatório que pode ser criticado por seus superiores é terreno pantanoso.
Em segundo lugar, stress não é necessariamente uma coisa ruim. Pode ser boa. O ato de
criação pode ser estressante. Tarefas desafiadoras podem ser estressantes e boas. Portanto,
evitar o stress pode significar distanciar-se de realizações. Entrar nas universidades de primei-
ra linha é dificílimo. Mas é nelas que se concentram as melhores cabeças e de onde saem as
melhores ideias e inovações. É por isso que ouvimos falar tanto de Harvard ou Stanford. [...]
(Cláudio de Moura Castro – Veja, 23 de agosto de 2011.)

De acordo com o tipo textual apresentado, uma ________________ é construída utilizando para
isso, como recurso, _________________________.”
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
a) exposição / exemplificação.
b) argumentação / exemplificação.
c) exposição / citação de autoridade.
d) dissertação / contra-argumentação.
e) argumentação / citação de autoridade.

O autor do texto claramente procura convencer o leitor. Para esse processo de convencimento,
há clara adoção de exemplificação (“Policiais de Los Angeles...”; “Advogados...”).
Letra b.

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016. (IDECAN/AGU/AGENTE/2014)
50 anos depois

[...] No cinquentenário da República, ninguém questionava a quartelada que derrubou o Im-


pério em 1889. Nos 50 anos do Estado Novo, poucos deram atenção ao período que transfor-
mou a economia e a sociedade brasileiras. Pois hoje, dia 31 de março de 2014, 50 anos depois
do golpe militar, o Brasil é tomado de debates inflamados e de um surto incomum de memória
histórica. [...]
Houve avanços em quase todas essas áreas. Estabilizamos a moeda, distribuímos renda,
pusemos as crianças na escola. As conquistas não são poucas, vieram aos poucos e estão
longe de terminadas. Todas elas são fruto do ambiente livre, em que diferentes ideias podem
ser debatidas e testadas. Todas são fruto, numa palavra, da democracia.
Eis a principal diferença entre os dois Brasis, separados por 50 anos: em 1964 havia, à direi-
ta e à esquerda, ceticismo em relação à democracia; hoje, não mais. Se há pensamento autori-
tário no país, ele é minoritário. Nossas instituições democráticas deram prova de vitalidade ao
promover o impeachment de um presidente, a condenação de corruptos poderosos no caso do
mensalão e ao manter ampla liberdade de opinião e de expressão. A cada eleição, o brasileiro
gosta mais da democracia.
Nada disso significa, porém, que possamos considerá-la uma conquista perene e consoli-
dada. Democracias jovens, como Venezuela, Argentina ou Rússia, estão aí para mostrar como
o espectro do autoritarismo pode abalar os regimes de liberdade. A luta pela democracia e
pelas liberdades individuais precisa ser constante, consistente e sem margem para hesitação.
(Helio Gurovitz. Época, 31 de março de 2014. Adaptado.)

De acordo com a estrutura e os recursos utilizados no texto na construção das ideias, é correto
afirmar que se trata de um texto, predominantemente,
a) apelativo.
b) instrutivo.
c) expositivo.
d) informativo.
e) argumentativo.

O propósito centrado do texto é convencer o leitor. Para isso, faz uso de argumentos.
Letra e.

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017. (IDECAN/CRN 3ª/ASSISTENTE/2019)


Quem vê cara não vê nutriente

“Me vê uma manga bonita, por favor?”, pede um rapaz ao feirante Luiz Souza Silva, de 47 anos.
Ao receber o produto já dentro da sacola, o moço paga e vai embora. E Silva se apressa para expli-
car: “Fruta bonita precisa ser lustrosa por fora, ter brilho e sabor por dentro. As nossas são todas
assim. O cliente nem precisa escolher muito”.
Mais que papo de vendedor, ele sabe bem que uma das poucas coisas que não mudaram nos
25 anos em que mantém sua barraca na feira livre do Pacaembu, em São Paulo, é a preferência por
alimentos de encher os olhos. O que pouca gente imagina é que, nesse campo, as aparências po-
dem, sim, enganar. Nem sempre o vegetal mais bonito é o de melhor qualidade. “Basta ver os orgâ-
nicos, que costumam ser menores e mais feios, mas ao mesmo tempo são mais saudáveis porque
não levam agrotóxicos”, nota a nutricionista Elke Stedefeldt, da Universidade Federal de São Paulo.
BASÍLIO, Andressa (colaboradora). Disponível em: <https://saude.abril.com.br>. Acesso em: 6 abr. 2019, com
adaptações.

A respeito dos elementos responsáveis pela coesão do texto, assinale a alternativa correta.
a) O substantivo “moço” (linha 2) refere-se ao termo sublinhado no trecho “pede um rapaz” (linha 1).
b) A suposta substituição do termo “de 47 anos” (linha 1) pela oração que tem 47 anos preju-
dicaria as relações estabelecidas no primeiro período.
c) No trecho “o moço paga e vai embora.” (linha 2), a conjunção sublinhada relaciona duas ora-
ções por meio da ideia de oposição e, assim, garante a sequência textual.
d) Os pronomes “ele” (linha 5) e “sua” (linha 6) referem-se ao termo “um rapaz” (linha 1).
e) A expressão “nesse campo” (linha 7) foi empregada para fazer referência especificamente
ao termo “barraca” (linha 6).

Nesse tipo de questão, é preciso voltar ao texto e identificar as referências entre os termos.
Se observarmos o início do texto, veremos que “rapaz” é retomado pelo sinônimo “moço”. Nas
demais alternativas, as relações referenciais não estão de acordo.
Letra a.

018. (IDECAN/CRN 3ª/ASSISTENTE/2019)


Sistema CFN/CRN

O Sistema tem como órgão central o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) e é integrado,
atualmente, por dez Conselhos Regionais de Nutricionistas (CRN), que representam os diversos
estados brasileiros. O Sistema se mantém com a arrecadação proveniente de anuidades, taxas,
multas e emolumentos (taxa cobrada pela expedição de um documento), recolhidos por pessoas
físicas (nutricionistas e técnicos) e jurídicas (empresas e instituições). Do montante de recursos
arrecadados em todos os dez regionais, 20% são destinados ao CFN.
Disponível em: <http://transparencia.cfn.org.br/>. Acesso em: 6 abr. 2019, com adaptações.

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Considerando a significação contextual das palavras, é correto afirmar que a substituição de


a) “integrado” (linha 1) por coordenado preservaria o sentido original.
b) “atualmente” (linha 2) por hoje alteraria o sentido original.
c) “diversos” (linha 2) por vários alteraria o sentido original.
d) “proveniente” (linha 3) por oriunda alteraria o sentido original.
e) “recolhidos” (linha 4) por arrecadados preservaria o sentido original.

As substituições propostas têm por objetivo identificar se você, candidato(a), é capaz de per-
ceber a equivalência entre termos. Você percebeu, na questão, que “coordenado” é diferente
de “integrado” (alternativa (a)). Atenção: nas alternativas (b), (c) e (d), a banca diz que a substi-
tuição ALTERARIA o sentido original, quando na verdade as mudanças não causam mudança.
Fique atento(a)!
Letra e.

019. (IDECAN/UERN/AGENTE/2016)

Em “A gente não deve matá-las porque elas trabalham para nós”, o termo em destaque é em-
pregado com a mesma denotação vista em:
a) Tal empreendimento é imprescindível para os mais necessitados.
b) A irresponsabilidade para quem assim age é uma prática corriqueira.
c) O homem de bom caráter, para se fazer notar, não precisa de muitas palavras.
d) Disse que iria para um lugar diferente, distante de todos os problemas que o atordoavam.

O valor da preposição para no quadrinho é de indicar o beneficiário da ação descrita pelo ver-
bo. Em (a), os beneficiários do empreendimento são os necessitados.
Letra a.

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020. (IDECAN/PRODEB/ANALISTA/2015)
De Gutenberg a Zuckerberg

Após cinco anos e meio dedicados apenas a funções executivas, volto a ter um espaço
para troca de ideias e informações. Desta vez, sobre o mercado digital com suas histórias de
bastidores, dados infindáveis, surpresas, o dia a dia de start ups aqui e lá no Vale (sim, o do
Silício) e entrevistas com quem sacode este mercado ou é sacudido por ele.
O título do blog (seria blog, vlog, site, plataforma digital?) vem de From Gutenberg to Zu-
ckerberg: Leveraging Technology to Get Your Message Heard, palestra de Michael Eisnerque
passa bem além do trocadilho engraçadinho.
O fato é que não são poucas as vezes em que ouço que nós, os caras de internet, os bichos
de tecnologia criamos todos os problemas que a humanidade não tinha antes de inventarmos
os nossos gadgets, softwares, redes e o que mais pudesse ser desenvolvido em nossas gara-
gens (imaginárias, Wozniak?). Errado. Explico.
Não criamos nada. Desculpe, amigos, mas é a verdade. Ferramentamos, apenas. Como
Gutenberg o fez pelos idos de 1450. No big deal. Repetimos a história. Se o poder saía das
mãos de dedos manchados dos monges copistas e passava a um tipo que podia multiplicar
exponencialmente os caracteres que formavam a informação, com Zuck e seus contempo-
râneos deu‐se o mesmo. O jornalista, até então dono absoluto do palco italiano, da bola e do
campo, teve que deitar a régua. O que era vertical, top down, passou a ser horizontal, em uma
distribuição de informações via iguais.
Nenhuma novidade aqui. O que as redes sociais fizeram foi repetir o fenômeno evolutivo.
Is revolução digital the new revolução industrial? É provável sob muitos aspectos, mas uma
revolução somente se conhece a posteriori, contentemo‐nos em evoluir por ora. Não é pouco.
E sobre criarmos plataformas‐problema, qual foi a primeira rede social que você conheceu?
A fofoqueira de sua rua. Ficava na janela, ouvia no máximo 140 caracteres de qualquer conver-
sa, tempo necessário para que o transeunte desavisado percorresse o espaço da fachada da
casa da moça. Retuitava ao marido, à filha, compartilhava. De vez em quando, curtia. E quando
ia ao salão de beleza, viralizava.
Não, esta criação não nos pertence. Ferramentamos, ajudamos e até atrapalhamos, ok.
Mas como sempre fizeram estes seres humanos, gregários, que insistem em viver em uma
sociedade em rede.
Mas agora resolveram chamar de rede social.
(Antonio Guerreiro. Disponível em: http://gutzuck.com/de‐gutenberg‐a‐zuckerberg‐20150105/)

De acordo com os conceitos linguísticos de conotação e denotação, analise os trechos em


destaque a seguir e assinale qual deles DIFERE dos demais.
a) “O jornalista, até então dono absoluto do palco italiano, da bola e do campo, teve que deitar
a régua.” (4º§)

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b) “[...] e lá no Vale (sim, o do Silício) e entrevistas com quem sacode este mercado ou é sacu-
dido por ele.” (1º§)
c) “É provável sob muitos aspectos, mas uma revolução somente se conhece a posteriori, con-
tentemo‐nos em evoluir por ora.” (5º§)
d) “O fato é que não são poucas as vezes em que ouço que nós, os caras de internet, os bichos
de tecnologia criamos todos os problemas que a humanidade não tinha [...]” (3º§)

Em (a), (b) e (d), há expressões conotativas, como “deitar a régua”, “sacode o mercado”, “os
bichos da tecnologia”. Em (c), diferentemente, há apenas expressões denotativas.
Letra c.

021. (IDECAN/PREFEITURA DE PORCIÚNCULA-RJ/ADVOGADO/2011)

Como toda ansiedade, a angústia típica de nosso tempo machuca. Seu componente de
irracionalidade é irrelevante para quem se sente mal. O escritório de estatísticas da Inglaterra
divulgou recentemente uma pesquisa que é ao mesmo tempo um diagnóstico. Cerca de um
sexto dos ingleses entre 16 e 74 anos se sente incapaz de absorver todo o conhecimento
com que esbarra no cotidiano. Isso provoca tal desconforto que muitos apresentam desordens
neuróticas.
O problema é mais sério entre os jovens e as mulheres. Quem foi diagnosticado com a
síndrome do excesso de informação tem dificuldade até para adormecer. O sono não vem,
espantado por uma atitude de alerta anormal da pessoa que sofre. Ela simplesmente não quer
dormir para não perder tempo e continuar consumindo informações. Os médicos ingleses des-
cobriram que as pessoas com quadro agudo dessa síndrome são assoladas por um sentimen-
to constante de obsolescência, a sensação de que estão setornando inúteis, imprestáveis, ul-
trapassadas. A maioria não expressa sintomas tão sérios. O que as persegue é uma sensação
de desconforto – o que já é bastante ruim. (...)
O excesso de informação não escolhe idade nem sexo.
A paulista Renata Gukovas, de 13 anos, sabe exatamente o que é isso. Ela vai à escola,
estuda japonês e inglês, joga basquete e handebol e participa de competições de matemática.
“O que me falta na vida? Tempo. Queria que o dia tivesse trinta horas.” (...)
O americano Richard Saul Wurman, autor dos livros Ansiedade de Informação e Ansiedade
de Informação 2, este último lançado no final do ano passado nos Estados Unidos e ainda não
publicado no Brasil, sugere que as pessoas encarem o mundo como um grande depósito de
material de construção. E o que fazer com a matéria-prima? Ora, diz ele, seja um arquiteto de
sua própria catedral de conhecimento. A arma para isso é a “ignorância programada”, ou seja,
a escolha criteriosa do que se quer absorver (...). O resto deve ser deixado de lado, como o
compositor que intercala pausas de silêncio entre as notas para que a música faça sentido aos

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Caderno de Questões – IDECAN
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ouvidos. “A ansiedade de informação é o buraco negro que existe entre os dados disponíveis e
o conhecimento. É preciso escapar dela”, observa Wurman. Ou, ao menos, não deixar que ela
assuma proporções dolorosas para quem precisa ultrapassá-la no dia-a-dia.
(Cristiana Baptista. A dor de nunca saber o bastante. Veja: Comportamento, 5 de setembro de 2001 / com
adaptações)

No texto, algumas ideias são expostas através de uma linguagem conotativa. Dentre os tre-
chos a seguir apenas um deles NÃO demonstra o uso do recurso metafórico. Assinale-o.
a) “... encarem o mundo como um grande depósito de material de construção.”
b) “... seja um arquiteto de sua própria catedral de conhecimento.”
c) “... ou seja, a escolha criteriosa do que se quer absorver.”
d) “... como o compositor que intercala pausas de silêncio entre as notas...”
e) “A ansiedade de informação é o buraco negro que existe...”

Em (c), todas as palavras são empregadas em seu sentido denotativo (isto é, vínculo direto de
significação (sem sentidos derivativos ou figurados) que um nome estabelece com um objeto
da realidade).
Letra c.

022. (IDECAN/UFAL/ADVOGADO/2014)
Fumo em lugares fechados será vetado no Brasil
Ministério da Saúde regulamenta regras da Lei Antifumo; fumódromo está proibido.

O Ministério da Saúde anunciou ontem, em função das comemorações do “Dia Mundial


sem Tabaco”, as regras do decreto que vai regulamentar a Lei Antifumo, aprovada em 2011.
As novas normas preveem a proibição do fumo em locais fechados e de uso coletivo em todo
o país, extinguindo, inclusive, os fumódromos. Além disso, veta toda e qualquer propaganda
comercial, até mesmo nos pontos de venda. Nesses locais, só será possível a exposição dos
produtos acompanhada por mensagens sobre perigos do fumo. O decreto da presidente Dilma
Rousseff deverá ser publicado amanhã no Diário Oficial e entrará em vigor 180 dias depois.
O consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos li-
gados ao fumo está proibido em locais de uso coletivo públicos e privados. Isso inclui hall
e corredores de condomínios, restaurantes, clubes e até pontos de ônibus, não importa se o
ambiente é apenas parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou toldo. Em bares
e restaurantes, o fumo só será permitido caso haja ambientes totalmente livres, como mesas
na calçada. O consumo continuará livre em vias públicas, residências e áreas ao ar livre. As
embalagens deverão ter, em 100% da face posterior e em uma de suas laterais, avisos sobre os
danos provocados pelo tabaco. Em 2016, o mesmo deverá ser feito também em 30% da face
frontal dos maços.

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Caderno de Questões – IDECAN
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O Ministério da Saúde informou que os fumantes não serão alvo de fiscalização. Isso recai-
rá sobre os estabelecimentos comerciais. Caso não cumpram a lei, eles podem ser advertidos,
multados, interditados ou até ter a autorização para funcionamento cancelada. As multas vão
de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. A fiscalização ficará a cargo dos órgãos de vigilância sanitária de
estados e municípios. Os responsáveis pelos estabelecimentos poderão, inclusive, chamar a
polícia quando o cliente se recusar a apagar o cigarro.
Até hoje, não havia definição sobre o conceito de local coletivo fechado, onde o fumo é
proibido. Além disso, atualmente ainda são permitidas a existência de fumódromos e a propa-
ganda nos pontos de venda. A regulamentação iguala as normas para todo o Brasil, e extingue
as variações no caso dos estados que possuem suas próprias legislações.
No Rio, por exemplo, já existe uma lei rigorosa em vigor desde 2009, muito semelhante
à estabelecida pelo governo federal. Há algumas diferenças, como os valores de multas, por
exemplo. No estado, elas variam de R$ 3.933 a R$ 38 mil.
– A Lei Antifumo é um grande avanço. O decreto é fundamental para que possamos con-
tinuar enfrentando o tabaco como problema de saúde pública – disse o ministro da Saúde,
Arthur Chioro, acrescentando que o propósito não é criminalizar o fumante nem tornar sua vida
um inferno. – O tabaco faz mal. Mas é uma droga legal e as pessoas têm direito de usar.
(O Globo, 01 de junho de 2014.)

Apesar de o texto apresentado possuir predominantemente uma linguagem denotativa, é pos-


sível identificar conotação em:
a) “Isso recairá sobre os estabelecimentos comerciais.” (3º§).
b) “[...] não é criminalizar o fumante nem tornar sua vida um inferno.” (5º§).
c) “O decreto da presidente Dilma Rousseff deverá ser publicado amanhã [...]” (1º§).
d) “[...] a proibição do fumo em locais fechados e de uso coletivo em todo o país, [...]” (1º§).
e) “O consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos liga-
dos ao fumo está proibido [...]” (2º§).

Em (b), a conotação está presente na “tornar sua vida um inferno”. A palavra inferno não está
empregada em sentido denotativo, cujo significado primeiro é “local subterrâneo habitado pe-
los mortos”.
Letra b.

023. (IDECAN/CNEN/ASSISTENTE/2014)
A rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas

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Caderno de Questões – IDECAN
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Pensem nas mulheres


Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada.
(Vinicius de Moraes. In: Ítalo Moriconi (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2001.)

Na linguagem poética, estão presentes recursos estilísticos e efeitos de sentido. Sabendo que
o termo “rosa” foi empregado, predominantemente, no sentido conotativo no texto, assinale o
verso a seguir que NÃO confirma tal afirmação.
a) “A rosa hereditária”
b) “Estúpida e inválida”
c) “A rosa com cirrose”
d) “A antirrosa atômica”
e) “Sem rosa, sem nada”

O último verso do texto, presente na alternativa (e), faz referência denotativa à flor dos arbus-
tos do gênero Rosa, da família das rosáceas.
Letra e.

024. (IDECAN/CNEN/ANALISTA/2014)
Visão comunicativa

Até pouco tempo atrás, a qualificação de empresários, headhunters, executivos e CEOs e


dos mais variados profissionais se fundava no domínio de outro idioma – o inglês em particu-
lar. Num mundo globalizado, saber outra língua é signo e condição competitiva.
Décadas recentes demonstraram, no entanto, que já é digna de atenção a maneira como
nossos recursos humanos buscam reciclar o próprio português. Aumenta a necessidade de
usar o idioma de forma refinada, como ferramenta nos negócios, ou pelo menos de modo a
não pôr a perder um negócio.

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Caderno de Questões – IDECAN
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O mercado brasileiro avança em seus próprios terrenos, não só os globalizados. Vivemos


hoje num país em que mais de 800 milhões de mensagens eletrônicas diárias são trocadas,
muitas das quais enviadas para tratar de questões empresariais. Há mais relatórios, encontros
entre empresários, almoços de negócios, apresentações em reuniões de trabalho. Cresce o
número de situações em que as pessoas ficam mais expostas por meio da escrita e da retórica
oral, expondo a fragilidade de uma má formação em seu próprio idioma. Não por acaso, cresce
também a procura por aulas de língua portuguesa, destinadas a executivos, gerentes e os mais
diversos tipos de profissionais.
A velocidade da mensagem eletrônica não perdoa desatenção. Texto de correio eletrônico,
de redes sociais com fins corporativos e de intranets deve ser simples, mas exige releitura e
cuidado para acertar o tom da mensagem. Se por um lado a popularização da tecnologia nos
ambientes de trabalho fez com que as pessoas passassem a ter contato diário com a língua
escrita, por outro a enorme quantidade de mensagens trocadas nem sempre deixa claro onde
está o valor da informação realmente importante. As mensagens eletrônicas do mundo em-
presarial dão ainda muita margem a mal-entendidos, com textos truncados, obscuros ou em
desacordo com normas triviais da língua e da comunicação corporativa.
Quem se comunica bem no mundo profissional não é quem repete modelinhos e regras,
ideias e frases feitas aprendidas em cursos prêt-à-porter de comunicação empresarial. Saber
interagir num ambiente minado como o das organizações ajuda a carreira, mas para ter real
efeito significa dar voz ao outro, falar não para ouvir o que já sabia, mas descobrir o que não se
percebia por pura falta de diálogo.
(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa. Ed. Segmento. Janeiro de 2014.)

Ao referir-se ao ambiente das organizações, o autor caracteriza como um “ambiente minado”


demonstrando o uso de uma linguagem:
a) denotativa, própria da linguagem jornalística.
b) denotativa, em que há uma comparação explícita.
c) conotativa, em que a objetividade da informação é assegurada.
d) conotativa, em que há um exagero proposital em tal qualificação.
e) conotativa, em que a palavra está sendo empregada fora do sentido usual.

Certamente o autor não se refere denotativamente à cavidade cheia de pólvora ou engenho


de guerra (terrestre ou submarino), que se camufla ou esconde, e que explode ao ser tocado.
Assim, o emprego é distinto da sua acepção original – sendo, por isso, classificada como lin-
guagem conotativa.
Letra e.

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Caderno de Questões – IDECAN
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025. (IDECAN/PREFEITURA DE DUQUE DE CAXIAS-RJ/PSICÓLOGO/2014)


Como o antibiótico mudou o mundo

Em 24 horas, uma bactéria se reproduz 16 milhões de vezes. É um ritmo diabólico. Não


à toa, os micróbios por trás das quatro grandes epidemias (peste negra, cólera, tuberculose
e tifo) mataram mais de 1 bilhão de humanos. Elas estavam ganhando de goleada até que,
num dia de 1928, o biólogo escocês Alexander Fleming se esqueceu de limpar o laboratório.
Quando voltou, notou um fungo crescendo numa placa – e matando as bactérias que ele usa-
va em experiências. E o que era desleixo virou a descoberta do século: esse fungo, do gênero
penicillum, foi o primeiro antibiótico até para os bichos (nos EUA, 80% dele é ingerido por gado,
aves e porcos de corte). Mas a lua-de-mel pode estar perto do fim. As bactérias estão criando
resistência aos antibióticos, e a indústria farmacêutica não consegue criar novos – o ritmo de
invenções caiu 70% nos últimos 20 anos. A esperança são os “antibióticos virais”, que já estão
em testes – e são feitos de vírus que matam bactérias.
(Superinteressante, abril de 2014.)

De acordo com o contexto, as palavras e/ou expressões podem assumir sentidos diversos.
Considerando tal aspecto, indique o trecho em destaque em que o sentido conotativo pode ser
observado.
a) “Elas estavam ganhando de goleada […]”
b) “[...] foi o primeiro antibiótico até para os bichos […]”
c) “[...] o ritmo de invenções caiu 70% nos últimos 20 anos.”
d) “Quando voltou, notou um fungo crescendo numa placa […]”
e) “Em 24 horas, uma bactéria se reproduz 16 milhões de vezes.”

A expressão “ganhando de goleada” significa “estar à frente”, “estar em vantagem”. A expres-


são não denota o placar de uma partida de futebol.
Letra a.

026. (IDECAN/CÂMARA DE PANCAS-ES/AUDITOR/2014) Considerando que a escolha ade-


quada do léxico é um dos elementos necessários à construção da coerência textual, indique o
vocábulo indicado que poderia substituir o termo em destaque preservando-se tal coerência.
a) “[...] parece uma ação descabida.” – conveniente.
b) “[...] ao mesmo tempo suprimir o tédio?” – delimitar.
c) “[...] desequilíbrio oriundo do capitalismo?” – egrégio.
d) “e parece estar instaurado no inconsciente [...]” – oscilante.
e) “[...] a cidade grande está perdendo os atrativos da vida urbana [...]” – estímulos.

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Caderno de Questões – IDECAN
Bruno Pilastre

A questão avalia seu conhecimento sobre sinonímia. Dentre as alternativas, apenas a presente
em (e) possui um par de itens sinônimos.
Letra e.

Leia o texto a seguir para responder às questões 27 e 28.

O sol tinha chegado mais ou menos à terça parte do seu curso, e os raios de verão caíam
quentes e vivificantes sobre os rochedos que pareciam, eles próprios, sensíveis ao seu calor;
milhares de cigarras, invisíveis pelo matagal, faziam ouvir um murmúrio monótono e continu-
ado; as folhas das murtas e das oliveiras se agitavam frementes, produzindo barulho quase
metálico; a cada passo que dava no granito aquecido, Edmundo fazia fugirem lagartos que
pareciam esmeraldas; ao longe, viam-se pular as cabras selvagens, que por vezes atraem ali os
caçadores; numa palavra, a ilha era habitada, viva, animada, e no entanto Edmundo sentia-se
só, debaixo da mão de Deus [... ] Trazendo os olhos para as coisas que o rodeavam de mais
perto, viu-se no ponto mais alto da ilha cônica, – frágil estátua desse pedestal imenso; abaixo
dele, nenhum homem; em torno dele, nenhuma barca: apenas o mar azulado, que vinha bater
no pé da rocha, debruado de uma franja de prata pelo choque sempiterno.”
(Alexandre Dumas. O Conde de Monte Cristo)

027. (QUESTÃO INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que um trecho do Texto V apresenta


sentido figurado:
a) “viam-se pular as cabras selvagens”.
b) “viu-se no ponto mais alto da ilha”.
c) “as folhas das murtas e das oliveiras se agitavam”.
d) “a cada passo que dava no granito aquecido”.
e) “frágil estátua desse pedestal imenso”.

O trecho “frágil estátua desse pedestal imenso” é figurado, porque realiza uma espécie de
comparação (equivalendo a “tal qual uma frágil estátua de um pedestal). Edmundo não é uma
estátua, mas se assemelha a ela (e aqui reside a figuratividade).
Nas demais alternativas, apresentam-se eventos literais, no sentido de denotarem exatamente
o que se verifica no universo da narração (isto é, o personagem via algo e caminhava; as folhas
se agitavam).
Letra e.

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Caderno de Questões – IDECAN
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028. (QUESTÃO INÉDITA/2021) Considere a seguinte passagem do Texto V:


• “apenas o mar azulado, que vinha bater no pé da rocha, debruado de uma franja de prata
pelo choque sempiterno”

No contexto em que estão empregados, os termos destacados significam, respectivamente:


a) ornamentado; perene.
b) sujo; finito.
c) envolvido; incompleto.
d) cortado; forte.
e) requintado; pausado.

As palavras “debruado” e “sempiterno” não são comuns em nosso vocabulário cotidiano, sendo
utilizadas principalmente em textos literários. O significado de “debruado” é “contornado com
algo que lembre o debrum (uma fita utilizada para ornamentar)”; “sempiterno” significa “que
dura ou vive sempre; contínuo, eterno, perene, infinito”. Apenas a alternativa (A) é compatível
com os sentidos dos termos no contexto em que são empregados.
Letra a.

Leia o texto a seguir para responder às questões 29 e 30.

Quando a covid-19 começou a se espalhar pelo Brasil em março de 2020 e exigiu a adoção
de medidas mais restritivas, especialistas em saúde mental passaram a usar o termo “quarta
onda” para se referir à avalanche de novos casos de depressão, ansiedade e outros transtornos
psiquiátricos que viriam pela frente.
Mas, contrariando todas as expectativas, os primeiros 12 meses pandêmicos não resulta-
ram em mais diagnósticos dessas doenças: estudos publicados em março de 2021 indicam
que os números de indivíduos acometidos tiveram até uma ligeira subida no início da crise,
mas depois eles se mantiveram estáveis dali em diante.
Outros achados recentes também apontam que políticas mais extremas como o lockdown,
adotadas em vários países e tão necessárias para achatar as curvas de contágio e evitar o co-
lapso dos sistemas de saúde, não resultaram numa piora do bem-estar nem no aumento dos
casos de suicídio.
O que as pesquisas mais recentes nos apontam é que, ao menos em 2020, aquela “quarta
onda” de transtornos mentais que era prevista pelos especialistas não aconteceu na prática
graças à resiliência do ser humano e a despeito de uma piora na qualidade de vida e de um
esperado aumento de sentimentos como tristeza, frustração, raiva e nervosismo.
Em todo caso, é preciso destacar que alguns grupos foram mais atingidos que outros, como é o
caso dos profissionais da saúde e das mulheres, que precisaram lidar com a sobrecarga de trabalho.
Internet: <uol.com.br> (com adaptações).

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões – IDECAN
Bruno Pilastre

029. (QUESTÃO INÉDITA/2021) De acordo com o Texto WQ25-HP,


a) houve, de fato, um aumento significativo nos casos de depressão, ansiedade e outros trans-
tornos psiquiátricos no Brasil.
b) a “quarta onda” não ocorreu raças a políticas mais extremas como o lockdown.
c) a piora na qualidade de vida e um aumento de sentimentos como tristeza, frustração, raiva e
nervosismo concorreram para a ocorrência da “quarta onda” de transtornos mentais em 2020.
d) os profissionais de saúde e as mulheres, por serem mais resilientes, sofreram menos nos
primeiros 12 meses pandêmicos.
e) a “quarta onda” refere-se aos novos casos de depressão, ansiedade e outros transtornos
psiquiátricos decorrentes da pandemia do coronavírus.

Vamos comentar alternativa por alternativa:


a) Errada. O aumento não foi significativo (ocorreu apenas em alguns grupos, como em profis-
sionais de saúde.
b) Errada. No texto, afirma-se que a “quarta onda” não aconteceu na prática graças à resiliência
do ser humano.
c) Errada. Segundo o texto, a “quarta onda” não se efetivou em 2020.
d) Errada. No texto, não se afirma que os profissionais de saúde e as mulheres são mais re-
silientes (especificamente). Além disso, contrariamente ao que se afirma no item, lemos no
texto que “alguns grupos foram mais atingidos que outros, como é o caso dos profissionais da
saúde e das mulheres”.
e) Certa. Essa afirmativa é condizente com o que se afirma no texto (especialmente no 1º
parágrafo).
Letra e.

030. (QUESTÃO INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado foi em-
pregado no Texto WQ25-HP em sentido figurado
a) “Mas, contrariando todas as expectativas, os primeiros 12 meses pandêmicos não resulta-
ram em mais diagnósticos dessas doenças” (2º parágrafo).
b) “não resultaram numa piora do bem-estar nem no aumento dos casos de suicídio” (3º
parágrafo).
c) “como é o caso dos profissionais da saúde e das mulheres, que precisaram lidar com a so-
brecarga de trabalho” (5º parágrafo).
d) “passaram a usar o termo ‘quarta onda’ para se referir à avalanche de novos casos de de-
pressão” (1º parágrafo).
e) “a despeito de uma piora na qualidade de vida e de um esperado aumento de sentimentos
como tristeza, frustração, raiva e nervosismo” (4º parágrafo).

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Caderno de Questões – IDECAN
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Apenas em (D) temos o emprego de uma palavra em sentido figurado. Originalmente (sentido
literal, não figurado), avalanche significa “queda rápida e violenta de grandes massas de neve
ou gelo pela encosta de montanhas altas). Por derivação de sentido, essa palavra significa
“tudo o que arremete ou invade com ímpeto” (como os novos casos de depressão, ansiedade e
outros transtornos psiquiátricos). Nas demais alternativas, temos vocábulos empregados em
sentido literal: (a) diagnóstico, (b) suicídio, (c) profissionais e (e) sentimentos.
Letra d.

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Caderno de Questões – IDECAN
Bruno Pilastre

GABARITO
1. b 11. e 21. c
2. e 12. d 22. b
3. b 13. b 23. e
4. a 14. e 24. e
5. d 15. b 25. a
6. a 16. e 26. e
7. c 17. a 27. e
8. d 18. e 28. a
9. c 19. a 29. e
10. d 20. c 30. d

Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).

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