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COFECON

CONSELHO FEDERAL DE ECONOMIA

5.12 (201)
Profissional de Suporte Técnico - PST - Assistente Administrativo (Cofe-
con), Profissional de Assistência ao Economista - PAE - Assistente Admi-
nistrativo (Corecon-9ª Região - PA, Corecon-11ª Região - DF, Corecon-14ª Região - MT, Corecon-15ª
Região - MA, Corecon-17ª Região - ES, 18' Região - GO, Corecon-19ª Região - RN, Corecon-20ª Regi-
ão - MS, 24ª Região - RO, 26a Região - AP), Função Auxiliar - FA - Assistente Administrativo I (Core-
con-2ª Região - SP), Profissional de Assistência ao omista
Econ- PAE - Auxiliar Administrativo (Core-
con-5ª Região - BA) e Profissional de Assistência ao Economista - PAE - Nível Pleno (Corecon-6ª Re-
gião - PR).

ÍNDICE Nível Médio

CONHECIMENTOS GERAIS
1 Língua Portuguesa.
1 Compreensão, interpretação e reescrita de textos e de fragmentos de textos, com domínio das relações
morfossintáticas, semânticas, discursivas e argumentativas. ........................................................................... 1
2 Tipologia textual. ............................................................................................................................................. 6
3 Coesão e coerência. .....................................................................................................................................12
4 Ortografia oficial. ...........................................................................................................................................25
5 Acentuação gráfica. ......................................................................................................................................28
6 Pontuação. ....................................................................................................................................................29
7 Formação, classe e emprego de palavras ................................................................................................... 36
8 Significação de palavras. ..............................................................................................................................31
9 Coordenação e subordinação. .....................................................................................................................54
10 Concordância nominal e verbal. .................................................................................................................57
11 Regência nominal e verbal. ........................................................................................................................58
12 Emprego do sinal indicativo de crase. ........................................................................................................30

2 Raciocínio Lógico e Matemático.


1 Compreensão de estruturas lógicas. ............................................................................................................15
2 Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. ................................................19
3 Diagramas lógicos. .......................................................................................................................................28
4 Princípios de contagem e probabilidade. .....................................................................................................38
5 Arranjos e permutações. ..............................................................................................................................45
6 Combinações. ...............................................................................................................................................50

3 Legislação Aplicada ao COFECON/CORECONs.


1 Lei no 1.411/51. .............................................................................................................................................. 2
2 Decreto no 31.794/52. .................................................................................................................................... 4
3 Lei no 6.021/74. .............................................................................................................................................. 7
4 Lei no 6.537/75. .............................................................................................................................................. 8
5 Lei no 6.206/75. .............................................................................................................................................. 9
6 Lei no 6.839/80. .............................................................................................................................................. 9
7. Consolidação da Legislação da Profissão de Economista - Capítulo 6.1.1. .................................................. 9

4 Atualidades.
1 Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: desenvolvimento sustentável, ecolo-
gia, tecnologia, energia, política, economia, sociedade, relações internacionais, educação, segurança e artes
e literatura e suas vinculações históricas. ........................................................................................... Pp 1 a 34

Conselho Federal de Economia - COFECON


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1 Qualidade no atendimento ao público. .......................................................................................... Pp 1 a 7


Comunicabilidade, apresentação, atenção, cortesia, interesse, presteza, eficiência, tolerância, discrição,
conduta e objetividade.

2 Trabalho em equipe. ....................................................................................................................... Pp 1 a 15


2.1 Personalidade e relacionamento.
2.2 Eficácia no comportamento interpessoal.
2.3 Fatores positivos do relacionamento.
2.4 Comportamento receptivo e defensivo, empatia e compreensão mútua.

3 Conhecimentos básicos de administração. ................................................................................ Pp 1 a 15


3.1 Características das organizações formais: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e crité-
rios de departamentalização.
3.2 Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação.
3.3 Comportamento organizacional: motivação, liderança e desempenho.

4 Patrimônio.
Conceito. ............................................................................................................................................................ 1
Componentes. ................................................................................................................................................... 1
Variações e configurações. ............................................................................................................................... 1
Hierarquia e autoridade. .................................................................................................................................... 2
Eficiência, eficácia, produtividade e competitividade. ....................................................................................... 5
Processo decisório. ........................................................................................................................................... 5
Planejamento administrativo e operacional. ....................................................................................................10
Divisão do trabalho. .........................................................................................................................................11
Controle e avaliação. .......................................................................................................................................11
Motivação e desempenho. ..............................................................................................................................12
Liderança. ........................................................................................................................................................13
Gestão da qualidade. .......................................................................................................................................18
Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos correntes e protocolo. ..............................21
Noções de cidadania. ......................................................................................................................................33
Agentes auxiliares do comércio: operações bancárias e cartórios. ................................................................37
Noções de uso e conservação de equipamentos de escritório. ......................................................................49

Conselho Federal de Economia - COFECON


AVISO – (TODAS AS APOSTILAS) 10/05/2012

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APOSTILAS OPÇÃO

A Opção Certa Para a Sua Realização


AVISO – (TODAS AS APOSTILAS) 10/05/2012

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça
a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva,


há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
1 Compreensão, interpretação e reescrita de textos e No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
de fragmentos de textos, com domínio das relações com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
morfossintáticas, semânticas, discursivas e argumenta- época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
tivas. tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
2 Tipologia textual. não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
3 Coesão e coerência. da fonte e na identificação do autor.
4 Ortografia oficial.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
5 Acentuação gráfica.
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto,
6 Pontuação. errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada.
7 Formação, classe e emprego de palavras. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais ade-
8 Significação de palavras. quado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
9 Coordenação e subordinação. isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
10 Concordância nominal e verbal. ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
11 Regência nominal e verbal. alternativa mais completa.
12 Emprego do sinal indicativo de crase.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto
texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- do fato (= morte de "ele").
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Ex.: Ele morreu faminto.

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
quando morreu.; O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei- material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
as estão coordenadas entre si; natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
Cunegundes espírito.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS  Narrador: observador e personagem: O narrador, como já disse-


TEXTO NARRATIVO mos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
 As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narrati-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- va que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, aqui-
contracena em primeiro plano. lo que é observável exteriormente no comportamento da persona-
gem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra-  Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apre-
ção. sentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a
história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e  Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- vés do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da verda-
de. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaval a cidade
 Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre,  Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passados, os
resses entre as personagens. meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reu-
nia naquele momento, a minha literatura e os menos sombrios por
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos.  Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
 Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto.
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares,
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que esti-
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- vesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora , sem
cionados ao principal. fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão como
 Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
 Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- unificada.
to que aconteceu depois.

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari- saprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
pouco. respeito de algo.

Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc- O TEXTO ARGUMENTATIVO
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Baseado em Adilson Citelli
 Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên- discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. tipo de texto solicitado.
 Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen- que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so- um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
cial e econômico . análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
 Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o ob- conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-
servador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
mais típicas desse todo. análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é
 Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos am- soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
bientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visu- viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
alização das suas particularidades, de seus traços distintivos e típi- intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
cos. do ponto de vista de algo/alguém.
 Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que
se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
incêndio, de uma briga, de um naufrágio. desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e
 Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de
da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É pre- deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
dominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer con- relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-
vencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
TEXTO DISSERTATIVO vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- mação textual.
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
do o contexto. que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
 Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamen- ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
tais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva são).
da definição do ponto de vista do autor.
 Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
sencadeia a conclusão. dão tornem esta produção altamente evocativa.
 Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
e opinião. possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
a obra ou ação que realmente se praticou. rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou de- daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
uma relação interdiscursiva e intertextual.

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en- O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa- muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
oposição, tudo isto em forma de piada. de heterogeneidade tipológica.

Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente
através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-
concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, ção, a injunção e a predição4. Travaglia afirma que um texto se define como
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocu-
ção que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero
GÊNEROS TEXTUAIS mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextualidade
intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no
Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamente
literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro.
funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um in-
forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, tercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no
convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias, lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis, na
contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis- opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descri-
tas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos ções e comentários dissertativos feitos por meio da narração.

A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu enten- Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica:
der, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na leitura,  intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste pequeno  heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários
ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Textual e Tipo- tipos
logia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por Marcuschi Travaglia mostra o seguinte:
(2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis para o  conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações a respei-  intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro
to de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia.
Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê-
Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen- neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos
são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma
o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para
capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o
produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo
de interação humana. carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes5.Ele diz,
ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco- lista de produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação
la a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários da-
favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, quele produto.
o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez
que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo- Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para
ra possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se con- designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza
cretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças especí- linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as
ficas. categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swa-
les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) Textual é usado para designar uma espécie de sequência teoricamente
defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os textos definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,
de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferentes sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22).
modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe- Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os
tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte-
apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades
apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para funcionais, estilo e composição característica.
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um
levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para, modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas
a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários. que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar
ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fa-
Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca- zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo
da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando
atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.

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o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo informa,
produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur- esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dariam origem
so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti- a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas dentro das
va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros que às
forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas institucio-
comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas apre- nalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discurso jurídico
sentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística, jurídica e
faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A segunda religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários deles.
perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e não
argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir o tipo Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar-
preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do mundo comentado cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia
(comprometimento) e do mundo narrado (não comprometimento) (Weirinch, de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo-
1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, de maneira geral, gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos
no tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no tipo dissertação. discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri-
dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma fun- uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional
ção social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e (discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita,
vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe- de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti-
mos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur-
com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia
ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de do discurso.
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o
mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informa- Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa-
ções sobre um concurso público, por exemplo. lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcuschi
considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente e
Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso para
que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instância
“qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera o
gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer? discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade produ-
tora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma exteriori-
Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta dade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa atividade
sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão, comunicativa. O texto, para ele, é visto como
romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc.
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social
de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-mail
entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser dado Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que
sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus-
apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera-
(com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e- cional do que formal.
mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipologia
exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa fun- Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos. Justifica a
ção de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o voto a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos (Gênero
alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção das tipolo-
votar que pode ter sido feita a um candidato. gias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os elementos
químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza.
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo-
carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões
não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros
apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho
rígida, como o bilhete. com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus
mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele
Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é a apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento
de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreensão
formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo. de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão do
Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo ensino no seu tratamento à Tipologia Textual.
narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta
as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipolo-
mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e gia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem pare-
comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres- ce ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que entram
pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão dos
romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantástico, elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem
de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espécie merece maiores discussões.
daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é possível
especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é fácil Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais ide-
dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes. ais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de
gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais
Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Mar- formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros
cuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de Domí- devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Sch-
nio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esferas neuwly & Dolz (2004).

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2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou-
Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo.
Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia teria 3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des-
que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa.
deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza-
será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções.
considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores, Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
porém dois são mais pertinentes: ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo.
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi- 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre-
ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível. visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo.
Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao alu- 5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma
no o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa. carta.
Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola 6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o
teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais que faz argumentação explícita.
trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ- 7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso. Sílvio Ribeiro da Sil-
zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com va
o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de
trabalhar com os outros tipos?); TIPOLOGIA TEXTUAL
b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida.

Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne- A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessariamen- verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
te uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se em intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os
algum gênero textual. interlocutores.
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um
Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo
feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto
falamos sozinhos.
fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso,
não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação, É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste funda- travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
mentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base existem tipos textuais e gêneros textuais.
uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação
de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda- Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
lidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade) ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os
tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
quanto no ensino médio. Dissertação.
O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo
pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em
textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do prosa.
aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado
conceituam como gêneros textuais as diversas situações
numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-
uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto
vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico.
das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi-
tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é
pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta
dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá- gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando
rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte
aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas
aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi- O Conto
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeita-
nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida- mente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio;
de do texto. segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que
dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito
Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido.
oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais
socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio
constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os
exercício da interação humana, da participação social dentro de uma socie- núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as
dade letrada. cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das
1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne- características destes personagens, assim como para as indicações de
ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa- lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.
ra selecionar os textos com os quais trabalhará.

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Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chama-
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha das notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores
temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apre- sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias
sentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro). que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas notações
apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os predicado não verbal.
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". O Poema
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial
interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão rele-
na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos vância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma
diálogos. silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misteriosos
labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende
ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente, extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer
enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da
familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passa- realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar
do: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar
filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". ensinamentos morais (como nas fábulas).
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade: O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro
são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essen-
indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo definido, cial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série
por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressa- métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que
damente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém impaci- compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali-
entemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos anos 40." dade depende desta distribuição.
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama-
na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas
que não intervém nem como ator nem como testemunha. sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu-
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma
de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou
personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem, h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também
pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acon- incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro-
tecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes. xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
A Novela
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois
É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na
complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá- últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin-
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal
A Obra Teatral acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de-
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento,
Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragé- são considerados dissílabos.
dias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo
diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes
dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão
situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa
texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas vinculada ao tema central.
um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos
personagens. de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a criação
Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos,
neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos
das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da estilísticos que dão ambiguidade ao poema.
sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo. TEXTOS JORNALÍSTICOS
Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para
moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador (
turnos de palavras. jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função
informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em
As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representa- que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade,
ção cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades
atores orientam sua interpretação. produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas.
Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: infor-
temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta- mação nacional, informação internacional, informação local, sociedade,
to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi- economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos.

Língua Portuguesa 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto por um patrulheiro.
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor-
dado. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
quem? como? quando? por quê e para quê?.
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são
as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crôni- O Artigo de Opinião
cas, as resenhas de espetáculos. Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualida-
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida de que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários considerado, ou merece ser, objeto de debate.
aparecem não só nos periódicos como também em outros meios ampla- Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e
mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire- as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
mos a eles em outro momento. posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuida- divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
da, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explica- organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-
ções do texto. ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publica- que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma
ção para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar
primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no
jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização início do texto.
antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
textos. argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
posição adotada pela redação. seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações,
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de
A Notícia distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta-
Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa
pessoas. estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da
As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os
contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor- argumentos usados na validade da tese.
mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de temas
não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus respectivos
ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações comentários.
similares.
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam
É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com
fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumen-
claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O tativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da infor-
título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção mação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor
do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País, a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos,
1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as
introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e
de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não condicionais.
aparecem na introdução.
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica do
A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à mar- autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que
gem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta.
pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou o Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar
nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados
referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das
país ou minha cidade). entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito.
Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade: Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias men-
somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar cionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um texto
de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor aceite
fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, cenas e
que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao opiniões como positivas ou negativas.
discurso direto, como, por exemplo:
A Reportagem
O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos
Deputados durante a próxima semana . É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para
informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura-
O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal. chave para o conhecimento deste tópico.
Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publica-
enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das ção e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a aten-
notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é ção dos leitores.
frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela

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A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. te antes de terminar o inverno".
A Entrevista As definições contêm, também, informações complementares relacionadas,
por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat.
uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma
vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas,
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim;
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas da
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais
sobre as declarações do entrevistado. diferentes informações costumam ser codificadas através de tipografias
diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologias,
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante
incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conversa- barras paralelas e /ou números.
ção possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas
entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas deri- Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma
vados. coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer
continuar em exercício; adiar o término de.
Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma
garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de A Nota de Enciclopédia
quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama
propostas e de réplicas. descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli-
TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA tude desta expansão.

Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem-
nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os
Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia,
ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc.
suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos,
as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-
Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica, dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie-
e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das dades: terrestres e aquáticos.
palavras.
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lingua-
O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a gem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que
que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam responde às exigências de concisão e de precisão.
os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem medi-
ante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de
polissêmico nesse contexto. adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas
no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito
A Definição juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam
Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que qualidades próprias daquilo a que se referem.
determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido
de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de
através de um processo de sinonímia. ligação - ser, estar, parecer, etc.
Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por O Relato de Experimentos
excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o
termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence, ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que
"animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que descrevem experimentos.
nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal. O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas
Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é neces-
qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem: sário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para
Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o
Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma
terminar o inverno. planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar
suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de
Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes
Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que
introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus circunstâncias obtém-se um melhor crescimento.
traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-

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A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias: Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao nutrem-se do liberalismo’
registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado.
Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam nutriam -se do liberalismo'
com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):
Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os
planta crescerá mais rápido. enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do
emissor.
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar
manchas marrons devido ao excesso de umidade. Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor
recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classifi-
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo cação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte
aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo
momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essen- Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese,
cial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes
as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabe-
etapas do processo. lecida entre os fatos e a conclusão.
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo
um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.
pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas
observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, dados e para avaliar sua coerência.
do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos. A Biografia
A Monografia É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s).
Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia.
determinado tema é recolhida em diferentes fontes. Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar
Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja
base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como ação foi qualificada como relevante na história.
fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que
qualificados ou de especialistas no tema. a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em sua
As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conectivi-
dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como dade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial (Seus
indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exem- cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua cidade
plo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições tempo-
aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona- rais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da
gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos, novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realidade),
teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que etc.
esta valorização fique explícita. A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se
Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o tema nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresen-
a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, conjugan- tados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de
do seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará as primei- apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação
ras antecipações sobre a informação que espera encontrar e formulará as simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados
hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a
textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o que cada uma importância que a eles atribui.
das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estarão listadas Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas"
nas referências bibliográficas, de acordo com as normas que regem a de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que
apresentação da bibliografia. parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a
O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos,
que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de cons- especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente
truções de discurso direto ou de discurso indireto. reprovados pela opinião pública.

Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações, TEXTOS INSTRUCIONAIS
tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas
dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais
referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro
de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até
nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião.
Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e
distinguem frequentemente o discurso direto. manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas
Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro, todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função
em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi- apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva
nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida.
pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares, A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais
etc. cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão

Língua Portuguesa 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade; A Carta
então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste
tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argu-
introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e mentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
deveres das partes envolvidas. expressiva e apelativa).

Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucio- Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é,
nais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimen- aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
tos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a
produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instru- dimensão expressiva da mensagem.
ções. Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conheci-
As Receitas e as Instruções do, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer
marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas
organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram
um móvel, consertar um objeto, etc. em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação
que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas.
especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen- Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciati-
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), vas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as
a outra, desenvolve as instruções. dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitual- diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati-
mente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompa- vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições.
nhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
A Solicitação
As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com
verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a
farinha com o açúcar). possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
emprego, uma vaga em uma escola, etc.
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou
acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre
expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa- ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a
re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e conside-
claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados ração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com o
visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes
em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado,
que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre- Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto
quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: Politécnico a fim de solicitar-lhe...)
Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do
pode intervir outro membro da equipe. singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi-
TEXTOS EPISTOLARES ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige-
se a...).
Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito
com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho. A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primei-
Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma ro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que
empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos desig- reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por
nados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora). frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em
algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições;
Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua
forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo apelação.
das características contidas no texto.
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um
Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto
espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desen-
o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de volver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de
tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o
em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta
e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio
familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido).
a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira
ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicita-
relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo ção de bolsas de estudo, etc.
formal.
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
COESÃO E COERÊNCIA
Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre-
Diogo Maria De Matos Polónio ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na
Introdução maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível;
Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre não quer dizer nada).
Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob
orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor- Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer;
reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração.
Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a
incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor
Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre deter- desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a
minados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e, fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessaria-
mente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios
de aula. de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto-
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica- dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural.
ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no
campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação
referido seminário. entre coerência textual e coesão textual.

Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a- Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos
presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e entre sequências textuais:
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
prido honestamente o seu papel. Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
Coesão e Coerência Textual textuais:
Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen- Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe.
te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de
constitui forçosamente uma frase. sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna- propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se
se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é transforme num texto: a conetividade2.
preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
língua. Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam- difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que
bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto. orientam a formação do discurso.

Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia- Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência
lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente,
pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras
através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor, de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações
Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có- de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual,
digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência
sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre- existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo:
dientes indispensáveis ao objeto texto.  Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas  Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami-
por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia
regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência de teatro.
essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura.
regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
certos julgamentos de coerência textual. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual:
1. Princípio da Recorrência: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as recorrência restrita.
intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, - pronominalizações,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre- - expressões definidas,
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa- - substituições lexicais,
das. - retomas de inferências.

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
representante mais específico.
Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto- chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa.
mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
sequência anterior: Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís-
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re- cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão.
petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita.
pronome. Atentemos no seguinte exemplo:
Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
lada no seu quarto. Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain- A presença do determinante definido não é suficiente para considerar
da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me. que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida
Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa- peça.
ra nos precavermos de enunciados como este:
Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António. Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico-
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti-
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação: teira entre a semântica e a pragmática.
ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor. Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar
por
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado: - Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele. parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun-
ca mais aprende a cair!
As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos - Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
alunos. parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio. cheira-me a mentira!
Um homem estava também a banhar-se. - Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
Como ele sabia nadar, ensinou-o. lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta,
adoro!
Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se- - Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto: lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
ele sabia nadar(quem?), um felino?
ele ensinou-o (quem?; a quem?)
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres- conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava
sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um com os processos de recorrência anteriormente tratados.
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
textual. Vejamos:
Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim. P - A Maria comeu a bolacha?
Os gatos vão sempre conosco. R1 - Não, ela deixou-a cair no chão.
R2 - Não, ela comeu um morango.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas R3 - Não, ela despenteou-se.
aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
que o precede. As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do
Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele- que a sequência P+R3.
gante.
No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do
Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex- pronome na 3ª pessoa.
tuais.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante. Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual.
Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi-
ainda: póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante. R2 retomarem inferências presentes em P:
- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria,
c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos - a Maria comeu qualquer coisa.
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele- Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P.
mento linguístico.
Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições
senhora. Este assassinato é odioso. garante uma fortificação da coerência textual.

Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores. Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que
uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira.
Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con-
fazer? tradições inferenciais e pressuposicionais6.

A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real- Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po-
mente fazer qualquer coisa. demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta-
do ou dedutível.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en- Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso.
quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada. As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se-
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro-
mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos. fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí- pretérito para suprimir as contradições.
cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe-
recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte-
industrial, que vive numa luxuosa vila. údo pressuposto que se encontra contradito.
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per-
2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se feitamente fiel.
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
mação semântica constantemente renovada. Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio,
enquanto a primeira pressupõe o inverso.
Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre-
constante da própria matéria. sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi-
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro ção, assume-a, anula-a e toma partido dela.
estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença.
os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em 4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne-
baixo e batia com o martelo na bigorna. cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados.
Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais. Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida
como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam
No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex- congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica. Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar.
Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin- 2 - A Silvia vai fazer um exame.
cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1.
não se pode processar de qualquer maneira.
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a- congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3.
companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su- camente.
as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil-
coisas descritos. via vai fazer um exame portanto foi estudar.
Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho- A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui
veu). um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta- de Fórmula 1.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
textuais. O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes-
Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu- dinamização de estratégias de correção.
lar.
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto técnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.

Língua Portuguesa 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi- sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali-
tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira. dade.

Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen- Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
samento que conduza a uma estrutura coerente. décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa- de do fato narrado.
mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual 2. Coesão:
for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria, A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
mesmo. ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela-
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras
textos dos nossos alunos. se comunicam, como dependem uma das outras.

Anotações: SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO


1- M. H. Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, Ed. Cami- Das Agências
nho, 19923, p.134;
1- M. H. Mira Mateus, op. cit., pp.134-148; Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes
3- "Méta-regles de cohérence", segundo Charolles, Introduction aux e uma mulher que viu o avião cair morreram
problèmes de la cohérence des textes, in Langue Française, 1978;
4- "Méta-regle de répétition", segundo Charolles (op. cit.); Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e
5- "Les déficitivisations et les référentiations déictiques contextuelles", dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
segundo Charolles (op. cit.); de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da
6- Charolles aponta igualmente as contradições enunciativas. No en- cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
tanto, vamos debruçar-nos apenas sobre as contradições inferen- sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de
ciais e pressuposicionais, uma vez que foi sobre este tipo de con- São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu
tradições que efetuamos exercícios em situação de prática peda- mais três residências.
gógica.
7- Charolles refere inclusivamente a existência de uma "relation de Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos,
congruence" entre o que é enunciado na sequência textual e o que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta-
mundo a que essa sequência faz referência; gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto
8- Para um esclarecimento sobre este princípio, ver O. Ducrot, Dire et (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4),
ne pas dire, Paris, Herman, 1972 e também D. Gordon e G. Lakoff, Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro
Postulates de conservation, Langages nº 30, Paris, Didier- Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6),
Larousse, 1973. João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.

1. Coerência: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores
Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con- compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)
sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.
um texto em que há coerência.
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor-
A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen- to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às
tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara,
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu- uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará,
posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda
eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa
concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico
anterior, perde-se a coerência textual. demora no mínimo 60 dias para ser concluído.

A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con- Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas
ser conhecido pelo receptor. (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen-
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi- anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto Socorro de Santa Cecília.
que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no
com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!). clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza
poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto da matéria fosse comprometida.
seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns
No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali- mecanismos:
dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre- a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen- demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres-
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu- sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme- Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe- paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali-
tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o
vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente exemplo)
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebrida-
des (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemen-
a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: to (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas de
candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a
femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos maneira encontrada... (protesto retoma toda a idéia anterior - da paralisa-
casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevan- ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados
tes e as identifiquem com mais propriedade. ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos
c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações
pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião que se podem atribuir a eles).
(1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de
64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi-
que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios
piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obvia- que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como
mente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.
de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro
exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no
pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se
(10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabe-
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas ças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do
escoriações e queimaduras. Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região
d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região
elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a do país), que só é citada na linha seguinte.
substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os Conexão:
principais elementos de substituição: Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na
coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que
Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido
idéia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação
(4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha em Prosa Moderna).
Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
(6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de
retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi-
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).
Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio-
Elas (10) não sofreram ferimentos graves. ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste-
Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje,
que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado. neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
Exemplos: todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi- Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma for-
cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; ma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo); analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de
b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
mundo, etc.
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também,

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não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de
como, com, ou (quando não for excludente). que antes o tempo já estava chuvoso.

Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é pro- Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
vável, não é certo, se é que. mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou
não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadei-
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, ros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que
subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a infor-
mação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e- fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
seja, aliás. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni-
de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans-
forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confir-
dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, má -la.
isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao siste-
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, ma de pensamento montado pelo falante.
enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo. A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda-
des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso
Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguinte, político.
como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez Tomemos como exemplo a seguinte frase:
que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
que, de tal forma que, haja vista. ataque soviético.

Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste O conteúdo explícito afirma:
com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, — a necessidade da construção de mísseis,
embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se — com a finalidade de defesa contra o ataque soviético.
bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os sovi-
Idéias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora. éticos pretendem atacar o Ocidente.
Níveis De Significado Dos Textos:
Significado Implícito E Explícito Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase
Observe a seguinte frase: podem ser:
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. — os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético;
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita: soviéticos;
a) que ele frequentou um curso superior; — a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de
b) que ele aprendeu algumas coisas. um ataque ao Ocidente.

Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito
modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os
a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada. argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.

Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se
de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o
informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben- Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a
tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer
captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer
que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con- sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressupostos
trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
— o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce-
besse. Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica-
dores linguísticos, como, por exemplo:
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou ou
expressões contidas na frase. Os resultados vão chegar mais tarde.

Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de b) certos verbos


maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao O caso do contrabando tornou-se público.

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Pressuposto: O caso não era público antes. Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção
c) as orações adjetivas do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a
pensam no povo. mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o
leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais. todas as portas para uma vida melhor.
Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema,
Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-
pensam no povo. mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma
represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimina-
têm interesses individuais. damente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco:
desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-
explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem con- planeta.
cerne a parte dos elementos de um dado conjunto. Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do
ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que
d) os adjetivos concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a natureza
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o
adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias.
Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos
sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de
Os subentendidos adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extensão dos
Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma a- efeitos.
firmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e
fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendes- política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o
se o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda não
o cigarro por favor. é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos
industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de
O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o pres- zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da quali-
suposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte, dade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e banhei-
não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade do ouvin- ro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a rua, com
te, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido literal das o bairro, com a cidade.
palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o ouvinte “Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
depreendeu. mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é,
certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.
O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido
de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de
com ela. Mello)

Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com 1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a
a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um qual este deve ser
funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
reunidos em assembléia, que um colega de seção, do partido do governo, humanas e o respeito ao mundo natural.
além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativida-
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de de economicamente viável.
serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici- (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros
tado muito antes que o referido colega. para todos os indivíduos de uma comunidade.
(D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a apro-
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do veitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se (E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui-
prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu- ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.
ção de quem ouvira o seu discurso.
2. Considere as seguintes afirmações:
Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do
subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico.
sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz. II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja for-
mas de desenvolvimento nocivas e predatórias.
A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém
bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fa-
esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais zendo dela.
eficiente do texto. Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em
(A) I.
(B)) II.
EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (C) III.
(D) I e II.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que se- (E) II e III.
gue.
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do
No coração do progresso texto em:

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(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
conclusão. (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconcei- (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
to. (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das
ações voluntariosas. 9. Está clara e correta a redação da seguinte frase:
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = (A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois que
práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida. é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário que
(E)) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.
está planificado. (B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo,
devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso
4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor.
pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada. (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa
Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão correta- atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melho-
mente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na or- ria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
dem em que surgem, por (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer
(A) houve - garantiria - é jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para
(B) haveria - garantiu - teria sido que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.
(C) haveria - garantisse - fosse (E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acaba-
(D) haverá - garantisse - e riam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Eco-
(E) havia - garantiu - é logia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida práti-
ca.
5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na
frase: 10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:
(A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso (A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a
algumas conotações mágicas. porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida.
(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu (B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações apa-
sentido real muitos equívocos ideológicos. rentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, impor-
(C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a tantíssima.
representarem, de fato, qualquer avanço significativo. (C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo
(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica.
fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida. (D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes repre-
(E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com sas, costuma trazer também uma série de consequências ambientais
nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida. que, nem sempre, foram avaliadas.
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas
6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma per-
frase: manente avaliação.
(A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos
atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24.
mão.
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos
nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará. protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre
(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula
ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida. perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamen-
(D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra tais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso.
depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 milhões
(E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três anos na
representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar pro- capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido e as
gresso. horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por
protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três
7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da constru- anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de São
ção ou da expressividade do texto: Carlos.
I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular
tanto atende à concordância com academias. os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenien-
II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se tes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a
exprime um dever imperioso, uma necessidade premente. atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios
III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo, com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e
anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia.
no texto. Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acio-
Está correto APENAS o que se afirma em nou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a
(A) I. pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à
(B)) II. livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não
(C) III. anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados
(D) I e II. pelos protestos.
(E) II e III. O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as
categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais
8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas
palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam
que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos. ser abolidas.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os (Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado)
elementos sublinhados, na ordem dada, por:

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11. De acordo com o texto, é correto afirmar que (D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado
(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo poderá entrar com recurso.
dos protestos ocorridos nos últimos anos. (E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegurados,
(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamen- um manifestante será punido.
tos já foram pagos pelos manifestantes.
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e 18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o
são permitidos pela Carta de 1988. conflito, destaca-se
(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos (A) multa a líderes sindicais.
de rua em horários e locais predeterminados. (B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de
(E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos Tráfego.
das manifestações feitas de forma abusiva. (C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para (E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais mani-
solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao festações.
restante da população. A saída estaria principalmente na
(A) sensatez. 19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –,
(B) Carta de 1998. substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de
(C) Justiça. acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase:
(D) Companhia de Engenharia de Tráfego. (A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios.
(E) na adoção de medidas amplas e profundas. (B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios.
(C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios.
13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que (D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios.
param as ruas de São Paulo representam um custo para a população (E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios.
da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir
(A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego 20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil
(CET). e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locução
(B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas conjuntiva no entanto indica uma relação de
em engarrafamentos. (A) causa e efeito.
(C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São (B) oposição.
Carlos. (C) comparação.
(D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e (D) condição.
São Carlos. (E) explicação.
(E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São
Paulo. 21. “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a
palavra arbitrar é um sinônimo de
14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das (A) julgar.
manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é equi- (B) almejar.
parada, no texto, (C) condenar.
(A) a R$ 3,3 milhões. (D) corroborar.
(B) ao total de usuários da cidade de São Carlos. (E) descriminar.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
(D) ao total de combustível economizado. 22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os
(E) a uma distância de 231 km. protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos
uma relação de
15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os (A) tempo.
protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de (B) posse.
(A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça. (C) causa.
(B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir (D) origem.
protestos abusivos. (E) finalidade.
(C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para
impedir protestos em horários de pico. 23. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, substi-
(D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem- tuindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras
sucedida de desestimular protestos abusivos. de regência verbal, a seguinte frase:
(E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em (A) O poder público deveria obedecer para horários e locais.
impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movi- (B) O poder público deveria obedecer a horários e locais.
mentadas. (C) O poder público deveria obedecer horários e locais.
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais.
16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de (E) O poder público deveria obedecer os horários e locais.
Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos cau-
sados em cada manifestação é 24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou um
(A) pertinente. líder de sindicato – obtém-se:
(B) indiferente. (A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria.
(C) irrelevante. (B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria.
(D) onerosa. (C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria.
(E) inofensiva. (D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria.
(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato.
17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder
sindical Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34.
(A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
(B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição. DIPLOMA E MONOPÓLIO
(C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifestan- Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medi-
te da responsabilidade pelos danos causados. cina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os

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enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária.
(sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa.
monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, como (E) No curso de direito, lê-se bastante.
explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o
exercício profissional? 28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto
no singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocu-
Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas pam postos de destaque na política e no mundo dos negócios.
ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam (A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional.
postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de adminis-
nem 20% advogam. tração em nível de bacharelado.
(C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação.
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é (D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de traba-
um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. lho com bons profissionais.
Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos oficiais.
não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é
mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa 29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo
polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução verbal entre as orações.
brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento,
nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são tam- poderiam defender bem seus clientes.
bém úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem sucedido (B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram
na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC, intelectualmente.
não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma prática (C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais
monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos também severa.
se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser
dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a concor- melhor.
rência – mas trata-se aí de uma questão secundária. (...) (E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se resol-
(Veja, 07.03.2007. Adaptado) vem brevemente.

25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as 30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pessoal
frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direi- está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em:
to e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram (A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrência
resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina defenderão.
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en- (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo
guiços entre diplomas e carreiras. fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a
(B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la.
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É
enguiços entre diplomas e carreiras. preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencio-
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina nar-lhes.
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en- (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os
guiços entre diplomas e carreiras. advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à so-
(D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina ciedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel.
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os en- (E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II.
guiços entre diplomas e carreiras. As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corpora-
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medici- ções deviam fiscalizá-la.
na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram
os enguiços entre diplomas e carreiras. 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem,
respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinala-
26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de das em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão.
acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para (A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico.
aqueles que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam, (B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista.
e apenas 1% ____________. / Em sua maioria, os advogados sem- (C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC.
pre ____________. (D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa.
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na (E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento.
política e no mundo dos negócios
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque na 32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma
política e no mundo dos negócios culta.
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na (A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os
política e no mundo dos negócios graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão.
(D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de (B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhe-
destaque na política e no mundo dos negócios cimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo
(E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque na de conhecimento.
política e no mundo dos negócios (C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB.
(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As
27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida corporações deviam almejar do interesse da sociedade.
pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se (E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de
uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a restringir à concorrência.
dificuldade das provas, ...
(A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corpora- 33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e
tivos. III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I
(B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do e III.
ensino básico. I. O advogado é aprovado na OAB.

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II. O advogado raciocina com lógica. como aquela em que se considera, sobretudo,
III. O advogado defende o cliente no tribunal. (A) o valor desejável da ação humana.
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e (B) o fundamento filosófico da moral.
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (C) o rigor do método de análise.
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá (D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
de raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB. (E) o rigoroso legado da jurisprudência.
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupa-
raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB. ção
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na (A) filosófica.
OAB, ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso. (B) descritiva.
(C) prescritiva.
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragili- (D) contestatária.
dade do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciência (E) tradicionalista.
vem entre vírgulas para, no contexto,
(A) garantir a atenção do leitor. 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento subli-
(B) separar o sujeito do predicado. nhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parên-
(C) intercalar uma reflexão do autor. teses, sem prejuízo para o sentido, no seguinte caso:
(D) corrigir uma afirmação indevida. (A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão)
(E) retificar a ordem dos termos. (B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate)
(C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situa-
Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abaixo. ção. (provisório)
(D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda)
SOBRE ÉTICA (E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessivo)
A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acepções.
Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o com- 40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:
portamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a (A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da moral, acepções de Ética.
relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, assim, (B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com
nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser estu- muita frequência, associada aos valores morais.
dado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a descre- (C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam
ver as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, ser de ter a dignidade humana como balizamento.
capaz de explicar valorações comportamentais. (D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor
de que se impregna a conduta dos indivíduos.
Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filo- (E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstân-
sófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo espe- cias, atentar para a observância dos valores éticos.
culativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivên-
cia humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre 41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário
os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais. sobre o texto:
(A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma
Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descri- apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.
tível de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se (B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um
agora da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comporta- em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo.
mento social, o que se pode resumir como qualificação do comportamento (C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral,
do homem como ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação
colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os valores morais do homem.
dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização, (D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento huma-
pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de digni- no, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo.
dade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria (E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costu-
metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas sim, mam apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodo-
objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de logia usada.
tornar possível e correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus
Navigandi) 42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores
morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deve-
35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende rá ser:
da leitura do texto, (A) seria dado.
(A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo. (B) teriam dado.
(B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra. (C) seriam dados.
(C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam. (D) teriam sido dados.
(D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito. (E) fora dado.
(E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos.
Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo.
36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é retoma-
da na seguinte expressão do texto: O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR
(A) núcleo especulativo e reflexivo. Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, esta-
(B) objeto descritível de uma Ciência. mos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se
(C) explicação dos fatos morais. não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respei-
(D) parte da Filosofia. tá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele
(E) comportamento consequencial. não consegue respeitar.
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes.
37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respei-

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tar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfei- frase:
ções nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não cos-
moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a tuma acusar em si mesmo.
adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral
padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de ele não costuma impingir na dos outros.
um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ga- (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mesmos
nham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regra- em que ele acusa seus semelhantes.
das por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual não
homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir suas próprias abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas.
falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral de
outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é
pelos pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris, capaz.
Folha de S. Paulo, 20/03/2008)
Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo.
43. Atente para as afirmações abaixo.
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se FIM DE FEIRA
preocupa com os padrões morais de conduta. Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o ho- a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
mem moral acaba por impô-lo à conduta alheia. mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas cheias
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o que está
padrões de conduta que ele cobra dos outros. pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve amarelas, a
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregueses compra-
(A) I. dores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias da barraca de
(B) II. pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais,
(C) III. ou uma ponta de cação obviamente desprezada.
(D) I e II. Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o
(E) II e III. que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora.
Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refu-
44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para
um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio.
determinante para que Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso.
(A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assis-
padrões morais para avaliar sua conduta. tentes sociais, alegam.
(B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem
moral e o homem moralizador. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os fun-
(C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracte- cionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é
rizar um homem moralizador. liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão
homem moral e o de um moralizador. diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito)
(E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitu-
des tomadas pelo homem moral. 49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos
refugos e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do texto
45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplifi- (A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes.
car uma sociedade na qual (B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes.
(A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos. (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta.
(B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos. (D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos.
(C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral (E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes.
comum.
(D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra moral. 50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um
(E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis. segmento do texto em:
46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes, o (A) serviu de chamariz
sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em: (B) alguma suspeita sardinha inha.
(A) significativos desdobramentos dela. (C) teimoso aproveitamento
(B) determinados antecedentes dela. (D) o princípio mesmo do comércio rcial.
(C) reconhecidos fatores que a causam. (E) Agem para salvaguardar itir.
(D) consequentes aspectos que a relativizam.
(E) valores comuns que ela propicia. 51. Atente para as afirmações abaixo.
I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um
47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no
frase: primeiro parágrafo.
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera, já II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o
não podia ser considerado um hipócrita. autor não compactua com a justificativa dos feirantes.
(B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a supera-
morais que eles imporão aos outros. ção de tudo o que determina a existência de diversas espécies de
(C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas servis- seres humanos.
se de controle dos demais cidadãos. Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em
(D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracteri- (A) I.
zava-se um ato típico do moralizador. (B) II.
(E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões (C) III.
morais que eles próprios não respeitam. (D) I e II.
(E) II e III.
48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na

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52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de cons- Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
trução do texto: no contexto do Corre – letras: 5: fonemas: 4
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a Hora – letras: 4: fonemas: 3
expressão verbal querem pagar. Aquela – letras: 6: fonemas: 5
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz suben- Guerra – letras: 6: fonemas: 4
tender a existência de “fregueses” que não compram nada. Fixo – letras: 4: fonemas: 5
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada Hoje – 4 letras e 3 fonemas
com o sentido de de toda maneira. Canto – 5 letras e 4 fonemas
(D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada Tempo – 5 letras e 4 fonemas
com o sentido de a fim de resguardar. Campo – 5 letras e 4 fonemas
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente ao Chuva – 5 letras e 4 fonemas
de mesmo não sendo.
LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para determinado som.
preencher de modo correto a lacuna da frase:
(A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) de CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas.
(B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a provi- VOGAIS
dência que fará esquecer que ali funcionou uma feira.
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as a, e, i, o, u
sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo
humano. SEMIVOGAIS
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto. mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-
(E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro razo- sou-ro, Pa-ra-guai.
ável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de outros.
CONSOANTES
54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase:
(A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carên- b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z
cia dos mais pobres.
(B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional ENCONTROS VOCÁLICOS
coleta de um fim de feira. A seqüência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado encontro vocálico.
nessa narrativa. Ex.: cooperativa
(D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor
em distinguir os diferentes caracteres humanos. Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
(E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humil-
de coleta de que trata a crônica. DITONGO
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
RESPOSTAS Dividem-se em:
01. A 11. C 21. A 31. E 41. B 51. D - orais: pai, fui
02. B 12. A 22. E 32. B 42. A 52. E - nasais: mãe, bem, pão
03. E 13. B 23. B 33. A 43. C 53. D - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
04. C 14. E 24. A 34. C 44. D 54. A - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
05. A 15. D 25. E 35. E 45. B
06. E 16. A 26. D 36. B 46. A TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
07. B 17. C 27. A 37. A 47. E Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
08. A 18. D 28. C 38. C 48. D
09. D 19. E 29. B 39. D 49. B HIATO
10. B 20. B 30. D 40. E 50. C Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz.
FONÉTICA E FONOLOGIA Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
zo
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo-
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os SÍLABA
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
numa só emissão de voz.
Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre
si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e • Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais • Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
fonemas. • Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo- li-da-de.
nemas.
TONICIDADE
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se
sinal gráfico que representa o som. pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica.
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá,
Vejamos alguns exemplos: pá.
Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras

Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em: a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-mi- b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
nó. ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-ter, guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
a-má-vel, qua-dro. burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
ENCONTROS CONSONANTAIS se análise, trombose, etc.
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. causa.
f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
DÍGRAFOS em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com- g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
posta para um som simples. der: pretensão; repreender: repreensão, etc.

Há os seguintes dígrafos: 2. Escrevem-se em Z.


1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh. a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
Exs.: chave, malha, ninho. mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e organizado; realizar: realização, realizado, etc.
ss. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
Exs. : carro, pássaro. de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs. c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. chapeuzinho, cãozito, etc.
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer-
rando a sílaba em uma palavra. DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
1. Escrevem-se com X
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
NOTAÇÕES LÉXICAS
feixe, etc.
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
árvore que produz o látex).
São os seguintes:
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;
chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, âncora;
das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade;
pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;
radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
6) o trema – indica que o u soa: lingüeta, freqüente, tranqüilo;
en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
7) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho;
o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
2. Escrevem-se com CH:
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
ORTOGRAFIA OFICIAL buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de la, piche, pichar, tchau.
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se
Eis algumas observações úteis: distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Exemplos:
• brocha (pequeno prego)
DISTINÇÃO ENTRE J E G
• broxa (pincel para caiação de paredes)
1. Escrevem-se com J:
• chá (planta para preparo de bebida)
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
• xá (título do antigo soberano do Irã)
canjerê, pajé, etc.
• chalé (casa campestre de estilo suíço)
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
• xale (cobertura para os ombros)
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
• chácara (propriedade rural)
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, • xácara (narrativa popular em versos)
despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. • cheque (ordem de pagamento)
d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. • xeque (jogada do xadrez)
e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais • cocho (vasilha para alimentar animais)
mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija. • coxo (capenga, imperfeito)

2. Escrevem-se com G: DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C


a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, Observe o quadro das correlações:
ferrugem, etc.
b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.

DISTINÇÃO ENTRE S E Z
1. Escrevem-se com S:

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Correlações Exemplos assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial azaléa ou azaleia nenê ou nenen
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter -
detenção; reter - retenção bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submersão; bílis ou bile quatorze ou catorze
rt - rs inverter - inversão; divertir - diversão cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
pel - puls impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão
corr - curs correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão
carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
sent - sens sentir - senso, sensível, consenso chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
ced - cess ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - intercessão. debulhar ou desbulhar ou relampar
exceder - excessivo (exceto exceção) fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
gred - gress agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso -
progressivo
prim - press imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repressão.
tir - ssão admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
(re)percutir - (re)percussão
EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Escrevem-se com letra inicial maiúscula:


PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES 1) a primeira palavra de período ou citação.
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
ONDE-AONDE No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi- letra maiúscula.
vale sempre a PARA ONDE. 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
AONDE você vai? sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
AONDE nos leva com tal rapidez? Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre- O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
ga-se ONDE 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
ONDE estão os livros? religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
Não sei ONDE te encontrar. do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
MAU - MAL etc.
MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). 5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
Escolheu um MAU momento. Estado, Pátria, União, República, etc.
Era um MAU aluno. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
órgãos públicos, etc.:
MAL pode ser: Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
a) advérbio de modo (antônimo de bem). do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Ele se comportou MAL. 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
Seu argumento está MAL estruturado científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
b) conjunção temporal (equivale a assim que). Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
MAL chegou, saiu Manhã, Manchete, etc.
c) substantivo: 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
O MAL não tem remédio, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
Ela foi atacada por um MAL incurável. 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
Oriente, o falar do Norte.
CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
CESSÃO significa o ato de ceder. 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais. Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os
torcedores. Escrevem-se com letra inicial minúscula:
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
Assistimos a uma SESSÃO de cinema. ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
empregados em sentido geral:
SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
HÁ / A "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
Na indicação de tempo, emprega-se: "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): mirra." (Manuel Bandeira)
HÁ dois meses que ele não aparece.
Ele chegou da Europa HÁ um ano. USO DO HÍFEN
A para indicar tempo futuro:
Daqui A dois meses ele aparecerá. Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo.
Ela voltará daqui A um ano. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos,
para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das
FORMAS VARIANTES regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
aluguel ou aluguer hem? ou hein? As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras for-
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia madas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos,
amídala ou amígdala infarto ou enfarte como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra,
assobiar ou assoviar laje ou lajem

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, infrassom
mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, microssistema
sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. minissaia
multissecular
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por neorrealismo
h. neossimbolista
Exemplos: semirreta
anti-higiênico ultrarresistente.
anti-histórico ultrassom
co-herdeiro
macro-história 5. Quando o prefi xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo e-
mini-hotel lemento começar pela mesma vogal.
proto-história Exemplos:
sobre-humano anti-ibérico
super-homem anti-imperialista
ultra-humano anti-infl acionário
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). anti-infl amatório
auto-observação
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da contra-almirante
vogal com que se inicia o segundo elemento. contra-atacar
Exemplos: contra-ataque
aeroespacial micro-ondas
agroindustrial micro-ônibus
anteontem semi-internato
antiaéreo semi-interno
antieducativo
autoaprendizagem 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segun-
autoescola do elemento começar pela mesma consoante.
autoestrada Exemplos:
autoinstrução hiper-requintado
coautor inter-racial
coedição inter-regional
extraescolar sub-bibliotecário
infraestrutura super-racista
plurianual super-reacionário
semiaberto super-resistente
semianalfabeto super-romântico
semiesférico
semiopaco Atenção:
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, • Nos demais casos não se usa o hífen.
mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, super-
cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. proteção.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra inicia-
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo da por r: sub-região, sub-raça etc.
elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra ini-
anteprojeto ciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
antipedagógico
autopeça 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o se-
autoproteção gundo elemento começar por vogal. Exemplos:
coprodução hiperacidez
geopolítica hiperativo
microcomputador interescolar
pseudoprofessor interestadual
semicírculo interestelar
semideus interestudantil
seminovo superamigo
ultramoderno superaquecimento
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, supereconômico
vice-almirante etc. superexigente
superinteressante
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo superotimismo
elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exem-
plos: 8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
antirrábico sempre o hífen. Exemplos:
antirracismo além-mar
antirreligioso além-túmulo
antirrugas aquém-mar
antissocial ex-aluno
biorritmo ex-diretor
contrarregra ex-hospedeiro
contrassenso ex-prefeito
cosseno ex-presidente

Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pós-graduação Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
pré-história
pré-vestibular Trema
pró-europeu Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
recém-casado textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
recém-nascido linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
sem-terra derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, o “ü” lê-se “i”)
guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasio-
nalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas enca-
deamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a no- “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
ção de composição. Exemplos: abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
girassol
madressilva Ex.
mandachuva
paraquedas
Chá Mês nós
paraquedista
pontapé Gás Sapé cipó
Dará Café avós
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra
Pará Vocês compôs
ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na
linha seguinte. Exemplos: vatapá pontapés só
Na cidade, conta-se que ele foi viajar. Aliás português robô
O diretor recebeu os ex-alunos. dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
guardá-la Fé compô-los
réis (moeda) Véu dói
ORTOGRAFIA OFICIAL
Por Paula Perin dos Santos méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da ninguém parabéns Jerusalém
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa Resumindo:
dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-
ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que
Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-
falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas
sua implementação. palavras.

É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos  L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.  N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de  R – câncer, caráter, néctar, repórter.
Leis ou Acordos.  X – tórax, látex, ônix, fênix.
 PS – fórceps, Quéops, bíceps.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de-  Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui  ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
 I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.  ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
 UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira  US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen-
tes (semivogal+vogal):
Alfabeto Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-
palavras importadas do idioma inglês, como: temo, público, pároco, proparoxítona.
km – quilômetro,
kg – quilograma QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o

Não se separam as letras que representam um tritongo.


 Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
6- Paraguai: Pa-ra-guai
saguão: sa-guão
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba
IMPORTANTE que a antecede.
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos? técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a que a segue
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. 8- pneumático: pneu-má-ti-co
gnomo: gno-mo
5. Trema psicologia: psi-co-lo-gia
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”) mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
sílabas separadas.
6. Acento Diferencial 9- sublingual: sub-lin-gual
sublinhar: sub-li-nhar
O acento diferencial permanece nas palavras: sublocar: sub-lo-car
pôde (passado), pode (presente)
pôr (verbo), por (preposição) Preste atenção nas seguintes palavras:
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do trei-no so-cie-da-de
verbo está no singular ou plural: gai-o-la ba-lei-a
des-mai-a-do im-bui-a
SIN- ra-diou-vin-te ca-o-lho
PLURAL
GULAR te-a-tro co-e-lho
du-e-lo ví-a-mos
Ele
Eles têm a-mné-sia gno-mo
tem
co-lhei-ta quei-jo
Ele pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
Eles vêm
vem dig-no e-nig-ma
e-clip-se Is-ra-el
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: mag-nó-lia
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
SINAIS DE PONTUAÇÃO
DIVISÃO SILÁBICA
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as pau-
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, sas da linguagem oral.
GU.
2- chave: cha-ve PONTO
aquele: a-que-le O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
palha: pa-lha rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
manhã: ma-nhã comuns ele é chamado de simples.
guizo: gui-zo
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço PONTO DE INTERROGAÇÃO
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar
É usado para indicar pergunta direta.
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
Onde está seu irmão?
globo: glo-bo fraco: fra-co
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so
A mim ?! Que ideia!
prato: pra-to

Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
3- correr: cor-rer desçam: des-çam É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
fascinar: fas-ci-nar Ó jovens! Lutemos!

Não se separam as letras que representam um ditongo. VÍRGULA


4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
cárie: cá-rie sa na fala. Emprega-se a vírgula:
• Nas datas e nos endereços:
Separam-se as letras que representam um hiato. São Paulo, 17 de setembro de 1989.

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Largo do Paissandu, 128.
• No vocativo e no aposto: ASPAS
Meninos, prestem atenção!
São usadas para:
Termópilas, o meu amigo, é escritor.
• Indicar citações textuais de outra autoria.
• Nos termos independentes entre si:
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares:
caso é usado o duplo emprego da vírgula:
Há quem goste de “jazz-band”.
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.
droeira.
• Para enfatizar palavras ou expressões:
• Após alguns adjuntos adverbiais:
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.
No dia seguinte, viajamos para o litoral.
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
da vírgula:
• Em casos de ironia:
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
• Após a primeira parte de um provérbio.
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
• Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate. PARÊNTESES
Empregamos os parênteses:
• Nas indicações bibliográficas.
RETICÊNCIAS
"Sede assim qualquer coisa.
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
serena, isenta, fiel".
Não me disseste que era teu pai que ...
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas").
• Para realçar uma palavra ou expressão.
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
fora das órbitas. Amália se volta)".
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
(G. Figueiredo)
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória:
PONTO E VÍRGULA "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém fome."
alguma simetria entre si. (C. Lispector)
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe- • Para isolar orações intercaladas:
cido, guardando consigo a ponta farpada. " "Estou certo que eu (se lhe ponho
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu Minha mão na testa alçada)
interior. Sou eu para ela."
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais (M. Bandeira)
calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
DOIS PONTOS Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
• Para indicar uma citação alheia: ASTERISCO
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar- alguma nota (observação).
que".
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri- BARRA
or: A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente. abreviaturas.
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
CRASE
TRAVESSÃO
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar Crase é a fusão da preposição A com outro A.
palavras ou frases Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
– "Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria? EMPREGO DA CRASE
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). • em locuções adverbiais:
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra à vezes, às pressas, à toa...
vez. • em locuções prepositivas:
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma em frente à, à procura de...
coisa". (M. Palmério). • em locuções conjuntivas:
• Usa-se para separar orações do tipo: à medida que, à proporção que...
– Avante!- Gritou o general. • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. as
Fui ontem àquele restaurante.
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
uma cadeia de frase: Refiro-me àquilo e não a isto.
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• A ponte Rio – Niterói. A CRASE É FACULTATIVA
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. • diante de pronomes possessivos femininos:

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Entreguei o livro a(à) sua secretária . SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO
• diante de substantivos próprios femininos: E FIGURADO DAS PALAVRAS.
Dei o livro à(a) Sônia.
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
A: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Viajaremos à Colômbia.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) Sinônimo
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve- Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
neza, etc. ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
Viajaremos a Curitiba. O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o enfadonhos.
modifique.
Ela se referiu à saudosa Lisboa. Eufemismo
Vou à Curitiba dos meus sonhos. Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
Às 8 e 15 o despertador soou. conhecida como eufemismo).
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo- Exemplos:
da” ou "maneira":  gordo - obeso
Aos domingos, trajava-se à inglesa.  morrer - falecer
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Referia-se à Casa Gebara. Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Sinônimos Perfeitos
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). Se o significado é idêntico.
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. Exemplos:
Voltou à terra onde nascera.  avaro – avarento,
Chegamos à terra dos nossos ancestrais.  léxico – vocabulário,
Mas:  falecer – morrer,
Os marinheiros vieram a terra.
O comandante desceu a terra.
 escarradeira – cuspideira,
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o  língua – idioma
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:  catorze - quatorze
Vou até a (á ) chácara.
Cheguei até a(à) muralha Sinônimos Imperfeitos
• A QUE - À QUE Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso
ocorrerá crase:
Houve um palpite anterior ao que você deu. Antônimo
Houve uma sugestão anterior à que você deu. Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não (também oposto ou inverso) à outra.
ocorrerá crase. O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso
Não gostei do filme a que você se referia. estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que
Não gostei da peça a que você se referia. chame atenção do leitor ou do ouvinte.
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo Pala-
Antônimo
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do vra
de: aberto fechado
Meu palpite é igual ao de todos
Minha opinião é igual à de todos. alto baixo
bem mal
NÃO OCORRE CRASE bom mau
• antes de nomes masculinos: bonito feio
Andei a pé. de-
Andamos a cavalo. de menos
mais
• antes de verbos:
Ela começa a chorar. doce salgado
Cheguei a escrever um poema. forte fraco
• em expressões formadas por palavras repetidas: gordo magro
Estamos cara a cara.
salga-
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: insosso
do
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
Escrevi a Vossa Excelência. amor ódio
Dirigiu-se gentilmente à senhora. seco molhado
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: grosso fino
Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas. duro mole
doce amargo
grande pequeno

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sober- Parônimo
humildade Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
ba
semelhante a outra, que provoca, com alguma freqüência, confusão. Essas
louvar censurar
palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
bendi- diferentes.
maldizer
zer O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
ativo inativo pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
simpá- são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
antipático Exemplos
tico
Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
pro- acender. verbo - ascender. subir
regredir
gredir acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
rápido lento cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
sair entrar comprimento. extensão - cumprimento. saudação
coro (cantores) - couro (pele de animal)
sozi- acompa-
deferimento. concessão - diferimento. adiamento
nho nhado
delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
con- descrição. representação - discrição. reserva
discórdia
córdia descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
pesa- despensa. compartimento - dispensa. desobriga
leve
do destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
quente frio emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
pre- emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
ausente
sente enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
escuro claro enformar. meter em fôrma - informar. avisar
inveja admiração entender. compreender - intender. exercer vigilância
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
Homógrafo morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
pronúncia. recrear. divertir - recriar. criar de novo
Exemplos se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
 rego (subst.) e rego (verbo); venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
 colher (verbo) e colher (subst.); vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
 jogo (subst.) e jogo (verbo);
 Sede: lugar e Sede: avidez; DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
 Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
Homófono A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
tipos de palavras homófonas, que são:
 Homófonas heterográficas A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
 Homófonas homográficas
interpretações.
Homófonas heterográficas
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
Observe os exemplos
heterográficas (diferentes na escrita).
Denotação
Exemplos
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.
cozer / coser;
cozido / cosido;
Conotação
censo / senso
As estrelas do cinema.
consertar / concertar
O jardim vestiu-se de flores
conselho / concelho
O fogo da paixão
paço / passo
noz / nós
hera / era SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
ouve / houve
voz / vós As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
cem / sem figurado:
acento / assento Construí um muro de pedra - sentido próprio
Homófonas homográficas Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e A água pingava lentamente – sentido próprio.
homográficas (iguais na escrita).
Exemplos SEMÂNTICA
Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso, (do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‘arte da significação’)
janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
deriva do substantivo jantar, e está classificado como A semântica estudo o sentido das palavras, expressões, frases e uni-
neologismo. dades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribuí-
Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito dos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em
(substantivo). conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam da
sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta.

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quando analisamos o sentido das palavras na redação oficial, ressal- Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos exem-
tam como fundamentais a história da palavra e, obviamente, os contextos plos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de cami-
em que elas ocorrem. sa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e
aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e
A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo conso-
e as alterações sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como lar), com pronúncia diferente.
evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou mais
específico. Em sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de determina- Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em
do vocábulo ou expressão. que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da
palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b)
São esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha des- saudável e c) santo.
te ou daquele vocábulo.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão com dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver o
determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consagrado" problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que
confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto não quer houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e ortografia.
clichês.
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte de
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân- muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição
cias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repeti- (‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).
das; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornando-
o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está. Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria,
restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de
É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A pró- grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência
pria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de
vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de dizer. agregá-las em pares ou pequenos grupos formais.
Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua:  Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o
"(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é, réu.
assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma  Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a
folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconhecida água da chuva.
e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com  Acender: atear (fogo), inflamar.
leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as falam,  Ascender: subir, elevar-se.
são o que delas fazem as sociedades que as empregam."  Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.
 Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos)  Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou
como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros acerca de seus planos.
vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para desig-
 A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca
nar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior da
de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês
língua portuguesa.
ou (ano) das eleições.
 Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem in-
ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há cer-
corporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem
ca de mil títulos no catálogo.
sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser substi-
tuídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se  Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um aciden-
lhes quer dar. te na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrível aci-
dente no parque.
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a  Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demis-
linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares são já foi superado.
ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do desenvolvimento tecno-  Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.
lógico, por exemplo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e ter-  Dotar: dar em doação, beneficiar.
mos, ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve incorporá-  Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentes-
los. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o co): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo pa-
equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira rágrafo?
ao espírito da língua portuguesa.  A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi en-
caminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em necessária reflexão sobre sua pertinência.
contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo desconhecimen-  Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.
to da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela incorporação acrítica do  Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.
estrangeirismo.  Aleatório: casual, fortuito, acidental.
 Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.
Homônimos e Parônimos  Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral.
Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas  Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente.
pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre  Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve
eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia. alternativa.
 Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, anteproje-
A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de to ante-diluviano.
sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a  Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, antibi-
mesma pronúncia (os homônimos homófonos). ótico, anti-higiênico, anti-Marx.
 Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos co-

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
legas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos traba- que).
lhadores.  Círio: vela de cera.
 De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a  Sírio: da Síria.
um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro  Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
aos interesses dos menores.  Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar
 Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, nem, eclesiástico.
a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em  Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide frontal-
vez de.) mente com o entendimento havido.
 Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a em-  Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Minis-
presa demitiu vinte. tério da Justiça.
 A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.:  Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
ao par) do assunto; ao lado, junto; além de.  Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
 Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dóla-  Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portugal).
res ao par.  Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
 Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu  Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp.
ao colega um aparte em seu pronunciamento. concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri...
 À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto  Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos
foi encaminhado por expediente à parte. problemas crônicos aparentemente não têm conserto.
 Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imó-  Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
vel.  Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
 Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não  Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
for apressado, não será cumprido o cronograma.  Contraversão: versão contrária, inversão.
 Área: superfície delimitada, região.  Coser: costurar, ligar, unir.
 Ária: canto, melodia.  Cozer: cozinhar, preparar.
 Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irre-  Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inú-
corrível. meras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar.
 Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso  Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa dis-
foram todos arrestados. posta a custear tal projeto?
 Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito.  Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto? Cus-
 Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. ta-me crer que funcionará.
 Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho.  Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.
 Az (p. us.): esquadrão, ala do exército.  Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.
 Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.  Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.
 Autuar: lavrar um auto; processar.  Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.
 Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens.  Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os
 Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados. traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival.
 Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou su-  Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do prazo
cesso ao seu par americano. de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da Re-
 Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os ceita Federal.
técnicos agouram desastre na colheita.  Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.
 Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem.  Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
 Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua  Descrição: ato de descrever, representação, definição.
carreira.  Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
 Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso,  Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.
invocou a ajuda de Deus.  Discriminar: diferençar, separar, discernir.
 Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).  Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de
 Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar. provisões.
 Carear: atrair, ganhar, granjear.  Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se
 Cariar: criar cárie. estava obrigado; demissão.
 Carrear: conduzir em carro, carregar.  Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: Ape-
 Casual: fortuito, aleatório, ocasional. sar de sua importância, o projeto passou despercebido.
 Causal: causativo, relativo a causa.  Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a
 Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que
 Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. lhe aguardavam.
 Censo: alistamento, recenseamento, contagem.  Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
 Senso: entendimento, juízo, tino.  Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.
 Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.  Destratar: insultar, maltratar com palavras.
 Serrar: cortar com serra, separar, dividir.  Distratar: desfazer um trato, anular.
 Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou  Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamen-
possível a realização da obra. tos de uma articulação.
 Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual  Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem portar-
seção do ministério ele trabalha? se com distinção.
 Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso;  Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A dis-
reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A sensão sobre a matéria impossibilitou o acordo.
próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto.  Elidir: suprimir, eliminar.
 Chá: planta, infusão.  Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
 Xá: antigo soberano persa.  Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao
 Cheque: ordem de pagamento à vista. torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto.
 Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xe-  Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é "dispõe sobre a proprieda- realiza.
de industrial".  Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Justi-
 Emergir: vir à tona, manifestar-se. ça.
 Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar.  Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
 Emigrar: deixar o país para residir em outro.  Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
 Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.  Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
 Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.  Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista).
 Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, pró-  Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.
ximo.  Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem a
 Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar. concordância do locatário.
 Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.  Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
 Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.  Lustro: quinquênio; polimento.
 Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.  Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
 Encrostar: criar crosta.  Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo;
 Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar- exemplar.
se.  Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual lí-
 Entender: compreender, perceber, deduzir. quido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autorida-
 Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. de judicial ou administrativa: um mandado de segurança, mandado
 Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. de prisão.
 Inúmero: inumerável, sem conta, sem número.  Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar
 Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, teste- atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um de-
munha. putado, senador, do Presidente.
 Expectador: que tem expectativa, que espera.  Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
 Esperto: inteligente, vivo, ativo.  Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de mandato,
 Experto: perito, especialista. representante, procurador.
 Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar.  Mandatório: obrigatório.
 Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.  Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.
 Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo foi  Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa.
muito agradável.  Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo, mi-
 Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto: lésimo, etc.).
O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias.  Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.
 Estância: lugar onde se está, morada, recinto.  Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
 Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo.  Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
 Estrato: cada camada das rochas estratificadas.  Paço: palácio real ou imperial; a corte.
 Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia;  Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, eta-
perfume. pa.
 Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é sur-  Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por
preendida a praticar (flagrante delito). mais escolas na região foi muito bem formulado.
 Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso.  Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito
 Florescente: que floresce, próspero, viçoso. ao antigo reitor.
 Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência.  Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
 Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas.  Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.
 Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar.  Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós-
 Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável. moderno, pós-operatório.
 Inserto: introduzido, incluído, inserido.  Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-
 Incipiente: iniciante, principiante. modernista, pré-primário.
 Insipiente: ignorante, insensato.  Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-
se contra, mas dei meu parecer pró.
 Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado.
 Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.
 Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.
 Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda.
 Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que
havia sido induzido a cometer o delito.  Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga
constituintes da frase.
 Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas.
 Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmativa,
 Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda, au-
asserção.
mento persistente de preços.
 Presar: capturar, agarrar, apresar.
 Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
 Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.
 Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O juiz
infligiu pesada pena ao réu.  Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; fi-
car sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo pres-
 Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.) (cp.
creveu há dois meses.
infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um sem nú-
mero de artigos do Código Penal.  Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de
várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria
 Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
do Ministro.
 Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interrogar.
 Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria
 Intercessão: ato de interceder.
previu acertadamente o desfecho do caso.
 Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encon-
 Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O chefe
tram duas linhas ou superfícies.
do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes.
 Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter a-
 Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros
lia (entre outros), inter pares (entre iguais).
provêm) da falta de leitura.
 Intra- (prefixo): interior, dentro de.
 Prolatar: proferir sentença, promulgar.
 Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele se

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Protelar: adiar, prorrogar. enterrar = en + terra + ar
 Ratificar: validar, confirmar, comprovar. pronome = pro + nome
 Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão
após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas. PREFIXO
 Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar. É o elemento mórfico que vem antes do radical.
 Recriar: criar de novo. Exs.: anti - herói in - feliz
 Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
 Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reincidiu SUFIXO
no erro, o contrato de trabalho foi rescindido. É o elemento mórfico que vem depois do radical.
 Remição: ato de remir, resgate, quitação. Exs.: med - onho cear – ense
 Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação.
 Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
 Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura,
advertência.
 Ruço: grisalho, desbotado. A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva, está sempre criando
 Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na novas palavras. Para criar suas novas palavras, a língua recorre a vários
Rússia. meios chamados processos de formação de palavras.
 Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por con-
trato para punir sua infração. Os principais processos de formação das palavras são:
 Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste.
 Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). DERIVAÇÃO
 Cedente: que cede, que dá. É a formação de uma nova palavra mediante o acréscimo de elementos à
palavra já existente:
 Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.
a) Por sufixação:
 Subscritar: assinar, subscrever.
Acréscimo de um sufixo. Exs.: dent - ista , bel - íssimo.
 Sortir: variar, combinar, misturar.
b) Por prefixação :
 Surtir: causar, originar, produzir (efeito). Acréscimo de um prefixo. Exs.: ab - jurar, ex - diretor.
 Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; su- c) Por parassíntese:
por. Acréscimo de um prefixo e um sufixo. Exs.: en-fur-ecer, en-tard-ecer.
 Subintender: exercer função de subintendente, dirigir. d) Derivação imprópria:
 Subtender: estender por baixo. Mudança das classes gramaticais das palavras.
 Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se). Exs.: andar (verbo) - o andar (substantivo).
 Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. contra (preposição) - o contra (substantivo).
 Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. fantasma (substantivo) - o homem fantasma (adjetivo).
 Taxa: espécie de tributo, tarifa. oliveira (subst. comum) - Maria de Oliveira (subst. próprio).
 Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de
subversivo. COMPOSIÇÃO
 Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias. É a formação de uma nova palavra, unindo-se palavras que já existem na
 Tapar: fechar, cobrir, abafar. língua:
 Tampar: pôr tampa em. a) Por justaposição :
 Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema. Nenhuma das palavras formadoras perde letra.
 Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial elé- Exs.: passatempo (= passa + tempo); tenente-coronel = tenente +
trico. coronel).
 Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte. b) Por aglutinação:
 Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. Pelo menos uma das palavras perde letra.
 Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por Exs.: fidalgo (= filho + de + algo); embora (= em + boa + hora).
trás).
 Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo tra- HIBRIDISMO
zer. É a criação de uma nova palavra mediante a união de palavras de
 Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. origens diferentes.
 Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
 Vultoso: de grande vulto, volumoso. Exs.: abreugrafia (português e grego), televisão (grego e latim),
zincografia (alemão e grego).
 Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face).

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, AD-
JETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSI-
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários ÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE IMPRI-
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das MEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES).
palavras.

Exs.:
SUBSTANTIVOS
cinzeiro = cinza + eiro
endoidecer = en + doido + ecer
predizer = pre + dizer Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá nome
aos seres em geral.
Os principais elementos móficos são :
São, portanto, substantivos.
RADICAL a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-

Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lho, corrida, tristeza beleza altura. enxame - de abelhas
enxoval - de roupas
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS esquadra - de navios de guerra
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: esquadrilha - de aviões
rio, cidade, pais, menino, aluno falange - de soldados, de anjos
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. farândola - de maltrapilhos
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To- fato - de cabras
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. fauna - de animais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro- feixe - de lenha, de raios luminosos
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi- flora - de vegetais de uma região
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con- frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, girândola - de fogos de artifício
fada, bruxa, saci. horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só junta - de bois, médicos, de examinadores
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, júri - de jurados
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, legião - de anjos, de soldados, de demônios
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: malta - de desordeiros
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. manada - de bois, de elefantes
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje- matilha - de cães de caça
tivos ninhada - de pintos
trabalhar - trabalho nuvem - de gafanhotos, de fumaça
correr - corrida panapaná - de borboletas
alto - altura pelotão - de soldados
belo - beleza penca - de bananas, de chaves
pinacoteca - de pinturas
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS plantel - de animais de raça, de atletas
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua quadrilha - de ladrões, de bandidos
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. ramalhete - de flores
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: réstia - de alhos, de cebolas
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. récua - de animais de carga
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, romanceiro - de poesias populares
tempo, sol. resma - de papel
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- revoada - de pássaros
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. súcia - de pessoas desonestas
vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
de seres da mesma espécie.
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras
alcateia - de lobos Gênero
álbum - de fotografias, de selos Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
antologia - de trechos literários escolhidos no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
armada - de navios de guerra
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) Podemos classificar os substantivos em:
arquipélago - de ilhas a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
assembleia - de parlamentares, de membros de associações para o masculino, outra para o feminino:
atilho - de espigas de milho aluno/aluna homem/mulher
atlas - de cartas geográficas, de mapas menino /menina carneiro/ovelha
banca - de examinadores Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
bando - de aves, de pessoal em geral padrinho/madrinha bode/cabra
cabido - de cônegos cavaleiro/amazona pai/mãe
cacho - de uvas, de bananas
cáfila - de camelos b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
cancioneiro - de poemas, de canções em:
caravana - de viajantes 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
cardume - de peixes animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
clero - de sacerdotes Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-
colmeia - de abelhas mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
concílio - de bispos mea
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa 2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
congregação - de professores, de religiosos designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
congresso - de parlamentares, de cientistas go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
conselho - de ministros estudante, este dentista.
consistório - de cardeais sob a presidência do papa 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
constelação - de estrelas pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
corja - de vadios tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
elenco - de artistas juge, a pessoa, a criatura.

Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: núpcias óculos
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
Plural dos Nomes Compostos
São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme 1. Somente o último elemento varia:
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
o teorema o ágape a análise a usucapião
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o trema o caudal a cal a bacanal boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o edema o champanha a cataplasma a líbido b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice
o fibroma o guaraná a aguardente c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo
o estratagema o plasma ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
o proclama o clã comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Mudança de Gênero com mudança de sentido melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
Veja alguns exemplos: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal) rabo, burros-sem-rabo;
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão)
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento) correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
banana-maçã, bananas-maçã.
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
Plural dos Nomes Simples
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
3. Ambos os elementos são flexionados:
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em:
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração,
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
corações; grandalhão, grandalhões.
compromissos.
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
guardiães.
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão,
caras-pálidas.
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.
São invariáveis:
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães;
sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,
desocupa-o-copo;
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns.
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
perde-ganha, os perde-ganha.
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
fens (ou hífenes).
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
Adjetivos Compostos
fósseis; réptil, répteis.
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
dos-mudos > surdas-mudas.
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
os ônix.
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri- Graus do substantivo
mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi- Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
tos. podem ser: sintéticos ou analíticos.

Substantivos só usados no plural Analítico


afazeres anais Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama-
arredores belas-artes nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande.
cãs condolências
confins exéquias
férias fezes Sintético

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
Principais sufixos aumentativos causas sócio-político-econômicas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, acordo luso-franco-brasileiro
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, acordo luso-franco-brasileiros
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- lente côncavo-convexa
ça. lentes côncavo-convexas
camisa verde-clara
camisas verde-claras
Principais Sufixos Diminutivos sapato marrom-escuro
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapatos marrom-escuros
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, Observações:
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, camisa verde-abacate camisas verde-abacate
sapato marrom-café sapatos marrom-café
homúncula, apícula, velhusco.
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
Observações: blusa azul-marinho blusas azul-marinho
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui- camisa azul-celeste camisas azul-celeste
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
variam:
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe- menina surda-muda meninas surdas-mudas
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for- Graus do Adjetivo
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
pressas em dois graus:
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
- o comparativo
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
- o superlativo
zinho, pequenito.

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Comparativo


gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
diferentes para designar o sexo: outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
bode - cabra genro - nora superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre - Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe - Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc. - Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
ADJETIVOS Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.

Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-


FLEXÃO DOS ADJETIVOS dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
Gênero Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Esta cidade é poluidíssima.
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne- Esta cidade é muito poluída.
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu- - Superlativo relativo
lher simples; aluno feliz - aluna feliz. Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou- outros seres:
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem Este rio é o mais poluído de todos.
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Este rio é o menos poluído de todos.

Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
melhante a dos substantivos. - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
Número - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
a) Adjetivo simples quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples: Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
pessoa honesta pessoas honestas tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
regra fácil regras fáceis NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
homem feliz homens felizes ABSOLUTO
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in- RELATIVO
variáveis: bom melhor ótimo
blusa vinho blusas vinho melhor
camisa rosa camisas rosa mau pior péssimo
b) Adjetivos compostos pior
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- grande maior máximo
mento varia, tanto em gênero quanto em número: maior

Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
substantivo.
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
• Ele chegou. (ele)
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
• Convidei-o. (o)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
• Esta casa é antiga. (esta)
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
• Meu livro é antigo. (meu)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
Classificação dos Pronomes
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Há, em Português, seis espécies de pronomes:
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
de tratamento:
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Adjetivos Gentílicos e Pátrios
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bóston - bostoniano Braga - bracarense
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
trem, nada, cada, algo.
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
bucarestense Campos - campista
terrogativas.
Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
PRONOMES PESSOAIS
Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
curso:
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
1ª pessoa: quem fala, o emissor.
bricense Cuiabá - cuiabano
Eu sai (eu)
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Nós saímos (nós)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Convidaram-me (me)
Egito - egípcio capixaba
Convidaram-nos (nós)
Equador - equatoriano Évora - eborense
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
Tu saíste (tu)
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Vós saístes (vós)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Convidaram-te (te)
Gabão - gabonês Galiza - galego
Convidaram-vos (vós)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Goiânia - goianense Granada - granadino
Ele saiu (ele)
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
Eles sairam (eles)
Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
Convidei-o (o)
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
Convidei-os (os)
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
Os pronomes pessoais são os seguintes:
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
Macapá - macapaense Macau - macaense NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO
Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe singular 1ª eu me, mim, comigo
2ª tu te, ti, contigo
Madri - madrileno Manaus - manauense 3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
Marajó - marajoara Minho - minhoto plural 1ª nós nós, conosco
Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco 2ª vós vós, convosco
Montevidéu - montevideano Natal - natalense 3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
Pequim - pequinês Pisa - pisano
PRONOMES DE TRATAMENTO
Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
binações possíveis são as seguintes:
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos
Vossa Santidade V.S. papas te+o=to te + os = tos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS a, as.
me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
- Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento:
- Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo)
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos:
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado)
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado)
indiretos:
Convidei-o. (certo)
O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo)
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
reto seu emprego como complemento:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos.
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros.
verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS.
Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento:
Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
MIM e TI:
finitivo:
Ninguém irá sem EU. (errado)
Deixei-o sair.
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Vi-o chegar.
Ninguém irá sem MIM. (certo)
Sofia deixou-se estar à janela.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
vendo as orações reduzidas de infinitivo:
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
como sujeito de um verbo no infinitivo.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
A mim, ninguém me engana.
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
A ti tocou-te a máquina mercante.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
mo vicioso e sim ênfase.
sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo,
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
exercendo função sintática de adjunto adnominal:
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Querida, gosto muito de SI. (errado)
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo)
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar
Preciso muito falar com você. (certo)
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
déstia:
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Vós sois minha salvação, meu Deus!
Ele feriu-se
Cada um faça por si mesmo a redação

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos? O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-
cartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a gem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração: PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me.
livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
franco.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Próclise
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
você).
interrogativos e conjunções.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
Quem lhe ensinou esses modos?
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
Quem os ouvia, não os amou.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
Que lhes importa a eles a recompensa?
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro-
Papai do céu o abençoe.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
A terra lhes seja leve.
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
suas mãos).
Em se animando, começa a contagiar-nos.
Não me respeitava a adolescência.
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
pausa entre eles.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
1. Cálculo aproximado, estimativa:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
Mesóclise 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente O nosso homem não se deu por vencido.
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Chama-se Falcão o meu homem c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum jamos distância:
Eu cá tenho minhas dúvidas O povo já não confia nesses políticos.
Cornélio teve suas horas amargas Não quero mais pensar nisso.
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
de. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
Daquele instante em diante modifiquei-me.
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas.
século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Tal era a situação do país.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no Não disse tal.
qual se inclui o momento em que falamos: Tal não pôde comparecer.
Nesta semana não choveu.
Neste mês a inflação foi maior. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Este ano será bom para nós. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
Este século terminará breve. QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
Este assunto já foi discutido ontem. ou OUTRO TAL:
Tudo isto que estou dizendo já é velho. Suas manias eram tais quais as minhas.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: A mãe era tal quais as filhas.
Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os filhos são tais qual o pai.
Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. Tal pai, tal filho.
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: É pronome substantivo em frases como:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com Não encontrarei tal (= tal coisa).
quem se fala): Não creio em tal (= tal coisa)
Esse documento que tens na mão é teu?
Isso que carregas pesa 5 kg. PRONOMES RELATIVOS
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Veja este exemplo:
Esse teu coração me traiu. Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Quantos vivem nesse pais? A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


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casa é um pronome relativo. VERBO
PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-
feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. CONCEITO
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
No exemplo dado, o antecedente é casa. as no tempo.
Outros exemplos de pronomes relativos: Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
O lugar onde paramos era deserto. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
Traga tudo quanto lhe pertence. Assim fiz. Morreram.”
Leve tantos ingressos quantos quiser. (Clarice Lispector)
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
Eis o quadro dos pronomes relativos: a) Estado:
Não sou alegre nem sou triste.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Sou poeta.
b) Mudança de estado:
Masculino Feminino Meu avô foi buscar ouro.
o qual a qual quem Mas o ouro virou terra.
os quais as quais c) Fenômeno:
cujo cujos cuja cujas que Chove. O céu dorme.
quanto quanta quantas onde
quantos VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Observações:
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente,
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. FLEXÕES
O médico de quem falo é meu conterrâneo. O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
sempre um substantivo sem artigo. si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • a ação de cantar.
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o número gramatical (plural).
Tenho tudo quanto quero. • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Leve tantos quantos precisar. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. passado (indicativo).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
EM QUE.
Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
PRONOMES INDEFINIDOS Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
modo vago, impreciso, indeterminado. 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
Exemplos: cemos.
Algo o incomoda? 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Não faças a outrem o que não queres que te façam. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis.
Quem avisa amigo é. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Encontrei quem me pode ajudar. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Ele gosta de quem o elogia. adormece.
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
CERTAS. adormecem.
Cada povo tem seus costumes. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Certas pessoas exercem várias profissões. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente.
PRONOMES INTERROGATIVOS b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
Exemplos: pedido
Que há? Corra na frente, Baleia.
Que dia é hoje? 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
Reagir contra quê? em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
Por que motivo não veio? a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Quem foi? Fecho os olhos, agito a cabeça.
Qual será? b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Quantos vêm? em que se fala:
Quantas irmãs tens? Fechei os olhos, agitei a cabeça.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.

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O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o Fazia dois anos que eu estava casado.
presente. Faz muito frio nesta região?

Veja o esquema dos tempos simples em português: O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
Presente (falo)
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
3ª pessoa do singular - quando significa:
Imperfeito (falava)
1) EXISTIR
Mais- que-perfeito (falara)
Há pessoas que nos querem bem.
Futuro do presente (falarei)
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
do pretérito (falaria)
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Presente (fale)
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
2) ACONTECER, SUCEDER
Futuro (falar)
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Não haja desavenças entre vós.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
dos tempos simples.
Há meses que não o vejo.
Infinitivo impessoal (falar)
Haverá nove dias que ele nos visitou.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
Particípio (falado)
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
pretérito imperfeito, e não no presente:
a) agente do fato expresso.
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
O carroceiro disse um palavrão.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
(sujeito agente)
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
O verbo está na voz ativa.
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
b) paciente do fato expresso:
4) REALIZAR-SE
Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
Houve festas e jogos.
(sujeito paciente)
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
O verbo está na voz passiva.
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
c) agente e paciente do fato expresso:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
O carroceiro machucou-se.
seguido de infinitivo):
(sujeito agente e paciente)
Em pontos de ciência não há transigir.
O verbo está na voz reflexiva.
Não há contê-lo, então, no ímpeto.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
Não havia descrer na sinceridade de ambos.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Falo - Estudam.
E não houve convencê-lo do contrário.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
fora do radical.
Falamos - Estudarei.
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua
De há muito que esta árvore não dá frutos.
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto -
De há muito não o vejo.
cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
pessoa do singular:
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
Vai haver eleições em outubro.
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
Começou a haver reclamações.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
Não pode haver umas sem as outras.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
Parecia haver mais curiosos do que interessados.
tado - morto - enxugado - enxuto.
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
gação.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ser: sou - fui
construída de três modos:
verbo ir: vou - ia
Hajam vista os livros desse autor.
Haja vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista aos livros desse autor.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
explícito. Quase todos os verbos são pessoais. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
O Nino apareceu na porta.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
sentido da frase.
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
Exemplo:
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
etc.
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Garoava na madrugada roxa.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Houve um espetáculo ontem.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
Há alunos na sala.
vando o mesmo tempo.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
claros.
Outros exemplos:
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.

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Os calores intensos provocam as chuvas. Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
As chuvas são provocadas pelos calores intensos. hipótese, uma condição.
Eu o acompanharei. Se eu estudasse, a história seria outra.
Ele será acompanhado por mim. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Todos te louvariam. e) Pretérito Perfeito
Serias louvado por todos. Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Prejudicaram-me. um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Fui prejudicado. características do modo subjuntivo).
Condenar-te-iam. Que tenha estudado bastante é o que espero.
Serias condenado. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
a) Presente Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: lamente.
- um fato que ocorre no momento em que se fala. e) Futuro
Eles estudam silenciosamente. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estão estudando silenciosamente. ído em relação a outro fato futuro.
- uma ação habitual. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal): VERBOS AUXILIARES
O homem é mortal.
INDICATIVO
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
maior realce à narrativa. SER ESTAR TER HAVER
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". PRESENTE
É o chamado presente histórico ou narrativo. sou estou tenho hei
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: és estás tens hás
é está tem há
Amanhã vou à escola.
somos estamos temos havemos
Qualquer dia eu te telefono.
sois estais tendes haveis
b) Pretérito Imperfeito são estão têm hão
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: PRETÉRITO PERFEITO
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: era estava tinha havia
Ele andava à toa. eras estavas tinhas havias
Nós vendíamos sempre fiado. era estava tinha havia
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre éramos estávamos tínhamos havíamos
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. éreis estáveis tínheis havíes
Era uma vez... eram estavam tinham haviam
- um fato presente em relação a outro fato passado. PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
Eu lia quando ele chegou. fui estive tive houve
c) Pretérito Perfeito foste estiveste tiveste houveste
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já foi esteve teve houve
ocorrido, concluído. fomos estivemos tivemos houvemos
fostes estivestes tivestes houvestes
Estudei a noite inteira.
foram estiveram tiveram houveram
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
momento presente. tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
Tenho estudado todas as noites. tens sido tens estado tens tido tens havido
d) Pretérito mais-que-perfeito tem sido tem estado tem tido tem havido
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em temos sido temos estado temos tido temos havido
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): tendes sido tendes estado tendes tido tendes havido
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. têm sido têm estado têm tido têm havido
e) Futuro do Presente PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato fora estivera tivera houvera
futuro em relação ao momento em que se fala. foras estiveras tiveras houveras
Irei à escola. fora estivera tivera houvera
f) Futuro do Pretérito fôramos estivéramos tivéramos houvéramos
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: fôreis estivéreis tivéreis houvéreis
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. foram estiveram tiveram houveram
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
- Eu jogaria se não tivesse chovido.
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido)
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
- Seria realmente agradável ter de sair? serei estarei terei haverei
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às serás estarás terás haverá
vezes, ironia. será estará terá haverá
- Daria para fazer silêncio?! seremos estaremos teremos haveremos
sereis estareis tereis havereis
Modo Subjuntivo serão estarão terão haverão
a) Presente FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido)
- um fato presente, mas duvidoso, incerto. FUTURO DO
Talvez eles estudem... não sei. PRETÉRITO
- um desejo, uma vontade: SIMPLES
seria estaria teria haveria
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
serias estarias terias haverias
b) Pretérito Imperfeito
seria estaria teria haveria

Língua Portuguesa 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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seríamos estaríamos teríamos haveríamos cantais vendeis partis
serieis estaríeis teríeis haveríeis cantam vendem partem
seriam estariam teriam haveriam PRETÉRITO IMPERFEITO
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO cantava vendia partia
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido) cantavas vendias partias
PRESENTE SUBJUNTIVO cantava vendia partia
seja esteja tenha haja cantávamos vendíamos partíamos
sejas estejas tenhas hajas cantáveis vendíeis partíeis
seja esteja tenha haja cantavam vendiam partiam
sejamos estejamos tenhamos hajamos PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
sejais estejais tenhais hajais cantei vendi parti
sejam estejam tenham hajam cantaste vendeste partiste
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES cantou vendeu partiu
fosse estivesse tivesse houvesse cantamos vendemos partimos
fosses estivesses tivesses houvesses cantastes vendestes partistes
fosse estivesse tivesse houvesse cantaram venderam partiram
fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido)
fossem estivessem tivessem houvessem PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO cantara vendera partira
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, havido) cantaras venderas partiras
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO cantara vendera partira
tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, estado, cantáramos vendêramos partíramos
tido, havido) cantáreis vendêreis partíreis
FUTURO SIMPLES cantaram venderam partiram
se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
se tu fores se tu estiveres se tu tiveres se tu houveres tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido)
se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
se nós formos se nós estiver- se nós tivermos se nós houver- FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
mos mos cantarei venderei partirei
se vós fordes se vós estiver- se vós tiverdes se vós houver- cantarás venderás partirás
des des cantará venderá partirá
se eles forem se eles estive- se eles tiverem se eles houve- cantaremos venderemos partiremos
rem rem cantareis vendereis partireis
FUTURO COMPOSTO cantarão venderão partirão
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
AFIRMATIVO IMPERATIVO terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido)
sê tu está tu tem tu há tu Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
seja você esteja você tenha você haja você FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
sejamos nós estejamos nós tenhamos nós hajamos nós cantaria venderia partiria
sede vós estai vós tende vós havei vós cantarias venderias partirias
sejam vocês estejam vocês tenham vocês hajam vocês cantaria venderia partiria
NEGATIVO cantaríamos venderíamos partiríamos
não sejas tu não estejas tu não tenhas tu não hajas tu cantaríeis venderíeis partiríeis
não seja você não esteja você não tenha você não haja você cantariam venderiam partiriam
não sejamos nós não estejamos não tenhamos não hajamos FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
nós nós nós teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido)
não sejais vós não estejais vós não tenhais vós não hajais vós FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
não sejam vocês não estejam não tenham não hajam vocês teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido)
vocês vocês Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
IMPESSOAL INFINITIVO PRESENTE SUBJUNTIVO
ser estar ter haver cante venda parta
IMPESSOAL COMPOSTO cantes vendas partas
Ter sido ter estado ter tido ter havido cante venda parta
PESSOAL cantemos vendamos partamos
ser estar ter haver canteis vendais partais
seres estares teres haveres cantem vendam partam
ser estar ter haver PRETÉRITO IMPERFEITO
sermos estarmos termos havermos cantasse vendesse partisse
serdes estardes terdes haverdes cantasses vendesses partisses
serem estarem terem haverem cantasse vendesse partisse
SIMPLES GERÚNDIO cantássemos vendêssemos partíssemos
sendo estando tendo havendo cantásseis vendêsseis partísseis
COMPOSTO cantassem vendessem partissem
tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
PARTICÍPIO tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, parti-
sido estado tido havido do)
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
CONJUGAÇÕES VERBAIS FUTURO SIMPLES
cantar vender partir
cantares venderes partires
INDICATIVO cantar vender partir
PRESENTE cantarmos vendermos partimos
canto vendo parto cantardes venderdes partirdes
cantas vendes partes cantarem venderem partirem
canta vende parte FUTURO COMPOSTO
cantamos vendemos partimos tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido)

Língua Portuguesa 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
AFIRMATIVO IMPERATIVO 4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO
canta vende parte PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo
cante venda parta principal:
cantemos vendamos partamos
cantai vendei parti teria cantado teria vendido teria partido
cantem vendam partam terias cantado terias vendido terias partido
NEGATIVO teria cantado teria vendido teria partido
não cantes não vendas não partas teríamos cantado teríamos vendido teríamos partido
não cante não venda não parta teríeis cantado teríeis vendido teríeis partido
não cantemos não vendamos não partamos teriam cantado teriam vendido teriam partido
não canteis não vendais não partais
MODO SUBJUNTIVO
não cantem não vendam não partam
1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO do
verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES
tenha cantado tenha vendido tenha
PRESENTE tenhas cantado tenhas vendido tenhas partido
cantar vender partir tenha cantado tenha vendido tenha partido
tenhamos cantado tenhamos vendido tenhamos partido
INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO
tenhais cantado tenhais vendido tenhais partido
cantar vender partir
tenham cantado vendido tenham partido
cantares venderes partires
cantar vender partir 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO
cantarmos vendermos partirmos SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo princi-
cantardes venderdes partirdes pal:
cantarem venderem partirem
INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
ter (ou haver), cantado, vendido, partido tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido) tivéssemos cantado tivéssemos vendido tivéssemos partido
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE tivésseis cantado tivésseis vendido tivésseis partido
tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido
cantando vendendo partindo
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO 3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUN-
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido TIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
PARTICÍPIO
cantado vendido partido tiver cantado tiver vendido tiver partido
tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido
tiver cantado tiver vendido tiver partido
Formação dos tempos compostos tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido
tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido
Com os verbos ter ou haver tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
FORMAS NOMINAIS
Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular aqueles
que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, haver) 1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL).
com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume incluí-los Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o PAR-
nos próprios paradigmas de conjugação: TICÍPIO do verbo principal:

ter cantado ter vendido ter partido


MODO INDICATIVO
2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL).
1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o PARTI-
INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal: CÍPIO do verbo principal:
tenho cantado tenho vendido tenho partido ter cantado ter vendido ter partido
tens cantado tens vendido tens partido teres cantado teres vendido teres partido
tem cantado tem vendido tem partido ter cantado ter vendido ter partido
temos cantado temos vendido temos partido termos cantado termos vendido termos partido
tendes cantado tendes vendido tendes partido terdes cantado terdes vendido terdes partido
têm cantado têm vendido têm partido terem cantado terem vendido terem partido

2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER- 3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do
FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
verbo principal:
tendo cantado tendo vendido tendo partido
tinha cantado tinha vendido tinha partido
tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e
tinha cantado tinha vendido tinha partido Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão.
tínhamos cantado tínhamos vendido tínhamos partido
tínheis cantado tínheis vendido tínheis partido
tinham cantado tinham vendido tinham partido VERBOS IRREGULARES
3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO DAR
PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
principal: Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
terei cantado terei vendido terei partido Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
terás cantado terás vendido terás, partido Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
terá cantado terá vendido terá partido Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
teremos cantado teremos vendido teremos partido
tereis cantado tereis vendido tereis , partido MOBILIAR
terão cantado terão vendido terão partido Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam

Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis,
AGUAR disseram
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis,
MAGOAR dissesse
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa- Particípio dito
ram Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
APIEDAR-SE Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais- Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram
vos, apiadam-se Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei- Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam
vos, apiedem-se Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis,
MOSCAR fizessem
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus- Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
quem
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
RESFOLEGAR Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, PODER
resfolguem Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
NOMEAR Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam puderam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
nomeavam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea- pudessem
ram Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Gerúndio podendo
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Particípio podido
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
COPIAR imperativo negativo
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram PROVER
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá- Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
reis, copiaram Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê-
reis, proveram
ODIAR Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove-
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam riam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
odiaram Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem provessem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
Gerúndio provendo
CABER Particípio provido
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam QUERER
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
coubéreis, couberam Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, reis, quiseram
coubessem Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no quisessem
imperativo negativo Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem

CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,

Língua Portuguesa 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
requererão Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere- Imperativo afirmativo abole, aboli
ríeis, requereriam Imperativo negativo não há
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, Infinitivo impessoal abolir
requeiram Gerúndio abolindo
Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, Particípio abolido
requerêsseis, requeressem, O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I.
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
requerem AGREDIR
Gerúndio requerendo Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Particípio requerido Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam
O verbo REQUERER não se conjuga como querer. Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I.
REAVER
Presente do indicativo reavemos, reaveis COBRIR
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve- Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
ram Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
reouveram Particípio coberto
Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou- Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
vésseis, reouvessem
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, FALIR
reouverem Presente do indicativo falimos, falis
O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen- Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
ta a letra v Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
SABER Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Presente do subjuntivo não há
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
soubéreis, souberam Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Imperativo afirmativo fali (vós)
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, Imperativo negativo não há
soubessem Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem Gerúndio falindo
Particípio falido
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem FERIR
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
TRAZER
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem MENTIR
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
trouxéreis, trouxeram Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam FUGIR
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
trouxessem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe- IR
rem Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Gerúndio trazendo Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Particípio trazido Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
VER Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio indo
Particípio visto Particípio ido

ABOLIR OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Particípio ouvido
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão PEDIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo não há Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
abolissem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam

Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir 3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
POLIR ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.
REMIR 5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam etc.
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
RIR
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Advérbios Interrogativos
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Palavras Denotativas
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Gerúndio rindo 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
Particípio rido 4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
Conjuga-se como rir: sorrir 5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
VIR Você lá sabe o que está dizendo, homem...
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm Mas que olhos lindos!
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham Veja só que maravilha!
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão NUMERAL
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem O numeral classifica-se em:
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem - cardinal - quando indica quantidade.
Gerúndio vindo - ordinal - quando indica ordem.
Particípio vindo
- multiplicativo - quando indica multiplicação.
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
- fracionário - quando indica fracionamento.
SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Exemplos:
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Silvia comprou dois livros.
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Antônio marcou o primeiro gol.
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-


vérbio, exprimindo uma circunstância. QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS

Os advérbios dividem-se em: Algarismos Numerais


1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan- nos cos tivos
te, através, defronte, aonde, etc.
I 1 um primeiro simples -
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
II 2 dois segundo duplo meio
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
dobro
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, III 3 três terceiro tríplice terço
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema- V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
mal, quase, apenas, etc. VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
6) NEGAÇÃO: não. IX 9 nove nono nônuplo nono
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, X 10 dez décimo décuplo décimo
provavelmente, etc. XI 11 onze décimo onze avos
primeiro
Há Muitas Locuções Adverbiais XII 12 doze décimo doze avos
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- segundo
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. XIII 13 treze décimo treze avos
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, terceiro
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de XIV 14 quatorze décimo quatorze
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. quarto avos

Língua Portuguesa 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XV 15 quinze décimo quinze avos
quinto ARTIGO
XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
sexto avos
XVII 17 dezessete décimo dezessete Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
sétimo avos los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
oitavo Dividem-se em
XIX 19 dezenove décimo nono dezenove • definidos: O, A, OS, AS
avos • indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
XX 20 vinte vigésimo vinte avos Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado).
XL 40 quarenta quadragé- quarenta
simo avos Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
geral.
L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-
simo avos
terminado).
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
avos
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
mo
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos CONJUNÇÃO
XC 90 noventa nonagésimo noventa
avos Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
C 100 cem centésimo centésimo
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo Coniunções Coordenativas
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo 1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen- 2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
tos tésimo tésimo senão, no entanto, etc.
D 500 quinhen- quingenté- quingenté- 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer,
tos simo simo etc.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési- 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
mo mo consequência.
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque,
tos simo simo pois, etc.
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
simo simo Conjunções Subordinativas
CM 900 novecen- nongentési- nongentési- 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
tos mo mo 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
M 1000 mil milésimo milésimo 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
Emprego do Numeral 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
Luis X (décimo) ano I (primeiro) 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
Pio lX (nono) século lV (quarto) forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: etc.
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES

Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. Examinemos estes exemplos:


XX Salão do Automóvel (vigésimo) 1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
VI Festival da Canção (sexto) 2º) Os livros ensinam e divertem.
lV Bienal do Livro (quarta) 3º) Saímos de casa quando amanhecia.
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao uma conjunção.
emprego do ordinal.
Hoje é primeiro de setembro No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
Não é aconselhável iniciar período com algarismos orações: são também conjunções.
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- mesma oração.
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a conjunção E é coordenativa.
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
Língua Portuguesa 52 A Opção Certa Para a Sua Realização
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outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção "Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
QUANDO é subordinativa. (Antônio Olavo Pereira)
"E pia tal a qual a caça procurada."
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. (Amadeu de Queirós)
"Por que ficou me olhando assim feito boba?"
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS (Carlos Drummond de Andrade)
As conjunções coordenativas podem ser: Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
também, mas ainda, senão também, como também, bem como. Os governantes realizam menos do que prometem.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
Não aprovo nem permitirei essas coisas. quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por
Os livros não só instruem mas também divertem. menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam (= embora não).
as flores. Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com- A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao Beba, nem que seja um pouco.
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape- Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
sar disso, em todo caso. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. afirmações.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. se não), a não ser que, a menos que, dado que.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Ficaremos sentidos, se você não vier.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
Hoje não atendo, em todo caso, entre. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, que os mosquitos se opusessem."
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. (Ferreira de Castro)
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
Ou você estuda ou arruma um emprego. são como (ou conforme) dizem.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. (Machado de Assis)
"Já chora, já se ri, já se enfurece." 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
(Luís de Camões) tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con- forma que, de maneira que, sem que, que (não).
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
As árvores balançam, logo está ventando. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Afastou-se depressa para que não o víssemos.
causar incêndios. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversati- mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
vo: to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. À medida que se vive, mais se aprende.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
(Jorge Amado) Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à Observação:
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
Abrangem as seguintes classes: (Maria José de Queirós)
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
que, uma vez que, desde que. 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que,
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc.
efeito). Venha quando você quiser.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. Não fale enquanto come.
Desde que é impossível, não insistirei. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
(= como). cânti)
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. 10) Integrantes: que, se.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. Sabemos que a vida é breve.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Veja se falta alguma coisa.
(Paulo Mendes Campos)

Língua Portuguesa 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Observação: Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem
Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o ser:
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, - alegria: ahl oh! oba! eh!
porém, não consigna esta espécie de conjunção. - animação: coragem! avante! eia!
- admiração: puxa! ih! oh! nossa!
Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, - aplauso: bravo! viva! bis!
por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc. - desejo: tomara! oxalá!
- dor: aí! ui!
Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por- - silêncio: psiu! silêncio!
tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex- - suspensão: alto! basta!
to. Assim, a conjunção que pode ser:
1) Aditiva (= e): LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. valor de uma interjeição.
A nós que não a eles, compete fazê-lo. Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
2) Explicativa (= pois, porque): Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
Apressemo-nos, que chove.
3) Integrante: SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Diga-lhe que não irei.
4) Consecutiva:
FRASE
Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Não vão a uma festa que não voltem cansados.
O tempo está nublado.
Onde estavas, que não te vi?
Socorro!
5) Comparativa (= do que, como):
Que calor!
A luz é mais veloz que o som.
Ficou vermelho que nem brasa.
6) Concessiva (= embora, ainda que): ORAÇÃO
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
Beba, um pouco que seja. A fanfarra desfilou na avenida.
7) Temporal (= depois que, logo que): As festas juninas estão chegando.
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
8) Final (= pare que): PERÍODO
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. Período é a frase estruturada em oração ou orações.
9) Causal (= porque, visto que): O período pode ser:
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Coaraci) Fui à livraria ontem.
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: • composto - quando constituído por mais de uma oração.
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pedis- Fui à livraria ontem e comprei um livro.
se. (sem que = embora não)
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
(sem que = se não,caso não) São dois os termos essenciais da oração:
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados. (sem
que = que não) SUJEITO
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)

PREPOSIÇÃO O sujeito pode ser :


- simples: quando tem um só núcleo
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;
núcleo: rosas)
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
- composto: quando tem mais de um núcleo
segundo, um subordinado ou consequente.
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
Exemplos:
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
Chegaram a Porto Alegre.
Discorda de você.
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
Fui até a esquina.
Casa de Paulo.
Come-se bem naquele restaurante.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Preposições Essenciais e Acidentais
Choveu ontem.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
Há plantas venenosas.
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
PREDICADO
ATRÁS.
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
O predicado classifica-se em:
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
do sujeito.
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
segundo, senão, tirante, visto, etc.
Nosso colega está doente.
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
PERMANECER, etc.
INTERJEIÇÃO Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Nosso colega está doente.

Língua Portuguesa 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A moça permaneceu sentada. • pelos numerais : três garotos; sexto ano
2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou • pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos
transitivo.
O avião sobrevoou a praia. 2. ADJUNTO ADVERBIAL
Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento. Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo,
O sabiá voou alto. lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento. Cheguei cedo.
• Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio José reside em São Paulo.
de proposição.
Minha equipe venceu a partida. 3. APOSTO
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,
auxílio de preposição.
desenvolve ou resume outro termo da oração.
Ele precisa de um esparadrapo. Dr. João, cirurgião-dentista,
• Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
complemento com auxilio de preposição.
4. VOCATIVO
Damos uma simples colaboração a vocês.
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo
interpelar alguém ou alguma coisa.
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais
Tem compaixão de nós, ó Cristo.
predicativo do sujeito.
Os rapazes voltaram vitoriosos. Professor, o sinal tocou.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
Rapazes, a prova é na próxima semana.
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico. PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
direto ou indireto. Fui ao cinema.
Elegemos o nosso candidato vereador. O pássaro voou.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO PERÍODO COMPOSTO


Chama-se termos integrantes da oração os que completam a No período composto há mais de uma oração.
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
compreensão do enunciado. folgam.)

1. OBJETO DIRETO Período composto por coordenação


Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Apresenta orações independentes.
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. (Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)

2. OBJETO INDIRETO Período composto por subordinação


Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Apresenta orações dependentes.
transitivo indireto. (É bom) (que você estude.)
As crianças precisam de CARINHO.
Período composto por coordenação e subordinação
3. COMPLEMENTO NOMINAL Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este
Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de período é também conhecido como misto.
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.)
um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo) ORAÇÃO COORDENADA
O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo) Oração coordenada é aquela que é independente.
Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
(advérbio). As orações coordenadas podem ser:
- Sindética:
4. AGENTE DA PASSIVA Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na coordenativa.
voz passiva. Viajo amanhã, mas volto logo.
A mãe é amada PELO FILHO. - Assindética:
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. ponto e vírgula.
Chegou, olhou, partiu.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO A oração coordenada sindética pode ser:
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo 1. ADITIVA:
alguma circunstância. Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
também:
São termos acessórios da oração: Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
1. ADJUNTO ADNOMINAL Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
substantivos. Pode ser expresso:
• pelos adjetivos: água fresca, 2. ADVERSATIVA:
• pelos artigos: o mundo, as ruas Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas

Língua Portuguesa 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). Ser grato A QUEM TE ENSINA.
A espada vence MAS NÃO CONVENCE. Sou favorável A QUE O PRENDAM.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. 5) PREDICATIVA (predicativo)
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
3. ALTERNATIVAS: Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
(ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
Mudou o natal OU MUDEI EU? 6) APOSITIVAS (servem de aposto)
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE)
OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!” Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME.
(C. Meireles)
7) AGENTE DA PASSIVA
4. CONCLUSIVAS: O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
etc).
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
um adjetivo.
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas:
5. EXPLICATIVAS:
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.) 1) EXPLICATIVAS:
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente,
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma
informação.
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.
ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
2) RESTRITIVAS:
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:
indispensáveis ao sentido da frase:
CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
Pedra QUE ROLA não cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
ORAÇÃO PRINCIPAL Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
por um conectivo. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
ELES DISSERAM que voltarão logo. Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
ELE AFIRMOU que não virá. um advérbio.
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:
ORAÇÃO SUBORDINADA 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:
Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal O tambor soa PORQUE É OCO.
nem sempre é a primeira do período.
Quando ele voltar, eu saio de férias. 2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma
Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS comparação.
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR O som é menos veloz QUE A LUZ.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função 3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite:
de um substantivo. POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram.
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado.
substantivas classificam-se em: CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava.

1) SUBJETIVA (sujeito) 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese:


Convém que você estude mais. SE O CONHECESSES, não o condenarias.
Importa que saibas isso bem. . Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) com outro:
Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
Desejo QUE VENHAM TODOS.
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.
Pergunto QUEM ESTÁ AI.
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado:
3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE.
Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER.
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
4) COMPLETIVA NOMINAL Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Complemento nominal.

Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: Eles próprios escreveram.
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. 12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo. Muito obrigado. (masculino singular)
Muito obrigada. (feminino singular).
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na 13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica
oração principal: invariável quando é advérbio.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. Quero meio quilo de café.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam. Minha mãe está meio exausta.
É meio-dia e meia. (hora)
10) MODAIS: exprimem modo, maneira: 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan-
Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. tivo a que se referem.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE. Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
A expressão em anexo é invariável.
ORAÇÕES REDUZIDAS Trouxe em anexo estas fotos.
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais: 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu-
gerúndio, infinitivo e particípio. em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
Vocês falaram alto demais.
Exemplos: O combustível custava barato.
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO. Você leu confuso.
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. Ela jura falso.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
conseguirás. 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,
• É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS sofrem variação normalmente.
ATENTOS. Esses pneus custam caro.
• AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, Conversei bastante com eles.
entristeceu-se. Conversei com bastantes pessoas.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES Estas crianças moram longe.
MAIS. Conheci longes terras.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
me. CONCORDÂNCIA VERBAL

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL CASOS GERAIS

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL


Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
Principais Casos de Concordância Nominal O pessoal ainda não chegou.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em A turma não gostou disso.
gênero e número com o substantivo. Um bando de pássaros pousou na árvore.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
normalmente para o plural. Os Estados Unidos são um grande país.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. Os Lusíadas imortalizaram Camões.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai Os Alpes vivem cobertos de neve.
para o masculino plural. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. Flores já não leva acento.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais O Amazonas deságua no Atlântico.
próximo: Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
Trouxe livros e revista especializada. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi- no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
mo. temente.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
sujeito. 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
Meus amigos estão atrapalhados. sujeito paciente.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- Vende-se um apartamento.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. Vendem-se alguns apartamentos.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo verbo para a 3ª pessoa do singular.
vão para o singular ou para o plural. Precisa-se de funcionários.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier singular e o verbo no singular ou no plural.
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
Já estudei o primeiro e segundo livros. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Mais de um jurado fez justiça à minha música.
que se referem. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Ela mesma veio até aqui. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Eles chegaram sós. no singular.

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
sujeito.
Deu uma hora. Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
Deram três horas. calmente do outro.
Bateram cinco horas.
Naquele relógio já soaram duas horas. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da adjetivos).
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
Ela é que faz as bolas. Exemplos:
Eu é que escrevo os programas.
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
um pronome relativo. EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. PARA = passagem
Fui eu que fiz a lição
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí- A regência verbal trata dos complementos do verbo.
veis.
• que: Fui eu que fiz a lição.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• quem: Fui eu quem fez a lição.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• o que: Fui eu o que fez a lição.
• pretender (transitivo indireto)
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
2. OBEDECER - transitivo indireto
este sua impessoalidade.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Já paguei um jantar a você.
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos Prefiro Comunicação à Matemática.
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
RECER concordam com o predicativo. 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Tudo são esperanças. Informei-lhe o problema.
Aquilo parecem ilusões.
Aquilo é ilusão. 7. ASSISTIR - morar, residir:
Assisto em Porto Alegre.
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con- • amparar, socorrer, objeto direto
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois. O médico assistiu o doente.
Que são florestas equatoriais? • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Quem eram aqueles homens? Assistimos a um belo espetáculo.
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com Assiste-lhe o direito.
a expressão numérica.
São oito horas. 8. ATENDER - dar atenção
Hoje são 19 de setembro. Atendi ao pedido do aluno.
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. • CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
Atenderam o freguês com simpatia.
4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
fica no singular. 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
Três batalhões é muito pouco. A moça queria um vestido novo.
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
O professor queria muito a seus alunos.
5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
Maria era as flores da casa. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
O homem é cinzas. Todos visamos a um futuro melhor.
• APONTAR, MIRAR - objeto direto
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
concorda com o predicativo. • pör o sinal de visto - objeto direto
Dançar e cantar é a sua atividade. O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER Devemos obedecer aos superiores.
concorda com o pronome. Desobedeceram às leis do trânsito.
A ciência, mestres, sois vós.
Em minha turma, o líder sou eu. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
• exigem na sua regência a preposição EM
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, O armazém está situado na Farrapos.
apenas um deles deve ser flexionado. Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se

Língua Portuguesa 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
com a preposição DE. B) caranguejo ; beneficência
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani C) prazeirosamente ; adivinhar
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. D) perturbar ; concupiscência
O secretário procedeu à leitura da carta. E) berinjela ; meritíssimo
Alternativa C
14. ESQUECER E LEMBRAR
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: Identifique o termo que está inadequadamente empregado:
Esqueci o nome desta aluna. A) O juiz infligiu-lhe dura punição.
Lembrei o recado, assim que o vi. B) Assustou-se ao receber o mandato de prisão.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.
Esqueceram-se da reunião de hoje. D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida.
Lembrei-me da sua fisionomia. E) A polícia pegou o ladrão em flagrante.
Alternativa B
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. O acento grave, indicador de crase, está empregado CORRETAMENTE
• pagar - Pago o 13° aos professores. em:
• dar - Daremos esmolas ao pobre. A) Encaminhamos os pareceres à Vossa Senhoria e não tivemos respos-
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. ta.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. B) A nossa reação foi deixá-los admirar à belíssima paisagem.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus. C) Rapidamente, encaminhamos o produto à firma especializada.
• pedir - Pedi um favor ao colega. D) Todos estávamos dispostos à aceitar o seu convite.
Alternativa C
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
O amor implica renúncia. Assinale a alternativa cuja concordância nominal não está de acordo com o
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição padrão culto:
COM: A) Anexa à carta vão os documentos.
O professor implicava com os alunos B) Anexos à carta vão os documentos.
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi- C) Anexo à carta vai o documento.
ção EM: D) Em anexo, vão os documentos.
Implicou-se na briga e saiu ferido Alternativa A

17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: Identifique a única frase onde o verbo está conjugado corretamente:
Ele foi a São Paulo para resolver negócios. A) Os professores revêm as provas.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: B) Quando puder, vem à minha casa.
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. C) Não digas nada e voltes para sua sala.
D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais à noite.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa E) Ela se precaveu do perigo.
como sujeito: Alternativa E
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di- Encontre a alternativa onde não há erro no emprego do pronome:
ficuldade, será objeto indireto. A) A criança é tal quais os pais.
Custou-me confiar nele novamente. B) Esta tarefa é para mim fazer até domingo.
Custar-te-á aceitá-la como nora. C) O diretor conversou com nós.
D) Vou consigo ao teatro hoje à noite.
CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES E) Nada de sério houve entre você e eu.
CORRETAS E INCORRETAS Alternativa A

Que frase apresenta uso inadequado do pronome demonstrativo?


O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente A) Esta aliança não sai do meu dedo.
toda a gramática. B) Foi preso em 1964 e só saiu neste ano.
Os principais tópicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta C) Casaram-se Tânia e José; essa contente, este apreensivo.
são: D) Romário foi o maior artilheiro daquele jogo.
- ortografia E) Vencer depende destes fatores: rapidez e segurança.
- acentuação gráfica Alternativa C
- concordância
- regência
- plural e singular de substantivos e adjetivos COLOCAÇÃO PRONOMINAL
- verbos
- etc. Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente
Daremos a seguir alguns exemplos: correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as
orações no período e os períodos no discurso.
Encontre o termo em destaque que está erradamente empregado:
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or-
A) Senão chover, irei às compras.
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da
B) Olharam-se de alto a baixo.
oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito +
C) Saiu a fim de divertir-se
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As
D) Não suportava o dia-a-dia no convento.
inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja
E) Quando está cansado, briga à toa.
posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de
Alternativa A
pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se,
apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
Ache a palavra com erro de grafia:
A) cabeleireiro ; manteigueira

Língua Portuguesa 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes
(1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro-
não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é... em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi
Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me."
que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão
da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina- Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um
ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí- verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas: adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
é claro que ele se arrependeu. rente ao mar."

Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca- Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien-
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
exclamativas (Que bonito é esse lugar!). termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo-
so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --
relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo, alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre-
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
homem, um pobre rapaz). Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a
rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do
verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise, Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com
formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia). Por Cristiana Gomes
Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a,
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
(Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise),
(Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes); no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
(4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
(Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa PRÓCLISE
(Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou Usamos a próclise nos seguintes casos:
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver- ninguém, nem, de modo algum.
bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no - Nada me perturba.
infinitivo (Não quis incomodar-se). - Ninguém se mexeu.
- De modo algum me afastarei daqui.
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me- - Ela nem se importou com meus problemas.
sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome, (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua embora, logo, que.
moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha- - É necessário que a deixe na escola.
do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma - Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por (3) Advérbios
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.) - Aqui se tem paz.
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma - Sempre me dediquei aos estudos.
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas - Talvez o veja na escola.
locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de
quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força atrair o pronome.
atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando. - Aqui, trabalha-se.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre- - Alguém me ligou? (indefinido)
cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo - A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter- (5) Em frases interrogativas.
minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral - Quanto me cobrará pela tradução?
(Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem- (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus). - Deus o abençoe!
- Macacos me mordam!
- Deus te abençoe, meu filho!

Língua Portuguesa 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características
- Em se plantando tudo dá. marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
- Em se tratando de beleza, ele é campeão.
(8) Com formas verbais proparoxítonas Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes
- Nós o censurávamos. veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs,
vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)
MESÓCLISE
Assonância
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – ama-
rei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – repetição dos mesmos sons vocálicos.
amaria, amarias, …) Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do
- Convidar-me-ão para a festa. litoral." (Caetano Veloso)
- Convidar-me-iam para a festa. (E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me
deu." (Fernando Pessoa)
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Paranomásia
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
ÊNCLISE
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada. Antonio Vieira)
- Tornarei-me……. (errada) Onomatopéia
- Tinha entregado-nos……….(errada)
criação de uma palavra para imitar um som
Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois
- Entregar-lhe (correta) dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A
- Não posso recebê-lo. (correta) boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..."
(Cecília Meireles)
Outros casos:
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas. Linguagem figurada
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes. Elipse
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo. omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, comuns:
ocorrerá a próclise: a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois,
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense. compraríeis a casa?
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos. b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar
de o estádio Maracanã
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
ou particípio. d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me
entenda.
AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar. que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:
- Havia-lhe contado a verdade.
- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade. Zeugma
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode
pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal. necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo,
nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estu-
Infinitivo
dam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambu-
- Quero-lhe dizer o que aconteceu.
cano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) -
- Quero dizer-lhe o que aconteceu.
omissão de era
Gerúndio
Hipérbato
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu. alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das ora-
ções no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolu-
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar
tos.
ou depois do verbo principal.
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Infinitivo
- Não lhe quero dizer o que aconteceu. Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu. Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente,
Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise
Gerúndio
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato
- Não lhe ia dizendo a verdade.
- Não ia dizendo-lhe a verdade. Anástrofe

Figuras de Linguagem anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao


termo regente.
Figuras sonoras Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da
Aliteração morte vos cobre a todos.

repetição de sons consonantais (consoantes). Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato

Língua Portuguesa 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pleonasmo Catacrese
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia. uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na
ausência de termo específico.
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao
seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a
devo (OI pleonástico) enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti-
vamente para significar apenas colocar na terra.
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o
caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo) Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são consi-
derados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram
Assíndeto graças à semelhança de forma existente entre seres.
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
Ocorre muito nas or. coordenadas. Metonímia
Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios." substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa-
Polissíndeto ção de significado.

repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período. Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor
pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti-
Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as nente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe -
ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro
sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade) é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela
Anacoluto obra - copos).

termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia- Antonomásia, perífrase
se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres-
Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.
anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão,
lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração) Escritor Maldito = Lima Barreto
Anáfora Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. Sinestesia
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão,
/ Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque) audição, gustação e tato).
Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ...
e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima. / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. /
Silepse Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava /
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava."
é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três (Cruz e Souza)
tipos:
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora
a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
Paulo). V. Sª é lisonjeiro Anadiplose
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no
de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados. começo de outro membro de frase.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas
quem fala ou escreve também participa do processo verbal) Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente
condena os motivos dados."
Antecipação
Figuras de pensamento
antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar
anacoluto. Antítese
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje. aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
O tempo parece que vai piorar Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios"
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse. (Vinicius de Moraes)
Figuras de palavras ou tropos Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões)
(Para Bechara alterações semânticas) Eufemismo
Metáfora consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exa-
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de mes. (foi reprovado)
comparação implícita, sem termo comparativo. Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior) moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica.
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação
(animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de Hipérbole
ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri exagero de uma ideia com finalidade expressiva
aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin- Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos
do valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo, (gosta muito dos filhos)
cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores) Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora.
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas

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Ironia 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
correta em:
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor (A) As características do solo são as mais variadas possível.
irônico. (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta. (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
Gradação
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descenden- flexão de grau.
te (anticlímax) (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não
te as férias.
veja, que eu não conheça perfeitamente."
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
Prosopopéia, personificação, animismo (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.
é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
inanimados. Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
Bosco / Aldir Blanc)
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora. estatal ciência e tecnologia.
(A) à ... sobre o ... do ... para
(B) a ... ao ... do ... para
PROVA SIMULADA I (C) à ... do ... sobre o ... a
(D) à ... ao ... sobre o ... à
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. (E) a ... do ... sobre o ... à
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
(C) O processo foi julgado em segunda estância. franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
(D) O problema passou despercebido na votação. eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. (A) ao ... a ... à
(B) àquele ... à ... à
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (C) àquele...à ... a
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (D) ao ... à ... à
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (E) àquele ... a ... a
(C) A colega não se contera diante da situação.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros. norma culta.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: trarão grandes benefícios às pesquisas.
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. com o meio ambiente.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. vendo projetos na área médica.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
sentadas pelos economistas.
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
conformidade com a norma culta. litoral ou aproveitam férias ali.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
interior da concha de moluscos reúne outras características interes- 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
santes, como resistência e flexibilidade. (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de chuvas.
componentes para a indústria. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla-
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de mações.
componentes para a indústria. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com- cultura.
ponentes para a indústria. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de culpa.
componentes para a indústria. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
componentes para a indústria. 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó-
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele-
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação
ele está empregado conforme o padrão culto. aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido-
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. res.
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. (Texto adaptado)
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha. Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi-
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(A) seus ... lhes ... los ... lhes

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(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.

14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (D) I, II e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (E) I, III e IV.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação pelo Juiz;
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo te ao da palavra mas;
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- Está correto o contido apenas em
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (A) II e IV.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (B) III e IV.
programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuação. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, dos galhos da velha árvore.
que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (A) Quem podou? e Quando podou?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (D) Que vizinho? e Que galhos?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Quando podou? e Podou o quê?
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen- correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua-
te, apenas a: ção em:
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas.
(C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia.
(D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas.
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.

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25. Felizmente, ninguém se machucou. período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen-
Considere: te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo.
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo
modo; tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural,
Está correto o contido apenas em esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem
(A) I, II e III. posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida-
(B) I, II e IV. des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e
(C) I, III e IV. se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações
(D) II, III e IV. é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
(E) III, IV e V. em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim-
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., ples.
indicando concessão, é: Veja, ed. 1735
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado. 31. O título dado ao texto se justifica porque:
(C) assim que recebeu o prêmio. A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
(D) porque conseguiu um desconto. B) a miséria é culpa da classe dominante;
(E) apesar do preço muito elevado. C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós;
27. É importante que todos participem da reunião. E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos.
O segmento que todos participem da reunião, em relação a
É importante, é uma oração subordinada 32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no
(A) adjetiva com valor restritivo. Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
(B) substantiva com a função de sujeito. ção?'':
(C) substantiva com a função de objeto direto. A) tem sua resposta dada no último parágrafo;
(D) adverbial com valor condicional. B) representa o tema central de todo o texto;
(E) substantiva com a função de predicativo. C) é só uma motivação para a leitura do texto;
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta;
28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe- E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.
lecida pelo termo como é de
(A) comparatividade. 33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
(B) adição. que ela:
(C) conformidade. A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em
(D) explicação. outras áreas;
(E) consequência. B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes
cidades;
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão para a classe dominante;
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di- D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos de outros indicadores sociais;
possíveis franqueados. E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e décadas.
relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(A) digo ... portanto ... mas 34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
(B) como ... pois ... mas A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros
(C) ou seja ... embora ... pois indicadores sociais melhoraram;
(D) ou seja ... mas ... portanto B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
(E) isto é ... mas ... como mantém onipresente;
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos incompetentes;
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas,
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí- a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi- E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
da, sem alterar o sentido da frase, é: miséria que leva à criminalidade.
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
(B) Concluído o processo de seleção dos investidores ... 35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na
(C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ... quantidade, exceto:
(D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... A) frequência escolar;
(E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ... B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil;
A MISÉRIA É DE TODOS NÓS D) analfabetismo;
Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social E) desempenho econômico.
que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama- 36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com
nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil:
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança

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na América Latina; desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que
cenário exterior; sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta-
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien- mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
temente forte para tornar-se líder; quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores.
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.
A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
B) se manifeste de formas distintas; Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,
C) esteja escondida dos olhos de alguns; exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi
D) seja combatida pelas autoridades; com um monte de lixo.
E) se torne mais disseminada e cruel. Fernando Sabino

38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em- 41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor
preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma definição:
INCORRETA é: A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas-
D) não é um problema universal = é um problema particular; tante variados;
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida. E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.

39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse 42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito -
segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria: vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria; to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem:
E) mantenha. A) do passado para o presente;
B) da descrição para a narração;
40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos C) do impessoal para o pessoal;
abaixo é: D) do geral para o específico;
A) ''Como entender a resistência da miséria...''; E) do positivo para o negativo.
B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
C) ''...desde que se passou a registrá-las...''; 43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
D) ''...começa a exercitar seus músculos.''; me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''. deve a que:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;
PROTESTO TÍMIDO B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam inútil;
dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
um menino. as.

Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os seguir:
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Daqui há pouco vou sair.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia I- Está no Rio há duas semanas.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de III - Não almoço há cerca de três dias.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
nado. são:
A) I - II
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de B) I - III
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns C) II - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- D) I - IV
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém E) II - III
tomava conhecimento da existência do menino.
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões texto é:
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor- A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu na crônica;
problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social? B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
(....) C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
a sujeira;
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina- D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem texto;
onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos forma que:

Língua Portuguesa 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A) salvo-conduto;
B) abaixo-assinado; 03. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do presente do indicati-
C) salário-família; vo, muda para "e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba?
D) banana-prata; a ( ) imprimir
E) alto-falante. b ( ) exprimir
c ( ) tingir
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do d ( ) frigir
texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é e ( ) erigir
que o autor:
A) se utiliza de comparações depreciativas; 04. Indique onde há erro:
B) lança mão de vocábulo animalizador; a ( ) os puros-sangues simílimos
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino; b ( ) os navios-escola utílimos
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos; c ( ) os guardas-mores agílimos
E) usa grande número de termos adjetivadores. d ( ) as águas-vivas aspérrimas
e ( ) as oitavas-de-final antiqüíssimas
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
significa que: 05. Marque a alternativa verdadeira:
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres;
morto; b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só gênero gramati-
B) a posição do menino era idêntica à de um morto; cal para designar pessoas de ambos os sexos;
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o feminino mudando
morto; o final em -ã ou -ona;
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são femininos;
dormindo ou morto; e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos subs-
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino. tantivados terminados em -ista.

49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos 06. Identifique onde há erro de regência verbal:
históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é: a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons princípios.
A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...''; b ( ) Esse produto é nocivo à saúde.
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte''; c ( ) Este livro é preferível àquele.
C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens''; d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja.
D) ''...isto é problema para o juizado de menores''; e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos.
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
07. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedecida. Ache-
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento a:
do texto é uma: a ( ) Éramos assíduos às festas da escola.
A) metonímia; b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.
B) comparação ou símile; c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
C) metáfora; d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
D) prosopopeia; e ( ) A entrega é feita no domicílio.
E) personificação.
08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula:
RESPOSTAS – PROVA I a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto;
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e;
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado por
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C pronome oblíquo tônico;
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala;
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo.
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D 09. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito:
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
PROVA SIMULADA II e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno

01. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do subjunti- 10. Identifique onde não ocorre a crase:
vo: a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz.
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem d ( ) Só visamos à alegria.
d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão.
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam
11. Assinale onde não ocorre a concordância nominal:
02. Assinale a alternativa falsa: a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo negati- b ( ) Tenho bastante dúvidas.
vo são tempos derivados do presente do indicativo; c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes.
b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir; d ( ) Um e outro candidato virá.
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos; e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é :
ágüe ou agúe; 12. Marque onde o termo em destaque está erradamente empregado:
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver. a ( ) Elas ficaram todas machucadas.

Língua Portuguesa 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b ( ) Fiquei quite com a mensalidade. _______________________________________________________
c ( ) Os policiais estão alerta.
d ( ) As cartas foram entregues em mãos. _______________________________________________________
e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas. _______________________________________________________
13. Analise sintaticamente o termo em destaque: _______________________________________________________
"A marcha alegre se espalhou na avenida..." _______________________________________________________
a ( ) predicado
b ( ) agente da passiva _______________________________________________________
c ( ) objeto direto
d ( ) adjunto adverbial
_______________________________________________________
e ( ) adjunto adnominal _______________________________________________________

14. Marque onde o termo em destaque não representa a função sintática ao _______________________________________________________
lado: _______________________________________________________
a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-nominal)
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais) _______________________________________________________
c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto adverbial)
_______________________________________________________
d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito)
e ( ) A idéia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto indireto) _______________________________________________________

15. Ache a afirmativa falsa: _______________________________________________________


a ( ) usam-se os parênteses nas indicações bibliográficas; _______________________________________________________
b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos diálogos, a mudança de
interlocutor; _______________________________________________________
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas assindéti- _______________________________________________________
cas de maior extensão;
d ( ) usa-se a vírgula para separar uma conjunção colocada no meio da _______________________________________________________
oração;
e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou frases, destacando-as.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
16. Identifique o termo acessório da oração:
a ( ) adjunto adverbial _______________________________________________________
b ( ) objeto indireto _______________________________________________________
c ( ) sujeito
d ( ) predicado _______________________________________________________
e ( ) agente da passiva
_______________________________________________________
17. Qual a afirmativa falsa sobre orações coordenadas? _______________________________________________________
a ( ) as coordenadas quando separadas por vírgula, se ligam pelo sentido
geral do período; _______________________________________________________
b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é sujeito ou complemento de _______________________________________________________
outra;
c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de acordo com o sentido e _______________________________________________________
com as conjunções que as ligam; ______________________________________________________
d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a dedução ou conclusão de um
raciocínio; _______________________________________________________
e ( ) no período composto por coordenação, as orações são independentes
entre si quanto ao relacionamento sintático.
_______________________________________________________
_______________________________________________________

RESPOSTAS _______________________________________________________
_______________________________________________________
01. A 06. A 11. B 16. A
02. C 07. A 12. D 17. B _______________________________________________________
03. D 08. C 13. D _______________________________________________________
04. B 09. B 14. C
05. E 10. A 15. B _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Língua Portuguesa 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
um conjunto de proposições, nem todos os conjuntos de
proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte con-
RACIOCÍNIO LÓGICO junto de proposições não é um argumento:
1 Compreensão de estruturas lógicas.
2 Lógica de argumentação: analogias, inferências, de- Eu lancho no bar da escola, mas o João não.
duções e conclusões. A Joana come pipocas no cinema.
3 Diagramas lógicos. O Rui foi ao museu.
4 Princípios de contagem e probabilidade.
Arranjos e permutações. Neste caso, não temos um argumento, porque não há ne-
nhuma pretensão de justificar uma proposição com base nas
Combinações.
outras. Nem há nenhuma pretensão de apresentar um con-
junto de proposições com alguma relação entre si. Há apenas
RACIOCÍNIO LÓGICO uma sequência de afirmações. E um argumento é, como já
vimos, um conjunto de proposições em que se pretende que
ALGUMAS NOÇÕES DE LÓGICA uma delas seja sustentada ou justificada pelas outras — o
António Aníbal Padrão que não acontece no exemplo anterior.
Introdução
Um argumento pode ter uma ou mais premissas, mas só
Todas as disciplinas têm um objecto de estudo. O objeto pode ter uma conclusão.
de estudo de uma disciplina é aquilo que essa disciplina es-
tuda. Então, qual é o objecto de estudo da lógica? O que é
Exemplos de argumentos com uma só premissa:
que a lógica estuda? A lógica estuda e sistematiza a validade
ou invalidade da argumentação. Também se diz que estuda
inferências ou raciocínios. Podes considerar que argumentos, Exemplo 1
inferências e raciocínios são termos equivalentes.
Premissa: Todos os portugueses são europeus.
Muito bem, a lógica estuda argumentos. Mas qual é o in- Conclusão: Logo, alguns europeus são portugueses.
teresse disso para a filosofia? Bem, tenho de te lembrar que
a argumentação é o coração da filosofia. Em filosofia temos a Exemplo 2
liberdade de defender as nossas ideias, mas temos de sus-
tentar o que defendemos com bons argumentos e, é claro, Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
também temos de aceitar discutir os nossos argumentos. Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.

Os argumentos constituem um dos três elementos cen- Exemplos de argumentos com duas premissas:
trais da filosofia. Os outros dois são os problemas e as teori-
as. Com efeito, ao longo dos séculos, os filósofos têm procu- Exemplo 1
rado resolver problemas, criando teorias que se apoiam em
argumentos. Premissa 1: Se o João é um aluno do 11.º ano, então es-
tuda filosofia.
Estás a ver por que é que o estudo dos argumentos é im- Premissa 2: O João é um aluno do 11.º ano.
portante, isto é, por que é que a lógica é importante. É impor- Conclusão: Logo, o João estuda filosofia.
tante, porque nos ajuda a distinguir os argumentos válidos
dos inválidos, permite-nos compreender por que razão uns Exemplo 2
são válidos e outros não e ensina-nos a argumentar correc-
tamente. E isto é fundamental para a filosofia. Premissa 1: Se não houvesse vida para além da morte,
O que é um argumento? então a vida não faria sentido.
Premissa 2: Mas a vida faz sentido.
Um argumento é um conjunto de proposições que utiliza- Conclusão: Logo, há vida para além da morte.
mos para justificar (provar, dar razão, suportar) algo. A pro-
posição que queremos justificar tem o nome de conclusão; as Exemplo 3:
proposições que pretendem apoiar a conclusão ou a justifi-
cam têm o nome de premissas.
Premissa 1: Todos os minhotos são portugueses.
Premissa 2: Todos os portugueses são europeus.
Supõe que queres pedir aos teus pais um aumento da Conclusão: Todos os minhotos são europeus.
"mesada". Como justificas este aumento? Recorrendo a ra-
zões, não é? Dirás qualquer coisa como:
É claro que a maior parte das vezes os argumentos
não se apresentam nesta forma. Repara, por exemplo, no
Os preços no bar da escola subiram; argumento de Kant a favor do valor objectivo da felicida-
como eu lancho no bar da escola, o lanche de, tal como é apresentado por Aires Almeida et al.
fica me mais caro. Portanto, preciso de um (2003b) no site de apoio ao manual A Arte de Pensar:
aumento da "mesada".
"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um fim
Temos aqui um argumento, cuja conclusão é: "preciso de em si. Mas se cada pessoa é um fim em si, a felicidade de
um aumento da 'mesada'". E como justificas esta conclusão? cada pessoa tem valor de um ponto de vista imparcial e
Com a subida dos preços no bar da escola e com o facto de não apenas do ponto de vista de cada pessoa. Dado que
lanchares no bar. Então, estas são as premissas do teu ar- cada pessoa é realmente um fim em si, podemos concluir
gumento, são as razões que utilizas para defender a conclu- que a felicidade tem valor de um ponto de vista imparcial."
são.
Neste argumento, a conclusão está claramente identifica-
Este exemplo permite-nos esclarecer outro aspecto dos da ("podemos concluir que..."), mas nem sempre isto aconte-
argumentos, que é o seguinte: embora um argumento seja
Raciocínio Lógico 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ce. Contudo, há certas expressões que nos ajudam a perce- Há vários tipos de frases: declarativas, interrogativas, im-
ber qual é a conclusão do argumento e quais são as premis- perativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas ex-
sas. Repara, no argumento anterior, na expressão "dado primem proposições. Uma frase só exprime uma proposição
que". Esta expressão é um indicador de premissa: ficamos a quando o que ela afirma tem valor de verdade.
saber que o que se segue a esta expressão é uma premissa
do argumento. Também há indicadores de conclusão: dois Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi-
dos mais utilizados são "logo" e "portanto". ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver-
dadeiras nem falsas:
Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra
ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma 1. Que horas são?
premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta 2. Traz o livro.
alguns indicadores de premissa e de conclusão: 3. Prometo ir contigo ao cinema.
4. Quem me dera gostar de Matemática.

Indicadores de premis- Indicadores de conclu- Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
sa são têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda
que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se
são verdadeiras ou falsas:
pois por isso
porque por conseguinte 1. Braga é a capital de Portugal.
dado que implica que 2. Braga é uma cidade minhota.
como foi dito logo 3. A neve é branca.
visto que portanto 4. Há seres extraterrestres inteligentes.
devido a então
a razão é que daí que A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem,
admitindo que segue-se que não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se
sabendo-se que pode-se inferir que é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verdadei-
assumindo que consequentemente ra ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição.

Uma proposição é uma entidade abstracta, é o pensa-


É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são mento que uma frase declarativa exprime literalmente. Ora,
precedidas por indicadores. Por exemplo, no argumento: um mesmo pensamento pode ser expresso por diferentes
frases. Por isso, a mesma proposição pode ser expressa por
O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 diferentes frases. Por exemplo, as frases "O governo demitiu
euros por mês. Portanto, há treinadores de futebol que ga- o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido
nham mais de 100000 euros por mês. pelo governo" exprimem a mesma proposição. As frases
seguintes também exprimem a mesma proposição: "A neve é
A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as branca" e "Snow is white".
premissas não têm nenhum indicador.
Ambiguidade e vagueza
Por outro lado, aqueles indicadores (palavras e expres- Para além de podermos ter a mesma proposição expres-
sões) podem aparecer em frases sem que essas frases se- sa por diferentes frases, também pode acontecer que a
jam premissas ou conclusões de argumentos. Por exemplo, mesma frase exprima mais do que uma proposição. Neste
se eu disser: caso dizemos que a frase é ambígua. A frase "Em cada dez
minutos, um homem português pega numa mulher ao colo" é
Depois de se separar do dono, o cão nunca mais foi o ambígua, porque exprime mais do que uma proposição: tanto
mesmo. Então, um dia ele partiu e nunca mais foi visto. pode querer dizer que existe um homem português (sempre o
Admitindo que não morreu, onde estará? mesmo) que, em cada dez minutos, pega numa mulher ao
colo, como pode querer dizer que, em cada dez minutos, um
homem português (diferente) pega numa mulher ao colo (a
O que se segue à palavra "Então" não é conclusão de ne-
sua).
nhum argumento, e o que segue a "Admitindo que" não é
premissa, pois nem sequer tenho aqui um argumento. Por
isso, embora seja útil, deves usar a informação do quadro de Por vezes, deparamo-nos com frases que não sabemos
indicadores de premissa e de conclusão criticamente e não com exactidão o que significam. São as frases vagas. Uma
de forma automática. frase vaga é uma frase que dá origem a casos de fronteira
indecidíveis. Por exemplo, "O professor de Filosofia é calvo" é
Proposições e frases uma frase vaga, porque não sabemos a partir de quantos
Um argumento é um conjunto de proposições. Quer as cabelos é que podemos considerar que alguém é calvo. Qui-
premissas quer a conclusão de um argumento são proposi- nhentos? Cem? Dez? Outro exemplo de frase vaga é o se-
ções. Mas o que é uma proposição? guinte: "Muitos alunos tiveram negativa no teste de Filosofia".
Muitos, mas quantos? Dez? Vinte? Em filosofia devemos
evitar as frases vagas, pois, se não comunicarmos com exac-
Uma proposição é o pensamento que uma frase tidão o nosso pensamento, como é que podemos esperar que
declarativa exprime literalmente. os outros nos compreendam?

Não deves confundir proposições com frases. Uma frase Validade e verdade
é uma entidade linguística, é a unidade gramatical mínima de A verdade é uma propriedade das proposições. A valida-
sentido. Por exemplo, o conjunto de palavras "Braga é uma" de é uma propriedade dos argumentos. É incorrecto falar em
não é uma frase. Mas o conjunto de palavras "Braga é uma proposições válidas. As proposições não são válidas nem
cidade" é uma frase, pois já se apresenta com sentido grama- inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou fal-
tical. sas. Também é incorrecto dizer que os argumentos são ver-
Raciocínio Lógico 2 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são verda- Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão fal-
deiros nem falsos. Os argumentos dizem-se válidos ou inváli- sa;
dos.
Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
Quando é que um argumento é válido? Por agora, referirei verdadeira;
apenas a validade dedutiva. Diz-se que um argumento dedu-
tivo é válido quando é impossível que as suas premissas Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Repara que, para um clusão verdadeira;
argumento ser válido, não basta que as premissas e a con-
clusão sejam verdadeiras. É preciso que seja impossível que Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
sendo as premissas verdadeiras, a conclusão seja falsa. clusão falsa;

Considera o seguinte argumento: Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão


falsa; e
Premissa 1: Alguns treinadores de futebol ganham mais
de 100000 euros por mês. Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
Premissa 2: O Mourinho é um treinador de futebol. verdadeira.
Conclusão: Logo, o Mourinho ganha mais de 100000
euros por mês.
Mas não podemos ter:
Neste momento (Julho de 2004), em que o Mourinho é
Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
treinador do Chelsea e os jornais nos informam que ganha
são falsa.
muito acima de 100000 euros por mês, este argumento tem
premissas verdadeiras e conclusão verdadeira e, contudo,
não é válido. Não é válido, porque não é impossível que as Como podes determinar se um argumento dedutivo é vá-
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Podemos lido? Podes seguir esta regra:
perfeitamente imaginar uma circunstância em que o Mourinho
ganhasse menos de 100000 euros por mês (por exemplo, o Mesmo que as premissas do argumento não sejam verda-
Mourinho como treinador de um clube do campeonato regio- deiras, imagina que são verdadeiras. Consegues imaginar
nal de futebol, a ganhar 1000 euros por mês), e, neste caso, alguma circunstância em que, considerando as premissas
a conclusão já seria falsa, apesar de as premissas serem verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o argumento
verdadeiras. Portanto, o argumento é inválido. não é válido. Se não, então o argumento é válido.

Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
apresentado: verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.
Argumentos sólidos e argumentos bons
Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano. Em filosofia não é suficiente termos argumentos válidos,
pois, como viste, podemos ter argumentos válidos com con-
Este argumento é válido, pois é impossível que a pre- clusão falsa (se pelo menos uma das premissas for falsa).
missa seja verdadeira e a conclusão falsa. Ao contrário do Em filosofia pretendemos chegar a conclusões verdadeiras.
argumento que envolve o Mourinho, neste não podemos Por isso, precisamos de argumentos sólidos.
imaginar nenhuma circunstância em que a premissa seja
verdadeira e a conclusão falsa. Podes imaginar o caso em Um argumento sólido é um argumento válido
que o João não é aluno do 11.º ano. Bem, isto significa com premissas verdadeiras.
que a conclusão é falsa, mas a premissa também é falsa.
Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois,
Repara, agora, no seguinte argumento: por definição, é válido e tem premissas verdadeiras; ora, a
validade exclui a possibilidade de se ter premissas verdadei-
Premissa 1: Todos os números primos são pares. ras e conclusão falsa.
Premissa 2: Nove é um número primo.
Conclusão: Logo, nove é um número par. O seguinte argumento é válido, mas não é sólido:

Este argumento é válido, apesar de quer as premissas Todos os minhotos são alentejanos.
quer a conclusão serem falsas. Continua a aplicar-se a noção Todos os bracarenses são minhotos.
de validade dedutiva anteriormente apresentada: é impossí- Logo, todos os bracarenses são alenteja-
vel que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. nos.
A validade de um argumento dedutivo depende da conexão
lógica entre as premissas e a conclusão do argumento e não Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa
do valor de verdade das proposições que constituem o argu- é falsa (os minhotos não são alentejanos). E é porque tem
mento. Como vês, a validade é uma propriedade diferente da uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o
verdade. A verdade é uma propriedade das proposições que argumento ser válido.
constituem os argumentos (mas não dos argumentos) e a
validade é uma propriedade dos argumentos (mas não das O seguinte argumento é sólido (é válido e tem premissas
proposições). verdadeiras):

Então, repara que podemos ter: Todos os minhotos são portugueses.


Todos os bracarenses são minhotos.
Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu- Logo, todos os bracarenses são portugue-
são verdadeira; ses.

Raciocínio Lógico 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Também podemos ter argumentos sólidos deste tipo: Ora, não se aumentaram os níveis de exigência de estudo e
de trabalho dos alunos no ensino básico.
Sócrates era grego.
Logo, Sócrates era grego. Logo, os alunos continuarão a enfrentar dificuldades quando
chegarem ao ensino secundário.
(É claro que me estou a referir ao Sócrates, filósofo grego
e mestre de Platão, e não ao Sócrates, candidato a secretário Este argumento pode ser considerado bom (ou forte),
geral do Partido Socialista. Por isso, a premissa e a conclu- porque, além de ser válido, tem premissas menos discutíveis
são são verdadeiras.) do que a conclusão.

Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira As noções de lógica que acabei de apresentar são ele-
e é impossível que, sendo a premissa verdadeira, a conclu- mentares, é certo, mas, se as dominares, ajudar-te-ão a fazer
são seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento, por- um melhor trabalho na disciplina de Filosofia e, porventura,
que a conclusão se limita a repetir a premissa. noutras.

Um argumento bom (ou forte) é um argumento válido per- Proposições simples e compostas
suasivo (persuasivo, do ponto de vista racional).
As proposições simples ou atômicas são assim caracteri-
Fica agora claro por que é que o argumento "Sócrates era zadas por apresentarem apenas uma idéia. São indicadas
grego; logo, Sócrates era grego", apesar de sólido, não é um pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t...
bom argumento: a razão que apresentamos a favor da con-
clusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o As proposições compostas ou moleculares são assim ca-
argumento não é persuasivo. racterizadas por apresentarem mais de uma proposição co-
nectadas pelos conectivos lógicos. São indicadas pelas letras
Talvez recorras a argumentos deste tipo, isto é, argumen- maiúsculas: P, Q, R, S, T...
tos que não são bons (apesar de sólidos), mais vezes do que
imaginas. Com certeza, já viveste situações semelhantes a Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando que
esta: a proposição composta Q é formada pelas proposições sim-
ples r, s e t.
— Pai, preciso de um aumento da "mesa-
Exemplo:
da".
Proposições simples:
— Porquê?
p: O número 24 é múltiplo de 3.
— Porque sim.
q: Brasília é a capital do Brasil.
r: 8 + 1 = 3 . 3
O que temos aqui? O seguinte argumento: s: O número 7 é ímpar
t: O número 17 é primo
Preciso de um aumento da "mesada". Proposições compostas
Logo, preciso de um aumento da "mesada". P: O número 24 é divisível por 3 e 12 é o dobro de 24.
Q: A raiz quadrada de 16 é 4 e 24 é múltiplo de 3.
Afinal, querias justificar o aumento da "mesada" (conclu- R(s, t): O número 7 é ímpar e o número 17 é primo.
são) e não conseguiste dar nenhuma razão plausível para
esse aumento. Limitaste-te a dizer "Porque sim", ou seja, Noções de Lógica
"Preciso de um aumento da 'mesada', porque preciso de um Sérgio Biagi Gregório
aumento da 'mesada'". Como vês, trata-se de um argumento
muito mau, pois com um argumento deste tipo não conse- 1. CONCEITO DE LÓGICA
gues persuadir ninguém.
Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte
Mas não penses que só os argumentos em que a conclu- de aplicá-los à pesquisa e à demonstração da verdade.
são repete a premissa é que são maus. Um argumento é mau
(ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do que Diz-se que a lógica é umaporque ciência
constitui um sis-
a conclusão. É o que acontece com o seguinte argumento: tema de conhecimentos certos, baseados em princípios uni-
versais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica se
Se a vida não faz sentido, então Deus não apresenta como ciência normativa, uma vez que seu objeto
existe. não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é,
Mas Deus existe. as normas do pensamento correto.
Logo, a vida faz sentido.
A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo
que define os princípios universais do pensamento, estabele-
Este argumento é válido, mas não é um bom argumento,
ce as regras práticas para o conhecimento da verdade (1).
porque as premissas não são menos discutíveis do que a
conclusão.
2. EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS CONCEITOS
Para que um argumento seja bom (ou forte), as premissas Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, deve-
têm de ser mais plausíveis do que a conclusão, como acon- mos considerar a sua extensão e a sua compreensão.
tece no seguinte exemplo:
Vejamos, por exemplo, o conceito homem.
Se não se aumentarem os níveis de exigência de estudo e de
trabalho dos alunos no ensino básico, então os alunos conti- A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto de
nuarão a enfrentar dificuldades quando chegarem ao ensino indivíduos aos quais se possa aplicar a designação homem.
secundário.

Raciocínio Lógico 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A compreensão do conceito homem refere-se ao conjun- A filosofia, no correr dos séculos, sempre se preocupou
to de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser com o conhecimento, formulando a esse respeito várias
designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero, questões: Qual a origem do conhecimento? Qual a sua es-
bípede, racional. sência? Quais os tipos de conhecimentos? Qual o critério da
verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa
Esta última qualidade é aquela que efetivamente distingue nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regrasdo
o homem dentre os demais seres vivos (2). pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina
propedêutica.
3. JUÍZO E O RACIOCÍNIO
Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógi-
Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou nega- ca. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamente,
ção entre duas idéias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, por as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram reuni-
exemplo, que “este livro é de filosofia”, acabamos de formu- das, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As leis
lar um juízo. do pensamento formuladas por Aristóteles se caracterizam
pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas pelos
O enunciado verbal de um juízo é denomina- pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são admitidas
do proposição ou premissa. por muitos filósofos.

Raciocínio - é o processo mental que consiste em coor- O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da in-
denar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um teligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento.
juízo novo, denominado conclusão ou inferência. É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica ne-
cessária para a investigação segura da verdade. Mas, para
Vejamos um exemplo típico de raciocínio: atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e racio-
1ª) premissa - o ser humano é racional; cinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em con-
2ª) premissa - você é um ser humano; tradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os
conclusão - logo, você é racional. diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões
da lógica.
O enunciado de um raciocínio através da linguagem fala-
da ou escrita é chamado de argumento. Argumentar signifi- Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o
ca, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2). juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são
estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um
4. SILOGISMO raciocínio composto de três proposições, dispostos de tal
maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logica-
Silogismo é o raciocínio composto de três proposições, mente das duas primeiras chamadas premissas, tem lugar de
dispostas de tal maneira que a terceira, chamada conclusão, destaque. É que todos os argumentos começam com uma
deriva logicamente das duas primeiras, chamadas premissas. afirmação caminhando depois por etapas até chegar à con-
clusão. Sérgio Biagi Gregório
Todo silogismo regular contém, portanto, três proposi-
ções nas quais três termos são comparados, dois a dois.
Exemplo: toda a virtude é louvável; ora, a caridade é uma LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
virtude; logo, a caridade é louvável (1).
1. Introdução
5. SOFISMA
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
Sofisma é um raciocínio falso que se apresenta com apa-
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
rência de verdadeiro. Todo erro provém de um raciocínio
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
ilegítimo, portanto, de um sofisma.
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
O erro pode derivar de duas espécies de causas:
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
das palavras que o exprimem ou das idéiasque o constituem.
raciocínio.
No primeiro, os sofismas de palavras ou verbais; no segun-
do, os sofismas de idéias
ou intelectuais.
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
Exemplo de sofisma verbal: usar mesma palavra com quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
duplo sentido; tomar a figura pela realidade. ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estudar
o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
que é apenas acidental; tomar por causa um simples ante- levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
cedente ou mera circunstância acidental (3). prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
LÓGICA psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
Lógica - do grego logos significa “palavra”, “expressão”, raciocínio”.
“pensamento”, “conceito”, “discurso”, “razão”. Para Aristóte-
les, a lógica é a “ciência da demonstração”; Maritain a define Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque-
como a “arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ-
sem erro, no ato próprio da razão”; para Liard é “a ciência das ências das emoções ou não, se está de acordo com uma
formas do pensamento”. Poderíamos ainda acrescentar: “É a doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
ciência das leis do pensamento e a arte de aplicá-las corre- embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
tamente na procura e demonstração da verdade. derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as
relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua

Raciocínio Lógico 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


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obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi responda à natureza do objeto a que se refere. Neste caso,
formulado etc. trata-se da correspondência entrepensamento e realidade.

Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini- Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar de
ções e outras referências à lógica: dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade material.
A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos per- forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
mite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio ato forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain). conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri-
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, tem-
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para se a verdade.
distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi).
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas à
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se à
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento). consecução da verdade, seja ela formal ou material. Relacio-
nando a lógica com a prática, pode-se dizer que é importante
que se obtenha não somente uma verdade formal, mas, tam-
“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
bém, uma verdade que corresponda à experiência. Que seja,
sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
portanto, materialmente válida. A conexão entre os princípios
bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como o
formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios pode ser
fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma lógica
ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana.
ler).
1.2. Raciocínio e Argumentação
1.1. Lógica formal e Lógica material
Três são as principais operações do intelecto humano: a
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os es-
simples apreensão, os juízos e o raciocínio.
tudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: a
da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a da
lógica material, também conhecida como “lógica maior”. A simples apreensão consiste na captação direta (através
dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de uma
realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito (p. ex.,
A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que, por sua
pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
vez, recebe uma denominação (as palavras ou termos, p.
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
respeitada quando se preenchem as exigências de coerência ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”).
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí- O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
de realidade dos fatos. (falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposições
orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre a
No entanto, o erro não está no seu aspecto formal e, sim, mesa da sala”
na sua matéria. Por exemplo, partindo das premissas que
O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
(1) todos os brasileiros são europeus juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
e que
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
(2) Pedro é brasileiro, tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”

(3) Pedro é europeu. Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte
e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a experi- qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
ência nos diz que a premissa é falsa. dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a de convencer mediante o discurso.
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aquilo
dos casos, processaformalmente informações nele previa- que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá
valor empírico de tais informações. atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer
Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das o- com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Mui-
perações do pensamento à realidade, de acordo com a natu- tas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom argu-
reza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, interessa mento opiniões que, na verdade, não passam de preconcei-
que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas que tos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras formas
também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdocor- de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no argu-

Raciocínio Lógico 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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mentar, associada à desatenção ou à ignorância de quem O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão. longo do raciocínio, por isso, não tem validade.

Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou “lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
forte etc. vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria- o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
mente, manter-se num plano distante da existência humana, conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
1.3. Inferência Lógica aquela cuja trajetória existencial destaca-se pela bondade,
virtude, afetividade e equilíbrio.
Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
ciocínio válido, visando à verdade. Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade manifestação de quem emite o juízo, o significado dos termos
quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo, empregados no discurso.
emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
de frases: as assertivas e as não assertivas, que também 1.5. Princípios lógicos
podem ser chamadas de proposições ou juízos.
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua non
Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos: para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa ocor-
“a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas rer. Podem ser entendidos como princípios que se referem
frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda- tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto ao
deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral
das interrogações ou das frases que expressam estados devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento
emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou deve respeitá-los. São eles:
ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem
verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo). a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina- identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma vez
das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, constitu- conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-se ao
indo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo: longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de um
homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a
(1) Não há crime sem uma lei que o defina; Antônio.

(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
(3) logo, não é crime matar ET’s.
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são; c)
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu- Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o falso e o
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verdadeiro. Ou
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes está chovendo ou não está, não é possível um terceiro termo:
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda está meio chovendo ou coisa parecida.
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
sas) deve levar a conclusões óbvias.
princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
1.4. Termo e Conceito ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é como também ao indeterminado.
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi- 2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
Os jaguares são quadrúpedes; posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
Meu carro é um Jaguar de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
logo, meu carro é um quadrúpede. ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos

Raciocínio Lógico 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí- b) o número de elementos semelhantes entre uma situa-
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o ção e outra deve ser significativo;
efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor c) não devem existir divergências marcantes na compara-
lógico do raciocínio empregado na argumentação. ção.

Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, ca-
dotado de duas características fundamentais: ter premissas sos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões ade-
aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria- quadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a motor é
das. Dos raciocínios mais empregados na argumentação, um meio de transporte que necessita de um condutor. Este,
merecem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas- senso e de boa técnica para desempenhar adequadamente
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado seu papel.
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em- Aplicação das regras acima a exemplos:
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re-
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
levantes, não imaginários ou insignificantes.tc
formal.
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re-
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
levantes, não imaginários ou insignificantes."
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento. Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
roupas de sua filha.
Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
como argumento contra a existência da alma o fato de esta fume francês e é um bom advogado;
nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do corpo
humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; lo-
que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon- go, deve ser um bom advogado.
trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequado b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação
para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos
ordem metafísica, não física. semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati-
vo."
2.1. Raciocínio analógico
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No ra- de vida.
ciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida, Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
da vivência direta ou indireta da situação-referência. por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.

Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto de c) Não devem existir divergências marcantes na compara-
apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia é ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com-
um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, é paração.."
fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também tem
servido de inspiração para muitos gênios das ciências e das Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei do ocasião de tormentas e tempestades;
empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ou
de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come- muito.
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá-
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi-
rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou como os operários suíços, também recebe um salário míni-
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun-
mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba-
bem, como os suíços.
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314).
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
A força de uma analogia depende, basicamente, de três derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
aspectos: o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a
a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e im- conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente,
portantes; isto caso cumpram-se as exigências acima.

Raciocínio Lógico 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do logo, todos os A são X
raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos par-
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces- ticulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
sariamente válida. Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa;
O esquema básico do raciocínio analógico é: A caninana é uma cobra e também não voa;
A urutu é uma cobra e também não voa;
A é N, L, Y, X; A cascavel é uma cobra e também não voa;
B, tal como A, é N, L, Y, X; logo, as cobras não voam.
A é, também, Z
logo, B, tal como A, é também Z. Contudo,

Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó- Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
gico é precário, ele é muito importante na formulação de caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con- minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana- gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro- ver um gato preto traz azar.
cedimentos indutivos ou dedutivos.
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do valor
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e pro- lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
fessor de ciência da computação da Universidade de Michi- forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
gan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo da caso particular discorde da generalização obtida das premis-
computação, uma situação semelhante à que ocorre no da sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida-
genética. Assim como na natureza espécies diferentes po- de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené- haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá- coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir há casos em que
para montar um programa mais adequado para resolver um
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais
bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma uma simples análise das premissas é suficiente para de-
com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. “Para tectar a sua fraqueza.
resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos um pro-
grama que dê conta de uma parte do problema e cruzamos Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser
com outro programa que solucione outra parte. Entre as vá- aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de
rias soluções possíveis, selecionam-se aquelas que parecem um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta-
mais adequadas. Esse processo se repete por várias gera- mento de alguns de seus componentes:
ções - sempre selecionando o melhor programa - até obter o 1. Adriana é mulher e dirige mal;
descendente que mais se adapta à questão. É, portanto, Ana Maria é mulher e dirige mal;
semelhante ao processo de seleção natural, em que só so- Mônica é mulher e dirige mal;
brevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 19/10/95, 1º cad., Carla é mulher e dirige mal;
p. 12). logo, todas as mulheres dirigem mal.
2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi- Fernando é político e é corrupto;
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de ra- Paulo é político e é corrupto;
ciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. Estevão é político e é corrupto;
logo, todos os políticos são corruptos.
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta-
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe-
Ainda que alguns autores considerem a analogia como
cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução.
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada. Um
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da descoberta
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili-
da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos, acredita-
dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e,
va-se que todos os cisnes fossem brancos porque todos os
na maioria dos casos, também da verificação experimental.
até então observados eram brancos. Ao ser visto o primeiro
Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis,
cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra.
acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
2.2.1. Procedimentos indutivos
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu- Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen-
sejam indicadores da validade das generalizações contidas tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de
nas conclusões. raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien-
te e o da indução por enumeração completa.
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
a. Indução por enumeração incompleta suficiente
B é A e é X;
C é A e também é X; Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
D é A e também é X; como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
E é A e também é X; sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de

Raciocínio Lógico 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
particular, os que foram enumerados são representativos do chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”) ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas.
b. Indução por enumeração completa
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio moral e a natural.
baseado na enumeração completa.
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela ocor- do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
re quando: de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de-
nominador representa os casos possíveis e o numerador o
b.a. todos os casos são verificados e contabilizados; número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%.
b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
Exemplos correspondentes às duas formas de indução por
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
enumeração completa:
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc.
b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
em cada uma delas foi constatada uma característica própria
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é
desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo...
se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
cabeça é um dos sintomas da dengue.
receba bem, mas...
b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos natu-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
rais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. A
previsão meteorológica é um exemplo particular de probali-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, poden- dade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da imprevi-
do-se classificá-los como formas de indução forte, mesmo sibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa cientí- eventos naturais.
fica.
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado nos são passíveis de conclusões inexatas.
moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso pela
maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou orde-
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as suas
nada. Observem-se os exemplos:
conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade hu-
mana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
corrupção do cenário político brasileiro. respeito à construção do conhecimento.

Depois da série de protestos realizados pela população, 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es-
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici-
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
ências da analogia e da indução.
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
nação. do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, para
se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a pre-
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
missa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de raciocí-
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
nio:
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquanto
alguns insinuavam a suaculpa, eu continuava seguro de sua
inocência. Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer-
sal
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
do empregando o método indutivo porque o argumento prin- Premissa menor: Pedro é homem.
cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu- Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular
são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con- No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação, podem-se tirar conclusões de cunho particular.
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
portamento do amigo infere-se sua inocência. Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na qual,
colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue neces-
Analogia, indução e probabilidade sariamente, somente pelo fato de terem sido postas”. Uma
vez posto que todos os homens são mamíferos e que Pedro
é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pedro é um

Raciocínio Lógico 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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mamífero. De certo modo, a conclusão já está presente nas 3) O predicado do termo médio não pode entrar na conclu-
premissas, basta observar algumas regras e inferir a conclu- são.
são. Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
2.3.1. Construção do Silogismo Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão) Exemplo de formulação incorreta:
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma Termo Médio: Pedro é homem.
conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride lei.
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é ino-
conclusão adequada. portuna.

4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em


Eis um exemplo de silogismo:
sua extensão universal.
Exemplo de formulação correta:
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Maior Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida-
des.
A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Logo, a concussão é punível Conclusão Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Alguns homens são sábios.
O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da lógi- Termo Médio: Ora os ignorantes são homens
ca, as premissas são chamadas de proposições que, por sua Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas ou O predicado “homens” do termo médio não é universal,
juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras mas particular.
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior 2.3.1.1.2. Regras das Premissas
é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado 5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário Exemplo de formulação incorreta:
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (normal- Premissa Menor: Lulu não é um gato.
mente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, punível Conclusão: (?).
é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e concus- 6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu-
são é o menor. são negativa.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1.1. As Regras do Silogismo Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser deseja-
dos.
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral.
perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado.
relações entre os termos e as demais dizem respeito às rela- 7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A
ções entre as premissas. São elas: premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1.1.1. Regras dos Termos Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior, Conclusão: Alguns animais não voam.
médio e menor. Exemplo de formulação incorreta:
Exemplo de formulação correta: Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos. Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
Termo Médio: Mimi é um gato. Conclusão: Alguns animais voam.
Termo Menor: Mimi é um mamífero. 8) De duas premissas particulares nada se conclui.
Exemplo de formulação incorreta: Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede. Premissa Maior: Mimi é um gato.
Termo Médio: Maria é uma gata(2). Premissa Menor: Um gato foi covarde.
Termo Menor: Maria é quadrúpede. Conclusão: (?)
O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro http://www.guiadoconcursopublico.com.br/apostilas/24_12
termos ao invés de três. 0.pdf

2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-


sos que os termos das premissas.
Exemplo de formulação correta:
LÓGICA SENTENCIAL E DE PRIMEIRA ORDEM
Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
Termo Médio: Nikita é uma onça. Elementos de Lógica sentencial
Termo Menor: Nikita é feroz. 1. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de pre-
Exemplo de formulação incorreta: dicados
Termo Maior: Antônio e José são poetas.
Termo Médio: Antônio e José são surfistas. A lógica divide-se em lógica sentencial e lógica de predi-
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas. cados. A lógica sentencial estuda argumentos que não de-
“Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos os pendem da estrutura interna das sentenças. Por exemplo:
surfistas”.
(1)

Raciocínio Lógico 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Se Deus existe, então a felicidade eterna é possível. Do ponto de vista lógico, em (2c) temos o que é chamado
Deus existe. de um predicado binário, isto é, um predicado que, diferente-
Logo, a felicidade eterna é possível. mente de x é brasileiro, deve completado por dois nomes
próprios para formar uma sentença.
A validade do argumento (1) depende do modo pelo qual
as sentenças são conectadas, mas não depende da estrutura As sentenças (1) e (2) acima são denominadas sentenças
interna das sentenças. A forma lógica de (1) deixa isso claro: atômicas. Uma sentença atômica é uma sentença formada
(1a) por um predicado com um ou mais espaços vazios, sendo
Se A, então B. todos os espaços vazios completados por nomes próprios.
A. Sentenças atômicas não contêm nenhum dos operadores
Logo, B. lógicos e, ou, se...então etc., nem os quantificadores todo,
nenhum, algum etc.
Diferentemente, a lógica de predicados estuda argumen-
tos cuja validade depende da estrutura interna das senten- Sentenças moleculares são sentenças formadas com o
ças. Por exemplo: auxílio dos operadores sentenciais. Exemplos de sentenças
(2) moleculares são
Todos os cariocas são brasileiros. (3) Lula é brasileiro e Zidane é francês,
Alguns cariocas são flamenguistas. (4) Se você beber, não dirija,
Logo, alguns brasileiros são flamenguistas. (5) João vai à praia ou vai ao clube.
A forma lógica de (2) é a seguinte:
(2a) 3. A interpretação vero-funcional dos operadores senten-
Todo A é B. ciais
Algum A é C. Os operadores sentenciais que estudaremos aqui são as
Logo, algum B é A. partículas do português não, ou, e, se...então, se, e somente
se. A lógica sentencial interpreta esses operadores como
A primeira premissa do argumento (2) diz que o conjunto funções de verdade ou vero-funcionalmente. Isso significa
dos indivíduos que são cariocas está contido no conjunto dos que eles operam apenas com os valores de verdade dos
brasileiros. A segunda, diz que ‘dentro’ do conjunto dos cario- seus operandos, ou em outras palavras, o valor de verdade
cas, há alguns indivíduos que são flamenguistas. É fácil con- de uma sentença formada com um dos operadores é deter-
cluir então que existem alguns brasileiros que são flamen- minado somente pelos valores de verdade das sentenças que
guistas, pois esses flamenguistas que são cariocas serão a constituem.
também brasileiros. Essa conclusão se segue das premissas.
Os operadores sentenciais se comportam de uma manei-
Note, entretanto, que as sentenças ‘todos os cariocas são ra análoga às funções matemáticas. Estas recebem números
brasileiros’ e ‘alguns cariocas são flamenguistas’ têm uma como argumentos e produzem números como valores. Os
estrutura diferente da sentença ‘se Deus existe, a felicidade operadores sentenciais são funções porque recebem valores
eterna é possível’. Esta última é formada a partir de duas de verdade como argumentos e produzem valores de verda-
outras sentenças ‘Deus existe’ e ‘a felicidade eterna é possí- de. Considere-se a seguinte função matemática:
vel’, conectadas pelo operador lógico se...então. Já para (4) y 
analisar o argumento (2) precisamos analisar a estrutura
interna das sentenças, e não apenas o modo pelo qual sen- Dizemos que y  i-
tenças são conectadas umas às outras. O que caracteriza a fica que o valor de y depende do valor atribuído a x.
lógica de predicados é o uso dos quantificadores todo, algum Quando x 1, y 2;
e nenhum. É por esse motivo que a validade de um argumen- x 2, y 3;
to como o (2) depende da estrutura interna das sentenças. A x 3, y 4,
diferença entre a lógica sentencial e a lógica de predicados e assim por diante. Analogamente a uma função matemá-
ficará mais clara no decorrer desta e da próxima unidade. tica, uma função de verdade recebe valores de verdade como
argumentos e produz valores de verdade como valores.
Usualmente o estudo da lógica começa pela lógica sen-
tencial, e seguiremos esse caminho aqui. Nesta unidade As chamadas tabelas de verdade mostram como os ope-
vamos estudar alguns elementos da lógica sentencial. Na radores da lógica sentencial funcionam.
próxima unidade, estudaremos elementos da lógica de predi-
cados. No lado esquerdo da tabela de verdade temos as senten-
ças a partir das quais a sentença composta foi formada – no
2. Sentenças atômicas e moleculares caso da negação, uma única sentença. O valor produzido
Considere-se a sentença pela função de verdade está na coluna da direita. As letras V
(1) Lula é brasileiro. e F representam os valores de verdade verdadeiro e falso.
A sentença (1) é composta por um nome próprio, ‘Lula’, e 4. A negação
um predicado, ‘... é brasileiro’. Em lógica, para evitar o uso de Comecemos pelo operador sentencial mais simples, a ne-
‘...’, usamos uma variável para marcar o(s) lugar(es) em que gação. A tabela de verdade da negação de uma sentença A é
podemos completar um predicado. Aqui, expressões do tipo x A não A
é brasileiro designam predicados. Considere agora a senten- VF
ça (2) Xuxa é mãe de Sasha. FV
A sentença (2) pode ser analisada de três maneiras dife- A negação simplesmente troca o valor de verdade da sen-
rentes, que correspondem a três predicados diferentes que tença. Uma sentença verdadeira, quando negada, produz
podem ser formados a partir de (2): uma sentença falsa, e vice-versa.
(2a) x é mãe de Sasha;
(2b) Xuxa é mãe de x; Há diferentes maneiras de negar uma sentença atômica
(2c) x é mãe de y. em português. Considere a sentença verdadeira
(5) Lula é brasileiro.

Raciocínio Lógico 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(i) João vai à praia e também vai ao clube;
As sentenças (ii) João vai à praia mas não vai ao clube e
(6) Não é o caso que Lula é brasileiro, (iii) João não vai à praia mas vai ao clube.
(7) Não é verdade que Lula é brasileiro
e A tabela de verdade da disjunção inclusiva é a seguinte:
(8) É falso que Lula é brasileiro A B A ou B
são diferentes maneiras de negar (5). Como (5) é uma VVV
sentença atômica, podemos também negar (5) por meio da VFV
sentença FVV
(9) Lula não é brasileiro. FFF

A negação em (9) é denominada negação predicativa, No sentido inclusivo do ou, uma sentença A ou B é verda-
pois nega o predicado, ao passo que em (6) há uma negação deira quando uma das sentenças A e B é verdadeira ou
sentencial porque toda a sentença é negada. No caso de quando são ambas verdadeiras, isto é, a disjunção inclusiva
sentenças atômicas, a negação predicativa é equivalente à admite a possibilidade de A e B serem simultaneamente
negação sentencial, mas veremos que isso não ocorre com verdadeiras.
sentenças moleculares e sentenças com quantificadores.
Note que negar duas vezes uma sentença equivale a a- No sentido exclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver-
firmar a própria sentença. A negação de dadeira apenas em duas situações:
(5) Lula é brasileiro (i) A é verdadeira e B é falsa;
é (ii) B é verdadeira e A e falsa.
(9) Lula não é brasileiro,
e a negação de (9), Não há, na disjunção exclusiva, a possibilidade de serem
(10) Não é o caso que Lula não é brasileiro, é a negação ambas as sentenças verdadeiras. A tabela de verdade da
da negação de (5), que é equivalente à própria sentença (5). disjunção exclusiva é
A B A ou B
5. A conjunção VVF
Uma sentença do tipo A e B é denominada uma conjun- VFV
ção. Considere-se a sentença FVV
(11) João foi à praia e Pedro foi ao futebol. FFF
A sentença (1) é composta por duas sentenças,
(12) João foi à praia Um exemplo de disjunção exnclusiva é
e (20) Ou o PMDB ou o PP receberá o ministério da saúde,
(13) Pedro foi ao futebol que é formada a partir das sentenças:
conectadas pelo operador lógico e. Na interpretação vero- (21) o PMDB receberá o ministério da saúde;
funcional do operador e, o valor de verdade de (11) depende (22) o PP receberá o ministério da saúde.
apenas dos valores de verdade das sentenças (12) e (13). É
fácil perceber que (11) é verdadeira somente em uma situa- Quando se diz que um determinado partido receberá um
ção: quando (12) e (13) são ambas verdadeiras. A tabela de ministério, isso significa que um membro de tal partido será
verdade de uma conjunção A e B é a seguinte: nomeado ministro. Posto que há somente um ministro da
ABAeB saúde, não é possível que (21) e (22) sejam simultaneamente
VVV verdadeiras. O ou da sentença (20), portanto, é exclusivo.
VFF
FVF Na lógica simbólica, são usados símbolos diferentes para
FFF designar o ou inclusivo e o exclusivo. No latim, há duas pala-
vras diferentes, vel para a disjunção inclusiva e aut para a
Note que, na interpretação vero-funcional da conjunção, A exclusiva. No português isso não ocorre. Na maioria das
e B é equivalente a B e A. Não faz diferença alguma afirmar- vezes é apenas o contexto que deixa claro se se trata de uma
mos (11) ou (14) Pedro foi ao futebol e João foi à praia. disjunção inclusiva ou exclusiva.

É importante observar que a interpretação vero-funcional Assim como ocorre com a conjunção, sentenças A ou B e
da conjunção não expressa todos os usos da partícula e em B ou A são equivalentes. Isso vale tanto para o ou inclusivo
português. A sentença quanto para o exclusivo.
(15) Maria e Pedro tiveram um filho e casaram não é e-
quivalente a 7. A condicional
(16) Maria e Pedro casaram e tiveram um filho. Uma condicional é uma sentença da forma se A, então B.
A é denominado o antecedente e B o conseqüente da condi-
Em outras palavras, o e que ocorre em (15) e (16) não é cional.
uma função de verdade.
Em primeiro lugar, é importante deixar clara a diferença
6. A disjunção entre um argumento (23) A, logo B e uma condicional (24) se
Uma sentença do tipo A ou B é denominada uma disjun- A, então B.
ção. Há dois tipos de disjunção, a inclusiva e a exclusiva.
Ambas tomam dois valores de verdade como argumentos e Em (23) a verdade tanto de A quanto de B é afirmada. No-
produzem um valor de verdade como resultado. Começarei te que o que vem depois do ‘logo’ é afirmado como verdadei-
pela disjunção inclusiva. Considere-se a sentença ro e é a conclusão do argumento. Já em (24), nada se diz
(17) Ou João vai à praia ou João vai ao clube, que é for- acerca da verdade de A, nem de B. (24) diz apenas que se A
mada pela sentenças é verdadeira, B também será verdadeira. Note que apesar de
(18) João vai à praia uma condicional e um argumento serem coisas diferentes
e usamos uma terminologia similar para falar de ambos. Em
(19) João vai ao clube combinadas pelo operador ou. A (23) dizemos que A é o antecedente do argumento, e B é o
sentença (17) é verdadeira em três situações: conseqüente do argumento. Em (24), dizemos que A é o

Raciocínio Lógico 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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antecedente da condicional, e B é o conseqüente da condi- nal material. Mas, ainda assim, a sentença (25) é verdadeira.
cional.
Vejamos outro exemplo. Considere a condicional
Da mesma forma que analisamos o e e o ou como fun- (28) Se Pedro não jogar na loteria, não ganhará o prêmio.
ções de verdade, faremos o mesmo com a condicional. Anali-
sada vero-funcionalmente, a condicional é denominada con- Essa é uma condicional verdadeira. Por quê? Porque é
dicional material. impossível (em uma situação normal) o antecedente ser ver-
dadeiro e o conseqüente falso. Isto é, não é possível Pedro
Quando analisamos a conjunção, vimos que a interpreta- não jogar e ganhar na loteria. Fica como exercício para o
ção vero-funcional do operador sentencial e não corresponde leitor a construção da tabela de verdade de (28).
exatamente ao uso que dela fazemos na linguagem natural.
Isso ocorre de modo até mais acentuado com o operador Não é difícil perceber, em casos como (25) e (28) acima,
se...então. Na linguagem natural, geralmente usamos por que uma condicional é verdadeira quando o antecedente
se...então para expressar uma relação entre os conteúdos de é falso. O problema é que, sendo a condicional material uma
A e B, isto é, queremos dizer que A é uma causa ou uma função de verdade, coisas como (29) se 2 + 2 = 5, então a
explicação de B. Isso não ocorre na interpretação do Lua é de queijo são verdadeiras. Sem dúvida, esse é um
se...então como uma função de verdade. A tabela de verdade resultado contra-intuitivo. Note que toda condicional material
da condicional material é a seguinte: com antecedente falso será verdadeira. Mas no uso corrente
A B se A, então B da linguagem normalmente não formulamos condicionais com
VVV o antecedente falso.
VFF
FVV Mas cabe perguntar: se a condicional material de fato não
FFV expressa todos os usos do se...então em português e, além
disso, produz resultados contra-intuitivos como a sentença
Uma condicional material é falsa apenas em um caso: (29), por que ela é útil para o estudo de argumentos construí-
quando o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso. dos com a linguagem natural? A resposta é muito simples. O
caso em que a condicional material é falsa, a segunda linha
A terceira e a quarta linhas da tabela de verdade da con- da tabela de verdade, corresponde exatamente ao caso em
dicional material costumam causar problemas para estudan- que, no uso corrente da linguagem, uma sentença se A, en-
tes iniciantes de lógica. Parece estranho que uma condicional tão B é falsa. Considere-se a sentença (30) Se Lula conse-
seja verdadeira sempre que o antecedente é falso, mas ve- guir o apoio do PMDB, então fará um bom governo.
remos que isso é menos estranho do que parece.
Em (30), o ponto é que Lula fará um bom governo porque
Suponha que você não conhece Victor, mas sabe que tem o apoio do PMDB. Há um suposto nexo explicativo e
Victor é um parente do seu vizinho que acabou de chegar da causal entre o antecedente e o conseqüente. Suponha, entre-
França. Você não sabe mais nada sobre Victor. Agora consi- tanto, que Lula obtém o apoio do PMDB durante todo o seu
dere a sentença: mandato, mas ainda assim faz um mau governo. Nesse caso,
(25) Se Victor é carioca, então Victor é brasileiro. em que o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso,
(30) é falsa.
O antecedente de (25) é (26) Victor é carioca e o conse-
qüente é (27) Victor é brasileiro. Abaixo, você encontra diferentes maneiras de expressar,
na linguagem natural, uma condicional se A, então B, todas
A sentença (25) é verdadeira, pois sabemos que todo ca- equivalentes.
rioca é brasileiro. Em outras palavras, é impossível que al- Se A, B
guém simultaneamente seja carioca e não seja brasileiro. Por B, se A
esse motivo, a terceira linha da tabela de verdade, que torna- Caso A, B
ria a condicional falsa, nunca ocorre. B, caso A

Descartada a terceira linha, ainda há três possibilidades, As expressões abaixo também são equivalentes a se A,
que correspondem às seguintes situações: então B:
(a) Victor é carioca. A, somente se B
(b) Victor é paulista. Somente se B, A
(c) Victor é francês. A é condição suficiente para B
B é condição necessária para A,mas elas serão vistas
Suponha que Victor é carioca. Nesse caso, o antecedente com mais atenção na seção sobre condições necessárias e
e o conseqüente da condicional são verdadeiros. suficientes.

Temos a primeira linha da tabela de verdade. Até aqui 8. Variantes da condicional material
não há problema algum. Partindo de uma condicional
(31) Se A, então B
Suponha agora que Victor é paulista. Nesse caso, o ante- podemos construir sua conversa,
cedente da condicional (26) Victor é carioca é falso, mas o (32) Se B, então A
conseqüente (27) Victor é brasileiro é verdadeiro. sua inversa
(33) Se não A, então não B e sua contrapositiva (34) Se
Temos nesse caso a terceira linha da tabela de verdade não B, então não A.
da condicional. Note que a condicional (25) continua sendo
verdadeira mesmo que Victor seja paulista, isto é, quando o Há dois pontos importantes sobre as sentenças acima
antecedente é falso. que precisam ser observados. Vimos que A e B e B e A,
assim como A ou B e B ou A são equivalentes. Entretanto, se
Por fim, suponha que Victor é francês. Nesse caso, tanto A, então B e se B então A NÃO SÃO EQUIVALENTES!!!
(26) Victor é carioca quanto (27) Victor é brasileiro são falsas.
Temos aqui a quarta linha da tabela de verdade da condicio- Isso pode ser constatado facilmente pela construção das

Raciocínio Lógico 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
respectivas tabelas de verdade, que fica como exercício para (iii) A e B são ambas falsas.
o leitor. Mas pode ser também intuitivamente percebido. Con-
sidere as sentenças: (35) Se João é carioca, João é brasileiro É fácil perceber que basta uma das sentenças ligadas pe-
e lo e ser falsa para a conjunção ser falsa. A negação de A e B,
(36) Se João é brasileiro, João é carioca. portanto, é não A ou não B. Fica como exercício para o leitor
a construção das tabelas de verdade de A e B e não A ou
Enquanto a sentença (35) é verdadeira, é evidente que não B para constatar que são idênticas.
(36) pode ser falsa, pois João pode perfeitamente ser brasilei-
ro sem ser carioca. Exemplos de negações de conjunções:
(6) O PMDB receberá o ministério da saúde e o ministério
Uma condicional se A, então B e sua contrapositiva se da cultura.
não B, então não A são equivalentes. Isso pode ser constata- A negação de (6) é
do pela construção da tabela de verdade, que fica como um (6a) Ou PMDB não receberá o ministério da saúde, ou
exercício para o leitor. Mas note que a contrapositiva de (35), não receberá o ministério da cultura.
(37) Se João não é brasileiro, não é carioca, é verdadeira nas (7) Beba e dirija.
mesmas circunstâncias em que (35) é verdadeira. A diferença A negação de (7) é
entre (35) e (37) é que (35) enfatiza que ser carioca é condi- (7a) não beba ou não dirija.
ção suficiente para ser brasileiro, enquanto (37) enfatiza que
ser brasileiro é condição necessária para ser carioca. Isso
Fonte: http://abilioazambuja.sites.uol.com.br/1d.pdf
ficará mais claro na seção sobre condições necessárias e
suficientes. Questões:
9. Negações Sendo p a proposição Paulo é paulista e q a proposição Ro-
Agora nós vamos aprender a negar sentenças construí- naldo é carioca, traduzir para a linguagem corrente as seguin-
das com os operadores sentenciais. tes proposições:
a) ~q
Negar uma sentença é o mesmo afirmar que a sentença é
falsa. Por esse motivo, para negar uma sentença construída b) p ^ q
com os operadores sentenciais e, ou e se...então, basta afir- c) p v q
mar a(s) linha(s) da tabela de verdade em que a sentença é d) p " q
falsa.
e) p " (~q)
9a. Negação da disjunção
Comecemos pelos caso mais simples, a disjunção (inclu- 02. Sendo p a proposição Roberto fala inglês e q a proposi-
siva). Como vimos, uma disjunção A ou B é falsa no caso em
que tanto A quanto B são falsas. Logo, para negar uma dis- ção Ricardo fala italiano traduzir para a linguagem simbólica
junção, nós precisamos dizer que A é falsa e também que B é as seguintes proposições:
falsa, isto é, não A e não B. Fica como exercício para o leitor a) Roberto fala inglês e Ricardo fala italiano.
a construção das tabelas de verdade de A ou B e não A e
b) Ou Roberto não fala inglês ou Ricardo fala italiano.
não B para constatar que são idênticas.
(1) João comprou um carro ou uma moto. c) Se Ricardo fala italiano então Roberto fala inglês.
d) Roberto não fala inglês e Ricardo não fala italiano.
A negação de (1) é:
(2) João não comprou um carro e não comprou uma moto,
ou 03. (UFB) Se p é uma proposição verdadeira, então:
(3) João nem comprou um carro, nem comprou uma moto. a) p ^ q é verdadeira, qualquer que seja q;
b) p v q é verdadeira, qualquer que seja q;
Na linguagem natural, freqüentemente formulamos a ne-
c) p ^ q é verdadeira só se q for falsa;
gação de uma disjunção com a expressão nem...nem. Nem
A, nem B significa o mesmo que não A e não B. d) p =>q é falsa, qualquer que seja q
(4) O PMDB receberá o ministério da saúde ou o PP re- e) n.d.a.
ceberá o ministério da cultura.
A negação de (4) é:
(5) Nem o PMDB receberá o ministério da saúde, nem o 04. (MACK) Duas grandezas x e y são tais que "se x = 3
PP receberá o ministério da cultura. então y = 7". Pode-se concluir que:
a) se x 3 antão y 7
Exercício: complete a coluna da direita da tabela abaixo
com a negação das sentenças do lado esquerdo. b) se y = 7 então x = 3
DISJUNÇÃO NEGAÇÃO c) se y 7 então x 3
A ou B não A e não B d) se x = 5 então y = 5
A ou não B
e) se x = 7 então y = 3
não A ou B
não A ou não B
05. (ABC) Assinale a proposição composta logicamente ver-
9b. Negação da conjunção dadeira:
Por um raciocínio análogo ao utilizado na negação da dis-
junção, para negar uma conjunção precisamos afirmar os a) (2 = 3) => (2 . 3 = 5)
casos em que a conjunção é falsa. Esses casos são a se- b) (2 = 2) => (2 . 3 = 5)
gunda, a terceira e a quarta linhas da tabela de verdade. Isto c) (2 = 3) e (2 . 3 = 5)
é, A e B é falsa quando:
d) (2 = 3) ou (2 . 3 = 5)
(i) A é falsa,
(ii) B é falsa ou e) (2 = 3) e (~ ( 2= 2))

Raciocínio Lógico 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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06. (UGF) A negação de x > -2 é: As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser com-
postas por proposições que provam, dão suporte, dão razão
a) x > 2 a algo, ou seja, são afirmações que expressam um pensa-
b) x #-2 mento de sentindo completo. Essas proposições podem ter
c) x < -2 um sentindo positivo ou negativo.
d) x < 2
Exemplo 1: João anda de bicicleta.
e) x #2
Exemplo 2: Maria não gosta de banana.
07. (ABC) A negação de todos os gatos são pardos é:
a) nenhum gato é pardo; Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirma-
ção/proposição.
b) existe gato pardo;
c) existe gato não pardo; A base das estruturas lógicas é saber o que
ade
é ve
d) existe um e um só gato pardo; ou mentira (verdadeiro/falso).
e) nenhum gato não é pardo.
Os resultados das proposições SEMPRE tem que dar
verdadeiro.
08. (ABC) Se A negação de o gato mia e o rato chia é:
a) o gato não mia e o rato não chia; Há alguns princípios básicos:
b) o gato mia ou o rato chia;
c) o gato não mia ou o rato não chia; Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e
falsa ao mesmo tempo.
d) o gato e o rato não chiam nem miam;
e) o gato chia e o rato mia. Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas con-
traditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição
09. Duas grandezas A e B são tais que "se A = 2 então B = ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico
(“mais ou menos”, meio verdade ou meio mentira).
5". Pode-se concluir que:
a) se A 2 antão B 5 Ex. Estudar é fácil. (o contrário seria: “Estudar é difícil”.
b) se A = 5 então B = 2 Não existe meio termo, ou estudar é fácil ou estudar é difícil).
c) se B 5 então A 2
Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se
d) se A = 2 então B = 2
os Conectivos Lógicos, que são símbolos que comprovam a
e) se A = 5 então B 2 veracidade das informações e unem as proposições uma a
outra ou as transformam numa terceira proposição.
10. (VUNESP) Um jantar reúne 13 pessoas de uma mesma
Veja abaixo:
família. Das afirmações a seguir, referentes às pessoas reu-
nidas, a única necessariamente verdadeira é: (~) “não”: negação
a) pelo menos uma delas tem altura superior a 1,90m;
b) pelo menos duas delas são do sexo feminino; (Λ) “e”: conjunção
c) pelo menos duas delas fazem aniversário no mesmo mês;
(V) “ou”: disjunção
d) pelo menos uma delas nasceu num dia par;
e) pelo menos uma delas nasceu em janeiro ou fevereiro. (→) “se...então”: condicional

Resolução: (↔) “se e somente se”: bicondicional

Agora, vejamos na prática como funcionam estes conecti-


01. a) Paulo não é paulista. vos:
b) Paulo é paulista e Ronaldo é carioca.
c) Paulo é paulista ou Ronaldo é carioca. Temos as seguintes proposições:
d) Se Paulo é paulista então Ronaldo é carioca.
O Pão é barato. O Queijo não é bom.
e) Se Paulo é paulista então Ronaldo não é carioca.
02. a) p ^ q A letra P, representa a primeira proposição e a letra Q, a
b) (~p) v p segunda. Assim, temos:
c) q " p
d) (~p) ^ (~q) P: O Pão é barato.

03. B 04. C 05. A 06. C Q: O Queijo não é bom.


07. C 08. C 09. C 10. C
NEGAÇÃO (símbolo ~):
http://www.coladaweb.com/matematica/logica
Quando usamos a negação de uma proposição inverte-
ESTRUTURAS LÓGICAS mos a afirmação que está sendo dada. Veja os exemplos:

Raciocínio Lógico 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ex1. : ~P (não P): O Pão não é barato. (É a negação lógi- CONDICIONAL (símbolo → )
ca de P)
Este conectivo dá a ideia de condição para que a outra
~Q (não Q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de Q) proposição exista. “P” será condição suficiente para “Q” e “Q”
é condição necessária para “P”.
Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a nega-
ção vira falsa. Ex4.: P → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é
bom.) → = “se...então”
Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vi-
ra verdadeira. Regrinha para o conectivo condicional (→ ):

Regrinha para o conectivo de negação (~): Q P


P
→Q
V V V
V F F
P ~P
F V V
V F
F F V
F V

BICONDICIONAL (símbolo ↔)
CONJUNÇÃO (símbolo Λ):
O resultado dessas proposições será verdadeiro se e so-
Este conectivo é utilizado para unir duas proposições for-
mente se as duas forem iguais (as duas verdadeiras ou as
mando uma terceira. O resultado dessa união somente será
duas falsas). “P” será condição suficiente e necessária para
verdadeiro se as duas proposições (P e Q) forem verdadei-
“Q”
ras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado será
FALSO.
Ex5.: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente se o Queijo
não é bom.) ↔ = “se e somente se”
Ex.2: P Λ Q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom.) Λ =
“e”
Regrinha para o conectivo bicondicional (↔):
Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ): Q P
P
↔Q
P
P Q V V V
ΛQ
V V V V F F
F V F
F F F V
V F

V Fonte: http://www.concursospublicosonline.com/
F F

F
F F TABELA VERDADE

Tabela-verdade, tabela de verdade ou tabela veritativa


é um tipo de tabela matemática usada em Lógica para
DISJUNÇÃO (símbolo V): determinar se uma fórmula é válida ou se um sequente é
correto.
Este conectivo também serve para unir duas proposições.
O resultado será verdadeiro se pelo menos uma das proposi- As tabelas-verdade derivam do trabalho de Gottlob Frege,
ções for verdadeira. Charles Peirce e outros da década de 1880, e tomaram a
forma atual em 1922 através dos trabalhos de Emil Post e
Ex3.: P V Q. (Ou o Pão é barato ou o Queijo não é bom.) Ludwig Wittgenstein. A publicação do Tractatus Logico-
V = “ou” Philosophicus, de Wittgenstein, utilizava as mesmas para
classificar funções veritativas em uma série. A vasta
Regrinha para o conectivo de disjunção (V): influência de seu trabalho levou, então, à difusão do uso de
tabelas-verdade.
P P Como construir uma Tabela Verdade
Q
VQ
Uma tabela de verdade consiste em:
V V V
V F V 1º) Uma linha em que estão contidos todas as
F V V subfórmulas de uma fórmula. Por exemplo, a fórmula
¬((A∧ B)→ C) tem o seguinte conjuntos de subfórmulas:
F F F
{ ¬((AB)→ C) , (A∧ B)→ C , A∧ B , A , B , C}

Raciocínio Lógico 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2º) l linhas em que estão todos possíveis valores que os F F V
termos podem receber e os valores cujas as fórmulas
moleculares tem dados os valores destes termos. Bicondicional (Se e somente se) [Equivalência]

O número destas linhas é l = nt , sendo n o número de A conjunção é verdadeira se, e somente se, ambos
valores que o sistema permite (sempre 2 no caso do Cálculo operandos forem falsos ou ambos verdadeiros
Proposicional Clássico) e t o número de termos que a fórmula
contém. Assim, se uma fórmula contém 2 termos, o número A
AB
de linhas que expressam a permutações entre estes será 4: ↔B
um caso de ambos termos serem verdadeiros (V V), dois V VV
casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F , F V) e
um caso no qual ambos termos são falsos (F F). Se a fórmula V F F
contiver 3 termos, o número de linhas que expressam a F VF
permutações entre estes será 8: um caso de todos termos F F V
serem verdadeiros (V V V), três casos de apenas dois termos
serem verdadeiros (V V F , V F V , F V V), três casos de DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (OU... OU XOR)
apenas um dos termos ser verdadeiro (V F F , F V F , F F V)
e um caso no qual todos termos são falsos (F F F). A conjunção é verdadeira se, e somente se, apenas um
Tabelas das Principais Operações do Cálculo dos operandos for verdadeiro
Proposicional Dei
A
AB
Negação B
V V F
~ V F V
A
A
F V V
V F F F F

F V Adaga de Quine (NOR)

A negação da proposição "A" é a proposição "~A", de A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos


maneira que se "A" é verdade então "~A" é falsa, e vice- são falsos
versa.
A A
AB
Conjunção (E) B ↓B
VV V F
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos
VF V F
são verdadeiros
F V V F
A F F F V
AB
^B
Como usar tabelas para verificar a validade de
VVV argumentos
VF F
Verifique se a conclusão nunca é falsa quando
F VF as premissas são verdadeiros. Em caso positivo, o
F F F argumento é válido. Em caso negativo, é inválido.

Disjunção (OU) Alguns argumentos válidos

A disjunção é falsa se, e somente se ambos os operandos Modus ponens


forem falsos

A
AB
vB
A
V V V AB
→B
V F V
V VV
F V V
V F F
F F F
F VV
Condicional (Se... Então) [Implicação] F F V

A conjunção é falsa se, e somente se, o primeiro Modus tollens


operando é verdadeiro e o segundo operando é falso

A
AB
→B ¬ ¬ A
AB
VVV A B →B
VF F VVF F V
F VV VF F V F

Raciocínio Lógico 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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F VV F V Nenhum A é B.
Algum A não é B.
F F V V V
Mais de 100 anos depois de Euler, o logicista inglês John
Venn (1834 – 1923) aperfeiçoou o emprego dos diagramas,
utilizando sempre círculos. Desta forma, hoje conhecemos
Silogismo Hipotético como diagramas de Euler/Venn.

Tipos

A B A Existem três possíveis tipos de relacionamento entre dois


ABC diferentes conjuntos:
→B →C →C
VV VV V V
Indica que um con-
VV F V F F junto está ompleta-
VF VF V V mente contido no
VF F F V F outro, mas o inverso
não é verdadeiro.
F V VV V V
F V F V F V
F F VV V V
F F F V V V Indica que os dois
conjuntos tem alguns
Algumas falácias elementos em co-
mum, mas não todos.
Afirmação do conseqüente

Se A, então B. (A→ B)
Indica que não exis-
B. tem elementos co-
muns entre os con-
Logo, A. juntos.

A
AB
→B
OBS: CONSIDERE QUE O TAMANHO DOS CÍRCULOS
VVV NÃO INDICA O TAMANHO RELATIVO DOS CONJUNTOS.
VF F
F VV LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS,
F F V INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.

1. Introdução
Comutação dos Condicionais
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
A implica B. (A→ B) Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
Logo, B implica A. (B→ A) mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
A B seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
AB raciocínio.
→B →A
VVV V
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
VF F V quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
F VV F ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estudar
F F V V o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
Fonte: Wikipédia levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
DIAGRAMAS LÓGICOS sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
História psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápi- raciocínio”.
da passada em sua origem.
O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770, Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque-
ao escrever cartas a uma princesa da Alemanha, usou os la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ-
diagramas ao explicar o significado das quatro proposições ências das emoções ou não, se está de acordo com uma
categóricas: doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
Todo A é B. embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
Algum A é B. derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as

Raciocínio Lógico 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua caso, trata-se da correspondência entre pensamento e reali-
obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi dade.
formulado etc.
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar
Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini- de dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade mate-
ções e outras referências à lógica: rial. A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri-
ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain). meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, tem-
se a verdade.
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados pa-
ra distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi). Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas
à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela-
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento). cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor-
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas,
também, uma verdade que corresponda à experiência. Que
“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os
sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios
bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como o
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma
fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana.
ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
ler).
1.2. Raciocínio e Argumentação
1.1. Lógica formal e Lógica material
Três são as principais operações do intelecto humano: a
simples apreensão, os juízos e o raciocínio.
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os
estudos da lógica orientaram-se em duas direções principais:
a da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a A simples apreensão consiste na captação direta (atra-
da lógica material, também conhecida como “lógica maior”. vés dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de
uma realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito
(p. ex., de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que,
A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
por sua vez, recebe uma denominação (as palavras ou ter-
pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
mos, p. ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”).
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
respeitada quando se preenchem as exigências de coerência O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí- (falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposições
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre a
de realidade dos fatos. No entanto, o erro não está no seu mesa da sala”
aspecto formal e, sim, na sua matéria. Por exemplo, partindo
das premissas que O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
(1) todos os brasileiros são europeus údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
e que
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
(2) Pedro é brasileiro, coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que
Quando os raciocínios são organizados com técnica e ar-
(3) Pedro é europeu. te e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a expe- dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
riência nos diz que a premissa é falsa. gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
de convencer mediante o discurso.
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aqui-
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria lo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as
dos casos, processa formalmente informações nele previa- decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
valor empírico de tais informações. propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Mui-
Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das tas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom argu-
operações do pensamento à realidade, de acordo com a mento opiniões que, na verdade, não passam de preconcei-
natureza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, inte- tos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras formas
ressa que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no argu-
que também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdo mentar, associada à desatenção ou à ignorância de quem
corresponda à natureza do objeto a que se refere. Neste ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão.

Raciocínio Lógico 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou “lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
forte etc. vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria- o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
mente, manter-se num plano distante da existência humana, conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
1.3. Inferência Lógica aquela cuja trajetóriaexistencial destaca-se pela bondade,
virtude, afetividade e equilíbrio.
Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
ciocínio válido, visando à verdade. Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade manifestação de quem emite o juízo, o significado dos termos
quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo, empregados no discurso.
emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
de frases: as assertivas e as não assertivas, que também 1.5. Princípios lógicos
podem ser chamadas de proposições ou juízos.
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua
Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos: non para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa
“a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas ocorrer. Podem ser entendidos como princípios que se refe-
frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda- rem tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto
deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso ao pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral
das interrogações ou das frases que expressam estados devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento
emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou deve respeitá-los. São eles:
ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem
verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo). a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina- identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma vez
das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, constitu- conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-se ao
indo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo: longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de um
homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a
(1) Não há crime sem uma lei que o defina; Antônio.

(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
(3) logo, não é crime matar ET’s.
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são;
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
c) Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o fal-
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
so e o verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verda-
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
deiro. Ou está chovendo ou não está, não é possível um
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
terceiro termo: está meio chovendo ou coisa parecida.
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
sas) deve levar a conclusões óbvias.
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
1.4. Termo e Conceito
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala- como também ao indeterminado.
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
Os jaguares são quadrúpedes;
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
Meu carro é um Jaguar alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
logo, meu carro é um quadrúpede. raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí-
longo do raciocínio, por isso, não tem validade. nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o

Raciocínio Lógico 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou b) o número de elementos semelhantes entre uma situa-
persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor ção e outra deve ser significativo;
lógico do raciocínio empregado na argumentação.
c) não devem existir divergências marcantes na compara-
Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser ção.
dotado de duas características fundamentais: ter premissas
aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria- No raciocínio analógico, comparam-se duas situações,
das. casos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões
adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a motor
Dos raciocínios mais empregados na argumentação, me- é um meio de transporte que necessita de um condutor. Este,
recem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas- senso e de boa técnica para desempenhar adequadamente
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado seu papel.
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em- Aplicação das regras acima a exemplos:
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re-
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica levantes, não imaginários ou insignificantes.tc
formal.
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de relevantes, não imaginários ou insignificantes."
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
roupas de sua filha.
Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
fume francês e é um bom advogado;
como argumento contra a existência da alma o fato de esta
nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do corpo
humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês;
que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon- logo, deve ser um bom advogado.
trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequado b) O número de aspectos semelhantes entre uma situa-
para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de ção e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos
ordem metafísica, não física. semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati-
vo."
2.1. Raciocínio analógico
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No ra- de vida.
ciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida, Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
da vivência direta ou indireta da situação-referência. por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.

Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto c) Não devem existir divergências marcantes na compa-
de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia ração.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na
é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, comparação.."
é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei do ocasião de tormentas e tempestades; a pescaria marinha não
empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ou está tendo sucesso porque troveja muito.
de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come- Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o sa-
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer- lário mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros,
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha tal como os operários suíços, também recebe um salário
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi- mínimo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou bem, como os suíços.
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun-
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba- Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314). derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
A força de uma analogia depende, basicamente, de três tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a
aspectos: conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente,
isto caso cumpram-se as exigências acima.
a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e
importantes;

Raciocínio Lógico 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral B é A e é X;
do raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces- C é A e também é X;
sariamente válida.
D é A e também é X;
O esquema básico do raciocínio analógico é:
E é A e também é X;
A é N, L, Y, X;
logo, todos os A são X
B, tal como A, é N, L, Y, X;
No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos
A é, também, Z particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.

logo, B, tal como A, é também Z. Aplicando o modelo:

Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó- A jararaca é uma cobra e não voa;
gico é precário, ele é muito importante na formulação de
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con- A caninana é uma cobra e também não voa;
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro-
A urutu é uma cobra e também não voa;
cedimentos indutivos ou dedutivos.
A cascavel é uma cobra e também não voa;
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
professor de ciência da computação da Universidade de
Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo logo, as cobras não voam.
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no da
genética. Assim como na natureza espécies diferentes po- Contudo,
dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené-
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá- Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
para montar um programa mais adequado para resolver um minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma ver um gato preto traz azar.
com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. “Para
resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos um pro- Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va-
grama que dê conta de uma parte do problema e cruzamos lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
com outro programa que solucione outra parte. Entre as vá- forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
rias soluções possíveis, selecionam-se aquelas que parecem caso particular discorde da generalização obtida das premis-
mais adequadas. Esse processo se repete por várias gera- sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida-
ções - sempre selecionando o melhor programa - até obter o de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
descendente que mais se adapta à questão. É, portanto, haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
semelhante ao processo de seleção natural, em que só so- coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
brevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 19/10/95, 1º cad., há casos em que uma simples análise das premissas é sufi-
p. 12). ciente para detectar a sua fraqueza.

Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi- Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de ra- aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de
ciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta-
mento de alguns de seus componentes:
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral
1. Adriana é mulher e dirige mal;
Ainda que alguns autores considerem a analogia como
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma Ana Maria é mulher e dirige mal;
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma Mônica é mulher e dirige mal;
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili-
dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e,
Carla é mulher e dirige mal;
na maioria dos casos, também da verificação experimental.
Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis,
acaba-se aplicando o princípio das probabilidades. logo, todas as mulheres dirigem mal.

Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen- 2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu- Fernando é político e é corrupto;
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que Paulo é político e é corrupto;
sejam indicadores da validade das generalizações contidas
nas conclusões. Estevão é político e é corrupto;

O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte: logo, todos os políticos são corruptos.

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A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta- depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe- e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução. moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada. Um novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a
exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da descoberta nação.
da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos, acredita-
va-se que todos os cisnes fossem brancos porque todos os - Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
até então observados eram brancos. Ao ser visto o primeiro pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra. respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquanto
alguns insinuavam a sua culpa, eu continuava seguro de sua
2.2.1. Procedimentos indutivos inocência.

Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
te e o da indução por enumeração completa. vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
a. Indução por enumeração incompleta suficiente enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
portamento do amigo infere-se sua inocência.
Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
como suficientes para serem tiradas determinadas conclu- Analogia, indução e probabilidade
sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
particular, os que foram enumerados são representativos do chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”) ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas.
b. Indução por enumeração completa
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio moral e a natural.
baseado na enumeração completa.
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela o- do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
corre quando: de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de-
nominador representa os casos possíveis e o numerador o
b.a. todos os casos são verificados e contabilizados; número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%.
b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
Exemplos correspondentes às duas formas de indução
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
por enumeração completa:
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc.
b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
em cada uma delas foi constatada uma característica própria
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é
desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo...
se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
cabeça é um dos sintomas da dengue.
receba bem, mas...
b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos na-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
turais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas.
A previsão meteorológica é um exemplo particular de probali-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po- dade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da imprevi-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mesmo sibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa cientí- eventos naturais.
fica.
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado são passíveis de conclusões inexatas.
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso
pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su-
ordenada. Observem-se os exemplos:
as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade
humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
corrupção do cenário político brasileiro. respeito à construção do conhecimento.

Depois da série de protestos realizados pela população, 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,

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O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es- 1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior,
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici- médio e menor.
ências da analogia e da indução. Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos.
No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se Termo Médio: Mimi é um gato.
do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir Termo Menor: Mimi é um mamífero.
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, para Exemplo de formulação incorreta:
se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a pre- Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede.
missa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de raciocí- Termo Médio: Maria é uma gata(2).
nio: Termo Menor: Maria é quadrúpede.
O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. uni- termos ao invés de três.
versal
2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
sos que os termos das premissas.
Premissa menor: Pedro é homem.
Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular Termo Médio: Nikita é uma onça.
Termo Menor: Nikita é feroz.
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral Exemplo de formulação incorreta:
podem-se tirar conclusões de cunho particular. Termo Maior: Antônio e José são poetas.
Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue “Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos
necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”. os surfistas”.
Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe- 3) O predicado do termo médio não pode entrar na con-
dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre- clusão.
sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir Exemplo de formulação correta:
a conclusão. Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
2.3.1. Construção do Silogismo Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
Exemplo de formulação incorreta:
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão) Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de Termo Médio: Pedro é homem.
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras lei.
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i-
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma noportuna.
conclusão adequada. 4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em
sua extensão universal.
Eis um exemplo de silogismo: Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida-
des.
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Mai-
Termo Médio: Pedro é homem.
or A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Exemplo de formulação incorreta:
Logo, a concussão é punível Conclusão Termo Maior: Alguns homens são sábios.
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens
O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló- Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
gica, as premissas são chamadas de proposições que, por O predicado “homens” do termo médio não é universal,
sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas mas particular.
ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras 2.3.1.1.2. Regras das Premissas
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são 5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior Exemplo de formulação incorreta:
é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário Premissa Menor: Lulu não é um gato.
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na Conclusão: (?).
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (normal- 6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu-
mente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, punível são negativa.
é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e concus- Exemplo de formulação incorreta:
são é o menor. Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser dese-
jados.
2.3.1.1. As Regras do Silogismo Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral.
Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado.
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio 7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A
perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo.
relações entre os termos e as demais dizem respeito às rela- Exemplo de formulação incorreta:
ções entre as premissas. São elas: Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
2.3.1.1.1. Regras dos Termos Conclusão: Alguns animais não voam.
Exemplo de formulação incorreta:

Raciocínio Lógico 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Premissa Maior: As aves são animais que voam. inferências apresentadas acima, a primeira é válida, e a se-
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. gunda inválida. É verdade que, em ambos os casos, tanto as
Conclusão: Alguns animais voam. premissas como a conclusão são verdadeiras. Não podemos
8) De duas premissas particulares nada se conclui. rejeitar a segunda inferência com base na falsidade das fra-
Exemplo de formulação incorreta: ses que a constituem. Mas podemos rejeitá-la com base no
Premissa Maior: Mimi é um gato. "portanto": a conclusão pode ser verdadeira, mas não se
Premissa Menor: Um gato foi covarde. segue das premissas.
Conclusão: (?)
Fonte: estudaki.files.wordpress.com/2009/03/logica- Podemos esclarecer melhor este assunto se conceber-
argumentacao.pdf mos uma inferência paralela que, partindo de premissas ver-
dadeiras, conduza a uma conclusão falsa. Por exemplo:
A FUNDAÇÃO DA LÓGICA 3)
Anthony Kenny
Todas as baleias são mamíferos.
Universidade de Oxford Alguns mamíferos são animais terrestres.
Logo, todas as baleias são animais terrestres.
Muitas das ciências para as quais Aristóteles contribuiu
foram disciplinas que ele próprio fundou. Afirma-o explicita- Esta inferência tem a mesma forma que a inferência 2),
mente em apenas um caso: o da lógica. No fim de uma das como poderemos verificar se mostrarmos a sua estrutura por
suas obras de lógica, escreveu: meio de letras esquemáticas:

No caso da retórica existiam muito es- 4)


critos antigos para nos apoiarmos, mas no
caso da lógica nada tínhamos absoluta-
Todo o A é B.
mente a referir até termos passado muito
Algum B é C.
tempo em laboriosa investigação.
Logo, todo o A é C.
As principais investigações lógicas de Aristóteles incidiam
Uma vez que a inferência 3) conduz a uma falsa conclu-
sobre as relações entre as frases que fazem afirmações.
são a partir de premissas verdadeiras, podemos ver que a
Quais delas são consistentes ou inconsistentes com as ou-
forma do argumento 4) não é de confiança. Daí a não valida-
tras? Quando temos uma ou mais afirmações verdadeiras,
de da inferência 2), não obstante a sua conclusão ser de
que outras verdades podemos inferir delas unicamente por
facto verdadeira.
meio do raciocínio? Estas questões são respondidas na sua
obra Analíticos Posteriores.
A lógica não teria conseguido avançar além dos seus pri-
meiros passos sem as letras esquemáticas, e a sua utilização
Ao contrário de Platão, Aristóteles não toma como ele-
é hoje entendida como um dado adquirido; mas foi Aristóteles
mentos básicos da estrutura lógica as frases simples com-
quem primeiro começou a utilizá-las, e a sua invenção foi tão
postas por substantivo e verbo, como "Teeteto está sentado".
importante para a lógica quanto a invenção da álgebra para a
Está muito mais interessado em classificar frases que come-
matemática.
çam por "todos", "nenhum" e "alguns", e em avaliar as infe-
rências entre elas. Consideremos as duas inferências seguin-
tes: Uma forma de definir a lógica é dizer que é uma disciplina
que distingue entre as boas e as más inferências. Aristóteles
estuda todas as formas possíveis de inferência silogística e
1)
estabelece um conjunto de princípios que permitem distinguir
os bons silogismos dos maus. Começa por classificar indivi-
Todos os gregos são europeus. dualmente as frases ou proposições das premissas. Aquelas
Alguns gregos são do sexo masculino. que começam pela palavra "todos" são proposições univer-
Logo, alguns europeus são do sexo masculino. sais; aquelas que começam com "alguns" são proposições
particulares. Aquelas que contêm a palavra "não" são propo-
2) sições negativas; as outras são afirmativas. Aristóteles ser-
viu-se então destas classificações para estabelecer regras
Todas as vacas são mamíferos. para avaliar as inferências. Por exemplo, para que um silo-
Alguns mamíferos são quadrúpedes. gismo seja válido é necessário que pelo menos uma premis-
Logo, todas as vacas são quadrúpedes. sa seja afirmativa e que pelo menos uma seja universal; se
ambas as premissas forem negativas, a conclusão tem de ser
As duas inferências têm muitas coisas em comum. São negativa. Na sua totalidade, as regras de Aristóteles bastam
ambas inferências que retiram uma conclusão a partir de para validar os silogismos válidos e para eliminar os inváli-
duas premissas. Em cada inferência há uma palavra-chave dos. São suficientes, por exemplo, para que aceitemos a
que surge no sujeito gramatical da conclusão e numa das inferência 1) e rejeitemos a inferência 2).
premissas, e uma outra palavra-chave que surge no predica-
do gramatical da conclusão e na outra premissa. Aristóteles Aristóteles pensava que a sua silogística era suficiente
dedicou muita atenção às inferências que apresentam esta para lidar com todas as inferências válidas possíveis. Estava
característica, hoje chamadas "silogismos", a partir da palavra enganado. De facto, o sistema, ainda que completo em si
grega que ele usou para as designar. Ao ramo da lógica que mesmo, corresponde apenas a uma fracção da lógica. E
estuda a validade de inferências deste tipo, iniciado por Aris- apresenta dois pontos fracos. Em primeiro lugar, só lida com
tóteles, chamamos "silogística". as inferências que dependem de palavras como "todos" e
"alguns", que se ligam a substantivos, mas não com as infe-
Uma inferência válida é uma inferência que nunca conduz rências que dependem de palavras como "se…, então ", que
de premissas verdadeiras a uma conclusão falsa. Das duas interligam as frases. Só alguns séculos mais tarde se pôde

Raciocínio Lógico 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
formalizar padrões de inferência como este: "Se não é de dia, aspectos subtis que devem ser tidos em linha de conta, caso
é de noite; mas não é de dia; portanto é de noite". Em segun- contrário será tudo muito confuso.
do lugar, mesmo no seu próprio campo de acção, a lógica de
Aristóteles não é capaz de lidar com inferências nas quais Antes de mais: a expressão "argumento indutivo" ou "in-
palavras como "todos" e "alguns" (ou "cada um" e "nenhum") dução" dá origem a confusões porque se pode ter dois tipos
surjam não na posição do sujeito, mas algures no predicado muito diferentes de argumentos: as generalizações e as pre-
gramatical. As regras de Aristóteles não nos permitem deter- visões. Uma generalização é um argumento como
minar, por exemplo, a validade de inferências que contenham
premissas como "Todos os estudantes conhecem algumas Todos os corvos observados até hoje são pretos.
datas" ou "Algumas pessoas detestam os polícias todos". Só Logo, todos os corvos são pretos.
22 séculos após a morte de Aristóteles esta lacuna seria
colmatada.
Numa generalização parte-se de algumas verdades
acerca de alguns membros de um dado domínio e genera-
A lógica é utilizada em todas as diversas ciências que A- liza-se essas verdades para todos os membros desse
ristóteles estudou; talvez não seja tanto uma ciência em si domínio, ou pelo menos para mais.
mesma, mas mais um instrumento ou ferramenta das ciên-
cias. Foi essa a ideia que os sucessores de Aristóteles retira-
Uma previsão é um argumento como
ram das suas obras de lógica, denominadas "Organon" a
partir da palavra grega para instrumento.
Todos os corvos observados até hoje são pretos.
Logo, o próximo corvo que observarmos será preto.
A obra Analíticos Anteriores mostra-nos de que modo a
lógica funciona nas ciências. Quem estudou geometria eucli-
diana na escola recorda-se certamente das muitas verdades Uma pessoa imaginativa e com vontade de reduzir
geométricas, ou teoremas, alcançadas por raciocínio dedutivo coisas — uma síndrome comum em filosofia — pode que-
a partir de um pequeno conjunto de outras verdades chama- rer afirmar que podemos reduzir as previsões às generali-
das "axiomas". Embora o próprio Euclides tivesse nascido zações via dedução: a conclusão da previsão acima se-
numa altura tardia da vida de Aristóteles, este método axio- gue-se dedutivamente da conclusão da generalização an-
mático era já familiar aos geómetras, e Aristóteles pensava terior. Não acho que isto capta de modo algum a natureza
que podia ser amplamente aplicado. A lógica forneceria as lógica ou conceptual da previsão, mas isso não é relevan-
regras para a derivação de teoremas a partir de axiomas, e te neste artigo. O que conta é que, mesmo que a previsão
cada ciência teria o seu próprio conjunto especial de axio- seja redutível à generalização mais dedução, continua a
mas. As ciências poderiam ser ordenadas hierarquicamente, ser um modo comum de falar e uma parte importante do
com as ciências inferiores tratando como axiomas proposi- nosso pensamento.
ções que poderiam ser teoremas de uma ciência superior.
Numa veia ainda reducionista, algumas pessoas pode-
Se tomarmos o termo "ciência" numa acepção ampla, a- rão querer dizer que todos os outros tipos de argumentos
firma Aristóteles, é possível distinguir três tipos de ciências: não dedutivos se reduzem à generalização e à previsão.
as produtivas, as práticas e as teóricas. As ciências produti- Assim, não valeria a pena falar de argumentos de autori-
vas incluem a engenharia e a arquitectura, e disciplinas como dade, por exemplo, que são argumentos como o seguinte:
a retórica e a dramaturgia, cujos produtos são menos concre-
tos. As ciências práticas são aquelas que guiam os compor- Einstein afirmou que não se pode viajar mais depressa do
tamentos, destacando-se entre elas a política e a ética. As que a luz.
ciências teóricas são aquelas que não possuem um objectivo Logo, não se pode viajar mais depressa do que a luz.
produtivo nem prático, mas que procuram a verdade pela
verdade. Uma vez mais: pode ser que este tipo de argumentos seja
redutível à generalização e à previsão. Mas é útil compreen-
Por sua vez, a ciência teórica é tripartida. Aristóteles no- der que este tipo de argumentos tem exigências próprias e
meia as suas três divisões: "física, matemática, teologia"; mas portanto é útil falar deles explicitamente, ainda que se trate
nesta classificação só a matemática é aquilo que parece ser. de um tipo de inferência redutível a qualquer outro tipo ou
O termo "física" designa a filosofia natural ou o estudo da tipos.
natureza (physis); inclui, além das disciplinas que hoje inte-
graríamos no campo da física, a química, a biologia e a psico- Dados estes esclarecimentos, importa agora esclarecer o
logia humana e animal. A "teologia" é, para Aristóteles, o seguinte: O que é um argumento dedutivo? E como se distin-
estudo de entidades superiores e acima do ser humano, ou gue tal coisa de um argumento indutivo?
seja, os céus estrelados, bem como todas as divindades que
poderão habitá-los. Aristóteles não se refere à "metafísica"; Vou começar por dizer o modo como não se deve enten-
de facto, a palavra significa apenas "depois da física" e foi der estas noções. A primeira coisa a não fazer é pensar que
utilizada para referenciar as obras de Aristóteles catalogadas um argumento dedutivo se caracteriza por ser impossível a
a seguir à sua Física. Mas muito daquilo que Aristóteles es- sua conclusão ser falsa se as suas premissas forem verda-
creveu seria hoje naturalmente descrito como "metafísica"; e deiras. Pensar isto provoca confusão porque significaria que
ele tinha de facto a sua própria designação para essa disci- não há argumentos dedutivos inválidos. Porquê? Porque só
plina, como veremos mais à frente. Anthony Kenny nos argumentos dedutivos válidos é impossível a conclusão
ser falsa se as suas premissas forem verdadeiras; nos argu-
ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS mentos dedutivos inválidos, nas falácias (como a afirmação
da antecedente, por exemplo) é perfeitamente possível as
premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
Desidério Murcho
Em termos rigorosos, não há problem algum com esta op-
É comum falar em argumentos dedutivos, opondo-os aos ção; significa apenas que estamos a dar ao termo "dedução"
indutivos. Este artigo procura mostrar que há um conjunto de força factiva, como damos ao termo "demonstração". Do
mesmo modo que não há demonstrações inválidas, também

Raciocínio Lógico 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
não há, de acordo com esta opção, deduções inválidas. Se é de lógica abandonar uma indução boa com base no facto de
uma dedução, é válida; se é uma demostração, é válida. Uma a sua forma lógica e a verdade das suas premissas não ga-
"demonstração" inválida nada demonstra; uma "dedução" rantir a verdade da sua conclusão.
inválida nada deduz.
Assim, um argumento é dedutivo ou indutivo em função
O primeiro problema desta opção é exigir a reforma do da explicação mais adequada que tivermos para a sua vali-
modo como geralmente se fala e escreve sobre argumentos dade ou invalidade. Um argumento dedutivo inválido explica-
dedutivos — pois é comum falar de argumentos dedutivos se adequadamente recorrendo unicamente à sua forma lógi-
inválidos, como as falácias formais (por oposição às infor- ca, no sentido em que a sua forma lógica é suficiente para
mais). Este problema não é decisivo, caso não se levantasse distinguir os argumentos dedutivos inválidos dos válidos; o
outro problema: o segundo. mesmo não acontece com os argumentos indutivos, pois a
sua validade ou invalidade não depende exclusivamente da
O segundo problema é o seguinte: Dado que todos os ar- sua forma lógica.
gumentos são dedutivos ou não dedutivos (ou indutivos, se
quisermos reduzir todo o campo da não dedução à indução), Deste modo, podemos manter a tradição de falar de ar-
e dado que não faz muito sentido usar o termo "dedução" gumentos dedutivos e indutivos; e podemos dizer que há
factivamente e o termo "indução" não factivamente, o resulta- argumentos dedutivos inválidos; e não somos forçados a
do bizarro é que deixa de haver argumentos inválidos. O aceitar que todo o argumento indutivo, por melhor que seja, é
termo "argumento" torna-se factivo tal como os termos "dedu- sempre um argumento dedutivo inválido. Isto não acontece
ção" e "indução". E isto já é demasiado rebuscado; as pesso- porque os argumentos dedutivos nunca são indutivos, ainda
as não usam mesmo o termo deste modo, nunca; passamos que sejam inválidos. Porque o que conta é o tipo de explica-
a vida a falar de argumentos inválidos. E faz todo o sentido ção adequada para a sua validade ou invalidade.
que o façamos, pois se adoptarmos o entendimento factivo
do termo um "argumento" inválido não é de todo em todo um Em termos primitivos, pois, o que conta é a validade e in-
argumento: é apenas um conjunto de proposições. validade; há diferentes tipos de validade e invalidade: a dedu-
tiva e a indutiva. E os argumentos são dedutivos ou indutivos
É sem dúvida possível aceitar o resultado bizarro, e pas- consoante a sua validade ou invalidade for dedutiva ou indu-
sar a usar o termo "argumento" factivamente. Mas se tiver- tiva.
mos a possibilidade de o evitar, de forma fundamentada e
reflectida, estaremos a facilitar as coisas — sobretudo ao É agora tempo de esclarecer que nem todos os argumen-
nível do ensino. tos dedutivos dependem exclusivamente da sua forma lógica;
há argumentos dedutivos de carácter conceptual, como "O
E temos possibilidade de evitar este resultado bizarro, e João é casado; logo, não é solteiro". Não é difícil acomodar
manter o uso de "argumento" de tal modo que faça sentido estas variedades de dedução não formal no esquema aqui
falar de argumentos inválidos, de deduções inválidas e de proposto: tudo depende da melhor explicação disponível para
induções inválidas. Para o fazer temos de distinguir cuidado- a validade ou invalidade em causa.
samente a noção de argumento (dedutivo ou não) da noção
de validade (dedutiva ou não). Podemos, claro, usar um ter- Podemos assim continuar a falar de argumentos deduti-
mo diferente para a validade não dedutiva, e reservar o termo vos e indutivos, validos ou inválidos. E os argumentos deduti-
"validade" para a validade dedutiva, mas esta é uma mera vos inválidos nunca são uma subclasse dos argumentos
opção terminológica: tanto faz. O que é crucial é poder dizer indutivos.
que um argumento é dedutivo, apesar de inválido, ou induti-
vo, apesar de inválido. E como se faz isso?
DIAGRAMAS LÓGICOS
Apresentando os argumentos dedutivos como argumentos
cuja validade ou invalidade depende exclusivamente da sua
forma lógica; e os argumentos não dedutivos como argumen- Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES
tos cuja validade ou invalidade não depende exclusivamente
da sua forma lógica. Evidentemente, isto não se aplica a Introdução
todos os argumentos dedutivos, mas esta é uma complicação
que esclareceremos dentro de momentos. Para já, vejamos Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
alguns exemplos: problemas.

Se Sócrates era ateniense, era grego. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é na
Sócrates era grego. determinação da quantidade de elementos que apresentam
Logo, era ateniense. uma determinada característica.

Se Sócrates era ateniense, era grego.


Sócrates era ateniense.
Logo, era grego.

O primeiro argumento é inválido. Mas qualquer argumento


indutivo, ainda que válido, sofre deste tipo de invalidade de-
dutiva. Devemos então dizer que os argumentos dedutiva-
mente inválidos não se distinguem dos argumentos indutivos
válidos? Claro que não, dado que eles se distinguem muito
claramente uns dos outros.

O primeiro argumento é dedutivamente inválido porque a


sua invalidade pode ser explicada recorrendo unicamente à
sua forma lógica. Mas seria uma enorme falta de sensibilida-
Raciocínio Lógico 28 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18
que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando- Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmente
se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: montar os diagramas que representam cada conjunto.

Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente A colocação dos valores começará pela intersecção dos três
carro ou ainda quantas dirigem somente motos. conjuntos e depois para as intersecções duas a duas e por
Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que último às regiões que representam cada conjunto individual-
representam os motoristas de motos e motoristas de carros. mente.

Começaremos marcando quantos elementos tem a intersec- Representaremos esses conjuntos dentro de um retângulo
ção e depois completaremos os outros espaços. que indicará o conjunto universo da pesquisa.

Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo


esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B.

A partir dos valores reais, é que poderemos responder as


perguntas feitas.
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são
leitores de nenhum dos três jornais.
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos.
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos.
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.
Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes
elementos:

a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência
quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a
seguinte tabela:

Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas


lêem apenas o jornal A.
Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES
Verificamos que 500 pessoas não lêem o jornal C, pois é a
soma 205 + 30 + 115 + 150.
Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que é
a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 +
150.

EXERCÍCIOS DE CONCURSOS
Diagramas Lógicos

Raciocínio Lógico 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1. De um total de 30 agentes administrativos sabe-se que:
I. 18 gostam de cinema 8. (ICMS_97_VUNESP) Em uma classe, há 20 alunos que
II. 14 gostam de teatro praticam futebol mas não praticam vôlei e há 8 alunos que
III. 2 não gostam de cinema, nem de teatro praticam vôlei mas não praticam futebol. O total dos que
O número de agentes que gostam de cinema e de teatro praticam vôlei é 15.
corresponde a: Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O nú-
a) 2 mero de alunos da classe é:
b) 4 a) 30
c) 6 b) 35
d) 8 c) 37
d) 42
2. De um grupo de N auxiliares técnicos de produção, 44 e) 44
lêem jornal A, 42 o jornal B e 18 lêem ambos os jornais. sa-
bendo que todo auxiliar deste grupo é leitor de pelo menos 9. Suponhamos que numa equipe de 10 estudantes, 6 usam
um dos jornais, o número N de auxiliares é: óculos e 8 usam relógio. O numero de estudantes que usa ao
mesmo tempo, óculos e relógio é:
a) exatamente 6
3. Em uma turma, 45% dos alunos falam inglês e 33% falam b) exatamente 2
francês. Se 25% dos alunos não falam nenhuma duas lín- c) no mínimo 6
guas, a porcentagem de alunos que falam francês, mas não d) no máximo 5
falam inglês é de: e) no mínimo 4
a) 3%
b) 15% 10. Numa pesquisa de mercado, foram entrevistadas várias
c) 27% pessoas acerca de suas preferências em relação a 3 produ-
d) 30% tos: A, B e C. Os resultados da pesquisa indicaram que:
e) 33% 210 pessoas compram o produto A.
210 pessoas compram o produto N.
4. Realizou-se uma pesquisa e verificou-se que, das pessoas 250 pessoas compram o produto C.
consultadas, 200 ouviam a rádio A, 300 ouviam a rádio B, 20 20 pessoas compram os três produtos.
ouviam as duas rádios (A e B) e 220 não ouviam nenhuma 100 pessoas não compram nenhum dos 3 produtos.
das duas rádios. 60 pessoas compram o produto A e B.
Quantas pessoas foram consultadas? 70 pessoas compram os produtos A eC.
a) 520 50 pessoas compram os produtos B e C.
b) 560 Quantas pessoas foram entrevistadas:
c) 640 a) 670
d) 680 b) 970
e) 700 c) 870
d) 610
5. Em uma pesquisa, foram entrevistados 100 telespectado- e) 510
res. 60 assistiam à televisão à noite e 50 assistiam à televi-
são de dia. Quantos assistiam à televisão de dia e de noite? 11. No problema anterior, calcular quantas pessoas compram
a) 5 apenas o produto A; apenas o produto B; apenas o produto
b) 10 C.
c) 15 a) 210;210;250
d) 20 b) 150;150;180
e) 25 c) 100;120;150
d) 120;140;170
6. Em uma pesquisa, foram entrevistadas 200 pessoas. 100 e) n.d.a.
delas iam regularmente ao cinema, 60 iam regularmente ao
teatro e 50 não iam regularmente nem ao cinema nem ao 12. (A_MPU_ESAF_04) Um colégio oferece a seus alunos à
teatro. Quantas prática de um ou mais de um dos seguintes esportes: futebol,
dessas pessoas iam regularmente a ambos? basquete e vôlei. Sabe-se que, no atual semestre, 20 alu-
a) 10 nos praticam vôlei e basquete;
b) 20 60 alunos praticam futebol e 65 praticam basquete;
c) 30 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei;
d) 40 o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
e) 50 número dos alunos que praticam só vôlei;
17 alunos praticam futebol e vôlei;
7. (NCNB_02) Uma professora levou alguns alunos ao par- 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, não
que de diversões chamado Sonho. Desses alunos: praticam vôlei;
16 já haviam ido ao parque Sonho, mas nunca andaram de O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
montanha russa. igual a:
6 já andaram de montanha russa, mas nunca haviam ido a) 93
ao parque Sonho. b) 114
Ao todo, 20 já andaram de montanha russa. c) 103
Ao todo, 18 nunca haviam ido ao parque Sonho. d) 110
Pode-se afirmar que a professora levou ao parque Sonho: e) 99
a) 60 alunos
b) 48 alunos 13. (ESAF_97) Uma pesquisa entre 800 consumidores -
c) 42 alunos sendo 400 homens e 400 mulheres- mostrou os seguintes
d) 366alunos resultados:
e) 32 alunos Do total de pessoas entrevistadas:

Raciocínio Lógico 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
500 assinam o jornal X IV. Mais de 140 moradores apresentaram pelo menos, dois
350 têm curso superior vírus.
250 assinam o jornal X e têm nível superior V. O número de moradores que não foram contaminados
Do total de mulheres entrevistadas: pelos vírus B e C representa menos de 16% do total de pes-
200 assinam o jornal X soas examinadas.
150 têm curso superior
50 assinam o jornal X e têm nível superior 17. Pedro, candidato ao cargo de Escrivão de Polícia Federal,
necessitando adquirir livros para se preparar para o concurso,
O número de homens entrevistados que não assinam o jornal utilizou um site de busca da Internet e pesquisou em uma
X e não têm curso superior é, portanto, igual a: livraria virtual, especializada nas áreas de direito, administra-
a) 100 ção e economia, que vende livros nacionais e importados.
b) 200 Nessa livraria, alguns livros de direito e todos os de adminis-
c) 0 tração fazem parte dos produtos nacionais. Alem disso, não
d) 50 há livro nacional disponível de capa dura. Com base nas
e) 25 informações acima é possível que Pedro, em sua pesquisa,
tenha:
14. No diagrama abaixo, considere os conjuntos A, B, C e U ( I. Encontrado um livro de administração de capa dura.
universo ). II. Adquirido dessa livraria um livro de economia de capa
flexível.
III. Selecionado para compra um livro nacional de direito de
capa dura.
IV. Comprado um livro importado de direito de capa flexível.

Respostas exercícios: 1-C 2-A 3-A 4-B 5-B

RESPOSTAS
1.B 11.C
2.C 12.E
3.D 13.A
4.E 14.C
5.B 15.C (certo)
6.A 16.C,E,C,C,E
7.B 17.E,C,E,C
8.E
9.E
10.D

A região sombreada corresponde à seguinte operação: EQUIVALÊNCIA LÓGICA


a) A  B  C
b) (A  B)  C Na lógica, as asserções p e q são ditas logicamente
c) A  B C equivalentes ou simplesmente equivalentes, se p = q e q =
d) (A B)  C p.
QUESTÕES CERTO / ERRADO (CESPE / UNB) Em termos intuitivos, duas sentenças são logicamente
equivalentes se possuem o mesmo "conteúdo lógico".
15. (UNB) Numa entrevista realizada pelo Departamento de
Ciências Econômicas da UCG com 50 pessoas, da classe Do ponto de vista da teoria da demonstração, p e q são
média de Goiânia, acerca de suas preferências por aplica- equivalentes se cada uma delas pode ser derivada a partir da
ções de seus excedentes financeiros, obteve-se o seguinte outra. Semanticamente, p e q são equivalentes se elas têm
resultado: 21 pessoas disseram que aplicam em fundos de os mesmos valores para qualquer interpretação.
renda fixa; 34 em cadernetas de poupança e 50 não aplicam
em nenhuma dasmodalidades. Deste modo, 10 pessoas EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
aplicam nas duas modalidades (obs.: uma mesma pessoa
pode aplicar em mais de uma modalidade).
Negação da Negação (Dupla Negação)
~(~p)
16. (MPU_99UNB) Em exames de sangue realizados em 500
moradores de uma região com péssimas condições sanitárias
foi constatada a presença de três tipos de vírus: A, B, C . O p ~q ~(p)
resultado dos exames revelou que o vírus A estava presente F V F
em 210 moradores; o vírus B, em 230; os vírus A e B, em 80;
os vírus A e C, em 90; e os vírus B e C, em 70. Além disso, V F V
em 5 moradores não foi detectado nenhum dos três vírus e o
numero de moradores infectados pelo vírus C era igual ao
Como as tabelas-verdade são idênticas podemos dizer
dobro dos infectados apenas pelo vírus B.
que .
Com base nessa situação, julgues os itens abaixo:
I. O número de pessoas contaminadas pelo três vírus simul-
Exemplo: "Não é verdade que Mario não é estudioso" é
taneamente representa 9% do total de
logicamente equivalente a "Mario é estudioso".
pessoas examinadas.
Exemplos:
II. O número de moradores que apresentam o vírus C é igual
a)
a 230.
p: Não tem ninguém aqui.
III. 345 moradores apresentam somente um dos vírus.
~p: Tem ninguém aqui.

Raciocínio Lógico 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
~(~p): Tem alguém aqui. Quando dois ou mais argumentos têm a mesma forma, se
um deles é válido, todos os outros também são, e se um
Logicamente falando, "Não tem ninguém aqui" é equiva- deles é inválido, todos os outros também são. Como o argu-
lente à "Tem alguém aqui". mento constituído pelos enunciados 4-6 é válido, e o argu-
b) mento constituído pelos enunciados 10-12 tem a mesma
p: Não dá para não ler. forma (7-9), este (1012) também é válido.
~p: Dá para não ler.
~(~p): Dá para ler. A Forma de um Argumento e a Verdade das Premissas
O último exemplo mostra que um argumento pode ser vá-
Logicamente falando, "Não dá para não ler" é equivalente lido apesar de todas as suas premissas e a sua conclusão
à "Dá para ler". serem falsas. Isso é indicativo do fato de que a validade de
um argumento não depende de serem suas premissas e sua
conclusão efetivamente verdadeiras.
ARGUMENTOS VÁLIDOS E INVÁLIDOS
Eduardo O C Chaves Mas se esse é o caso, quando é um argumento válido?

Conceituação de Argumento Argumentos Válidos e Inválidos


Um argumento é um conjunto de enunciados -- mas não Um argumento é válido quando, se todas as suas premis-
um conjunto qualquer de enunciados. Num argumento os sas forem verdadeiras, a sua conclusão tiver que, necessari-
enunciados têm que ter uma certa relação entre si e é neces- amente, ser verdadeira (sob pena de auto-contradição).
sário que um deles seja apresentado como uma tese, ou uma
conclusão, e os demais como justificativa da tese, ou premis- Considere os dois argumentos seguintes, constituídos,
sas para a conclusão. Normalmente argumentos são utiliza- respectivamente, pelos enunciados 13-15 e 16-18
dos para provar ou disprovar algum enunciado ou para con-
vencer alguém da verdade ou da falsidade de um enunciado. Primeiro:
13. Se eu ganhar sozinho na Sena, fico milionário
Assim sendo, o seguinte conjunto de enunciados não é, 14. Ganhei sozinho na Sena
na realidade, um argumento: 15. Logo, fiquei milionário
1. Todos os metais se dilatam com o calor
2. Todas os meses há pelo menos quatro domingos Segundo:
3. Logo, a UNICAMP é uma boa universidade. 16. Se eu ganhar sozinho na Sena, fico milionário
17. Não ganhei sozinho na Sena
Neste caso, embora todos os enunciados sejam (pelo 18. Logo, não fiquei milionário
menos à primeira vista) verdadeiros, e embora eles se dispo-
nham numa forma geralmente associada com a de um argu- Esses dois argumentos são muito parecidos. A forma do
mento (premissa 1, premissa 2, e conclusão, precedida por primeiro é:
"logo"), não temos um argumento porque os enunciados não 19. Se p, q
têm a menor relação entre si. Não devemos sequer afirmar 20. p
que temos um argumento inválido aqui, porque mesmo num 21. Logo, q
argumento inválido as premissas e a conclusão precisam ter A forma do segundo é:
uma certa relação entre si. 22. Se p, q
23. não-p
Por outro lado, o seguinte é um argumento: 24. Logo, não-q
4. Todos os homens são mortais
5. Sócrates é homem O primeiro argumento é válido porque se as duas premis-
6. Logo, Sócrates é mortal. sas forem verdadeiras a conclusão tem que, necessariamen-
te, ser verdadeira. Se eu argumentar com 13 e 14, e concluir
Neste caso, temos um argumento válido, em que todas as que não fiquei milionário, estou me contradizendo.
premissas são verdadeiras e a conclusão também -- ou pelo
menos assim parecem à primeira vista. O segundo argumento é inválido porque mesmo que as
duas premissas sejam verdadeiras a conclusão pode ser
A Forma de um Argumento falsa (na hipótese, por exemplo, de eu herdar uma fortuna
Argumentos têm uma certa forma ou estrutura. O argu- enorme de uma tia rica).
mento constituído pelo conjunto de enunciados (2) tem a
seguinte forma: Falácias e Argumentos Sólidos ou Cogentes
7. Todos os x são y Argumentos da forma representada pelos enunciados 22-
8. z é x 24 são todos inválidos. Dá-se o nome de falácia a um argu-
9. Logo, z é y. mento inválido, mas não, geralmente, a um argumento válido
que possua premissas falsas.
Imaginemos o seguinte argumento, que tem a mesma
forma do argumento constituído pelo conjunto de enunciados A um argumento válido cujas premissas são todas verda-
4-6: deiras (e, portanto, cuja conclusão também é verdadeira) dá-
10. Todos os homens são analfabetos se o nome de um argumento cogente ou sólido.
11. Raquel de Queiroz é homem
12. Logo, Raquel de Queiroz é analfabeta. Argumentos, Convicção e Persuasão
Este argumento, diferentemente do argumento constituído Um argumento cogente ou sólido deveria convencer a to-
pelos enunciados 4-6, tem premissas e conclusão todas fal- dos, pois é válido e suas premissas são verdadeiras. Sua
sas. No entanto, tem exatamente a mesma forma ou estrutu- conclusão, portanto, segue das premissas. Contudo, nem
ra do argumento anterior (forma explicitada nos enunciados sempre isso acontece.
7-9). Se o argumento anterior (4-6) é válido (e é), este (10-12)
também é. Em primeiro lugar, muitas pessoas podem não admitir que
o argumento é cogente ou sólido. Podem admitir a verdade

Raciocínio Lógico 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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de suas premissas e negar sua validade. Ou podem admitir a-se do seguinte modo:
sua validade e negar a verdade de uma ou mais de suas «É impossível que uma coisa seja e não seja ao mesmo
premissas. tempo, a mesma coisa». Outras vezes, é considerado como
um princípio lógico, e então enunciado do modo seguinte:
Em segundo lugar, algumas pessoas podem estar certas «não se pode ter p e não p», onde p é símbolo de um enun-
da validade de um argumento e estar absolutamente convic- ciado declarativo.
tas de que a conclusão é inaceitável, ou falsa. Neste caso,
podem usar o mesmo argumento para mostrar que pelo me- O primeiro pensador que apresentou este princípio de
nos uma de suas premissas tem que ser falsa. forma suficientemente ampla foi Aristóteles. Várias partes da
sua obra estão consagradas a este tema, mas nem sempre o
Um argumento inválido (falácia), ou um argumento válido princípio é formulado do mesmo modo. Às vezes apresenta-o
com premissas falsas, não deveria convencer ninguém. No como uma das «noções comuns» ou «axiomas» que servem
entanto, muitas pessoas são persuadidas por argumentos de premissa para a demonstração, sem poderem ser de-
desse tipo. monstradas. Noutras ocasiões, apresenta-o como uma «no-
ção comum», usada para a prova de algumas conclusões.
A questão da validade ou não de um argumento é intei- Apresenta ainda este princípio como uma tese segundo a
ramente lógica. qual se uma proposição é verdadeira, a sua negação é falsa
e se uma proposição é falsa, a sua negação é verdadeira,
A questão da cogência ou solidez de um argumento é ao quer dizer, como a tese segundo a qual, duas proposições
mesmo tempo lógica (porque depende da sua validade) e contraditórias não podem ser ambas verdadeiras ou ambas
epistemológica (porque depende de suas premissas serem falsas.
verdadeiras).
Estas formulações podem reduzir-se a três interpretações
A questão da força persuasiva de um argumento é uma do mesmo princípio: ontológica, lógica e metalógica. No pri-
questão psicológica, ou psicossocial. meiro caso o princípio refere-se à realidade; no segundo,
Contradição converte-se numa formula lógica ou numa tautologia de lógi-
Diz-se que há contradição quando se afirma e se nega ca sequencial, que se enuncia do seguinte modo:
simultaneamente algo sobre a mesma coisa. O princípio da ¬(p Ù ¬p)
contradição informa que duas proposições contraditórias e que se chama geralmente de lei de contradição. No ter-
não podem ser ambas falsas ou ambas verdadeiras ao ceiro caso, o princípio é uma regra que permite realizar infe-
mesmo tempo.Existe relação de simetria, não podem ter o rências lógicas.
mesmo valor de verdade.
As discussões em torno do princípio de contradição têm
Por exemplo, imaginando-se que se tem um conjunto de diferido consoante se acentua o lado ontológico ou o lado
bolas, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a afirmação lógico e metalógico. Quando se dá mais relevância ao lado
"Alguma Bola não é Vermelha" formam uma contradição, ontológico, trata-se sobretudo de afirmar o princípio como
visto que: expressão da estrutura constitutiva do real, ou de o negar
se "Toda Bola é Vermelha" for verdadeira, "Alguma Bola supondo que a própria realidade é contraditória (Hereclito) ou
não é Vermelha" tem que ser falsa que, no processo dialético da sua evolução, a realidade
se "Toda Bola é Vermelha" for falsa, "Alguma Bola não é supera, transcende ou vai mais além do princípio de
Vermelha" tem que ser verdadeira contradição (Hegel). Quando predomina o lado lógico e
se "Alguma Bola não é Vermelha" for verdadeira, "Toda metalógico, trata-se então de saber se o princípio deve ser
Bola é Vermelha" tem que ser falsa considerado como um axioma evidente por si mesmo ou
e como uma convenção da nossa linguagem que nos permite
se "Alguma Bola não é Vermelha" for falsa, "Toda Bola é falar acerca da realidade.
Vermelha" tem que ser verdadeira
LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN
Por outro lado, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a 1. O complementar da reunião de dois conjuntos A e B é
afirmação "Nenhuma Bola é Vermelha", não formam uma a interseção dos complementares desses conjuntos.
contradição, visto que (A B)c = Ac Bc
se "Toda Bola é Vermelha" for verdadeira, "Nenhuma Bola 2. O complementar da reunião de uma coleção finita de
é Vermelha" tem que ser falsa conjuntos é a interseção dos complementares desses
mas conjuntos.
se "Toda Bola é Vermelha" for falsa, "Nenhuma Bola é (A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc
Vermelha" pode tanto ser verdadeira quanto falsa 3. O complementar da interseção de dois conjuntos A e
e B é a reunião dos complementares desses conjuntos.
se "Nenhuma Bola é Vermelha" for verdadeira, "Toda Bola (A B)c = Ac Bc
é Vermelha" tem que ser falsa 4. O complementar da interseção de uma coleção finita
mas de conjuntos é a reunião dos complementares desses
se "Nenhuma Bola é Vermelha" for falsa, "Toda Bola é conjuntos.
Vermelha" pode tanto ser verdadeira quanto falsa (A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc

E sendo uma negação total (ao nível da quantidade e da


qualidade) a contraditória da afirmação "As contraditórias das Tautologia
grandes verdades são grandes verdades" seria: Algumas
contraditórias das grandes verdades não são grandes Na lógica proposicional, uma tautologia (do grego
verdades. ταΛτΛΛΛΛΛ α) é uma fórmula proposicional que é verdadeira
para todas as possíveis valorações de suas variáveis
A noção de contradição é, geralmente estudada sob a proposicionais. A negação de uma tautologia é uma
forma de um princípio: o «princípio de contradição» ou «prin- contradição ou antilogia, uma fórmula proposicional que é
cípio de não contradição». Com frequência, tal princípio é falsa independentemente dos valores de verdade de suas
considerado um princípio ontológico e, neste sentido, enunci- variáveis. Tais proposições são ditas insatísfatíveis.

Raciocínio Lógico 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Reciprocamente, a negação de uma contradição é uma verdade é: Vp = { x | x  N  x + 7 < 5} =   N
tautologia. Uma fórmula que não é nem uma tautologia nem
uma contradição é dita logicamente contingente. Tal (3) O conjunto-verdade em N da sentença aberta “x + 5
fórmula pode ser verdadeira ou falsa dependendo dos valores >3” é: Vp = { x | x  N  x + 5 > 3} = N  N
atribuídos para suas variáveis proposicionais.
(4) Para a sentença aberta “x é divisor de 10” cm N, te-
Uma propriedade fundamental das tautologias é que mos: Vp = { x | x  N  x é divisor de 10} = {1,2,5,10}  N
existe um procedimento efetivo para testar se uma dada
2
fórmula é sempre satisfeita (ou, equivalentemente, se seu (5) O conjunto-verdade da sentença aberta “x - 2x > 0”
complemento é insatisfatível). Um método deste tipo usa as em Z (conjunto dos números inteiros) é:
Vp = { x | x  N  x - 2x > 0} = Z - {0,1,2}
2
tabelas-verdade. O problema de decisão de determinar se
uma fórmula é satisfatível é o problema de satisfabilidade
booleano, um exemplo importante de um problema NP- NOTA - Mostram os exemplos anteriores que, se p(x) é
completo na teoria da complexidade computacional. uma sentença aberta cm um conjunto A, três casos podem
ocorrer:
(1) p(x) é verdadeira (V) para todo x  A, isto é, o conjun-
SENTENÇAS ABERTAS to-verdade Vp coincide com o universo A da variável x(Vp =
A).
SENTENÇAS ABERTAS COM UMA VARIÁVEL
Diz-se, neste caso, que p(x) exprime uma condição uni-
Definição - Chama-se sentença aberta com uma variável versal (ou uma propriedade universal) no conjunto A.
em um conjunto A ou apenas sentença aberta em A, uma
expressão p(x) tal que p(a) é falsa (F) ou verdadeira ( V) para (2) p(x) é verdadeira (V) somente para alguns x  A, isto
todo a A. é, o conjunto-verdade Vp e um subconjunto próprio do univer-
so A da variável x(Vp  A).
Em outros termos, p(x) é uma sentença aberta em A se e
somente se torna-se uma proposição (falsa ou verdadeira) Neste caso, diz-se que p( x) exprime uma condição possí-
todas as vezes que se substitui a variável x por qualquer vel (ou uma propriedade possível) no conjunto A.
elemento a do conjunto A(a  A).
(3) p(x) não é verdadeira (F) para nenhum x  A, isto e,
O conjunto A recebe o nome de Conjunto-universo ou a- o conjunto-verdade Vp é vazio ( Vp = ).
penas universo (ou anda domínio) da variável x e qualquer
elemento a  A diz-se um valor da variável x. Diz-se, neste caso, que p(x) exprime uma condição im-
possível (ou uma propriedade impossível) no conjunto A.
Se a  À é tal que p(a) é uma proposição verdadeira (V),
diz-se que a satisfaz ou verifica p(x). No universo R (conjunto dos números reais), as condi-
ções: x + 1 > x e x+1=x
Uma sentença aberta com uma variável em A também se
chama função proposicional com uma variável em A ou sim- são universal a primeira (visto seu verificada por todos os
plesmente função proposicional em A (ou ainda condição em números reais) e impossível a segunda (visto não ser verifi-
A). cada por nenhum número real).
2
Exemplos: São sentenças abertas em N = { 1, 2, 3, No mesmo universo R a condição 9x – 1= 0 é possível,
...,n,...} (conjunto dos números naturais) as seguintes expres- visto ser verificada somente pelos números reais 1/3 e — 1/3.
sões: Pelo contrário, no universo N ( conjunto dos numeres natu-
2 2
(a) x + 1> 8 (b) x - 5x + 6 =0 rais) a mesma condição 9x – 1= 0 é impossível, pois, não
(c) x + 5 = 9 (d) x é divisor de 10 existe nenhum número natural que verifique tal condição. Por
(e) x é primo (f) x é múltiplo de 3 sua vez, a condição 3x > 1 é universal em N (o triplo de um
numero natural é sempre maior que 1), mas não é universal
2. CONJUNTO-VERDADE DE UMA SENTENÇA ABER- em R (não é verificada para x = 1/3 ou para x < 1/3).
TA COM UMA VARIÁVEL
Definição Chama-se conjunto-verdade de uma sentença Como se vê através destes exemplos, o emprego dos ad-
aberta p(x) em um Conjunto A, O Conjunto de todos os ele- jetivos “universal”, “possível” e “impossível” depende geral-
mentos a  A tais que p(a) é uma proposição verdadeira (V). mente do universo adotado. Note-se, porem, que a condição
x = x é universal, e por conseguinte a condição x  x é im-
Este conjunto representa-se por Vp. Portanto, simbolica- possível, qualquer que seja o universo considerado, por virtu-
mente, temos: Vp = { x | x  A  p(x) é V} de do AXIOMA LÓGICO DA IDENTIDADE: Todo o ente é
idêntico a si mesmo, isto é, simbolicamente:
ou seja, mais simplesmente: a = a, qualquer que seja o ente a
Vp = { x | x  A  p(x) } ou Vp = {x  A I p(x)}
Entende-se por ente (ser ou entidade) a tudo aquilo que
Obviamente, o conjunto-verdade Vp de uma sentença a- se considera como existente e a que, por isso, se pode dar
berta p(x) em A é sempre um subconjunto do Conjunto A(V p um nome.
 A).
3. SENTENÇAS ABERTAS COM DUAS VARIÁVEIS
Exemplos: Definição - Dados dois conjuntos A e B, chama-se sen-
(1) Seja a sentença aberta “x + 1 > 8” em N (conjunto tença aberta com duas variáveis em A x B ou apenas senten-
dos números naturais). O conjunto-verdade é: ça aberta em A x B, uma expressão p(x,v) tal que p(a, b) é
Vp = { x | x  N  x + 1 >8} = { 8, 9, 10,... }  N falsa (F) ou verdadeira (V) para todo o par ordenado (a, b) 
A x B.
(2) Para a sentença aberta “x + 7 < 5” cm N, o conjunto-

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Em outros termos, p(x, y) é uma sentença aberta em A x (5) O conjunto-verdade da sentença aberta “2x + y =
B se e somente se p( x, y) torna-se uma proposição (falsa ou 10”, cm N x N. sendo N o conjunto dos números naturais, e:
verdadeira) todas as vezes que as variáveis x e y são substi- Vp = {(x, y) I x, y  N  2x + y = 10} =
tuídas respetivamente pelos elementos a e b de qualquer par = {(1, 8),(2, 6), (3,4), (4,2)}  N x N
ordenado (a, b) pertencente ao produto cartesiano A x B dos
conjuntas A e B ((a, b)  A x B). (6) O conjunto-verdade da sentença aberta “x + y = 1”
2 2

em Z x Z, sendo Z o conjunto dos números inteiros, é:


Vp = {(x, y) I x, y  Z  x + y = 1} =
2 2
O conjunto A x B recebe o nome de conjunto-universo a-
penas universo ou ainda domínio) das variáveis x e y, e = {(0,1),(1,0), (-1,0), (0,-1)}  Z x Z
qualquer elemento (a, b) de A x B diz-se um par de valores
das variáveis x e y. 5. SENTENÇAS ABERTAS COM N VARIÁVEIS
Consideremos os n conjuntos A1, A2 ,... An e o seu produ-
Se (a, b)  A x B é tal que p(a, b) é uma proposição ver- to cartesiano A1 x A2 x... x An.
dadeira (V), diz-se que (a, b) satisfaz ou verifica p(x, y).
Definição - Chama-se sentença aberta com n variáveis
Uma sentença aberta com duas variáveis em A x B tam- em A1 x A2 x... x An ou apenas sentença aberta em A1 x A2
bém se chama função proposicional com duas variáveis em A x... x An, uma expressão p(x1, x2,...xn) tal que p( a1, a2,... ,an) é
x B ou simplesmente função proposicional em A x B (ou ainda falsa (F) ou verdadeira (V) para toda n-upla ( a1, a2,... ,an) 
condição em A x B). A1 x A2 x... x An.

Exemplos: Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3} e B ={5, 6 } O Conjunto A1 x A2 x... x An recebe o nome de conjunto-
são sentenças abertas em A x B as seguintes expressões: universo ou apenas universo (ou ainda domínio) das variáveis
(a) x e menor que y(x <y) x1, x2,...xn, e qualquer elemento ( a1, a2,... ,an)  A1 x A2 x... x
(b) x é divisor de y(x | y) An diz-se unta n-upla de valores das variáveis x1, x2,...xn.
(c) y é o dobro de x(y = 2x)
(d) mdc (x, y) =1 Se ( a1, a2,... ,an)  A1 x A2 x... x An é tal que p( a1, a2,...
,an) e uma proposição verdadeira (V), diz-se que ( a1, a2,...
O par ordenado (3, 5) A x B, p. ex., satisfaz (a) e (d), ,an) satisfaz ou verifica p(x1, x2,...xn).
pois, 3 < 5 e o mdc(3, 5) = 1, e o par ordenado (3, 6) (A x B,
p. ex,, satisfaz (b) e (e), pois, 3 | 6 e 6 = 2 . 3. Uma sentença aberta com n variáveis em A1 x A2 x... x An
também se chama função proposicional com n variáveis em
4. CONJUNTO-VERDADE DE UMA SENTENÇA ABER- A1 x A2 x... x An ou simplesmente função proposicional em A 1
TA COM DUAS VARIÁVEIS x A2 x... x An (ou ainda condição em A1 x A2 x... x An).
Definição - Chama-se conjunto—verdade de uma senten- Ar).
ça aberta p( x, y ) em A x B, o conjunto de todos os elemen-
tos (a, b)  A x B tais que p(a, b) e uma proposição verdadei- Exemplo - A expressão x + 2y + 3z. < 18” é uma senten-
ra (V). ça aberta em N x N x N, sendo N o conjunto dos números
naturais.
Este conjunto representa-se por VP. Portanto, simbolica-
mente, temos: Vp = { (x, y) | x  A  y B  p(x, y)} O terno ordenado (1, 2, 4)  N x N x N, p. ex., satisfaz es-
ta sentença aborta, pois. 1 + 2. 2 + 3.4 < 18.
ou seja, mais simplesmente: Vp = { (x, y) | x  A x B | p(x,
y)} 6. CONJUNTO-VERDADE DE UMA SENTENÇA ABER-
TA COM N VARIÁVEIS
O conjunto-verdade Vp de uma sentença aberta p(x, y) em Definição - Chama-se conjunto-verdade de uma sentença
A x B é sempre um subconjunto do conjunto A x B(V p  A x aberta p(x1, x2,...xn) em A1 x A2 x... x An o conjunto de todas
B). as n-uplas ( a1, a2,... ,an)  A1 x A2 x... x An tais que p(a1, a2,...
,an) é uma proposição verdadeira (V).
Exemplos:
1) Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 3, 5 } , Portanto, simbolicamente, temos:
o conjunto-verdade da sentença aberta “x < y” em A x B é: Vp = {(x1, x2,...xn) | x1  A1  x2  A2  ... xn  An  p(x1,
Vp = {(x, y) I x  A  y  B  x < y} = x2,...xn) }
= {(1, 3), (1, 5), (2, 3), (2, 5), (3,5), (4, 5)}  A x B
ou seja, mais simplesmente:
(2) Sejam os conjuntos A = {2, 3, 4, 5 } e B = {5, 6, 7, Vp = {(x1, x2,...xn)  A1 x A2 x... x An | p(x1, x2,...xn) }
10}, o conjunto-verdade da sentença aberta “x divide y” (x |
y) em A x B é: Exemplo: — O conjunto-verdade da sentença aberta “18x
Vp = {(x, y) I x  A  y  B  x | y} = - 7y + 13z = 39” em Z x Z x Z, sendo Z o conjunto dos núme-
= {(2, 2), (2, 10), (3, 3), (3, 6), (5, 10)}  A x B ros inteiros, é:
Vp = {(x1, x2, x3 ) | x1, x2, x3  Z  18x - 7y + 13z = 39} =
(3) Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3 } e B = {3, 4 }. O con- {(1, -3, 0), (4, 1 -2),(3,4,1),(6,8, -1),...}
junto-verdade da sentença aberta “x + 1 < y” em A x B é:
Vp = {(x, y) I x  A  y  B  x + 1 < y } = NOTA -Em Matemática, as equações e as inequações
= {(1, 3), (1, 4), (2, 4)}  A x B são sentenças abertas que exprimem relação de igualdade e
desigualdade, respectivamente, entre duas expressões com
(4) Sejam os conjuntos A = {2, 3, 4} e B = {1,2, 6). O variáveis. Mas, o conceito de sentença aberta é muito mais
conjunto-verdade da sentença aberta “mdc(x, y) = 2” em A x amplo que o de equação ou inequação; assim, “x divide y”, “x
B é: e primo com y”, “x é filho de y”, etc., são sentenças abertas,
Vp = {(x, y) I x  A  y  B  mdc(x, y) = 2} = sem serem equações nem inequações.
= {(2, 2), (2, 6), (4,2), (4, 2)}  A x B
Resolver uma equação ou inequação, num dado conjunto-

Raciocínio Lógico 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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universo. é determinar o seu conjunto-verdade (ou conjunto- termo "baleias" é particular na premissa e universal na con-
solução), cujos elementos, quando existem, chamam-se as clusão, o que invalida o raciocínio, pois nada é dito nas pre-
raízes da equação ou soluções da inequação. missas acerca das baleias que não são orcas, e que podem
muito bem não ser ferozes.
Duas equações ou duas inequações que, num Certo con-
junto-universo, admitem o mesmo conjunto-solução dizem-se 3. O termo médio não pode entrar na conclusão
.
equivalentes.
4. Pelo menos uma vez o termo médio deve rpossui
O SILOGISMO uma extensão universal: "Se os britânicos são homens e
alguns homens são sábios, então os britânicos são sábios."
Como é que podemos saber se todos os britânicos perten-
O silogismo é uma forma de inferência mediata, ou racio-
cem à mesma sub-classe que os homens sábios? É preciso
cínio dedutivo. São duas as espécies de silogismos que estu-
notar que na primeira premissa "homens" é predicado e tem
daremos aqui, que recebem a sua designação do tipo de
uma extensão particular.
juízo ou proposição que forma a primeira premissa:
Regras das premissas
O silogismo categórico
A natureza do silogismo, o elo de necessidade lógica que 5. De duas premissas negativas, nada se pode conclu-
liga as premissas à conclusão, está bem patente no exemplo ir: "Se o homem não é réptil e o réptil não é peixe, então..."
que daremos a seguir, e que servirá de ponto de partida para Que conclusão se pode tirar daqui acerca do "homem" e do
o nosso estudo desta forma de dedução: "peixe"?

Se todos os homens são mortais e todos os franceses são 6. De duas premissas afirmativas não se pode tirar
homens, então todos os franceses são mortais. conclusão negativa.

Em primeiro lugar, notemos que o silogismo categórico é 7. A conclusão segue sempre a premissa mais fraca.
composto de três proposições ou juízos: duas premissas – A particular é mais fraca do que a universal e a negativa mais
"Todos os homens são mortais" e "Todos os franceses são fraca do que a afirmativa. Isto significa que se uma das pre-
homens" – e uma conclusão – "Todos os franceses são mor- missas for particular, a conclusão sê-lo-á igualmente; o mes-
tais". Neste caso as premissas e a conclusão são todas pro- mo acontecendo se uma das premissas for negativa: "Se os
posições universais afirmativas (A), mas cada uma poderia europeus não são brasileiros e os franceses são europeus,
em princípio ser de qualquer outro tipo: universal negativa então os franceses não são brasileiros." Que outra conclusão
(E), particular afirmativa (I) ou particular negativa (O). se poderia tirar?

Em segundo lugar, nas três proposições entram unica- 8. Nada se pode concluir de duas premissas particula-
mente três termos: "mortais", "homens" e "franceses". Um res. De "Alguns homens são ricos" e "Alguns homens são
destes termos entra nas premissas mas não na conclusão: é sábios" nada se pode concluir, pois não se sabe que relação
o chamado termo médio , que simbolizaremos pela letra M. Os existe entre os dois grupos de homens considerados. Aliás,
outros dois termos são o termo maior, que figura na primeira um silogismo com estas premissas violaria também a regra 4.
premissa, que por isso é também designada de premissa
Modo e figura do silogismo
maior; e o termo menor, que figura na segunda premissa ou
Consideremos os três silogismos seguintes, com os res-
premissa menor. Estes dois termos são simbolizados res-
pectivos esquemas:
pectivamente pelas letras P e S. Assimilaremos melhor este
simbolismo se tivermos em conta que, na conclusão, o termo
Nenhum asiático é europeu. (Nenhum M é P.)
maior, P, é predicado e o termo menor, S, é sujeito.
Todos os coreanos são asiáti-
(Todo o S é M.)
cos.
Finalmente, embora a forma que utilizamos para apresen-
Portanto nenhum coreano é (Portanto nenhum S é
tar o silogismo seja a melhor para dar conta da ligação lógica
europeu. P.)
entre as premissas e a conclusão e esteja mais de acordo
Ý
com a formulação original de Aristóteles, existem outras duas
Nenhum ladrão é sábio. (Nenhum P é M.)
formas mais vulgarizadas, uma das quais será aquela que
Alguns políticos são sábios. (Algum S é M.)
utilizaremos com mais frequência.
Portanto alguns políticos não são (Portanto algum S não
ladrões. é P.)
Todo o M é P. Todo o M é P.
Todos os jovens são alegres. (Todo o M é P.)
Todo o S é M. Todo o S é M.
Todos os jovens são travessos. (Todo o M é S.)
Logo todo o S é P. Todo o S é P.
Portanto alguns travessos são (Portanto algum S é
Regras do silogismo alegres. P.)
São em número de oito. Quatro referem-se aos termos e
as outras quatro às premissas. Estes silogismos são, evidentemente, diferentes, não
apenas em relação às proposições concretas que os formam,
Regras dos termos mas igualmente em relação à quantidade e qualidade dessas
1. Apenas existem três termos num silogismo: proposições e à maneira como o termo médio nelas se apre-
maior,
médio e. menor Esta regra pode ser violada facilmente quan- senta, como no-lo indicam os esquemas que os acompa-
do se usa um termo com mais de um significado: "Se o cão é nham. Assim, no primeiro silogismo temos uma proposição
pai e o cão é teu, então é teu pai." Aqui o termo "teu" tem universal negativa (E), uma universal afirmativa (A) e mais
dois significados, posse na segunda premissa e parentesco uma universal negativa (E); no segundo, temos a sequência
na conclusão, o que faz com que este silogismo apresente na E, I, O; no terceiro, A, A, I. Quanto à posição do termo médio,
realidade quatro termos. verificamos que no primeiro silogismo ele é sujeito na premis-
sa maior e predicado na premissa menor; no segundo, é
2. Nenhum termo deve ter maior extensão na conclu- predicado em ambas as premissas; e no terceiro silogismo é
são do que nas premissas: "Se as orcas são ferozes e sujeito também tanto na maior como na menor. Fazendo
algumas baleias são orcas, então as baleias são ferozes." O variar todos estes factores de todas as maneiras possíveis

Raciocínio Lógico 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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obteremos provavelmente uma soma assustadora de silogis- ra de demonstrar a validade dos mesmos. A utilidade de
mos diferentes. decorar os diversos modos válidos é relativa, uma vez que a
aplicação das regras do silogismo permitem perfeitamente
Modo do silogismo definir se um qualquer silogismo é ou não válido.
Assim, se considerarmos o modo do silogismo, que é a
forma como os diferentes tipos de proposição – A, E, I, O – O silogismo hipotético
nele se dispõem, teremos 64 (sessenta e quatro) silogismos No silogismo categórico, estão em causa dois termos, o
possíveis, número que é obtido quando fazemos todas as maior e o menor, que são comparados com um terceiro ter-
combinações possíveis das quatro letras em grupos de três, mo, o médio, daí se chegando a uma conclusão acerca da
que é o número de proposições num silogismo categórico. relação existente entre os dois primeiros: "Se todos os lagar-
tos são répteis e alguns animais não são lagartos, então
Figura do silogismo alguns animais não são répteis ." No silogismo hipotético
Todavia, para além do modo, temos de ter em considera- lidaremos, não com os termos, mas com as proposições em
ção a figura, que é definida pelo papel, sujeito ou predicado, si. Vejamos um exemplo:
que o termo médio desempenha nas duas premissas. Exis-
tem quatro figuras possíveis: 1) sujeito-predicado, 2) predica- Se João estuda então passa no exame;
do-predicado, 3) sujeito-sujeito e 4) predicado-sujeito, corres- João estuda,
pondendo as três primeiras aos exemplos dados. Se combi- Portanto passa no exame.
narmos estas quatro figuras com os sessenta e quatro modos
encontrados acima, obtemos o bonito produto de 256 silo- Neste caso, a primeira premissa, ou premissa maior, é
gismos. Felizmente para nós muitos desses silogismos são constituída por uma proposição composta por duas outras
repetições – por exemplo, o modo AEE equivale a EAE –, ou proposições: "João estuda" e "João passa no exame", ligadas
infringem diversas das regras do silogismo – por exemplo, o entre si pelas partículas "se... então...", ou outras equivalen-
modo IIO compõe-se de duas premissas particulares, pelo tes; poder-se-ia dizer também, com o mesmo sentido: "Estu-
que, pela regra 8, não é válido –, de maneira que não se dar implica, para João, passar no exame", ou "João passa no
conseguem mais do que dezanove silogismos concludentes. exame desde que estude". O importante é notarmos que uma
das proposições surge como consequência da outra, constitu-
Modos válidos indo aquilo que designamos por juízo hipotético ou condicio-
Assim, na primeira figura, em que o termo médio é sujeito nal: daí designarmos uma delas como antecedente – neste
na premissa maior e predicado na menor, apenas são válidos caso, "João estuda" – e a outra como consequente – "João
os modos seguintes: AAA, EAE, AII, EIO. Para memorizar passa no exame." A premissa menor limita-se a repetir, a
melhor estes modos, os lógicos medievais associaram-nos a afirmar, uma das proposições que compõem a primeira pre-
determinadas palavras, que se tornaram uma espécie de missa – neste caso, o antecedente –, mas é precisamente
designação para os mesmos: são elas, respectivamente, dessa afirmação que decorre logicamente a conclusão – que
Barbara, Celarent, Darii, Ferio. O primeiro exemplo que não é outra coisa senão o consequente.
demos neste ponto, sobre os asiáticos e os coreanos, é um
exemplo de silogismo na primeira figura, modo Celarent. Os Se simbolizássemos a primeira proposição por "p" e a se-
modos válidos das outras figuras teriam também as suas gunda por "q", poderíamos reduzir o silogismo anterior a este
designações mnemónicas próprias: esquema:
2.ª figura: Cesare, Camestres, Festino, Baroco. Se p, então q;
3.ª figura: Darapti, Felapton, Disamis, Bocardo, Ferison. ora p;
4.ª figura: Bamalip, Calemes, Dimatis, Fesapo, Fresison. logo q.

Existe uma particularidade importante em relação às di- Numa formulação mais intuitiva, o que isto quer dizer é
versas figuras. Através de diversos procedimentos, dos quais que, face a uma condição como a que é estabelecida na
o mais importante é a conversão, é possível reduzir silogis- premissa maior, afirmar a verdade do antecedente é afirmar
mos de uma figura a outra figura, ou seja, pegar, por exem- simultaneamente a verdade do consequente. Poderíamos
plo, num silogismo na segunda figura e transformá-lo num substituir as letras "p" e "q" por outras proposições verdadei-
silogismo na primeira figura. ras que o raciocínio continuaria válido.

Nenhum ladrão é sábio. O silogismo hipotético possui duas figuras válidas ou mo-
Alguns políticos são sábios. dos:
Portanto alguns políticos não são ladrões.
Modus ponens
Nenhum sábio é ladrão. Modus ponens, que corresponde ao exemplo dado, e que
Alguns políticos são sábios. poderíamos sintetizar nas seguintes regras:
Portanto alguns políticos não são ladrões. 1. Num juízo hipotético, a afirmação do antecedente o-
briga à afirmação do consequente.
Aqui o primeiro silogismo tem o termo médio na posição 2. Da afirmação do consequente nada se pode concluir.
de predicado das duas premissas. Trata-se portanto de um
silogismo da segunda figura, modo Festino. Através da con- Modus tollens
versão da premissa maior – um processo simples neste caso, Modus tollens, que corresponde ao seguinte esquema:
mas convém rever o que dissemos anteriormente sobre o "se p, então q; ora não q; logo não p", e cuja mecânica pode-
assunto (cf. Inferência imediata ) –, transformámo-lo num ríamos sintetizar nas seguintes regras:
silogismo categórico da primeira figura, em que o termo mé- 1. Num juízo hipotético, a negação do consequente torna
dio desempenha o papel de sujeito na premissa maior e pre- necessária a negação do antecedente.
dicado na menor. O modo do novo silogismo é Ferio. 2. Da negação do antecedente nada se pode concluir.

Tradicionalmente, a primeira figura tem sido considerada Formas muito vulgarizadas, mas não válidas, de si-
como a mais importante, aquela em que a evidência da de- logismo hipotético, são aquelas que quebram as regras atrás
dução é mais forte. Reduzir os silogismos nas outras figuras expostas. Por exemplo, afirmar o consequente para afirmar o
a silogismos equivalentes na primeira figura seria uma manei- antecedente, como em: "Se chovesse, o chão estaria molha-

Raciocínio Lógico 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do; ora o chão está molhado, logo choveu." Evidentemente, é
provável que o chão esteja molhado por causa da chuva, mas Agora é só multiplicar as partes: 17.567 x 5.000 =
também o pode estar outros motivos, como o facto de alguém 87.835.000
o ter regado, etc. Outro exemplo: "Se Roberto tomasse vene-
no ficaria doente; ora Roberto não tomou veneno, portanto Resposta para a questão: existem 87.835.000 placas on-
não ficou doente". Quem nos garante isso? Podia ter apa- de a parte dos algarismos formem um número par.
nhado uma gripe.
PRINCÍPIO DA ADIÇÃO
Suponhamos um procedimento executado em k fases. A
PRINCIPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM fase 1 tem n1 maneiras de ser executada, a fase 2 possui n2
maneiras de ser executada e a fase k tem nk modos de ser
executada. As fases são excludentes entre si, ou seja, não é
Por meio do princípio fundamental da contagem, podemos
possível que duas ou mais das fases sejam realizadas em
determinar quantas vezes, de modo diferente, um
conjunto. Logo, todo o procedimento tem n1 + n2 + ... + nk
acontecimento pode ocorrer.
maneiras de ser realizado.
Se um evento (ou fato) ocorre em n etapas consecutivas e
Exemplo
independentes, de maneira que o número de possibilidades:
Deseja-se fazer uma viagem para a cidade A ou para a
Na 1a etapa é k1,
cidade B. Existem 5 caminhos possíveis para a cidade A e 3
Na 2a etapa é k2,
possíveis caminhos para a cidade B. Logo, para esta viagem,
Na 33 etapa é k3,
existem no total 5 + 3 = 8 caminhos possíveis.
..........................
PRINCÍPIO DA MULTIPLICAÇÃO
Na enésima etapa é kn, então o número total de Suponhamos um procedimento executado em k fases,
possibilidades de ocorrer o referido evento é o produto k1, k2, concomitantes entre si. A fase 1 tem n1 maneiras de ser
k3 ... kn. executada, a fase 2 possui n2 maneiras de ser executada e a
fase k tem nk modos de ser executada. A fase 1 poderá ser
O princípio fundamental da contagem nos diz que sempre seguida da fase 2 até a fase k, uma vez que são
devemos multiplicar os números de opções entre as escolhas concomitantes. Logo, há n1 . n2 . ... . nk maneiras de
que podemos fazer. Por exemplo, para montar um computa- executar o procedimento.
dor, temos 3 diferentes tipos de monitores, 4 tipos de tecla-
dos, 2 tipos de impressora e 3 tipos de "CPU". Para saber o Exemplo
numero de diferentes possibilidades de computadores que Supondo uma viagem para a cidade C, mas para chegar
podem ser montados com essas peças, somente multiplica- até lá você deve passar pelas cidades A e B. Da sua cidade
mos as opções: até a cidade A existem 2 caminhos possíveis; da cidade A até
3 x 4 x 2 x 3 = 72 a B existem 4 caminhos disponíveis e da cidade B até a C há
3 rotas possíveis. Portanto, há 2 x 4 x 3 = 24 diferentes
Então, têm-se 72 possibilidades de configurações diferen- caminhos possíveis de ida da sua cidade até a cidade C.
tes.
Os princípios enunciados acima são bastante intuitivos.
Um problema que ocorre é quando aparece a palavra Contudo, apresentaremos ainda alguns exemplos um pouco
"ou", como na questão: mais complexos de aplicação.
Quantos pratos diferentes podem ser solicitados por um
cliente de restaurante, tendo disponível 3 tipos de arroz, 2 de Quantos números naturais pares de três algarismos
feijão, 3 de macarrão, 2 tipos de cervejas e 3 tipos de refrige- distintos podemos formar?
rante, sendo que o cliente não pode pedir cerveja e refrige- Inicialmente, devemos observar que não podemos colocar
rante ao mesmo tempo, e que ele obrigatoriamente tenha de o zero como primeiro algarismo do número. Como os
escolher uma opção de cada alimento? números devem ser pares, existem apenas 5 formas de
escrever o último algarismo (0, 2, 4, 6, 8). Contudo, se
A resolução é simples: 3 x 2 x 3 = 18 , somente pela co- colocamos o zero como último algarismo do número, nossas
mida. Como o cliente não pode pedir cerveja e refrigerantes escolhas para distribuição dos algarismos mudam. Portanto,
juntos, não podemos multiplicar as opções de refrigerante podemos pensar na construção desse número como um
pelas opções de cerveja. O que devemos fazer aqui é apenas processo composto de 2 fases excludentes entre si.
somar essas possibilidades:
(3 x 2 x 3) x (2 + 3) = 90 Fixando o zero como último algarismo do número, temos
as seguintes possibilidades de escrever os demais
Resposta para o problema: existem 90 possibilidades de algarismos:
pratos que podem ser montados com as comidas e bebidas 1º algarismo: 9 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9)
disponíveis. 2º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9), porém
excluímos a escolha feita para o 1º algarismo;
Outro exemplo: 3º algarismo: 1 possibilidade (fixamos o zero).
No sistema brasileiro de placas de carro, cada placa é
formada por três letras e quatro algarismos. Quantas placas Logo, há 9 x 8 x 1 = 72 formas de escrever um número de
onde o número formado pelos algarismos seja par, podem três algarismos distintos tendo o zero como último algarismo.
ser formadas?
Sem fixar o zero, temos:
Primeiro, temos de saber que existem 26 letras. Segundo, 3º algarismo: 4 possibilidades (2,4,6,8)
para que o numero formado seja par, teremos de limitar o 1º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9),
ultimo algarismo à um numero par. Depois, basta multiplicar. excluindo a escolha feita para o último algarismo;
26 x 26 x 26 = 17.567 -> parte das letras 2º algarismo: 8 possibilidades (0,1,2,3,4,5,6,7,8,9) , porém
10 x 10 x 10 x 5 = 5.000 -> parte dos algarismos, note que excluindo as escolhas feitas para o primeiro e último
na última casa temos apenas 5 possibilidades, pois queremos algarismos.
um número par (0, 2 , 4 , 6 , 8).
Raciocínio Lógico 38 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
apostar que essa equipe também vencerá óxi-o pr
Portanto, temos 8 x 8 x 4 = 256 maneiras de escrever um mo jogo. Indique a Informação adicional que tor-
número de três algarismos distintos sem zero no último naria menos provável a vitória esperada.
algarismo.
(A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez
Ao todo, temos 72 + 256 = 328 formas de escrever o de apenas quatro.
número. (B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de
que não choverá no próximo jogo.
PROVA SIMULADA (C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por
uma diferença de mais de um gol.
(D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do esti-
1. Todos os marinheiros são republicanos. Assim sendo,
ramento muscular.
(E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados em
(A) o conjunto dos marinheiros contém o conjunto dos
seu campo e os outros dois, em campo adversá-
republicanos.
rio.
(B) o conjunto dos republicanos contém o conjunto
dos marinheiros.
7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana.
(C) todos os republicanos são marinheiros. Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo,
(D) algum marinheiro não é republicano.
(E) nenhum marinheiro é republicano. (A) Fátima corre menos do que Rita.
(B) Fátima corre mais do que Marta.
2. Assinale a alternativa que apresenta uma contra-
(C) Juliana corre menos do que Rita.
dição.
(D) Marta corre mais do que Juliana.
(E) Juliana corre menos do que Marta.
(A) Todo espião não é vegetariano e algum vegetari-
ano é espião.
8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para
(B) Todo espião é vegetariano e algum vegetariano
se ir de Y a Z. O número de caminhos de X a Z que
não é espião.
passam por Y é
(C) Nenhum espião é vegetariano e algum es pião
não é vegetariano.
(A) 10.
(D) Algum espião é vegetariano e algum es pião não
(B) 12.
é vegetariano.
(C) 18.
(E) Todo vegetariano é espião e algum espião não é
(D) 24.
vegetariano.
(E) 32.
3. Todos os que conhecem João e Maria admiram
Maria. Alguns que conhecem Maria não a admi- 9. Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plan-
ram. Logo, tas que tem clorofila são comestíveis. Logo,

(A) todos os que conhecem Maria a admiram. (A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) ninguém admira Maria. (B) algumas plantas verdes não são comestíveis.
(C) alguns que conhecem Maria não conhecem João. (C) algumas plantas comestíveis têm clorofila.
(D) quem conhece João admira Maria. (D) todas as plantas que têm clorofila são comestí-
(E) só quem conhece João e Maria conhece Maria. veis.
(E) todas as plantas vendes são comestíveis.
4. Válter tem inveja de quem érico
mais
do que ele. Ge-
, Logo 10.
raldo não é mais rico do que quem o inveja. A proposição 'É necessário que todo aconteci-
mento tenha causa' é equivalente a
(A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre
do que Válter. (A) É possível que algum acontecimento não tenha
(B) Geraldo é mais rico do que Válter. causa.
(C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do (B) Não é possível que algum acontecimento não te-
que ele. nha causa.
(D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele. (C) É necessário que algum acontecimento não tenha
(E) Geraldo não é mais rico do que Válter. causa.
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha
5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de causa.
gasolina e a banca de jornal, e o posto de gasolina (E) É impossível que algum acontecimento tenha
fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo, causa.

(A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a pada- 11. Continuando a seqüência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... ,
ria. temos
(B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e
a padaria. (A) 21.
(C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca (B) 22.
de jornal. (C) 23.
(D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de gaso- (D) 24.
lina. (E) 25.
(E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a pa-
daria. 12. ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e
até predileção por estados cognitivos e conflito,
d
em que o problema ainda não é totalmente m- co
6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias idasobt
preendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a
pela sua equipe nos últimos quatro jogos, decide

Raciocínio Lógico 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
resposta correta', essa ansiedade pode impedir a Na escola de amanhã os estudantes serão seus pró-
exploração mais completa do problema.' (David prios instrutores, com programas de computador como fer-
Canaher, Senso Crítico). ramentas. Na verdade, quanto mais jovens forem os estu-
O AUTOR QUER DIZER QUE O PENSADOR CRÍTI- dantes, maior o apelo do computador para eles e maior o
CO seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente,
(A) precisa tolerar respostas corretas. a escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de
(B) nunca sabe a resposta correta. mão-de-obra. A escola de primeiro grau de amanhã será
(C) precisa gostar dos estados em que não sabe a fortemente intensiva de capital.
resposta correta.
(D) que não fica aflito explora com mais dificuldades Contudo, apesar da tecnologia disponível, a educa-
os problemas. ção universal apresenta tremendos desafios. Os conceitos
(E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito. tradicionais de educação não são mais suficientes. Ler, es-
crever e aritmética continuarão a ser necessários como hoje,
13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não tenho mas a educação precisará ir muito além desses itens bási-
dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de ro- cos. Ela irá exigir familiaridade com números e cálculos; uma
sas. Logo, compreensão básica de ciência e da dinâmica da tecnologia;
conhecimento de línguas estrangeiras. Também será neces-
(A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia sário aprender a ser eficaz como membro de uma organiza-
de rosas. ção, como empregado." (Peter Drucker, A sociedade pós-
(B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma capitalista).
dúzia de rosas.
(C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia 17. Para Peter Drucker, o ensino de matérias como
dúzia de lírios. aritmética, ortografia, história e biologia
(D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas
dúzias de lírios. (A) Deve Ocorrer Apenas No Primeiro Grau.
(E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia (B) deve ser diferente do ensino de matérias como
de lírios. neurocirurgia e diagnóstico médico.
(C) será afetado pelo desenvolvimento da informática.
14. Se você se esforçar, então
encer.
irá vAssim sendo, (D) não deverá se modificar, nas próximas décadas.
(E) deve se dar através de meras repetições e exercí-
(A) seu esforço é condição suficiente para vencer. cios.
(B) seu esforço é condição necessária para vencer.
(C) se você não se esforçar, então não irá vencer. 18. Para o autor, neste novo cenário, o computador
(D) você vencerá só se se esforçar.
(E) mesmo que se esforce, você não vencerá. (A) terá maior eficácia educacional quanto mais jovem
for o estudante.
15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então (B) tende a substituir totalmente o professor em sala
de aula.
(A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos. (C) será a ferramenta de aprendizado para os profes-
(B) os sobrinhos de não músicos sempre são músi- sores.
cos. (D) tende a ser mais utilizado por médicos.
(C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos. (E) será uma ferramenta acessória na educação.
(D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
(E) os sobrinhos de músicos quase sempre são músi- 19. Assinale a alternativa em que se chega a uma
cos. conclusão por um processo de dedução.

16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre. (A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro
O paciente está bem. Logo, o paciente cisne branco ... então todos os cisnes são bran-
(A) TEM FEBRE E NÃO ESTÁ BEM. cos.
(B) TEM FEBRE OU NÃO ESTÁ BEM. (B) Vi um cisne, então ele é branco.
(C) TEM FEBRE. (C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes devem
(D) NÃO TEM FEBRE. ser brancos.
(E) NÃO ESTÁ BEM. (D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é
branco.
INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder (E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne
às questões de nº 17 e 18. pode ser branco.
"O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendiza-
20. Cátia é mais a do
gord
que Bruna. Vera é menos
do será sobre a educação universal. Através dos tempos, as
gorda do que Bruna. Logo,
escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis ten-
tando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que
(A) Vera é mais gorda do que Bruna.
ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma com-
(B) Cátia é menos gorda do que Bruna.
portamental e através de exercícios, repetição e feedback.
(C) Bruna é mais gorda do que Cátia.
Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no
(D) Vera é menos gorda do que Cátia.
primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em
(E) Bruna é menos gorda do que Vera.
estágios posteriores do processo educacional. Essas maté-
rias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, bio- 21. Todo cavalo é um animal. Logo,
logia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia,
diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são (A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
melhor aprendidas através de programas de computador. O (B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
professor motiva, dirige, incentiva. Na verdade, ele passa a (C) todo animal é cavalo.
ser um líder e um recurso. (D) nem todo cavalo é animal.

Raciocínio Lógico 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) nenhum animal é cavalo. (E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verda-
deira.
22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol
mas não praticam vôlei e há 8 alunos que prati- 26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha as-
cam vôlei mas não praticam futebol. O total dos sistencial, então ele cometeu um grave delito. Mas
que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem unos
17 al Francisco não desviou dinheiro da campanha as-
que não praticam futebol. O número de alunos da sistencial. Logo,
classe é
(A) Francisco desviou dinheiro da campanha assis-
(A) 30. tencial.
(B) 35. (B) Francisco não cometeu um grave delito.
(C) 37. (C) Francisco cometeu um grave delito.
(D) 42. (D) alguém desviou dinheiro da campanha assistenci-
(E) 44. al.
(E) alguém não desviou dinheiro da campanha assis-
INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder tencial.
às questões de nº 23 e 24.
27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo,
“Os homens atribuem autoridade a comunicações de
posições superiores, com a condição de que estas comuni- (A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu.
cações sejam razoavelmente consistentes com as vantagens (B) Rodrigo é culpado.
de escopo e perspectiva que são creditadas a estas posi- (C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado.
ções. Esta autoridade é, até um grau considerável, indepen- (D) Rodrigo mentiu.
dente da habilidade pessoal do sujeito que ocupa a posição. (E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu.
E muitas vezes reconhecido que, embora este sujeito possa
ter habilidade pessoal limitada, sua recomendação deve ser 28. Continuando a seqüência de letras F, N, G, M, H . .
superior pela simples razão da vantagem de posição. Esta é ..., ..., temos, respectivamente,
a autoridade de posição”.
(A) O, P.
Mas é óbvio que alguns homens têm habilidade supe- (B) I, O.
rior. O seu conhecimento e a sua compreensão, independen- (C) E, P.
temente da posição, geram respeito. Os homens atribuem (D) L, I.
autoridade ao que eles dizem, em uma organização, apenas (E) D, L.
por esta razão. Esta é a autoridade de liderança.' (Chester
Barnard, The Functions of the Executive). 29. Continuando a seqüência 4, 10, 28,temos
82, ...,

23. Para o autor, (A) 236.


(B) 244.
(A) autoridade de posição e autoridade de liderança (C) 246.
são sinônimos. (D) 254.
(B) autoridade de posição é uma autoridade superior (E) 256.
à autoridade de liderança.
(C) a autoridade de liderança se estabelece por ca- 30. Assinale a alternativa em que ocorre uma conclu-
racterísticas individuais de alguns homens. são verdadeira (que corresponde à realidade) e o
(D) a autoridade de posição se estabelece por habili- argumento inválido (do ponto de vista lógico).
dades pessoais superiores de alguns líderes.
(E) tanto a autoridade de posição quanto a autoridade (A) Sócrates é homem, e todo homem é mortal, por-
de liderança são ineficazes. tanto Sócrates é mortal.
(B) Toda pedra é um homem, pois alguma pedra é um
24. Durante o texto, o autor procura mostrar que as ser, e todo ser é homem.
pessoas (C) Todo cachorro mia, e nenhum gato mia, portanto
cachorros não são gatos.
(A) não costumam respeitar a autoridade de posição. (D) Todo pensamento é um raciocínio, portanto, todo
(B) também respeitam autoridade que não esteja liga- pensamento é um movimento, visto que todos os
da a posições hierárquicas superiores. raciocínios são movimentos.
(C) respeitam mais a autoridade de liderança do que (E) Toda cadeira é um objeto, e todo objeto tem cinco
de posição. pés, portanto algumas cadeiras tem quatro pés.
(D) acham incompatíveis os dois tipos de autoridade.
(E) confundem autoridade de posição e liderança. 31 - Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se,
também, que todo B é C. Segue-se, portanto, necessaria-
25. Utilizando-se de um conjunto de hipóteses, um mente que
cientista deduz uma predição sobre a ocorrência de a) todo C é B
um certo eclipse solar. Todavia, sua predição b) todo C é A
mostra-se falsa. O cientista deve logicamente c) algum A é C
concluir que d) nada que não seja C é A
e) algum A não é C
(A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas.
(B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa. 32- Considere as seguintes premissas (onde X, Y, Z e P são
(C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa. conjuntos não vazios):
(D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é ver- Premissa 1: "X está contido em Y e em Z, ou X está contido
dadeira. em P"
Premissa 2: "X não está contido em P"

Raciocínio Lógico 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pode-se, então, concluir que, necessariamente a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
a) Y está contido em Z b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
b) X está contido em Z c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é
c) Y está contido em Z ou em P gordo
d) X não está contido nem em P nem em Y d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e
e) X não está contido nem em Y e nem em Z Guilherme é gordo
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo
33- A operação Å x é definida como o dobro do quadrado de
x. Assim, o valor da expressão Å 21/2 - Å [ 1Å 2 ] é igual a 39- Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária
a) 0 para a ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrên-
b) 1 cia de D. Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condi-
c) 2 ção necessária e suficiente para a ocorrência de A. Assim,
d) 4 quando C ocorre,
e) 6 a) D ocorre e B não ocorre
b) D não ocorre ou A não ocorre
34- Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de c) B e A ocorrem
um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e d) nem B nem D ocorrem
Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um e) B não ocorre ou A não ocorre
deles respondeu:
Armando: "Sou inocente" 40- Ou A=B, ou B=C, mas não ambos. Se B=D, então A=D.
Celso: "Edu é o culpado" Ora, B=D. Logo:
Edu: "Tarso é o culpado" a) B ¹ C
Juarez: "Armando disse a verdade" b) B ¹ A
Tarso: "Celso mentiu" c) C = A
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que d) C = D
todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o e) D ¹ A
culpado é:
a) Armando 41- De três irmãos – José, Adriano e Caio –, sabe-se que ou
b) Celso José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. Sabe-se,
c) Edu também, que ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais
d) Juarez velho. Então, o mais velho e o mais moço dos três irmãos
e) Tarso são, respectivamente:
a) Caio e José
35- Três rapazes e duas moças vão ao cinema e desejam b) Caio e Adriano
sentar-se, os cinco, lado a lado, na mesma fila. O número de c) Adriano e Caio
maneiras pelas quais eles podem distribuir-se nos assentos d) Adriano e José
de modo que as duas moças fiquem juntas, uma ao lado da e) José e Adriano
outra, é igual a
a) 2 42- Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é
b) 4 florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho
c) 24 canta. Logo:
d) 48 a) o jardim é florido e o gato mia
e) 120 b) o jardim é florido e o gato não mia
c) o jardim não é florido e o gato mia
36- De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matriculados d) o jardim não é florido e o gato não mia
em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão matriculados nem e) se o passarinho canta, então o gato não mia
em Inglês nem em Francês. Seleciona-se, ao acaso, um dos
200 estudantes. A probabilidade de que o estudante selecio- 43- Três amigos – Luís, Marcos e Nestor – são casados com
nado esteja matriculado em pelo menos uma dessas discipli- Teresa, Regina e Sandra (não necessariamente nesta or-
nas (isto é, em Inglês ou em Francês) é igual a dem). Perguntados sobre os nomes das respectivas esposas,
a) 30/200 os três fizeram as seguintes declarações:
b) 130/200 Nestor: "Marcos é casado com Teresa"
c) 150/200 Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é Re-
d) 160/200 gina"
e) 190/200 Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é
Sandra"
37- Uma herança constituída de barras de ouro foi totalmente Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido
dividida entre três irmãs: Ana, Beatriz e Camile. Ana, por ser de Teresa disse a verdade, segue-se que as esposas de
a mais velha, recebeu a metade das barras de ouro, e mais Luís, Marcos e Nestor são, respectivamente:
meia barra. Após Ana ter recebido sua parte, Beatriz recebeu a) Sandra, Teresa, Regina
a metade do que sobrou, e mais meia barra. Coube a Camile b) Sandra, Regina, Teresa
o restante da herança, igual a uma barra e meia. Assim, o c) Regina, Sandra, Teresa
número de barras de ouro que Ana recebeu foi: d) Teresa, Regina, Sandra
a) 1 e) Teresa, Sandra, Regina
b) 2
c) 3 44- A negação da afirmação condicional "se estiver choven-
d) 4 do, eu levo o guarda-chuva" é:
e) 5 a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva
b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva
38- Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva
verdadeira, independentemente da verdade dos termos que a d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva
compõem. Um exemplo de tautologia é: e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva

Raciocínio Lógico 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
04. E 14. A 24. B 34. E 44. E
45- Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é, 05. E 15. A 25. C 35. D 45. A
do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que: 06. B 16. D 26. E 36. D 46. B
a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista 07. B 17. C 27. A 37. E 47. A
b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro 08. D 18. A 28. D 38. A 48. C
c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista 09. C 19. D 29. B 39. C 49. E
d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista 10. B 20. D 30. E 40. A 50. B
e) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista

46- Se Frederico é francês, então Alberto não é alemão. Ou ANÁLISE COMBINATORIA


Alberto é alemão, ou Egídio é espanhol. Se Pedro não é
português, então Frederico é francês. Ora, nem Egídio é O PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
espanhol nem Isaura é italiana. Logo:
a) Pedro é português e Frederico é francês A palavra Matemática, para um adulto ou uma criança, es-
b) Pedro é português e Alberto é alemão tá diretamente relacionada com atividades e técnicas para
c) Pedro não é português e Alberto é alemão contagem do número de elementos de algum conjunto. As
d) Egídio é espanhol ou Frederico é francês primeiras atividades matemáticas que vivenciamos envolvem
e) Se Alberto é alemão, Frederico é francês sempre a ação de contar objetos de um conjunto, enumeran-
do seus elementos.
47- Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática.
Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina.
As operações de adição e multiplicação são exemplos de
Ora, Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo,
.técnicas. matemáticas utilizadas também para a determina-
segue-se necessariamente que: ção de uma quantidade. A primeira (adição) reúne ou junta
a) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina duas ou mais quantidades conhecidas; e a segunda (multipli-
b) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
cação) é normalmente aprendida como uma forma eficaz de
c) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Medi-
substituir adições de parcelas iguais.
cina
d) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
e) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia A multiplicação também é a base de um raciocínio muito
importante em Matemática, chamado princípio multiplicativo.
48- Se Pedro é inocente, então Lauro é inocente. Se Roberto O princípio multiplicativo constitui a ferramenta básica para
é inocente, então Sônia é inocente. Ora, Pedro é culpado ou resolver problemas de contagem sem que seja necessário
Sônia é culpada. Segue-se logicamente, portanto, que: enumerar seus elementos (como veremos nos exemplos).
a) Lauro é culpado e Sônia é culpada
b) Sônia é culpada e Roberto é inocente Os problemas de contagem fazem parte da chamada aná-
c) Pedro é culpado ou Roberto é culpado lise combinatória.
d) Se Roberto é culpado, então Lauro é culpado
e) Roberto é inocente se e somente se Lauro é inocente EXEMPLO 1

49- Maria tem três carros: um Gol, um Corsa e um Fiesta. Um Maria vai sair com suas amigas e, para escolher a
dos carros é branco, o outro é preto, e o outro é azul. Sabe- roupa que usará, separou 2 saias e 3 blusas. Vejamos de
se que: 1) ou o Gol é branco, ou o Fiesta é branco, 2) ou o quantas maneiras ela pode se arrumar.
Gol é preto, ou o Corsa é azul, 3) ou o Fiesta é azul, ou o
Corsa é azul, 4) ou o Corsa é preto, ou o Fiesta é preto. Por- Solução:
tanto, as cores do Gol, do Corsa e do Fiesta são, respectiva-
mente,
a) branco, preto, azul
b) preto, azul, branco
c) azul, branco, preto
d) preto, branco, azul
e) branco, azul, preto

50- Um rei diz a um jovem sábio: "dizei-me uma frase e se ela


for verdadeira prometo que vos darei ou um cavalo veloz, ou
uma linda espada, ou a mão da princesa; se ela for falsa, não
vos darei nada". O jovem sábio disse, então: "Vossa Majesta-
de não me dará nem o cavalo veloz, nem a linda espada".
Para manter a promessa feita, o rei:
a) deve dar o cavalo veloz e a linda espada
b) deve dar a mão da princesa, mas não o cavalo veloz nem O princípio multiplicativo, ilustrado nesse exemplo,
a linda espada também pode ser enunciado da seguinte forma:
c) deve dar a mão da princesa e o cavalo veloz ou a linda
espada Se uma decisão d1 pode ser tomada de n maneiras e, em
d) deve dar o cavalo veloz ou a linda espada, mas não a mão seguida, outra decisão d2 puder ser tomada de m maneiras, o
da princesa número total de maneiras de tornarmos as decisões d1 e d2
e) não deve dar nem o cavalo veloz, nem a linda espada, será n · m.
nem a mão da princesa
No exemplo anterior havia duas decisões a serem toma-
RESPOSTAS das:
01. B 11. C 21. B 31. C 41. B
02. A 12. C 22. E 32. B 42. C d1: escolher uma dentre as 3 blusas
03. C 13. D 23. C 33. C 43. D

Raciocínio Lógico 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d2: escolher uma dentre as 2 saias EXEMPLO 3

Assim, Maria dispõe de 3 · 2 = 6 maneiras de tomar as Se o restaurante do exemplo anterior oferecesse dois
decisões d1 e d2, ou seja, 6 possibilidades diferentes de se preços diferentes, sendo mais baratas as opções que in-
vestir. cluíssem frango ou salsichão com salada verde, de quan-
tas maneiras você poderia se alimentar pagando menos?
EXEMPLO 2
Solução:
Um restaurante prepara 4 pratos quentes (frango,
peixe, carne assada, salsichão), 2 saladas (verde e russa) e 3 Note que agora temos uma condição sobre as decisões
sobremesas (sorvete, romeu e julieta, frutas). d1 e d2:

De quantas maneiras diferentes um freguês pode se ser- d1: escolher um dentre 2 pratos quentes (frango ou salsi-
vir consumindo um prato quente, uma salada e uma sobre- chão).
mesa?
d2: escolher salada verde (apenas uma opção).
Solução:
d3: escolher uma das 3 sobremesas oferecidas.
Esse e outros problemas da análise combinatória podem
ser representados pela conhecida árvore de possibilidades ou Então, há 2 · 1 · 3 = 6 maneiras de montar cardápios eco-
grafo. Veja como representamos por uma “árvore” o problema nômicos. (Verifique os cardápios mais econômicos na árvore
do cardápio do restaurante. de possibilidades do exemplo anterior).

EXEMPLO 4

Quantos números naturais de 3 algarismos distintos exis-


tem?

Solução*:

Um número de 3 algarismos c d u é formado por 3 ordens:


Como o algarismo da ordem das centenas não pode ser zero,
temos então três decisões:

Observe que nesse problema temos três níveis de deci- d1: escolher o algarismo da centena diferente de zero (9
são:
opções).

d1: escolher um dentre os 4 tipo de pratos quentes.


d2: escolher o algarismo da dezena diferente do que já foi
escolhido para ocupar a centena (9 opções).
d2: escolher uma dentre as 2 variedades de salada.
d3: escolher o algarismo da unidade diferente dos que já
d3: escolher uma das 3 sobremesas oferecidas. foram utilizados (8 opções).

Usando o princípio multiplicativo, concluímos que temos 4 Portanto, o total de números formados será
· 2 · 3 = 24 maneiras de tomarmos as três decisões, ou seja,
24 opções de cardápio. 9 · 9 · 8 = 648 números.

A representação gráfica em árvore de possibilidades é De acordo com o exemplo anterior, se desejássemos con-
muito ilustrativa. Nela podemos ver claramente os três níveis tar dentre os 648 números de 3 algarismos distintos apenas
de decisão d1, d2 e d3, consultando os vários tipos de cardá- os que são pares (terminados em 0, 2, 4, 6 e 8), como deve-
pios possíveis. Observe que, percorrendo as opções dadas ríamos proceder?
pelos segmentos à esquerda da árvore, o cardápio ficaria
frango/salada verde/sorvete enquanto que, escolhendo os
Solução:
segmentos à direita, teríamos salsichão/salada russa/ frutas.
No entanto, nosso objetivo é saber as combinações possíveis
e calcular o número total de possibilidades sem precisar e-
numerá-las, pois muitas vezes isso será impossível devido ao
grande número de opções e/ou de decisões envolvidos num
problema.
O algarismo da unidade poderá ser escolhido de 5 modos
(0, 2, 4, 6 e 8). Se o zero foi usado como último algarismo, o
As técnicas da análise combinatória, como o princípio
primeiro pode ser escolhido de 9 modos (não podemos usar o
multiplicativo, nos fornecem soluções gerais para atacar cer-
algarismo já empregado na última casa). Se o zero não foi
tos tipos de problema. No entanto, esses problemas exigem
usado como último algarismo, o primeiro só pode ser escolhi-
engenhosidade, criatividade e uma plena compreensão da
do de 8 modos (não podemos usar o zero, nem o algarismo
situação descrita. Portanto, é preciso estudar bem o proble-
já empregado na última casa).
ma, as condições dadas e as possibilidades envolvidas, ou
seja, ter perfeita consciência dos dados e da resolução que
se busca. Para vencer este impasse, temos três alternativas:

Raciocínio Lógico 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) “Abrir” o problema em casos (que é alternativa 26 · 26 · 10 · 10 · 10 · 10 = 6 760 000
mais natural). Contar separadamente os núme-
ros que têm zero como último algarismo (unidade No segundo caso
= 0)

e aqueles cujo último algarismo é diferente de zero (uni-


dade  0).

Terminando em zero temos 1 modo de escolher o último 26 · 26 · 26 · 10 · 10 · 10 · 10 = 26 · 6 760 000 =


algarismo, 9 modos de escolher o primeiro e 8 modos de
escolher o do meio (algarismo da dezena), num total de 1 · 9 · = 175 760 000
8 = 72 números.
A nova forma de identificação de automóveis possibilita
Terminando em um algarismo diferente de zero temos 4 uma variedade 26 vezes maior. A diferença é de
modos de escolher o último algarismo (2, 4, 6, ou 8), 8 modos 169.000.000, ou seja, 169 milhões de placas diferentes a
de escolher o primeiro algarismo (não podemos usar o zero, mais do que anteriormente.
nem o algarismo já usado na última casa) e 8 modos de es-
colher o algarismo do meio (não podemos usar os dois alga-
AS PERMUTAÇÕES
rismos já empregados nas casas extremas). Logo, temos 4 ·
8 · 8 = 256 números terminados em um algarismo diferente
de zero. A resposta é, portanto, 72 + 256 = 328 números. É um tipo muito comum de problemas de contagem, que
está relacionado com as várias formas de organizar ou arru-
mar os elementos de um conjunto.
b) Ignorar uma das restrições (que é uma alternativa mais
sofisticada).
Organizar tais elementos é uma atividade cotidiana que
inclui várias possibilidades, sendo que cada pessoa adota
Ignorando o fato de zero não poder ocupar a centena, te-
uma estratégia. No entanto, muitas vezes precisamos saber
ríamos 5 modos de escolher o último algarismo, 9 modos de
de quantas maneiras podemos arrumar um conjunto de ele-
escolher o primeiro e 8 modos de escolher o do meio, num
mentos ou simplesmente saciar a curiosidade sobre o núme-
total 5 · 8 · 9 = 360 números. Esses 360 números incluem
ro total de possibilidades.
números começados por zero, que devem ser descontados.
Começando em zero temos 1 modo de escolher o primeiro
algarismo (0), 4 modos de escolher o último (2, 4, 6 ou 8) e 8 Consultando um dicionário encontramos:
modos de escolher o do meio (não podemos usar os dois
algarismos já empregados nas casas extremas), num total de PERMUTAR  dar mutuamente, trocar.
1 · 4 · 8 = 32 números.
PERMUTAÇÃO: 
A resposta é, portanto, 360 - 32 = 328 números.
1) ato ou efeito de permutar, troca, substituição;
c) É claro que também poderíamos ter resolvido o pro-
blema determinando todos os números de 3 algarismos dis- 2) transposição dos elementos de um todo para se obter
tintos (9 · 9 · 8 = 648 números), como é o caso do Exemplo 4, uma nova combinação;
e abatendo os números ímpares de 3 algarismos distintos (5
na última casa, 8 na primeira e 8 na segunda), num total de 5 3) seqüência ordenada dos elementos de um conjunto.
· 8 · 8 = 320 números.
EXEMPLO 1
Assim, a resposta seria 648 - 320 = 328 números.
No protocolo de uma repartição há um arquivo de mesa
Fonte: * Solução proposta pelo prof. Augusto César como o da figura abaixo. Cada funcionário do setor gosta de
de Oliveira Morgado no livro "Análise Combina- arrumar estas caixas em uma ordem diferente (por exemplo:
tória e Probabilidade" - IMPA/VITAE/1991. entrada-pendências-saída, pendências-saída-entrada etc.).
De quantas maneiras é possível ordenar estas caixas?
EXEMPLO 6

As placas de automóveis eram todas formadas por 2 le-


tras (inclusive K, Y e W) seguidas por 4 algarismos. Hoje
em dia, as placas dos carros estão sendo todas trocadas
e passaram a ter 3 letras seguidas e 4 algarismos. Quan-
tas placas de cada tipo podemos formar?

Solução:

No primeiro caso Solução:

Como temos 3 caixas - saída (S), pendências (P) e entra-


da (E) – vamos escolher uma delas para ficar embaixo. Esco-
lhida a caixa inferior, sobram 2 escolhas para a caixa que
Como cada letra (L) pode ser escolhida de 26 maneiras e ficará no meio e a que sobrar ficará sobre as outras.
cada algarismo (N) de 10 modos distintos, a resposta é:
Então, usando o princípio multiplicativo temos

Raciocínio Lógico 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3 · 2 · 1 = 6 opções EXEMPLO 3

Assim, as soluções são: Quantos números diferentes de 4 algarismos podemos


formar usando apenas os algarismos 1, 3, 5 e 7?

Solução:

Como são 4 algarismos diferentes, que serão permutados


em 4 posições, a solução é:

4 · 3 · 2 · 1 = 24 números diferentes

EXEMPLO 2 Um novo símbolo

De quantas maneiras podemos arrumar 5 pessoas em fila Uma multiplicação do tipo n · (n - 1) · (n - 2) ... 1 é chama-
indiana? da fatorial do número n e representada por n! (lemos n fatori-
al).
Solução:
n! = n · (n - 1) · (n - 2) ... 1
Para facilitar, vamos imaginar que as pessoas são P 1, P2,
P3, P4, P5, P6 e que precisamos arrumá-las nesta fila: Veja os exemplos:

a) 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120

Deste modo, podemos ter soluções como: b) 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24

P1 P3 P5 P2 P4 c) 5! · 4! = (5 · 4 · 3 · 2 · 1) (4 · 3 · 2 · 1) =

120 · 24 = 2880

P5 P2 P1 P3 P4 d) 8! = 8 · 7!

etc.
e)
Ao escolher uma pessoa para ocupar a primeira posição
na fila temos cinco pessoas à disposição, ou seja, 5 opções;
para o 2º lugar , como uma pessoa já foi escolhida, temos 4 f)
opções; para o 3º lugar sobram três pessoas a serem esco-
lhidas; para o 4º lugar duas pessoas, e para o último lugar na
fila sobra apenas a pessoa ainda não escolhida. EXEMPLO 4

Pelo princípio multiplicativo temos: Quantos são os anagramas da palavra MARTELO?

5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120 opções Você sabe o que é um anagrama?

Permutação Anagrama é uma palavra formada pela transposição (tro-


ca) de letras de outra palavra. Existem também anagramas
Dado um conjunto formado por n elementos, chama-se de frases, nos quais se trocam as palavras, formando-se
permutação desses n elementos qualquer seqüência de n outra frase.
elementos na qual apareçam todos os elementos do conjun-
to. Solução:

Os Exemplos 1 e 2 são demonstrações de permutações Cada anagrama da palavra MARTELO é uma ordenação
feitas com 3 caixas e 5 pessoas. No Exemplo 2, como na das letras M, A, R, T, E, L, O. Assim, o número de anagramas
maioria dos casos, não descrevemos ou enumeramos todas é o número de permutações possíveis com essas letras, ou
as permutações que podemos encontrar, pois apenas calcu- seja:
lamos o número de permutações que poderíamos fazer.
7! = 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 5040
Cálculo do número de permutações
EXEMPLO 5
O número de modos de ordenar n objetos distintos é:
Quantos anagramas que comecem e terminem por con-
n · (n - 1) · (n - 2) ... 1 soantes podemos formar a partir da palavra MARTELO?

Solução:

Raciocínio Lógico 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A consoante inicial pode ser escolhida de 4 maneiras e a contar várias vezes no total de permutações cada uma des-
consoante final de 3 maneiras. As 5 letras restantes serão sas 12 possibilidades, como, por exemplo, EFGCDAB,
permutadas entre as duas consoantes já escolhidas. Portan- FEGCDAB, DEFGAB etc.
to, a resposta é 4 · 3 · 5! = 1440 anagramas
Para sabermos quantas vezes A e B aparecem nas posi-
EXEMPLO 6 ções 6 e 7, respectivamente, precisamos contar todas as
permutações possíveis dos outros 5 presidentes nas 5 posi-
Um grupo de 5 pessoas decide viajar de carro, mas ape- ções restantes.
nas 2 sabem dirigir. De quantas maneiras é possível dis-
por as 5 pessoas durante a viagem? Considerando todos estes casos, o número total de posi-
ções em que A e B aparecem junto é 2 · 6 · 5! = 12 · 120 =
Solução: 1440 posições

O banco do motorista pode ser ocupado por uma das 2 c) Neste caso, do total de permutações possíveis com os
pessoas que sabem guiar o carro e as outras 4 podem ser 7 presidentes (5040) devemos retirar aquelas em que A e B
permutadas pelos 4 lugares restantes, logo: aparecem juntos (1440). Portanto, a resposta seria:

2 · 4! = 2 · 24 = 48 maneiras 5040 - 1440 = 3600 possibilidades

Nos Exemplos 6 e 7 vemos que em alguns problemas Continuando com permutações


(que envolvem permutações dos elementos de um conjunto)
podem existir restrições que devem ser levadas em conta na Vimos vários exemplos de permutações denominadas
resolução. “permutações simples” e “permutações simples com restri-
ções”.
Portanto, fique sempre muito atento ao enunciado da
questão, procurando compreendê-lo completamente antes de Você deve ter notado que em todos aqueles exemplos
buscar a solução. permutamos objetos distintos: 3 caixas diferentes, pessoas
diferentes, números formados por algarismos diferentes,
EXEMPLO 7 anagramas da palavra MARTELO (que não têm letras repeti-
das) etc. Como deveríamos proceder se quiséssemos saber
Num encontro entre presidentes de países da América do o número de anagramas possíveis com as letras da palavra
Sul, apenas 7 confirmaram presença. MADEIRA ou da palavra PRÓPRIO?

Os organizadores dos eventos que ocorrerão durante a Você estudará permutações com objetos nem todos dis-
visita gostariam de permutar os presidentes possibilitando tintos.
vários contatos diferentes.
Outro caso que será estudado é o que chamamos de
a) De quantas maneiras podemos permutar os presi- permutação circular. Só para você já ir pensando, no Exem-
dentes em 7 cadeiras lado a lado? plo dos 7 presidentes, eles sempre se sentavam lado a lado.
O que aconteceria se fôssemos arrumá-los numa mesa re-
donda? Será que teríamos o mesmo número de permutações
b) Se 2 dos presidentes devem se sentar lado a lado,
diferentes?
quantas são as possibilidades de organizá-los?
Além de acompanhar cuidadosamente os exemplos, você
c) Se tivéssemos 2 presidentes que não devem ficar
precisa resolver os exercícios, discutir sua solução com ou-
juntos, quantas seriam as possibilidades de organizá-
tras pessoas e até inventar problemas.
los?
Matemática se aprende fazendo!
Solução:
Permutações com repetição
a) O total de permutações possíveis dos 7 presidentes por
7 cadeiras é 7! = 5040.
EXEMPLO 1
b) Observe que, agora, queremos contar apenas o núme-
ro de permutações nas quais os presidentes A e B aparecem A palavra MADEIRA possui sete letras, sendo duas
juntos, como, por exemplo: letras A e cinco letras distintas: M, D, E, I, R.
Quantos anagramas podemos formar com essa
palavra?
ABCDEFG
Solução:
BACGDFE
O número de permutações de uma palavra com sete le-
GABDCEF etc.
tras distintas (MARTELO) é igual a 7! = 5040. Neste exemplo
formaremos uma quantidade menor de anagramas, pois são
Então, é preciso contar quantos são os casos em que A e iguais aqueles em que uma letra A aparece na 2ª casa e a
B estariam juntos. outra letra A na 5ª casa (e vice-versa).

Eles estariam juntos na 1ª e na 2ª cadeiras, na 2ª e na 3ª, Para saber de quantas maneiras podemos arrumar as du-
3ª e 4ª, 4ª e 5ª, 5ª e 6ª ou 6ª e 7ª. Podemos verificar que são as letras A, precisamos de 2 posições. Para a primeira letra A
6 posições e que para cada uma delas poderíamos ter A e B teremos 7 posições disponíveis e para a segunda letra A
ou B e A (2 possibilidades: 6 · 2 = 12). Além disso, devemos

Raciocínio Lógico 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
teremos 6 posições disponíveis (pois uma das 7 já foi ocupa- Este exemplo é parecido com o das bolas pretas e bran-
da). cas. Mas observe que aqui temos 7 letras a serem permuta-
das, sendo que as letras P, R e O aparecem 2 vezes cada
6 uma e a letra I, apenas uma vez.
Temos então, 7   21 opções de escolha.
2 Como no caso anterior, teremos 2! repetições para cada
arrumação possível da letra P (o mesmo ocorrendo com as
A divisão por 2 é necessária para não contarmos duas letras R e O). O número de permutações sem repetição será,
vezes posições que formam o mesmo anagrama (como, por então:
exemplo, escolher a 2ª e 5ª posições e a 5ª e 2ª posições).
etc...
Agora vamos imaginar que as letras A já foram arrumadas
e ocupam a 1ª e 2ª posições:
7! número total de permutações de 7 letras.
AA_____ 2! 2! 2!
produto das repetições possíveis com as
letras P, R e O
Nas 5 posições restantes devemos permutar as outras 5
letras distintas, ou seja, temos 5! = 120 possibilidades. Como
as 2 letras A podem variar de 21 maneiras suas posições, 5040
 630
temos como resposta: 2·2·2

76 Uma expressão geral para permutações com objetos


 5!  21 · 120 = 2520 anagramas da palavra MA- nem todos distintos
2
DEIRA
Havendo n elementos para permutar e dentre eles um e-
lemento se repete p vezes e outro elemento se repete q ve-
EXEMPLO 2
zes, temos:
Uma urna contém 10 bolas: 6 pretas e 4 brancas. Quan-
tas são as maneiras de se retirar da urna, uma a uma, as 10 n!
bolas? p! q!
Solução:
No exemplo anterior, você viu que podemos ter mais de 2
elementos que se repetem. Neste caso, teremos no denomi-
Vejamos primeiro algumas possibilidades de se retirar as nador da expressão o produto dos fatoriais de todos os ele-
bolas da urna, uma a uma, sendo 6 bolas pretas e 4 bolas mentos que se repetem.
brancas.
Simplificando fatoriais
Nesse exemplo temos uma permutação de 10 elementos.
Caso fossem todos distintos, nossa resposta seria 10!. No
Uma fração com fatoriais no numerador e no denominador
entanto, o número de permutações com repetição de 6 bolas
pode ser facilmente simplificada.
pretas e 4 bolas brancas será menor.
Observe os exemplos:
Se as bolas brancas (que são iguais) fossem numeradas
de 1 a 4, as posições seriam diferentes.
a) 10! 10 · 9 · 8 · 7 · 6!
  10 · 9 · 8 · 7
Note que para cada arrumação das bolas brancas temos 6! 6!
4! = 24 permutações que são consideradas repetições, ou
seja, que não fazem a menor diferença no caso de as bolas b) 5! 5! 1
serem todas iguais.  
7! 7  6  5! 7  6
Da mesma forma, para cada posição em que as 6 bolas
pretas aparecerem não devemos contar as repetições ou as c) n! n(n - 1)!
trocas entre as próprias bolas pretas. O número de repetições  n
é 6! = 720. (n - 1)! (n - 1)!

Concluímos, então, que as maneiras de se retirar uma a d) 5! 5  4  3! 5  4


uma 6 bolas pretas e 4 bolas brancas, sem contar as repeti-    52
3!2! 3!2! 2 1
ções, é:

Permutações circulares
10! 3.628.800
  210
4!6! 24.720 Permutações circulares são os casos de permutações em
que dispomos n elementos em n lugares em torno de um
EXEMPLO 3 círculo. Veja um exemplo.

Quantos anagramas podemos formar com a palavra De quantos modos podemos formar uma roda com 5 cri-
PRÓPRIO? anças?

Solução:

Raciocínio Lógico 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para formar uma roda com 5 crianças, não basta escolher EXEMPLO 5
uma ordem para elas. Vamos nomear as 5 crianças por A, B,
C, D, E. Observe que as rodas por exemplo, são iguais. Se no encontro dos 7 presidentes as reuniões fossem o-
correr ao redor de uma mesa, de quantas maneiras podería-
Em cada uma dessas rodas, se seus elementos fossem mos organizá-los?
arrumados em fila, teríamos permutações diferentes; no en-
tanto, dispostos de forma circular, não dão origem a rodas Solução:
diferentes; temos 5 rodas iguais, pois a posição de cada
criança em relação às outras é a mesma e a roda foi apenas
7!
“virada”.  6!  720 posições circulares diferentes.
7
Como não queremos contar rodas iguais, nosso resultado
não é o número de permutações com 5 elementos em 5 posi- EXEMPLO 6
ções, ou seja, 5! = 120. Já que cada roda pode ser “virada”
de cinco maneiras, o número total de permutações, 120 ro- Neste mesmo exemplo, o que ocorreria se dois dos 7 pre-
das, contou cada roda diferente 5 vezes e a resposta do sidentes não devessem sentar juntos?
problema é:
Solução:
120
 24 Neste caso, poderíamos contar as permutações circulares
5
dos outros 5 presidentes e depois encaixar os 2 que devem
ficar separados nos espaços entre os 5 já arrumados.
Uma expressão geral para permutações circulares
O número de permutações circulares com 5 elementos é
Nas permutações simples importam os lugares que 4! = 24, e entre eles ficam formados 5 espaços.
os objetos ocupam e nas permutações circulares
importa a posição relativa entre os objetos, ou
Se os presidentes F e G forem colocados em 2 destes 5
seja, consideramos equivalentes as arrumações
espaços, eles não ficarão juntos. Temos então 5 opções para
que possam coincidir por rotação.
sentar o presidente F e 4 opções (uma foi ocupada por F)
para sentar o presidente G.
Se temos n objetos, cada disposição equivalente por rota-
ção pode ser obtida de n maneiras. Confirme isso com os
A resposta a este problema é 5 · 4 · 4! = 480
exemplos a seguir:
AS COMBINAÇÕES
a) 3 elementos: A, B, C. Considere a roda ABC. As rodas
BCA e CAB são rodas equivalentes.
Até agora você estudou problemas de análise combinató-
ria que envolviam o princípio multiplicativo e as permutações.
b) 8 elementos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8. Verifique que as 8 ro-
das abaixo são equivalentes:
Se observar os problemas de permutações verá que pos-
1-2-3-4-5-6-7-8 suem duas características em comum:
8-1-2-3-4-5-6-7
7-8-1-2-3-4-5-6  todos os objetos são usados na hora de formar o a-
6-7-8-1-2-3-4-5 grupamento;
5-6-7-8-1-2-3-4
4-5-6-7-8-1-2-3
 a ordem em que os objetos são arrumados no agru-
3-4-5-6-7-8-1-2
pamento faz diferença.
2-3-4-5-6-7-8-1
A expressão geral do número de permutações circu- Nos problemas que envolviam anagramas com as le-
lares será o número total de permutações, n!, di- tras de uma palavra, por exemplo, todas as letras
vidido pelas n vezes que cada roda equivalente da palavra original tinham de ser usadas, e a or-
foi contada: dem em que arrumávamos as letras era impor-
tante, pois cada ordem diferente fornecia um no-
n! n(n  1)! vo anagrama.
  (n  10)!
n n Agora, você estudará um tipo diferente de problema em
que:
EXEMPLO 4
 não utilizamos todos os objetos;
Quantas rodas de ciranda podemos formar com 8 crian-
ças?
 a ordem em que os objetos são arrumados “não faz
diferença”.
Solução:
Vamos começar compreendendo e resolvendo um pro-
Podemos formar blema.

8! EXEMPLO 1
 7!  5040 rodas diferentes.
8
Em uma obra havia três vagas para pedreiro. Cinco can-
didatos se apresentaram para preencher as vagas. De quan-

Raciocínio Lógico 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tas formas o encarregado da obra pode escolher os três de 5! 5!
que ele precisa? C 35  
(5  3! )3! 2!3!
Solução:
Vamos resolver mais alguns problemas nos próximos e-
Note que ele não vai usar todos os candidatos, de 5 xemplos. Leia com atenção o enunciado, interprete-o e tente
escolherá apenas 3. resolver cada exemplo sozinho. Só depois disso leia a solu-
ção.
Além disso, a ordem em que ele vai escolhê-los não faz
diferença (se escolher primeiro João, depois José e por últi- Assim você poderá verificar se realmente compreende o
mo Pedro, ou primeiro José, depois Pedro e por último João, problema e sua solução.
o grupo escolhido será o mesmo).
EXEMPLO 2
Assim, você já deve ter notado que este não é um pro-
blema de permutações. Em um hospital há apenas 5 leitos disponíveis na emer-
gência. Dez acidentados de um ônibus chegam e é preciso
Se a ordem de escolha dos candidatos importasse, pode- escolher 5 para ocupar os leitos. Os outros ficariam em ma-
ríamos usar o princípio multiplicativo. Nesse caso, teríamos 5 cas, no corredor do hospital. De quantas formas poderíamos
candidatos para a primeira vaga, 4 candidatos para a segun- escolher 5 pessoas que ficariam nos leitos?
da e 3 candidatos para a última. A solução seria: 5 · 4 · 3 =
60. Portanto, haveria 60 formas de escolher os três novos Solução:
pedreiros.
Na realidade, os responsáveis pela emergência estudari-
Usando o princípio multiplicativo, no entanto, contamos am cada caso e escolheriam os mais graves, mas imagine
várias vezes o mesmo grupo de três candidatos: que todos tenham a mesma gravidade.

João José Pedro Nesse caso, há duas coisas a observar: de 10 pessoas, 5


João Pedro José serão escolhidas e a ordem em que a escolha é feita não
Pedro João José importa. Trata-se, então, de uma combinação onde:
Pedro José João
n = 10 (número de “objetos” disponíveis)
José Pedro João
José João Pedro
p = 5 (número de .objetos. a serem escolhidos)
Estes seis grupos são iguais e foram contados como a-
grupamentos diferentes nas 60 formas de escolher que en- Usando a fórmula, temos:
contramos. Para “retirar” as repetições destes e de outros
grupos, vamos dividir o resultado pelo número de vezes que 10! 10!
eles se repetem na contagem. Que número é esse?
5
C10  
(10  5! )5! 5!5!
Os grupos repetidos são as formas de .embaralhar. três
candidatos escolhidos. Logo, há 252 formas de escolher as 5 pessoas que irão
ocupar os 5 leitos.
Ora “embaralhar” três objetos é fazer permutações! O
número de permutações de 3 objetos você já sabe que é 3! = EXEMPLO 3
6. Logo, basta dividir 60 por 6 para não contarmos as repeti-
ções dentro de cada grupo formado. Isso significa que há 10 Uma pequena empresa quer formar um time de futebol e
maneiras de escolher os três novos pedreiros, entre os 5 15 funcionários se inscreveram, dizendo que aceitam jogar
candidatos. em qualquer posição. De quantas formas é possível escolher
os 11 jogadores do time?
UMA FÓRMULA PARA O CÁLCULO DAS COMBINAÇÕES
Solução:
Esse tipo de agrupamento chama-se combinação. No
caso do nosso exemplo, temos uma combinação de 5 objetos De 15 operários, 11 serão escolhidos e a ordem de esco-
(os 5 candidatos) 3 a 3 (apenas 3 serão escolhidos). lha não importa, pois queremos escolher apenas os jogado-
res sem determinar as posições em campo.
Vamos supor que temos n objetos disponíveis para esco-
lha e que, destes, vamos escolher p objetos (p < n). O núme- Temos, então, as características de uma combinação de
ro de maneiras de se fazer essa escolha chama-se combi- 15 pessoas (n = 15) para formar grupos de 11 (p = 11).
p
nação e representa-se por C n . Portanto, o número de com-
Usando a fórmula:
binações de n elementos p a p é calculado por:
15!
p n! 15 
C11  1365
Cn  (15  11! )11!
(n  p! )p!
Assim, os jogadores podem ser escolhidos de 1 365 for-
Em nosso exemplo, temos n = 5 e p = 3. Aplicando a fór- mas diferentes.
mula, obtemos:

Raciocínio Lógico 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
EXEMPLO 4 possível saber, prever, qual deles realmente vai ocorrer em
cada situação.
Os 15 funcionários da empresa decidem escolher uma
comissão de 3 membros para reivindicar apoio financeiro da Ao lançarmos para o alto uma moeda e quisermos saber
diretoria ao novo time de futebol. Beto começou a pensar em se o resultado é cara ou coroa, não podemos prever o resul-
todas as comissões possíveis em que ele pudesse ser um tado mas podemos calcular as chances de ocorrência de
dos membros, e nas quais Edu não estivesse. Em quantas cada um. Este cálculo é a probabilidade de ocorrência de um
comissões Beto poderia pensar? resultado.

Solução: Por meio dos exemplos desta aula, você aprenderá o cál-
culo de probabilidades.
Como Edu não pode participar de nenhuma das comis-
sões pensadas por Beto, podemos retirá-lo do problema. EXEMPLO 1
Temos, então, 14 funcionários para formar comissões de 3.
Qual a chance de dar cara no lançamento de uma moe-
Como um dos membros sempre é o Beto, precisamos da?
descobrir os outros dois membros que devem ser escolhidos
dentre 13 pessoas (Beto já foi “escolhido”).

Assim, concluímos que o número máximo de comissões


diferentes que Beto poderia pensar é:

13! 13!
2
C13  
(13  2! )2! 11!2!

EXEMPLO 5
Solução:
De quantos modos podemos formar 2 times de vôlei com
12 moças? Raciocinando matematicamente, os resultados cara e co-
roa têm as mesmas chances de ocorrer. Como são duas
Solução: possibilidades (cara ou coroa) podemos dizer que as chances
de dar cara é de 1 para 2. Isto é o mesmo que dizer que a
Como cada um dos times deve ter 6 jogadoras, o primeiro probabilidade de o resultado ser cara é ou 0,5 ou 50%.
6
pode ser escolhido de C 12 modos. Escolhido esse time, Neste exemplo calculamos intuitivamente a probabilidade
sobram exatamente 6 moças para formar o segundo. A res- de o resultado ser cara e você deve ter percebido que a pro-
6
posta, então, parece ser C12  1 . No entanto, contamos cada babilidade de dar coroa é a mesma, 50%.
time duas vezes. Observe, por exemplo, que as formações
abaixo são idênticas: No entanto, quando dizemos que a probabilidade é ½ ou
50% isso não significa que a cada 2 lançamentos um vai ser
cara e o outro vai ser coroa. O fato de a probabilidade ser ½
a, b, c, d, e, f e g, h, i, j, l, m ou 50% quer dizer apenas que as chances são iguais e que,
se fizermos muitos lançamentos, é provável que aproxima-
ou damente metade deles dê cara como resultado.

g, h, i, j, l, m e a, b, c, d, e, f O conceito de probabilidade

EXEMPLO 2

A resposta correta é: O chefe de uma seção com 5 funcionários deu a eles 1


ingresso da final de um campeonato para que fosse sorteado.
6
C12  1 1 12! Após escreverem seus nomes em papéis idênticos, coloca-
   462 ram tudo num saco para fazer o sorteio. Qual a chance que
2 2 6!6! cada um tem de ser sorteado?

Assim, temos então 462 modos de formar os 2 ti- Solução:


mes.(Fonte: http://www.bibvirt.futuro.usp.br).
Os 5 funcionários têm todos a mesma chance de serem
PROBABILIDADES sorteados. No caso de Paulo, por exemplo, as chances de
ser sorteado são de 1 para 5, ou 1/5. Então, podemos dizer
Introdução que a chance, ou a probabilidade, de cada um deles ser sor-
teado é de 1/5 , ou 0,2, ou ainda 20%.
Quando usamos probabilidades?
EXEMPLO 3
Ouvimos falar desse assunto em situações como: a pro-
babilidade de ser sorteado, de acertar numa aposta, de um No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o re-
candidato vencer uma eleição, de acertar o resultado de um sultado ser um número par?
jogo etc. Portanto, usamos probabilidades em situações em
que dois ou mais resultados diferentes podem ocorrer e não é Solução:
Raciocínio Lógico 51 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para que o resultado seja par devemos conseguir: EXEMPLO 5

Numa urna estão 10 bolas de mesmo tamanho e de


mesmo material, sendo 8 pretas e 2 brancas. Pegando-se
uma bola qualquer dessa urna, qual a probabilidade de ela
ser branca?

Solução:

Assim, temos 3 resultados favoráveis (2, 4 ou 6) em um nº de bolas bran-


2 1
total de 6 resultados possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6). p(branca) = cas = = = 20%
nº total de bolas 10 5
As chances de dar um resultado par são 3 num total de 6.
EXEMPLO 6
Então, podemos dizer que a probabilidade de isso acontecer
é 3/6 ou 1/2 .
De um baralho normal de 52 cartas e mais 2 coringas reti-
ramos uma das cartas ao acaso. Qual a probabilidade de:
Generalizando essa solução:
nº de resultados favoráveis a 3 1 a) ser um ás?
P (par) E = = =
= nº total de resultados possí- 6 2 b) ser um coringa, em jogos que também consideram o 2
veis 50% como coringa?
Onde P (par) significa probabilidade de o resultado ser
par. Solução:

Nos três exemplos que acabamos de ver há dois ou mais O número total de cartas é 54 sendo que há 13 cartas (ás,
resultados possíveis, todos com a mesma chance de ocorrer. 2 a 10, valete, dama, rei) de cada um dos 4 naipes (copas,
A probabilidade de ocorrer um desses resultados ou um con- ouro, paus e espadas) e 2 coringas.
junto de resultados que satisfaçam uma condição ou exigên- nº de ases existen- 4
cia E, é representado por p (E) e calculado por: p (ás) tes = = 0,07 =
a) 54
nº de resultados favoráveis a =
nº total de cartas 7%
E
p (E) =
nº total de resultados possí-
veis
EXEMPLO 4 b) Como as 4 cartas com nº 2 também são consideradas
coringas, a probabilidade de tirar um coringa será:
No Exemplo 2 da Aula 48 vimos que, num restaurante que nº de coringas 6
prepara 4 pratos quentes, 2 saladas e 3 sobremesas diferen- = = 0,11 =
p(coringa) = 54
tes, existem 24 maneiras diferentes de um freguês se servir nº total de cartas
de um prato quente, uma salada e uma sobremesa. 11%
EXEMPLO 7
No Exemplo 3 daquela aula descobrimos que havia, den-
tre os 24 cardápios possíveis, 6 cardápios econômicos. Qual Em análise combinatoria, vimos que, com 6 homens e 3
a probabilidade de um freguês desavisado escolher uma das
opções mais caras? mulheres, podemos formar C 59 = 126 grupos de 5 pessoas e
C 56 = 6 grupos de 5 pessoas nos quais só escolhemos ho-
Solução: mens. Supondo que as chances de cada um dos grupos é a
mesma, qual a probabilidade de escolher:
Já sabemos que a probabilidade de escolher os mais ca-
ros será: a) um grupo onde não há mulheres;
nº de cardápios mais
p(mais caro) caros b) um grupo onde haja pelo menos uma mulher.
= nº de cardápios possí-
veis Solução:
Se temos 6 opções econômicas num total de 24, temos
24 - 6 = 18 opções mais caras. Como o número de cardápios 6
a) p (não mulher) = = 0,05 = 5%
possíveis é 24, então: 126

18 3 120
p(mais caro) = = = 0,75 = 75% b) p (pelo menos 1 mulher) = = 0,95 = 95%
54 4 126

As chances de esse freguês escolher um dos cardápios Os valores possíveis para as probabilidades
mais caros é de 75%.
No Exemplo 7 os grupos contados em a) e em b) comple-
tam todos os grupos possíveis (6 + 120 = 126). Portanto as

Raciocínio Lógico 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
6 120 126 dos primeiros matemáticos que se ocupou com o cálculo das
possibilidades somadas darão + = ou 100% probabilidades foi Cardano (1501-1576). Data dessa época a
126 126 126 expressão que utilizamos até hoje para o cálculo da probabi-
(5% + 95%). lidade de um evento (número de casos favoráveis dividido
pelo número de casos possíveis).
Já sabemos que:
nº de resultados favoráveis a E Com Fermat (1601-1665) e Pascal (1623-1662), a teoria
p (E) = das probabilidades começou a evoluir e ganhar mais consis-
nº total de resultados possíveis tência, passando a ser utilizada em outros aspectos da vida
social, como, por exemplo, auxiliando na descoberta da vaci-
A quantidade m será escolhida dentre as n existentes, por
na contra a varíola no século XVIII.
isso m deverá ser menor ou igual a n (m  n) e a fração
m Atualmente, a teoria das probabilidades é muito utilizada
será menor ou igual a 1: p (E) 1.
n em outros ramos da Matemática (como o Cálculo e a Estatís-
tica), da Biologia (especialmente nos estudos da Genética),
Caso a condição E exigida não possa ser cumprida, ou da Física (como na Física Nuclear), da Economia, da Socio-
seja, se não houver nenhum resultado favorável a E, o núme- logia etc.
m
ro m será zero e p (E) = =0 Exercícios
n
Exercício 1
m
Percebemos ainda que a fração será sempre positiva
n De um baralho de 52 cartas é retirada uma carta ao aca-
pois m e n são números naturais. so.

Assim, podemos concluir que: a) Qual a probabilidade de a carta retirada ser um rei?

m b) Qual a probabilidade de a carta retirada ser uma figura


0 1 ou 0  p (E)  1
n (valete, dama ou rei)?

EXEMPLO 8 Exercício 2

Com os algarismos 1, 3 e 5 formamos todos os números No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o


de 3 algarismos possíveis. Dentre eles escolhemos um nú- número obtido ser menor ou igual a 4?
mero, ao acaso.
Exercício 3
a) Qual a probabilidade de escolher um número que seja
múltiplo de 3?
No lançamento de dois dados, um verde e outro verme-
lho, qual é a probabilidade de que a soma dos pontos obtidos
b) Qual a probabilidade de o número escolhido ser par? seja:

Solução: a) 7

O total de números formados por 3 algarismos é igual ao b) 1


número de permutações possíveis com os algarismos 1, 3 e 5
em três posições, ou seja, 3! = 6.
c) maior que 12
a) Como a soma dos algarismos 1 + 3 + 5 é igual a 9, que
d) um número par
é um múltiplo de 3, qualquer um dos números formados será
múltiplo de 3. Assim, a probabilidade de isso ocorrer será:
Exercício 4
6 Na Aula 48 vimos que na SENA existem 11.441.304.000
P (múltiplo de 3) = =1
6 maneiras de escolher 6 números de 01 a 50. Se você apostar
em 6 números, qual a probabilidade de sua aposta ser a
b) Como qualquer dos algarismos 1, 3 e 5 colocados no sorteada?
final do número formado gera um número ímpar, não forma-
remos nenhum número par. Exercício 5

Assim, como a quantidade de casos favoráveis é zero, O que acontece se você apostar em 5 números de 01 a
temos: 100? Qual a probabilidade de você acertar a quina de núme-
ros sorteada?
0
p (par) = =0 Exercício 6
6
Suponha que sejam iguais as chances de qualquer uma
Um pouco de história das placas novas para automóveis (3 letras e 4 números) ser
escolhida para o seu automóvel.
Os primeiros estudos envolvendo probabilidades foram
motivados pela análise de jogos de azar. Sabe-se que um

Raciocínio Lógico 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Qual a probabilidade de você receber uma placa com as Cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento e de
iniciais de seu nome em qualquer ordem? outro

Respostas: EXEMPLO 1

4 1 Num grupo de jovens estudantes a probabilidade de que


1. a) = = 7,69% um jovem, escolhido ao acaso, tenha média acima de 7,0 é
52 13
1
. Nesse mesmo grupo, a probabilidade de que um jovem
12 2 5
b) = = 23% 5
52 3 saiba jogar futebol é . Qual a probabilidade de escolher-
6
mos um jovem (ao acaso) que tenha média maior que 7,0 e
4 1 saiba jogar futebol?
2. = = 67%
6 13
Solução:
6 1 O fato de ter média maior que 7,0 não depende do
3. a) = = 17%
36 6 fato de saber jogar futebol, e vice-versa. Quando
isso ocorre, dizemos que os eventos são inde-
b) 0 pendentes.
Considere então os eventos:
c) 0
A: ter média acima de 7,0.
24
d) = 67%
36 B: saber jogar futebol.

A e B: ter média acima de 7,0 e saber jogar futebol.


1
4. = 0,000 000 000 087 =
11441304000 Como queremos calcular P (A e B), pense o seguinte: de
1 5
0,000 000 0087% todos os jovens, têm média acima de 7,0 e sabem jogar
5 6
5 1 5 1 1
1 futebol. Ora, de , ou seja, x = , sabem jogar
5. = 0,000 000 000 11 = 6 5 6 5 6
9034502400
1
futebol e têm média acima de 7,0. Portanto, P (A e B) = .
0,000 000 011% 6

3! 6 Repare que para encontrarmos P (A e B) efetuamos P (A)


6. = = 0,000 000 034 = · P (B). Então, concluímos que, quando A e B são eventos
3 4 175760000
26 10 independentes (não têm “nada a ver” um com o outro):

0,000 003 4% P (A e B) = P (A) · P (B)

Calculando probabilidades
EXEMPLO 2
Você já aprendeu que a probabilidade de um evento E é:
Dos 30 funcionários de uma empresa, 10 são canhotos e
nº de resultados favoráveis a 25 vão de ônibus para o trabalho. Escolhendo ao acaso um
E desses empregados, qual a probabilidade de que ele seja
p (E) =
nº total de resultados possí- canhoto e vá de ônibus para o trabalho?
veis
Solução:

Iremos calcular a probabilidade de ocorrência de um e- Considere os eventos:


vento e outro, bem como a ocorrência de um ou outro evento.
Em muitas situações a ocorrência de um fato qualquer de- A : ser canhoto
pende da ocorrência de um outro fato; nesse caso dizemos
que são ocorrências dependentes. Em situações onde não há B : ir de ônibus para o trabalho
essa dependência, precisamos calcular probabilidades de
duas situações ocorrerem ao mesmo tempo. É claro que A e B são eventos independentes, portanto
um não depende em nada do outro. A probabilidade de os
Para abordarmos situações como as que acabamos de dois eventos (A e B) ocorrerem simultaneamente é calculada
descrever, utilizaremos vários exemplos durante esta aula. por P (A e B) = P (A) · P (B).
Leia-os com bastante atenção e procure refazer as soluções
apresentadas. Calculando:

Raciocínio Lógico 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10 1 Quando A e B não são eventos independentes a probabi-
P (A) = = lidade de ocorrência de A e B é calculada por:
30 3
P (A e B) = P (A) · P (B/A)
25 5
P (B) = =
30 6 onde P (B/A) é a probabilidade de B, dado que A já ocor-
reu.
1 5 5
P (A e B) = P (A) · P (B) = x = EXEMPLO 4
3 6 18
No exame para tirar a carteira de motorista, a probabilida-
A probabilidade de que ele seja canhoto e vá de ônibus 9
5 de de aprovação na prova escrita é . Depois de ser apro-
para o trabalho é de . 10
18 vado na parte teórica, há uma prova prática de direção. Para
os que já passaram no exame escrito, a probabilidade de
EXEMPLO 3 2
passar nessa prova prática é .
3
Alguns atletas participam de um triathlon (prova formada
por 3 etapas consecutivas: natação, corrida e ciclismo). A
probabilidade de que um atleta escolhido ao acaso termine a Qual a probabilidade de que, escolhido um candidato ao
acaso, ele seja aprovado em ambas as provas escrita e práti-
4 ca e tire a carteira de motorista?
primeira etapa (natação) é . Para continuar na competição
7
com a segunda etapa (corrida) o atleta precisa ter terminado Solução:
a natação. Dos atletas que terminam a primeira etapa, a
probabilidade de que um deles, escolhido ao acaso, termine a Considere os eventos:
3
segunda é . Qual a probabilidade de que um atleta que
4 A: aprovação na prova escrita.
iniciou a prova, e seja escolhido ao acaso, termine a primeira
e a segunda etapas? B: aprovação na prova prática de direção.

Solução: Os eventos A e B não são independentes, pois é preciso


ter aprovação na prova escrita e para fazer a prova prática de
A : terminar a 1ª etapa da prova (natação). direção. Como a ocorrência de B está condicionada à ocor-
rência de A, criamos o evento:
B : terminar a 2ª etapa da prova (corrida), tendo terminado
a 1ª. B/A: ter aprovação na prova prática de direção, sabendo
que o candidato foi aprovado na prova escrita.
Note que A e B não são eventos independentes pois, para
começar a 2ª etapa é necessário, antes, terminar a 1ª. Para calcular P(A e B), usamos: P(A e B) = P(A) · P(B/A)

Nesse caso dizemos que a ocorrência do evento B de- Calculando:


pende (está condicionada) à ocorrência do evento A.
9
Utilizamos então a notação B/A, que significa a depen- P(A) =
10
dência dos eventos, ou melhor, que o evento B/A denota a
ocorrência do evento B, sabendo que A já ocorreu. No caso
deste exemplo, temos: B/A terminar a 2ª etapa (corrida), 2
P(B/A) =
sabendo que o atleta terminou a 1ª etapa (natação). 3
E agora? Como calcular P (A e B)?
9 2 3
P(A e B) = x =
É simples: no lugar de usarmos P(B) na fórmula P(A e B) 10 3 5
= P(A) · P(B), usaremos P(B/A) já que a ocorrência de B
depende da ocorrência de A. A probabilidade de passar na prova escrita e na prova de
3
O enunciado deste problema nos diz que P(A) direção é .
5
4 3
= P(B/A)= ; assim,
7 4 Cálculo da probabilidade de ocorrência deento
um ev
ou outro
4 3 3
P(A e B) = P(A) · P(B/A)= x = EXEMPLO 5
7 4 7
Na Copa América de 1995, o Brasil jogou com a Colôm-
A probabilidade de que um atleta, escolhido ao acaso,
bia. No primeiro tempo, a seleção brasileira cometeu 10 fal-
3 tas, sendo que 3 foram cometidas por Leonardo e outras 3
termine a 1ª e a 2ª etapas é .
7 por André Cruz. No intervalo, os melhores lances foram repri-
sados, dentre os quais uma falta cometida pelo Brasil, esco-

Raciocínio Lógico 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lhida ao acaso. Qual a probabilidade de que a falta escolhida entrevistado, escolhido ao acaso, consuma os dois sucos é:
seja de Leonardo ou de André Cruz? 100 1
= .
500 5
Solução:
b) Usando o raciocínio do Exemplo 5, para saber a proba-
Das 10 faltas, 3 foram de Leonardo e 3 de André Cruz.
bilidade da ocorrência de um evento ou outro, somamos as
Portanto, os dois juntos cometeram 6 das 10 faltas do Brasil.
probabilidades de os dois eventos ocorrerem separadamente.
Assim, a probabilidade de que uma das faltas seja a escolhi-
Mas, neste exemplo, devemos tomar cuidado com o seguinte:
6 3 existem pessoas que consomem os dois sucos indiferente-
da dentre as 10 é = .
10 5 mente, compram o que estiver mais barato, por exemplo.
Assim, não podemos contar essas pessoas (que consomem
Também podemos resolver este problema da se- um e outro) duas vezes.
guinte maneira:
Observe que a soma dos resultados é maior que o
 probabilidade de ser escolhida uma falta do Leonardo = número de entrevistados (300 + 100 + 200 + 50 =
3 650), ou seja, há pessoas que, apesar de preferi-
. rem um dos sucos, consomem os dois. Para faci-
10
litar daremos nomes aos eventos:
 probabilidade de ser escolhida uma falta do André Cruz = A : preferir o SOSUMO
3
. B: preferir o SUMOBOM
10
A e B: consumir SOSUMO e SUMOBOM
 probabilidade de ser escolhida uma falta de um destes
3 3 6 3 A ou B: consumir SOSUMO ou SUMOBOM
dois jogadores= + = =
10 10 10 5
Repare que este ou quer dizer: apenas o SOSUMO ou
. apenas o SUMOBOM.

Lembre-se de que qualquer uma das duas escolhas terá Fazendo P(A ou B) = P(A) + P(B) estamos contando duas
um resultado favorável. vezes as pessoas que apesar de preferirem um dos sucos,
consomem os dois. Logo, devemos
Se A e B são os eventos (escolher uma falta de Leonardo
ou escolher uma falta de André Cruz), estamos interessados subtrair de P(A) + P(B) o resultado de P(A e B) para retirar
na probabilidade do evento A ou B. a “contagem dobrada”.

Temos então: Temos então:

P(A ou B) = P(A) + P(B) P (A ou B) = P (A) + P (B) P (A e B)

Note que isso vale porque uma falta não pode ser cometi- Calculando:
da pelos dois jogadores ao mesmo tempo, ou seja, o evento
A e B é impossível.
250 1
P(A) = =
EXEMPLO 6 500 2

Uma empresa que fabrica suco de laranja fez uma pes- 300 3
quisa para saber como está a preferência do consumidor em P(B) = =
relação ao seu suco e ao fabricado por seu principal concor- 500 5
rente. Essa empresa é chamada SOSUMO, e seu concorren-
te SUMOBOM. A pesquisa concluiu que dos 500 entrevista- 100 1
dos, 300 preferiam o SUMOBOM, 100 consumiam os dois, P(A e B) = =
250 preferiam SOSUMO e 50
500 5

nenhum dos dois. Um dos entrevistados foi escolhido ao 1 3 1 1 2 54 9


P(A ou B) = + - = + = =
acaso. Qual a probabilidade de que ele seja: 2 5 5 2 5 10 10

a) consumidor de SOSUMO e SUMOBOM; A probabilidade de que o escolhido consuma um suco ou


9
b) consumidor de SOSUMO ou SUMOBOM. outro é .
10
Solução:
Observação
a) De acordo com a pesquisa dos 500 entrevistados, 100
consomem os dois sucos. Logo, a probabilidade de que um Em exemplos como o que acabamos de ver há outras so-
luções possíveis.

Raciocínio Lógico 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observe que o evento A ou B (consumir um suco ou ou- b) fume FUMAÇA ou TOBACO
tro) deve incluir como casos favoráveis todas as pessoas que
não fazem parte do grupo dos que não consomem esses dois Exercício 5
sucos.
Com as mesmas informações do exercício anterior, calcu-
Sabíamos que dos 500 entrevistados, 50 pessoas consu- le a probabilidade de que um funcionário, escolhido ao acaso:
miam nenhum dos dois e a probabilidade de escolhermos
50 1 a) fume só FUMAÇA
uma dessas pessoas ao acaso era , ou seja, . As-
500 10
sim, podíamos concluir que a probabilidade de não fazer b) fume só TOBACO
1 9
parte desse grupo era 1 - = , raciocinando por exclu- c) fume só FUMAÇA ou só TOBACO
10 10
são. d) não fume nenhuma das duas marcas de cigarro

Exercícios propostos. e) não fume FUMAÇA

Exercício 1 f) não fume TOBACO

Em uma cidade do interior do Brasil, a probabilidade de Respostas


que um habitante escolhido ao acaso tenha televisão em
11
casa é . Já a probabilidade de esse habitante ser um 1
12 1. Eventos independentes:
12
1
comerciante é . Escolhendo um habitante dessa cidade
11 1
ao acaso, qual a probabilidade de que ele tenha televisão em 2. Eventos dependentes:
casa e seja comerciante? 6

Exercício 2 300 100 400 4


3. + = =
500 500 500 5
Alguns professores estão prestando concurso para dar
aulas em uma escola.
30 3
4. a) P (A e B) = =
Inicialmente, eles farão uma prova escrita e, depois de se- 140 14
rem aprovados nessa prova, farão uma prova prática. Aquele
que for aprovado na prova prática será contratado. Sabendo
1
que a probabilidade de aprovação na prova escrita é e de
4
aprovação na prova prática (depois de ser aprovado na escri-
2
ta) é , calcule a probabilidade de que um professor, esco-
3
lhido ao acaso, seja contratado.

Exercício 3
40  30  50 120 6
b) P (A ou B) = = =
Em uma noite de sexta-feira, pesquisadores percorreram 140 140 7
500 casas perguntando em que canal estava ligada a televi-
são. Desse modo, descobriram que em 300 casas assistiam
40 2
ao canal VER-DE-PERTO, 100 viam o canal VERMELHOR e 5. a) =
outras 100 casas não estavam com a TV ligada. Escolhida 140 7
uma
50 5
das 500 casas, ao acaso, qual a probabilidade de que a b) =
TV esteja sintonizada no canal VER-DE-PERTO ou no canal 140 14
VER-MELHOR?
40  50 9
c) =
Exercício 4 140 14
Dos 140 funcionários de uma fábrica, 70 preferem a mar-
ca de cigarros FUMAÇA, 80 preferem TOBACO e 30 fumam 20 1
d) =
ambas sem preferência. 140 7

Sabendo que 20 funcionários não fumam, calcule a pro- 50  20 70 1


babilidade de que um funcionário, escolhido ao acaso: e) = =
140 140 2
a) fume FUMAÇA e TOBACO

Raciocínio Lógico 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
40  20 60 3 _______________________________________________________
f) = =
140 140 7 _______________________________________________________
Fonte: http://www.bibvirt.futuro.usp.br _______________________________________________________
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Raciocínio Lógico 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
LEGISLAÇÃO APLICADA AO Características
O Conselho Federal de Economia (COFECON) e os Conselhos
COFECON/CORECONS. Regionais de Economia (CORECON'S) são autarquias dotadas de
personalidade jurídica de direito público, com autonomia administra-
1 Lei no 1.411/51. tiva e financeira e constituem serviço público federal.
2 Decreto no 31.794/52. Só poderão integrar, como membros efetivos ou suplentes do CO-
3 Lei no 6.021/74. FECON e dos CORECON'S, os economistas devidamente registra-
4 Lei no 6.537/75. dos e quites com as anuidades.
5 Lei no 6.206/75. O mandato dos Conselheiros, efetivos e suplentes, será de 3 (três)
6 Lei no 6.839/80. anos renovando-se anualmente 1/3 (um terço) de sua composição.
7. Consolidação da Legislação da Profissão de Economista - Capí-
tulo 6.1.1. Constituição
O COFECON será constituído de membros efetivos e igual número
Atribuições do Cofecon de suplentes, sendo o presidente e o Vice-Presidente escolhidos
Atribuições do Conselho Federal de Economia pelo plenário federal entre os membros efetivos eleitos. Serão em-
De acordo com a Lei Federal n.º 1.411, de 13/08/51, regulamentada pelo possados na primeira quinzena de dezembro, com mandato de 1
(hum) ano, podendo ser reeleitos por mais 2 (dois) anos.
Decreto N.º 31.794, de 17/11/52, com nova redação dada pela Lei N.º O COFECON fixa a jurisdição. O CORECON do Rio de Janeiro, por
6.021, de 03/01/74, Lei N.º 6.537, de 19/06/78, o Conselho Federal de ser o mais antigo é nominado como "1ª região"
Economia (COFECON) e os Conselhos Regionais de Economia (CORE- Atribuições
CONs), que compõem o Sistema COFECON/CORECONs, possuem
O COFECON tem as seguintes atribuições:
poder delegado pela União para normalizar, orientar, disciplinar e fiscali-
zar o exercício e as atividades da profissão de Economista em todo o a) contribuir para a formação de sadia mentalidade econômica
território nacional, dentro de suas respectivas competências. através da disseminação da técnica econômica nos diversos seto-
res da economia nacional;
"Compete ao Conselho Federal de Economia (art. 7º da Lei 1411/51, art.
b) orientar e disciplinar o exercício da profissão;
7º da Lei 6537/78): c) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos CO-
a) contribuir para a formação de sadia mentalidade econômica através da RECON'S e dirimi-las;
disseminação da técnica econômica nos diversos setores da economia d) organizar o seu regimento interno;
nacional; e) examinar e aprovar os regimentos internos dos CORECON'S e
b) orientar e disciplinar o exercício da profissão de economista; modificar o que se tornar necessário, afim de manter a respectiva
c) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos
Regionais e dirimi-las;
unidade de ação;
d) organizar o seu regimento interno; f) julgar, em última instância, os recursos de penalidades impostas
e) examinar e aprovar os regimentos internos dos CORECONs e modifi- pelos CORECON'S;
car o que se tornar necessário, a fim de manter a respectiva unidade de g) promover estudos e campanhas em prol da racionalização da
ação; econômica do país;
f) julgar, em última instância os recursos de penalidades impostas pelos h) servir de órgão consultativo do Governo em matéria de economia
CORECONS; profissional
g) promover estudos e campanhas em prol da racionalização econômica . O CORECON tem por competência:
do País; a) organizar e manter o registro profissional dos economistas;
h) fixar a jurisdição e o número de membros de cada Conselho Regional,
considerando os respectivos recursos e a expansão numérica dos eco-
b) fiscalizar a profissão de economista;
nomistas legalmente registrados em cada região; c) expedir as carteiras profissionais;
i) elaborar o programa das atividades relativas ao dispositivo das letras d) impor penalidades à infração da legislação profissional;
"a" e "g" para sua realização por todos os Conselhos; e) elaborar o seu programa de trabalho, bem como cooperar como o
j) servir de órgão consultivo do Governo em matéria de economia profis- COFECON nos assuntos pertinentes à valorização profissional
sional.
São ainda atribuições do COFECON (Decreto 31794/52, art. 30): Papel de COFECON/CORECON'S
a) aprovar o orçamento e suas alterações, bem como os créditos adicio- O sistema COFECON/CORECON'S, embora em sua essência
nais; jurídica seja ente autárquico federal, tem um duplo papel:
b) autorizar operações referentes às mutações patrimoniais; a) regular e fiscalizar o exercício profissional do economista; b)
c) criar cargos, funções, fixar vencimentos, gratificações, e, bem assim, valorizar a profissão no sentido de : I) cooperar com as autoridades
aprovar o regulamento de promoções e suas alterações, quando julgadas educacionais, tais como o Ministério da Educação e as Instituições
necessárias; de Ensino Superior, para a melhoria da qualidade do processo de
d) organizar os CORECONs, fixando-lhes a composição, a jurisdição e a
formação dos economistas; II) propiciar oportunidades para a me-
forma de eleição de seus membros;
e) julgar, em última instância, os recursos de penalidades impostas pelos
lhoria de capacitação técnico-científica dos profissionais; III) criar
CREP e promover a responsabilidade dos economistas nos casos previs- canais de participação, junto à sociedade civil, para a discussão e
reflexão de questões centrais para o encaminhamento de políticas
tos no artigo 5º do Decreto 31794/52;
econômico-sociais; IV) zelar pela postura ético-profissional do eco-
f) tomar todas as providências que julgar necessárias para (como res-
nomista e enquadrar, junto às autoridades competentes, aquelas
ponsável que é pela orientação e disciplina dos Conselhos Regionais)
manter uniformemente, em todo o país, a necessária e devida orientação pessoas jurídicas registradas que praticarem atos lesivos aos inte-
dos referidos Conselhos, na forma da Consolidação da legislação da resses públicos.
Profissão de Economista". 2. O CORECON é a "ponte" entre o economista e a sociedade civil
e nessa perspectiva é a imagem refletida do papel do economista
Órgãos que regulam a profissão do contexto social, em termos de:
a) possuir uma sólida formação teórica, a partir de uma instrumen-
Base Legal: Leis 1.411/51, 6.021/74 e 6.537/78 tação metodologicamente pluralista da ciência econômica; b) ter

Legislação COFECON 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
uma consciência criticamente aberta sobre a realidade sócio- necessidades de serviço e disponibilidade de meios. O COFECON
econômica do país; c) assumir uma postura responsável, no tocante é o órgão regulador dos procedimentos normativos e administrativos
à atividade profissional. do CORECON'S, através da Resoluções.
Atualmente o COFECON é constituído de 12 (doze) membros efeti-
A Eleição dos membros do COFECON
vos e de igual número de suplentes, segundo critérios que levem
Os membros efetivos e suplentes do COFECON são eleitos por
em conta a representatividade nacional ou regional junto à categoria
uma assembléia de delegados eleitores, constituída por um repre-
sentante de cada um dos CORECON'S. Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951
Cada delegado-eleitor tem um número de votos estabelecido con-
forme os seguintes critério: Dispõe sobre a Profissão de Economista.
a) até o limite de 2.000 (dois mil) economistas registrados em cada O Presidente da República:
CORECON, 1 (hum) voto para cada grupo de 100 (cem) economis-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin-
tas registrados, desprezadas as frações menores de 50 (cinquenta); te Lei:
b) de 2.001 (dois mil e hum) economistas registrados em cada
CORECON, mais 1 (hum) voto para cada grupo de 200 (duzentos) Art. 1º - Designação Profissional de Economista, a que se refere o
economistas registrados, desprezando as frações menores de 100 quadro das profissões liberais, anexo ao Decreto-lei n.º 5.452, de 1º de
maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho), é privativa:
(cem).
Os delegados-eleitores são eleitos quando na escolha dos membros a) dos bacharéis em Ciências Econômicas, diplomados no Brasil, de
dos CORECON'S conformidade com as Leis em vigor;

A Eleição dos Membros do CORECON b) dos ... (vetado) ... que, embora não diplomados, forem habilitados ...
Os membros dos CORECON'S e seus respectivos suplentes, bem (vetado).
como os delegados-eleitores e respectivos suplentes são eleitos Art. 2º - (Vetado)
pelo sistema de eleição direta, através de voto pessoal e secreto,
Art. 3º - Para o provimento e exercício de cargos técnicos de economia
pelos economistas - com registro definitivo ou provisório - e quites
e finanças, na administração pública, autárquica, paraestatal, de economia
com suas anuidades. mista, inclusive bancos de que forem acionistas os Governos Federal e
As eleições são feitas através de chapas registradas nos CORE- Estadual, nas empresas sob intervenção governamental ou nas concessio-
CON'S, devidamente assinadas por todos os seus componentes e nárias de serviço público, é obrigatória a apresentação do diploma de
para cujo registro fica aberto prazo de, no mínio 30 (trinta) dias. bacharel em Ciências Econômicas, ou título de habilitação ... (vetado) ...
Cada CORECON fixa os prazos eleitorais, divulgando-os em editais respeitados os direitos dos atuais ocupantes efetivos.
pela imprensa (diário oficial do Estado e um jornal de grande circu- Parágrafo Único - A apresentação de tais documentos não dispensa a
lação), devendo as eleições se realizarem 60 (sessenta) dias antes prestação do respectivo concurso, quando este for exigido para o provimen-
da data de se expirarem os mandatos a serem renovados. Assim, to dos mencionados cargos.
na última semana de outubro da cada ano, são realizadas as elei-
Art. 4º - (Vetado)
ções para a renovação do terço.
O término do mandato dos conselheiros (efetivos e suplentes), bem Art. 5º - É facultada aos bacharéis em Ciências Econômicas a inscrição
como o do presidente e do vice-presidente, coincide sempre com o nos concursos para provimento das cadeiras de Estatística, de Economia e
ano civil. de Finanças, existentes em qualquer ramo de ensino técnico ou superior e
Qualquer que seja o economista portador do registro definitivo do nas dos cursos de ciências econômicas.
CORECON pode se candidatar a cargo eletivo de conselheiro ou Art. 6º - São criados o Conselho Federal de Economia (COFECON),
delegado-eleitor, desde que seu registro tenha sido efetuado até com sede na Capital Federal, e os Conselhos Regionais de Economia
30.06 do ano da eleição, sendo 9 (nove) membros efetivos e igual (CORECON), de acordo com o que preceitua esta Lei. São autarquias
número de suplentes a constituição mínima de cada CORECON. dotadas de personalidade jurídica de direito público.(*)

Atribuições dos Membros dos Conselhos Federal e Regionais Art. 7º - O COFECON, com sede no Distrito Federal, terá as seguintes
Os Conselheiros do COFECON e dos CORECON'S se obrigam a: atribuições:
a) participar da sessões b) relatar processo; c) integrar comissões a) contribuir para a formação de sadia mentalidade econômica através
para que forem designados; d) cumprir a legislação que disciplina o da disseminação da técnica econômica nos diversos setores da economia
exercício profissional. 2. O membro do COFECON ou CORECON nacional;
que faltar, sem prévia licença, a três sessões ordinárias consecuti- b) orientar e disciplinar o exercício da profissão de economista;
vas ou a cinco intercaladas no período de um ano, perde automati-
camente o mandato, que passa a ser exercido por qualquer conse- c) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos
lheiro suplente, através de escolha do plenário Regionais e dirimi-las;
d) organizar o seu regimento interno;
Procedimentos Operacionais
Como autarquia federal, o CORECON - através do COFECON - e) examinar e aprovar os regimentos internos dos CORECONs e modi-
está sujeito ao controle do Tribunal de Contas da União. ficar o que se tornar necessário, a fim de manter a respectiva unidade de
O sistema contábil-financeiro do CORECON obedece estritamente a ação;
um plano de contas padrão e à Lei 4.320/64, que estabelece regras f) julgar, em última instância os recursos de penalidades impostas pe-
orçamentarias para a administração pública. los CORECONs;
Administrativamente, para o COFECON e para os CORECON'S
g) promover estudos e campanhas em prol da racionalização econômi-
tem-se a seguinte estrutura decisória: a) um órgão deliberativo, ca do País;
constituído de um plenário e integrado por, no mínimo 9 (nove)
conselheiros , substituíveis por suplentes em igual número, todos h) fixar a jurisdição e o número de membros de cada Conselho Regio-
eleitos na forma da legislação em vigor; nal, considerando os respectivos recursos e a expressão numérica dos
b) um órgão executivo, a Presidência, a que se subordinam os economistas legalmente registrados em cada região; (**)
serviços criados pelo Conselho em razão de suas finalidades legais,

Legislação COFECON 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
i) elaborar o programa das atividades relativas ao dispositivo das letras c) nacionalidade e naturalidade;
"a" e "g" para sua realização por todos os Conselhos;
d) data do nascimento;
j) servir de órgão consultivo do Governo em matéria de economia pro-
fissional. e) denominação da Faculdade em que se diplomou, ou declaração de
habilitação, na forma desta Lei e respectivas datas;
Art. 8º - O Conselho Federal de Economia será constituído de, no mí-
nimo 9 (nove) membros efetivos e igual número de suplentes.(**) f) natureza do título ou dos títulos de habilitação;

§ 1º - O Presidente e o Vice-Presidente do Órgão serão escolhidos, pe- g) número de registro do CORECON;


lo Plenário, entre os membros efetivos eleitos.(**) h) fotografia de frente e impressão datiloscópica;
§ 2º - O Presidente e o Vice-Presidente, eleitos na primeira quinzena i) prazo de validade da carteira;
de dezembro, terão mandato de 1 (um) ano, permitida a reeleição, por mais
2 (dois) períodos consecutivos, condicionada sempre à duração do respec- j) número do CIC (Cartão de Identificação do Contribuinte);
tivo mandato como Conselheiro.(**) l) assinatura.
§ 3º - Para substituição de qualquer dos membros efetivos, será esco- Parágrafo Único - A expedição da carteira de identificação profissional
lhido, pelo Plenário do Conselho, um dos suplentes.(**) é sujeita a taxa de 10% (dez por cento) do maior salário mínimo vigente; o
§ 4º - Ao Presidente competirá a administração e representação legal registro de profissional a 50% (cinquenta por cento) do maior salário míni-
do órgão.(**) mo vigente; e o registro obrigatório da pessoa jurídica, organizada sob
qualquer forma para prestar serviços técnicos de economia, fica sujeito a
Art. 9º - Constitui renda do COFECON: taxa equivalente ao maior salário mínimo vigente. (*)
a) 1/5 da renda bruta de cada CORECON, com exceção das doações, Art. 16 - A carteira profissional servirá de prova para fins de exercício
legados e subvenções; profissional, de carteira de identidade e terá fé pública.
b) doações e legados; Art.17 - Os profissionais referidos nesta lei, ficam sujeitos ao pagamen-
c) subvenções do Governo. to de uma anuidade no valor de 40% (quarenta por cento) do maior salário
mínimo vigente, e as pessoas jurídicas, organizadas sob qualquer forma
Art. 10 - São atribuições dos CORECONs: para prestar serviços técnicos de economia, a anuidade no valor de 200%
(duzentos por cento) a 500% (quinhentos por cento) do maior salário míni-
a) organizar e manter o registro profissional dos economistas; mo vigente, de acordo com o capital registrado. (*)
b) fiscalizar a profissão de economista; § 1º - A anuidade será paga até 31 de março de cada ano, salvo a pri-
c) expedir as carteiras profissionais; meira que se fará no ato da inscrição ou registro.(*)

d) auxiliar o COFECON na divulgação da técnica e cumprimento do § 2º - O atraso no pagamento das anuidades acarretará multa equiva-
programa referido no art. 7º, letra "i"; lente a 5% (cinco por cento) do maior salário mínimo vigente, por trimestre
de atraso, dentro do período, e 20% (vinte por cento) sobre o valor da
e) impor penalidades, referidas nesta lei; anuidade, nos períodos subsequentes.(*)
f) elaborar o seu regimento interno para exame e aprovação pelo CO- § 3º - A comprovação do pagamento das anuidades nos CORECONs
FECON. será necessária para que seja efetivado o pagamento de salários a econo-
Art. 11 - Constitui renda dos CORECONs: mistas contratados com organizações públicas ou privadas.(*)

a) 4/5 das multas aplicadas; Art. 18 - A falta do competente registro torna ilegal e punível o exercício
da profissão de economista.
b) 4/5 da anuidade prevista no artigo 17;
Art. 19 - Os CORECONs aplicarão penalidades aos infratores dos dis-
c) 4/5 da taxa de registro facultativo de qualquer contrato, parecer ou positivos desta lei:
documento profissional, a ser fixada no regimento do COFECON;
a) multa no valor de 5% (cinco por cento) a 250% (duzentos e cinquen-
d) doações e legados; ta pôr cento) do valor da anuidade;(*)
e) subvenções dos governos. b) suspensão de um a dois anos do exercício da profissão ao profissio-
nal que, no âmbito de sua atuação profissional, for responsável, na parte
Art. 12 - O mandato dos membros do COFECON será de três anos. A
técnica, por falsidade de documentos ou pareceres dolosos que assinar;
renovação do terço far-se-á, anualmente, a partir do quarto ano da primeira
gestão. c) suspensão de seis meses a um ano ao profissional que demonstrar
incapacidade técnica no exercício da profissão, sendo-lhe facultado ampla
Art. 13 - Os membros dos órgãos regionais são eleitos da mesma for-
defesa.
ma adotada para o órgão federal.(***)
§ 1º - Provada a conivência das empresas, entidades, firmas individu-
Art. 14 - Só poderão exercer a profissão de economista os profissionais
ais, nas infrações desta Lei, pelos profissionais delas dependentes, serão
devidamente registrados nos CORECONs pelos quais será expedida a
estes também passíveis das multas previstas.
carteira profissional.
§ 2º - No caso de reincidência da mesma infração, praticada dentro do
Parágrafo Único - Serão também registrados no mesmo órgão as em-
prazo de dois anos, a multa será elevada ao dobro.
presas, entidades e escritórios que explorem, sob qualquer forma, ativida-
des técnicas de Economia e Finanças. Art. 20 - As entidades sindicais e as autarquias cooperarão com o CO-
FECON e CORECONs, na divulgação da técnica econômica e dos proces-
Art. 15 - A todo profissional devidamente registrado no CORECON será
sos de racionalização econômica do país.
expedida a respectiva carteira de identidade profissional, por esse órgão,
assinada pelo presidente, que constitui prova de identidade para todos os Art. 21 - (Vetado).
efeitos legais. A carteira de identificação profissional conterá as seguintes
indicações. (*) Art. 22 - Esta lei entrará em vigor trinta dias após sua publicação, revo-
gadas as disposições em contrário.
a) nome, por extenso, do profissional;
Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1951, 130º da Independência e 63º da
b) filiação; República.
Legislação COFECON 3 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
GETÚLIO VARGAS - E. Simões Filho - Horácio Lafer - Danton Coelho Art. 4° - Os documentos referentes à ação profissional de que trata o
artigo anterior, só terão valor jurídico quando assinados por economista
(*) Redação dada pela Lei n.º 6.021, de 03 de janeiro de 1974 devidamente registrado na forma deste Regulamento.
(**) Redação dada pela Lei n.º 6.537, de 19 de junho de 1978 Art. 5° - O Conselho Federal de Economistas Profissionais - CFEP -
(***) Vide Lei n.º 6.537, de 19 de junho de 1978 - Art. 6 o e Parágrafos mediante denúncia das autoridades judiciais ou administrativas, promoverá
a responsabilidade dos economistas, nos casos de dolo, fraude ou má fé,
Decreto nº 31.794, de 17 de novembro de 1952 adotando as providências indispensáveis à manutenção de um sadio ambi-
ente profissional, sem prejuízo de ação administrativa ou criminal que
Dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de Econo- couber.
mista, regida pela Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, e dá outras
providências. Art. 6° - Os documentos mencionados no artigo 4° poderão ser regis-
trados nos Conselhos Regionais de Economistas Profissionais - CREP - na
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o ar- forma do artigo 11, letra "c", da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951,
tigo 87, item I, da Constituição, decreta: quando houver manifesta conveniência das partes neles interessadas,
Art. 1° - Fica aprovado o Regulamento que dispõe sobre o exercício da resguardando o sigilo profissional.
profissão de Economista, anexo ao presente decreto e assinado pelo Art. 7° - É obrigatória a citação do número de registro do economista,
Ministro de Estado dos Negócios do Trabalho, Indústria e Comércio. no competente CREP, após a assinatura de qualquer trabalho mencionado
Art. 2° - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, re- neste Capítulo.
vogadas as disposições em contrário. CAPÍTULO IV
Rio de Janeiro, em 17 de novembro de 1952, 131° da Independência e Da Sociedade entre Profissionais
64° da República.
Art. 8° - As sociedades que se organizarem para a prestação de servi-
Getúlio Vargas - Segadas Viana. ços profissionais, mencionados no Capítulo anterior, só poderão ser consti-
Regulamento a que se refere o Decreto nº 31.794, de 17 de novembro tuídas por economistas devidamente registrados no competente CREP e no
de 1952 pleno gozo de seus direitos.

TÍTULO I Art. 9° - Os economistas que constituírem as sociedades de que trata


este Capítulo, responderão, individualmente, perante o CREP, pelos atos
Da Profissão de Economista praticados pelas sociedades.
CAPÍTULO I Art. 10 - As sociedades a que alude o artigo 8 o promoverão o registro
Do Economista prévio de que trata o parágrafo único do artigo 14, da Lei n.º 1.411, de 13
de agosto de 1951, ficando obrigadas a comunicar ao CREP competente,
Art. 1° - A designação profissional de economista, na conformidade do quaisquer alterações ocorridas posteriormente.
quadro de atividade e profissões apenso à Consolidação das Leis do Tra-
balho, é privativa: Art. 11 - O economista que participar de sociedade prevista neste Capí-
tulo, uma vez suspenso do exercício da profissão, por decisão do CREP,
a) dos bacharéis em Ciências Econômicas, diplomados no Brasil, de não poderá praticar ato profissional a serviço da entidade, enquanto perdu-
conformidade com as leis em vigor; rar a sua punição.
b) dos que possuem cursos regulares no estrangeiro, após a devida re- CAPÍTULO V
validação do respectivo diploma no Ministério de Educação e Saúde; e
Do Exercício Profissional
c) dos que, embora não diplomados, forem habilitados na forma deste
Regulamento. Art. 12 - Para o exercício de cargos técnicos de economia e finanças,
na administração pública, autárquica, paraestatal e de economia mista,
CAPÍTULO II inclusive bancos de que forem acionistas os Governos Federal e Estadual,
nas empresas sob intervenção ou nas concessionárias de serviço público, é
Do Campo Profissional
obrigatória a apresentação da carteira profissional a que se refere o artigo
Art. 2° - A profissão de economista, observadas as condições previstas 15, da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951.
neste Regulamento, se exerce na órbita pública e na órbita privada:
§ 1° - O disposto neste artigo não prejudica direitos já adquiridos pelos
a) nas entidades que se ocupem das questões atinentes à economia atuais ocupantes efetivos dos referidos cargos.
nacional e às economias regionais, ou a quaisquer de seus setores especí-
§ 2° - O provimento dos cargos técnicos de que trata este artigo só po-
ficos e dos meios de orientá-las ou resolvê-las através das políticas mone-
derá ser feito mediante prévia apresentação do diploma de bacharel em
tária, fiscal, comercial e social;
Ciências Econômicas ou título de habilitação, mesmo quando dependa de
b) nas unidades econômicas públicas, privadas ou mistas, cujas ativi- concurso.
dades não se relacionem com as questões de que trata a alínea anterior,
Art. 13 - Consideram-se, para os efeitos do artigo anterior, como cargos
mas envolvam matéria de economia profissional sob aspectos de organiza-
técnicos de economia e finanças, aqueles que se enquadram em quaisquer
ção e racionalização do trabalho.
das formas de atividades previstas no artigo 3° deste Regulamento.
CAPÍTULO III
Art. 14 - É facultado aos bacharéis em Ciências Econômicas a inscri-
Da Atividade Profissional ção nos concursos para provimento das cadeiras de Estatística, de Econo-
mia e Finanças, existentes em qualquer ramo do ensino técnico ou superi-
Art. 3° - A atividade profissional privativa do economista exercita-se, li- or.
beralmente ou não, por estudos, pesquisas, análises, relatórios, pareceres,
perícias, arbitragens, laudos, esquemas ou certificados sobre os assuntos Art. 15 - O exercício dos cargos e funções de que trata este Capítulo
compreendidos no seu campo profissional, inclusive por meio de planeja- será fiscalizado pelos competentes CREP, sob a supervisão do CFEP, que
mento, implantação, orientação, supervisão ou assistência dos trabalhos orientará e disciplinará o exercício da profissão de economista, em todo o
relativos às atividades econômicas ou financeiras, em empreendimentos território nacional.
públicos, privados ou mistos, ou por quaisquer outros meios que objetivem,
Art. 16 - O CFEP, por intermédio dos competentes CREP, promoverá
técnica ou cientificamente, o aumento ou a conservação do rendimento
em íntima colaboração com os órgãos de que trata o artigo 3° da Lei n.º
econômico.
1.411, de 13 de agosto de 1951, os estudos e os projetos necessários a

Legislação COFECON 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
classificação e reestruturação dos seus respectivos quadros de pessoal, tiva entidade, juntamente com a ata da assembléia por ela realizada, reves-
atendidos os interesses desses órgãos e o melhor aproveitamento profis- tidos ambos esses documentos das indispensáveis formalidades legais.(**)
sional dos economistas.
Art. 26 - Os membros do CFEP serão substituídos nos casos de faltas,
TÍTULO II impedimentos ou vacância, pelos suplentes, na ordem de votos por estes
obtidos e, em caso de número igual de votos, por aquele que for escolhido
Do Conselho Federal de Economistas Profissionais (*) em escrutínio secreto do plenário.
CAPÍTULO I Art. 27 - O membro que faltar, sem prévia licença, a três sessões ordi-
Constituição, fins, sede e foro nárias consecutivas ou a cinco intercaladas no período de um ano, perderá
automaticamente o mandato, que passará a ser exercido na forma do artigo
Art. 17 - O Conselho Federal de Economistas Profissionais - CFEP - é anterior.
constituído de 9 (nove) membros, que serão substituídos, em suas faltas e
impedimentos, por suplentes, em igual número, todos eleitos pelos repre- Parágrafo Único - O membro do Conselho que tiver necessidade de se
sentantes dos Sindicatos e das Associações Profissionais de Economistas ausentar da sede por prazo superior a trinta dias, poderá ser licenciado a
existentes no Brasil.(**) pedido, por deliberação do plenário.

Art. 18 - O CFEP tem por finalidade orientar, supervisionar, disciplinar e CAPÍTULO III
fiscalizar o exercício da profissão de economista em todo o território nacio- Da organização(***)
nal, na forma deste Regulamento, e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país. Art. 28 - O CFEP terá como órgão deliberativo, o plenário, e como ór-
gão executivo, a presidência e os que forem criados para a execução dos
Parágrafo único. Em matéria de economia profissional, o CFEP servirá serviços técnicos ou especializados, indispensáveis ao cumprimento de
de órgão de consulta do Governo. suas atribuições.
Art. 19 - O CFEP tem sede e foro no Distrito Federal. Parágrafo Único - Os serviços administrativos serão executados por
CAPÍTULO II uma secretária, com atribuições e dependências definidas no Regimento
Interno.
Do Mandato dos Membros do CFEP, das Eleições para Renovação do
Terço e das Substituições dos Conselheiros(**) Art. 29 - O CFEP poderá organizar comissões, inclusive compostas de
elementos estranhos, para a execução de determinadas tarefas ou para
Art. 20 - O mandato dos membros do CFEP será de três anos, poden- atingir fins que não justifiquem a criação de serviço permanente.
do ser renovado.
CAPÍTULO IV
Art. 21 - As eleições para renovação do terço dos membros do CFEP
serão realizadas, anualmente, a partir do quarto ano da primeira gestão, Das Atribuições(***)
pelos representantes dos Sindicatos e das Associações Profissionais de Art. 30 - São atribuições do CFEP:
Economistas existentes no Brasil, devidamente reconhecidos pelo Ministé-
rio do Trabalho, Indústria e Comércio, reunidos no Rio de Janeiro para esse a) organizar o seu regimento interno;
fim.(**)
b) promover estudos e campanhas em prol da racionalização econômi-
Parágrafo Único - A convocação para as eleições, a que se refere este ca do país;
artigo, será feita pelo CFEP, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, antes do
término do respectivo mandato.(**) c) elaborar anualmente um programa das atividades definidas neste
Regulamento, programa que servirá também de base para todos os Conse-
Art. 22 - As assembléias de Representantes Eleitores, serão realiza- lhos Regionais;
das, em primeira convocação, com a presença mínima de 2/3 (dois terços)
e, em segunda, com qualquer número de representantes, sendo instaladas d) aprovar o orçamento e suas alterações, bem como os créditos adi-
pelo presidente do CFEP e presididas por um dos seus membros.(**) cionais;

Parágrafo Único - O CFEP baixará e publicará normas para as elei- e) autorizar operações referentes às mutações patrimoniais;
ções.(**) f) criar cargos, funções, fixar vencimentos, gratificações, e, bem assim,
Art. 23 - As entidades que não credenciarem seus representantes para aprovar o regulamento de promoções e suas alterações, quando julgadas
o fim previsto no artigo 21, dentro do prazo fixado pelo CFEP, perderão o necessárias;
direito de se fazerem representar.(**) g) julgar as obras ou trabalhos previstos na alínea "b" do artigo 47 do
Art. 24 - A cada entidade de que trata o artigo 21, corresponderá o di- Capítulo - da Habilitação - após o pronunciamento da Comissão de Profes-
reito a um voto por grupo de 50 (cinquenta) ou fração maior que 25 (vinte e sores, especialmente designada;
cinco) associados do seu quadro, no pleno gozo de seus direitos estatutá- h) organizar os CREP, fixando-lhes a composição, a jurisdição e a for-
rios; o direito de voto será exercido diretamente por um ou mais represen- ma de eleição de seus membros;
tantes-eleitores, até o limite de votos a que tenha direito e entidade repre-
sentada.(**) i) examinar e aprovar os regimentos dos CREP, podendo modificá-los
no que se tornar necessário, a fim de manter-se a respectiva unidade de
§ 1° - Os representantes-eleitores terão direito de exercer o número de ação;
votos que lhes corresponder proporcionalmente, na representação da
entidade, cabendo à assembléia geral, que os eleger, atribuir os votos j) julgar, em última instância, os recursos de penalidades impostas pe-
indivisíveis aos representantes-eleitores que designar.(**) los CREP e promover a responsabilidade dos economistas nos casos
previstos no artigo 5°;
§ 2° - Em caso de impedimento ocasional de qualquer representante-
eleitor, cabe à assembléia geral eletiva do CFEP decidir sobre o exercício k) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos
dos votos ou voto, correspondentes àquele representante.(**) Regionais e dirimi-las;

Art. 25 - A verificação do número de votos de que trata o artigo 24, far- l) tomar todas as providências que julgar necessárias para (como res-
se-á mediante a apresentação à assembléia de representantes-eleitores do ponsável que é pela orientação e disciplina dos Conselhos Regionais)
CFEP, de cópia autenticada da lista de sócios em condições de votar, de manter uniformemente, em todo o país, a necessária e devida orientação
acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, e fornecida pela respec- dos referidos Conselhos;

Legislação COFECON 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
m) homologar ou não expedição dos títulos de habilitação profissional, a) organizar e manter o registro profissional do economista;
concedidos pelos CREP; e
b) fiscalizar o exercício da profissão de economista, dentro das normas
n) servir de órgão de consulta do Governo em assuntos de natureza baixadas pelo CFEP;
econômica.
c) expedir a carteira de identidade profissional;
CAPÍTULO V
d) realizar o programa de atividades elaborado pelo CFEP no sentido
Das Rendas de disseminação da técnica econômica nos diversos setores da economia
nacional promovendo estudos e campanhas em prol da racionalização
Art. 31 - Constituem rendas do CFEP: econômica do país;
a) 1/5 da renda bruta arrecadada pelos Conselhos Regionais, com ex- e) elaborar o seu regimento interno para exame e aprovação do CFEP;
ceção das doações, legados e subvenções;
f) aplicar penalidades;
b) doações e legados;
g) arrecadar as multas, anuidades, taxas e demais rendimentos, bem
c) subvenções do Governo; e como promover a distribuição das cotas previstas nos artigos 31 e 37.
d) rendimento patrimonial. CAPÍTULO III
CAPÍTULO VI Das Rendas
Do Presidente Art. 37 - Constituem rendas dos Conselhos Regionais:
Art. 32 - O presidente será eleito pelo Conselho dentre os seus mem- a) 4/5 das multas aplicadas;
bros com o mandato por um ano, podendo ser reeleito, condicionando-se
sempre a duração do período presidencial à do respectivo mandato como b) 4/5 das anuidades previstas no artigo 17, da Lei n.º 1.411, de 13 de
Conselheiro.(**) agosto de 1951;
Parágrafo Único - A eleição, a que se refere este artigo, far-se-á na c) 4/5 da taxa de registro facultativo de qualquer contrato, parecer ou
primeira sessão após a posse do terço renovado.(**) documento profissional a ser fixada pelo regimento do CFEP;
Art. 33 - Compete ao Presidente: d) doações e legados;
a) administrar e representar legalmente o CFEP; e) subvenções dos Governos; e
b) dar posse aos Conselheiros; f) rendimento patrimonial.
c) convocar e presidir as sessões do Conselho; TÍTULO IV
d) distribuir aos Conselheiros para relatar, os processos que devam ser Disposições Gerais e Transitórias
submetidos à deliberação do plenário;
CAPÍTULO I
e) constituir comissões;
Dos Conselheiros - Atribuições e Competência
f) admitir, promover, remover e dispensar servidores;
Art. 38 - Aos membros do CFEP e dos CREP incumbe:
g) delegar poderes especiais, mediante autorização do plenário do
Conselho; a) participar da sessões;

h) movimentar as contas bancárias, assinar cheques e passar recibos, b) relatar processos;


juntamente com o responsável pela tesouraria e autorizar o pagamento das c) integrar comissões para que forem designados;
despesas;
d) representar especialmente o Conselho, quando designados;
i) apresentar ao Conselho a proposta orçamentária;
e) cumprir a lei, o regulamento, o regimento interno e as resoluções do
j) apresentar ao Conselho relatório anual das atividades; Conselho.
k) acautelar os interesses do CFEP, adotando as providências que se Art. 39 - Salvo o disposto no artigo 27, o conselheiro tem todas as prer-
fizerem necessárias. rogativas que a lei, o regulamento e o regimento interno lhe confere, asse-
Art. 34 - Haverá um Vice-Presidente eleito simultaneamente e nas guradas as imunidades ao cargo.
mesmas condições do Presidente, ao qual compete substituí-lo em suas CAPÍTULO II
faltas e impedimentos.
Do Registro e da Carteira de Identidade Profissional
TÍTULO III
Art. 40 - Os profissionais a que se refere este regulamento só poderão
Dos Conselhos Regionais de Economistas Profissionais exercer legalmente a profissão, após prévio registro de seus títulos, diplo-
CAPÍTULO I mas ou certificados no órgão próprio do Ministério da Educação e Saúde, e
ser portador da carteira de identidade profissional expedida pelo respectivo
Da Organização e da Jurisdição(***) CREP, sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade.
Art. 35 - Os CREP serão organizados pelo CFEP, fixando-lhes, inclusi- Art. 41 A todo profissional devidamente registrado será fornecida uma
ve, a composição e a forma de eleição de seus membros, que deverão, carteira de identidade profissional, numerada e visada no Conselho Regio-
quando possível, ser semelhantes à sua e promovendo a instalação, nos nal respectivo, na qual constará: (*)
Estados e no Distrito Federal, de tantos desses órgãos quantos forem
julgados necessários para melhor execução deste Regulamento, podendo a) nome por extenso do profissional;
estender-se a mais de um Estado a ação de quaisquer deles.(**) b) filiação;
CAPÍTULO II c) nacionalidade e naturalidade;
Das Atribuições(**) d) data do nascimento;
Art. 36 - São atribuições dos Conselhos Regionais:

Legislação COFECON 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) denominação da Faculdade em que se diplomou, ou declaração de a) multa de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) a Cr$ 3.000,00 (três mil
habilitação na forma deste Regulamento e respectivas datas; cruzeiros) aos infratores dos dispositivos legais em vigor;(*)
f) natureza do título ou dos títulos de habilitação; b) suspensão de um a dois anos do exercício da profissão ao econo-
mista que, no âmbito de sua atuação, for responsável, na parte técnica, por
g) número de registro do CREP respectivo; falsidade de documentos ou pareceres dolosos que assinar;
h) fotografia de frente e impressão datiloscópica; e c) suspensão de seis meses a um ano ao profissional que demonstrar
i) assinatura. incapacidade técnica no exercício da profissão, sendo-lhe facultada ampla
defesa; e
Parágrafo Único - A expedição da carteira de identidade profissional é
sujeita ao pagamento da taxa de Cr$ 50,00 (cinquenta cruzeiros) ao res- d) suspensão, até um ano, do exercício da profissão ao economista
pectivo CREP.(*) que agir sem decoro ou ferir a ética profissional.

Art. 42 - A carteira de identidade profissional servirá de prova para o § 1° - Provada a conivência das empresas, entidades ou firmas indivi-
exercício da profissão, de carteira de identidade e terá fé pública.(*) duais nas infrações da lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, e dos dispo-
sitivos deste regulamento, pelos profissionais delas dependentes serão
Art. 43 - O profissional referido neste Regulamento é obrigatório a pa- estas passíveis das sanções previstas.
gar, ao respectivo CREP, uma anuidade de Cr$ 60,00 (sessenta cruzei-
ros).(*) § 2° - Nos casos de reincidência da mesma infração, praticada dentro
do prazo de dois anos, a multa será elevada ao dobro.
Art. 44 - As empresas, entidades, institutos e escritórios de que trata
este Regulamento estão sujeitos ao pagamento de uma anuidade de Cr$ Art. 50 - O CREP estabelecerá normas reguladoras para os processos
200,00 (duzentos cruzeiros).(*) de infração, prazos e interposição de recursos.

Art. 45 - As anuidades de que trata este Capítulo deverão ser pagas na CAPÍTULO V
sede dos Conselhos Regionais a que estiverem sujeitos os respectivos Da Cooperação dos Órgãos Públicos
interessados, até 31 de março de cada ano, salvo a primeira, que será
paga no ato da inscrição ou do registro.(*) Art. 51 - As entidades sindicais e as autarquias cooperarão com os
CFEP na divulgação da técnica e dos processos de racionalização econô-
Art. 46 - A carteira de identidade profissional concede ao respectivo mica do país.
portador o direito de exercer a profissão de economista no território nacio-
nal, pagos os emolumentos devidos ao CREP. Art. 52 - Para os efeitos do disposto no artigo anterior, os órgãos cita-
dos celebrarão acordos ou convênios de assistência técnica e financeira,
CAPÍTULO III tendo em vista, sobretudo, no interesse nacional, a ampliação e a intensifi-
Da Habilitação cação dos estudos e pesquisas econômicas, com melhor aproveitamento
dos economistas.
Art. 47 - Será habilitado para o exercício da profissão de economista,
segundo o que dispõe o artigo 1°, alínea "c", o profissional não diplomado Rio de Janeiro, em 17 de Novembro de 1952.
que satisfazer a qualquer um dos seguintes requisitos: Segadas Viana.
a) ter exercido, continuamente, por prazo não inferior a cinco anos, ati- (*) Vide Lei n.º 6.021, de 03.01.1974
vidades próprias do campo profissional de economista;
(**) Vide Lei n.º 6.537, de 19.06.1978
b) ser autor de obras ou trabalhos científicos, técnicos ou didáticos,
considerados de real valor pelo CFEP, e que versem sobre economia,
finanças ou organização racional do trabalho;
Lei nº 6.021, de 03 de janeiro de 1974
c) ter exercido o magistério durante mais de cinco anos, em cadeira
técnica de economia, finanças ou de organização racional do trabalho, em Altera dispositivos da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, que dis-
estabelecimentos de ensino superior, oficiais ou reconhecidos, bem como põe sobre a profissão de Economista; atualiza os valores das anuidades,
nos extintos cursos superiores, regulados e inspecionados pelo Governo taxas e multas, subordinando-as a percentuais do maior salário mínimo, e
Federal, na forma do Decreto n° 20.158, de 30 de junho de 1931; e altera a denominação dos Conselhos Federal e Regionais.
d) ter sido aprovado em concurso de provas para o magistério das ca- O Presidente da República:
deiras e dos cursos a que se refere a alínea anterior.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin-
§ 1° - A comprovação dos requisitos dispostos nas alíneas "a", "c" e te Lei:
"d", far-se-á mediante documentos expedidos sob a responsabilidade da
Art. 1º - O artigo 6º, da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, passa a
direção dos órgãos próprios, especificando detalhadamente, a natureza dos
ter a seguinte redação:
trabalhos a fim de possibilitar ao CFEP julgar a caracterização da atividade
específica em cada caso. "Art. 6º - São criados o Conselho Federal de Economia (COFECON),
com sede na Capital Federal, e os Conselhos Regionais de Economia
§ 2 o - O prazo para a habilitação de que trata este Capítulo será de
(CORECON), de acordo com o que preceitua esta Lei."
um ano, a contar da publicação do presente Regulamento, devendo a
mesma ser devidamente instruída e encaminhada pelos Conselhos Regio- Art. 2º - O artigo 15, da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, passa a
nais ao CFEP. ter a seguinte redação:
CAPÍTULO IV "Art. 15 - A todo profissional devidamente registrado no COFECON se-
rá expedida a respectiva carteira de identidade profissional por este órgão,
Das Penalidades
assinada pelo Presidente, que constitui prova de identidade para todos os
Art. 48 - A falta do competente registro torna ilegal o exercício da pro- efeitos legais. A carteira de identificação profissional conterá as seguintes
fissão de economista e punível o infrator. indicações:
Art. 49 - O CREP aplicará as seguintes penalidades aos infratores dos a) nome, por extenso, do profissional;
dispositivos da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, e do presente
b) filiação;
Regulamento:
c) nacionalidade e naturalidade;

Legislação COFECON 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d) data de nascimento; § 3º - O mandato dos Conselheiros, efetivos e suplentes, será de 3
(três) anos, renovando-se, anualmente, 1/3 (um terço) de sua composição.
e) denominação da Faculdade em que se diplomou ou declaração de
habilitação, na forma desta Lei, e respectivas datas; Art. 2º - A alínea "h" do art. 7º da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de
1951, passa a vigorar com a seguinte redação:
f) natureza do título ou dos títulos de habilitação;
"Art.7º- ............................................
g) número de registro no CORECON;
h) fixar a jurisdição e o número de membros de cada Conselho Regio-
h) fotografia de frente e impressão datiloscópica; nal, considerando os respectivos recursos e a expressão numérica dos
i) prazo de validade da carteira; Economistas legalmente registrados em cada Região".

j) número do CIC (Cartão de Identificação do Contribuinte); Art. 3º - O art. 8º e seus parágrafos da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto
de 1951, passam a vigorar com a seguinte redação:
l) assinatura.
"Art. 8º - O Conselho Federal de Economia será constituído de, no mí-
Parágrafo Único - A expedição da carteira de identificação profissional nimo, 9 (nove) membros efetivos e igual número de suplentes.
é sujeita à taxa de dez por cento do maior salário mínimo vigente; o registro
de profissional a cinquenta por cento do maior salário mínimo vigente; e o § 1º - O Presidente e o Vice-Presidente do órgão serão escolhidos, pe-
registro obrigatório da pessoa jurídica, organizada sob qualquer forma para lo Plenário, entre os membros efetivos eleitos.
prestar serviços técnicos de Economia, fica sujeito a taxa equivalente ao § 2º - O Presidente e o Vice-Presidente, eleitos na primeira quinzena
maior salário mínimo vigente". de dezembro, terão mandato de 1 (um) ano, permitida a reeleição, por mais
Art. 3º - O artigo 17, da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, passa a 2 (dois) períodos consecutivos, condicionada sempre à duração do respec-
ter a seguinte redação: tivo mandato como Conselheiro.

"Art. 17 - Os profissionais referidos nesta Lei ficam sujeitos ao paga- § 3º - Para substituição de qualquer dos membros efetivos, será esco-
mento de uma anuidade no valor de quarenta por cento do maior salário lhido, pelo Plenário do Conselho, um dos suplentes.
mínimo vigente, e as pessoas jurídicas, organizadas sob qualquer forma § 4º - Ao Presidente competirá a administração e representação legal
para prestar serviços técnicos de Economia, a anuidade no valor de duzen- do órgão".
tos por cento a quinhentos por cento do maior salário mínimo vigente, de
acordo com o capital registrado. Art. 4º - Os membros efetivos e suplentes do Conselho Federal de E-
conomia serão eleitos por Assembléia de Delegados-Eleitores, que será
§ 1º - A anuidade será paga até 31 de março de cada ano, salvo a pri- constituída de um representante de cada um dos Conselhos Regionais de
meira, que se fará no ato de inscrição ou registro. Economia, e realizada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias da data
§ 2º - O atraso no pagamento das anuidades acarretará multa equiva- em que expirarem os mandatos a serem renovados.
lente a cinco por cento do maior salário mínimo vigente, por trimestre de § 1º - Para cada Delegado-Eleitor, haverá 1 (um) suplente.
atraso, dentro do período, e vinte por cento sobre o valor da anuidade, nos
períodos subsequentes. § 2º - Os Delegados-Eleitores serão escolhidos pela forma estabeleci-
da no art. 6º.
§ 3º - A comprovação do pagamento das anuidades nos CORECON
será necessária para que seja efetivado o pagamento de salários a Econo- § 3º - Cada Delegado-Eleitor terá um número de votos estabelecido
mistas contratados por organizações públicas ou privadas". conforme os seguintes critérios:
Art. 4º - A letra "a" do artigo 19 da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de a) até o limite de 2.000 (dois mil) associados no pleno gozo de seus di-
1951, passa a ter a seguinte redação": reitos estatutários, pertencente ao quadro do respectivo Conselho Regional,
1 (um) voto para cada grupo de 100 (cem) associados, desprezadas as
"a) multa no valor de cinco por cento a duzentos e cinquenta por cento frações menores de 50 (cinquenta);
do valor da anuidade."
b) de 2001 (dois mil e um) associados em diante, mais 1 (um) voto para
Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revoga- cada grupo de 200 (duzentos) associados, nas mesmas condições da
dos os artigos 6º, 15 e 17 da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, e alínea anterior, desprezadas as frações menores de 100 (cem).
demais disposições em contrário.
Art. 5º - Os Conselhos Regionais de Economia serão constituídos de,
Brasília, 3 de janeiro de 1974, 153º da Independência e 86º da Repú- no mínimo, 9 (nove) membros efetivos e igual número de suplentes.
blica.
Art. 6º - Os membros dos Conselhos Regionais de Economia e seus
Lei nº 6.537, de 19 de junho de 1978 respectivos suplentes, bem como os Delegados-Eleitores e respectivos
suplentes, serão eleitos pelo sistema de eleição direta, através de voto
Altera dispositivos da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, que "dis-
pessoal e secreto, pelos Economistas registrados nos órgãos regionais
põe sobre a profissão de Economista".
competentes e quites com as suas anuidades.
O Presidente da República:
§ 1º - As eleições a que se referem este artigo serão feitas através de
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin- chapas registradas nos Conselhos Regionais, devidamente assinadas por
te Lei: todos os seus componentes e para cujo registro será aberto prazo de, no
mínimo, 30 (trinta) dias.
Art. 1º - O Conselho Federal de Economia - COFECON - e os Conse-
lhos Regionais de Economia - CORECON - de que trata o art. 6º da Lei n.º § 2º - Cada Conselho Regional de Economia fixará os prazos eleitorais,
1.411, de 13 de agosto de 1951, com a nova redação dada pelo art. 1º da divulgando-os em editais pela imprensa, devendo as eleições se realizarem
Lei n.º 6.021, de 3 de janeiro de 1974, são autarquias dotadas de persona- 60 (sessenta) dias antes da data em que se expirarem os mandatos a
lidade jurídica de direito público.(*) serem renovados.
§ 1º - Os Conselhos, referidos no caput deste artigo, terão autonomia § 3º - Os Sindicatos e as Associações Profissionais de Economistas,
administrativa e financeira e constituem serviço público federal, gozando os na sua área de jurisdição, poderão solicitar registro de chapas, mediante
seus bens, rendas e serviços de imunidade tributária total. requerimento assinado pelo seu respectivo Presidente.
§ 2º - Só poderão integrar, como membros efetivos ou suplentes, § 4º - O Conselho Federal de Economia baixará resolução contendo
quaisquer dos Conselhos de que trata esta Lei, os Economistas devida- instruções relativas às eleições.
mente registrados e quites com as suas anuidades.

Legislação COFECON 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 7º - O término do mandato dos Conselheiros, bem como o do Pre- 2.1 – O registro do profissional deve ser realizado no CORECON sob
sidente e do Vice-Presidente, coincidirá sempre com o do ano civil. cuja jurisdição se achar o local de sua atividade (Decreto 31.794/52, art.
40).
Art. 8º - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação.
2.2 – O registro dos profissionais denominados Analista de Relações
Art. 9º - Revogam-se as disposições em contrário. Econômicas Internacionais, mencionados no item 7 do capítulo 2.1 desta
Brasília, em 19 de junho de 1978; 157º da Independência e 90º da Re- consolidação, far-se-á segundo os mesmos procedimentos relativos ao
pública. economista, respeitados os critérios valorativos específicos listados naque-
le dispositivo.
Lei n.º 6.206, de 07 de maio de 1975
2.3 – O registro de profissional que não seja de nacionalidade brasileira
Dá valor de documento de identidade às carteiras expedidas pelos ór- depende daapresentação pelo requerente do visto permanente para es-
gãos fiscalizadores de exercício profissional, e dá outras providências. trangeiro emitido nos termos dos arts. 4º inc. IV e 16 da Lei 6815/80, por
expressa determinação do art. 98 daquela Lei.
O Presidente da República:
2.3.1 – Em nenhum caso será concedido registro ao profissional admi-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin- tido com o visto temporário (art. 13 da Lei 6815/80), uma vez que o men-
te Lei: cionado art. 98 desse diploma legal veda incondicionalmente a inscrição do
Art. 1º - É válida em todo o Território Nacional como prova de identida- estrangeiro portador de tal tipo de visto em entidade de fiscalização de
de, para qualquer efeito, a carteira emitida pelos órgãos criados por lei profissão regulamentada.
federal, controladores do exercício profissional. 3 – O registro é a inscrição do bacharel que tenha o diploma registrado
Art. 2º - Os créditos dos órgãos referidos no artigo anterior serão exigí- em órgão autorizado pelo Ministério da Educação.
veis pela ação executiva processada perante a Justiça Federal. 3.1 - O Conselho poderá efetuar o registro do bacharel graduado no ex-
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revoga- terior, observando-se o seguinte:
das as disposições em contrário. a) O diploma deverá estar registrado em órgão autorizado pelo Ministé-
Ernesto Geisel - Presidente da República rio da Educação.

Lei nº 6.839, de 30 de outubro de 1980 b) Nos casos em que o país de origem mantiver convênio ou acordo
cultural com o Brasil, o diploma deverá estar traduzido, por tradutor público
Dispõe sobre o registro de empresas nas entidades fiscalizadoras do juramentado.
exercício de profissões.
c) Quando o país de origem não tiver acordo ou convênio cultural com
O Presidente da República: o Brasil, o diploma deverá ser revalidado por instituição autorizada pelo
Ministério da Educação.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin-
te Lei: 3.2 – Na hipótese de identificar indícios de irregularidade na concessão
do diploma apresentado ou nas condições de realização do curso, o Conse-
Art. 1º - O registro de empresas e a anotação dos profissionais legal- lho que receber o pedido levantará de ofício as ocorrências e representará
mente habilitados, delas encarregadas, serão obrigatórios nas entidades diretamente às autoridades 6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas Página 2
competentes para a fiscalização do exercício das diversas profissões, em (de 32) educacionais competentes solicitando a apuração e correção das
razão da atividade básica ou em relação aquela pela qual prestem serviços irregularidades constatadas.
a terceiros.
3.2.1 – Na hipótese de que trata este subitem, o Conselho manterá a-
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. companhamento permanente do andamento e dos resultados da represen-
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário. tação formulada junto às autoridades educacionais.

Brasília, em 30 de outubro de 1980; 159º da Independência e 92º da 3.3 – Comprovada qualquer momento a ilegalidade do diploma apre-
República. sentado por qualquer economista, o conselho procederá imediatamente à
anulação do respectivo registro por falta de amparo legal para a sua con-
JOÃO FIGUEIREDO - Murilo Macedo cessão, conforme determina o art. 53 da Lei 9784/99.
CONSOLIDAÇÃO DA LEGISLAÇÃO DA PROFISSÃO DE E- 4 - PROCESSO DE REGISTRO - O processo de registro no Conselho
CONOMISTA terá início com a apresentação, pelo interessado,da seguinte documenta-
ção:
I – Requerimento de inscrição assinado pelo interessado, conforme
6.1.1 - Procedimentos de registro para pessoas físicas
modelo fixado neste capítulo;
6.1.1.1 - Registro de pessoas físicas
II – Diploma de bacharel em ciências econômicas devidamente regis-
CONSELHO FEDERAL DE ECONOMIA – REGULAMENTAÇÃO PRO- trado em órgão autorizado pelo Ministério da Educação, acompanhado do
FISSIONAL Histórico Escolar do curso respectivo (o diploma e o histórico deverão ser
apresentados em original, acompanhado de uma cópia reprográfica, que
6 – O processo de regulamentação e controle profissional será autenticada por funcionário do CORECON à vista da original, no
6.1 – Os procedimentos de registro profissional momento da apresentação, sendo os originais imediatamente devolvidos ao
requerente);
6.1.1 – Procedimentos de registro para pessoas físicas
III – Cédula de identidade civil com efeitos legais (a cédula deverá ser
6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas apresentada em original, acompanhado de uma cópia reprográfica, que
1 – O registro dos economistas habilitados ao exercício da profissão a será autenticada por funcionário do CORECON à vista da original, no
que se refere o art. 10 alínea ‘a’ da Lei 1411/51 obedecerá aos procedimen- momento da apresentação, sendo a original imediatamente devolvida ao
tos estabelecidos neste capítulo. 2 – NATUREZA DO REGISTRO - O requerente);
registro é a formalização da inscrição do candidato habilitado na forma da IV – Duas fotos iguais, tamanho 3 x 4.
Lei 1411/51 nos quadros do CORECON para fins de exercício profissional,
na forma dos arts. 1º e 14 da Lei 1411/51. V – Comprovantes de pagamentos referentes a:

Legislação COFECON 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) emolumentos de expedição da carteira de identidade profissional 9394/96, art. 46; Decreto 2306/97, arts. 14 e 15; Portaria MEC 877/97, DOU
(Capítulo 5.3.3 item 2 desta Consolidação); 31/07/97, arts. 5o e 6o § 2o), sem o que a Lei 1411/51 veda o registro.
b) duodécimos da anuidade correspondentes ao período entre a data 4.1.5.2.1 – Para o atendimento ao subitem 4.1.5.2, alínea ´b´acima, é
de requerimento do registro e o final do exercício, observado o disposto no recomendável que o CORECON mantenha relação
item 4.1.8 deste capítulo;
6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas Página 4 (de 32) atualizada dos
c) emolumentos de inscrição de pessoa física (Capítulo 5.3.3 item 2 cursos de sua jurisdição, com os respectivos Decretos de reconhecimento
desta Consolidação); (já cotejados com a publicação no Diário Oficial) e o prazo de validade dos
mesmos, de forma a efetuar a verificação de maneira mais eficiente.
VI – No caso de requerente de nacionalidade estrangeira, comprova-
ção de ostentar regularmente em seu nome o visto permanente de que 4.1.6 – Deferido o registro, o CORECON confeccionará a carteira de
tratam os arts. 4º inc. IV e 16 da Lei 6815/80 (esta comprovação é suprida identidade profissional, com os cuidados de segurança fixados nesta con-
se a identidade civil apresentada pelo requerente for aquela emitida regu- solidação, entregando-a ao interessado.
larmente a estrangeiro nestas condições, nos termos do art. 33 da Lei
6815/80) – este documento comprobatório deverá ser apresentado m 4.1.7 – Indeferido o registro, serão mantidos arquivadas no processo as
original, acompanhado de uma cópia reprográfica, que será autenticada por cópias dos documentos autenticadas pelo CORECON, notificando-se o
funcionário do CORECON à vista da original, no momento da apresenta- interessado da deliberação, com minucioso esclarecimento a respeito dos
ção, sendo a original imediatamente devolvida ao requerente. motivos do indeferimento.

4.1 - O CORECON, ao receber os documentos: 4.1.8 – O registro pode beneficiar-se de isenções nos termos do item
4.1 do Capítulo 5.3.2 desta consolidação.
4.1.1 – Imediatamente, autenticará as cópias do diploma, do histórico
escolar, da cédula de identidade civil e da comprovação de que trata o 5 - PROCESSO DE REGISTRO NA INDISPONIBILIDADE DO DIPLO-
inciso VI acima (no caso de requerente de nacionalidade estrangeira), à MA DOREQUERENTE - Caso o bacharel tenha colado grau e ainda esteja
vista do original, 6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas Página 3 (de 32) com o diploma em fase de expedição, junto a órgão autorizado pelo Minis-
mediante a aposição nas cópias dos dizeres “confere com o original”, tério da Educação, poderá requerer o registro na mesma forma do item
seguidos da assinatura e identificação do funcionário responsável, confor- anterior, atendidas as particularidades deste item 5.
me prescrito no art 5o parágrafo único do Decreto 83.936/79 (esse proce- 5.1 - A documentação a ser apresentada pelo interessado, na impossi-
dimento pode também ser realizado por delegado ou outro agente autoriza- bilidade de apresentar o diploma mencionado no inciso II do item 4 acima,
do, pelas instruções internas do CORECON, a recolher e encaminhar a deverá incluir também:
documentação do pedido de registro);
I – Certidão de Conclusão de Curso, assinada por autoridade compe-
4.1.2 - Logo após a autenticação, devolverá imediatamente a cédula de tente e com data não anterior a seis meses da data do pedido de inscrição,
identidade civil, o diploma e o histórico ao interessado (bem como a com- onde deverá constar o número do decreto de reconhecimento da Instituição
provação de visto permanente, se for o caso); e a data de colação de grau (a certidão deverá ser apresentado em original,
4.1.3 – Em seguida, autuará processo com o pedido, encaminhando-o acompanhada de uma cópia reprográfica, que será autenticada por funcio-
para conselheiro relator (determinado pela norma interna de distribuição de nário do CORECON à vista da original no momento da apresentação,
processos que fixar o CORECON), que apresentará o processo em plenária sendo a original imediatamente devolvida ao requerente);
o mais rapidamente possível para aprovação; II – Documento hábil que comprove que o requerente ainda não pôde
4.1.4 – Se constatada pelo CORECON, na entrega dos documentos receber o diploma na forma legal (o que pode constar inclusive na própria
pelo interessado, a ausência de qualquer documento listado neste subitem, certidão a que se refere o item II anterior);
esta ausência ser-lhe-á notificada formalmente por escrito, informando-lhe : III – Protocolo de requerimento do Diploma junto à instituição de ensino
a) quais os documentos ausentes; 5.1.2 – É requisito inafastável da concessão do registro nas condições
deste item 5 que o requerente comprove não dispor do diploma à data da
b) que a não-apresentação dos documentos ausentes no prazo de solicitação.
quinze dias implicará no arquivamento do processo, como determinam os
arts. 36 e 40 da Lei 9784/99. 5. 2 – OS CORECONs devem estimular a realização do registro profis-
sional dos formandos em ciências econômicas, mediante a entrega de
c) que o prazo de apresentação poderá ser estendido por mais quinze carteira profissional aos formandos nas solenidades de conclusão de curso.
dias, por solicitação do interessado com a justificativa da imprescindibilida-
de dessa prorrogação, conforme facultado pelo art. 24 parágrafo único da 5.2.1 – Para a entrega de que trata este subitem, o CORECON provi-
Lei 9784/99. denciará antecipadamente a coleta dos documentos necessários junto aos
estudantes e às instituições de ensino, e a tramitação interna do processo,
4.1.5 – A plenária examinará o atendimento dos requisitos legais e re- ainda durante o período final de curso, de forma a viabilizar a tempestiva
gulamentares fixados para o pedido, deferindo ou não o registro. aprovação do registro.
4.1.5.1 – Caso ocorra ausência de documentos não-suprida pelo inte- 5.3- O requerente terá o prazo de máximo de um ano para apresentar o
ressado, nos termos do subitem 4.1.4 anterior, o processo será arquivado diploma ao CORECON para fins de regularização da sua situação cadas-
por despacho do Presidente, que poderá delegar essa atribuição ao Geren- tral, a contar da data do pedido de registro.
te- Executivo, Secretário-Executivo ou Fiscal do Conselho.
6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas Página 5 (de 32)
4.1.5.2 – Especial atenção será prestada na comprovação da veracida-
de das informações relativas ao registro do diploma apresentado, podendo 5.3.1 – Se durante o prazo anual mencionado neste subitem 5.3 o eco-
o Relator determinar ou a fiscalização do CORECON proceder, de ofício, a nomista não tiver obtido o respectivo diploma por razões alheias à sua
diligências para: vontade, poderá requerer a prorrogação do mesmo por mais um ano.

a) confirmar a veracidade material do documento recebido, especial- 5.3.2- A prorrogação do prazo será concedida mediante a seguinte do-
mente junto ao órgão educacional responsável pelo registro do diploma por cumentação:
delegação do Ministério da Educação. I – Requerimento do interessado solicitando prorrogação do prazo para
b) confirmar a autenticidade das informações relativas ao reconheci- apresentação do diploma, conforme modelo fixado neste capítulo;.
mento do curso, devendo a fiscalização do CORECON, de ofício, cotejar a II – Certidão da instituição de ensino que comprove ter o economista
informação do Decreto de reconhecimento do curso com a publicação solicitado a expedição do diploma e que informe as razões de ainda não ter
respectiva no Diário Oficial, de forma a assegurar o cumprimento da exi- sido expedido o referido documento (datada de no máximo um mês antes
gência da legislação educacional de que o curso seja reconhecido (Lei do pedido de renovação do registro);.

Legislação COFECON 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5.3.3 – A prorrogação do prazo de apresentação do diploma tramitará no mínimo dois meses antes do vencimento do prazo para apresentação,
da mesma forma que o pedido do registro, ressalvados os seguintes pon- informando-lhes de tal condição e da necessidade de apresentação do
tos: 5.3.3.1 – O relator e a Plenária cuidarão essencialmente de verificar e diploma ou da solicitação de prorrogação do prazo na forma do subitem 5.3
atestar, no processo, a ocorrência de fatores alheios à vontade do reque- deste capítulo.
rente que tenham impedido o recebimento do diploma por parte do mesmo,
após concluídas todas as providências que a este cabiam. 6.4 – Os detentores do antigo “Registro Provisório” que ainda estiverem
dentro do respectivo prazo anual de validade manterão as prerrogativas
5.3.3.2 - O impedimento a que se refere o item anterior refere-se a fato- profissionais e a carteira de identidade até o fim do respectivo prazo.
res documentais ou burocráticos que obstem a emissão de diploma a curso
regularmente concluído na forma da legislação educacional. Uma vez 6.4.1 – Quando do fim do prazo de validade dos antigos “Registros
constatado nos autos que o requerente está legalmente impossibilitado de Provisórios”, os seus detentores deverão solicitar necessariamente o regis-
ser considerado bacharel em ciências econômicas, por qualquer motivo tro nos termos do item 4 deste capítulo, sendo-lhes dispensada a apresen-
relacionado à legislação educacional, deverá o registro ser cancelado de tação dos documentos que já tiverem apresentado ao Conselho quando do
ofício, na forma do subitem 3.3 deste capítulo. pedido de registro provisório.

5.3.3.4 – A certidão de que trata o subitem 5.3.2 inc. II acima será man- 6.4.1.1 – O economista detentor do antigo “Registro Provisório” vencido
tida no processo em original. que não solicitar o registro nos termos deste subitem 6.1.1 ou solicitar o
cancelamento será considerado inadimplente com suas obrigações junto ao
5.3.4 – Presentes, em caráter excepcional, os motivos de impedimento Conselho, e como tal será objeto das ações de fiscalização pertinentes.
da concessão do diploma, nos termos definidos nos subitens 5.3.1 e 5.3.2
acima, poderá o prazo para apresentação do diploma ser renovado por 6.4.4.2 – Os CORECONS promoverão, obrigatoriamente, comunicação
mais de uma vez. amigável junto aos economistas detentor do antigo “Registro Provisório”, no
mínimo dois meses antes do vencimento do registro provisórios respectivo,
6 – COMPROVAÇÃO DA POSSE DO DIPLOMA NOS PROCESSOS informando-lhes de tal condição e solicitando a adoção das medidas pres-
DE REGISTRO QUE NÃO TIVEREM SIDO INICIADOS COM A APRE- critas neste subitem antes do fim do prazo de vigência do registro provisó-
SENTAÇÃO DO DIPLOMA – A qualquer momento, dentro do prazo conce- rio.
dido nos termos do item 5 acima, poderá o economista apresentar o diplo-
ma ao Conselho para fins de regularização do respectivo cadastro. 6.4.2 – É vedado em qualquer caso a renovação dos antigos “Registros
Provisórios”, devendo os seus detentores que eventualmente ainda não
6.1 – O processo de comprovação da posse do diploma inicia-se com a dispuserem do diploma solicitarem o registro nos termos do item 5 deste
apresentação do mesmo pelo economista do Diploma de bacharel em capítulo.
ciências econômicas devidamente registrado em órgão autorizado pelo
Ministério da Educação, acompanhado do Histórico Escolar do curso res- 6.4.3 – Não mais subsiste a figura do antigo “Registros Provisórios”,
pectivo (o diploma e o histórico deverão ser apresentados em original, sendo portanto absolutamente vedada a concessão de novos registros a
acompanhado de uma cópia reprográfica, que será autenticada por funcio- esse título. 7 –REGISTRO REMIDO - Ao economista do sexo masculino
nário do CORECON à vista da original, no momento da apresentação, que conte com idade superior
sendo os originais imediatamente devolvidos ao requerente); a 65 (sessenta e cinco) anos e à economista do sexo feminino que con-
6.1.1 - O CORECON, ao receber o documento: te com idade superior a 60 (sessenta) anos, regularmente inscrito e quite
com as anuidades, poderá ser concedido o Registro Remido, como isenção
6.1.1.1 – Imediatamente, autenticará a cópias do diploma e do histórico concedida nos termos do art. 176 do Código Tributário Nacional.
escolar, à vista do original, mediante a aposição nas cópias dos dizeres
“confere com o original”, seguidos da assinatura e identificação do funcio- Parágrafo Único – A partir de 1º de Janeiro de 2010, o item 7 – RE-
nário responsável, conforme prescrito no art 5o parágrafo único do Decreto GISTRO REMIDO passará a vigorar com a seguinte redação:
83.936/79 (esse procedimento pode também ser realizado por delegado ou “7 – REGISTRO REMIDO - Ao economista do sexo masculino que con-
outro agente autorizado, pelas instruções internas do CORECON, a reco- te com idade superior a 70 (setenta) anos e à economista do sexo feminino
lher e encaminhar a documentação do pedido de registro); que conte com idade superior a 65 (sessenta e cinco) anos, regularmente
6.1.1.2 - Logo após a autenticação, devolverá imediatamente o diploma inscrito e quites com as anuidades, poderá ser concedido o Registro Remi-
e o histórico ao interessado; do, como isenção concedida nos termos do art. 176 do Código Tributário
Nacional.” (Resolução 1.812/2009)
6.1.2 – Em seguida, autuará processo com o pedido, encaminhando-o
para conselheiro relator (determinado pela norma interna de distribuição de 7.1 - O Registro Remido e será concedido pelo Plenário do CORECON
processos que fixar o CORECON), que apresentará o processo em plenária ao economista interessado, mediante requerimento;
o mais rapidamente possível para aprovação; 7.2 - Somente poderá desfrutar do benefício, o profissional que atender
6.1.3 – A plenária examinará o atendimento do requisito legal de apre- às condições básicas acima listadas, bem como a todos os seguintes
sentação do diploma, declarando na Deliberação daí decorrente se o ca- requisitos:
dastro do interessado foi ou não regularizado. a) for, ou ter sido, detentor de registro em um ou mais Conselhos Regi-
6.1.3.2 – Especial atenção será prestada na comprovação da veracida- onais de Economia, por no mínimo 15 (quinze) anos, consecutivos ou
de das informações relativas ao registro do diploma apresentado, aplican- alternados;
do-se as verificações e critérios constantes do subitem 4.1.5.2 acima. b) não ter desaprovadas contas suas no exercício de administração
6.2 – O economista que tiver sido registrado sem a apresentação do sindical profissional ou de entidade de fiscalização do exercício da profis-
diploma, nos termos do item 5 deste capítulo, e que não o apresentar até o são;
fim do prazo deferido pelo CORECON, será considerado inadimplente com c) não estar cumprindo sanção disciplinar imposta pelo órgão fiscaliza-
suas obrigações junto ao Conselho, e como tal será objeto das ações de dor do exercício profissional, ou tê-la cumprido há mais de 1 (um) ano;
fiscalização pertinentes.
7.3 – A condição de regularidade com as anuidades considerar-se-á
6.2.1 - Uma vez constatado pelo CORECON que o requerente está le- atendida, para efeitos da concessão do Registro Remido, se o economista
galmente impossibilitado de ser considerado bacharel em ciências econô- mantiver acordo para parcelamento de dívida junto ao CORECON, na
micas, por qualquer motivo relacionado à legislação educacional, ou ainda forma regulamentada nesta consolidação.
diante da recusa ou omissão na apresentação do diploma, deverá o registro
ser cancelado de ofício, na forma do subitem 3.3 deste capítulo. 7.4 - O Registro Remido tem como único atributo desobrigar o profis-
sional do pagamento das anuidades posteriores à sua concessão, manten-
6.3 – Os CORECONS promoverão, obrigatoriamente, comunicação a- do-se inalterados os demais direitos, deveres e disciplina desses economis-
migável junto aos economistas registrados sem apresentação do diploma, tas.

Legislação COFECON 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
7.5 - O Conselho Regional de Economia enviará obrigatoriamente, a I) pelo prazo máximo de 1 (um) ano, prorrogável por igual período, para
cada ano, comunicação individual a todos os economistas neles registrados o caso de afastamento por desemprego mencionado no inciso I do item 8.2
que reúnam as condições para requererem o registro remido, informando- acima;
os dessa possibilidade 7.5.1 - A comunicação de que trata este subitem 7.5
far-se-á mediante carta registrada com aviso de recebimento, cujo compro- II) pelo prazo fixado pelo INSS para o afastamento integral do trabalho
vante será juntado ao dossiê do economista no CORECON. com percepção de Auxílio-doença, para o caso do previdenciário com a
percepção de Auxílio-doença mencionado no inciso I do item 8.2 acima.
7.5.2 – O não cumprimento do disposto no subitem 7.5.1 anterior impli-
ca na não-exigibilidade das anuidades posteriores. 8.2.2 – Decorrido o prazo pelo qual foi concedida a suspensão, o re-
querente fica obrigado a comprovar a permanência da situação de desem-
8 – CANCELAMENTO E SUSPENSÃO DO REGISTRO - O comprova- prego ou de afastamento previdenciário para obter a prorrogação.
do não-exercício da profissão permite ao economista regularmente inscrito
requerer a suspensão do registro (se o não-exercício for temporário) ou o 8.2.3 – O exercício de qualquer atividade profissional antes do término
seu cancelamento (se o não-exercício presumir-se definitivo), nos termos do prazo fixado no deferimento da suspensão implica na automática reati-
deste item. Em qualquer caso, o único fundamento para a manutenção ou vação do registro e, por conseguinte, na normal exigibilidade das anuidades
dispensa do registro é o exercício ou não da profissão, nos termos do art. a partir da data de retorno.
14 da Lei 1411/51. 8.2.4 – Ressalvado o disposto no subitem 8.2.3 acima, a suspensão do
8.1 – Poderá ser concedida suspensão do registro nos casos de au- registro desobriga o profissional do pagamento das anuidades relativas ao
sência do país em viagem de trabalho ou complementação de estudos, período pelo qual foi deferida.
durante o tempo do período de ausência no exterior; 8.2.5 – No último dia do período concedido, ocorre automática reativa-
8.1.1 – A suspensão devida a ausência do país será concedida pelo ção do registro e, por conseguinte, a normal incidência das anuidades a
prazo de ausência no exterior, pelo prazo máximo de 2 (dois) anos, prorro- partir dessa data.
gáveis por igual período. 8.2.6 - O requerimento solicitando a suspensão do registro ou a sua
8.1.2 – Decorrido o prazo pelo qual foi concedida a suspensão, o re- prorrogação deverá ser acompanhado de:
querente fica obrigado a comprovar a permanência da situação de ausência a) documentos que comprovem inequivocamente:
para obter a prorrogação.
I) a situação de desemprego do profissional, evidenciando tanto as cir-
8.1.3 – O retorno ao país antes do prazo fixado no deferimento da sus- cunstâncias da perda da atividade profissional anterior (termo de rescisão
pensão implica na automática reativação do registro e, por conseguinte, na de contrato de trabalho, cópia da página da Carteira de Trabalho e Previ-
normal exigibilidade das anuidades a partir da data de retorno, cabendo dência Social relativa ao último contrato de trabalho e da página imediata-
ainda ao economista informar dessa ocorrência ao CORECON. mente posterior; publicação do ato de exoneração de cargo público; encer-
8.1.4 – Ressalvado o disposto no subitem 8.1.3 acima, a suspensão do ramento de empresa ou baixa de registro fiscal de profissional liberal ou
registro desobriga o profissional do pagamento das anuidades vincendas autônomo, etc.) quanto as fontes de rendimentos do requerente no período
relativas ao período pelo qual foi deferida a suspensão. em que requer a suspensão; ou

8.1.5 – No último dia do período concedido, ocorre automática reativa- II) cópia do ato de concessão do benefício de Auxílio-Doença concedi-
ção do registro e, por conseguinte, a normal incidência das anuidades a do pelo INSS, indicando expressamente o afastamento integral das ativida-
partir dessa data. des laborativas por período igual ou superior a 180 dias.

8.1.6 - O requerimento solicitando a suspensão do registro deverá ser b) em qualquer caso, declaração firmada pelo requerente de que tem
acompanhado dos documentos que comprovem as situações acima descri- conhecimento das condições fixadas pela presente regulamentação para a
tas, sendo de exclusiva competência do Plenário do Conselho Regional o concessão do benefício, e obrigando-se, sob pena de falsidade, a comuni-
julgamento desses pedidos. car imediatamente ao CORECON a retomada de qualquer tipo de atividade
profissional que venha a empreender.
8.1.7 - O profissional com o registro suspenso, não poderá votar nem
ser eleito nas eleições do Sistema COFECON/CORECONs, durante o 8.2.7 - É de exclusiva competência do Plenário do Conselho Regional o
período de ausência do país. julgamento desses pedidos, cabendo ao relator e ao colegiado deixar
assente no processo respectivo quais são os elementos dos autos que
8.1.7.1 – Quaisquer certidões emitidas durante o período de suspen- comprovam, a seu juízo:
são, deverão conter ressalva informando a interrupção do exercício profis-
sional e o período correspondente. I) a efetiva ocorrência de desemprego e não-exercício de qualquer ati-
vidade profissional, de qualquer tipo ou natureza, por parte do requerente;
8.1.8 – A condição de inadimplência com as anuidades não obsta a ou II) a comprovada concessão de afastamento integral das atividades
concessão da suspensão, se comprovados os pressupostos exigidos para laborais por decisão do INSS por período igual ou superior a cento e oitenta
o seu deferimento, sem prejuízo do prosseguimento por parte do CORE- dias, com a percepção do Auxíliodoença.
CON
8.2.7.1 – Não dão ensejo à suspensão do registro outros benefícios
das ações administrativas e judiciais impostas por lei que visem ao re- previdenciários (inclusive em função de enfermidade ou acidente) que não
cebimento dos valores devidos pelo economista requerente. impliquem no afastamento integral do beneficiário, ou causem apenas
afastamento parcial ou restrições específicas ao exercício do trabalho.
8.2 – Poderá ser concedida suspensão do registro nos casos de com-
provado não exercício temporário da profissão, que se caracteriza pelas 8.2.8 – A retomada de atividades profissionais, ainda que alheias à pro-
situações de: I) comprovado desemprego e não-exercício de qualquer fissão de economista, implica no encerramento imediato da suspensão do
atividade profissional, de qualquer tipo ou natureza, por parte do economis- registro por desemprego e não-exercício de qualquer atividade profissional
ta requerente, ou ou por afastamento integral do trabalho com percepção de Auxílio-doença,
somente podendo o interessado liberar-se posteriormente da obrigatorieda-
II) afastamento integral das atividades laborativas por motivo de doen- de do registro e da consequente exigibilidade mediante processo regular de
ça com a percepção, pelo economista requerente, de Auxílio-doença previ- cancelamento (se ocorrerem os seus pressupostos).
denciário a cargo do INSS, nos termos da Lei nº 8.213/91 e demais normas
previdenciárias pertinentes, desde que o período de afastamento concedido 8.2.9 - O profissional com o registro suspenso por motivo de desem-
seja igual ou superior a cento e oitenta dias. prego e não-exercício de qualquer atividade profissional ou por afastamento
integral do trabalho com percepção de Auxílio-doença não poderá votar
8.2.1 – A suspensão de que trata este item 8.2 será concedida: nem ser eleito nas eleições do Sistema COFECON/CORECONs, durante o
período de ausência do país.

Legislação COFECON 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8.2.9.1 – Não serão emitidas quaisquer certidões durante o período de rente no sentido de não ter sido informado do débito quando do pedido de
suspensão do registro por desemprego e não-exercício de qualquer ativi- cancelamento.
dade profissional ou por afastamento integral do trabalho com percepção
de Auxílio-doença. 8.3.3.4 – Caso o CORECON identifique no recebimento do pedido a
ausência de quaisquer dos documentos necessários à concessão de can-
8.2.10 – A condição de inadimplência com as anuidades não obsta a celamento, deverá, antes de submeter o pedido à deliberação plenária,
concessão da suspensão de que trata este item 8.2, se comprovados os notificar ao requerente por meio de carta registrada com Aviso de Recebi-
pressupostos exigidos para o seu deferimento, sem prejuízo do prossegui- mento:
mento por parte do CORECON das ações administrativas e judiciais impos-
tas por lei que visem ao recebimento dos valores devidos pelo economista a) quais os documentos ausentes e o fundamento legal da exigência;
requerente. b) que a não-apresentação dos documentos ausentes no prazo de
8.3 – O não-exercício da profissão que se presuma permanente poderá quinze dias implicará no arquivamento do processo, como determinam os
ensejar o cancelamento do registro do profissional. arts. 36 e 40 da Lei 9784/99.

8.3.1 – Presumem-se não-exercício permanente da profissão as se- c) que o prazo de apresentação poderá ser estendido por mais quinze
guintes situações: dias, por solicitação do interessado com a justificativa da imprescindibilida-
de dessa prorrogação, conforme facultado pelo art. 24 parágrafo único da
I – falecimento; Lei 9784/99.
II – aposentadoria; 8.3.3.4.1 – Quando o CORECON identificar, em pedido de cancela-
mento a ele formulado, os pressupostos para concessão da suspensão de
III – exercício em caráter permanente, exclusivo e comprovado de outra que trata o subitem 8.2 deste capítulo, deverá , antes de submeter o pedido
atividade cujo conteúdo ocupacional não seja inerente ou privativo à profis- à deliberação plenária, notificar por meio de carta registrada com Aviso de
são de economista; Recebimento ao requerente da possibilidade de requerer a suspensão.
8.3.2 – A presunção do não-exercício permanente em função de apo- 8.3.4 – É de exclusiva competência do Plenário do Conselho Regional
sentadoria de que trata o inciso II acima é relativa, podendo ser afastada a o julgamento desses pedidos, cabendo ao relator e ao colegiado verificar,
qualquer momento se o Conselho dispuser da quaisquer informações essencialmente, a ocorrência dos pressupostos de fato citados nos incisos
objetivas sobre o exercício de atividades incluídas no campo profissional do do item 8.3.1.
economista por parte do aposentado.
8.3.4.1 – No caso de falecimento, o Plenário poderá delegar ao Presi-
8.3.3 – Os pedidos de cancelamento serão processados a pedido do dente o deferimento do cancelamento, ”ad referendum” do colegiado, sendo
interessado, mediante a apresentação de: suficiente a comprovação documental do óbito nos autos.
a) Requerimento de cancelamento assinado pelo interessado, confor- 8.3.4.2 – No caso de aposentadoria, o relator e o colegiado deverão ve-
me modelo fixado neste capítulo; rificar a comprovação documental da aposentadoria, por instrumento hábil
b) Carteira de identidade profissional expedida pelo CORECON, para emitido pela instituição previdenciária a que esteja afiliado o requerente,
sua retenção; bem como a data da respectiva concessão.

c) Documentos suficientes à comprovação do não exercício da profis- 8.3.4.3 – No caso de exercício de outra profissão, caberá ao interessa-
são; do demonstrar nos autos, por documentação hábil, qual é sua atividade
profissional na data da solicitação do cancelamento (a partir da descrição
d) Pagamento da taxa de cancelamento de registro de pessoa física das tarefas concretas que executa em seu posto de trabalho). Caberá
prevista no item 2 do Capítulo 5.3.3 desta Consolidação; então ao relator e ao colegiado comparar tais tarefas com aquelas descritas
e) para aqueles economistas que tenham tido o registro concedido pelo nesta consolidação como inerentes ou privativas à função de economista.
CORECON ou para ele transferido em data anterior a 27 de setembro de Caso exista coincidência entre o conteúdo ocupacional do cargo, emprego
2006 (data de publicação da Resolução COFECON ou atividade com o de economista, não será concedido o cancelamento.
Caso não haja qualquer correlação entre as atividades concretas do reque-
1771/2006 no Diário Oficial da União), é obrigatória a apresentação do rente de cancelamento e aquelas compreendidas no campo profissional do
original do diploma de bacharel em economia para efeitos de averbação do economista, conceder-se-á o cancelamento.
cancelamento (que consiste na anulação do carimbo relativo ao registro
efetuado no verso do mesmo diploma), uma vez que até aquela data o 8.3.4.3.1 – Quando o profissional exerça atividade com vínculo empre-
registro era anotado pelo Conselho no próprio diploma. gatício, considera-se documentação hábil para comprovação da atual
atividade, cumulativamente:
8.3.3.1 – No caso de falecimento, será suficiente constar nos autos có-
pia do atestado de óbito do economista. I) a comprovação do vínculo empregatício mantido:

8.3.3.2 – Nos demais casos, entende-se por “Documentos suficientes à a) cópia da Carteira de Trabalho e Previdência Social, onde conste o
comprovação do não exercício da profissão” aqueles por meios dos quais o atual contrato de trabalho; ou
requerente comprove a ocorrência de sua aposentadoria (mediante docu- b) no caso de servidor público não-celetista, cópia da Portaria de no-
mentos oficiais de concessão) ou comprove qual é a atividade profissional meação para o cargo e do último contracheque;
que exerce no momento do pedido de cancelamento e qual é o conteúdo
concreto das tarefas que nela desempenha. II) a demonstração das tarefas efetivamente desempenhadas no exer-
cício do cargo:
8.3.3.3 – Ao receber a solicitação de cancelamento do economista, o
CORECON fará, imediatamente, pesquisa nos sistemas cadastrais para a) declaração destinada ao CORECON, em papel timbrado da institui-
identificar a ocorrência de débitos vencidos. Em caso positivo, elaborará ção empregadora, informando as atividades desempenhadas pelo profis-
também imediatamente a “Notificação de existência de débitos em pedidos sional no cargo ou emprego; ou
de cancelamento e suspensão” constante no Anexo I deste capítulo, co- b) alternativamente, o encaminhamento ao CORECON, por parte da
lhendo a assinatura de próprio punho do economista no campo “ciente”. instituição empregadora, de cópias dos planos de cargos e salários, planos
8.3.3.3.1 – Sendo o pedido formulado sem a presença física do eco- de carreiras ou equivalentes, que definam as atividades desempenhadas
nomista, ou recusando-se este a assinar a notificação apresentada pelo pelo profissional no cargo ou emprego (no caso de planos ou normativos
CORECON, ser-lhe-á enviada a notificação com Aviso de Recebimento, publicados no Diário Oficial, é suficiente a cópia da publicação).
nos termos do art. 26 §§ 1º, inciso V, e 3º e do art. 28, todos da Lei
9874/99, com a finalidade de descaracterizar eventual alegação do reque-

Legislação COFECON 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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8.3.4.4 – Na avaliação prevista no subitem anterior, ter-se-á o cuidado mando ao profissional que o registro será cancelado de ofício pelo Conse-
de verificar se a atividade alegada pelo requerente de cancelamento é lho num prazo não inferior a cinco dias úteis da referida publicação.
exercida por ele em caráter permanente e exclusivo.
8.5.2 – É requisito essencial de regularidade do cancelamento de ofício
8.3.5 – Em qualquer caso, o CORECON deverá promover todas as dili- que todas as precondições estabelecidas no subitem 8.5.1 acima estejam
gências que se fizerem necessárias para completa comprovação e apura- comprovadas documentalmente no processo de cancelamento respectivo.
ção dos fatos alegados, inclusive através de sua Fiscalização.
8.5.2.1 - O CORECON poderá, adicionalmente, realizar outras tentati-
8.3.6 – A retomada de atividades profissionais inerentes ou privativas à vas de localizar diretamente o profissional, sem prejuízo da observância
profissão de economista implica na imediata exigibilidade de reativação do obrigatória das providências das alíneas do item 8.5.1 acima:
registro mediante novo pedido de registro.
I) pesquisa em listas telefônicas e páginas de busca na Internet;
8.3.7 – A condição de inadimplência com as anuidades não obsta a
concessão do cancelamento, se comprovados os pressupostos exigidos II) correspondência com Aviso de Recebimento para o endereço mais
para o seu deferimento, sem prejuízo do prosseguimento por parte do atualizado que estiver disponível;
CORECON III) diligências ´in loco´ por parte de agentes do Conselho
das ações administrativas e judiciais impostas por lei que visem ao re- 8.5.3 – O CORECON que realizar cancelamento de ofício de registro
cebimento dos valores devidos pelo economista requerente. (Precedente: deverá informar desse fato ao COFECON, até noventa dias após o encer-
TRF 1a Região, 1a Turma, Remessa Ex-officio 1996.01.341030/GO, DJU ramento do processo, indicando-lhe os nomes e números dos profissionais
09/08/1999) que tenham tido os registros cancelados, encaminhando cópia da publica-
8.3.8 – Nos pedidos de cancelamento de registro, poderá ser reconhe- ção no Diário Oficial.
cida isenção de débitos, nas hipóteses e sob as condições fixadas no 8.5.3.1 – É dispensada a homologação desses atos pelo COFECON,
capítulo podendo no entanto o Conselho Federal solicitar os esclarecimentos e
5.3.2 desta consolidação. realizar as verificações que considerar necessárias em relação aos proce-
dimentos adotados pelo Regional.
8.3.8.1 – O recohecimento de isenção de débitos será objeto de reque-
rimento próprio, anexo ao requerimento de cancelamento, 8.5.3.2 – A comunicação dos cancelamentos de ofício realizados pelo
CORECON deverá ser acompanhada da cópia das publicações de que
conforme modelo fixado no capítulo 5.3.2 desta consolidação. trata a alínea ‘d’ do subitem 8.5.1.
8.4 – Aplicam-se à tramitação dos casos de suspensão e cancelamento 8.5.4 – Os CORECONs definidos como pequenos nos termos do item
de registro os mesmos procedimentos internos do pedido de registro, 18.3 do Capítulo 6.4 desta consolidação, poderão preparar o processo de
obedecidas as disposições deste item 8 e ressalvados ainda os seguintes saneamento de cadastro, instruindo-o com a comprovação documental de
pontos: todos os elementos previstos no subitem 8.5.1 alíneas ‘a’, ‘b’e ‘c’, envian-
do-o ao COFECON para que o Conselho Federal promova as publicações
8.4.1 – É facultado ao Relator, a qualquer tempo, submeter os autos a de que trata a alínea ‘d’ do citado subitem 8.5.1.
consulta da assessoria jurídica do Conselho, formulando quesitos precisos
e específicos para os quais necessite de orientação de caráter legal. 8.5.4.1 – Os processos enviados pelos CORECONs que não contive-
rem os documentos previstos neste subitem 8.5.3 serão devolvidos para a
8.4.2 – Em caso de indeferimento do pedido de cancelamento, o CO- sua inclusáo.
RECON notificará o economista, fazendo constar no ofício de notificação
minucioso esclarecimento quando aos motivos do indeferimento. 8.5.4.2 – O COFECON promoverá a publicação em conjunto, anual-
mente, dos cancelamentos de todos os CORECONs que enviarem proces-
8.4.3 – Na situação prevista no subitem 8.3.3 alínea ´e´ deste capítu- sos nos termos deste subitem 8.5.3, devolvendo os referidos processos
lo(necessidade de entrega do original do diploma para averbação), o origi- com cópias das publicações.
nal do diploma de diplomas será devolvido ao economista imediatamente
após a deliberação sobre o pedido de cancelamento pelo CORECON. 8.5.4.3 – Recebido de volta o processo, com a cópia das publicações
realizadas pelo COFECON, o CORECON procederá ao cancelamento de
8.5 – CANCELAMENTO DE OFÍCIO - SANEAMENTO DE CADASTRO ofício dos registros envolvidos.
– É facultado ao CORECON efetuar de ofício o cancelamento do registro,
quando constatadas circunstâncias que façam presumir o falecimento ou 9 – EXERCÍCIO TEMPORÁRIO EM OUTRA JURISDIÇÃO - O profis-
ausência do economista e, por conseguinte, a inexistência do pressuposto sional que pretender exercer sua atividade, temporariamente, em qualquer
fático do registro nos termos do art. 14 ´caput´ da Lei 1411/51. Região que não a do registro de origem, deverá comunicar o fato ao CO-
RECON da nova jurisdição, informando endereço, número do registro e o
8.5.1 – Para que seja procedido o cancelamento de ofício do registro CORECON de origem, e o período de permanência na jurisdição.
de um profissional, devem ser atendidas cumulativa e simultaneamente as
seguintes precondições: 9.1 – O CORECON que estiver sendo comunicado fará a anotação e
informará o CORECON que mantêm o registro do economista.
a) o profissional deve ter tido o seu Cadastro de Pessoa Física cance-
lado pela Secretaria da Receita Federal; 10 – TRANSFERÊNCIA DO REGISTRO - O economista que tiver mu-
dado de local permanente de suas atividades, para região sob jurisdição de
b) o profissional deve ter, segundo os registros do CORECON, idade Conselho diverso daquele em que se encontra registrado, deverá requerer
presumida superior a 65 anos; diretamente ao Conselho de sua nova jurisdição, a transferência de seu
c) o profissional deve estar em situação de inadimplência para com registro original.
oCORECON; 10.1- A transferência do registro será concedida mediante a seguinte
d) o CORECON deve ter procedido a pelo menos duas notificações documentação:
formais no Diário Oficial em que publiquem seus atos oficiais, nela indican- I - Requerimento do interessado solicitando a transferência de seu re-
do nome e número de registro do profissional, nas seguintes condições: gistro;
d.1) a primeira notificação fixando ao profissional prazo não inferior a II – Carteira de identidade profissional expedida pelo Conselho de ori-
cinco dias úteis para o seu comparecimento à sede do COFECON ou suas gem, em original;
Delegacias com o objetivo de atualizarem seus dados cadastrais;
III - Duas fotos iguais, tamanho 3 x 4.
d.2) a segunda notificação, transcorrido o prazo concedido ao profis-
sional na primeira publicação e não tendo o mesmo se apresentado, infor- IV - Comprovantes do recolhimento:

Legislação COFECON 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) dos emolumentos referentes à expedição de carteira de identidade a) nome, por extenso, do profissional;
prevista no item 2 do Capítulo 5.3.3 desta Consolidação;
b) filiação;
b) dos débitos vencidos junto ao Conselho de origem, se houver, ob-
servadas as disposições deste subitem; c) nacionalidade e naturalidade;

c) da anuidade devida para o período em curso, se não quitada. d) data do nascimento;

10.2 – A transferência do registro tramitará da mesma forma que o pe- e) denominação da Faculdade e data em que se diplomou na forma da
dido inicial de registro, ressalvados os seguintes pontos: Lei 1411/51;

10.2.1 – O Conselho de destino deverá diligenciar junto ao de ori- f) número de registro do CORECON;
gem,registrando o resultado da medida nos autos do processo, antes da g) fotografia de frente e impressão datiloscópica;
distribuição a relator, com o fim obter:
h) prazo de validade da carteira;
a) informação sobre a existência de débitos vencidos de responsabili-
dade do interessado; i) número do CIC (Cartão de Identificação do Contribuinte);

b) cópia do diploma de bacharel em economia do interessado constan- j) assinatura.


te dos arquivos do CORECON de origem. 12.3 – Quanto da implantação dos processos de certificação profissio-
10.2.2 – A ocorrência de débitos vencidos junto ao Conselho de origem nal de que trata o Capítulo 4.3 desta Consolidação, as carteiras de identi-
não impedirá a transferência, devendo o interessado ser notificado formal- dade profissional dos profissionais certificados conterão indicação da
mente desta situação e da circunstância de estar em curso processo de respectiva certificação, nos termos do art. 15, alínea ´f´, da Lei 1411/51.
execução dos mesmos, ressaltando-lhe os benefícios da regularização 13 – As carteiras de identidade profissional emitidas para os economis-
imediata no momento da transferência. tas registrados (inclusive o registro remido) serão confeccionadas pelo
10.2.3 – É facultado ao economista quitar junto ao Conselho de destino COFECON segundo modelo unificado (Anexo II deste capítulo), em papel
os débitos que mantinha no Conselho de origem, sendo o valor de tais especial com marca d'água, talho doce, tinta reagente e numeradas se-
débitos uma receita do Conselho de origem a ser-lhe imediatamente trans- quencialmente.
ferida, na forma do item 11.3 do Capítulo 5.3.2 desta Consolidação. 13.1 - Permanecem válidas as carteiras anteriormente emitidas e em
10.2.4 - Efetuada a transferência, deverá o Conselho, em prazo não poder dos economistas, respeitados os seus respectivos prazos de valida-
superior a 15 (quinze) dias, contados da data do registro: de.

10.2.4.1 - solicitar à região de origem o cancelamento da inscrição; 13.2 - Os Conselhos Regionais de Economia deverão manter registro
específico com o controle da numeração das carteiras expedidas, existente
10.2.4.2 – informar à região de origem os recebimentos que tenham si- no verso dos impressos, comunicando ao Conselho Federal de Economia,
do efetuados em função de débitos vencidos. semestralmente, os números das
10.2.5 – O Conselho de origem deverá providenciar a imediata execu- carteiras inutilizadas.
ção do saldo dos débitos vencidos do economista transferido, descontando
do valor a executar as parcelas eventualmente pagas ao Conselho de 13.3 - Quando emitir segunda ou subsequentes vias da carteira de i-
destino. dentidade, o CORECON. reproduzirá fielmente o original, acrescentando-
lhe a nova data da expedição.
10.2.6 – A carteira de identidade original do Conselho de origem será
inutilizada pelo CORECON de destino e ficará retida no processo, não 13.4 - Mediante solicitação dos CORECONs, será efetuada a remessa
sendo devolvida ao requerente. dos modelos.

11 – CONSTITUIÇÃO DE NOVO CORECON - A constituição de novo 13.4.1 – O fornecimento dos modelos de carteira de identidade será
CORECON por desmembramento ou fusão implicará em transferência ressarcido pelos CORECONs ao COFECON, mediante depósito prévio da
automática do registro para o novo Conselho, devendo ser minimizadas as quantia relativa ao preço de custo de cada quantidade fornecida.
exigências ou custos desse procedimento para os economistas. 13.4.2 – O preço de custo do modelo corresponderá estritamente ao
11.1 –. Quando da instalação de novo Conselho por desmembramento preço unitário pago pelo COFECON à Casa da Moeda ou outro fornecedor
ou fusão de outros, será automática a transferência do registro, cumprindo gráfico por cada documento de identidade.
ao CORECON de origem remeter toda a documentação pertinente - pro- 13.4.3 – Excetuam-se da obrigatoriedade de ressarcimento prevista no
cessos de registro, fichas de cadastro, fichas de controle financeiro, etc. - subitem 13.5.1 apenas aqueles CORECONs que detiverem em seus qua-
acompanha de relação descritiva em 2 (duas) vias, uma das quais, após dros menos de 1000 (mil) economistas em condições de voto nos termos
conferida e achada conforme, deverá ser restituídaao Conselho de origem. do item 1.1 do Capítulo 6.4 desta Consolidação.
11.2 – Nos casos previstos neste item, é vedada a cobrança de quais- 14 – As carteiras de identidade profissional emitidas para o registro dos
quer emolumentos dos profissionais em função da transferência dos regis- profissionais denominados Analista de Relações Econômicas Internacio-
tros. nais, mencionados no sub-item 2.2 deste capítulo, serão confeccionadas
11.3 – O Conselho instalado sucede o Conselho de origem na titulari- pelo COFECON segundo modelo unificado (Anexo III deste capítulo), em
dade das receitas devidas pelos economistas transferidos, inclusive os papel especial com marca d'água, talho doce, tinta reagente e numeradas
débitos vencidos. sequencialmente.

12 – CARTEIRA DE IDENTIDADE PROFISSIONAL - A todo profissio- 15 – MODELOS DE REQUERIMENTOS - Os requerimentos padroni-


nal devidamente registrado será expedida pelo CORECON a respectiva zados a que se refere este capítulo seguirão os modelos em contidos no
carteira de identidade profissional, assinada pelo presidente. (Lei 1411/51, Anexo I.
art. 15). 15.1 – Os CORECONs são autorizados a acrescentar elementos aos
12.1 - A carteira profissional emitida pelo CORECON servirá de prova modelos padronizados, na medida de sua conveniência interna, mantido o
para fins de exercício profissional, de carteira de identidade para todos os conteúdo aqui definido.
efeitos e terá fé pública. (Lei 1411/51, arts. 15 e 16; Lei 6206/75, art. 1o). 15.2 – Serão acolhidos e examinados quaisquer outros elementos e a-
12.2 - A carteira de identificação profissional conterá as seguintes indi- legações apresentados pelos interessados em acréscimo aos requerimen-
cações (Lei 1411/51, art. 15): tos padronizados.

Legislação COFECON 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d. ( ) A anuidade será paga até 31 de março de cada ano, salvo a primeira,
PROVA SIMULADA que se fará no ato de inscrição ou registro.
e. ( X ) A anuidade será paga até 31 de janeiro de cada ano, salvo a primei-
1. A carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do ra, que se fará no ato de inscrição ou registro.
exercício profissional, de acordo com a Lei no 6.206, de 07 de maio de
1975: Responda às questões de 7 a 15, de acordo com a Lei Federal no 6.537,
a. ( ) Não substitui o documento de identidade (RG). de 19 de junho de 1978.
b. ( X ) É válida em todo o Território Nacional como prova de identidade,
para qualquer efeito. 7. O Conselho Federal de Economia (COFECON) e os Conselhos Regio-
c. ( ) É válida apenas como documento de regularidade profissional. nais de Economia (CORECON) são:
d. ( ) É válida em todo o Território Nacional como prova de identidade, para a. ( ) fundações dotadas de personalidade jurídica de direito público.
efeitos determinados. b. ( ) fundações dotadas de personalidade jurídica de direito público.
e. ( ) É válida em todo o Território Nacional para efeito de regularidade c. ( ) autarquias dotadas de personalidade jurídica de direito privado.
funcional, mas não como prova de identidade. d. ( X ) autarquias dotadas de personalidade jurídica de direito público.
e. ( ) sociedades anônimas dotadas de personalidade jurídica de direito
2. A Lei no 1.411, que dispõe sobre a profissão de Economista, foi sancio- público.
nada por:
a. ( ) João Goulart 8. Os bens, rendas e serviços dos Conselhos Regionais de Economia
b. ( ) Nereu Ramos gozam de:
c. ( ) Janio Quadros a. ( ) anistia tributária.
d. ( X ) Getulio Vargas b. ( ) imunidade tributária parcial.
e. ( ) Juscelino Kubitschek c. ( X ) imunidade tributária total.
d. ( ) isenção tributária parcial.
Responda às questões de 3 a 6, de acordo com a Lei Federal no 6.021, de e. ( ) isenção tributária total.
3 de janeiro de 1974.
9. Complete as lacunas:
3. Da carteira de identificação profissional do Economista não constará a “O mandato dos Conselheiros, efetivos e suplentes, será de................ anos,
seguinte indicação: renovando-se, anualmente,............. de sua composição.
a. ( X ) Estado civil. Assinale a alternativa que preenche correta e sequencialmente as lacunas
b. ( ) Assinatura. do texto.
c. ( ) Fotografia de frente e impressão datiloscópica. a. ( ) 2 – 1/5
d. ( ) Denominação da Faculdade em que se diplomou. b. ( ) 2 – 1/3
e. ( ) Número do CIC (Cartão de Identificação do Contribuinte). c. ( ) 3 – 1/5
d. ( X ) 3 – 1/3
4. Complete as lacunas: e. ( ) 4 – 1/2
A expedição da carteira de identificação profissional é sujeita à taxa de
............. por cento do maior salário-mínimo vigente e o registro do profissio- 10. O Conselho Federal de Economia será constituído por membros efeti-
nal a ..................... por cento do maior salário mínimo vos e suplentes, em número de:
vigente. a. ( ) sete.
Assinale a alternativa que preenche correta e sequencialmente as lacunas b. ( X ) nove.
do texto. c. ( ) onze.
a. ( ) dez – quarenta d. ( ) doze.
b. ( X ) dez – cinquenta e. ( ) quinze.
c. ( ) vinte – trinta
d. ( ) vinte – cinquenta 11. O Presidente e o Vice-Presidente do Conselho Federal serão escolhi-
e. ( ) trinta – vinte dos:
a. ( ) Pela Junta eleitoral.
5. A anuidade devida por pessoas jurídicas organizadas sob qualquer b. ( ) Por eleição direta nacional.
forma, para prestar serviços técnicos de Economia, corresponderá ao valor c. ( ) Pelo Presidente da República.
de: d. ( ) Pela maioria dos Conselhos Regionais
a. ( ) Cem por cento a duzentos por cento do maior salário-mínimo vigente, e. ( X ) Pelo Plenário, entre os membros efetivos
de acordo com o capital registrado.
b. ( ) Cem por cento a duzentos por cento do maior salário-mínimo vigente, 12. Complete as lacunas:
independente do capital registrado. O Presidente e o Vice-Presidente do Conselho Federal, eleitos na primeira
c. ( X ) Duzentos por cento a quinhentos por cento do maior salário-mínimo quinzena de dezembro, terão mandato ............de ano, permitida a reelei-
vigente, de acordo com o capital registrado. ção, por mais ............ períodos consecutivos, condicionados sempre à
d. ( ) Duzentos por cento a quinhentos por cento do maior salário-mínimo duração do respectivo mandato como Conselheiro.
vigente, independente do capital registrado. Assinale a alternativa que preenche correta e sequencialmente as lacunas
e. ( ) Duzentos por cento a quatrocentos por cento do maior salário-mínimo do texto.
vigente, independente do capital registrado. a. ( X ) 1 – 2
b. ( ) 1 – 3
6. Assinale a alternativa incorreta: c. ( ) 2 – 1
a. ( ) O atraso no pagamento das anuidades acarretará multa equivalente a d. ( ) 2 – 2
cinco por cento do maior salário-mínimo vigente, por trimestre de atraso, e. ( ) 2 – 3
dentro do período, e vinte por cento sobre o valor da anuidade, nos perío-
dos subsequentes. 13. Os membros efetivos e suplentes do Conselho Federal de Economia
b. ( ) A comprovação do pagamento das anuidades nos CORECON, será serão eleitos por:
necessária para que seja efetivado o pagamento de salários a Economistas a. ( ) Indicação da Diretoria
contratados por organizações públicas ou privadas. b. ( ) Eleição direta nacional
c. ( ) Os profissionais Economistas ficam sujeitos ao pagamento de uma c. ( X ) Assembléia de Delegados-Eleitores
anuidade no valor de quarenta por cento do maior salário-mínimo vigente. d. ( ) Assembléia de presidentes regionais
e. ( ) Delegados nomeados pela presidência

Legislação COFECON 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

14. Os membros do Conselho Regional de Economia serão eleitos:


a. ( ) Por nomeação do Conselho Federal.
b. ( ) Por escolha do próprio Conselho Regional
c. ( ) Entre os membros suplentes do Conselho.
d. ( ) Pelo sistema de eleição indireta, entre os presidentes dos conselhos
municipais.
e. ( X ) Pelo sistema de eleição direta entre os economistas registrados nos
órgãos regionais competentes e quites com as suas anuidades.

15. O término do mandato dos Conselheiros, bem como o do Presidente e


o do Vice-Presidente, coincidirá sempre:
a. ( X ) Com o do ano civil.
b. ( ) Com o que dispuser o regimento eleitoral.
c. ( ) Com a data de aprovação da Lei de diretrizes orçamentárias.
d. ( ) Com a data de aprovação da Lei do orçamento anual.
e. ( ) Com a data de eleição do novo Conselho.

RESPOSTAS
01. B 11. E
02. D 12. A
03. A 13. C
04. B 14. E
05. C 15. A
06. E 16.
07. D 17.
08. C 18.
09. D 19.
10. B 20.

Legislação COFECON 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
quatro anos renovável por mais quatro, assim como acontece com

ATUALIDADES os Prefeitos. Tanto os estados quanto os municípios têm apenas uma casa
parlamentar: no nível estadual os deputados estaduais são eleitos para 4
anos na Assembleia Legislativa e no nível municipal, os vereadores são
Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas eleitos para a Câmara Municipal para igual período.
áreas, tais como: desenvolvimento sustentável, ecolo-
gia, tecnologia, energia, política, economia, sociedade, Poder Judiciário
relações internacionais, educação, segurança e artes e Finalmente, há o Poder Judiciário , cuja instância máxima é o Supremo
literatura e suas vinculações históricas. Tribunal Federal , responsável por interpretar a Constituição Federal e
composto de onze Ministros indicados pelo Presidente sob referendo do
Senado, dentre indIvÍduos de renomado saber jurídico. A composição dos
O Brasil é uma república federal presidencialista, de ministros do STF não é completamente renovada a cada mandato
regime democrático-representativo. Em nível federal, o poder executivo é presidencial: o presidente somente indica um novo ministro quando um
exercido pelo Presidente. É uma república porque o Chefe de Estado é deles se aposenta ou vem a falecer.
eletivo e temporário. O Estado brasileiro é uma federação pois é composto
de estados dotados de autonomia política garantida pela Constituição Economia
Federal e do poder de promulgar suas próprias Constituições. É uma
república presidencial porque as funções de chefe de Estado e chefe de A economia do Brasil tem um mercado livre e exportador. Com
governo estão reunidas em um único órgão: o Presidente da República. É um PIB nominal de 2,48 trilhões de dólares (4,14 trilhões de reais), foi
uma democracia representativa porque o povo dificilmente exerce sua classificada como a sexta maior economia do mundo em 2011, segundo
soberania, apenas elegendo o chefe do poder executivo e os seus o FMI (considerando o PIB de 2,09 trilhões de dólares, para 2010) , ou a
representantes nos órgãos legislativos, como também diretamente, sétima, de acordo com o Banco Mundial (também considerando um PIB de
mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. Isso acontece 2.09 trilhões de dólares em 2010) e o World Factbook da CIA (estimando o
raramente, o que não caracteriza uma democracia representativa. PIB de 2011 em 2,28 trilhões de dólares). É a segunda maior do continente
americano, atrás apenas dos Estados Unidos.
Indicadores
A economia brasileira tem apresentado um crescimento consistente e,
De acordo com o Índice de Democracia, compilado pela revista segundo o banco de investimento Goldman Sachs, deve tornar-se a quarta
britânica The Economist, o Brasil possui desempenho elevado nos quesitos maior do mundo por volta de 2050.
pluralismo no processo eleitoral (nota 9,5) e liberdades civis (nota 9,1). O
país possui nota acima da média em funcionalidade do governo (nota O Brasil é uma das chamadas potências emergentes: é o "B" do
grupo BRICS. É membro de diversas organizações econômicas, como
7,5). No entanto, possui desempenho inferior nos quesitos participação
política (nota 5,0) e cultura política (nota 4,3). O desempenho do Brasil em o Mercosul, a UNASUL, o G8+5, o G20 e o Grupo de Cairns. Tem centenas
participação política é comparável ao de Malauí e Uganda, considerados de parceiros comerciais, e cerca de 60% das exportações do país referem-
"regimes híbridos", enquanto o desempenho em cultura política é se a produtos manufaturados e semimanufaturados. Os principais parceiros
comparável ao de Cuba, considerado um regime autoritário.No entanto, a comerciais do Brasil em 2008 foram:Mercosul e América Latina (25,9% do
média geral do país (nota 7,1) é inferior somente à do Uruguai (nota 8,1) e comércio), União Europeia (23,4%), Ásia (18,9%), Estados Unidos (14,0%)
do Chile (nota 7,6) na América do Sul. Dentre os BRIC, apenas e outros (17,8%).
a Índia (nota 7,2) possui desempenho melhor. De fato, em relação aos Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil foi o país que mais
BRIC, a revista já havia elogiado a democracia do país anteriormente, aumentou sua competitividade em 2009, ganhando oito posições entre
afirmando que "em alguns aspectos, o Brasil é o mais estável dos BRIC. outros países, superando a Rússia pela primeira vez e fechando
Diferentemente da China e da Rússia, é uma democracia genuína; parcialmente a diferença de competitividade com a Índia e
diferentemente da Índia, não possui nenhum conflito sério com seus a China, economias BRIC . Importantes passos dados desde a década de
vizinhos". 1990 para a sustentabilidade fiscal, bem como as medidas tomadas para
O Brasil é percebido como o 75º país menos corrupto do mundo, liberalizar e abrir a economia, impulsionaram significativamente os
perdendo para Romênia, Grécia, Macedônia e Bulgária por apenas um fundamentos do país em matéria de competitividade, proporcionando um
décimo. O país está empatado com os países sul-americanos da Colômbia, melhor ambiente para o desenvolvimento do setor privado.
do Peru e do Suriname, e ganha da Argentina (106°), da Bolívia (120°), O país dispõe de setor tecnológico sofisticado e desenvolve projetos
da Guiana (126°), do Equador (146°), do Paraguai (154°) e que vão desde submarinos a aeronaves (a Embraer é a terceira maior
da Venezuela (162°) na região. O Brasil ainda está em situação melhor que empresa fabricante de aviões no mundo). O Brasil também está envolvido
todos os outros países do BRIC. A China se encontra 80º lugar, a Índia em na pesquisa espacial. Possui um centro de lançamento de satélites e foi o
84° e a Rússia em 146°. único país do Hemisfério Sul a integrar a equipe responsável pela
Organização construção do Estação Espacial Internacional (EEI).[25] É também o
pioneiro na introdução, em sua matriz energética, de um biocombustível – o
O Estado brasileiro é dividido primordialmente em três esferas de etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.Em 2008, a Petrobrás criou a
poder: o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O chefe do Poder subsidiária, a Petrobrás Biocombustível, que tem como objetivo principal a
Executivo é o presidente da República, eleito pelo voto direto para um produção de biodiesel e etanol, a partir de fontes renováveis,
mandato de quatro anos, renovável por mais quatro. Na esfera estadual o como biomassa e produtos agrícolas.
Executivo é exercido pelos governadores dos estados; e na esfera
municipal pelos prefeitos. O Poder Legislativo é composto, em âmbito História
federal, pelo Congresso Nacional, sendo este bicameral: dividido entre Quando os exploradores portugueses chegaram no século XV,
a Câmara dos Deputados e o Senado. Para a Câmara, são eleitos as tribos indígenas do Brasil totalizavam cerca de 2,5 milhões de pessoas,
os deputados federais para dividirem as cadeiras em uma razão de modo a que praticamente viviam de maneira inalterada desde a Idade da Pedra. Da
respeitar ao máximo as diferenças entre as vinte e sete Unidades da colonização portuguesa do Brasil (1500-1822) até o final dos anos 1930, os
Federação, para um período de quatro anos. Já no Senado, cada estado é elementos de mercado da economia brasileira basearam-se na produção
representado por 3 senadores para um mandato de oito anos cada. Em de produtos primários para exportação. Dentro do Império Português, o
âmbito estadual, o Legislativo é exercido pelas Assembléias Legislativas Brasil era uma colônia submetida a uma política imperial mercantil, que
Estaduais; e em âmbito municipal, pelas Câmaras Municipais. tinha três principais grandes ciclos de produção econômica - o açúcar,
Unidades federativas o ouro e, a partir do início do século XIX, o café. A economia do Brasil foi
fortemente dependente do trabalho escravizado Africano até o final do
O Brasil possui vinte e seis estados e um Distrito Federal, indissolúveis, século XIX (cerca de 3 milhões de escravos africanos importados no total).
cada qual com um Governador eleito pelo voto direto para um mandato de Desde então, o Brasil viveu um período de crescimento econômico e

Atualidades 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
demográfico forte, acompanhado de imigração em massa da Com o Programa de Reforma Agrária, por outro lado, o objetivo do país
Europa (principalmente Portugal, Itália, Espanha e Alemanha) até os anos é dar vida e condições adequadas de trabalho para mais de um milhão de
1930. Na América, os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá e famílias que vivem em áreas distribuídas pelo governo federal, uma
a Argentina (em ordem decrescente) foram os países que receberam a iniciativa capaz de gerar dois milhões de empregos. Através de parcerias,
maioria dos imigrantes. No caso do Brasil, as estatísticas mostram que 4,5 políticas públicas e parcerias internacionais, o governo está trabalhando
milhões de pessoas emigraram para o país entre 1882 e 1934. para garantir infra-estrutura para os assentamentos, a exemplo de escolas
e estabelecimentos de saúde. A ideia é que o acesso à terra represente
Atualmente, com uma população de 190 milhões e recursos apenas o primeiro passo para a implementação de um programa de
naturais abundantes, o Brasil é um dos dez maiores mercados do mundo, reforma da qualidade da terra.
produzindo 35 milhões de toneladas de aço, 26 milhões de toneladas de
cimento, 3,5 milhões de aparelhos de televisão e 5 milhões de geladeiras. Mais de 600 000 km² de terras são divididas em cerca de cinco mil
Além disso, cerca de 70 milhões de metros cúbicos de petróleo estão domínios da propriedade rural, uma área agrícola atualmente com três
sendo processados anualmente em combustíveis, lubrificantes, fronteiras: a região Centro-Oeste (cerrado), a região Norte (área de
gás propano e uma ampla gama de mais de cem produtos petroquímicos. transição) e de partes da região Nordeste (semiárido). Na vanguarda das
Além disso, o Brasil tem pelo menos 161.500 quilômetros de estradas culturas de grãos, que produzem mais de 110 milhões de toneladas/ano, é
pavimentadas e mais de 108.000 megawatts de capacidade instalada a de soja, produzindo 50 milhões de toneladas.
de energia elétrica.
Na pecuária bovina de sensibilização do setor, o "boi verde", que é
Seu PIB real per capita ultrapassou US$ 8.000 em 2008, devido à forte criado em pastagens, em uma dieta de feno e sais minerais, conquistou
e continuada valorização do real, pela primeira vez nesta década. Suas mercados na Ásia, Europa e nas Américas, particularmente depois do
contas do setor industrial respondem por três quintos da produção industrial período de susto causado pela "doença da vaca louca". O Brasil possui o
da economia latino-americana. O desenvolvimento científico e maior rebanho bovino do mundo, com 198 milhões de cabeças,
tecnológico do país é um atrativo para o investimento direto estrangeiro, responsável pelas exportações superando a marca de US$ 1 bilhão/ano.
que teve uma média de US$ 30 bilhões por ano nos últimos anos, em
comparação com apenas US$ 2 bilhões/ano na década Pioneiro e líder na fabricação de celulose de madeira de fibra-curta, o
passada,evidenciando um crescimento notável. O setor agrícola, também Brasil também tem alcançado resultados positivos no setor de embalagens,
tem sido notavelmente dinâmico: há duas décadas esse setor tem mantido em que é o quinto maior produtor mundial. No mercado externo, responde
Brasil entre os países com maior produtividade em áreas relacionadas ao por 25% das exportações mundiais de açúcar bruto e açúcar refinado, é o
setor rural. O setor agrícola e o setor de mineração também líder mundial nas exportações de soja e é responsável por 80% do suco de
apoiaram superávits comerciais que permitiram ganhos cambiais maciços e laranja do planeta e, desde 2003, teve o maior números de vendas de
pagamentos da dívida externa. carne de frango, entre os que lidam no setor.

Com um grau de desigualdade ainda grande, a economia brasileira Indústria


tornou-se uma das maiores do mundo. De acordo com a lista de bilionários O Brasil tem o segundo maior parque industrial na América.
da revista Forbes de 2011, o Brasil é o oitavo país do mundo em número de Contabilizando 28,5% do PIB do país, as diversas indústrias brasileiras
bilionários, à frente inclusive do Japão, com um número bastante superior variam
aos dos demais países latino americanos. de automóveis, aço e petroquímicos até computadores, aeronaves e bens
Componentes da economia de consumo duráveis. Com o aumento da estabilidade econômica fornecido
pelo Plano Real, as empresas brasileiras e multinacionais têm investido
O setor de serviços responde pela maior parte do PIB, com 66,8%, pesadamente em novos equipamentos e tecnologia, uma grande parte dos
seguido pelo setor industrial, com 29,7% (estimativa para 2007), enquanto quais foi comprado de empresas estadunidenses.
a agricultura representa 3,5% (2008 est). A força de trabalho brasileira é
estimada em 100,77 milhões, dos quais 10% são ocupados na agricultura, O Brasil possui também um diversificado e relativamente
19% no setor da indústria e 71% no setor de serviços. sofisticado setor de serviços. Durante a década de 1990, o setor
bancário representou 16% do PIB. Apesar de sofrer uma grande
Agricultura e produção de alimentos reformulação, a indústria de serviços financeiros do Brasil oferece às
empresas locais uma vasta gama de produtos e está atraindo inúmeros
O desempenho da agricultura brasileira põe o agronegócio em uma novos operadores, incluindo empresas financeiras estadunidenses. A Bolsa
posição de destaque em termos de saldo comercial do Brasil, apesar das de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo está passando por um
barreiras alfandegárias e das políticas de subsídios adotadas por processo de consolidação e o setor de resseguros, anteriormente
alguns países desenvolvidos. Em 2010, segundo a OMC o país foi o monopolista, está sendo aberto a empresas de terceiros.
terceiro maior exportador agrícola do mundo, atrás apenas de Estados
Unidos e da União Europeia. Em 31 de Dezembro de 2007, havia cerca de 21.304.000 linhas
de banda larga no Brasil. Mais de 75% das linhas de banda larga via DSL e
No espaço de cinquenta e cinco anos (de 1950 a 2005), a população 10% através de modem por cabo.
brasileira passou de aproximadamente 52 milhões para cerca de 185
milhões de indivíduos, ou seja, um crescimento demográfico médio de 2% As reservas de recursos minerais são extensas. Grandes reservas
ao ano. A fim de atender a essa demanda, uma autêntica revolução de ferro e manganês são importantes fontes de matérias-primas industriais
verde teve lugar, permitindo que o país criasse e expandisse seu complexo e receitas de exportação. Depósitos
setor de agronegócio. No entanto, a expansão da fronteira agrícola se deu de níquel, estanho, cromita, urânio, bauxita, berílio, cobre, chumbo,tungstên
à custa de grandes danos ao meio ambiente, destacando-se io, zinco, ouro, nióbio e outros minerais são explorados. Alta qualidade de
o desmatamento de grandes áreas da Amazônia, sobretudo nas últimas cozimento de carvão de grau exigido na indústria siderúrgica está em falta.
quatro décadas. O Brasil possui extensas reservas de terras raras, minerais essenciais à
indústria de alta tecnologia. De acordo com a Associação Mundial do Aço, o
A importância dada ao produtor rural tem lugar na forma do Plano da Brasil é um dos maiores produtores de aço do mundo, tendo estado sempre
Agricultura e Pecuária e através de outro programa especial voltado para entre os dez primeiros nos últimos anos.
a agricultura familiar (Pronaf), que garantem o financiamento de
equipamentos e da cultura, incentivando o uso de novas tecnologias e pelo O Brasil, juntamente com o México, tem estado na vanguarda do
zoneamento agrícola. Com relação à agricultura familiar, mais de 800 mil fenômeno das multinacionais latino-americanas, que, graças à tecnologia
habitantes das zonas rurais são auxiliados pelo crédito e por programas de superior e organização, têm virado sucesso mundial.
pesquisa e extensão rural, notadamente através da Embrapa. A linha Essas multinacionais têm feito essa transição, investindo maciçamente
especial de crédito para mulheres e jovens agricultores visa estimular o no exterior, na região e fora dela, e assim realizando uma parcela crescente
espírito empreendedor e a inovação. de suas receitas a nível internacional. O Brasil também é pioneiro nos
campos da pesquisa de petróleo em águas profundas, de onde 73% de
suas reservas são extraídas. De acordo com estatísticas do governo, o

Atualidades 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Brasil foi o primeiro país capitalista a reunir as dez maiores empresas avaliação das normas e regulamentos. Entre as principais medidas
montadoras de automóvel em seu território nacional. tomadas para estimular a economia estão a redução de até 30% do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o investimento de US$ 8
Maiores companhias bilhões em frotas de transporte rodoviário de cargas, melhorando assim a
Em 2012, 33 empresas brasileiras foram incluídas na Forbes Global logística de distribuição. Recursos adicionais garantem a propagação de
2000 - uma classificação anual das principais 2000 companhias em todo o telecentros de negócios e informações.
mundo pela revista Forbes. A implementação de uma política industrial, tecnológica e de comércio
Energia exterior, por sua vez, resultou em investimentos de US$ 19,5 bilhões em
setores específicos, como softwares e
O governo brasileiro empreendeu um ambicioso programa para reduzir semicondutores, farmacêutica e medicamentos e no setor de bens de
a dependência do petróleo importado. As importações eram responsáveis capital.
por mais de 70% das necessidades de petróleo do país, mas o Brasil se
tornou autossuficiente em petróleo em 2006. O Brasil é um dos principais Renda
produtores mundiais de energia hidrelétrica, com capacidade atual de cerca O salário mínimo fixado para o ano de 2011 é de R$ 545,00 por
de 108.000 megawatts. Hidrelétricas existentes fornecem 80% da mês, totalizando R$ 7.085,00 ao ano (incluindo o 13º salário). O PIB per
eletricidade do país. Dois grandes projetos hidrelétricos, a 15.900 capita do país em 2010 foi de R$ 19.016,00.Um estudo da Fundação
megawatts de Itaipu, no rio Paraná (a maior represa do mundo) e Getúlio Vargas, com base em dados do IBGE, elaborou uma lista das
da barragem de Tucuruí no Pará, no norte do Brasil, estão em operação. O profissões mais bem pagas do Brasil em 2007. Os valores podem variar
primeiro reator nuclear comercial do Brasil, Angra I, localizado perto do Rio muito de acordo com o estado da federação em que o profissional vive. As
de Janeiro, está em operação há mais de 10 anos. Angra II foi concluído carreiras de Direito, Administração e Medicina ficaram entre as mais bem
em 2002 e está em operação também. Angra III tem a sua inauguração pagas, seguidas por algumas Engenharias.
prevista para 2014. Os três reatores terão uma capacidade combinada de
9.000 megawatts quando concluídos. O governo também planeja construir Infraestrutura
mais 17 centrais nucleares até ao ano de 2020.
Educação
Situação econômica
A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
Somente em 1808, mais de trezentos anos depois de ser descoberto cional (LDB) determinam que o Governo Federal, os Estados, o Distrito
por Portugal, é que o Brasil obteve uma autorização do governo Federal e os municípios devem gerir e organizar seus respectivos sistemas
português para estabelecer as primeiras fábricas. de ensino. Cada um desses sistemas educacionais públicos é responsável
por sua própria manutenção, que gere fundos, bem como os mecanismos e
No século XXI, o Brasil é uma das dez maiores economias do mundo. fontes de recursos financeiros. A nova constituição reserva 25% do orça-
Se, pelo menos até meados do século XX, a pauta de suas exportações era mento do Estado e 18% de impostos federais e taxas municipais para
basicamente constituída de matérias-primas e alimentos, como o açúcar, a educação.
borracha e ouro, hoje 84% das exportações se constituem de produtos
manufaturados e semimanufaturados. Segundo dados do IBGE, em 2011, a taxa de literária da população
brasileira foi de 90,4%, significando que 13 milhões (9,6% da população) de
O período de grande transformação econômica e crescimento ocorreu pessoas ainda são analfabetas no país; já o analfabetismo funcional atingiu
entre 1875 e 1975. 21,6% da população. O analfabetismo é mais elevado no Nordeste, on-
Nos anos 2000, a produção interna aumentou 32,3% . de 19,9% da população é analfabeta. Ainda segundo o PNAD, o percentual
O agronegócio (agricultura e pecuária) cresceu 47%, ou 3,6% ao ano, de pessoas na escola, em 2007, foi de 97% na faixa etária de 6 a 14 anos e
sendo o setor mais dinâmico - mesmo depois de ter resistido às crises de 82,1% entre pessoas de 15 a 17 anos, enquanto o tempo médio total de
internacionais, que exigiram uma constante adaptação da economia estudo entre os que têm mais de 10 anos foi, em média, de 6,9 anos.
brasileira. O ensino superior começa com a graduação ou cursos sequenciais,
A posição em termos de transparência do Brasil no ranking que podem oferecer opções de especialização em diferentes carreiras
internacional é a 75ª de acordo com a Transparência Internacional. É igual acadêmicas ou profissionais. Dependendo de escolha, os estudantes
à posição da Colômbia, do Peru e do Suriname. podem melhorar seus antecedentes educativos com cursos de pós-
graduação Stricto Sensu ou Lato Sensu. Para frequentar uma instituição
Controle e reforma de ensino superior, é obrigatório, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
Entre as medidas recentemente adotadas a fim de equilibrar a ção, concluir todos os níveis de ensino adequados às necessidades de
economia, o Brasil realizou reformas para a sua segurança social e para os todos os estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio, desde que o
sistemas fiscais. Essas mudanças trouxeram consigo um acréscimo aluno não seja portador de nenhuma deficiência, seja e-
notável: a Lei de Responsabilidade Fiscal, que controla as despesas la física, mental, visual ou auditiva.
públicas dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal. Ao mesmo Ciência e tecnologia
tempo, os investimentos foram feitos no sentido da eficiência da
administração e políticas foram criadas para incentivar as exportações, a A produção científica brasileira começou, efetivamente, nas primei-
indústria e o comércio, criando "janelas de oportunidade" para os ras décadas do século XIX, quando a família real e a nobreza portuguesa,
investidores locais e internacionais e produtores. Com estas mudanças, o chefiadas pelo Príncipe-regente Dom João de Bragança (futuro Rei Dom
Brasil reduziu sua vulnerabilidade. Além disso, diminuiu drasticamente as João VI), chegaram no Rio de Janeiro, fugindo da invasão do exército
importações de petróleo bruto e tem metade da sua dívida doméstica pela de Napoleão Bonaparte em Portugal, em 1807. Até então, o Brasil era
taxa de câmbio ligada a certificados. O país viu suas exportações uma colônia portuguesa(ver colônia do Brasil), sem universidades e organi-
crescerem, em média, a 20% ao ano. A taxa de câmbio não coloca pressão zações científicas, em contraste com as ex-colônias americanas do império
sobre o setor industrial ou sobre a inflação (em 4% ao ano) e acaba com a espanhol, que apesar de terem uma grande parte da população analfabeta,
possibilidade de uma crise de liquidez. Como resultado, o país, depois de tinham um número considerável de universidades desde o século XVI.
12 anos, conseguiu um saldo positivo nas contas que medem as A pesquisa tecnológica no Brasil é em grande parte realizada
exportações/importações, acrescido de juros, serviços e pagamentos no em universidades públicas e institutos de pesquisa. Alguns dos mais notá-
exterior. Assim, respeitados economistas dizem que o país não será veis pólos tecnológicos do Brasil são os institutos Oswaldo
profundamente afetado pela atual crise econômica mundial. Cruz, Butantan, Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial, Empresa
Políticas Brasileira de Pesquisa Agropecuária e o INPE.

O apoio para o setor produtivo foi simplificado em todos os níveis; O Brasil tem o mais avançado programa espacial da América Latina,
ativos e independentes, o Congresso e o Poder Judiciário procederam à com recursos significativos para veículos de lançamento, e fabricação

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de satélites. Em 14 de outubro de 1997, a Agência Espacial Brasilei- de saúde pública no Brasil. Em 2006, os principais pontos a serem resolvi-
ra assinou um acordo com a NASA para fornecer peças para a ISS. Este dos foram as taxas de altos de mortalidade infantil (2,51%) e materna (73,1
acordo possibilitou ao Brasil treinar seu primeiro astronauta. Em 30 de mortes por 1000 nascimentos). O número de mortes por doenças não
março de 2006 o Cel. Marcos Pontes a bordo do veículo Soyuz se trans- transmissíveis, como doenças cardiovasculares (151,7 mortes por 100 000
formou no primeiro astronauta brasileiro e o terceiro latino-americano a habitantes) e câncer (72,7 mortes por 100 000 habitantes) também têm um
orbitar nosso planeta. impacto considerável sobre a saúde da população brasileira. Finalmente, os
fatores externos, mas evitáveis, como acidentes de carro, violência
O urânio enriquecido na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), de e suicídio causaram 14,9% de todas as mortes no país.
Resende, no estado do Rio de Janeiro, atende a demanda energética
do país. Existem planos para a construção do primeiro submarino nucle- Energia
ar do país. O Brasil também é um dos três países da América Latina com
um laboratório Síncrotron em operação, um mecanismo de pesquisa O Brasil é o décimo maior consumidor da energia do planeta e o tercei-
da física, da química, das ciências dos materiais e da biologia. Segundo o ro maior do hemisfério ocidental, atrás dos Estados Unidos e Canadá. A
Relatório Global de Tecnologia da Informação 2009–2010 do Fórum Eco- matriz energética brasileira é baseada em fontes renováveis, sobretudo
nômico Mundial, o Brasil é o 61º maior desenvolvedor mundial a energia hidrelétrica e o etanol, além de fontes não-renováveis de energia,
de tecnologia da informação. como o petróleo e o gás natural.

O Brasil também tem um grande número de notáveis personalidades Ao longo das últimas três décadas o Brasil tem trabalhado para criar
científicas e inventores das mais diversas áreas do conhecimento, como os uma alternativa viável à gasolina. Com o seu combustível à base de cana-
padres Bartolomeu de Gusmão, Roberto Landell de Moura e Francisco de-açúcar, a nação pode se tornar energicamente independente neste
João de Azevedo, Santos Dumont, Manuel Dias de Abreu, César Lattes, momento. O Pró-álcool, que teve origem na década de 1970, em resposta
Andreas Pavel, Nélio José Nicolai, Adolfo Lutz, Vital Brasil, Carlos Cha- às incertezas do mercado do petróleo, aproveitou sucesso intermitente.
gas, Oswaldo Cruz, Henrique da Rocha Lima, Mauricio Rocha e Sil- Ainda assim, grande parte dos brasileiros utilizam os chamados "veículos
va e Euryclides Zerbini. flex", que funcionam com etano ou gasolina, permitindo que
o consumidor possa abastecer com a opção mais barata no momento,
Transportes muitas vezes o etanol.
Com uma rede rodoviária de cerca de 1,8 milhões de quilômetros, sen- Os países com grande consumo de combustível como a Índia e
do 96 353 km de rodovias pavimentadas (2004), as estradas são as princi- a China estão seguindo o progresso do Brasil nessa área. Além disso,
pais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro. países como o Japão e Suécia estão importando etanol brasileiro para
ajudar a cumprir as suas obrigações ambientais estipuladas no Protocolo
Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se de Quioto.
na década de 1920, no governo de Washington Luís, sendo prosseguidos
no governo Vargas e Gaspar Dutra. O presidente Juscelino Kubits- O Brasil possui a segunda maior reserva de petróleo bruto na América
chek (1956–1961), que concebeu e construiu a capital Brasília, foi outro do Sul e é um dos produtores de petróleo que mais aumentaram sua pro-
incentivador de rodovias. Kubitschek foi responsável pela instalação de dução nos últimos anos O país é um dos mais importantes do mundo na
grandes fabricantes de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General produção de energia hidrelétrica. Da sua capacidade total de geração
Motors chegaram ao Brasil durante seu governo) e um dos pontos utiliza- de eletricidade, que corresponde a 90 mil megawatts, a energia hídrica é
dos para atraí-los era, evidentemente, o apoio à construção de rodovias. responsável por 66.000 megawatts (74%). A energia nuclear representa
Hoje, o país tem instalados em seu território outros grandes fabricantes de cerca de 3% da matriz energética do Brasil. O Brasil pode se tornar uma
automóveis, como Fiat, Renault, Peugeot, Citroën, Chrysler, Mercedes- potência mundial na produção de petróleo, com grandes descobertas desse
Benz, Hyundai e Toyota. O Brasil é o sétimo mais importante país recurso nos últimos tempos na Bacia de Santos.
da indústria automobilística.
Comunicação
Existem cerca de quatro mil aeroportos e aeródromos no Brasil, sendo
721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque. O país A imprensa brasileira tem seu início em 1808 com a chegada da família
tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás ape- real portuguesa ao Brasil, sendo até então proibida toda e qualquer ativida-
nas dos Estados Unidos. O Aeroporto Internacional de Guarulhos, localiza- de de imprensa — fosse a publicação de jornais ou livros. A imprensa
do na Região Metropolitana de São Paulo, é o maior e mais movimenta- brasileira nasceu oficialmente no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1808,
do aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfe- com a criação da Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional, pelo príncipe-
go comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Pau- regente dom João.
lo a praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem A Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal publicado em território
34 aeroportos internacionais e 2 464 aeroportos regionais. nacional, começa a circular em 10 de setembro de 1808. Atualmente a
O país possui uma extensa rede ferroviária de 28 857 km de extensão, imprensa escrita consolidou-se como um meio de comunicação em massa
a décima maior rede do mundo.Atualmente, o governo brasileiro, diferente- e produziu grandes jornais que hoje estão entre as maiores do país e do
mente do passado, procura incentivar esse meio de transporte; um exemplo mundo como a Folha de S. Paulo, O Globo e o Estado de S. Paulo, e
desse incentivo é o projeto do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo, publicações das editoras Abril e Globo.
um trem-bala que vai ligar as duas principais metrópoles do país. Há 37 A radiodifusão surgiu em 7 de setembro de 1922, sendo a primei-
grandes portos no Brasil, dentre os quais o maior é o Porto de Santos. O ra transmissão um discurso do então presidente Epitácio Pessoa, porém a
país também possui 50 000 km de hidrovias. instalação do rádio de fato ocorreu apenas em 20 de abril de 1923 com a
Saúde criação da "Rádio Sociedade do Rio de Janeiro". Na década de
1930 começou a era comercial do rádio, com a permissão de comerciais na
O sistema de saúde pública brasileiro, o Sistema Único de Saú- programação, trazendo a contratação de artistas e desenvolvimento técnico
de (SUS), é gerenciado e fornecido por todos os níveis do governo, sendo o para o setor. Com o surgimento das rádio-novelas e da popularização da
maior sistema do tipo do mundo. Já os sistemas de saúde privada atendem programação, na década de 1940, começou a chamada era de ouro do
um papel complementar. Os serviços de saúde públicos são universais e rádio brasileiro, que trouxe um impacto na sociedade brasileira semelhante
oferecidos a todos os cidadãos do país de forma gratuita. No entanto, a ao que a televisão produz hoje. Com a criação da televisão o rádio passa
construção e a manutenção de centros de saúde e hospitais são financia- por transformações, os programas de humor, os artistas, as novelas e os
das por impostos, sendo que o país gasta cerca de 9% do seu PIB em programas de auditório são substituídos por músicas e serviços de utilidade
despesas na área. Em 2009, o território brasileiro tinha 1,72 médicos e 2,4 pública. Na década de 1960 surgiram as rádios FM's que trazem mais
camas hospitalares para cada 1000 habitantes. músicas para o ouvinte.
Apesar de todos os progressos realizados desde a criação do sistema A televisão no Brasil começou, oficialmente, em 18 de setem-
universal de cuidados de saúde em 1988, ainda existem vários problemas bro de 1950, trazida por Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal

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de televisão no país, a TV Tupi. Desde então a televisão cresceu no país, mente nas grandes cidades, as classes médias, que galgavam postos
criando grandes redes como a Globo, Record, SBT e Bandeirantes. Hoje, a importantes na administração estatal, passavam a ter um peso social mais
televisão representa um fator importante na cultura popular moderna da significativo.
sociedade brasileira. A televisão digital no Brasil teve início às 20h30min
de 2 de dezembro de 2007, inicialmente na cidade de São Paulo, pelo No plano político, o controle estatal ficava nas mãos da oligarquia rural
padrão japonês. e comercial, que decidia a sucessão presidencial na base de acordos de
interesses regionais. A grande maioria do povo tinha uma participação
Cultura insignificante no processo eleitoral e político. A essa estrutura social e
política correspondia uma estrutura governamental extremamente descen-
O núcleo de cultura é derivado da cultura portuguesa, por causa de tralizada, típica do modelo de domínio oligárquico.
seus fortes laços com o império colonial português. Entre outras influências
portuguesas encontram-se o idioma português, o catolicismo roma- Durante a década de 1930 esse quadro foi sendo substituído por um
no e estilos arquitetônicos coloniais. A cultura, contudo, foi também forte- modelo centralizador, cujo controle ficava inteiramente nas mãos do presi-
mente influenciada por tradições e culturas africanas, indígenas dente da república. Tão logo assumiu o poder, Getúlio Vargas baixou um
e europeias não-portuguesas. Alguns aspectos da cultura brasileira foram decreto que lhe dava amplos poderes governamentais e até mesmo legisla-
influenciadas pelas contribuições dos italianos, alemães e outros imigrantes tivos, o que abolia a função do Congresso e das assembléias e câmaras
europeus que chegaram em grande número nas regiões Sul e Sudeste do municipais. Ao invés do presidente de província, tinha-se a figura do inter-
Brasil. Os ameríndios influenciaram a língua e a culinária do país e os ventor, diretamente nomeado pelo chefe do governo e sob suas ordens.
africanos influenciaram a língua, a culinária, a música, a dança e a religião. Essa tendência centralizadora adquiriu novo ímpeto com o golpe de 1937.
A partir daí, a União passou a dispor de muito mais força e autonomia em
A arte brasileira tem sido desenvolvida, desde o século XVI, em dife- relação aos poderes estaduais e municipais. O governo central ficou com
rentes estilos que variam do barroco (o estilo dominante no Brasil até o competência exclusiva sobre vários itens, como a decretação de impostos
início do século XIX) para o romantismo, modernismo, expressionismo, sobre exportações, renda e consumo de qualquer natureza, nomear e
cubismo, surrealismo e abstracionismo. demitir interventores e, por meio destes, os prefeitos municipais, arrecadar
O cinema brasileiro remonta ao nascimento da mídia no final do século taxas postais e telegráficas etc. Firmou-se assim a tendência oposta à
XIX e ganhou um novo patamar de reconhecimento internacional nos estrutura antiga.
últimos anos. Outra característica do processo foi o aumento progressivo da partici-
A música brasileira engloba vários estilos regionais influenciados por pação das massas na atividade política, o que corresponde a uma ideologi-
formas africanas, europeias e ameríndias. Ela se desenvolveu em estilos zação crescente da vida política. No entanto, essa participação era molda-
diferentes, entre eles, samba, música popular brasileira, música nativis- da por uma atitude populista, que na prática assegurava o controle das
ta, música sertane- massas pelas elites dirigentes. Orientadas pelas manobras personalistas
ja, choro, axé,brega, forró, frevo, baião, lambada, maracatu, bossa no- dos dirigentes políticos, as massas não puderam dispor de autonomia e
va e rock brasileiro. organização suficientes para que sua participação pudesse determinar uma
reorientação político-administrativa do governo, no sentido do atendimento
Meio ambiente de suas reivindicações. Getúlio Vargas personificou a típica liderança
A grande extensão territorial do Brasil abrange diferen- populista, seguida em ponto menor por João Goulart e Jânio Quadros.
tes ecossistemas, como a Floresta Amazônica, reconhecida como tendo a Sociedade moderna. O processo de modernização iniciou-se de forma
maior diversidade biológica do mundo, a Mata Atlântica e o Cerrado, que mais significativa a partir da década de 1950. Os antecedentes centraliza-
sustentam também grande biodiversidade, sendo o Brasil reconhecido dores e populistas condicionaram uma modernização pouco espontânea,
como um país megadiverso. No sul, a Floresta de araucárias cresce sob marcadamente tutelada pelo estado. No espaço de três décadas, a fisio-
condições de clima temperado. nomia social brasileira mudou radicalmente. Em 1950, cerca de 55% da
A rica vida selvagem do Brasil reflete a variedade de habitats naturais. população brasileira vivia no campo, e apenas três cidades tinham mais de
Os cientistas estimam que o número total de espécies vegetais e animais 500.000 habitantes; na década de 1990, a situação se alterara radicalmen-
no Brasil seja de aproximadamente de quatro milhões. Grandes mamífe- te: 75,5% da população vivia em cidades. A industrialização e o fortaleci-
ros incluem pumas, onças,jaguatiricas, raros cachorros-vinagre, raposas, mento do setor terciário haviam induzido uma crescente marcha migratória
queixadas, antas, tamanduás, preguiças, gambás e tatus. Veados são em dois sentidos: do campo para a cidade e do norte para o sul. Em termos
abundantes no sul e muitas espécies de platyrrhini são encontradas de distribuição por setores, verifica-se uma forte queda relativa na força de
nas florestas tropicais do norte. A preocupação com o meio ambiente tem trabalho empregada no setor primário.
crescido em resposta ao interesse mundial nas questões ambientais. O segundo governo Vargas (1951-1954) e o governo Juscelino Kubits-
O patrimônio natural do Brasil está seriamente ameaçado pe- chek (1956-1960) foram períodos de fixação da mentalidade desenvolvi-
la pecuária e agricultura, exploração madeireira, mineração, reassentamen- mentista, de feição nacionalista, intervencionista e estatizante. No entanto,
to, extração de petróleo e gás, a sobre pesca, comércio de espécies selva- foram também períodos de intensificação dos investimentos estrangeiros e
gens, barragens e infraestrutura, contaminação da água, alterações climáti- de participação do capital internacional. A partir do golpe militar de 1964,
cas, fogo e espécies invasoras. Em muitas áreas do país, o ambiente estabeleceu-se uma quebra na tradição populista, embora o governo militar
natural está ameaçado pelo desenvolvimento. A construção de estradas em tenha continuado e até intensificado as funções centralizadoras já observa-
áreas de floresta, tais como a BR-230 e a BR-163, abriu áreas anteriormen- das, tanto na formação de capital quanto na intermediação financeira, no
te remotas para a agricultura e para o comércio; barragens inundaram vales comércio exterior e na regulamentação do funcionamento da iniciativa
e habitats selvagens; e minas criaram cicatrizes na terra e poluíram privada. As reformas institucionais no campo tributário, monetário, cambial
a paisagem. e administrativo levadas a efeito sobretudo nos primeiros governos milita-
res, ensejaram o ambiente propício ao crescimento e à configuração mo-
Sociedade derna da economia. Mas não se desenvolveu ao mesmo tempo uma vida
política representativa, baseada em instituições estáveis e consensuais.
As bases da moderna sociedade brasileira remontam à revolução de
Ficou assim a sociedade brasileira marcada por um contraste entre uma
1930, marco referencial a partir do qual emerge e implanta-se o processo
economia complexa e uma sociedade à mercê de um estado atrasado e
de modernização. Durante a República Velha (ou primeira república), o
autoritário.
Brasil era ainda o país essencialmente agrícola, em que predominava a
monocultura. O processo de industrialização apenas começava, e o setor Ao aproximar-se o final do século XX a sociedade brasileira apresenta-
de serviços era muito restrito. A chamada "aristocracia rural", formada pelos va um quadro agudo de contrastes e disparidades, que alimentavam fortes
senhores de terras, estava unida à classe dos grandes comerciantes. Como tensões. O longo ciclo inflacionário, agravado pela recessão e pela inefici-
a urbanização era limitada e a industrialização, incipiente, a classe operária ência e corrupção do aparelho estatal, aprofundou as desigualdades soci-
tinha pouca importância na caracterização da estrutura social. A grande ais, o que provocou um substancial aumento do número de miseráveis e
massa de trabalhadores pertencia à classe dos trabalhadores rurais. So- gerou uma escalada sem precedentes da violência urbana e do crime

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organizado. O desânimo da sociedade diante dos sucessivos fracassos dos sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto
planos de combate à inflação e de retomada do crescimento econômico ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas."
criavam um clima de desesperança. O quadro se complicava com a carên-
cia quase absoluta nos setores públicos de educação e saúde, a deteriora- A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) brasileira, estabelecida
ção do equipamento urbano e da malha rodoviária e a situação quase pela Lei 6938 de 1981, define meio ambiente como "o conjunto de
falimentar do estado. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
Ltda. biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas".
Composição
Meio Ambiente.

Explosão vulcânica.
Cascata de Hopetoun, próxima do Parque Nacional d'Otway, As ciências da Terra geralmente reconhecem quatro esferas,
estado de Victoria, Austrália a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, correspondentes
respectivamente às rochas, água, ar e vida. Alguns cientistas incluem,
como parte das esferas da Terra, a criosfera (correspondendo ao gelo)
como uma porção distinta da hidrosfera, assim como
a pedosfera (correspondendo ao solo) como uma esfera ativa.
Ciências da Terra é um termo genérico para as ciências relacionadas
ao planeta Terra. Há quatro disciplinas principais nas ciências da
Terra: geografia, geologia, geofísica e geodésia. Essas disciplinas
principais usam física, química, biologia, cronologia e matemática para criar
um entendimento qualitativo e quantitativo para as áreas principais
ou esferas do "sistema da Terra".
Atividade geológica
A crosta da Terra, ou litosfera, é a superfície sólida externa do planeta
e é química e mecanicamente diferente do manto do interior. A crosta tem
sido gerada largamente pelo processo de criação das rochas ígneas, no
qual o magma (rocha derretida) se resfria e se solidifica para formar rocha
sólida. Abaixo da litosfera se encontra o manto no qual é aquecido
Bachalpsee nos Alpes da Suíça; geralmente as áreas pela desintegração dos elementos radioativos. O processo de convecção
montanhosas são menos afetadas pela atividade humana. faz as placas da litosfera se moverem, mesmo lentamente. O processo
resultante é conhecido como tectonismo. Vulcões se formam primariamente
O meio ambiente[a], comumente chamado apenas de ambiente, pelo derretimento do material da crosta da zona de subducção ou pela
envolve todas as coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em ascensão do manto nas dorsais oceânicas e pluma mantélica.
alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. É
o conjunto de condições, leis, influências e infra-estrutura de ordem física, Água na Terra
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas.
O conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus
componentes:
 Completo conjunto de unidades ecológicas que funcionam como
um sistema natural, mesmo com uma massiva intervenção humana e de
outras espécies do planeta, incluindo toda
avegetação, animais, microorganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômen
os naturais que podem ocorrer em seus limites.
 Recursos naturais e fenômenos físicos universais que não
possuem um limite claro, como ar,água, e clima, assim
como energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo, que não são
originados por atividades humanas.
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente celebrada
em Estocolmo, em 1972, definiu-se o meio ambiente da seguinte forma: "O
meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e

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Os recife de coral têm uma grande biodiversidade. Lagos
Oceanos
Um oceano é um grande corpo de água salina e um componente da
hidrosfera. Aproximadamente 71% da superfície da Terra (uma área de 361
milhões de quilômetros quadrados) é coberta pelo oceano, um contínuo
corpo de água que é geralmente dividido em vários oceanos principais
e mares menores. Mais da metade dessa área está numa profundidade
maior que três mil metros. A salinidade oceânica média é por volta de 35
partes por milhar (ppt) (3,5%), e praticamente toda a água do mar tem uma
salinidade de 30 a 38 ppt. Apesar de geralmente reconhecidos como vários
oceanos 'separados', essas águas formam um corpo global interconectado
de água salina por vezes chamado de Oceano Global.[8][9] Esse conceito
de oceano global como um corpo contínuo de água com um intercâmbio
relativamente livre entre suas partes é de fundamental importância para a
oceanografia. As principais divisões oceânicas são definidas em parte
pelos continentes, vários arquipélagos, e outros critérios: essas divisões
são (em ordem decrescente de tamanho) o Oceano Pacífico, o Oceano
Atlântico, o Oceano Índico, o Oceano Antártico e o Oceano Ártico.
Rios

O lago (do latin lacus) é um acidente geográfico, um corpo de água que


está localizado no fundo de uma depressão. O corpo de água é
considerado um lago quando está cercado por terra, não faz parte de um
oceano, é mais largo e mais profundo que uma lagoa e é alimentado por
O rio Columbia no estado americano de Oregon. um rio.
Um rio é um curso de água natural, geralmente de água doce, fluindo Lagos naturais da Terra são geralmente encontrados em
em direção a um oceano, lago, mar, ou outro rio. Em alguns poucos casos, áreas montanhosas, riftes, e áreas com glaciação em andamento ou
o rio simplesmente flui para o solo ou seca completamente antes de recente. Outros lagos são encontrados em bacias endorreicas ou ao longo
alcançar outro corpo de água. Rios pequenos podem ser conhecidos por do curso de rios maduros. Em algumas partes do mundo, há muitos lagos
vários outros nomes, incluindo córrego, angra e ribeiro. por causa do caótico padrão de drenagem deixado pela última Era do Gelo.
Todos os lagos são temporários em relação a escalas geológicas de tempo,
Nos Estados Unidos um rio é classificado como tal se tiver mais de
pois eles são lentamente preenchidos com sedimentos ou são liberados da
dezoito metros de largura. A água do rio geralmente está em um canal,
bacia que os contém.
formado por um leito entre bancos. Em rios mais largos há também muitas
zonas sujeitas a inundações formadas pelas águas de enchente atingindo o Lagoa
canal. Essas zonas podem ser bem largas em relação ao tamanho do canal
do rio. Rios são parte do ciclo da água. A água do rio é geralmente coletada Uma lagoa é um corpo de água estagnada, natural ou criada pelo
da precipitação através da bacia hidrográfica e por reabastecimento homem, que é geralmente menor que um lago. Uma grande variedade de
da água subterrânea, nascentes e liberação da água armazenada corpos de água feitos pelo homem podem ser classificados como lagoas,
nas geleiras e coberturas de neve. incluindo jardins de água criados para ornamentação estética, lagoas de
pesca criadas para reprodução comercial de peixes, e lagoas
solares criadas para armazenar energia térmica. Lagoas e lagos podem se
diferenciar de córregos pela velocidade da corrente. Enquanto a corrente
Córrego
de córregos são facilmente observadas, lagos e lagoas possuem
Um córrego é um corpo de água fluindo com uma corrente, confinado microcorrentes guiadas termicamente e correntes moderadas criadas pelo
entre um berço e bancos. Em alguns países ou comunidades, um córrego vento.
pode ser definido por seu tamanho. Nos Estados Unidos um córrego é
Atmosfera, clima e tempo
classificado como um curso de água com menos que dezoito metros de
largura. Córregos são importantes corredores que conectam habitats A atmosfera da Terra serve como um fator principal para sustentar o
fragmentados e assim conservam a biodiversidade. O estudo de córregos e ecossistema planetário. A fina camada de gases que envolve a Terra é
caminhos de água em geral é conhecido como hidrologia de superfície. Os mantida no lugar pela gravidade do planeta. O ar seco consiste em 78% de
córregos incluem angras, os afluentes que não alcançam um oceano e não nitrogênio, 21% oxigênio, 1% árgon e outros gases inertes como o dióxido
se conectam com um outro córrego ou rio, e os ribeiros que são pequenos de carbono. Os gases restantes são geralmente referenciados como "trace
córregos geralmente originários de uma nascente ou escoam para o mar. gases", entre os quais se encontram os gases do efeito estufa como o
vapor d'água, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e ozônio. O ar

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filtrado inclui pequenas quantidades de muitos outros compostos químicos.
O ar também contém uma quantidade variável de vapor
d'água e suspensões de gotas de água e cristais de gelo vistos
como nuvens. Muitas substâncias naturais podem estar presentes em
quantidades mínimas em amostras de ar não filtrado,
incluindo poeira, pólen e esporos, maresia, cinzas vulcânicas e meteoroide.
Vários poluentes industriais também podem estar presentes,
como cloro (elementar ou em compostos), compostos de flúor, mercúrio na
forma elementar, e compostos de enxofre como o dióxido de enxofre [SO²].
A camada de ozônio da atmosfera terrestre possui um importante papel
em reduzir a quantidade de radiação ultravioleta (UV) que atinge a
superfície. Como o DNA é facilmente danificado pela luz UV, isso serve
como proteção para a vida na superfície. A atmosfera também retém calor
durante a noite, assim reduzindo os extremos de temperatura durante o dia.
Camadas atmosféricas
Principais camadas
A atmosfera terrestre pode ser dividida em cinco camadas principais.  O tratado e convenção da Convenção-Quadro das Nações
Essas camadas são determinadas principalmente pelo aumento ou redução Unidas sobre a Mudança do Clima sobre Mudança Climática, para
da temperatura de acordo com a altura. Da mais alta a mais baixa, essas estabilizar as concentrações de gases estufa na atmosfera em um nível que
camadas são: iria prevenir uma perigosa interferência antropogênica no sistema climático.

 Exosfera  O Protocolo de Quioto, que é o acordo internacional com o


 Termosfera objetivo de reduzir os gases de estufa, em um esforço de prevenir
 Mesosfera mudanças climáticas antropogênicas.
 Estratosfera  A Iniciativa Climática Ocidental, para identificar, avaliar, e
 Troposfera implementar meios coletivos e cooperativos para reduzir os gases de
Outras camadas estufa, se focando em um sistema de mercado de captação-e-troca.
 Ozonosfera
 Ionosfera Um desafio significante é identificar as dinâmicas do ambiente natural
em contraste com as mudanças ambientais que não fazem parte das
 Homosfera e heterosfera
variações naturais. Uma solução comum é adaptar uma visão estática que
 Camada limite atmosférica
negligencia a existência de variações naturais. Metodologicamente, essa
Efeitos do aquecimento global visão pode ser defendida quando olhamos processos que mudam
lentamente e séries de curto prazo, apesar do problema aparecer quando
processos rápidos se tornam essenciais no objeto de estudo.
Clima
O clima incorpora as estatísticas de temperatura, umidade, pressão
atmosférica, vento, chuva, contagem de partículas atmosféricas e muitos
outros elementos meteorológicos em uma dada região por um longo
período de tempo. O clima pode se opor ao tempo, na medida em que esse
é a condição atual dos mesmos elementos em períodos de no máximo
duas semanas.
O clima de um local é afetado pela sua latitude, terreno, altitude,
cobertura de gelo ou neve, assim como corpos de água próximos e suas
correntezas. O clima pode ser classificado de acordo com o valor média e
O aquecimento global está sendo estudado por um grande consórcio típico de diferentes variáveis, as mais comuns sendo temperatura e
global de cientistas, que estão cada vez mais preocupados com os seus precipitação. O método mais usado de classificação foi desenvolvido
efeitos potenciais a longo prazo em nosso ambiente natural e no planeta. originalmente por Wladimir Köppen. O sistema Thornthwaite, em uso desde
De especial preocupação é como a mudança climática e o aquecimento 1948, incorpora evapotranspiração em adição à informação sobre
global causados por fatores antropogênicos, como a liberação de gases do temperatura e precipitação e é usado para estudar no estudo da
efeito estufa, mais notavelmente o dióxido de carbono, podem interagir e ter diversidade de espécies animais e os impactos potenciais das mudanças
efeitos adversos sobre o planeta, seu ambiente natural e a existência climáticas. Os sistemas de classificação de Bergeron e o Spatial Synoptic
humana. Esforços têm sido focados na mitigação dos efeitos dos gases de Classification se focam na origem de massas de ar definindo o clima em
estufa, que estão causando mudanças climáticas, e no desenvolvimento de certas áreas.
estratégias de adaptação para o aquecimento global, para ajudar homens, Tempo
espécies de animais e plantas, ecossistemas, regiões enações a se
adequarem aos efeitos deste fenômeno. Alguns exemplos de colaboração
recente em relação a mudança climática e aquecimento global incluem:

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Tempo é o conjunto de fenômenos ocorrendo em uma
dada atmosfera em um certo tempo. A maioria dos fenômenos de tempo
ocorrem na troposfera,[18][19] logo abaixo da estratosfera. O tempo se
refere, geralmente, a temperatura e atividade de precipitação no dia-a-dia,
enquanto o clima é um tempo para as condição atmosférica média em um
longo período de tempo.[20] Quando usado sem qualificação, "tempo" é
entendido como o tempo da Terra.
O tempo ocorre pela diferença de densidade (temperatura e mistura)
entre um local e outro. Essa diferença pode ocorrer por causa do ângulo do
sol em um local específico, que varia de acordo com a latitude dos trópicos.
O forte contraste de temperaturas entre o ar polar e tropical dá origem
a correntes de ar. Sistemas de temperatura em altitudes medianas,
como ciclones extratropicais, são causados pela instabilidade no fluxo das
correntes de ar. Como o eixo da Terra é inclinado relativo ao seu plano de
órbita, a luz solar incide em diferentes ângulos em diferentes épocas do
ano. Na superfície da terra, a temperatura normalmente varia de ±40 °C
anualmente. Ao passar de milhares de anos, mudanças na órbita da Terra
afetou a quantidade e distribuição de energia solar recebida pela Terra e
influenciou o clima a longo prazo.
A temperatura da superfície difere, por sua vez, por causa de diferença As evidências sugerem que a vida na Terra tenha existido a 3.7 bilhões
de pressão. Altas altitudes são mais frias que as mais baixas por causa da de anos. Todas as formas de vida compartilham mecanismos moleculares
diferença na compressão do calor. A previsão do tempo é uma aplicação da fundamentais, e baseando-se nessas observações, teorias sobre a origem
ciência e tecnologia para predizer o estado da atmosfera da Terra em uma da vida tem tentado encontrar um mecanismo explicando a formação do
determinada hora e lugar. A atmosfera da Terra é um sistema caótico, organismo de célula única primordial de onde toda a vida se originou. Há
então pequenas mudanças em uma parte do sistema podem causar muitas hipóteses diferentes sobre o caminho que pode ter levado uma
grandes efeitos no sistema como um todo. Os homens tem simples molécula orgânica, passando por vida pré-celular, até protocelular e
tentado controlar o clima ao longo da história, e há evidências que metabolismo.
atividades humanas como agricultura e indústria tenham inadvertidamente
modificado os padrões climáticos. Na biologia, a ciência dos organismos vivos, "vida" é a condição que
distingue organismos ativos da matéria inorgânica, incluindo a capacidade
Vida de crescimento, atividade funcional e a mudança contínua precedendo a
morte. Um diverso conjunto de organismos vivos (formas de vida) pode ser
encontrado na biosfera da Terra, e as propriedades comuns a esses
organismos -plantas, animais, fungos, protistas, archaea e bactéria - são
formas celulares baseadas em carbono e água com uma complexa
organização e informações genéticas hereditárias. Organismos vivos
passam por metabolismo, mantém homeostase, possuem a capacidade
de crescimento, responder a estímulo, reprodução e, através da seleção
natural, se adaptar ao seu ambiente em sucessivas gerações.Organismos
de vida mais complexa podem se comunicar através de vários meios.
Ecossistema

Um ecossistema é uma unidade natural consistindo de todas as


plantas, animais e micro-organismos (fatores bióticos) em uma área
funcionando em conjunto com todos os fatores físicos não-vivos (abióticos)
do ambiente.[25]
Um conceito central do ecossistema é a ideia de que
os organismos vivos estão continuamente empenhados em um conjunto
altamente interrelacionado de relacionamentos com cada um dos outros
elementos constituindo o ambiente no qual eles existem. Eugene Odum,
um dos fundadores da ciência da ecologia, afirmou: "Any unit that includes
all of the organisms (ie: the "community") in a given area interacting with the
physical environment so that a flow of energy leads to clearly defined
trophic structure, biotic diversity, and material cycles (ie: exchange of mate-

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rials between living and nonliving parts) within the system is an ecosys-  O ciclo do carbono é o ciclo biogeoquímico no qual o carbono é
tem."[26] passado entre a biosfera, pedosfera, geosfera, hidrosfera e a atmosfera.
O conceito humano de ecossistema é baseado na desconstrução  O ciclo do oxigênio é o movimento do oxigênio dentro e entre os
da dicotomia homem / natureza, e na promessa emergente que todas as três maiores reservatórios: a atmosfera, a biosfera e a litosfera. O principal
espécies são ecologicamente integradas com as outras, assim como os fator do ciclo do oxigênio é a fotossíntese, que é responsável pela
constituintes abióticos de seu biótipo. composição atmosférica e pela vida na Terra.
 O ciclo do fósforo é o movimento do fósforo pela litosfera,
hidrosfera e biosfera. A atmosfera não possui um papel significativo no
movimento do fósforo porque o fósforo e componentes fosfóricos são
normalmente sólidos nos níveis mais comuns de temperatura e pressão na
Terra.
Ciclos biogeoquímicos

Desafios

Um maior número ou variedade de espécies ou diversidade


biológica de um ecossistema pode contribuir para uma maior resiliência do
ecossistema, porque há mais espécies presentes no local para responder a
mudanças e assim "absorver" ou reduzir seus efeitos. Isso reduz o efeito
antes da estrutura do ecossistema mudar para um estado diferente. Esse
não é sempre o caso e não há nenhuma prova da relação entre a
diversidade de espécies em um ecossistema e sua habilidade para prover
um benefício a nível de sustentabilidade. Florestas tropicais úmidas
produzem muito pouco benefício e são extremamente vulneráveis a
mudança, enquanto florestas temperadas rapidamente crescem de volta
para seu estado anterior de desenvolvimento dentro de um lifetiome após
cair ou a floresta pegar fogo.[carece de fontes?]Algumas pradarias tem sido
exploradas sustentavelmente por milhares de anos (Mongólia, turfa
européia, e mooreland communities).[carece de fontes?]
O ambientalismo é um largo movimento político, social, e filosófico que
O termo ecossistema pode também ser usado para ambientes criados
advoca várias ações e políticas com interesse de proteger a natureza que
pelo homem, como ecossistemas humanos e ecossistemas influenciados
resta no ambiente natural, ou restaurar ou expandir o papel da natureza
pelo homem, e pode descrever qualquer situação na qual há uma relação
nesse ambiente.
entre os organismos vivos e seu ambiente. Atualmente, existem poucas
áreas na superfície da terra livres de contato humano, apesar de algumas Objetivos geralmente expressos por cientistas ambientais incluem:
áreas genuinamente wilderness continuem a existir sem qualquer forma de
intervenção humana.
Biomas
Bioma é, terminologicamente, similar ao conceito de ecossistemas, e
são áreas na Terra climática e geograficamente definidas com condições
climáticas ecologicamente similares, como uma comunidades de
plantas, animais e organismos do solo, geralmente referidos como
ecossistemas. Biomas são definidos na base de fatores como estrutura das
plantas (como árvores, arbustos e grama), tipo de folha
(como broadleaf eneedleleaf), e clima. Ao contrário das ecozonas, biomas
não são definidos pela genética, taxonomia, ou similaridades históricas.
biomas são normalmente identificados com padrões particulares
de sucessão ecológicae vegetação clímax.
Ciclos biogeoquímicos
Um ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente por
um elemento químico essencial à vida. Ao longo do ciclo, cada elemento é
absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos)  Redução e limpeza da poluição, com metas futuras de poluição
e abióticos (ar, água, solo) da biosfera e, às vezes, pode se acumular zero;
durante um longo período de tempo em um mesmo lugar. É por meio dos  Reduzir o consumo pela sociedade dos combustíveis não-
ciclos biogeoquímicos que os elementos químicos e compostos renováveis;
químicos são transferidos entre os organismos e entre diferentes partes
do planeta.  Desenvolvimento de fontes de energia alternativas, verdes, com
pouco carbono ou de energia renovável;
Os mais importantes são os ciclos
da água, oxigênio, carbono, nitrogênio e fósforo.[27]  Conservação e uso sustentável dos escarsos recursos naturais
como água, terra e ar;
 O ciclo do nitrogênio é a transformação dos compostos contendo
nitrogênio na natureza.  Proteção de ecossistemas representativos ou únicos;
 O ciclo da água, é o contínuo movimento da água na, sobre e  Preservação de espécie em perigo ou ameaçadas de extinção;
abaixo da superfície da Terra. A água pode mudar de estado entre líquido,
vapor e gelo em suas várias etapas.

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 O estabelecimento de reservas naturais e biosferas sob diversos recessem ao evento cerca de 250 organizações não governamentais
tipos de proteção; e, mais geralmente, a proteção da biodiversidade e (ONGs).
ecossistemas nos quais todos os homens e outras vidas na Terra
dependem. A Conferência de Estocolmo de 1972
Grandiosos projetos de desenvolvimento - megaprojetos - colocam
desafios e riscos especiais para o ambiente natural. Grandes represas e A Declaração oficial de Estocolmo alinhou mais de vinte princípios ori-
centrais energéticas são alguns dos casos a citar. O desafio para o entadores para as políticas nacionais ambientais. Vejamos os principais: o
ambiente com esses projetos está aumentando porque mais e maiores direito a um ambiente sadio e equilibrado e à justiça social; a importância
megaprojetos estão sendo construídos, em nações desenvolvidas e em do planejamento ambiental; os riscos dos altos níveis de urbanização; a
desenvolvimento. busca de fontes alternativas e limpas de energia; o uso dos conhecimentos
científicos e da tecnologia para resolver problemas ambientais; e o papel
Notas
relevante da educação ambiental.
[a] ^ A expressão «meio ambiente» é pleonástica, no sentido de se
A posição do Brasil tornou-se muito conhecida na época. Nosso repre-
falar do ambiente natural, do meio natural. Isto é, uma ou outra palavra já
sentante, o general Costa Cavalcanti, declarou que “a pior poluição é a da
seria suficiente para dar sentido ao texto. Ainda, a palavra «meio», a
miséria”. Alegava que no Brasil não haveria condições de dispender recur-
despeito de seu uso como nome, adquire outras funções
sos para a preservação sem antes resolver problemas sociais. Os jornais
(adjetivo ou advérbio) quando junta a um outro substantivo ou posição na
europeus da época receberam informes publicitários do governo brasileiro
frase quer significar a metade ou fração desse. Por exemplo, o adágio
convidando empresas poluidoras para aqui se instalar.
popular «meio pau, meio tijolo». Portanto, na expressão, a palavra meio é
desnecessária ou, no mínimo, expletiva. É, contudo, muito difundida a Dessa conferência até hoje, produziram-se inúmeros estudos e docu-
forma e aceita sem maiores questionamentos, mormente no Brasil, onde mentos envolvendo técnicos da ONU e de diversos países. Os mais conhe-
pouco se lê. cidos são o Estratégia mundial para a conservação e o Nosso futuro co-
mum, o primeiro de 1980 e o segundo de 1987.
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Foi nesse contexto que surgiu a ideia de desenvolvimento “ecologica-
Nesta parte, vamos examinar as relações do desenvolvimento sócio-
mente” sustentável. As entidades não governamentais e os “militantes
econômico com a chamada questão ambiental.
ambientalistas” de modo geral nunca simpatizaram muito com essa expres-
Nos países “subdesenvolvidos industrializados”, onde se vive uma cri- são. Alegam que o termo desenvolvimento refere-se ao desenvolvimento
se sócio-econômica de grande profundidade, que relações existiriam entre capitalista, que, por natureza, é incompatível com o uso equilibrado dos
crise, desenvolvimento e meio ambiente? recursos.
Não são relações harmoniosas, já que numa sociedade moderna as i- Diversos setores econômicos também viam na ideia de desenvolvimen-
deias de necessidade de desenvolvimento econômico sempre apareceram to “ecologicamente” sustentável nada mais do que um discurso para apla-
como incompatíveis com a “preservação” da natureza. car a ira dos jovens ambientalistas.
Mas é possível que os conhecimentos sob domínio humano permitam ECOLOGIA
compatibilizar modelos de desenvolvimento econômico e formas de uso
O termo "Ecologia" foi criado por Haeckel (1834-1919) em 1869, em
preservacionista da natureza, obtendo-se desse fato extraordinários avan-
seu livro "Generelle Morphologie des Organismen", para designar "o estudo
ços para todos os povos.
das relações de um organismo com seu ambiente inorgânico ou orgânico,
Assim, podemos pressionar para que o patrimônio ambiental herdado em particular o estudo das relações do tipo positivo ou amistoso e do tipo
do passado seja transferido às gerações futuras em melhores condições. negativo (inimigos) com as plantas e animais com que aparece pela primei-
Ampliando-se o conhecimento científico dos ecossistemas naturais, viabili- ra vez em Pontes de Miranda, 1924, "Introdução à Política Científica". O
za-se um aproveitamento e uma conservação racionais, de modo a garantir conceito original evoluiu até o presente no sentido de designar uma ciência,
uma base material superior para a sobrevivência e bem-estar da humani- parte da Biologia, e uma área específica do conhecimento humano que
dade e do planeta. tratam do estudo das relações dos organismos uns com os outros e com
todos os demais fatores naturais e sociais que compreendem seu ambien-
Os movimentos de defesa do meio ambiente te.
"Em sentido literal, a Ecologia é a ciência ou o estudo dos organismos
Consideram-se os anos 70 como o marco da tomada de consciência em sua casa, isto é, em seu meio... define-se como o estudo das relações
quanto aos problemas ambientais. Nessa época apareceram muitos movi- dos organismos, ou grupos de organismos, com seu meio... Está em maior
mentos sociais para combater a degradação ambiental. Grande parte deles consonância com a conceituação moderna definir Ecologia como estudo da
eram desdobramentos dos movimentos pacifistas que se constituíram nos estrutura e da função da natureza, entendendo-se que o homem dela faz
anos 60. parte" (Odum, 1972).

Os movimentos pacifistas, colocando-se contra a ameaça de destrui- "Deriva-se do grego oikos, que significa lugar onde se vive ou hábitat...
ção potencial do planeta, rapidamente incorporaram as bandeiras ecológi- Ecologia é a ciência que estuda dinâmica dos ecossistemas... é a disciplina
cas, ampliando o espectro de sua atuação. O melhor exemplo é o Green- que estuda os processos, interações e a dinâmica de todos os seres vivos
peace (Paz Verde), formado originalmente por ex-soldados americanos e com cada um dos demais, incluindo os aspectos econômicos, sociais,
canadenses. Tornou-se célebre por atitudes como impedir ações de gover- culturais e psicológicos peculiares ao homem...é um estudo interdisciplinar
nos ou empresas prejudiciais ao ser humano e ao ambiente natural, tais e interativo que deve, por sua própria natureza, sintetizar informação e
como a pesca da baleia, os testes nucleares e o transporte irresponsável conhecimento da maioria, senão de todos os demais campos do saber...
de substâncias tóxicas. Hoje é uma organização mundial. Ecologia não é meio ambiente. Ecologia não é o lugar onde se vive. Ecolo-
gia não é um descontentamento emocional com os aspectos industriais e
Com um nível mais elaborado de atuação, muitos desses movimentos tecnológicos da sociedade moderna" (Wickersham et alii, 1975).
vão combater as práticas consumistas nas economias desenvolvidas e
defender modelos alternativos de vida social e econômica. "É a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e
as interações, de qualquer natureza, existentes entre esses seres vivos e
A pressão política desses movimentos e o agravamento da situação seu meio"(Dajoz, 1973).
dos recursos naturais no planeta levaram a ONU, em 1972, a organizar a I
Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Esto- "Ciência das relações dos seres vivos com o seu meio... Termo usado
colmo, na Suécia. Era uma conferência oficial, com representantes de frequente e erradamente para designar o meio ou o ambiente"(Dansereau,
Estado (mais de 100 países), o que não impediu que paralelamente compa- 1978).

Atualidades 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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"...o ramo da ciência concernente à inter-relação dos organismos e empregados na satisfação das necessidades de todos os membros da
seus ambientes, manifestada em especial por: ciclos e ritmos naturais; sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos contestos cultu-
desenvolvimento e estrutura das comunidades; distribuição geográfica; rais.
interações dos diferentes tipos de organismos; alterações de população; o
modelo ou a totalidade das relações entre os organismos e seu ambiente" As estratégias do ecodesenvolvimento serão múltiplas e só poderão
(Webster`s, 1976). ser concebidas a partir de um espaço endógeno das populações conside-
radas.
"Parte da Biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o
meio ou ambiente em que vivem, bem como suas recíprocas influências. Promover o ecodesenvolvimento é, no essencial, ajudar as populações
Ramo das ciências humanas que estuda a estrutura e o desenvolvimentto envolvidas a se organizar a se educar, para que elas repensem seus pro-
das comunidades humanas em suas relações com o meio ambiente e sua blemas, identifiquem as suas necessidades e os recursos potenciais para
consequente adaptação a ele, assim como os novos aspectos que os conceber e realizar um futuro digno de ser vivido, conforme os postulados
processos tecnológicos ou os sistemas de organização social possam de Justiça social e prudência ecológica" (Sachs, 1976). "Um estilo ou
acarretar para as condições de vida do homem" (Ferreira, 1975). modelo para o desenvolvimento de cada ecossistema, que, além dos
aspectos gerais, considera de maneira particular os dados ecológicos e
"Disciplina biológica que lida com o estudo das interrelações dinâmicas culturais do próprio ecossistema pana otimizar seu aproveitamento, evitan-
dos componentes bióticos e abióticos do meio ambiente"(USDT, 1980). do a degradação do meio ambiente e as ações degradadoras"... E uma
técnica de planejamento que busca articular dois objetivos: por um lado,
Ecologia humana. objetivo do desenvolvimento, a melhoria da qualidade de vida através do
"Estudo científico das relações entre os homens e seu meio ambiente, incremento da produtividade, por outro, o objetivo de manter em equilíbrio o
isto é, as condições naturais, interações e variações, em todos os aspectos ecossistema onde se realizam essas atividades" (SAHOP, 1978).
quantitativos e qualitativos" (SAHOP, 1978). "É uma forma de desenvolvimento econômico e social. em cujo plane-
Ecologia urbana. jamento se deve considerar a variável meio ambiente" (Strong, apud Hurtu-
bia, 1980).
"Estudo científico das relações biológicas, culturais e econômicas entre
o homem e o meio ambiente urbano, que se estabelecem em função das "Uma forma de desenvolvimento planejado que otimiza o uso dos re-
características particulares dos mesmos e das transformações que o ho- cursos disponíveis num lugar, dentro das restrições ambientais locais"
mem exerce através da urbanização"(SAHOP, 1978). (Munn, 1979).

ECOSSISTEMA Tecnologia
Sistema aberto que inclui, em uma certa área, todos os fatores físicos e Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια —
biológicos (elementos bióticos e abióticos) do ambiente e suas interações. o "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e
que resulta em uma diversidade biótica com estrutura trófica claramente as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal
definida e na troca de energia e matéria entre esses fatores. conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser:
A biocenose e seu biótopo constituem dois elementos inseparáveis que  As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas;
reagem um sobre o outro para produzir um sistema mais ou menos estável
que recebe o nome de ecossistema (Tansley, 1935)...O ecossistema é a  As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e
unidade funcional de base em ecologia, porque inclui, ao mesmo tempo, os processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução
seres vivos e o meio onde vivem, com todas as interações recíprocas entre dos mesmos;
o meio e os organismos" (Daioz, 1973).  Um método ou processo de construção e trabalho (tal como
"Os vegetais, animais e microorganismos que vivem numa região e a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infra-estrutura ou a tecnologia
constituem uma comunidade biológica estão ligados entre si por uma espacial);
intrincada rede de relações que inclui o ambiente tísico em que existem  A aplicação de recursos para a resolução de problemas;
estes organismos. Estes componentes físicos e biológicos interdependen-
tes formam o que os biólogos designam com o nome de ecossiste-  O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível
ma"(Ehrlich & Ehrlich 1974). de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada
cultura;
"E o espaço limitado onde a ciclagem de recursos através de um ou vá-
rios níveis tróficos é feita por agentes mais ou menos fixos, utilizando  Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento
simultânea e sucessivamente processos mutuamente compatíveis que de como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso
geram produtos utilizáveis a curto ou longo prazo" (Dansereau, 1978). conhecimento do que pode ser produzido).
"É um sistema aberto integrado por todos os organismos vivos (com-  Os recursos e como utilizá-los para se atingir a um determinado
preendido o homem) e os elementos não viventes de um setor ambiental objetivo, para se fazer algo, que pode ser a solução ou minimização de um
definido no tempo e no espaço, cujas propriedades globais de funciona- problema ou a geração de uma oportunidade, por exemplo.
mento (fluxo de energia e ciclagem de matéria) e auto-regulação (controle)
derivam das relações entre todos os seus componentes,. tanto pertencen- A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência
tes aos sistemas naturais, quanto os criados ou modificados pelo homem" e engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e
(Hurtubia, 1980). processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da
uva, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser
"Sistema integrado e autofuncionante que consiste em interações de humano, tal como a Estação Espacial Internacional e a dessalinização da
elementos bióticos e abióticos, seu tamanho pode variar consideravelmen- água do mar. Frequentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas
te" (USDT. 1980). preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a
"A comunidade total de organismos, junto com o ambiente físico e quí- poluição e outras muitas questões ecológicas, assim
mico no qual vivem se denomina ecossistema. que é a unidade funcional como filosóficas e sociológicas, já que tecnologia pode ser vista como uma
da ecologia" (Beron, 1981 ). atividade que forma ou modifica a cultura.

ECODESENVOLVIMENTO Tecnologia e economia

"O ecodesenvolvimento se define como um processo criativo de trans- Existe um equilíbrio grande entre as vantagens e as desvantagens que
formação do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, o avanço da tecnologia traz para a sociedade. A principal vantagem é
concebidas em função das potencialidades deste meio, impedindo o des- refletida na produção industrial: a tecnologia torna a produção mais rápida e
perdício inconsiderado dos recursos, e cuidando para que estes sejam

Atualidades 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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maior e, sendo assim, o resultado final é um produto mais barato e com energia simples às ferramentas complexas e das fontes de energia
maior qualidade. complexas, como segue:
As desvantagens que a tecnologia traz são de tal forma preocupantes As tecnologias mais antigas converteram recursos naturais em
que quase superam as vantagens, uma delas é a poluição que, se não for ferramentas simples. Os processos mais antigos, tais como arte rupestre e
controlada a tempo, evolui para um quadro irreversível. Outra desvantagem a raspagem das pedras, e as ferramentas mais antigas, tais como a pedra
é quanto ao desemprego gerado pelo uso intensivo das máquinas lascada e a roda, são meios simples para a conversão de materiais brutos
na indústria, na agricultura e no comércio. A este tipo de desemprego, no e "crus" em produtos úteis. Os antropólogos descobriram muitas casas e
qual o trabalho do homem é substituído pelo trabalho das máquinas, ferramentas humanas feitas diretamente a partir dos recursos naturais.
denominado desemprego estrutural.
A descoberta e o consequente uso do fogo foi um ponto chave na
Ciência, engenharia e tecnologia evolução tecnológica do homem, permitindo um melhor aproveitamento
dos alimentos e o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam
A distinção entre ciência, engenharia e tecnologia não é sempre do calor para serem úteis. A madeira e o carvão de lenha estão entre os
clara. Ciência é a investigação ou estudo racional de fenômenos, com o primeiros materiais usados como combustível. A madeira, a argila e a rocha
objetivo de descobrir seus princípios entre os elementos do (tal como a pedra calcária) estavam entre os materiais mais adiantados a
mundo fenomenal ao aplicar técnicas formais como o método científico. As serem tratados pelo fogo, para fazer as armas, cerâmica, tijolos e cimento,
tecnologias não são normalmente produtos exclusivos da ciência, porque entre outros materiais. As melhorias continuaram com a fornalha, que
elas devem satisfazer os requisitos de utilidade, usabilidade e segurança. permitiu a habilidade de derreter e forjar o metal (tal como o cobre,8000
Engenharia é o processo goal-oriented de desenhar e criar ferramentas aC.), e eventualmente a descoberta das ligas, tais como o bronze (4000
e sistemas para aproveitar fenômenos naturais para usos práticos a.C.). Os primeiros usos do ferro e do aço datam de 1400 a.C..
humanos, normalmente (mas nem sempre) usando resultados e técnicas da
ciência. O desenvolvimento da tecnologia pode se aproveitar de muitos
campos do conhecimento, incluindo o conhecimento científico,
engenharia, matemático, linguístico, e histórico, para alcançar resultados
práticos.
A tecnologia é normalmente a consequência da ciência e da
engenharia - apesar da tecnologia como uma atividade humana preceder
os dois campos. Por exemplo, a ciência pode estudar o fluxo
de elétrons em condutores elétricos, ao usar ferramentas e conhecimentos
já existentes. Esse conhecimento recém-adquirido pode então ser usado
por engenheiros para criar novas ferramentas e máquinas,
como semicondutores, computadores, e outras formas de tecnologia
avançada. Nesse sentido, tanto cientistas como engenheiros podem ser
considerados tecnologistas; os três campos são normalmente considerados
como um para o propósito de pesquisa e referência. Esta relação próxima Avião de caça F-16 Falcon
entre ciência e tecnologia contribui decisivamente para a crescente
As ferramentas mais sofisticadas incluem desde máquinas simples
especialização dos ramos científicos. Por exemplo, a física se dividiu em
como a alavanca (300 a.C.), o parafuso (400 a.C.) e a polia, até a
diversos outros ramos menores como a acústica e a mecânica, e estes
maquinaria complexa como o computador, os dispositivos
ramos por sua vez sofreram sucessivas divisões. O resultado é o
de telecomunicações, o motor elétrico, o motor a jato, entre muitos outros.
surgimento de ramos científicos bem específicos e especialmente
As ferramentas e máquinas aumentam em complexidade na mesma
destinados ao aperfeiçoamento da tecnologia, de acordo com este quesito
proporção em que o conhecimento científico se expande.
podemos citar a aerodinâmica, a geotecnia, a hidrodinâmica, a petrologia e
a terramecânica. A maior parte das novidades tecnológicas costumam ser primeiramente
empregadas na engenharia, na medicina, na informática e no ramo militar.
Especificamente, a relação entre ciência e tecnologia tem sido debatida
Com isso, o público doméstico acaba sendo o último a se beneficiar da alta
por cientistas, historiadores, e políticos no final do século XX, em parte
tecnologia, já que ferramentas complexas requerem uma manufatura
porque o debate pode definir o financiamento da ciência básica e aplicada.
complexa, aumentando drasticamente o preço final do produto.
No início da Segunda Guerra Mundial, por exemplo, nos Estados Unidos
era amplamente considerado que a tecnologia era simplesmente "ciência A energia pode ser obtida do vento, da água, dos hidrocarbonetos e
aplicada" e que financiar ciência básica era colher resultados tecnológicos da fusão nuclear. A água fornece a energia com o processo da geração
no seu devido tempo. Uma articulação dessa filosofia pode ser encontrada denominado hidroenergia. O vento fornece a energia a partir das correntes
explicitamente no tratado de Vannevar Bush na política científica do pós- do vento, usando moinhos de vento. Há três fontes principais dos
guerra, Ciência - A Fronteira Sem Fim: "Novos produtos, novos produtos, e hidrocarbonetos, ao lado da madeira e de seu carvão, gás
cada vez mais o trabalho requer um contínuo aumento do conhecimento natural e petróleo. O carvão e o gás natural são usados quase
das leis da natureza ... Esse novo conhecimento essencial pode ser obtido exclusivamente como uma fonte de energia. O coque é usado na
apenas através de pesquisa científica básica." No final da década de 1960, manufatura dos metais, particularmente de aço. O petróleo é amplamente
entretanto, essa visão sofreu um ataque direto, tendendo a iniciativas que usado como fonte de energia (gasolina e diesel) e é também um recurso
financiam ciência para atividades específicas (iniciativas resistidas pela natural usado na fabricação de plásticos e outros materiais sintéticos.
comunidade científica). A questão permanece - apesar da maioria dos Alguns dos mais recentes avanços no ramo da geração de energia incluem
analistas resistirem ao modelo de que a tecnologia é simplesmente o a habilidade de usar a energia nuclear, derivada dos combustíveis tais
resultado da pesquisa científica. como o urânio, e a habilidade de usar o hidrogênio como fonte de energia
limpa e barata.
História da tecnologia
Nos tempos atuais, os denominados sistemas digitais tem ganhado
A história da tecnologia é quase tão antiga quanto a história da
cada vez mais espaço entre as inovações tecnológicas. Grande parte dos
humanidade, e se segue desde quando os seres humanos começaram a
instrumentos tecnológicos de hoje envolvem sistemas digitais,
usar ferramentas de caça e de proteção. A história da tecnologia tem,
principalmente no caso dos computadores.
consequentemente, embutida a cronologia do uso dos recursos naturais,
porque, para serem criadas, todas as ferramentas necessitaram, antes de Energia
qualquer coisa, do uso de um recurso natural adequado. A história da
tecnologia segue uma progressão das ferramentas simples e das fontes de Em nosso planeta encontramos diversos tipos de fontes de energia. E-
las podem ser renováveis ou esgotáveis. Por exemplo, a energia solar e a
eólica (obtida através dos ventos) fazem parte das fontes de energia ines-

Atualidades 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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gotáveis. Por outro lado, os combustíveis fósseis (derivados do petróleo e atingiu substancial progresso na segunda metade do século XX.
do carvão mineral) possuem uma quantidade limitada em nosso planeta, Fenômeno natural na formação do universo, a reação nuclear, devido à
podendo acabar caso não haja um consumo racional. magnitude das energias liberadas no curso do processo, pode ser
altamente nociva para o organismo humano, exigindo rigorosos sistemas
Fontes de energia de segurança. Existem dois métodos de obtenção de energia nuclear: a
Existe uma grande variedade de processos capazes de gerar energia fissão ou ruptura de átomos pesados e a fusão de elementos leves, que se
em alguma de suas formas. No entanto, as fontes clássicas de energia transformam em átomos mais complexos. A enorme quantidade de energia
utilizadas pela indústria têm sido de origem térmica, química ou elétrica, resultante desse processo deve-se à transformação de massa em energia,
que são intercambiáveis e podem ser transformadas em energia mecânica. como previu Einstein em sua teoria da relatividade.

A energia térmica ou calorífica origina-se da combustão de diversos Nas usinas nucleares, a energia é produzida por um dispositivo
materiais, e pode converter-se em mecânica por meio de uma série de denominado reator ou pilha atômica, assim chamado porque os recipientes
conhecidos mecanismos: as máquinas a vapor e os motores de combustão de urânio e, às vezes, de tório, são empilhados dentro de um receptáculo
interna tiram partido do choque de moléculas gasosas, submetidas a altas de outro material, geralmente o carbono. A fissão atômica produz calor, que
temperaturas, para impulsionar êmbolos, pistões e cilindros; as turbinas a pode mover uma turbina e gerar eletricidade. A grande vantagem da
gás utilizam uma mistura de ar comprimido e combustível para mover suas energia elétrica assim produzida reside na pequena quantidade de matéria
pás; e os motores a reação se baseiam na emissão violenta de gases. O físsil necessária à produção de uma considerável quantidade de calor: com
primeiro combustível, a madeira, foi substituído ao longo das sucessivas meio quilograma de urânio, por exemplo, uma pilha atômica pode produzir
inovações industriais pelo carvão, pelos derivados de petróleo e pelo gás tanto calor quanto a queima de dez toneladas de carvão.
natural. Hidroeletricidade
Pode-se aproveitar a energia gerada por certas reações químicas, em As matrizes renováveis de energia têm uma série de vantagens: a dis-
consequência de interações moleculares. À parte as reações de ponibilidade de recursos, a facilidade de aproveitamento e o fato de que
combustão, classificáveis entre as fontes térmicas, e nas quais substâncias continuam disponíveis na natureza com o passar do tempo. De todas as
se queimam ao entrar em contato com o oxigênio, a energia presente em fontes deste tipo, a hidrelétrica representa uma parcela significativa da
certos processos de soluções ácidas e básicas ou de sais pode ser captada produção mundial, que representa cerca de 16% de toda a eletricidade
em forma de corrente elétrica -- fundamento das pilhas e acumuladores. gerada no planeta.
Dá-se também o processo inverso.
No Brasil, além de ser um fator histórico de desenvolvimento da eco-
A energia elétrica é produzida principalmente pela transformação de nomia, a energia hidrelétrica desempenha papel importante na integração e
outras formas de energia, como a hidráulica, a térmica e a nuclear. O no desenvolvimento de regiões distantes dos grandes centros urbanos e
movimento da água ou a pressão do vapor acionam turbinas que fazem industriais.
girar o rotor de dínamos ou alternadores para produzir corrente elétrica. O potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica do Brasil
Esse tipo de energia apresenta como principais vantagens seu fácil está entre os cinco maiores do mundo; o País tem 12% da água doce
transporte e o baixo custo, e talvez seja a forma mais difundida no uso superficial do planeta e condições adequadas para exploração. O potencial
cotidiano. Os motores elétricos são os principais dispositivos de conversão hidrelétrico é estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão locali-
dessa energia em sua manifestação mecânica. zados na Bacia Hidrográfica do Amazonas – para efeito de comparação, a
As crises de energia ocorridas na segunda metade do século XX Bacia do Paraná responde por 23%, a do Tocantins, por 10,6% e a do São
suscitaram a busca de novas fontes. Registraram-se duas tendências, Francisco, por 10%. Contudo, apenas 63% do potencial foi inventariado. A
aparentemente opostas: os projetos e invenções destinados a dominar os Região Norte, em especial, tem um grande potencial ainda por explorar.
processos de reação nuclear e os sistemas de aproveitamento de energias Algumas das usinas em processo de licitação ou de obras na Amazô-
naturais não poluentes, como a hidráulica, a solar, a eólica e a geotérmica. nia vão participar da lista das dez maiores do Brasil: Belo Monte (que terá
Como resultado dessas pesquisas obteve-se um maior índice de potência instalada de 11.233 megawatts), São Luiz do Tapajós (8.381 MW),
aproveitamento dos recursos terrestres e marítimos em determinadas Jirau (3.750 MW) e Santo Antônio (3.150MW). Entre as maiores em funcio-
regiões do globo. namento estão Itaipu (14 mil MW, ou 16,4% da energia consumida em todo
o Brasil), Tucuruí (8.730 MW), Ilha Solteira (3.444 MW), Xingó (3.162 MW)
A energia hidráulica, utilizada desde a antiguidade, oferece amplas e Paulo Afonso IV (2.462 MW).
possibilidades em rios e mares. As quedas d'água e a enorme força das
As novas usinas da região Norte apresentam um desafio logístico: a
marés constituem exemplos claros do potencial dessas fontes. No entanto,
transmissão para os grandes centros, que ficam distantes milhares de
embora as represas e reservatórios representem meios para armazenar
quilômetros. Este problema vai ser solucionado pelo Sistema Integrado
água e energia, facilmente transformável em corrente elétrica, ainda não
Nacional (SIN), uma rede composta por linhas de transmissão e usinas que
foram encontrados meios eficazes para o aproveitamento das marés,
operam de forma integrada e que abrange a maior parte do território do
devido à complexidade de seu mecanismo.
País.
Ao longo da história, os moinhos e os barcos a vela tiraram amplo
Composto pelas empresas de exploração de energia das regiões Sul,
proveito de um dos tipos primários de energia, a eólica, ou produzida pelo
Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, o SIN garante a
vento. Essa manifestação energética, diretamente cinética por ser
exploração racional de 96,6% de toda a energia produzida no País.
provocada pelo movimento do ar, apresenta baixo nível de rendimento e
sua utilização é insegura e pouco uniforme, ainda que de baixo custo. Energia renovável
A energia solar representa o modelo mais característico de fonte A energia renovável é a energia que vem de recursos
renovável. Apesar de ser praticamente inesgotável, por provir diretamente naturais como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica, que
da radiação solar, seu aproveitamento ainda não alcança rendimentos são recursos renováveis (naturalmente reabastecidos). Em 2008, cerca de
equiparáveis a outras fontes. A captação dessa energia tem como principal 19% do consumo mundial de energia veio de fontes renováveis, com 13%
finalidade a produção de energia calorífica, sobretudo para calefação provenientes da tradicional biomassa, que é usada principalmente
doméstica. Alguns dispositivos, como as células fotoelétricas, permitem para aquecimento, e 3,2% a partir da hidroeletricidade. Novas energias
transformar a energia solar em elétrica. renováveis (pequenas hidrelétricas, biomassa, eólica, solar, geotérmica e
biocombustíveis) representaram outros 2,7% e este percentual está
As fontes térmicas naturais e as forças terrestres, como terremotos e
crescendo muito rapidamente. A percentagem das energias renováveis
vulcões, constituem formas de energia de difícil aproveitamento, e a
na geração de eletricidade é de cerca de 18%, com 15% da eletricidade
pesquisa científica para utilização de tais fenômenos na indústria ainda está
global vindo de hidrelétricas e 3% de novas energias renováveis.
em fase inicial.
A energia do Sol é convertida de várias formas para formatos
A pesquisa sobre energia nuclear, cercada por intensa polêmica,
conhecidos, como a biomassa (fotossíntese), a energia hidráulica
devido ao perigo de sua utilização militar e ao risco de poluição e radiação,

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(evaporação), a eólica (ventos) e a fotovoltaica, que contêm imensa energia para mais 40 anos (se for usado apenas o petróleo) e mais de 200
quantidade de energia, e que são capazes de se regenerar por meios (se continuar a usar carvão).
naturais.
Energia nuclear
A geração de energia eólica está crescendo à taxa de 30% ao ano,
com uma capacidade instalada a nível mundial de 157,9 Os núcleo atômicos de elementos pesados, como o urânio, podem ser
mil megawatts (MW) em 2009, e é amplamente utilizada na Europa, Ásia e desintegrados (fissão nuclear ou cisão nuclear) e liberar energia
nos Estados Unidos. No final de 2009, as instalações fotovoltaicas (PV) em radiante e cinética. Usinas termonucleares usam essa energia para
todo o globo ultrapassaram 21.000 MW e centrais fotovoltaicas são produzir eletricidade utilizando turbinas a vapor.
populares na Alemanha e na Espanha. Centrais de energia térmica solar Uma consequência da atividade de produção deste tipo de energia são
operam nos Estados Unidos e Espanha, sendo a maior destas a usina de os resíduos nucleares, que podem levar milhares de anos para perder
energia solar do Deserto de Mojave, com capacidade de 354 MW. a radioatividade. Porém existe uma fonte de energia nuclear que não gera
A maior instalação de energia geotérmica do mundo é The Geysers, na resíduos radioativos, a da fusão nuclear, que ocorre quando 4 núcleos de
Califórnia, com uma capacidade nominal de 750 MW. O Brasil tem um dos deutério se fundem formando 1 de hélio liberando energia térmica que pode
maiores programas de energia renovável no mundo, envolvendo a ser usada em turbinas a vapor. Mas a reação de fusão ainda não foi
produção de álcool combustível a partir da cana de açúcar, e atualmente o conseguida em grande escala a ponto de se economicamente viável.
etanol representa 18% dos combustíveis automotivos do país. O etanol Renováveis
combustível também é amplamente disponível nos Estados Unidos.
Os combustíveis renováveis são combustíveis que usam como matéria-
Exemplos de fontes de energia renovável prima elementos renováveis para a natureza, como a cana-de-açúcar,
utilizada para a fabricação do etanol e também, vários
 O Sol: energia solar
outros vegetais como a mamona utilizada para a fabricação do biodiesel ou
 O vento: energia eólica
outros óleos vegetais que podem ser usados diretamente em motores
 Os rios e correntes de água doce: energia hidráulica diesel com algumas adaptações.
 Os mares e oceanos: energia maremotriz
 As ondas: energia das ondas Energia hidráulica
 A matéria orgânica: biomassa, biocombustível A energia hidroelétrica é a energia que se produz
 O calor da Terra: energia geotérmica em barragens construídas em cursos de água (exemplo, a barragem do
 Água salobra: energia azul Alqueva). Essa energia parte da precipitação que forma os rios que
 O hidrogênio: energia do hidrogênio são represados, a água desses rios faz girar turbinas que produzem
 Energia da fissão energia elétrica.
 Energia da fusão
É encontrada sob a forma de energia cinética, sob diferenças
As energias renováveis são consideradas como energias de temperatura ou gradientes de salinidade e pode ser aproveitada e
alternativas ao modelo energético tradicional, tanto pela sua disponibilidade utilizada. Uma vez que a água é aproximadamente 800 vezes mais densa
(presente e futura) garantida (diferente dos combustíveis fósseis que que o ar, requer um lento fluxo ouondas de mar moderadas, que podem
precisam de milhares de anos para a sua formação) como pelo seu produzir uma quantidade considerável de energia.
menor impacto ambiental.
Biomassa
Fontes de energia
A energia da biomassa é a energia que se obtém durante a
As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos principais: transformação de produtos de origem animal e vegetal para a produção de
permanentes (renováveis) e temporários (não-renováveis). As fontes energia calorífica e elétrica. Na transformação de resíduos orgânicos é
permanentes são aquelas que têm origem solar, no entanto, o conceito de possível obter biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel.
renovabilidade depende da escala temporal que é utilizado e os padrões de
utilização dos recursos. A formação de biomassa a partir de energia solar é realizada pelo
processo denominado fotossíntese, pelas plantas que. Através da
Assim, são considerados os combustíveis fósseis não-renováveis já fotossíntese, as plantas que contêm clorofila transformam o dióxido de
que a taxa de utilização é muito superior à taxa de formação do recurso carbono e a água em materiais orgânicos com alto teor energético que, por
propriamente dito. sua vez, servem de alimento para os outros seres vivos. A biomassa
Não-renováveis através destes processos armazena a curto prazo a energia solar sob a
forma de hidratos de carbono. A energia armazenada no processo
Os combustíveis fósseis são fontes não-renováveis de energia: não é fotossintético pode ser posteriormente transformada em calor, liberando
possível repor o que se gasta, uma vez que podem ser necessários milhões novamente o dióxido de carbono e a água armazenados. Esse calor pode
de anos para poder contar novamente com eles. São aqueles ser usado para mover motores ou esquentar água para gerar vapor e mover
cujas reservas são limitadas. As principais são a energia da fissão nuclear e uma turbina, gerando energia elétrica.
os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão).
Energia solar
Combustíveis fósseis
A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode ser
Os combustíveis fósseis podem ser usados na forma sólida (carvão), captada com painéis solares. A radiação solar trazida para a Terra leva
líquida (petróleo) ou gasosa (gás natural). Segundo a teoria mais aceita, energia equivalente a vários milhares de vezes a quantidade de energia
foram formados por acumulações de seres vivos que viveram há milhões de consumida pela humanidade.
anos e que foram fossilizados formando carvão ou hidrocarbonetos. No
Através de coletores solares, a energia solar pode ser transformada
caso do carvão se trata de bosques e florestas nas zonas úmidas e, no
caso do petróleo e do gás natural de grandes massas em energia térmica, e usando painéis fotovoltaicos a energia luminosa pode
de plâncton acumuladas no fundo de bacias marinhas ou lacustres. Em ser convertida em energia elétrica. Ambos os processos não têm nada a ver
ambos os casos, a matéria orgânica foi parcialmente decomposta, pela uns com os outros em termos de sua tecnologia. As centrais térmicas
ação da temperatura, pressão e certas bactérias, na ausência de oxigênio, solares utilizam energia solar térmica a partir de coletores solares para
de forma que foram armazenadas moléculas com ligações de alta energia. gerar eletricidade.

Se distinguem as "reservas identificadas", embora não sejam Há dois componentes na radiação solar: radiação direta e radiação
exploradas, e as "reservas prováveis", que poderão ser descobertas difusa. A radiação direta é a que vem diretamente do Sol, sem reflexões ou
com tecnologias futuras. Segundo os cálculos, o planeta pode fornecer refrações intermediárias. A difusa, é emitida pelo céu durante o dia, graças
aos muitos fenômenos de reflexão e refração da atmosfera solar,

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nas nuvens, e nos restantes elementos da atmosfera terrestre. Energia maremotriz
A radiação refletida direta pode ser concentrada e utilizada. No entanto,
tanto a radiação direta quanto a radiação difusa são utilizáveis.
É possível diferenciar entre receptores ativos e passivos, em que os
primeiros utilizam mecanismos para orientar o sistema receptor rumo ao sol
(chamado seguidor) para melhor atrair a radiação direta.
Uma grande vantagem da energia solar é que ela permite a geração de
energia, no mesmo local de consumo, através da integração da arquitetura.
Assim, pode ser levada a sistemas de geração distribuída, quase
eliminando completamente as perdas ligadas aos transportes, que
representam cerca de 40% do total. Porém essa fonte de energia tem o
inconveniente de não poder ser usada à noite, a menos que se
tenham baterias.
Energia eólica

Central elétrica maremotriz no estuário do Rio Rance,


ao noroeste da França.
A energia dos mares é a energia que se obtém a partir do movimento
das ondas, a das marés ou da diferença de temperatura entre os níveis da
água do mar. Ocorre devido à força gravitacional entre a Lua, a Terra e
o Sol, que causam as marés, ou seja, a diferença de altura média dos
mares de acordo com a posição relativa entre estes três astros. Esta
diferença de altura pode ser explorada em locais estratégicos como
os golfos, baías e estuários que utilizam turbinas hidráulicas na circulação
natural da água, junto com os mecanismos de canalização e de depósito,
para avançar sobre um eixo. Através da sua ligação a um alternador, o
sistema pode ser usado para a geração de eletricidade, transformando,
A energia eólica é uma das fontes mais amigáveis de energia assim, a energia das marés, em energia elétrica, uma energia mais útil e
renovável para o meio ambiente. aproveitável.
A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através A energia das marés têm a qualidade de ser renovável, como fonte de
da utilização da energia cinética gerada pelas correntes atmosféricas. energia primária não está esgotada pela sua exploração e, é limpa, uma
vez que, na transformação de energia não produz poluentes derivados na
O vento vem da palavra latina aeolicus, relativa à Eolo, deus dos
fase operacional. No entanto, a relação entre a quantidade de energia que
ventos na mitologia grega. A energia eólica tem sido utilizado desde
pode ser obtida com os atuais meios econômicos e os custos e o impacto
a Antiguidade para mover os barcos movidos por velas ou operação de
ambiental da instalação de dispositivos para o seu processo impediram
outras máquinas. É uma espécie de energia verde. Essa energia também
uma notável proliferação deste tipo de energia.
vem do Sol, que aquece a superfície da Terra de forma não homogênea,
gerando locais de baixa pressão e locais de alta pressão, fazendo com que Outras formas de extrair energia a partir da energia das ondas
o ar se mova gerando ventos. oceânicas são, a energia produzida pelo movimento das ondas do oceano
e de energia devido ao gradiente térmico, que faz uma diferença de
Energia geotérmica
temperatura entre as águas superficiais e profundas do oceano.
A energia geotérmica é a energia do interior da Terra. A geotermia
Energia do hidrogênio
consiste no aproveitamento de águas quentes e vapores para a produção
de eletricidade e calor. Exemplo: central geotérmica da Ribeira A energia do hidrogênio é a energia que se obtém da combinação do
Grande (Açores). hidrogênio com o oxigênio produzindo vapor de água e libertando energia
que é convertida em eletricidade. Existem alguns veículos que são movidos
Parte do calor interno da Terra (5.000 °C) chega à crosta terrestre. Em
a hidrogênio.
algumas áreas do planeta, próximas à superfície, as águas subterrâneas
podem atingir temperaturas de ebulição, e, dessa forma, servir para Embora não seja uma fonte primária de energia, o hidrogênio se
impulsionar turbinas para eletricidade ou aquecimento. A energia constitui em uma forma conveniente e flexível de transporte e uso final de
geotérmica é aquela que pode ser obtida pelo homem através do calor energia, pois pode ser obtido de diversas fontes energéticas (petróleo, gás
dentro da terra. O calor dentro da terra ocorre devido a vários fatores, entre natural, eletricidade, energia solar) e sua combustão não é poluente (é
eles o gradiente geotérmico e o calor radiogênico. Geotérmica provém do produto da combustão da água), além de ser uma fonte de energia barata.
grego geo, "Terra" e Thermo, "calor", literalmente "calor da Terra". O uso do hidrogênio como combustível está avançando mais rapidamente,
havendo vários protótipos de carros nos países desenvolvidos que são
movidos a hidrogênio, que gera eletricidade, e descarregam como já dito,
água em seus escapamentos. Calcula-se que já na próxima década
existirão modelos comerciais de automóveis elétricos cujo combustível será
o hidrogênio líquido. porém devemos lembrar que o hidrogênio não é uma
fonte de energia, ele funciona como uma bateria que armazena a energia e
libera quando necessário na forma de calor. Para carregar essa bateria,
como foi dito anteriormente, precisamos de fontes reais de energia como as
que foram mencionadas nesse artigo.

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Vantagens e desvantagens emissões serem o produto de combustão fixo na nova biomassa. Na
prática, é empregada a energia poluente no plantio, na colheita e na
Energias ecológicas transformação, pelo que o saldo é negativo. Porém o saldo de energias não
A primeira vantagem de certa quantidade de recursos energéticos renováveis é muitas vezes mais negativo.
renováveis é que não produzem emissões de gases de efeito estufa nem Além disso, a biomassa não é verdadeiramente inesgotável, mesmo
outras emissões, ao contrário do que acontece com os combustíveis, sejam sendo renovável. A sua utilização pode ser feita apenas em casos
fósseis ou renováveis. Algumas fontes não emitem dióxido de carbono limitados. Há dúvidas quanto à capacidade da agricultura para fornecer as
adicional, exceto aqueles necessários para a construção e operação, e não quantidades de massa vegetal necessário, se esta fonte se popularizar, que
apresenta quaisquer riscos adicionais, tais como a ameaça nuclear. está se demonstrando pelo aumento de preços de grãos, devido à sua
No entanto, alguns sistemas de energias renováveis geram problemas utilização para a produção de biocombustíveis. Por outro lado, todos os
ecológicos particulares. Assim, as primeiras turbinas eólicas estavam biocombustíveis produzidos produzem maior quantidade de dióxido de
perigosas para as aves, como as suas lâminas giravam muito rapidamente, carbono por unidade de energia produzida ao equivalente fóssil. Mas essa
enquanto as hidroeléctricas podem criar barreiras à migração de certos emissão maior é absorvida na produção do biocombustível pelo processo
peixes, um problema grave em muitos rios do mundo (nos rios na região de fotossíntese.
noroeste da América do Norte que desembocam para o Oceano Pacífico, a A energia geotérmica é muito restrita, não só geograficamente, mas
população de salmão diminuiu drasticamente). algumas das suas fontes são consideradas poluentes. Isso ocorre porque a
Natureza difusa extração de água subterrânea em altas temperaturas geradas pelo arrastar
para a superfície de sais minerais indesejáveis e tóxicos.
Diversidade geográfica
A diversidade geográfica dos recursos é também significativa. Alguns
países e regiões são significativamente melhores do que outros recursos,
nomeadamente no setor das energias renováveis. Alguns países têm
recursos significativos perto dos principais centros de habitação em que a
procura de eletricidade é importante. A utilização desses recursos em
grande escala requer, no entanto, investimentos consideráveis no
tratamento e redes de distribuição, bem como na casa de produção. Além
disso, diferentes países têm diferentes potencialidades energéticas, este
fator deve ser tido em conta no desenvolvimento das tecnologias a por em
prática. Mas isso pode ser resolvido produzindo os biocombustíveis em
países tropicais, com maior incidência de luz solar, e os levando para os
países menos providos de Sol. Dessa maneira o problema de transporte de
energia seria resolvido.
Administração das redes elétricas
Se a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis está
generalizada, os sistemas de distribuição e transformação não seriam tão
Bateria de painéis solares. grandes distribuidores de eletricidade, mas funcionariam localmente, a fim
Um problema inerente à energia renovável é o seu caráter difuso, com de equilibrar as necessidades das pequenas comunidades. Os que
exceção da energia geotérmica, que, no entanto, só está disponível quando possuem energia em excesso venderiam aos setores com déficit, quer
a crosta é fina, como as fontes quentes e gêiseres. dizer, o funcionamento da rede deverá passar de uma "gestão passiva",
onde alguns produtores estão ligados e que o sistema é orientado para
Uma vez que algumas das fontes de energia renováveis proporcionam obter eletricidade "descendente" para o consumidor, para a gestão "ativa",
uma energia de uma relativamente baixa intensidade, distribuídas em onde alguns produtores são distribuídos na rede que devem monitorar
grandes áreas, são necessários novos tipos de "centrais" para transformá- constantemente as entradas e saídas para assegurar o equilíbrio do
los em fontes utilizáveis. Para 1.000kWh de eletricidade, consumo anual sistema local. Isso iria exigir grandes mudanças na forma de gerir as redes.
per capita nos países ocidentais, o proprietário de uma casa localizada em
uma zona nublada da Europa tem de instalar oito metros quadrados de No entanto, a pequena utilização de energias renováveis, o que muitas
painéis fotovoltaicos (supondo um rendimento médio de 12,5% da energia). vezes podem ocorrer no local, reduz a necessidade de ter sistemas de
distribuição de eletricidade. Atuais sistemas, raramente e economicamente
No entanto, com quatro metros quadrados de coletores solares rentáveis, revelaram que uma família média que tem um sistema solar com
térmicos, um lar pode chegar muito da energia necessária para a água armazenamento de energia, e painéis de dimensão suficiente, só tem que
quente sanitária, porém, devido ao aproveitamento da simultaneidade, os recorrer a fontes externas de energia elétrica em algumas horas por
prédios de apartamentos podem alcançar o mesmo retorno com menor semana. Portanto, aqueles que apóiam a energia renovável pensam que a
superfície de coletores e, sobretudo, com muito menor investimento por eletricidade dos sistemas de distribuição deveriam ser menos importantes e
agregado familiar. mais fáceis de controlar.
Irregularidade A Integração na paisagem
A produção de energia elétrica exige uma permanente fonte de energia Uma desvantagem óbvia da energia renovável é o seu impacto visual
confiável ou suporte de armazenamento (bomba hidráulica para sobre o meio ambiente local. Algumas pessoas odeiam a estética de
armazenamento, baterias, futuras pilhas de hidrogênio, etc). Assim, devido turbinas eólicas e mencionam a conservação da natureza quando se fala
ao elevado custo do armazenamento de energia, um pequeno sistema das grandes instalações solares elétricas fora das grandes cidades. No
autônomo é raramente econômico, exceto em situações isoladas, quando a entanto, o mundo inteiro encontra charme à vista dos "antigos moinhos de
ligação à rede de energia implica custos mais elevados. vento", que em seu tempo, eram amostras bem visíveis da tecnologia
disponível. No entanto a estética das turbinas eólicas está sendo revista
Fontes renováveis poluentes para não causar tanto impacto visual.
Em termos de biomassa, é certo que armazena um ativo de dióxido de Outros tentam utilizar estas tecnologias de forma eficaz e
carbono, formando a sua massa com ele e liberando o oxigênio de novo, esteticamente satisfatória: os painéis solares fixos podem duplicar as
enquanto para queimar novamente, combinam-se o carbono com barreiras anti-ruído ao longo das rodovias, há trechos disponíveis e
o oxigênio para formar o dióxido de carbono novamente. Teoricamente o poderiam então ser completamente substituídos por painéis solares, células
ciclo fechado não teria emissões de dióxido de carbono, apesar das

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fotovoltaicas, de modo que podem ser empregados para pintar as janelas e efetivamente era. O realismo se define, sobretudo, baseado na oposição de
produzir energia, e assim por diante. Carr aos idealistas, ou seja, como uma teoria que vê o mundo da forma
como ele realmente é, desvinculado de princípios morais. Não obstante, a
Contraponto expressão mais consolidada do realismo toma forma apenas após a
Nem sempre uma forma de energia renovável possui baixo impacto Segunda Guerra Mundial, com a publicação do livro Política Entre as
ambiental. As grandes hidroelétricas acarretam em enorme impacto Nações de Hans Morgenthau. Com as mudanças no campo das ciências
ambiental e social, como é o caso por exemplo da Barragem das Três humanas e a transformação do meio internacional (guerra fria e degelo,
Gargantas, que foi recentemente finalizada na China e que provocou o expansão das organizações internacionais e aceleração do processo de
deslocamento de milhões de pessoas e a inundação de muitos quilômetros globalização, etc.), muitos autores, realistas ou não, começaram a criticar e
quadrados de terras. rever a obra de Morgenthau, oferecendo visões muito diversas de realismo,
como o realismo estruturalista de Kenneth Waltz, cuja obra Teoria Da
Investimentos Política Internacional, de 1979, teve um impacto profundo nas ciências
Em 2009 a China aplicou US$ 34 bilhões na geração de energias políticas...
renováveis. Com quase o dobro do investimento realizado pelos EUA, a Conceitos Realistas
China passou a liderar o ranking de países que mais investem em energias
renováveis no mundo. O Brasil apareceu em 5º lugar com R$ 13,2 bi. Os realistas partilham algumas características que permitem que
muitos autores os reúnam em um só grupo teórico. Nas teorias realistas
Relações internacionais das relações internacionais, que reivindicam um caráter objetivo, empírico e
pragmático, o Estado é colocado no centro das discussões, pois se
Exercícios militares frequentemente ajudam a incrementar cooperação
considera que o Estado é o ator principal das relações internacionais. Esse
estratégica entre países.[carece de fontes] Esta imagem mostra uma
Estado sempre atua servindo ao interesse nacional, que em sua forma mais
formação de navios da Marinha da Índia, da Força de Auto-Defesa
básica é o desejo de sobreviver, mas que também se traduz no acumulo e
Marítima do Japão e da Marinhados Estados Unidos, durante um exercício
na manutenção do poder. O poder é tido como um instrumento por meio do
trilateral em 2007
qual os Estados garantem sua sobrevivência no meio internacional, este
As Relações Internacionais (abreviadas como RI ou REL) visam último considerado, de acordo com os realistas, como anárquico, isto é, na
ao estudo sistemático das relações políticas, econômicas e sociais entre ausência completa de ordem. Os realistas não se preocupam com a origem
diferentes países cujos reflexos transcendam as fronteiras de um Estado,as histórica dos Estados, mas os tomam como dados (“naturais”), além de
empresas, tenham como locus o sistema internacional. Entre os atores homogêneos, e geralmente pensam a natureza humana de
internacionais, destacam-se os Estados, as empresas transnacionais, forma pessimista, reivindicando como base de suas ideias as obras
as organizações internacionais e as organizações não-governamentais. de Maquiavel, Hobbes e até mesmo Tucídides. Nas ciências sociais, e
Pode se focar tanto na política externa de determinado Estado, quanto no também para os realistas, o Estado deve ser definido a partir de sua
conjunto estrutural das interações entre os atores internacionais. capacidade de monopolizar a força coercitiva, ou seja, o poder interno sem
o qual não há ordem. No plano internacional, contudo, não há “Estado” e,
Além da ciência política, as Relações Internacionais mergulham em portanto, não há monopólio do poder coercitivo, resultando disso os
diversos campos como a Economia, a História, o Direito internacional, conflitos e guerras em que mergulha a humanidade frequentemente. Dessa
a Filosofia, a Geografia, a Sociologia, a Antropologia, forma, o âmbito internacional é perigoso, e os Estados devem pensar em
a Psicologia e estudos culturais. Envolve uma cadeia de diversos assuntos estratégias de segurança para impedir que sua soberania (autoridade
incluindo mas não limitados a: globalização, soberania, legítima de cada Estado sobre seu território e sua população) seja
sustentabilidade, proliferação nuclear, nacionalismo, desenvolvimento ameaçada, e para assegurar sua sobrevivência. Encontramos essa
econômico,sistema financeiro, terrorismo, crime organizado, segurança descrição dos fenômenos políticos em Hobbes, que caracteriza a
humana, intervencionismo e direitos humanos. sociedade sem Estados como uma disputa constante de todos contra
Teoria das relações internacionais todos. Muitas vezes os Estados são obrigados a cooperar e fazer alianças
para sobreviverem, sobretudo em função de um equilíbrio de poder, isto é,
As Teorias das Relações Internacionais são instrumentos teórico- buscando manter um equilíbrio na distribuição de poder no plano
conceituais por meio dos quais podemos compreender e explicar os internacional. Logo, se um estado se torna muito poderoso, os outros
fenômenos relativos à ação humana que transcende o espaço interno dos podem formar um bloco para neutralizar seu poder e reduzir seu perigo
Estados, ou seja, que tem lugar no meio “internacional”. Teorias costumam para a segurança de cada nação. No pensamento realista a ética ocupa
ter a intenção de tornar o mundo mais compreensível para seus espaço reduzido, uma vez que, buscando a sobrevivência, os Estados
interlocutores, e em alguns casos de explicar e desenvolver possíveis podem quebrar qualquer acordo e desobedecer qualquer regra moral.
previsões para o futuro. É lícito falar, nas relações internacionais, de teorias A Realpolitik, do alemão “Política Real”, prática da política externa definida
positivistas, isto é, que acreditam em verdades universais e científicas, e de como maquiavélica, é normalmente associada a esse pensamento de
teorias pós-positivistas, ou seja, aquelas que duvidam da legitimidade do cunho realista. Auto-ajuda é, para os realistas, a noção de que os Estados
conhecimento científico e contestam as bases epistemológicas, só podem contar com a sua própria capacidade no que diz respeito às
metodológicas e teóricas dos discursos dominantes. Podemos ainda falar relações internacionais. Em suma, os realistas enxergam o sistema
em meta-teorias, como algumas faces do construtivismo. O realismo e o internacional como um espaço de disputa pelo poder, motivada por um
neo-realismo são as correntes dominantes de pensamento nas relações tema saliente em suas exposições: a segurança.
internacionais ainda hoje embora possamos falar em descentralização e
fragmentação no campo. Hans Morgenthau

Realismo e Neo-realismo Hans Morgenthau, o pai do realismo clássico, circunscreveu alguns


princípios que, em sua concepção, orientavam a política externa. Para ele,
A rigor, não se pode falar em origem das relações internacionais nem a natureza humana era a referência básica de qualquer análise política, os
em teorias absolutamente homogêneas. Tradicionalmente, porém, se Estados tinham como objetivo comum a busca pelo poder e a moralidade
considera que o primeiro esforço sistematizado em pensar as relações seria limitada e definida em termos particulares (ver: seis princípios do
internacionais ocorreu em 1917 com a fundação na Escócia do primeiro realismo político[3]). O objetivo supremo de todo o Estado seria a
departamento de Relações Internacionais da história. Pensando numa sobrevivência e o poder seria instrumentalizado para servir aos interesses
forma de evitar os males da guerra (tendo em vista os desastres da nacionais.O prestígio poderia ser, também, um objetivo dos Estados no
Primeira Guerra Mundial) os cientistas dessa escola debateram formas de sistema internacional.
normatizar as relações internacionais. Na véspera do início da Segunda
Guerra Mundial, contudo, um estudioso chamado Edward Carr criticou pela John Herz
primeira vez os postulados desses primeiros cientistas em seu livro Vinte Contemporâneo de Morgenthau, John Herz trouxe importantes
Anos de Crise, denominando-os como idealistas, por pensarem o mundo na contribuições para o pensamento realista clássico. Embora partilhasse com
forma como ele deveria ser ao invés de pensarem o mundo como ele Morgenthau grande parte do núcleo da teoria realista, Herz admitia que a

Atualidades 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ética tivesse um papel importante dentro das relações internacionais. Além questões vinculadas ao debate “realismo versus liberalismo”, já que os
disso, Herz introduziu no pensamento realista a ideia de dilema de primeiros consideram o presidente Wilson um idealista, enquanto os
segurança: quando um Estado se sente ameaçado, ele investe em armas, segundos o consideram um brilhante precursor duma ordem mundial
o que faz, em determinado prazo, com os Estados ao seu redor se sintam cooperativa. O décimo quarto ponto das propostas wilsonianas pedia que
igualmente ameaçados, de forma que eles também investem em as nações desenvolvidas formassem uma associação com o objetivo de
armamentos. Dessa forma, todos os Estados acabam numa situação pior garantir a integridade territorial e a independência política dos países. Essa
do que antes em termos de segurança, mesmo que o objetivo original de foi a fracassada Liga das Nações, que, não obstante, figura hoje como
determinado Estado tenha sido o de aumentar sua segurança. modelo precursor das Nações Unidas e primeira experiência liberal do tipo.
Embora Woodrow Wilson tenha se esforçado por convencer a população
Liberalismo/ Pluralismo americana da necessidade de se estabelecer uma Liga das Nações, o
Nas relações internacionais o Liberalismo, ou Pluralismo, é uma presidente acabou sofrendo sérios problemas de saúde, sendo obrigado a
corrente teórica alicerçada principalmente na obra de Immanuel Kant. se retirar de cena, enquanto um congresso cético rejeitava o seu projeto de
Normalmente considerados como “idealistas” pelos expoentes das escolas paz perpétua.
realistas, os liberais tem uma visão predominantemente positiva da Funcionalismo
natureza humana, e vêem o Estado como um mal necessário. Para os
liberais, as relações internacionais podem envolver cooperação e paz, O funcionalismo foi uma corrente de pensamento liberal que tentavam
possibilitando o crescimento do comércio livre e a expansão dos direitos colocar o pensamento liberal em patamar de igualdade com o
universais dos homens. Os liberais enfatizam as relações internacionais conhecimento que era produzido pelos realistas. Em outras palavras, o
como um palco em que atua uma multiplicidade de personagens, como os funcionalismo foi uma tentativa de atribuir tom científico às premissas
Estados, as organizações internacionais, as empresas transnacionais e os liberais, estabelecendo por meio de observações empíricas e análises
indivíduos, motivo pelo qual são chamados também de pluralistas. Eles científicas um conhecimento que privilegiasse os elementos de cooperação
acreditam que as relações internacionais podem assumir um aspecto mais do sistema internacional. Os principais expoentes dessa corrente foram Karl
otimista e sem guerras, motivado basicamente pelo livre comércio. Deutsch e David Mitrany. Os funcionalistas desenvolveram a ideia de spill-
over effect, segundo a qual a gradual obtenção de vantagens por meio da
Conceitos Liberais cooperação internacional faria com que os Estados, tomando consciência
Embora os liberais tendam a concordar com os realistas no que diz da escolha mais racional, preferissem a paz à guerra. Um elemento
respeito á caracterização do sistema internacional como anárquico, suas importante colocado pelos funcionalistas era o de que as instituições
teorias normalmente enfatizam os aspectos desse sistema que privilegiam internacionais de desenvolvimento técnico, em franca expansão,
a paz e a cooperação. Para os teóricos do liberalismo, herdeiros possibilitariam a conformação do mundo num molde pacífico. O
do iluminismo de Kant, Montesquieu e do liberalismo de Adam Smith, a neofuncionalismo foi a tentativa deErnest Hass de corrigir o que os realistas
guerra seria desfavorável ao desenvolvimento do livre-comércio, de forma chamaram de dimensão “ingênua” do funcionalismo e mais uma vez inserir
que o crescimento do comércio em escala internacional favoreceria a o liberalismo no debate científico. Hass reconfigura a ideia de spill-over,
instauração de uma era de paz e cooperação nas relações internacionais. dizendo que a tal tomada de consciência aconteceria primeiramente por
Um conceito particularmente importante desenvolvido pelos liberais é o de parte de determinados agentes dentro dos Estados, para só depois se
interdependência. Num mundo cada vez mais integrado economicamente, tornar convicção racional e moral do Estado, num processo de
conflitos em determinadas regiões ou tomadas de decisões egoístas aprendizagem.
poderiam afetar mesmo Estados distantes, a despeito de seus interesses. A Interdependência
crise do petróleo é um exemplo de impacto da interdependência. Nesse
caso, os Estados tenderiam a cooperar visando evitar situações Poder e Interdependência (1977), a obra liberalista de Robert Keohane
desastrosas para a economia. A ideia de paz democrática também é muito e Joseph Nye, é um marco para a discussão de interdependência nas
importante para as relações internacionais hoje. Ela se funda na ideia relações internacionais. Analisando as mudanças proporcionadas pela
Kantiana de que Estados com regimes em que prevalece a opinião pública acelerada globalização no mundo contemporâneo, que envolvia o
não entrariam em guerra entre si. A opinião pública alteraria os interesses surgimento de transnacionais, o crescimento do comércio e a integração
dos Estados, colocando em pauta questões que interessam aos indivíduos, internacional intensiva, os autores defendiam que a tomada de decisões
como liberdades, bem-estar social e outras questões de natureza moral. por atores estatais e não-estatais tendiam a ser recíprocos, isto é, a trazer
consequências para muitos outros agentes do sistema internacional. Dessa
forma, os efeitos econômicos de uma decisão tomada do outro lado do
Direito Internacional e Instituições mundo poderiam ser muito prejudiciais para os países envolvidos. Para
Keohane e Nye, a interdependência é um fenômeno custoso para os atores
Entre os instrumentos preconizados pelos pensadores liberais como do sistema internacional, traduzida em termos de sensibilidade
forma de regular os conflitos internacionais estão o direito internacional e (repercussão de uma decisão em um país sobre outro) e vulnerabilidade
as instâncias supranacionais. Hugo Grotius, em seu Sobre o direito da (alternativas de contornar a sensibilidade). As consequências desse
guerra e da paz, foi o primeiro a formular um direito internacional, pensando processo de integração, segundo os teoristas, era a redução do uso da
em princípios morais universais (derivados do “Direito Natural”) alcançados força nas relações entre nações. Nessa perspectiva, a melhor maneira de
por intermédio da razão que cada homem detém. Grotius desenvolveu a solucionar conflitos gerados pela interdependência seria a instituição de
ideia de Guerra Justa, isto é, que existem circunstâncias em que a guerra instâncias supranacionais, por exemplo. Essa abordagem é importante
pode ter legitimidade no direito. O iluminista Immanuel Kant, por sua vez, porque subverte a relação estabelecida pelos realistas de “baixa” e “alta”
pensava que a formação de uma Federação de Estados refletindo política: as questões comerciais pareciam ter grande importância para a
princípios de direito positivo seria a melhor forma de conter as guerras que política de poderes.
assolavam a humanidade. Esses dois elementos, o direito e a instituição
internacional, são tidos como formas eficientes e legítimas de assegurar a Falência do Estado
resolução de conflitos sem o uso da força. Certamente inspiradas pelo Como foi dito, os liberais vem o Estado de forma pessimista, em
pensamento kantiano, uma série de entidades supranacionais foram grande parte porque ele restringe em alguma medida as liberdades
criadas durante o século XIX, como as entidades de cooperação técnica e individuais. Na perspectiva liberal, o Estado tende a ter seu poder reduzido
outras de conteúdo mais explicitamente político, como o Concerto Europeu. conforme a globalização avança, uma vez que a soberania deixa de ser
Os Quatorze pontos de Wilson óbvia e uma série de novos atores não-estatais adquirem papéis
importantíssimos para a configuração das relações internacionais.
O discurso do dia 8 de janeiro de 1918 é um dos memoráveis episódios
da História da Primeira Guerra Mundial. Nesse dia, o presidente norte- Neoliberalismo
americano Woodrow Wilson apresentou uma proposta consistindo em Keohane reelaborou seu pensamento institucionalista com novas bases
catorze pontos cardeais do que deveria ser a nova ordem mundial. As após severas críticas direcionadas às teorias da interdependência por parte
interpretações da proposta de Wilson correspondem, de certa forma, às

Atualidades 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dos realistas. O neoliberalismo, como ficou conhecido, mais uma vez ra que se protegesse por completo dos efeitos da criminalidade em sentido
tentava defender de forma científica que a formação de entidades amplo. Porém, isso não significa que o Estado tenha de lavar as mãos e
supranacionais era o melhor caminho para a solução de conflitos conformar-se com o quadro, devendo, portanto, tomar medidas sérias e
internacionais. Assim, o autor reiterou os postulados realistas, segundo os rígidas de combate à criminalidade e à preservação da segurança nacional,
quais o sistema internacional é anárquico e os Estados são seus principais adotando novas soluções tanto no quadro jurídico e institucional como no
atores. No entanto, Keohane se esforçou por demonstrar que a falta de operacional que estejam à altura da sofisticação da criminalidade.
transparência e o egoísmo completo podem ter consequências pouco
benéficas e, por conseguinte, menos lógicas, para as nações envolvidas. Não se pode sustentar em políticas de combate à criminalidade defici-
As instituições internacionais teriam, portanto, a função de permitir uma tária e que não atingem o bem comum, em procedimentos lentos e sem
melhor transparência nas relações internacionais e, assim, garantiriam eficácia, pois não configuram respeito aos direitos fundamentais.
resultados relativamente mais proveitosos do que aqueles que seriam Os investimentos em segurança pública estão muitíssimo aquém do
obtidos sem a sua existência. É importante ressaltar que a perspectiva de que seria necessário para se começar a pensar em oferecer segurança.
Keohane reconsidera o papel das instituições internacionais, inserindo-as Uma grande prova, é o crescimento dos gastos dos estados e municípios
dentro de uma perspectiva de políticas de interesses, descartando a para combater a violência em contraposição aos investimentos federais que
dimensão ética dessas instituições reivindicada por outros liberais. caem paulatinamente.
Segurança pública A consequência é que o número de encarcerados cresce a cada dia,
de maneira assustadora sem que haja capacidade do sistema prisional de
O CONCEITO DE SEGURANÇA PÚBLICA
absorver esses excluídos da sociedade.
Numa sociedade em que se exerce democracia plena, a segurança
O déficit de nosso sistema prisional é titânico e, lamentavelmente o es-
pública garante a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno
tado não consegue disponibilizar novas vagas e, basta acompanhar os
exercício da cidadania. Neste sentido, a segurança não se contrapõe à
jornais, para que nossas perspectivas tornem-se, ainda mais desanimado-
liberdade e é condição para o seu exercício, fazendo parte de uma das
ras.
inúmeras e complexas vias por onde trafega a qualidade de vida dos cida-
dãos. Proporcionalmente, os Estados Unidos investem 70 vezes mais que o
Brasil no combate à violência, nossos índices nos apontam como um país
Quanto mais improvável a disfunção da ordem jurídica maior o senti-
88 vezes mais violento que a França. Emerson Clayton Rosa Santos
mento de segurança entre os cidadãos.
As forças de segurança buscam aprimorar-se a cada dia e atingir níveis Arte
que alcancem a expectativa da sociedade como um todo, imbuídos pelo
respeito e à defesa dos direitos fundamentais do cidadão e, sob esta óptica,
compete ao Estado garantir a segurança de pessoas e bens na totalidade O pintor suíço Paul Klee disse uma vez que "a arte não imita o visível:
do território brasileiro, a defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas cria o visível". Sua frase sintetiza uma das principais discussões da história
leis e a manutenção da paz e ordem pública. da arte, aquela que opõe de um lado os adeptos da imitação e de outro os
da invenção. Mais sistemático, o pintor russo Vassili Kandinski definiu três
Paralelo às garantias que competem ao Estado, o conceito de segu- elementos constitutivos de toda obra de arte: o elemento da personalidade,
rança pública é amplo, não se limitando à política do combate à criminali- próprio do artista; o elemento do estilo, próprio da época e do ambiente
dade e nem se restringindo à atividade policial. cultural; e o elemento do puro e eternamente artístico, próprio da arte, fora
de toda limitação espacial ou temporal.
A segurança pública enquanto atividade desenvolvida pelo Estado é
responsável por empreender ações de repressão e oferecer estímulos Evolução do significado. A significação da palavra "arte" e de suas
ativos para que os cidadãos possam conviver, trabalhar, produzir e se equivalentes em outras línguas variou muito ao longo dos tempos e das
divertir, protegendo-os dos riscos a que estão expostos. civilizações. Na pré-história, decerto expressava o sentido exclusivamente
prático que tinham, então, as atividades artísticas. Na antiguidade,
As instituições responsáveis por essa atividade atuam no sentido de i-
designava ocupações tão diferentes como as de orador, de esgrimista ou
nibir, neutralizar ou reprimir a prática de atos socialmente reprováveis,
de tecelão: era sinônimo de ofício ou habilidade e pouco se diferençava da
assegurando a proteção coletiva e, por extensão, dos bens e serviços.
técnica, ou mesmo da ciência. Em toda a Idade Média, no Renascimento e
Norteiam esse conceito os princípios da Dignidade Humana, da Inter- nos séculos seguintes a palavra "arte", em diversas línguas, serviu para
disciplinariedade, da Imparcialidade, da Participação comunitária, da Lega- designar tanto o trabalho de intenção estética como outros sem nenhuma
lidade, da Moralidade, do Profissionalismo, do Pluralismo Organizacional, relação com isso, o que se pode ver em expressões remanescentes como
da Descentralização Estrutural e Separação de Poderes, da Flexibilida- "artes e ofícios" ou "obra-de-arte" (na engenharia, nome dado a
de Estratégica, do Uso limitado da força, da Transparência e da Responsa- construções como pontes, viadutos etc.). Só no século XIX a palavra
bilidade. passou a ser aplicada predominantemente à criação estética e às várias
"belas-artes" (denominação que também ganhou curso nessa época) e, no
As Políticas de Segurança e Seus Impactos para Desestruturar o Cri- século XX, frequentemente se restringe às artes plásticas (em "crítica de
me arte", "exposição de arte" etc.).
Há uma grande deficiência nas chamadas Políticas de Segurança apli- Embora toda tentativa de conceituar um fenômeno como a arte seja
cadas em nosso sistema e convém neste ponto, realçar que em todo o país problemática, por tudo isso se observa que é indispensável a fixação de
a manutenção da segurança interna, deixou de ser uma atividade monopo- três aspectos caracterizadores: (1) a arte é produto de um ato criativo; (2) a
lizada pelo Estado. cada instante ela corresponde, direta ou indiretamente, às concepções
Atualmente as funções de prevenção do crime, policiamento ostensivo ideológicas da sociedade em que aparece; e (3) é universal, intrínseca ao
e ressocialização dos condenados estão divididas entre o Estado, a socie- ser humano, ao longo de sua história. A partir daí, pode-se dizer, em
dade e a iniciativa privada. primeira instância, que toda criação artística constitui um resultado da
atividade do homem. Os fenômenos físicos e naturais não são obras de
Entre as causas dessa deficiência estão o aumento do crime, do senti- arte, ainda que em muitos casos sejam belos, e até para serem assim
mento de insegurança, do sentimento de impunidade e o reconhecimento considerados é necessário o testemunho do ser humano.
de que o Estado apesar de estar obrigado constitucionalmente a oferecer
um serviço de segurança básico, não atende sequer, às mínimas necessi- Seria, por ora, uma definição de amplitude excessiva, pois aponta uma
dades específicas de segurança que formam a demanda exigida pelo atividade humana chamada "arte", sem mostrar nada que efetivamente a
mercado. identifique. Na verdade, quase todas as ocupações e quase todos os frutos
do trabalho humano já foram chamados de "arte". Apesar disso, Aristóteles,
Diversos acontecimentos têm-nos provado que é impossível pensar em sua Poética, sustenta que todas as artes imitam a natureza e se
num quadro de estabilidade com relação à segurança pública de tal manei-

Atualidades 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
classificam conforme a maneira pela qual o fazem (com cores ou formas, Assim, a produção de obras de arte não se acha confinada entre os
com sons ou ritmos, palavras etc.). artistas: em suas atividades cotidianas, todos produzem imagens, como o
falar, o gesticular, o vestir, pois, consciente ou inconscientemente, estão
Na Idade Média, a base da transmissão do saber era o ensino das envoltos no processo pelo qual projetam sua própria imagem psicológica e
chamadas sete artes liberais, que compreendiam o trivium (gramática, social. Mais ainda: ao participar de uma obra de arte como seu observador,
retórica e dialética) e o quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e o homem não é um receptor passivo de imagens e impressões, mas
música). Durante séculos a indistinção prevaleceria tanto em expressões também um agente do processo criativo. Ao entrar em contato com a obra
como "arte da guerra" ou "arte de amar","arte culinária" e tantas outras, de arte, precisará recrutar uma série de imagens, percepções e impressões
como na própria diferença, às vezes impertinente, entre um "artesão" ou correspondentes, frutos de sua própria imaginação e experiência. A
"artífice" e um "artista". intensidade de sua participação pode ser bem menor do que a do artista
Também as denominações de "artes maiores" e "artes menores", que criador, mas estará envolto, como espectador, na atividade dinâmica de
em Veneza e Florença dos séculos XIII e XIV só se referiam a atividades corresponder à mensagem. Pela educação, poderá ainda disciplinar a
comerciais, depois do Renascimento passaram a representar uma imaginação, desenvolvê-la, conferir ao olho e à mente vocabulários
hierarquia que classifica, de um lado, arquitetura, escultura, pintura, perceptivos capazes de lhes possibilitar a recepção e o entendimento de
literatura , música e, de outro, cerâmica, tapeçaria, marcenaria etc., isto é, matizes cada vez mais sutis de percepção. Paralelamente, sua acuidade
todas as artes que, além da função estética, tenham igualmente um sentido crítica há de ficar cada vez maior. As imagens mentais, produzidas como
utilitário. são por sensações, assumem determinadas formas, perceptivas e
simbólicas, associadas à visão (imagens visuais), à audição (sonoras), ao
Uma vez registradas todas essas variações na maneira de olfato (olfativas), ao paladar (gustativas), ao tato (táteis) e ao movimento
compreender e arrolar a produção artística, deve-se admitir que, o aspecto muscular (imagens cinestésicas). A expressão artística recorre sobretudo
mais determinante na identificação de uma obra de arte é o fato de aos chamados sentidos superiores da visão e da audição mas, embora
constituir atividade humana, ou seu resultado, que suscite reação estética. menos diretamente, também se vale dos demais.
Isso tanto se aplica às ditas belas-artes como àquelas mais estimadas pela
utilidade. Todavia, não é menos certo que, em uma arte essencialmente útil Classificação das artes
como a arquitetura, o que consideramos propriamente artístico não é sua Como ficou bastante claro, elaborar uma classificação das artes é
utilidade, mas seu componente estético, da mesma forma que não tarefa das mais difíceis, dada a necessidade de se adotar um critério
sentimos admiração por uma ânfora grega quanto a sua serventia como objetivo e universal a propósito do próprio conceito de arte. Todavia,
recipiente de líquido, mas em função da elegância de sua forma. Desse restringindo-se o critério às disciplinas tradicionalmente consideradas
modo, o fundamental é o componente estético. artísticas, ou seja, às belas-artes, aquelas cujo fim primordial é proporcionar
Teoria da arte uma impressão estética a seu receptor, vêem-se claras diferenças entre
elas.
Conceito. De um ponto de vista genérico e com base em qualquer dos
teóricos modernos, a arte é pois todo trabalho criativo, ou seu produto, que Por isso, atentando especialmente para os meios que cada uma utiliza,
se faça consciente ou inconscientemente com intenção estética, isto é, com conheceram-se diversas classificações, que permitem, pelo menos, a
o fim de alcançar resultados belos. Se bem que o ideal de beleza seja de delimitação de seus elementos constitutivos. O primeiro a chamar a
caráter subjetivo e varie com os tempos e costumes, todo artista -- seja ele atenção para o problema da diversidade das artes foi o alemão Gotthold
pintor, escultor, arquiteto, ou músico, escritor, dramaturgo, cineasta -- Ephraim Lessing, que em Laokoon: oder uber die Grenzen der Malerei und
certamente investe mais na possível beleza de sua obra do que na Poesie (1766; Laocoonte ou Sobre os limites da pintura e da poesia)
verdade, na elevação ou utilidade que possa ter. Nas artes visuais, analisou as interferências da linguagem poética na pintura. No século XIX,
contemporaneamente chamadas artes plásticas, esse traço geral esteve o tcheco Robert von Zimmermann organizou uma classificação das artes
sempre presente, assim como os outros que eventualmente se lhe segundo suas formas de representação: (1) artes de representação
acrescentam, isto é, a originalidade, o aspecto crítico e muitas outras material: arquitetura, escultura etc.; (2) artes de representação perceptiva:
características. pintura, música; (3) artes de representação do pensamento: poesia.

Como se preocupa mais com a beleza do que com a verdade, o artista Tais distinções, no entanto, eram excessivamente vagas, uma vez que
jamais aceita apenas o real como fonte de matéria-prima. Até mesmo seu autor reduzia os elementos temporais a espaciais ou "representações"
quando historicamente orientado pelo realismo -- como atitude e e não hesitava em afirmar que o ritmo era apenas uma forma particular da
movimento estético -- não pode dispensar como fonte de matéria-prima, e simetria. Há, por isso, uma precisão maior nas classificações da arte em
de seu trabalho, seu mundo interior, sua experiência subjetiva e, em uma função de seus meios expressivos, como a que se segue:
palavra, sua imaginação. Bem consideradas as coisas, é possível (1) Artes espaciais. Incluir-se-iam entre as artes espaciais todas as
depreender o credo estético de um artista conforme o maior ou menor peso artes plásticas. Seria proveitoso, neste ponto, distinguir as bidimensionais,
conferido por ele a essas duas fontes primordiais, o real e o imaginário. como o desenho e a pintura, e as tridimensionais, como a escultura e a
Imaginação e criação. Como o real, em si, pode despertar no homem, arquitetura. Características definidoras dessas artes seriam sua situação
além da arte, tanto a filosofia como a ciência, deve-se apontar como fonte espacial, sua atemporalidade -- não implicam um desenvolvimento no
mais determinante da criação artística a imaginação. Esta, em última tempo -- , e o fato de que o sentido mais importante para sua apreciação
análise, é a capacidade de projetar imagens. A partir de um núcleo estética é a visão, motivo por que também foram chamadas "artes visuais".
inicialmente incerto de emoção e de necessidade expressiva, o artista (2) Artes temporais. Seriam temporais todas as artes que implicam um
concebe uma imagem. Gera do nada alguma coisa vivente, e do caos extrai processo no tempo. Costumam distinguir-se as artes sonoras, como a
a ordem , isto é, chega a uma relação de partes harmônicas. O música instrumental -- que, além disso, é intermitente, isto é, só existe
aprimoramento das habilidades do artista torna-se necessário para que como tal quando é executada -- e as artes verbais, que compreenderiam
possa comunicar a outras pessoas aquilo que concebe. A arte transforma- gêneros literários como a poesia e o romance.
se numa linguagem composta de imagens e símbolos, pela qual o homem
se comunica em termos mais perceptivos do que conceituais. (3) Artes mistas. Consideram-se na área das artes mistas as disciplinas
artísticas em que intervêm, combinados, elementos pertencentes aos dois
O papel do artista, portanto, é interpretar, explicar e dramatizar o grupos anteriores. O teatro, por exemplo, ainda que seja um gênero
mundo em que vive, em todos os seus aspectos. Enquanto processo literário, inclui a representação espacial; a dança é ao mesmo tempo
criativo, a arte envolve a participação tanto do artista criador quanto de seu espacial e temporal; e a ópera compreende, além disso, componentes
público. A produção artística desenvolve-se, desse modo, em dois ou três literários, assim como o cinema.
tempos: com o próprio artista como força primeira, com o intérprete ou
crítico como intermediário e com o público como destinatário final. Os três Formas e técnicas
componentes tomam parte no processo e a participação de cada um
depende da intensidade de seu empenho. A arte está sempre ligada às circunstâncias históricas e geográficas em
que se situa. Quando, por exemplo, se teve em mira reconstruir os templos

Atualidades 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da Acrópole no século V a.C., em Atenas, as intenções de Péricles e de horizontal pode exprimir a calma, o repouso, a estabilidade; a vertical, a
Fídias teriam assumido forma inteiramente diversa, se não fosse a dignidade, a altivez; a oblíqua, o desequilíbrio, a transição, a queda; a
quantidade de mármore existente no monte Pentélico, há alguns curva, a sensualidade.
quilômetros apenas. Do contrário, teria sido preciso usar a pedra trazida por
mar desde a Jônia, através do Egeu. Plano. Espaço ocupado pela obra de arte, o plano pode ser real ou
ideal como, por exemplo, na arquitetura ou na pintura. Compreende o
Assim também o gênio escultórico de Michelangelo teria se espaço positivo, ou seja, aquele que verdadeiramente é utilizado pelo
desenvolvido de maneira diferente, se não fosse a qualidade do mármore artista, e o espaço negativo, ou seja, o das zonas de repouso, e que
de Carrara e de outras regiões da Itália. De forma parecida, um jovem corresponde à pausa musical. Dá-se o nome de "composição espacial" à
pintor que tivesse nascido no século XVI, em Veneza, dificilmente poderia disposição, no plano, dos espaços positivos e negativos.
vir a ser um grande muralista, se decidisse permanecer em sua cidade
natal, onde as condições climáticas desaconselhavam a prática do afresco Textura. A textura é um elemento que deriva da própria qualidade física
e estimulavam a da pintura a óleo. É claro que um artista medieval teria de do plano. O papel, o pano, a madeira, a pedra, cada um desses materiais
optar pela forma bidimensional, representada pelo mosaico ou pela tem sua textura inconfundível e que se impõe ao tato: é o que Bernard
iluminura, enquanto outro, renascentista, optaria pelas técnicas da Berenson denominou valores táteis de uma obra de arte. A textura muitas
tridimensionalidade, proporcionadas pelas perspectivas linear e aérea. vezes é qualidade fundamental da obra e, como tal, não se mostra apenas
para ser vista: precisa ser tocada.
Cabe ao artista, portanto, e de acordo com as possibilidades do meio, a
escolha do método expressivo, dos utensílios e técnicas mediante os quais Cor. Elemento dos mais determinantes é a cor, que ocorre
se comunicará com os homens. Será preciso ainda, mediante uma prática universalmente na natureza, como na obra de arte. Define-se como
permanente, aprimorar sua habilidade de maneira a subjugar materiais e qualquer sensação visual que derive da luz. As cores perceptíveis no arco-
técnicas a seus projetos. Pode, assim, aspirar a soluções pessoais para a íris chamam-se matizes e podem ser reduzidas a 12, embora exista entre
expressão de suas ideias e emoções. Secundariamente, deverá levar em elas um número infinito de gradações: amarelo, amarelo-verde, verde, azul-
conta certas considerações externas, como natureza das encomendas e verde, azul, azul-violeta, violeta, vermelho-violeta, vermelho, vermelho-
fins a que se destinam. laranja, laranja, amarelo-laranja.

Sua obra será exibida em ambiente sacro ou profano? Seu destinatário As cores encontradas na natureza são o vermelho, o amarelo e o azul.
é uma elite ou o público em geral? O meio expressivo, assim como os São as chamadas cores primárias. Misturando-se duas cores primárias,
materiais e técnicas empregadas pelo artista, inevitavelmente revelarão os obtém-se uma das que são ditas secundárias. Desse modo, a mistura de
gostos de seu tempo, as ideias dominantes e as tendências estilísticas da amarelo e azul dá o verde, a de amarelo e vermelho, o laranja, a de azul e
época. vermelho, o violeta. A mistura, em partes iguais, de uma cor primária e uma
secundária dá um matiz terciário: amarelo-laranja, vermelho-laranja,
O estilo pessoal do artista, consequentemente, será determinado não amarelo-verde, azul-verde, azul-violeta, vermelho-violeta.
apenas pelo espírito do período histórico em que vive e produz, como por
sua habilidade artesanal e pela natureza das diversas técnicas de que se Outra noção muito empregada é a de cores quentes e frias. Estariam
valha. A técnica do afresco, por exemplo, remonta a tempos antigos e, no primeiro caso as que, por associação com determinadas ideias, lembram
embora tenham variado muito as formas de sua representação, os métodos o calor do sol e o fogo (o amarelo, o laranja, o vermelho), e no último caso
e procedimentos básicos do afresco pouco se alteraram desde os tempos as que lembram a noite, o mau tempo, o gelo (o azul, o violeta). A
greco-romanos. disposição de sentido harmônico, num plano, de cores quentes e frias em
alternância recebe o nome de "composição cromática". A expressividade ou
Outras técnicas, como a encáustica ou o mosaico, caíram em quase o significado particular de determinadas cores foi especialmente valorizada
completo olvido, apesar de tentativas esporádicas para ressuscitá-las. No por alguns artistas e tendências. É famosa a declaração de Van Gogh de
entanto, continuam aparecendo novas técnicas e, logo depois de uma fase que procurara "exprimir com o vermelho e o verde as terríveis paixões
de experimentação, passam a integrar a prática dos artistas humanas".
contemporâneos. Relacionem-se, por exemplo, o duratex, empregado há
algumas décadas como suporte pictórico, o acrílico e outros novos Massa. Assim como a cor é de importância primordial para a pintura e
materiais da escultura, a serigrafia e muitas outras técnicas de gravura. À secundária para as demais artes plásticas, a massa é fundamental para as
medida que variam as técnicas, o escultor de hoje utiliza tanto o cinzel artes tridimensionais, escultura e arquitetura, embora também esteja
quanto o maçarico, pois o metal continua a ter larga utilização. presente nas artes bidimensionais, ao menos como ilusão. A noção de
massa pressupõe a quantidade de matéria utilizada na obra de arte e a
Artes plásticas. Conforme as qualidades intrínsecas ou as finalidades a presumível gravidade a que essa matéria estaria submetida. Todas as
que se destinem, as artes plásticas ou artes visuais podem ser massas se aproximam de uma das formas geométricas básicas (a esfera, o
classificadas em quatro categorias: pictóricas, escultóricas, construtivas e cilindro, o cubo, o cone, a pirâmide) e é no reconhecimento de tais formas
aplicadas. As artes pictóricas são as que se desenvolvem sobre uma que o ser humano alcança uma de suas maiores fontes de satisfação nesse
superfície bidimensional, como o desenho (a bico-de-pena, a tinta, a campo. Isso é evidente entre os arquitetos egípcios que construíram as
carvão, a pastel, a giz), a pintura (óleo, têmpera, aquarela, guache), a pirâmides, entre os arquitetos góticos que faziam suas catedrais em forma
gravura (plana, de incisão, de relevo), o mosaico e a fotografia. Entre as de cone ou na escolha feita por Brancusi de uma forma cilíndrica elementar
artes escultóricas se colocam todos os tipos de escultura, do baixo-relevo como base de seus Pássaros.
ao bloco esculpido. A arquitetura corresponde sozinha à terceira categoria,
das artes construtivas e, entre as artes aplicadas ou utilitárias, enumeram- Espaço. O último dos elementos é o espaço, que age diretamente
se a cerâmica, os trabalhos em vidro, marfim, madeira, materiais têxteis etc. sobre a estrutura de qualquer obra tridimensional e, negativamente, sobre
As artes aplicadas também são às vezes subdivididas em utilitárias e as bidimensionais (em que o espaço negativo é aquele não ocupado por
decorativas. nenhuma massa). O espaço adquire sua máxima importância na escultura
e na arquitetura modernas. Um dos axiomas da teoria da arte é que os
São elementos básicos das artes plásticas o ponto, a linha, o plano, a espaços positivos, isto é, aqueles efetivamente trabalhados pelo artista,
textura, a cor, a massa e o espaço. Tais elementos ocorrem conjuntamente concorrem igualmente com os espaços negativos para a eficiência do todo.
em qualquer obra de arte, embora um ou outro seja sempre levado a
sobrepujar os demais, segundo o estilo e as pretensões do artista. Técnicas da pintura. Como em qualquer outra das artes plásticas, a
imagem pictórica é fictícia, isto é, não tem existência física tridimensional.
Ponto. O elemento mais simples é pois o ponto, pequena marca em Visto que o artista só trabalha sobre um plano, tem de recorrer a
determinado espaço que pode chamar a atenção do olhar, conforme sua expedientes que lhe possibilitem representar os objetos no espaço. Tais
posição (foco). Isolado, é elemento estático; combinado com outros pontos, métodos incluem a perspectiva, o chiaroscuro e o uso da cor. A perspectiva
pode-se transformar em dado sugestivo de movimentação e de ritmo. linear parte das premissas de que, à proporção que os objetos se afastam
do olho, ficam parecendo menores; e de que a área em torno deles, de
Linha. Uma sucessão contínua de pontos passa a ser a linha, capaz de diluição da forma, perde seus contornos à distância.
sugerir deslocamento e de tornar-se expressiva por si mesma. Uma linha

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O chiaroscuro, ou gradação entre a luz e o sombreado, tal como estes tapeçaria e o bordado, processos artísticos fundamentalmente
são refletidos pelos objetos, produz o efeito do modelado -- termo que os bidimensionais.
pintores tomaram de empréstimo à escultura. É preciso ainda observar a
perspectiva cromática, baseada no princípio de que as cores "quentes" Técnicas da arquitetura. Historicamente, a arquitetura deveria ser o
(como o vermelho) parecem mais próximas do espectador do que as "frias" ponto de partida de qualquer análise das artes plásticas, uma vez que
(como o azul). forneceu ao homem o abrigo contra a intempérie e uma moldura de
segurança para suas atividades domésticas, religiosas e sociais. Em
Os materiais de que uma pintura se compõe dependem sempre das sentido amplo, a arquitetura pode englobar o planejamento urbano e
técnicas empregadas, mas há três que são indispensáveis na maior parte regional, o paisagismo etc.
dos casos: uma superfície (denominada suporte pictórico), os pigmentos
utilizados na obtenção das cores e os utensílios com que se espalham A arte de construir é possivelmente o melhor exemplo de cooperação e
esses pigmentos sobre o suporte. identificação básica entre as belas-artes e as artes utilitárias, entre a beleza
e a utilidade, entre a forma e a função. Um edifício compreende a solução
O termo "agente", em pintura, tem um significado especial, pois de uma série de problemas práticos associados à finalidade a que se
designa o veículo de suspensão e fixação dos pigmentos. Um desses destina, seja templo ou habitação, fábrica ou biblioteca.
veículos é o pastel: bastões de giz a que se acrescentam as cores, visados
para pintar sobre papel. Terminada a obra, esparge-se um fixador. Outro A primeira preocupação de um arquiteto é a definição e articulação do
veículo é a aquarela, em que os pigmentos são diluídos em água e as espaço externo e o encerramento do espaço interior. Desde o momento em
tonalidades controladas segundo a maior ou menor quantidade desse que se traça um círculo ou um quadrado sobre um terreno, uma área foi
líquido. Aplica-se sobre papel ou seda. Já na técnica do guache, adiciona- separada de outra, e teve início o processo arquitetônico. À medida que
se às tintas de aquarela um ingrediente opaco, como o branco-de-zinco, preenche o espaço, o arquiteto depara com problemas já técnicos já de
com a obtenção de peculiares efeitos de textura. ordem estética. Deve, no emprego dos materiais, preocupar-se com sua
qualidade, textura, cor e capacidade, com a correta proporção entre
A pintura do afresco é feita com tintas de aquarela sobre uma massas e vazios, com o controle e o fluxo da iluminação, com a relação
superfície ainda úmida de reboco e cal, em geral aplicados sobre muro ou harmônica de portas e janelas com o espaço fechado e, sobretudo, com a
teto. Combinadas, a pintura e o reboco secam conjuntamente e passam a existência das diversas pessoas que poderão viver e trabalhar no interior e
fazer parte da superfície, que impregnam de maneira duradoura. Na em torno do edifício.
têmpera, a substância aglutinante é a gema do ovo ou qualquer outra com
igual teor de viscosidade. Essa técnica pode-se aplicar a muros, madeira A história da arquitetura poderia ser definida como a solução gradativa
ou tela, com ótimos resultados em durabilidade, textura e brilho. Um dos de problemas estruturais. A transição que vai do teto mais primitivo e da
tipos de têmpera tem como veículo a caseína, extraída do leite. rude construção em treliça até as colunas verticais que suportam traves
horizontais estende-se por todo o período que vai do começo da civilização
O óleo é, de certo modo, o mais flexível dos veículos. Secando às antigas culturas egípcia e grega. Os romanos fizeram bom uso do arco,
lentamente, permite ao pintor efetuar gradativas correções em seu trabalho, da abóbada e da cúpula, e souberam compreender melhor a função de
até atingir a qualidade desejada. Ao contrário da têmpera, que é opaca, a arrimo das paredes de alvenaria.
pintura a óleo permite a refração da luz e, consequentemente, a obtenção
de efeitos luminosos e de transparência. Mais recentemente, fizeram-se No final da Idade Média apareceram o arco pontiagudo, os sistemas de
experiências bem-sucedidas com resinas sintéticas e piroxilinas, tintas vigamento e de pilastras. A essa altura, praticamente todos os problemas
vinílicas e outras. Os muralistas mexicanos foram pioneiros na adoção de relativos à construção com tijolos ou alvenaria tinham sido resolvidos.
tais materiais, muitas vezes sobre uma superfície pictórica de cimento Poucos novos progressos se registrariam até a primeira revolução
Portland. industrial, exceto em aspectos concernentes à decoração.

Para aplicar os pigmentos, o pintor ordinariamente utiliza pincéis de No século XIX, com o advento do ferro fundido e das estruturas de aço,
vários tamanhos, com cerdas também de espessura variável. Facas, começou uma nova era arquitetônica, que possibilitou edifícios mais altos,
espátulas, cabos de pincel e os próprios dedos são às vezes empregados maiores e mais leves. Com os progressos tecnológicos do século XX,
para alcançar certos efeitos. Há mesmo quem aplique a tinta diretamente novos materiais como o concreto armado, o alumínio e os vidros especiais,
com o tubo, ou com uma bomba de ar comprimido, ou usando um somados a muitos novos métodos de engenharia, revolucionaram as
vaporizador. conquistas da arquitetura. A partir daí, a arquitetura, enquanto arte, e a
engenharia, enquanto ciência prática, separadas desde os tempos do
Se bem que a pintura seja uma arte bidimensional, é possível Renascimento, reaproximaram-se cada vez mais.
adicionar-lhe uma terceira dimensão. A própria superfície do suporte pode
ser realçada, por exemplo, com uma espessa camada de gesso. Ou então Técnicas da escultura. Como a arquitetura, a escultura desenvolveu-se
o pintor poderá lançar mão de grossas camadas de tinta, que constituem a no espaço tridimensional. Ao contrário dela, no entanto, pode representar
técnica do impasto. Mais modernamente, a tridimencionalidade pode-se formas naturais, além das puramente abstratas. A escultura e a arquitetura
obter com a adição, aos pigmentos tradicionais, de areia, sementes, coexistem sempre em estreito relacionamento, já que a maior parte do
pequenos objetos etc. ornato arquitetônico, tanto externo quanto interno, é concebida em termos
escultóricos: frisos, cornijas, estátuas dispostas em nicho e tantas outras
Na maioria das pinturas a óleo, a mistura dos pigmentos se faz na modalidades.
própria superfície pictórica, não na palheta. Mas acontece, às vezes, que o
artista não deseja propriamente misturar os pigmentos e sim justapô-los, Há dois tipos de escultura: em relevo, em que as formas se destacam
deixando aos olhos de quem veja o quadro a tarefa de misturá-los de um fundo, contempladas contra um plano, e em redondo, em que as
mentalmente. Colocando assim, lado a lado, em pequenos pontos, figuras se desenvolvem livremente no espaço real. Certos tipos de
pigmentos amarelos e azuis, o resultado será a formação, na retina do escultura moderna chegam a fazer uso do movimento real (mobiles),
espectador, de belas tonalidades verdes. A técnica, a que se deu o nome tangidas pelo vento ao serem suspensas no ar. O movimento em si mesmo
de pontilhismo, foi de ampla utilização por pós-impressionistas que torna-se parte da escultura, quando anteriormente podia ser simulado ou
desejavam sugerir a brilhante natureza da luz solar. sugerido.

Algumas técnicas artísticas apenas se assemelham às da pintura, Teoricamente, qualquer material capaz de ser plasmado e de reter a
como o mosaico, os têxteis e o vitral. O mosaico consiste na composição forma assim obtida pode ser usado pelo escultor. Os materiais tradicionais
com grande quantidade de pedrinhas achatadas, de cor e brilho variáveis são a madeira, a argila, a pedra e o metal. Em cerâmica, argilas de vários
(tesserae), de maneira a formar um desenho sobre um fundo de tipos são inicialmente plasmadas a mão e a seguir, endurecidas ao fogo. A
argamassa. Embora certos efeitos de luz e sombra, e mesmo de talha em madeira ou pedra também se acha entre os procedimentos mais
perspectiva, possam ser obtidos, a essência do mosaico é uma antigos e rudimentares, enquanto a escultura em metais, como cobre, prata
bidimensionalidade que melhor se traduz em padrões de estilo abstrato ou ou ouro, assim como a moldagem em bronze, requerem técnicas bem mais
semi-abstrato. É também o caso do vitral, como de certos têxteis como a complexas.

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Os escultores do século XX passaram a utilizar metais como alumínio, influência de Benedetto Croce, para quem o que continuava vivo na filosofia
ferro, aço, tratados com métodos e ferramentas recentes como a fundição e de Hegel era a supremacia do pensamento na compreensão da realidade.
o maçarico. Foi o fascínio pelos materiais novos e pelas técnicas inéditas
que levou ao aparecimento da escultura abstrata. Também as sobras das No campo da historiografia das artes, essa mudança de perspectiva
sociedades industriais e de consumo -- como, por exemplo, as mostrou-se bem característica na oposição entre os métodos de Karl
engrenagens, os discos de aço, a sucata, o lixo, as carcaças de velhos Schnaase e Jacob Burckhardt, o primeiro voltado para o problema das
automóveis -- foram encaradas como matéria-prima pelos escultores, que relações da arte com o conjunto da vida social e espiritual, particularmente
realçam desse modo o relacionamento cada vez mais estreito entre o o povo e a raça, e o último preocupado com o estudo do objeto artístico,
homem e a máquina. Além disso, novos materiais sintéticos, plásticos, seu valor intrínseco e suas peculiaridades. Fundou, assim, a historiografia
fibras de vidro, papel, papelão, integram também a criação escultórica. formal da arte, cujo objetivo primordial é a crítica do estilo. Essa orientação
fez de sua obra Die Kultur der Renaissance in Italien (1860; A cultura do
Costuma-se dividir as técnicas da escultura em dois grandes grupos, Renascimento na Itália) um marco literário em que o Renascimento é
conforme se baseiem na adição ou subtração de matéria. No primeiro caso, definido como o berço da civilização moderna.
o escultor, que trabalha, de um modo geral, com material mole e plasmável
como a argila, cera ou gesso, cria sua obra a partir de um núcleo central e As questões da forma também atraíram a atenção de Konrad Fiedler,
dá forma e volume ao trabalho, do centro para a periferia. O produto final que trabalhou com os conceitos de Gestaltung (configuração) e Formung
pode ser submetido a um processo de endurecimento em forno (caso da (conformação). Mas a síntese entre as posições historicistas e analítico-
terracota) ou transferido, mediante moldagem, para um metal como prata formais foi alcançada por Alois Riegl, que chegou a uma filosofia
ou bronze. transcendental da arte e opôs-se às teorias materialistas, que faziam
derivar, geneticamente, todas as formas artísticas das propriedades do
Muitos escultores contemporâneos trabalham com o método aditivo: material e da técnica empregados em sua elaboração.
fazem assemblages de pedaços de madeira, pedra, metal, plástico etc.
Pela técnica subtrativa, o escultor, dispondo de um bloco de matéria sólida Com seu conceito de vontade artística, Riegl contestou a concepção
como madeira ou mármore, desbasta-o pouco a pouco, trabalhando do mecanicista que via na obra de arte um produto como outro qualquer, de
exterior para o interior. O material, portanto, é gradativamente removido e o fins utilitários. Vários teóricos aperfeiçoaram a visão de Riegl, entre os
que dele resta constitui o produto final ou escultura propriamente dita. quais Max Dvorák, Hans Tietze, Richard Hamann, Erwin Panofsky e Fritz
Saxl, que ressaltaram o caráter humano e individual da criação artística,
Além de ter de ordenar linhas, planos, massas e volumes, o escultor assim como suas implicações na participação dos sentidos de quem cria e
deve levar em consideração a textura e a cor dos materiais que emprega, na formação dos estilos.
bem como a função que sobre estes exercerão a luz e o sombreado. Os
valores táteis têm papel importante e a iluminação deve também preocupar A forma voltou a ser o centro das atenções na obra de Heinrich
o escultor, que terá sempre em vista o local em que será exposto o Wölfflin, Kunstgeschichtliche Grundbegriffe (1915; Conceitos fundamentais
trabalho: se dentro de um aposento iluminado artificialmente, se ao ar livre da história das artes), em que ganhou especial relevo a descrição
e à luz natural, se iluminado do alto para baixo ou de baixo para cima etc. fenomenológica da arte clássica e da arte barroca. Wölfflin situa-se como
mediador entre a obra de arte e o espectador: quer ensinar a ver e educar
É devido a esses fatores que, algumas vezes, esculturas que foram os olhos para que saibam interpretar a obra de arte.
tiradas de seu cenário original e colocadas em museus já não
impressionam tanto quanto antes. Um bom exemplo são as esculturas do Outra importante contribuição é a de Wilhelm Worringer, que
frontão do Partenon: concebidas para serem apreciadas a uma altura de interpretou a arte como uma espécie de história psicológica do homem. Na
cerca de 11m, no Museu Britânico são vistas ao nível do olho humano, verdade, amplia a metodologia histórica ao assentá-la numa "psicologia do
inevitavelmente com menos impacto. estilo", como expressão do espírito de uma época e atitude existencial do
ser humano diante do mundo. O estilo, para Worringer, não se distingue
Dentre as artes menores de caráter tridimensional, destaca-se a do como forma expressional do artista, mas como signo de um contexto
ourives, que trabalha com metais. Seus materiais, embora às vezes mais histórico-cultural.
preciosos que o metal do escultor, também são maleáveis e podem ser
moldados, mas ensejam ainda importante trabalho de decoração, pelo qual O idealismo retornou à cena com os estudos de Max Dvorák sobre os
são gravados ou engastados conforme a técnica do repoussé (de irmãos van Eyck, mas Frederick Antal tomou o caminho inverso, ao tratar
impressão à mão) ou são submetidos a técnicas como a da damasquinaria da pintura florentina dos séculos XIV e XV com rigoroso realismo histórico.
(pela qual são embutidos desenhos de ouro ou prata em metal brilhante) ou Já a visão sociológica foi iniciada por Michael Haberlandt, mas uma e outra
o esmaltamento cloisonné (em que os motivos, em esmalte, são separados perspectivas, de realismo histórico e social, ganharam vasta contribuição
em pequenos compartimentos). nas obras de Arnold Hauser, Sozialgeschichte der Kunst (1953; História
social da arte) e Philosophie der Kunstgeschichte (1958; Filosofia da
Além das artes decorativas, como a ourivesaria, o entalhe em osso e história da arte). Sua interpretação do maneirismo em Der Manierismus; die
marfim, lapidação de pedras preciosas e numismática (retratos em Krise der Renaissance und der Ursprung der modernen Kunst (1964; O
camafeu), existem outras artes que reúnem beleza e utilidade, como a maneirismo; a crise do Renascimento e a origem da arte moderna) é um
cerâmica, a cestaria, a vidraria, a marcenaria etc. O moderno desenho dos pilares da filosofia da história da arte contemporânea.
industrial também é cada vez mais expressivo.
Na atualidade, o caminho de Hauser foi enriquecido pelos estudos de
Filosofia da história da arte Moritz Geiger (fenomenologia), do austríaco Hans Sedlmayr e do inglês
Herbert Read, assim como pela participação da psicanálise -- desde os
Criação eminentemente alemã, a filosofia da história da arte ocupa um estudos do próprio Freud sobre Leonardo da Vinci e Michelangelo -- e do
lugar intermediário entre a estética, a teoria geral da arte e a história da marxismo de Ernst Fischer, Georg Lukács, Lucien Goldman, Karel Kosik,
arte. Com a estética, participa da investigação filosófica da criação artística. Galvano della Volpe. O pensamento dos alemães Theodor Adorno e Walter
Ao contrário do que faz a história descritiva da arte, procura investigar as Benjamin trouxe novas luzes para a interpretação do fenômeno da criação
leis do desenvolvimento artístico, considerando-as sob o ângulo historicista. estética e, nos Estados Unidos, a reflexão de Fredric Jameson demonstra
Ao procurar fixar o ritmo desse desenvolvimento, visa estabelecer o sentido claramente como, na visão de Adorno, "a obra de arte reflete a sociedade e
da história da arte. É assim uma ciência-síntese e integra as chamadas é histórica na medida em que recusa o social e representa o último refúgio
ciências do espírito. da subjetividade individual em relação às forças históricas que ameaçam
O fundador dessa ciência foi Wilhelm Dilthey que, em Das Erlebnis und esmagá-la".
die Dichtung (1905; A experiência e a poesia), apresentou os critérios História e estilo
gnosiológicos de sua abordagem. Ao determinismo causalístico das
ciências exatas, Dilthey preferiu a compreensão psicológica. Dessa Ao longo dos tempos, e à medida que se sucedem as gerações, a arte
maneira, as ciências do espírito livraram-se do naturalismo mediante um experimenta mudanças em sua maneira de ser e cabe à história da arte
retorno radical a Hegel. Um dos fatores dessa tônica hegeliana foi a avaliar a importância dessas modificações. Mas a história deve ser, mais do
que uma enumeração interminável de fatos, um ordenamento destes (com

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suas consequências), de modo que toda prioridade seja dada aos XVIII.
realmente mais importantes. Também o historiador da arte deve ordenar
por classes os fatos de que dispõe, segundo um critério de qualidade.
O período cristão-primitivo ocupa posição-chave, a meio caminho entre
Uma vez que, como expressão da consciência humana, a arte se acha os períodos clássico e medieval. Por volta dos séculos III e IV, os cristãos
intimamente ligada aos grandes movimentos culturais de cada época, começaram a conciliar as formas clássicas a seus ideais. As primeiras
costuma-se às vezes designá-la de acordo com os principais períodos em obras de arte cristãs foram produzidas num cenário ainda pagão, e era
que se divide a história da humanidade. Assim, fala-se em arte da lógico que, em seu estilo, revelassem essa origem pagã. No entanto, já
antiguidade, medieval, do Renascimento e moderna, recorrendo-se a uma continham novos elementos que cedo iriam gerar um estilo abstrato e
divisão demasiadamente ampla, mas válida. transcendente, que anuncia certas tendências da arte medieval.
O ocaso da Grécia e da Roma clássicas e o início de uma nova era Ocorre frequentemente, por exemplo, um significativo desprezo para
entre as invasões bárbaras e a coroação de Carlos Magno podem ser com o volume, e não há a preocupação de evocar individualidades, sempre
detectados tanto na arte como nos demais campos da atividade humana. que se trata da forma humana. Tais características teriam sua plena
De igual modo, as alterações ocorridas na arte, por volta de 1500, podem realização na arte solene e imutável de Bizâncio, embora até mesmo a arte
servir para marcar o fim da Idade Média tão claramente quanto a Reforma e bizantina mostrasse dualidade estilística, com um tanto de clássico e um
o descobrimento da América. tanto de hierático.
Essas classificações simplificadoras, no entanto, também são A arte carolíngia dos séculos VIII e IX dá nova vida a formas antigas e
limitadas. Como a história surge com o documento escrito, as civilizações tardias, insinuando-se nas tradições do norte, puramente abstratas. Sob
que não deixaram sua crônica tendem a ser desprezadas em muitos esse aspecto, pode ser considerada a base a partir da qual se
manuais de história da arte. Pouco a pouco, a arte pré-histórica foi revelada desenvolveu um estilo artístico ao mesmo tempo europeu e pós-antigo. O
pelos arqueólogos, ao mesmo tempo que culturas até então desdenhadas estilo carolíngio era internacional. Com a fragmentação do império de
pelos historiadores, como as das sociedades "primitivas" da África, da Carlos Magno, no entanto, cada novo país assim surgido passou a
América, da Oceania e das regiões polares, mais bem estudadas, desenvolver seu estilo nacional.
mostraram possuir estilos próprios, de cuja análise surgiram novas luzes
para a compreensão da arte contemporânea. A arte otoniana dos séculos XI e XII caracteriza-se por um estilo rígido
e monumental, inteiramente diferenciado do que então dominava na
É erro considerar toda arte da antiguidade como mero estágio França, Espanha, Itália ou Inglaterra, embora todos esses estilos se
preliminar da arte medieval, da mesma forma que não se pode ignorar a tivessem originado na arte carolíngia. Nessa época, estava começando um
contribuição dos verdadeiros precursores da Europa medieval, isto é, os dos mais fecundos períodos históricos da arte inglesa. Talvez o lugar de
saxões, celtas e ilírios. A arte medieval parece constituir um retrocesso destaque na arte do período saxônico coubesse à escola de pintura de
quando comparada com a grega clássica. Em relação à arte pré-histórica Winchester, que entremostra um relacionamento inteiramente original entre
européia, todavia, constitui um desenvolvimento progressivo e natural. as figuras e a ornamentação, encontro notável de elementos clássicos e
Assim, ignorar a arte pré-histórica européia é sugerir que a arte medieval abstratos, capaz de gerar um novo estilo repleto de antecipações
não teve infância ou adolescência. expressionistas.
O historiador da arte do século XX deve considerar todas as áreas O estilo românico, que predominou nos séculos XI e XII, era
culturais em relação umas às outras. Verá que cada uma possui essencialmente arquitetônico e marcou o início de uma fase de grandes
características peculiares, se bem que influências de outras áreas construções em toda a Europa. Representou um rompimento quase
frequentemente possam ocorrer. A arte da Europa é perfeitamente completo com os modelos antigos e foi secundado pelo emprego, em larga
distinguível da do Extremo Oriente e dentro da própria Europa é nítida a escala, da decoração escultórica. Foi um estilo monumental, em que todas
diferença entre a arte européia ocidental e oriental, sobre a qual se fez as formas eram reduzidas a seus elementos mais simples e, apesar de seu
sentir, durante séculos, a influência bizantina. internacionalismo, desenvolveu-se de maneira mais característica na
França.
Embora não exista nos livros de história nenhuma indicação de que a
Europa tenha constituído uma unidade cultural, o estudo de suas Dotado de maior dinamismo foi o estilo gótico, que se implantou entre
manifestações artísticas revela claramente como a passagem do românico os séculos XII e XV. Estilo também essencialmente arquitetônico e
para o gótico, do Renascimento para o Barroco e daí para a arte moderna internacional, se bem que adquirisse peculiaridades em cada país, o gótico
ocorreu de modo semelhante em todos os países europeus. substituiu o tratamento frontal pela utilização de diagonais e oblíquas, ao
mesmo tempo que conferia muito maior importância à percepção do
A arte é um instrumento de aferição tão agudo que pode detectar as espaço. O arquiteto gótico elevou massas imponentes a grandes alturas.
menores variações. Apesar de alguns pontos que todos têm em comum, os Parecia querer atenuar a lei da gravidade e conseguia um equilíbrio todo
países europeus apresentam estilos nacionais característicos. O gótico feito de tensões. Para alguns autores da moderna história econômica e
francês difere do alemão, do italiano ou do inglês. O especialista pode social dedicada a esse período, a altura e magnificência das catedrais
distinguir diferenças ainda mais sutis. Pode, por exemplo, afirmar se uma góticas expressaram muito mais o orgulho da burguesia ascendente e a
Madona de cerca de 1500 foi executada no norte ou sul da Alemanha, ou competição entre suas cidades do que um surto de fé e espiritualidade.
se determinado desenho é da mão de Durer ou de Grunewald. Na fixação
de um estilo particular, o artista constitui, na verdade, a unidade menor. A tensão já não se acha presente no estilo renascentista que se
seguiu. Mas a rígida monumentalidade foi tão alheia ao espírito
O problema do estilo vai mais longe. Quando se indaga "que estilo é renascentista como o foi ao ideal gótico tardio. É que, se a arte medieval
esse?", a tendência é pensar não em termos de um artista ou mesmo de era antes de tudo simbólica e como que apartada da vida, a renascentista
um país em especial, mas no período histórico em que a obra teria surgido. achava-se imbuída da experiência que o artista trazia do mundo exterior. A
Um estilo individual ou nacional é determinado por fatores que se revelam tendência a reproduzir a aparência real das coisas, que acabaria por gerar
constantes. Pode-se reconhecer um mestre em função de algo imitável o realismo fotográfico de fins do século XIX, teve suas raízes na arte
nele, ainda que suas obras mais antigas sejam diferentes das de sua renascentista. Logo, porém, haveria de surgir uma nova reação a essa fase
maturidade. "clássica", com o advento do maneirismo no século XVI e já como prelúdio
O conceito de período estilístico, ao contrário, baseia-se na ideia de do barroco. O maneirista interpretava as formas de modo até certo ponto
modificação. Ninguém falará em estilo "alemão primitivo" ou "alemão tardio" engenhoso, embora torturado.
e sim nas diferentes fases atravessadas pelo gótico na Alemanha. É bem A arte barroca dos séculos XVII e XVIII substitui o equilíbrio e repouso
verdade que a arte de determinadas regiões se alterou bem pouco, se renascentistas pela constante sensação de movimento. O estilo barroco, no
comparada à da Europa: a arte egípcia, por exemplo, mostra modificações entanto, não pode ser comparado ao gótico: neste, a forma é
relativamente pequenas no transcurso de milênios, e ocorre o mesmo com espiritualizada e, naquele, intelectualmente elaborada. O artista barroco
certos aspectos da arte bizantina, quase inalterados entre os séculos XIV e exalta o esforço físico e procura combinar uma energia toda terrena com

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elementos místicos. Obtém, assim, efeitos de incrível impacto dramático. O Os estilos e conteúdos desses objetos exprimem o gosto, as atividades
vigor desses resultados transforma-se em graça e frivolidade no período profissionais e os costumes de seus produtores e consumidores. Tanto
rococó, quando as formas se mostram ainda mais elaboradas, mas com estes como aqueles, em condições normais, não vêem tais produtos como
uma sobrecarga decorativa que, nas últimas décadas do século XVIII, arte e sim como coisas necessárias à vida diária, manifestações de seus
marca o final de um longo processo de desenvolvimento. sentimentos e de suas habilidades. Muitas vezes se confundem produtor e
consumidor, pois a expressão tende a ser impessoal e coletiva, e a criação,
O renascimento neoclássico, que se verificou por volta de 1800, teve como a da criança, espontânea e acrítica.
todo o aspecto de um movimento natimorto, tanto que, durante sua
vigência, a arquitetura original deixou de ser praticada. A princípio, as Há uma constante interação entre arte popular e arte culta. Em países
formas arquitetônicas gregas e romanas ainda foram habilmente como o Brasil, a arte popular pode subdividir-se segundo os diferentes
manipuladas por arquitetos capazes, mas a seguir se transformaram em povos ou culturas envolvidos: a arte indígena, por exemplo, não só constitui
frios pastiches ou meras imitações de modelos antigos. um todo à parte como mostra características muito distintas de acordo com
a tribo em que se origina. Afora esses casos especiais, deve-se considerar
Como um estilo implica antes de tudo adequação entre a vida mental e como categoria básica dos produtores de arte popular a dos artesãos de
a existência física, e os homens do começo da era industrial pouco tinham tradição. São os que herdaram tradições locais ou de ofício, sendo sua
em comum com os que construíram o Palazzo Pitti ou com a corte de Luís evolução determinada dentro de certas constantes sociais. São assim os
XIV, não é de se surpreender que essa época de cópias servis não alcance ceramistas, cesteiros, bordadeiras, rendeiras, latoeiros, santeiros,
qualquer resquício de estilo próprio. Só a pintura realizou avanço entalhadores, marceneiros etc.
significativo, romântica, realista, no final do século XIX já naturalista. O
impressionismo, que se manifestou em seguida, trouxe cenas e paisagens O marginalismo da arte popular no que diz respeito à cultura das
em que a luz e a atmosfera se combinam de maneira quase impalpável. Em classes instruídas não é apenas uma característica, mas condição
alguns casos já anuncia a arte abstrata do século XX. necessária à sua sobrevivência. Esse isolamento, no entanto, nunca foi
absoluto e, com o tempo, tendeu a romper-se. É certo que ainda hoje,
Foi necessária a arte moderna do século XX para que aparecessem mesmo na Europa, comunidades de caráter rural e de atividade artesanal
estilos novos e inconfundíveis de arquitetura. Graças a novas técnicas e muito arraigada coexistem com a civilização industrial. Tanto quanto se
materiais, os edifícios de hoje, em suas diversas tendências, não se pode prever, porém, essas comunidades acabarão por ser absorvidas e,
assemelham a quaisquer outros das épocas anteriores. Assim também os com elas, as tradições artísticas que representavam. Dentro desse
pintores, escultores, desenhistas, gravadores trabalham em direções processo, as manifestações de natureza expressiva, decorativa e religiosa,
completamente novas. Em sucessivas vertentes de renovação, mais que as utilitárias, oferecem resistência à incessante cultura dos
caracterizaram-se vivamente o expressionismo, o fauvismo, o surrealismo, centros urbanos, que tende a configurar o fenômeno estudado como cultura
o cubismo, o abstracionismo, as artes pop, op, conceitual, minimalista e de massa, especialmente a partir do desenvolvimento dos modernos meios
tantas outras manifestações artísticas do século XX. de comunicação.
A breve síntese das modificações estilísticas descritas sugere a Arte Brasileira
existência, no campo da arte, de uma lei da evolução capaz de repetir o
que se passa na natureza. A ideia parece fortalecer-se quando se observa As artes visuais brasileiras evoluíram por meio da adaptação e
que uma mesma espécie de ritmo prevaleceu na arte pré-histórica, na da estilização de tendências plásticas européias, a partir do barroco, ou da
Grécia e Roma antigas. À arte grega que teve início nos séculos VII e VI evocação de tais tendências por artistas estrangeiros radicados no Brasil.
a.C., no chamado período arcaico, seguiu-se o período "clássico" (séculos Assim, não é possível falar numa escola de artes plásticas genuinamente
V e IV a.C.) e, depois, uma fase "barroca". brasileira, como se fala, por exemplo, na tradição da arte italiana,
holandesa ou espanhola.
Para encerrar o ciclo grego, houve o período helenístico (séculos IV a I
a.C.), de indiscutíveis tendências naturalistas. No entanto, as grandes Frans Post, por exemplo, é artista holandês, embora também pertença
diferenças existentes entre a arte da antiguidade e a da Europa ocidental à história da pintura brasileira, e os temas brasileiros de Nicolas Antoine
mostram como a liberdade pode ser exercida, mesmo nos supostos limites Taunay não o descaracterizam como pintor francês. A partir da segunda
da "lei da evolução natural". A arte grega clássica iria dominar, por bem metade do século XIX, sobretudo após 1922, buscou-se o abrasileiramento
pouco tempo -- com exceção da Itália -- a arte ocidental cristã do da pintura, mas foi sobretudo em termos temáticos que essa busca
Renascimento. A cultura da Europa setentrional e ocidental é mais bem conduziu a resultados mais palpáveis.
traduzida pelo gótico, e nada há mais diferente de uma catedral gótica do
que um templo grego. Pintura

O estudo da evolução dos estilos mostra bem a relação entre as obras Período colonial. Além de europeus, os primeiros pintores ativos no
de arte e o período em que surgem, ou entre as obras de arte e o artista Brasil foram religiosos, ou de algum modo ligados a igrejas e conventos.
capaz de criá-las. Mostra também a influência de períodos sucessivos Predominou, portanto, a pintura de temática religiosa, pouco voltada para o
sobre construções que levaram muito tempo até serem dadas como retrato, a paisagem e a natureza-morta. Baseadas em estampas de antigos
prontas. O especialista pode situar uma obra de arte, ou agrupar obras missais franceses e flamengos, as obras desses artistas exibem curiosos
anônimas, conforme diferentes escolas ou autores, assim como pode, com anacronismos que, somados ao tosco desenho e à extrema simplificação
tais critérios, detectar falsificações. da composição, emprestam-lhes aparência ingênua e despretensiosa.

Arte popular. No sentido mais comum, a arte popular é a criação de É possível que o primeiro pintor a pisar solo brasileiro tenha sido Jean
artes plásticas, musical e poética de pessoas das camadas sociais carentes Gardien, "expert en l'art du portrait", companheiro de Jean de Léry na
de instrução e afastadas da população urbana e industrial. Como a arte viagem de 1555. Outros pintores do século XVI e início do século XVII, no
primitiva, a arte infantil e a dos doentes mentais, a arte popular se faz à Brasil, foram o jesuíta Belchior Paulo, ativo em Pernambuco e depois na
margem do processo cultural expresso nas artes, nas ideias e costumes da Bahia até 1589; Hierônimo de Mendonça, nascido no Porto em 1570, e que
civilização contemporânea. em 1595 residia em Olinda; e Rita Joana de Sousa (1595-1618), nascida e
falecida em Olinda.
Constituem produtos de arte popular, no campo das artes plásticas, os
objetos feitos com fins utilitários, decorativos, religiosos, lúdicos e Um dos episódios mais importantes da história da pintura colonial
expressivos, como ferramentas, utensílios domésticos, a própria casa e seu brasileira é a presença, em Pernambuco, na primeira metade do século
equipamento, roupa, jarros, toalhas bordadas ou tecidos, rendas, papéis XVII, de um grupo de pintores holandeses, flamengos e alemães reunidos
cortados, estatuetas de animais e de figuras humanas, xilogravura, em torno de Maurício de Nassau. Embora o próprio Nassau haja escrito que
imagens religiosas, ex-votos, objetos de devoção, brinquedos etc. É uma tinha a sua disposição, no Brasil holandês, seis pintores, apenas dois são
produção artesanal destinada a satisfazer necessidades materiais e perfeitamente identificáveis: o paisagista Frans Post, autor de pequenas
espirituais inerentes a determinadas faixas da população, em geral de vistas de Olinda e outras cidades nordestinas, e Albert Eckhout, pintor de
parcos recursos econômicos e isoladas dos grandes centros urbanos. figuras e de naturezas-mortas, talvez as primeiras executadas em solo
americano.

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Muitos outros artistas -- alguns de presença comprovada, outros de em igrejas de Ouro Preto, Santa Bárbara, Mariana e outras cidades
permanência curta ou hipotética no Brasil -- terão eventualmente executado mineiras, cuja obra-prima é a "Santa ceia", de 1828.
pinturas. Dos que trabalharam para Nassau, ou para a Companhia
Holandesa das Índias Ocidentais, destacam-se: Jorge Marcgrave, autor das Missão artística francesa. Em março de 1816 chegaram ao Brasil os
ilustrações da Historia naturalis Brasiliae; Zacharias Wagener, que traçou artistas e artesãos que D. João VI contratara na França por sugestão do
as ilustrações do Zoobiblion -- Livro de animais do Brasil; e Johan Nieuhof, conde da Barca. Chefiada por Joachim Lebreton, a missão artística
autor e ilustrador da Memorável viagem. francesa, que tinha por objetivo principal a organização de uma escola de
artes e ofícios no Rio de Janeiro, iria dar novos rumos à arte brasileira.
Os pintores de Nassau foram os primeiros a abordar assuntos não-
religiosos, num nível de elaboração artística até então desconhecido no Os pintores que a integravam eram Nicolas Antoine Taunay, seu filho
Brasil, mas constituem grupo isolado, já que não tiveram discípulos ou Félix Émile Taunay e Jean-Baptiste Debret. Dos três, Nicolas Antoine
continuadores. A evolução da pintura colonial brasileira deu-se em outra Taunay era o mais importante, adepto do neoclassicismo de David, mas
direção, fiel aos postulados herdados da metrópole. Materializou-se em poderoso colorista, cujas paisagens do Rio de Janeiro ("O morro de Santo
obras agrupadas em quatro escolas: pernambucana, baiana, fluminense e Antônio", Museu Nacional de Belas-Artes) e retratos valem mais do que
mineira, com centros de menor importância no Pará e em São Paulo. suas cenas de gênero e alegorias, cenas de batalhas e quadros bíblicos.

Escola pernambucana. Embora o surto inicial tenha ocorrido em fins do Debret, discípulo de David, foi retratista e pintor de história de menor
século XVI, somente no século XVIII a escola pernambucana alcançou seu fôlego ("Desembarque de D. Leopoldina", Museu Nacional de Belas-Artes),
apogeu, com a obra de artistas como Canuto da Silva Tavares; João de mas se notabilizou pelas ilustrações de cenas e costumes brasileiros da
Deus Sepúlveda, tido como o maior artista pernambucano de todo o Viagem pitoresca e histórica ao Brasil (1834-1839), que só encontram
período colonial, que entre 1764 e 1768 executou a pintura do teto da igreja paralelo nas estampas, no mesmo gênero, de Johann Moritz Rugendas,
de São Pedro dos Clérigos; e José Elói e Francisco Bezerra, que artista alemão ativo no Rio de Janeiro entre 1821 e 1835, autor de Viagem
trabalharam nas pinturas do mosteiro de São Bento em Olinda. pitoresca através do Brasil. Félix Taunay, pintor de história e paisagista,
teve maior importância como diretor da Academia de Belas-Artes, na qual
Escola baiana. A tradição dá Eusébio de Matos, morto em 1694, como criou, em 1840, as exposições gerais anuais, a pinacoteca e, após 1845, os
o primeiro pintor nascido na Bahia, mas nenhuma obra de sua autoria prêmios de viagem à Europa. Participaram também da missão Lebreton o
subsistiu. O verdadeiro fundador da escola baiana é José Joaquim da arquiteto Grandjean de Montigny, o escultor Auguste Marie Taunay e o
Rocha, que estudou em Lisboa e Roma e executou, entre outras obras, o gravador Charles Simon Pradier.
teto da igreja da Conceição da Praia, em Salvador.
O ensino ministrado pelos artistas franceses tiraria o Brasil do estágio
Discípulo seu foi José Teófilo de Jesus, que se aperfeiçoou na Europa artístico defasado em que se achava, para nele introduzir um
e realizou trabalhos na Ordem Terceira de São Francisco, em Salvador, neoclassicismo então de vanguarda. Essa tendência, no entanto, já
bem como a "Glorificação de Nossa Senhora", na igreja do Carmo, na continha os germes do formalismo que terminaria em breve por condená-la.
mesma cidade. Também discípulo de José Joaquim da Rocha foi Antônio O estudo do modelo vivo, a supremacia do desenho e a importância do
Joaquim Franco Velasco, pintor de temas religiosos, retratista e mestre de tema "nobre" -- religioso, histórico ou mitológico -- fizeram então sua
desenho, a quem coube por sua vez iniciar Bento José Rufino da Silva aparição na arte nacional.
Capinam, pintor de panoramas e litógrafo, e José Rodrigues Nunes,
retratista. O primeiro diretor da Academia foi Henrique José da Silva, natural de
Portugal e bom pintor de retratos. Português era também Simplício
Escola fluminense. Em qualidade e quantidade, a escola fluminense é Rodrigues de Sá, pintor de história e de gênero ("Irmão pedinte", Museu
talvez a mais importante das quatro escolas de pintura colonial, tendo sido Nacional de Belas-Artes), que substituiu o anterior como professor de
iniciada por frei Ricardo do Pilar, religioso alemão cujas obras podem ser pintura histórica na Academia. Frutos do ensino acadêmico foram August
admiradas no mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Muller, nascido na Alemanha, retratista, paisagista e pintor de história;
Manuel de Araújo Porto Alegre, discípulo de Debret; e sobretudo Agostinho
Outros componentes dessa escola são José de Oliveira Rosa, autor da José da Mota, paisagista e autor de naturezas-mortas.
pintura do teto do salão-mor do palácio dos vice-reis, representando "O
gênio da América" (destruída), e do teto da capela-mor da igreja das Citem-se ainda numerosos artistas estrangeiros ativos no Rio de
carmelitas. Foi mestre de João de Sousa, autor de temas religiosos e Janeiro em meados do século XIX, como Claude-Joseph Barandier;
retratos, e de João Francisco Muzzi, cenógrafo, autor dos dois quadros do Abraham Louis Buvelot; Ferdinand Krumholz, excepcional retratista;
"Incêndio" e da "Reconstrução da igreja e recolhimento de Nossa Senhora Alessandro Cicarelli; Nicolau Antônio Facchinetti, grande paisagista; Henri
do Parto"; Caetano da Costa Coelho, talvez nascido em Portugal, autor da Nicolas Vinet, aluno de Corot; e Augustus Earle. Mesmo Manet e Gauguin
pintura do teto da capela-mor da igreja da Ordem Terceira de São estiveram no Brasil, mais ou menos por essa época.
Francisco da Penitência, no Rio de Janeiro, considerada a mais antiga
pintura perspectivista executada no Brasil; Manuel da Cunha, nascido Expoentes do academicismo. À segunda geração acadêmica, que
escravo, aluno de João de Sousa, autor de temas religiosos e de retratos; desabrochou após 1850, pertencem alguns dos mais importantes pintores
frei Francisco Solano Benjamin, pintor de painéis religiosos no convento de do Brasil, como Vítor Meireles de Lima, Pedro Américo de Figueiredo e
Santo Antônio, no Rio de Janeiro, e de retratos; Leandro Joaquim, Melo e João Zeferino da Costa, além de nomes de menor projeção, como
paisagista e retratista, além de cenógrafo ("Procissão marítima no hospital Antônio Araújo de Sousa Lobo e Arsênio Cintra da Silva.
dos lázaros", Museu Histórico Nacional); Manuel Dias de Oliveira, Vítor Meireles, que se aperfeiçoou em Roma e Paris, foi pintor de
cognominado o Brasiliense ou o Romano, que estudou em Portugal e em batalhas e de história ("Primeira missa no Brasil" e "Batalha dos
Roma, permanecendo por dez anos na Europa, autor de naturezas-mortas, Guararapes", Museu Nacional de Belas-Artes). Seguro de desenho e de
miniaturas e pinturas religiosas ("Nossa Senhora da Conceição", Museu composição, era, porém, frio colorista. Como professor, coube-lhe iniciar
Nacional de Belas-Artes); José Leandro de Carvalho, pintor da corte na numerosos jovens, alguns transformados mais tarde em excelentes
época da chegada da família real portuguesa ao Brasil, autor de alegorias e pintores.
retratos como o "D. João VI" do convento de Santo Antônio; Raimundo da
Costa e Silva, pintor religioso e retratista; e Francisco Pedro do Amaral, Pedro Américo forma com Vítor Meireles o par de pintores mais
chefe de decorações da casa imperial após a independência e autor da conhecido do Brasil oitocentista. Sua arte é caracterizada por excelente
ornamentação em diversas salas da quinta da Boa Vista. desenho e elaborada composição, mas se revela às vezes pobre em
emoção ("Batalha do Avaí", "A carioca" e "Judite e Holofernes", Museu
Escola mineira. Além de bom número de pintores anônimos, destacam- Nacional de Belas-Artes).
se, entre os artistas coloniais mineiros, José Soares de Araújo, português,
autor da pintura do teto da nave da igreja do Carmo, em Diamantina; João João Zeferino da Costa, bolsista em Roma, onde pintou suas obras
Nepomuceno Correia e Castro, que executou pinturas do santuário de Bom mais célebres ("O óbolo da viúva" e "A caridade", ambas no Museu
Jesus de Matosinhos, em Congonhas; e Manuel da Costa Ataíde, talvez o Nacional de Belas-Artes), notabilizou-se como autor das decorações da
maior pintor brasileiro do período colonial, cuja produção pode ser admirada igreja da Candelária, no Rio de Janeiro. Também professor, iniciou diversos

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artistas, como Batista da Costa, Henrique Bernardelli e Castagneto, os gravador Osvaldo Goeldi e os escultores Vítor Brecheret, Hildegardo Leão
quais formariam, com outros, a terceira geração acadêmica, que Veloso e Wilhelm Haarberg. Outros dois criadores, Antônio Garcia Moya e
desabrochou em fins do século XIX e início do século XX. Os artistas José Georg Przyrembel, compareceram com projetos arquitetônicos.
Ferraz de Almeida Júnior, Décio Vilares, Rodolfo Amoedo e Eliseu Visconti,
entre outros, situam-se entre os principais expoentes dessa geração. A intenção geral era antiacadêmica, mas a mostra apresentava obras
de tendências diversas, inclinando-se para o expressionismo, o art nouveau
José Ferraz de Almeida Júnior foi dos primeiros brasileiros a consagrar e o pós-impressionismo, classificadas pelo público e a imprensa em geral
em suas telas uma temática nacional, e por isso apontado pelos como futuristas.
modernistas de 1922 como um de seus precursores ("Descanso do modelo"
e "Caipiras negaceando", Museu Nacional de Belas-Artes). Por essas obras Emiliano Di Cavalcanti, o maior idealizador da Semana, que ocorreu de
de tema regional, a crítica o considera o primeiro realista brasileiro. 11 a 18 de fevereiro de 1922, pintou sobretudo figuras e paisagens.
Sensível à influência de Picasso e dos muralistas mexicanos, criou depois
Décio Rodrigues Vilares, aluno de Cabanel em Paris, é autor de um estilo bem pessoal, no qual demonstra um temperamento sensual e
retratos, alegorias e deliciosas paisagens de minúsculas dimensões. lírico. Pintor das mulatas e do carnaval carioca, dentro de uma veia
Rodolfo Amoedo, discípulo de Vítor Meireles, Cabanel, Baudry e Puvis de expressionista caracterizada por intenso cromatismo, fez em 1931 o
Chavannes, oscilou entre o academicismo mais empedernido e o primeiro painel moderno do Brasil: as decorações do teatro João Caetano,
romantismo tardio, deixando obras como "A narração de Filetas" e no Rio de Janeiro.
"Marabá" (Museu Nacional de Belas-Artes). Pedro Weingartner, gaúcho de
origem alemã, distinguiu-se por suas paisagens e cenas de costumes. Vicente do Rego Monteiro praticou a pintura alternadamente com a
Aurélio de Figueiredo é autor de "O baile da ilha Fiscal" (Museu Histórico poesia, abandonando por longos anos a primeira para a ela voltar no fim da
Nacional). vida. Influenciado por Juan Gris, chegou a um estilo tipicamente art déco,
no qual se mesclaram influências arcaicas, pré-colombianas e egípcias.
Antônio Parreiras, paisagista de méritos que estudou com o alemão
Jorge Grimm, foi o primeiro a praticar no Brasil a pintura ao ar livre. Belmiro Sem participar da Semana de Arte Moderna, mas considerados
Barbosa de Almeida, também escultor, radicou-se em Paris e aproximou-se pioneiros da arte moderna no Brasil, citam-se ainda Ismael Néri,
por vezes do impressionismo ("Dame à la rose", Museu Nacional de Belas- personalidade das mais originais, pintor expressionista e, em algumas
Artes). Oscar Pereira da Silva, pintor de história, estudou em Paris com obras, tocado pelo surrealismo; Tarsila do Amaral, que adaptou o cubismo
Gerôme e Bonnat. João Batista Castagneto, italiano chegado ao Brasil com de Léger à realidade brasileira e deu início aos movimentos Pau-Brasil
três anos, estudou com Grimm e é o melhor marinhista brasileiro do século (1924) e antropofágico (1928), de índole nacionalista, baseados em motivos
XIX. João Batista da Costa foi o primeiro a tratar a paisagem brasileira tradicionais do Brasil suburbano e rural, tornando-se particularmente
como assunto autônomo, embora ainda preso a postulados acadêmicos. importante com suas obras de temática social, como "Trem de segunda
Henrique Bernardelli destacou-se como pintor decorativista; Pedro classe" e "Operários"; Cícero Dias, espécie de Chagall tropical em suas
Alexandrino Borges, como autor de naturezas-mortas; e Gustavo dall'Ara, primeiras obras, que mais tarde aderiu ao abstracionismo para afinal
como pintor de cenas urbanas cariocas. retornar à temática figurativa do início de sua carreira; Antônio Gomide, que
após prolongada formação européia levou para São Paulo a influência
O maior pintor brasileiro da passagem do século foi Eliseo d'Angelo cubista de Picasso e Braque; Joaquim do Rego Monteiro, falecido muito
Visconti. Elo entre a estética do século XIX e a do século XX, Visconti jovem em Paris; Alfredo Volpi, que atravessou fases impressionista,
cultivou todos os gêneros, notabilizando-se como paisagista, retratista e expressionista e concreta, antes de fixar-se na valorização da textura e do
decorativista ("Gioventù", Museu Nacional de Belas-Artes, e decorações do cromatismo; e Alberto da Veiga Guignard, paisagista das cidades históricas
Teatro Municipal do Rio de Janeiro). Algumas de suas últimas obras, como de Minas Gerais, retratista e pintor de gênero.
"Revoada de pombos" (no mesmo museu), aproximaram-no do
impressionismo quase abstrato, característico também da última fase de Portinari e a fixação do modernismo. Com Cândido Portinari, a arte
Monet. moderna impôs-se definitivamente no Brasil. Aluno de Rodolfo Amoedo e
Lucílio de Albuquerque na Escola Nacional de Belas-Artes, Portinari
Outros artistas do início do século XX são Henrique Alvim Correia, ganhou em 1928 o primeiro prêmio de pintura no Salão Nacional de Belas-
pintor de batalhas; Helios Seelinger, que sentiu a influência do simbolismo Artes, com um retrato de inspiração acadêmica. Após dois anos na Europa,
e do art nouveau; Carlos Oswald, Rodolfo e Carlos Chambelland, Eugênio voltou ao Brasil praticando uma arte de cunho moderno, expressionista e
Latour, Lucílio de Albuquerque, João e Artur Timóteo da Costa, Augusto dramática.
José Marques Júnior, Georgina de Albuquerque e Henrique Cavaleiro. Sob
certos aspectos, alguns deles podem ser considerados precursores do O quadro "Café" (1935), hoje no Museu Nacional de Belas-Artes, foi
modernismo. premiado nos Estados Unidos, projetando o nome de seu autor no cenário
nacional e internacional. Vieram em seguida as decorações para o
Semana de Arte Moderna. A primeira exposição de pintura moderna Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (1936-1945), projetado sob risco
realizada no Brasil ocorreu em 1913, em São Paulo. O expositor era Lasar original de Le Corbusier, que o transformaram no símbolo da pintura
Segall, nascido na Lituânia mas ligado aos movimentos vanguardistas moderna no Brasil. Retratista, pintor de temas religiosos e sociais ("Enterro
alemães. Segall, que terminaria adotando a cidadania brasileira, é um na rede", Museu de Arte de São Paulo), Portinari é sob muitos aspectos o
expressionista germânico, cujas séries mais importantes evocam o drama maior nome da pintura brasileira. Sua influência sobre as gerações
do povo judeu, ao qual pertencia, e os horrores da guerra ("Navio de posteriores foi enorme, tendo repercutido, por exemplo, em artistas como
emigrantes", Museu Segall). É considerado um dos maiores pintores que Tomás Santa Rosa, Clóvis Graciano e Enrico Bianco. Em semelhante linha
trabalharam no Brasil. temática desenvolveu-se também a pintura de Orlando Teruz.
A mostra de Segall em 1913 não provocou reações. A de Anita Malfatti, Outros pintores brasileiros surgidos depois de Portinari sobressaíram
realizada também em São Paulo, em 1917, gerou, ao contrário, o protesto pela articulação de linguagens de cunho bem pessoal, garantindo graças a
de Monteiro Lobato, que no artigo "Mistificação ou paranóia" acusou a isso lugares indisputáveis na produção do século XX. Entre eles, merecem
jovem pintora de insinceridade ou desequilíbrio mental. Após essa crítica, ser citados: José Pancetti, marinhista de nível extraordinário; Djanira, que
Malfatti recuou de sua posição vanguardista, passando a praticar uma arte abordou cenas rurais e folclóricas com cores chapadas, numa visão
mais comportada e de acordo com postulados tradicionais. Ainda assim, limítrofe da chamada art naïf; Emeric Marcier, romeno de nascimento,
sua exposição é tida como o autêntico estopim do modernismo. voltado para temas religiosos, além de paisagens e retratos; Quirino
Campofiorito e Eugênio de Proença Sigaud, cultores de temas sociais;
Poucos anos depois, um grupo de artistas e escritores levou a efeito, Flávio de Resende Carvalho, também arquiteto, que se manteve fiel ao
no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte Moderna de 1922. Di expressionismo; Iberê Camargo, ex-paisagista que, com sucessivos
Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro eram os principais pintores afastamentos da figura, chegou ao despojamento abstrato; e Carlos Scliar,
presentes, com menção ainda para a própria Anita Malfatti; o suíço John autor de naturezas-mortas e paisagens em suaves combinações cromáticas
Graz, que chegara a São Paulo em 1920, e a mineira Zina Aita, que de grande força expressiva.
estudara em Florença. Faziam também parte do grupo o desenhista e

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Capítulo curioso, na história da pintura no Brasil, é o dos pintores posições de vanguarda, artistas como João Câmara, Reinaldo Fonseca e
primitivos, ingênuos ou instintivos, que passaram a despertar interesse à Siron Franco mantiveram-se fiéis à produção de quadros, revelando com
medida que as fronteiras do gosto se ampliavam pelas concepções frequência uma entonação satírica nas composições com figuras.
modernistas. Citam-se entre os melhores e mais autênticos José Bernardo
Cardoso Júnior, o Cardosinho; Heitor dos Prazeres, pintor dos morros Em 1980 e nos anos seguintes, o surgimento de uma nova safra de
cariocas; Paulo Pedro Leal, que pintou cenas de naufrágios e visões talentos, a chamada geração 80, composta em sua maioria por discípulos
terríveis de guerra e destruição; e José Antônio da Silva, na origem um do pintor Luís Áquila, acompanhou-se de uma reflexão crítica que propunha
simples lavrador, que mostrou ser colorista notável ao enfocar aspectos da a volta à pintura, depois de todas as negações e avanços, como a melhor
vida rural e enredos de sua própria existência. saída para o impasse a que a arte havia chegado. A pintura brasileira, a
essa altura, mostrava uma ampla convivência de todas as opções
Abstracionismo geométrico e tachismo. No começo da década de essenciais definidas desde meados do século: a expressão figurativa, de
1950, sob influência das ideias de Mondrian e, sobretudo, de Max Bill, um cunho mais tradicional, ao lado do abstracionismo geométrico e dos
grupo de artistas jovens praticou uma arte extremamente depurada, diversos matizes da abstração informal.
utilizando formas geométricas simples e somente cores complementares,
sem qualquer apelo ao desenho, à textura ou mesmo à expressão. Com Escultura
essa linha de trabalho, entrou em cena o concretismo, cujos primeiros Além de uma interessante cerâmica de fins utilitários, os índios também
representantes foram Ivan Serpa, Almir Mavignier, Décio Vieira, Aluísio faziam bonecos, de barro ou de madeira, em geral pintados. A cerâmica da
Carvão, Lígia Pape, Geraldo de Barros, Valdemar Cordeiro e Lígia Clark. ilha de Marajó e a terracota carajá da ilha do Bananal são particularmente
Organizado em 1954, o grupo sofreu uma cisão em 1957, que estimadas. Os negros escravos fabricavam fetiches e ex-votos. As
converteu-se no movimento neoconcreto do Rio de Janeiro, liderado pelo pequenas esculturas barrocas trazidas pelos portugueses foram copiadas,
poeta Ferreira Gullar. O neoconcretismo buscava acrescentar expressão à iniciando-se com isso a produção de imagens de santos, até hoje em curso,
fria concepção estética do concretismo, cujas coordenadas continuaram a de inspiração ibérica.
vigorar em São Paulo. Os primeiros escultores de formação estiveram ativos em igrejas e
Não-figurativos de tendência geométrica, que permaneceram à mosteiros, como o de São Bento, no Rio de Janeiro, em cujas obras se
margem do concretismo e do neoconcretismo, afirmaram-se também, em distinguiram frei Domingos da Conceição, José da Conceição e Simão da
fins da mesma década, artistas como Raimundo Nogueira, Maria Leontina e Cunha. O maior desses escultores religiosos foi o português Agostinho da
Milton Dacosta, que, tendo começado a carreira como paisagista, cedeu à Piedade, monge beneditino morto em 1661, cuja arte se enquadra na
influência da pintura metafísica, aderiu ao abstracionismo e adotou por fim tradição peninsular. Com ele aprendeu Agostinho de Jesus, já nascido no
um figurativismo dos mais originais, baseado em formas geometrizadas de Brasil. Cumpre mencionar ainda o trabalho dos mestres entalhadores do
Vênus e de pássaros. século XVIII, entre os quais foram identificados Manuel de Brito, José
Coelho de Noronha e Francisco Vieira Servas.
Por volta de 1960, em reação aos excessos do abstracionismo de
expressão geométrica e em sintonia com as correntes que já se impunham O grande escultor e arquiteto do Brasil colonial foi o mineiro Antônio
na Europa, numerosos pintores aderiram ao abstracionismo informal ou Francisco Lisboa, o Aleijadinho, cuja atividade cobriu, a partir de 1760, um
lírico e ao tachismo, estilos internacionais que propunham a libertação pela período de mais de cinquenta anos. Nas figuras em pedra-sabão dos doze
cor. À frente da tendência se achava o cearense Antônio Bandeira, que se profetas no adro do santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em
radicara em Paris, onde fora companheiro de Wols. Dignos de menção, Congonhas, sua arte chegou a um nível nunca alcançado no Brasil. Seu
entre os que seguiram esse caminho, são também Manabu Mabe, Tikashi contemporâneo Valentim da Fonseca e Silva, dito mestre Valentim, fez
Fukushima, Tomie Ohtake e Kazuo Wakabayashi, destacados membros de também obra memorável, modificando a paisagem urbana do Rio de
um grupo de pintores nascidos no Japão ou de ascendência nipônica. Janeiro e criando para o Passeio Público pirâmides, terraços, estátuas e
pinhas.
Muitos artistas que atravessaram na época uma fase abstrata,
seguindo a voga internacional, evoluíram depois para estilos próprios e Com a missão artística francesa de 1816 veio para o Brasil o escultor
bem caracterizados. Citem-se como exemplos o gaúcho Glauco Rodrigues, Augusto Maria Taunay, que gozava de certo prestígio na Europa, e logo foi
que passou do tachismo ao eficiente tratamento de uma figuração irônica, e seguido pelos irmãos Marc e Zéphyrin Ferrez, também franceses, que em
o polonês Franz Krajcberg, que em meados da década de 1960 passou a 1818 participaram da ornamentação dos novos prédios erguidos no Rio de
trabalhar com relevos à base de materiais naturais -- raízes, troncos, Janeiro para as comemorações da coroação de D. João VI. Marc Ferrez
pedras -- realizando uma arte de inspiração ecológica, na qual pintura e figurou nas primeiras exposições realizadas no Brasil, por iniciativa de
escultura não raro iriam conjugar-se na mais perfeita fusão. Debret, em 1829 e 1830, e tornou-se catedrático da Academia Imperial de
Belas-Artes em 1837. Executou diversos bustos em bronze, entre os quais
Arte conceitual e volta à pintura. Na década de 1970, a arte brasileira já destaca-se o de D. Pedro I (hoje no Museu Nacional de Belas-Artes). É
se achava identificada com o que ocorria no restante do mundo, seguindo autor dos baixos-relevos do palacete da marquesa de Santos, no Rio de
passo a passo as numerosas linguagens que se sucediam com velocidade Janeiro, e, com o irmão Zéphyrin, das esculturas do frontão da Academia.
crescente. Figuras como Hélio Oiticica e Lígia Clark, oriundas do
movimento neoconcreto, passaram a ser valorizadas por suas Rodolfo Bernardelli, o maior escultor brasileiro do século XIX, realizou,
transgressões e o desejo de ir além das artes formais, abrindo caminho entre outras obras, os monumentos ao duque de Caxias e ao general
para os happenings e manifestações análogas de expressão com o próprio Osório, no Rio de Janeiro; o mausoléu de D. Pedro II, em Petrópolis; e a
corpo. estátua de Castro Alves, em Salvador. Com ele, o neoclassicismo se impôs
e se esgotou no país.
A pop art, criada nos Estados Unidos, mobilizou pintores como o
paraibano Antônio Dias e o paulista Wesley Duke Lee. Por um caminho O primeiro escultor modernista é Vítor Brecheret, que depois de tomar
semelhante, no início de suas carreiras, enveredaram artistas que parte na Semana de Arte Moderna de 1922 evoluiu para os limites do não-
rejeitaram o abstracionismo puro e simples em proveito de uma nova figurativo, sem chegar no entanto ao abstrato puro. Dois escultores
objetividade, como Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Roberto Magalhães estrangeiros, o italiano Ernesto de Fiori e o polonês August Zamoyski,
e Antônio Henrique Amaral. Este resgatou, com tratamento hiper-realista, radicados no Brasil na década de 1940, contribuíram para a formação de
alguns dos temas já presentes no repertório dos modernistas de 1922. jovens artistas e a pesquisa de novas formas. O austríaco Franz
Weissmann, discípulo de Zamoyski, colaborou com Guignard na fundação
Os movimentos de vanguarda, progressivamente orientados por da Escola de Belas-Artes de Belo Horizonte.
tentativas de integração de diferentes técnicas, acabaram desembocando
na arte conceitual, em que a ideia de criação se antepõe à própria obra Na fase de fixação do modernismo, em que o escultor mais importante
criada. Nomes como Cildo Meireles e Valtércio Caldas, assumindo posturas e influente foi sem dúvida Bruno Giorgi, destacaram-se igualmente Maria
conceituais, projetaram-se no país e no exterior, com obras em que a Martins, Alfredo Ceschiatti e Francisco Stockinger. Menção à parte deve ser
preocupação com a originalidade era sempre dominante. Distantes das feita a Celso Antônio, aluno de Bourdelle e de Bernardelli, autor do
"Monumento do café" em Campinas SP.

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O advento da escultura abstrata, quer de índole geométrica, quer Igualmente fecunda, no Brasil, foi a atividade dos artistas estrangeiros
informal, acompanhou a evolução da pintura e data igualmente de meados Axel de Leskoschek e Johnny Friedlander. O primeiro, refugiado do
do século XX. Às intenções não representativas e cada vez mais nazismo, foi professor de Fayga Ostrower, Ivan Serpa, Renina Katz e Edith
despojadas somaram-se desde então a pesquisa e o aproveitamento de Behring. Friedlander ministrou o curso inaugural do ateliê de gravura do
materiais incomuns. Pelas inovações apresentadas em seus trabalhos, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1959), por onde passariam, nos
assumiram grande importância, nessa fase, artistas como Sérgio de anos seguintes, Ana Bela Geiger, Ana Letícia Quadros, Isabel Pons,
Camargo, autor de relevos em madeira cortada e reduzida aos sólidos Delamonica, Rossini Perez, José Lima e Marília Rodrigues.
fundamentais (cilindro, cone, esfera); Mary Vieira, aluna de Max Bill, autora
de esculturas com partes móveis e de curiosas formas espiraladas eletro- Um dos grandes representantes da abstração lírica, Iberê Camargo,
rotatórias; Amílcar de Castro e Lígia Clark, representantes da vertente teve também relevante atuação didática na década de 1950. Do mesmo
concretista; Maurício Salgueiro, que fez montagens com peças de ferro período é a atividade independente do grupo gaúcho (Porto Alegre, Bajé)
velho; Mário Cravo Júnior, cuja obra de espírito expressionista alude às reunido em torno de Carlos Scliar. Dele fizeram parte Vasco Prado, Glauco
vezes a motivos do folclore baiano; e Abraham Palatinik, criador de relevos Rodrigues, Danúbio Gonçalves e Glênio Bianchetti.
progressivos e do aparelho cinecromático, que projeta imagens coloridas e Do mesmo modo que Iberê ou Scliar, a maioria dos pintores brasileiros
abstratas em permanente mutação. consagrados na tradição moderna, como Tarsila, Portinari, Djanira ou
Gravura Dacosta, também se dedicou à gravura com maior ou menor intensidade. A
produção do século XX, longe de restringir-se aos grandes centros,
O gravador Charles Simon Pradier, membro da missão artística disseminou-se pouco a pouco pelos estados, revelando gravadores ativos
francesa de 1816, ficou no Brasil até 1818 e gravou muitas das estampas na Bahia, como Caribé ou Emanoel Araújo, ou em Minas Gerais, como
da Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, de seu colega Jean-Baptiste Vilma Martins, Marília Andrés ou Lótus Lobo. Entre os gravadores de
Debret. Este, juntamente com o alemão Johann Moritz Rugendas e o extração popular cabe mencionar os autores anônimos da xilogravura
austríaco Thomas Ender são os mais ilustres dos estrangeiros que ingênua do Nordeste, feita para ilustrar a literatura de cordel.
passaram pelo Brasil ou nele se fixaram no século XIX, dedicando-se com
especial interesse ao desenho e à gravura. Literatura Brasileira

Antes mesmo dessa época, no entanto, a gravura já fora praticada, em Ao analisarem a origem da literatura brasileira, a crítica e história
Vila Rica (atual Ouro Preto MG), pelo padre José Joaquim Viegas de literária têm adotado duas orientações básicas. Uma, de pressupostos
Meneses. Mais tarde, na Impressão Régia, trabalharam os portugueses historicistas, tende a vê-la como uma expressão da cultura que foi gerada
Romão Elói Casado e Paulo dos Santos Ferreira. A aula pública de gravura, no seio da tradição portuguesa. Sendo muito pequena, nos primórdios, as
no entanto, só foi criada em 1837, com Zéphyrin Ferrez como professor. diferenças entre a literatura lusitana e a praticada no Brasil, essa corrente
salienta o processo da formação literária brasileira a partir de uma
A litografia, também nas primeiras décadas do século XIX, contou com multiplicidade de coincidências formais e temáticas.
alguns cultores isolados, como Armand Julien Pallière, no Rio de Janeiro, e
Hercule Florence, em São Paulo. No Rio, a primeira oficina litográfica O ponto de vista historicista encontra apoio no fato de ser a literatura
comercial foi a de Louis-Aléxis Boulanger e Carlo Risso (1829-1830). considerada, por seu aspecto orgânico, como um conjunto de obras ligadas
Charles Rivière também montou ateliê no Rio, especializando-se em em sistema enquanto expressão do complexo histórico, social, geográfico e
retratos; a eles se associou um brasileiro, Frederico Guilherme Briggs, autor racial.
de famosa série sobre tipos populares cariocas. Sébastien Auguste Sisson, A outra corrente crítica, cujos critérios se inclinam à aferição
ativo no Rio desde 1852, criou a primeira história em quadrinhos (1855) e a predominantemente estética, assinala as divergências que se acumularam
Galeria de brasileiros ilustres, com noventa pranchas litografadas entre na psique do homem americano, desde o início, e influíram na composição
1859 e 1861. das obras. Aqui, considerando-se que a situação do colono tinha de
O primeiro gravador em madeira identificado foi o português Alfredo engendrar uma nova concepção da vida e das relações humanas, com uma
Pinheiro, com oficina no Rio de Janeiro desde o começo da década de correspondente visão dessa realidade, pretende-se valorizar o esforço pelo
1870. A xilogravura chegou à maturidade com os trabalhos de Modesto desenvolvimento das formas literárias no Brasil, em busca de uma
Brocos y Gómez, popularizados pelo jornal O Mequetrefe. Paralelamente, expressão própria e, tanto quanto possível, original.
dois artistas expatriados fizeram obra independente na Europa: Henrique Estabelecer a autonomia literária é descobrir, portanto, os momentos
Alvim Correia (Paris, Bruxelas) e Carlos Oswald (Florença). Alvim Correia em que as formas e artifícios da escrita serviram para fixar a nova visão
ilustrou, em 1906, uma edição belga do livro A guerra dos mundos, de H. G. estética dessa realidade nova. De tal modo, ao invés de conter-se em
Wells, com estampas de caráter expressionista. Foi assim o primeiro de períodos cronológicos, a literatura deverá ser dividida de acordo com os
uma linhagem de gravadores voltados para o fantástico, a que se filiariam estilos correspondentes às suas diversas fases: barroco, arcadismo,
nomes como Raul Pedrosa e Darel, que teve expressão maior no magnífico neoclassicismo, romantismo, realismo, naturalismo, parnasianismo,
bestiário de Marcelo Grassmann. simbolismo, modernismo e concretismo.
Carlos Oswald integrou a formação clássica às formas do Dos primórdios ao fim do século XVIII
impressionismo. Seu discípulo e continuador Orlando da Silva foi um dos
mestres de Roberto Delamonica; seu filho e homônimo, várias vezes Primeiros textos. Os primeiros documentos escritos produzidos no
premiado no Salão Nacional de Belas-Artes, muito contribuiu para a Brasil não pertencem à literatura, mas à história e à sociologia. São obras
formação de diversos artistas. "sobre" o país, de conhecimento e valorização da terra, escritas para os
europeus. Algumas se enquadram no "ciclo dos descobrimentos" da
O modernismo chegou ao Brasil com Lasar Segall, em 1913. Ligado ao literatura portuguesa, dedicando-se ao relato da expansão pelos mares e
expressionismo alemão, foi ele o primeiro gravador brasileiro moderno suas consequências morais e políticas, ora com fins de catequese, ora com
(ilustração para Mangue, de Benjamin Costallat). Osvaldo Goeldi, que um fundo econômico (caça ao escravo, conquista e desbravamento de
participou da Semana de Arte Moderna de 1922, fez obra pessoal, extensa, novas terras, mercados e fontes de riqueza).
marcada pela densidade e certa morbidez. Influenciado pelo austríaco
Alfred Kubin, influenciaria por sua vez, direta ou indiretamente, Newton Desses motivos saíram as "primeiras letras" escritas na colônia acerca
Cavalcanti, Adir Botelho, Gilvan Samico, Iara Tupinambá e o próprio de fatos, coisas e homens: a obra dos jesuítas, com uma parte tipicamente
Grassmann. literária, lírica ou dramática, outra composta pelo acervo de cartas e
informes em torno das condições da colônia; a literatura dos viajantes e
Outro mestre é Lívio Abramo, que fundou em Assunção o Taller de descobridores, os roteiros náuticos, os relatos de naufrágios, as
Grabado Julian de la Herreria (1957) e, em São Paulo, o Estúdio Gravura observações geográficas, as descrições da natureza e do selvagem; e as
(1960), com Maria Bonomi, exímia gravadora nascida na Itália e radicada tentativas de epopéias com assunto local __ tudo marcado por uma
no Brasil desde 1944. tendência à exaltação lírica da terra ou da paisagem, espécie de crença
num eldorado ou paraíso terrestre.

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Pero Vaz de Caminha, Bento Teixeira, Gândavo, Gabriel Soares de bastante diversa daquela da metrópole. Os recursos econômicos e as
Sousa, Fernandes Brandão, Rocha Pita, Vicente do Salvador, Botelho de riquezas aumentaram, a população cresceu, a vida das cidades melhorou,
Oliveira, Itaparica, Nuno Marques Pereira são manifestações da série de a cultura se difundiu. O espírito nacionalista desabrochou por toda parte.
cânticos genetlíacos, da "cultura e opulência" ou "diálogo das grandezas",
ou roteiros de viagens, que constituem essa literatura de catalogação, Combate ao barroquismo. As academias, embora exprimindo uma
exaltação e conhecimento da terra, expressões do espírito nativista em literatura encomiástica e um barroco decadente, testemunharam um
ascensão. arremedo de movimento cultural organizado, com letrados e salões. O
espírito neoclássico, que se infiltrou nas mentes luso-brasileiras de então,
Não tendo um cunho de invenção, essas obras, em sua maioria, não procurou combater o barroquismo em nome dos ideais de precisão, lógica e
pertencem à literatura no sentido estrito. Correspondem à ânsia do medida, com a restauração das normas clássicas, codificadas em tratados
brasileiro do século XVII de conhecer e revelar a terra brasílica. Mas delas de preceptística, verdadeiros códigos mecanizados e rígidos, baseados na
proveio o conhecimento dos fatores geográficos, econômicos e sociais lei da imitação ou no espírito didático, a governar a criação.
sobre os quais se erigiu a civilização brasileira. E delas derivou a produção
de um vasto campo de trabalho, o dos estudos brasileiros, que iria adquirir Esse ideal neoclassicista dominou o final do século XVIII e princípios
com o tempo extraordinária importância. do século XIX, aparecendo em alguns escritores tingido de cores
"ilustradas" e de liberalismo ideológico, ou então de elementos pré-
Os textos dos primeiros tempos, contudo, não se livraram da românticos, como o sentimentalismo e o nacionalismo.
impregnação do estilo artístico em vigor, o barroquismo, nem de expressar
o mito ufanista. Justifica-se por isso o estudo dos principais autores que
tiveram, nessa fase, sentido estético, alguns dos quais são bastante De todas as manifestações neoclássicas, foi a corrente arcádica de
representativos do barroco literário, a que não escaparam nem mesmo os procedência italiana a que maior importância assumiu no Brasil, com o
historiadores e pensadores, como Vicente do Salvador e Rocha Pita, ou os chamado grupo, plêiade ou "escola mineira" (denominação aliás imprópria,
escritores políticos, os oradores, os autores de panegíricos ou de trabalhos pela inexistência de escola no sentido literário estrito): Cláudio Manuel da
jurídicos ou militares. Os gêneros literários mais cultivados foram o diálogo, Costa, Basílio da Gama, Santa Rita Durão, Alvarenga Peixoto, Tomás
a poesia lírica e a epopéia, ao lado da historiografia e da meditação Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga. Seu início é assinalado pela
pedagógica. De todos o barroco tirou o melhor partido, misturando o publicação das Obras poéticas (1768) de Cláudio Manuel da Costa.
mitológico ao descritivo, o alegórico ao realista, o narrativo ao psicológico, o Parece fora de dúvida que não houve uma Arcádia brasileira e que os
guerreiro ao pastoral, o solene ao burlesco, o patético ao satírico, o idílico brasileiros foram "árcades sem Arcádia", como disse Alberto Faria, pois
ao dramático, sem falar no mestiçamento da linguagem, necessário à nenhum documento idôneo comprova a existência da Árcadia Ultramarina,
própria evangelização e resultante da nova sensibilidade linguística de que de que falam alguns historiadores. De todos os árcades, o único que
decorrerá a diferenciação de um estilo brasileiro. pertenceu a uma corporação dessa natureza foi Basílio da Gama, filiado à
Sob o signo do barroco. A literatura brasileira nasceu sob o signo do Arcádia Romana.
barroco, definido não só como um estilo de arte senão também como um A reação clássica relativa ao arcadismo significava uma volta à
complexo cultural e um estilo de vida. Mais precisamente, foi pela voz simplicidade e pureza dos antigos, segundo os modelos anacreôntico e
barroca dos jesuítas que ela teve início. Descontada a literatura de pindárico. Realizava-se sobretudo através do verso solto, em odes e
conhecimento da terra, a primeira manifestação de sentido estético foi a elegias, numa identificação com a natureza, onde residiriam o bem e o
literatura jesuítica, de missão e catequese, produzida sobretudo por belo. Daí a valorização da vida pastoril, simples, pura e pacífica.
Anchieta, o fundador da literatura brasileira. Na obra de padre Antônio
Vieira e em Gregório de Matos encontram-se as expressões máximas, O século XVIII, com as descobertas e exploração das minas, transferiu
respectivamente, da prosa e da poesia barroca no Brasil. A importância da o eixo econômico, no Brasil, para a província de Minas Gerais, onde se
vida social, já existente na cidade de Salvador, com os primeiros sintomas desenvolveu uma sociedade dada ao fausto e à cultura, principalmente na
de organização literária que irá dar no movimento das academias, levou capital da província, a antiga Vila Rica. Aí a fermentação econômica e
alguns historiadores a falar em "escola baiana", denominação imprópria cultural permitiu que se reunisse um grupo de intelectuais e artistas, entre
para arrolar os homens que se dedicavam à cultura no século XVII e tinham os quais se destacaram os referidos acima. Constituem eles o início do
a poesia como atividade central. lirismo brasileiro, pela transformação do veio nativista e da exaltação da
natureza, pela adaptação da temática clássica ao ambiente e ao homem,
Formaram o grupo: Bernardo Vieira Ravasco, Eusébio de Matos, com sentimentos e emoções peculiares. Ocorreu em suma, nesse
Domingos Barbosa, Gonçalo Soares da França, Gregório de Matos, Manuel processo, a fusão do individualismo com o sentimento da natureza e o ideal
Botelho de Oliveira, José Borges de Barros, Gonçalo Ravasco e João de clássico.
Brito e Lima. Com raras exceções, em especial a de Gregório, cultivaram
um barroco inferior, de imitação, que se prolongou pelas academias Até o desabrochar do romantismo, foi justamente graças ao espírito
setecentistas. A literatura barroca estendeu-se, no Brasil, do final do século arcádico que se manteve o ideal nativista, contrabalançando a tendência
XVI ao final do século XVIII, quando se misturou com o arcadismo e o passadista do neoclassicismo, cuja marca exterior mais forte foi o gosto da
neoclassicismo. linguagem arcaizante, quinhentista, dita "clássica". E isso se deve também
ao fato de, pela primeira vez, se reunir um grupo de artistas conscientes de
O espírito nacionalista. O espírito do barroco, dominante no século seu ofício e superiormente dotados de valor. O arcadismo confunde-se com
XVII, deteve a marcha da corrente inaugurada com o Renascimento na o que hoje se chama o rococó literário: culto sensual da beleza, afetação,
Itália e que, na literatura, atingiu seu ponto culminante na França das refinamento, frivolidade, elegância, linguagem melodiosa e graciosa,
últimas décadas do século XVII, com o chamado classicismo francês da sentimentalismo, lascívia, gosto da natureza, intimismo. Passa-se com ele
época de Luís XIV. Mas essa tendência classicista penetrou pelo século da época cortês para o subjetivismo da era da classe média. Gonzaga, o
XVIII, criando focos de neoclassicismo nas literaturas ocidentais. vate de Marília, é o modelo brasileiro da literatura arcádica e rococó.
Ao gosto barroco do grandioso e da ostentação sucedeu a procura das Uma literatura autônoma
qualidades clássicas da medida, conveniência, disciplina, simplicidade e
delicadeza, que desaguaram no arcadismo. No final do século também Romantismo. O espírito autonômico e nativista desde cedo conduziu a
entraram em cena correntes que reivindicavam o sentimento, a literatura brasileira para uma diferenciação cada vez maior, num processo
sensibilidade, o irracionalismo, ao lado de pontos de vista racionalistas e de adaptação ao meio físico, à nova situação histórica, ao homem novo que
"ilustrados" que produziriam o iluminismo da revolução francesa de 1789. havia surgido e se achava em desenvolvimento. De Bento Teixeira a
Gregório de Matos, a Botelho de Oliveira, ao movimento academicista do
O Brasil, no século XVIII, atingiu um momento decisivo de sua história. século XVIII, ao rococó arcádico, o processo nativista foi-se estruturando
Foi a época de criação da consciência histórica no brasileiro. A descoberta para se consolidar, no século XIX, com o romantismo.
e posse da terra, as façanhas dos bandeirantes e a defesa contra os
invasores deram margem a uma consciência comum, a um sentimento da Foi então que a literatura brasileira, tendo lançado suas bases no
figura do "brasileiro", mestiço de sangue e alma, já falando uma língua século XVI, tornou-se realmente autônoma. Daí a importância extraordinária

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do movimento romântico no Brasil, pois entre 1800 e 1850 a literatura se da política e do jornalismo. Uma mentalidade objetivista, realista, positiva
brasileira saiu da fase incaracterística do neoclassicismo, do barroco e do e científica combateu o romantismo já exangue. A ficção, superando os
Iluminismo para a integração artística, com formas novas e temas métodos anteriores, encaminhou-se para assumir as formas ditadas pela
nacionais, além de consciência técnica e crítica dessa situação. observação do mundo externo, fosse à maneira urbana, regionalista ou
naturalista. Por volta de 1880 surgiram os primeiros rebentos importantes
Herdado em grande parte da Europa, através da influência de autores do novo complexo estilístico que se desenvolveu contra o subjetivismo
como Chateaubriand, Victor Hugo, Lamartine, Musset e Byron, e também anterior para concretizar-se, na prosa e na poesia, sob as rubricas de
graças à transferência para Paris do foco de irradiação situado antes em realismo, naturalismo e parnasianismo.
Lisboa, o romantismo assumiu no Brasil um feitio peculiar, devido às
condições locais. Na prosa, José de Alencar lhe serviu de centro. Estimulou O materialismo e o cientificismo biológico e sociológico serviram de
a renovação, pondo em relevo os interesses brasileiros, os temas e motivos base ao sistema de ideias condicionantes, expressas no darwinismo,
locais, a linguagem do país, a paisagem física e social, distanciou-se dos doutrina da evolução, culto do progresso, teoria da seleção natural, espírito
gêneros neoclássicos e criou uma ficção autônoma, no mesmo instante em de observação, crença em leis mecânicas, determinismo biológico,
que o lirismo se fixava com Gonçalves Dias e os poetas surgidos nos rumos geográfico e racial, negação dos valores espirituais e sobrenaturais. Essa
por ele desbravados, de Álvares de Azevedo a Castro Alves. As condições foi a concepção de mundo que orientou a chamada geração do
políticas e sociais, decorrentes da permanência da corte portuguesa no materialismo, que entrou em cena a partir de 1870 para realizar o novo
Brasil (1808-1821) e, logo a seguir, da independência (1822), favoreceram período estético e histórico.
a fermentação intelectual, com a inauguração de estudos superiores e a
instalação da imprensa. Tanto a prosa realista e naturalista quanto a poesia parnasiana
obedeceram às mesmas regras de objetividade, exatidão, minúcia,
Anunciado pelo pré-romantismo (1808-1836), o romantismo no Brasil fidelidade ao fato, economia de linguagem e amor à forma. O realismo
divide-se em quatro fases distintas: a de iniciação (1836-1840); a indianista prestou grande serviço à ficção brasileira. Procurando ser o retrato fiel da
(1840-1850); a do individualismo e subjetivismo (1850-1860); e a liberal e realidade, no ambiente e nos personagens, e mais independente da
social (1860-1870). O apogeu se situa entre 1846 e 1856. Essas fases ideologia materialista do que o naturalismo, já havia começado de fato
correspondem às chamadas gerações românticas, cada qual caracterizada antes de 1870, por intermédio do costumbrismo de Manuel Antônio de
menos por uma doutrina homogênea do que por um corpo de tendências Almeida e Martins Pena, do realismo de transição do visconde de Taunay e
visíveis nas personalidades que as representam. Franklin Távora ou do coloquialismo e da pintura da vida cotidiana de
Joaquim Manuel de Macedo. A partir de 1880, o realismo passou a produzir
O pré-romantismo, no qual estão englobados os antecessores ou algumas das mais altas expressões da ficção brasileira, com Machado de
precursores, fundiu algumas qualidades tipicamente românticas a recursos Assis e Raul Pompéia, prolongando-se enquanto tradição nas obras de
formais do passado. O jornalismo político e literário, a oratória sacra e caráter regionalista do final do século XIX e do século XX.
profana, a poesia lírica e a história foram gêneros cultivados pelos pré-
românticos, dentre os quais se destacaram José Bonifácio de Andrada e O naturalismo, como escola, existiu somente na própria década de
Silva e frei Francisco de Mont'Alverne. 1880. Iniciou-se com O mulato (1881), de Aluísio Azevedo, a que se
seguiram outros livros do autor, de Adolfo Caminha, Inglês de Sousa e
A fase de iniciação se deve ao grupo fluminense, que lançou o Domingos Olímpio, sob forma regional ou urbano-social.
manifesto romântico de 1836, com a revista Niterói. No mesmo ano saiu o
livro Suspiros poéticos e saudades, de Domingos José Gonçalves de O parnasianismo, caracterizado pela ânsia de uma forma perfeita,
Magalhães, a principal figura dessa fase, ao lado de Manuel de Araújo classicizante, impassível, pela tendência às descrições nítidas, pelas
Porto Alegre, ambos cultores da poesia lírica. O indianismo da segunda concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima, pela manutenção de
fase, na busca da temática nacional, elevou o selvagem a símbolo da gêneros fixos como o soneto e a preferência pelo verso alexandrino, surgiu
civilização nova. Praticando a poesia lírica e narrativa, o teatro e a ficção, no Brasil pela mesma época, contido no mesmo clima filosófico-científico,
Gonçalves Dias, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Bernardo realista e materialista.
Guimarães são autores bem representativos da tendência.
O nome da escola veio de Paris e se referia a antologias francesas
É sobretudo pela poesia que se caracteriza a terceira fase, em que o publicadas a partir de 1866, sob o título de Parnasse contemporain, que
lirismo individualista do "mal do século", influenciado por europeus como incluíam poemas de Gautier, Banville e Lecomte de Lisle. Depois de Teófilo
Musset, Byron, Leopardi, Espronceda e Lamartine, manifesta-se nas obras Dias, cujas Fanfarras (1882) são vistas como o primeiro livro do
de Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Casimiro de parnasianismo brasileiro, a escola teve mestres seguros em Olavo Bilac,
Abreu. A quarta fase, a do romantismo liberal, de cunho político e Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Francisca Júlia. Renovada pelo
nacionalista, liga-se às lutas pelo abolicionismo e à guerra do Paraguai lirismo de Vicente de Carvalho, perdurou até as duas primeiras décadas do
(1864-1870). Na poesia, ora prevaleceu o lirismo intimista e amoroso, ora o século XX com as produções amaneiradas e cada vez menos interessantes
condoreiro, assim chamado pelo uso frequente de metáforas arrebatadas, dos chamados neoparnasianos, como Goulart de Andrade e Hermes
por influência do francês Victor Hugo. Castro Alves foi o grande poeta a Fontes.
incorporar essa prática.
Simbolismo. Como reação ao sistema de ideias e normas estéticas
O romantismo foi uma revolução literária que deu ênfase à tendência implantado pela geração materialista de 1870, surgiu um movimento em
brasileira ao sentimentalismo lírico, à exaltação da individualidade, à nome da subjetividade contra o objetivismo realista, do indivíduo contra a
inspiração. Daí sua popularidade e a repercussão que o levou a adentrar- sociedade, da interiorização contra a exteriorização. Essas ideias novas,
se, em manifestações tardias, pelas primeiras décadas do século XX. mas que continham, sem dúvida, fortes resíduos da postura romântica,
Imbuído de espírito contemplativo, o romantismo antecipou certos enfoques começaram a circular no Brasil a partir de 1890, também por influência
ecológicos ao destacar a natureza tropical e a paisagem americana. Aos francesa, e concretizaram-se no simbolismo, que desde então teve
gêneros, deu autonomia estética. Além disso, valorizou a linguagem existência paralela à do parnasianismo e seus prolongamentos.
brasileira, dignificou a profissão de escritor e ampliou as faixas de público,
consolidando a literatura brasileira, em suma, como entidade própria com Embora diferisse do parnasianismo na linguagem, no estilo, na atitude
diferente visão do mundo e formas peculiares de expressão. espiritual e na postura ante o mundo, o simbolismo mesclou-se não poucas
vezes com ele na obra de muitos escritores, como B. Lopes. Com nitidez,
Um capítulo à parte é constituído pela poesia satírica entendida como sua autonomia se afirmou com nomes de primeira grandeza que lhe deram
arma de combate às convenções sociais, na qual se distinguiu Luís Gama; impulso, como Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
e pelos textos e fragmentos circunstanciais nos quais os poetas românticos,
todos bem jovens, revelam sua condição de dissidentes da sociedade Rotuladas de decadentistas, as ideias simbolistas entraram em voga
burguesa em formação. desde 1887, mas foi em 1891, no jornal Folha Popular, do Rio de Janeiro,
que se constituiu o primeiro grupo simbolista. No Ceará, em 1892, sob as
Naturalismo-realismo. De 1870 em diante desencadeou-se forte reação mesmas inspirações, fundou-se a sociedade literária Padaria Espiritual. Em
anti-romântica. Os gêneros adquiriram maior autonomia estética, libertando- 1893, Cruz e Sousa publicou Broquéis e ainda um livro de poemas em

Atualidades 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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prosa, Missal, nos quais indicou com força e originalidade os rumos que como Humberto de Campos, Emílio de Meneses, Álvaro Moreira ou João
seriam seguidos. do Rio (Paulo Barreto) conquistaram público e fama.
Com laivos de revivescência do espírito romântico, o simbolismo foi Modernismo. A apoteose do novo, com toda a carga de agressividade
uma revolta contra o positivismo e o objetivismo, revolta que através de que costuma envolvê-la, foi o vetor que sustentou a implantação do
uma linguagem ornada, altamente metafórica e muitas vezes exótica iria modernismo no Brasil, como aliás ocorreu com o futurismo na Itália, o
dar grande relevo às preocupações espirituais. Nos termos da evolução cubismo e o surrealismo na França, o expressionismo na Alemanha. E a
européia, que continuava a se refletir no Brasil, o simbolismo reagiu às expressão mais vistosa desse estado de espírito, a Semana de Arte
correntes analíticas de meados do século XIX, assim como o romantismo Moderna, realizada em São Paulo, em fevereiro de 1922, ficaria lembrada
reagira ao Iluminismo que havia triunfado no fim do século XVIII. Ambos os como uma espécie de mise-en-scène, cheia de humor e provocação, de um
movimentos exprimiram a desilusão em face das vias racionalistas e programa único: o da modernidade como ruptura.
mecânicas que se vinculavam na prática à ascensão da burguesia.
A mudança dos meios expressivos, quer na literatura, quer, em plano
Na esteira de Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, que foram as paralelo, nas artes plásticas, correspondia à maturação de uma crise mais
matrizes diretas do simbolismo brasileiro, surgiram em diferentes estados geral, que envolvia toda a estrutura sócio-econômica de um país que ia
poetas de dicção bem própria, como os paranaenses Emiliano Perneta e deixando de ser uma vasta fazenda exportadora de matérias-primas para
Dario Veloso, os gaúchos Felipe d'Oliveira e Alceu Wamosy, o baiano assumir uma feição diversa, especialmente em São Paulo. A primeira obra
Pedro Kilkerry e o piauiense Da Costa e Silva, um isolado precursor do poética modernista chamou-se Paulicéia desvairada, de Mário de Andrade,
concretismo com o poema "Madrigal de um louco", do livro Sangue (1908). e em estilo urbano-internacional foram vazados os romances auto-satíricos
de Oswald de Andrade, as Memórias sentimentais de João Miramar e
A revista Fon-Fon, editada no Rio de Janeiro, foi a mais influente das Serafim Ponte Grande.
muitas então fundadas para difundir a produção simbolista. Seus
animadores, tendo à frente o poeta Mário Pederneiras, diluíram o verso e O período heróico do movimento, o tempo que vai da Semana de 1922
usaram-no frequentemente para a expressão de conteúdos intimistas. Sob à revolução de 1930, foi pontilhado de intenções nacionalistas que atuaram
rótulos como penumbrismo, que serviram para caracterizar seus de vários modos. É fundamental apontar: a pesquisa folclórica sistemática
prolongamentos, o simbolismo se manteve ainda atuante, se bem que de Mário de Andrade, voltada para a elaboração de uma práxis linguística e
exposto não raro a hibridações e metamorfoses, até a fase modernista. A melódica brasileira; a proposta de um ideal de vida e de cultura primitivista
seus preceitos fundamentais se ligaram, de uma forma ou de outra, autores e "antropofágico", explícito no roteiro de Oswald de Andrade e implícito na
cuja adesão ao modernismo nunca foi radical, como Ribeiro Couto, Murilo poesia mítica de Raul Bopp; e o apelo às matrizes da raça tupi e cabocla
Araújo, Olegário Mariano, Guilherme de Almeida ou Onestaldo de difuso em obras de Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Plínio
Pennafort. Salgado. Entre 1922 e 1930 houve grupos e revistas cujos nomes valiam
por si sós como manifestos nativistas: Terra Roxa e Outras Terras, Pau-
A estética do século XX Brasil, Bandeira, Revista de Antropofagia, Verde e Anta.
Transição eclética. Uma fase de absoluto ecletismo estende-se do No mesmo período, obras de Antônio de Alcântara Machado, Manuel
alvorecer do século XX a 1922, ano em que dois eventos -- a Semana de Bandeira, Menotti del Picchia e Ronald de Carvalho contribuíram para
Arte Moderna e o centenário da independência -- tiveram reflexos ampliar o campo de expressão modernista. Na trilha aberta por Klaxon,
profundos sobre a evolução literária. A Semana rompeu com todo o mensário de arte moderna que circulou em maio de 1922, surgiu em 1924 a
passado e abriu caminho para a criação de um estilo, o modernista, que em revista Estética, lançada no Rio de Janeiro por Sérgio Buarque de Holanda
meio a variações momentâneas seria a marca do século. A independência, e Prudente de Morais Neto.
ao fazer cem anos, aguçou o espírito nacionalista e, como no tempo dos
românticos, fez a literatura embevecer-se com a exaltação do Brasil. Como contracorrente, dentro do modernismo, é necessário lembrar o
Tornaram-se comuns, por um lado, os estudos sobre o país e suas grupo e a revista Festa, fundada em 1927, por Tasso da Silveira, com um
tradições em gestação recente. Por outro, com o furacão iconoclasta do programa espiritualista ainda próximo das fontes simbolistas. O grupo da
modernismo, essas mesmas tradições foram contestadas no que traziam Anta, importante pelo peso de suas conotações políticas, encarregou-se de
de mais óbvio como acomodação e mesmice. difundir um verde-amarelismo de tendências direitistas.
Foi aproximando-se já desses limites que as duas primeiras décadas De São Paulo e Rio de Janeiro o processo de atualização literária
do século XX foram marcadas por poetas de posição singular, como caminhou para os estados, revelando nomes já em perfeita sintonia com a
Augusto dos Anjos ou Raul de Leoni, ou por prosadores da estirpe de modernidade, como os gaúchos Augusto Meyer e Mário Quintana. No
Euclides da Cunha, Graça Aranha ou Adelino Magalhães. A ausência de Nordeste surgiu um poeta regionalista como Ascenso Ferreira. Em um
um estilo unificador nessa fase seria preenchida por mesclas de maneiras segundo tempo, operou-se uma absorção das liberdades modernistas na
passadas, com vestígios românticos, parnasianos e simbolistas agregando- prosa social de José Américo de Almeida em diante, até Raquel de
se em obras de aparência nova. O grosso da produção eclética, é verdade, Queirós.
perderia todo o interesse com a estética do modernismo, mas muitos
autores isolados chegaram a uma dicção convincente na criação de seus A partir de 1930, um momento de recomposição de valores, em busca
textos. de novas sínteses, parece ter sucedido ao individualismo extremado e à
inventividade quase anárquica dos anos heróicos do modernismo.
Em linha derivada da prosa realista, autores como Lima Barreto, Tentativas de compreensão dos problemas do país e de uma criação mais
Monteiro Lobato, Antônio Torres ou Gilberto Amado caracterizaram elaborada manifestaram-se então com romancistas como Graciliano Ramos
claramente um espírito pré-modernista, seja pela desenvoltura dos textos, e José Lins do Rego, poetas como Carlos Drummond de Andrade, Murilo
seja por suas posições ostensivas contra a escrita empolada que lembrava Mendes, Dante Milano e Joaquim Cardozo, ensaístas sociais como Caio
com insistência os movimentos passados. No outro extremo, o da adesão Prado Jr., Gilberto Freire, Sérgio Buarque de Holanda e Alceu Amoroso
às velhas formas, triunfou na mesma época a prosa preciosa de Coelho Lima. Para todos eles, o modernismo fora uma porta aberta. Mesmo a lírica
Neto. antipitoresca e antiprosaica de Cecília Meireles, Augusto Frederico
Schmidt, Vinícius de Morais e Henriqueta Lisboa, próxima do neo-
O teatro evoluiu e, na senda aberta por Martins Fontes e Artur simbolismo europeu, só foi possível porque tinha havido uma abertura a
Azevedo, abrasileirou-se a passos largos. A ficção regionalista, que, após todas as experiências modernas no Brasil pós-1922.
submeter-se à revisão modernista, seria um dos filões mais explorados
durante o século XX, lançou marcos de significação expressiva com o A morte de Mário de Andrade, em 1945, pode ser tomada como o
baiano Afrânio Peixoto, o mineiro Afonso Arinos ou o gaúcho Simões Lopes marco final do modernismo propriamente dito. No mesmo ano operou-se na
Neto. poesia um decidido retorno à tradição. Com a chamada geração de 45,
integrada por Ledo Ivo, José Paulo Moreira da Fonseca, Domingos
Ainda na fase de transição eclética para o modernismo, a imprensa Carvalho da Silva, Afonso Félix de Sousa, Bueno de Rivera, Tiago de Melo
assumiu grande influência sobre o destino das letras. Foi em parte graças a e Marcos Konder Reis, entre muitos outros, a poesia voltou a ser composta
uma ativa presença nos jornais da belle époque que autores tão diversos

Atualidades 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sem transgressões à forma, reativando o uso de seus antigos recursos, concretismo voltaram a escrever versos, que tinham porém agora um
como a rima e a métrica. João Cabral de Melo Neto, cronologicamente ostensivo sabor de panfletagem política.
incluído na mesma geração, dela se distinguiu no entanto por escrever com
rigor sem incidir no já visto. Sua obra se tornaria, após a de Carlos Renovou-se simultaneamente o gosto da arte regional e popular,
Drummond de Andrade, a mais elogiada e influente desde meados do fenômeno paralelo a certas ideias motrizes dos românticos e dos
século. modernistas, os quais, no afã de redescobrirem o Brasil, haviam também se
dado à pesquisa e ao tratamento histórico do folclore. Mas dessa vez,
Caminhos da ficção. Contrapondo-se à ficção regionalista, que deitara graças ao novo contexto sócio-político, toda a atenção foi reservada ao
fundas raízes, o romance introspectivo ou psicológico definiu-se em potencial revolucionário da cultura popular.
contornos nítidos, graças a nomes como Cornélio Pena, Lúcio Cardoso,
José Geraldo Vieira e Otávio de Faria. Com Clarice Lispector, essa linha de Na década de 1970, a da chamada poesia marginal, que se inseriu no
ficção intimista deu um salto do psicológico ao existencial, da notação movimento internacional da contracultura, a expressão dos primeiros
individual à meditação sobre o ser. Os enredos e cenários urbanos, modernistas voltou à ordem do dia. Escrever versos de qualquer maneira e,
herdados da tradição realista, nutriram obras marcantes como os romances se possível, com forte entonação satírica passou a ser a nova moda numa
de Marques Rebelo e os contos de João Antônio. época em que o inimigo comum, sob todas as suas formas, era a
repressão. Daí para a frente, a herança do concretismo ora mesclou-se ao
Tal qual a desses e muitos outros autores, a prosa de Jorge Amado, coloquialismo em produções híbridas, ora inspirou uma poesia sucinta, de
José Lins do Rego e Érico Veríssimo, tríade da mais alta expressão, versos curtos, que se requintava ao tentar dizer o máximo com o uso de
beneficiou-se amplamente da descida à linguagem oral, aos brasileirismos muito poucas palavras.
e regionalismos léxicos e sintáticos que o típico estilo modernista havia
preparado. O filão dos temas regionais levou a uma vasta produção de Os avanços da crítica. A consciência histórica e crítica do modernismo
romances onde o aspecto documentário sobressai com frequência, como foi expressa de início pelos próprios criadores da época mais dotados de
os escritos por Dalcídio Jurandir, Herberto Sales, Adonias Filho, Amando espírito analítico, como Mário de Andrade. Fora do grupo, mas voltada para
Fontes, Mário Palmério, Josué Montelo, Bernardo Élis e José Cândido de a inteligência da arte nova, avultou a obra de Tristão de Ataíde,
Carvalho. pseudônimo de Alceu Amoroso Lima, que acompanhou com simpatia a
melhor literatura publicada após a década de 1920.
Com Guimarães Rosa, a costumeira oposição entre romance
regionalista e romance psicológico resolveu-se em termos puramente Álvaro Lins foi, em seguida, um dos críticos mais ativos e percucientes,
estéticos, no plano das estruturas narrativas e, sobretudo, no plano da muito próximo do estilo dos franceses pelo gosto da análise psicológica e
criatividade linguística. Uma acentuada preocupação com a originalidade moral. A Afrânio Coutinho coube o mérito de divulgar no Brasil os princípios
da forma e as invenções estilísticas surgiu por outro lado como traço em do New Criticism anglo-americano e sistematizar algumas ideias e
comum entre ficcionistas de orientações bem distintas, como Osman Lins, informações sobre o barroco.
Campos de Carvalho, Dalton Trevisan, Sérgio Santana, Ivan Ângelo, A tarefa de repensar a literatura brasileira à luz de critérios novos,
Raduan Nassar e Hilda Hilst. atentos à gênese e à estrutura interna, foi superiormente cumprida nas
Nas últimas décadas do século XX, criada frequentemente em sintonia várias obras de Antônio Cândido. Com Augusto Meyer o ensaísmo
com as grandes correntes internacionais, a ficção brasileira projetou-se no brasileiro recebeu um estilo pessoal, reflexivo e irônico. Os estudos
mundo, sendo extensa a lista de traduções então feitas para diversas comparatistas devem a Eugênio Gomes alguns achados de valor: foi ele o
línguas. Além dos nomes citados, convém lembrar, pela repercussão de primeiro a detectar com precisão fontes inglesas em escritores brasileiros,
suas obras, autores como Rubem Fonseca, Antônio Calado, Autran rastreando-as sobretudo na obra de Machado de Assis. Este, pelo lugar
Dourado, Inácio de Loiola Brandão, Ana Miranda, Nélida Piñon, Lígia central que ocupa, foi objeto de minuciosos estudos por críticos de
Fagundes Teles, Márcio de Sousa e Moacir Scliar, já publicados também no formação bem diversa, como Astrojildo Pereira, José Aderaldo Castelo e
exterior. Miécio Tati.

Do concretismo à poesia marginal. A partir da década de 1950, o tema Cumpre lembrar que a erudição de tipo universitário, relativamente
e a ideologia do desenvolvimento assumiram grande relevo no Brasil, à nova no Brasil, deu frutos consideráveis no trato da historiografia literária.
medida que a industrialização se processava em ritmo cada vez mais Graças a trabalhos monográficos sobre períodos, gêneros e autores, já se
intenso. Nesse contexto foi formulado o concretismo, que se propunha pode acompanhar com relativa segurança o desenvolvimento de toda a
como vanguarda para os novos tempos e abolia a escrita discursiva, literatura nacional. Destaquem-se ainda, na evolução da crítica, os nomes
instaurando em seu lugar uma expressão consubstanciada em signos e de importantes pesquisadores como Andrade Murici, Fábio Lucas, Mário da
representações gráficas que pretendiam dizer mais que as palavras. Silva Brito, Cavalcanti Proença, Franklin de Oliveira, Francisco de Assis
Barbosa, Antônio Houaiss, Brito Broca, Wilson Martins, José Guilherme
Aos paulistas Décio Pignatari e Augusto e Haroldo de Campos uniram- Merquior, Eduardo Portela, Péricles Eugênio da Silva Ramos e Fausto
se poetas radicados no Rio de Janeiro como Ferreira Gullar, Vlademir Dias Cunha. Entre os críticos nacionalizados, é indispensável citar Otto Maria
Pino e Ronaldo Azeredo, para o lançamento oficial do movimento, feito em Carpeaux, Paulo Rónai e Anatol Rosenfeld. Menção à parte merece o
São Paulo, em 1956, com a I Exposição Nacional de Arte Concreta. Nos trabalho de crítica historiográfica desenvolvido pelos irmãos Augusto e
anos seguintes, enquanto os irmãos Campos se orientavam para Haroldo de Campos, que levou à redescoberta de valores como
especializar-se em obras de erudição e tradução de poesia, o grupo Sousândrade, Pedro Kilkerry e Patrícia Galvão.
carioca, com Ferreira Gullar à frente, distanciou-se das origens comuns
para lançar no Rio de Janeiro o movimento neoconcreto. Na década de
1960, alguns poetas antes comprometidos com a linguagem visual do BIBLIOGRAFIA
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Wikipédia, a enciclopédia livre.

Atualidades 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
QUALIDADE NO ATENDIMENTO Não ficar pensando em sua resposta na hora em que o interlocutor es-
tiver falando.
AO PÚBLICO: Não interromper o interlocutor – quando duas pessoas falam ao mesmo
Comunicabilidade, apresentação, atenção, cortesia, tempo, nenhuma ouve corretamente o que a outra está dizendo.
interesse, presteza, eficiência, tolerância, discrição,
conduta, objetividade. Não se sentir como se estivesse sendo atacado.

Qualidade no atendimento ao público: comunicabilidade; apre- Tomar nota das informações essenciais.
sentação; atenção; cortesia; Não se inibir de fazer perguntas, ao sentir necessidade de algum escla-
recimento.
RELAÇÕES PÚBLICAS
Confirmar que você entendeu o que a pessoa está dizendo – repita as
Relações Públicas são, conforme o próprio nome, relações com o pú-
informações
blico. É a administração deste relacionamento com o objetivo de causar
uma imagem favorável da organização para maior eficiência e aceitação de importantes, confirme as informações anotadas.
seus produtos ou serviços pela sociedade.
RESPONDER: Aspectos essenciais.
ATENDIMENTO AO PÚBLICO
Para que você possa responder adequadamente, é importante:
Ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou por telefone, você
está oferecendo a sua imagem (vendendo sua imagem) ou a imagem de Observar as cortesias comuns no atendimento, tais como “por favor”,
quem você está representando. Sua voz, sua postura, suas ações, repre- “muito obrigado”, “infelizmente”.
sentam a sua empresa. Falar claramente e pausadamente, sem ser monótono, evitando ainda
COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL o uso de gírias; falar com voz clara e expressiva ( boa dicção).

Muito mais que seus produtos, suas instalações ou suas propagandas, Evitar falar com chicletes ou balas na boca.
a forma de atendimento se constitui o fator mais importante para a forma- Estabelecer empatia ( Rapport)
ção de uma boa imagem da empresa, porque atua diretamente sobre o
público. Ser amistoso e aberto, mantendo ao mesmo tempo, uma atitude profis-
sional e objetiva.
Você pode não saber quem está lhe procurando, mas sabe quem está
atendendo: a sua EMPRESA. Em muitos momentos você é a imagem que Criar uma boa imagem. É importante o que você diz e como diz.
as pessoas farão da sua empresa, do seu órgão de lotação, ou de você Chame sempre a pessoa pelo nome, dando o tratamento adequado:
mesmo, enquanto alguém que desempenha determinada função ou é ”Sr.”,” Srª”.
responsável por determinadas tarefas.
Outros fatores e cuidados necessários.
Toda tarefa tem princípio, meio e fim, numa relação direta de que ela é
“a parte” para a realização do “todo”. Fazer perguntas apropriadas – esclarecer e confirmar a sua compreen-
são sobre o que está sendo dito.
Conhecer o fluxo da tarefa é conhecer o trabalho que cada um realiza e
a possibilidade de refletir, analisar sua forma de realização, buscando a Fornecer informações apropriadas - responder às perguntas diretamen-
melhor maneira de executa-lo, evitando o esforço repetitivo ou detectando o te, quando souber as respostas, mas, jamais ter receio de dizer “Não tenho
que ajuda a fluir ou o ofensor, os entraves, que podem provocar interrup- certeza mas me informarei e lhe direi”.
ções, atrasos, demora, enfim, falhas na execução. E no caso que nos
Tolerar o silêncio – evite falar somente para preencher o silêncio. Tal
interessa é detectar com clareza o momento em que o atendimento aconte-
comportamento distrai o cliente e torna mais difícil manter a eficiência do
ce ( interno ou externo, ativo ou passivo ) e os fatores que podem estar
atendimento.
atuando como ofensores.
Mantenha sempre ao seu alcance e de maneira organizada, os materi-
Para isto é importante observar e considerar, que o fluxo da Tarefa é
ais necessários ao bom desempenho do seu trabalho – catálogo telefônico;
acompanhado pelo Fluxo da Comunicação. Muitas vezes o ofensor pode
agenda dos telefones mais chamados; bloco e lápis ou caneta.
estar na Comunicação. A Comunicação pode ser verbal ( telefonemas,
reuniões, encontros, etc.) ou escrita ( Memorandos, Cartas, Editais, etc.) Não se refira a siglas ou códigos internos da empresa. A pessoa que
você está atendendo não tem obrigação de conhece-los.
Toda vez que na realização do nosso trabalho precisamos nos comuni-
car – como emissor ou como receptor -, entramos numa relação de atendi- Procure sempre terminar uma conversa de maneira cortês e profissio-
mento. nal. Demonstre confiança. Mostre que você acredita em si mesmo, em seu
produto e gosta da sua empresa. Lembre-se que SIMPATIA gera SIMPA-
Aqui estão alguns aspectos fundamentais que sintetizam as condições
TIA e CONFIANÇA gera CONFIANÇA.
para se realizar um Atendimento eficiente e chegar a um Padrão de Quali-
dade no Atendimento. ATENDIMENTO POR TELEFONE
Conhecer a organização - estado atual, perspectivas futuras. O Atendimento à distância se dá, normalmente, através do telefone e
tem a especialidade de se efetuar “entre vozes”.
Conhecer os aspectos relativos ao processo de Comunicação, buscan-
do minimizar ruídos. No telefone, a informação é passada apenas pela palavra e pela voz,
através de duas ações: ouvir e falar.
Conhecer seu papel enquanto representante da empresa.
A partir daí, as ações podem transformar o atendimento em monólogo,
Conhecer a importância do seu trabalho na realização do “TODO” (ob-
em diálogo ou em puro ruído.
jetivos da empresa)
Para falar bem ao telefone procure: utilizar a tonalidade adequada; usar
Visualizar, no contexto geral, o momento do atendimento.
a velocidade certa; usar o volume adequado; dar ênfase aos pontos mais
SABER OUVIR importantes;
Não se distrair durante o atendimento. Concentre toda sua atenção no Alguns cuidados que devem ser tomados quanto ao atendimento por
que a pessoa está dizendo. telefone:

Qualidade no atendimento ao público 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Evite dizer Alô. Inicie o atendimento identificando sua empresa, identifi- Manter limpo e em perfeita Organização e asseio no ambi-
cando-se e por fim fazendo o cumprimento. Ex. nome da empresa, seu ordem o local de trabalho ente de trabalho
nome, bom dia!
Participar dos movimentos e Participar e interessar-se por
Nunca atenda o telefone de forma ríspida, ou de forma inversa, cha- estudos que se relacionem com cursos de aperfeiçoamento e
mando a pessoa de “meu bem” ou meu amor”. a melhoria do exercício de suas especialização no seu setor de
Não diga “Ele não pode atender agora” ou “Ele está muito ocupado”; funções trabalho
diga “ele está atendendo uma outra ligação” ou, “ele está em uma reunião, Vestimentas adequadas ao Vestir-se de acordo com o
o senhor quer que ele ligue em seguida” ? exercício da função ambiente e o cargo que exerce
Outro vício horrível é dizer: “quem deseja?” Substitua pelo simpático e Procurar se informar perma-
Manter-se atualizado com as
objetivo: “quem quer falar?” nentemente quanto às instru-
instruções, as normas de servi-
ções de serviço, modificações
ço e a legislação
de regras, leis pertinentes, etc.
Prof. Cléber Dutra(Guia dos concurseiros.net)
Cumprir as tarefas de seu cargo
ou função
Principais deveres É o mesmo princípio da eficá-
com critério, segurança e rapi-
cia e eficiência
dez
Além daqueles deveres contidos na legislação específica (Lei
8.112, Estatuto dos Servidores Civis), o código em estudo discrimina o É dever de todos os cidadãos e
que chama de deveres fundamentais, ou seja, que servem como base Facilitar a fiscalização ao funcionário é princípio ético
dos princípios da ética e do comportamento desejado. São eles: profissional
Exercer com estrita moderação Evitando exageros, desperdí-
Significa empenhar-se para as prerrogativas funcionais cios e “mordomias”
que cumpra as determinações Abster-se Não se valer do cargo ou
Desempenhar, a tempo, as
dentro dos prazos fixados e de exercer sua função, poder função para obter vantagens
atribuições do cargo...
com razoabilidade administrati- ou autoridade com finalidade pessoais ou pressionar as
va estranha ao interesse público pessoas, etc.
Exercer suas atribuições com Divulgar e informar a todos os
rapidez, perfeição e rendimen- É o princípio da eficácia... Colaborar na divulgação destes
integrantes da sua classe sobre
to... princípios éticos, tidos como
a existência deste Código de
Ser honesto, sem desvio de deveres funcionais
Ética
Ser probo, reto, leal e justo, condutas, de confiança e agir
com senso de justiça.
Vedações
Zelar pela clareza e pontuali-
Jamais retardar qualquer pres-
dade na prestação de contas
tação de contas Em sentido jurídico, vedar significa proibir, impedir alguma prática
do que é público
inadequada ou indesejável. Segundo esses princípios éticos estuda-
Ter o cuidado de preservar a
Tratar cuidadosamente os dos, “é vedado ao servidor público”:
dignidade e o respeito à pes-
usuários dos serviços
soa humana
Ter consciência de que seu Agir sempre dentro dos princí- 1. Favorecer-se do cargo para obter vantagens ilícitas;
trabalho é regido por princípios pios e fundamentos deste 2. Prejudicar de qualquer forma a reputação de seus subordina-
éticos Código dos;
3. Ser solidário em conivências pessoais que constituam infra-
Atender sempre com gentileza, ção a este Código;
educação e boa vontade, com 4. Fazer uso de artifícios para atrasar ou criar empecilhos ao
Ser cortês, ter urbanidade,
atenção especial às dificulda- exercício do direito de outras pessoas;
disponibilidade e atenção
des e deficiências dos assisti- 5. Não fazer uso de recursos técnicos e científicos no exercício
dos da função que estejam ao seu alcance;
Obedecer a ordens, sem se 6. Viabilizar danos causados ao serviço público vinculados a in-
Ter respeito à hierarquia vincular a subserviências teresses pessoais;
pessoais ou oportunistas 7. Vincular, de qualquer maneira, sua prestação funcional a pa-
Resistir a todas as pressões Manter-se inerte a qualquer gamentos ou vantagens pessoais estranhos à administração pública;
que visem obter quaisquer tipo de vinculação contrária ao 8. Alterar ou faltar com a verdade no conteúdo de documentos
favores, benesses ou vanta- interesse público e à probidade sob sua responsabilidade;
gens indevidas do cargo. 9. Faltar com a verdade ou dissimular o atendimento e a presta-
Zelar ção de serviço público;
Mesmo em estado de greve 10. Determinar subordinados a atendimento de seus interesses
pelas exigências específicas da
decretada, cuidar para que os pessoais;
defesa da vida e da segurança
serviços classificados como 11. Retirar, mesmo sem intenção de apropriar-se, objetos e do-
coletiva
essenciais sejam prestados cumentos pertencentes à administração pública;
Ser assíduo e frequente ao Comprometer-se com a pon- 12. Revelar ou fazer uso de informações confiadas ao seu cargo
serviço tualidade e frequência ou função em seu benefício ou de outras pessoas;
13. Embriaguez habitual;
Comunicar imediatamente 14. Colaborar com iniciativas que atentem contra a moral, hones-
Responsabilizar-se pela de-
todo e qualquer ato ou fato tidade, dignidade humana, etc.;
núncia de irregularidades em
contrário ao interesse público 15. Exercer ou envolver-se com atividades antiéticas;
seu setor

Qualidade no atendimento ao público 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Comissões de ética interesses dos atendidos. No caso do sistema bancário nacional, foi
instituída toda uma legislação específica para regulamentar esse rela-
Para a investigação dos desvios de conduta moral e ética dos fun- cionamento. Quanto à acessibilidade de pessoas portadoras de neces-
cionários e a aplicação desses artigos, é criada, em cada órgão da sidades especiais, idosos e demais casos semelhantes, há uma legis-
administração pública federal, uma Comissão de Ética, responsável lação especial, incluída no edital desse concurso como conteúdo a ser
pelo processo administrativo que se formará para tac finalidade. estudado. Assim, o conflito de interesses é regulamentado, bem como
os relacionamentos entre instituições bancárias e atendidos, primeiro,
pelos princípios éticos instituídos pelo Decreto 1.171/94, depois, pelos
Também tem essa comissão a incumbência de orientar e aconse- regulamentos internos de cada instituição ou órgão público. No caso da
lhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pesso- Caixa Econômica Federal, o banco tem seu próprio regulamento ético.
as e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente
de imputação ou de procedimento susceptível de censura. Ética e responsabilidade social

É ela também encarregada de providenciar os procedimentos de A questão da responsabilidade na prestação de serviços públicos
análise de merecimento de promoções verticais dos funcionários, não pode ser vista apenas pelo seu aspecto social (de relevância para
quando baseados na conduta ética dos interessados: À Comissão de a sociedade como um todo), devido ao fato de que a prestabilidade se
Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do dá em dois âmbitos: um coletivo (e por isso social) e outro individual
quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, (particular, que diz respeito ao cidadão atendido). Os princípios da ética
para o efeito de instruir e fundamentar promoções. no serviço público são os mesmos nos dois casos, mas o tratamento do
problema e sua solução têm enfoques diferentes, devido ao seu alcan-
ce. Aqui, se deve enfatizar o âmbito particular, devido às especificações
Apesar da Comissão ser integrada impreterivelmente por funcioná-
do cargo a que se destina o edital. Mas, é necessário compreender-se
rios de carreira (admitidos por concurso público), sua incumbência
como um todo a questão da organização (do banco). Como instituição
atinge a todos os servidores vinculados à administração, desde que
bancária do setor público e empresa, ao mesmo tempo, a CEF têm sob
prestem serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional,
sua égide de responsabilidade a boa imagem pública e privada. Assim,
ainda que sem retribuição financeira, ligados direta ou indiretamente a
todos os fundamentos éticos já mencionados norteiam a organização
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações
bancária, quais sejam aqueles voltados à satisfação do cliente, como
públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as socie-
atendido ou assistido no setor.
dades de economia mista, ou ainda em qualquer setor onde prevaleça
o interesse do Estado.
Responsabilidades
Enquanto setor público, a empresa pública se vale do serviço públi-
A gestão da ética nas empresas públicas e privadas. co que prestam seus funcionários. Então, está subordinada a sua
prestabilidade às determinações legais que regem a conduta ética dos
Comissões de ética servidores públicos em geral. Especificamente, no que diz respeito aos
danos (morais e materiais) causados tanto aos cofres públicos, quanto
Para a investigação dos desvios de conduta moral e ética dos fun- aos cidadãos que procuram o serviço bancário, o servidor de empresa
cionários e a aplicação desses artigos, é criada, em cada órgão da pública (caso da CEF) responde individualmente pelos prejuízos cau-
administração pública federal, uma Comissão de Ética, responsável sados a estas duas personalidades (patrimônio público e cidadãos).
pelo processo administrativo que se formará para tac finalidade. São os casos de improbidade administrativa, falta de urbanidade,
nepotismo, peculato, apropriação indevida de bens, etc. Vejamos os
casos mais importantes para esse concurso.
Também tem essa comissão a incumbência de orientar e aconse-
lhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pesso- Improbidade Administrativa
as e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente É o comportamento do servidor que implica em obter vantagens
de imputação ou de procedimento susceptível de censura. (valores, bens, créditos, favores de terceiros, etc.) devido ao exercício
do cargo ou função pública. Os atos de improbidade administrativa
É ela também encarregada de providenciar os procedimentos de importarão na suspensão dos direitos políticos, a perda da função
análise de merecimento de promoções verticais dos funcionários, pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
quando baseados na conduta ética dos interessados: À Comissão de forma e gradação previstas em lei, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO PENAL
Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do CABÍVEL. A improbidade implica em responsabilidade do servidor
quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, envolvido e esta pode ser classificada de duas formas.
para o efeito de instruir e fundamentar promoções.
Responsabilidade objetiva
Nestes casos, as pessoas jurídicas de Direito Público (entidades e
Apesar da Comissão ser integrada impreterivelmente por funcioná- empresas públicas), assim como as empresas e sociedades privadas
rios de carreira (admitidos por concurso público), sua incumbência prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
atinge a todos os servidores vinculados à administração, desde que agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
prestem serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional,
ainda que sem retribuição financeira, ligados direta ou indiretamente a Responsabilidade subjetiva
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações Independentemente dos efeitos da responsabilidade objetiva, fica
públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as socie- assegurado o direito a entidades e empresas públicas, assim como as
dades de economia mista, ou ainda em qualquer setor onde prevaleça empresas e sociedades privadas prestadoras de serviços públicos, de
o interesse do Estado. ação indenizatória contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa. É
que, se a administração pública (empresa ou órgão) for condenada a
Conflito de interesses indenizar o terceiro prejudicado, custeará a reparação do dano, mas
terá direito de exercer contra o funcionário faltoso, a exigência de
Aqui se fala do confronto do interesse coletivo (finalidade do serviço reaver os valores gastos na reparação.
público) com os direitos dos particulares (cidadãos titulares do direito ao
atendimento). Como vimos, é dever ético da instituição a satisfação dos Atendimento

Qualidade no atendimento ao público 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os princípios éticos que regem o atendimento ao público são os mes- tores, sob risco de comprometerem a qualidade e credibilidade dos
mos já mencionados. Mas quanto ao atendimento a portadores de necessi- seus trabalhos.
dades especiais e idosos, a legislação determina tratamento diferenciado,
fundamentado na Constituição Federal, quando esta protege acessibilidade Objetividade
aos desiguais nos atendimentos públicos. Essa legislação está incluída no Ligado à eficiência e à presteza. Devem ser os atendimentos feitos
conteúdo deste edital e merece atenção especial. com loquacidade, tornando-se práticos e simplificados ao máximo para
o atendido. Alcançar o objetivo do atendimento, sem rodeios ou dificul-
dades adicionais.
Qualidade no atendimento ao público Trabalho em equipe
A qualidade no atendimento é pré-requisito de qual quanto no pri- É da essência do trabalho em órgãos públicos o inter-
vado. Aqui, interessa que essa qualidade esteja voltada também para relacionamento de qualidade ímpar, devido ao alto grau de responsabi-
os pré-requisitos constitucionais do ato administrativo e dos princípios lidade desejado. Como os órgãos obedecem a estruturas pré-
gerais da administração pública, já comentados nos tópicos de Direito determinadas por Lei, as repartições, seções, departamentos, etc. já
Administrativo e constitucional. Mas também estão relacionados a: trazem pronta a sua funcionabilidade e todas elas, sem exceção, de-
pendem de trabalho em equipe. É o perfil principal da administração
Comunicabilidade moderna, que se projeta na administração pública como solução inteli-
Tanto na sua divulgação (publicidade) quanto na entrega do servi- gente (isso ocorre já há alguns anos).
ço, o ato de atendimento público deve ser livre de embaraços e compli- Assim, o trabalho em equipe deixa de ser uma característica para
cações na sua prestabilidade. Deve chegar como informação completa ser uma determinante superior de funcionabilidade do setor público.
e eficaz, capaz de realizar-se como atendimento às necessidades a Ainda que funcione isoladamente, sozinho num posto de atendimento,
que se propõe satisfazer. o servidor terá vinculada a sua rotina a de outros colegas, que recebem
Mas também é pré-requisito ligado diretamente ao comportamento sua produção ou lhe enviam informações e procedimentos a serem
do servidor que entrega o serviço, que deverá portar-se de maneira cumpridos.
gentil, objetiva e eficaz, na mesma proporção e com os mesmos objeti-
vos no atendimento. Personalidade e relacionamento no trabalho
Não há muito que se falar em personalidade do servidor e tampou-
Apresentação co do setor em que funciona, pois as instruções que normatizam sua
A apresentação se refere ao servidor, que deverá estar sempre de prestabilidade são determinadas em escala decrescente (vêm de cima
acordo com a prestação a que se determinou. Assim, é importante que para baixo, já prontas) e sua conduta profissional está “amarrada” no
esteja adequadamente trajado, demonstrando higiene e organização código de ética do serviço público. Tanto com os colegas de trabalho
pessoal. quanto no atendimento ao público, sua personalidade deve ser “molda-
da” segundo os princípios que regem o atendimento público, como
Atenção vimos no texto sobre a ética no serviço público. Comportando-se de
Refere-se à atenciosidade desprendida no ato do atendimento. É acordo com aqueles princípios, o servidor estará atendendo perfeita-
imprescindível para a conclusão de eficiência do atendimento. mente ao perfil de personalidade desejado para o exercício da função
pública.
Cortesia
Ser cortês e polido é obrigação que provém da urbanidade, requisi- Eficácia no comportamento inter-pessoal
to constitucional do ato de atendimento. Está ligada diretamente ao princípio de mesmo nome, que norteia o
serviço público, a administração pública e demais atividades em que o
Interesse e presteza interesse público é alvo ou cliente. Significa que o servidor não pode se
São importantíssimos para concluir o atendimento em eficiência. interpor, em atitude de cunho pessoal, ante os interesses coletivos,
Estão expressos na boa vontade e determinação em atingir os objetivos sem risco de comprometer a eficácia, a segurança da realização do
do atendimento, até fim. serviço, do atendimento, da prestação pública.
Eficiência Os funcionários públicos são treinados para atuarem segundo o
Requisito já comentado, é o cerne da realização do ato de atendi- que hoje se chama etiqueta profissional, uma espécie de código de
mento. É tão importante que está prescrito no texto da Constituição conduta convencional, nascido no próprio mercado, das relações mo-
Federal como princípio da administração pública. dernas do mundo dos negócios e que permeou para a qualidade de
atendimento e inter-relacionamentos no setor público.
Tolerância O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais
Leia-se aqui paciência, para não se confundir com favorecimento exigidas para o funcionário público. As administrações desenvolvem
mediante benevolência. Deve o funcionário ser tolerante com o público cursos e treinamento para prepararem seus funcionários. Quem faz o
atendido ou assistido, no sentido de compreender suas dificuldades e curso aprende ainda:
viabilizar a melhor e mais adequada solução do problema apresentado. a) a criticar com resultados positivos;
Discrição b) transformar reclamações em resultados e lidar com colegas e
Recomenda-se que seja o servidor discreto no atendimento, evi- clientes de temperamento difícil;
tando situações de constrangimento para os atendidos, não adentrando c) apresentar idéias e projetos com eficiência;
em situações particulares ou impertinentes. É comum o atendido expor d) conduzir reuniões e até mesmo contornar situações mais
certas situações pessoais (atendimento médico, por exemplo) ou se- graves, como o assédio sexual, por exemplo
gredos de família (atendimento jurídico) que devem ser tratadas com a Dentro de uma dinâmica atual, no setor público (e no privado tam-
devida reserva e respeito. bém), estas seriam as práticas mais procuradas:
Ser bem-educado exige algumas atitudes fundamentais.
Conduta Esmerar-se nas boas maneiras quando tiver que:
é o conjunto de todas essas recomendações e práticas, no ato do
Expressar-se ver-
atendimento, dentro dos critérios de urbanidade já mencionados. Mas jamais fale palavrões
balmente
também é a livre condução de sua vida privada, que deverá ser sempre
condizente com o exercício do cargo que ocupa. Ex.: as restrições de Redigir documen-
dê sempre um cunho elegante e
comportamento social inadequado por que passam os juízes e promo- tos, memorandos ou
positivo nos textos
ofícios

Qualidade no atendimento ao público 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lembre-se de sempre de ser gentil deles, sempre). O
Manter amizades
com os atendidos tempo pode ter
pessoas elegantes não perdem duas dimensões:
Respeitar os au-
seu tempo com fofocas e comentários a real e a percebi-
sentes da.
sobre a vida alheia
Tratar com pes- não desconsiderar os menos fa- Refere-se à
soas socialmente vorecidos, tratar a todos com respeito experiência que o
carentes independentemente da hierarquia cliente tem duran-
Ser sempre ético e essencialmente profissional te o processo de
Conduzir os serviços conservan- atendimento: a Numa reparti-
Agir dentro da éti- do a ética e a honestidade em suas capacidade de ção pública, além
ca profissional relações com atendidos, funcionários, agradar (de exce- da cortesia pes-
fornecedores, etc. der) as expectati- soal irá contribuir
Atendimento vas. A capacida- para uma boa
Ceder espontaneamente o seu
Pensar sempre de de reconheci- atmosfera a músi-
lugar para idosos, gestantes ou defi-
primeiro nos outros mento, o grau de ca, a luz, a tempe-
cientes físicos;
cortesia criando o ratura, a decora-
Cumprimentar e agradecer os a- prazer da partici- ção, etc.
Agir com urbani- tendidos e assistidos; agradecer aos pação do cliente
dade auxiliares, mesmo quando cumpriram no processo de
suas obrigações; “produção do
Cuidar da linguagem corporal serviço”.
Estar atento aos gestos, expressão facial, postura quando
em pé ou sentado;
Servidor e opinião pública (o órgão e a opinião pública)
Saber sentar, levantar-se, comer, apresentar corretamente Nos dias de hoje, um dos elementos de mensuração da qualidade é a
as pessoas, usar cartões de visita, cumprimentar, presentear e opinião pública. Mas aqui, trata-se mais da imagem que têm o servidor e o
ser presenteado, pedir licença, agradecer, dizer não, criticar órgão público a que pertence. Tomemos como exemplo o INSS e a sua já
sem ofender, ser pontual, conversar de forma agradável, ser clássica má fama no atendimento ao público. Muitas vezes isso decorre,
um bom ouvinte e, principalmente, ter autocrítica e perceber mas da desorganização dos serviços prestados, do mau planejamento, da
quando deve desculpar-se. inadequação de práticas administrativas do que da real conduta de seus
servidores. Isso torna a imagem do serviço e por consequência, do órgão,
Segundo os estudiosos, alguns critérios servem de orientação ao associada à má qualidade, o que gera uma imagem pública ruim. Outro
cliente na hora de avaliar a qualidade do serviço ou produto. Embora o exemplo é o atendimento médico na saúde pública, que dispensa maiores
nível de importância de cada critério varie de acordo com as caracterís- comentários. Essa imagem de descaso e ineficiência reflete na opinião que
o público em geral tem desses serviços.
ticas de cada serviço, pode-se listar nove principais critérios de avalia-
ção da qualidade do serviço utilizados pelo cliente:
Fatores positivos do relacionamento
Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num somatório ge-
Refere-se à ral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento. Assim, desde
qualidade (e/ou que cumpridos ou atendidos todos os requisitos antes mencionados para o
aparência) de É um impor- concurso de um bom atendimento, estaremos falando de um bom relacio-
qualquer evidên- tante critério pela namento entre servidor e atendidos. Os níveis de relacionamento aqui
Aspectos tangí-
cia física do servi- própria visualiza- devem ser elevados, tendo em vista sempre o direito de cada assistido de
veis
ço: bens facilitado- ção e compreen- receber com qualidade a supressão de suas necessidades.
res, equipamen- são do serviço.
tos, instalações, Comportamento receptivo e defensivo
pessoal. Receptivo, como o próprio nome já diz, é o comportamento que trans-
É a ausência corre naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo, claro, sem rodeios,
indo direto ao ponto da necessidade do atendido. Defensivo, ao contrário, é
da variabilidade
aquele em que o servidor cria obstáculos e dificuldades para livrar-se do
no resultado ou no
É importante encargo, obstruindo a qualidade.
processo. Consis-
para clientes que
tência influencia Empatia e compreensão mútua
Consistência querem saber o
até na propagan- E empatia é resultado de uma preparação do servidor em atender. De
que esperar do
da boca-a-boca sua dedicação ao exercício da função. Deve ser natural e quase pessoal.
serviço
realizada por Pode estar resumido no aspecto daquele servidor que “gosta do que faz”.
clientes frequen- Será muito mais fácil transmitir empatias nesses casos. O resultado da
tes e potenciais. empatia, mesmo que consciente e provocada com gentileza, é a compre-
É importante ensão mútua, que certamente facilitará o atendimento e a conclusão pela
Refere-se à eficiência.
para serviços
habilidade e ao
profissionais: Dicas Para Um Bom Atendimento
Competência conhecimento
serviços médicos,
para executar o A postura correta de um profissional é de extrema importância para
assistência jurídi-
serviço que se possa passar ao cliente uma imagem de credibilidade, tornando a
ca, por exemplo.
apresentação completa e desenvolvendo um nível de comunicação de
Critério impor- Nem sempre qualidade, o que facilitará toda a sequência de atendimento e também o
tante para a a redução do desempenho de vendas do profissional.
Velocidade de
maioria dos con- tempo real é a
Atendimento É importante que todas as pessoas, sem exceção, sejam bem atendi-
sumidores de desejada no
serviços (na ótica tempo percebido. das e sintam-se à vontade desde o momento em que chegam até o mo-

Qualidade no atendimento ao público 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mento que saem. Sendo assim, é importante que o profissional saiba se  Respeite as regras internas da empresa.
expressar bem física e verbalmente.
 Atualize-se sempre por meio de cursos, palestras e outras ativi-
Todos os profissionais devem atentar-se ao asseio, ou seja, uniforme dades relacionadas ao seu trabalho.
completo, limpo e bem passado, sapatos limpos e confortáveis. Os homens
devem estar sempre com a barba feita, o cabelo curto e as mãos limpas Siga uma pequena, mas muito importante regra para lidar com o públi-
com as unhas sempre feitas, as mulheres com os cabelos presos, maquia- co:
gem leve e discreta e também com as mãos limpas e unhas feitas. Deve-se
“RESPEITE PARA SER RESPEITADO”.
evitar o uso de perfumes doces ou fortes. Se você é fumante jamais fume
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em seu ambiente de trabalho e tenha uma atenção especial com o hálito.
Mantenha sempre uma postura ereta, nunca fique parado(a) de costas
para o cliente e não fique sentado(a) ou debruçado(a) em mesas e balcões. PROVA SIMULADA
Quando falar com alguém, seja um cliente ou um colega de trabalho, não
fique com os braços cruzados, olhe a pessoa sempre nos olhos, não apon- 1 . (PRPREVI, Cespe - Recepcionista - 2002) Julgue os itens que se se-
te o dedo, evite gesticular muito e tenha sempre um simpático sorriso no guem em (C) CERTO ou (E) ERRADO, no tocante à boa qualidade do
rosto. atendimento ao público.
Fale sempre de forma objetiva, evitando gírias, vícios de linguagem, er- a) Atitudes de civilidade, cortesia e afabilidade são desejáveis, mas não
ros de português e em um tom de voz equilibrado, sem gritar, mas também obrigatórias.
sem falar muito baixo. b) A prestação do atendimento baseia-se na concessão da informação
correta e independe do modo como é realizada.
Algumas empresas têm termos técnicos para uso interno, visando faci- c) A qualidade do atendimento deve variar de acordo com o tipo de cliente.
litar a padronização e a comunicação entre a equipe, entretanto o cliente d) O bom atendimento pode implicar a busca de informações adicionais,
não tem a obrigação de conhecer tais expressões e estas não devem ser objetivando atender à necessidade do cliente.
usadas ao falar com ele. e) A qualidade do atendimento é comprometida de modo irreparável quan-
do não se detém a informação demandada pelo cliente.
Use com frequência “palavras mágicas” como boa tarde ou boa noi-
A ) E, E, E, C, C
te, seja bem vindo(a), por favor, com licença e obrigado, tanto com seus
B ) E, E, E, C, E
clientes como com seus colegas de trabalho.
C ) E, E, C, C, E
Evite comunicar-se com os colegas de forma inadequada: não fale de D ) C, E, E, C, E
longe para não ter que gritar, não discuta em situações de estresse devido E ) E, C, E, C, E
a problemas operacionais ou desentendimentos e não discuta dificuldades
internas da empresa na frente dos clientes. 2. (FUNDAC-PB, Cespe - Agente Protetivo - 2008) Acerca da qualidade no
atendimento ao público, assinale a opção correta.
Jamais deixe um cliente com algum tipo de dúvida, procure sempre co- A ) Diferentemente dos funcionários do setor privado, o servidor público não
nhecer os produtos e serviços oferecidos, procedimentos internos, horários precisa se preocupar com o tempo de espera para o atendimento ao públi-
de funcionamento e etc. para que possa passar informações completas e co externo.
corretas, evitando a insatisfação do cliente. B ) O atendimento deve ser cortês e educado apenas quando o cidadão
Procure sempre manter o bom humor e a concentração, não permita também agir dessa forma.
que preocupações pessoais interfiram no seu trabalho, evite conversas C ) Sempre que possível, o servidor deve evitar resolver o problema do
paralelas com os colegas e evite também discutir de forma profunda assun- cidadão no primeiro atendimento.
tos como futebol, religião e política. D ) O servidor deve dar a devida atenção às solicitações dos cidadãos.
E ) N.R.A.
Tenha em mente que apesar da necessidade de seguir estes padrões
você precisa“imprimir” um pouco da sua personalidade ao atendimento 3. (FUNDAC-PB, Cespe - Agente Protetivo - 2008) Os princípio gerais das
para que não se torne algo mecânico, repetitivo e artificial, afinal, lidamos políticas de qualidade, também aplicáveis ao atendimento no serviço públi-
de forma direta com pessoas de diversas culturas, com opiniões e gostos co, incluem o(a)
diferentes e isso traz a necessidade de criarmos uma sintonia com o inter- A ) satisfação das necessidades dos clientes, no caso, os cidadãos.
locutor, fazendo assim um atendimento realmente personalizado. B ) aumento do lucro.
C ) demissão de funcionários.
Lembre-se que seguindo estas orientações, o serviço fluirá de forma
D ) diminuição do número total de atendimentos ao público.
coordenada e ágil. É importante que durante todo o processo ha-
E ) N.R.A.
ja comunicação objetiva e constante entre a equipe para que não ocorram
erros desnecessários e também a colaboração mútua e o bom senso farão
4. (FCPTN-PA, Cespe - Auxiliar Operacional - 2008) Pedro, auxiliar opera-
com que tudo aconteça harmoniosamente.
cional de uma empresa de grande porte, atende os clientes sem a devida
Nunca faça nenhuma tarefa pela metade, mantenha o seu trabalho em cordialidade, mantém-se indiferente e age de maneira robotizada ao prestar
um ritmo ágil, mas não corrido e desordenado, seja organizado(a) e lembre- atendimento. Carlos, chefe do setor em que Pedro trabalha, ao orientar
se que cada ação tem começo, meio e fim. seus colaboradores quanto ao comportamento profissional a ser adotado
no atendimento ao público, dá instruções de forma contraditória e frequen-
 Procure conhecer seus clientes mais assíduos e chame-os pelo temente muda de opinião.
nome. Em relação à situação hipotética apresentada no texto, é correto afirmar
que a atitude adotada por Pedro é caracterizada pelo(a)
 Não trate os clientes ou colegas de trabalho por apelidos.
A ) automatismo.
 Mesmo que alguns clientes sejam seus amigos pessoais, man- B ) condescendência.
tenha o profissionalismo e evite intimidades e contato físico. C ) urbanidade.
D ) simpatia.
 Seja sempre atencioso(a) e simpático(a), tendo cuidado para E ) N.R.A.
não ser chato e“grudento”.
5. (FCPTN-PA, Cespe - Auxiliar Operacional - 2008) Para se obter qualida-
 Evite conversas muito longas com os clientes para que não atra- de no atendimento ao público, é correto
se o seu serviço. A ) ignorar a causa de eventuais antipatias.
B ) procurar definir bem o sentido das palavras, para evitar mal-entendidos.
 Mantenha sempre a boa aparência.
C ) tomar para si as responsabilidades dos outros.

Qualidade no atendimento ao público 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
D) interromper a fala do cliente para apresentar a informação requisitada. c) Para suprir eventuais falhas de informação, o atendente deve recorrer
E ) N.R.A. aos manuais, folhetos informativos e resoluções da sua organização.
A ) C, C, C
6. (PGE-PA, Cespe - Assistente de Procuradoria - 2006) As organizações B ) E, E, C
estão, cada vez mais, direcionadas para a satisfação dos seus usuários, C ) C, E, C
em virtude da elevação do nível de exigência da sociedade em relação aos D ) E, C, E
serviços prestados. Acerca da qualidade no atendimento ao público, julgue E ) E, E, E
os itens que se seguem.
I - A qualidade no atendimento está relacionada à prestação de serviços de 10. (TRT-MA, Cespe - Técnico Judiciário - 2005) Aline, auxiliar judiciária
maneira a satisfazer as necessidades internas da organização. lotada em um posto de atendimento de um tribunal, é considerada uma
II - Considerar o trabalho que se presta como um serviço que adiciona valor excelente servidora. Suas atribuições incluem receber e entregar documen-
para os usuários é fazer além do esperado. tos internos e externos, zelar pelas instalações e equipamentos do seu
III - A atitude positiva no atendimento independe das diferentes necessida- local de trabalho, prestar informações acerca do trabalho, entre outras.
des que venham a ser apresentadas pelo público externo. Considerando a situação hipotética apresentada acima, julgue os itens
IV - Lidar com o público é uma tarefa simples, que não exige maiores seguintes em (C) CERTO ou (E) ERRADO, relativos a atendimento ao
atenções e cuidados especiais por parte dos atendentes. público, a comunicação e as relações humanas.
Estão certos apenas os itens a) O campo de responsabilidade estabelecido para o cargo de Aline, por
A ) I e II. envolver atendimento ao público, exige que ela seja hábil no relacionamen-
B ) I e IV. to com as pessoas.
C ) II e III. b) Como Aline faz contatos internos e externos, para manter a melhor
D ) III e IV. imagem possível da organização, ela deve dispensar tratamento especial
E ) N.R.A. para os clientes externos, privilegiando-os com relação aos internos.
c) Em nome da transparência, um dos valores indispensáveis a um tribunal,
7. Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética ao prestar atendimento ao público, Aline deve dar explicações detalhadas
acerca da ética e qualidade de atendimento no serviço público, seguido de sobre o funcionamento do órgão a qualquer cliente que procure o posto de
uma assertiva a ser julgada. atendimento, sem discriminação.
a) Hélio é servidor público do setor de atendimento de um tribunal judiciário. d) Como Aline é considerada excelente servidora, conclui-se que o atendi-
Ele tem muitos afazeres e, por isso, deixa os clientes á espera de atendi- mento que ela presta ao público é de boa qualidade. Atender bem ao
mento enquanto resolve os problemas internos do setor. Nessa situação, o público é obrigação de qualquer servidor que lida com essa atividade e
comportamento de Hélio caracteriza atitude contrária á ética no serviço depende exclusivamente do fiel cumprimento das diretrizes e normas
público. vigentes na organização.
b) Gabriel é um servidor público exemplar, cortês, disponível e atencioso no e) Diferentemente de outros funcionários do tribunal. Aline deve tratar as
trabalho. Ele resiste a todas as pressões de seus supervisores hierárquicos autoridades com as quais, eventualmente, tem contato com atenção, res-
e não aceita nenhum presente de clientes em troca de suas ações no peito e cordialidade, pois essa clientela é hierarquicamente superior.
trabalho. Nessa situação, Gabriel está cumprindo com ética o desempenho A ) C, C, E, E, E
de seu cargo público. B ) C, C, C, C, C
c) Marilena é servidora pública de um tribunal judiciário. Ela zela pelo C ) E, E, E, E, E
material sob sua guarda, é assídua e pontual, respeita os colegas e privile- D ) C, E, E, E, E
gia o atendimento de seus superiores hierárquicos, demonstrando total E ) C, E, C, E, C
prontidão às requisições deles em detrimento das solicitações de seus
colegas e dos usuários do setor. Nessa situação, Marilena apresenta com-
portamento profissional ético e compatível com a função pública. GABARITO
A ) C, C, C 1. B
B ) E, C, C 2. D
C ) C, C, E 3. A
D ) E, E, E 4. A
E ) E, E, C 5. B
6. C
8. Julgue os itens abaixo , relativos às técnicas de atendimento ao público. 7. C
I – Um atendimento de qualidade mantém a imagem da organização valori- 8. B
zada. 9. C
II – Um atendente que adota uma atitude impessoal tende a comprometer a 10. D
relação que se desenvolve de início com a pessoa atendida.
III – O nível de atenção dispensado no atendimento deve variar de acordo
com o aspecto socioeconômico do público atendido.
IV – No atendimento de orientação, quanto ao preenchimento de formulá- ___________________________________
rios, a comunicação verbal agregada à gestual dificulta a compreensão ao ___________________________________
público.
A quantidade de itens certos é igual a: ___________________________________
A ) 1.
___________________________________
B ) 2.
C ) 3. ___________________________________
D ) 4.
E ) N. R. A. _______________________________________________________
_______________________________________________________
9. O atendimento ao público é um canal especializado por meio do qual a
organização expressa o que oferece à sociedade. A propósito desse assun- _______________________________________________________
to, julgue os itens a seguir em (C) CERTO ou (E) ERRADO. _______________________________________________________
a) É atribuição do atendente buscar formas possíveis de solucionar dificul-
dades do cliente em sua relação com a organização. _______________________________________________________
b) Para bem atender às necessidades do público, é imprescindível que o
atendente conheça detalhadamente cada setor da organização.
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Qualidade no atendimento ao público 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Qualidade no atendimento ao público 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Trabalho em equipe.
Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num somatório
geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento. Assim, desde
que cumpridos ou atendidos todos os requisitos antes mencionados para o
concurso de um bom atendimento, estaremos falando de um bom
Personalidade e relacionamento. relacionamento entre servidor e atendidos. Os níveis de relacionamento
Eficácia no comportamento interpessoal. aqui devem ser elevados, tendo em vista sempre o direito de cada assistido
Fatores positivos do relacionamento. de receber com qualidade a supressão de suas necessidades.
Comportamento receptivo e defensivo, empatia e compreensão
mútua. Comportamento receptivo e defensivo
Receptivo, como o próprio nome já diz, é o comportamento que
transcorre naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo, claro, sem
Todas as pessoas para terem sucesso nos locais onde trabalham rodeios, indo direto ao ponto da necessidade do atendido. Defensivo, ao
precisam se esforçar e muito para conseguir alcançar os seus objetivos, contrário, é aquele em que o servidor cria obstáculos e dificuldades para
independente da área onde estejam atuando é necessário que haja o livrar-se do encargo, obstruindo a qualidade.
máximo de empenho afim de conquistar todas as metas e ainda sobrar,
quem aplica os conselhos dados por Jesus a milhares de anos atrás com Empatia e compreensão mútua
certeza consegue ir muito mais além do que o necessário, ele disse “se te E empatia é resultado de uma preparação do servidor em atender. De
mandarem dar mil passos dê dois mil e desta maneira ninguém vai falar que sua dedicação ao exercício da função. Deve ser natural e quase pessoal.
você não fez o que era pra fazer”, ou seja esse conselho mesmo depois de Pode estar resumido no aspecto daquele servidor que “gosta do que faz”.
milhares de anos ainda nos continua sendo valido e pode nos ajudar no dia Será muito mais fácil transmitir empatias nesses casos. O resultado da
a dia principalmente em nosso trabalho. empatia, mesmo que consciente e provocada com gentileza, é a
O trabalho em equipe é uma das partes mais temerosas por todos compreensão mútua, que certamente facilitará o atendimento e a conclusão
porque é onde normalmente acontecem diversos desentendimentos, o que pela eficiência.
todos precisam ter em mente que essa não é um momento para se temer e
sim para agir em seu favor e de seus companheiros, a partir do momento Trabalho em equipe
em que uma tarefa lhes foi dada para ser feita em grupo é porque o seu Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe
superior confia em você e seus parceiros para realizá-la juntos.
Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a
A personalidade nessa hora conta e muito afinal você não pode mudar criatividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho
o seu jeito de ser apenas porque está participando de um trabalho em individual, já que "1+1= 3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar
grupo, é necessário que se mantenha focado em seu trabalho e suas bem em equipe.
principais características com certeza vão te ajudar a alcançar as metas. Se
mudar a sua personalidade vai estar sendo a pessoa que seu superior não 1. Seja paciente
queria na hora que o mandou fazer aquele trabalho, afinal ele escolheu Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça uma
você como é normalmente nos dias de trabalho. sentença". Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus
Se relacionar bem com seus companheiros na hora de um trabalho em pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer.
equipe é fundamental, nunca deixe de ouvir a vontade de outras pessoas e Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as suas
sempre dê apoio para a ideia deles, assim quando você tiver uma que eles opiniões.
gostarem com certeza será bem aceita. Não tenha medo de falar sobre os 2. Aceite as ideias dos outros
seus pensamentos procure criticar o mínimo possível às ideias de seus
companheiros e caso você note que pode melhorar alguma coisa diga a As vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão;
eles como fazer para isso acontecer. mas é importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser
melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso
Se mantendo dentro da linha e não errando nos momentos cruciais orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar.
você vai ter muito sucesso dentro de sua empresa, e ainda conquistara o
coração de seus companheiros de trabalho. 3. Não critique os colegas
Saber se comportar no trabalho é muito importante, pois isso lhe dará a As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito
garantia de mais tempo em sua função. Sendo assim é preciso ter bastante importante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as
educação, e sempre se dirigir aos seus superiores utilizando a mesma, ideias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as
assim também como os seus subordinados, afinal de contas, ter um bom ideias, nunca a pessoa.
relacionamento com empregados e também chefes é essencial para que o
4. Saiba dividir
trabalho sempre flua bem.
Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do
Tomando essa posição dentro de uma empresa, ou qualquer que seja o
princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa.
seu ambiente de trabalho, certamente você vai conseguir agradar a todos e
Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental.
se beneficiar com isso. Não precisa ser “puxa saco”, apenas mantenha o
respeito em primeiro lugar e com todos, sem exceções. 5. Trabalhe
http://www.blogers.com.br/trabalho-em-equipe-personalidade-e-
relacionamento/ Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações.
Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente
O nosso ambiente de trabalho é totalmente diferente da nossa casa, diferente.
por isso devemos saber que há algumas restrições em relação ao
comportamento. É interessante que você procure ser educado com todas as 6. Seja participativo e solidário
pessoas, e também procure se simpatizar com os seus colegas de trabalho, Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que
até mesmo porque isso vai fazer com que o ambiente fique mais agradável. seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido
Em especial devemos ter muito respeito com os nossos superiores, quando necessitar pedir ajuda.
afinal de contas, são eles que pagam os nossos salários! (risos) Mas não só 7. Dialogue
por esse motivo também, manter a boa relação entre patrão e empregado é
sempre muito importante! Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe
tenha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja
Fatores positivos do relacionamento possível alcançar uma solução de compromisso, que agrade a todos.

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8. Planeje humano em maior contato com o mundo, com a sua própria nação e
consigo mesmo.
Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma
tendência para se dispersarem; o planejamento e a organização são No entanto, toda essa evolução dificulta, de certa forma, o envolvimento
ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e entre os seres humanos, pois a atenção do homem está voltada para a
eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas a que o grupo se propôs tecnologia, muito mais do que para as relações humanas. Este
e o que conseguiu alcançar no tempo previsto. distanciamento do homem para com o próprio homem gera insatisfações,
angustias, vazios e ansiedade nos indivíduos.
9. Evite cair no "pensamento de grupo"
Podemos ver um lado positivo em nossa época, que é a tendência de,
Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito ao nos isolarmos, sermos levados a tomar consciência de nós mesmos.
coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a Quanto maior a nossa disponibilidade em relação a nós mesmos, maior
mudanças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça abertura teremos para com os outros e cada vez mais o nosso ser pessoal
opiniões externas e que aceite a ideia de que pode errar. se tornará social. Isto porque já não teremos receio dos outros e/ou do
Aproveite o trabalho em equipe ambiente, pois o ser pessoal aprendeu a lidar consigo mesmo.
Durante toda a vida, somos afetados pôr nossa habilidade de nos
Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver
relacionarmos com outras pessoas, quer com indivíduos quer com grupos.
mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles.
É uma das habilidades mais importantes que o ser humano pode
Trabalho em equipe desenvolver e a comunicação interpessoal.
É da essência do trabalho em órgãos públicos o inter-relacionamento
Podemos ajudar o indivíduo a abrir-se para uma experiência total de si
de qualidade ímpar, devido ao alto grau de responsabilidade desejado.
mesmo, para um relacionamento humano eficaz e para ser um comunicador
Como os órgãos obedecem a estruturas pré-determinadas por Lei, as
mais eficiente, oferecendo-lhe a oportunidade de estabelecer bons
repartições, seções, departamentos, etc. já trazem pronta a sua
relacionamentos dentro do grupo ao qual pertence, seja este profissional,
funcionabilidade e todas elas, sem exceção, dependem de trabalho em familiar, social, religioso, político, etc. Em tal grupo, o indivíduo deve ser
equipe. É o perfil principal da administração moderna, que se projeta na
respeitado como uma pessoa específica, com suas inibições, frustrações,
administração pública como solução inteligente (isso ocorre já há alguns
angustias, satisfações, ansiedades, enfim, pela sua individualidade
anos). enquanto ser humano.
Assim, o trabalho em equipe deixa de ser uma característica para ser
uma determinante superior de funcionabilidade do setor público. Ainda que 2 - Relações Humanas
funcione isoladamente, sozinho num posto de atendimento, o servidor terá Comumente, entende-se a expressão "relações humanas" como sendo
vinculada a sua rotina a de outros colegas, que recebem sua produção ou os contatos que se processam, em todas as situações, entre os seres
lhe enviam informações e procedimentos a serem cumpridos. humanos.
Personalidade e relacionamento no trabalho Muitas pessoas podem falar sobre relações humanas, discuti-las em
Não há muito que se falar em personalidade do servidor e tampouco conferências, discursos e mesmo em conversas informais, mas não são
do setor em que funciona, pois as instruções que normatizam sua capazes de concretizar essas relações.
prestabilidade são determinadas em escala decrescente (vêm de cima para Efetuar "relações humanas", significa, portanto, muito mais do que
baixo, já prontas) e sua conduta profissional está “amarrada” no código de estabelecermos e/ou mantermos contatos com outros indivíduos. Significa
ética do serviço público. Tanto com os colegas de trabalho quanto no entender o relacionamento entre as pessoas, compreende-las, respeitando
atendimento ao público, sua personalidade deve ser “moldada” segundo os a sua personalidade, cuja estrutura é, sem duvida, diferente da nossa.
princípios que regem o atendimento público, como vimos no texto sobre a
ética no serviço público. Comportando-se de acordo com aqueles princípios, Além de compreender os indivíduos, precisamos ter flexibilidade de
o servidor estará atendendo perfeitamente ao perfil de personalidade ação (comportamento), ou seja, adequar o nosso comportamento,
desejado para o exercício da função pública. apropriadamente, a uma situação dada, com determinadas pessoas.
Dentro de um sistema empresarial, existe a organização técnica e a
Eficácia no comportamento inter-pessoal organização humana. Estas organizações estão inter-relacionadas e são
Está ligada diretamente ao princípio de mesmo nome, que norteia o interdependentes.
serviço público, a administração pública e demais atividades em que o
interesse público é alvo ou cliente. Significa que o servidor não pode se A organização humana de uma fabrica é muito mais do que um simples
interpor, em atitude de cunho pessoal, ante os interesses coletivos, sem conjunto, um agrupamento de indivíduos, pois cada um deles tem seus
risco de comprometer a eficácia, a segurança da realização do serviço, do próprios sentimentos, interesses, desejos, frustrações, necessidades físicas
atendimento, da prestação pública. e sociais, associados a sua própria história de vida. Tais indivíduos, dentro
Os funcionários públicos são treinados para atuarem segundo o que desse sistema empresarial, estabelecem frequentes inter-relações, cada
hoje se chama etiqueta profissional, uma espécie de código de conduta qual com uma forma particular de se comunicar.
convencional, nascido no próprio mercado, das relações modernas do É claro que uma grande parte dessas relações é criada pelas
mundo dos negócios e que permeou para a qualidade de atendimento e características do trabalho, como, por exemplo, os técnicos de segurança
inter-relacionamentos no setor público. que, por imposição de suas próprias tarefas, passam a maior parte do
O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais tempo estabelecendo e mantendo contatos com todos os operários das
exigidas para o funcionário público. As administrações desenvolvem cursos varias seções da fábrica. Quase toda a atividade executada pelos técnicos
e treinamento para prepararem seus funcionários. Quem faz o curso de segurança envolve relacionamento com outras pessoas. Por este motivo,
aprende ainda: ele deve estar atento a essas relações, deve procurar manter um ambiente,
a) a criticar com resultados positivos; onde as comunicações possam se processar de forma aberta, confiante e
b) transformar reclamações em resultados e lidar com colegas e adequada.
clientes de temperamento difícil;
c) apresentar ideias e projetos com eficiência; Um ponto importante, que devemos levar em consideração, são as
d) conduzir reuniões e até mesmo contornar situações mais graves, diferenças entre as pessoas. Saber que cada pessoa é especifica, original e
como o assédio sexual, por exemplo possui reações próprias; que, em sua formação, cada uma foi marcada por
realidades diferentes: meio familiar, escolar, cultural, social profissional , etc,
Noções De Relações Humanas e que cada indivíduo atuará em função de sua própria experiência de vida.
1 - Introdução Devemos saber, também que toda pessoa tem necessidades que
Vivemos num tempo em que o avanço dos transportes, da urbanização, dirigem o seu comportamento, as quais ela procura constantemente
da comunicação de massa, da tecnologia e da informática coloca o ser

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satisfazer. Não só as pessoas são diferentes entre si, mas também as Nos grupos secundários as relações se mantém mais frias, impessoais
necessidades variam de indivíduo para indivíduo. e formais. Estas se estabelecem através de comunicações indiretas, como é
o caso das empresas, instituições, etc.
Esta grande diversidade pode se constituir em uma imensa riqueza
humana, mas, de início, pode ser fonte de oposições violentas entre os O comportamento do grupo depende em grande parte do número de
indivíduos. participantes. Este é um fator importante, no que diz respeito a produção e
ao nível de desenvolvimento grupal.
Por estes motivos, devemos estar aberto para respeitar tais diferenças.
A delimitação exata de um pequeno grupo e de um grande grupo, varia
Outro fator relevante é o que se refere aos Juízos de Valor acerca das
segundo os diferentes autores. Estudiosos no assunto são unânimes em
pessoas. Normalmente, temos tendência para julgar os atos e as palavras
afirmar que o pequeno grupo não deve ultrapassar de 20 participantes, e
dos outros em função da nossa própria experiência e de certos
que o ideal para a sua constituição é de 5 a 12 elementos, possibilitando
preconceitos. Este conformismo no julgamento é muito grave, pois nos
assim, maior coesão, interação e participação.
arriscamos a classificar as pessoas por categorias e de forma definitiva.
Deixamos, pois, de perceber o indivíduo tal como ele é, e de manter o 4 - Objetivos da dinâmica de grupo
diálogo, se não reagirmos rápida e eficazmente contra este tipo de atitude.
a) ajudar o indivíduo a adquirir e desenvolver comportamentos mais
Outro ponto a ser considerado é o Uso da Linguagem. A nossa funcionais que os utilizados até o momento;
linguagem pode constituir um obstáculo a comunicação e
b) colaborar com o indivíduo no sentido de descentra-lo de si mesmo e
consequentemente afetar o relacionamento humano. E preciso, sempre, nos
situa-lo em relação aos outros;
colocarmos no lugar da pessoa que esta nos ouvindo.
c) levar o membro do grupo a se perceber honestamente, em uma
Devemos usar um vocabulário adaptado à realidade com a qual
autocrítica objetiva e construtiva, onde o indivíduo terá possibilidades de
estamos trabalhando, um vocabulário compreensível para todos.
perceber e solucionar seus problemas;
Um outro aspecto a ser focalizado é a Falta de Abertura. Muitas vezes,
d) ajudar o indivíduo a perceber o seu crescimento como algo positivo,
temos uma ideia ou tomamos uma posição para a qual tentamos,
dando ênfase ao potencial de cada um;
simplesmente, obter a aprovação dos outros, sem ouvi-los, sem dar atenção
ao que eles pensam e dizem. Se nós fecharmos sobre nós mesmos, e) oferecer condições para que o indivíduo tenha noção do seu próprio
ficaremos limitados ao monologo, deixando de receber e aprender muitas valor;
informações valiosas para o nosso crescimento, e mesmo o
f) levar o membro do grupo a um nível de responsabilidade individual
aperfeiçoamento humano, em geral , estará sendo prejudicado.
pelos seus atos;
Estar disponível em relação ao outro exige um esforço permanente, g) desenvolver no indivíduo tolerância consigo e com os outros;
mas compensador, porque, só assim, poderemos manter um autentico e
profundo relacionamento, que invariavelmente gera satisfação. h) levar o indivíduo a respeitar a variedade de opiniões e atos que
existem nas pessoas;
Como podemos observar, se as verdadeiras relações humanas são
proveitosas e importantes de se praticarem pois evitam comportamentos i. levar o indivíduo a integração e ajustamento nos grupos em que
desajustados que foram gerados por insatisfações; mantém o bem-estar participa para uma atuação cada vez mais satisfatória, e uma participação
individual e coletivo e, acima de tudo, proporcionam segurança, paz e cada vez maior.
tranquilidade aos indivíduos e à empresa. 5 - Desenvolvimento interpessoal - Treinamento em grupo
3 - Dinâmica de Grupo
Todo grupo é composto por pessoas que diferem uma das outras em
Kurt Lewin, psicólogo alemão, e reconhecido por todos no campo da sua maneira de ser e de executar um trabalho.
Psicologia de Grupo foi um dos primeiros teóricos e experimentadores das Os indivíduos trazem para o grupo certas características que lhes são
leis dinâmicas que regem o comportamento dos indivíduos em grupo. peculiares tais como: interesses, aptidões, desejos, inibições, frustrações,
Para este autor, todos os grupos devem ser compreendidos como em outras palavras, suas personalidades.
totalidade dinâmicas que resultam das interações entre os membros. Todas essas características atuam como forças na dinâmica de grupo.
Estes grupos adotam formas de equilíbrio no seio de um campo de Outras forças podem resultar da interação das pessoas. A integração e a
forças, tensões e pelo campo perceptivo dos indivíduos". Estas forças, tais transformação de todas essas forcas é a própria Dinâmica Interna do
como: movimento, ação, interação, reação, etc., é que constituem o aspecto Grupo, e uma das forças internas mais importantes é a participação, o
dinâmico do grupo e, consequentemente, afetam a sua conduta. empenho pessoal e psicológico dos indivíduos no grupo.
A Dinâmica de Grupo como disciplina moderna dentro do campo da Quanto maior essa participação, mais favoráveis serão as atitudes dos
Psicologia Social, estuda e analisa a conduta do grupo como um todo, as indivíduos para com o grupo e tanto maior seu interesse pelo grupo.
variações da conduta individual de seus membros, as reações entre os As pessoas que mais participam, são as que compreendem as
grupos ao formular leis e princípios, e ao introduzir técnicas que aumentem finalidades e funções básicas do grupo, sentem-se seguras no desempenho
a eficácia dos grupos. de suas funções, conhecem a importância delas para o objetivo final e o
No campo da Psicologia Social, o grupo pode ser definido como uma funcionamento do grupo.
reunião de duas ou mais pessoas que compartilham normas, e cujos papeis A vida de um grupo passa por varias fases, e em cada uma delas, os
sociais estão estritamente intervinculados. membros atuam de formas diferentes, tanto em relação à etapa de vida do
No campo da Dinâmica de Grupo, os grupos são classificados em grupo como em relação aos demais membros.
primários e secundários.
Dependendo do tipo de grupo (formal, informal, profissional, social,
O grupo primário é composto por um número reduzido de pessoas que treinamento, etc.) e da fase em que se encontra, haverá certas funções a
se relacionam "face a face", ligadas por laços emocionais com relações serem executadas por seus componentes.
diretas, mantendo-se um processo de associação e cooperação íntima. Algumas funções soam mais genéricas que outras, existindo em todos
Exemplo: grupo de amigos, grupo familiar, grupo de estudo e o próprio os grupos, e são desempenhadas pelos membros, para que o grupo possa
grupo de trabalho. mover-se ou progredir em direção às suas metas.
O fato de um grupo ser pequeno, não significa sempre que é um grupo O complexo processo de interação humana, exige de cada participante
primário. Para que exista, é preciso que haja interação entre os um determinado desempenho, o qual variará em função da dinâmica de sua
participantes, no qual cada membro deverá perceber cada um como personalidade e da dinâmica grupal na situação, momento ou contexto.
pessoas individuais.

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Em todos os grupos em funcionamento, seus membros podem bem-estar da sociedade, ou a posições ideológicas que expressam o ponto
desempenhar eventualmente, alguns papeis nao-construtivos, dificultando a de vista de uma camada da população. A expressão "grupo de interesse"
tarefa do grupo, criando obstáculos e canalizando energias para atividades pode ser aplicada, portanto, a associações patronais, a sindicatos de
e comportamentos não condizentes com os objetivos comuns do grupo. empregados, a associações profissionais e aos diversos grupos que se
Estes papéis correspondem às necessidades individuais, às motivações de organizam para pleitear algo em favor dos moradores de um bairro, dos
cunho pessoal , à problemas de personalidade, ou, muitas vezes, decorrem praticantes de uma religião, dos defensores de causas beneficentes, ideais,
de falhas de estruturação ou da dinâmica do próprio grupo. morais e outras.
6. Responsabilidades de um bom participante É próprio do grupo de interesse não pretender ocupar o lugar do
Podem ser diversas as razões que motivam a nossa participação numa governo, mas apenas influir sobre as decisões oficiais. Desse modo, os
dinâmica de grupo, ou qualquer tipo de grupo, mas devemos estar abertos e grupos de interesse distinguem-se claramente dos partidos políticos.
atentos para os seguintes pontos básicos: Atuação. Os padrões de relacionamento entre os grupos e o governo
podem ser formais ou informais. São exemplo dos primeiros as relações
 ajudar a estabelecer um clima positivo no grupo, tentando,
institucionalizadas que têm lugar mediante canais legais de acesso ao
quando possível, auxiliar os outros, sendo cooperativo;
governo, e compreendem o comparecimento perante comissões
 participar e contribuir para as discussões; legislativas, órgãos ministeriais, departamentos ou agências do executivo.
 ter consciência das suas necessidades;
 visar principalmente as necessidades grupais; Outro padrão consiste nos contatos informais, que incluem vasta gama
de relações. Os grupos, ou seus representantes, podem estabelecer
 perceber como as interações individuais afetam o grupo;
relações informais com legisladores ou funcionários públicos, valendo-se da
 auxiliar os participantes quando estes tiverem dificuldade em existência de pontos de aproximação, como é o caso de pessoas de mesma
comunicar-se; origem regional ou social, que frequentaram a mesma escola ou têm amigos
 respeitar os membros do grupo como seres humanos; ou parentes comuns. Além disso, são ainda usados como recursos para a
 manter o dialogo e não o monologo; criação e manutenção dessas relações informais a participação em
 discutir as dificuldades que você tem em relação ao grupo; reuniões, almoços, passeios e outras formas de entretenimento. Com base
 controlar as reações agressivas; nos contatos assim estabelecidos, as relações podem assumir formas que
 expor com clareza as sugestões e pontos de vista; vão da persuasão e troca de favores até o suborno.
 não permitir que você ou outros membros, assumam papeis de A representação direta no governo é uma possibilidade facultada aos
ajudante; grupos que dispõem de meios para tanto. Assim, um sindicato que conte
 comunicar-se clara e objetivamente; com grande número de filiados e se disponha a articular-se com um partido
 ouvir e atender o outro participante; político tem chances de pôr seus próprios representantes nos órgãos
legislativos. Já para os grupos pouco expressivos quanto ao número de
 integrar-se totalmente a vida do grupo, sem perder a sua própria
associados, mas economicamente poderosos, torna-se mais fácil influir na
individualidade e originalidade.
escolha de funcionários para as assessorias burocráticas ou técnicas, e
mesmo na nomeação de ministros, do que guindar seus próprios
7 - Papel do coordenador na Dinâmica de Grupo
representantes ao nível das posições legislativas.
O coordenador da Dinâmica de Grupo deve ser acima de tudo um
educador. Sua tarefa prioritária é criar condições tais, que os treinandos Legitimidade. Os métodos utilizados pelos grupos tendem a variar em
possam aprender e crescer como pessoas, confiando em si e nos outros, cada sociedade, em função do grau de legitimidade atribuído a suas
como recursos valiosos para a aprendizagem. atividades. No Reino Unido, por exemplo, a interação entre os
administradores e os representantes dos grupos tende a ser frequente,
Isto é possível quando o coordenador expressa expectativas positivas e aberta e institucionalizada, uma vez que ambas as partes encaram como
incentiva a participação de cada treinando; quando e capaz de aprender necessária e normal a adoção do sistema de consulta mútua como método
com os outros membros a fornecer e receber informações; quando respeita de tomada de decisões. Na Itália, a influência exercida pelos grupos tende a
e aceita todos os membros do grupo. ser vista com desconfiança e não se acredita que dela possam resultar reais
Deve ouvir atentamente, todas as pessoas do mesmo modo, mesmo benefícios para a coletividade. Em consequência disso, os grupos tendem a
que tenha ideias preconcebidas sobre este ou aquele participante. adotar um estilo de atuação mais encoberto e menos formalizado.

A vida do grupo será mais fecunda se cada membro do grupo e Nos Estados Unidos, onde certas atividades dos grupos de interesse
coordenador fornecer a sua contribuição, colocando a serviço de todos a são regulamentadas por lei, existem escritórios de assessoria dedicados a
competência e as qualidades que possui. promover, em caráter profissional, os interesses de qualquer cliente que
contrate seus serviços. O Federal Regulation of Lobbying Act (regulamento
A integração não se realizará no interior de um grupo e, em federal da lei sobre grupos de interesse), de 1946, obriga todas as pessoas
consequência, sua criatividade não poderá ser duradoura, se as relações que pretendam influir no processo legislativo a se registrarem no
interpessoais entre todos os membros do grupo não estiverem baseadas Congresso, declarando a que projeto de lei se opõem ou qual defendem,
em comunicações abertas, confiantes e adequadas. quem as está empregando e quais são as despesas envolvidas no caso,
Grupo de interesse desde a remuneração que recebem até os gastos que pretendem fazer para
conquistar a colaboração de funcionários e políticos.
A função geral de vincular governantes e governados é desempenhada
por vários tipos de instituição, como partidos políticos, movimentos sociais No Brasil, a atividade dos grupos de interesse é mais conhecida pela
ou meios de comunicação de massa. Tal tarefa, no entanto, pode ser palavra inglesa lobby. Reveste sentido pejorativo quando se refere à prática
exercida por grupos de interesse, expressão que os cientistas políticos tradicional dos representantes ("lobistas") de grandes empresas,
contemporâneos preferem à tradicional "grupos de pressão", por ser mais especialmente empreiteiras interessadas em contratar irregularmente obras
abrangente do que aquela. públicas milionárias. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Grupo de interesse é o conjunto de indivíduos que procura defender Dinâmica de Grupos


determinada causa comum junto a órgãos oficiais, para o que utiliza os
Os grupos humanos têm vida própria e peculiar, que ultrapassa as
meios legítimos ou tolerados que estiveram a seu alcance. Do ponto de
características dos indivíduos que os compõem e se manifesta não só na
vista do governo, essa é também uma oportunidade de se manter informado
relação de um grupo com outro, mas também, e principalmente, nas
das necessidades e reivindicações dos diferentes setores da sociedade.
relações que os membros de um grupo mantêm entre si.
O interesse em torno do qual o grupo se organiza deve ser entendido
Do ponto de vista teórico, a dinâmica de grupos é uma área das
em sentido amplo. Seu conteúdo pode coincidir com uma reivindicação de
ciências sociais, em particular da sociologia e da psicologia, que procura
caráter estritamente econômico até a defesa de uma causa concernente ao

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aplicar métodos científicos ao estudo dos fenômenos grupais. Do ponto de empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa e
vista aplicado ou técnico, a dinâmica de grupos é o método de trabalho tentar "ver com os olhos dela".
baseado nessa teoria.
O estudo da dinâmica de grupos iniciou-se em 1946, quando teve início O que é empatia
a atividade de Kurt Lewin e alguns de seus colaboradores no Instituto de
Tecnologia de Massachusetts. Em cada grupo, composto de O termo empatia foi utilizado pela primeira vez por E.B. Titchener,
aproximadamente dez membros, eram levadas a termo discussões e psicólogo, e o termo origina-se do termo grego empátheia, que significa
dramatizações, cuja evolução era observada por um pesquisador. Não "entrar no sentimento". Para alcançarmos este estágio é necessário deixar
demorou a descobrir-se que aquele era um poderoso método de educação de lado nossos próprios pontos de vista e valores para poder entrar no
e terapia. mundo do outro sem julgamentos. E como isso é difícil de fazer!
O novo método recebeu o nome de T-Group, grupo de aprendizagem
ativo no qual cada participante encontra seu papel, que não é definido de Geralmente, nem acabamos de falar e já estamos sendo julgados. Isso,
antemão, e explicita sua capacidade ou sua resistência para executar a quando não tentam nos interromper com opiniões, ainda que nem tenhamos
tarefa, bem como para submeter-se à influência dos demais participantes. pedido, só queríamos falar, desabafar. Sabemos que isso nem sempre é
Nesse sentido, a dinâmica de grupos se configura como instrumento de fácil de encontrarmos nas relações, mas é o que esperamos quando
adaptação e meio de integração pessoal. contamos algo para alguém: sermos ouvido em todos os sentidos e mais
importante, sentir que o outro está nos compreendendo, seja com um gesto
Terapia de grupos. Após a segunda guerra mundial, o grande número ou um simples olhar, mas que demonstra de alguma forma sentir nossa dor.
de soldados que necessitavam de tratamento psicológico incentivou os
psiquiatras a experimentarem a terapia de grupo. Até então, embora
reconhecessem a influência dos grupos no comportamento das pessoas, os É preciso deixar claro que empatia não tem nada a ver com
médicos defendiam a importância da privacidade da relação entre médico e necessidade compulsiva de realizar desejo alheios, de ajudar e de servir. E
paciente. Os novos métodos se revelaram eficazes e, nos anos do pós- também é muito diferente da simpatia, que é algo que sentimos pelo que o
guerra, a terapia de grupo se desenvolveu rapidamente e acabou se outro está vivenciando, sem entretanto, sentir o que ele está sentindo. E
estendendo ao trabalho de psicologia clínica e de aconselhamento, bem muito menos tem haver com alexitimia, que se refere a pessoas que não
como ao de assistentes sociais. conseguem identificar e nem descrever seus sentimentos.

As técnicas de terapia de grupos são tão variadas quanto as de terapia


A empatia também é a primeira condição para a prática da psicoterapia.
individual, mas todas se assemelham na ênfase que dão ao alívio das
É preciso ter uma percepção do mundo do outro como se fosse o seu
tensões mediante ações diretas ou na criação de uma atmosfera grupal
próprio, o que leva a pessoa a desenvolver sua auto-estima, pois sente que
favorável ao autoconhecimento e ao amadurecimento pessoal.
é importante e que seus sentimentos são considerados. A empatia muitas
Psicologia humanista. Antes mesmo de 1960, o psicólogo americano vezes é tudo que uma pessoa precisa, pois geralmente não encontra isso
Carl Rogers passou a trabalhar com grupos mais orientados para os dentro da própria família. E é a falta dessa compreensão que faz com que
aspectos emocionais do que para a aprendizagem de comportamentos. muitos relacionamentos terminem.
Rogers, junto com Fritz Perls, desenvolveu uma prática que denominou
psicologia humanista cuja aplicação grupal devia permitir o desenvolvimento Como desenvolver a empatia
das aptidões pessoais num ambiente de equilíbrio e de integração pessoal,
e favorecer o encontro profundo com o outro. Esse encontro, que pode ser
ou não pessoal, é favorecido quando existe uma transparência e Mas como alguém pode saber o que sentimos? Entrando em sintonia
disponibilidade, permitindo que se transcenda a individualidade e se atinja com nossa dor física ou emocional. É reconhecer as emoções ou
um estado de paz e felicidade. Nesse caso, o grupo se transforma num necessidades do outro. E para desenvolver essa capacidade é preciso que
ponto de encontro básico, com apoio de um moderador que deve atuar a pessoa saiba antes de tudo ouvir e respeitar as próprias necessidades e
como catalisador dos processos afetivos interpessoais.©Encyclopaedia dores. Tratar-se com empatia, ser compreensivo consigo mesmo como
Britannica do Brasil Publicações Ltda. gostaria que fossem com você é característica básica para o
autoconhecimento.
Empatia
Você pratica a empatia com alguém? Descubra Empatia começa com a capacidade de estar bem consigo mesmo, de
perceber as coisas que não gosta dentro de você e as coisas desagradáveis
por Rosemeire Zago da sua personalidade. Pessoas com dificuldade de entender o outro muitas
vezes demonstram que possivelmente não receberam compreensão em
Como você se sente quando está contando algo muito triste que te suas necessidade e sentimentos durante sua vida. Se suas próprias
aconteceu e percebe que a pessoa que supostamente está te ouvindo necessidades não foram supridas como poderá entender as necessidades
demonstra um leve sorriso no rosto ou continua atenta ao que está de alguém?
passando na TV? Ou ainda, muda de assunto com uma piada nada
conveniente para o momento? Péssimo, não é mesmo? Sente-se como A base e a prática da empatia
tivesse falando com uma parede ou pedra, fria, insensível, dura!
A empatia se baseia na capacidade de se colocar no lugar do outro; na
Alguém que demonstra ser incapaz de sentir o que você está sentindo. percepção daquilo que as pessoas estão sentindo ou passando e na
Você se sente incompreendido, e muitas vezes até se arrepende de ter habilidade de ouvir com carinho e atenção aquilo que estão nos
contado aquilo para tal pessoa. Promete a si mesmo que não contará mais comunicando e isso deve ser feito não só através de palavras, mas também
nada para ela devido a sua falta de sensibilidade. Não é apenas o que a nos gestos, o tom de voz, e especialmente, nas expressões faciais.
outra pessoa nos fala que faz com que nos sintamos compreendidos, mas
principalmente suas expressões faciais, seu corpo, se nos envolve, se nos
É preciso colocar o sentimento à frente das palavras. Conseguindo se
toca com um profundo abraço, se nos compreende com seu olhar ou se nos
colocar no lugar do outro, você se sensibiliza com as dificuldades e o
olha com indiferença ou com alguma expressão contrária aquilo que
estamos sentindo. sofrimento, e é isso que nos torna mais humanos e nos possibilita realmente
ajudar alguém. Entrar em contato com os próprios sentimentos é a base
para desenvolver a empatia. Como alguém que despreza as próprias
Mas e aquelas pessoas que fazem com que nos sintamos à vontade e necessidades e sentimentos poderá compreender as necessidades do
temos cada vez mais desejo de falar, falar? Elas têm o que chamamos de outro?

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Para desenvolver a empatia procure ouvir com a intenção de entender energia humana que delas deriva se encaminha em benefício de uma causa
e não de argumentar, como faz a maioria das pessoas, sempre atentas para comum. Esse conceito, decorrente das contribuições do movimento
saberem onde podem discordar. Deixe as pedras de lado se deseja ter uma gestaltista, apoiado nas obras dos psicólogos Kurt Lewin e Kurt Koffka,
comunicação verdadeira com alguém. A essência de escutar com empatia contraria o que predominava no início do século XX, segundo o qual a
não é concordar, mas entender profundamente o que o outro quer dizer e liderança se vincula estritamente aos atributos pessoais do líder. Tal
principalmente, o que está sentindo. conceito se expressa, de forma radicalizada, na tese do líder nato.
Segundo a perspectiva que subordina a liderança à dinâmica de grupo,
Como é reconfortante ter alguém que nos compreenda e a o estudo da matéria deve envolver não apenas a pessoa do líder como os
sensibilidade é a principal característica para essa sintonia. Sensibilidade demais integrantes do grupo; não apenas as pessoas, como também as
não só com o outro, mas para consigo mesmo. As pessoas que têm relações que se estabelecem entre elas; não apenas o meio, como os
empatia aprenderam desde cedo que os sentimentos devem ser fatores históricos e culturais que sobre ele atuam. A liderança, portanto, não
respeitados, começando pelos próprios. E se não receberam isso na é condição passiva ou reunião de certos traços ou combinações de traços,
infância, sempre é tempo de aprender. Um bom exercício para isso é mas se produz na interação dos membros do grupo como expressão de
aprender a escutar a si mesmo, respeitando acima de tudo, os próprios ativa participação e demonstração de capacidade para conduzir
sentimentos. Afinal, só conseguimos dar ao outro aquilo que temos por nós cooperativamente à realização de metas. Dentro dessa perspectiva,
mesmos! equiparou-se o líder a uma figura que emerge de um fundo ou contexto e a
ele permanece vinculado por meio de contínua troca de influências.
Importância das Relações Interpessoais na Empresa Formas de liderança. Distinguem-se várias formas de liderança,
As Relações Interpessoais desenvolvem-se em decorrência do combinando diferentes critérios de classificação, fundados na origem dessa
processo de interação. capacidade, em sua extensão ou na técnica de exercitá-los.

Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, Carismática. Assim denominada por Max Weber, a liderança
há atividades predeterminadas a serem executadas, bem como interações e carismática, supostamente de origem sobrenatural, é aceita pelo grupo em
sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito períodos de pesadas frustrações e depressões coletivas.
e amizade. Na medida em que as atividades e interações prosseguem, os Reformista. Os representantes da liderança reformista se caracterizam
sentimentos podem ser diferentes dos indicados inicialmente e então, pela imensa carga de hostilidade e agressão de que são portadores. Seus
inevitavelmente, os sentimentos influenciarão as interações e as próprias dotes oratórios e capacidade de persuasão são capazes de gerar notáveis
atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão efeitos de destruição no campo das instituições e sistemas de organização
aumento de produtividade. social.
Esse ciclo "atividades-interações-sentimentos" não se relaciona Executiva. Supostamente presente nas grandes organizações, a
diretamente com a competência técnica de cada pessoa e sim com o liderança executiva se caracteriza principalmente pela habilidade
equilíbrio emocional de cada indivíduo originando a harmonia do grupo. organizadora e capacidade de orientação das forças coletivas.
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma base interna
de diferenças que englobam conhecimentos, informações, opiniões, Coercitiva. A liderança coercitiva, também chamada autoritária,
preconceitos, atitudes, experiências anteriores, gostos, heranças, valores e caracteriza-se pela total absorção do poder de decisão e peculiar distância
estilos comportamentais, o que traz inevitáveis diferenças de percepções e social que separa a personalidade que a exerce da coletividade sobre a
opiniões em relação a cada situação compartilhada pelo grupo. qual atua.
Como essas diferenças são encaradas e tratadas determinará a De tarefa e socioemocional. A liderança de tarefa tem como
modalidade de relacionamento entre o membro do grupo, seus colegas de característica principal a estruturação de ideias e a iniciativa na solução de
trabalho, superiores e camadas hierárquicas abaixo dele. A maneira de lidar problemas, enquanto a liderança socioemocional funciona como fator de
com diferenças individuais cria um certo clima entre as pessoas e tem forte escoamento de tensões e promoção do moral.
influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de
Estatutária e espontânea. O poder de influência e as funções de
comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento
direção do líder por delegação estatutária decorrem de imposições legais. A
organizacional e na produtividade.
rigor, tais líderes não se revestem de autenticidade e em pouco tempo se
O relacionamento interpessoal pode tornar-se produtivo a partir do deixam anular pela maior habilidade de organização e iniciativa dos líderes
desenvolvimento pessoal e manter-se harmonioso e prazeroso, permitindo o espontâneos, ou passam a exercer formas autoritárias de ação.
trabalho cooperativo em equipe, com integração de esforços, conjugando
Autoritária e democrática ou liberal. O conceito de liderança autoritária
energias, conhecimentos e experiências ou tornar-se muito tenso, conflitivo,
coincide com o da coercitiva. Define-se pela competência exclusiva do líder
levando à desintegração de esforços, à divisão de energias e crescente
na determinação dos objetivos do grupo, em cuja discussão e fixação os
deterioração do desempenho grupal quando por falta de visão, de
liderados são totalmente excluídos. A liderança democrática se caracteriza
consciência do ser humano em relação ao seu desenvolvimento pessoal,
pela preocupação de, tanto quanto possível, incorporar os liderados nas
emocional e profissional.
tarefas de direção.
A liderança e a participação eficaz em grupo dependem,
Funções desempenhadas pelos líderes. As funções de que se investem
essencialmente, da competência interpessoal do líder e dos seus membros.
os líderes podem ser primárias, quando se mostram essenciais ao
O trabalho em equipe só terá expressão real se alcançar a tão desejada e
desempenho da liderança, ou secundárias, quando decorrem da própria
propalada sinergia para obter muito mais do que a simples soma das
posição assumida pelo líder. São funções primárias: (1) a de diretor ou
competências técnicas individuais como resultado conjunto do grupo. O
coordenador das atividades do grupo, que pode ser distribuída e delegada;
caminho para essa convivência salutar deve partir daquele que conhece,
(2) a de planejador dos meios capazes de possibilitar a total realização dos
enfim, a natureza do seu papel na sociedade e tem consciência de sua
objetivos visados pelo grupo; (3) a de especialista e centro de informações;
responsabilidade perante seu grupo social e profissional. Yolanda
(4) a de representante externo do grupo; (5) a de árbitro e mediador, com a
Fernandes
decorrência natural de punir e distribuir recompensas. São funções
Liderança secundárias: (1) a de apresentar-se como símbolo do grupo; (2) a de
ideólogo que, como a anterior, está muito vinculada à liderança autoritária,
A ideia da liderança vinculada aos atributos pessoais do líder mais que à liberal; (3) a de figura paternal; (4) a de bode expiatório ou vítima
predominou até o início do século XX. Modernamente, entende-se liderança propiciatória, em condições de crise ou consequente estado de depressão.
como uma função organizacional, subordinada à dinâmica de grupo.
No que toca às expectativas em torno da conduta dos líderes, há que
Liderança é o processo de estímulo pelo qual, mediante ações observar algumas: (1) o líder deve agir de maneira a ser percebido pelos
recíprocas bem-sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a integrantes do grupo como um de seus membros; (2) os valores e as

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normas consagradas pela coletividade devem ter sido incorporados no líder; autodeterminação. A fixação das condutas mais complexas que substituem
(3) o grupo deve poder beneficiar-se da investidura do líder, destacado dos as condutas inadequadas pode ser explicada pelo que a psicologia
demais por suas qualificações; (4) ao líder cabe a tarefa de corresponder às experimental chama de lei do efeito, e a psicanálise de princípio da
expectativas do grupo. realidade: permanecem as condutas que levam a um resultado favorável.
As sociedades modernas deram origem a vasto número de situações (3) Determinismo social e cultura. Observações de psicólogos e
potenciais de liderança nos setores de política, economia, lazer, trabalho antropólogos dão exemplos de diversidade de comportamento com
etc. Ante a complexidade dos grupos de interesses sociais, a autoridade referência à percepção, memória e julgamento estético, segundo o tipo de
subdividiu-se, de forma a suprir as necessidades situacionais e atingir os grupo social. As diferenças culturais também interferem no conceito de
objetivos específicos de cada grupo. A exigência de uma liderança eficiente comportamento normal e anormal, que exigem referência a um tipo
e empreendedora no campo político decorre do crescimento do estado e da determinado de norma social. Mesmo comportamentos anteriormente
economia, particularmente no século XX, em face da rivalidade internacional considerados básicos da natureza humana são entendidos, na atualidade,
com vistas ao progresso econômico. como produtos de determinado tipo de cultura.
O líder moderno deve ser recrutado para cumprir objetivos sociais e (4) Condições de unidade do ego e de identidade pessoal. Tais
políticos, com base no merecimento e no conhecimento especializado. Seu condições são estudadas pela psicologia evolutiva e pela psicanálise. A
campo de ação é regulado por leis e normas jurídicas. Essa conceituação tarefa principal do indivíduo será manter essa unidade, apesar das
moderna difere essencialmente da tradicional, em que poderosos e rígidos modificações do tempo e das situações dispersivas. A história individual
sistemas autocráticos e de classes fechadas atribuíam aos líderes valores deve ser vista em seu quadro social, no âmbito do movimento evolutivo das
especiais de dominação.©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações sociedades.
Ltda.
Métodos experimentais. São estes os principais métodos experimentais
empregados no estudo da personalidade: (1) escalas de avaliação, nas
Personalidade quais os traços aparecem numa escala e o examinador deve classificar o
examinado pela cotação dos diversos traços: (2) questionários, série de
De persona, "máscara" ou "personagem de teatro", veio a palavra perguntas ao examinado, sobre motivações, atitudes, interesses etc.; (3)
personalidade, o conjunto de qualidades que definem uma pessoa. A técnicas projetivas, com estímulos pouco estruturados, algumas mais
psicologia estuda as diferenças e semelhanças entre as pessoas e busca sujeitas que outras a alguma correção.
terapias para corrigir os transtornos de personalidade. De todos esses métodos, o mais utilizado é o da entrevista, raramente
Personalidade é o termo utilizado para designar a organização dispensada pelo avaliador da personalidade de um indivíduo. Existem vários
dinâmica do conjunto de sistemas psicofísicos que determinam os tipos de entrevista e os dados obtidos por esse meio com frequência
ajustamentos do indivíduo ao meio em que vive. Tem, pois, várias modificam a avaliação final da personalidade cujos dados haviam sido
características: (1) é única, própria a um só indivíduo, ainda que este tenha indicados anteriormente por outros métodos. Durante muito tempo, a
traços comuns a outros indivíduos; (2) é uma integração das diversas psicologia atribuiu grande importância aos métodos ditos morfológicos de
funções, e mesmo que esta integração ainda não esteja concretizada, existe descrição da personalidade, tais como os elaborados por especialistas
uma tendência à integração que confere à personalidade o caráter de centro como William Herbert Sheldon e Ernst Kretschmer, ambos proponentes de
organizador; (3) é temporal, pois é sempre a de um indivíduo que vive tipologias em que determinadas características de personalidade eram
historicamente; (4) não é estímulo nem resposta, mas uma variável associadas a tipos físicos. A relação entre biótipo e tipo psicológico não é
intermediária que se afirma, portanto, como um estilo pela conduta. mais considerada tão importante pelos especialistas, embora não deixe de
fornecer subsídios ao estudo da personalidade humana.
No estudo da personalidade registram-se duas teorias opostas: a
caracterologia e a psicologia das personalidades, ou personologia, na Teorias psicanalíticas. Para Sigmund Freud, a estrutura da
terminologia de Henry Alexander Murray. Para a primeira, personalidade é personalidade é formada por três instâncias: id, ego e superego. O id é
um conjunto de traços mais ou menos fundamentais que, agrupados, inato, e dele deriva a energia necessária à formação do ego e do superego.
formam tipos em número limitado, aos quais podem ser reduzidos todos os Tanto o que é herdado psicologicamente quanto os instintos já existem no id
indivíduos. A personalidade será então uma estrutura fundamental estável, no momento do nascimento. As necessidades do id são atendidas pelos
analisada em seu comportamento atual. Já a personologia busca os fatores processos primários e pelos atos reflexos.
dinâmicos da conduta, as motivações, os complexos centrais que influem na À medida que a criança entra em interação com o ambiente, atos
integração da personalidade. No que tange à psicologia da personalidade, a reflexos e processos primários passam a ser insuficientes para reduzir a
teoria volta-se para sua função integrativa, considerando-a de um ponto de tensão psicológica provocada por agentes internos e externos, e o ego se
vista histórico, num esquema evolutivo. estrutura para estabelecer contato com a realidade exterior. Por intermédio
Aspectos. No estudo da personalidade devem ser observados quatro dos processos secundários, encontra então na realidade os objetos
aspectos: adequados à reestruturação do equilíbrio desestabilizado por tensões
psíquicas. O prosseguimento das interações com o meio conduz à formação
(1) Dados psicofisiológicos, provenientes da hereditariedade e do superego, ou seja, a internalização do julgamento moral, em que atuam
maturação em relação constante com o adquirido. O ponto de vista mais o eu-ideal e a consciência. O eu-ideal se manifesta por meio de injunções a
aceito quanto à relação entre hereditariedade e meio é o de uma interação. respeito de como a pessoa deve agir em relação a suas aspirações e a
Os efeitos da hereditariedade e do ambiente não são meramente somados, consciência estabelece o que ela não pode fazer.
mas a extensão da influência de um fator depende da contribuição do outro.
Os dados psicofisiológicos podem ser considerados como produto da Personalidade básica. O conceito de personalidade básica surgiu da
hereditariedade e do meio. Assim, uma pequena diferença de colaboração entre o antropólogo Ralph Linton e o psicanalista Abraham
hereditariedade e uma ligeira modificação do ambiente podem produzir uma Kardiner. Com base em trabalhos de Linton sobre populações de
enorme diferença da personalidade. Madagascar e das ilhas Marquesas, Kardiner realizou análises para verificar
a existência de correlações entre as instituições da cultura e a
(2) Transformações da conduta e fixação de tipos de comportamento. personalidade. Desses primeiros estudos, base de trabalhos posteriores
As transformações dependem de diversos fatores: (a) tendências sobre cultura e personalidade, surgiu o conceito (mais produto de reflexão
elementares ou adquiridas, inatas ou surgidas com a maturação, que teórica que de trabalho de campo) de personalidade-base, ou personalidade
suscitam e dirigem o comportamento; (b) operações já existentes, instintivas básica, para definir condutas e atitudes comuns à maioria dos integrantes
ou adquiridas, que formam o fundamento da transformação, seja por de um grupo.
assimilação a um novo todo, seja por dissociação; (c) obstáculos sociais ou
modelos culturais, cuja influência foi valorizada pela psicanálise; (d) Só após as primeiras ideias formuladas por Kardiner é que se fizeram
variabilidade pessoal, a personalidade em formação, que proíbe ou facilita experiências de campo, na década de 1940. Kardiner compreendia a
certas possibilidades, na qual se destaca o funcionamento da existência de certos padrões fixos de pensamento e ação, aceitos em geral

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por um grupo de indivíduos e que podem causar distúrbios a estes, quando De acordo com as moralidades, todas as pessoas que estiverem se
violados. As instituições primárias são formadas por certos desejos do encontrando propositalmente ou acidentalmente devem, no mínimo, se
indivíduo, independentemente de seu controle (como apetite, sensualidade respeitarem, ou seja, tratar uma à outra com educação, e se não poder
etc.), e vão compor a estrutura da personalidade-base. Esta estrutura dá ajudar o próximo, não o atrapalhar.
origem a outras instituições, de caráter secundário, que atuam para aliviar
tensões. É exemplo de uma instituição secundária a maneira pela qual os O problema é que essas regras morais não são exatas e podem ser
membros de uma cultura solicitam a proteção divina. Se bem que o conceito burladas com certa facilidade, e quando um indivíduo se
de divindade seja universal, o modo de solicitar sua proteção varia sente injustamente denegrido por outro, há um início de problema de
enormemente de povo para povo, em geral como decorrência de relacionamento entre as partes.
experiências criadas na mentalidade da criança e dos objetivos definidos O problema maior é que na sociedade ocorre casos de pessoas que
pela sociedade. Esta variação de experiências indica que a estrutura da inventam estarem sendo injustiçadas, com o motivo primário de fazer a
personalidade-base é formada de elementos comuns à personalidade da sociedade culpar uma pessoa-alvo, assim como há pessoas que realmente
maioria dos membros individuais de uma cultura dada. estão sendo injustiçadas, mas ao reclamarem, não recebe atenção maior
Surgida na década de 1930, a formulação do conceito de das autoridades e dos companheiros.
personalidade-base teve seu mais amplo desenvolvimento na década Autoridade
seguinte, quando foi comprovado por experiências de campo. Cora Dubois
estudou os nativos da ilha de Alor, na Melanésia, e encontrou três A autoridade é o ser que tem maior poder em um ambiente (lugar) na
componentes da personalidade: uma estrutura básica que pode ser sociedade, e por consequência, ganha função de coordenar o
fisiológica e comum a toda a humanidade; tendências individuais da relacionamento entre pessoas (trabalhadores, crianças, estudantes,
personalidade; e formas culturais que atuam sobre os dois primeiros pedestres), uma vez que os subordinados o prestam obediência.
componentes e ocasionam certas tendências centrais, que podem ser Há ocasiões em que pessoas tentam entrar em harmonia de
denominadas personalidade modal. Nesse mesmo período, Linton realizou interesses com a autoridade, com a finalidade de iniciar uma parceria e tirar
estudos que comprovaram sua hipótese de que a estrutura básica da proveito do grau de poder do parceiro.
personalidade se refere mais a certos denominadores comuns da
personalidade de todos os membros de um grupo. Para ser uma autoridade, o indivíduo não precisa necessariamente ter o
A teoria da personalidade-base trouxe considerável avanço para as consentimento dos outros (apesar de que este é um fator que ajuda), ele
relações entre antropologia e psicologia, e sua aplicação por especialistas precisa apenas de ter o direito de, pelas regras sociais, assumir
de uma ou de outra dessas disciplinas conduziu a uma soma de dados e de determinado poder.
material científico valiosa para o desenvolvimento das ciências sociais. Com
Assim, um indivíduo pode usar a violência para ser reconhecido como
a segunda guerra mundial, aumentaram os estudos sobre diferentes
autoridade, e determinar o que é certo e o que é errado pela ação do medo,
culturas, e o conceito de personalidade-base tomou a denominação de
assim como as novas relações sociais.
caráter nacional. Os estudos sobre o caráter nacional desenvolveram-se
principalmente a partir de uma unidade psíquica da humanidade, Liderança
diferenciando-se cada cultura como resultado de escolhas e rejeições
operadas sobre os dados culturais comuns a uma certa área geográfica. Foi Liderança é a autoridade não imposta, mas, conquistada. O grupo
este o método utilizado por Ruth Benedict ao estudar o caráter nacional consente em dar autoridade para um indivíduo, mesmo que
japonês, em seu livro The Chrysanthemum and the Sword (1946; O informalmente.O bom líder é aquele que consegue influenciar sem
crisântemo e a espada). Além de descrever a cultura japonesa, a autora imposição, mas, pelo seu serviço e ideais. Quando um indivíduo não é uma
conceituou o princípio da configuração única de cada cultura e de cada autoridade formal, mas informalmente exerce o poder , costuma-se dizer
conjunto de tradições históricas. que ele ainda assim assume a liderança.

O comportamento de cada grupo nacional pode ser analisado em Algumas formas de se chegar à liderança são através do carisma,
relação a situações particulares e a atitudes e comportamentos de outros da harmonia de interesses, do companheirismo, do consentimento.
grupos nacionais. Este é o caráter nacional, que a rigor é o mesmo conceito Alguns obstáculos preconceituosos que ajudam ou atrapalham um
de personalidade-base, ou seja, uma configuração psicológica particular indivíduo a obter carisma e liderança são a beleza, o nível acadêmico,
própria dos membros de uma sociedade dada, que se manifesta por um a riqueza e a classe social.
certo estilo de vida sobre o qual os indivíduos limitam suas variantes
singulares. Esta configuração é formada por um conjunto de traços. É a Problemas de relacionamento
personalidade-base não porque constitua exatamente uma personalidade, O problema de relacionamento começa quando um indivíduo se sente
mas por ser a base da personalidade dos membros do grupo, a matriz sobre desmoralizado por outro, e procura evitá-lo. Pesquisas recentes
a qual os traços de caráter se fixam e se desenvolvem. ©Encyclopaedia demonstram que a falta de sexo é o fator número um, dessa causa.
Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Quando dois indivíduos se antagonizam, por muitas vezes
Relacionamento a sociedade não sabe quem é o responsável pela inimizade, uma vez que
O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tratam e não acompanha por completo a vida dos dois, e talvez não viu o incidente.
se comunicam. Por isso, a maioria dos infratores costumam ficar a sós com a vítima e
Quando os indivíduos se comunicam bem, e o gostam de fazer, diz-se pessoas de interesses comuns, evitando cometer um incidente na frente da
que há um bom relacionamento entre as partes. autoridade, e principalmente na frente de um líder ou amigo da vítima.

Quando os indivíduos se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta Quando o infrator agride a vítima repetitidamente com discriminação,
de entrar em contacto com os restantes, diz-se que há um mau com apoio de outros, e sem a sociedade dar atenção ou assistência para a
relacionamento. vítima, o caso passa a ser chamado de bullying. O bullying ocorre
principalmente em lugares que a vítima é obrigada a conviver com o autor
Parceria (em casa, no trabalho ou na escola) e a autoridade não dá assistência para
as reclamações da vítima.
Parceria é o trabalho em conjunto que as pessoas fazem para alcançar
um objetivo comum. Relacionamento Interpessoal
Para haver parceria entre os indivíduos, quase sempre eles devem O que é Relacionamento Interpessoal? O que são Relações
possuir harmonia de interesses, ou seja, alguém sempre vai ter que ceder Interpessoais? Definição para Relacionamento Interpessoal: Uma das
(perder) em alguma vantagem para manter a cooperação funcionando. perguntas que mais ouço atualmente em cursos e treinamentos é O que é
Relacionamento Interpessoal? A palavra interpessoal já nos dá uma dica
para explicar o que é relacionamento interpessoal, ou o que são relações
Trabalho em equipe 8 A Opção Certa Para a Sua Realização
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interpessoais, é o conhecimento das relações internas entre sim próprio, ou Concorrência e competição passaram a ser palavras citadas como
com seu Eu interior. Nessa categoria podemos falar de autoconhecimento, empecilhos para a relação interpessoal no trabalho. Será que elas têm tanta
autoreflexão a fim de estudar os sentimentos e emoções, analise do culpa assim?
processo de pensamento. Quando uma pessoa começa a conhecer seus
pensamentos e sentimentos um novo universo se abre o que proporciona a É mais fácil culpar terceiros ou culpar situações que estão fora da
compreenção do mundo ao redor onde vivemos pois nosso estado interno esfera de influência da empresa, do que fazer uma análise critica do próprio
reflete diretamente em nosso mundo externo. desempenho e do clima da empresa em que se trabalha. As relações
interpessoais dependem, sobretudo, de pessoas. Se existe um bom
Como o relacionamento interpessoal pode auxiliar relacionamento interpessoal dentro de uma empresa, é porque as pessoas
no desenvolvimento pessoal e profissional? Quando uma pessoa conhece que nela trabalham se sentem confortáveis e possuem um bom clima
seus sentimentos e emoções auxilia na produtividade pois sua atenção é organizacional, que incentiva o relacionamento saudável entre os
direcionada ao que está fazendo não a seus sentimentos ou problemas colaboradores dentro e fora da empresa. Já atuei em empresas que os
pessoais. Em uma empresa é muito importante desenvolver cursos e happy hours e almoços em grupos – de até 30 colaboradores, às vezes –
atividades que estimulem o relacionamento interpessoal a fim de melhorar a eram organizados quase que semanalmente pelos próprios funcionários, de
produtividade através da eficácia. Pessoas focadas produzem mais, se maneira espontânea, ou seja, sem planejamento ou intervenção do RH,
cansam menos e causam menos acidentes. chefia, etc. Então, competição e concorrência são fatores de crescimento e
desenvolvimento para profissionais bem resolvidos, que atuam em equipe e
O conceito de Relacionamento Interpessoal vem sendo aplicado em sabem que a empresa só cresce se houver crescimento de todos que nela
dinâmicas de grupo para auxiliar a integração entre os participantes, atuam, como equipe. E ambas são benéficas, pois desafiam profissionais e
para resolver conflitos e proporcionar o autoconhecimento. A partir do empresas a buscar o seu melhor desempenho, a excelência nas suas áreas
momento que uma pessoa começa a conhecer a si mesma muitas portas se de atuação.
abrem o que facilita a comunicação interpessoal com outros membros da
equipe ou grupo de trabalho onde surgem relacionamentos que Com relação às comunicações virtuais (Msn, Orkut, etc), no que elas
proporcionam novas amizades, e até soluções para problemas antes não mudaram as relações interpessoais?
vistos ou não percebidos pelo grupo.
Como ferramentas tecnológicas, elas podem ser benéficas ou não,
É muito importante que as empresas invistam em profissionais que dependendo do uso que se faz delas. Se o profissional usá-las para
sabem explicar o que é relacionamento interpessoal e como esse aumentar e alimentar o seu networking, e para aumentar o poder de
conhecimento pode auxiliar na carreira dos colaboradores. Estimulando as comunicação e visibilidade da sua empresa, elas são ferramentas
Relações Interpessoais todos saem ganhando, a empresa em forma de praticamente gratuitas de crescimento. Se usar durante seu horário de
produtividade e os colaboradores em forma de autoconhecimento o que trabalho para trocar fofocas e amenidades com os amigos, ele está
agrega valor em sua carreira e em sua relação com a família e a sociedade. enganando a empresa, usando recursos que não lhe pertencem no horário
que a empresa lhe paga para trabalhar.
Relação interpessoal não existe sem trabalho em equipe
Houve empresas que mudaram a relação com os empregados,
Um bom clima organizacional, que incentiva o relacionamento saudável permitindo que eles trabalhassem em casa, e depois, a pedido dos próprios
entre os colaboradores, torna competição e concorrência benéficas à empregados, voltaram ao sistema tradicional? O que pode ter dado errado
empresa nesta mudança?
Cristina Bresser Neste caso, falta maturidade profissional do empregado e um sistema
Não basta ser competente, é preciso saber se relacionar no trabalho e de aferição de carga horária e produtividade à distância, muito simples de
fora dele. O que parece ser uma tarefa fácil, tem-se tornado um desafio se instalar na casa do colaborador. Em São Paulo, em razão do trânsito
cada vez maior para os profissionais. A concorrência, as comunicações caótico, existem várias empresas aéreas e de telefonia que mantêm seus
virtuais e as mudanças comportamentais criaram obstáculos para a funcionários trabalhando em casa (com telemarketing, atendimento online
chamada relação interpessoal. A pergunta é: como superá-los para atingir de clientes, etc.) que funcionam muito bem, graças a um dispositivo
equilíbrio nos relacionamentos? Essa e outras respostas são apontadas acoplado ao PC do colaborador, onde através da sua digital ele registra o
pela coach e consultora em recursos humanos, Cristina Bresser. Confira a horário de início e término de trabalho. Mas para que funcione, o
entrevista: colaborador não pode ter filhos pequenos em casa nem animais de
estimação ou qualquer outro motivo que distraia sua atenção. Ou seja, ele
A relação interpessoal abrange tanto a vida pessoal quanto a tem que ficar durante aquele período, centrado nas suas atividades
profissional de uma pessoa. No entanto, é na profissional que se sente mais profissionais. É uma alternativa bastante viável em face aos
dificuldades para colocá-la em prática. Por que isso ocorre? engarrafamentos diários de até 4 horas que enfrentam todos os dias na
capital paulista.
Na vida pessoal, temos meses, anos para construir relacionamentos.
Quando um profissional é contratado por uma empresa, espera-se que ele No que o ambiente de trabalho reflete nas relações interpessoais?
desenvolva relacionamentos pessoais que envolvam troca de informações,
de conhecimento e adquira a confiança dos seus colegas quase que Se considerar que um adulto passa em média 8 horas dormindo e entre
imediatamente, pois não há tempo a perder. Então, o profissional se vê 8 e 10 horas trabalhando, o ambiente de trabalho reflete na grande maioria
obrigado a vencer barreiras culturais, que são frequentes e até naturais num das relações interpessoais de um profissional. Se vai refletir de maneira
ambiente de trabalho em relação a um novato, num curto espaço de tempo. positiva ou negativa, vai depender de como esta pessoa se relaciona no
trabalho.
Quando se fala em relação interpessoal não se está falando em relação
intrapessoal. Qual a diferença entre elas? Um bom relacionamento interpessoal no trabalho reflete na qualidade
de vida do profissional, ou seja, ele tem mais chances de se relacionar bem
Comunicação intrapessoal é a comunicação que uma pessoa tem na vida pessoal?
consigo mesma – corresponde ao diálogo interior onde debatemos as
nossas dúvidas, perplexidades, dilemas, orientações e escolhas. Está, de Sem dúvida que sim. Não conheço uma pessoa que tenha um mau
certa forma, relacionada com a reflexão. Este é um tipo de comunicação em relacionamento no trabalho e chegue em casa contente, tratando a esposa
que o emissor e o receptor são a mesma pessoa, e pode ou não existir um e os filhos de maneira afetuosa. Isso seria um antagonismo.
meio por onde a mensagem é transmitida. Um exemplo do primeiro tipo é a Muitas vezes, porém, o inverso não ocorre: o profissional tem bons
criação de diários. Já a comunicação interpessoal é um método de relacionamentos interpessoais na vida privada, mas não consegue isso no
comunicação que promove a troca de informações entre duas ou mais profissional. Por que isso não acontece?
pessoas. Cada pessoa, que passamos a considerar como interlocutor, troca
informações baseadas em seu repertório cultural, sua formação Na maioria das vezes, isso acontece porque ele aceitou um emprego
educacional, vivências, emoções, toda a bagagem que traz consigo. numa empresa que tem uma cultura completamente diversa da sua. Ou
seja, ele é uma pessoa mais aberta, menos formal, e na empresa todos

Trabalho em equipe 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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primam pelo formalismo. Ou vice-versa. O importante, é que a cultura do A personalidade nessa hora conta e muito afinal você não pode
profissional e da empresa sejam alinhadas. mudar o seu jeito de ser apenas porque está participando de um
trabalho em grupo, é necessário que se mantenha focado em seu
Há casos em que o relacionamento interpessoal no trabalho entra na trabalho e suas principais características com certeza vão te ajudar a
vida privada do profissional, ou seja, ele (ou ela) passa a se relacionar alcançar as metas. Se mudar a sua personalidade vai estar sendo a
afetivamente com um colega de trabalho. No que isso ajuda ou atrapalha? pessoa que seu superior não queria na hora que o mandou fazer
Vai ajudar ou atrapalhar dependendo da maturidade e da postura aquele trabalho, afinal ele escolheu você como é normalmente nos dias
profissional do casal. Atualmente, pelo fato de passarmos a maior parte do de trabalho.
nosso tempo (enquanto estamos acordados) dentro do trabalho, é natural Se relacionar bem com seus companheiros na hora de um trabalho
que aconteçam relacionamentos afetivos. Se o casal souber se portar de em equipe é fundamental, nunca deixe de ouvir a vontade de outras
maneira adequada, sem ferir as normas de ética e conduta da empresa, não pessoas e sempre dê apoio para a idéia deles, assim quando você tiver
vai atrapalhar em nada o desempenho dos dois. Pelo contrário, pode servir uma que eles gostarem com certeza será bem aceita. Não tenha medo
de incentivo, uma vez que ambos terão mais assuntos em comum para de falar sobre os seus pensamentos procure criticar o mínimo possível
discutir e poderão se apoiar mutuamente no trabalho. O problema maior é às idéias de seus companheiros e caso você note que pode melhorar
quando o casal se separa. Aí, então, ambos têm que ter muito alguma coisa diga a eles como fazer para isso acontecer.
discernimento, postura profissional e discrição para não lavar roupa suja na
frente dos colegas de trabalho. Se mantendo dentro da linha e não errando nos momentos cruciais
você vai ter muito sucesso dentro de sua empresa, e ainda conquistara
No caso de comandantes e comandados, qual a relação interpessoal o coração de seus companheiros de trabalho.
ideal? http://www.blogers.com.br/
A relação ideal é a mesma em todos os sentidos, quer seja entre
A qualidade e a importância das relações interpessoais
subordinados e superiores ou entre pares: respeito, cordialidade, admiração
pela capacidade e reconhecimento do talento do outro, ética, empatia e um Viver hoje é uma tarefa árdua e difícil, levando-se em consideração as
forte sentimento de equipe. Os melhores resultados só são alcançados constantes mutações do mundo moderno e as pressões intelectuais e
quando todos numa empresa trabalham como um time, focado nos emocionais que o ser humano vê-se obrigado a enfrentar.
resultados, buscando um objetivo comum e o crescimento profissional de
todos os membros do grupo. O ser humano moderno se acha de tal modo envolvido nesse ritmo
acelerado das descobertas científicas e das mudanças tecnológicas que se
Atualmente muito se ouve falar em relacionamento interpessoal, seja aliena cada vez mais de si mesmo e de seus semelhantes.
em palestras, reuniões do trabalho ou na TV. Mas, muita gente ainda
desconhece o verdadeiro significado dessas duas palavras, para É necessário resgatar a dimensão humana e até mesmo o nosso
esclarecer tal dúvida vamos a uma breve explicação. próprio significado. A maior parte dos esforços empresariais é direcionada
para o aumento e o aprimoramento da produção, deixando de perceber a
O relacionamento interpessoal envolve o conhecimento de relações importância do plano das relações interpessoais e dentro dela a importância
internas do próprio “eu”, como por exemplo, o autoconhecimento de deste processo para a obtenção da qualidade.
sentimentos, a série de respostas emocionais, a autoreflexão, o processo
de pensamento e outros fatores. É mais fácil treinar tecnicamente do que conseguir mudanças
comportamentais. Aprender a aprender é uma aquisição de hábito muito
Tudo isso favorece a formação de um modelo cuidadoso e real de si importante em qualquer processo educativo. O desenvolvimento das
mesmo, mostrando elevado autoconhecimento, fazendo com que as relações interpessoais é a mola existencial que os indivíduos possuem para
pessoas ajam de maneira mais eficaz diante dos problemas e situações alcançar uma integração real e um rendimento efetivo no ensino-
diversas da vida. O relacionamento interpessoal ainda envolve a aprendizagem.
capacidade do ser humano de experimentar e discernir padrões,
experimentar atrações do futuro e de sonhar e também de realizar Dois pontos tornam-se fundamentais para o sucesso de qualquer
potenciais. processo de educação permanente. São eles:

Essa qualidade tem sido bastante valorizada atualmente, pois - desenvolvimento contínuo da relação interpessoal, ou seja, saber
pessoas que apresentam essa aptidão conseguem desenvolver relacionar-se bem com as pessoas, de uma maneira saudável;
relacionamentos interpessoais mais produtivos, com isso conseguem - comunicação forte e positiva para haver interações satisfatórias entre
trabalhar melhor em grupo, pois o pensamento central é que “se me instrutor e treinando.
conheço, tenho capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis, já
que conseguirei reconhecer o outro também.” Nos grupos em treinamento, o instrutor tem um papel muito importante
além de ensinar. Ele é o responsável pela orientação do grupo para que o
Trabalho em equipe personalidade e relacionamento mesmo alcance a aprendizagem, exercendo também um papel social de
Todas as pessoas para terem sucesso nos locais onde trabalham orientar indivíduos, não apenas como instrumentos de produção, mas
precisam se esforçar e muito para conseguir alcançar os seus também para que se desenvolvam como pessoas.
objetivos, independente da área onde estejam atuando é necessário Carl Rogers, Jean Paul Sartre, Erich Fromm e outros afirmam que o
que haja o máximo de empenho afim de conquistar todas as metas e relacionamento humano é precioso demais em suas potencialidades para
ainda sobrar, quem aplica os conselhos dados por Jesus a milhares de ser reduzido ao nível de funcionamento de uma máquina.
anos atrás com certeza consegue ir muito mais além do que o
necessário, ele disse “se te mandarem dar mil passos dê dois mil e Se tivermos sempre presentes em cada um de nós a preocupação e o
desta maneira ninguém vai falar que você não fez o que era pra fazer”, cuidado de aprimorar nossas habilidades no relacionamento interpessoal,
ou seja esse conselho mesmo depois de milhares de anos ainda nos os resultados obtidos gerarão condições favoráveis para o trabalho de
continua sendo valido e pode nos ajudar no dia a dia principalmente em grupo e um clima de confiança entre os participantes, permitindo que a
nosso trabalho. qualidade das pessoas flua.
O trabalho em equipe é uma das partes mais temerosas por todos Myron R. Chartier nos apresenta cinco elementos críticos que
porque é onde normalmente acontecem diversos desentendimentos, o contribuem para uma comunicação interpessoal eficaz. São eles:
que todos precisam ter em mente que essa não é um momento para se - auto-imagem;
temer e sim para agir em seu favor e de seus companheiros, a partir do
momento em que uma tarefa lhes foi dada para ser feita em grupo é - saber ouvir;
porque o seu superior confia em você e seus parceiros para realizá-la
juntos. - clareza de expressão;
- capacidade de lidar com sentimentos de contrariedade;
Trabalho em equipe 10 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- auto-abertura. que ocorrem no entorno, seja de processos, cultura ou até mesmo diante de
troca de lideranças.
Vamos destacar aqui dois desses elementos:
A contribuição dos pares e a forma que eles são tratados ajudam o
- Auto-imagem - É o centro do seu universo, seu quadro referencial, sua colaborador atingir suas metas e desenvolver suas atribuições de maneira
realidade pessoal. Funciona como um visor através do qual o ser humano eficaz. Para isso, é necessário saber lidar com a diversidade existente na
percebe, ouve, avalia e compreende as coisas; é seu filtro individual do empresa, respeitando as diferenças e as particularidades de cada um; com
mundo que o cerca. isso, é possível conquistar o apoio dos demais e fazer um bom trabalho,
- Auto-abertura - Todo indivíduo que possui capacidade de falar afinal, ninguém trabalha sozinho.
francamente sobre si mesmo estabelece uma comunicação eficaz. O papel do gerente nesse processo é de extrema importância, pois é de
Powell coloca muito bem essa questão: “A capacidade de alguém para sua responsabilidade administrar os conflitos existentes entre as pessoas
se auto-revelar é um sintoma de personalidade sadia”. Sem esses dois do time, e fazer com que o clima interno seja agradável, permitindo um
elementos, torna-se impossível uma integração grupal, que é o que todo ambiente sinérgico e que prevaleça a união e a cooperação entre todos.
instrutor busca para que o treinamento possa ocorrer num clima harmônico, Essa forma de conduta está relacionada ao estilo de gestão que se aplica e
onde os treinandos desenvolvam relações interpessoais abertas e suas ações, e pode influenciar no desempenho dos liderados; este gestor
confiantes. terá que dar o exemplo para os demais, saber como falar com seus
colaboradores, pois a maneira com que irá tratá-los poderá refletir no
A comunicação adequada com outra pessoa, ou seja, reencontrá-la relacionamento entre a gerência x colaborador e, consequentemente, nas
psicologicamente e estabelecer um diálogo, não é um dom inato, mas sim metas e objetivos da empresa.
uma atitude adquirida por aprendizado.
No entanto, sabemos que tem gente que não consegue lidar com
O processo ensino-aprendizagem não pode ser encarado de maneira pessoas adversas e com opiniões diferentes da sua, e deixam se levar por
simplista, como se apenas dependesse dos objetivos do educador, pois uma impressão negativa sem ao menos procurar compreendê-las e
diversas variáveis agem como componentes externos, tais como conhecê-las mais detalhadamente. Outro vilão que pode prejudicar o
psicomotora, cognitiva e humanística. relacionamento entre os membros de uma equipe é o mau humor; o que faz
O desenvolvimento interpessoal pode ser planejado para atender a com que essas pessoas (mal humoradas) criem uma espécie de escudo e
objetivos tanto individuais como grupais. Dar ajuda e ter uma participação fiquem isoladas das demais. Isso impede que seus colegas se aproximem
eficiente promove o crescimento de um grupo e, consequentemente, abrem para pedir algum tipo de ajuda, ou até mesmo para bater um papo.
caminho para que o objetivo, ou seja a aprendizagem, seja alcançada. Essa dificuldade de relacionamento acaba impactando no desempenho
A vivência e a carga de experiência que cada um carrega são muito de uma pessoa em relação às tarefas que desenvolve na organização, pois
importantes, pois uma experiência vivenciada e traduzida para o grupo não ela irá evitar a sua exposição e nem sempre poderá contar com alguém
só é sentida pelo grupo, como deve ser aproveitada pelo instrutor como para auxiliá-la, e devido a isso acaba fazendo, na maioria das vezes, seu
motivação e ser transformada em um pequeno debate. À medida que um trabalho de maneira individualizada. Deixa-se, também, de ouvir opiniões
treinamento evolui, a estrutura do grupo inicial vai se modificando diferentes e de compartilhar escolhas e alternativas com os demais, o que
gradativamente, dependendo da maneira como o mesmo está sendo pode causar certo risco dependendo da decisão tomada. Em outras
conduzido. palavras, o mau humor certamente causará prejuízos ao trabalho em equipe
e, por tabela, aos resultados em geral.
O importante é treinar sistematicamente. Somente através de
repetições e análises é que adquirimos novos valores e hábitos. Novos Quando a empresa enfrenta problemas de relacionamento, a área de
valores, novas aquisições de hábitos, novas idéias, novos conceitos vão, Recursos Humanos junto à gerência tem a missão de sanar a dificuldade o
sem dúvida alguma, gerar novos comportamentos que em muito quanto antes para não comprometer o clima de trabalho. É necessário
contribuirão para uma aprendizagem plena, pois um grupo bem integrado identificar as causas para minimizar o efeito que este fator pode gerar,
alcança seu objetivo técnico e, mais importante, sua verdadeira dimensão assim como sensibilizar os colaboradores para que eles não deixem que
pessoal. FONTE: www.ogerente.com.br essa variável prejudique o desenvolvimento das tarefas, pois os clientes
interno e externo podem não ser atendidos com prontidão e eficácia,
Relacionamento Interpessoal: O Poder das Relações no resultando em queda na qualidade do atendimento e na produtividade.
Ambiente de Trabalho
As divergências e as “brigas” internas podem ser resolvidas com um
Como está o seu relacionamento com os pares na empresa onde você bom treinamento e atividades grupais, procurando valorizar a integração e
trabalha? focar a importância de se ter um excelente relacionamento com os membros
da equipe. O gerente também terá que fazer o seu papel, dando apoio,
Acredito que boa parte das pessoas ainda convive com esse tipo de feedbacks e fazendo coaching com seus colaboradores, evitando, assim,
problema na organização onde atua; seria injusto generalizar e falar que qualquer tipo de atrito que possa ocorrer futuramente no time. Contudo, isso
todas as empresas têm algum tipo de conflito interno, causado pelos não depende somente do gestor: todos terão que estar envolvidos nesse
indivíduos que interagem diariamente no ambiente de trabalho, mas o fato é processo. Os funcionários também têm um papel importante para a
que no mundo empresarial eles existem e podem prejudicar o desempenho construção de uma ambiente saudável, pois depende de suas condutas e
da equipe, assim como os resultados esperados pelas empresas, atitudes para acabar com problemas desse tipo.
impactando inclusive no clima organizacional. Às vezes, os problemas de
relacionamento não são visíveis, ficam mascarados e embutidos Para manter um clima agradável e sem manifestação de atritos, é
intrinsecamente em cada um, onde só podemos percebê-los por meio de necessário que as pessoas deixem de agir de forma individualizada e
ações, do comportamento e no modo de agir com os outros membros da passem a interagir como uma equipe, promovendo relações amigáveis e
equipe. fazendo com que cada um procure cooperar com o outro, mas, para isso, é
preciso que cada um faça a sua parte, pois se todos não estiverem
A necessidade de trocar informações sobre o trabalho e de cooperar dispostos a contribuir, não iremos chegar a lugar algum. Pense nisso!
com a equipe permite o relacionamento entre os indivíduos, o que acaba http://www.ogerente.com.br/
sendo imprescindível para a organização, pois, as mesmas, valorizam cada
vez mais tal capacidade; o relacionamento interpessoal é, sem sombra de A importância do bom relacionamento no trabalho
dúvida, um dos fatores que influenciam no dia-a-dia e no desempenho de
Autor: Maiara Tortorette
um grupo, cujo resultado depende de parcerias internas para obter
melhores ganhos. No ambiente organizacional é importante saber conviver Para ter um desempenho adequado e atingir bons resultados, os
com as pessoas, até mesmo por ser um cenário muito dinâmico e que profissionais precisam estar motivados e felizes com o trabalho que
obriga uma intensa interação com os outros, inclusive com as mudanças realizam. De acordo a nova Pesquisa dos Executivos, realizada pela Catho
Online, com participação de 46.067 respondentes, os profissionais

Trabalho em equipe 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
apontaram o bom relacionamento com as pessoas do trabalho, como o caminho para um relacionamento saudável, garantindo um pouco mais de
principal fator de motivação, seguidos por reconhecimento como bom tranquilidade ao colocarmos a cabeça sobre o travesseiro.
profissional e fazer o que gosta.
Para começarmos o exercício do intrapessoal, devemos começar não
É importante destacar que outros fatores, como remuneração e fugindo do que sentimos, mas entendendo que nem todas as nossas
benefícios, também são importantes. No entanto, no dia a dia, não vontades poderão ser satisfeitas. Inclusive, isso é muito bom para
influenciam diretamente na harmonia e bem estar do ambiente corporativo. compreendermos que temos limites e que para uma vida realmente
De acordo com a gerente de Recursos Humanos da Nasajon saudável, em todos os aspectos, e não apenas no corpo físico, precisamos
Sistemas, Sheila Saubermann, trabalhar em um local agradável é aprender com os princípios de Deus.
fundamental. “Em primeiro lugar, a empresa precisa acreditar que um bom Quando nos iramos com algo ou alguém, por exemplo, é um bom
ambiente de trabalho é importante e a partir daí começar a se preocupar momento para identificarmos o porquê dessa reação e, ainda, colocarmos
com diversas questões, como flexibilidade, respeito às pessoas e em balanças fiéis, e não nas manipuladas pelas nossas tendências, tudo
investimento nos funcionários”, afirma. aquilo que fez com que agíssemos de determinado modo.
Colocar os nossos porquês em balanças fiéis é, entre outros, não nos
Trabalhar com pessoas que tornam a rotina das empresas mais
apegarmos a modismos. Pode ser, também, encararmos nossas falhas,
agradável é sempre positivo. Como grande parte dos profissionais passam
nossas incapacidades de entender que nem tudo pode ser feito nos nossos
de 8 a 10 horas dentro das organizações, nada mais adequado do que
moldes. Aqui falo, inclusive, da escola, da sala de aula, local em que muitos
prezar o bom relacionamento, seja entre os colaboradores, ou até mesmo
se juntam para aprender e ensinar.
entre profissional e gestor, tornando este período mais tranquilo.
Muitas vezes, quando sentimos um desconforto, tendemos a mudar a
Para Paula Alexandrisky, Coordenadora do curso de Tecnologia em
direção de nossos olhos, atentando-nos a algo mais confortável de se ver e
Gestão de Recursos Humanos, do Centro Universitário Plínio Leite, o bom
pensar. Não, não deve ser assim nosso relacionamento intrapessoal. Aliás,
clima organizacional depende diretamente do relacionamento interpessoal.
para ele ser realmente eficaz é preciso sermos corajosos o suficiente para
“O que vemos muitas vezes em organizações são pessoas desmotivadas entendermos que erramos, que falhamos com algo ou alguém, que agimos
não por conta do trabalho, mas pelo ambiente em que se encontram, de um modo que não somente prejudicou o outro como também, e às vezes
reduzindo a sua produtividade”, explica. principalmente, a nós mesmos.
Num processo de autoconhecimento, é possível que venha a tristeza
Ainda de acordo com a pesquisa, quando se trata dos níveis
com os resultados que podem, porventura, não ser exatamente aqueles que
hierárquicos, os profissionais mais motivados com a carreira e satisfeitos
desejávamos. Contudo, a tristeza deve gerar também em nós o desejo de
com o trabalho são diretores e gerentes, mesmo alegando sofrerem
estresse. Com exceção dos estagiários, que aparecem como os menos “colocarmos a nossa casa interior em ordem”.
estressados entre todos os níveis, estresse parece ter um impacto negativo
maior no grau de satisfação de níveis mais baixos, como analistas, É momento de levarmos nosso relacionamento intrapessoal mais a
assistentes e auxiliares, uma vez que estes aparecem como estressados e sério, não deixá-lo falando sozinho, não fazer pouco caso dele. Quando
menos satisfeitos ao mesmo tempo. compreendemos nossas razões, adequadas ou não em relação a algo,
temos, enfim, a chance de nos relacionarmos com o outro de um modo mais
Para Cíntia Bortotto, consultora de RH, existem pessoas que se sentem maduro, mais ético e mais condizente com aquilo que buscamos, de fato,
estimuladas ao trabalhar sob pressão. O estresse constante pode acarretar alcançar. Erika de Souza Bueno
em doenças, por isso é importante que os profissionais se atentem a isso.
Comportamento receptivo e defensivo
“Há pessoas que se motivam, que se entregam mais quando pressionados.
No entanto, há de se tomar certo cuidado, pois muita pressão e, Muitas vezes, diante de uma situação real ou imaginária de perigo, as
consequentemente, muito estresse podem acarretar problemas de saúde, pessoas normalmente mobilizam suas energias de auto-defesa para
enfrentar tal situação. A pessoa passa então, a adotar um comportamento
que em certo momento trará uma reflexão: ‘Até que ponto vale a pena?’”,
defensivo. Isto é, olhar as pessoas com desconfiança, procurar ver no
ressalta Cíntia. comportamento dos outros fatos, palavras ou situações que possam
Sheila, acredita que alguns picos de estresse são comuns, no entanto, reforçar suas defesas.
muitos não conseguem conviver com ele por muito tempo. “Existem Estas coisas a impedem a pessoa de se concentrar na mensagem que
profissionais que gostam de trabalhar sobre pressão e podem ficar assim a ela está de fato recebendo e faz com que ela distorça o significado real da
vida inteira, mas isso não é a regra. Um ambiente tranquilo e saudável é comunicação.
sempre a melhor opção”, finaliza. Quanto mais uma pessoa se mostra defensiva, menos capaz ela será
de perceber os objetivos, valores e emoções que o emissor está tentando
O bom relacionamento intrapessoal transmitir. Por outro lado, quanto mais um clima for receptivo ou ausente de
defesa, menos o receptor distorcerá o conteúdo da comunicação. Isso é
Para se ter as qualidades necessárias e desejáveis, todo
possível, porque o clima receptivo permite que o receptor da mensagem
relacionamento deve começar num exercício interno, num relacionamento
seja capaz de se concentrar no conteúdo e no significado real da
intrapessoal. A imagem que passamos aos outros é uma consequência do
mensagem.
que somos, do que estamos buscando, do que queremos para nós e para
os outros à nossa volta. Comportamento defensivo: As pessoas defendem-se
inconscientemente da ansiedade que sentem numa situação perturbadora.
Uma falha no relacionamento intrapessoal pode nos impedir de
Podem fazê-lo distorcendo a realidade e enganando a si mesmo esses são
conhecermos, de fato, muitas de nossas principais características. Nossos
dois processos subjacentes que Freud denominou mecanismos de defesa.
medos, angústias, desesperos e impaciências podem ser visíveis a outros
Todos nós usamos desses mecanismos para proteger nossa auto-imagem,
em momentos muito inoportunos e, para não corrermos esse risco, um dos
o que é bastante comum em nossa vida diária. Temos necessidade de uma
caminhos é encararmos o que gera em nós tais sentimentos.
auto-imagem positiva, de aprovar nosso comportamento, e justificá-lo
Desejos não atendidos geram frustração, desconforto e mau humor, quando necessário. Às vezes, a única maneira de conseguir isto é através
que podem se transformar em uma grande fonte de grosserias e palavras de processos inconscientes, iludindo-nos e alterando os fatos reais, de
ditas em momentos inadequados, gerando uma grande “bola de neve”. modo a preservar a nossa auto-imagem
Comportamento receptivo: significa perceber e aceitar possibilidades
Conhecer-nos é mais importante do que possa parecer à primeira vista, que a maioria das pessoas ignora ou rejeita prematuramente . É
pois nosso externo é apenas um simples reflexo do que somos característica de pessoa de mente aberta e sem preconceitos à novas
internamente. Identificar as características de nossa personalidade é um idéias. A curiosidade é inerente a este tipo de comportamento.Uma pessoa
Trabalho em equipe 12 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
reduz a defesa do ouvinte quando parece estar querendo experimentar e Externa, com esse procedimento, as frustrações, angústias e mágoas que
explorar novas situações. carrega dentro de si. Esquece-se de que ninguém deve pagar pelo seu
mau-humor. Essas pessoas costumam gritar primeiro para impressionar,
Se a expressão, modo de falar, tom de voz ou conteúdo verbal do tentando encobrir a falta de regam em seu íntimo.
emissor parece estar avaliando ou julgando o ouvinte, ele se coloca em
guarda. Quando tentamos mudar a atitude de uma pessoa ou influenciar o O esforço para ser verdadeiro sempre foi e é válido. Se todos parassem
seu comportamento isso pode ser sentido como uma desaprovação a sua para refletir sobre a própria vida, descobririam as razões pelas quais andam
conduta. Empatia transmite respeito aos problemas do ouvinte e confiança, tão agressivos, mau-humorados, chatos, fofoqueiros, "cutuquentos", tão do
sem qualquer esforço para muda-la. lado errado. É só parar para pensar, e essas pessoas descobrirão as falhas
dentro de si. Um bom parâmetro é este: se dez pessoas estão contra mim,
Tentar colaborar na solução de um problema permitindo ao receptor impossível que só eu esteja certo. No momento em que ocorre essa
designar seus próprios objetivos, tomar suas próprias decisões cria no constatação, é hora de fazer auto-análise e ver as razões disso.
ouvinte um clima receptivo. Tentar ocultar seus objetivos ou não deixa-los
claro, pode deixar no receptor um clima defensivo. Inúmeras pessoas queixam-se de que tudo lhes sai errado na vida.
Deve haver uma causa para esse azar todo. Há coisas que não dão certo
Se o emissor é visto tendo intenções claras, franco, honesto e se mesmo. Mas algumas saem erradas por culpa da própria pessoa. De quem
comportando espontaneamente em função da situação, está propenso a quer que seja a culpa pelo fracasso, é importante que a pessoa
gerar uma defesa mínima. malsucedida naquele momento não desconte seus infortúnios em cima de
Aqueles que se consideram sabedores de tudo, que não necessitam de quem convive com ela, usando parentes e amigos como bodes expiatórios.
informações adicionais tendem a colocar as pessoas em estado de guarda. O que ela deve fazer é manter a serenidade, ter paciência e ir consertando
os desvios de rota que aconteceram.
Escute atenta e ativamente o outro.
No mundo dos defensivos, existem dois tipos de pessoas: a melosa e a
Demonstre respeito e consideração. agressiva. As duas assumem atitudes errôneas. A melosa apela para a
Compreenda com empatia o seu interlocutor. chantagem emocional, fazendo-se de vítima quando deseja esconder-se
atrás de uma desculpa. Agindo assim, pensa que impressiona ou comove
Formule perguntas sem exagerar no interrogatório. seu interlocutor. Ledo engano. Ninguém é tão bobo a ponto de acreditar
todos os dias em desculpas esfarrapadas. Enganar algumas vezes é até
Faça comentários descritivos e não avaliativos.
possível. Mas sempre, não.
http://metodologiacientifica-
Os que se colocam na defensiva através da agressividade não querem
rosilda.blogspot.com.br/2010/04/comportamento-receptivo-e-defensivo.html
se sentir expostos (e por isso criam uma barreira de medo que afasta as
pessoas) ou desejam impressionar de alguma forma aqueles que deles se
Viver na defensiva aproximam. Esses ficarão sozinhos na vida. No começo, acharão bom, mas
Por: Maria Helena Brito Izzo depois concluirão que convivência não é isolamento.

O comportamento defensivo se externa quando a pessoa, através de Há outra forma de agredir: a daqueles que ficam sempre "em cima do
suas desconfianças, percebe perigo no grupo, desgastando assim suas muro", tentando levar vantagem e tirar partido dos dois lados. Esses são
energias numa autodefesa - que pode ser inútil, se o perigo não for real e uns coitados. Têm um trabalho insano para se equilibrar entre duas
não passar de uma "encucação" da pessoa. Nesta óptica, dividimos as posições e, no final, desagradam a todos e a si mesmos. Agradar a gregos
pessoas em dois tipos. De um lado, temos as pessoas naturais, seguras, e troianos é algo que ninguém nunca conseguiu.
que enfrentam os desafios e são mais sinceras. Sabem moldar-se às Na vida há coisas boas e más, das quais gostamos ou não. Há sonhos
necessidades, porque acreditam em si próprias. Não que deixem de sentir frustrados, empenhos não gratificados. Essa é a condição do ser humano.
as injustiças, mas vão caminhando em meio a elas, vão caindo e se Em meio a tantas vicissitudes e divergências, o que vale é a vontade, o
levantando, aprendendo, amadurecendo e trocando idéias. E dessa forma querer. O modo de viver em sociedade deveria brotar dessa vontade de
que se realiza a troca afetiva. querer ser sempre sincero, legal, sem artifícios nem "armações". Seria bem
De outro lado, há pessoas inseguras ou medrosas, que nunca estão no mais fácil viver.
seu natural. Colocam-se sempre na defensiva, preocupadas consigo
O poder da compreensão mútua
mesmas, num esforço desmedido em saber como estão sendo vistas pêlos
outros, como devem fazer para serem identificadas de forma mais favorável: Na liberdade construtiva, o próprio homem é que fixa as normas
como vencer, impressionar, manter-se impune ou, então, como reduzir ou valorativas, ativando a sua própria fonte de ser, que é a origem de sua
evitar um ataque por antecipação. competência. Somos respeitados pelo valor de nossas propostas abertas ao
bem comum. Nesta prática nota-se a ausência total de intimidação, sem as
As pessoas soltas, menos preocupadas com o seu mundinho, mostram
qualidades mágicas da admiração como também sem o respeito cheio de
sempre o que são. Se agradam, ótimo. Se não agradam, não se
medo.
desesperam. O que não as impede de se questionarem sobre possíveis
falhas em seu comportamento. Elas têm capacidade de reconhecer o A presença desta socialização saudável permite constante exame e
próprio erro e voltar atrás, pela consciência profunda de seus limites crítica. Ela apresenta-se sempre como transitória, porque aceita as
humanos. readequações exigidas pela constante renovação, que acelera a evolução
civilizadora. Ela encoraja a capacidade do homem para aprender o que é
Mas há o reverso da medalha. Determinadas pessoas são sempre "as
bom para si e para todos. A socialização saudável deseja transformar o
tais". Como donas da verdade, não admitem nada que contrarie seu modo
mundo, promovendo o seu aperfeiçoamento pessoal e efetuando mudanças
de pensar e ser. Querem que os outros ajam pela cabeça delas, ao mesmo
no seu próprio interior.
tempo que usam a defesa para não serem atacadas. Só que a melhor
atitude perante a vida é a sinceridade. Se alguém errou, por que não admitir Aristóteles emprega a palavra “virtude” para indicar a excelência da
o próprio erro? Se ninguém é perfeito, por que justificar-se o tempo todo ou atividade por meio da qual se concretizam as potencialidades peculiares ao
abusar das justificativas para mostrar-se diferente do que na verdade é? homem. Ser virtuoso significa espírito de autorealização, aumento da
Quem se justifica continuamente não tem fibra, responsabilidade, respeito individualidade na sua mais ampla auto-exploração. O indivíduo tem
pêlos outros. Desgasta de tal forma as desculpas, que ninguém mais escondido tantas experiências dentro de si, que deseja dar a sua
acredita nelas. contribuição ao mundo.
O defensivo sempre pensa que os outros são bobos. Não quer dar o O homem é o centro maior da consideração ética, e os seus
braço a torcer em determinadas circunstâncias, para não mostrar suas julgamentos de valores, interpretações e percepções estão enraizados nas
fraquezas. E, ao tentar enganar os outros, engana-se a si mesmo. Mas em particularidades de sua existência. O homem é, de fato, a presença maior
pior situação está aquele que, além de colocar-se na defensiva, é agressivo. de tudo o que existe. Não há nada de mais digno do que a existência

Trabalho em equipe 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
humana. ”Somos partícipes de uma natureza comum e as mesmas causas Julgue os itens a seguir, acerca de trabalho em equipe.
que contribuem para o benefício de um contribuem para o benefício do
outro”. (William Godwin). 01. Mesmo que todas as barreiras tenham sido ultrapassadas e o grupo
seja muito coeso e homogêneo, ainda assim existe a possibilidade de esse
A natureza da conduta ética conclui, que o egoísmo ou o isolamento grupo tornar-se resistente a mudanças e a opiniões discordantes.
não são bons para ele. Muitos defensores da ética humanista percebem de
longe, que ele só pode realizar-ser e ser feliz em união e solidariedade com 02. No que se refere ao trabalho em equipe, é correto afirmar que quanto
os seus semelhantes. A identificação do homem com os seus pares mais cooperativos forem os membros de um grupo, maior será a efetividade
acontece através de força superior, que espalha raios luminosos de deste grupo.
motivação positiva, gratificando a si mesmo e aos outros.
A identificação construtiva é o seu próprio poder de ligar-se em 03. As equipes são vantajosas porque rompem a rigidez hierárquica das
amizades, relacionando-se saudavelmente com o mundo, tornando-se um empresas baseadas em compartimentos, facilitam o processo de
verdadeiro humanista. Todas as culturas devem dar oportunidades para que comunicação interna e reúnem pessoas com conhecimentos de várias
ele leve em conta seus próprios sentimentos. “Viver em si mesmo é uma áreas, aproximando-as.
arte”. (Aristóteles).
04. O trabalho em equipe sempre gera maior produtividade, pois pessoas
“Simplesmente tomo por concedido que outros homens também vivem trabalhando em grupo são mais eficazes que indivíduos trabalhando
neste meu mundo, e na verdade não só de maneira corpórea como e entre isoladamente.
outros objetos, mas antes como dotados de consciência que No trabalho em equipe, normas básicas asseguram a qualidade dos
essencialmente é como a minha… É por si evidente para mim não só que resultados e o bom clima entre os integrantes. Acerca desse tema, julgue os
posso agir sobre meus companheiros de humanidade, mas também que próximos itens.
eles podem agir sobre mim… Eles, os meus companheiros de humanidade
experimentam suas relações, que reciprocamente incluem a mim de alguma 05. A comunicação deve ser assertiva, o que significa, por exemplo, que
maneira que é semelhante, para todos os fins práticos, à maneira como eu uma pessoa pode falar algo muito desagradável para a outra, mas de
os experimento”. (Alfrd Shutz e Thomas Luckmann – The structures of the maneira que não seja ameaçadora nem ofensiva.
life – world. Heinemann, Londres, 1974, pp. 4-5). 06. Se, em um grupo de trabalho, quando um membro fala, outro
habitualmente o interrompe com piadas acerca do assunto ou com relato de
Quando caminhamos por esta vida conscientes da importância aos que caso irrelevante, a possibilidade de que esse grupo venha a funcionar como
estão a nossa volta, e unidos aos nossos semelhantes é por uma equipe eficaz será diminuída.
identificação consciente. Viver é conhecer o Outro, é saber sobre o Outro, é
07. Um trabalho em equipe será tanto menos produtivo quanto mais o chefe
ajudar o Outro, o que envolve a aceitação de que vivemos com os Outros.
do serviço definir os objetivos e metas, porque essa conduta reduz a
São teias entrelaçadas de passados encontros, intercâmbios, associações
criatividade do grupo.
naturais das grandes batalhas de crescimento pessoal. “Somos partícipes
de uma natureza comum e as mesmas causas que contribuem para o
benefício de um contribuem para o benefício do outro”. (William Godwin). 08. O trabalho em equipe se tornou parte essencial do modo como as
organizações de hoje realizam suas atividades.
Devido ao nosso entrelaçamento natural com todos os seres humanos, Sobre equipes, é INCORRETO afirmar:
somos capazes de influenciá-los tanto como eles nos influenciam. Nós nos a) Superam os indivíduos quando as tarefas realizadas exigem aptidões
entendemos um ao outro. Procuro desvendar “a reciprocidade de múltiplas, discernimento e experiência.
perspectivas”. Na interpretação profunda das novas viabilidades sempre b) São mais sensíveis e flexíveis a eventos variáveis do que os
perguntei aos meus pares: – Interpretei corretamente esta idéia ou existem departamentos tradicionais ou outras formas de agrupamentos
outras premissas? Mentes pensando juntas, aceleram os processos de permanentes.
desenvolvimento de civilizações mais humanizadas. c) Possuem capacidade para a rápida formação, deslocamento, mudança
de objetivos e dissolução.
“Se cada um de nós tivesse de confessar o seu mais íntimo desejo,
d) Equipes pequenas, com menos de doze membros, tendem a desenvolver
escreve o ensaísta E. M.Cioran, aquele que inspira todos os seus atos e
a coesão, o comprometimento e a responsabilidade mútua, em níveis
projetos, ele diria “Eu quero ser elogiado”.Todavia nada o levará a confessar
inferiores aos necessários para alcançar um desempenho elevado.
tal coisa, pois é menos desonroso cometer um crime que anunciar uma
e) Os estágios iniciais da formação de uma equipe demandam muito tempo
fraqueza tão humilhante e deplorável, originária de uma sensação de
em seu desenvolvimento, enquanto seus membros aprendem a trabalhar
solidão e insegurança, um sentimento que aflige tanto os afortunados como
com a diversidade e a complexidade.
os desafortunados, com igual intensidade”.
Quando nos sentimos extremamente solitários, extremamente 09. Sobre o estabelecimento de metas para as equipes de trabalho, é
abandonados e deprimidos, estes momentos servem para nos avisar da INCORRETO afirmar que as metas
unicidade do mundo e de nosso lugar, bem como de nossa missão dentro a) levam os indivíduos a um melhor desempenho.
dele. A interação humana é uma fonte de grande consolo e incentivo para b) dissociam indivíduos que têm competências distintas.
nós. São muitos os motivos para nos tratar com delicadeza e consideração, c) facilitam a comunicação no desenvolvimento do trabalho.
porque só assim conseguiremos investir acertadamente na delicada teia da d) mantêm as equipes concentradas em torno do foco.
vida. e) norteiam a obtenção de resultados a serem alcançados.
Vivemos em contato com outras pessoas, às vezes não temos noção 10. Sobre as equipes de trabalho no âmbito das organizações, é correto
de que caminhamos juntos, unidos por um mesmo ideal, mas, quando afirmar:
entendemos, sentimos o conforto e o consolo de termos amigos e a) Membros de equipes bem sucedidas dedicam pouco esforço e pouco
companheiros nesta longa viagem de crescimento pessoal e espiritual. A tempo discutindo, definindo e estabelecendo um acordo em torno de uma
evolução do mundo depende do efetivo trabalho de cada um de nós. Jamais missão, devido à harmonia e à sinergia elevada existente entre seus
estamos sozinhos e essa unicidade é eterna. “Não existe nada tão membros.
comovente – nem mesmo atos de amor ou ódio – como a descoberta de b) Equipes eficazes possuem uma missão comum.
que não se está sozinho”. (Robert Ardrey). Lúcia Regina Diniz Trindade c) A missão relevante não provê aos membros de uma equipe direção e
PROVA SIMULADA comprometimento.
d) Equipes de trabalho bem sucedidas não dispõem de pessoas para
Assinale: ocupar papéis-chave selecionadas segundo suas habilidades e
C = verdadeira preferências, embora alguns indivíduos possam desempenhar múltiplos
E= falsa papéis.

Trabalho em equipe 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) Os gerentes, ao harmonizar as preferências individuais com os papéis _______________________________________________________
demandados pela equipe, limitam as chances de que seus membros
trabalhem bem em conjunto. ______________________________________________________
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RESPOSTAS
01. C _______________________________________________________
02. E _______________________________________________________
03. C
04. E _______________________________________________________
05. C _______________________________________________________
06. C
07. E _______________________________________________________
08. D
09. B _______________________________________________________
10. B _______________________________________________________
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Trabalho em equipe 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE nhias familiares, cujo crescimento se dá com rapidez em determinadas
circunstâncias, que a diretoria -- por inércia, desconfiança ou simples
ADMINISTRAÇÃO. incapacidade de delegar um número cada vez maior de funções diretivas --
Características das organizações formais: tipos de estrutura organi- pretenda continuar controlando todo o processo empresarial.
zacional, natureza, finalidades e critérios de departamentalização. A incapacidade material de abranger todas essas funções dá origem a
Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, um verdadeiro gargalo, que pode prejudicar seriamente a tomada de deci-
controle e avaliação. sões e outros aspectos da atividade empresarial.
Comportamento organizacional: motivação, liderança e desempe-
nho. Funções de direção
Os órgãos de direção da empresa têm a função específica, que só a
eles compete, de determinar as políticas empresariais a curto e a longo
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO prazo. Outra função da direção da empresa è a coordenação dos diferentes
setores. Uma empresa pode ser comparada a uma máquina grande e
A tarefa de administrar uma empresa -- planejar seus objetivos, mobili- complexa, cujas peças devem se adaptar entre si de modo a atingir uma
zar os meios necessários para atingi-los e controlar os resultados obtidos -- otimização de seu funcionamento geral.
tem sido considerada tradicionalmente mais uma arte ou uma qualificação Para pôr em prática sua missão, a direção da empresa dispõe de dife-
adquirida pela experiência do que um conjunto de técnicas baseadas no rentes procedimentos que podem ser classificados como instrumentos de
conhecimento científico. No mundo contemporâneo, contudo, os adminis- planejamento, de organização e de controle.
tradores de empresas, se desejam permanecer atualizados, aproveitar Planejamento. Planejar é antecipar a forma em que se darão no futuro
todas as oportunidades e enfrentar a concorrência, devem aplicar técnicas determinados acontecimentos. Por meio do planejamento se estabelece a
extremamente complexas, como a mercadologia, a análise financeira, a ordem futura dos fatos que constituem o desempenho da empresa. Dessa
programação linear e outras que exigem sólida formação profissional e maneira se assegura o funcionamento correto da entidade frente a interfe-
aprendizado permanente. rências não previstas em seu processo produtivo. Pode-se considerar o
planejamento como um conjunto de decisões antecipadas tendentes a guiar
Natureza e quadro jurídico da empresa a empresa até seus objetivos.
Define-se uma empresa como um conjunto de pessoas e meios mate- A forma de planejamento varia de acordo com o tipo de empresa. Exis-
riais cuja atividade é orientada para a produção de bens econômicos, isto é, tem setores produtivos em que as oscilações imprevistas do mercado, a
bens ou serviços que satisfazem às necessidades humanas. escolha de opções que implicam grandes riscos e outras circunstâncias --
Essa definição se aplica tanto às empresas capitalistas, próprias do sis- intrínsecas ou extrínsecas à empresa -- impõem um sistema de planeja-
tema de livre mercado, que buscam a obtenção de lucro e decidem sua mento flexível, capaz de adaptar-se a qualquer momento a um ambiente
própria política econômica, quanto àquelas que atuam em um sistema em mutação. Por outro lado, há setores em que o planejamento deve ser
econômico coletivizado, e que têm como objetivo o cumprimento de metas muito rígido, com um grau bastante preciso de explicitação numérica dos
impostas através de um plano traçado pelas autoridades econômicas do resultados em cada uma das seções da empresa. É este habitualmente o
estado. Mesmo nos países de economia de mercado existem empresas de caso das empresas estatais nos países de economia dirigida.
propriedade pública, como é em geral o caso das redes de transporte O planejamento global da empresa deve ater-se, a curto prazo, às limi-
urbano, das companhias estatais de petróleo etc., para as quais a obtenção tações que lhe impõe o setor mais fraco de todos os que constituem a
de lucro pode ou não constituir o objetivo primordial. O que dá a uma insti- entidade, adaptando o conjunto ao gargalo formado pelo referido setor.
tuição o caráter de empresa, seja qual for o sistema econômico e social em Assim, por exemplo, se a empresa tem diante de si um mercado de gran-
que esteja inserida, é sua atividade e não seu objetivo. Uma empresa é a des possibilidades, mas sua capacidade de produção é insuficiente, o
combinação de bens materiais e de trabalho humano com a finalidade de planejamento a curto prazo deverá tomar como referência essa capacidade
produzir bens ou serviços. limitada de produção, já que as potencialidades comerciais não poderão ser
O conceito de empresa, surgido na área econômica, é de difícil apre- utilizadas em sua totalidade pela falta de produtos para vender. A longo
ensão do ponto de vista jurídico. Constituída por um conjunto de bens, prazo, ao contrário, o objetivo do planejamento deverá ser a redução da
regulado pelas normas do direito patrimonial, uma empresa é também uma distância entre o setor fraco e os demais elementos da empresa. No caso
reunião de pessoas. Trata-se, assim, de uma entidade de conteúdo eco- citado anteriormente, seria necessário planejar a compra de novas máqui-
nômico, ao mesmo tempo, social. Em conseqüência disso, aplicam-se ao nas, a contratação de pessoal e a disposição adequada de todos os ele-
campo empresarial diversos ramos da ciência jurídica, tais como o direito mentos essenciais, com o objetivo de evitar que a capacidade produtiva da
comercial, trabalhista etc. Por outro lado, a diversidade de formas que uma empresa constitua um obstáculo para sua expansão comercial.
empresa pode assumir determina também as normas legais a ela aplicá-
veis. Organização
A finalidade da organização é conseguir a maior eficácia possível no
Direção e administração de empresas conjunto de operações que compõem a atividade da empresa. Para isso, a
Quando a empresa é constituída de uma só pessoa, cabe a esta a de- direção deve definir as funções, obrigações e responsabilidades dos diver-
terminação de objetivos e a escolha dos meios que serão empregados para sos cargos e níveis hierárquicos, tratando de evitar lacunas e superposi-
sua consecução. Entretanto, de modo geral, as empresas se compõem de ções. Além disso é preciso elaborar a rede geral de informações da empre-
um grupo de indivíduos entre os quais alguns são responsáveis pela toma- sa, através da qual as ordens e diretrizes circulem da maneira mais fluente
da de decisões. A questão se mostra mais complexa quando as contribui- possível, desde os escalões superiores até os mais inferiores, enquanto os
ções das diversas pessoas que compõem a empresa não são iguais, e resultados e das informações referentes ao controle fluem em sentido
também porque umas contribuem, por exemplo, com capital e outras com contrário.
trabalho. No mundo moderno a empresa é, na maior parte dos casos, uma Graças à organização, as operações de caráter repetitivo se mecani-
associação de elementos muito heterogêneos, cujos interesses nem sem- zam, de forma a tornar dispensável um processo de reflexão particulariza-
pre coincidem, e podem mesmo mostrar-se diametralmente opostos. Esses do. Sua execução se faz automaticamente, com o conseqüente ganho de
interesses estão normalmente submetidos a uma regulamentação jurídica tempo e rendimento.
muito complexa. Em conseqüência disso, surge a figura do diretor ou A organização, quando bem imaginada e executada, deve permitir que
administrador de empresas, que pode ou não ser a pessoa que detém a a direção da empresa se ocupe exclusivamente das questões importantes.
maior parte do capital. Os problemas menos relevantes se solucionam em níveis inferiores da
Pode acontecer que a empresa, em seu processo de crescimento, al- estrutura, sem que a alta direção tenha que lhes dedicar seus esforços. O
cance dimensões tais que os dirigentes da entidade perdem o controle fato de que os diretores se vejam forçados a tomar decisões em assuntos
sobre a totalidade de seus processos. Torna-se então manifesta a necessi- de pouca importância denuncia falha na organização da empresa.
dade de adotar uma adequada política de descentralização, que aplique O planejamento e a organização são dois fatores complementares:
também à alta direção o princípio da divisão do trabalho. Todavia, ocorre sem planejamento, uma empresa, apesar de perfeitamente organizada, não
com freqüência, sobretudo em empresas de tamanho médio ou em compa- poderá funcionar adequadamente. Do mesmo modo, uma idéia, por melhor

Conhecimentos básicos de Administração 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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que seja, permanece parada na fase de planejamento se não houver uma cam ou comercializam um grande número de artigos diferentes. Favorece a
organização adequada para levá-la a cabo. diversificação da produção e o estabelecimento da administração por
objetivos. Sua principal desvantagem em relação à departamentalização
Princípios de organização empresarial funcional, reside numa maior dificuldade para exercer um controle eficaz
Para a elaboração da estrutura organizacional correta de uma empresa sobre o conjunto da empresa.
é necessário considerar certos princípios, alguns de caráter geral e outros Existem muitos outros critérios de departamentalização: por áreas geo-
mais específicos. gráficas, por processos produtivos etc. É possível também adotar uma
(1) Princípio da unidade de objetivos. A estrutura organizacional da departamentalização mista, que obedeça de forma simultânea a diversos
empresa deve facilitar a contribuição de cada indivíduo, departamento ou critérios.
órgão para atingir os objetivos da entidade.
(2) Princípio da eficiência. A estrutura é eficiente se facilitar a consecu- Coordenação de atividades. A departamentalização divide as ativida-
ção dos objetivos com um mínimo de custos. des da empresa em grupos (departamentos). É preciso que haja coordena-
(3) Amplitude da autoridade. A expressão "amplitude de autoridade" é ção e integração dessas atividades, de modo que todas elas se articulem
empregada com referência ao número de subordinados sobre os quais um adequadamente, visando atingir os objetivos da entidade. Para essa finali-
chefe exerce controle direto e efetivo. Quanto maior essa amplitude, isto é, dade podem-se utilizar diversos procedimentos: o primeiro consiste na
quanto maior o número de subordinados diretos, mais difícil e, para o chefe, aplicação do princípio hierárquico, segundo o qual a integração se realiza
manter um controle eficaz sobre suas atividades. Por outro lado, se numa mediante uma autoridade central, sistema que se mostra muito eficaz em
organização se restringe demais essa amplitude, cria-se um número exces- organizações de pequeno tamanho. Em organizações de certa complexida-
sivo de escalões hierárquicos e a informação que deve circular entre eles de, o sistema hierárquico se mostra insuficiente e deve ser complementado
terá que percorrer vários passos sucessivos até chegar ao indivíduo que com sistemas administrativos, que são procedimentos formais que levam à
dela necessita. Isso provoca maior lentidão no processo decisório e se realização automática do trabalho rotineiro de coordenação.
traduz em falta de eficácia. Outro meio de coordenação é a criação de comissões, que são grupos
É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, em que a amplitude de au- de pessoas, normalmente procedentes de diferentes seções ou departa-
toridade seja suficientemente pequena para permitir o controle dos subordi- mentos, encarregadas de realizar em conjunto uma determinada tarefa. Por
nados e aberta o bastante para não obstar o fluxo de informações nos fim, a atuação, à margem da estrutura organizacional formal, de certas
vários escalões da empresa. pessoas que agem como pontos de ligação facilita bastante a coordenação
(4) Divisão e especialização do trabalho. Aplica-se aos casos de tare- entre setores distintos de uma organização.
fas repetitivas e rotineiras, que são as mais freqüentes no cotidiano de uma
empresa. A divisão de trabalho entre vários indivíduos ou grupos, dedica- Modelos comuns da estrutura organizacional
dos a atividades específicas, permite centralizar a atenção em um número A estrutura organizacional geralmente obedece a um dos três modelos
menor de operações ou problemas, trazendo maior rendimento com o básicos seguintes: linear, funcional ou matricial. A organização linear estará
mesmo esforço. rigidamente fundamentada nos princípios da hierarquia e unidade de co-
Ainda que se reconheça a conveniência da divisão do trabalho e a con- mando. Nela, cada subordinado obedece seu chefe imediato e não há
seqüente especialização dos membros da empresa, deve-se considerar comunicação direta entre os diferentes grupos ou departamentos. A coor-
que, levada essa prática além de certo limite, os resultados podem ser denação se efetua exclusivamente por meio da escala hierárquica.
contraproducentes. De um lado surge o perigo de que a estrutura organiza- A organização funcional é aquela que se propõe a estabelecer a depar-
cional fique sobrecarregada, por tornar-se excessivamente complexa. De tamentalização por funções em todos os níveis da empresa. Nos casos em
outro ângulo, é possível que o trabalhador venha a perder a sensação de que se combinam numa mesma estrutura a organização funcional e uma
realizar um trabalho útil, o que reduz sua motivação e faz diminuir a produ- organização orientada para a realização de projetos concretos, surge a
tividade. chamada organização matricial. A característica determinante da organiza-
(5) Unidade de comando. Um subordinado tem, em geral, um chefe do ção matricial é a interação dos fluxos de autoridade: um deles, vertical,
qual depende diretamente em seu trabalho. Na prática, contudo, é freqüen- corresponde à organização funcional, o outro, horizontal, emana da autori-
te o cruzamento dos fluxos de autoridade. Assim, por exemplo, o trabalha- dade técnica ou de projeto.
dor de uma oficina depende de seu capataz, mas em questões referentes à Órgãos de assessoria. A designação órgão de assessoria, ou simples-
disciplina pode estar subordinado ao chefe do pessoal. Em princípio, a mente assessoria, engloba pessoas ou departamentos desprovidos de
unidade de comando significa que a organização deve estar disposta de autoridade e que, portanto, não se encaixam no esquema linear senão
modo tal que, em caso de conflito entre ordens emanadas de autoridades como adjuntos a órgãos de comando, com os quais colaboram na tomada
diferentes, fique clara a precedência de uma delas sobre as outras. de decisões.
(6) Autoridade e hierarquia. A autoridade consiste, nas palavras de Controle. O controle tem a finalidade de avaliar em que medida são a-
Henri Fayol, no "direito de mandar e no poder de fazer-se obedecer". A par tingidos os objetivos da empresa, localizar possíveis desvios e pôr em
da autoridade se situa a responsabilidade; quem exerce a autoridade deve execução mecanismos que permitam sua correção. Quando se realiza
assumir a responsabilidade conseqüente. depois de efetuada a tarefa, o controle se denomina realimentação. Tam-
A hierarquia é uma estrutura dentro da qual cada indivíduo está subordina- bém é possível estabelecer um controle de pré-alimentação, que se exerce
do a outro e, por sua vez, tem outros indivíduos a ele subordinados. A sobre as variáveis que intervêm, no processo antes que este ocorra.
função da hierarquia baseia-se na descentralização das diretrizes de traba- Existem muitos tipos diferentes de controle nas empresas, ou, em sen-
lho, mediante a delegação de autoridade. Isso permite a transmissão des- tido mais geral, nas organizações. O controle de qualidade determina se
centralizada de ordens, em sentido descendente, e a centralização das um produto preenche os requisitos prefixados. O controle integrado de
informações sobre os resultados, em sentido ascendente. gestão consiste no emprego de um conjunto de subsistemas de controle,
que fiscalizam todos os aspectos da atividade empresarial e produzem
Departamentalização da empresa periodicamente quadros de comando, quadros de pontos fracos e fortes,
O princípio da hierarquia e da autoridade produz uma diferenciação quadros comparativos com as demais empresas do setor etc., que refletem
vertical de atividades na empresa. O princípio da divisão e da especializa- o estado da empresa em dado momento. O chamado PPBS (Planning-
ção do trabalho estabelece, por sua vez, uma diferenciação horizontal. A Programming-Budgeting System, ou Sistema de Planejamento, Programa-
conjunção de ambas as diferenciações dá o perfil da estrutura organizacio- ção e Orçamento) é um sistema integrado de controle de programas e
nal. orçamentos, postos em prática pela primeira vez em 1961 no Departamento
A departamentalização se refere à reunião das diversas atividades da de Defesa dos Estados Unidos. Mais tarde esse sistema se generalizou
empresa em seções, departamentos, setores etc. Esse agrupamento pode entre os órgãos do governo federal daquele país e também entre numero-
obedecer a diferentes critérios, dos quais o mais comum é o do agrupamen- sas entidades públicas e empresas privadas.
to por funções. A departamentalização funcional se ajusta bem ao princípio
da especialização e favorece o controle exercido pela alta direção da em- Evolução da administração de empresas
presa. Muitas atividades humanas que são hoje objeto de tratamento científico
A departamentalização por produto é própria de empresas que fabri- passaram por uma fase inicial em que eram tidas como arte ou como

Conhecimentos básicos de Administração 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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conjunto de conhecimento empíricos, só adquiridos pela experiência indivi- estado de Illinois, Estados Unidos, entre 1927 e 1932.
dual. A atividade empresarial não escapou a essa regra. Até o início do Com a finalidade de melhorar a produtividade dos operários, e dentro
século XX essa atividade era vista como uma habilidade especial ou decor- da lógica plenamente racional da escola da organização científica do traba-
rente da intuição de certas pessoas. lho, foram estudadas as condições ideais de iluminação das oficinas. Expe-
Mais tarde, com o descobrimento das leis que regem o funcionamento rimentaram-se vários tipos de iluminação, desde uma extremamente fraca
das empresas, multiplicaram-se em todo o mundo as instituições de ensino até outra bastante intensa, conseguindo-se melhora de produtividade em
da administração. A análise operacional, a psicologia industrial, a mercado- todos os casos. Esse resultado era imcompreensível do ponto de vista da
logia, a informática e a organização administrativa, entre outras, se torna- organização científica do trabalho. Mayo e seus colaboradores demonstra-
ram disciplinas científicas cujo domínio é obrigatório para quem dirige as ram, contudo, que o aumento da produtividade não se devia a nenhuma
empresas. causa material, mas sim à mudança ocorrida -- no momento da realização
A chamada reciclagem, ou seja, a atualização permanente de conhe- das experiências -- nas relações sociais entre a direção da empresa e os
cimentos específicos, é hoje prática indispensável para os profissionais da trabalhadores e, em conseqüência, à mudança entre os próprios trabalha-
administração que desejam adaptar-se a novas técnicas e conceitos. dores.
Depois de longos estudos, Mayo e sua equipe chegaram às seguintes
Organização científica do trabalho: Taylor conclusões: (1) o comportamento do trabalhador não é simplesmente
O americano Frederick Winslow Taylor foi o primeiro a dar tratamento individual e deve ser apreciado dentro do contexto do grau ao qual ele
científico aos problemas referentes à organização do trabalho. Na obra pertence; (2) há outras formas de motivação para o trabalho, além daquelas
The Principles of Scientific Management (1911; Princípios de administração reconhecidas pela escola clássica; (3) além da organização formal, estuda-
científica) Taylor desenvolveu duas teses fundamentais, extraídas da da racionalmente pela escola clássica, existe uma organização informal --
análise de um grande número de casos, e sistematizou suas observações redes de amizade, liderança pessoal etc. -- que afeta o funcionamento do
sobre o funcionamento de diversas empresas em seu país. grupo.
O pensamento de Taylor foi elaborado em torno de três eixos princi- As pesquisas realizadas por Mayo vieram a constituir a base da socie-
pais. Em primeiro lugar está a distribuição das tarefas, a qual deve ser feita dade industrial, desenvolvida sobretudo depois da segunda guerra mundial.
com extremo cuidado, estabelecendo-se diversos escalões intermediários Seu conhecimento é fundamental para a moderna administração de empre-
entre a direção da empresa e o operário que realiza o trabalho material. sas. (Extraído de ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.)
Taylor examinou em minúcias a função de controladores, chefes de equipe
etc., e propôs pela primeira vez um sistema de comunicação interno para a Características básicas das organizações formais:
empresa, de cima para baixo -- isto é, dos escalões superiores para os
inferiores --, mediante instruções escritas, estudadas e preparadas com  Tipos de estrutura organizacional
antecipação suficiente para a realização concreta das tarefas correspon-  Natureza
dentes.  Finalidade e critérios de departamentalização
A segunda vertente básica do chamado taylorismo é o estudo detalha-
do dos movimentos e tempos necessários para realizar as tarefas, divididas ORGANIZAÇÃO FORMAL
em seus componentes mais elementares. Assim, pode-se chegar a uma Organização e o estabelecimento de uma estrutura formal de autorida-
fórmula capaz de otimizar métodos e tempos, de modo que o trabalho seja de, mediante a qual se definem, dispõem e coordenam as fases e métodos
realizado com menor esforço e maior velocidade possível. de trabalho para se atingir um objetivo.
Intimamente relacionado com o anterior está o terceiro fator: o estudo
das máquinas necessárias para o processo produtivo e sua localização A organização formal constitui um sistema estrutural.
correta, com o objetivo de obter o máximo rendimento.
As fórmulas de organização estabelecidas por Taylor tiveram êxito i- A estrutura formal da empresa está assentada nos princípios da divisão
mediato. Rapidamente aplicadas pelas empresas nos anos que se segui- do trabalho, da especialização, da hierarquia, da autoridade e da responsa-
ram à primeira guerra mundial, contribuíram para elevar consideravelmente bilidade. São estes, pois, os fundamentos da Organização.
a produção geral do sistema. Entretanto, o taylorismo teve pouca influência
além da organização material das oficinas. ORGANIZAÇÃO FORMAL
Fayol e o fayolismo. Quase ao mesmo tempo em que Taylor realizava
seus estudos nos Estados Unidos, surgiram na França os de Henri Fayol, As principais características da organização formal são:
engenheiro de minas. A análise de Fayol teve um enfoque oposto ao de a. Divisão do Trabalho — Maneira pela qual um processo complexo
Taylor. O autor francês dirigiu sua atenção à estrutura organizacional da pode ser decomposto em uma serie de pequenas tarefas. A divi-
empresa, começando pela cúpula desta. Distinguiu então seis diferentes são foi iniciada ao nível de operários, com a Administração Cientí-
classes de funções: técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil, e fica alçando os mais elevados escalões da organização, com a
administrativa. Destacou que a função de alta direção da empresa é quase Teoria Clássica, cuja aceitação e divulgação foi devida aos seguin-
exclusivamente administrativa e fixou princípios da administração, alguns tes fatores: padronização e simplificação das atividades do operá-
dos quais já foram tratados aqui especificamente. As idéias de Fayol, que rio; melhor especialização com o detalhamento das tarefas; melhor
encarava o fenômeno empresarial sob uma ótica mais ampla que a de aproveitamento do trabalho especializado através da departamen-
Taylor, tiveram grande repercussão e foram adotadas inclusive por algumas talização; melhor eficiência da organização; redução dos custos de
administrações públicas européias. Entretanto, como aconteceu com o produção, sobretudo os de mão-de-obra e de materiais diretos.
taylorismo, as empresas privadas americanas passaram a pôr em prática b. Especialização — Cada órgão ou cargo passa a ter funções espe-
as idéias de Fayol antes mesmo de suas congêneres da Europa. cializadas, como conseqüência da divisão do trabalho. Defendida
Nascimento da moderna sociologia industrial. As concepções tayloris- pela Teoria Clássica com base no pressuposto de que a concen-
tas e fayolistas (a chamada escola clássica de administração de empresas) tração de esforços em campos limitados permite incrementar a
partem de um princípio muito simples no que diz respeito à psicologia do quantidade e qualidade da produção.
trabalhador: o comportamento do homem frente ao trabalho é guiado uni- c. Hierarquia — Como decorrência das funções especializadas surge
camente pelo interesse material. Por isso, para que o trabalhador renuncie a função de comando, que tem a missão de controlar e dirigir todas
a sua espontaneidade natural e se adapte ao trabalho como um mero as atividades. Desta forma, a organização precisa de uma estrutu-
prolongamento da máquina -- requisito imprescindível para se conseguir a ra hierárquica, além da estrutura de funções. Daí o princípio de hi-
maior produtividade possível -- é necessário dar-lhe um incentivo. Só há erarquia que deve existir em toda organização formal. A hierarquia
duas maneiras de se conseguir isso: mediante aumento dos salários ou divide a organização em níveis de autoridade, onde os superiores
melhoria das condições de trabalho, como por exemplo, a diminuição da possuem certo tipo de autoridade sobre os inferiores. Portanto, a
jornada. estrutura formal apresenta uma cadeia de níveis hierárquicos so-
Os fundamentos psicológicos do taylorismo começaram a cair por terra brepostos (cadeia escalar), formando geralmente uma pirâmide,
a partir das experiências levadas a cabo por uma equipe dirigida pelo tendo a direção no topo (nível decisorial), os executadores na base
australiano Elton Mayo nas oficinas da companhia Western Electric, no (nível oporacional ou executório) e nos níveis intermediários as

Conhecimentos básicos de Administração 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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demais camadas hierárquicas. O detentor da autoridade de linha muitas vezes não possui tempo para
c. Autoridade — Dentro da organização existem pessoas cumprindo digerir a carga de trabalho que lhe chega às mãos; outras vezes não tem o
ordens de outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suficiente conhecimento especializado para decidir sobre a enorme varie-
suas posições relativas, bem como o volume de sua autoridade em dade de problemas que deve tratar; é neste momento que entra em cena
relação às demais posições. um indivíduo ou um grupo de indivíduos dotados do que denominamos
e. Responsabilidade — Para os autores clássicos, a responsabilidade Autoridade de “Staff’, ou seja, indivíduos que têm autoridade para auxiliar,
advém da relação superior-subordinado e do fato de alguém ter apoiar, aconselhar, assistir a autoridade de linha, sem contudo decidir, pois
autoridade para exigir determinadas tarefas de outras pessoas. A o poder de decisão permanece privativo da Autoridade de Linha.
essência da responsabilidade é a obrigação de utilizar a autoridade
para exigir que sejam executadas as tarefas. O “Staff” (ou Assessoria) é considerado uma extensão da personalida-
f. Racionalismo — O princípio básico é que, dentro de certos limites, de do Chefe, exercendo uma autoridade própria não menos real que a de
os seus membros se comportarão de acordo com as nomas lógi- linha, a autoridade de idéias, consubstanciada através de CONSELHOS ou
cas de comportamento prescritas para cada um deles. PARECERES.
g. Coordenação — Para Fayol, a coordenação é a reunião, a unifica-
ção e a harmonização de toda a atividade e esforço. Relações
Entre o Assessor e o Chefe de Linha, estabelece-se, no sentido ascen-
HIERARQUIA dente uma relação de “Stafíf (ou de Estado-Maior, ou de Assessoria); o
É a disposição de níveis verticais de responsabilidades, em degraus de assessor assiste o Chefe de Linha, sem contudo impor ao mesmo o seu
importância de cima para baixo. Estes níveis caracterizam todas as formas julgamento.
de esforço cooperativo organizado.
Algumas vezes o Assessor tende o tomar a si o poder de decisão de
O número de níveis aumenta à medida que a empresa cresce. Chefe de Linha. Este fato, prejudicial à vida de empresa, pela dualidade de
comando que estabelece, resulta de uma ou mais das seguintes situações:
AUTORIDADE  Alguns Chefes de Linha, por deficiência ou insegurança pessoal se
É o direito ou poder de mandar. Segundo a fonte de onde emana esse apóiam demasiadamente nos seus Assessores.
poder ou direito, diz-se primária ou por delegação.  O tipo de trabalho desenvolvido pelos Assessores é um processo
eminentemente intelectual; eles estudam, coligem dados, chegam
A autoridade primária é a autoridade suprema da organização. Segun- a soluções por processos intelectuais muitas vezes acabando por
do Max Weber, a autoridade provém de três origens: se tornarem autênticos “cérebros” da organização.
Carismática: baseada na devoção afetiva e pessoal.  As vezes, o Assessor possui aptidões técnicas e conhecimentos
Tradicional: fundamentada nos costumes e normas da ordem especializados que o Chefe de Linha não tem. Desta forma, fre-
social vigente (estrutura patriarcal ou feudal). qüentemente os conselhos que dá têm necessariamente de ser
Legal: definida nos procedimentos formais, atos de institu- aceitos, o Chefe de Linha praticamente assinando em cruz.
ição, regulamentos etc.  Por outro lado, é comum encontrar-se Chefes de Linha cuja confi-
ança em seus próprios recursos o fazem impermeável a todo con-
A transferência de autoridade dos níveis superiores para os inferiores selho dos seus Assessores. Neste caso o “Staff’ tende a atrofiar-se
se processa através de Delegação. e desaparecer.

A autoridade não se exerce de modo absoluto. Há limitações impostas c) Autoridade Funcional


pela Lei, pela Ordem Social, por fatores físicos etc.
Conceituação
Em Administração, interessa-nos a autoridade legal e passaremos a A Autoridade Funcional é aquela que se exerce sobre determinados
abordar os tipos existentes em uma empresa. assuntos ou determinadas espécies de atividades. Ela envolve a capacida-
de para emitir ORIENTAÇÃO NORMATIVA sobre determinados atos ou
Serão aqui apresentados quatro Tipos de Autoridade a saber: operações de pessoas sujeitas a diferentes autoridades hierárquicas. A
Autoridade Funcional é confiada a uma pessoa para que ela possa regula-
Autoridade de Linha (ou Hierárquica) mentar um certo número de atividades basicamente homogêneas cujo
Autoridade de “Stafl” (ou de Estado-Maior) grupamento é denominado Função.
Autoridade Funcional
Autoridade de Fiscalização A Autoridade Funcional não possibilita determinar as ações a serem
executadas, ela deve, isto sim, definir as DIRETRIZES segundo as quais a
a) Autoridade de Linha (ou Hierárquica) ação comandada pela autoridade hierárquica se desenvolvera.

Conceituação Relações
É aquela que se estabelece entre dois indivíduos, ou dois órgãos, um
dos quais possui autoridade funcional sobre o outro. Assim, numa empresa,
A autoridade de Linha (ou Hierárquica) é aquela que se exerce direta-
um Chefe de Linha, além de autoridade hierárquica do seu superior imedia-
mente sobre as pessoas que integram um órgão; envolve a capacidade de
to, recebe autoridade funcional dos responsáveis pelas funções com as
um chefe para dar ordens aos seus subordinados, coordenar sua ação e
quais se relacionam suas atividades.
cobrar resultados; a autoridade de Linha se manifesta através de ORDENS
que emanam dos superiores para os respectivos subordinados.
Exemplificando: se desejar autorizar horas extraordinários para seus
subordinados, terá de cingir-se às diretrizes baixadas pelo Diretor ou Ge-
Relações
rente Pessoal; ao elaborar um relatório de despesas de viagem terá de
Entre o superior e o subordinado estabelece-se uma relação de linha
levarem conta as diretrizes emitidas pelo Diretor ou Gerente Financeiro.
ou hierárquica; todos os empregados estão ligados ao Presidente por uma
relação de linha ou hierárquica; a linha de autoridade, partindo do mais
Conflitos
elevado nível hierárquico da empresa, corre sem interrupção até atingir os
Em princípio não deveria haver conflito entre estas duas autoridades,
elementos situados nos níveis inferiores.
cada uma delas limitada por atribuições bem definidas que harmonizaram
sua interação. Entretanto, podem surgir dificuldades, seja pela falta de
b) Autoridade de “Staff’ (ou de Estado-Maior)
coerência dos textos, seja por sua interpretação errônea ou por sua dificul-
dade de aplicação a problemas complexos. Acontece então um enfraque-
Conceituação
cimento de controle disciplinar, dificuldades de coordenação e aumento

Conhecimentos básicos de Administração 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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considerável dos canais de comunicação. e) Setor (Setor de Testes Psicotécnicos)

Em caso de conflito entre uma e outra, a prática parece favorecer a LI- Critérios de Departamentalização
MITAÇÃO DA AUTORIDADE FUNCIONAL para não enfraquecer a posição Como vimos, os critérios de Departamentalização utilizados para o a-
do Executivo de Linha (esse está mais próximo da ação). grupamento de atividades são por função (ou propósito), por produto (ou
serviço), por processo, por clientela, por localização (ou área geográfica) e,
A Autoridade Funcional deve portanto ser usada COM PARCIMÔNIA e antes de apresentar cada um individualmente, tornam-se necessários dois
somente quando existirem influências externas (que devem ser interpreta- esclarecimentos:
das por especialistas) e internas (quando os assuntos são de tal importân-  A grande maioria das empresas não adota um único Critério
cia e complexidade que torna-se necessário um grau máximo de uniformi- de Departamentalização, empregando em seu lugar um CRITÉRIO
dade de ação). MISTO, de modo que não haja uma estrutura rígida e sim que as
atividades sejam agrupadas de forma que contribuam melhor para
d) Autoridade de Fiscalização a realização dos objetivos da empresa.
 Apesar do nome Departamentalização sugerir que os órgãos cria-
Conceituação dos devam denominar-se Departamentos, isto não se verifica. A
nomenclatura a ser utilizada fica a critério do organizador devendo
apenas ser coerente e uniforme para toda a empresa, como já foi
É aquela que consiste em zelar pela observância de um conjunto orgâ- assinalado anteriormente.
nico de regras, verificando se a execução está sendo realizada de acordo
com os regulamentos e instruções em vigor. E a autoridade típica de uma Departamentalização por Função (ou Propósito)
Auditoria, de um Conselho Fiscal nas Sociedades Anônimas e das Inspeto- Ocorre quando são agrupadas num mesmo órgão as atividades que
rias de Segurança Industrial. possuam uma singularidade de propósitos ou objetivos. É talvez o critério
mais extensamente empregado, e está presente em quase todas as em-
Modalidade de Ação presas, em algum nível hierárquico da Estrutura de Organização.
Os indivíduos investidos deste tipo de autoridade não podem interferir
na gestão mediante ordens, cabendo-lhes apenas verificar, através de Departamentalização por Produto (ou Serviço)
VISITAS, EXAMES DE DOCUMENTOS e CONFERENCIAS DE BENS, a Ocorre quando são agrupadas, num mesmo órgão, as atividades dire-
conformidade de atos ou situações a princípios de ética, leis do país e tamente relacionadas a um determinado produto ou serviço.
normas da empresa.
Departamentalização por Processo
RESPONSABILIDADE Ocorre quando são reunidas, num mesmo órgão, as pessoas que utili-
E a aceitação do papel a ser desempenhado na organização, composto zam um mesmo tipo de equipamento ou de técnica. Nos órgãos organiza-
de tarefas, missões, atividades. Todo cargo encerra um grau de responsa- dos de acordo com este critério, concentram-se todos ou quase todos os
bilidade. profissionais de determinada especialização ou profissão.
A Responsabilidade não pode ser delegada. Departamentalização por clientela
Ocorre quando o grupamento de atividades num mesmo órgão é feito
DEPARTAMENTALIZAÇAO com o objetivo de servir um grupo determinado de pessoas ou clientes. Há
É o processo de estabelecer unidades compostas de grupos, com fun- um interesse fundamental pelo cliente que passa a ser a razão primordial
ções relacionadas. Cada agrupamento é atribuído a um chefe, com autori- para grupar as atividades.
dade para dirigir tais atividades.
Departamentalização por Localização (ou Área Geográfica)
Torna-se pois importante que tais atividades sejam agrupadas logica- Este critério ocorre particularmente em empresas cujas atividades são
mente. físicas ou geograficamente espalhadas, nas quais se torna conveniente que
todas as atividades executadas numa determinada região sejam agrupadas
Diversos são os critérios para proceder-se à Departamentalização: e colocadas sob a chefia de um administrador local.
Por função: atividades similares;
por áreas geográficas: têm por base a localização; Existem ainda outros critérios que podem ser adotados, como:
por produto: segundo a linha de fabricação; por Período de Tempo.
por clientela: segundo o interesse do freguês ou cliente; por Quantidade de Força de Trabalho
por processo: de acordo com a tecnologia empregada. por Conveniência Empírica
Identificadas as atividades da empresa, elas serão agrupadas. Este a- Estes serão examinados em outra oportunidade.
grupamento ou arrumação das atividades será efetuado de acordo com os
determinados critérios inicialmente propostos por LUTHER GULICK.
PROCESSO ORGANIZACIONAL
Órgãos de Departamentalização
Resulta na criação dos átomos da empresa, que são seus Órgãos ou Planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação:
Unidades Administrativas.
PLANEJAMENTO
Os órgãos se distinguem uns dos outros de acordo com o elemento hi- FASES PARA GERAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO
erárquico de sua denominação, que indicará a importância do órgão da a. Obtenção de informação e dados
empresa. Não existe nenhuma regra fixa para a hierarquização das deno- b. Análise dos dados e informações obtidos
minações, sendo necessário, entretanto, que os títulos adotados sejam c. Previsão dos acontecimentos futuros
COERENTES e UNIFORMES para toda a empresa. d . Decisões sobre:
d.1 - fins; - especificações sobre metas e objetivos.
Os títulos mais comumente adotados na Empresa Privada, para indicar d.2- meios:- seleção das diretrizes, dos procedimentos, das nor-
posição hierárquica, são os seguintes: mas, dos orçamentos, programas e estratégia, através dos
a) Diretoria (exemplificando: Diretoria de Administração) quais as metas e objetivos serão alcançados.
b) Departamento (Departamento de Pessoal) d.3 - recursos: determinação dos tipos e quantidades de recur-
c) Divisão (Divisão de Recrutamento e Seleção) sos necessários, como deverão ser gerados ou adquiridos e
d) Seção (Seção de Seleção) como serão alocados as atividades.

Conhecimentos básicos de Administração 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d.4- implementação - projeto da política de tomada de decisão e "É Proibido Fumar" - É uma norma inteiramente sem relação com qual-
uma forma de organizá-la de tal modo que o plano possa ser quer procedimento. 0 procedimento, porém, regulamentando um manejo de
executado. pedidos, pode incorporar a norma segundo a qual todos os pedidos devem
ser submetidos à seção de crédito, no mesmo dia em que são recebidos,
NORMAS PARA UM PLANEJAMENTO EFICIENTE
“Os encarregados da inspeção, no setor de recebimentos, devem con-
a. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS tar ou pesar todos materiais recebidos pela empresa" - é outro exemplo de
Em todos os estágios do planejamento, é imperioso lembrar as finali- norma.
dades que se espera, sejam por ele atingidas.
As diretrizes guiam o raciocínio no processo de decisão através de-
O sucesso final de um plano depende do grau em que ele atinge os ob- marcação de áreas de arbítrio. As normas não facultam arbítrio em seu
jetivos desejados. Se os resultados estão abaixo dos objetivos, o plano emprego.
então falhou naquela quantidade ou proporção. d. ORÇAMENTOS
Um orçamento, visto como um plano, é uma afirmação de resultados
Um plano é um meio para um fim, e devera ser encarado dessa manei- esperados, expressa em termos numéricos. Pode ser apresentado em
ra. termos financeiros, como em homens-hora; unidades de produção; horas-
máquina, ou qualquer outra expressão numericamente mensurável. Pode
b- FLEXIBILIDADE DOS PLANOS tratar de operações (orçamento de despesas) ou investimentos de capital
Um plano deve indicar uma rota para as metas desejadas, mas assim (orçamentos de despesa de capital) ou ainda demonstrar o fluxo monetário
mesmo, deve ter um grau de flexibilidade. Um orçamento financeiro expres- (orçamento de caixa).
sa em termos monetários, quanto deverá ser gasto, em algum período
futuro, para que certas finalidades sejam conseguidas. Mas, durante esse Um orçamento obriga uma empresa a fazer antecipadamente (seja
período, poderão ocorrer variações diferentes das esperadas e, para tanto, com antecipação de uma semana ou de 5 anos) uma compilação numérica
deverá ser estabelecido um plano que faça concessões para desvios das do fluxo do numerário esperado, de receitas e despesas, de investimentos
condições planejadas. Assim, o orçamento é estável no que se refere ao ou utilização de homens-obra ou horas-máquina.
estabelecimento de uma rota para os objetivos desejados mas, é flexível no
que diz respeito às variações em quantias fixos que a rota poderá sofrer. O orçamento é necessário para o controle mas, não pode servir um
c. CLAREZA NA REDAÇÃO padrão coerente de aferição a menos que reflita os planos.
Um bom plano deve ser claro e compreensível. Um plano pode ser cla-
ro para o planejador, mas o será também para quem o vai usar? Além e. PROGRAMAS
disso, o planejador tem a responsabilidade de transmitir um plano de modo Programas são um complexo de diretrizes, procedimentos, normas,
que os que vão utilizá-Io acreditem na sua eficácia e bom senso. designação de obrigações e outros elementos necessários para dar anda-
mento a um certo curso de ação. Os programas podem ser tão importantes,
TIPOS DE PLANO como o de uma empresa aérea para adquirir uma frota de jatos de 800
milhões de dólares ou, mais simples, como o formulado por um único
a. DIRETRIZES encarregado num departamento de peças para melhorar a moral de seus
São afirmações ou entendimentos generalizadas que orientam ou ca- subordinados.
nalizam o raciocínio no processo de tomada de decisão pelos subordina-
dos. No 1.º caso o programa inicial exige muitos programas derivados co-
mo:
As diretrizes delimitam uma área dentro do qual uma decisão deve ser e.1- provisionamento das bases de operação e manutenção com
tomada e asseguram que essa decisão seja compatível com os objetivos e componentes e peças;
contribua para que eles seja alcançados. e.2- treinamento do pessoal encarregado;
e.3- especialização de pilotos a engenheiros de vôo;
Tanto as diretrizes como os objetivos orientam os pensamentos à ação, e.4- recrutamento de novos elementos;
mas com uma diferença: os objetivos são pontos terminais do planejamen- e.5- escalonamento de voos;
to, ao passo que, as diretrizes canalizam decisões no processo até esses e.6- publicidade adequada ao novo serviço;
pontos, ou seja, as diretrizes conduzem aos objetivos, assim como uma e.7- financiamento das aeronaves e respectivos seguros.
série de itinerários alternativos conduzem a uma cidade.
Esses e outros programas devem ser elaborados e executados antes
b- PROCEDIMENTOS que qualquer novo aparelho seja recebido e colocado em serviço. Além
São também planos para estabelecer um método costumeiro de lidar isso, todos esses programas reclamam coordenação e sincronização pois,
com atividades, na realidade, são mais guias de ação do que de raciocínio o fracasso de qualquer um deles, atrasará o programa principal e, em
e especificam a maneira exata pela qual uma certa atividade deve ser conseqüência, acarretará custos desnecessários e evasão de rendas por
realizada. terem sido executados "cedo demais" ou "tarde demais".

Sua essência é seqüência cronológica Assim, é raro encontrar-se em um programa de planejamento de algu-
ma importância, isolado.
Numa empresa industrial, o procedimento para atender a encomendas,
certamente compreenderá: Ele usualmente faz parte de uma complexa estrutura de programas de-
a. o departamento de vendas para o pedido original; pendendo de alguns, e afetando outros.
b. o departamento financeiro para a concessão do crédito;
c. o departamento de produção para produzir ou retirar do estoque; Mesmo um procedimento ou norma aparentemente sem importância
d. o departamento contábil para o faturamento; quando impropriamente concebido, pode arruinar um importante programa.
e. o departamento de expedição para estabelecer o roteiro e efetu-
ar a entrega. f. ESTRATÉGIA
Estratégias podem ser consideradas como planejamento interpretativo
c. NORMAS ou planos feitos à luz dos planos de um competidor.
As normas são, freqüentemente, confundidas com os procedimentos A competição existe onde duas ou mais pessoas lutam pelo mesmo ob-
embora as duas coisas sejam inteiramente distintas. A norma exige que jetivo, que poderá ser alcançado apenas por uma delas.
uma ação especifica e definida seja, tomada com respeito a uma situação
mas, não especifica uma seqüência de tempo. Se um administrador elabora seus planos sem atentar ao que seus

Conhecimentos básicos de Administração 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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competidores estão fazendo, está sujeito a que mesmo os seus melhores
projetos caiam por terra. b. COMUNICAÇÃO ORAL x COMUNICAÇÃO ESCRITA

Evidentemente, o melhor tipo de estratégia pode ser elaborado quando b.1- Comunicação Escrita:
o administrador tem conhecimento dos planos de seus competidores, em Vantagens :
caso contrário, deverá colocar-se no lugar delas, avaliar as circunstâncias I. podem ser retidas como documentos legais e fontes de
nas quais estão operando e modificar seus planos estrategicamente. referência.
II. São formuladas mais cuidadosamente.
CONCLUSÃO Desvantagens:
O planejamento é a função administrativa de determinar, adiantada- I. quando redigidas precariamente obrigam inúmeros es-
mente, o que um grupo deve fazer e quais as metas devem ser atingidas. clarecimentos escritos e orais, que tornam a mensagem
Um administrador planeja o trabalho dos outros. cara e confusa.
II. por segurança, isenção de responsabilidade ou para
Ele segue o que Frederick Taylor arquitetou ser um principio básico da créditos futuros as pessoas tendem à conservação de
administração, isto é, separar o planejamento do desempenho. O especia- uma volumosa documentação escrita como meio de de-
lista em administração deve planejar o trabalho do grupo e os membros do fesa ou ataque.
grupo devem especializar-se no desempenho do trabalho como este foi
planejado. b.2- Comunicação Oral :
Vantagens:
O planejamento é, ao mesmo tempo, o resultado visado, a linha de I. intercâmbio rápido, completo
conduta a seguir, as etapas a vencer, os meios a empregar; é uma espécie II. perguntas podem ser formuladas e respondidas imedia-
de quadro do futuro, é a marcha da empresa prevista e preparada para tamente.
certo tempo. III. a pessoa que fala é obrigada a ter contato direto com o
ouvinte e a se fazer entender.
DIREÇÃO Desvantagens:
I. transmissões sucessivas de uma mesma mensagem
Direção é a função administrativa de operar a organização (ou qualquer
acarretam perda na sua clareza; na comunicação oral,
sub-divisão), à medida que esta, ativamente, executa os planos traçados.
algo da ordem de 30% é perdido em cada transmissão.
Esta fase de administração, como o termo implica, dirige o grupo para II. Dificuldade na apuração de mérito ou responsabilidade.
as metas estabelecidas numa fase anterior de planejamento. Quanto mais
completos forem o planejamento e organização, tanto menores serão os CONTROLE
problemas inesperados e as decisões de última hora que o executivo Controlar é o exercício da função administrativa de restringir e regular
encontrará a medida que ele guiar, eficientemente, sua equipe para os vários fatores, de modo que as obras e projetos sejam completados pela
objetivos desejados. maneira porque foram planejados, organizados e dirigidos. Equivale a
verificar se cada pessoa faz a coisa certa, no tempo certo, no lugar certo e
Para dirigir subordinados um administrador tem que : com os recursos certos.
- motivar
- comunicar Certas pessoas se impressionam tanto com o significado de "controle"
- liderar que usam o termo como um equivalente para "administração". Assim,
muitas vezes deparamos com termos como "controle financeiro", "controle
COMUNICAÇÃO de material", "controle de qualidade" e "controle de pessoal". Nestes casos
Comunicação é uma troca dos fatos, idéias, opiniões ou emoções entre o controle recebe, realmente, o significado de administração; assim, contro-
duas ou mais pessoas, por meio de palavras, letras, símbolos ou mensa- le financeiro é essencialmente administração financeira, controle de materi-
gens. al e administração do material, etc.

O propósito da comunicação em uma empresa é efetivar mudanças e Neste contexto, controle não tem significado tão amplo, porque essa
influenciar ações. palavra não implica o suficiente para garantir o seu uso como sinônimo de
"administração".
a. PRINCÍPIOS DA COMUNICAÇAO:
a.1- Clareza; Controle define uma parte bastante importante do trabalho de adminis-
Comunicar sempre em linguagem compreensível, isto requer fami- tração e consiste em medir o desempenho de subordinados para assegurar
liaridade com padrões de linguagem dos subordinados, colegas e que os objetivos da empresa e os planos delineados para alcança-los,
superiores. sejam realizados. É, pois, a função segundo a qual cada administrador, do
a.2- Atenção: presidente ao mestre, certifica-se de que aquilo que é feito está de acordo
Dar toda a atenção quando do recebimento da comunicação. Ouvir com o que se tencionava fazer.
de maneira descontínua e esporádica; portar-se desatentamente;
ignorar ou saltar palavras escritas redunda em falta de compreen- ETAPAS DO PROCESSO DE CONTROLE
são. O processo básico de controle, onde quer que exista e qualquer que
a.3- Integridade : seja a coisa controlada, envolve 3 etapas:
Para um administrador a comunicação é sempre um meio e nunca 1. estabelecer os padrões
um fim. A integridade da empresa depende em parte, de apoiar a 2. medir o desempenho conforme esses padrões.
posição dos administradores subordinados. Os superiores muitas 3. corrigir desvios em relação aos padrões e aos planos.
vezes esquecem isso e enviam mensagens passando por cima
dos subordinados, num esforço de atingir diretamente os empre- a. Estabelecimento de Padrões
gados a que elas se destinam, é muito importante que o superior Padrões são critérios estabelecidos mediante os quais os resultados
imediato transmita e interprete as informações. reais podem ser medidos. Constituem a expressão de objetivos de plane-
a.4- Utilização da organização Informal jamento da empresa ou departamento, em termos tais que a prática efetiva
As mensagens fluem regularmente de superior a subordinados e dos deveres pode ser medida em relação a esses objetivos.
vice-versa, mas esse canal, às vezes, é inadequado para transmitir
de maneira rápida e compreensível, havendo, portanto, necessida- Os padrões podem ser físicos e representar quantidades de produto,
de de uma abordagem informal entre superior e subordinados. unidades de serviço, homens-hora, velocidade, volume dê rejeições, etc.,

Conhecimentos básicos de Administração 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ou podem ser formulados em termos monetários, tais como custos, rendas duo. O moral elevado é acompanhado de uma atitude de interesse, identifi-
ou investimentos ou ainda, expressos em quaisquer outros termos que cação, aceitação fácil, entusiasmo e impulso positivo, em relação ao traba-
medem o desempenho. lho; desenvolve a colaboração, porquanto ele se apóia em uma base psico-
lógica onde predominam o desejo de pertencer e a satisfação de trabalhar
b. Avaliação de Desempenho em grupo.
Se o padrão foi estabelecido apropriadamente e se há meios disponí- Por outro lado, o moral baixo é acompanhado por, uma atitude de de-
veis para determinar com exatidão o que os subordinados estão fazendo, a sinteresse, negação, pessimismo, rejeição e apatia com relação ao trabalho
avaliação do desempenho real ou esperado é relativamente fácil. e, geralmente, trazendo problemas de supervisão e de disciplina.

Nos tipos de trabalho menos técnicos, não somente será difícil estabe- Assim, o moral é uma conseqüência do grau de satisfação das neces-
lecer o padrão, como também será bastante trabalhosa a avaliação. sidades individuais.

Por exempIo, não é fácil controlar o desempenho de um diretor de fi- O homem é um animal dotado de necessidades que se alternam e se
nanças ou de um diretor de relações industriais, porque, raramente, se sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade surge
podem estabelecer padrões definidos e medir-se com exatidão o desempe- outra em seu lugar e assim por diante, continua e infinitamente.
nho. O superior desses administradores tende, muitas vezes, a confiar em
padrões imprecisos, tais como, o estado financeiro da firma, o entusiasmo e As necessidades motivam o comportamento humano dando-lhe direção
lealdade dos subordinados, a admiração dos colegas e o sucesso em geral e conteúdo,
do departamento (muitas vezes medido de maneira negativa pela ausência
de provas de fracasso). Ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis ou estágios de
motivação: à medida que vai crescendo e amadurecendo vai ultrapassando
É importante, portanto, ressaltar que à medida que as tarefas se afas- os estágios mais baixo e desenvolvendo necessidades de níveis, gradati-
tam da linha de montagem, da oficina ou da máquina de calcular o trabalho vamente, mais elevados. As diferenças individuais influem, poderosamente,
de controlar se torna mais complexo e muitas vezes, mais importante. quanto à duração, intensidade e possível fixação em cada um desses
estágios.
c. Correção dos Desvios
Se os padrões são estabelecidos para refletir a estrutura da organiza- Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessida-
ção e se o desempenho é medido nesses termos, a correção dos desvios é des fisiológicas, psicológicas e de auto-realização.
acelerada, pois o administrador sabe exatamente onde, na designação
individual ou grupal de tarefas, que medida corretiva deve ser aplicada. a.1- Necessidades Fisiológicas, Vitais ou Vegetativas
São inatas e instintivas e relacionadas com a sobrevivência do indiví-
A correção dos desvios no desempenho é o ponto em que o controle duo. Situadas no nível mais baixo são, também, comuns aos animais, e
se utiliza e se confunde com as demais funções administrativas. O adminis- exigem satisfações periódicas e cíclicas. As principais são: alimentação,
trador pode corrigir retraçando seus planos ou modificando seu objetivo; ou sono, exercício físico, satisfação sexual, proteção contra os elementos,
então poderá corrigir o desvio exercitando sua função de organizar, medi- segurança física contra os perigos.
ante redistribuição das tarefas, novas designações de pessoal, melhor
seleção e treinamento de subordinados, ou pelo último recurso para reno- a.2- Necessidades Psicológicas ou Sociais
vação de pessoal, a demissão. São necessidades exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas
no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de
Poderá ainda, corrigir por uma direção melhor, através de explicações necessidades.
mais detalhadas das tarefas, novas formas de incentivo ou liderança mais
enérgica. O homem procura, indefinidamente, maiores satisfações dessas ne-
cessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente.
AVALIAÇÃO – A aferição ou o julgamento da eficiência de uma ativida-
de administrativa. Necessidade de segurança íntima, necessidade de participação, ne-
cessidade de auto-confiança, necessidade de afeição, necessidade de
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL reconhecimento, necessidade de status, necessidade de pertencer, neces-
sidade de auto-afirmação, etc.
Motivação, liderança e desempenho a.3- Necessidades de Auto-Realização
São produtos da educação e da cultura a também elas, como as ne-
MOTIVAÇÃO cessidades psicológicas, são raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o
Todo administrador é responsável, em sua esfera de autoridade, pela homem vai procurando, gradativamente, maiores satisfações e estabele-
motivação de seus subordinados. Um presidente deve sentir-se responsá- cendo metas crescentemente sofisticadas.
vel por motivar, em primeiro lugar, os que prestam contas a ele diretamente
e, em segundo lugar, a todos os empregados da empresa. A necessidade de auto-realização é a síntese de todas as outras ne-
cessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de
Talvez, a melhor norma para um sistema salutar de motivação, seja esta em continuo auto-desenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
advertência bíblica "Faça aos outros o que quizeres que te façam".
b. Nem sempre a satisfação das necessidades é obtida. Pode existir
a. Necessidades Humanas e a motivação alguma barreira ou obstáculo que impeça a satisfação de alguma necessi-
O comportamento humano é determinado por causas que, às vezes, dade.
escapam ao próprio entendimento ou controle do homem. Essas causas se Toda a vez que alguma satisfação é bloqueada por alguma barreira
chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscien- ocorrem a frustração ou a compensação ou transferência.
tes que levam o indivíduo a um determinado comportamento,
Dessa forma, toda a necessidade humana pode ser satisfeita, frustrada
A motivação se refere ao comportamento que, é causado por necessi- ou compensada.
dades do indivíduo e que é dirigido no sentido dos objetivos que podem
satisfazer essas necessidades. b.1- Frustração
A frustração pode levar a certas reações generalizadas, a saber;
O moral é uma decorrência do estado motivacional, uma atitude mental - desorganização do comportamento:
provocada pela satisfação ou não-satisfação das necessidades do indiví- conduta ilógica e sem explicação aparente.

Conhecimentos básicos de Administração 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- agressividade; sentido de garantir sua liderança.
a liberação da tensão acumulada pode acontecer através da a-
gressividade física, verbal , simbólica, etc. A idéia de que a capacidade de liderança pode ser ensinada, está su-
- reações emocionais: jeita a polêmicas e controvérsias. Capacidades sumamente talentosas de
a tensão retida pela não satisfação da necessidade pode provocar liderança estão em evidência em toda parte, seja em grupos formais ou
ansiedade, aflição, insônia, distúrbios circulatórios, digestivos, etc. informais, desde jardins da infância até universidades, de instituições
- alienação e apatia sociais até o submundo e os lideres espontâneos parecem mais bem
o desagrado em face da não satisfação pode ocasionar reações de sucedidos do que aqueles que se submetem ao estudo e ao treinamento
alienação, de apatia e de desinteresse pelo alcance dos objetivos formal de liderança
frustrados como forma ou mecanismo inconsciente de defesa do
ego. ESTILOS DE LIDERANÇA

b.2- Compensação ou Transferência f. LIDERANÇA AUTOCRÁTICA


Ocorre a compensação ou transferência quando o indivíduo tenta satis- Este estilo é bastante comum nas empresas é e típica do indivíduos
fazer alguma necessidade impossível de ser satisfeita através da satisfação que não arredam pé de suas convicções as quais, quando contestadas,
de outra necessidade complementar ou substitutiva. Assim, a satisfação de defendem com veemência.
outra necessidade aplaca a necessidade mais importante, e reduz ou evita
a frustração. A necessidade de prestigio pode ser satisfeita pela ascensão Pode ser gentil, cortês e aparentemente manso, desde que a situação
social, pelo sucesso profissional, pelo poder do dinheiro ou pela conduta não ameace suas idéias; quando isso ocorre, entretanto, pode tornar-se
atlética. " bastante agressivo.

LIDERANÇA Faz valer sua autoridade e a posição de mando de que está investido.

f.1- Características da Liderança Autocrática


a. Autoridade e Poder: I. Apenas o líder toma decisões; o papel do subordinado é
Autoridade é o direito de dar ordens e o de exigir obediência. (James de apenas cumprir ordens;
D. Mooney ) II. 0 líder procura motivar os subordinados através do me-
do, ameaças e punições e raras recompensas;
b. Influência III. 0 líder é "pessoal" nos elogios e nas criticas ao trabalho
É qualquer comportamento da parte de um indivíduo que altera o com- de cada funcionário:
portamento, atitudes, sentimentos de outro indivíduo. IV. Apenas o líder fixa as tarefas sem qualquer participação
do grupo; .
c. Poder: V. 0 líder determina as providências e as técnicas para a
Implica em ter potencial para exercer influência. A autoridade propor- execução dos trabalhos, uma por vez, à medida em que
ciona o poder que é ligado à posição dentro da organização. se tornem necessárias e de modo imprevisível para o
grupo;
d. Tipos de Poder (Do Ponto de Vista dos Subordinados) VI. O líder determina qual a tarefa que cada um deve exe-
cutar e quais os seus companheiros de trabalho;
d .1-PODER DE RECOMPENSA VII. O chefe planeja organiza, dirige e controla; os subordi-
Percepção, por parte dos subordinados, da capacidade do chefe nados executam.
de lhes proporcionar recompensas (motivador).
f.2- Reações dos Subordinados
d.2- PODER COERCITIVO: I. O comportamento do grupo mostra forte tensão, frustra-
Percepção, por parte dos subordinados, da capacidade do chefe ção, sobretudo, agressividade e nenhuma iniciativa; de
de lhes proporcionar punições (gera agressividade e hostilidade. apenas cumprir ordens;
Usado em excesso leva à desmotivação). II. Embora possam gostar das tarefas, os membros do
grupo, não demonstram satisfação com relação à sua
d.3- PODER LEGITIMADO execução;
Baseado nos valores de um indivíduo. Existe quando uma pessoa III. O trabalho só se desenvolve bem com a presença do lí-
ou grupo acredita que é correto ou legitimo para outra pessoa ou der; na sua ausência o grupo expande os sentimentos
grupo influenciar suas ações (religiões, Papa, etc). reprimidos chegando a indisciplina e a agressividade.

d.4- PODER DE REFERÊNCIA 9. LIDERANÇA DEMOCRÁTICA


É baseado no desejo de um indivíduo ou grupo de identificar-se ou O líder democrático é uma pessoa sensível as solicitações e as influ-
ser semelhante a outra pessoa ou grupo (com o superior, com o ências de seus subordinados; não é rígido em demasia, recebe e utiliza
artista, com o político). efetivamente as contribuições dos subordinados não se atendo exclusiva-
mente às suas próprias idéias na busca de alternativas para a solução dos
d.5- PODER DE PERÍCIA problemas empresariais.
É baseada na percepção de uma pessoa ou grupo a respeito do
maior conhecimento, capacidade ou perícia de outra pessoa ou O ponto central desse estilo de liderança é um entendimento mútuo e
grupo. um acordo bilateral entre o chefe e seus subordinados, quanto a quais são
as metas da organização e quanto aos meios pelos quais tais metas serão
e. ASPECTOS GERAIS atingidas.
Do mesmo modo que a motivação e a comunicação, a liderança é um
dos requisitos básicos da direção. 9.1- Características da Liderança Democrática
I. As tarefas são debatidas e decididas pelo grupo que é
Os chefes tem poderes para contratar, demitir, promover e afetar de estimulado e assistido pelo líder;
outras formas as possibilidades dos subordinados realizarem seus objetivos II. O próprio grupo esboça as providências e as técnicas
pessoais; mas, para obter melhores resultados, o líder deve fazer com que para atingir o objetivo, solicitando aconselhamento ao
suas ordens sejam cumpridas espontâneamente e não sob coação. O líder quando necessário, o qual sugere duas ou mais
administrador que cria e mantém um ambiente que favorece o desempenho opções pára o grupo escolher;
eficiente das pessoas pelas quais é responsável, está fazendo muito no III. A divisão de tarefas fica a critério do próprio grupo e ca-

Conhecimentos básicos de Administração 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da membro tem a liberdade de escolher seus compa- ção existente na organização e refere-se às pessoas como contribuintes
nheiros de trabalho; das organizações, em vez de estarem elas próprias, as pessoas, totalmente
IV. O líder é "objetivo" e limita-se aos "fatos" em suas criti- nas organizações. As contribuições de cada participante à organização
cas ou elogios. variam enormemente em função não somente das diferenças individuais,
mas também do sistema de recompensas e contribuições pela organização.
9.2 - Reações dos subordinadas
I. Há formação de amizade e relacionamentos cordiais en- Toda organização atua em determinado meio ambiente e sua
tre os membros do grupo; existência e sobrevivência dependem da maneira como ela se relaciona
II. Líder e subordinados passam a desenvolver comunica- com esse meio. Assim, ela deve ser estruturada e dinamizada em função
ções espontâneas, francas e cordiais; das condições e circunstâncias que caracterizam o meio em que ela opera.
III. O trabalho tem um ritmo suave e seguro, sem altera- Os autores do DO adotam uma posição antagônica ao conceito
ções, mesmo quando o líder se ausenta; tradicional da organização, salientando as diferenças fundamentais existen-
IV. Há um nítido sentimento de responsabilidade e com- tes entre os sistemas mecânicos (típicos do conceito tradicional) e os
prometimento pessoal. sistemas orgânicos (abordagem do DO).Os sistemas orgânicos tornam as
organizações coletivamente conscientes dos seus destinos e da orientação
h. LIDERANÇA LIBERAL OU "LAISSEZ-FAIRE" necessária para melhor se dirigir a eles. Desenvolvem uma nova conscien-
É o estilo de liderança em que o superior, simplesmente, não toma co- tização social dos participantes das organizações, os quais, contando com
nhecimento dos problemas existentes, nem busca soluções para eles. sua vivência particular, seu passado pessoal e sua autoconscientização,
Como suas preocupações, tanto com a produção como com as pessoas, definem o papel deles em relação à sua organização.
são mínimas ele não enfrenta grandes dilemas entre ambas as coisas.
Espera-se pouco dele e ele dá pouco em troca.
DIFERENÇAS ENTRE SISTEMAS MECÂNICOS E SISTEMAS OR-
GÂNICOS
O liberal poderia ser tomado, ainda, como um caso extremo de chefia
democrática, se considerarmos que a liderança autocrática representa uma
situação de mínima participação dos subordinados no processo decisório e
Sistemas Mecânicos Sistemas Orgânicos
que a liderança democrática significaria uma participação substancial
desses mesmos subordinados nesse processo, a liderança "laissez-faire"
se caracterizaria por uma participação exagerada dos subordinados, com a - Ênfase exclusivamente individual e - Ênfase nos relacionamentos
completa ou quase completa omissão do chefe. Em suma, os subordinados nos cargos da organização. entre e dentro dos grupos.
participariam tanto, que cada qual faria o que bem entendesse, sem uma - Relacionamento do tipo autoridade – - Confiança e crença recíprocas.
coordenação ou um comando de suas ações. obediência. - Interdependência e responsabi-
- Rígida adesão à delegação e à lidade compartilhada.
h.1- Características da Liderança Liberal responsabilidade dividida. - Participação e responsabilidade
I. Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais com - Rígidas divisão do trabalho e super- multigrupal.
visão hierárquica. - Tomada de decisões descentra-
participação mínima do líder; - Tomada de decisões centralizada. lizada.
II. A participação do líder é limitada esclarecendo que pode apresen- - Controle rigidamente centralizado. - Amplo compartilhamento de
tar materiais ou fornecer informações desde que lhe sejam solici- - Solução de conflitos por meio de responsabilidade e de controle.
tados; repressão, arbitragem e/ou hostilida- - Solução de conflitos através de
III. Tanta a divisão das tarefas como a escolha dos companheiros fica, de. negociação ou de solução de
totalmente, a cargo da grupo; problemas.
IV. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso
dos acontecimentos, somente fazendo comentários quando per-
CONCEITO DE CULTURA ORGANIZACIONAL
guntado.
Toda organização tem a sua cultura própria. Dá-se o nome de cultura
h.2- Reações organizacional ao modo de vida próprio que cada organização desenvolve
I. Embora a atividade do grupo possa ser intensa a produção é me- em seus participantes. A cultura organizacional repousa sobre um sistema
díocre; de crenças e valores, tradições e hábitos, uma forma aceita e estável de
II. As tarefas se desenvolvem ao acaso, com muitas oscilações, per- interações e de relacionamentos sociais típicos de cada organização. A
dendo-se muito tempo com discussões, mais voltadas para moti- cultura de uma organização não é estática e permanente, mas sofre altera-
vos pessoais da que relacionadas com o trabalho em si; ções ao longo do tempo, dependendo de condições internas ou externas.
III. Nota-se forte individualismo agressivo e pouco respeito com rela- Algumas organizações conseguem renovar constantemente sua cultura
ção ao líder. mantendo a sua integridade e personalidade, enquanto outras permanecem
com sua cultura amarrada a padrões antigos e ultrapassados.
DESEMPENHO – O grau ou nível de habilidade e de esforço gasto na
execução de um processo. Os autores do D.O. consideram que mudar a estrutura organi-
zacional não é suficiente para mudar uma organização. A única maneira
viável de mudar uma organização é mudar sua cultura, isto é, os sistemas
"TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL" dentro dos quais as pessoas vivem e trabalham. Para que as organizações
possam sobreviver e se desenvolver, para que exista a renovação e a
Prof. Ilacyr Luiz Gualazzi revitalização, deve-se mudar a cultura organizacional.
A Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO) surgiu a partir de Além da cultura organizacional, os autores do DO põem ênfase no cli-
1962, decorrente das idéias de vários autores, a respeito do ser humano, ma organizacional. O clima organizacional constitui o meio interno de uma
da organização e do ambiente em que estes crescem e se desenvolvem. organização, a atmosfera psicológica característica em cada organização.
Assim, o conceito de Desenvolvimento Organizacional está intimamen- O clima organizacional está intimamente ligado ao moral e à satisfação das
te ligado aos conceitos de mudança e de capacidade adaptativa à mudança necessidades humanas dos participantes. O clima pode ser saudável ou
doentio, pode ser quente ou frio, pode ser negativo ou positivo, satisfatório
CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ou insatisfatório, dependendo de como os participantes se sentem em
O conceito de organização para os especialistas em D O é tipicamente relação à sua organização. A dificuldade na conceituação do clima organi-
comportamentalista: "uma organização é a coordenação de diferentes zacional reside no fato de que o clima é percebido de maneiras diferentes
atividades de contribuintes individuais com a finalidade de efetuar transa- por diferentes indivíduos. Algumas pessoas são mais ou menos sensíveis
ções planejadas com o ambiente". Esse conceito utiliza a noção tradicional do que outras em relação a alguns aspectos do clima. Além do mais, uma
de divisão do trabalho ao se referir às diferentes atividades e à coordena- característica que parece ser positiva para uma pessoa pode ser percebida

Conhecimentos básicos de Administração 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
como insatisfatória ou negativa por outras. Assim, o clima organizacional é futuros. E foi a partir destas necessidades que surgiram os esforços siste-
constituído por "aquelas características que distinguem a organização de máticos de mutação planejada: o desenvolvimento organizacional.
outras organizações e que influenciam o comportamento das pessoas na
organização". O conceito de clima organizacional envolve diferentes graus, O processo de mudança organizacional começa com o aparecimento
como o tipo de organização, a tecnologia utilizada, as políticas da compa- de forças que vêm de fora ou de algumas partes da organização. Essas
nhia, as metas operacionais, os regulamentos internos - todos constituindo forças podem ser exógenas ou endógenas à organização.
os fatores estruturais -, além de atitudes, formas de comportamento social As forças exógenas provêm do ambiente, como as novas tecnologias,
que são encorajadas ou sancionadas - que são os fatores sociais. Assim, o mudança em valores da sociedade e novas oportunidades ou limitações do
clima resulta de um completo envolvimento de componentes relacionados ambiente (econômico, político, legal e social). Essas forças externas criam
com aspectos formais e informais da organização, dos sistemas de contro- a necessidade de mudança organizacional interna. As tentativas de mu-
le, dos procedimentos de trabalho, das regras e normas, e das relações dança interna podem ser conscientemente planejadas para que o ajusta-
interpessoais existentes na organização. mento às novas condições externas se processe com a mínima perturba-
Cada organização é um sistema complexo e humano, com característi- ção do equilíbrio estrutural e de comportamento existente dentro da organi-
cas próprias, com sua própria cultura e seu próprio clima organizacional. zação.
Todo esse conjunto de variáveis deve ser continuamente observado, anali- As forças endógenas que criam necessidade de mudança estrutural e
sado e aperfeiçoado para que resultem motivação e produtividade. Para comportamental provêm da tensão organizacional: tensão nas atividades,
mudar a cultura e o clima organizacionais, a organização precisa ter capa- interações, sentimentos ou resultados de desempenho no trabalho. Estas
cidade inovadora, ou seja, deve ter as seguintes características: forças de mudança representam condições de equilíbrio já perturbado
a) adaptabilidade, ou seja, capacidade de resolver problemas e de rea- dentro de uma ou mais partes da organização.
gir de maneira flexível às exigências mutáveis e inconstantes do meio O desenvolvimento organizacional é necessário sempre que a organi-
ambiente. E, para ser adaptável, a organização deve: zação concorra e lute pela sobrevivência em condições de mudança. Toda
- ser flexível, para poder adaptar e integrar novas atividades; mudança é um problema que deve ser solucionado de forma racional e
eficiente. Cada época desenvolve uma forma organizacional mais adequa-
- ser receptiva e transparente a novas idéias, sejam elas intra ou ex- da e característica à sua natureza. As mudanças que estão ocorrendo no
traorganizacionais; mundo moderno tornam necessário revitalizar e reconstruir as nossas
organizações. Estas têm de se adaptar às mudanças do ambiente. As
b) senso de identidade, ou seja, o conhecimento e a compreensão do mudanças organizacionais não devem ser feitas ao acaso, ao sabor da
passado e do presente da organização, bem como a compreensão e com- inércia ou da improvisação, mas têm de ser planejadas.
partilhamento dos objetivos da organização por todos os seus participantes.
Aqui não há lugar para alienação do empregado, mas para o comprometi- Enquanto a mudança genérica envolve alterações no ambiente em ge-
mento do participante; ral, a mudança organizacional é um conjunto de alterações estruturais e
comportamentais dentro de uma organização. Esses dois tipos fundamen-
c) perspectiva exata do meio ambiente, ou seja, uma percepção realis- tais de alterações - estruturais e comportamentais - são interdependentes e
ta a uma capacidade de investigar, diagnosticar e compreender o meio se interpenetram intimamente.
ambiente;
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO
d) integração entre os participantes, de tal forma que a organização
possa se comportar como um todo orgânico. A tendência natural de toda organização é crescer e desenvolver-se.
Essa tendência tem suas origens em fatores endógenos (internos, sejam
Assim, não basta apenas mudar a estrutura. Há que se mudar a cultu- eles estruturais ou comportamentais, e relacionados com a própria organi-
ra. zação em si) e exógenos (externos e relacionados com as demandas e
CONCEITO DE MUDANÇA influências do ambiente). O desenvolvimento é um processo lento e grada-
tivo que conduz ao exato conhecimento de si próprio e à plena realização
O mundo de hoje caracteriza-se por um ambiente em constante mu- de suas potencialidades. Assim, o desenvolvimento de uma organização
dança. O ambiente que envolve as organizações é extremamente dinâmico, lhe permite:
exigindo delas uma elevada capacidade de adaptação como condição
básica de sobrevivência. A década dos anos 60 foi a "década da explosão", 1. um conhecimento profundo e realístico de si própria e de suas pos-
caracterizando os novos ambientes que proporcionaram o aparecimento do sibilidades;
DO, a saber: 2. um conhecimento profundo e realístico do meio ambiente em que
1. o ambiente geral altamente dinâmico envolvendo a explosão do co- opera;
nhecimento, da tecnologia, das comunicações e da economia. Essa contur- 3. um planejamento adequado e realização bem-sucedida de relações
bação impõe exigências completamente diferentes sobre a Administração e com o meio ambiente e com os seus participantes;
os participantes, modificando inteiramente o relacionamento entre ambos;
4. uma estrutura interna suficientemente flexível com condições para se
2. o ambiente empresarial, diferente de toda a experiência do passado, adaptar em tempo às mudanças que ocorrem, tanto no meio ambiente com
em face da internacionalização dos mercados, da vida mais curta dos que se relaciona como entre os seus participantes;
produtos, da crescente importância do "marketing", das diferentes e com-
plexas relações entre linha e "staff", das participações múltiplas dos indiví- 5. os meios suficientes de informação do resultado dessas mudanças e
duos em diferentes grupos e organizações e da natureza mutável do traba- da adequação de sua resposta adaptativa.
lho, produz uma série de exigências inteiramente novas para o administra-
dor; Os autores do D.O. salientam que "se encararmos as organizações
como estruturas orgânicas adaptáveis, capazes de resolver problemas, as
3. os anuais valores em mutação à medida que melhoram as condições inferências quanto à sua eficiência não se devem basear em medidas
humanas. estáticas de produção, embora estas possam ser úteis, mas nos processos
pelos quais a organização aborda os problemas". A eficiência da organiza-
Toda essa multiplicidade de variáveis complexas, mutáveis, explosivas ção relaciona-se diretamente com sua capacidade de sobreviver, de adap-
e poderosas levou a uma conclusão: apenas esforços isolados, lentos e tar-se, de manter sua estrutura e tornar-se independente da função particu-
gradativos de se taparem alguns dos buracos da organização são insufici- lar que preenche. A fim de que uma organização possa alcançar um certo
entes para se levar o barco adiante. Tornou-se imperiosa "a necessidade nível de desenvolvimento, ela pode utilizar diferentes estratégias de mu-
de estratégias coordenadas e de mais longo prazo com o objetivo de de- dança.
senvolver climas dentro da organização, maneiras de trabalhar, relações,
sistemas de comunicações e sistemas de informações que sejam congru- Assim, existem três diferentes tipos de estratégias de mudança:
entes com as exigências prognosticáveis e não-prognosticáveis dos anos

Conhecimentos básicos de Administração 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1. mudança evolucionária: "quando a mudança de uma ação para outra propõe um estilo mais flexível, adaptativo para a liderança eficaz.[carece de
que a substitui é pequena e dentro dos limites das expectativas e dos fontes?]
arranjos do status quo". Geralmente a mudança evolucionária é lenta,
suave e não transgride as expectativas daqueles que nela estão envolvidos Nos últimos anos, boa parte dessas pesquisas e obras têm sido
ou são por ela afetados. Há uma tendência de se repetirem e reforçarem as criticadas por ser de escopo muito restrito, mais preocupada com a
soluções que se demonstrem sólidas e eficientes e de se abandonarem as explicação doscomportamentos de líderes face a face com seus
soluções fracas e deficientes; colaboradores, ao invés de examinar os líderes no contexto maior de suas
organizações, prestando pouca atenção ao papel da liderança
2. mudança revolucionária: "quando a mudança de uma ação para a organizacional em termos do tratamento da mudança ambiental. É o
ação que a substitui contradiz ou destrói os arranjos do status quo". Geral- processo de maior importância ao qual se deve fazer ênfase. [carece de
mente a mudança revolucionária é rápida, intensa, brutal, transgride e fontes?]
rejeita as antigas expectativas e introduz expectativas novas. Enquanto as
mudanças evolucionárias, por ocorrerem aos poucos, não provocam geral- Teorias
mente grande entusiasmo ou forte resistência, o mesmo não acontece com Segundo Chiavenato a Teoria das Relações Humanas constatou a
as mudanças revolucionárias, geralmente súbitas e causadoras de grande influência da liderança sobre o comportamento das pessoas. Existem três
impacto; principais teorias sobre a liderança:
3. o desenvolvimento sistemático: é diferente de ambos os tipos de  Traços da personalidade. Segundo esta teoria o líder possui
mudança citados. No desenvolvimento sistemático, os responsáveis pela características marcantes de personalidade que o qualificam para a função.
mudança delineiam modelos explícitos do que a organização deveria ser
em comparação com o que é , enquanto aqueles cujas ações serão afeta-  Estilos de liderança. Esta teoria aponta três estilos de liderança:
das pelo desenvolvimento sistemático estudam, avaliam e criticam o mode- autocrática, democrática e liberal.
lo de mudança, para recomendar alterações nele, baseados em seu próprio
 Situações de liderança (teoria Contingencial:). Nesta teoria o líder
discernimento e compreensão. Assim, dizem os autores, dimensões adicio-
pode assumir diferentes padrões de liderança de acordo com a situação e
nais de comportamento e de experiência humanos são trazidas para a
para cada um dos membros da sua equipe
dinâmica da mudança, o que não ocorre com os dois tipos de mudanças.
As tensões intelectuais e emocionais criadas entre todos os responsáveis Para Lacombe os líderes influenciam as pessoas graças ao seu poder,
pelo planejamento e implementação estimulam a mudança. Essas tensões que pode ser o poder legítimo, obtido com o exercício de um cargo, poder
baseiam-se em compreensão, discernimento, comprometimento e convic- de referência, em função das qualidades e do carisma do líder e poder
ção quanto à correção da mudança do que é para o que deveria ser. Assim, do saber, exercido graças a conhecimentos que o líder detém.
as mudanças resultantes traduzem-se por apoio e não por resistências ou
ressentimentos. No entendimento da escola ontopsicológica.:

Esses três tipos de estratégias de mudança podem ser observados na Líder é aquele que sabe servir, que sabe fazer funcionar a harmonia
conduta das organizações, seja na sua forma pura ou em um número das relações entre os operadores de um contexto (empresarial ou outro),
quase infinito de combinações. Os autores preocupam-se com a última das para que exista o máximo de produção específica ou resultado integral. A
estratégias mencionadas, ou seja, com o desenvolvimento sistemático. melhor forma de definir o líder é como um hierarca de funções: as constrói,
as controla, as desenvolve, as dirige, sempre com referência a um escopo
(*) Compilado de Chiavenato, Idalberto, Introdução à Teoria Geral da definido
Administração, cap. 14 – Teoria do Desenvolvimento Organizacional. Estilos de Liderança
Liderança  Liderança autocrática: Na Liderança autocrática o líder é focado
apenas nas tarefas. Este tipo de liderança também é chamado de liderança
O estudo da liderança autoritária ou diretiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a
A natureza e o exercício da liderança tem sido objeto de estudo do opinião dos liderados. O líder determina as providências e as técnicas para
homem ao longo da sua história. Bernard Bass (2007) argumenta que a execução das tarefas, de modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa
"desde sua infância, o estudo da história tem sido o estudo dos líderes - o que cada um deve executar, o líder determina ainda qual o seu
quê e porquê eles fizeram o que fizeram".[1] A busca do ideal do líder companheiro de trabalho. O líder é dominador e pessoal nos elogios e nas
também está presente no campo da filosofia. Platão, por exemplo, críticas ao trabalho de cada membro.
argumentava em A República que o regente precisava ser educado com a  Liderança democrática: Chamada ainda de liderança participativa
razão, descrevendo o seu ideal de "rei filósofo". Outros exemplos de ou consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há
filósofos que abordaram o tema são Confúcio e seu "rei sábio", bem participação dos liderados no processo decisório. Aqui as diretrizes são
como Tao e seu "líder servo". debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. O
A condução de um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe próprio grupo esboça as providências para atingir o alvo solicitando
que gera resultados é chamado de liderança. É a habilidade de motivar e aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando este a
influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam sugerir duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham
voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe novas perspectivas com o debate. A divisão das tarefas fica ao critério do
e da organização. próprio grupo e cada membro pode escolher os seus próprios
companheiros de trabalho. O líder procura ser um membro normal do
Assim, o líder diferencia-se do chefe, que é aquela pessoa grupo. Ele é objetivo e limita-se aos fatos nas suas críticas e elogios.
encarregada por uma tarefa ou atividade de uma organização e que, para
tal, comanda um grupo de pessoas, tendo autoridade de mandar e exigir  Liderança liberal ou Laissez faire: Laissez-faire é a contração
obediência. da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez passer,
que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". Neste tipo
Para os gestores atuais, são necessárias não só as competências de liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus
do chefe, mas principalmente as do líder. projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que
Acadêmicos argumentam que a liderança como tema não necessita de supervisão constante. Por outro lado, a Liderança
de pesquisa científica surgiu apenas depois da década de 1930 fora do liberal também pode ser indício de uma liderança negligente e fraca, onde o
campo da filosofia e da história. Com o passar do tempo, a pesquisa e líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los.
a literatura sobre liderança evoluíram de teorias que descreviam traços e  Liderança paternalista: O paternalismo é uma atrofia da Liderança,
características pessoais dos líderes eficazes, passando por uma onde o Líder e sua equipe tem relações interpessoais similares às de pai e
abordagem funcional básica que esboçava o que líderes eficazes deveriam filho. A Liderança paternalista pode ser confortável para os liderados e
fazer, e chegando a uma abordagem situacional ou contingencial, que evitar conflitos, mas não é o modelo adequado num relacionamento

Conhecimentos básicos de Administração 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
profissional, pois numa relação paternal, o mais importante para o pai é o B) Apenas os itens I, II e III estão corretos.
filho, incondicionalmente. Já em uma relação profissional, o equilíbrio deve D) Todos os itens estão corretos.
preponderar e os resultados a serem alcançados pela equipe são mais C) Apenas os itens II e IV estão corretos.
importantes do que um indivíduo. E) Apenas o item IV está correto.
Embora os estilos de liderança já tenham sido identificados 02. Os desafios da administração moderna residem na quebra de paradig-
anteriormente e designados com estes ou outros nomes aqui ficam outros mas que se impõem ao longo deste novo século. Neste sentido, podemos
estilos de liderança associados à relação causal entre cada estilo e os citar como paradigmas tradicionais o emprego e carreiras estáveis e gran-
efeitos sobre o clima de trabalho e o desempenho: des estruturas organizacionais. Diante do exposto, é correto afirmar, em
 Estilo Visionário: Canaliza as pessoas para visões e sonhos contraposição aos paradigmas tradicionais, que os paradigmas do terceiro
partilhados. Tem um efeito muito positivo sobre o clima de trabalho. É milênio correspondem, respectivamente, aos citados acima, como sendo
apropriado para situações onde ocorra mudanças que exigem uma nova A) ênfase na competitividade e Ética e responsabilidade social, cidadania
visão. empresarial.
B) desemprego, empregabilidade, terceirização, economia informal, empre-
 Estilo Conselheiro: Relaciona os desejos das pessoas com os endedorismo e estruturas organizacionais enxutas.
objetivos da organização. Ajuda um empregado a ser mais eficiente, C) grupos de trabalhadores autogeridos e polivalentes com educação
melhorando as suas capacidades de longo prazo. superior e ênfase na competitividade.
D) ênfase na eficiência e ênfase na competitividade.
 Estilo Relacional: Cria harmonia melhorando o relacionamento
E) classe operária em conflito com uma classe de patrões e gerentes e
entre as pessoas. Ideal para resolver e sarar conflitos num grupo; dar
trabalhadores em serviços e do conhecimento e
motivação em períodos difíceis; melhorar o relacionamento entre as
profissionais liberais mais numerosos que os operários clássicos.
pessoas.
 Estilo Pressionador: Atinge objetivos difíceis e estimulantes. Tem 03. Henry Fayol (1841 – 1925), engenheiro francês, um dos integrantes da
um efeito por vezes negativo sobre o clima de trabalho pois é Escola Clássica da Administração, diz que a Administração é uma atividade
frequentemente mal executado. comum a todos os empreendimentos humanos e que sempre exige algum
grau de planejamento, organização, comando, coordenação e controle.
 Estilo Dirigista: Acalma os receios dando instruções claras em Para tanto, é CORRETO afirmar que a atividade de planejamento é
situações de emergência. É apropriado em situações de crise; para A) algo a ser previsto. É o exame do futuro com vistas a traçar um plano de
desencadear uma reviravolta na situação; com subordinados difíceis. ação a médio e longo prazo.
Estilo de liderança: sempre foi complexo, por estar diretamente B) buscar inovação com vistas, apenas, ao atingimento das necessidades
condicionado com as reações do comportamento humano, mas é de manutenção das organizações.
imprescindível que seja situacional, flexível e adaptado para os resultados C) a análise da rentabilidade das Organizações, visando fundamentalmente
que se pretende. O principal objetivo pretendido deve contar com as etapas ao pagamento de suas dívidas.
do estilo autocrático, democrático e liberal levando em conta o receptor D) a recepção das informações através de pesquisa, para tratar, apenas,
com as ações de auto-estima e afetividade (respeito ao liderar ). O estilo das ameaças que circulam ao redor das Organizações.
deve ser situacional devido ao aprimoramento contínuo de todo o ambiente E) algo que necessita ser realizado, apenas, nas Organizações de grande
de trabalho. porte.

Liderança 04. Na divisão do trabalho, temos o processo através do qual uma tarefa é
dividida em partes ou unidades. As unidades de trabalho são chamadas
A liderança é um tema importante para os gestores devido ao papel
genericamente de departamentos. O modo mais simples de departamenta-
fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo e da
lização é o que se baseia no critério funcional. Acerca desse critério, é
organização. Os líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da
CORRETO afirmar que é
organização.Liderar não é uma tarefa simples. Pelo contrário. Liderança
A) um critério de natureza geográfica em que cada unidade de trabalho
exige paciência, disciplina,humildade, respeito e compromisso, pois
corresponde a um território.
a organização é um ser vivo, dotado de colaboradores dos mais diferentes
B) caracterizado pelo fato de que as funções organizacionais são um con-
tipos. Liderar , de uma forma bem clara ,pode ser entendida como a gestão
junto de tarefas interdependentes, orientadas para um objetivo singular.
eficaz e eficiente das pessoas de uma equipe ,para que se atinja os
C) quando uma empresa atende a diferentes tipos de clientes, com neces-
objetivos propostos pela organização.
sidades muito diferentes.
Entre os desafios apresentados pelo ambiente mutável, as D) quando as atividades temporárias são realizadas por estruturas organi-
organizações estão valorizando cada vez mais os gerentes que possuem zacionais temporárias.
habilidades de liderança. Qualquer pessoa que aspire a ser um gerente E) quando a empresa trabalha com vários produtos ou serviços que apre-
eficaz deve também se conscientizar de praticar e desenvolver suas sentam diferenças importantes entre si.
habilidades de liderança.
05. A Administração possui cinco funções em seu processo de execução.
PROVA SIMULADA Assinale a alternativa que corresponde a essas funções.
A) Planejamento, organização, execução, controle e gestão de pessoas.
B) Planejamento, funcionalidade, gestão de pessoas, atitude e feedback.
01. Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utiliza-
C) Funcionalidade, atitude, rentabilidade, ética e responsabilidade.
ção de recursos. É a administração que faz as organizações serem capa-
D) Rentabilidade, planejamento, execução, ética e gestão de pessoas.
zes de utilizar corretamente seus recursos e atingir seus objetivos. Dentro
E) Responsabilidade, execução, atitude, rentabilidade e controle.
deste conceito que relatamos, é CORRETO afirmar sobre uma Organização
que
06. Segundo OLIVEIRA (1997, p. 33), “O planejamento é um processo
I. os objetivos e recursos são as palavras-chaves no processo de gestão.
desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de um modo mais
II. ela fornece os meios de subsistência para muitas pessoas.
eficiente e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela
III. o seu desempenho é importante para clientes, usuários, funcionários,
empresa”. A partir deste conceito, podemos identificar que a atividade de
acionistas, fornecedores e para a
planejar está dividida em três tipos:
comunidade em geral.
A) estratégico, comportamental e funcional.
IV. através do seu processo de gestão, ela passa a ser capaz de utilizar
B) estratégico, tático e operacional.
corretamente seus recursos e atingir seus
C) circunstancial, funcional e comportamental.
objetivos.
D) analítico, tático e funcional.
Assinale a alternativa CORRETA.
E) estratégico, operacional e comportamental.
A) Apenas os itens I e IV estão corretos.

Conhecimentos básicos de Administração 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
gestor acredite que a pessoa com as características que ele deseja esteja
07. Na gestão administrativa de uma empresa, a atividade de liderança na própria
compreende atividades e competências dos organização; já o externo, é necessário que o gestor busque candidatos no
administradores, tais como: mercado. Sobre as vantagens do recrutamento interno, qual das alternati-
A) coordenação, direção, motivação, comunicação e participação. vas abaixo NÃO condiz com a prática?
B) motivação, delegação, subordinação, estagnação e comunicação. A) Menor custo.
C) coordenação, delegação, insubordinação, coerência e inflexibilidade. B) Conhecimento prévio do perfil de desempenho do candidato.
D) comunicação, coerência, motivação, autoafirmação, autoritarismo. C) Inovação da composição das equipes de trabalho.
E) delegação, estagnação, comunicação, inflexibilidade e participação. D) Melhora do moral interno.
E) Demonstração de valorização do pessoal que já compõe a empresa.
08. Segundo Maria Alice P. Moura, “Já faz tempo que a área de Recursos
Humanos passou de um simples departamento de pessoal para um agente 14. No processo seletivo, há uma margem de erros; por isso, deve-se
de transformações na organização, provocando mudanças e oferecendo adotar técnicas diferenciadas. Sobre as técnicas usadas em processos
sustentação das mesmas”. Nesse sentido, vemos que a autora retrata a seletivos, assinale a alternativa que NÃO está CORRETA.
visão do RH, atendendo um novo papel na organização. Assim, qual das A) Provas de conhecimentos.
alternativas abaixo NÃO condiz com esse novo papel do RH? B) Análise de currículos.
A) Um órgão de parceria e comprometimento com a organização. D) Testes psicológicos.
B) Um órgão com uma visão em longo prazo. C) Entrevistas.
C) Um órgão consultivo. E) Técnicas motivacionais.
D) Um órgão que tem foco nas atividades e nos meios.
E) Um órgão estratégico. 15. Com as mudanças no mercado de trabalho, a partir da globalização, os
profissionais precisam de requisitos que são valorizados pelo mercado de
09. Considerando o processo de recrutamento interno, observe os itens trabalho. Dos itens abaixo, qual o que NÃO condiz com essas mudanças?
abaixo. A) Manter-se sempre atualizado.
I. Dados básicos do funcionário. B) Estar aberto a novas oportunidades no mercado.
II. Resultados das avaliações de desempenho. C) Ser aberto a mudanças.
III. Resultados de programas de treinamento e aperfeiçoamento. D) Ter bastante dinamismo.
IV. Exames das análises e descrições de cargos. E) Não ser especialista, buscando formação em várias áreas.
Assinale a alternativa CORRETA.
A) Somente os itens I e II estão corretos. 16. Na abordagem sistêmica da organização, o equilíbrio dinâmico obtido
B) Somente os itens I, III e IV estão corretos. através da autorregulação, mantendo certas variáveis dentro de limites,
C) Somente o item II está correto. refere-se ao conceito de:
D) Todos os itens estão corretos. A) Entropia
E) Somente os itens II e III estão corretos. B) Cibernética
C) Negentropia
10. Considerando a cultura de uma organização, assinale a alternativa D) Homeostasia
CORRETA. E) Retroalimentação
A) Os valores culturais são pressupostos básicos, organizados aleatoria-
mente. 17. No estudo do processo decisório, destaca-se a criação da “Teoria X” e
B) O conceito de cultura concebido por Shein se refere a um modelo dinâ- “Teoria Y”, de McGregor, que explica o comportamento dos gerentes em
mico, que é apreendido, transmitido e perpetuado. função de suas expectativas com relação aos empregados. Considerando
C) Os pressupostos básicos, normalmente inconscientes, determinam como que o administrador adota a “Teoria X”, é correto afirmar que ele espera
os membros do grupo percebem, pensam e sentem. que cada um dos seus subordinados tenha como característica:
D) Para compreender a cultura de uma organização, é necessário investi- A) perceber o trabalho como uma atividade prazeirosa
gar a natureza e os relacionamentos humanos da organização. B) evitar o trabalho quando possível
E) Os artefatos visíveis da cultura de uma organização, como crenças, C) ser automotivado
comportamento das pessoas, rituais, mitos organizacionais expressados D) ser esforçado
em documentos, não são difíceis de serem percebidos e interpretados E) ser criativo
pelos membros.
18. O tipo de comportamento de liderança em que o gerente toma a deci-
11. Ana Maria foi contratada como gestora de pessoas pela empresa SB são e tenta ganhar a aceitação por meio da persuasão,no continuum de
Soluções Empresariais. Logo que chegou, precisou fazer a análise de todos liderança de Tannenbaum e Schmidt, está indicado em:
os cargos existentes na organização. Nesse caso, para Ana Maria realizar a A) Toma a decisão e a anuncia.
análise B) Apresenta ideias e estimula perguntas.
de todos os cargos existentes na empresa, é necessária a observação de C) “Vende” a decisão e aguarda mudanças.
alguns requisitos. Das alternativas abaixo, D) Apresenta uma decisão possível e aceita discussão.
qual a que Ana Maria deve seguir para analisar os cargos da SB Soluções? E) Define o limite e solicita ao grupo a tomada de decisões.
A) Requisitos mentais e físicos.
B) Requisitos mentais físicos e sociais. 19. A capacidade que tem uma pessoa de influenciar outras para o cum-
C) Responsabilidades e atribuições requeridas pelo cargo. primento de suas ordens é chamada de:
D) Conhecimento do grau de responsabilidade do cargo. A) poder
E) Requisitos mentais, físicos e responsabilidades envolvidas. B) valência
C) hierarquia
12. Segundo a teoria de liderança situacional, o líder deve D) autoridade
A) ser voltado para a tarefa. E) expectativa
B) selecionar o estilo de atuação mais adequada a cada situação.
C) ser centralizador. 20. Quando se deseja resolver problemas que envolvem questões impor-
D) envolver o grupo nas decisões e incentivar a participação. tantes da empresa, como missão, novos produtos e
E) deixar o grupo atuar como desejar. sobrevivência a longo prazo, utiliza-se o seguinte tipo de sistema de infor-
mação:
13. Existem dois tipos de recrutamento, o interno e o externo, e cada uma A) tático
deles tem as suas vantagens. O recrutamento interno pressupõe que o B) básico

Conhecimentos básicos de Administração 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
C) estratégico A) atender a três desafios, que se referem à ética, à oferta de mão-de-obra
D) operacional e a imposições organizacionais.
E) de conhecimento B) diminuir o quociente de seleção para atrair mais candidatos.
C) utilizar testes que avaliem a combinação provável entre os conhecimen-
21. O planejamento organizacional é uma das principais responsabilidades tos dos candidatos e os requisitos do cargo.
dos gerentes. As declarações amplas sobre onde a organização quer estar D) elaborar roteiros estruturados e não estruturados para a condução de
no futuro definem entrevistas de seleção.
A) seus planos estratégicos E) criar um relacionamento relaxado com o candidato a emprego para
B) seus planos táticos facilitar o clima de comunicação.
C) suas metas operacionais
D) suas metas estratégicas 29. Você é responsável pela execução de um programa de treinamento de
E) sua missão uma organização e aprendeu que, quanto às técnicas a serem usadas
neste treinamento, não existe uma que seja sempre a melhor. O melhor
22. O estabelecimento de padrões e a medida de desempenho correspon- método depende da combinação de alguns fatores que precisam ser avali-
dem a duas etapas de que função administrativa? ados em cada situação, e entre os quais citam-se:
A) Planejamento. I - efetividade em termos de custo;
B) Controle. II - princípios de aprendizagem;
C) Execução. III - medições subjetivas;
D) Organização. IV - escalas de comportamento;
E) Liderança. V - adequação das instalações;
VI - conteúdo desejado do programa;
23. A obrigação da administração organizacional de tomar decisões e VII - preferências e capacidades do treinando e do treinador.
medidas que realcem o bem-estar e os interesses da sociedade tanto Os fatores corretos são:
quanto os da organização é uma definição de A) I, IV, V e VI apenas.
A) Ética. B) II, III, IV e VII apenas.
B) Código de Ética. C) II, III, VI e VII apenas.
C) Responsabilidade Social. D) I, II, III, VI e VII apenas.
D) Desempenho Social Corporativo. E) I, II, V, VI e VII apenas.
E) Dilema Ético.
30. O Diretor geral do HOSPITAL MUNICIPAL DE UMA DETERMINADA
24. A responsabilidade social corporativa pode ser subdividida em quatro CIDADE descreveu a um entrevistador o seu estilo de liderança como uma
categorias. Aquela que é orientada pelo desejo da mistura de todos os estilos. "Em alguns momentos, sou um ditador, digo
organização de fazer contribuições sociais é a Responsabilidade aos meus subordinados o que fazer. Em outros, sou um modelo de função,
A) Ética. lidero pelo exemplo. Nesse ambiente, geralmente deixo que as pessoas
B) Econômica. participem ... Gosto muito da idéia da participação, mas numa situação
C) Discricionária. crítica, automaticamente me torno autocrático."
D) Legal. Este chefe defende a abordagem situacional da liderança. A justificativa
E) Formal. correta para defender essa
abordagem é a seguinte:
25. O treinamento em que um funcionário mais experiente é emparelhado A) o líder que tem poder de competência é respeitado porque possui co-
com funcionário recém-chegado, ou menos experiente, para fornecer nhecimentos ou certas habilidades nas quais as pessoas acreditam.
diretrizes, apoio e oportunidades de trabalho é chamado de: B) não existem traços e comportamentos universalmente importantes,pois
A) Instrução Programada. comportamentos eficazes variam de uma situação para outra e o líder deve
B) “Mentoring”. primeiro analisar a situação e depois decidir o que fazer.
C) Treinamento em Sala de Aula. C) a liderança através do poder de referência e de coerção exige fazer com
D) Treinamento por Computador. que as tarefas sejam desempenhadas para garantir que a unidade de
E) Treinamento de Orientação. trabalho ou a organização atinjam suas metas.
D) as características pessoais definem o poder legítimo de um líder e são
26. Entre as críticas feitas à Teoria das Relações Humanas, NÃO podemos consideradas mais importantes que o seu real comportamento na tomada
apontar: de decisão.
A) concepção ingênua e romântica do operário. E) as características de personalidade de fato distinguem os líderes efica-
B) limitação do campo experimental. zes das outras pessoas pelo seu empenho, motivação, integridade, auto-
C) parcialidade das conclusões e ênfase nos grupos informais. confiança e conhecimento do negócio.
D) inadequada visualização dos problemas das relações industriais.
E) extremo racionalismo e pragmatismo na concepção da administração. RESPOSTAS
01. D 11. E 21. D
27. Entre as ferramentas de planejamento à disposição do administrador 02. B 12. B 22. B
aquela que representa graficamente por meio de uma matriz a relação 03. A 13. C 23. C
entre as atividades/decisões mais significativas de um projeto (formadas 04. B 14. E 24. C
pelas linhas da matriz) e os principais cargos/áreas/funções envolvidas (as 05. A 15. E 25. B
colunas), é 06. B 16. D 26. E
A) o organograma linear 07. A 17. B 27. A
B) o cronograma 08. D 18. B 28. A
C) o funcionograma 09. D 19. A 29. E
D) o fluxograma. 10. C 20. C 30. B
E) a matriz funcional

28. Segundo Darryl F. Zanuck, fundador da 20th Century Fox,”se dois


homens num mesmo trabalho concordam todo o tempo, então um deles
não serve. Se eles discordam todo o tempo,então os dois não servem”.
Para que o administrador selecione as pessoas certas, ele precisa:

Conhecimentos básicos de Administração 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Conhecimentos básicos de Administração 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Variações Patrimoniais
Patrimônio conteudo@algosobre.com.br

CONCEITO. Conceito
COMPONENTES. São todas as alterações sofridas pelo patrimônio na sua composição
VARIAÇÕES E CONFIGURAÇÕES. qualitativa e/ou quantitativa em virtudes de atos praticados pela administra-
ção, ou fatos vinculados às atividades da entidade ou, ainda, resultantes de
fatos totalmente imprevistos ou fortuitos.
Patrimônio
Conceitos Complementares
Em contabilidade, de acordo com a sua dimensão jurídica,
o patrimônio de uma empresa são os bens, direitos e obrigações que uma Ato Administrativo
empresa possui. O termo também se aplica, com o mesmo sentido, para as
Ação praticada pela administração que não provoca (podendo vir a
pessoas naturais.
provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade,
Ativo(A) = Bens + obrigações portanto, não interessa à contabilidade.
Passivo(P) = Obrigações Exemplo: avalizar uma compra, ATO ADMINISTRATIVO, não altera o
Patrimônio.
A - P = compassivo próprio
Fato Administrativo
O patrimônio como objeto científico da contabilidade, foi proposto
pelos seguidores das correntes científicas do Patrimonialismo e Ação praticada pela administração que provoca alteração qualitativa
do Neopatrimonialismo. e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto interessa à contabili-
dade.
Em Direito, seguindo lição de M. N. Chalhub: "Patrimônio é o conjunto
de direito subjetivos sobre determinada coisa com valor pecuniário". O Exemplo: pagar o aval de uma compra, FATO ADMINISTRATIVO =
patrimônio constitui uma universalidade e é indivisível, não podendo ser FATO CONTÁBIL, ALTERA O PATRIMÔNIO.
desmembrado. Não se admite pluralidade de patrimônios na mesma
Variações Patrimoniais
pessoa, e isso porque, fundamentalmente, se fosse facultado a cada
sujeito, a seu exclusivo critério, separar bens do patrimônio e com eles Conforme vimos, são as alterações sofridas pelo patrimônio, decorren-
formar massas patrimoniais separadas, que não possam ser visadas pelos tes ou não da administração, podendo ser:
seus credores em geral, seria possível desfalcar impunemente seu
patrimônio, tornando-se incontrolável a fraude contra credores ou a fraude Fatos Contábeis
de execução. Em Direito, "bem" é por vezes um sinônimo de "patrimônio". São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhe variações qua-
O inventário seria o primeiro procedimento jurídico para se levantar o litativas e/ou quantitativas. Quase sempre (e não obrigatoriamente) provêm
patrimônio de uma pessoa (o segundo seria o Balanço de uma ação da gestão.
Patrimonial). patrimônio e aquilo que nos foi deixado por alguém que
pertence a alguém, uma herança OBSERVAÇÃO:

Portanto, pode se afirmar que existem vários sentidos para o termo Gestão: é o conjunto de operações que ocorrem durante a vida das
"patrimônio": pode ser o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresas, com as quais as mesmas buscam atingir os objetivos visados,
entidade; pode ser o conjunto de bens de uma entidade; ou pode ser o sejam estas operações identificadas como fatos contábeis ou meramente
conjunto de bens de uma coletividade, como no caso de patrimônio atos administrativos
arquitetônico, patrimônio cultural, etc. Todo fato administrativo é um fato contábil
Teoria da afetação Nem todo fato contábil é um fato administrativo
Definição:"Encargo imposto a um certo bem,posto a serviço de um fim Superveniências e insubsistências
específico."
São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhes variações
Não importa a afetação na disposição do bem,e,portanto,na sua saída quantitativas, e que independem dos atos da gestão, tais variações patri-
do patrimônio do sujeito,mas na sua imobilização em função de uma moniais são resultantes de fatos contingentes, imprevistos ou fortuitos.
finalidade.Tendo sua fonte essencial na lei,pois não é ela possível senão
quando imposta ou autorizada pelo direito positivo,aparece toda vez que Classificação dos Fatos Contábeis
certa massa de bens é sujeita a uma restrição em benefício de um fim
Fato contábil permutativo (ou compensativo)
específico.
São os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido
Com a construção da teoria da afetação,uma corrente de juristas
(PL) ou na Situação Líquida (SL), mas podem modificar a composição dos
pretendeu atingir a doutrina tradicional da unidade do
demais elementos patrimoniais, determinam uma variação específica do
patrimônio,sustentando que aqueles bens constituem patrimônios de
patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUALITATIVA).
afetação,distintos e separados.
Fato contábil modificativo
Enquanto a doutrina tradicional considera o patrimônio como uma
relação subjetiva ("cada pessoa tem um patrimônio"),a teoria da afetação São os que provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL)
entende que existem bens a compor os patrimônios da pessoa (natural ou ou Situação Líquida (SL), determinando uma variação quantitativa do
jurídica),objetivamente vinculados pela idéia de uma afetação a um fim patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUANTITATIVA). Pode ser: dimi-
determinado. nutivo aumentativo.
Exemplos de bens Fato contábil misto (ou composto)
carro
apartamento São os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, de-
dinheiro terminando variação qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO
PATRIMONIAL MISTA.
Elementos Patrimoniais são os elementos que compõe o patrimônio de
uma entidade. Eles podem ser bens, direitos e obrigações da entidade, Superveniência e Insubsistência
classificados em ativo e passivo. Conceito

Patrimônio 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eventuais alterações positivas ou negativas da Situação Líquida, inde-
pendentes de intervenção da gestão.
Superveniência
Provocam aumento e pode ser:
a. SUPERVENIÊNCIA ATIVA
Aumento do ativo (variação patrimonial ativa). Ex: Recebimento de va-
lores provenientes de prêmios, loterias, herança ou legado doação.
b. SUPERVENIÊNCIA PASSIVA
Aumento do passivo (variação patrimônio passiva). Ex: Reconhecimen-
to de dívidas anteriormente não registradas no passivo, provenientes de
decisão judicial ou de outros casos fortuitos.
Essa forma de interpretação do patrimônio de uma empresa, dadas as
Insubsistência suas peculiaridades, recebe o nome de Balanço Patrimonial.
Provocam diminuição e pode ser: Situação Líquida ou Patrimônio Líquido (PL)
a. INSUBSISTÊNCIA DO ATIVO – diminui o ativo (variação patrimonial No gráfico patrimonial, a soma dos valores que fazem parte do grupo
passiva) Ex: Ocorrência de incêndio, furto, perda de rebanho por morte. Ativo deve ser igual à soma dos valores que compõem o grupo do Passivo.
Porém, é claro que uma empresa pode ter mais bens e direitos do que
b. INSUBSISTËNCIA DO PASSIVO – diminui o passivo (variação pa- obrigações, assim como também pode apresentar mais obrigações do que
trimonial ativa). Ex: Redução no valor das obrigações por motivo de pres- a soma de todos os seus bens e direitos. Deste modo, há um grupo do
crição ou baixa da dívida correspondente lado do passivo que serve justamente como um tipo de “contrapeso” na
Efeitos no Patrimônio Líquido “balança patrimonial”.

Superveniência ativa – Aumenta o patrimônio líquido (receita). Esse grupo é o Patrimônio Líquido (PL), ou Situação Líquida. Chega-
Superveniência passiva – Diminui o patrimônio líquido (despesa). mos então a uma conclusão óbvia: de acordo com os valores dos bens e
Insubsistência do ativo – Diminui o patrimônio líquido (despesa). Também direitos, e das obrigações da empresa, o PL pode ser positivo, negativo ou
denominada de lnsubsistência Passiva. nulo. Se considerarmos de forma simplificada apenas Ativo e Passivo,
Insubsistência do passivo – Aumenta o patrimônio líquido (receita). Tam- podemos denominar como Situação Líquida, ou PL, a diferença simples
bém denominada de Insubsistência Ativa. entre Ativo e Passivo. Neste caso não tomamos inicialmente o PL como
grupo do Passivo, mas sim como resultado dessa diferença:
O Patrimônio, sendo o objeto da Contabilidade, define-se como o con-
junto formado pelos bens, pelos direitos e pelas obrigações pertencentes a Ativo – Passivo = PL
uma pessoa (física ou jurídica), e que seja passível de avaliação em moe-
da. HIERARQUIA E AUTORIDADE.

Como bens, podemos entender as coisas capazes de satisfazer ne- A burocracia estabelece os cargos segundo o princípio de hierarquia:
cessidades humanas, suscetíveis de avaliação econômica. Podemos - cada subordinado deve estar sob a supervisão de um superior;
distinguir os bens em duas espécies: - não há cargo sem controle ou supervisão;
• Bens Materiais: também chamados de bens corpóreos, ou de bens - a hierarquia é a ordem e subordinação, a graduação de autori-
tangíveis; representam os objetos que a empresa tem para uso (prédios, dade correspondente às diversas categorias de participantes, funcio-
móveis, carros, etc.), para venda/troca (mercadorias, dinheiro, etc.), ou nários e classes;
para consumo (material de limpeza, de expediente, etc.); - os cargos estão definidos por meio de regras limitadas e espe-
cíficas.
• Bens Imateriais: também tidos como bens incorpóreos ou intangíveis;
são os gastos que, por sua natureza, a legislação exige que sejam tidos Autoridade
como parte do patrimônio (ativo diferido, gastos com reformas, benfeitorias, A autoridade envolve a noção correlata de legitimidade, motivo
etc.); como tais também são classificadas as marcas e as patentes, o fundo pelo qual a moderna sociologia procura analisar simultaneamente os
de comércio, etc. dois conceitos, tal como se apresentam na estrutura ou funcionamen-
Direitos: são todos os valores que as empresas têm para receber de to de uma mesma organização.
terceiros, tais como duplicatas a receber, promissórias a receber, aluguéis Autoridade é poder de mandar, de fazer-se respeitar e obedecer.
a receber, etc. Originalmente, e no sentido literal, era o poder atribuído ao autor, à-
Obrigações: são os valores que as empresas têm a pagar a terceiros, quele que produz. Em sociologia, é o controle exercido por uma ou
como duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, etc. mais pessoas ou entidades sobre outra ou mais pessoas, com base
no poder atribuído a determinadas posições sociais. A fonte da auto-
Representação Gráfica do Patrimônio A forma mais comum para se ridade é, pois, uma investidura, enquanto o prestígio, por exemplo,
representar o patrimônio é em forma de “T”. No qual, do lado esquerdo pode ter como fonte o sucesso, o desempenho pessoal. Como é fre-
(LADO DO ATIVO), aparecem os elementos positivos (bens e direitos) e, qüente a investidura de pessoas prestigiadas, pode ser difícil distin-
do lado direito (LADO DO PASSIVO), aparecem os elementos negativos guir entre autoridade e prestígio.
(as obrigações), e o patrimônio líquido (PL) da empresa:
A autoridade é um fato universal e de imensas variações no to-
cante ao princípio de sua investidura, que vai da simples coerção fí-
sica (dita lei do mais forte) até os sutis mecanismos da liderança ca-
rismática. O fenômeno da autoridade também não se restringe às so-
ciedades humanas: nos rebanhos de elefantes ou de búfalos, nas
comunidades de macacos antropóides, entre as aves domésticas e
em outros exemplos do mundo animal, constata-se um acordo de
domínio e subordinação, em que se distingue um "detentor da autori-
dade", em geral o macho fisicamente mais capaz. Nas sociedades
humanas, o exercício de autoridade atinge níveis muito complexos de

Patrimônio 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
interação. Há casos em que a autoridade mais reconhecida não é re- Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se expressar verbalmente
presentada por uma pessoa, mas por uma instituição ou pelo controle com bons resultados em situações individuais e grupais, apresentando
social que esta exerce sobre a coletividade. suas idéias e fatos de forma clara e convincente.
Sociologia clássica. Para o sociólogo francês Émile Durkheim, a Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de saber expressar
autoridade é elemento básico do fato social, uma vez que este se ca- suas idéias clara e objetivamente por escrito.
racteriza pela coercitividade. Os fatos sociais exercem sobre os indi-
víduos uma força imperativa que, por sua natureza, se encontra difu- Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de organizar e apre-
sa na sociedade. Durkheim situou na autoridade a fonte mais impor- sentar suas idéias de modo a induzir seus ouvintes a aceitá-las.
tante da consciência coletiva -- um todo com prioridade sobre suas Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de captar informações
partes, isto é, sobre as consciências individuais. Desse modo, em relevantes, a partir das comunicações orais de seus colaboradores e
seu pensamento, a autoridade desempenha papel fundamental na in- superiores.
tegração desses dois níveis de consciência.
Motivação: Importância do trabalho na satisfação pessoal e desejo de
O alemão Georg Simmel também aponta a coerção como função realização no trabalho.
integradora da ordem social e da personalidade, mas não lhe con-
fere um sentido consensual, como Durkheim: ao contrário, encara o Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa impressão, captar a-
conflito como base das relações humanas e analisa, a partir daí, a tenção e respeito, adquirir confiança e conseguir reconhecimento pessoal.
competição pelo poder. Segundo ele, a relação de autoridade implica Energia: É a capacidade gerencial de atingir um alto nível de atividade
reciprocidade com base no conflito, não propriamente na imposição. (Garra).
Examinando vários tipos de autoridade, Simmel mostra que os prin-
cípios pelos quais ela se orienta dependem da maior ou menor pro- Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o grupo a aceitar idéi-
ximidade entre o comando e a massa: se o contato é direto, a massa as e a trabalhar atingindo um objetivo específico.
tende a ganhar mais autonomia; se existem escalões intermediários,
B) As Principais Competências Gerenciais Estão Sub-Dividas em
a autonomia das posições é negociada em troca da segurança de
Quatro Áreas:
participação ordenada na pirâmide de poder.
- Planejamento: Nessa Área o Gerente Deverá Ser Capaz de Respon-
Na sociologia clássica, a contribuição mais extensa e sistemática
der Positivamente às Seguintes Formulações:
sobre o conceito de autoridade é a de Max Weber, para quem o pro-
blema deve ser tratado como "relação de dominação". Enquanto o Você considera a experiência da sua equipe na formulação dos seus
poder é impositivo e, como tal, estritamente político, a dominação planos?
pode ser religiosa, econômica, militar etc. A autoridade, em todos es-
ses casos, implica, no outro, a vontade de obedecer, ditada por cos- Você conhece os objetivos da sua empresa e, consequentemente, as
tumes, interesses, afetos, motivos racionais e irracionais. Por isso, metas da sua equipe?
para Weber, a autoridade pressupõe a crença na "legitimidade" da Você programa suas atividades diárias?
dominação, ao mesmo tempo que dispõe de instrumentos para se fa-
zer acreditar e criar sua própria validade. Você obtém sucesso no atingimento dos seus objetivos?

Sociologia moderna. Sociólogos como Ralf Dahrendorf e Amitai Você interpreta e explica as políticas e os procedimentos da empresa
Etzioni, que beberam na fonte weberiana, voltaram seu interesse pa- aos seus colaboradores?
ra a questão da autoridade na organização capitalista e no conflito de - Organização: Nessa Área o Gerente Deverá Ser Capaz de Respon-
classes sociais. Para Dahrendorf, uma empresa industrial é sempre der Positivamente às Seguintes Formulações:
uma associação de dominação, com interesses latentes ou manifes-
tos, e representa grupos e classes. Nesse contexto, a eficiência de- Seus subordinados têm conhecimento de suas atribuições?
pende do grau em que a autoridade e a subordinação se complemen-
Seus subordinados se mostram colaborativos no desenvolvimento de
tam. A abordagem de Etzioni, de base estruturalista, trata dos confli-
suas atividades?
tos de autoridade entre administradores e especialistas. Demonstra
como é indispensável, na estrutura das organizações, o equilíbrio en- Você segue a organização formal da empresa?
tre seus meios e seus fins. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Pu-
blicações Ltda. Você organiza os trabalhos da sua área conforme os objetivos da em-
presa?
COMPETÊNCIAS GERENCIAIS.
Você se concentra em trabalhos gerenciais como planejar, organizar,
Habilidades e Competências Gerenciais liderar e controlar?

Escrito por Julio Cesar S. Santos _ Liderança: Nessa Área o Gerente Deverá Ser Capaz de Responder
Positivamente às Seguintes Formulações:
Quais as Principais Habilidades Gerenciais? Por Que o Gerente Ne-
cessita Ser Organizado? O Que é Uma Competência Gerencial? Você procura ouvir a opinião das outras pessoas (colegas e/ou subor-
dinados) antes de decidir?
As modernas corporações vivenciam tempos em que não podem mais
se dar ao luxo de estacionarem economicamente e, nesse cenário, o Você conhece os interesses, as necessidades e as aspirações de seus
Gerente se tornou a mola-mestre na busca pelos resultados desejados. colaboradores?
Porém, muitos desses profissionais talvez nem imaginem que sejam prati- Você se preocupa sistematicamente com o treinamento do seu pesso-
camente obrigados a possuírem determinadas habilidades e competências, al?
as quais os ajudarão a se tornarem eficazes.
Você põe suas decisões em prática?
A) As Principais Habilidades Gerenciais são:
Você tem a certeza de entender os pontos de vista dos seus colabora-
Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade dores?
de planejar e organizar suas próprias atividades e as do seu grupo, estabe-
lecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com eficácia. _ Controle: Nessa Área o Gerente Deverá Ser Capaz de Responder
Positivamente às Seguintes Formulações:
Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclu-
sões lógicas com base nas evidências disponíveis. Você fixa padrões de desempenho para seus subordinados?
Você comunica esses padrões a eles?

Patrimônio 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Seus colaboradores compreendem e aceitam esses padrões? Conhecimento (Saber Fazer)
Você informa aos seus colaboradores sobre os resultados obtidos por O conhecimento é essencial para a realização dos processos da orga-
eles, a tempo de poderem corrigir seu próprio trabalho? nização. De acordo com o nível de conhecimento de um gerente, existe o
essencial, aquele que todo profissional deve saber, como dominar os
Você se reúne com sua equipe para rever os planos e os resultados procedimentos, conceitos, informações necessários ao funcionamento da
conseguidos? empresa. E, aquele mais específico, em que é necessário analisar os
Além disso, o Gerente também deverá ser capaz de transmitir e rece- indivíduos e o contexto de trabalho.
ber mensagens adequadamente, ensinar e instruir seus colaboradores, Habilidades (Saber como Fazer)
administrar a disciplina, julgando e conciliando os interesses das pessoas
envolvidas. Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma, ele se torna uma
habilidade. O conceito de habilidade é variado. Teóricos estudam sobre
Dentro da Gestão por Competências, as competências gerenciais são quais serão as habilidades dos administradores. Um dos estudos é o
um conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e atitudes de Robert L. Katz, que se aprofunda em alguns conceitos de Fayol. Para
que uma pessoa necessita para ser eficaz no campo de atividades admi- que um administrador possa conquistar uma posição de destaque, bem
nistrativas. O desenvolvimento das competências é proveniente como saber administrar, ele definiu a existência das seguintes habilidades:
da Aprendizagem Organizacional, voltada para as competências humanas
e organizacionais.
» Técnicas - funções especializadas e ligadas ao trabalho operacional;
Esse conceito está atribuído à capacidade do indivíduo de desempe-
» Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter visão da empresa
nhar seu papel com eficiência dentro da função que se encontra. As com-
como um todo;
petências nas empresas estão em reconhecer a importância dos gestores.
» Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo um líder eficaz e efici-
Já na Administração Pública, o objetivo gerencial deve ser a eficácia dos
ente.
processos gerenciais na procura do melhor custo/benefício dos recursos.
Essa competência, cheia de habilidades, atitudes e conhecimentos
Henry Mintzberg, ao contrário de Katz, identifica um maior número de
quando colocadas em conjunto são capazes de fornecer potencialidades
habilidades que um grande administrador deve ter. Estas por consequência
para a obtenção dos resultados e consequentemente maior competitivida-
estão relacionadas aos papéis gerenciais criados pelo autor. Ao todo são
de com os seus concorrentes. Serão os gestores (gerentes, chefes, direto-
oito habilidades:
res, etc.) que através de suas competências lideram pessoas e contribuirão
para a formação desse conceito.
Relacionamento com os colegas - mesmo nível hierárquico;
Liderança - orientação, motivação, uso da autoridade;
Competências Gerenciais Básicas
Resolução de conflitos - produz tensão e exige tolerância;
» Liderança; Processamento de Informações - habilidades de comunicação;
» Persuasão; Tomar decisões em condições de ambiguidades - saber decidir e lidar
» Trabalho em equipe; com problemas diversos;
» Criatividade; Locação de Recursos - recursos são sempre escassos;
» Tomada de decisão; Empreendedorismo - busca de problemas e oportunidades;
» Planejamento e organização; Introspecção - reflexão e auto-análise.
» Determinação;
» Motivação;
Tipos de Competências
» Comunicação oral e escrita;
» Saber ouvir, etc. Existem vários tipos de competências definidas por teóricos sobre o
conjunto de competências existentes e utilizadas no ambiente organizacio-
nal. Serão citadas apenas duas:
As três dimensões da competência
Competências Individuais
A partir das competências gerenciais é possível construir modelos para
cada contexto específico. De acordo com Tommas Durand, em seu arti- São características que tornam um indivíduo singular, único. Além de
go Forms of Incompetence. Proceedings Fourth International Conference serem os conhecimentos adquiridos por uma pessoa, também faz parte a
on Competence-Based Management, de 1998, influenciado por outros inteligência em lidar com situações complexas. As competências individu-
autores, definiu que as competências são formadas por três dimensões: ais estarão relacionadas, por exemplo, a formação educacional, a experi-
atitude, conhecimento e habilidade. Cada dimensão é independente, mas ência profissional, assim como o ambiente em que vive, o visão de futuro, a
ambas estão interligadas. Ele afirma ainda que o desenvolvimento das flexibilidade, etc. Estas competências também se classificam em:
competências está na aprendizagem individual e coletiva. Veja:
Atitude (Querer Fazer) » Competências gerais - relativa aos valores organizacionais e a cultura
empresarial;
Ter atitude e ações é fazer acontecer. São competências que permi-
» Competências gerenciais - relativa as funções gerenciais;
tem as pessoas interpretarem e julgarem a realidade e a si próprias. Na
» Competências técnicas - relativas ao profissional e suas habilidades
área gerencial veja algumas atitudes que se destacam:
específicas da área.

» Saber ouvir;
Competências Organizacionais
» Auto motivação;
» Auto controle; São formados pelo capital intelectual, estrutural, organizacional, de
» Dar e receber feedback; processo, etc. Para essas competências devem ser analisados os clientes,
» Resolução de problemas; concorrentes, funcionários, pois são eles que agregarão um diferencial de
» Determinação; mercado. Essas competências são capazes de elevar o potencial de uma
» Proatividade; organização estando ela sempre se fortalecendo. No livro Competências:
» Honestidade e ética nos negócios, etc. conceitos e instrumentos para a gestão de pessoas na empresa moderna,
o autor define também um conjunto de competências que fazem parte das
competências organizacionais:

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Papel de mentor
» Competências essenciais - importante para a organização;
O gestor enquanto mentor trabalha no desenvolvimento de cada fun-
» Competências distintivas - são competências que garantem vantagens
cionário e aperfeiçoa suas competências, eles são orientadores.
competitivas para a organização;
» Competência de suporte - são atividades que servem de base para Modelo dos Sistemas Abertos
outras atividades da organização;
» Capacidade dinâmica - quando as competências organizacionais aten- Para esse modelo é necessário viver em um ambiente ambíguo e
dem as exigências do ambiente. competitivo. Seu objetivo é atingir a adaptação e o apoio externo. É valori-
zado o empreendedorismo, a adaptação política e administração de mu-
danças. O gestor é inovador e negociador.
Modelos Gerenciais
Papel de inovador
Os modelos gerenciais são capazes de nos dar ideias sobre como se-
ria sua aplicação real. Como os modelos de gestão se atualizam sempre, O gestor enquanto inovador está aberto às mudanças, tem um pensa-
deve-se fazer um estudo da organização e ver aquele que melhor se mento crítico e analítico, é visionário e identifica as tendências do mercado.
aplica. Não é uma tarefa fácil, mas requer esforço e competência para o Papel de negociador
estudo tanto do ambiente interno, quanto externo da organização.
Os gestor enquanto negociador deve utilizar técnicas de persuasão e
Um dos modelos gerenciais é o proposto por Robert Quinn, autor do li- influência em prol de seus acordos e compromissos.
vro Competências Gerenciais: princípios e aplicações. Seu modelo define a
existência de vinte e quatro competências gerenciais, das quais são classi- http://www.okconcursos.com.br/apostilas/
ficadas como papéis gerenciais. Assim, há quatro modelo gerenciais que
estão divididos em oito papéis. E para o autor os modelos mais antigos são
de suma importância para auxiliar o gestor na tomada de decisões na EFICIÊNCIA, EFICÁCIA, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDA-
organização. Confira: DE.
Modelo das Metas Racionais Eficiência
Tem como base a lei da sobrevivência de Darwin: o indivíduo com Diz respeito a relação entre insumos e produtos. Um administrador
maior habilidade e mais apto mantem o seu emprego. O objetivo desse mais eficiente é o que consegue produtos mais elevados em relação aos
modelo está na produtividade e no lucro. Ele está relacionado aos papéis insumos necessários à sua concepção. É como uma fórmula matemática.
de diretor e do produtor. Economicidade, produtividade.
Papel de diretor Eficácia
O gestor enquanto diretor deve deixar claro o planejamento e as metas Está relacionada ao alcance dos objetivos/resultados propostos. É a
a serem atingidas. Ele que decide, define opções, tarefas e problemas. capacidade do administrador em conseguir resultados certos pela escolha
adequada dos objetivos e meios para alcançá-los (eficaz).
Papel de produtor
Efetividade
O gestor enquanto produtor tem foco nas tarefas, no trabalho, interes-
se, motivação e determinação. Ele é pragmático. É conseguir ser eficiente e eficaz ao mesmo tempo, isto é, obter o me-
lhor resultado possível, maximizando os recursos disponíveis, e atingir os
Modelo dos Processos Internos ou Modelo de Burocracia Profissional objetivos determinados.
Completa o modelo das metas racionais. Seu objetivo é a busca da es- Produtividade.
tabilidade, continuidade e eficiência no trabalho. Ele é baseado em rotinas.
O gerente é considerado um monitor apto e um coordenador verdadeiro e Termo que designa, em economia, a relação entre a quantidade de
confiável. produto obtida no processo de produção e a quantidade do fator necessá-
rio à sua obtenção.
Papel de monitor
A produtividade é a capacidade de produzir mais satisfatoriamente (se-
O gestor enquanto monitor deve conhecer e supervisionar o ambiente jam bens ou serviços) com menos recursos. Isto resulta num custo baixo
de sua organização, e também, estar a par das metas de cada setor. que permite preços mais baixos (importante para as organizações mercan-
Papel de coordenador tis) ou pressupostos menores (importante para organizações de Governo
ou de Serviço Social). Em busca da competitividade as organizações
O gestor enquanto coordenador dá apoio à estrutura e ao desenvolvi- adotam estratégias.
mento da organização. Suas características são a organização, a concilia-
ção do trabalho da equipe, coordenação à parte logística, bem como Competitividade
encarar problemas. A competitividade é a característica ou capacidade de
Modelo das Relações Humanas qualquer organização em lograr cumprir a sua missão, com mais êxito que
outras organizações competidoras. Baseia-se na capacidade de satisfazer
De acordo com o autor, após a queda da bolsa de valores (1929) e as necessidades e expectativas dos clientes ou cidadãos aos quais serve,
a Segunda Guerra Mundial foi perceptível que os modelos citados anteri- no seu mercado objetivo, de acordo com a sua missão específica, para a
ormente estavam se tornando ineficazes para a época. Nesse novo modelo qual foi criada.
o objetivo é atingir o compromisso, a coesão e a moral. É valorizado mais a
participação, o acordo entre os funcionários e a resolução de problemas. O A competitividade é frequentemente vista no contexto da economia de
gestor é aquele que se coloca no lugar do outro, é portanto, um facilitador e mercado. Neste sentido, a competitividade empresarial significa a obtenção
um mentor. de uma rentabilidade igual ou superior aos rivais no mercado. Se a
rentabilidade de uma empresa, numa economia aberta, é inferior à dos
Papel de facilitador seus rivais, embora tenha com que pagar aos seus trabalhadores,
O gestor enquanto facilitador estimula o trabalho em equipe e gerencia fornecedores e acionistas, a médio ou longo prazo estará debilitada até
os problemas pessoais. chegar a zero e tornar-se negativa.

PROCESSO DECISÓRIO.
Processo decisório

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Para planejar há de se tomar decisões sobre o futuro. A tomada de decisão constitui o núcleo da responsabilidade administrativa. Sob um ponto de vista
mais restrito, administrar significa tomar decisões, escolher opções, definir entre várias alternativas o melhor curso de ação. A cada instante o administrador
se defronta com situações alternativas que exigem tomar alguma decisão. O administrador deve constantemente decidir o que fazer, quem deve fazer,
quando, onde e, muitas vezes, como fazer. Seja ao estabelecer objetivos, alocar recursos ou resolver problemas que surgem pelo caminho, o administrador
deve ponderar o efeito da decisão de hoje sobre as oportunidades de amanhã. Decidir é optar ou selecionar entre várias alternativas de cursos de ação a que
pareça — dentro da racionalidade adotada — a mais adequada para o alcance de determinados fins ou objetivos.
Alguns autores enfatizam mais a decisão do que a ação:6 como cada ação é consequência de uma decisão anterior, o mais importante é tomar boas
decisões. No fundo, a ação corresponde à execução de uma decisão. Assim, a empresa pode ser descrita como um sistema de decisões: a todo momento
todo mundo está tomando decisões a respeito de suas ações. Presidentes, diretores, gerentes, supervisores, funcionários estão sempre às voltas com
decisões sobre o caminho a tomar.
Elementos do processo decisório
Toda decisão envolve no mínimo seis elementos:
1. Tomador da decisão: é o indivíduo ou grupo de indivíduos que faz uma escolha entre vários cursos de ação disponíveis.
2. Objetivos: são os objetivos que o tomador de decisão pretende alcançar por meio de suas ações.
3. Sistema de valores: são os critérios de preferência que o tomador de decisão usa para fazer sua escolha.
4. Cursos de ação: são as diferentes sequências de ação que o tomador de decisão pode escolher.
5. Estados da natureza: são aspectos do ambiente em torno do tomador de decisão e que afetam sua escolha de cursos de ação. São fatores
ambientais fora do controle do tomador de decisões, como as condições de certeza, risco ou incerteza, que veremos adiante.
6. Consequências: representam os efeitos resultantes de um determinado curso de ação e de um determinado estado da natureza.
Níveis de decisão
Como todas as pessoas estão tomando decisões o tempo todo, é importante notar que existem três diferentes áreas de decisão na empresa:
1. Decisões estratégicas: relacionadas com as relações entre a empresa e o ambiente. São amplas, genéricas e guiam e dirigem o comportamento da
empresa como um todo. São decisões tomadas no nível institucional e se referem a aspectos estratégicos da empresa, como, por exemplo,
produtos, serviços, mercados, competição.
2. Decisões administrativas: relacionadas com aspectos internos da empresa que envolvem departamentos ou unidades organizacionais, alocação e
distribuição de recursos. São tomadas no nível intermediário.
3. Decisões operacionais: relacionadas com as tarefas, cargos e aspectos cotidianos das operações da empresa. São tomadas no nível operacional
encarregado de realizar as tarefas do dia-a-dia.
E necessário analisar cada nível de decisões, sem perder de vista o seu inter-relacionamento e sua interdependência.
Decisões Problema Natureza do Decisões-chave Características
Problema Principais
Seleção do mix Objetivos e metas.
produto/mercado capaz Alocação dos recursos Estratégia de diversificação, de Decisões
de melhorar o potencial totais da empresa entre as expansão, administrativa e centralizadas, não-
Estratégicas
de retorno do oportunidades de financeira. Métodos de repetitivas e não-
investimento da produtos/ mercados. crescimento. Planos de programadas.
empresa. crescimento.
Organização: estrutura do fluxo de
informações, de autoridade e Conflito entre
Estruturação dos
Organização, aquisição e responsabilidade. Estrutura de estratégia e operações;
recursos da empresa
Administrativas desenvolvimento de conversão de recursos. entre objetivos
para proporcionar
recursos. Aquisição e desenvolvimento de individuais e
melhor desempenho.
recursos: financeiros, humanos, organizacionais.
materiais.
Objetivos e metas operacionais.
Melhoria da realização
Distribuição dos recursos Níveis de preços e saídas
do potencial de retorno Decisões
entre as áreas funcionais. programação de produção; níveis
sobre o investimento descentralizadas,
Operacionais Programação da de estoque; políticas e estratégicas
por meio do repetitivas e
aplicação e conversão dos de marketing e de pesquisa e
desempenho das programadas.
recursos. desenvolvimento.
tarefas.
Controles.

Figura 8.3. Os três níveis de decisões nas empresas.

Etapas do processo decisório


As decisões são tomadas em resposta a algum problema a ser resolvido, a alguma necessidade a ser satisfeita ou a algum objetivo a ser alcançado. A
decisão envolve um processo, isto é, uma sequência de passos ou etapas que se sucedem. Daí o nome processo decisório para se descrever essa
sequência de fases. Na realidade, o processo decisório pode ser descrito em quatro fases essenciais:
1. Definição e diagnóstico do problema. Esta fase envolve a obtenção dos dados e dos fatos a respeito do problema, suas relações com o contexto

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mais amplo, suas causas, definições e seu diagnóstico.
2. Procura de soluções alternativas mais promissoras. Esta fase envolve a busca de cursos alternativos de ação possíveis e que se mostrem mais
promissores para a solução do problema, a satisfação da necessidade ou o alcance do objetivo.
3. Análise e comparação dessas alternativas de solução. E a fase na qual as várias alternativas de cursos de ação são analisadas, ponderadas e
comparadas, no sentido de verificar os custos (de tempo, de esforços, de recursos etc.) e os benefícios que possam trazer, além de consequências
futuras e prováveis quanto à sua adoção.
4. Seleção e escolha da melhor alternativa como um plano de ação. A escolha de uma alternativa de curso de ação implica o abandono dos demais
cursos alternativos. Há sempre um processo de seleção e de escolhas entre várias alternativas apresentadas. A racionalidade está implícita nesta
atividade de escolha.
Racionalidade do processo decisório
O tomador de decisão deve escolher uma alternativa entre várias. Se ele escolhe os meios apropriados para alcançar um determinado objetivo, a decisão
é considerada racional. As empresas procuram proporcionar às pessoas que nelas tomam decisões todas as informações necessárias e no tempo hábil, para
serem bem-sucedidas nas escolhas. Mais do que isso, as empresas procuram gerar um ambiente psicológico capaz de condicionar as decisões dos
indivíduos aos objetivos organizacionais. Logo, existe uma racionalidade no comportamento administrativo, pois o comportamento dos indivíduos nas
empresas é planejado e orientado no sentido de metas e objetivos. E tal intencionalidade que propicia a integração dos sistemas de comportamentos, cuja
ausência tornaria a administração sem sentido algum. Não existem decisões perfeitas, pois o tomador de decisão precisaria — para proceder de forma
racional — escolher entre diferentes alternativas que se diferenciam entre si pelas suas consequências futuras, comparar caminhos distintos, por meio da
avaliação prévia das consequências decorrentes de cada uma delas, e confrontar tais consequências com os objetivos pretendidos. A eficiência na decisão é
a obtenção de resultados máximos com os meios e recursos limitados. Há sempre uma relatividade nas decisões, uma vez que toda decisão é, até certo
ponto, resultado de uma acomodação: a alternativa escolhida dificilmente permite a realização completa ou perfeita dos objetivos visados, representando
apenas a melhor solução encontrada naquelas circunstâncias. Por esses motivos, o processo decisório repousa em uma racionalidade limitada, na qual o
tomador de decisão não tem condições de analisar todas as alternativas possíveis e receber todas as informações necessárias, O administrador toma
decisões sem poder procurar e analisar todas as alternativas possíveis, pois, se assim o fosse, o tempo despendido nesse processo retardaria enormemente
a definição dos cursos de ação a serem seguidos na atividade empresarial. Por outro lado, o comportamento administrativo é basicamente satisfaciente
(satisficer) e não otimizante, visto que o tomador de decisão procura sempre alternativas satisfatórias e não as alternativas ótimas, dentro das possibilidades
da situação envolvida. Todo processo decisório, humano, seja de um indivíduo, seja da organização, ocupa-se da descoberta e da seleção de alternativas
satisfatórias; somente em casos excepcionais preocupa-se com a descoberta e a seleção de alternativas ótimas. O comportamento de busca será detido
quando a empresa encontrar um padrão considerado aceitável ou razoavelmente bom, isto é, satisfaciente. Quando a realização da empresa cair abaixo
desse nível, nova busca de soluções será tentada. Desse modo, o processo decisório na empresa se caracteriza pelos seguintes aspectos:
1. O tomador de decisão evita a incerteza e segue as regras padronizadas para tomar as decisões.
2. O tomador de decisão procura manter as regras estabelecidas pela empresa e somente as redefine quando sofre pressões.
3. Quando o ambiente muda e novas estatísticas afloram ao processo decisório, a empresa se mostra lenta no ajustamento e tenta utilizar o seu
modelo decisório atual a respeito do mundo para lidar com as condições modificadas.
Decisões programáveis e não-programáveis
Quanto à sua forma, podemos distinguir dois tipos de decisão: decisões programáveis e decisões não-programáveis.
1. Decisões programáveis: são as tomadas de acordo com regras e procedimentos já establecidos para enfrentar assuntos rotineiros perfeitamente
conhecidos.
2. Decisões não-programáveis: são as tomadas diante de situações novas e não bem conhecidas. Constituem novidades e tendem a ser tomadas após
julgamentos improvisados e que exigem esforços para definir e diagnosticar o problema ou situação pela obtenção dos fatos e dos dados, procura de
soluções alternativas, análise e comparação dessas alternativas e seleção e escolha da melhor alternativa como um plano de ação.
Na maioria das vezes, as decisões não-programadas são tomadas no nível institucional quando estratégicas ou no intermediário das empresas quando
táticas. Já as decisões programadas são tomadas no nível operacional a partir de políticas e procedimentos previamente traçados e sujeitas a possíveis
confirmações ou aprovações.
Condições de decisão
As decisões podem ser tomadas dentro de três condições:
1. Incerteza: nas situações de decisão sob incerteza, o tomador de decisão tem pouco ou nenhum conhecimento ou informação para utilizar como base
na atribuição de probabilidade a cada estado da natureza ou a cada evento futuro. Em casos extremos de incerteza não é possível estimar o grau de
probabilidade com que o evento venha a ocorrer. É a situação típica com a qual se defronta o nível institucional das empresas, exigindo um
planejamento contingencial que permita alternativas variadas e flexíveis.
2. Risco: nas situações de decisão sob risco, o tomador de decisão tem informação suficiente para predizer os diferentes estados da natureza. No
entanto, a qualidade dessa informação e a sua interpretação pelos diversos administradores são capazes de variar amplamente e cada administrador
pode atribuir diferentes probabilidades conforme sua crença ou intuição, experiência anterior, opinião, entre outros.
3. Certeza: nas situações sob certeza, o administrador tem completo conhecimento das cosequências ou dos resultados das várias alternativas de
cursos de ação para resolver o problema. E a decisão mais fácil de se tomar, pois cada alternativa pode ser associada com os resultados que pode
produzir. Mesmo que o administrador não tenha condições de investigar todas as alternativas disponíveis, ele pode escolher a melhor das
alternativas consideradas. Esta é uma situação excepcional e não a regra.
QUADRO 8.2. Características das decisões programadas e não-programadas.

DECISÕES PROGRAMADAS DECISÕES NÃO PROGRAMADAS


• São computacionais e rotineiras • Baseadas em julgamento
• Dados adequados • Dados inadequados

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• Dados repetitivos • Dados novos
• Condições estáticas • Condições dinâmicas
• Certeza • Incerteza
• Baseadas em regras e métodos já estabelecidos • Baseadas em julgamento pessoal

O planejamento consiste na tomada antecipada de decisão sobre o que fazer antes de a ação se tornar necessária e, por isso, constitui um sistema
aberto e dinâmico de decisões. No fundo, as empresas constituem sistemas programados de decisão em níveis intermediários.
Para que servem as decisões?
• Para definir comportamentos futuros.
• Para alocar recursos organizacionais.
• Para resolver problemas.
• Para criar inovação.
• Para conduzir uma empresa em um ambiente mutável.
• Para estabelecer prioridades.

Figura 8.4. O continuum certeza-incerteza.

Figura 8.5. Fluxo grama do processo decisório.


Tipos de planos táticos
Os planos táticos geralmente se referem a:
1. Planos de produção: envolvem métodos e tecnologias necessárias para as pessoas em seu trabalho, arranjo físico do trabalho e equipamentos como
suportes para as atividades e tarefas.
2. Planos financeiros: abrangem captação e aplicação do dinheiro necessário para suportar as várias operações da organização.
3. Planos de marketing: referem-se aos requisitos de vender e distribuir bens e serviços no mercado e atender ao cliente.
4. Planos de recursos humanos: dizem respeito a recrutamento, seleção e treinamento das pessoas nas várias atividades da organização.
Implementação dos planos táticos
Os planos táticos representam uma tentativa da empresa de integrar o processo decisório e alinhá-lo à estratégia adotada para orientar o nível
operacional em suas tarefas e atividades, a fim de atingir os objetivos empresariais propostos. Para alcançar essa integração de esforços e plena

Patrimônio 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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identificação com a estratégia empresarial, os planos táticos precisam ser complementados por políticas.
Políticas
Uma política é um guia genérico para a ação. Ela delimita a ação, mas não especifica o tempo. E uma definição de propósitos comuns de uma empresa e
estabelece linhas de orientação e limites para a ação dos indivíduos responsáveis pela implementação dos planos. As políticas constituem planos que lidam
com problemas recorrentes e para os quais não existe solução rotineira e levam a organização a reconhecer objetivos específicos e a trabalhar em conjunto
para seu alcance de uma maneira amplamente definida. Uma política simplesmente estabelece linhas mestras ou fronteiras dentro das quais as decisões
subsequentes deverão ser tomadas. Ela toma a forma de afirmações genéricas. Seu propósito não é o de obter absoluta uniformidade de ação, mas o de
guiar as pessoas que devem desenvolver outros tipos de planos, para elas poderem conhecer quando fazer exceções às práticas usuais e quando não fazer.
Geralmente, uma política apresenta maior flexibilidade do que os outros tipos de planos. A medida que se caminha das políticas aos procedimentos e às
regras, os limites tornam-se gradativamente mais estreitos e menos sujeitos à interpretação pessoal.

Figura 8.6. Como os planos estratégicos e táticos se ajudam mutuamente.

As políticas podem ser escritas ou apenas implícitas e vagas, mas sempre constituem guias para a tomada de decisão dentro da empresa. São princípios
ou grupos de princípios que estabelecem regras para a ação e contribuem para o alcance bem-sucedido dos objetivos. As políticas constituem balizamentos
ao comportamento dos participantes da empresa. Portanto, as políticas fazem parte — de um modo mais específico — da estratégia geral da empresa. Um
aspecto interessante das políticas é o de elas mais guiarem e orientarem do que controlarem a tomada de decisão, pois conduzem o tomador de decisão aos
cursos de ação preferidos ou consequências desejadas pela empresa e presumem, implicitamente, a ocorrência de certos desvios se as condições o
permitirem. Devido a isso, as políticas assumem um ar de generalidade e de abrangência. Quando as políticas se tornam mais específicas e restritivas, elas
limitam as alternativas do tomador de decisão. Se os guias para a tomada de decisão se tornam muito formais, específicos e restritivos, eles deixam de ser
políticas para se transformarem em procedimentos ou em regras e regulamentos.
Tipos de políticas
Quanto ao nível em que funcionam, as políticas podem ser:
1. Políticas globais da empresa: são desenvolvidas no nível institucional e estão relacionadas com aspectos globais da empresa. Todas as demais
políticas deverão conformar-se com ela. As políticas com relação a acionistas, clientes, fornecedores, concorrentes, funcionários, governo e ecologia
estão entre elas.
2. Políticas administrativas: são desenvolvidas no nível intermediário e estão relacionadas predominantemente com aspectos internos da empresa. As
políticas de pessoal, produção, mercadológica, financeira e de abastecimento são exemplos típicos.
Políticas operacionais: são desenvolvidas para serem seguidas pelo nível operacional da empresa e estão relacionadas com aspectos específicos da
atividade empresarial. As políticas de redução de custos, de compras, de salários, de admissão de funcionários, controle de qualidade, manutenção e
segurança no trabalho são exemplos. Em alguns casos, as políticas operacionais podem ser elevadas a políticas administrativas ou até globais, quando se
tornam importantes e relevantes para os negócios da empresa. É o caso do controle de qualidade em empresas que comercializam seus produtos,
vinculando-os à qualidade garantida ou de segurança para empresas geradoras de produtos perigosos.

Patrimônio 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Figura 8.7. Os tipos de Políticas

PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO E OPERACIONAL. quando estão integradas e interagindo, elas são tratadas como Processo
Administrativo.
Níveis de Planejamento
Planejar significa que os administradores pensam antecipadamente
Estratégico em seus objetivos e ações, e que seus atos sejam baseados em algum
O nível estratégico compreende os altos executivos da organização, método, plano ou lógica e não em palpites.
responsáveis pela definição dos objetivos e planos da empresa, e tomada O planejamento, como função básica do administrador, define os obje-
de decisões quanto às questões de longo prazo da empresa, como: sua tivos a serem atingidos pela organização (seja pública ou privada), além de
sobrevivência, crescimento e eficácia geral (BATEMAN, 1998, p. 30) determinar a maneira (como) alcançá-los.
Tático Planos são as linhas mestras das quais:
O planejamento, no nível tático, é utilizado para traduzir os objetivos 1. A organização obtém e aplica os recursos necessário ao alcance
gerais e as estratégias da alta diretoria em objetivos e atividades mais dos seus objetivos;
específicos. (BATEMAN, 1998)
2. Os membros da organização realizam atividades consistentes com
O principal desafio neste nível é promover um contato eficiente e efi- os objetivos e procedimentos escolhidos;
caz entre o nível estratégico e o nível operacional.
3. O progresso na direção dos objetivos é monitorado e medido, de
Operacional modo que possam ser tomadas atitudes corretivas caso ela não seja
Já no planejamento operacional, o processo é de uma menor amplitu- satisfatória.
de, onde o foco é trabalhar junto aos funcionários não administrativos, Resumindo, quando se efetua o planejamento, anseia-se determi-
implementando os planos específicos definidos no planejamento tático. nar onde, se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em
(BATEMAN, 1998) que sequencia. Isso é planejamento!
Planejamento – Uma função do administrador IMPORTANTE: Em concursos, vários termos podem ter conceitos dife-
Quero começar esta parte do artigo falando sobre planejamento. Na rentes em cada disciplina. Para quem já estudou Direito Administrativo, não
verdade, planejamento é algo que precisava estar no teu vocabulário confundam esse processo administrativo da administração com esse
desde que você decidiu participar deste concurso. Sem planejamento mesmo termo no Direito Administrativo.
dificilmente consegue-se alcançar algum objetivo. Organização
Comece a planejar os teus estudos até a data da prova, faça um pla- É o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e os recur-
nejamento de horários, cuide para que toda matéria seja estudada e revi- sos entre membros da organização de modo que eles possam alcançar
sada, não esqueça dos exercícios de provas anteriores. (mesmo que não eficientemente os objetivos da mesma.
seja desta banca)
A organização então é o resultado da combinação de todos estes ele-
Entrando no assunto, planejamento é uma função do administrador, mentos orientados a um objetivo comum.
senão a principal função do administrador. Ela compõe o ciclo administrati-
vo: Segundo Maximiano (1992)1 "uma organização é uma combinação de
esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos.
Planejar – Organizar – Dirigir – Controlar Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar
O processo administrativo inicia-se com o planejamento, passando pe- objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa.".
la organização e direção. Finalmente, o controle tem a função de subsidiar A organização então é o resultado da combinação de todos estes ele-
um novo planejamento, que reiniciará o ciclo administrativo. mentos orientados a um objetivo comum.
Na prática esta sequencia transcende o conceito de ciclo, pois as fun- A qualidade é o resultado de um trabalho de organização.
ções trabalham de forma integrada e concomitantemente.
Direção
Importante esclarecer que essas funções administrativas são assim
chamadas quando utilizadas ou mencionadas de forma isoladas, pois

Patrimônio 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Significa liderar, influenciar e motivar os empregados a realizar tarefas À semelhança dos indivíduos em sociedade, as diversas sociedades
essenciais. É o processo de mobilizar e acionar os recursos, especialmente humanas também se especializam. Modernamente, alguns se dedicam a
as pessoas, para realizar as atividades que conduzirão aos objetivos. estudar a chamada divisão internacional do trabalho, ocorrida entre países.
De nada adianta um bom planejamento e uma boa organização se as Divisão do trabalho corresponde à especialização de tarefas com fun-
pessoas trabalham sem orientação e coordenação adequadas. Os meios ções específicas, com finalidade de dinamizar e otimizar a produção indus-
de direção são: a emissão de ordens; instruções; comunicação; motivação; trial. Esse processo produz eficiência e rapidez ao sistema produtivo.
liderança e coordenação.
A especialização delimitada de funções e tarefas nas etapas produti-
O processo de decisão segue a seguinte forma: vas industriais é derivada, principalmente, do crescimento do comércio, do
capitalismo e impulsionada pela intensificação da produção industrial.
Reconhecer o problema;
A divisão do trabalho faz com que o trabalhador adquira, com a tarefa
Elaborar alternativas; repetitiva, uma agilidade maior e com isso fique “treinado” na execução de
Avaliar alternativas; seus movimentos, provocando assim uma diminuição no tempo gasto, o
resultado é o aumento da produção em todo período de trabalho.
Escolher e implantar a alternativa;
A divisão do trabalho favorece a vida em sociedade, pois cada indiví-
Avaliar os resultados. duo tem sua função na estrutura social, desempenha algo que é necessá-
Controle rio e útil para si e para as outras pessoas.

É o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a Apesar de esse processo organizacional produzir um aumento na pro-
necessidade de modificá-los. É acompanhar se o que foi planejado foi dutividade, ocasiona também o surgimento de trabalhadores alienados
executado e se o que foi executado foi planejado, propondo melhorias quanto ao processo produtivo, isso quer dizer que o trabalhador conhece
onde tiver ocorrido desvios ou melhores práticas. somente uma única etapa da produção, tornando-se muito limitado.

Envolve os seguintes elementos: O ideal é possuir funcionários dotados de capacidades distintas, o que
favorece a flexibilização funcional.
• Estabelecer padrões de desenvolvimento;
Por Eduardo De Freitas
• Medir o desempenho atual;
CONTROLE E AVALIAÇÃO.
• Comparar o desempenho atual com os padrões estabelecidos;
Controle
• Caso sejam detectados desvios, executar ações corretivas.
É o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a
Alguns requisitos para um controle eficiente:
necessidade de modificá-los. É acompanhar se o que foi planejado foi
- Deve refletir as necessidades da atividade; executado e se o que foi executado foi planejado, propondo melhorias
onde tiver ocorrido desvios ou melhores práticas.
- Deve imediatamente mostrar os desvios;
Envolve os seguintes elementos:
- Deve ser flexível nas mudanças de planos;
• Estabelecer padrões de desenvolvimento;
- Deve refletir o padrão de eficácia da organização;
• Medir o desempenho atual;
- Deve ser econômico;
• Comparar o desempenho atual com os padrões estabelecidos;
- Deve ser de fácil entendimento;
• Caso sejam detectados desvios, executar ações corretivas.
- Deve trazer como resultado uma ação corretiva.
Alguns requisitos para um controle eficiente:
Ronan Santos
- Deve refletir as necessidades da atividade;
- Deve imediatamente mostrar os desvios;
DIVISÃO DO TRABALHO.
- Deve ser flexível nas mudanças de planos;
Dá-se o nome de divisão do trabalho à especialização de funções que
- Deve refletir o padrão de eficácia da organização;
permite a cada pessoa criar, usar e acentuar, com máxima vantagem,
qualquer diferença peculiar em aptidões e recursos. Tem como conse- - Deve ser econômico;
quência o trabalho cooperativo em tarefas e papéis específicos e delimita-
dos, com o objetivo de aumentar a eficiência da produção. Historicamente, - Deve ser de fácil entendimento;
a emergência de uma divisão do trabalho cada vez mais complexa está - Deve trazer como resultado uma ação corretiva.
associada ao aumento do comércio, ao surgimento do capitalismo e à
complexidade dos processos de industrialização. Posteriormente, a divisão AVALIAÇÃO – A aferição ou o julgamento da eficiência de uma ativi-
do trabalho atingiu o nível de uma prática gerencial de bases científicas dade administrativa.
com os estudos de tempo e movimento associados ao Taylorismo. Controle
Na história da espécie humana, a primeira divisão do trabalho ocorreu Processo de monitorar as atividades de forma a assegurar que elas
entre homens e mulheres, mas tornou-se ainda mais sofisticada com o estejam sendo realizadas conforme o planejamento e corrigir quaisquer
advento da agricultura e a surgimento da civilização. Alguns outros animais desvios significativos. O controle é feito durante todo o processo.
sociais também exibem uma divisão do trabalho.
Processo de controle
A divisão do trabalho é uma característica fundamental
das sociedades humanas, devida ao fato de que os seres humanos diferem » Estabelecer padrões de desempenho desejados;
uns dos outros quanto a suas habilidades inatas ou adquiridas. Em um » Medir o desempenho real, através de observação (subjetivo), relatórios
certo estágio do desenvolvimento de suas comunidades, os indivíduos etc;
percebem que podem satisfazer melhor as suas necessidades ao se » Comparar os resultados obtidos com o padrão estabelecido, com curvas
especializar, ao se associar e ao trocar, em vez de produzir, cada um de de variação e níveis toleráveis de desvio;
maneira autárquica, aquilo que precisa consumir.

Patrimônio 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
» Feedback- obtenção de dados de avaliação para posterior melhoria do São necessidades exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas
sistema (correção dos desvios). no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de
necessidades.
Tipos de Controle
» Feedforward (ou Controle Antecipado ou Preventivo): visa garantir O homem procura, indefinidamente, maiores satisfações dessas ne-
que os inputs sejam suficientes para evitar problemas durante a execução cessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente.
do processo;
Necessidade de segurança íntima, necessidade de participação, ne-
» Simultâneo:monitoração ao longo do processo, evita que erros e cessidade de auto-confiança, necessidade de afeição, necessidade de
desperdícios se prolonguem; reconhecimento, necessidade de status, necessidade de pertencer, neces-
» De Feedback:mede o desempenho no fim do processo. sidade de auto-afirmação, etc.

MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO. a.3- Necessidades de Auto-Realização


São produtos da educação e da cultura a também elas, como as ne-
MOTIVAÇÃO cessidades psicológicas, são raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o
Todo administrador é responsável, em sua esfera de autoridade, pela homem vai procurando, gradativamente, maiores satisfações e estabele-
motivação de seus subordinados. Um presidente deve sentir-se responsá- cendo metas crescentemente sofisticadas.
vel por motivar, em primeiro lugar, os que prestam contas a ele diretamente
e, em segundo lugar, a todos os empregados da empresa. A necessidade de auto-realização é a síntese de todas as outras ne-
cessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de
Talvez, a melhor norma para um sistema salutar de motivação, seja esta em continuo auto-desenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
advertência bíblica "Faça aos outros o que quizeres que te façam".
b. Nem sempre a satisfação das necessidades é obtida. Pode existir
a. Necessidades Humanas e a motivação alguma barreira ou obstáculo que impeça a satisfação de alguma necessi-
O comportamento humano é determinado por causas que, às vezes, dade.
escapam ao próprio entendimento ou controle do homem. Essas causas se Toda a vez que alguma satisfação é bloqueada por alguma barreira
chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscien- ocorrem a frustração ou a compensação ou transferência.
tes que levam o indivíduo a um determinado comportamento,
Dessa forma, toda a necessidade humana pode ser satisfeita, frustra-
A motivação se refere ao comportamento que, é causado por necessi- da ou compensada.
dades do indivíduo e que é dirigido no sentido dos objetivos que podem
satisfazer essas necessidades. b.1- Frustração
A frustração pode levar a certas reações generalizadas, a saber;
O moral é uma decorrência do estado motivacional, uma atitude men- - desorganização do comportamento:
tal provocada pela satisfação ou não-satisfação das necessidades do conduta ilógica e sem explicação aparente.
indivíduo. O moral elevado é acompanhado de uma atitude de interesse, - agressividade;
identificação, aceitação fácil, entusiasmo e impulso positivo, em relação ao a liberação da tensão acumulada pode acontecer através da a-
trabalho; desenvolve a colaboração, porquanto ele se apóia em uma base gressividade física, verbal , simbólica, etc.
psicológica onde predominam o desejo de pertencer e a satisfação de - reações emocionais:
trabalhar em grupo. a tensão retida pela não satisfação da necessidade pode provocar
Por outro lado, o moral baixo é acompanhado por, uma atitude de de- ansiedade, aflição, insônia, distúrbios circulatórios, digestivos, etc.
sinteresse, negação, pessimismo, rejeição e apatia com relação ao traba- - alienação e apatia
lho e, geralmente, trazendo problemas de supervisão e de disciplina. o desagrado em face da não satisfação pode ocasionar reações
de alienação, de apatia e de desinteresse pelo alcance dos objeti-
Assim, o moral é uma conseqüência do grau de satisfação das neces- vos frustrados como forma ou mecanismo inconsciente de defesa
sidades individuais. do ego.

O homem é um animal dotado de necessidades que se alternam e se b.2- Compensação ou Transferência


sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade surge Ocorre a compensação ou transferência quando o indivíduo tenta sa-
outra em seu lugar e assim por diante, continua e infinitamente. tisfazer alguma necessidade impossível de ser satisfeita através da satisfa-
ção de outra necessidade complementar ou substitutiva. Assim, a satisfa-
As necessidades motivam o comportamento humano dando-lhe dire- ção de outra necessidade aplaca a necessidade mais importante, e reduz
ção e conteúdo, ou evita a frustração. A necessidade de prestigio pode ser satisfeita pela
ascensão social, pelo sucesso profissional, pelo poder do dinheiro ou pela
Ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis ou estágios de conduta atlética. "
motivação: à medida que vai crescendo e amadurecendo vai ultrapassando
os estágios mais baixo e desenvolvendo necessidades de níveis, gradati- LIDERANÇA
vamente, mais elevados. As diferenças individuais influem, poderosamen-
te, quanto à duração, intensidade e possível fixação em cada um desses a. Autoridade e Poder:
estágios. Autoridade é o direito de dar ordens e o de exigir obediência. (James
D. Mooney )
Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessida-
des fisiológicas, psicológicas e de auto-realização. b. Influência
É qualquer comportamento da parte de um indivíduo que altera o com-
a.1- Necessidades Fisiológicas, Vitais ou Vegetativas portamento, atitudes, sentimentos de outro indivíduo.
São inatas e instintivas e relacionadas com a sobrevivência do indiví-
duo. Situadas no nível mais baixo são, também, comuns aos animais, e c. Poder:
exigem satisfações periódicas e cíclicas. As principais são: alimentação, Implica em ter potencial para exercer influência. A autoridade propor-
sono, exercício físico, satisfação sexual, proteção contra os elementos, ciona o poder que é ligado à posição dentro da organização.
segurança física contra os perigos.
d. Tipos de Poder (Do Ponto de Vista dos Subordinados)
a.2- Necessidades Psicológicas ou Sociais

Patrimônio 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d .1-PODER DE RECOMPENSA Tipos de Liderança
Percepção, por parte dos subordinados, da capacidade do chefe
de lhes proporcionar recompensas (motivador). Para que a liderança fosse eficaz dentro de uma organização, seria
necessário, de acordo com estudos pioneiros do caso, a existência de duas
d.2- PODER COERCITIVO: vertentes, uma chamada consideração (relacionada aos aspectos huma-
Percepção, por parte dos subordinados, da capacidade do chefe nos, e o líder deveria apresentar um nível alto desse aspecto, para um
de lhes proporcionar punições (gera agressividade e hostilidade. satisfatório relacionamento e comunicação) e outra chama-
Usado em excesso leva à desmotivação). da estrutura(relacionada aos aspectos técnicos, onde o líder exerceria um
alto papel ativo no direcionamento do grupo e no planejamento das ações).
d.3- PODER LEGITIMADO Com base nesses estudos, outros modelos de liderança eficaz surgi-
Baseado nos valores de um indivíduo. Existe quando uma pessoa ram, fazendo com que o líder buscasse, por meio de treinamento, adquirir
ou grupo acredita que é correto ou legitimo para outra pessoa ou tais habilidades.
grupo influenciar suas ações (religiões, Papa, etc).
Pode-se identificar a capacidade de liderança em uma pessoa, pela
d.4- PODER DE REFERÊNCIA combinação de algumas de suas características pessoais. Para tanto,
É baseado no desejo de um indivíduo ou grupo de identificar-se ou existem alguns tipos de liderança conhecidos, como:
ser semelhante a outra pessoa ou grupo (com o superior, com o Liderança Coercitiva
artista, com o político).
Baseada no temor, esse tipo de liderança é caracterizada pela influên-
d.5- PODER DE PERÍCIA cia por coerção, ou seja, o poder de influenciar através de uma punição, ou
É baseada na percepção de uma pessoa ou grupo a respeito do também pelo cargo exercido pelo líder.
maior conhecimento, capacidade ou perícia de outra pessoa ou
Liderança Controladora
grupo.
Periodicamente, esse tipo de liderança utiliza do poder de coerção,
e. ASPECTOS GERAIS mas o que realmente prepondera no estilo, é a capacidade de se apoiar no
Do mesmo modo que a motivação e a comunicação, a liderança é um poder de posição e de recompensa, de maneira sutil, manipulando materi-
dos requisitos básicos da direção. almente ou emocionalmente o subordinado.

Os chefes tem poderes para contratar, demitir, promover e afetar de Liderança baseada na especialização
outras formas as possibilidades dos subordinados realizarem seus objeti- A capacidade técnica do líder é o que mais influencia nesse estilo, pois
vos pessoais; mas, para obter melhores resultados, o líder deve fazer com o grupo aceita tal liderança, porque a mesma serve de guia para seus
que suas ordens sejam cumpridas espontaneamente e não sob coação. O membros.
administrador que cria e mantém um ambiente que favorece o desempe-
nho eficiente das pessoas pelas quais é responsável, está fazendo muito Liderança referencial
no sentido de garantir sua liderança. Os traços da personalidade do líder é o diferencial nesse tipo de lide-
rança. O indivíduo é admirando por seus seguidores pela seu “carisma”,
A idéia de que a capacidade de liderança pode ser ensinada, está su- conferindo-lhe capacidade de influência sobre os mesmos.
jeita a polêmicas e controvérsias. Capacidades sumamente talentosas de
liderança estão em evidência em toda parte, seja em grupos formais ou Objetivos da Liderança
informais, desde jardins da infância até universidades, de instituições
Um dos aspectos mais importantes para o processo de liderança é a
sociais até o submundo e os lideres espontâneos parecem mais bem
comunicação, ou seja, a capacidade de transmitir uma mensagem com
sucedidos do que aqueles que se submetem ao estudo e ao treinamento
clareza e exatidão aos liderados. Para se identificar um bom nível de
formal de liderança.
eficiência nesse processo, vale medir a consecução de metas executadas
pelo líder, a partir do ponto de vista organizacional, ou do próprio grupo.
DESEMPENHO – O grau ou nível de habilidade e de esforço gasto na
execução de um processo. Para que haja uma percepção acentuada do que acontece no grupo, é
necessário que a liderança seja potente e aja de maneira apropriada. Para
LIDERANÇA que a liderança seja bem sucedida, não existem fórmulas ou segredo do
Conceito de Liderança sucesso.

Preocupação de extrair o máximo das competências e habilidades do Para tanto, existem alguns objetivos a serem alcançados por esse pro-
indivíduo e de grupos. A existência de liderança nos grupos empresariais, é cesso, permitindo uma influência sobre a produtividade, rotatividade e,
um aspecto que influencia no desempenho das organizações. Reconhecido principalmente, satisfação com o trabalho executado. As lideranças nas
como um dos principais papéis do administrador, o ato de liderar lembra a organizações pretendem:
ideia de comando, ou seja, o controle exercido por um determinado indiví- Apresentar a importância que cada funcionário tem dentro da empresa,
duo sobre seus seguidores. Geralmente, algumas características são para que os objetivos sejam alcançados;
encontradas no líder, como: confiança, solidez, sensatez, sobriedade, ética
e outros. Promover satisfação pessoal e profissional ao funcionário;

A liderança influencia, motiva e conduz as pessoas e a organização. O líder deve estimular os funcionários a buscarem o desempenho den-
tro de suas funções;
Uma situação muito comum no interior das organizações, é o fato de
existirem funcionários trabalhando com tarefas divididas de acordo com os Gerar um cumprimento das normas da organização;
respectivos cargos que exercem. Entretanto, alguns contratempos que As opiniões contraditórias devem ser levadas em consideração, traba-
fogem do conhecimento deles podem surgir no cotidiano empresarial, lhadas, para que se obtenha compromisso com as metas da própria orga-
sendo necessária, para tanto, a figura de um líder para direcionar a equipe, nização;
buscando soluções para o problema, com eficiência e agilidade nos pro-
cessos. Criar um sistema de recompensas e incentivos pelas tarefas bem exe-
cutadas.
A liderança não é como a Direção que se preocupa com o cumprimen-
to de normas e com a racionalidade. Direção é formal, burocrática e está
fundamentada na estrutura organizacional (Reinaldo Silva).

Patrimônio 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Esse tipo de líder age com o intuito de controlar e centralizar as suas
O líder não é capaz, por si só, de determinar o andamento dos eventos preocupações somente com a produção, não dando importância às pesso-
dentro de uma empresa. Para isso, é necessário que haja interatividade as. Ele utiliza a autoridade para alcançar resultados satisfatórios.
com as reações dos liderados, com a natureza das atividades e, conse-
Líder-Pessoas
quentemente, de seus objetivos, além da estrutura organizacional.
Preocupação do líder direcionada às pessoas, buscando sempre har-
monia entre os relacionamentos, por vezes, sacrificando a eficiência e a
Teorias da Liderança eficácia do trabalho realizado.
Confira as principais teorias da liderança: Líder Negligente
Traços de Personalidade Esse tipo de líder não se preocupa nem com as pessoas, nem com o
Conjunto de características pessoais que fazem um líder: vigor, postu- trabalho. Ele revela uma postura passiva, provavelmente não garantindo
ra, inteligência, empatia, persistência, motivação. sua permanência na organização.

Estilo de Liderança Líder Meio-Termo

Estilos comportamentais : autoritária , liberal e democrática (Whi- O líder meio-termo tem preocupação média, tanto com as pessoas,
te e Lippit) tanto com a produção. Ele busca um equilíbrio entre a disposição dos
funcionários e os resultados obtidos.
Situacionais de Liderança
Líder- Equipe
Existem vários tipos de liderança que ocorrem em momentos distintos
e circunstanciais. O líder-equipe tem máxima preocupação tanto com a produção, quan-
to com as pessoas. Ele enxerga o trabalho em equipe como a única manei-
Grid Gerencial ra de se alcançar os objetivos. A participação e a interação entre os subor-
Combina orientação para produção e para pessoas e é a sinergia de dinados, com objetivos comuns, são estimuladas.
interesses entre a tarefa e o relacionamento. Baseado nos teóricos, esse estilo (Líder-Equipe) de compatibilidade
Teoria 3D seria o mais ideal para que os objetivos das organizações fossem cumpri-
dos. Porém, na prática, o que se revela é que não são em todos os casos
Orientação para eficácia gerencial, na medida em que soluciona pro- que esse estilo de liderança é indicado para que os resultados sejam
blemas. atingidos de maneira eficiente e eficaz.
Sistema de Administração de Pessoas ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL E CIDADANIA.
São as variáveis internas, aliadas à visão paternária. Composto por Responsabilidade social com ética e cidadania
tomada de decisão, comunicações, sistema de interação e sistema de
recompensas e punições aliada ao relacionamento interpessoal. No atual cenário mundial observa-se o processar de inúmeras trans-
formações de ordem econômica, política, social, cultural e religiosa que,
Liderança Situacional
por sua vez, ambientam o aparecimento de novos modelos de relações
É a visão polivalente, com base na gestão por competência. Inclui o entre instituições e mercados, organizações e sociedade. No âmbito das
saber e o querer. atuais tendências de relacionamento, verifica-se a aproximação dos inte-
resses das organizações e os da sociedade resultando em esforços múlti-
As teorias X e Y (McGregor) também se aplicam à liderança. plos para o atendimento de objetivos compartilhados. Hoje tais modelos
Métodos de Liderança emergem em meio as organizações e instituições preocupadas com a
elevação do padrão de qualidade de vida de suas comunidades, desenvol-
Coação: baseia-se na disciplina; vendo então, o processo denominado responsabilidade social. Para se
definir Responsabilidade Social é importante que haja inicialmente refle-
Sugestão: baseia-se no sentimento;
xões acerca do conceito de ética e do desenvolvimento do processo de
Persuasão: baseia-se na razão. cidadania. Etimologicamente a palavra responsabilidade deriva do latim
respondere, responder. Segundo o dicionário Michaellis, responsabilidade
Estilos de Liderança é “a qualidade de responsável”, que “responde por atos próprios ou de
Para cada tipo de organização, existe um conjunto de características outrem”, que “deve satisfazer os seus compromissos ou de outrem”. As
ideais esperadas do grupo de funcionários, de acordo com os objetivos diferentes significações percebidas para o termo suscitam questões ligadas
propostos. à área do dever, da obrigação legal ou moral que, por sua vez, nos faz
adentrar o campo da ética. Falar sobre ética e sua relação com responsabi-
Liderança Autocrática lidade social nos remete diretamente ao problema do costume – hábitos
Ênfase apenas no líder, onde ele toma todas as decisões. O foco está ligados às manifestações de cada coletividade através de suas tradições,
voltado totalmente para o trabalho, cumprimento de metas e responsabili- vivências e crenças. Educação, saúde, habitação, nível de empregabilida-
dades individuais, de acordo com a distribuição de tarefas. de, segurança, entre outras, são áreas críticas em nosso país que se
contrapõem ao processo de desenvolvimento sustentado, atualmente
Liderança Democrática percebido como fator inerente à sobrevivência das diversas organizações
da sociedade. Ton
Ênfase nos subordinados e no líder, em que o grupo participa ativa-
mente das decisões. O foco, neste caso, está voltado para os relaciona- RESPONSABILIDADE SOCIAL E A CONTRIBUIÇÃO DAS RELA-
mentos entre os indivíduos da organização, para suas opiniões. ÇÕES PÚBLICAS
Liderança Liberal ou Laissez-faire Ângela Fernandes
Ênfase nos subordinados, pois as decisões são transferidas para o INTRODUÇÃO
grupo.
No cenário mundial contemporâneo observa-se o processar de inúme-
Estudos recentes apontam para a possibilidade de se compatibilizar ta- ras transformações de ordem econômica, política, social e cultural que, por
refas e pessoas, onde, de acordo com as pesquisas de Blake e Mounton, sua vez, ambientam o aparecimento de novos modelos de relações entre
existem 5 tipos de líder, como: instituições e mercados, organizações e sociedade. No âmbito das atuais
tendências de relacionamento, verifica-se a aproximação dos interesses
Líder-Tarefa

Patrimônio 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
das organizações e os da sociedade resultando em esforços múltiplos para Inúmeros fatos poderiam ser resgatados e analisados numa tentativa
o atendimento de objetivos compartilhados. de pontuar historicamente os aspectos econômicos, políticos e sociais que
favoreceram o processar do conceito de cidadania nas diversas socieda-
Através da convergência entre metas econômicas e sociais, emergem des.
os modelos de organizações preocupadas com a elevação do padrão de
qualidade de vida de suas comunidades. Estas organizações–cidadãs Acreditamos, no entanto, que esse resgate oferece conteúdo para um
desenvolvem o processo denominado responsabilidade social. trabalho à parte. Partindo dessa constatação, nos limitaremos a apontar
apenas alguns fatos a título de introdução na área da cidadania organiza-
O movimento denominado responsabilidade social orienta o apareci- cional, em especial no contexto brasileiro.
mento de alguns novos conceitos e tendências profissionais que solicitam
reflexões. A chegada ao Brasil por parte das empresas multinacionais, nos idos
de 40 e 50 , promoveu significativas mudanças no trabalho, nos costumes,
Diante dessas considerações, são objetivos do estudo ora apresenta- na melhoria do nível de vida dos trabalhadores. Paralelo a esses eventos,
do: o Brasil assiste às primeiras transmissões televisionadas e o rádio transis-
conceituar Responsabilidade Social; tor proporciona às diferentes regiões e classes sociais o acesso a informa-
ção.
compreender a orientação de Responsabilidade Social processada
nas organizações da sociedade; Os anos 60 são marcados por práticas de anti-cidadania devido ao re-
gime político vigente que impedia a liberdade de expressão.
verificar as possíveis contribuições das Relações Públicas em rela-
ção a Responsabilidade Social. Com a abertura política nos anos 80 deu-se um reaprender sobre ci-
dadania e foram decisivas nessa caminhada as intervenções dos sindica-
CONCEITUANDO RESPONSABILIDADE SOCIAL tos e dos movimentos sociais que pretenderam, além do modelo Walfare
State, fomentar o debate público em torno dos direitos da figura social
Responsabilidade Social, Ética e Cidadania
denominada Consumidor.
O trabalho de buscar uma definição para Responsabilidade Social soli-
Um outro fato marcante foi a implementação do Plano de Comunica-
cita inicialmente reflexões acerca do conceito de ética e do desenvolvimen-
ção da Rhodia que centrou sua preocupação na qualidade e sistematiza-
to do processo de cidadania.
ção da comunicação com os seus públicos, rompendo com a era do “não
Etimologicamente a palavra responsabilidade deriva do la- temos nada a dizer”. Faz-se destaque ao papel dos Meios de Comunicação
tim respondere, responder.Segundo o dicionário Michaellis, responsabili- de Massa no processo de democratização da informação. Carlos Fico,
dade é “a qualidade de responsável”, que “responde por atos próprios ou em Reinventando o Otimismo, comenta da importância dos meios na
de outrem”, que “deve satisfazer os seus compromissos ou de outrem”. mediação de eventos circundantes ao espaço público e ao espaço privado.
Particularmente, identificamos nesse processo um dos pilares da constru-
As diferentes significações percebidas para o termo suscitam questões ção da cidadania empresarial brasileira na medida em que, ao integrar o
ligadas à área do dever, da obrigação legal ou moral que, por sua vez, nos contexto no qual estão inseridas, as instituições precisam conjugar o seu
faz adentrar o campo da ética. aspecto privado com a preocupação voltada aos públicos. Ou seja, embora
Falar sobre ética e sua relação com responsabilidade social nos reme- uma organização possa pertencer ao poder privado ela deve responsabili-
te diretamente ao problema do costume – hábitos ligados às manifestações dade e satisfação pública.
de cada coletividade através de suas tradições, vivências e crenças. Um ponto de pauta que esteve presente de modo muito forte foi a
De acordo com Solano Fleta, costume: “...é a criação normativa de um questão do consumidor, culminando com a instituição do Código de Defesa
grupo com tal competência jurídica que possibilita dar origem a novas Consumidor e a configuração do seu órgão representativo, o PROCON.
regras mediante sua conduta uniforme,” e uso “é esta mesma conduta, Mais recentemente, tivemos a abertura comercial do Brasil que permi-
porém de um grupo carente de poder normativo. Para que o uso tenha tiu a entrada de empresas e produtos com preços e qualidade similares ou
significado jurídico precisa ser recebido de fora, do Estado ou de um grupo superiores aos nacionais. De certo modo, diz Vera Giangrande, isso refor-
capacitado pelo Direito.” çou junto ao empresariado a importância da fidelidade com seu cliente
Basicamente podemos definir dois tipos de uso: aquele que, com o consumidor a ponto dessas empresas instituírem a figura do Ombudsman
passar do tempo, se transforma em costumes jurídicos (regulamentados), como canal de comunicação com esses clientes.
pois cumprem todas as condições materiais e formais destes. E o uso que, E sob a mesma orientação conceitual são revisadas as práticas das
por não satisfazer determinados requisitos, não se caracteriza como cos- organizações públicas que percebem no indivíduo-cidadão o consumidor e
tume de Direito, isto é, norma exigida, ampliada pelos mecanismos sancio- avaliador de suas políticas e serviços. Esse mesmo indivíduo que integra e
nadores correspondentes. ajuda a formar a opinião pública – instrumento de legitimação de poder da
Seguindo este raciocínio Solano Fleta define responsabilidade soci- sociedade civil.
al: “Entende-se por responsabilidade social o conjunto de obrigações Construção do Conceito de Responsabilidade Social
inerentes a evolução de um estado ou condição com força ainda não
reconhecidas pelo ordenamento jurídico positivo ou desconhecidas parci- Ao final das reflexões apresentadas chegamos a conclusão que algu-
almente, mas cuja força que se vincula e sua prévia tipificação procedem mas considerações são necessárias para precisão de um conceito voltado
da íntima convicção social de que não segui-la constitui uma transgressão para responsabilidade social.
da norma da cultura.”
Trata-se de um processo relacionado a questões específicas de
Uma análise mais aprofundada sobre o conteúdo dessa definição sus- tempo e espaço, de evolução de pensamento e de práticas relacionadas a
cita algumas reflexões: a íntima convicção social que determina uma situações circunscritas a determinados organismos – sistemas econômicos
norma ou conjunto de obrigações, ainda que não reconhecidas pelo orde- e políticos vigentes em determinados países e suas organizações.
namento jurídico positivo, pertence ao campo da ética, ou seja, os valores
morais e os princípios ideais de conduta humana. Assim sendo, responsa- Trata-se de um processo dinâmico, posto que reflete o próprio meio
bilidade social é processo resultante do desenvolvimento de posturas social, no qual se entrecruzam diversos fatores de ordem econômica,
éticas inerentes aos estágios de evolução de determinados grupos ou política e cultural.
organismos sociais. Trata-se de um processo que envolve os diversos segmentos da
Entrecruzando-se com o conceito de ética, posto que a ele permanece sociedade – cidadãos, consumidores, organizações públicas ou privadas,
estreitamente vinculado, vamos encontrar o conceito de cidadania. comunidades etc.
Ainda que pesem os fatores acima expostos, numa tentativa de aplica-
ção racional do termo responsabilidade social desenvolvemos, a título de

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uma tímida colaboração, o conceito: “Responsabilidade Social consiste no Dessa Política emana a lei infra-constitucional – a Lei Orgânica da As-
somatório de atitudes assumidas por agentes sociais – cidadãos, organiza- sistência Social que estabelece as normas, os critérios de prioridade e de
ções públicas, privadas com ou sem fins lucrativos –estreitamente vincula- elegibilidade, além de padrões de qualidade na prestação de benefícios,
das a ciência do dever humano (ética) e voltadas para o desenvolvimento serviços, programas e projetos em parceria com os setores público e civil
sustentado da sociedade.” da sociedade.
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES Segundo Setor – Organizações Privadas
Segundo o conceito apresentado, a responsabilidade social não se A percepção, por parte de boa parcela do empresariado, sobre a ne-
restringe a atuação de um determinado segmento da sociedade. cessidade de um desenvolvimento sustentado vem gerando uma postura
que se contrapõe à cultura centrada na maximização do lucro dos acionis-
Abordamos, nesse capítulo, qual a orientação de responsabilidade so- tas.
cial processada pelas organizações do Primeiro Setor (públicas), Segundo
Setor (privadas) e Terceiro Setor (da sociedade civil de interesse público), Certamente, o notável economista americano Milton Friedman, ao a-
e focalizamos nossa verificação na sociedade brasileira atual. firmar que a responsabilidade de uma organização baseia-se essencial-
mente na conquista e elevação de seus dividendos, não avaliou os impac-
Primeiro Setor – Organizações Públicas tos que a nova orientação capitalista traria ao mundo dos negócios.
A atuação das organizações públicas nessa esfera é regulamentada O chamado capitalismo social ambienta novas formas de relação entre
pela política de ação social do governo federal. Por sua vez, orientada empresas, funcionários, comunidades e clientes. Esses segmentos passam
pelos artigos 203 e 204 da Constituição Federal no que tange à Assistência a compartilhar objetivos e resultados em prol da otimização e manutenção
Social. dos recursos necessários à perenidade dos negócios.
As ações do governo nessa área, são realizadas com os recursos da No âmbito da administração das empresas privadas, várias teorias e
Seguridade Social “financiada por toda a sociedade, de forma direta e correntes de estudos em Administração sucederam-se na medida em que
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamen- evoluía o ambiente social com suas variáveis.
tos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios através
das contribuições sociais que incidem sobre a folha de salários, o fatura- Verificou-se que muita coisa existente dentro das organizações era
mento e o lucro dos empregadores, dos trabalhadores e da receita apurada decorrente do que existia fora delas, nos seus ambientes. As organizações
em concursos de prognósticos”. escolhem seus ambientes, passam a ser condicionados por eles, necessi-
tando adaptar-se aos mesmos para poderem sobreviver e crescer. Neste
A política de ação social do governo obedece basicamente a três prin- sentido, conhecimento do ambiente é vital para a compreensão dos meca-
cípios:integração, descentralização e interação. nismos organizacionais.
O conceito de “ação integrada” atende a duas vertentes principais. As transformações econômicas, políticas e culturais da atualidade tor-
Uma é a criação de um eixo norteador ou elo de ligação entre os vá- nam-se então determinantes das novas posturas empresarias.
rios órgãos do governo e que perpassa ao longo de sua estrutura articu- O conceito de desenvolvimento sustentado faz com que as organiza-
lando as ações dos ministérios, das autarquias e de outras instituições. ções se voltem para os objetivos no longo prazo e passem, então, a perce-
Esse elo atualmente se consubstancia no Programa Comunidade Soli- ber que qualidade, preço competitivo e bons serviços não representam
dária que visa o atendimento das diversas regiões brasileiras, objetivando mais os únicos diferenciais no mercado.
a melhoria da qualidade de vida das populações. Consumidores melhor informados e exigentes quanto a produtos e
A outra vertente diz respeito à idéia de simultaneidade, ou seja, atra- serviços se convertem em cidadãos mais conscientes das necessidades de
vés do Programa e seus alvos prioritários, visa gerar ações concomitantes suas comunidades, e conseqüentemente passam a reivindicar o cumpri-
dos vários órgãos e setores governamentais. mento das responsabilidades das empresas para o seu desenvolvimento.

O segundo princípio, o da “descentralização”, parte da consideração As organizações que trabalham para esse desenvolvimento comparti-
que a dimensão territorial e a heterogeneidade observada entre as regiões lhado são classificadas como empresas cidadãs.
brasileiras, dificultam a ação flexível e eficiente do governo. Propõe, então, Segundo Deborah Leipziger, diretora européia do Council on Economic
a redução dos elos burocráticos contando com a participação das organi- Priorities Acrecitation Agency – CEPAA, e uma das maiores autoridades
zações não governamentais. mundiais em cidadania organizacional: “empresas éticas e que ajudam
De acordo com esse princípio as instituições governamentais apóiam- suas comunidades não são novidade”.
se nas organizações da sociedade civil que, por sua vez, irradiam suas A referência mais antiga, entre os exemplos de maior destaque, re-
ações e práticas consolidando o alcance da política social do governo. monta a meados do século passado com a atuação dos irmãos Clemens e
O terceiro princípio, talvez o mais fundamental, se apóia na “intera- August Brenninkmeyer, fundadores da rede de lojas C&A, em 1841.
ção” entre sociedade e Estado. Baseia-se na premissa de que a política Apoiar a comunidade através do financiamento de projetos sociais
social se torna mais eficiente se há envolvimento da comunidade por meio sempre fez parte da cultura e estratégia da empresa, que desde sua fun-
do papel desempenhado por suas lideranças e seus membros ao coorde- dação desenvolveu essa prática.
nar e executar as ações do Estado.
A empresa possui hoje cerca de 700 lojas espalhadas pelo mundo e
Ressalta-se, novamente, o papel das organizações civis como interfa- sua forma de processar a responsabilidade social através de seu instituto –
ce privilegiada entre o Estado e sociedade, ajudando na organização o Instituto C&A, com a participação e adesão voluntária de seus funcioná-
comunitária e na execução dos projetos sociais. rios, é modelo de referência para o empresariado brasileiro.
A interação com a sociedade enraíza e multiplica o resultado de ações Em nossa sociedade, os reflexos da cultura de responsabilidade soci-
primárias, criando um sistema ampliado de atuações que envolvem inúme- al, verificada em países mais desenvolvidos, tem propiciado inúmeras
ras parcerias, entre 1º, 2º e 3º Setores. práticas que aliam as iniciativas privadas com as das organizações da
A Secretaria da Assistência Social do Ministério da Previdência é o ór- sociedade civil sem fins lucrativos. Embora essas práticas possam ser
gão responsável pela organização da política pública de ação social do classificadas em categorias que correspondem a um estágio de evolução
governo. da cultura de envolvimento social das empresas. Nesse caso podem ser
observados os modelos:
Compete à Secretaria propor ao Conselho Nacional de Assistência So-
cial – CNAS os fundamentos da Política Nacional voltada à essa área. política de doações, sistematizadas ou não (mantém distanciamen-
to do objeto e do processo filantrópico em questão);

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financiamento de projetos de autoria extra-empresa (mantém nível Entidades de destaque como IBASE – Instituto Brasileiro de Análises
médio de distanciamento do processo filantrópico); Sociais e Econômicas, GIFE – Grupos de Institutos Fundações e Empre-
sas, dentre outras, acrescentam esforços na mesma direção.
investimento em projetos e programas próprios da empresa (alto
nível de envolvimento com o objeto e processo filantrópico). Apesar do cenário promissor, os números resultantes de uma avalia-
ção sobre os investimentos em projetos sociais, por parte das organiza-
Para além da mera colaboração com instituições filantrópicas realizada ções privadas, destacam o enorme espaço a ser preenchido por atitudes
de forma aleatória, não sistematizada e fora do âmbito de suas próprias empresariais cidadãs.
vocações e missões, muitas empresas brasileiras tem incorporado atitudes
cidadãs através da prática da filantropia estratégica. Segundo Stephen Kanitz, professor de Economia, Administração e
Contabilidade da USP e criador do prêmio Bem Eficiente para as entidades
Tal prática consiste na administração inteligente da participação da do Terceiro Setor: “as 500 maiores empresas brasileiras doam aproxima-
empresa, através de investimentos filantrópicos, nas causas sociais. damente 300 milhões de dólares para entidades beneficentes. Além de ser
Compreende a análise, escolha e determinação de uma causa que te- uma quantia irrisória para os padrões internacionais, a maioria delas o faz
nha, preferencialmente, relação com o negócio da empresa. de forma totalmente aleatória, sem estratégia filantrópica definida”.

Assim, ao invés de praticar uma política de doações, a empresa inves- A constatação revela que a tendência de aplicação da filantropia estra-
tirá no(s) projeto(s) social(ais) específico(s) que agregará valor a sua tégica no meio empresarial brasileiro ainda é tímida.
marca, despertando a associação positiva por parte de consumidores, Além disso, há indícios que a prática da cidadania organizacional tem
fornecedores, clientes e potenciais, entre seu nome e a ação socialmente se restringido, mais acentuadamente, no âmbito das empresas de grande
responsável. porte.
Além disso, a filantropia estratégica passa a conquistar credibilidade e Mais de 80% das organizações que integram o Instituto Ethos em me-
seriedade através da forma estruturada com que é administrada. A empre- ados de maio do corrente ano tiveram um faturamento da ordem de 102,6
sa passa a ter elementos para a avaliação crítica e a mensuração dos bilhões de reais.
resultados dos projetos. Com isso, entidades beneficiadas são obrigadas a
demonstrar o alcance de seus objetivos e metas. Cria-se então um ciclo de Faz-se necessário um estudo mais apurado sobre o reflexo das novas
profissionalização no âmbito das várias organizações que se voltam para tendências, nas empresas de médio, pequeno e micro porte, a fim de
os problemas sociais. verificarmos o panorama geral da responsabilidade social nas organiza-
ções privadas.
Além dessas questões, a filantropia estratégica engloba o processo de
voluntarismo empresarial, ou seja, o estímulo à participação dos funcioná- Terceiro Setor – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Públi-
rios da organização no desenvolvimento de projetos voltados à comunida- co.
de.
O Terceiro Setor constitui-se de organizações criadas por iniciativa de
As empresas percebem que o envolvimento dos colaboradores inter- cidadãos com o objetivo de prestar serviços ao público sem fins lucrativos
nos traz ganhos multiplicados. (saúde, educação, cultura, habitação, direitos civis, desenvolvimento do ser
humano, proteção ao meio ambiente), ainda que eventuais excedentes
Ganha a empresa e seus negócios pela representatividade que alcan- sejam reaplicados na manutenção das próprias atividades ou remuneração
ça ao ter seus funcionários diretamente ligados aos objetivos sociais; de atividade profissional necessária. Suas receitas podem ser geradas em
ganham os próprios empregados que desenvolvem um novo sentido de atividades operacionais, mas resultam sobretudo de doações do setor
produção e relação humana através do trabalho e ganha a comunidade ao privado ou do setor governamental.
contar com a aptidão, a energia, a criatividade e o compromisso com a
resolução de problemas por parte de um novo contingente de cidadãos. O Terceiro Setor cresce consideravelmente e rapidamente em várias
partes do mundo movimentando um volume de recursos da ordem de mais
A própria dimensão e ocorrência dos problemas que afetam o ambien- de trilhão de dólares, volume esse maior que o PIB de países como Brasil
te social passam a ser melhor avaliadas, bem como, as atitudes para a sua e Rússia.
eficaz administração. Tais elementos contribuem para o ciclo virtuoso da
cidadania empresarial. O Centro de Estudos da Getúlio Vargas concluiu, através de várias
análises sobre o Terceiro Setor, que seu crescimento se deve a quatro
A sociedade civil solicita às empresas públicas e privadas a prestação fatores básicos: a falência do Estado Social; a crise do desenvolvimento
de contas referentes aos seus investimentos sociais. sustentado; os reflexos da derrocada do socialismo na Europa; e a conver-
As empresas são estimuladas e orientadas para a apresentação do gência de inúmeros problemas sociais que afetam, principalmente, países
Balanço Social – documento que apresenta os dados relativos a sua atua- em estágio menos avançado de desenvolvimento (analfabetismo, desem-
ção responsável para com o ambiente interno e externo, demonstrando seu prego, poluição ambiental, carência de cidadania etc.).
perfil social. Além disso, ampliam-se as tendências de reconhecimento, por A abrangência desses problemas define o território onde as organiza-
parte de organismos e entidades profissionais na instituição de prêmios e ções da sociedade civil emergem com força crescente.
selos voltados ao mérito social.
Segundo Oded Grajew, do Instituto Ethos e da Fundação Abrinq, só os
Chegam ao país as primeiras certificações sociais através das normas Estados Unidos têm 32 mil fundações, com patrimônio de cerca de 132
BS 8800 e SA 8000. bilhões de dólares, dos quais 8,3 bilhões são atribuídos através de verbas,
Iniciativas e experiências particulares contribuem para a criação de en- sem considerar a doação de trabalho voluntário, estimada em quase 200
tidades voltadas para a disseminação de valores e congregação de práti- bilhões de dólares. As atividades sem fins lucrativos, nesse país, chegam a
cas educativas relacionadas à responsabilidade social das organizações. 1,2 milhão de organizações.

É o caso, por exemplo, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabi- No Brasil, embora a tendência de crescimento seja destacada, o Ter-
lidade Social que reúne empresas brasileiras que buscam o sucesso ceiro Setor ainda se apresenta algo tímido.
econômico sustentável no longo prazo procurando adotar um comporta- As estatísticas começam a ser elaboradas através da iniciativa de en-
mento socialmente responsável. tidades mais representativas, embora ainda em número insuficiente para
Em julho de 1998, o Ethos reunia 30 empresas. Atualmente conta com determinar um panorama real do setor.
a participação de mais de 150 empresas que se voltam para pesquisas, Estima-se que haja no país 220 mil entidades sem fins lucrativos, mo-
disseminação de informações correlatas, apoio às empresas na elaboração vimentando algo em torno dos 400 milhões de dólares e empregando 600
de códigos de ética e de conduta, à troca permanente de casos e realiza- mil pessoas, além dos 1,2 milhão de voluntários.
ção de eventos mensais e anuais que destacam as iniciativas e modelos
de práticas de sucesso.

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Uma pesquisa realizada pela Kanitz & Associados traz novos dados. O Para o início de nossa análise promovemos uma relação entre o con-
estudo demonstrou que as 400 maiores entidades assistenciais brasileiras ceito de Relações Públicas, oriundo do Acordo do México, e do conceito
arrecadam por ano 1,2 bilhão de reais, o que ainda significa um faturamen- formulado para responsabilidade social.
to menor do que aquele obtido por uma das 500 maiores empresas do
Brasil. No primeiro, temos que: “o exercício profissional das Relações Públi-
cas requer uma ação planejada com apoio da investigação na comunica-
O envolvimento de empresários e profissionais de diversas áreas de ção sistemática e na participação programada, para elevar o nível de
atuação com as entidades do Terceiro Setor vem contribuindo para a entendimento, solidariedade e colaboração entre uma unidade pública ou
análise dos problemas que o segmento vivência. Esse envolvimento acaba privada e os grupos sociais a ela vinculados, em um processo de integra-
por influenciar e determinar novos instrumentos e mecanismos que vão ção de interesses legítimos, para promover o seu desenvolvimento recípro-
propiciando maior regulamentação e profissionalização no setor. co, e o da comunidade a qual pertence”.
Recentemente, o Congresso Nacional instituiu a Lei que qualifica as No segundo, “responsabilidade social consiste na somatória de atitu-
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, bem como, regula- des assumidas pelos agentes sociais-cidadãos, organizações públicas ou
menta sua atuação. privadas, com ou sem finalidades lucrativas – estreitamente vinculadas à
ciência do dever humano (ética) e voltadas para o desenvolvimento susten-
Uma pesquisa nacional realizada pelo idealizador do prêmio Bem Efi- tado da sociedade”.
ciente, Stephen Kanitz, demonstrou que a maioria dos empresários brasi-
leiros gostaria de disponibilizar verbas para entidades filantrópicas. Porém, Partindo da consideração “dos objetivos” a que se referem ambos os
um clima de desconfiança, gerado pela imagem negativa de algumas conceitos temos 1 – “a ação planejada” – com o apoio da pesquisa e da
instituições, aliado à falta de informações sobre a atuação do setor de comunicação através do entendimento e solidariedade mútua – “promove o
forma geral, inibia as parcerias. desenvolvimento comum”; 2 – “as atitudes éticas” dos agentes sociais “se
voltam para o desenvolvimento sustentado da sociedade”.
Essa constatação acabou gerando inúmeros trabalhos voltados ao re-
conhecimento e divulgação das entidades que trabalham de forma séria e Percebemos, através da relação estabelecida que os objetivos se
criteriosa. complementam: “o desenvolvimento de uma unidade pública ou privada e o
dos grupos sociais a ela vinculados passam, obrigatoriamente, pelo desen-
Exemplos de conduta profissional e ética observados nas diversas ins- volvimento sustentado da sociedade”.
tituições eficientes são adotados como modelo de administração e com-
promisso social. Nesses cenários, entrecruzam-se os objetivos das organizações (pú-
blicas ou privadas) com os objetivos dos cidadãos.
Para as organizações de boa vontade, mas que ainda desenvolvem
uma administração em moldes menos profissionais, estão sendo criados É na intermediação entre interesse privado e interesse público que se
cursos e seminários nas áreas de captação de recursos, marketing, quali- estabelece a função política das Relações Públicas na medida em que
dade nos serviços, administração financeira e outros assuntos gerenciais. estas corroboram para o estabelecimento da praça democrática – “lugar
O Projeto Gestão do Instituto de Cidadania Empresarial é um exemplo de onde se confrontam os poderes, ou seja, a resultante dos projetos dos
ação voltada para as entidades que buscam elevar seu nível de profissio- interesses e dos desejos divergentes”.
nalização.
A continuidade de nossa análise recai agora no processo implícito em
Observa-se, portanto, que no Brasil há um princípio de mudança cultu- cada conceito anteriormente citado.
ral em relação às organizações da sociedade civil de interesse público.
Temos no primeiro caso “a ação planejada com apoio da investigação
A eficácia dessas organizações passa pela capacidade de administra- na comunicação sistemática e na participação programada”; e no segundo
ção do seu “negócio” com vistas a atrair o interesse de empresas públicas, conceito“somatória de atitudes vinculadas à ciência do dever humano
privadas e cidadãos voluntários que possam colaborar para o alcance de (ética)”.
metas sociais.
Vamos remeter a relação estabelecida entre os processos acima para
O conceito de filantropia estratégica pode ser avaliado e aplicado pelas os fatores que se seguem.
entidades sem fins lucrativos.
Dado o ambiente sócio, econômico e político vigente, as organizações
A visão mercadológica destas, sem ofuscar o foco no serviço essencial percebem a necessidade de reorientar sua estratégia de posicionamento,
que devem desenvolver, contribui para a percepção de que as organiza- cujo foco desliza do cliente – consumidor para o indivíduo – agente social
ções do Primeiro e Segundo Setores, e os cidadãos comuns, se constituem no exercício da cidadania. A opinião pública considera novos atributos na
num público prioritário. classificação de produtos e serviços das organizações e estas necessitam
da visibilidade aos novos componentes que agregam valor à sua marca – a
PERCEBER O PAPEL DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO DESENVOL- conduta ética e solidariamente responsável para com o ambiente interno e
VIMENTO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL externo.
Perceber a contribuição das Relações Públicas na dinâmica da res- A visibilidade de sua missão, filosofia, valores e conduta requer o pla-
ponsabilidade social das várias organizações, é, antes de qualquer outro nejamento estratégico da comunicação com esses ambientes.
fator, relacionar ao processo a força da comunicação que move a opinião
pública; força essa que emerge do “direito social à informação e à partici- O planejamento estratégico, por sua vez, pressupõe a “ação planeja-
pação” dos indivíduos. da, vinculada a ciência do dever humano, com apoio da investigação na
comunicação sistemática e na participação programada”.
As reflexões proporcionadas por James F. Langton ao vincular as fun-
ções de Relações Públicas a “política social” ou “assuntos públicos”; a A convergência dos conceitos, acima apresentada, ambienta a função
posição de Bernays que associa a prática de Relações Públicas ao estabe- das Relações Públicas voltadas à administração da comunicação, onde
lecimento de “um terreno comum para a entidade e sociedade”, bem como, função administrativa e técnicas de comunicação se fundem.
a visão de Childs sobre a aproximação entre organização e o meio ambien-
te onde esta opera evidenciam a clara orientação para destacar o papel De acordo com o conceito de Eric Carlson: “Relações Públicas é uma
das Relações Públicas como elemento de integração entre os objetivos de função administrativa que: 1 – transmite e interpreta as informações de
uma instituição e o interesse público. uma entidade para os vários setores do respectivo público, e 2 – comunica
as informações, idéias e opiniões desses mesmos setores à entidade, a fim
É na aproximação desses interesses que vamos encontrar os funda- que daí resulte um sólido programa de ação que conte com a inteira com-
mentos das práticas de Relações Públicas que apóiam o desenvolvimento preensão, aquiescência e apoio do público”.
da responsabilidade social por parte dos vários agentes de dada organiza-
ção. Extrapolando os limites de uma visão funcionalista, incluímos como e-
lemento da administração estratégica a comunicação integrada que consi-

Patrimônio 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dera, para a excelência do diálogo entre organização e seus públicos, as GESTÃO DA QUALIDADE.
diversas competências profissionais existentes na área visando o desen-
volvimento de um trabalho de natureza interdisciplinar, como requer a A gestão da qualidade total (em língua inglesa "Total Quality Manage-
interação entre organização e o meio ambiente ajustado para o desenvol- ment" ou simplesmente "TQM") consiste numa estratégia de administração
vimento social. orientada a criar consciência da qualidade em todos os processos organi-
zacionais.
As reflexões ora apresentadas apontam para a natureza e as funções
que a prática das Relações Públicas estabelecem. É referida como "total", uma vez que o seu objetivo é a implicação não
apenas de todos os escalões de uma organização, mas também da organi-
A função política e a de administração da comunicação não se exclu- zação estendida, ou seja, seus fornecedores, distribuidores e demais
em, antes, no desenvolvimento de um planejamento estratégico, elas se parceiros de negócios.
complementam em função da excelência que se almeja para o relaciona-
mento organização-públicos. Compõe-se de diversos estágios, como por exemplo, o planejamento,
a organização, o controle e a liderança.
A partir do referencial de responsabilidade social até o momento apre-
sentado, apenas um dos modelos que caracterizam as práticas de Rela- A Toyota, no Japão, foi primeira organização a empregar o conceito de
ções Públicas pode servir como modelo a ser processado pelas organiza- "TQM" (ver Toyotismo), superando a etapa do fordismo, onde esta respon-
ções verdadeiramente voltadas para a cidadania organizacional. sabilidade era limitada apenas ao nível da gestão. No "TQM" os colabora-
dores da organização possuem uma gama mais ampla de atribuições, cada
Trata-se do modelo “simétrico de duas mãos” desenvolvido pelo pro- um sendo diretamente responsável pela consecução dos objetivos da
fessor James E. Grunig em 1984. organização. Desse modo, a comunicação organizacional, em todos os
O referido modelo pressupõe um amplo programa de pesquisas que níveis, torna-se uma peça-chave da dinâmica da organização.
permitem a análise do ambiente externo e interno da organização. Dessa Tem sido amplamente utilizada[carece de fontes?], na atualidade, por
forma, quanto ao ambiente externo, as principais demandas por determi- organizações públicas e privadas, de qualquer porte,
nados serviços sociais podem ser detectadas; quanto ao ambiente interno em materiais, produtos, processos ou serviços. A conscientização e a
pode-se perceber as potencialidades e a vocação para o serviço social por busca da qualidade e do reconhecimento da sua importância, tornou a
parte dos colaboradores (estímulo ao voluntarismo). certificação dos sistemas de gerenciamento da qualidade indispensável
Além desses, e de outros aspectos não menos relevantes, o modelo uma vez que:
simétrico pressupõe o uso das ferramentas de comunicação dirigida como Aumenta a satisfação e a confiança dos clientes;
ferramenta de apoio ao diálogo e a interação entre organização e seus
públicos. Aumenta a produtividade;
Os efeitos dos atos de comunicação se fazem equilibrados permitindo Reduz os custos internos;
a compreensão mútua e a reciprocidade de interesses, objetivo do proces-
so em que se fundamenta a responsabilidade social. Melhora a imagem e os processos de modo contínuo;

CONCLUSÃO Possibilita acesso mais fácil a novos mercados.

Segundo a nova metodologia do Relatório do IDH - Índice de Desen- A certificação permite avaliar as conformidades determinadas pela or-
volvimento Humano promovido pela ONU - Organização das Nações ganização através de processos internos, garantindo ao cliente um materi-
Unidas, o Brasil passou do 75º para o 79º lugar na classificação geral dos al, processo, produto ou serviço concebido conforme padrões, procedimen-
países, em relação ao nível de qualidade de vida que apresentam. tos e normas.

Um dos critérios da nova metodologia está ligado à questão da distri- Uma organização que se propõe a implementar uma política de gestão
buição de renda e, conseqüentemente, às decorrentes formas de exclusão voltada para a "qualidade total" tem consciência de que a sua trajetória
deve ser reavaliada periodicamente.
social observadas nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
O objetivo último das organizações humanas é assegurar a sobrevi-
Educação, saúde, habitação, nível de empregabilidade, segurança, en-
vência da espécie. Por analogia, a finalidade última de qualquer organiza-
tre outras, são áreas críticas em nosso país que se contrapõem ao proces-
ção, nomeadamente de uma do tipo empresarial é sobreviver. A condição
so de desenvolvimento sustentado, atualmente percebido como fator
“sine qua non” para que uma empresa possa executar os objetivos preten-
inerente à sobrevivência das diversas organizações da sociedade.
didos pelos seus proprietários, administradores ou acionistas é que ela
Essa percepção colabora para o entendimento de que nenhuma insti- exista, que esteja viva. Caso esta condição não se verifique, nenhum dos
tuição pública ou privada conseguirá se desenvolver em meio a uma mas- objetivos pode ser perseguido, muito menos alcançado.
sa de excluídos – não-consumidores, não-públicos, não-cidadãos.
A gestão da qualidade aponta para a preferência do consumidor, o que
A chamada sociedade da informação e do conhecimento não poderá aumenta a produtividade, levando a uma maior competitividade e assegu-
se constituir apenas através de algumas de suas parcelas, antes, terá que rando a sobrevivência das empresas. Podemos definir qualidade de inúme-
promover o acesso às informações e ao saber do conjunto social. ras formas. Podemos considerar que é um atributo essencial e diferencia-
dor de alguma coisa ou de alguém, como uma medida de valor ou excelên-
Nesse sentido, a força da comunicação emerge como fator facilitador cia, como a adequação ao uso, tal como J.M.Muran a definiu, como “con-
para a inclusão e integração entre os indivíduos, as diversas organizações formidade com as situações, nas palavras de P.B.Crosby, ou ainda, usan-
e classes sociais, posto que, o saber compartilhado pressupõe as respon- do as palavras de Vicente Falconi, “um produto ou serviço com qualidade é
sabilidades divididas, pressupõe um ambiente democrático no qual direitos aquele que atende sempre perfeitamente e de forma confiável, de forma
e deveres são discutidos e processados. acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”.
Desenvolvimento e direito à informação e participação andam juntos. Os princípios básicos da qualidade total são:
Nesse caminho, ao lado de outros agentes, pode atuar o profissional de
Relações Públicas. Produzir bens ou serviços que respondam concretamente às necessi-
dades dos clientes;
No processar de suas funções e atividades, as Relações Públicas con-
tribuem para a formação de cidadãos e públicos interligando interesses e Garantir a sobrevivência da empresa por meio de um lucro conti-
necessidades das organizações públicas, privadas e da sociedade civil - nuo obtido com o domínio da qualidade;
ligação que ajuda a estabelecer o "locus" onde se desenvolve a responsa-
Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais ele-
bilidade social.
vada prioridade (Pareto);
Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em fatos;

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Administrar a empresa ao longo do processo e não por resulta- vidade que podem ser identificados facilmente pelos clientes.
dos;
As pessoas e as empresas que buscam qualidade devem criar uma mentalida-
Reduzir metodicamente as dispersões por meio do isolamento de que chamamos de “consciência da qualidade” com vistas em posturas de
das causas fundamentais; mudanças positivas e não impositivas.
O cliente é Rei. Não se permitir servi-lo se não com produtos de
Quando a implantação da Gestão da Qualidade ou de qualquer gestão é feita
qualidade; por razão e não por imposição, todo o mecanismo de implementação se torna
A prevenção deve ser a tão montante quanto possível; fácil e acima de tudo, rentável.

Na lógica anglo-saxônica de “trial and error”, nunca permitir que Qualquer melhoria, pequena ou grande é bem-vinda.
um problema se repita; Toda inovação deve ser conhecida, testada e se possível aplicada.
A lógica para que as empresas se possam desenvolver de acordo com Uma organização que se propõe a uma gestão voltada para a "qualidade" por
estes pressupostos é a lógica do PDCA (Plan; Do; Check; Act to correct) razão, ou seja, por consciência deverá entender que sua trajetória deve ser
reavaliada sempre com vistas não apenas no cumprimento formal legal de
O que é gestão de qualidade? procedimentos, e conformidades, mas sim, na real avaliação de {conteúdo x
Dra. Célia Wada procedimento x resultado} o que torna o procedimento {consciente x sustentá-
vel}.
Toda gestão é uma “atitude” de administração voltada ao estudo do risco,
qualquer que seja o procedimento estudado. Na avaliação total da qualidade temos que estabelecer e manter, além de tudo,
um ambiente no qual as pessoas, trabalhando em equipe, consigam um de-
Falamos, por exemplo, em Gestão Ambiental, que é um termo muito usado sempenho eficaz na busca das metas e missões da organização.
ultimamente, essa gestão, é uma administração voltada ao risco que o Meio
Ambiente pode sofrer mediante um dado procedimento. Resumindo, a qualidade total retrata e conduz ao real significado da palavra:
“SUSTENTABILIDADE”.
Com relação à “qualidade”, nesse caso a análise do risco está baseada no
procedimento ou no resultado do procedimento esperado. Quando nos referi- Princípios da Gestão da Qualidade
mos à gestão da qualidade, temos que determinar, ainda, qualidade com Por Caroline Faria
relação “a que?” qualidade de atendimento, qualidade de produto, qualidade de
procedimento, enfim, qualidade relativa ao processo. A gestão da qualidade pode ser definida como sendo qualquer ativi-
dade coordenada para dirigir e controlar uma organização no sentido de
Por essas nuances variadas hoje já falamos em Gestão de Qualidade Total. A possibilitar a melhoria de produtos/serviços com vistas a garantir a comple-
gestão da qualidade total é uma estratégia de administração orientada a criar ta satisfação das necessidades dos clientes relacionadas ao que está
consciência de qualidade em todos os processos organizacionais. Essa gestão sendo oferecido, ou ainda, a superação de suas expectativas.
tem sido amplamente utilizada em indústria, educação, governo e serviços.
Chama-se total porque o seu objetivo é a implicação não só da empresa inteira Desta forma, a gestão da qualidade não precisa, necessariamente, im-
mais também a organização estendida: fornecedores, distribuidores e demais plicar na adoção de alguma certificação embora este seja o meio mais
parceiros de negócios. comum e o mais difundido, porém, sempre envolve a observância de
alguns conceitos básicos, ou princípios de gestão da qualidade, que podem
Toda Gestão é um mecanismo de Prevenção. e devem ser observados por qualquer organização. A saber:

Como toda gestão, a Gestão de Qualidade é composta de estágios tais como: Focalização no cliente: qualquer organização tem como motivo de sua
análise geral do processo, planejamento, organização, controle, implementa- existência a satisfação de determinada necessidade de seu cliente, seja
ção, análise de indicadores e educação continuada. com o oferecimento de um produto ou serviço. Portanto, o foco no cliente é
Atualmente a gestão da qualidade está sendo uma das maiores preocupações um princípio fundamental da gestão da qualidade que deve sempre buscar
das empresas, sejam elas voltadas para a qualidade de produtos ou de servi- o atendimento pleno das necessidades do cliente sejam elas atuais ou
ços. futuras e mesmo a superação das expectativas deste;
A conscienciatização para a qualidade e o reconhecimento de sua importância,
tornou a certificação de sistemas de gestão da qualidade indispensável para as Liderança: cabe aos líderes em uma organização criar e manter um
micro e pequenas empresas de todo o mundo. ambiente propício para que os envolvidos no processo desempenhem suas
atividades de forma adequada e que se sintam motivadas e comprometidas
A certificação da qualidade além de aumentar a satisfação e a confiança dos a atingir os objetivos da organização;
clientes, reduzir custos internos, aumentar a produtividade, melhorar a imagem
e os processos continuamente, possibilita ainda fácil acesso a novos merca- Envolvimento das pessoas: toda organização é formada por pessoas
dos. que, em conjunto, constituem a essência da organização. Portanto, a
gestão da qualidade deve compreender o envolvimento de todos, o que
Esta certificação permite avaliar as conformidades determinadas pela organiza- possibilitará o uso de sãs habilidades para o benefício da organização;
ção através de processos internos, garantindo ao cliente um produto ou serviço
Abordagem por processos: a abordagem por processos permite uma
concebido conforme padrões, procedimentos e normas.
visão sistêmica do funcionamento da empresa como um todo, possibilitan-
Entre modelos existentes de sistema da qualidade, destacam-se as normas da do o alcance mais eficiente dos resultados desejados;
série ISO 9000. Abordagem sistêmica: a abordagem sistêmica na gestão da qualidade
Estas se aplicam a qualquer negócio, independentemente do seu tipo ou permite que os processos inter-relacionados sejam identificados, entendi-
dimensão. dos e gerenciados de forma a melhorar o desempenho da organização
como um todo;
As normas desta série possuem requisitos fundamentais para a obtenção da
qualidade dos processos empresariais. Melhoria contínua: para que a organização consiga manter a qualidade
de seus produtos atendendo suas necessidades atuais e futuras e encan-
A verificação dos mesmos através de auditorias externas garante a continuida- tando-o (excedendo suas expectativas), é necessário que ela tenha seu
de e a melhoria do sistema de gestão da qualidade. foco voltado sempre para a melhoria contínua do seu processo e produ-
to/serviço;
Os requisitos exigidos pela norma ISO 9000 auxiliam numa maior capacitação
dos colaboradores, melhoria dos processos internos, monitoramento do ambi- Abordagem factual para a tomada de decisão: todas as decisões den-
ente de trabalho, verificação da satisfação dos clientes, colaboradores, forne- tro de um sistema de gestão de qualidade devem se tomadas com base
cedores e entre outros pontos, que proporcionam maior organização e produti-

Patrimônio 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em fatos, dados concretos e análise de informações, o que implica na existentes, e tabelas especiais cogitam de cada administração em particu-
implementação e manutenção de um sistema eficiente de monitoramento; lar. O arquivista pode recorrer a especialistas para decidir quanto à desti-
nação dos documentos.
Benefícios mútuos nas relações com fornecedores: a organização de-
ve buscar o relacionamento de benefício mútuo com seus fornecedores O primeiro tratado moderno de arquivística, de autoria dos holandeses
através do desenvolvimento de alianças estratégicas, parcerias e respeito Samuel Muller, Johan Adriaan Feith e Robert Fruin, data de 1898 e intitula-
mútuo, pois o trabalho em conjunto de ambos facilitará a criação de valor. se, em edição brasileira, Manual de arranjo e descrição de arquivos
(1960).©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO: CLASSIFICAÇÃO, ORGANIZA-
ÇÃO, ARQUIVOS CORRENTES E PROTOCOLO. CONCEITO
Arquivos são conjuntos organizados de documentos, produzidos ou
recebidos e preservados por instituições públicas ou privadas, ou mesmo
ARQUIVOLOGIA pessoas físicas, na constância e em decorrência de seus negócios, de
Considerada disciplina, técnica e arte, a arquivologia é uma ciência suas atividades específicas e no cumprimento de seus objetivos, qualquer
auxiliar da história. Fonte de consulta para todos os fins, um arquivo orga- que seja a informação ou a natureza do documento.
nizado constitui valioso patrimônio e pode documentar o passado de uma Os arquivos, portanto, podem ser públicos ou privados.
nação.
1. Arquivos públicos: são conjuntos de documentos produzidos ou re-
Arquivologia é o conjunto de conhecimentos sobre a organização de cebidos por órgãos governamentais, em nível federal, estadual ou munici-
arquivos, tanto no que se refere ao recolhimento e conservação de docu- pal, em decorrência de suas atividades administrativas, judiciárias ou
mentos, títulos e textos de valor permanente e elaboração dos respectivos legislativas. Existem três espécies de arquivos públicos: correntes, tempo-
instrumentos de pesquisa, como no que toca à eliminação de peças de rários e permanentes:
valor transitório e controle dos arquivos em formação. Inclui também as
tarefas dos arquivistas. O termo arquivística pode, de modo geral, ser • Correntes: conjuntos de documentos atuais, em curso, que são objeto
empregado como sinônimo de arquivologia. de consultas e pesquisas frequentes.
Os arquivos de determinada origem constituem um todo orgânico de- • Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes
nominado fundo, grupo, núcleo ou corpo de arquivos, no qual se incluem que aguardam remoção para depósitos temporários.
documentos escritos e iconográficos, como os audiovisuais, discos, fitas
• Permanentes: são conjuntos de documentos de valor histórico, científi-
magnéticas e filmes. Começam também a ser objeto da arquivologia os
co ou cultural que devem ser preservados indefinidamente.
arquivos eletrônicos. Os arquivos econômicos, de empresas comerciais,
bancárias, industriais, desde que se revistam de importância histórica, 2. Arquivos privados: são conjuntos de documentos produzidos ou re-
como ocorre, em alguns casos, com papéis de famílias e pessoas ilustres, cebidos por instituições não públicas, ou por pessoas físicas, devido a suas
interessam à arquivística. atividades específicas.
A preocupação dos governos e autoridades em conservar determina- Assim, o arquivo de uma empresa, por exemplo, reflete sua atividade,
dos documentos em lugares seguros por motivos de ordem administrativa, seu porte e seus objetivos. Documentos de natureza diversa, colecionados
jurídica ou militar, remonta à antiguidade, sobretudo no que diz respeito a com outros objetivos, não devem misturar-se com o arquivo principal, já
títulos de propriedade. Os eruditos do Renascimento foram os primeiros a que o tratamento que a eles se deve dar é diferente. Uma empresa. imobi-
ocupar-se dos arquivos como fonte da história, dando início aos estudos de liária de porte médio forçosamente terá um arquivo composto de documen-
diplomática, que levariam à moderna crítica histórica. A partir da revolução tos relativos à atividade que desenvolve. Haverá contratos de locação, de
francesa, os arquivos tornaram-se bem público, proclamando-se o direito imóveis residenciais e comerciais; opções de venda de casas, apartamen-
do povo de acesso aos documentos, cuja preservação foi oficialmente tos, terrenos; cartas pedindo informações; contratos de compra e venda;
reconhecida como de responsabilidade do Estado. certidões; traslados; anúncios em jornais; relatórios e vistorias e outros
documentos ligados ao setor. Um catálogo de livros de uma editora, por
Uma arquivística essencialmente voltada para os diplomas medievais
exemplo, foge ao objetivo dessa empresa e, naturalmente, não deve fazer
surgiu no século XIX, principalmente após a criação da École des Chartes
parte do arquivo principal. Tratando-se, porém, de uma empresa ligada à
(Escola das Cartas), que passaria a formar arquivistas paleógrafos alta-
área educacional, a abordagem seria outra, pois catálogo de livros é fun-
mente qualificados. Em meados do mesmo século lançaram-se as bases
damental a sua própria sobrevivência, enquanto certidões, traslados,
da arquivística moderna, com os princípios do respect des fonds (todos os
opções de compra de terrenos e outros documentos próprios do ramo
documentos originais de uma autoridade administrativa, corporação ou
imobiliário seriam afastados do arquivo principal.
família devem ser mantidos em grupos, separados segundo a natureza das
instituições que os criaram); da proveniência (os documentos públicos IMPORTÂNCIA
devem ser agrupados de acordo com as unidades administrativas que os
originaram); do respeito à ordem original (o arranjo dado aos documentos A importância dos arquivos é tão evidente que a própria Constituição
pelos órgãos criadores deve ser mantido nos arquivos gerais ou de custó- Federal, em seus artigos 215 e 216, determina:
dia permanente); e da centralização (unidade e indivisibilidade dos arqui- “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cul-
vos públicos nacionais). turais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a
Uma série de fatos novos, diretamente relacionados com os progres- valorização e a difusão das manifestações culturais.
sos da civilização, marcam a arquivologia na segunda metade do século § 1° O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, in-
XX. São eles, entre outros: adoção de arquitetura moderna e funcional nos dígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do proces-
prédios de arquivos; uso de microfilmagem de substituição; programas de so civilizatório nacional.
história oral; restauração de documentos pelo emprego de máquinas e
material sintético; intervenção dos arquivistas na gestão de papéis adminis- § 2° A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta sig-
trativos e nos arquivos econômicos, pessoais e familiares; aparecimento de nificação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
depósitos intermediários de arquivos ou centros de pré-arquivamento; Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
tentativas de aplicar as conquistas da eletrônica ao trabalho arquivístico. material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores
O grande problema da arquivologia contemporânea é o volume de pa- de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos for-
péis criados e acumulados pelas administrações e a necessária eliminação madores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
de documentos depois de avaliados. O arquivista desenvolve padrões de I — as formas de expressão;
avaliação, elabora planos de descarte, prepara tabelas e listas de material
repetitivo de descarte automático. As listas e tabelas de descarte especifi- II — os modos de criar, fazer e viver;
cam o período de retenção de documentos comuns à maioria dos serviços

Patrimônio 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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III — as criações científicas, artísticas e tecnológicas; mações. O arquivo não se reduz apenas a guardar documentos; significa
também uma fonte inesgotável de informações, que pretende atender a
IV — as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços todos e a todas as questões.
destinados às manifestações artístico-culturais;
ARQUIVOS DE PROSSEGUIMENTO
V — os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, ar-
tístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Esses arquivos são muito importantes para a empresa, já que por meio
deles se podem acompanhar assuntos pendentes ou que aguardam provi-
§ 1° O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá dências: cartas que esperam respostas; duplicatas a cobrar; faturas a
e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, regis- pagar; apólices de seguro que devem ser renovadas; lembretes ou contro-
tros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de les para renovação de assinaturas de jornais ou revistas; contratos a serem
acautelamento e preservação. assinados; enfim, inúmeros assuntos que não devem ser simplesmente
§ 2° Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da arquivados e fatalmente esquecidos. O arquivo de prosseguimento possibi-
documentação governamental e as providências para franquear lita à secretária constante follow up.
sua consulta a quantos dela necessitem. Também conhecido como arquivo de andamento, ou de follow up, pre-
cisa ser organizado convenientemente e, para isso, existem métodos
§ 3° A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento
tradicionais, como o cronológico e o alfabético, e modernos, como o de
de bens e valores culturais.
jogos de fichas prontas, o de equipamentos compactos, próprios para
§ 4° Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na vários tipos de controle, ou os desenvolvidos pela informática.
forma da lei.
1. Método cronológico: em primeiro lugar, prepara-se um jogo de doze
§ 5° Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de guias com os nomes dos meses e depois um jogo de guias numeradas
reminiscências históricas dos antigos quilombos.” de•1 a 31, representando os dias dos meses. Esse ultimo jogo deve ser
disposto apos a guia do mês em curso. À medida que os dias vão passan-
No Brasil, o Arquivo Nacional, previsto na Constituição de 1824, foi cri- do, deve-se colocá-los nos mês seguinte. No caso de empresas com muito
ado em 1836. movimento de contas a receber e/ou a pagar, inclusive com prazos de 30,
No passado, a preservação do patrimônio documental era encarada 60 ou 90 dias, recomenda-se a utilização de três jogos de guias numera-
principalmente por seu valor histórico. Após a Segunda Guerra Mundial, das, de modo que o acompanhamento seja trimestral e não mensal, ou,
começaram a aparecer as primeiras preocupações com uma nova concep- então, que se guardem os documentos em pastas separadas até o mo-
ção arquivística, em que o documento perdia seu exclusivo enfoque históri- mento oportuno.
co. Surgiam outros aspectos relevantes, como a racionalização da informa- O método cronológico permite a utilização de pastas ou cartões. Ha-
ção, a eficiência administrativa e a finalidade prática na tomada de deci- vendo opção pelo uso de pastas, será necessária uma cópia adicional de
sões. todos os documentos que exigem prosseguimento e que serão colocados
A difusão da informação de conteúdo técnico e científico, a nova men- nas pastas por ordem alfabética dos nomes e, em seguida, arquivados
talidade que se introduz na administração pública, a necessidade de pes- após as guias que correspondem às datas de acompanhamento.
quisa constante e sistemática, objetivando particularmente a correta toma- O emprego de cartões ou fichas elimina a necessidade de cópias adi-
da de decisão pela empresa privada, favoreceram o surgimento de um cionais dos documentos, porém exige anotações pormenorizadas para que
novo enfoque do arquivo, distante daquele critério eminentemente históri- se possa fazer o acompanhamento. Como nas empresas de grande porte o
co. Como consequência, o conceito de arquivo ampliou-se de tal forma que número de cartões ou fichas é imenso, tal fato dificulta sobremaneira o
sua importância ultrapassou os limites que até há bem pouco tempo existi- manuseio e, além disso, aumenta a possibilidade de falhas no acompa-
am. Atualmente, já não se conseguem restringir e delimitar o campo de nhamento.
atuação e a utilidade do arquivo. Sua importância e seu potencial de cres-
cimento são ilimitados. 2. Método alfabético: esse método também possibilita o uso de pastas
ou cartões. As pastas são colocadas em ordem alfabética. Nas margens
ORGANIZAÇÃO superiores das pastas, deverão constar: letra correspondente; números de
O arquivo precisa ser organizado de forma que proporcione condições 1 a 31, representando os dias do mês; e um indicador móvel que se deslo-
de segurança, precisão, simplicidade, flexibilidade e acesso: ca na pasta, servindo para indicar o dia específico.

•Segurança: o arquivo deve apresentar condições mínimas de segu- Os documentos são postos nas pastas em ordem alfabética.
rança, incluindo-se medidas de prevenção contra incêndio, extravio, roubo Em cada pasta, os documentos são colocados em ordem cronoló-
e deterioração. Dependendo da natureza do arquivo, é importante cuidar gica e, à medida que os dias vão passando, os documentos são
do sigilo, impedindo ou dificultando o livre acesso a documentos confiden- retirados e o indicador móvel vai-se deslocando até o fim, dia 31,
ciais. retornando ao dia 1° no início de um novo mês.
•Precisão: o arquivo deve oferecer garantia de precisão na consulta a A possibilidade de uso de cartões ou fichas também existe, embora se-
documentos e assegurar a localização de qualquer documento arquivado, ja mais trabalhosa, pois exige a anotação de todos os pormenores do
ou de qualquer documento que tenha sido dele retirado. documento. Os cartões são colocados nas pastas alfabéticas respectivas,
•Simplicidade: o arquivo precisa ser simples e de fácil compreensão. conforme o modelo descrito, e seu funcionamento também será o mesmo.
As possibilidades de erros são reduzidas em arquivos simples e funcionais. 3. Métodos modernos: surgiram com o próprio desenvolvimento das
O número e a variedade de documentos não exigem necessariamente um empresas e da tecnologia, notadamente da informática. Existem, entretan-
arquivo complexo e de difícil entendimento. to, métodos que oferecem fichas já preparadas para os diversos controles,
•Flexibilidade: o arquivo deve acompanhar o desenvolvimento ou cres- como, por exemplo, de pessoal, de estoque, de contabilidade e outros.
cimento da empresa, ou órgão público, ajustando-se ao aumento do volu- Alguns trazem equipamentos compactos em que as fichas ficam visíveis e
me e à complexidade dos documentos a serem arquivados. As normas de os dados principais são lançados também na margem superior das fichas,
classificação não devem ser muito rígidas, pois apenas dificultam a ativida- à vista do manipulador, facilitando, assim, o manuseio e a consulta.
de de arquivamento. O computador trouxe consigo possibilidades ilimitadas que podem ser
•Acesso: o arquivo deve oferecer condições de consulta imediata, pro- adaptadas a qualquer empresa. As informações necessárias para o correto
porcionando pronta localização dos documentos. acompanhamento são fornecidas diariamente pelas impressoras, ou por
uma tela de terminal de microcomputador. A grande vantagem da utilização
A procura de documentos de todos os tipos aumentou muito nos últi- da informática, além da rapidez, é a redução da margem de erro.
mos anos, graças principalmente à necessidade cada vez maior de infor-

Patrimônio 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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REFERÊNCIAS CRUZADAS Portanto, as transferências de documentos devem ser cuidado-
A expressão referências cruzadas é largamente usada pelas pessoas sas e criteriosamente estudadas e planejadas, considerando as
que lidam com arquivos, enquanto entre os bibliotecários a palavra mais diferenças não apenas quanto à frequência do uso ou da consulta,
empregada é remissão. mas também quanto a seu valor.
A principal finalidade das referências cruzadas é a de informar a quem Tipos de arquivo
for consultar o arquivo que determinado assunto ou nome está arquivado
No que se refere à frequência do uso ou consulta, existem três tipos de
em tal pasta. As referências cruzadas podem vir em pequenas fichas,
arquivos: arquivo ativo, arquivo inativo e arquivo morto.
principalmente quando colocadas em índices. Quando, porém, guardadas
nos próprios arquivos, devem estar escritas em folhas de papel e inseridas Arquivo ativo: mantém arquivados os documentos e papéis de uso,
nas respectivas pastas. Por exemplo, um fornecedor do Mappin provavel- consulta e referência constantes e atuais, ou que se encontram em fase de
mente terá uma pasta com esse nome no arquivo, apesar de a razão social conclusão.
dessa loja de departamento ser “Casa Anglo Brasileira S:A.”. Recomenda-
se, nesse caso, que se escreva numa ficha ou folha de papel: Arquivo inativo: guarda documentos e papéis que oferecem menor fre-
quência de uso, consulta ou referência.
É muito comum encontrar anotações como “Veja também”, indicando
que o assunto ou nome possui outras ligações importantes. Suponha-se Arquivo morto: armazena documentos de frequência de uso, consulta
uma empresa que se dedica principalmente ao comércio exterior. E prová- ou referência quase nulas. No entanto, não se deve considerar este arqui-
vel que ela arquive os conhecimentos aéreos relativos à carga transportada vo como um “depósito de lixo”, mesmo porque os documentos definidos
numa pasta de ‘Carga Aérea”. Entretanto, essas exportações são efetua- como inúteis ou imprestáveis devem ser destruídos. O arquivo morto
das por uma companhia aérea, por exemplo, a VARIG. Nesse caso, reco- precisa, inclusive, ser organizado dentro das mesmas técnicas e regras
menda-se que se abra uma pasta em nome de VARIG, em que poderão que prevalecem para o arquivo ativo, pois muitas vezes serão necessárias
ser colocados, por exemplo, os horários dos vôos, inclusive dos vôos a imediata localização e a consulta a papéis em desuso.
cargueiros, as cidades que ela serve, as conexões possíveis, as tarifas de Uma empresa que tenha, por exemplo, 50 anos de existência deverá
carga aérea e outras informações pertinentes, e ainda uma observação: manter em seu arquivo morto o registro de todos seus antigos emprega-
Veja também Carga Aérea. dos, mesmo que entre eles existam alguns já aposentados ou falecidos. A
Igualmente no caso de siglas, deve-se fazer uma referência cruzada. destruição desses registros só será possível ou permitida no caso de se
Assim, pode-se abrir uma pasta para Cacex e fazer uma referência para proceder a uma completa microfilmagem.
Carteira de Comércio Exterior, ou vice-versa. O importante é que a pasta Destaque-se que se deve fazer anotação dos documentos transferidos
fique com a forma mais conhecida e mais fácil. Por exemplo, talvez seja e, no caso de destruição, registro da data em que ocorreu a destruição e
preferível abrir uma pasta para “Instituto Nacional do Livro” e uma referên- referência ao conteúdo deles.
cia cruzada para “INL”, para não se fazer confusão com IML (Instituto
Médico Legal). Atualização de arquivo
De um lado, a referência cruzada é muito importante, pois ajuda e agi- Existem três tipos de transferências de documentos ou papéis de um
liza o funcionamento do arquivo, porém, de outro, deve-se tomar cuidado e arquivo para outro: transferências periódicas, transferências permanentes e
evitar o excesso de referências que acarretam volume muito grande de transferências diárias:
papéis, congestionando, consequentemente, o arquivo.
• Transferências periódicas: as transferências são efetuadas em interva-
TRANSFERÊNCIA los predeterminados, para os arquivos inativos ou mortos, dependendo
da frequência de uso.
Há documentos que estão sujeitos ao fator tempo, isto é, há aqueles
que têm valor de um ano; outros de dois, três, cinco ou mais anos; outros, • Transferências permanentes: são transferências realizadas em interva-
ainda, possuem valor permanente e nunca poderão ser destruídos. los irregulares, sem qualquer planejamento. Normalmente, acontecem
quando o acúmulo de papéis no arquivo ativo é tão grande que chega
Os documentos também podem ser analisados pela frequência de sua a atrapalhar o bom andamento do serviço. A transferência, então, irá
utilização: alguns são muito procurados, outros são consultados poucas acarretar grande perda de tempo, já que o arquivo inteiro terá de ser
vezes, ou quase nunca, e ainda existem aqueles que, após a conclusão do analisado.
fato que os criou, não servirão para mais nada.
• Transferências diárias: são as mais recomendáveis, porque mantêm
Com o passar do tempo, observa-se que os arquivos ficam sobrecar- em ordem os arquivos ativos. O trabalho poderá ser grandemente faci-
regados de papéis, dificultando o trabalho e, na maioria dos casos, a litado se do documento já arquivado constar sua validade ou venci-
tendência é adquirir móveis novos, na tentativa de se resolver o problema mento, ou marcação indicando a data da transferência. Dessa forma,
de espaço. Solução muito mais lógica, econômica e eficaz é a de eliminar as transferências podem ser feitas no mesmo instante em que se ar-
ou destruir o que não tem mais valor e transferir o que se encontra em quiva ou se consulta um documento qualquer.
desuso ou desatualizado para local apropriado. Assim, transferência é a
operação que visa separar os documentos que ainda estão em uso, ou são Conservação e proteção de documentos
bastante consultados, daqueles que perderam sua utilidade prática, mas
Determina-se o valor do documento levando em consideração todas as
não seu valor.
finalidades que possui e seu tempo de vigência, que muitas vezes se
A transferência pretende: subordina a imperativos da lei. Nesse sentido, pode-se organizar um
quadro ou tabela de prazos de vigência para os diversos documentos,
• liberar o arquivo de papéis sem utilidade prática atual; facilitando sobremaneira o trabalho do arquivista. Os documentos são
• manter espaço disponível e de fácil manuseio nos arquivos em uso ou classificados por seu valor em: permanentes - vitais, permanentes e tempo-
ativos; rários.

• facilitar o trabalho de arquivar, localizar e consultar documentos nos • Permanentes - vitais: são documentos que devem ser conservados
arquivos; indefinidamente, pois possuem importância vital para a empresa, isto
é, sem eles a empresa não tem condições de funcionar. Citam-se, en-
• manter o arquivo em bom estado de conservação, aumentando sua tre outros: contratos; escrituras; estatutos; livros de atas; livros de re-
vida útil; e gistros de ações; cartas - patentes; fórmulas (químicas); procurações.
• reduzir ou eliminar despesas desnecessárias com novos equipamen- • Permanentes: são documentos que devem ser guardados indefinida-
tos. mente, porém não têm importância vital. Como exemplo, podem-se re-

Patrimônio 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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lacionar: rela tórios anuais; registros de empregados; livros e registros • Espaço: necessidade de mais espaço para incluir todos os ar-
contábeis; recibos de impostos e taxas; avaliações; e outros. quivos, além de mesas e cadeiras para as diversas consultas.
• Temporários: são documentos que têm valor temporário de um, dois, • Dificuldade no sigilo: os arquivos ficam muito abertos à consulta
cinco ou mais anos. Recomenda-se a confecção de um quadro ou ta- generalizada, dificultando a manutenção do sigilo, tão necessário à vida da
bela, com anotação da vigência do documento que, naturalmente, se- empresa.
guirá critérios determinados pela própria empresa. Assim, são tempo-
rários: recibos; faturas; notas fiscais; contas a receber e a pagar; extra- • Dispersão: a pasta em que está classificado um documento, no
tos bancários; apólices de seguro; folhetos; correspondência; memo- momento de uma consulta, pode estar com outro consulente, em outro
randos e outros. departamento.

Os documentos considerados vitais para a empresa, além de serem As soluções variam de empresa para empresa; o mais comum, entre-
conservados indefinidamente, devem merecer cuidados especiais, nota- tanto, é a opção pelo sistema misto, ou seja, centralização parcial. Em
damente de proteção contra incêndios, inundações, furtos, desabamentos princípio, os documentos vão para o arquivo central; entretanto; documen-
e outros eventos. A perda ou destruição de tais documentos pode, em tos específicos que só interessam a certos departamentos ficam nos arqui-
casos extremos, significar até o fracasso total de uma empresa. Existem vos desses departamentos. Assim, por exemplo, devem ser arquivados no
algumas formas de proteger esses documentos: próprio departamento de vendas a relação de representantes ou clientes,
seus pedidos, reclamações, correspondência de modo geral.
• Utilização de cofres a prova de fogo.
Outro caminho a seguir é o que procura basicamente centralizar o con-
• Preparação de cópias adicionais dos documentos e envio delas a trole e não o arquivo. Um especialista organiza um arquivo central, onde
outros lugares para guarda, como cofres de bancos, cofres de filiais da deverão ser guardados os documentos de interesse geral, inclusive aque-
empresa, ou escritórios de advogados. les que são vitais e/ou sigilosos, naturalmente tomando-se todas as pre-
cauções. Em seguida, ele deverá planejar os diversos arquivos localizados
• Microfilmagem de todos os documentos vitais e conservação dos nos vários departamentos. O conhecimento da empresa e de seu organo-
microfilmes em local seguro. grama é fundamental nessa etapa. Seu trabalho, além da administração do
A conservação e a proteção desses documentos devem ser acompa- arquivo central, pressupõe a classificação e a distribuição diária de docu-
nhadas de um registro que especifique o modo, a data e o local para onde mentos aos diversos departamentos.
foram encaminhados, de forma que possam ser localizados imediatamente. Realmente, trata-se de um assunto de solução não muito fácil, já que
CENTRALIZAÇÃO OU DESCENTRALIZAÇÃO? existem vantagens e desvantagens em todos os métodos. O importante é
que a empresa decida pelo que for mais adequado a suas condições,
Trata-se de uma questão muito comum, principalmente necessidades e objetivos a curto, médio e longo prazos.
nas grandes empresas. A centralização dos arquivos
MICROFILMAGEM
proporciona vantagens, mas existem desvantagens
que naturalmente devem ser conhecidas antes de se Observa-se na época atual excessivo aumento do número de docu-
tomar uma decisão sobre o assunto. As principais mentos. De um lado, devido à expansão da administração pública em
vantagens da centralização são as seguintes: todos os setores e em todos os níveis: federal, estadual e municipal; de
outro, graças ao desenvolvimento das atividades empresariais e ao rápido
• Eficiência: devido à centralização, tende-se a manter um especialista avanço da tecnologia, em todos os setores da economia.
em arquivística, o que sem dúvida melhora a eficiência e a rapidez do
trabalho em todas suas etapas. É crescente a indagação de como e quando se deve proceder para re-
duzir e racionalizar a produção de documentos e, por consequência, seu
• Responsabilidade: o cuidado e a proteção de documentos melhora arquivamento e conservação. O microfilme surgiu como uma das principais
muito, pois a responsabilidade se encontra nas mãos de um especia- respostas a essa questão.
lista.
O microfilme é um processo de reprodução fotográfica reduzida,
• Economia: é grande a economia de equipamento; de pessoal; de chegando a quase 95% do documento original. São várias as van-
tempo gasto no arquivamento; na localização e na preparação de có- tagens obtidas na microfilmagem de documentos que devem ser
pias adicionais ou referências.
transferidos do arquivo ativo para o inativo, já que dificilmente o
• Uniformidade: proporciona certa padronização ao sistema e métodos microfilme será utilizado para arquivos ativos. As vantagens são:
de arquivamento, o que não acontecerá se houver inúmeros arquivos
departamentais. • Economia: os ganhos em espaço, peso e tamanho dos arquivos che-
gam a mais de 80% em muitos casos.
• Concentração: os documentos são concentrados por assuntos, ofere-
cendo ao consulente visão global. Na descentralização, os mesmos • Redução do volume: é muito grande a redução do volume de papéis e
assuntos tendem a ficar espalhados pelos diversos arquivos. documentos, o que proporciona economia de tempo e mão-de-obra.

• Utilização: amplia o uso do equipamento e, consequentemente, alonga • Segurança: os microfilmes protegem e conservam os documentos
sua vida útil. vitais da empresa ou órgão público, dos riscos de eventos, como in-
cêndio, inundação ou furto, pois, além de representarem cópias adi-
Há algumas desvantagens na centralização, que precisam ser cionais desses documentos, são facilmente guardados em cofres es-
apontadas: peciais. -

• Consulta dificultada: necessidade de locomoção até o centro de • Durabilidade: o microfilme reveste-se de grande durabilidade, atingindo
arquivos; tal fato não ocorre com a descentralização, em que o arquivo do até 150 anos.
departamento se encontra à mão. • Reprodução: a microfilmagem oferece condições de reprodução ilimi-
• Acúmulo de pessoas: poderá acontecer o acúmulo de pessoas tada, além de fidelidade, exatidão perfeita dos documentos reproduzi-
no local onde estão colocados os arquivos, o que dificulta a consulta e dos.
tumultua o trabalho do arquivista. • Custo: embora e microfilme possa assustar pelo custo elevado, é
• Perda de tempo: muito tempo perdido na locomoção até o arqui- preciso levar em consideração a economia que proporciona com a re-
vo central e espera para poder iniciar a consulta, principalmente se houver dução do espaço, de equipamento e de pessoal necessário para a
muitas pessoas no local. manutenção de arquivos convencionais, especialmente nas grandes
empresas.

Patrimônio 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Consulta: a consulta a documentos é imediata e mais fácil, agilizando As vantagens do sistema são as seguintes:
em muito o serviço. Verifique-se, por exemplo, a microfilmagem de
cheques compensados. • a iluminação é direta;
• as anotações podem ser efetuadas no mesmo local;
As técnicas modernas de microfilmagem evoluíram muito nos
últimos anos; entretanto, a escolha do produtor dos microfilmes • as possibilidades de perda de documentos são bastante reduzi-
deve ser feita de modo que garanta a qualidade e a durabilidade das.
deles. As desvantagens são:
A decisão de utilizar a microfilmagem na empresa também pode • ocupa muito espaço;
ser auxiliada pela ocorrência de um ou mais dos seguintes fatos:
• há necessidade de retirar todos os documentos para arquivar ou
• necessidade de entregar ou devolver às pessoas os originais dos retirar um documento;
documentos;
• a consulta é demorada;
• necessidade de conservar os documentos por mais de cinco anos;
• a consulta exige o deslocamento de outros documentos.
• necessidade de conservar os documentos por tempo indeterminado ou
permanentemente; 2.Vertical: os documentos permanecem no interior do móvel arquiva-
dor em posição vertical. São dois os tipos nesse sistema:
• necessidade de proteger . os documentos dos riscos de incêndio,
inundação ou furto. • Frontal. Os documentos são colocados uns atrás dos outros,
com a frente voltada para o arquivista.
Em princípio, a organização de um arquivo de microfilmes deve seguir
o sistema e o método empregados nos arquivos de documentos; o arquivo • Lateral. Os documentos são colocados uns ao lado dos outros,
deve vir acompanhado de índices que facilitem a pronta localização, bem com a lateral voltada para o arquivista.
como deve existir na empresa aparelho próprio para a leitura dos microfil- Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia e as exigências do
mes. mercado, as pastas ficam suspensas nos arquivos verticais, por meio de
É muito importante, também, considerar o aspecto legal da microfilma- braços metálicos apoiados em suportes especiais.
gem. A legislação brasileira determina a guarda de originais por tempo São vantagens do sistema:
determinado ou mesmo indefinidamente. A reprodução de um microfilme
no formato do documento exige, para sua validade, que seja autenticado • custo mais baixo;
em cartório e à vista do documento original. • fácil manuseio;
Portanto, a microfilmagem não deve ser entendida apenas como subs- • fácil conservação;
tituidora de documentos originais. Antes de mais nada, é preciso encarar o
microfilme como cópia adicional de documento cuja utilidade para a em- • fácil atualização do material arquivado;
presa tenha sido estudada e comprovada.
• possibilidade de arquivar muitos documentos em pequeno espa-
EQUIPAMENTOS ço;
Entende-se por equipamento o móvel utilizado para arquivamento. O • consulta rápida e sem necessidade de deslocar outros docu-
conhecimento dos sistemas de equipamento, de suas vantagens e desvan- mentos.
tagens, irá facilitar em muito o serviço do arquivista. Denomina-se sistema
São desvantagens do sistema:
de equipamento a maneira como os documentos são colocados no móvel
arquivador. São três os sistemas de equipamento: • necessidade de retirar o documento para fazer anotações;
1. Horizontal: os documentos ficam uns sobre os outros, em posição • iluminação deficiente;
horizontal dentro do móvel arquivador. E um sistema antigo, mas que ainda
é utilizado em algumas repartições públicas, que amarram ou colocam os • pouca visibilidade dos documentos no interior do arquivo.
documentos em pacotes. Também pertencem ao sistema horizontal as 3.Rotativo: os documentos são colocados de modo que possam girar
mapotecas, muito utilizadas, e os fichários tipo kardex, Securit, muito em torno de um eixo vertical ou horizontal. O sistema é muito empregado
conhecidos e empregados com bastante sucesso em inúmeras empresas. em atividades que requerem grande quantidade de consultas e necessida-
de de informações rápidas.
Fichários
São caixas de diversos tamanhos que guardam fichas ou cartões, po-
dendo ser de madeira, de aço, de material plástico ou de acríLico. São
largamente utilizados e servem a muitas finalidades: índices, informações,
endereços, relação de clientes, representantes, fornecedores e outras.
O equipamento deve satisfazer às necessidades da empresa e dos
serviços a que se destina. Alguns requisitos são:
• adequação às necessidades do serviço;
• obtenção de maior economia de espaço;
• facilidade de acesso;
• possibilidade de expansão;
• resistência e durabilidade;
• garantia de segurança e conservação de documentos;
Móvel “Securit” para arquivo horizontal de mapas, plantas, heliografias • aparência e funcionalidade.
e mapotecas

Patrimônio 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Há inúmeros tipos e modelos de equipamentos que podem ser centro atuante de informações, um instrumento de controle para a atividade
utilizados pelos três sistemas: horizontal, vertical e rotativo. A esco- administrativa, que auxilia na correta tomada de decisão.
lha de um dos sistemas, assim como do equipamento propriamente Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que se
dito, deve seguir os critérios apontados e outros que são conside- decida sobre o sistema de arquivamento que melhor
rados essenciais pela empresa ou órgão público e que prevalecem se ajuste a determinada empresa.
numa boa administração.
Sistema é um conjunto de princípios interligados, que orienta o que se
1. Cadeado. deve fazer para atingir um fim específico. São três os sistemas de arqui-
2. Suporte regulável. vamento: direto, indireto e semi-indireto.

3. Índice alfabético. • Direto: o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessi-
dade de recorrer a um índice. Neste sistema, inclui-se, principalmente, o
4. Estrutura. método alfabético de arquivamento e suas variações.
5. Dispositivo antiimpacto. • Indireto: o arquivo, neste caso, depende de um índice para ser
consultado. O sistema inclui, em especial, o método numérico de arquiva-
6. Pés antiderrapantes.
mento e suas variações.
ACESSÓRIOS
• Semi-indireto: o arquivo pode ser consultado sem o auxílio de índi-
Acessórios são materiais que visam auxiliar o equipamento. A correta ces, mas com a utilização de tabelas em forma de cartão. Neste sistema,
e eficiente utilização dos mesmos criará condições favoráveis para o encontra-se, por exemplo, o método automático, variedade do método
andamento do serviço. alfanumérico.
A escolha acertada dos acessórios está diretamente ligada ao sistema A opção por um dos sistemas está intimamente ligada à empresa, a
e método de classificação e arquivamento empregados, assim como ao seu campo de atividade, porte e objetivos de curto, médio ou
conhecimento dos tipos e modelos existentes no mercado. longo prazos. O principal, antes de tudo, é compreender o ver-
Os principais acessórios são: pastas; guias; projeções; tiras de inser- dadeiro potencial que o arquivo representa, considerando-se
ção e notações. que é a memória viva da empresa.
1. Pastas: são pedaços de cartolina dobrada, que formam uma aresta Para ser eficaz, o sistema necessita de métodos que indiquem a ma-
comum chamada vinco. As pastas servem para agrupar e proteger os neira de proceder, isto é, o que se deve fazer para alcançar o fim desejado.
documentos comuns a um assunto e, normalmente, têm dimensões padro- Os métodos de arquivamento serão analisados mais adiante.
nizadas. Com relação ao vinco, as pastas podem ser normais ou sanfona-
SISTEMA DE ARQUIVAMENTO EM ÓRGÃOS PÚBLICOS
das, para permitir o maior acúmulo de documentos; algumas possuem
divisões internas. No que se refere à projeção, ela poderá ou não constar A administração de documentos oficiais pressupõe a exis-
da pasta. As pastas suspensas, largamente usadas nos equipamentos tência de um sistema de arquivamento. O conceito de
modernos, são semelhantes às convencionais, apenas com a particulari- sistema também é válido para os órgãos da adminis-
dade de possuírem dois braços metálicos ou outro material que se apóia
tração pública, e as três espécies, direto, indireto e
nos suportes laterais do arquivo.
semi-indireto, serão empregadas conforme os critérios
2. Guias: são pedaços de cartolinas do tamanho das pastas ou mesmo estabelecidos previamente.
menores, com uma saliência na parte superior, chamada projeção. As
guias servem para dividir as pastas ou documentos em grupos. As guias, Nas instituições públicas, predomina um modelo de sistema de organi-
quanto à projeção, podem ter, ou não, encaixes para as tiras de inserção. zação de arquivos em que o documento público é controlado desde sua
Nas guias, as projeções podem vir em posição central, em diferentes produção. É conhecido como a “teoria das três idades”, concepção moder-
posições ou, então, formando um jogo de, por exemplo, duas, três, quatro, na de arquivística, em que se distinguem três etapas quanto aos documen-
cinco ou mais posições. A diferença das posições possibilita ao arquivista tos:
ampla visibilidade, o que facilita o arquivamento ou a localização de docu- • Corrente: os documentos circulam pelos canais decisórios, bus-
mentos. cando solução ou resposta. São os arquivos correntes.
3.Projeções: são saliências colocadas na parte superior das pastas ou • Temporária: os documentos apresentam interesse e são objeto de
das guias que recebem as anotações ou dizeres pertinentes. Servem para consultas, embora os assuntos neles contidos já tenham sido solucionados
ajudar o arquivista a localizar os assuntos no arquivo. As projeções podem ou as respostas, obtidas. São os arquivos temporários.
ser de papelão, de material plástico ou de aço. Além disso, podem ser fixas
ou adaptáveis. Essas últimas não fazem parte das pastas ou das guias e • Permanente: os documentos passam a ter valor cultural e científi-
podem ser colocadas posteriormente. co. São os arquivos permanentes ou históricos.
4. Tiras de inserção: papeletas ou rótulos que, após receberem os di- A criação do arquivo temporário, por exemplo, segunda etapa do
zeres ou inscrições correspondentes, deverão ser inseridas nas projeções sistema, foi um grande avanço e tomou-se peça fundamental
das pastas ou das guias. Servem para indicar a finalidade da pasta ou da dentro do sistema de arquivamento da administração pública.
guia. São inúmeras as vantagens conseguidas: obtenção de mais
5. Notações: são os dizeres, as inscrições registradas nas tiras de in- espaços físicos pela retirada de documentos dos arquivos cor-
serção e em seguida inseridas nas pastas ou guias. rentes; redução ao essencial da quantidade de documentos nos
arquivos correntes; redução de pessoal e consequente econo-
É fato conhecido que um dos fatores para a excelência dos arquivos
reside na combinação harmoniosa e funcional dos sistemas e métodos de mia de custos; controle de quantidade e da qualidade dos do-
classificação e arquivamento, e dos equipamentos e acessórios. cumentos; melhor manutenção, uso e supervisão dos arquivos;
e melhor critério de preservação, controle e eliminação de do-
SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO cumentos.
A opinião de que os arquivos são simples depósitos de papéis ou do- Um sistema de arquivos moderno e bem organizado terá todas as
cumentos velhos e inúteis, arquivados por mera tradição, apóia-se no fato condições para oferecer subsídios a planos e decisões da administração
de que a maioria dos arquivos é mal organizada, mal administrada e, pública, seja mostrando as relações e planejamento do passado, seja
portanto, dificulta a localização imediata das informações desejadas. Mera evitando duplicidade antieconômica de velhas iniciativas.
opinião, pois, em verdade, um arquivo moderno, bem estruturado, é um

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Verifica-se, atualmente, enorme empenho dos órgãos do governo em De modo geral, significa o livro onde se registram, em ordem, os do-
desenvolver sistemas de informações altamente sofisticados, em que a cumentos apresentados numa repartição ou, então, os fatos e as decisões
informática assumiu posição de grande relevância. ocorridos numa assembléia ou audiência. A principal função do protocolo é
autenticar a entrega de um documento, ou evidenciar a decisão ou o fato
MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO que deve ser registrado. Em linguagem diplomática, significa a própria
Modernamente, o arquivo de informações tornou-se uma atividade que deliberação ou resolução que foi registrada na ata da reunião respectiva e
pode ser realizada eletronicamente através de computadores. A tarefa da que acarretou uma espécie de convenção entre os participantes da as-
secretária, neste caso, consiste em registrar as informações em programas sembléia ou congresso.
previa-mente estabelecidos. A empresa contrata um especialista em pro- Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores encarrega-
gramação (ou já dispõe dele em seu quadro de empregados), que deverá dos do recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos
preparar um programa segundo as necessidades da secretária. Enganam- em curso; denominação atribuída ao próprio número de registro dado ao
se os que acreditam que o uso do computador dispensa o estudo dos documento; Livro de registro de documentos recebidos e/ou expedidos.
métodos tradicionais de classificação de informações. O programador
apenas executará um programa depois de ouvir a secretária sobre as reais É de conhecimento comum o grande avanço que a humanidade teve
necessidades do departamento. Assim sendo, ela deve conhecer os varia- nos últimos anos. Dentre tais avanços, incluem-se as áreas que vão desde
dos métodos de classificação para propor soluções apropriadas. Acrescen- a política até a tecnológica. Tais avanços contribuíram para o aumento da
te-se que o estudo dos métodos aqui expostos permite a aquisição de produção de documentos. Cabe ressaltar que tal aumento teve sua impor-
técnicas de classificação e simplificação de tarefas. Deixar de aprendê-los tância para a área da arquivística, no sentido de ter despertado nas pesso-
é prejudicial até mesmo para o domínio de um pensamento claro e bem as a importância dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por
estruturado. Além disso, a secretária manipula informações escritas (do- falta de conhecimento, a acumulação de massas documentais desnecessá-
cumentos), internas e externas, que ela precisa arquivar. rias foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabili-
zar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para tentar
Havendo um sistema de arquivamento já definido, a empresa ou órgão sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de um sistema
público deverá decidir qual método de arquivamento irá empregar. O de protocolo.
método estabelece o que é preciso fazer para alcançar o fim desejado pelo
sistema de arquivamento. Dentre os cinco setores distintos das atividades dos arquivos correntes
(Protocolo, Expedição, Arquivamento, Empréstimo e Consulta, Destinação)
Um plano previamente estabelecido para a colocação e guarda de do- vamos dar atenção especial ao Protocolo. É sabido que durante a sua
cumentos facilita a pesquisa, a coleta de dados, a busca de informações e tramitação, os arquivos correntes podem exercer funções de protocolo
proporciona uma correta tomada de decisão. (recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição de docu-
Os diversos métodos de arquivamento, que através dos anos foram mentos), daí a denominação comum de alguns órgãos como Protocolo e
desenvolvidos em todas as partes do mundo, podem ser utilizados tanto Arquivo. E é neste ponto que os problemas têm seu início. Geralmente, as
nas empresas como nos órgãos governamentais. Todos são bons e apre- pessoas que lidam com o recebimento de documentos não sabem, ou
sentam vantagens e desvantagens. O importante é que a decisão quanto mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o documento
ao método leve em consideração o tamanho, a estrutura organizacional e cumpra a sua função na instituição. Para que este problema inicial seja
os objetivos da empresa ou do órgão público; as pessoas normalmente resolvido, a implantação de um sistema de base de dados, de preferência
envolvidas; os serviços prestados; as informações comumente solicitadas; simples e descentralizado, permitindo que, tão logo cheguem às institui-
e os tipos de documento que devem ser arquivados. ções, os documentos fossem registrados, pelas devidas pessoas, no seu
próprio setor de trabalho seria uma ótima alternativa. Tal ação diminuiria o
São três os principais métodos de arquivamento: alfabético, numérico montante de documentos que chegam as instituições, cumprem suas
e alfanumérico. funções, mas sequer tiveram sua tramitação ou destinação registrada.
Esses métodos, por sua vez, formam a base a partir da qual se criaram Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental, afim de
vários outros. que não se perca o controle, bem como surjam problemas que facilmente
Métodos de arquivamento: poderiam ser evitados (como o preenchimento do campo Assunto, de muita
importância, mas que na maioria das vezes é feito de forma errônea).
• Método alfabético: Dentre as recomendações de recebimento e registro (SENAC. D. N. Técni-
cas de arquivo e protocolo.
—específico ou por assunto;
Receber as correspondências, separando as de caráter oficial da de
—geográfico;
caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus destinatários.
—mnemônico;
Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso, a fim de
—variadex. cumprirem suas funções. Para que isto ocorra, devem ser distribuídos e
classificados da forma correta, ou seja, chegar ao seu destinatário Para
• Método numérico: isto, recomenda-se (SENAC. D. N. Técnicas de arquivo e protocolo.
—simples; Separar as correspondências de caráter ostensivo das de caráter sigi-
—dúplex. loso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respectivos destinatá-
rios;
• Método alfanumérico:
Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensivos por
—decimal; meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes, se existirem;
—automático; Classificar o documento de acordo com o método da instituição;, ca-
automático moderno. rimbando-o em seguida;

Protocolo Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao protocolo.


Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segunda via
É o registro das deliberações ou das atas de um congresso ou
da ficha ao documento;
conferência diplomática. Por protocolo também se entende o li-
vro em que os escrivães do juízo registram o que se passa na Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os dados
audiência e que no fim desta é assinado pelo juiz. das fichas de protocolo;
Arquivar as fichas de protocolo.

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A tramitação de um documento dentro de uma instituição depende di- eficiência administrativas, bem como à preservação do patrimônio docu-
retamente se as etapas anteriores foram feitas da forma correta. Se feitas, mental de interesse histórico-cultural.
fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, saber sua exata localização,
seus dados principais, como data de entrada, setores por que já passou, A gestão pressupõe, portanto, uma intervenção no ciclo de vida dos
enfim, acompanhar o desenrolar de suas funções dentro da instituição. Isso documentos desde sua produção até serem eliminados ou recolhidos para
agiliza as ações dentro da instituição, acelerando assim, processos que guarda definitiva. Nesse sentido, um programa geral de gestão compreen-
anteriormente encontravam dificuldades, como a não localização de docu- de todas as atividades inerentes às idades corrente e intermediária de
mentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por arquivamento, o que garante um efetivo controle da produção documental
exemplo. nos arquivos correntes (valor administrativo/vigência), das transferências
aos arquivos centrais/intermediários (local onde os documentos geralmente
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter aguardam longos prazos precaucionais), do processamento das elimina-
seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou recolhimento. É nesta ções e recolhimentos ao arquivo permanente (valor histórico-cultural).
etapa que a expedição de documentos torna-se importante, pois por meio
dela, fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, podendo-se assim São de fácil reconhecimento, assim, os três momentos da gestão, não
decidir de uma forma mais confiável, o destino do documento. Dentre as necessariamente consecutivos:
recomendações com relação a expedição de documentos, destacam-se: 1. Produção dos documentos: inclui a elaboração de formulários,
Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e comple- implantação de sistemas de organização da informação, aplicação de
tando dados; novas tecnologias aos procedimentos administrativos.

Separar as cópias, expedindo o original; 2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, seleção
dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário, materi-
Encaminhar as cópias ao Arquivo. ais, local.
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem como re- 3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação que
gras, visto que cada instituição possui suas tipologias documentais, seus garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente e a
métodos de classificação, enfim, surgem situações diversas. Servem eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de valor probatório e
apenas como exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição. informativo.
Após a discussão das vantagens de implantação de um sistema de A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa decisiva no pro-
protocolo, cabe avaliar as desvantagens do uso deste sistema, se feito de cesso de implantação de políticas de gestão de documentos, tanto nas
forma errônea. Num primeiro momento, deve-se pensar num sistema instituições públicas quanto nas empresas privadas. Mas, o que significa
simples de inserção de dados, que venha a atender as necessidades da avaliar documentos? Para o administrador, que está com seus depósitos
empresa. Contudo, é essencial que as pessoas que trabalham diretamente abarrotados de documentos, sem dúvida, a avaliação sugere uma elimina-
com o recebimento e registro de documentos, recebam um treinamento ção imediata de papel, com vistas à liberação de espaço físico. No entanto,
adequado, para que possam executar essa tarefa da forma correta, visto se o processo de avaliação não for efetivamente implantado através das
que, se feita da forma errada, todo o trâmite do documento pode ser com- Tabelas de Temporalidade, não tardará muito para que a produção e
prometido. Deve-se esquecer a idéia de que basta inserir dados e números acumulação desordenadas preencham novamente todos os espaços
num sistema, que todos os problemas serão resolvidos. A própria consci- disponíveis.
entização dos funcionários, no sentido de que, se organizados e devida-
mente registrados, as tarefas que necessitam do uso de documentos se Trabalho interdisciplinar que consiste em identificar valores para os
tornarão mais fáceis para todos que venham a executá-las., proporcionado documentos (imediato e mediato) e analisar seu ciclo de vida, com vistas a
assim um melhor rendimento de todo o pessoal. Portanto, fica claro que o estabelecer prazos para sua guarda ou eliminação, contribuindo para a
protocolo pode ser uma saída para os problemas mais comuns de tramita- racionalização dos arquivos e eficiência administrativa, bem como para a
ção documental, desde que utilizado da forma correta. Do contrário, a preservação do patrimônio documental.
implantação deste sistema pode ocasionar outros problemas, talvez de A avaliação consiste fundamentalmente em identificar valores e definir
cunho ainda maior. prazos de guarda para os documentos de arquivo, independentemente de
AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico
ou qualquer outro.
O termo “gestão de documentos” ou “administração de documentos” é
uma tradução do termo inglês “records management”. O primeiro é originá- A avaliação deverá ser realizada no momento da produção, paralela-
rio da expressão franco-canadense gestion de documents e o segundo é mente ao trabalho de classificação, para evitar a acumulação desordenada,
uma versão iberoamericana do conceito inglês. Entre essas duas variantes, segundo critérios temáticos, numéricos ou cronológicos. Esse é o grande
o primeiro parece ser o mais difundido entre nós. problema no momento de avaliar massas documentais acumuladas nos
arquivos centrais ou intermediários, especialmente nos do serviço público.
O Dicionário de Terminologia Arquivística editado pelo Conselho Inter- O critério de arquivamento dos processos administrativos ainda é o se-
nacional de Arquivos em 1984 define gestão de documentos como um quencial numérico/cronológico, de acordo com o número recebido no
aspecto da administração geral relacionado com a busca de economia e protocolo, no momento da autuação. Essa prática resulta na mescla de
eficácia na produção, manutenção, uso e destinação final dos documentos. documentos gerados no exercício de funções diversas, o que dificulta a
recuperação do contexto original de produção. A avaliação de documentos
O Dicionário de Terminologia Arquivística, publicado em São Paulo em arquivados em sequência numérica implica basicamente a análise de
1990 e reeditado em 1996, conceitua gestão de documentos como um documento por documento, o que é bastante trabalhoso em face da massa
“conjunto de medidas e rotinas visando a racionalização e eficiência na documental acumulada com o decorrer do tempo. É frequente, por isso, a
criação, tramitação, classificação, uso primário e avaliação de arquivos”. eliminação sem critério ou, o que é igualmente grave, a reprodução do
No âmbito da legislação federal, “considera-se gestão de documentos acervo em outros suportes, sem a prévia identificação e avaliação dos
o conjunto de procedimentos e operações referentes à sua produção, conjuntos documentais. O que interessa, nessa visão imediatista, é a
tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediá- liberação de espaços.
ria, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente” . Esse procedimento pode representar um investimento inútil quando in-
RACIONALIZAÇÃO, EFICIÊNCIA, PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA cidir sobre documentos rotineiros, repetitivos, desprovidos de valor informa-
tivo, probatório ou cultural, que poderiam ser eliminados, conservando-se
GESTÃO DE DOCUMENTOS deles apenas pequenas amostragens.
Conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos
os documentos de qualquer idade desde sua produção até sua destinação
final (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONCEITO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO Anobiídeos (brocas ou carunchos)
Dentro de uma biblioteca, arquivo ou museu duas seções devem ser Thysanura (traça)
enfocadas: a de conservação e a de restauração.
Blatta orientalis (barata)
1 - Conservação - é um conceito amplo e pode ser pensado como ter-
Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte deles produzem
mo que abrange pelo menos três (3) ideias: preservação, proteção e manu-
pigmentos que mancham o papel.
tenção.
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção contra os
Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do total do documen-
defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológicos que os to.
atacam.
4. AMBIENTAIS
O principal objetivo portanto da conservação é o de estender a vida útil
Ventilação - é um outro fator a considerar como elemento que favorece
dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. Para isso é neces-
o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há pouca aeração.
sário permanente fiscalização das condições ambientais, manuseio e
armazenamento. Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvolvimento dos a-
A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultural consistindo gentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a presença de pó.
na conservação desses patrimônios em seus estados atuais. Por isso,
devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causadas pela umida- 5. HUMANOS
de, por agentes químicos e por todos os tipos de pragas e de microorga- O Homem, ao lado dos insetos e microrganismos é um
nismo. A manutenção, a limpeza periódica é a base da prevenção. outro inimigo dos livros e documentos, embora devês-
2 - Conservação Preventiva (Restauração) - tem por objetivo revitalizar semos imaginar que ele seria ser o mais cuidadoso
a concepção original, ou seja, a legibilidade do objeto. A restauração é uma guardião dos mesmos.
atividade que exige dos profissionais grande habilidade, paciência, amor à
arte, pois nesta seção se praticam verdadeiras intervenções cirúrgicas com Gestão documental
os bens culturais, "a restauração é quase uma neurose da perfeição, em A gestão documental ou gestão de documentos é um ramo da
que o mais ou menos não existe" como disse certa vez a restauradora arquivística responsável pela administração de documentos nas fases
Marilka Mendes. corrente e intermediária (primeira e segunda idade).
Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado, é preciso Em termos informáticos, a Gestão Documental é uma solução de
levantar a história, revelar a tecnologia empregada na fabricação ou a arquivo, organização e consulta de documentos em formato eletrônico
técnica de impressão utilizada e traçar um plano de acondicionamento do onde existe toda a informação de natureza documental trocada entre os
objeto restaurado de modo que não volte a sofrer efeitos de deterioração utilizadores da aplicação. Esta solução permite a colaboração numa
do futuro. organização através da partilha de documentos, beneficia e facilita os
Como sabemos são poucos os técnicos ligados a esta área e leva a- processos de negócio de uma empresa. A Gestão Documental integrada
nos para formar um bom restaurador, por estes fatores podemos dizer que com outras soluções, como por exemplo, a digitalização, fax e email
é melhor: Conservar e preservar para não restaurar" permitem gerir toda a informação não estruturada (documentos) importante
da organização. Num processo de gestão documental o seu inicio é
AGENTES EXTERIORES QUE DANIFICAM OS DOCUMENTOS quando há a recepção do documento em que este passa pela fase de
1. FÍSICOS desmaterialização, ou seja, digitalização do documento geralmente em
formato papel para um formato eletrônico. Numa segunda fase os
Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes no processo documentos em formato eletrônico são submetidos a uma classificação, de
de degradação dos materiais bibliográficos. seguida há uma definição dos vários estádios do ciclo de vida do
documento ao longo da sua existência, como por exemplo, a publicação,
Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo que as condi-
aprovação, distribuição, reencaminhamento e desactualizado (destruído).
ções de conservação sejam boas. O papel fica com sua cor original altera-
Por último, este processo disponibiliza ao utilizador um método de
da e se torna frágil e isto se chama envelhecimento natural.
localização eficaz semelhante a um browser, por exemplo, o Google.
Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o papel que a
Vantagens na sua utilização
deficiência de água
As empresas que investem pela solução Gestão Documental
2. QUÍMICOS
conseguem um retorno elevado pois reduzem a quantidade de documentos
Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um índice de aci- em papel, há um ganho na produtividade devido a uma uniformização dos
dez elevado (pH 5 em média) e portanto uma permanência duvidosa. processos e facilitando a implementação de normas de qualidade. As
Somemos ao elevado índice de acidez, o efeito das altas temperaturas vantagens na sua utilização são as seguintes:
predominante nos países tropicais e subtropicais e uma variação da umi-
Redução do custo do número de cópias, aumento de produtividade na
dade relativa, teremos um quadro bastante desfavorável na conservação
procura, no re-encaminhamento de documentos e redução do espaço de
de documentos em papel. Dentre as causas de degradação do papel,
arquivo;
podemos citar as de origem intrínseca e as de origem extrínsecas.
Gestão de Informação Integrada é conseguida a partir da consolidação
Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos ácidos, ainda que
transparente dos documentos eletrônicos (originados pela aplicações
nas condições de conservação mais favoráveis. A poluição atmosférica é
Office) e de documentos com origem em papel;
uma das principais causas da degradação química.
Uniformização de Processos de reencaminhamento, aprovação,
Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na documenta-
arquivo e eliminação dos documentos, mantendo o histórico de versões
ção. Foi e é usada para escrever em papéis, pergaminhos e materiais
dos documentos;
similares, desde que o homem sentiu necessidade de registrar seu avanço
técnico e cultural, e é ainda indispensável para a criação de registros e Digitalização dos documentos;
para atividades relacionadas aos interesses de vida diária.
Descentralização do espaço físico, isto é, os documentos e processos
3. BIOLÓGICOS estão sempre disponíveis, independente do local onde o utilizador aceda
aplicação;
Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves danos a arquivos
e bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos. Os principais Com o auxilio de um browser a pesquisa da informação dos
insetos são: documentos está facilitada e rápida;
Patrimônio 29 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Formação de um Backup que permite a recuperação da informação Durante os anos de 1960 assiste-se à implantação de computadores
em caso de incêndio ou inundação do seu arquivo físico; nos governos e corporações mais importantes. Muito caros, esses apare-
lhos são sensíveis à temperatura e precisam ser instalados nos locais
As soluções de Gestão Documental têm mecanismos de controlo de talhados sob medida e com acesso controlado. Os computadores não são
acessos e segurança protegendo os seus documentos de acessos não muito “inteligentes”, mas o que interessa é que podem calcular com muita
autorizados. rapidez. Somente hoje os computadores começam a ser capazes de tratar
Casos de aplicação de atividades mais “inteligentes”.

A Gestão Documental quer seja eletrônica ou em arquivo de papel Ao mesmo tempo, as organizações de menor tamanho buscam a má-
está presente em todas as organizações. As soluções de Gestão quina de escrever elétrica, que se espalha durante os anos de 1960 e
Documental aplicam-se a um conjunto alargados de áreas funcionais: 1970. Por volta do fim dos anos de 1970 assiste-se à chegada de apare-
lhos dedicados ao tratamento de textos. Ainda uma vez, os preços são tão
Administrativa e Financeira (documentos financeiros) elevados que somente as organizações bastante importantes têm condi-
Qualidade (normas, procedimentos, auditorias e fichas de não ções de usar essas máquinas. Ao mesmo tempo, as máquinas de escrever
conformidade) eletrônicas chegam ao mercado, mas sua utilização não se torna muito
difundida em razão da chegada quase simultânea dos microcomputadores.
Produção (desenho técnicos, normas e procedimentos operacionais e
controlo de produção) O aparecimento dos microcomputadores em 1980 muda radicalmente
o quadro tecnológico. O computador pessoal custa menos que um automó-
Jurídica (contratos, propostas, concursos públicos e cadernos de vel. Hoje um computador custa muito menos que um carro e é capaz de
encargos) executar as importantes operações que os grandes computadores do tipo
mainframe não realizavam nos anos de 1960 e 1970. O novo ambiente,
Serviços a Cliente (informações, apóiam técnico e documentos de
que se instala rapidamente, cria um problema de escala para os aparelhos
Cliente)
administrativos, que se vêem impossibilitados de seguir tantos desenvolvi-
Marketing (estudos de mercado, brochuras e especificações de mentos.
produtos)
Por exemplo, a política do NARA ( National Archives and Records Ad-
Desenvolvimento (memórias descritivas, pesquisa e desenvolvimento) ministration, nos Estados Unidos) sobre os arquivos ordinolingues está tão
mal estabelecida (aproximadamente 25 anos após o começo da informati-
Recursos Humanos (contratos de pessoal, fichas técnicas e zação), que a chegada da microinformática nos obriga a interrogar sobre a
regulamento) pertinência dessa política (Bergeron 1992,54).
AUTOMAÇÃO Aliás, os exemplos de perdas de arquivos eletrônicos importantes se
O novo mundo dos arquivos – automação multiplicam: os dados do recenseamento americano de 1960, a primeira
mensagem de correio eletrônico em 1964, os dados sobre as florestas do
.James M. Turner – U. de Montreal Brasil capturadas por satélite nos anos de 1970, os dados da NASA, e
assim por diante. Os exemplos americanos são característicos da situação
Introdução por toda parte do mundo.
Para bem se entender a problemática atual dos arquivos, é preciso A situação hoje
compreender o século XX sob o ponto de vista da extraordinária rapidez da
evolução tecnológica. É suficiente lembrar que diversos atores, cada um Atualmente a capacidade dos computadores muda de modo radical e
tendo uma influência profunda sobre a sociedade humana, se instalaram muito velozmente, abalando assim os fundamentos teóricos do arquivismo.
no cenário tecnológico durante esse período: por exemplo, a eletricidade, o Nós transferimos para o ambiente informatizado as políticas desenvolvidas
rádio, o telefone, o automóvel, o cinema, a máquina de escrever, para para os documentos sobre papel, mas a complexificação das tecnologias e
nomear somente alguns. A partir da Segunda Guerra Mundial, assiste-se à a influência dessas últimas sobre nossos métodos de trabalho foram de tal
chegada da fotocopiadora, a eletrônica, a televisão, os satélites, e sobretu- ordem que essas políticas não são mais suficientes. O documento eletrôni-
do os computadores. A partir da década de 1970, a telemática, ou seja, o co tornou-se um conjunto de relações ou de trechos de informação, poden-
computador conectado a outros computadores via linhas telefônicas, do residir em diferentes arquivos (Bergeron 1992, 53). Por exemplo, o
mudou profundamente as possibilidades de comunicação de documentos. relatório anual de uma companhia pode consistir em arquivos de texto,
Desde 1990, a Internet e a World Wide Web não cessam de nos espantar cada um redigido por uma pessoa diferente, empregando um processador
por causa do desenvolvimento quase cotidiano de novas possibilidades de textual diferente num ambiente informático diverso. Pode-se encontrar na
interação no mundo da informação. relação das fotos e outros gráficos criados com outros sistemas operacio-
nais, assim como os quadros estatísticos criados com diferentes sistemas
Depois de muitos anos, a disciplina de arquivística conheceu desen- operacionais, e ainda gráficos gerados por outros sistemas, tudo reunido
volvimentos importantes no estabelecimento da teoria, nas técnicas de em um documento eletrônico colocado em página para a impressão sobre
organização e nos métodos de trabalho. Constata-se, entretanto, que papel ainda por outro sistema operacional, e ainda com uma versão diver-
apesar de nossa disciplina ainda não estar estabilizada definitivamente, sa para ser instalada no Web. O leitor recebe um simples documento em
desde já é preciso rever seus fundamentos teóricos e estabelecer um novo papel, mas o arquivista responsável pelo documento eletrônico deve pen-
paradigma para a disciplina em função das novas tecnologias da informa- sar a organização para a armazenagem, a marcação e a preservação de
ção. todos esses arquivos, bem como a relação entre eles.
É útil observar nesse contexto que não há nada de novo. Pode-se Outro problema de capacidade: não se pode mais conservar a infor-
constatar que são sempre as mudanças tecnológicas que determinam a mação apenas em formato linear. O hipertexto e as ligações hipertextuais e
maneira de se realizar nosso trabalho de organização da informação. O hipermidiáticas, assim como as estruturas relacionais das bases de dados,
surgimento de novas e importantes tecnologias no campo da informação, acrescentam uma outra dimensão e complexificam mais o problema. Por
como nos casos do papel e da prensa de Gutenberg, causaram também outro lado, a chegada dos arquivos multimídia torna mais complexos do
mudanças fundamentais nos métodos de trabalho das pessoas que gera- que nunca os arquivos eletrônicos (Bergeron 1992,53).
vam a informação no momento desses desenvolvimentos e pelos séculos
seguintes. Essas tecnologias também mudaram profundamente a socieda- Outros fatores importantes que contribuem para as mudanças funda-
de em seu conjunto. Nós que vivemos sobre a terra nesse momento somos mentais nas teorias e nas práticas, quando se trabalha com os documentos
testemunhas de desenvolvimentos que se desenrolam a uma velocidade eletrônicos, são a dependência diante da mídia e dos aparelhos, a impos-
impressionante. sibilidade de entrevistar os aparelhos, a volatilidade da informação, sua
segurança e sua integridade, e a proliferação de formatos proprietários, de
Histórico recente sistemas de exploração, de sistemas operacionais, de versões desses

Patrimônio 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sistemas operacionais, bem como o preço do desenvolvimento de tudo interesse em normalizar práticas de descrição e de organização, senão o
isso. usuário será obrigado a aprender a linguagem de cada novo sistema com o
qual deseja trabalhar.
Breve, no espaço de trinta anos, a natureza da matéria de que tratam
os arquivistas terá mudado radicalmente. Deve-se já distinguir o conceito Muitas iniciativas nesse sentido foram empreendidas, por exemplo, as
de suporte daquele de informação. Antes, como a informação estava Regras para a Descrição dos Documentos de Arquivos (RDDA, no Cana-
sempre integrada ao suporte, tratavam-se os dois ao mesmo tempo e dá), a Encoded Archival Description (EAD, nos Estados Unidos), a Standart
pensavam-se nos dois como sendo uma coisa só: um documento. Para Generalized Markup Language (SGML, norma ISO 8879), e a Duplin Core,
adaptar a expressão de Negroponte (1995), antes tratavam-se dos átomos, a Wrawick Framework e seus sucessores (15 elementos de base para a
hoje tratam-se dos bits. comunicação de documentos em rede). Resta ainda muito trabalho a fazer,
especialmente o aperfeiçoamento das normas e sua implantação universal
Questões atuais de forma independente dos sistemas operacionais e do material informáti-
Para os fins de nossa apresentação hoje, dividimos as questões em co. O que nos permite ser otimistas é que, a longo prazo, seremos os
cinco categorias: os documentos e seus suportes, a interconectividade, a conservadores de documentos altamente estruturados e onde as informa-
normalização, a conversão e a preservação. Os documentos e seus supor- ções concernentes à estrutura e à organização desses documentos "via-
tes: A tendência para a numerização faz com que quase a totalidade dos jem" através das redes com os documentos como parte integrante de tudo
arquivos seja já criado em formato informático. É claro, pode-se encontrar isso, não importando onde estão os diversos destinatários eletrônicos pelo
exceções; entretanto, essa tendência é clara. Ora, o antigo papel pode mundo afora. Com a sistematização das práticas, passa-se de um mundo
durar milhares de anos, mesmo em más condições. Pode-se maltratá-lo e tecnológico caótico a um mundo ordenado.
mesmo assim ler facilmente o texto que está relatado sobre o papel. Ao Para chegar a um mundo no qual toda a informação está em formato
contrário, os suportes eletrônicos são muito instáveis, mesmo nas melho- eletrônico e acessível a quem possua um computador e uma ligação com
res condições. A duração dos suportes eletrônicos é suficiente para muitas as redes, precisaria considerar a conversão maciça dos fichários já existen-
situações, é claro, mas pouca para a conservação a longo prazo dos tes, senão não se poderia consultar as informações mais recentes. Como
arquivos. O problema é tributário do fato de que nossa tendência é adotar, assinalava Clifford Lynch, este importante observador das atividades das
para fins de gestão da informação, as tecnologias criadas para outros fins. grandes redes, se se confia nas informações disponíveis em linha, teremos
Para conjugar-se ao problema da longevidade dos suportes, tem-se a impressão de que a história da raça humana sobre a terra começou em
recorrido ao repiquage. Periodicamente, copia-se o sinal eletrônico sobre 1970. Que fazer então com as informações acumuladas em nossos depósi-
um suporte novo a fim de assegurar sua sobrevida. Todavia, hoje, os tos depois de séculos?
desenvolvimentos tecnológicos estão de tal forma rápidos, que esta prática É preciso demonstrar se a conversão dos fichários existentes é dese-
não é mais suficiente. Agora a mudança que precisa ser vista é a "migra- jável, se ela é necessária, se ela é possível. No momento, entretanto, há
ção", ou seja, a prática não somente de copiar um documento eletrônico obstáculos importantes, especialmente as infra-estruturas atuais, o estado
antigo sobre um suporte novo, mas também de o converter a uma versão das tecnologias e os custos necessários. Tomemos por exemplo o estado
mais recente do sistema operacional empregado para o conceber, ou ainda dos numériseurs e os sistemas operacionais de reconhecimento ótico de
em um outro sistema operacional mais normalizado e capaz de o ler, a fim caracteres (ROC). O alvo desses últimos é permitir a conversão de docu-
de assegurar sua consultabilidade a longo prazo. mentos impressos sobre papel e fichários tratáveis por computador e isso a
A interconectividade, representada atualmente pela Internet e pelo custo abordável. Mas os melhores sistemas operacionais atuais não fazem
Word Wibe Web, acrescenta uma dimensão nova à problemática. Não prova de uma taxa de resultados além de 97% ou 98% (Linke 1997, 70).
somente pode-se conectar dois computadores via rede telefônica, mas vê- Em princípio, isso pode parecer muito elevado, mas quando se considera
se hoje redes inteiras de computadores interligadas em uma vasta super- que aquilo se traduz por cerca de trinta erros por folha A4 datilografada em
rede em escala mundial. Vê-se nesse contexto do desenvolvimento da espaço duplo, compreende-se facilmente que a intervenção humana é
Infovia, numerosas vantagens para os depósitos dos arquivos: por exem- necessária para efetuar a correção de cada página antes que a possamos
plo, a visibilidade, a difusão ampla das fontes, a facilidade de consulta considerar como consultável.
pelos usuários, a possibilidade do teletrabalho para os arquivistas. Mas até Por outro lado, seria necessário prever muitas vezes não apenas a
onde deveria ir esta presença? Dever-se-ia contentar com informações conversão de textos em octetos, mas também uma restruturação dos
gerais num resumo das fontes, ou seria melhor colocar em linha os instru- dados. Por exemplo, um fichário de informação estocado sobre fichas de
mentos de pesquisa, os planos de classificação, os calendários de conser- cartão tomará sem dúvida a forma de uma base de dados. É preciso não
vação, e eventualmente o texto inteiro de documentos manuscritos? Dever- somente prever os campos evidentes nas estruturas, mas também de
se-ia fornecer o acesso via as redes às nossas bases de dados, aos do- outros para acomodar a informação analógica e aquela que pode ser
cumentos eletrônicos, às imagens de documentos manuscritos? acrescentada à mão sobre as fichas, senão há perda de informações.
Por outro lado, esse novo mundo nos apresenta um problema filosófi- Consideremos igualmente o caso da dimensão dos fichários de ima-
co: sobre a Infovia, há uma verdadeira distinção entre arquivos numéricos gens de páginas, fichários onde o texto não é tratável por computadores,
e bibliotecas numéricas ( “ arquivos digitais” e “bibliotecas digitais”)? Se mas que se pode ler sobre uma tela. A uma resolução de 400 pontos por
todos os textos são conservados em formato eletrônico, em que a cópia polegada (ppp), se conta em torno de 85Ko/página. Porém, quando melho-
original é estocada num computador para consulta através das redes, ou ra-se a resolução para 600 ppp, ele nos custa em espaço de estocagem
seja, se um documento de arquivo torna-se um fichário informático e se um cerca de 500 Ko/página. Para atender a resolução do microfilme, precisaria
livro torna-se também um fichário informático, podemos ainda distinguir as escanear a 1000 ppp. A título de exemplo desse problema à escala de um
bibliotecas dos arquivos ( Preserving digital information 1996, 7)? Esse arquivo, nota-se que para contar o estado civil dos habitantes de Québec,
problema demonstra a que ponto as mudanças tecnológicas são profun- em torno de 18 milhões de certidões, ele custará 650 Go de espaço de
das. estocagem para registrar somente as imagens desses dados, que não
Nesse complexo contexto , os metadados, essas camadas de dados estarão ainda em formato de fichários manipuláveis para uso, sem falar
adicionais que utilizamos para descrever e organizar os dados contidos nos nos trinta meses de trabalho para efetuar essa pesquisa (Lubkov 1997, 42).
documentos eletrônicos, ganham muita importância. Há múltiplos tipos de Para disfarçar os problemas desses fichários de imagens que permi-
metadados: para a apresentação do documento (por exemplo, os sinais de tem ao usuário ver a colocação de um texto na página, mas que não o
estilos, de caracteres itálicos), para exprimir suas relações com outros permite manipular os dados, desenvolve-se atualmente linguagens de
documentos (por exemplo, de linhas, de pontos), para exprimir a cataloga- descrição de páginas. Isto acrescentou uma camada de metadados, permi-
ção, a classificação, a indexação ( os pontos de acesso para o tema), para tindo afixar o texto com a sua colocação na página exigida, e substituirão,
gerir o fichário informático (por exemplo, as informações técnicas concer- pode-se esperar, esses sistemas operacionais intermitentes tal como o
nentes ao formato do fichário), etc.. Porém, é sobretudo a normalização Acrobat d’Adobe, que oferece uma colocação em página que exige muita
dos metadados que é de uma importância capital nesse contexto. Se se memória informática, mas que está sempre em forma de ficha não manipu-
deseja permitir o acesso a muita informação via redes, tem-se todo o lável, como uma telecópia.

Patrimônio 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Os problemas associados à imagem fixa e em movimento são ainda desenvolver um código informático que dê conta de todas as línguas
mais importantes. A questão mais notável associada a esse gênero de escritas, mas esse código toma 16 bits de memória para cada caracter
documentos é a dimensão dos fichários quando esses documentos são comparado a 7 ou 8 para os dados codificados em ASCIL, e os produtores
informatizados. Para a imagem fixa, não há mais problema com as simples de sistemas operacionais não os adotam muito rapidamente. Todavia, com
imagens em preto e branco, mas cada pixel que compõe a imagem tem o desenvolvimento das soluções a baixo custo dos problemas de estoca-
necessidade de muito mais profundidade para exprimir as cores, e assim gem e de tratamento, este problema importante vai, sem dúvida, ser solu-
mais memória informática. Para uma imagem em torno de 20 cm por 25 cionado num futuro não muito distante. Um passo importante: a “World
cm, é preciso mais ou menos 1Mo de memória. Para a imagem em movi- Wide Web Consortium” vem de anunciar (julho 1997) a publicação da
mento, sem compressão, necessita-se 40 Mo/imagens. A taxa de affichage primeira versão de trabalho da HTML 4, a qual adota como jogo de carac-
do filme é de 24 imagens/segundo, e do vídeo, 30 imagens/segundo. O teres a “Unicode”.
custo em memória para estocar um filme de 90 minutos é então de 960 Mo
por segundo de filme, e então de 59,6 Go por minuto e de 3,5 To/hora, ou Ao nível dos suportes físicos, o obstáculo principal é sua instabilidade.
seja, aproximadamente 5 To por 90 minutos de filme. É necessário encontrar soluções neste nível para evitar que estejamos
eternamente condenados a substituir a intervalos relativamente curtos a
A título de exemplo do que estes algarismos representam em um caso totalidade de arquivos que possuímos. No momento, não há nada além de
concreto, pode-se notar que o sistema “Cineon de Kodak”, um dos poucos tecnologias experimentais, mas é preciso crer que o problema será resolvi-
sistemas disponíveis para a numeração da imagem em movimento, neces- do eventualmente. Passa-se sob silêncio os problemas de deterioração
sitaria de 33 grossos cassetes para estocar este filme, ao custo de 13.000 química e biológica.
$ US pela fita magnética somente! Além disto, o sistema necessitaria de
110 horas para converter a imagem em movimento do formato analógico Ao nível do endocage, assinalemos os problemas de integridade e au-
ao formato numérico. Isto se traduz por mais de uma hora de tratamento tenticidade dos dados. Os arquivistas precisam ter confiança de que os
por minuto de filme. Não falamos ainda de custos de tratamento. E com documentos informáticos dos quais eles têm a guarda não podem ser
tudo isso, seria necessário transplantar cassetes em dez ou vinte anos alterados, e que o documento que eles oferecem aos usuários por consulta
para evitar a perda de todo esse trabalho! é o mesmo que eles receberam por arquivo.

Como os suportes numéricos não são confiáveis para a conservação a Ao nível dos sistemas operacionais, tem-se a necessidade de desen-
longo prazo, enaltece-se às vezes a impressão sobre papéis do código volver os sistemas melhor integrados às necessidades dos arquivistas e
informático codificado em algarismos 1 e 0, em razão das propriedades de dos usuários, tanto ao nível das linhas diretas entre os sistemas de gestão
conservação a longo praz do papel. Mais tarde um sistema operacional de e documentos quanto ao nível da interação pessoa-máquina. Visto desta
reconhecimento ótico de caracteres lerá o código para reconstituir o fichá- última perspectiva, os sistemas operacionais disponíveis atualmente são
rio informático. Para a imagem em movimento, esta prática não será nada bastante penosos, não recorrem senão de maneira muito primitiva aos
prática, pois um cálculo rápido nos dá os algarismos seguintes, baseados aparelhos cognitivos dos usuários.
sobre um sistema que permite a resolução comandada de 320 milhões de Como vimos, a conversão dos fichários permanece um problema im-
pixels por imagem: a 24 imagens/segundo, serão necessários aproxima- portante por várias razões. Podemos assinalar particularmente as dificul-
damente 8 bilhões de pixels/segundo de filme 35mm. No ritmo de 6000 dades de conversão de fichários de ordem técnica e aqueles de ordem
bits/página (quando se datilografa com entrelinha simples, calcula-se econômica. Além disso, teríamos vantagem em considerar como inaceitá-
3000), contaremos 5600 páginas (uma pilha de aproximadamente 5m) por vel a prática atual de versar os dados nos sistemas de informação sem
cada segundo de filme, e portanto 180 m3 por minuto de filme, vale dizer, controle de qualidade, ao dizer que se fará correções mais tarde. Muito
16 km de espaço para estocar nosso filme de 90 minutos! Decididamente, frequentemente vimos que as condições econômicas não permitem essas
não se poderá considerar a numeração das coleções de imagem em correções. As pessoas que administram os orçamentos têm a impressão
movimento antes de encontrar maneiras mais econômicas de estocar os de que os trabalhos estão completos, e são os usuários que sofrem a
fichários assim criados. utilização desses dados não verificados e não corrigidos. Como é o caso
Considerando a preservação e a conservação dos arquivos eletrôni- em qualquer ouro lugar, o controle de qualidade é importante no arquiva-
cos, podemos nos voltar um pouco para as conclusões do grupo de traba- mento de dados eletrônicos.
lho sobre a preservação dos arquivos numéricos (Preserving digital infor- Terminando, analisaremos o problema considerável da pilha de fichá-
mation 1996, 37). Este grupo de trabalho conclui que a responsabilidade rios necessária para a estocagem de imagens em movimento quando estas
primeira para a informação numérica permanece com os criadores, os últimas são numerosas, os problemas arquivísticos associados à compre-
fornecedores e, eventualmente, os proprietários. Além disso, o grupo ensão de imagens para melhor estocá-las, o trabalho considerável requeri-
enaltece a criação de uma infra-estrutura muito profunda (deep infrastructu- do para efetuar os trabalhos de conversão, os custos implicados nesse
re) capaz de suportar um sistema distribuído de dados. Na disposição de processo, e o problema ao nível da infra-estrutura incapaz de tratar conve-
uma tal estrutura, criar-se-á um processo de certificação de organizações nientemente esses enormes fichários.
capazes de estocar, de migrar e abastecer o acesso às coleções numéri-
cas. Estas organizações certificadas teriam o direito legal de intervir pela Soluções a longo prazo Apesar dos numerosos e importantes proble-
salvaguarda de documentos depositados alhures, em caso de perigo de mas associados atualmente aos arquivos automatizados, podemos ainda
destruição, seja por uma ameaça física à integridade dos documentos, seja assim esperar ver melhoras consideráveis a curto, médio e longo prazo. A
por uma mudança de políticas de conservação em outro lugar, devido à importância dos trabalhos em curso nos deixa crer que se verá o controle
privatização de um arquivo, por exemplo. dos dados desde sua criação até sua disposição eventual, seja por elimi-
nação, seja por sua instituição como arquivos permanentes. Nossos méto-
Obstáculos à automação dos, nossos processos, nossas práticas, nossas normas serão estabilza-
Nesta parte, resume-se brevemente alguns obstáculos atuais à auto- das eventualmente. O turbilhão tecnológico no qual nos encontramos
mação dos arquivos. Em nível das infra-estruturas, a banda frequentada atualmente dará lugar aos métodos normalizados, sobre os quais traba-
terá necessidade de ser acrescida consideravelmente antes que se possa lhamos atualmente.
responder convenientemente às necessidades dos usuários cujo número No que concerne aos computadores, esses instrumentos de trabalho
não cessa de crescer. Devemos prever eventualmente o acesso universal tão importantes à nossa vida, veremos bem eventualmente a chegada de
à Internet e seus sucessores, como é o caso do correio à escala interna- computadores melhor “educados” para responder a nossas necessidades.
cional, ou ainda do telefone. Lembremos que no momento somente uma Eles serão capazes de detectar um problema de funcionamento que expe-
ínfima parte da população global está em linha, e que mesmo nos países rimentamos, por exemplo, e intervir de maneira interativa para nos apontar
industrializados falamos apenas de dez ou quinze por cento da população. as soluções possíveis. Veremos disponíveis em linha de demonstrações
A questão da “prisão ASCIL”, expressão de Mitchell Kapor para desig- vídeo para nos mostrar como executar tal função, como executar tal tarefa,
nar o problema das línguas não inglesas que lutam para ostentar suas efetuar tal manobra informática. Além disso, o desenvolvimento de tipos de
marcas diacríticas no meio informático, é extremamente importante no memória viva e morta que não se apagam automaticamente ou que não se
contexto das redes. A “consortium Unicode” trabalha há vários anos para corrompem em função de uma falha de eletricidade nos permite assegurar

Patrimônio 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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nossos temores psicológicos face a nossas relações com esses instrumen- Dicas
tos que têm uma importância tão grande em nossas vidas. Veremos even-
tualmente a automatização de procedimentos de salvaguarda, de formação As organizações devem levar em consideração algumas orientações
de usuários, de migração de dados e de outras funções arquivistas. Final- práticas para efetivação das TTDs que são as seguintes: planejar com
mente, com o tempo assistiremos sem dúvida ao desenvolvimento de simplicidade sobre os mecanismos de execução, a participação de todos
suportes informáticos tão inabaláveis quanto o velho papel. da organização para criação da Comissão Permanente de Avaliação de
Documentos, obtenção de conhecimento sobre a estrutura funcional da
Terminando, será bom lembrar que nós nos encontramos atualmente organização, de seu objetivo, ou seja, das atividades meio e fim, conhecer
no meio desse turbilhão tecnológico, que o papel que representamos neste a tipologia documental produzida ou recebida pela organização.
momento é de uma grande importância histórica, pois é a presente geração
de arquivistas que assegura a transição entre dois mundos tecnológicos NOÇÕES DE CIDADANIA.
fundamentalmente diferentes um do outro. É na gestão dessa transição
O QUE É CIDADANIA
que nós podemos tirar vantagem de nossas atividades para os próximos
anos. Tradução de Andréa Araújo do Vale, Carla da Silva Miguelote e Autora: Marcos Silvio de Santana
Rejane Moreira.
Resumo
Tabela de temporalidade
A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas
Tabela de temporalidade é o instrumento com o qual se determina o pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente cons-
prazo de permanência de um documento em um arquivo e sua destinação trução; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles
após este prazo, pois existem documentos que devem ser guardados por que sempre lutam por mais direitos, maior liberdade, melhores garantias
mais tempo como os relacionados às áreas contábil, fiscal, financeira e individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogan-
pessoal. Ela é muito utilizada pelos órgãos públicos, é importante frisar que tes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não
a eliminação de documentos de arquivos, devem obedecer às normas do desistem de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria
CONARQ, em destaque os documentos produzidos por todos os órgãos desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe
integrantes do poder público. nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não será obstada.
Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à
Segundo Wadson Faria (2006, p. 35), a tabela de temporalidade
liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e
documental (TTD) é o instrumento de gestão arquivística que determina:
sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também
os prazos em que os documentos devem ser mantidos no arquivo deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades en-
corrente (setorial); quanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a
coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm
quando devem ser transferidos ao arquivo intermediário (central); de dar sua parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo
e por quanto tempo devem ali permanecer. final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.

Além disso, a TTD estabelece critérios para a migração de suporte INTRODUÇÃO


(microforma, digitalização etc.) e para a eliminação ou recolhimento dos No discurso corrente de políticos, comunicadores, dirigentes, educado-
documentos ao arquivo permanente. res, sociólogos e uma série de outros agentes que, de alguma maneira, se
Comissão permanente de avaliação de documentos mostram preocupados com os rumos da sociedade, está presente a pala-
vra cidadania. Como é comum nos casos em que há a superexploração de
É necessário que cada organização faça a constituição legal de sua um vocábulo, este acaba ganhando denotações desviadas do seu estrito
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos. Dependendo do sentido. Hoje, tornou-se costume o emprego da palavra cidadania para
porte da mesma, poderá haver mais de uma Comissão. A comissão referir-se a direitos humanos, ou direitos do consumidor e usa-se o termo
permanente de avaliação de documentos tem por finalidade assessorar à cidadão para dirigir-se a um indivíduo qualquer, desconhecido.
Divisão de Arquivo Geral nas ações e procedimentos referentes a
avaliação documental, também orientar e realizar a análise, avaliação e De certa forma, faz sentido a mistura de significados, já que a história
seleção da produção documental produzida e acumulada, deve ser da cidadania confunde-se com a história dos direitos humanos, a história
formada por representantes dos mais importantes setores da instituição. das lutas das gentes para a afirmação de valores éticos, como a liberdade,
a dignidade e a igualdade de todos os humanos indistintamente; existe um
Características relacionamento estreito entre cidadania e luta por justiça, por democracia e
outros direitos fundamentais asseguradores de condições dignas de sobre-
Tabela de temporalidade documental deve ser vista como um
vivência.
documento institucional e normativo, servindo de suporte para questões
que se referem a períodos de permanência de documentos no arquivo da Expressão originária do latim, que tratava o indivíduo habitante da ci-
mesma. Os processos de arquivamento que não estejam orientados por dade (civitas), na Roma antiga indicava a situação política de uma pessoa
uma TTD, necessitam frequentemente de novas reorganizações, pois o (exceto mulheres, escravos, crianças e outros) e seus direitos em relação
crescimento em volume passa a não ter limites, ser descontrolado e ao Estado Romano. No dizer de Dalmo Dallari:
desordenado.
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a pos-
A equipe do arquivo terá que dedicar um tempo considerável para sibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.
trabalhos de triagem frequentes, pois quanto mais ampla for a TTD, no que Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e
diz respeito a cobertura da massa documental produzida pela organização, da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do
maior será a eficácia da mesma no processo de arquivamento. A pessoa grupo social”[1].
responsável pelo processo de arquivamento tem que ter um conhecimento
básico sobre as ferramentas da TTD para que haja o melhor No Brasil, os primeiros esforços para a conquista e estabelecimento
funcionamento do arquivo. dos direitos humanos e da cidadania confundem-se com os movimentos
patrióticos reivindicativos de liberdade para o País, a exemplo da inconfi-
Vantagens dência mineira, canudos e outros. Em seguida, as lutas pela independên-
cia, abolição e, já na república, as alternâncias democráticas, verdadeiros
São inúmeras as vantagens da aplicação de uma TTD, como por
dilemas históricos que custaram lutas, sacrifícios, vidas humanas.
exemplo, diminuição da ocupação do espaço físico, agilidade na
recuperação da informação, definições de responsabilidade para com a E hoje, a quantas anda a nossa cidadania? A partir da Constituição de
gestão dos processos de arquivamento, diminuição com custos 1988, novos instrumentos foram colocados à disposição daqueles que
operacionais, controle geral da massa documental, eficácia sobre a gestão lutam por um País cidadão. Enquanto consumidor, o brasileiro ganhou uma
documental. lei em sua defesa – o CDC; temos um novo Código de Trânsito; um novo

Patrimônio 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Código Civil. Novas ONGs que desenvolvem funções importantíssimas, “A cidadania era para os gregos um bem inestimável. Para eles a ple-
como defesa do meio ambiente. A mídia, apesar dos seus tropeços, tem na realização do homem se fazia na sua participação integral na vida social
tido um papel relevante em favor da cidadania. E muitas outras conquistas e política da Cidade-Estado”. “...só possuía significação se todos os cida-
a partir da Nova Carta. dãos participassem integralmente da vida política e social e isso só era
possível em comunidades pequenas”.
Como o exemplo da Ação Cidadania Contra a Miséria e pela Vida, Mo-
vimento pela Ética na Política. Memorável a ação dos “caras-pintadas”, Wilba L. M. Bernardes[6] refere-se a outros autores para esclarecer que
movimento espontâneo de jovens que contribuiu para o impeachment do no início da evolução ateniense só uma classe de cidadãos exercia a
presidente Collor. A Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injun- plenitude da cidadania (existia uma divisão censitária da sociedade);
ção, Mandado de Segurança entre outros, além da instituição do Ministério somente a partir das reformas de Clístenes (509 a.c.), essa cidadania foi
Público, importante instrumento na defesa da ordem jurídica, do regime estendida a todo cidadão ateniense, que poderia inclusive exercer qualquer
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. cargo de governo. Também é a partir de Clístenes, segundo ensina Fustel
de Coulanges, que a antiga aristocracia ateniense sofreu o seu mais duro
Há um longo caminha a percorrer. É só ativar um pouco a nossa acui- golpe: Clístenes confirmou as reformas políticas de Sólon, introduziu
dade natural e veremos que estamos cercados de um sem número de também reformas na velha organização religiosa da sociedade ateniense:
mazelas que insistem em infestar a nossa sociedade. Os representantes “A partir deste momento, não houve mais castas religiosas, nem privilégios
que, mal acabam de se eleger, dão as costas para o eleitor e este não lhe de nascimento na religião ou na política”.
nega a recíproca, deixando aqueles ainda mais à vontade para as suas
rapinagens. Celso Lafer, apud Mário Quintão[7], entende que a igualdade resulta da
organização humana, que é o meio de igualizar as diferenças por intermé-
Uma pesquisa divulgada pelo Ibope[2] em 25.11.03 traz dados preocu- dio das instituições. É o caso dapolis, que tornava os homens iguais atra-
pantes sobre as nossas relações de cidadania. Indica que 56% dos brasi- vés da lei. Perder o acesso à esfera pública equivalia a privar-se da igual-
leiros não têm vontade de participar das práticas capazes de influenciar dade. O indivíduo, destituído da cidadania e submetido à esfera privada,
nas políticas públicas. 35% nem tem conhecimento do sejam essas práti- não usufruía os direitos, que só podiam existir em função da pluralidade
cas e 26% acham esse assunto “chato demais” para se envolver com ele. dos homens. A esfera privada, vinculada às atividades de sobrevivência do
Nem tudo está perdido: 44% dos entrevistados manifestaram algum inte- indivíduo, era o espaço de sujeição no qual a mulher, o escravo e os filhos,
resse em participar para a melhoria das atividades estatais, e entendem destituídos de direitos, estavam sob o domínio despótico do chefe de
que o poder emana do povo como está previsto na Constituição. A pesqui- família e a proteção das divindades domésticas.
sa anima, de forma até surpreendente, quando mostra que 54% dos jovens
(entre 16 e 24 anos), têm interesse pela coisa pública. Interesse que cai Lembra Wilba Bernardes que o Estado à época de Roma e Grécia, se
progressivamente à medida que a idade aumenta. A pesquisa ajuda a é que podem assim ser chamados, não tinha a feição que hoje lhe é confe-
desmontar a idéia que se tem de que o jovem é apático ou indiferente às rida; era mais um prolongamento da família, pois esta era a base da socie-
coisas do seu país. dade. E sendo assim, o indivíduo encontrava-se completamente absorvido
pelo Estado ou pela Cidade-Estado. Aos cidadãos atenienses eram reser-
1. A CIDADANIA NA ANTIGÜIDADE vados os direitos políticos. Os cidadãos formavam o corpo político da
Em tempos recuados da História encontram-se sinais de lutas sociais cidade, daí a faculdade de tomarem parte das Assembléias, exercerem a
que lembram bem a busca por cidadania. Bem tratado por Jaime magistratura e proporcionarem a justiça.
Pinsky, apud Emiliano José[3], por volta do século VIII a.c. os Profetas 1.2 A CIDADANIA ROMANA
Isaías e Amós pregavam em favor do povo e contra os opressores:
Em Roma, também se encontra, patente, a idéia de cidadania como
“cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, pro- capacidade para exercer direitos políticos e civis e a distinção entre os que
tegei o oprimido. Fazei justiça ao órfão, defendei a viúva”. possuíam essa qualidade e os que não a possuíam. A cidadania romana
“Portanto, já que explorais o pobre e lhe exigis tributo de trigo, edifica- era atribuída somente aos homens livres, mas nem todos os homens livres
reis casas de pedra, porém não habitareis nelas, plantareis as mais exce- eram considerados cidadãos. Segundo Wilba Bernardes, em Roma existi-
lentes vinhas, porém não bebereis do seu vinho. Porque eu conheço as am três classes sociais: os patrícios (descendentes dos fundadores), os
vossas inúmeras transgressões e os vossos grandes pecados: atacais o plebeus (descendentes dos estrangeiros) e os escravos (prisioneiros de
justo, aceitais subornos e rejeitais os pobres à sua porta”. guerra e os que não saldavam suas dívidas). Existiam também os clientes,
que eram, segundo informam Pedro e Cáceres[8], homens livres, depen-
1.1 A CIDADANIA NA GRÉCIA ANTIGA dentes de um aristocrata romano que lhes fornecia terra para cultivar em
Na Grécia de Platão e Aristóteles, eram considerados cidadãos todos troca de uma taxa e de trabalho.
aqueles que estivessem em condições de opinar sobre os rumos da socie- Em princípio, a diferença entre patrícios e plebeus é que estes, apesar
dade. Entre tais condições, estava a de que fosse um homem totalmente de homens livres, não eram considerados cidadãos, privilégio dos patrícios,
livre, isto é, não tivesse a necessidade de trabalhar para sobreviver, uma que gozavam de todos os direitos políticos, civis e religiosos[9]. Isso deu
vez que o envolvimento nos negócios públicos exigia dedicação inte- motivo a várias lutas internas, entre patrícios e plebeus. Após a reforma do
gral. Portanto, era pequeno o número de cidadãos, que excluíam além dos Rei Sérvio Túlio, os plebeus tiveram acesso ao serviço militar e lhes foram
homens ocupados (comerciantes, artesãos), as mulheres, os escravos e os assegurados alguns direitos políticos. Só a partir de 450 a.C., com a elabo-
estrangeiros. Praticamente apenas os proprietários de terras eram livres ração da famosa Lei das Doze Tábuas, foi assegurada aos plebeus uma
para ter o direito de decidir sobre o governo. A cidadania grega era com- maior participação política, o que se deveu em muito à expansão militar
preendida apenas por direitos políticos, identificados com a participação romana. O Direito Romano regulava as diferenças entre cidadãos e não-
nas decisões sobre a coletividade. cidadãos. O direito civil (ius civile) regulamentava a vida do cidadão, e o
Citando Sabine, Quintão Soares[4] explica que, em consonância com a direito estrangeiro (ius gentium) era aplicado a todos os habitantes do
assertiva de que cidadania é um mecanismo de representação política que império que não eram considerados cidadãos.
permite relacionamento pessoal entre governantes e governados e que Ensina Alves, no dizer de Wilba Bernardes, que:
esse paradigma assenta-se na instituições greco-romanas e sua complexa
transição para a Idade Média, demonstra que os modernos conceitos de “Desde os fins da República, a tendência de Roma é no sentido de es-
ideais políticos, como os de justiça, liberdade, governo constitucional e tender, paulatinamente, a cidadania a todos os súditos do Império. Assim,
respeito às leis, surgiram de conceitos de pensadores helênicos sobre as em 90 a.c., a lex Iulia a concedeu aos habitantes do Latium; um ano de-
instituições da Cidade-Estado. pois, a lex Plautia Papiria a atribuiu aos aliados de Roma; e, em 49 a.c., a
lex Roscia fez o mesmo com relação aos habitantes da Gália Transpada-
Na Grécia antiga, toda a sociedade da civilização apresentava a dico- na”[10].
tomia cidadão e não-cidadão. Lage de Resende e Morais, apud Wilba L. M.
Bernardes[5], ensina que:

Patrimônio 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em 212 d.C., Caracalla, na célebre Constitutio Antoniniana, concedeu objeto de discussão quando do início do constitucionalismo inglês em
a cidadania a quase todos os habitantes do Império. As exceções que 1215, quando o rei João Sem Terra foi forçado a assinar a Magna Carta.
subsistiram desapareceram com Justiniano.
As modernas nações, governos e instituições nacionais surgiram a
Na lição de Mário Quintão[11], vê-se que o Direito Romano, apesar de partir de monarquias nacionais formadas pela centralização ocorrida no
proteger as liberdades individuais e reconhecer a autonomia da família com desenrolar da Idade Moderna. Segundo Wilba Bernardes “desde o momen-
o pátrio poder, não assegurava a perfeita igualdade entre os homens, to em que o Estado moderno começa a se organizar, surge a preocupação
admitindo a escravidão e discriminando os despossuídos. Ao lado da de definir quais são os membros deste Estado, e, dessa forma, a idéia
desigualdade extrema entre homens livres e escravos, o Direito Romano atual de nacionalidade e de cidadania só será realmente fixada a partir da
admitia a desigualdade entre os próprios indivíduos livres, institucionali- Idade Contemporânea”[13].
zando a exclusão social.
Citado por Quintão[14], J. M. Barbalet diz que:
1.3 A CIDADANIA NA IDADE MÉDIA
“Desde o advento do Estado liberal de direito, a base da cidadania re-
Com a decadência do Império Romano, e adentrando a Idade Média, fere-se à capacidade para participar no exercício do poder político median-
ocorrem profundas alterações nas estruturas sociais. O período medieval é te o processo eleitoral. Assim, a cidadania ativa liberal derivou da participa-
marcado pela sociedade caracteristicamente estamental, com rígida hie- ção dos cidadãos no moderno Estado-nação, implicando a sua condição de
rarquia de classes sociais: clero, nobreza e servos (também os vilões e os membro de uma comunidade política legitimada no sufrágio universal, e,
homens livres). portanto, também a condição de membro de uma comunidade civil atrelada
à letra da lei”.
A Igreja cristã passou a constituir-se na instituição básica do processo
de transição para o tempo medieval. As relações cidadão-Estado, antes 1.5 OUTRAS CONSIDERAÇÕES
reguladas pelo Império, passam a controlar-se pelos ditames da Igreja
cristã. A doutrina cristã, ao alegar a liberdade e igualdade de todos os A história da cidadania mostra bem como esse valor encontra-
homens e a unidade familiar, provocou transformações radicais nas con- se em permanente construção. A cidadania constrói-se e conquista-se. É
cepções de direito e de estado. objetivo perseguido por aqueles que anseiam por liberdade, mais direitos,
melhores garantias individuais e coletivas frente ao poder e a arrogância do
Para Mário Quintão, o desmoronamento das instituições políticas ro- Estado. A sociedade ocidental nos últimos séculos andou a passos largos
manas e o fortalecimento do cristianismo ensejaram uma reestruturação no sentido das conquistas de direitos de que hoje as gerações do presente
social que foi dar-se no feudalismo, cujas peculiaridades diferiam consoan- desfrutam.
te seus aspectos regionais. O feudalismo, considerado “idade das trevas”,
configura-se pela forma piramidal caracterizada por específicas relações de O exercício da cidadania plena pressupõe ter direitos civis, políticos e
dependência pessoal (vassalagem), abrangendo em sua cúpula rei e sociais e estes, se já presentes, são fruto de um longo processo histórico
suserano e, em sua base, essencialmente, o campesinato. que demandou lágrimas, sangue e sonhos daqueles que ficaram pelo
caminho, mas não tombados, e sim, conhecidos ou anônimos no tempo,
Essa relação de dependência pessoal de obrigações mútuas origina- vivos no presente de cada cidadão do mundo, através do seu “ir e vir”,
va-se de ato sacramental e solene e que apresentava duas vertentes: o do seu livre arbítrio e de todas as conquistas que, embora incipientes,
vassalo, em troca de proteção e segurança, inclusive econômica, oferecia abrem caminhos para se chegar a uma humanidade mais decente, livre e
fidelidade, trabalho e auxílio ao suserano, que, reciprocamente, investia o justa a cada dia.
vassalo no benefício, elemento real e econômico dessa relação feudal.
2 A CIDADANIA NO BRASIL
Na época medieval, em razão dessa índole hierarquizada das estrutu-
ras em classes sociais, dilui-se o princípio da cidadania. O relacionamento A história da cidadania no Brasil está diretamente ligada ao estudo his-
entre senhores e vassalos dificultava bastante a definição desse conceito. tórico da evolução constitucional do País. A Constituição imperial de 1824
O homem medieval, ou era vassalo, ou servo, ou suserano; jamais foi e a primeira Constituição republicana de 1891 consagravam a expres-
cidadão. Os princípios de cidadania e de nacionalidade dos gregos e são cidadania. Mas, a partir de 1930, observa Wilba Bernardes[15], ocorre
romanos estariam “suspensos” e seriam retomados com a formação dos uma nítida distinção nos conceitos de cidadania, nacionalidade e naturali-
Estados modernos, a partir de meados do século XVII. dade. Desde então, nacionalidade refere-se à qualidade de quem é mem-
bro do Estado brasileiro, e o termo cidadania tem sido empregado para
1.4 A CIDADANIA NA IDADE MODERNA definir a condição daqueles que, como nacionais, exercem direitos políti-
cos.
Os primeiros sinais de desmoronamento do sistema que caracterizou o
medievo foram a privatização do poder. Hannah Arendt, citada por Quin- A história da cidadania no Brasil é praticamente inseparável da história
tão[12], diz que: das lutas pelos direitos fundamentais da pessoa: lutas marcadas por mas-
sacres, violência, exclusão e outras variáveis que caracterizam o Brasil
“A queda da autoridade política foi precedida pela perda da tradição e desde os tempos da colonização. Há um longo caminho ainda a percorrer:
pelo enfraquecimento dos credos religiosos institucionalizados; foi o declí- a questão indígena, a questão agrária, posse e uso da terra, concentração
nio da autoridade religiosa e tradicional que talvez tenha solapado a autori- da renda nacional, desigualdades e exclusão social, desemprego, miséria,
dade política, e certamente provocado a sua ruína” analfabetismo, etc.
Com o fim do feudalismo e a ocorrência da formação dos Estados na- Entretanto, sobre a cidadania propriamente dita, dir-se-ia que esta ain-
cionais, a sociedade, ainda formada e organizada em clero, nobreza e da engatinha, é incipiente. Passos importantes já foram dados. A segunda
povo, volta a ter uma centralização do poder nas mãos do rei, cuja autori- metade do século XX foi marcada por avanços sócio-políticos importantes:
dade abrangia todo o território e era reconhecida como legal pelo povo. o processo de transição democrática, a volta de eleições diretas, a promul-
Língua, cultura e ideais comuns auxiliaram a formação desses Estados gação da Constituição de 1988 “batizada” pelo então presidente da consti-
Nacionais. tuinte Ulysses Guimarães de a “Constituição Cidadã”. Mas há muito que
Já no final da Idade Moderna, observa-se um sério questionamento ser feito. E não se pode esperar que ninguém o faça senão os próprios
das distorções e privilégios que a nobreza e clero insistiam em manter brasileiros. A começar pela correção da visão míope e desvirtuada que se
sobre o povo. É aí que começam a despontar figuras que marcariam a tem em ralação a conceitos, valores, concepções. Deixar de ser uma
História da cidadania, como Rousseau, Montesquieu, Diderot, Voltaire e nação nanica de consciência, uma sociedade artificializada nos seus
outros. Esses pensadores passam a defender um governo democrático, gostos e preferências, onde o que vale não vale a pena, ou a mediocridade
com ampla participação popular e fim de privilégios de classe e ideais de transgride em seu conteúdo pelo arrastão dos acéfalos. Tem-se aqui uma
liberdade e igualdade como direitos fundamentais do homem e tripartição Constituição cidadã, mas falta uma “Ágora” onde se possa praticar a cida-
de poder. Essas idéias dão o suporte definitivo para a estruturação do dania, e tornar-se, cada brasileiro em um ombudsman de sua Pátria.
Estado Moderno. Lembrando que alguns desses ideais já teriam sido É inegável que o Brasil é um País injusto, ou melhor, a sociedade bra-
sileira é extremamente desigual. Basta ver os números do IBGE para

Patrimônio 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
indagarmos os motivos de tantos contrastes, de tão perversos desequilí- O termo cidadania parece ter caído nas graças daqueles que têm na
brios. E o que é pior: a cada pesquisa, as diferenças aumentam, a situação comunicação o instrumento de trabalho, como políticos, dirigentes, comu-
de ricos e pobres que parecem migrar para extremos opostos... nessa nicadores, sociólogos e outros profissionais que, de alguma forma, intera-
escala de aprofundamento das injustiças sociais, ao contrário do que gem no meio social. Em seu ensaio a Veja, edição de 22/10/03, Roberto
desejava Ulysses Guimarães em seu discurso na Constituinte em 27 de Pompeu de Toledo, ao fazer uma crítica ao comportamento do brasileiro,
julho de 1988: quando este se julga “estar por cima” e usa da impontualidade como meio
de dominação, refere-se à pontualidade como expressão de igualitarismo.
“essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos E acrescenta: “É, para usar detestável palavrão em voga, uma manifesta-
milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria”. “ ção de ‘cidadania’. Na pontualidade, duas pessoas chegam junto.”. Consi-
Cidadão é o usuário de bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje não derada palavra “gasta”, ou não, o fato é que a cidadania é parâmetro
acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da persegui- balizador da história do homem enquanto ser social. Mesmo que, inconsci-
ção social”. entemente, o homem, na sua caminhada ao longo da História, sempre
Por que tudo isso continua? Falta vontade dos governos? Ao que pa- manteve a cidadania como questão central das suas lutas, como se verifica
rece, todos se preocupam, reclamam e se incomodam com esta triste ao se recuar nos primórdios da humanidade.
realidade, mas, ações consistentes, de efeitos estruturais e capazes de A luta pela cidadania estava presente no profetismo hebreu. Os con-
mudar os rumos das tendências sócio-econômicas da sociedade brasileira temporâneos de Aristóteles e Platão organizavam-se para a prática da
não se podem vislumbrar, ainda. É vontade geral manifesta que haja um cidadania. A Roma de Cícero, através do Direito, da civitas, contribuiu
mínimo de justiça social. Entretanto, por que não fazer valer esse desejo significativamente na discussão dos direitos civis e políticos do cidadão.
da maioria, se este é um País democrático? Será que se atribui muita Essas histórias de lutas humanas em busca de reconhecimento de direitos
importância, ou se respeitam demais as chamadas minorias? As elites? do homem como cidadão, passa também pelo medievo, onde deixam
As questões são mais profundas. As soluções demandam “garimpa- vestígios os mais profundos. Em seguida, pelas revoluções burguesas,
gem” com muito tino e sabedoria, requerem grande esforço social conjunto. pelas lutas sociais dos séculos XIX e XX e até nossos dias. A auto-
Não servem aqueles apelos carregados de emoção em busca de respostas afirmação continua sendo perseguida, dia a dia, através de incansáveis
emergentes e imediatas, que passam logo e deixam a população ainda batalhas contra todo tipo de iniqüidades, injustiças, opressão, etc., perver-
mais frustrada, mais descrente. Há que se pensar algo mais racional, sões que insistem em obstruir as ações humanas em prol de uma socieda-
profundo e que tenha começo, meios e finalidades claros, objetivos e sem de mais igualitária e feliz.
a essência obrigatória do curto prazo. A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas
Por falar em começo, que tal pensar-se em construir uma verdadeira pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente cons-
cidadania? Aliás, construir a cidadania dos brasileiros. Fala-se tanto das trução; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles
qualidades incomuns dos pátrios. Povo alegre, generoso, criativo, pacífico, que sempre buscam mais direitos, maior liberdade, melhores garantias
solidário, sensível ante os problemas alheios; povo capaz de reagir rápida individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogan-
e inteligentemente, ante a situações adversas. Porém, falta a cidadania... tes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não
Esta, sim, é uma qualidade da qual não prescinde um povo que se diz desistem de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria
democrático. Alain Touraine[16] vê a liberdade como a primeira das condi- desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe
ções necessárias e suficientes à sustentação democrática. A outra condi- nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não será obstada.
ção para uma democracia sólida é a cidadania. [1] DALLARI, D.A. Direitos Humanos e Cidadania . São Paulo: Moderna,

Para que haja democracia é necessário que governados queiram es- 1998. p.14
colher seus governantes, queiram participar da vida democrática, compro- [2] BARBOSA, B. Falta de informação limita participação popular. Cida-
metendo-se com os seus eleitos, apontando o que aprova e o que não dania na Internet. Rio de Janeiro, nov. 2003. Disponível
aprova das suas ações. Assim, vão sentir-se cidadãos. Isto supõe uma em http://www.cidadania.org.br/conteudo.asp. Acesso em 03.12.2003.
consciência de pertencimento à vida política do país. Querer participar do
processo de construção dos destinos da própria Nação. Ser cidadão é [3] EMILIANOJOSÉ. História da Cidadania – Uma trilha de lágrimas. Si-

sentir-se responsável pelo bom funcionamento das instituições. É interes- te Pessoal: Salvador, jul. 2003. Disponível
sar-se pelo bom andamento das atividades do Estado, exigindo, com em http://www.emilianojose.com.br/artigos.php. Acesso em 01.12.2003.
postura de cidadão, que este seja coerente com os seus fundamentos,
razoável no cumprimento das suas finalidades e intransigente em relação QUINTÃO, S. M. L. Teoria do Estado. 1.ed. Belo Horizonte: Del Rey,
[4]

aos seus princípios constitucionais. 2001. 230p.


[5] BERNARDES, W. L. M. Da nacionalidade: Brasileiros natos e natu-
O exercício do voto é um ato de cidadania. Mas, escolher um gover-
nante não basta. Este precisa de sustentação para o exercício do poder ralizados. 1.ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1995. 23p.
que requer múltiplas decisões. Agradáveis ou não, desde que necessárias, [6] BERNARDES, W. L. M. Op. Cit. 25p, nota 12.
estas têm de ser levadas a cabo e com a cumplicidade dos cidadãos. Estes
não podem dar as costas para o seu governante apenas e principalmente
[7] QUINTÃO, S. M. L. Op. Cit., 232p.
porque ele exerceu a difícil tarefa de tomar uma atitude impopular, mas [8] PEDRO, A.; CÁCERES, F. História Geral. 2.ed. São Paulo: Moder-
necessária, pois, em muitos momentos, o governante executa negócios na, 1996.
que, embora absolutamente indispensáveis, parecem estranhos aos inte-
[9] A condição de cidadão era invejada: Quem não era cidadão romano
resses sociais. É nessas ocasiões que se faz necessário o discernimento,
próprio de cidadão consciente, com capacidade crítica e comportamento de não era considerado marido ou pai; não podia ser legalmente proprietário
verdadeiro “também sócio” do seu país. ou herdeiro. Tal era o valor do título de cidadão romano, que sem ele
ficava-se fora do direito, e com ele passava-se a fazer parte da sociedade
Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à regular (Fustel de Coulanges, apud Wilba L. M. Bernardes, op. Cit., 26p).
vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade de direitos, enfim, direitos
civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania [10] BERNARDES, W. L. M. Op. Cit., 27p.
pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas [11] QUINTÃO. S. M. L. Op. Cit., 241p.
responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo
organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcio- [12] QUINTÃO, S. M. L. Op. Cit., 256p.
namento todos têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim se
chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou
[13] BERNARDES, W. L. M. Op. Cit., 30p.
seja, o bem comum. [14] QUINTÃO, S. M. L. Op. Cit., 257p.
3. CONCLUSÃO [15] BERNARDES, W. L. M. Op. Cit., 15p.

Patrimônio 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
TOURAINE, A. Crítica da Modernidade. O que é democracia? 6.ed.
[16]

São Paulo: Vozes, 2000. 348p. O mútuo mercantil é regulado pelo Código Comercial em seus arts.
247 a 255, aplicando-se ainda subsidiariamente as demais regras do direito
AGENTES AUXILIARES DO COMÉRCIO: OPERAÇÕES BANCÁ- comum pertinentes à matéria, tal como vem disciplinada no Código Civil,
RIAS E CARTÓRIOS. arts. 1.256 a 1.264.

OPERAÇÕES BANCÁRIAS Natureza Jurídica

OPERAÇÕES ATIVAS O contrato de mútuo é contrato real que só se aperfeiçoa com a efetiva
entrega da coisa. Eventual contrato consensual tendo o mútuo como objeto
OPERAÇÕES DE CRÉDITO, EMPRÉSTIMOS EM CONTA, TÍTULOS é pré-contrato, promessa de mútuo, possuindo obrigação de contratar
DESCONTADOS, (pactum de mutuo dando). Já houve discussões sobre a realidade e a
ADIANTAMENTO A DEPOSITANTES, CHEQUE ESPECIAL, FINANCIA- consensualidade do contrato e continuaremos a tê-las. O assunto está
MENTOS RURAIS, longe de pacificar-se. Sobretudo porque há estruturas em contratos con-
CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR. FIANÇA BANCÁRIA, OPERAÇÃO sensuais que lembram em muito a estrutura dos contratos reais, onde a
DE CÂMBIO entrega da coisa é essencial, senão para a perfeição do contrato, pelo
menos para sua eficácia. Ora, entre perfeição que diz respeito à formação
e eficácia que se referem aos efeitos, a linha demarcatória é demasiado
Conceito tênue, sendo mais de construção intelectual. Que diferença existe entre um
contrato que não se aperfeiçoou e outro que é ineficaz? A diferença reside
Sob esta rubrica "financiamentos bancários" procuraremos reunir todas entre validade e eficácia. Demos um exemplo de cada um deles. Mútuo e
as operações consideradas ativas dos Bancos. São aquelas em que pelo locação. O primeiro é real e o segundo consensual, mas se não houver a
fornecimento de capitais, em sentido amplo, as instituições financeiras se entrega do objeto deles não haverá conseqüências jurídicas relativamente
tornam credoras de seus clientes. Várias são as modalidades que se à satisfação das partes, salvo a irradiação de pretensões e ações diferen-
encaixam nesse perfil. tes, em razão do descumprimento do contrato, mas isso é secundário,
tendo em vista que um contrato, quando formalizado de boa-fé, tem conto
Em primeiro lugar temos que considerar que o financiamento bancário único propósito seu cumprimento. E as conseqüências práticas de direito,
pode ocorrer sem necessidade de que da operação conste fornecimento de com relação ao cumprimento dele, não diferem.
dinheiro. Ele pode consistir simplesmente na outorga de crédito, por isso
sendo chamados e caracterizados propriarnente como operações de No caso específico do mútuo ele é real porque a lei assim o fez, não
crédito. O financiamento pode, então, ser definido como um negócio jurídi- comportando entre nós discussão. Em face de o art. 1.257 do Código Civil
co bancário, cujo escopo consiste no fornecimento de um crédito. determinar como conseqüência jurídica do contrato a transferência do
domínio da coisa emprestada, o que ocorre pela tradição, é imprescindível
São modalidades de financiamento bancário: o empréstimo, a abertura que ocorra a tradição no momento mesmo do contrato. Em não havendo,
de crédito, a antecipação bancária, o desconto, o arrendamento mercantil, se postergada a tradição, o contrato só se aperfeiçoará no momento da
o cartão e a carta de crédito, o adiantamento sobre contrato de câmbio e o entrega efetiva, valendo como traditio a entrega ficta em caso de constituto
seguro. possessório. Se ela, a coisa, tiver sido entregue antes, o contrato estará
automaticamente perfeito no momento mesmo de sua formalização.
Não obstante haver um elenco mais ou menos fixo e tradicional de
contratos bancários - com exceção do cartão de crédito e do arrendamento Se a entrega da coisa não for simultânea à celebração do contrato não
mercantil, institutos realmente modernos, especialmente o último (leasing), significará que com isso o contrato se torne consensual, mas simplesmente
uma vez que o cartão é uma evolução da velha carta de crédito - não há que as partes estão procedendo à celebração através de atos fracionados
uma rigidez que tome as formas desses cristalizados institutos inadequa- no tempo.
das para realizarem associações e variações, quer pela apresentação de
novas modalidades quer pela apresentação de modalidades já existentes, É também unilateral pelo fato de só haver obrigações para o mutuante.
v. g. o uso das garantias bancárias como fonte de concessão de crédito, Nasce da tradição a obrigação de restituir a coisa emprestada em seu
atuando os Bancos como gantidores de seus clientes. Claro está que em equivalente, mais os rendimentos pactuados. A esse respeito também
nosso país uma nova modalidade para ser implantada necessita do bene- formou-se polêmica, havendo jurista a sustentar a bilateralidade e outros
plácito do Conselho Monetário Nacional. ainda a possibilidade de ser unilateral ou bilateral, dependendo de haver
pactuação de juros e da realização de contrato no tempo, emtrega simultâ-
Caracterização nea da coisa ou não. Essa discussão tem hoje apenas interesse histórico.

O empréstimo bancário, como ficou dito acima é uma das modalidades A onerosidade decorre das vantagens e sacrifícios que são distribuí-
de financiamento bancário. Consiste no empréstimo de coisas fungíveis, dos a ambas as partes. O mutuante priva-se do uso e gozo da coisa em
tendo como efeito a transferência da propriedade sobre a coisa empresta- troca de rendimento. O mutuário usa-a e dela usufrui o gozo, tendo, porém,
da, já que a devolução deverá dar-se em coisas do mesmo gênero, equiva- que pagar por isso.
lente na qualidade e em igual quantidade. A determinação desse efeito
mediante lei foi um passo importante para definir a atribuição de responsa- Conteúdo do mútuo
bilidade às partes, levando em consideração, sobretudo, a perda de identi-
dade física da coisa emprestada. A obrigação de restituição no mútuo é tamtundem, por ser uma divida
de equivalente. Nisso difere profundamente do comodato no qual há a
O empréstimo de coisa fungível e consumível é empréstimo de con- obrigação de restituir idem corpus, isto é, a própria coisa emprestada. Essa
sumo, denominado mútuo, e que se distingue do empréstimo de uso, que equivalência, todavia, pode ser na prática comprometida, bastando que
tem como objeto coisa infungível e inconsumível, chamado comodato. O haja no mercado uma deterioração no preço da coisa emprestada, se não
mútuo praticado pelas instituições financeiras é de natureza comercial houver, em contrapartida, um mecanismo de proteção.
porque a atividade bancária é comercial, sendo assim qualificadas suas
operações pelo art. 19 do Regulamento 737, de 25.11.1850, que se sobre- A capacidade para contratar é a capacidade civil. Mútuo contratado
pôs ao art. 247 do Código do comércio, m opinião de Wagner Barreira com menor, sem autorização de seu responsável, é incobrável, não só do
(verbete: "Empréstimo Bancário", na Enciclopédia Saraiva do Direito, v. mutuário menor, como dos eventuais fiadores e abonadores. É nulo de
31). Mas, independente desse fundamento legal, ineludivelmente o escopo pleno direito. Não será alcançado pela nulidade o mútuo celebrado por
mercantil do labor bancário contamina toda sua produção, causando a menor, na ausência do representante legal, que tenha tido como finalidade
pacífica aceitação desse entendimento. prover sua sobrevivência. Tampouco o contaminará se o menor possuir

Patrimônio 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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bens próprios, excluídos do usufruto e da administração paterna, discrimi- Além destes, os bancos fazem a cobrança de títulos de terceiros, em troca
nados no art. 391 do CC. Fora desses casos, só deixará de ser nulo se de uma comissão.
houver ratificação posterior pelo responsável.
A seção do banco encarregada de fazer a cobrança dos títulos é a
Ocorre vencimento antecipado da dívida: a) na falência ou insolvência "carteira de cobrança".
do mutuário; b) se os bens que deu em garantia do empréstimo forem
penhorados na execução de outro credor; ou c) se o mutuário, tendo A carteira de cobrança de um banco é dividida em "carteira de
sofrido modificação para menor em seu patrimônio, capaz de comprometer cobrança simples" e a "carteira de cobrança caucionada".
a solvabilidade da dívida, sendo-lhe exigida garantia da restituição nada
responder, ou, ainda que respondendo, não oferecer as garantias solicita- A carteira de cobrança simples se encarrega de fazer a cobrança dos
das. Bastará, para tanto, notificar-lhe, dando-lhe ciência da exigência e títulos de terceiros, e a carteira de cobrança caucionada faz a cobrança
prazo para cumprir as providências solicitadas, sendo razoável o de 30 dos títulos em caução no banco.
dias.
O banco aceita títulos para fazer a cobrança, mesmo que o local da
Os juros devem ser estipulados. Mesmo não sendo previstos, é possí- cobrança seja em outra cidade, outro Estado ou outro país. É claro que a
vel requerer judicialmente sua fixação, seja no momento em que o prejudi- comissão do banco variará proporcionalmente à dificuldade prevista para a
cado toma ciência da omissão, seja no vencimento ou após o vencimento, cobrança do título. A comissão também é proporcional ao valor do título e
quando da cobrança, tendo em vista a presunção que se opera a favor do tem um mínimo fixo. Todas as despesas de cobrança simples são debita-
banqueiro de que não há mútuo mercantil sem juros e sua não fixação das antecipadamente na conta do cliente. Tão logo a cobrança seja efetu-
produzir enriquecimento do mutuário em detrimento da instituição financei- ada, os valores dos títulos são creditados na conta do cedente.
ra.
Se o título não for pago por qualquer motivo, o banco não devolve as
Há uma regra de mútuo que parece permanecer bastante sólida, ape- despesas. Neste caso o prejuízo é todo do cliente.
sar de não ser de marcante lógica. O esquecimento gera a presunção de
perdão e o fato consumado, mesmo que diverso do pacto, deve ser inter- O banco comunica ao cliente, periodicamente, quais os títulos venci-
pretado como alteração do pacto, quando não é acompanhado de imediata dos e ainda não pagos. Cabe ao cliente solicitar a devolução deles ou pedir
insurgência do prejudicado, respeitado apenas os limites legais. Assim; se para insistir na cobrança.
o mutuário pagar juros não estipulados não poderá reavê-los nem imputá-
los no pagamento, como tampouco o Banco se os recebeu menores pode- Quando os títulos são recebidos para cobrança, são registrados na
rá reclamá-los, se deles passou recibo. Todavia, essa regra vale apenas carteira de cobrança. Para fazer uma distinção entre os títulos da carteira
para o passado. simples e os da carteira caucionada, cada título recebe, além de um núme-
ro do banco, um prefixo.
Não havendo estipulação de prazo, a disciplina incidente é a do art.
1.264 do CC. Tratando-se de produtos agrícolas será até a próxima colhei- Os prefixos servem, também, para distinguir os títulos que deverão ser
ta; de trinta dias se o mútuo for de dinheiro; ou se tiver como objeto qual- cobrados na mesma praça onde se localiza o banco, daqueles que deverão
quer outra coisa fungível, o tempo declarado pelo mutuante. ser cobrados em outras praças (interior).

Lugar de pagamento do mútuo bancário será, com toda probabilidade, OPERAÇÕES DE CRÉDITO RURAL
o lugar da agência que contratou a operação, via de regra, o mesmo do
domicilio do mutuário, passível de convenção que a modifique. Para todos Generalidades
os efeitos funciona a disposição do art. 950 do CC.
O Decreto-Lei 167, de 14.02.1967 dispôs que o financiamento rural
fosse executado mediante a emissão de cédulas de crédito rural. Em seu
Extinção do Contrato art. 2.°, referido diploma legal prescreve que o emitente da cédula fica
obrigado a aplicar o financiamento para os fins ajustados, devendo com-
O contrato de mútuo se extingue pelo pagamento e quitação da dívida. provar tal circunstância perante a "instituição financiadora". Embora use o
termo "financiadora" e não financeira, tem-se, no art. l.°, que o financia-
OS CHEQUES ESPECIAIS mento é concedido pelos órgãos integrantes do sistema nacional de "crédi-
to rural", pelo que se compreende dentro das operações bancárias. Em se
Alguns bancos fazem um controle especial com seus clientes, onde se tratando de financiamento, o banco tem o direito de fiscalizar a aplicação
comprometem a cobrir cheques até um determinado limite além do saldo da quantia financiada, a qual vencerá juros conforme taxas fixadas pelo
da conta destes. Conselho Monetário Nacional, exigíveis a 30 de junho e 31 de dezembro,
ou no vencimento das prestações, se acordado pelas panes. Quando o
Os juros são cobrados apenas sobre os saldos devedores diários. Por- financiamento for concedido para utilização parcelada, o financiador abrirá
tanto o cliente, sempre que puder, deve fazer depósitos em sua conta, a com o valor do financiamento conta vinculada à operação, que o financiado
fim de evitar ficar com saldo devedor sobre os quais serão cobrados juros. movimentará, por meio de cheques, saques, recibos, ordens, cartas ou
quaisquer outros documentos.
Os depósitos também são importantes para fazer um bom saldo médio
na conta, já que os bancos, geralmente, só renovam o contrato dos che- Características Das Cédulas De Crédito Rural
ques especiais para clientes cujo saldo médio seja compatível com o valor
do contrato. As cédulas de crédito rural são promessas de pagamento sem, ou
com, garantia real cedularmente constituída, isto é, no próprio título, dis-
Os juros dos cheques especiais são, via de regra, inferiores aos pensando documento à parte. A garantia poderá ser ofertada pelo próprio
cobrados em outros tipos de empréstimos. financiado, ou por um terceiro (art. 68). Embora o art. 10 considere a
cédula de crédito rural título civil, é evidente sua comercialidade, por sujei-
Um dos cheques especiais mais difundidos e muito bem aceito é o tar-se à disciplina do Direito Cambiário (art. 60). Constituindo-se cedular-
"cheque-ouro" do Banco do Brasil. mente a garantia, ou seja, por incorporação no próprio título, quando se
tratar de hipoteca, ocorrem derrogações ao direito comum com a dispensa
Cobrança De Títulos de escritura pública e da outorga uxória, mas, em virtude da ausência
desta última, o cônjuge obriga apenas seus bens particulares e os comuns
Os bancos recebem, como vimos, títulos como garantia de emprésti- até o limite de sua meação (art. 3.°, Lei 4.121, de 27.08.1962). Para terem
mos. Eles naturalmente terão de fazer a cobrança de todos estes títulos. eficácia contra terceiros, as cédulas de crédito rural devem ser registradas

Patrimônio 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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no Cartório de Registro de Imóveis. Sua cobrança se processa mediante a (máquinas, aparelhos e instalações), mas também os existentes em local
ação de rito especial (execução), com a originalidade de permitir a venda, diferente do imóvel, por isso se caracterizando o penhor e a hipoteca.
pelo credor, após a penhora, dos bens dados em garantia, contestada, ou
não, a ação, podendo, desde logo, mediante caução idônea, levantar o Os requisitos do título são:
produto líquido da venda. Em se tratando de cooperativas rurais, institui-
ções financeiras públicas e o Banco do Brasil, não há necessidade de I- a denominação "cédula rural pignoratícia e hipotecária";
caução.
II - a data e as condições de pagamento; havendo prestações peri-
Cédula Rural Pignoratícia ódicas ou prorrogações de vencimentos, acrescentar "nos termos da
cláusula Forma de Pagamento abaixo", ou "nos termos da cláusula Ajuste
É um título que consubstancia uma promessa de pagamento com ga- de Prorrogação abaixo";
rantia de bens móveis que, porém, permanecem de posse do devedor.
Assim já dispunha o art. 769 do CC (penhor agrícola ou pecuário), repetin- III - o nome do credor e a cláusula à ordem;
do-se o preceito com maiores detalhes no art. 17, do Dec-lei 167, de
14.02.1967. O formalismo do título impõe-lhe os requisitos seguintes: I - a IV - o valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por exten-
denominação "cédula rural pignoratícia"; II - a data e as condições de so, com indicação da finalidade ruralista a que se destina o financiamento
pagamento; havendo prestações periódicas, ou prorrogações de vencimen- concedido e a forma de sua utilização;
tos, deve acrescentar-se a expressão "nos termos da cláusula Forma de
Pagamento abaixo" ou, em sendo o caso, "nos termos da cláusula Ajuste V - a descrição dos bens vinculados em penhor, os quais se indica-
de prorrogação abaixo"; III - o nome do credor e a cláusula "à ordem"; IV - rão pela espécie, qualidade, quantidade, marca ou período de produção, se
o valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por extenso, com for o caso, além do local ou depósito dos mesmos bens;
indicação da finalidade ruralista a que se destina o financiamento concedi-
do e a forma de sua utilização; V - a descrição dos bens vinculados ao VI - a descrição do imóvel hipotecado com indicação do nome, se
penhor, que se indicarão pela espécie, qualidade, quantidade, marca ou houver, dimensões, confrontações, benfeitorias, titulo e data de aquisição e
período de produção, se for o caso, além do local ou depósito em que os anotações (número, livro e folha) do registro imobiliário;
mesmos bens se encontrarem; VI - a taxa de juros a pagar, e da comissão
de fiscalização, se houver, e o tempo de seu pagamento; VII - a praça de VII - a taxa dos juros a pagar e da comissão de fiscalização, se hou-
pagamento; VIII - a data e o lugar da emissão; IX - a assinatura do próprio ver, e tempo de seu pagamento;
punho do emitente ou de representante com poderes especiais (art. 14).
VIII - a praça do pagamento;

Cédula Rural Hipotecária IX - a data e o lugar da emissão;

Podem os bancos, também conceder financiamentos mediante a e- X - a assinatura do próprio punho do emitente ou de representante
missão, pelo devedor, de cédula com garantia hipotecária. Pelo art. 811 do com poderes especiais (art. 25).
CC, "a hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou constru-
ções do imóvel". A lei específica (Dec.-lei 167, de 14.02.1967) faz com que Nota De Crédito Rural
a garantia seja prestada não só pelo imóvel e suas acessões, mas também
pelos bens originariamente móveis, mas que se incorporam ao imóvel É também um título destinado ao financiamento rural, mas destituído
devido à sua destinação, tais como máquinas, aparelhos e instalações, de qualquer garantia real, conferindo, entretanto, ao credor privilégio espe-
sejam os existentes no momento da constituição da hipoteca, sejam os cial sobre os bens enumerados no art. 1.563 do CC. São seus requisitos: I
adquiridos com os recursos financeiros que o banco fornece ao devedor. - a denominação "Nota de Crédito Rural"; II - a data e as condições de
pagamento; havendo prestações periódicas ou prorrogações de vencimen-
A cédula rural hipotecária deverá conter os seguintes requisitos: I - a to, acrescenta-se as expressões: "nos termos da cláusula Forma de Paga-
denominação "cédula rural hipotecária" ; II - a data e condições de paga- mento abaixo" ou "nos termos da cláusula Ajuste de Prorrogação abaixo;"
mento; havendo prestações periódicas ou prorrogações de vencimento, é III - o nome do credor e a cláusula à ordem; IV - o valor do crédito deferido,
acrescentada a expressão "nos termos da cláusula Forma de Pagamento lançado em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade ruralista
abaixo" ou "nos termos da cláusula Ajuste de prorrogação abaixo"; III - o a que se destina o financiamento concedido e a forma de sua utilização; V -
nome do credor e a cláusula "à ordem"; IV - o valor do crédito deferido, a taxa dos juros a pagar e da comissão de fiscalização, se houver, e tempo
lançado em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade ruralista de seu pagamento; VI - a praça de pagamento; VII - a data e o lugar de
a que se destina o financiamento e a forma de sua utilização; V - a descri- emissão; VIII - a assinatura do próprio punho do emitente ou de represen-
ção do imóvel hipotecado com indicação do nome, se houver, dimensões, tante com poderes especiais.
confrontações. benfeitorias, título e data de aquisição e anotações (núme-
ro, livro e folha) do registro imobiliário; VI - as taxas dos juros a pagar e a Não obstante destituída de garantia real, a nota de crédito rural está
da comissão de fiscalização, se houver, e tempo de seu pagamento; Vil - a sujeita a registro no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em
praça do pagamento; VIII - a data e o lugar da emissão; IX - a assinatura que esteja situado o imóvel a cuja exploração se destina o financiamento
do próprio punho do emitente ou de representante com poderes especiais cedular. Compreende-se a exigência para o fim de estabelecer-se sua
(art. 20). eficácia em relação a terceiros (art. 27).

A cédula rural hipotecária confere direito real inter partes desde a sua
emissão, conforme preceitua o Decreto 62.141, de 18.01.1968. Destarte, o CDC - Crédito Direto ao Consumidor
registro se torna necessário para ter eficácia em relação a terceiros.
É o financiamento concedido por uma Financeira para aquisição de
Embora destinada a servir de garantia de financiamentos para fins ru- bens e serviços por seus clientes.
rais, essa pode constituir-se cedularmente por imóveis rurais ou urbanos. Sua maior utilização é normalmente para a aquisição de veículos e
eletrodomésticos.
Cédula Rural Pignoratícia E Hipotecária
O bem assim adquirido, sempre que possível, serve como garantia da
Aqui a garantia é prestada por bens imóveis e também móveis, só que operação, ficando a ela vinculado pela figura jurídica da alienação fiduciária
estes, diferentemente do que ocorre com a cédula rural hipotecária, não pela qual o cliente transfere à financeira a propriedade do bem adquirido
são apenas aqueles incorporados ao imóvel pela sua destinação com o dinheiro emprestado, até o pagamento total de sua dívida.

Patrimônio 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O prazo dos CDC varia de três a 24 meses e, normalmente, financia tos do Direito privado em geral, mas acabaram por especializar-se em
de 50 a 80% do valor do bem. virtude de necessidades específicas.

As taxas são preflxadas para operações acima de 30 dias, vinculadas Na antecipação, v. g., a proporcionalidade entre os valores do
à TR no caso de operações acima de quatro meses, não podendo ser financiamento e da garantia não é mera regra técnica como pretendia
vinculadas à variação cambial. Messineo, nisso assistindo razão a Salandra. É realmente uma carac-
terística sua. Regra técnica é a proporcionalidade entre esses valores em
O funding das operações de CDC eram até 1988 as letras de cambio outros negócios, como no mútuo ou na abertura. Regra técnica de
colocadas no mercado pela Financeira e resgatáveis nos seus respectivos segurança de cobertura da garantia, que é flexível e não rígida. Nesses
vencimentos. Com a criação dos bancos múltiplos e com a crescente financiamentos a instituição financeira pode alterar as normas ou baixar a
diminuição dos índices de liquidez das letras de câmbio, o funding dessas proporcionalidade. Pode, às vezes, o próprio gerente reduzir a proporção
operações passou a ser feito com os CDB da carteira comercial e os CDI. ou até mesmo dispensá-la, acolhendo garantia em valor igual ou inferior,
não lhe sendo impossível autorizar operação de mútuo ou abertura de
crédito com dispensa total das garantias. Relativamente à antecipação isso
A ANTECIPAÇAO BANCÁRIA é absolutamente impossível. Não há poder de gerente ou administrador
capaz de contratar financiamento sem garantia que importe em ser ou se
Conceito tomar antecipação bancária. Será qualificada a operação como mútuo ou
abertura de crédito, conforme sobrelevem as características básicas,
A antecipação bancária é um negócio jurídico financeiro, no qual o an- nunca, porém, como antecipação.
tecipante empresta certa soma em dinheiro ao antecipado, contra entrega
de garantia real. Nele há uma relação percentual rigorosa entre o valor Na antecipação a garantia não é acessória, como no mútuo ou na a-
adiantado e o bem garantidor. Assemelha-se ao desconto, dele diferindo bertura de crédito. Nestes o financiamento precede a garantia. A nota de
por não transferir a garantia. É conhecido na Alemanha e Áustria como acessoriedade encontra-se na existência de modalidades sem garantia,
crédito lombardo (Lombardgeschaft), por ter sido muito praticado e adquiri- além da faculdade do financiante de dispensá-la, a seu livre alvedrio, sem
do notoriedade entre banqueiros lombardos na Idade Média. desfiguração do negócio jurídico. Na antecipação é questão nuclear. Cau-
ciona-se a garantia para obtenção de financiamento. A garantia tem a
Natureza Jurídica precedência, como no desconto, diferindo deste, no entretanto, pela não
transferência da propriedade e inexistência de venda quando da celebra-
Reina acesa divergência sobre a natureza jurídica de quase todos os ção do contrato.
contratos bancários e não seria diferente relativamente à antecipação. Na
verdade seus caracteres ostentam idiossincrasias dissonantes, lembrando Dissentem os doutrinadores sobre ser real ou consensual este contra-
peculiaridades ora de um, ora de outro negócio jurídico com quem mostra to. Há realmente carência de critérios uniformes para uma caracterização
afinidades, como se fosse resultado de montagem. Todavia, ainda que desta espécie. Pensamos que seja real e bilateral, o que é uma excepcio-
lembre outro ou outros contratos, não surgiu em conseqüência de mistura nalidade. Real, por ser a garantia elemento nuclear. Sem a caução não há
ou adição. As práticas comerciais em geral e as bancárias em especial antecipação. Em contrapartida, feita a caução, "a soma passa a ser do
refletem formação bastante espontânea, constituindo soluções encontradas cliente desde que se conclui o contrato", como bem pondera Pontes de
diante das necessidades negociais, tendo-se formado ao longo de mais de Miranda. Então, a realidade do contrato é bilateral, pois tanto a entrega da
um século de ativa vida financeira. garantia, quanto da soma é pressuposto de sua formação. Qualquer inte-
gração de vontade no sentido de contratar a antecipação, sem a entrega
Os mais antigos estudos sobre a natureza jurídica da antecipação imediata das coisas de parte a parte, constituirá pré-contrato ou carta de
(Terrel-Lejeune, Vidari, Vivante, Lyon-Caen-Renault, Bolaffio etc.) viam intenção ou atos preparatórios à formação do contrato. Aliás, cumpre pôr
muita similitude entre ela e o mútuo sob penhor, a ponto de reduzi-la a em relevo o argumento de Spinelli ("Contributo allo studio dell'anticipazione
essa modalidade, especialmente as chamadas antecipações simples. bancaria", n. 208) segundo o qual "se na antecipação pudesse dar-se a
Carrara (Corso di dir, agrario fl, p. 115) e Rocco associavam ainda ao hipótese, própria da abertura - de não ter havido transferência da soma,
mútuo o depósito para explicar o crédito lombardo. Respondiam assim à mas sua simples disponibilidade por parte do cliente, o qual pode até nem
questão da realidade do contrato, do eventual diferimento do uso do utilizá-la - pelo art. 1849, o cliente que não viesse a utilizar a soma poderia
crédito, encontrando uniforme enquadramento à antecipação em conta- retirar a garantia a seu talante, não sendo devedor do Banco", conseqüen-
corrente. temente "a possibilidade de extinção unilateral e arbitrária por vontade de
uma só parte, sem que o contrato tenha ganho uma realização prática, é
Messineo, Ascarelli, Salandra e Giordano, entre outros, preferiram qua- uma coisa completamente absurda..." Isso diz bem da absurdidade da tese
lificá-la como uma espécie de abertura de crédito particularmente a moda- que elege a consensualidade.
lidade em conta-corrente. Observavam sobretudo as analogias relativas à
faculdade de uso ou não do crédito aberto e a possibilidade de restituição, É contrato oneroso, impondo obrigações a ambas as partes, e comuta-
antes do prazo convencionado, do objeto da antecipação e reutilização tivo, havendo correlação entre prestação e contraprestação de ambas as
reiterada da disponibilidade até o limite contratado. A questão da propor- partes. Pode apresentar-se como contrato de duração ou instantâneo,
cionalidade era vista como mera regra técnica e não como característica dependente da modalidade em que se apresente, se simples ou em conta-
jurídica do contrato. corrente.

Avançando no rumo da compreensão de uma espécie distinta de con- Modalidades


trato, surgiu a chamada teoria eclética de Gareis, apoiada por Sotgia,
Greco, Fiorentino e Simonetto principalmente, que concilia a doutrina do A antecipação apresenta-se em diversas modalidades, variável de a-
mútuo com a da subespécie de abertura de crédito, concebendo um con- cordo com a estrutura formal, o objeto da garantia e o destino final da
trato diverso formado por elementos de ambos os contratos. É posta em mesma.
relevo a semelhança ao mútuo quando o desembolso e utilização ocorrem
a um só tempo, e à abertura de crédito quando importa em uma série de Segundo a estrutura formal pode ser simples ou em conta-corrente. A
utilizações. simples assemelha-se externamente ao mútuo. Nela instantânea e recípro-
ca é a prestação. A em conta-corrente aproxima-se exteriormente à abertu-
A evolução dos estudos a respeito encaminha-nos para uma solução ra de crédito, tendo como características a duração, a circularidade do
que destaca a existência de uma identidade própria no contrato de anteci- crédito, sujeito à devolução antecipada do valor e reutilização durante todo
pação bancária. Essa autonomia, de resto, ganhou fácil trânsito em todos o termo do contrato.
os demais estudos dos negócios financeiros bancários. Os contratos
praticados nessa área retiraram muitos elementos dos tradicionais contra-

Patrimônio 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Segundo o objeto da garantia, a antecipação ocorre sobre: a) títulos de segurança da coisa ante possível sinistro e riscos financeiros do
crédito; b) sobre mercadorias; c) sobre títulos representativos de mercado- depositário, enfim, um sem número de cuidados próprios de uma
rias; e d) sobre direitos. Teoricamente poderia dar-se sobre imóveis tam- administração atenta e eficiente. Qualquer prejuízo que possa advir da falta
bém, embora não haja tradição em nossa prática bancária. de zelo "de um bom pai de família", como diriam os franceses, está sujeito
a gerar pretensões à reparação de dano.
Em "a" acolhe títulos de crédito que tenham cotação e aceitabilidade
no mercado: títulos da dívida pública, ações, debêntures, duplicatas e Por derradeiro, compete-lhe a obrigação de restituição da coisa, de
cambiais de terceiros. Em "b" a preferência recai sobre bens duráveis, acordo com a natureza da convenção, (idem corpus na antecipação própria
embora também se dê sobre gêneros alimentícios não altamente perecí- ou tamtundem na imprópria), na integralidade sua ou de seu valor quando
veis, como os grãos, largamente usado pela União no financiamento à do pagamento integral pelo antecipado, ou proporcionalmente quando
agricultura, através dos conhecidos EGFS (Empréstimos do Governo parcial for o pagamento.
Federal) destinados à garantir preços mínimos. Em "c" usualmente são
oferecidos e aceitos Warrants e Conhecimentos de Depósito, de Frete e de A obrigação do antecipado é entregar o lastro constitutivo da garantia
Transporte. E, finalmente, em "d" os direitos são não incorporados nem e mantê-la na devida proporção, ocorrer ao pagamento de comissão, juros
representados por títulos. O exemplo clássico é do direito de crédito junto à e à restituição do capital, provendo também as despesas decorrentes da
Receita Federal por restituição do Imposto de Renda. É de todos o menos custódia e de todos os atos referentes à administração dos direitos oriun-
usado entre nossas instituições financeiras. dos da coisa empenhada.

Segundo o destino final da garantia a antecipação costuma ser própria, Extinção


também chamada regular, ou imprópria, irregular. A antecipação própria é
a que não transfere a propriedade do bem prestado em garantia, consistin- O contrato se extingue naturalmente em seu termo pelo adimplemento
do esse em coisa corpórea tomada infungível, constituindo penhor regular. integral. Antes do vencimento pode ocorrer pela rescisão; pela resilição,
Já a imprópria, como o nome está a indicar, transfere a propriedade ao através de distrato ou denúncia; pela resolução em face de qualquer ina-
antecipante e tem como objeto coisa fungível seja por natureza ou conven- dimplemento. Extingue-se, também, embora não ocasione a cessação dos
ção, formalizada sobre penhor irregular. efeitos, na morte, interdição, insolvência civil ou falência do devedor, bem
como pela liquidação extrajudicial do Banco.
Conteúdo

Na antecipação o conteúdo obrigacional é assim distribuído entre os Descontos de Títulos (NP/Duplicatas)


contraentes.
É o adiantamento de recursos aos clientes, feito pelo banco, sobre va-
A obrigação do Banco é de, ao receber do cliente o bem, antecipar a lores referenciados em duplicatas de cobrança ou notas promissórias, de
soma composta do valor convencionado ou de mercado da coisa entregue, forma a antecipar o fluxo de caixa do cliente.
menos a diferença (descarte) na proporção estabelecida no ajuste, que
corresponde aos juros e comissão previstos para o uso de todo o valor O cliente transfere o risco do recebimento de suas vendas a prazo ao
antecipado por todo o tempo do contrato. Havendo restituição antecipada, banco e garante o recebimento imediato dos recursos, que, teoricamente,
a instituição credora cobrará somente pelo tempo de uso efetivo do só teria disponíveis no futuro.
dinheiro, prestando nova soma na proporção avençada a eventual novo
oferecimento de garantia dentro do limite contratado. O banco deve selecionar cuidadosamente a qualidade de crédito das
duplicatas ou NP de forma a evitar a inadimplência.
A fórmula é a seguinte:
Normalmente, o desconto de duplicatas é feito sobre títulos com prazo
Na antecipação: máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias. O IOF é calculado sobre o
principal, com alíquota de 0,0041% ao dia para pessoa jurídica (1,5% a.a.)
VG - D = VA onde VG é valor da garantia, D, descarte e VA, valor e 0,0328 ao dia para pessoa física (12% a.a.), limitado aos valores anuais,
adiantado. caso o prazo seja maior que doze meses.

No recebimento antecipado o valor a cobrar é: A operação de desconto dá ao banco o direito de regresso, ou seja, no
vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a
VA + tu/D onde (tu) é tempo de utilização e representa fração de D, responsabilidade do pagamento, incluindo multa e/ou juros de mora pelo
porque em D já se encontra a taxa e o tempo. atraso.

E no recebimento no termo avençado, ou seja, no vencimento certo, Outros tipos de operações de desconto também são feitas sobre os
calcula-se invertendo a operação inicial: recibos de venda de cartões de crédito e os cheques pré-datados. Estas
duas alternativas são uma forma criativa de adiantamento de recursos para
VA + D = VG cobrando-se, portanto, o valor da garantia para sua as empresas comerciais. Os cheques pré-datados ficam em caução, como
liberação. garantia do empréstimo.

Outra obrigação do Banco é de custodiar o bem da garantia. Essa Contas Garantidas/Cheques Especiais
custódia pode ter maior ou menor significação dependendo de ser a
antecipação própria ou imprópria. Na própria resulta a responsabilidade em Abre-se uma conta de crédito (conta garantida) com um valor limite
ser não só pelo valor da coisa, como também pela sua integridade física, que normalmente é movimentada diretamente pelos cheques emitidos pelo
implicando em guarda e conservação. Significa nos títulos de crédito cliente, desde que não haja saldo disponível na conta corrente de movi-
administrar eventuais exercícios de direito, praticando até mesmo atos mentação. A medida que, nessa última, existam valores disponíveis, estes
especialíssimos e de muita complexidade, como, para dar-se rápida idéia, são transferidos de volta, para cobrir o saldo devedor da conta garantida.
no caso da custódia de ações de companhia com direito a voto, o
comparecimento em assembléia munido dos poderes especiais para tomar Para o cliente, o produto garante uma liquidez imediata para suas e-
decisões algumas vezes vitais para a sorte dos próprios papéis (aumento mergências. Para o banco, é um instrumento mercadológico forte, mas
de capital, venda de patrimônio etc.). Na custódia de mercadorias e de que, se mal administrado, pode representar uma perda significativa, tendo
títulos representativos de mercadorias se traduz na sua conservação, em vista seu impacto sobre a administração de reservas bancárias, já que
manutenção da atualidade, observação de expectativas de mercado com é necessário deixar recursos de suas reservas de livre movimentação em
relação ao melhor momento para comercialização, quando for o caso, stand by para atender à eventual demanda e, portanto, sem aplicação.

Patrimônio 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Assim, a poupança é um ativo que rende de acordo com a quantidade
Algumas contas garantidas têm caráter apenas de conta devedora, de dias úteis no mês e a variação da TR do período.
funcionam separadas da conta corrente e, normalmente, exigem do cliente
o aviso com antecedência dos valores a serem sacados, razão pela qual Ela recebe depósito de pessoas físicas e jurídicas. A abertura pode ser
trabalham com taxas de juros menores. feita em qualquer dia do mês, sendo que as contas abertas nos dias 29, 30
e 31 começam a contar rendimento a partir do dia primeiro do mês seguin-
Os juros sobre esse produto são calculados diariamente sobre o saldo te.
devedor e cobrados normalmente, no primeiro dia útil do mês seguinte ao
de movimentação. A remuneração é mensal para as pessoas físicas e jurídicas sem fins
lucrativos. Para pessoas jurídicas com fins lucrativos (empresas), o
O IOF é calculado sobre o saldo devedor na base de 0,0041% ao dia rendimento é trimestral. Anualmente, as aplicações em caderneta de
para pessoa jurídica (1,5% a.a.) e 0,0164 ao dia para pessoa física (6% poupança de pessoas físicas e jurídicas não-tributadas com base no lucro
a.a.). real estão totalmente isentas de impostos.

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real serão tributa-


OPERAÇÕES PASSIVAS das apenas na declaração de rendimentos. Além disso, as cadernetas
oferecem seguro sobre valores depositados em caso de morte ou invalidez
CADERNETA DE POUPANÇA, DEPÓSITOS – À VISTA, A PRAZO, por acidente do titular.
CDB, RDB, OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMOS, FUNDOS
Os valores máximos estipulados para cobertura do seguro variam em
Caderneta de Poupança Tradicional cada instituição.

É a aplicação mais simples e tradicional, sendo uma das poucas, se- O segredo da popularidade da caderneta de poupança foi o fato de ela
não a única, em que se podem aplicar pequenas somas e ter liquidez, ter sido garantida pelo Governo pelo FGDLI, para valores até 5 mil (Res.
apesar da perda de rentabilidade para saques fora da data de aniversário 2.169 do BC, de 2/07 /95), por poupador e em cada instituição financeira.
da aplicação.
Pode-se ter quantas cadernetas quiser, escolhendo livremente a data
A caderneta de poupança é um produto exclusivo das SCI, das cartei- de aniversário. Anualmente, os bancos, em função da concorrência, vêm
ras imobiliárias dos bancos múltiplos, das associações de poupança e criando alternativas e facilidades para a poupança, que viabilizem um
empréstimo e das caixas econômicas. aumento da liquidez e da facilidade de movimentação das cadernetas
como por exemplo:
Os recursos das cadernetas de poupança devem ser aplicados de a-
cordo com regras preestabelecidas pelo Banco Central e que, conforme as  depósitos e saques diretos pela conta comente;
variáveis econômicas do momento, podem ser alteradas. Após 23 /08/95  mesmo número e senha da conta comente;
foram distribuídas da maneira que se segue.  aplicação e resgate pelo telefone;
 programação do investimento por períodos de até um ano,
30% na Faixa Não-Habitacional: bastando informar datas de aplicação e resgate;
 possibilidade de abertura de até 28 subcontas dentro de uma
 15% era depósito compulsório no BC, recolhidos em espécie, única conta.
fazendo jus à remuneração diária com base na TR mais juros anuais de
6,17%. Em 14/07/93, pela Circular 2.339 do BC, para vigorar durante o perío-
do de recolhimento do IPMF, ou seja, 31/12 /94, foi criada uma nova moda-
O período de cálculo para efeito de compulsório compreende os dias lidade de caderneta de poupança para pessoas físicas, exclusivamente,
úteis de segunda a sexta-feira iniciando-se o período de recolhimento na com prazo mínimo de resgate de três meses, para efeito de absorção dos
segunda-feira da semana que se segue. rendimentos. Tais depósitos eram corrigjdos pela TR mais 0,5% ao mês,
igual à caderneta de poupança normal, além de uma remuneração adicio-
 Os recursos remanescentes em disponibilidades financeiras e nal de 0,25%, desde que os depósitos tivessem permanecido inalterados,
operações de faixa livre. sem saques, pelo prazo mínimo de 90 dias. Assim, o BC compensou a
alíquota de 0,25% do IPMF incidente sobre as operações financeiras na
70% na Faixa Habitacional: ponta do débito. Os depósitos da nova caderneta só poderiam ser feitos na
data de aniversário trimestral da conta. Qualquer aplicação fora do venci-
 80% (no mínimo) do percentual acima em operações no âmbito do mento implicava a abertura de uma nova conta, fato que evidentemente
SFH. tirava flexibilidade dessa nova caderneta, com relação à tradicional, que
 o restante em operações a taxas de mercado. permite várias datas de aniversário dentro de uma mesma conta.

Existem outros tipos de caderneta, discriminados a seguir:


Caso não haja financiamentos junto ao SFH que preencham os requi-
sitos e/ou percentuais acima estabelecidos, os recursos da Caderneta de Caderneta de Poupança Programada
Poupança não aplicados devem ser depositados junto ao BC, que os
remunerará apenas pela TR. O depositante assume, por contrato, o compromisso de depositar
quantias fixas e determinadas por prazos que variam entre 12, 18 e 24
Assim, de cada 100 aplicados em caderneta de poupança, 70 vão para meses. As taxas de remuneração são progressivas: 6,14% a.a. no primeiro
o SFH, 30 são aplicados conforme determinação do BC. e no segundo trimestres; 6,40% a.a. no terceiro e no quarto trimestres;
6,80% a.a. no quinto e no sexto trimestres; 7,20% a.a. do sétimo trimestre
Anualmente, é remunerada pela TR da data de aniversário mais os em diante.
tradicionais 0,5% a.m. Assim, a caderneta passou a ter uma correção
diferenciada para os vários dias do mês, funcionando como um CDB pós- Os rendimentos são creditados trimestralmente e há uma carência
fixado, embora de menor prazo. inicial de seis meses para o saque. É interessante assinalar que esta
modalidade inclui um seguro de vida que garante a efetivação dos
Os valores de remuneração da caderneta são conhecidos quando do depósitos programados restantes do contrato após a morte do titular. Foi
cálculo da TR e divulgados nos principais jornais do País. criada em 1978.

Patrimônio 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Caderneta de Poupança de Rendimentos Crescentes Da doutrina nacional trazemos as definições mais recentes: "Entende-
se por depósito pecuniário ou simplesmente depósito, a operação bancária
Recebe apenas um único depósito. Os rendimentos são creditados segundo a qual uma pessoa entrega ao banco determinada importância em
trimestralmente e as taxas de juros são crescentes: 6,14% do primeiro e ao dinheiro, ficando o mesmo com a obrigação de devolvê-la no prazo e nas
terceiro trimestres; 7,00% do quarto ao oitavo trimestres ; 8,00% do nono condições convencionadas".
ao 11° trimestres e 9,00% do 12° trimestre em diante.
"Contrato pelo qual alguém entrega em propriedade valores monetá-
Suas principais características são: não se permitem saques parcela- rios ao banco para que este restitua a importância equivalente no prazo e
dos; os depósitos são feitos sempre em múltiplos de 10; o rendimento é nas condições avençadas".
creditado retroativamente a cada mudança de taxa.
A nosso ver, pode ser adotada basicamente a noção do art. 866 de
Caderneta de Poupança Vinculada nosso Projeto de Código Civil, com a necessária complementação. Destar-
te, deve entender-se, por depósito pecuniário ou bancário o contrato pelo
O BC fixou o prazo mínimo desta poupança em 36 meses com a qual uma pessoa entrega quantias em dinheiro a um banco, que se obriga
correção do depósito sendo feita pela TR mais 6% ao ano, sendo isento de a restituí-las, por solicitação do depositante, nas condições estipuladas.
impostos.
O fator condição não mencionado no Projeto, é fundamental para a
No caso de imóveis residenciais, são necessários 3 anos de poupança plena configuração do contrato de depósito pecuniário (se a vista, prazo
para obter financiamento de 9 anos, 4 anos para financiamento de 11 anos, fixo ou mediante pré-aviso).
5 anos para financiamento de 13 anos e de 6 a 10 anos para financiamento
com prazo de 15 anos. Natureza Jurídica

Nos imóveis comerciais, o período corresponde ao dobro do prazo de Controvertem os autores acerca da natureza jurídica do depósito ban-
poupança. Nestes períodos o interessado deve poupar cerca de metade do cário, alinhando, pelo menos, três teorias: a do depósito irregular, do mútuo
valor do imóvel que pretende comprar para ter direito a uma carta de e a do contrato inominado original ou sui generis.
crédito com o financiamento do valor restante.
De depósito irregular não se trata, porquanto nele o elemento essenci-
Os poupadores podem comprar imóveis residenciais ou comerciais no- al é a guarda da coisa fungível (CC, art. 1.280), e no bancário, o propósito
vos ou usados, ou terrenos. Os créditos poderão ser utilizados para ampli- do depositante não é tanto a custódia do dinheiro, mas o de estabelecer
ação, reforma ou construção do imóvel. uma relação creditícia com o banco, donde haver interesse deste, na
qualidade de depositário.
Nos contratos entre bancos e poupadores é que são fixados os valores
dos depósitos de poupança, a forma de sua correção e sua periodicidade E a diferenciação com o mútuo se estabelece porquanto nele o estabe-
(mensal, trimestral, semestral etc...), o mesmo acontecendo com as lecimento de prazo em favor do mutuário é essencial e, no depósito bancá-
condições de financiamento. rio, o depositante pode sacar total e imediatamente (salvo nas modalidades
pré-aviso e a prazo fixo), "sendo o uso, que do dinheiro depositado pode
Não está sujeita ao encaixe obrigatório (compulsório) Caderneta de fazer o banco puramente conexo à transferência de propriedade do próprio
Poupança Rural - Caderneta Verde dinheiro". Ademais, no mútuo o interesse é do mutuário e, no depósito
bancário, do depositante.
É idêntica à caderneta de poupança livre. A única diferença entre as
duas é que os recursos por ela captados são basicamente direcionados Entretanto, como veremos adiante, essa controvérsia acerca da natu-
para o financiamento de operações rurais, e não para o crédito imobiliário. reza jurídica do depósito pecuniário é puramente acadêmica. Esta contro-
vérsia nada apresenta de interesse prático: os usos bancários precisaram o
Só estão autorizados a captar recursos através dela o BB, o BNB e o conteúdo do contrato e não é útil prosseguir no debate. Ademais, pode
BASA. frisar-se que a análise do contrato em um depósito se aproxima da psicolo-
gia das partes e do espírito do serviço de caixa: o cliente se desonera da
DEPÓSITOS A VISTA E A PRAZO guarda dos fundos e o banco sustenta a caixa do cliente".

Conceituação Repelidas as teses do depósito irregular e do mútuo, convergem os


autores para a do contrato inominado original ou sui generis.
Constituindo-se na principal operação passiva dos bancos, o depósito
pecuniário, ou simplesmente depósito, é objeto de várias definições. Assim "Como já assinalamos alhures, o que caracteriza o depósito bancário e
é que o CC italiano, em seu art. 1.834 dispõe: "Nos depósitos de uma o distingue claramente do depósito irregular e do mútuo é a intervenção do
soma de dinheiro em um banco, este lhe adquire a propriedade e é obriga- banco, na qualidade de depositário.
do a restitui-la na mesma espécie monetária, no vencimento do prazo
convencionado, ou à solicitação do depositante, com observância do É a própria natureza da relação que solicita a intervenção do banco. O
período de pré-aviso estabelecido pelas partes ou pelo uso. depósito bancário, com efeito; para que possa alcançar o feito conexo com
a possibilidade e uso do dinheiro de parte do banco, de conceder crédito,
Não discrepa desta noção, o art. 866 do Projeto de Código Civil: "Pelo pressupõe um sujeito organizado em empresa, tem o caráter da operação
contrato de depósito bancário, o banco recebe uma quantia em dinheiro, e de massa, cuja disciplina, como dissemos, é dominada pelo conceito de
se obriga a restituir ao depositante valor correspondente na mesma espé- que cada uma dessas é ligada a uma série infinita de outras."
cie".
"Predomina entretanto, a opinião de que constitui contrato típico, misto,
"Para os juristas, o depósito de fundos em banco é o contrato pelo qual formado pela conjunção de prestações características de outros contratos.
uma pessoa entrega certa soma de dinheiro a seu banqueiro, que se
obriga a lhe restituir, a seu pedido, nas condições previstas." Será um misto de depósito e mútuo, mas com tais particularidades que
se toma impraticável aplicar-se-lhe as disposições concernentes aos dois
"Costuma-se chamar "depósito" os fundos deixados pela clientela dos contratos. Rege-se, realmente, por normas próprias."
bancos", o que, em confronto com os demais e com a própria extensão do
instituto, se constitui em uma noção incompleta. Sentido Econômico

Patrimônio 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Na realidade, o aspecto pragmático do depósito pecuniário possui conta a certeza que o banco tem acerca do lapso de tempo de que pode
maior importância. que as concepções de ordem jurídica sobre o instituto, dispor das quantias para as suas aplicações.
porquanto atenta mais para o resultado da operação.
Os depósitos a prazo fixo são feitos contra simples recibo ou emissão
"Os economistas, isto é, os clientes dos bancos, têm uma concepção de certificado de depósito bancário (art. 30, Lei 4.728, de 14.07.1965),
mais extensa do depósito de fundos em banco. Para eles, os fundos depo- título de crédito equiparado a nota promissória (art. 30, § 5.°), negociável,
sitados não consistem unicamente nos fundos que o cliente entrega a seu transferível por endosso (§ 2.°).
banco, mas igualmente em toda a soma de que o cliente é credor e que
figura a crédito de sua conta. Sob certa ótica, os "fundos depositados" se O depósito de poupança é um sistema de captação de recursos
confundem com o saldo credor da conta. Esta concepção ampliada do populares, incentivado pelo governo, com a finalidade de possibilitar o
depósito de fundos traduz a realidade econômica, contábil e psicológica. financiamento de bens móveis de uso durável ou de imóveis. A esse tipo
Para o cliente, o depósito busca a livre disposição de um haver nos livros de depósito se creditam, a cada 30 dias, juros e comoção monetária,
do banco, pouco importa o processo de constituição desse haver. Sob o computada esta de acordo com a variação do valor da Taxa Referencial
aspecto contábil só existe uma realidade: o lançamento a crédito e o saldo (TR).
credor. Este saldo credor constitui a “moeda escritural."
Os depósitos de poupança são também beneficiados por deduções no
O cliente visa com o depósito bancário três resultados fundamentais: a Imposto de Renda.
guarda ou custódia de seu dinheiro; o investimento, com a conseqüente
percepção dos frutos, como os juros e correção monetária; e a disponibili- II - Quanto à forma - Pode o depósito ser simples ou de movimento. O
dade pela criação da moeda escritural ou bancária. simples, atualmente superado pela realidade econômica, é aquele em que
é única a operação de ingresso e retirada e apenas se coaduna com o
Características depósito a prazo fixo.

O contrato de depósito bancário tem como características essenciais O depósito de movimento é o que permite um fluxo contínuo de in-
ser real e unilateral. Real, porque só se aperfeiçoa com a efetiva entrega gressos e retiradas, pelo que se diz que o cliente movimenta a conta, daí o
do dinheiro ou seu equivalente ao banco. seu nome. As retiradas são feitas por ordem de pagamento ou cheques.

“Tal entrega é o elemento constitutivo do negócio, iniciando-se com ela III - Quanto à titularidade - Levando-se em consideração a pessoa do
os efeitos próprios do contrato, a transferência de propriedade do dinheiro titular, o depósito pode ser: individual e conjunto. Depósito conjunto é
do depositante ao banco e a obrigação deste último à restituição. aquele constituído a benefício de várias pessoas, podendo ser simples e
solidário.
Feita, portanto, a hipótese de que o cliente se empenhe a depositar
uma certa soma e o banco a recebe-la, ter-se-á um pactum de contrahen- Simples é aquele em que o beneficiário pode retirar sozinho apenas o
do, não um contrato de depósito, com a conseqüência de que enquanto correspondente à sua quota, sendo que o total do depósito só pode ser
não tenha lugar a numeratio pecuniae o fisco da perda do dinheiro rema- levantado por todos os titulares. Mais usual, porém, é o depósito conjunto
nesce a cargo do depositante." solidário, em que cada titular pode, sozinho, fazer retiradas, tendo o direito
de exigir do banco a importância total, e esse, a entregando, se libera em
É unilateral, porquanto gera obrigações apenas da parte do relação a todos.
depositário.
"Foi dito que o depósito bancário é um contrato unilateral, porque à o- Interessante examinar alguns efeitos jurídicos do depósito conjunto so-
brigação do banco de restituir o dinheiro depositado, não se contrapõe lidário: "Essa forma de co-titularidade é naturalmente preferida àquela
qualquer obrigação a cargo do depositante." simples, porque confere a cada titular um direito que não é limitado em seu
exercício pelo igual direito dos outros, e que sobrevive à morte ou à super-
Nem se veja nos cuidados a que se obriga o depositante na matização veniente incapacidade de agir de um dos cobeneficiários. Qualquer que
dos saques uma bilateralidade do contrato, porquanto essa obrigação não seja a natureza da obrigação solidária ativa, é certo que a morte de um dos
decorre do contrato de depósito, mas do direito aos levantamentos, co-credores não faz desaparecer a solidariedade (do lado ativo) em relação
aos co-credores supérstites como dos herdeiros, tomados unitariamente.
Como característica acessória, diz-se que o contrato de depósito ban- De fato, apenas quando os herdeiros ajam singularmente, o crédito solidá-
cário é oneroso ou gratuito, conforme haja, ou não, pagamento de juros e rio se divide em partes iguais entre esses herdeiros.
outros benefícios para o depositante (para o depositário, a vantagem é
sempre existente e consiste na aplicação que o banco faz do dinheiro, No caso de penhora de parte do credor de um dos titulares de um
embora haja quem entenda que "derivando ela da massa de operações depósito conjunto desta natureza, a medida atinge não a inteira soma do
que o banco executa, ela se realiza fora da estrutura do simples contrato e depósito, mas apenas a quota atribuível a seu devedor, porque a
não há assim, influência para determinar a onerosidade"). solidariedade do lado ativo, que vem a se constituir entre os vários
beneficiários do depósito, não dá lugar a um único crédito, de que sejam
Modalidades contemporaneamente titulares os mesmos beneficiários, mas a uma série
de relações obrigatórias claramente distintas. Ora, o credor de um dos
Podemos classificar as várias modalidades de depósito bancário beneficiários, pela conexão que vem a estabelecer-se entre o seu direito e
conforme o objetivo "econômico", a forma e a titularidade. aquele dos outros beneficiários, não pode referir-se à facultas exigendi
atribuível a seu devedor, para pretender agredir junto ao banco o inteiro
I - Quanto ao objetivo, ou seja, o escopo econômico visado pelo importe da prestação devida a todos co-beneficiários solidários; mas pode
depositante, o depósito pode ser: a vista, a prazo e de poupança. atingir apenas a quota atribuível a seu devedor'.

Depósito a vista é aquele que fica a disposição do depositante para ser Formas Anômalas De Depósito Bancário
sacado a qualquer momento.
O que alguns autores denominam de depósitos vinculados ou especi-
Depósito a prazo é o suscetível de retirada só depois de decorrido um ais são, na realidade, como bem anotou Giacomo Molle, formas anômalas
certo termo prefixado no contrato (a prazo fixo) ou estabelecido posterior- de depósito bancário, porque não se reduzem aos elementos da conceitu-
mente pelo depositante em uma notificação ao banco (aviso prévio), que, ação desse contrato.
conforme o item 10 da Resolução 15, do Banco Central, de 28.01.1966, é
de 30 a 120 dias. Nas duas formas de depósito a prazo, o depositante tem Assim, "os chamados depósitos transitórios ou contas de passagem,
direito a juros, e a correção monetária no de prazo fixo, levando-se em formados por somas que o banco detém por conta do cliente em razão de

Patrimônio 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
peculiares relações de mandato, comissão, etc., somas que permanecem Além disso, não podem ser prorrogados mas, renovados de comum
confiadas às suas mãos como bem de terceiros, e que portanto não podem acordo, por nova contratação.
receber uma destinação diversa daquela própria da relação que lhe dá
causa. Os RDB podem ser rescindidos em caráter excepcional desde que
com o de acordo da instituição depositária. Neste caso só pode ser
Não dão, igualmente, lugar à constituição de depósitos bancários as devolvido o principal.
somas que sejam versadas ao banco para obterem a emissão de cheques
circulares (bancários). Mesmo no caso dos CDB existirá, na venda antes do prazo final, uma
perda de rentabilidade, já que o comprador, no caso a instituição financei-
O mesmo deve dizer-se dos assim chamados depósitos caucionários . ra, exigirá um spread ou deságio para gerar liquidez.
de dinheiro, que não mudam sua natureza de penhor irregular, pelo fato de
que venham constituídos junto a um banco. Para circular a rentabilidade líquida de um CDB, será necessário calcu-
lar o imposto de renda (IR) incidente sobre o ganho de capital que, até
Enfim, também os depósitos com escopo de cumprimento extrapolam 31/12 /94 estava sujeito a uma taxa de 30%. O ganho de capital era calcu-
do âmbito dos depósitos bancários, em razão da função que lhes é impres- lado sobre a variação mensal da Ufir (unidade fiscal de referência). De
sa pelo depositante". 01/01/95 até 31/12/95, a rentabilidade líquida era obtida aplicando-se uma
alíquota de 10% de IR sobre o ganho nominal. A partir de 01/01/96, a
Capacidade do Depositante alíquota de IR, sobre o ganho nominal, passou a ser de 15%.

Inserindo-se no campo contratual, o depósito bancário se submete às


regras gerais da capacidade previstas no Código Civil. Assim, em princípio, OBRIGAÇÕES PÔR EMPRÉSTIMOS
só os maiores de 21 anos, ou os legalmente emancipados na forma do §
1.°, art. 9.°, do CC, bem como as pessoas jurídicas poderão efetuar depó-
sitos e manter contas em bancos. E os menores, entre 16 e 21 anos, a teor Os empréstimos são a fonte de quase todo o lucro dos bancos. Esta,
do art. 384, V, deveriam ser assistidos de seus pais ou tutores (art. 426, 1). portanto, é uma função vital para qualquer estabelecimento de crédito.
Entretanto, o Decreto 24.427, de 1934, autorizou os menores com, pelo Nem todos os bancos, no entanto, operam com todos os tipos de emprés-
menos, 16 anos a abrir e movimentar depósitos, exclusivamente na Caixa timos.
Econômica Federal. Não vemos porque a permissão, por uma questão de
eqüidade, não deva ser estendida às demais entidades bancárias. Entre- Aval
mentes, uma solução de ordem prática existe, consistente na autorização
dada pelos pais, por carta, para que os menores, nessa faixa etária, movi- Ao pedir empréstimo em um banco, o cliente tem de assinar uma nota
mentem livremente os depósitos, dado que, premidos pelas necessidades promissória:
da vida hodierna (trabalho, estudo) muitas vezes não residem eles com os
pais. O banco, no entanto, não se satisfaz com a garantia de uma única as-
sinatura. Ele normalmente exige que duas outras pessoas assinem a nota
Abandono promissória, respondendo também, desta maneira, pela divida assumida.

Tratando-se de obrigação pessoal, o direito de reclamar os haveres O "aval" é este compromisso que uma pessoa assume com a sua as-
em depósito deveria prescrever em vinte anos, conforme o art. 177 do CC. sinatura num titulo. A pessoa que assina é chamada de "avalista".
Entretanto, norma especial, qual seja a Lei 370, de 04.03.1937, e seu
regulamento,- Dec. 1.508, de 17.03.1937, prescreve que se consideram No caso de o devedor deixar de pagar a divida, os avalistas terão de
abandonados os valores em depósito quando a conta ficar sem movimento fazê-lo.
durante trinta anos, devendo ser recolhidos ao Tesouro Nacional.
Se num mesmo titulo houver vários avais sobrepostos, todos serão
A matéria relativa à prescrição dos depósitos bancários é destituída de considerados simultâneos, não havendo diferenciação em Importância ou
interesse prático, porquanto freqüentemente se praticam atos interruptivos, sucessão.
como a remessa periódica de extratos de conta, pagamento de juros etc.
Aval de Aval
CDB, RDB, OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMO
O aval dado a um avalista é chamado de "aval de aval".
O certificado de Depósito Bancário, o famoso CDB e o Recibo de De-
pósito Bancário, o RDB, são os mais antigos e utilizados títulos de capta- Garantia
ção de recursos pelos bancos comerciais, bancos de investimento, bancos
de desenvolvimento e bancos múltiplos que tenham uma destas carteiras, Nem sempre o banco aceita a garantia dada apenas pela Nota Pro-
sendo oficialmente conhecidos como depósitos a prazo. missória. Às vezes ele exige a hipoteca de imóveis, a entrega de bens em
caução ou penhor ou, ainda, a entrega de valor em semovente (gado ou
Os recursos captados através desses instrumentos são repassados outro animal) ao banco. Explicaremos logo a seguir os diversos tipos de
aos clientes na forma de empréstimos. garantia, antecipando, porém, que a Nota Promissória é conhecida como
"garantia pessoal" e as demais como "garantia real".
O prazo mínimo é de 30 dias para os títulos prefixados, que embutem
uma expectativa inflacionária na taxa nominal, já que o ganho real (nominal Hipoteca
- inflação) só será conhecido no dia do resgate.
Na hipoteca, o proprietário, transfere para o banco o direito sobre o
Para os títulos pós fixados em TR o prazo mínimo é de 4 meses data a imóvel (casa, terreno, apartamento) enquanto não liquidar a sua divida. Se
data. após o prazo convencionado, o devedor não saldar o seu débito, perderá
definitivamente os direitos sobre o imóvel hipotecado.
CDB é transferível (resgatado, a critério da instituição financeira, antes
do vencimento) por endosso nominativo (endosso em preto), desde que Até é liquidação ou execução da divida o devedor tem direito ao
respeitados os prazos mínimos. O endossante responde pela existência do usufruto dó Imóvel, podendo habita-lo ou aluga-lo.
crédito mas, não pelo seu pagamento.
A hipoteca para ter validade, deve ser feita através de contrato por es-
critura pública. O próprio banco, normalmente, se encarrega de verificar a

Patrimônio 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
legitima propriedade do imóvel e de registrar a escritura hipotecária no modalidade de mandato mercantil. Regula a espécie os arts. 140 a 164 do
Registro de Imóveis. C. Com., sendo aplicáveis subsidiariamente as disposições do Código Civil
e, em se tratando de mandato em endosso, a lei especifica que regula o
O Imóvel Hipotecado titulo de crédito em que o mesmo ocorra.

O imóvel dado como garantia de um empréstimo não precisa ser ne- Conteúdo Obrigacional
cessariamente propriedade do devedor. Qualquer pessoa pode hipotecar o
seu imóvel em favor de um terceiro. Neste caso o legitimo dono permanece O mandato se perfaz com o endosso por parte do mandante e a acei-
com o direito de posse, sendo-lhe vedado apenas fazer a sua alienação. tação pelo mandatário. Não havendo proibição de novo endosso, o substa-
belecimento de poderes iguais ou mais limitados é tacitamente consentido,
O mesmo imóvel pode ser hipotecado várias vezes. No caso de exe- não podendo gerar prejuízos a terceiros de boa-fé. Entre mandante e
cução de uma divida por diversos credores, terá preferência aquele que mandatário, todavia, vale a redação do art. 146 do C. Com. Pelos atos do
primeiro recebeu o imóvel em garantia. mandatário contidos dentro do mandato responde o mandante, sendo,
pelos que excederem, responsabilizado o próprio autor, como se se tratas-
Nos financiamentos do Sistema Financeiro Habitacional, a hipoteca é se de gestão de negócios, bem como por aqueles nos quais atue em nome
feita sobre o próprio imóvel financiado. próprio, ainda que por conta do mandante. O mandatário tem direito de
retenção sobre bens objeto do mandato, por divida do mandante perante si
decorrente dessa operação.
OPERAÇÕES ACESSÓRIAS
O mandatário se obriga a exercer o mandato com zelo e proficiência,
ORDENS DE PAGAMENTO, COBRANÇA, GARANTIAS BANCÁRIAS, respondendo por todo e qualquer dano que possa causar e que decorra de
RECOLHIMENTO E ENTREGA DE NUMERÁRIO A DOMICÍLIO, prestação de serviço negligente, inábil e incompetente. O mandante assu-
CARTÕES MAGNÉTICOS E DE CRÉDITO me a obrigação de prover as despesas decorrentes do encargo a que foi
incumbido o mandatário e a ressarcir os gastos por este suportados na
execução das tarefas encomendadas.
COBRANÇA
Extinção
Conceito
A cobrança se extingue pelo cumprimento do mandato, por comum
A cobrança de títulos e documentos é serviço que os Bancos normal- acordo, mediante distrato, por revogação do mandato, por denúncia do
mente colocam à disposição de seus clientes. Operando com títulos cam- mandatário ou por morte de qualquer das partes, a partir do conhecimento
biários e cambiariformes, como instrumento formal de seus negócios do fato, salvo morte do mandante, em que já tenha o mandatário iniciado o
financeiros, as instituições bancárias necessitam manter serviço próprio de cumprimento do mandato, em negócio que não admita interrupção sob
cobrança, montando, para isso, carteira especializada e pessoal treinado pena de prejuízo aos sucessores.
para o desempenho desse mister. Unindo, portanto, a necessidade de
defender os próprios créditos, à exigência de maximizar o desempenho da CARTÕES DE CRÉDITO
equipe técnica, combatendo possível ociosidade, abrem as portas à pres-
tação de serviços a terceiros, angariando clientes, reforçando a captação e Conceito
diminuindo o custo do dinheiro.
Este nome exprime várias realidades jurídicas. Em sentido amplo pode
O contrato de cobrança é negocio jurídico de outorga de poder, que significar: 1. cartão de credenciamento para acesso: a) à conta-corrente; b)
tem fim específico e conteúdo limitado. a crédito previamente aberto junto ao próprio emissor ou a terceiro; e 2.
cartão de garantia de cheque.
Natureza jurídica
Como nosso objeto de estudo é o cartão de crédito bancário, interes-
A natureza jurídica da cobrança é a do mandato sem representação. O sa-nos aprofundar o conhecimento relativo ao instituto que consiste funda-
cobrador age como mero intermediário, alguém autorizado à prática de mentalmente na hipótese 1, b, 2.a parte, isto é, cartão de credenciamento
atos de preservação de direito e de quitação, sub-rogação, cessão ou outro para acesso a crédito previamente aberto junto a terceiros, que envolve
de conteúdo equivalente. O titular do crédito por ele não se faz presente. relações pelo mínimo trilaterais. Este tipo em sua evolução terminou por
incorporar o referido em 1, a, cartão de credenciamento para acesso à
Se a cobrança contratada for de títulos de crédito cambiários ou conta-corrente (cartão saque) e o 2, cartão de garantia de cheque.
cambiariformes o mandato é outorgado pela formalização de endosso-
mandato, sendo possível a sub-rogação do mandatário, pelo substa- Em sentido estrito cartão de crédito é o objeto material, normalmente
belecimento através de outro endosso, caso não haja proibição expressa. um retângulo de plástico, que identifica o acreditado em qualquer das
Nestes casos, o chamado borderô de cobrança atua apenas como relação hipóteses dos sistemas acima indicados.
dos títulos entregues ao e recebidos pelo cobrador.
Importa-nos, portanto, é mergulhar na direção do institucional, do ne-
Se, como sói acontecer no sistema bancário brasileiro, o endosso para gócio jurídico complexo, formado por vários contratos. Assim visto, o cartão
fins de cobrança ocorrer sob a forma de endosso-pleno, teremos que a de crédito é um sistema operacional de credenciamento dirigido ao consu-
outorga do mandato deu-se extracambiária ou extracambiariformemente. E mo, que reúne clientes do emitente, constituídos por comerciantes e con-
então ou está no borderô o contrato ou este é tácito, funcionando o endos- sumidores. Visa manter uma clientela cativa, fortalecendo o conglomerado
so-pleno como endosso-fidúcia. Esta modalidade, se por um lado, facilita a financeiro ao qual é filiado, oferecendo em troca qualificado serviço de
negociação bancada (a cobrança pode converter-se em desconto ou segurança e desregulamentação do crédito.
antecipação ou caução etc.), por outro, expõe o endossatário a ser deman-
dado em nome próprio como se fosse o titular do direito creditório, não Natureza Jurídica
podendo escapar às exceções que lhe forem próprias.
Não haveremos de misturar os tipos de cartões de crédito. Todos eles
É contrato oneroso, sendo cobrada comissão pelo serviço. Via-de- são, como coisa material, cartão de credenciamento e especialmente o
regra é unilateral por estabelecer obrigações somente para uma das par- acreditivo (credit cards), embora com características para não ser, tornou-
tes, todavia, pode tornar-se bilateral imperfeito, especialmente se mal se, porque o sistema tem sido omisso, título de legitimação erroneamente.
sucedido, tendo gerado despesas. Além disso, é consensual, só sua eficá- Todos eles identificam o usuário e o apresentam como digno de crédito. Os
cia é que depende da entrega da coisa, instantâneo e típico, constituindo cartões, como coisa física, não passam disso, produzindo o mesmo efeito.

Patrimônio 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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se dissequem todas as relações que se perfazem totalmente para opera-
O alcance de cada tipo será determinado pelas relações jurídicas que cionalizar o cartão. São elas de três espécies.
lhe geraram. O que os fará diferentes serão os contratos que os dotarão de
conteúdo diverso. A primeira a se constituir ontogeneticamente vincula a instituição emi-
tente ao comerciante ou prestador de serviços disposto a abrir-lhe crédito,
Assim, v. g., o cartão de garantia de cheque constitui uma credencial a tornar-se cliente e a aderir ao sistema, sujeitando-se às normas opera-
de certa categoria de usuário de cheque. Mas o que irá determinar a acei- cionais. Este abre crédito em bens ou serviços à administradora do cartão.
tação do respectivo cheque que garante é um contrato de garantia de Ou o crédito é em favor de terceiro incerto, mas realizado em nome e por
cheque firmado pelo emitente do cartão e o estabelecimento conveniado. conta do creditado emissor ou é em favor do próprio emitente que o usará
Ele é apenas uma chave, um instrumento que incidindo no campo das através de procurador, usuário.
relações contratuais movimenta-o. Constitui-se praticamente numa senha.
Reúne, pois, duplo aspecto: de credencial e de senha, sintetizado numa só A segunda, pela ordem da montagem estrutural, é a que estabelece di-
unidade. É um cartão de credencial/senha. reitos e obrigações entre instituição emitente e cliente-usuário, e que se
consuma pela identificação, credenciamento e abertura de crédito rotativo
O cartão para saque bancário ou em caixas automáticas é, como todos para saque de dinheiro e/ou compra de mercadorias e/ou serviços nos
os demais, credencial. Mas não contém senha. Sua eficácia, todavia, fica estabelecimentos conveniados. Vale observar que o saque de dinheiro é
dependente da adjudicação de uma senha que o usuário dispõe e só ele função enxertada no cartão acreditivo, não fazendo parte de seu conteúdo
sob sigilo. Toda atenção é pouca para este detalhe. O saque eletrônico - e jurídico essencial.
não o cartão de saque como se tem dito por aí - é meio de pagamento que
substitui o cheque. E o que faz as vezes da assinatura que se põe no A terceira e última é que constitui o verdadeiro acreditivo, na relação
cheque no saque eletrônico é a senha. Por trás do cartão de saque há de compra e venda entre usuário do cartão e estabelecimento conveniado,
contratos de conta-corrente e/ou depósitos envolvendo o usuário e o com estipulação de terceiro, no caso a instituição emitente, para ocorrer o
sacado. pagamento. Afasta-se do acreditivo, inovando-o, apenas no aspecto libera-
tório do usuário.
Já o cartão de crédito emitido por um estabelecimento a favor de clien-
te; para uso exclusivo na relação entre ambos, representa uma abertura de Desta forma, temos que o cartão de crédito bancário é um negócio ju-
crédito facultativa em bens ou serviços. Muitas vezes ou geralmente é rídico complexo, de que participam no mínimo três partes. É contrato de
resultado de uma oferta unilateral, sem qualquer conteúdo obrigacional. duração, adesão, oneroso, comutativo, atípico.

O mais importante dos cartões de crédito, único a justificar estudo es- Conteúdo Obrigacional
pecífico, e que constitui um instituto jurídico, é o cartão acreditivo que
forma um sistema que em bases mínimas já nasce pela criação de rela- O emissor do cartão obriga-se perante o estabelecimento conveniado
ções trilaterais. Se outra parte ou outras às três originais se juntar, esta(s) a fornecer-lhe o material de expediente apropriado e a pagar-lhe as faturas
excepcionará(ão) o negócio jurídico especifico do sistema de credit cards, que lhe sejam apresentadas nas condições e prazos previstos contratual-
será(ão) aderente(s) ao complexo, realizará(ão) negócio suplementar ou mente, resguardando-o das fraudes ou irregularidades que não possa
negócio autônomo aderente. razoavelmente constatar. E obriga-se perante o usuário a garantir-lhe o
funcionamento do sistema para uso do qual cobra a prestação de serviços
No Brasil não se faz distinção entre cartão de crédito e cartão de e a garantir-lhe a segurança operacional uma vez avisado do roubo ou
débito ou pagamento, porque ambos convivem em nosso sistema sob a extravio do cartão.
denominação correta de cartão de crédito. Entre nós são na realidade O estabelecimento conveniado obriga-se para com o emissor a vender
cartões mistos, tendo em vista que em alguns países, como v. g. a França, para o usuário pelo mesmo preço praticado nas vendas à vista; a observar
essas modalidades não convivem, sendo chamamos impropriamente, o limite de crédito do usuário e só ultrapassa-lo quando especialmente
cartão de débito ou de pagamento àquele que deve ser pago integralmente autorizado pelo emitente, pagando-lhe por ocasião da liquidação das
quando da apresentação da fatura e de crédito o outro cujo pagamento faturas a comissão devida por sua participação no sistema. Obriga-se
pode ser parcelado. A impropriedade reside no fato de confundirem o ainda - coisa que na prática não vem sendo cumprida sem risco algum - a
débito que diz respeito à fatura, constituindo seu conteúdo, com o cartão identificar o portador do cartão, controlando seu prazo de validade e inexis-
que só tem como finalidade propiciar crédito, pois o usuário ao usá-lo tência de restrições pelo exame e cotejo com as listas que lhe são envia-
compra bem ou serviço com pagamento diferido. das pelo emissor.

Acima ficou dito que o verdadeiro cartão de crédito nasce em bases O usuário obriga-se perante o emissor a assinar as faturas de suas
mínimas trilateral, porque sem as três partes não se tem o acreditivo. E se compras e a pagá-las quando lhe forem apresentadas na forma ajustada
admite suplementação é só de parte de cartões de crédito imperfeitos, os contratualmente e/ou fixada pela lei, bem como a ocorrer a liquidação dos
não bancários, que demandariam uma fonte de financiamento alheia para o encargos que lhe são devidos pela sua participação no sistema, avisando-
prolongamento do prazo de pagamento dos débitos, isto é, para seu parce- lhe de eventual roubo, perda ou extravio do cartão, respondendo pelo
lamento. Nessa hipótese o emissor é entidade não pertencente ao sistema eventual uso indevido que até essa data possa ter havido. Obriga-se da
financeiro que toma junto a Banco empréstimo em nome de seu cliente, mesma forma pela liquidação das faturas de responsabilidade dos cartões
repassando-lhe os encargos financeiros. Porém, o negócio permanece adicionais que tiver solicitado.
circunscrito entre ambos e estranho ao negócio jurídico complexo do cartão
de crédito. De qualquer sorte a responsabilidade pelo pagamento da fatura Responsabilidade Civil
perante o vendedor do bem ou do serviço é o estabelecimento emissor, tal
qual ocorre entre os cartões perfeitos, bancários. A questão da responsabilidade civil com relação ao furto, perda ou ex-
travio do cartão tem sofrido notável evolução. Em seus primórdios, a res-
O sistema operacional do cartão de crédito é composto por um conjun- ponsabilidade pesava exclusivamente sobre o usuário até que sua comuni-
to de três negócios jurídicos que regem e disciplinam as relações distintas cação fosse incluída nas listas negras e estas chegassem a seu destino,
entre as três partes envolvidas, formando os lados de um triângulo. aos estabelecimentos conveniados. Porém, a clara compreensão de que
diante do universo de usuários do sistema os casos da espécie são inex-
Diversas teses produziu a doutrina para explicar a natureza jurídica pressivos, não tendo significação econômica, os estudiosos do problema
dessas relações. Apontaram para a assunção de dívida, a cessão de passaram a entender que era um risco imanente ao próprio negócio que
crédito, a sub-rogação, a estipulação em favor de terceiro, o mandato, meio bem poderia ser administrado pelo emissor, ou absorvendo o prejuízo ou
de pagamento, ordem de pagamento, título de crédito e muitas outras. contratando seguro. A prática mostrou também que na maioria dos casos o
Entretanto, vê-se que qualquer dessas teses olha apenas para um dos mau uso não teria acontecido se o estabelecimento conveniado não tivesse
lados do triângulo, enxergando somente uma única relação. É preciso que agido com negligência. Acresça-se a isso o fato de não se saber se o

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usuário não fosse compelido a firmar contrato de adesão, se teria aceito a  Troca de informação constante com os bancos via home banking
cláusula que o responsabiliza e permite que o dano causado pela negli- para obter extratos, aplicar, resgatar, transferir fundos entre contas,
gência de associado do instituidor lhe seja transferido. bloquear cheques, pedir talões e muito mais. Neste item sobressai a
Central de Atendimento Telefônico.
Sensível a esse questionamento, doutrina e jurisprudência começaram
a repensar o direito e a reposicionar-se, o que obrigou o emitente a mudar Atualmente, inclusive, já estão disponíveis bancos com atendimento
a cláusula, fazendo cessar a responsabilidade do usuário no momento da totalmente remoto, incluindo até a remessa de numerário ao cliente. Como
comunicação do fato imprevisto e indesejado. exemplo podemos citar o Banco Direto e o Banco Um.

Vê-se na prática o total desinteresse do comerciante com a identifica- Garantias Bancárias


ção do usuário e, algumas vezes, com o exame comparativo da assinatura.
Ora, isso faz parte de sua obrigação contratual, pois não basta a condição As garantias prestadas pelos Bancos em favor de seus clientes são,
de portador do cartão para o exercício do direito, sendo exigível que dete- normalmente, garantias de natureza pessoal que se apresentam sob as
nha a titularidade. O cartão é intransferível. Legitimidade e titularidade características seguintes: acessórias ou não-acessórias; nacionais ou
andam sempre juntas neste caso. O instituidor poderá, havendo conveni- internacionais.
ência, voltar-se contra o estabelecimento conveniado para ressarcir-se do
dano que a desídia deste lhe venha causar. As garantias pessoais são aquelas em que o banqueiro se vincula
pessoalmente. Constituem-se geralmente por instrumentos conhecidos
Bastará, portanto, ao usuário desapossado do cartão proceder o pela expressão "cartas", tais como cartas de crédito, cartas de fiança,
registro policial da ocorrência e comunicar imediatamente o emissor de cartas de garantia etc. Podem ocorrer através do crédito de aceitação, pela
forma inequívoca, de preferência por escrito para fins de prova, fazendo aposição de aceite em títulos de crédito.
cessar assim sua responsabilidade.
Sendo garantias prestadas em âmbito nacional, seguem disciplina co-
Inadimplemento e Extinção mum, mantendo o caráter acessório do negócio de garantia. A carta de
fiança é fiança, sendo regulada pelas normas que lhe são próprias. A carta
Inadimplindo o usuário tem o emitente contra ele execução do título de crédito constitui-se em um acreditivo já estudado anteriormente. Da
extrajudicial com base no próprio contrato, bastando juntar a ele o(s) mesma forma o crédito de aceitação foi abordado como empréstimo de
extrato(s) não pago(s). Mesma execução tem o estabelecimento firma.
conveniado contra o emissor se este deixar de atender ao pagamento de
seu crédito oriundo das vendas. A base jurídica é o contrato. Outra espécie Já os negócios internacionais apresentam conteúdo próprio diferencia-
de inadimplemento contratual dará ensejo à resolução ou à denúncia; por do, pois não se deixando jungir por um sistema jurídico uniforme, mostram-
qualquer das partes, sendo recomendável notificação com prazo de 10 dias se vacilantes em muitas questões. Formam-se então pela prática diuturna
da recepção (art. 137 do C. Com.) do comércio exterior, apoiada nos usos e costumes profissionais, nas
regulações através de fórmulas, de contratos-tipo, na jurisprudência arbitral
CONCEITO DE REMOTE BANKING e em diretrizes traçadas por organismos especializados como é caso da
Câmara de Comércio Internacional ou organizações como a ONU, a CEE
Dentro do processo de redução de custos de intermediação financeira, etc.
os bancos, mais recentemente, concluíram sobre a importância de reduzir
o trânsito e a fila de clientes nas agências e, como conseqüência, o inves- Por força dessa condição, diversas fórmulas, destinadas a suprir defi-
timento necessário em instalações de atendimento. ciências em matéria de segurança jurídica, ganharam notoriedade, caindo
no agrado dos internacionalistas e adquirindo aos pouco exegese comum,
Dessa forma, foi intensificado o atendimento remoto (fora das formando praticamente um corpo de normas uniformes, chamado ex mer-
agências), segmentado pelo tipo de serviço prestado pelos bancos. catoria. A livre escolha das partes no contrato invocando Regras e Usos
Uniformes organizados pela CIC vinculam o julgamento das contendas à
 Saques de Dinheiro disciplina eleita.
- Pontos de atendimento externo tipo rede banco 24 horas
- Pontos de atendimento interno em empresas tipo balcão eletrônico Essa prática tem afastado as garantias bancárias internacionais da
- Pontos de atendimento externo através de cartão magnético ou disciplina tradicional da fiança, retirando-lhes o caráter de acessoriedade.
cheque trocados em redes de posto de gasolina, redes de lojas, tipo São conhecidas pelo nomen juris "garantias".
Autocaixa Shell e Rede Drive Thru do Citibank.
- Envio de recursos em domicilio através de courier Costumam ser divididas em duas principais espécies, tendo em vista o
fim a que se destinam: garantias de pagamento e garantias de execução.
 Depósitos fora do caixa dos bancos As garantias de pagamento compõem-se de cartas de crédito, constituindo
- Depósitos nas redes tipo banco 24 horas negócio acreditivo. São garantias autônomas, sem qualquer acessoriedade
- Depósitos expressos em caixas coletoras " ou contaminação com o negócio subjacente. Importa em vinculação trian-
- Depósitos em cheque pego na casa dos clientes . gular, com o concurso eventual de um quarto figurante, sempre Banco
correspondente. São conhecidas pela denominação on open acount (conta
 Entrega em domicilio de Talões de Cheque aberta), emitidas em três modalidades: a) o vendedor recebe antes de
- Em mãos embarcar o produto; b) o comprador paga antes de receber, mas depois de
- Via correio olhar o produto; e c) o comprador paga contra recebimento da mercadoria.
Referidas garantias ou são incondicionais, exigíveis à primeira solicitação,
 Pagamento de contas fora do caixa dos bancos ou condicionais, dependentes de comprovação documentária do inadim-
- Terminais de auto-pagamento. plemento.
- Coletas de contas em casa para pagamentos no banco e posterior
devolução de recibo pelo correio. As garantias de execução apresentam-se sob variadas subespécies:
- Envio das contas a pagar através dos Correios. a) Bond garante a oferta na licitação, respondendo pela obrigação de
- Envio das contas a pagar através de fax. contratar; b) Performance Bond garante a boa execução, a qual pode se
- Programação prévia de pagamentos, tipo agenda eletrônica. desdobrar em garantias menores: garantia de manutenção; garantia de
reembolso; garantia de submissão etc.
 Débito automático em conta corrente de concessionários de
serviços públicos e outras empresas
ORDEM DE PAGAMENTO

Patrimônio 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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rede. Todas as tarefas realizadas em um escritório, inclusive ditado,
Os bancos nos permitem remeter dinheiro de uma cidade para outra digitação, preenchimento de formulários, cópia, transmissão e recepção
através de "ordens de pagamento. de fax e telex, gerenciamento de microfilmes e registros, uso de telefone
e PABX recaem nesta categoria. A expressão "automação de escritório"
O mecanismo delas é muito simples. (office automation em inglês) era uma expressão popular nos anos
1970 eanos 1980, antes que o computador pessoal entrasse em cena.
 indicamos o local onde desejamos que se faça o pagamento;
 indicamos a quem desejamos que se entregue o dinheiro; Elementos do conceito
 indicamos se o favorecido (pessoa que receberá o dinheiro) O conceito de automação de escritório surgiu em meados dos anos
mantém conta no banco. Se caso positivo, podemos solicitar ao banco para 1970 nos EUA, como fruto do desenvolvimento
fazer o crédito diretamente na conta do favorecido. de computadores de processamento distribuído (onde vários usuários
podiam acessar simultaneamente um único equipamento). Baseava-se
As ordens de pagamento podem ser enviadas por: num tripé (comunicação, periféricos e inteligência artificial), sobre o qual
fizeram-se grandes avanços, mas que ainda não atingiu o estágio ideal
 carta imaginado naquela época.
 telegrama
 telefone Comunicação: além da "democratização" do uso de computadores
 telex através de terminais, um crescente número de satélites trouxe a expansão
das linhas telefônicas para comunicação internacional e transmissão de
A comissão que o banco cobrará para enviar a ordem de pagamento dados. Tudo isso permitiu a interligação dos computadores em rede e a
variará de acordo com o meio utilizado para enviá-la. implantação de incipientes escritórios "online". Num futuro não muito
remoto, acreditava-se na época, os escritórios seriam totalmente digitais -
Podemos remeter dinheiro de uma cidade para outra sem utilizar as não se usaria mais papel. Além disso, com a transmissão de voz e imagem
ordens de pagamento nos servindo de: pela rede, os usuários poderiam realizar vídeoconferências, o que reduziria
os deslocamentos físicos de funcionários e eliminaria despesas de viagem.
- cheque visado Periféricos: num escritório automatizado descrito no início dos anos
- cheque comprado. 1980, todos os periféricos estariam interligados, o que eliminaria
a burocracia e o trabalho redundante. Embora o retrabalho seja, muitas
vezes, evitado, o excesso de informações causados por todos esses
Cartório é um nome genérico que designa uma repartição pública ou periféricos interligados (telefones celulares, impressoras de
privada que tem a custódia de documentos (cartas) e que lhes dá fé públi- rede, scanners etc) não parece ter contribuído sensivelmente para reduzir
ca. a burocracia.

A palavra cartório foi cunhada em Portugal para designar o local de Inteligência: embora não tenha ainda atingido o nível de inteligência
trabalho do notário ou tabelião. No Brasil, a palavra passou a designar uma artificial, desenvolveu-se sob a forma de softwares cada vez mais intuitivos
gama maior de competências, incluindo o registro civil de pessoas físicas e e interativos, que contam com assistentes para guiar o usuário na
jurídicas, o registro de imóveis, o registro de títulos e documentos, realização de tarefas.
o tabelionato de notas, os ofícios de protesto de títulos e também os cartó- Cabe aos funcionários de um escritório utilizar seus equipamentos e a
rios judiciais onde tramitam os processos de fóruns de qualquer natureza. boa conservação dos mesmos.

PROVA SIMULADA
NOÇÕES DE USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE
ESCRITÓRIO. 01. Os princípios arquivísticos adquirem universalização a partir do seu
emprego e referência. No entendimento de alguns autores como
Um escritório costuma ser a divisão das empresas dedicada à escrita e Shellenberg, Paes e Bellotto, agregar documentos por fundos, isto é,
papéis onde as pessoas se compenetram para colocação do correio em reunir todos os títulos (documentos) provenientes de um corpo, de um
ordem, das obrigações fiscais, mas também pode ser em uma casa o local estabelecimento, de uma família ou de um indivíduo, e dispor segun-
utilizado para efeitos recreativos e de escrita. Um papel associativo é o do uma determinada ordem os diferentes fundos é da essência do
local de arquivo dos papéis. princípio da:
a) Proveniência;
É composto por mesa de escrita, cadeira de escritório — ambas as pe- b) Territorialidade;
ças adequadas ergonomicamente à atividade exigida de escrita. Também c) Naturalidade;
se encontra uma estante de livros, para a consulta como para arquivo de d) Temporalidade;
papéis e pastas. e) Informalidade.
Em algumas casas, onde o escritório é espaçoso, também costuma e-
02. Receber o documento, ler o documento identificando o assunto
xistir um sofá dedicado à leitura descontraída. Em algumas empresas,
principal e o(s) assunto(s) secundário(s) de acordo com o seu conte-
formas de divisão evitam os barulhos externos.
údo, localizar o código, utilizando o índice, quando necessário, anotar
Automação de escritório o código na primeira folha do documento e preencher a(s) folha(s) de
referência para os assuntos secundários são rotinas correspondentes
Automação de escritório é um conceito que envolve o uso de às operações de:
equipamentos de informática e softwarespara criar, coletar, armazenar, a) prescrição;
manipular e retransmitir digitalmente informações necessárias para a b) notação;
realização de tarefas e cumprimento de objetivos em um escritório (local de c) avaliação;
trabalho). Armazenamento de dados brutos, transferências eletrônicas e d) classificação;
gerenciamento eletrônico de informações de negócios consistem nas e) restauração.
atividades básicas de um sistema de automação de escritório. A
automação de escritório ajuda a otimizar e automatizar procedimentos 03. Muitas instituições produzem e acumulam documentos de maneira
administrativos existentes. indiscriminada, ou seja, sem critérios técnicos ou científicos, incor-
A espinha dorsal da automação de escritório é a LAN, a qual permite rendo em problemas de difícil solução para os arquivistas. Assim, ga-
que os usuários transmitam dados, correspondência e até voz através da rantir condições de conservação da documentação de valor perma-
nente; aumentar o índice de recuperação da informação; conquistar

Patrimônio 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


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espaço físico e reduzir o peso ao essencial da massa documental dos e) 60 anos, a contar da data de sua destinação.
arquivos são objetivos da:
a) descrição; 10. A competência do arquivista no desenvolvimento das atividades de
b) indexação; descrição é fundamental para uma perfeita recuperação das informa-
c) avaliação; ções. Assim, se um fundo como um todo estiver sendo descrito, deve-
d) disseminação; rá ser representado numa só descrição; se é necessária a descrição
e) codificação. de suas partes, estas podem ser descritas em separado. A soma total
de todas as descrições obtidas, ligadas numa hierarquia, representa o
04. Em qualquer arquivo, é importante estabelecer critérios que visam a fundo e as partes para as quais foram elaboradas as descrições. Tal
otimizar sua administração de maneira coerente e eficaz. Com o obje- técnica é denominada descrição:
tivo de fornecer as bases para um entendimento entre a própria insti- a) multinível;
tuição e os funcionários do arquivo permanente sobre o que deve ser b) relevante;
feito com os documentos da instituição a que dizem respeito, visando c) contextualizada;
não apenas a eliminação, mas principalmente, assegurar a preserva- d) identificável;
ção de certos documentos, cobrindo todos os documentos: os que ca- e) estrutural.
reçam de valor, como também os que possuem valor. Para atender
às necessidades da instituição e do arquivo, a sua cobertura deve ser 11. Nome, termo, palavra-chave, expressão ou código que pode ser
total. Essa noção remete à interpretação do plano de: usado para pesquisar, identificar ou localizar uma descrição arquivís-
a) descarte; tica é conhecido como:
b) destinação; a) item de série;
c) levantamento; b) parte de arranjo;
d) organização; c) ponto de acesso;
e) triagem. d) classe de referência;
e) área de relevância.
05. Os procedimentos intelectuais e físicos e os resultados da análise e
organização de documentos de acordo com os princípios arquivísti- 12. A Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística estabelece
cos denominam-se: algumas regras gerais, sendo organizadas em sete áreas de informa-
a) arranjo; ção descritiva. Dentre elas destaca-se a de registrar o código do país,
b) levantamento; de acordo com a última versão da ISO3166; o código do detentor, de
c) triagem; acordo com a norma nacional de código de detentor e um específico
d) depuração; código de referência local ou número de controle. Esses são os prin-
e) acondicionamento. cipais elementos de descrição constitutivos do código de referência
da área de:
06. A chamada unidade mínima de documentação possui o caráter da a) proveniência;
indivisibilidade, segundo Bellotto (2004), que pode ser traduzida por b) relacionamento;
um “conjunto de documentos de tipologias diferentes, cuja reunião c) determinação;
optativa é útil para documentar um fato, evento, assunto etc”. Essa é d) destinação;
a definição de: e) identificação.
a) carta;
b) ofício; 13. “Documento elaborado por meio de um computador, sendo seu autor
c) memorando; identificável por meio de um código, chave e outros procedimentos
d) dossiê; técnicos e conservados, na maioria, em memórias eletrônicas de
e) resolução. massa”, é o documento:
a) sistemático;
07. Alguns paradigmas da área arquivística permanecem ao longo dos b) mutável;
anos, pois, mesmo refutados em princípio, são corroborados mais a- c) sonoro;
diante, garantindo consistência da área. Nessa perspectiva, “a rela- d) imagnético;
ção entre a individualidade do documento e o conjunto no qual ele se e) eletrônico.
situa geneticamente” é um axioma arquivístico que se traduz como:
a) integralidade; 14. A legislação determina que “ficará sujeito à responsabilidade penal,
b) viabilidade; civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que
c) organicidade; desfigurar ou destruir documentos de valor...”:
d) simultaneidade; a) permanente;
e) funcionalidade. b) especializado;
c) intermediário;
08. O arquivo da universidade está sendo mantido sob condições adver- d) terciário;
sas e alguns fatores como: luz, temperatura e umidade relativa do ar, e) corrente.
agentes externos ao documento que são os mais responsáveis pela:
a) racionalização; 15. “Implementar a política nacional de arquivos públicos e privados,
b) prevenção; visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de ar-
c) conservação; quivo” é finalidade do:
d) restauração; a) CONAR;
e) deterioração. b) SINAR;
c) ARCAR;
09. O pesquisador do arquivo precisa acessar, para uma investigação d) UNESCO;
acadêmica, alguns documentos classificados como sigilosos, referen- e) AAB.
tes à segurança da sociedade e do Estado. O arquivista deve infor-
mar que esses documentos são restritos por um prazo máximo de: 16. Os documentos relativos às atividades-meio serão analisados, avali-
a) 20 anos, a contar da data de seu arquivamento; ados e selecionados pelas Comissões Permanentes de Avaliação de
b) 30 anos, a contar da data de sua produção; Documentos dos órgãos e das entidades geradoras dos arquivos da
c) 40 anos, a contar da data de sua movimentação; administração pública, obedecendo aos prazos estabelecidos pela:
d) 50 anos, a contar da data de sua organização; a) tabela de equivalência e transferência expedida pelo SINAR;

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b) tabela de enquadramento e definição expedida pelo SIDAR; d) fumigação;
c) tabela de prescrição e decadência expedida pelo DENARQ; e) refrigeração.
d) tabela de avaliação e extinção expedida pelo ABARQ;
e) tabela de temporalidade e destinação expedida pelo CONARQ. 25. O técnico de arquivo necessita auxiliar o arquivista na elaboração de
uma publicação, descrevendo detalhadamente os documentos previ-
17. A natureza dos documentos a serem arquivados e a estrutura da amente selecionados, visando a incluí-los num instrumento, utilizando
entidade é que determina o: critérios temáticos, cronológicos, onomásticos etc. O instrumento que
a) conjunto de classificações; deve ser elaborado é o:
b) método de arquivamento; a) índice;
c) sistema de notações; b) repertório;
d) descarte de projeções; c) guia;
e) instrumento de pesquisa. d) inventário;
e) topográfico.
18. Constituídos de documentos em curso como plano de partida ou
prosseguimento de planos para fins de controle ou tomada de deci- 26. A palavra ou o grupo de palavras retiradas diretamente de um ou
sões das administrações são os arquivos: mais documentos, para indicar seu conteúdo e facilitar sua recupera-
a) correntes; ção denomina-se:
b) intermediários; a) palavra-cópia;
c) permanentes; b) palavra-guia;
d) sigilosos; c) palavra-chave;
e) secretos. d) palavra-índice;
e) palavra-item.
19. De acordo com as regras de alfabetação, os sobrenomes que expri-
mem grau de parentesco NÃO são considerados na: 27. O art. 4º da Lei 8.159 menciona que todos têm direito a receber dos
a) precedência classificatória; órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de inte-
b) movimentação alfanumérica; resse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos que se-
c) ordenação alfabética; rão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressal-
d) tabela de codificação; vadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança do:
e) remissiva alfabética. a) Arquivo e do Congresso;
b) Homem e da Comunidade;
20. Para organização de uma massa documental constituída especifica- c) Público e da Vida;
mente de processos, o arquivista deve utilizar o método: d) Governo e da Política;
a) enciclopédico; e) Estado e da Sociedade.
b) numérico;
c) dicionário; 28. São inalienáveis e imprescritíveis os documentos de valor:
d) unitermo; a) primário;
e) geográfico. b) permanente;
c) especial;
21. Assegurar a preservação dos documentos que não mais são utiliza- d) intermediário;
dos pela administração e que devem ser mantidos, visando a um pro- e) corrente.
cesso de triagem que estabelecerá a eliminação ou o arquivamento
definitivo é a função principal do arquivo: 29. O órgão vinculado ao Arquivo Nacional que define a política nacional
a) onomástico; de arquivos é o:
b) permanente; a) SINARQ;
c) especializado; b) ABARQ;
d) intermediário; c) REBARQ;
e) estratégico. d) COLMARQ;
e) CONARQ.
22. Estabelecer os prazos de vida do documento dentro da instituição, de
acordo com os valores informativos e probatórios, é atividade da co- 30. Quanto ao gênero, os microfilmes são documentos classificados
missão de: como:
a) avaliação de documentos; a) cartográficos
b) incineração de documentos; b) iconográficos
c) restauração de documentos; c) audiovisuais
d) movimentação de documentos; d) textuais
e) preservação de documentos.
31. Ao usar o Método Numérico Simples, os correspondentes eventuais
23. Antes de eliminar documentos inservíveis para a instituição, o técnico terão a sua documentação arquivada em pastas, que constituirão
de arquivo deve recorrer ao instrumento de destinação aprovado pela uma série à parte, chamadas de:
autoridade competente, que é a tabela de: a) especiais
a) operacionalidade; b) reservadas
b) caducidade; c) miscelâneas
c) organicidade; d) confidenciais
d) temporalidade;
e) originalidade.
32. A fase da operação de arquivamento, em que é feito o arranjo dos
24. O controle de temperatura, de umidade relativa e de poluentes, por documentos, de acordo com a codificação dada aos mesmos, deno-
meio de instrumentos, com o objetivo de criar uma atmosfera favorá- mina-se:
vel à conservação dos documentos, denomina-se: a) classificação
a) monitoração; b) automação
b) climatização; c) ordenação
c) esterilização; d) inspeção

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41. Reunir, conservar, arranjar, descrever e facilitar a consulta dos docu-
33. O conjunto de princípios (análise, arranjo, descrição, avaliação, mentos oficiais, visando a torná-los úteis para fins administrativos,
transferência e recolhimento dos documentos) e técnicas a serem ob- pesquisas históricas é função do arquivo:
servadas na constituição, organização, desenvolvimento e utilização a) corrente
dos arquivos, denomina-se: b) especial
a) arquivoconomia c) permanente
b) arquivonomia d) intermediário
c) arquivologia e) especializado
d) arquivística
42. A passagem dos documentos da 2ª para a 3ª idade do arquivo,
34. O processo de análise da documentação de arquivos, visando esta- chama-se:
belecer a sua destinação, de acordo com seus valores probatórios e a) conservação
informativos denomina-se: b) recolhimento
a) arranjo c) referência
b) avaliação d) transferência
c) descrição e) encaminhamento
d) classificação
43. É obra destinada à orientação dos usuários no conhecimento e na
35. O método de seleção que permite determinar o grau de representati- utilização dos fundos que integram o acervo de um arquivo. É o ins-
vidade de um conjunto documental, segundo critério geográfico, alfa- trumento de pesquisa mais genérico, pois se propõe a informar a tota-
bético, numérico e / ou cronológico chama-se: lidade dos fundos existentes no arquivo. Este instrumento é identifi-
a) suporte cado como:
b) avaliação a) guia
c) destinação b) índice
d) amostragem c) catálogo
d) repertório
36. A Transferência de documentos dos arquivos intermediários para os e) topográfico
arquivos permanentes é chamada de:
a) triagem 44. O método de seleção que permite determinar o grau de representati-
b) seleção vidade de um conjunto documental, segundo critério geográfico, alfa-
c) descarte bético, numérico ou cronológico é o processo de:
d) recolhimento a) arquivamento
b) amostragem
37. O instrumento de pesquisa elaborado seguindo um critério temático, c) destinação
cronológico, onomástico ou geográfico, incluindo, todos os documen- d) retenção
tos pertencentes a um ou mais fundos, descritos de forma sumária ou e) seriação
pormenorizada chama-se:
a) catálogo 45. Os documentos de arquivos podem assumir, basicamente, dois tipos
b) índice de valores que de acordo com os seus conteúdos, podem ser:
c) lista a) ativo e passivo
d) guia b) probatório e fiscal
c) eventual e jurídico
38. Nos arquivos, a guarda e conservação dos documentos visando à d) transitório e definitivo
sua utilização são características da: e) administrativo e histórico
a) criação
b) função 46. A atividade de sintetizar elementos formais e conteúdo textual de
c) finalidade unidades de arquivamento, adequando-os aos instrumentos de pes-
d) localização quisa os quais se pretende produzir, chama-se:
e) importância a) destinação
b) descrição
39. A centralização dos arquivos correntes não é apenas a reunião da c) avaliação
documentação em único local, como também a concentração de to- d) coleção
das as atividades de controle de documentos. O órgão encarregado e) classificação
dessa centralização é o protocolo que concentra as seguintes ativida-
des: 47. O processo que na organização de arquivos correntes consiste em
a) arquivo, controle, análise e eliminação colocar os documentos em seqüência alfabética, numérica ou alfa-
b) expedição, controle, retenção e expurgo numérica, de acordo com o método de arquivamento previamente
c) avaliação, levantamento, movimentação e descarte adotado, é denominado:
d) recebimento, registro, distribuição e movimentação a) doação
e) planejamento, análise, implantação e acompanhamento b) avaliação
c) classificação
d) destinação
40. O método cronológico é adotado em quase todas as repartições e) distribuição
públicas. Numera-se o documento depois de autuado, colocando-o
numa capa de cartolina. Além do número, são transcritas outras in- 48. O documento, pela natureza de seu conteúdo informativo, determina
formações. Esse documento denomina-se: medidas especiais de proteção, quanto à sua guarda e acesso públi-
a) catálogo co, é classificação como:
b) protocolo a) sigiloso
c) inventário b) oficial
d) repertório c) público
e) processo d) secreto
e) urgente

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(B) Cautela
49. Segundo as normas de organização de Arquivos Intermediários, “... (C) Cambial
ainda que a documentação transferida do arquivo corrente permane- (D) Debênture
ça no arquivo intermediário...”, o acesso a ela limita-se ao órgão: (E) Câmbio Oficial
a) produtor
b) receptor 59. Dentre os requisitos apresentados, o que NÃO se aplica à duplicata é:
c) organizador (A) cláusula ao portador
d) consultor (B) denominação duplicata
e) acumulador (C) assinatura do emitente
(D) número da fatura
50. Estabelecer preceitos capazes de orientar a ação dos responsáveis (E) Praça do pagamento
pela análise e seleção do documento, com vistas à fixação de prazos
para sua guarda ou eliminação, é competência da: 60. A operação por meio da qual um banco obtém um financiamento e o
a) recepção transfere aos seus clientes denomina-se:
b) avaliação (A) título descontado
c) destinação (B) repasse
d) organização (C) redesconto
e) acumulação (D) refinanciamento
(E) transferência de financiamento
51. Representam bens e direitos:
(A) Contas de Lucros e Perdas Nas questões que se seguem, assinale:
(B) Contas do Patrimônio Líquido C – se a proposição estiver correta
(C) Contas do Passivo C – se a mesma estiver incorreta
(D) Contas do Capital Social
(E) Contas do Ativo 61. Patrimônio - Termo que designa, em direito, o conjunto dos bens,
direitos e tudo que for passível de avaliação econômica, que pertence
52. As instituições financeiras privadas fazem parte do: a uma pessoa física ou jurídica.
(A) Conselho Monetário Nacional
(B) Sistema Econômico Nacional 62. Hierarquia. - Ordem de subordinação dos poderes eclesiásticos, civis e
(C) Sistema Financeiro Nacional militares, correspondentes às diversas categorias funcionais.
(D) Ministério do Fazenda
(E) Sistema de Desenvolvimento Econômico 63. Autoridade é poder de mandar, de fazer-se respeitar e obedecer.
Originalmente, e no sentido literal, era o poder atribuído ao autor, àquele
53. O cheque com a cláusula "ou à sua ordem", denomina-se: que produz. Em sociologia, é o controle exercido por uma ou mais pessoas
(A) cheque visado ou entidades sobre outra ou mais pessoas, com base no poder atribuído a
(B) cheque nominativo determinadas posições sociais. A fonte da autoridade é, pois, uma investi-
(C) cheque ao portador dura, enquanto o prestígio, por exemplo, pode ter como fonte o sucesso, o
(D) cheque cruzado desempenho pessoal. Como é frequente a investidura de pessoas prestigi-
(E) cheque especial adas, pode ser difícil distinguir entre autoridade e prestígio.

54. É documento representativo de parte do capital de uma sociedade


anônima: 64. Eficiência - Diz respeito a relação entre insumos e produtos. Um admi-
(A) a quota nistrador mais eficiente é o que consegue produtos mais elevados em
(B) a apólice relação aos insumos necessários à sua concepção. É como uma fórmula
(C) o cheque matemática. Economicidade, produtividade.
(D) a parcela 65. Eficácia - Está relacionada ao alcance dos objetivos/resultados propos-
(E) a ação tos. É a capacidade do administrador em conseguir resultados certos pela
escolha adequada dos objetivos e meios para alcançá-los (eficaz).
55. O cheque é:
(A) uma promessa de pagamento a prazo 66. Efetividade - É conseguir ser eficiente e eficaz ao mesmo tempo, isto é,
(B) uma ordem de pagamento à vista obter o melhor resultado possível, maximizando os recursos disponíveis, e
(C) uma declaração de dívida atingir os objetivos determinados.
(D) uma certeza de pagamento 67. Produtividade.- Termo que designa, em economia, a relação entre a
(E) a transferência de valores de um banco para outro quantidade de produto obtida no processo de produção e a quantidade do
fator necessário à sua obtenção.
56. "WARRANT" é usada para designar:
(A) uma ordem de pagamento interbancária 68. A produtividade é a capacidade de produzir mais satisfatoriamente
(B) um documento para exportação (sejam bens ou serviços) com menos recursos. Isto resulta num custo
(C) uma declaração de dívida para pagamento posterior baixo que permite preços mais baixos (importante para as organizações
(D) um título de crédito descontável em bancos oficiais mercantis) ou pressupostos menores (importante para organizações de
(E) um título de penhor transferível e negociável, representativo de merca- Governo ou de Serviço Social). Em busca da competitividade as organiza-
dorias depositadas em armazéns gerais ções adotam estratégias.
69. A competitividade é a característica ou capacidade de
57. Entende-se por Letra de câmbio uma:
qualquer organização em lograr cumprir a sua missão, com mais êxito que
(A) ordem de pagamento emitida pelo credor
outras organizações competidoras. Baseia-se na capacidade de satisfazer
(B) ordem de pagamento emitida pelo devedor
as necessidades e expectativas dos clientes ou cidadãos aos quais serve,
(C) promessa de pagamento emitida pelo devedor
no seu mercado objetivo, de acordo com a sua missão específica, para a
(D) promessa de pagamento emitida pelo credor
qual foi criada.
(E) ordem de pagamento emitida pelo credor e devedor
70. Liderança é o processo de estímulo pelo qual, mediante ações
58. A Letra de câmbio em moeda estrangeira ou nacional denomina-se: recíprocas bem-sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a
(A) Nota Promissória energia humana que delas deriva se encaminha em benefício de uma

Patrimônio 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


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causa comum. Esse conceito, decorrente das contribuições do movimento 10 A 20 B 30 C 40 E 50 B
gestaltista, apoiado nas obras dos psicólogos Kurt Lewin e Kurt Koffka,
contraria o que predominava no início do século XX, segundo o qual a 51. E 61. C
liderança se vincula estritamente aos atributos pessoais do líder. Tal 52. C 62. C
conceito se expressa, de forma radicalizada, na tese do líder nato. 53. C 63. C
54. E 64. C
GABARITO: 55. B 65. C
01 A 11 C 21 D 31 C 41 C 56. E 66. C
2 D 12 E 22 A 32 C 42 B 57. A 67. C
3 C 13 E 23 D 33 D 43 A 58. C 68. C
4 B 14 A 24 B 34 B 44 B 59. A 69. C
5 A 15 B 25 B 35 D 45 E 60. B 70. C
6 D 16 E 26 C 36 D 46 B
7 C 17 B 27 E 37 A 47 C BIBLIOGRAFIA
8 E 18 A 28 B 38 B 48 A ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
9 B 19 C 29 E 39 D 49 A http://pt.wikipedia.org/wiki/Liderança

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