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5.12 (201)
Profissional de Suporte Técnico - PST - Assistente Administrativo (Cofe-
con), Profissional de Assistência ao Economista - PAE - Assistente Admi-
nistrativo (Corecon-9ª Região - PA, Corecon-11ª Região - DF, Corecon-14ª Região - MT, Corecon-15ª
Região - MA, Corecon-17ª Região - ES, 18' Região - GO, Corecon-19ª Região - RN, Corecon-20ª Regi-
ão - MS, 24ª Região - RO, 26a Região - AP), Função Auxiliar - FA - Assistente Administrativo I (Core-
con-2ª Região - SP), Profissional de Assistência ao omista
Econ- PAE - Auxiliar Administrativo (Core-
con-5ª Região - BA) e Profissional de Assistência ao Economista - PAE - Nível Pleno (Corecon-6ª Re-
gião - PR).
CONHECIMENTOS GERAIS
1 Língua Portuguesa.
1 Compreensão, interpretação e reescrita de textos e de fragmentos de textos, com domínio das relações
morfossintáticas, semânticas, discursivas e argumentativas. ........................................................................... 1
2 Tipologia textual. ............................................................................................................................................. 6
3 Coesão e coerência. .....................................................................................................................................12
4 Ortografia oficial. ...........................................................................................................................................25
5 Acentuação gráfica. ......................................................................................................................................28
6 Pontuação. ....................................................................................................................................................29
7 Formação, classe e emprego de palavras ................................................................................................... 36
8 Significação de palavras. ..............................................................................................................................31
9 Coordenação e subordinação. .....................................................................................................................54
10 Concordância nominal e verbal. .................................................................................................................57
11 Regência nominal e verbal. ........................................................................................................................58
12 Emprego do sinal indicativo de crase. ........................................................................................................30
4 Atualidades.
1 Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: desenvolvimento sustentável, ecolo-
gia, tecnologia, energia, política, economia, sociedade, relações internacionais, educação, segurança e artes
e literatura e suas vinculações históricas. ........................................................................................... Pp 1 a 34
4 Patrimônio.
Conceito. ............................................................................................................................................................ 1
Componentes. ................................................................................................................................................... 1
Variações e configurações. ............................................................................................................................... 1
Hierarquia e autoridade. .................................................................................................................................... 2
Eficiência, eficácia, produtividade e competitividade. ....................................................................................... 5
Processo decisório. ........................................................................................................................................... 5
Planejamento administrativo e operacional. ....................................................................................................10
Divisão do trabalho. .........................................................................................................................................11
Controle e avaliação. .......................................................................................................................................11
Motivação e desempenho. ..............................................................................................................................12
Liderança. ........................................................................................................................................................13
Gestão da qualidade. .......................................................................................................................................18
Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos correntes e protocolo. ..............................21
Noções de cidadania. ......................................................................................................................................33
Agentes auxiliares do comércio: operações bancárias e cartórios. ................................................................37
Noções de uso e conservação de equipamentos de escritório. ......................................................................49
APOSTILAS OPÇÃO
Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc- O TEXTO ARGUMENTATIVO
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Baseado em Adilson Citelli
Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên- discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. tipo de texto solicitado.
Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen- que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so- um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
cial e econômico . análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o ob- conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-
servador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
mais típicas desse todo. análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é
Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos am- soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
bientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visu- viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
alização das suas particularidades, de seus traços distintivos e típi- intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
cos. do ponto de vista de algo/alguém.
Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que
se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
incêndio, de uma briga, de um naufrágio. desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e
Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de
da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É pre- deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
dominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer con- relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-
vencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
TEXTO DISSERTATIVO vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- mação textual.
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
do o contexto. que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamen- ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
tais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva são).
da definição do ponto de vista do autor.
Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
sencadeia a conclusão. dão tornem esta produção altamente evocativa.
Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
e opinião. possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
a obra ou ação que realmente se praticou. rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou de- daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
uma relação interdiscursiva e intertextual.
As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en- O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa- muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
oposição, tudo isto em forma de piada. de heterogeneidade tipológica.
Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente
através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-
concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, ção, a injunção e a predição4. Travaglia afirma que um texto se define como
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocu-
ção que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero
GÊNEROS TEXTUAIS mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextualidade
intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no
Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamente
literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro.
funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um in-
forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, tercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no
convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias, lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis, na
contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis- opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descri-
tas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos ções e comentários dissertativos feitos por meio da narração.
A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu enten- Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica:
der, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na leitura, intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste pequeno heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários
ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Textual e Tipo- tipos
logia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por Marcuschi Travaglia mostra o seguinte:
(2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis para o conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações a respei- intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro
to de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia.
Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê-
Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen- neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos
são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma
o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para
capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o
produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo
de interação humana. carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes5.Ele diz,
ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco- lista de produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação
la a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários da-
favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, quele produto.
o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez
que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo- Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para
ra possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se con- designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza
cretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças especí- linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as
ficas. categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swa-
les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) Textual é usado para designar uma espécie de sequência teoricamente
defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os textos definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,
de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferentes sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22).
modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe- Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os
tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte-
apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades
apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para funcionais, estilo e composição característica.
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um
levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para, modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas
a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários. que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar
ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fa-
Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca- zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo
da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando
atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.
Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne- A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessariamen- verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
te uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se em intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os
algum gênero textual. interlocutores.
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um
Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo
feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto
falamos sozinhos.
fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso,
não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação, É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste funda- travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
mentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base existem tipos textuais e gêneros textuais.
uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação
de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda- Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
lidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade) ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os
tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
quanto no ensino médio. Dissertação.
O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo
pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em
textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do prosa.
aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado
conceituam como gêneros textuais as diversas situações
numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-
uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto
vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico.
das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi-
tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é
pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta
dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá- gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando
rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte
aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas
aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi- O Conto
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeita-
nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida- mente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio;
de do texto. segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que
dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito
Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido.
oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais
socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio
constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os
exercício da interação humana, da participação social dentro de uma socie- núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as
dade letrada. cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das
1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne- características destes personagens, assim como para as indicações de
ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa- lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.
ra selecionar os textos com os quais trabalhará.
Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem-
nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os
Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia,
ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc.
suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos,
as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-
Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica, dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie-
e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das dades: terrestres e aquáticos.
palavras.
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lingua-
O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a gem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que
que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam responde às exigências de concisão e de precisão.
os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem medi-
ante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de
polissêmico nesse contexto. adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas
no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito
A Definição juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam
Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que qualidades próprias daquilo a que se referem.
determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido
de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de
através de um processo de sinonímia. ligação - ser, estar, parecer, etc.
Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por O Relato de Experimentos
excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o
termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence, ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que
"animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que descrevem experimentos.
nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal. O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas
Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é neces-
qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem: sário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para
Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o
Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma
terminar o inverno. planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar
suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de
Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes
Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que
introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus circunstâncias obtém-se um melhor crescimento.
traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações, TEXTOS INSTRUCIONAIS
tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas
dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais
referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro
de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até
nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião.
Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e
distinguem frequentemente o discurso direto. manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas
Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro, todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função
em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi- apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva
nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida.
pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares, A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais
etc. cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucio- Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é,
nais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimen- aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
tos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a
produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instru- dimensão expressiva da mensagem.
ções. Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conheci-
As Receitas e as Instruções do, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer
marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas
organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram
um móvel, consertar um objeto, etc. em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação
que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas.
especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen- Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciati-
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), vas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as
a outra, desenvolve as instruções. dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitual- diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati-
mente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompa- vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições.
nhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
A Solicitação
As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com
verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a
farinha com o açúcar). possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
emprego, uma vaga em uma escola, etc.
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou
acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre
expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa- ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a
re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e conside-
claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados ração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com o
visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes
em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado,
que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre- Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto
quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: Politécnico a fim de solicitar-lhe...)
Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do
pode intervir outro membro da equipe. singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi-
TEXTOS EPISTOLARES ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige-
se a...).
Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito
com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho. A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primei-
Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma ro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que
empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos desig- reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por
nados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora). frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em
algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições;
Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua
forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo apelação.
das características contidas no texto.
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um
Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto
espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desen-
o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de volver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de
tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o
em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta
e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio
familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido).
a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira
ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicita-
relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo ção de bolsas de estudo, etc.
formal.
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a- Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos
presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e entre sequências textuais:
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
prido honestamente o seu papel. Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
Coesão e Coerência Textual textuais:
Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen- Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe.
te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de
constitui forçosamente uma frase. sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna- propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se
se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é transforme num texto: a conetividade2.
preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
língua. Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam- difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que
bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto. orientam a formação do discurso.
Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia- Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência
lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente,
pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras
através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor, de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações
Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có- de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual,
digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência
sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre- existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo:
dientes indispensáveis ao objeto texto. Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami-
por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia
regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência de teatro.
essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura.
regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
certos julgamentos de coerência textual. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual:
1. Princípio da Recorrência: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as recorrência restrita.
intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, - pronominalizações,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre- - expressões definidas,
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa- - substituições lexicais,
das. - retomas de inferências.
Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real- Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po-
mente fazer qualquer coisa. demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta-
do ou dedutível.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en- Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso.
quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada. As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se-
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro-
mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos. fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí- pretérito para suprimir as contradições.
cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe-
recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte-
industrial, que vive numa luxuosa vila. údo pressuposto que se encontra contradito.
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per-
2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se feitamente fiel.
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
mação semântica constantemente renovada. Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio,
enquanto a primeira pressupõe o inverso.
Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre-
constante da própria matéria. sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi-
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro ção, assume-a, anula-a e toma partido dela.
estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença.
os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em 4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne-
baixo e batia com o martelo na bigorna. cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados.
Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais. Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida
como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam
No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex- congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica. Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar.
Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin- 2 - A Silvia vai fazer um exame.
cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1.
não se pode processar de qualquer maneira.
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a- congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3.
companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su- camente.
as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil-
coisas descritos. via vai fazer um exame portanto foi estudar.
Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho- A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui
veu). um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta- de Fórmula 1.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
textuais. O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes-
Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu- dinamização de estratégias de correção.
lar.
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto técnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.
Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen- Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
samento que conduza a uma estrutura coerente. décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa- de do fato narrado.
mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual 2. Coesão:
for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria, A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
mesmo. ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela-
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras
textos dos nossos alunos. se comunicam, como dependem uma das outras.
1. Coerência: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores
Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con- compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)
sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.
um texto em que há coerência.
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor-
A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen- to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às
tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara,
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu- uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará,
posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda
eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa
concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico
anterior, perde-se a coerência textual. demora no mínimo 60 dias para ser concluído.
A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con- Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas
ser conhecido pelo receptor. (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen-
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi- anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto Socorro de Santa Cecília.
que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no
com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!). clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza
poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto da matéria fosse comprometida.
seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns
No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali- mecanismos:
dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre- a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é pro- Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
vável, não é certo, se é que. mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou
não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadei-
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, ros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que
subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a infor-
mação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e- fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
seja, aliás. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni-
de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans-
forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confir-
dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, má -la.
isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao siste-
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, ma de pensamento montado pelo falante.
enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo. A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda-
des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso
Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguinte, político.
como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez Tomemos como exemplo a seguinte frase:
que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
que, de tal forma que, haja vista. ataque soviético.
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste O conteúdo explícito afirma:
com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, — a necessidade da construção de mísseis,
embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se — com a finalidade de defesa contra o ataque soviético.
bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os sovi-
Idéias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora. éticos pretendem atacar o Ocidente.
Níveis De Significado Dos Textos:
Significado Implícito E Explícito Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase
Observe a seguinte frase: podem ser:
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. — os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético;
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita: soviéticos;
a) que ele frequentou um curso superior; — a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de
b) que ele aprendeu algumas coisas. um ataque ao Ocidente.
Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito
modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os
a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada. argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.
Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se
de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o
informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben- Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a
tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer
captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer
que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con- sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressupostos
trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
— o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce-
besse. Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica-
dores linguísticos, como, por exemplo:
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou ou
expressões contidas na frase. Os resultados vão chegar mais tarde.
Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com 1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a
a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um qual este deve ser
funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
reunidos em assembléia, que um colega de seção, do partido do governo, humanas e o respeito ao mundo natural.
além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativida-
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de de economicamente viável.
serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici- (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros
tado muito antes que o referido colega. para todos os indivíduos de uma comunidade.
(D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a apro-
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do veitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se (E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui-
prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu- ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.
ção de quem ouvira o seu discurso.
2. Considere as seguintes afirmações:
Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do
subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico.
sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz. II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja for-
mas de desenvolvimento nocivas e predatórias.
A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém
bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fa-
esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais zendo dela.
eficiente do texto. Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em
(A) I.
(B)) II.
EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (C) III.
(D) I e II.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que se- (E) II e III.
gue.
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do
No coração do progresso texto em:
25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as 30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pessoal
frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direi- está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em:
to e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram (A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrência
resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina defenderão.
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en- (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo
guiços entre diplomas e carreiras. fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a
(B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la.
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É
enguiços entre diplomas e carreiras. preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencio-
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina nar-lhes.
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en- (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os
guiços entre diplomas e carreiras. advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à so-
(D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina ciedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel.
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os en- (E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II.
guiços entre diplomas e carreiras. As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corpora-
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medici- ções deviam fiscalizá-la.
na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram
os enguiços entre diplomas e carreiras. 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem,
respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinala-
26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de das em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão.
acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para (A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico.
aqueles que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam, (B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista.
e apenas 1% ____________. / Em sua maioria, os advogados sem- (C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC.
pre ____________. (D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa.
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na (E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento.
política e no mundo dos negócios
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque na 32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma
política e no mundo dos negócios culta.
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na (A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os
política e no mundo dos negócios graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão.
(D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de (B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhe-
destaque na política e no mundo dos negócios cimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo
(E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque na de conhecimento.
política e no mundo dos negócios (C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB.
(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As
27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida corporações deviam almejar do interesse da sociedade.
pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se (E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de
uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a restringir à concorrência.
dificuldade das provas, ...
(A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corpora- 33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e
tivos. III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I
(B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do e III.
ensino básico. I. O advogado é aprovado na OAB.
DISTINÇÃO ENTRE S E Z
1. Escrevem-se com S:
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de R – câncer, caráter, néctar, repórter.
Leis ou Acordos. X – tórax, látex, ônix, fênix.
PS – fórceps, Quéops, bíceps.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de- Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen-
tes (semivogal+vogal):
Alfabeto Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-
palavras importadas do idioma inglês, como: temo, público, pároco, proparoxítona.
km – quilômetro,
kg – quilograma QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
3- correr: cor-rer desçam: des-çam É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
fascinar: fas-ci-nar Ó jovens! Lutemos!
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, AD-
JETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSI-
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários ÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE IMPRI-
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das MEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES).
palavras.
Exs.:
SUBSTANTIVOS
cinzeiro = cinza + eiro
endoidecer = en + doido + ecer
predizer = pre + dizer Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá nome
aos seres em geral.
Os principais elementos móficos são :
São, portanto, substantivos.
RADICAL a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
melhante a dos substantivos. - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
Número - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
a) Adjetivo simples quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples: Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
pessoa honesta pessoas honestas tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
regra fácil regras fáceis NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
homem feliz homens felizes ABSOLUTO
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in- RELATIVO
variáveis: bom melhor ótimo
blusa vinho blusas vinho melhor
camisa rosa camisas rosa mau pior péssimo
b) Adjetivos compostos pior
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- grande maior máximo
mento varia, tanto em gênero quanto em número: maior
Veja o esquema dos tempos simples em português: O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
Presente (falo)
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
3ª pessoa do singular - quando significa:
Imperfeito (falava)
1) EXISTIR
Mais- que-perfeito (falara)
Há pessoas que nos querem bem.
Futuro do presente (falarei)
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
do pretérito (falaria)
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Presente (fale)
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
2) ACONTECER, SUCEDER
Futuro (falar)
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Não haja desavenças entre vós.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
dos tempos simples.
Há meses que não o vejo.
Infinitivo impessoal (falar)
Haverá nove dias que ele nos visitou.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
Particípio (falado)
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
pretérito imperfeito, e não no presente:
a) agente do fato expresso.
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
O carroceiro disse um palavrão.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
(sujeito agente)
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
O verbo está na voz ativa.
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
b) paciente do fato expresso:
4) REALIZAR-SE
Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
Houve festas e jogos.
(sujeito paciente)
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
O verbo está na voz passiva.
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
c) agente e paciente do fato expresso:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
O carroceiro machucou-se.
seguido de infinitivo):
(sujeito agente e paciente)
Em pontos de ciência não há transigir.
O verbo está na voz reflexiva.
Não há contê-lo, então, no ímpeto.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
Não havia descrer na sinceridade de ambos.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Falo - Estudam.
E não houve convencê-lo do contrário.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
fora do radical.
Falamos - Estudarei.
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua
De há muito que esta árvore não dá frutos.
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto -
De há muito não o vejo.
cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
pessoa do singular:
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
Vai haver eleições em outubro.
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
Começou a haver reclamações.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
Não pode haver umas sem as outras.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
Parecia haver mais curiosos do que interessados.
tado - morto - enxugado - enxuto.
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
gação.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ser: sou - fui
construída de três modos:
verbo ir: vou - ia
Hajam vista os livros desse autor.
Haja vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista aos livros desse autor.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
explícito. Quase todos os verbos são pessoais. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
O Nino apareceu na porta.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
sentido da frase.
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
Exemplo:
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
etc.
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Garoava na madrugada roxa.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Houve um espetáculo ontem.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
Há alunos na sala.
vando o mesmo tempo.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
claros.
Outros exemplos:
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER- 3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do
FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
verbo principal:
tendo cantado tendo vendido tendo partido
tinha cantado tinha vendido tinha partido
tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e
tinha cantado tinha vendido tinha partido Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão.
tínhamos cantado tínhamos vendido tínhamos partido
tínheis cantado tínheis vendido tínheis partido
tinham cantado tinham vendido tinham partido VERBOS IRREGULARES
3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO DAR
PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
principal: Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
terei cantado terei vendido terei partido Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
terás cantado terás vendido terás, partido Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
terá cantado terá vendido terá partido Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
teremos cantado teremos vendido teremos partido
tereis cantado tereis vendido tereis , partido MOBILIAR
terão cantado terão vendido terão partido Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
ABOLIR OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Particípio ouvido
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão PEDIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo não há Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
abolissem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: Identifique a única frase onde o verbo está conjugado corretamente:
Ele foi a São Paulo para resolver negócios. A) Os professores revêm as provas.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: B) Quando puder, vem à minha casa.
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. C) Não digas nada e voltes para sua sala.
D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais à noite.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa E) Ela se precaveu do perigo.
como sujeito: Alternativa E
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di- Encontre a alternativa onde não há erro no emprego do pronome:
ficuldade, será objeto indireto. A) A criança é tal quais os pais.
Custou-me confiar nele novamente. B) Esta tarefa é para mim fazer até domingo.
Custar-te-á aceitá-la como nora. C) O diretor conversou com nós.
D) Vou consigo ao teatro hoje à noite.
CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES E) Nada de sério houve entre você e eu.
CORRETAS E INCORRETAS Alternativa A
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca- Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien-
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
exclamativas (Que bonito é esse lugar!). termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo-
so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --
relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo, alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre-
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
homem, um pobre rapaz). Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a
rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do
verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise, Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com
formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia). Por Cristiana Gomes
Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a,
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
(Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise),
(Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes); no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
(4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
(Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa PRÓCLISE
(Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou Usamos a próclise nos seguintes casos:
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver- ninguém, nem, de modo algum.
bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no - Nada me perturba.
infinitivo (Não quis incomodar-se). - Ninguém se mexeu.
- De modo algum me afastarei daqui.
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me- - Ela nem se importou com meus problemas.
sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome, (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua embora, logo, que.
moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha- - É necessário que a deixe na escola.
do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma - Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por (3) Advérbios
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.) - Aqui se tem paz.
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma - Sempre me dediquei aos estudos.
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas - Talvez o veja na escola.
locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de
quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força atrair o pronome.
atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando. - Aqui, trabalha-se.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre- - Alguém me ligou? (indefinido)
cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo - A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter- (5) Em frases interrogativas.
minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral - Quanto me cobrará pela tradução?
(Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem- (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus). - Deus o abençoe!
- Macacos me mordam!
- Deus te abençoe, meu filho!
repetição de sons consonantais (consoantes). Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato
repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período. Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor
pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti-
Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as nente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe -
ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro
sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade) é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela
Anacoluto obra - copos).
termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia- Antonomásia, perífrase
se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres-
Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.
anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão,
lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração) Escritor Maldito = Lima Barreto
Anáfora Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. Sinestesia
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão,
/ Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque) audição, gustação e tato).
Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ...
e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima. / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. /
Silepse Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava /
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava."
é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três (Cruz e Souza)
tipos:
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora
a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
Paulo). V. Sª é lisonjeiro Anadiplose
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no
de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados. começo de outro membro de frase.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas
quem fala ou escreve também participa do processo verbal) Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente
condena os motivos dados."
Antecipação
Figuras de pensamento
antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar
anacoluto. Antítese
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje. aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
O tempo parece que vai piorar Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios"
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse. (Vinicius de Moraes)
Figuras de palavras ou tropos Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões)
(Para Bechara alterações semânticas) Eufemismo
Metáfora consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exa-
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de mes. (foi reprovado)
comparação implícita, sem termo comparativo. Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior) moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica.
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação
(animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de Hipérbole
ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri exagero de uma ideia com finalidade expressiva
aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin- Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos
do valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo, (gosta muito dos filhos)
cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores) Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora.
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (D) I, II e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (E) I, III e IV.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação pelo Juiz;
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo te ao da palavra mas;
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- Está correto o contido apenas em
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (A) II e IV.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (B) III e IV.
programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuação. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, dos galhos da velha árvore.
que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (A) Quem podou? e Quando podou?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (D) Que vizinho? e Que galhos?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Quando podou? e Podou o quê?
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen- correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua-
te, apenas a: ção em:
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas.
(C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia.
(D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas.
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.
38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em- 41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor
preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma definição:
INCORRETA é: A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas-
D) não é um problema universal = é um problema particular; tante variados;
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida. E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.
39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse 42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito -
segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria: vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria; to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem:
E) mantenha. A) do passado para o presente;
B) da descrição para a narração;
40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos C) do impessoal para o pessoal;
abaixo é: D) do geral para o específico;
A) ''Como entender a resistência da miséria...''; E) do positivo para o negativo.
B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
C) ''...desde que se passou a registrá-las...''; 43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
D) ''...começa a exercitar seus músculos.''; me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''. deve a que:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;
PROTESTO TÍMIDO B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam inútil;
dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
um menino. as.
Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os seguir:
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Daqui há pouco vou sair.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia I- Está no Rio há duas semanas.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de III - Não almoço há cerca de três dias.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
nado. são:
A) I - II
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de B) I - III
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns C) II - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- D) I - IV
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém E) II - III
tomava conhecimento da existência do menino.
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões texto é:
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor- A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu na crônica;
problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social? B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
(....) C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
a sujeira;
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina- D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem texto;
onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos forma que:
49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos 06. Identifique onde há erro de regência verbal:
históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é: a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons princípios.
A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...''; b ( ) Esse produto é nocivo à saúde.
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte''; c ( ) Este livro é preferível àquele.
C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens''; d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja.
D) ''...isto é problema para o juizado de menores''; e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos.
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
07. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedecida. Ache-
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento a:
do texto é uma: a ( ) Éramos assíduos às festas da escola.
A) metonímia; b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.
B) comparação ou símile; c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
C) metáfora; d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
D) prosopopeia; e ( ) A entrega é feita no domicílio.
E) personificação.
08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula:
RESPOSTAS – PROVA I a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto;
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e;
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado por
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C pronome oblíquo tônico;
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala;
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo.
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D 09. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito:
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
PROVA SIMULADA II e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno
01. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do subjunti- 10. Identifique onde não ocorre a crase:
vo: a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz.
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem d ( ) Só visamos à alegria.
d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão.
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam
11. Assinale onde não ocorre a concordância nominal:
02. Assinale a alternativa falsa: a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo negati- b ( ) Tenho bastante dúvidas.
vo são tempos derivados do presente do indicativo; c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes.
b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir; d ( ) Um e outro candidato virá.
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos; e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é :
ágüe ou agúe; 12. Marque onde o termo em destaque está erradamente empregado:
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver. a ( ) Elas ficaram todas machucadas.
14. Marque onde o termo em destaque não representa a função sintática ao _______________________________________________________
lado: _______________________________________________________
a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-nominal)
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais) _______________________________________________________
c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto adverbial)
_______________________________________________________
d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito)
e ( ) A idéia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto indireto) _______________________________________________________
RESPOSTAS _______________________________________________________
_______________________________________________________
01. A 06. A 11. B 16. A
02. C 07. A 12. D 17. B _______________________________________________________
03. D 08. C 13. D _______________________________________________________
04. B 09. B 14. C
05. E 10. A 15. B _______________________________________________________
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_______________________________________________________
Os argumentos constituem um dos três elementos cen- Exemplos de argumentos com duas premissas:
trais da filosofia. Os outros dois são os problemas e as teori-
as. Com efeito, ao longo dos séculos, os filósofos têm procu- Exemplo 1
rado resolver problemas, criando teorias que se apoiam em
argumentos. Premissa 1: Se o João é um aluno do 11.º ano, então es-
tuda filosofia.
Estás a ver por que é que o estudo dos argumentos é im- Premissa 2: O João é um aluno do 11.º ano.
portante, isto é, por que é que a lógica é importante. É impor- Conclusão: Logo, o João estuda filosofia.
tante, porque nos ajuda a distinguir os argumentos válidos
dos inválidos, permite-nos compreender por que razão uns Exemplo 2
são válidos e outros não e ensina-nos a argumentar correc-
tamente. E isto é fundamental para a filosofia. Premissa 1: Se não houvesse vida para além da morte,
O que é um argumento? então a vida não faria sentido.
Premissa 2: Mas a vida faz sentido.
Um argumento é um conjunto de proposições que utiliza- Conclusão: Logo, há vida para além da morte.
mos para justificar (provar, dar razão, suportar) algo. A pro-
posição que queremos justificar tem o nome de conclusão; as Exemplo 3:
proposições que pretendem apoiar a conclusão ou a justifi-
cam têm o nome de premissas.
Premissa 1: Todos os minhotos são portugueses.
Premissa 2: Todos os portugueses são europeus.
Supõe que queres pedir aos teus pais um aumento da Conclusão: Todos os minhotos são europeus.
"mesada". Como justificas este aumento? Recorrendo a ra-
zões, não é? Dirás qualquer coisa como:
É claro que a maior parte das vezes os argumentos
não se apresentam nesta forma. Repara, por exemplo, no
Os preços no bar da escola subiram; argumento de Kant a favor do valor objectivo da felicida-
como eu lancho no bar da escola, o lanche de, tal como é apresentado por Aires Almeida et al.
fica me mais caro. Portanto, preciso de um (2003b) no site de apoio ao manual A Arte de Pensar:
aumento da "mesada".
"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um fim
Temos aqui um argumento, cuja conclusão é: "preciso de em si. Mas se cada pessoa é um fim em si, a felicidade de
um aumento da 'mesada'". E como justificas esta conclusão? cada pessoa tem valor de um ponto de vista imparcial e
Com a subida dos preços no bar da escola e com o facto de não apenas do ponto de vista de cada pessoa. Dado que
lanchares no bar. Então, estas são as premissas do teu ar- cada pessoa é realmente um fim em si, podemos concluir
gumento, são as razões que utilizas para defender a conclu- que a felicidade tem valor de um ponto de vista imparcial."
são.
Neste argumento, a conclusão está claramente identifica-
Este exemplo permite-nos esclarecer outro aspecto dos da ("podemos concluir que..."), mas nem sempre isto aconte-
argumentos, que é o seguinte: embora um argumento seja
Raciocínio Lógico 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ce. Contudo, há certas expressões que nos ajudam a perce- Há vários tipos de frases: declarativas, interrogativas, im-
ber qual é a conclusão do argumento e quais são as premis- perativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas ex-
sas. Repara, no argumento anterior, na expressão "dado primem proposições. Uma frase só exprime uma proposição
que". Esta expressão é um indicador de premissa: ficamos a quando o que ela afirma tem valor de verdade.
saber que o que se segue a esta expressão é uma premissa
do argumento. Também há indicadores de conclusão: dois Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi-
dos mais utilizados são "logo" e "portanto". ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver-
dadeiras nem falsas:
Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra
ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma 1. Que horas são?
premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta 2. Traz o livro.
alguns indicadores de premissa e de conclusão: 3. Prometo ir contigo ao cinema.
4. Quem me dera gostar de Matemática.
Indicadores de premis- Indicadores de conclu- Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
sa são têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda
que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se
são verdadeiras ou falsas:
pois por isso
porque por conseguinte 1. Braga é a capital de Portugal.
dado que implica que 2. Braga é uma cidade minhota.
como foi dito logo 3. A neve é branca.
visto que portanto 4. Há seres extraterrestres inteligentes.
devido a então
a razão é que daí que A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem,
admitindo que segue-se que não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se
sabendo-se que pode-se inferir que é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verdadei-
assumindo que consequentemente ra ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição.
Não deves confundir proposições com frases. Uma frase Validade e verdade
é uma entidade linguística, é a unidade gramatical mínima de A verdade é uma propriedade das proposições. A valida-
sentido. Por exemplo, o conjunto de palavras "Braga é uma" de é uma propriedade dos argumentos. É incorrecto falar em
não é uma frase. Mas o conjunto de palavras "Braga é uma proposições válidas. As proposições não são válidas nem
cidade" é uma frase, pois já se apresenta com sentido grama- inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou fal-
tical. sas. Também é incorrecto dizer que os argumentos são ver-
Raciocínio Lógico 2 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são verda- Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão fal-
deiros nem falsos. Os argumentos dizem-se válidos ou inváli- sa;
dos.
Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
Quando é que um argumento é válido? Por agora, referirei verdadeira;
apenas a validade dedutiva. Diz-se que um argumento dedu-
tivo é válido quando é impossível que as suas premissas Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Repara que, para um clusão verdadeira;
argumento ser válido, não basta que as premissas e a con-
clusão sejam verdadeiras. É preciso que seja impossível que Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
sendo as premissas verdadeiras, a conclusão seja falsa. clusão falsa;
Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
apresentado: verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.
Argumentos sólidos e argumentos bons
Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano. Em filosofia não é suficiente termos argumentos válidos,
pois, como viste, podemos ter argumentos válidos com con-
Este argumento é válido, pois é impossível que a pre- clusão falsa (se pelo menos uma das premissas for falsa).
missa seja verdadeira e a conclusão falsa. Ao contrário do Em filosofia pretendemos chegar a conclusões verdadeiras.
argumento que envolve o Mourinho, neste não podemos Por isso, precisamos de argumentos sólidos.
imaginar nenhuma circunstância em que a premissa seja
verdadeira e a conclusão falsa. Podes imaginar o caso em Um argumento sólido é um argumento válido
que o João não é aluno do 11.º ano. Bem, isto significa com premissas verdadeiras.
que a conclusão é falsa, mas a premissa também é falsa.
Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois,
Repara, agora, no seguinte argumento: por definição, é válido e tem premissas verdadeiras; ora, a
validade exclui a possibilidade de se ter premissas verdadei-
Premissa 1: Todos os números primos são pares. ras e conclusão falsa.
Premissa 2: Nove é um número primo.
Conclusão: Logo, nove é um número par. O seguinte argumento é válido, mas não é sólido:
Este argumento é válido, apesar de quer as premissas Todos os minhotos são alentejanos.
quer a conclusão serem falsas. Continua a aplicar-se a noção Todos os bracarenses são minhotos.
de validade dedutiva anteriormente apresentada: é impossí- Logo, todos os bracarenses são alenteja-
vel que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. nos.
A validade de um argumento dedutivo depende da conexão
lógica entre as premissas e a conclusão do argumento e não Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa
do valor de verdade das proposições que constituem o argu- é falsa (os minhotos não são alentejanos). E é porque tem
mento. Como vês, a validade é uma propriedade diferente da uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o
verdade. A verdade é uma propriedade das proposições que argumento ser válido.
constituem os argumentos (mas não dos argumentos) e a
validade é uma propriedade dos argumentos (mas não das O seguinte argumento é sólido (é válido e tem premissas
proposições). verdadeiras):
Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira As noções de lógica que acabei de apresentar são ele-
e é impossível que, sendo a premissa verdadeira, a conclu- mentares, é certo, mas, se as dominares, ajudar-te-ão a fazer
são seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento, por- um melhor trabalho na disciplina de Filosofia e, porventura,
que a conclusão se limita a repetir a premissa. noutras.
Um argumento bom (ou forte) é um argumento válido per- Proposições simples e compostas
suasivo (persuasivo, do ponto de vista racional).
As proposições simples ou atômicas são assim caracteri-
Fica agora claro por que é que o argumento "Sócrates era zadas por apresentarem apenas uma idéia. São indicadas
grego; logo, Sócrates era grego", apesar de sólido, não é um pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t...
bom argumento: a razão que apresentamos a favor da con-
clusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o As proposições compostas ou moleculares são assim ca-
argumento não é persuasivo. racterizadas por apresentarem mais de uma proposição co-
nectadas pelos conectivos lógicos. São indicadas pelas letras
Talvez recorras a argumentos deste tipo, isto é, argumen- maiúsculas: P, Q, R, S, T...
tos que não são bons (apesar de sólidos), mais vezes do que
imaginas. Com certeza, já viveste situações semelhantes a Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando que
esta: a proposição composta Q é formada pelas proposições sim-
ples r, s e t.
— Pai, preciso de um aumento da "mesa-
Exemplo:
da".
Proposições simples:
— Porquê?
p: O número 24 é múltiplo de 3.
— Porque sim.
q: Brasília é a capital do Brasil.
r: 8 + 1 = 3 . 3
O que temos aqui? O seguinte argumento: s: O número 7 é ímpar
t: O número 17 é primo
Preciso de um aumento da "mesada". Proposições compostas
Logo, preciso de um aumento da "mesada". P: O número 24 é divisível por 3 e 12 é o dobro de 24.
Q: A raiz quadrada de 16 é 4 e 24 é múltiplo de 3.
Afinal, querias justificar o aumento da "mesada" (conclu- R(s, t): O número 7 é ímpar e o número 17 é primo.
são) e não conseguiste dar nenhuma razão plausível para
esse aumento. Limitaste-te a dizer "Porque sim", ou seja, Noções de Lógica
"Preciso de um aumento da 'mesada', porque preciso de um Sérgio Biagi Gregório
aumento da 'mesada'". Como vês, trata-se de um argumento
muito mau, pois com um argumento deste tipo não conse- 1. CONCEITO DE LÓGICA
gues persuadir ninguém.
Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte
Mas não penses que só os argumentos em que a conclu- de aplicá-los à pesquisa e à demonstração da verdade.
são repete a premissa é que são maus. Um argumento é mau
(ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do que Diz-se que a lógica é umaporque ciência
constitui um sis-
a conclusão. É o que acontece com o seguinte argumento: tema de conhecimentos certos, baseados em princípios uni-
versais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica se
Se a vida não faz sentido, então Deus não apresenta como ciência normativa, uma vez que seu objeto
existe. não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é,
Mas Deus existe. as normas do pensamento correto.
Logo, a vida faz sentido.
A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo
que define os princípios universais do pensamento, estabele-
Este argumento é válido, mas não é um bom argumento,
ce as regras práticas para o conhecimento da verdade (1).
porque as premissas não são menos discutíveis do que a
conclusão.
2. EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS CONCEITOS
Para que um argumento seja bom (ou forte), as premissas Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, deve-
têm de ser mais plausíveis do que a conclusão, como acon- mos considerar a sua extensão e a sua compreensão.
tece no seguinte exemplo:
Vejamos, por exemplo, o conceito homem.
Se não se aumentarem os níveis de exigência de estudo e de
trabalho dos alunos no ensino básico, então os alunos conti- A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto de
nuarão a enfrentar dificuldades quando chegarem ao ensino indivíduos aos quais se possa aplicar a designação homem.
secundário.
Raciocínio - é o processo mental que consiste em coor- O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da in-
denar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um teligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento.
juízo novo, denominado conclusão ou inferência. É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica ne-
cessária para a investigação segura da verdade. Mas, para
Vejamos um exemplo típico de raciocínio: atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e racio-
1ª) premissa - o ser humano é racional; cinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em con-
2ª) premissa - você é um ser humano; tradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os
conclusão - logo, você é racional. diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões
da lógica.
O enunciado de um raciocínio através da linguagem fala-
da ou escrita é chamado de argumento. Argumentar signifi- Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o
ca, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2). juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são
estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um
4. SILOGISMO raciocínio composto de três proposições, dispostos de tal
maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logica-
Silogismo é o raciocínio composto de três proposições, mente das duas primeiras chamadas premissas, tem lugar de
dispostas de tal maneira que a terceira, chamada conclusão, destaque. É que todos os argumentos começam com uma
deriva logicamente das duas primeiras, chamadas premissas. afirmação caminhando depois por etapas até chegar à con-
clusão. Sérgio Biagi Gregório
Todo silogismo regular contém, portanto, três proposi-
ções nas quais três termos são comparados, dois a dois.
Exemplo: toda a virtude é louvável; ora, a caridade é uma LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
virtude; logo, a caridade é louvável (1).
1. Introdução
5. SOFISMA
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
Sofisma é um raciocínio falso que se apresenta com apa-
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
rência de verdadeiro. Todo erro provém de um raciocínio
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
ilegítimo, portanto, de um sofisma.
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
O erro pode derivar de duas espécies de causas:
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
das palavras que o exprimem ou das idéiasque o constituem.
raciocínio.
No primeiro, os sofismas de palavras ou verbais; no segun-
do, os sofismas de idéias
ou intelectuais.
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
Exemplo de sofisma verbal: usar mesma palavra com quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
duplo sentido; tomar a figura pela realidade. ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estudar
o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
que é apenas acidental; tomar por causa um simples ante- levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
cedente ou mera circunstância acidental (3). prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
LÓGICA psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
Lógica - do grego logos significa “palavra”, “expressão”, raciocínio”.
“pensamento”, “conceito”, “discurso”, “razão”. Para Aristóte-
les, a lógica é a “ciência da demonstração”; Maritain a define Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque-
como a “arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ-
sem erro, no ato próprio da razão”; para Liard é “a ciência das ências das emoções ou não, se está de acordo com uma
formas do pensamento”. Poderíamos ainda acrescentar: “É a doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
ciência das leis do pensamento e a arte de aplicá-las corre- embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
tamente na procura e demonstração da verdade. derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as
relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua
Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini- Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar de
ções e outras referências à lógica: dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade material.
A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos per- forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
mite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio ato forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain). conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri-
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, tem-
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para se a verdade.
distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi).
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas à
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se à
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento). consecução da verdade, seja ela formal ou material. Relacio-
nando a lógica com a prática, pode-se dizer que é importante
que se obtenha não somente uma verdade formal, mas, tam-
“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
bém, uma verdade que corresponda à experiência. Que seja,
sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
portanto, materialmente válida. A conexão entre os princípios
bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como o
formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios pode ser
fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma lógica
ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana.
ler).
1.2. Raciocínio e Argumentação
1.1. Lógica formal e Lógica material
Três são as principais operações do intelecto humano: a
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os es-
simples apreensão, os juízos e o raciocínio.
tudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: a
da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a da
lógica material, também conhecida como “lógica maior”. A simples apreensão consiste na captação direta (através
dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de uma
realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito (p. ex.,
A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que, por sua
pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
vez, recebe uma denominação (as palavras ou termos, p.
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
respeitada quando se preenchem as exigências de coerência ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”).
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí- O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
de realidade dos fatos. (falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposições
orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre a
No entanto, o erro não está no seu aspecto formal e, sim, mesa da sala”
na sua matéria. Por exemplo, partindo das premissas que
O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
(1) todos os brasileiros são europeus juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
e que
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
(2) Pedro é brasileiro, tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
(3) Pedro é europeu. Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte
e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a experi- qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
ência nos diz que a premissa é falsa. dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a de convencer mediante o discurso.
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aquilo
dos casos, processaformalmente informações nele previa- que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá
valor empírico de tais informações. atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer
Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das o- com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Mui-
perações do pensamento à realidade, de acordo com a natu- tas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom argu-
reza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, interessa mento opiniões que, na verdade, não passam de preconcei-
que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas que tos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras formas
também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdocor- de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no argu-
Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou “lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
forte etc. vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria- o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
mente, manter-se num plano distante da existência humana, conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
1.3. Inferência Lógica aquela cuja trajetória existencial destaca-se pela bondade,
virtude, afetividade e equilíbrio.
Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
ciocínio válido, visando à verdade. Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade manifestação de quem emite o juízo, o significado dos termos
quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo, empregados no discurso.
emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
de frases: as assertivas e as não assertivas, que também 1.5. Princípios lógicos
podem ser chamadas de proposições ou juízos.
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua non
Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos: para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa ocor-
“a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas rer. Podem ser entendidos como princípios que se referem
frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda- tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto ao
deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral
das interrogações ou das frases que expressam estados devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento
emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou deve respeitá-los. São eles:
ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem
verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo). a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina- identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma vez
das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, constitu- conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-se ao
indo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo: longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de um
homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a
(1) Não há crime sem uma lei que o defina; Antônio.
(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
(3) logo, não é crime matar ET’s.
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são; c)
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu- Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o falso e o
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verdadeiro. Ou
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes está chovendo ou não está, não é possível um terceiro termo:
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda está meio chovendo ou coisa parecida.
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
sas) deve levar a conclusões óbvias.
princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
1.4. Termo e Conceito ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é como também ao indeterminado.
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi- 2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
Os jaguares são quadrúpedes; posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
Meu carro é um Jaguar de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
logo, meu carro é um quadrúpede. ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, ca-
dotado de duas características fundamentais: ter premissas sos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões ade-
aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria- quadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a motor é
das. Dos raciocínios mais empregados na argumentação, um meio de transporte que necessita de um condutor. Este,
merecem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas- senso e de boa técnica para desempenhar adequadamente
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado seu papel.
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em- Aplicação das regras acima a exemplos:
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re-
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
levantes, não imaginários ou insignificantes.tc
formal.
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re-
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
levantes, não imaginários ou insignificantes."
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento. Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
roupas de sua filha.
Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
como argumento contra a existência da alma o fato de esta fume francês e é um bom advogado;
nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do corpo
humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; lo-
que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon- go, deve ser um bom advogado.
trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequado b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação
para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos
ordem metafísica, não física. semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati-
vo."
2.1. Raciocínio analógico
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No ra- de vida.
ciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida, Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
da vivência direta ou indireta da situação-referência. por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.
Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto de c) Não devem existir divergências marcantes na compara-
apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia é ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com-
um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, é paração.."
fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também tem
servido de inspiração para muitos gênios das ciências e das Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei do ocasião de tormentas e tempestades;
empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ou
de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come- muito.
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá-
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi-
rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou como os operários suíços, também recebe um salário míni-
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun-
mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba-
bem, como os suíços.
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314).
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
A força de uma analogia depende, basicamente, de três derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
aspectos: o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a
a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e im- conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente,
portantes; isto caso cumpram-se as exigências acima.
Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó- Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
gico é precário, ele é muito importante na formulação de caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con- minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana- gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro- ver um gato preto traz azar.
cedimentos indutivos ou dedutivos.
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do valor
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e pro- lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
fessor de ciência da computação da Universidade de Michi- forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
gan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo da caso particular discorde da generalização obtida das premis-
computação, uma situação semelhante à que ocorre no da sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida-
genética. Assim como na natureza espécies diferentes po- de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené- haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá- coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir há casos em que
para montar um programa mais adequado para resolver um
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais
bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma uma simples análise das premissas é suficiente para de-
com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. “Para tectar a sua fraqueza.
resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos um pro-
grama que dê conta de uma parte do problema e cruzamos Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser
com outro programa que solucione outra parte. Entre as vá- aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de
rias soluções possíveis, selecionam-se aquelas que parecem um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta-
mais adequadas. Esse processo se repete por várias gera- mento de alguns de seus componentes:
ções - sempre selecionando o melhor programa - até obter o 1. Adriana é mulher e dirige mal;
descendente que mais se adapta à questão. É, portanto, Ana Maria é mulher e dirige mal;
semelhante ao processo de seleção natural, em que só so- Mônica é mulher e dirige mal;
brevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 19/10/95, 1º cad., Carla é mulher e dirige mal;
p. 12). logo, todas as mulheres dirigem mal.
2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi- Fernando é político e é corrupto;
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de ra- Paulo é político e é corrupto;
ciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. Estevão é político e é corrupto;
logo, todos os políticos são corruptos.
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta-
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe-
Ainda que alguns autores considerem a analogia como
cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução.
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada. Um
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da descoberta
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili-
da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos, acredita-
dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e,
va-se que todos os cisnes fossem brancos porque todos os
na maioria dos casos, também da verificação experimental.
até então observados eram brancos. Ao ser visto o primeiro
Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis,
cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra.
acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
2.2.1. Procedimentos indutivos
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu- Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen-
sejam indicadores da validade das generalizações contidas tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de
nas conclusões. raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien-
te e o da indução por enumeração completa.
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
a. Indução por enumeração incompleta suficiente
B é A e é X;
C é A e também é X; Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
D é A e também é X; como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
E é A e também é X; sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
Depois da série de protestos realizados pela população, 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es-
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici-
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
ências da analogia e da indução.
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
nação. do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, para
se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a pre-
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
missa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de raciocí-
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
nio:
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquanto
alguns insinuavam a suaculpa, eu continuava seguro de sua
inocência. Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer-
sal
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
do empregando o método indutivo porque o argumento prin- Premissa menor: Pedro é homem.
cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu- Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular
são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con- No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação, podem-se tirar conclusões de cunho particular.
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
portamento do amigo infere-se sua inocência. Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na qual,
colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue neces-
Analogia, indução e probabilidade sariamente, somente pelo fato de terem sido postas”. Uma
vez posto que todos os homens são mamíferos e que Pedro
é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pedro é um
A negação em (9) é denominada negação predicativa, No sentido inclusivo do ou, uma sentença A ou B é verda-
pois nega o predicado, ao passo que em (6) há uma negação deira quando uma das sentenças A e B é verdadeira ou
sentencial porque toda a sentença é negada. No caso de quando são ambas verdadeiras, isto é, a disjunção inclusiva
sentenças atômicas, a negação predicativa é equivalente à admite a possibilidade de A e B serem simultaneamente
negação sentencial, mas veremos que isso não ocorre com verdadeiras.
sentenças moleculares e sentenças com quantificadores.
Note que negar duas vezes uma sentença equivale a a- No sentido exclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver-
firmar a própria sentença. A negação de dadeira apenas em duas situações:
(5) Lula é brasileiro (i) A é verdadeira e B é falsa;
é (ii) B é verdadeira e A e falsa.
(9) Lula não é brasileiro,
e a negação de (9), Não há, na disjunção exclusiva, a possibilidade de serem
(10) Não é o caso que Lula não é brasileiro, é a negação ambas as sentenças verdadeiras. A tabela de verdade da
da negação de (5), que é equivalente à própria sentença (5). disjunção exclusiva é
A B A ou B
5. A conjunção VVF
Uma sentença do tipo A e B é denominada uma conjun- VFV
ção. Considere-se a sentença FVV
(11) João foi à praia e Pedro foi ao futebol. FFF
A sentença (1) é composta por duas sentenças,
(12) João foi à praia Um exemplo de disjunção exnclusiva é
e (20) Ou o PMDB ou o PP receberá o ministério da saúde,
(13) Pedro foi ao futebol que é formada a partir das sentenças:
conectadas pelo operador lógico e. Na interpretação vero- (21) o PMDB receberá o ministério da saúde;
funcional do operador e, o valor de verdade de (11) depende (22) o PP receberá o ministério da saúde.
apenas dos valores de verdade das sentenças (12) e (13). É
fácil perceber que (11) é verdadeira somente em uma situa- Quando se diz que um determinado partido receberá um
ção: quando (12) e (13) são ambas verdadeiras. A tabela de ministério, isso significa que um membro de tal partido será
verdade de uma conjunção A e B é a seguinte: nomeado ministro. Posto que há somente um ministro da
ABAeB saúde, não é possível que (21) e (22) sejam simultaneamente
VVV verdadeiras. O ou da sentença (20), portanto, é exclusivo.
VFF
FVF Na lógica simbólica, são usados símbolos diferentes para
FFF designar o ou inclusivo e o exclusivo. No latim, há duas pala-
vras diferentes, vel para a disjunção inclusiva e aut para a
Note que, na interpretação vero-funcional da conjunção, A exclusiva. No português isso não ocorre. Na maioria das
e B é equivalente a B e A. Não faz diferença alguma afirmar- vezes é apenas o contexto que deixa claro se se trata de uma
mos (11) ou (14) Pedro foi ao futebol e João foi à praia. disjunção inclusiva ou exclusiva.
É importante observar que a interpretação vero-funcional Assim como ocorre com a conjunção, sentenças A ou B e
da conjunção não expressa todos os usos da partícula e em B ou A são equivalentes. Isso vale tanto para o ou inclusivo
português. A sentença quanto para o exclusivo.
(15) Maria e Pedro tiveram um filho e casaram não é e-
quivalente a 7. A condicional
(16) Maria e Pedro casaram e tiveram um filho. Uma condicional é uma sentença da forma se A, então B.
A é denominado o antecedente e B o conseqüente da condi-
Em outras palavras, o e que ocorre em (15) e (16) não é cional.
uma função de verdade.
Em primeiro lugar, é importante deixar clara a diferença
6. A disjunção entre um argumento (23) A, logo B e uma condicional (24) se
Uma sentença do tipo A ou B é denominada uma disjun- A, então B.
ção. Há dois tipos de disjunção, a inclusiva e a exclusiva.
Ambas tomam dois valores de verdade como argumentos e Em (23) a verdade tanto de A quanto de B é afirmada. No-
produzem um valor de verdade como resultado. Começarei te que o que vem depois do ‘logo’ é afirmado como verdadei-
pela disjunção inclusiva. Considere-se a sentença ro e é a conclusão do argumento. Já em (24), nada se diz
(17) Ou João vai à praia ou João vai ao clube, que é for- acerca da verdade de A, nem de B. (24) diz apenas que se A
mada pela sentenças é verdadeira, B também será verdadeira. Note que apesar de
(18) João vai à praia uma condicional e um argumento serem coisas diferentes
e usamos uma terminologia similar para falar de ambos. Em
(19) João vai ao clube combinadas pelo operador ou. A (23) dizemos que A é o antecedente do argumento, e B é o
sentença (17) é verdadeira em três situações: conseqüente do argumento. Em (24), dizemos que A é o
Descartada a terceira linha, ainda há três possibilidades, As expressões abaixo também são equivalentes a se A,
que correspondem às seguintes situações: então B:
(a) Victor é carioca. A, somente se B
(b) Victor é paulista. Somente se B, A
(c) Victor é francês. A é condição suficiente para B
B é condição necessária para A,mas elas serão vistas
Suponha que Victor é carioca. Nesse caso, o antecedente com mais atenção na seção sobre condições necessárias e
e o conseqüente da condicional são verdadeiros. suficientes.
Temos a primeira linha da tabela de verdade. Até aqui 8. Variantes da condicional material
não há problema algum. Partindo de uma condicional
(31) Se A, então B
Suponha agora que Victor é paulista. Nesse caso, o ante- podemos construir sua conversa,
cedente da condicional (26) Victor é carioca é falso, mas o (32) Se B, então A
conseqüente (27) Victor é brasileiro é verdadeiro. sua inversa
(33) Se não A, então não B e sua contrapositiva (34) Se
Temos nesse caso a terceira linha da tabela de verdade não B, então não A.
da condicional. Note que a condicional (25) continua sendo
verdadeira mesmo que Victor seja paulista, isto é, quando o Há dois pontos importantes sobre as sentenças acima
antecedente é falso. que precisam ser observados. Vimos que A e B e B e A,
assim como A ou B e B ou A são equivalentes. Entretanto, se
Por fim, suponha que Victor é francês. Nesse caso, tanto A, então B e se B então A NÃO SÃO EQUIVALENTES!!!
(26) Victor é carioca quanto (27) Victor é brasileiro são falsas.
Temos aqui a quarta linha da tabela de verdade da condicio- Isso pode ser constatado facilmente pela construção das
BICONDICIONAL (símbolo ↔)
CONJUNÇÃO (símbolo Λ):
O resultado dessas proposições será verdadeiro se e so-
Este conectivo é utilizado para unir duas proposições for-
mente se as duas forem iguais (as duas verdadeiras ou as
mando uma terceira. O resultado dessa união somente será
duas falsas). “P” será condição suficiente e necessária para
verdadeiro se as duas proposições (P e Q) forem verdadei-
“Q”
ras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado será
FALSO.
Ex5.: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente se o Queijo
não é bom.) ↔ = “se e somente se”
Ex.2: P Λ Q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom.) Λ =
“e”
Regrinha para o conectivo bicondicional (↔):
Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ): Q P
P
↔Q
P
P Q V V V
ΛQ
V V V V F F
F V F
F F F V
V F
V Fonte: http://www.concursospublicosonline.com/
F F
F
F F TABELA VERDADE
O número destas linhas é l = nt , sendo n o número de A conjunção é verdadeira se, e somente se, ambos
valores que o sistema permite (sempre 2 no caso do Cálculo operandos forem falsos ou ambos verdadeiros
Proposicional Clássico) e t o número de termos que a fórmula
contém. Assim, se uma fórmula contém 2 termos, o número A
AB
de linhas que expressam a permutações entre estes será 4: ↔B
um caso de ambos termos serem verdadeiros (V V), dois V VV
casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F , F V) e
um caso no qual ambos termos são falsos (F F). Se a fórmula V F F
contiver 3 termos, o número de linhas que expressam a F VF
permutações entre estes será 8: um caso de todos termos F F V
serem verdadeiros (V V V), três casos de apenas dois termos
serem verdadeiros (V V F , V F V , F V V), três casos de DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (OU... OU XOR)
apenas um dos termos ser verdadeiro (V F F , F V F , F F V)
e um caso no qual todos termos são falsos (F F F). A conjunção é verdadeira se, e somente se, apenas um
Tabelas das Principais Operações do Cálculo dos operandos for verdadeiro
Proposicional Dei
A
AB
Negação B
V V F
~ V F V
A
A
F V V
V F F F F
A
AB
vB
A
V V V AB
→B
V F V
V VV
F V V
V F F
F F F
F VV
Condicional (Se... Então) [Implicação] F F V
A
AB
→B ¬ ¬ A
AB
VVV A B →B
VF F VVF F V
F VV VF F V F
Tipos
Se A, então B. (A→ B)
Indica que não exis-
B. tem elementos co-
muns entre os con-
Logo, A. juntos.
A
AB
→B
OBS: CONSIDERE QUE O TAMANHO DOS CÍRCULOS
VVV NÃO INDICA O TAMANHO RELATIVO DOS CONJUNTOS.
VF F
F VV LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS,
F F V INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.
1. Introdução
Comutação dos Condicionais
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
A implica B. (A→ B) Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
Logo, B implica A. (B→ A) mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
A B seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
AB raciocínio.
→B →A
VVV V
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
VF F V quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
F VV F ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estudar
F F V V o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
Fonte: Wikipédia levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
DIAGRAMAS LÓGICOS sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
História psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápi- raciocínio”.
da passada em sua origem.
O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770, Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque-
ao escrever cartas a uma princesa da Alemanha, usou os la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ-
diagramas ao explicar o significado das quatro proposições ências das emoções ou não, se está de acordo com uma
categóricas: doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
Todo A é B. embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
Algum A é B. derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as
(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
(3) logo, não é crime matar ET’s.
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são;
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
c) Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o fal-
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
so e o verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verda-
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
deiro. Ou está chovendo ou não está, não é possível um
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
terceiro termo: está meio chovendo ou coisa parecida.
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
sas) deve levar a conclusões óbvias.
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
1.4. Termo e Conceito
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala- como também ao indeterminado.
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
Os jaguares são quadrúpedes;
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
Meu carro é um Jaguar alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
logo, meu carro é um quadrúpede. raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí-
longo do raciocínio, por isso, não tem validade. nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o
Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto c) Não devem existir divergências marcantes na compa-
de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia ração.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na
é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, comparação.."
é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei do ocasião de tormentas e tempestades; a pescaria marinha não
empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ou está tendo sucesso porque troveja muito.
de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come- Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o sa-
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer- lário mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros,
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha tal como os operários suíços, também recebe um salário
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi- mínimo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou bem, como os suíços.
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun-
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba- Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314). derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
A força de uma analogia depende, basicamente, de três tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a
aspectos: conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente,
isto caso cumpram-se as exigências acima.
a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e
importantes;
Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó- A jararaca é uma cobra e não voa;
gico é precário, ele é muito importante na formulação de
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con- A caninana é uma cobra e também não voa;
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro-
A urutu é uma cobra e também não voa;
cedimentos indutivos ou dedutivos.
A cascavel é uma cobra e também não voa;
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
professor de ciência da computação da Universidade de
Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo logo, as cobras não voam.
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no da
genética. Assim como na natureza espécies diferentes po- Contudo,
dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené-
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá- Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
para montar um programa mais adequado para resolver um minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma ver um gato preto traz azar.
com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. “Para
resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos um pro- Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va-
grama que dê conta de uma parte do problema e cruzamos lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
com outro programa que solucione outra parte. Entre as vá- forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
rias soluções possíveis, selecionam-se aquelas que parecem caso particular discorde da generalização obtida das premis-
mais adequadas. Esse processo se repete por várias gera- sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida-
ções - sempre selecionando o melhor programa - até obter o de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
descendente que mais se adapta à questão. É, portanto, haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
semelhante ao processo de seleção natural, em que só so- coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
brevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 19/10/95, 1º cad., há casos em que uma simples análise das premissas é sufi-
p. 12). ciente para detectar a sua fraqueza.
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi- Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de ra- aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de
ciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta-
mento de alguns de seus componentes:
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral
1. Adriana é mulher e dirige mal;
Ainda que alguns autores considerem a analogia como
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma Ana Maria é mulher e dirige mal;
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma Mônica é mulher e dirige mal;
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili-
dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e,
Carla é mulher e dirige mal;
na maioria dos casos, também da verificação experimental.
Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis,
acaba-se aplicando o princípio das probabilidades. logo, todas as mulheres dirigem mal.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen- 2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu- Fernando é político e é corrupto;
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que Paulo é político e é corrupto;
sejam indicadores da validade das generalizações contidas
nas conclusões. Estevão é político e é corrupto;
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte: logo, todos os políticos são corruptos.
Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
te e o da indução por enumeração completa. vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
a. Indução por enumeração incompleta suficiente enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
portamento do amigo infere-se sua inocência.
Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
como suficientes para serem tiradas determinadas conclu- Analogia, indução e probabilidade
sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
particular, os que foram enumerados são representativos do chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”) ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas.
b. Indução por enumeração completa
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio moral e a natural.
baseado na enumeração completa.
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela o- do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
corre quando: de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de-
nominador representa os casos possíveis e o numerador o
b.a. todos os casos são verificados e contabilizados; número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%.
b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
Exemplos correspondentes às duas formas de indução
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
por enumeração completa:
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc.
b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
em cada uma delas foi constatada uma característica própria
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é
desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo...
se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
cabeça é um dos sintomas da dengue.
receba bem, mas...
b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos na-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
turais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas.
A previsão meteorológica é um exemplo particular de probali-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po- dade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da imprevi-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mesmo sibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa cientí- eventos naturais.
fica.
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado são passíveis de conclusões inexatas.
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso
pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su-
ordenada. Observem-se os exemplos:
as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade
humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
corrupção do cenário político brasileiro. respeito à construção do conhecimento.
Depois da série de protestos realizados pela população, 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
Se Sócrates era ateniense, era grego. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é na
Sócrates era grego. determinação da quantidade de elementos que apresentam
Logo, era ateniense. uma determinada característica.
Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente A colocação dos valores começará pela intersecção dos três
carro ou ainda quantas dirigem somente motos. conjuntos e depois para as intersecções duas a duas e por
Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que último às regiões que representam cada conjunto individual-
representam os motoristas de motos e motoristas de carros. mente.
Começaremos marcando quantos elementos tem a intersec- Representaremos esses conjuntos dentro de um retângulo
ção e depois completaremos os outros espaços. que indicará o conjunto universo da pesquisa.
EXERCÍCIOS DE CONCURSOS
Diagramas Lógicos
RESPOSTAS
1.B 11.C
2.C 12.E
3.D 13.A
4.E 14.C
5.B 15.C (certo)
6.A 16.C,E,C,C,E
7.B 17.E,C,E,C
8.E
9.E
10.D
Exemplos: Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3} e B ={5, 6 } O Conjunto A1 x A2 x... x An recebe o nome de conjunto-
são sentenças abertas em A x B as seguintes expressões: universo ou apenas universo (ou ainda domínio) das variáveis
(a) x e menor que y(x <y) x1, x2,...xn, e qualquer elemento ( a1, a2,... ,an) A1 x A2 x... x
(b) x é divisor de y(x | y) An diz-se unta n-upla de valores das variáveis x1, x2,...xn.
(c) y é o dobro de x(y = 2x)
(d) mdc (x, y) =1 Se ( a1, a2,... ,an) A1 x A2 x... x An é tal que p( a1, a2,...
,an) e uma proposição verdadeira (V), diz-se que ( a1, a2,...
O par ordenado (3, 5) A x B, p. ex., satisfaz (a) e (d), ,an) satisfaz ou verifica p(x1, x2,...xn).
pois, 3 < 5 e o mdc(3, 5) = 1, e o par ordenado (3, 6) (A x B,
p. ex,, satisfaz (b) e (e), pois, 3 | 6 e 6 = 2 . 3. Uma sentença aberta com n variáveis em A1 x A2 x... x An
também se chama função proposicional com n variáveis em
4. CONJUNTO-VERDADE DE UMA SENTENÇA ABER- A1 x A2 x... x An ou simplesmente função proposicional em A 1
TA COM DUAS VARIÁVEIS x A2 x... x An (ou ainda condição em A1 x A2 x... x An).
Definição - Chama-se conjunto—verdade de uma senten- Ar).
ça aberta p( x, y ) em A x B, o conjunto de todos os elemen-
tos (a, b) A x B tais que p(a, b) e uma proposição verdadei- Exemplo - A expressão x + 2y + 3z. < 18” é uma senten-
ra (V). ça aberta em N x N x N, sendo N o conjunto dos números
naturais.
Este conjunto representa-se por VP. Portanto, simbolica-
mente, temos: Vp = { (x, y) | x A y B p(x, y)} O terno ordenado (1, 2, 4) N x N x N, p. ex., satisfaz es-
ta sentença aborta, pois. 1 + 2. 2 + 3.4 < 18.
ou seja, mais simplesmente: Vp = { (x, y) | x A x B | p(x,
y)} 6. CONJUNTO-VERDADE DE UMA SENTENÇA ABER-
TA COM N VARIÁVEIS
O conjunto-verdade Vp de uma sentença aberta p(x, y) em Definição - Chama-se conjunto-verdade de uma sentença
A x B é sempre um subconjunto do conjunto A x B(V p A x aberta p(x1, x2,...xn) em A1 x A2 x... x An o conjunto de todas
B). as n-uplas ( a1, a2,... ,an) A1 x A2 x... x An tais que p(a1, a2,...
,an) é uma proposição verdadeira (V).
Exemplos:
1) Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 3, 5 } , Portanto, simbolicamente, temos:
o conjunto-verdade da sentença aberta “x < y” em A x B é: Vp = {(x1, x2,...xn) | x1 A1 x2 A2 ... xn An p(x1,
Vp = {(x, y) I x A y B x < y} = x2,...xn) }
= {(1, 3), (1, 5), (2, 3), (2, 5), (3,5), (4, 5)} A x B
ou seja, mais simplesmente:
(2) Sejam os conjuntos A = {2, 3, 4, 5 } e B = {5, 6, 7, Vp = {(x1, x2,...xn) A1 x A2 x... x An | p(x1, x2,...xn) }
10}, o conjunto-verdade da sentença aberta “x divide y” (x |
y) em A x B é: Exemplo: — O conjunto-verdade da sentença aberta “18x
Vp = {(x, y) I x A y B x | y} = - 7y + 13z = 39” em Z x Z x Z, sendo Z o conjunto dos núme-
= {(2, 2), (2, 10), (3, 3), (3, 6), (5, 10)} A x B ros inteiros, é:
Vp = {(x1, x2, x3 ) | x1, x2, x3 Z 18x - 7y + 13z = 39} =
(3) Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3 } e B = {3, 4 }. O con- {(1, -3, 0), (4, 1 -2),(3,4,1),(6,8, -1),...}
junto-verdade da sentença aberta “x + 1 < y” em A x B é:
Vp = {(x, y) I x A y B x + 1 < y } = NOTA -Em Matemática, as equações e as inequações
= {(1, 3), (1, 4), (2, 4)} A x B são sentenças abertas que exprimem relação de igualdade e
desigualdade, respectivamente, entre duas expressões com
(4) Sejam os conjuntos A = {2, 3, 4} e B = {1,2, 6). O variáveis. Mas, o conceito de sentença aberta é muito mais
conjunto-verdade da sentença aberta “mdc(x, y) = 2” em A x amplo que o de equação ou inequação; assim, “x divide y”, “x
B é: e primo com y”, “x é filho de y”, etc., são sentenças abertas,
Vp = {(x, y) I x A y B mdc(x, y) = 2} = sem serem equações nem inequações.
= {(2, 2), (2, 6), (4,2), (4, 2)} A x B
Resolver uma equação ou inequação, num dado conjunto-
Se todos os homens são mortais e todos os franceses são 6. De duas premissas afirmativas não se pode tirar
homens, então todos os franceses são mortais. conclusão negativa.
Em primeiro lugar, notemos que o silogismo categórico é 7. A conclusão segue sempre a premissa mais fraca.
composto de três proposições ou juízos: duas premissas – A particular é mais fraca do que a universal e a negativa mais
"Todos os homens são mortais" e "Todos os franceses são fraca do que a afirmativa. Isto significa que se uma das pre-
homens" – e uma conclusão – "Todos os franceses são mor- missas for particular, a conclusão sê-lo-á igualmente; o mes-
tais". Neste caso as premissas e a conclusão são todas pro- mo acontecendo se uma das premissas for negativa: "Se os
posições universais afirmativas (A), mas cada uma poderia europeus não são brasileiros e os franceses são europeus,
em princípio ser de qualquer outro tipo: universal negativa então os franceses não são brasileiros." Que outra conclusão
(E), particular afirmativa (I) ou particular negativa (O). se poderia tirar?
Em segundo lugar, nas três proposições entram unica- 8. Nada se pode concluir de duas premissas particula-
mente três termos: "mortais", "homens" e "franceses". Um res. De "Alguns homens são ricos" e "Alguns homens são
destes termos entra nas premissas mas não na conclusão: é sábios" nada se pode concluir, pois não se sabe que relação
o chamado termo médio , que simbolizaremos pela letra M. Os existe entre os dois grupos de homens considerados. Aliás,
outros dois termos são o termo maior, que figura na primeira um silogismo com estas premissas violaria também a regra 4.
premissa, que por isso é também designada de premissa
Modo e figura do silogismo
maior; e o termo menor, que figura na segunda premissa ou
Consideremos os três silogismos seguintes, com os res-
premissa menor. Estes dois termos são simbolizados res-
pectivos esquemas:
pectivamente pelas letras P e S. Assimilaremos melhor este
simbolismo se tivermos em conta que, na conclusão, o termo
Nenhum asiático é europeu. (Nenhum M é P.)
maior, P, é predicado e o termo menor, S, é sujeito.
Todos os coreanos são asiáti-
(Todo o S é M.)
cos.
Finalmente, embora a forma que utilizamos para apresen-
Portanto nenhum coreano é (Portanto nenhum S é
tar o silogismo seja a melhor para dar conta da ligação lógica
europeu. P.)
entre as premissas e a conclusão e esteja mais de acordo
Ý
com a formulação original de Aristóteles, existem outras duas
Nenhum ladrão é sábio. (Nenhum P é M.)
formas mais vulgarizadas, uma das quais será aquela que
Alguns políticos são sábios. (Algum S é M.)
utilizaremos com mais frequência.
Portanto alguns políticos não são (Portanto algum S não
ladrões. é P.)
Todo o M é P. Todo o M é P.
Todos os jovens são alegres. (Todo o M é P.)
Todo o S é M. Todo o S é M.
Todos os jovens são travessos. (Todo o M é S.)
Logo todo o S é P. Todo o S é P.
Portanto alguns travessos são (Portanto algum S é
Regras do silogismo alegres. P.)
São em número de oito. Quatro referem-se aos termos e
as outras quatro às premissas. Estes silogismos são, evidentemente, diferentes, não
apenas em relação às proposições concretas que os formam,
Regras dos termos mas igualmente em relação à quantidade e qualidade dessas
1. Apenas existem três termos num silogismo: proposições e à maneira como o termo médio nelas se apre-
maior,
médio e. menor Esta regra pode ser violada facilmente quan- senta, como no-lo indicam os esquemas que os acompa-
do se usa um termo com mais de um significado: "Se o cão é nham. Assim, no primeiro silogismo temos uma proposição
pai e o cão é teu, então é teu pai." Aqui o termo "teu" tem universal negativa (E), uma universal afirmativa (A) e mais
dois significados, posse na segunda premissa e parentesco uma universal negativa (E); no segundo, temos a sequência
na conclusão, o que faz com que este silogismo apresente na E, I, O; no terceiro, A, A, I. Quanto à posição do termo médio,
realidade quatro termos. verificamos que no primeiro silogismo ele é sujeito na premis-
sa maior e predicado na premissa menor; no segundo, é
2. Nenhum termo deve ter maior extensão na conclu- predicado em ambas as premissas; e no terceiro silogismo é
são do que nas premissas: "Se as orcas são ferozes e sujeito também tanto na maior como na menor. Fazendo
algumas baleias são orcas, então as baleias são ferozes." O variar todos estes factores de todas as maneiras possíveis
Existe uma particularidade importante em relação às di- Numa formulação mais intuitiva, o que isto quer dizer é
versas figuras. Através de diversos procedimentos, dos quais que, face a uma condição como a que é estabelecida na
o mais importante é a conversão, é possível reduzir silogis- premissa maior, afirmar a verdade do antecedente é afirmar
mos de uma figura a outra figura, ou seja, pegar, por exem- simultaneamente a verdade do consequente. Poderíamos
plo, num silogismo na segunda figura e transformá-lo num substituir as letras "p" e "q" por outras proposições verdadei-
silogismo na primeira figura. ras que o raciocínio continuaria válido.
Nenhum ladrão é sábio. O silogismo hipotético possui duas figuras válidas ou mo-
Alguns políticos são sábios. dos:
Portanto alguns políticos não são ladrões.
Modus ponens
Nenhum sábio é ladrão. Modus ponens, que corresponde ao exemplo dado, e que
Alguns políticos são sábios. poderíamos sintetizar nas seguintes regras:
Portanto alguns políticos não são ladrões. 1. Num juízo hipotético, a afirmação do antecedente o-
briga à afirmação do consequente.
Aqui o primeiro silogismo tem o termo médio na posição 2. Da afirmação do consequente nada se pode concluir.
de predicado das duas premissas. Trata-se portanto de um
silogismo da segunda figura, modo Festino. Através da con- Modus tollens
versão da premissa maior – um processo simples neste caso, Modus tollens, que corresponde ao seguinte esquema:
mas convém rever o que dissemos anteriormente sobre o "se p, então q; ora não q; logo não p", e cuja mecânica pode-
assunto (cf. Inferência imediata ) –, transformámo-lo num ríamos sintetizar nas seguintes regras:
silogismo categórico da primeira figura, em que o termo mé- 1. Num juízo hipotético, a negação do consequente torna
dio desempenha o papel de sujeito na premissa maior e pre- necessária a negação do antecedente.
dicado na menor. O modo do novo silogismo é Ferio. 2. Da negação do antecedente nada se pode concluir.
Tradicionalmente, a primeira figura tem sido considerada Formas muito vulgarizadas, mas não válidas, de si-
como a mais importante, aquela em que a evidência da de- logismo hipotético, são aquelas que quebram as regras atrás
dução é mais forte. Reduzir os silogismos nas outras figuras expostas. Por exemplo, afirmar o consequente para afirmar o
a silogismos equivalentes na primeira figura seria uma manei- antecedente, como em: "Se chovesse, o chão estaria molha-
(A) todos os que conhecem Maria a admiram. (A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) ninguém admira Maria. (B) algumas plantas verdes não são comestíveis.
(C) alguns que conhecem Maria não conhecem João. (C) algumas plantas comestíveis têm clorofila.
(D) quem conhece João admira Maria. (D) todas as plantas que têm clorofila são comestí-
(E) só quem conhece João e Maria conhece Maria. veis.
(E) todas as plantas vendes são comestíveis.
4. Válter tem inveja de quem érico
mais
do que ele. Ge-
, Logo 10.
raldo não é mais rico do que quem o inveja. A proposição 'É necessário que todo aconteci-
mento tenha causa' é equivalente a
(A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre
do que Válter. (A) É possível que algum acontecimento não tenha
(B) Geraldo é mais rico do que Válter. causa.
(C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do (B) Não é possível que algum acontecimento não te-
que ele. nha causa.
(D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele. (C) É necessário que algum acontecimento não tenha
(E) Geraldo não é mais rico do que Válter. causa.
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha
5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de causa.
gasolina e a banca de jornal, e o posto de gasolina (E) É impossível que algum acontecimento tenha
fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo, causa.
(A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a pada- 11. Continuando a seqüência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... ,
ria. temos
(B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e
a padaria. (A) 21.
(C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca (B) 22.
de jornal. (C) 23.
(D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de gaso- (D) 24.
lina. (E) 25.
(E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a pa-
daria. 12. ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e
até predileção por estados cognitivos e conflito,
d
em que o problema ainda não é totalmente m- co
6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias idasobt
preendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a
pela sua equipe nos últimos quatro jogos, decide
16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre. (A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro
O paciente está bem. Logo, o paciente cisne branco ... então todos os cisnes são bran-
(A) TEM FEBRE E NÃO ESTÁ BEM. cos.
(B) TEM FEBRE OU NÃO ESTÁ BEM. (B) Vi um cisne, então ele é branco.
(C) TEM FEBRE. (C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes devem
(D) NÃO TEM FEBRE. ser brancos.
(E) NÃO ESTÁ BEM. (D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é
branco.
INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder (E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne
às questões de nº 17 e 18. pode ser branco.
"O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendiza-
20. Cátia é mais a do
gord
que Bruna. Vera é menos
do será sobre a educação universal. Através dos tempos, as
gorda do que Bruna. Logo,
escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis ten-
tando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que
(A) Vera é mais gorda do que Bruna.
ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma com-
(B) Cátia é menos gorda do que Bruna.
portamental e através de exercícios, repetição e feedback.
(C) Bruna é mais gorda do que Cátia.
Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no
(D) Vera é menos gorda do que Cátia.
primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em
(E) Bruna é menos gorda do que Vera.
estágios posteriores do processo educacional. Essas maté-
rias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, bio- 21. Todo cavalo é um animal. Logo,
logia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia,
diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são (A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
melhor aprendidas através de programas de computador. O (B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
professor motiva, dirige, incentiva. Na verdade, ele passa a (C) todo animal é cavalo.
ser um líder e um recurso. (D) nem todo cavalo é animal.
49- Maria tem três carros: um Gol, um Corsa e um Fiesta. Um Maria vai sair com suas amigas e, para escolher a
dos carros é branco, o outro é preto, e o outro é azul. Sabe- roupa que usará, separou 2 saias e 3 blusas. Vejamos de
se que: 1) ou o Gol é branco, ou o Fiesta é branco, 2) ou o quantas maneiras ela pode se arrumar.
Gol é preto, ou o Corsa é azul, 3) ou o Fiesta é azul, ou o
Corsa é azul, 4) ou o Corsa é preto, ou o Fiesta é preto. Por- Solução:
tanto, as cores do Gol, do Corsa e do Fiesta são, respectiva-
mente,
a) branco, preto, azul
b) preto, azul, branco
c) azul, branco, preto
d) preto, branco, azul
e) branco, azul, preto
Assim, Maria dispõe de 3 · 2 = 6 maneiras de tomar as Se o restaurante do exemplo anterior oferecesse dois
decisões d1 e d2, ou seja, 6 possibilidades diferentes de se preços diferentes, sendo mais baratas as opções que in-
vestir. cluíssem frango ou salsichão com salada verde, de quan-
tas maneiras você poderia se alimentar pagando menos?
EXEMPLO 2
Solução:
Um restaurante prepara 4 pratos quentes (frango,
peixe, carne assada, salsichão), 2 saladas (verde e russa) e 3 Note que agora temos uma condição sobre as decisões
sobremesas (sorvete, romeu e julieta, frutas). d1 e d2:
De quantas maneiras diferentes um freguês pode se ser- d1: escolher um dentre 2 pratos quentes (frango ou salsi-
vir consumindo um prato quente, uma salada e uma sobre- chão).
mesa?
d2: escolher salada verde (apenas uma opção).
Solução:
d3: escolher uma das 3 sobremesas oferecidas.
Esse e outros problemas da análise combinatória podem
ser representados pela conhecida árvore de possibilidades ou Então, há 2 · 1 · 3 = 6 maneiras de montar cardápios eco-
grafo. Veja como representamos por uma “árvore” o problema nômicos. (Verifique os cardápios mais econômicos na árvore
do cardápio do restaurante. de possibilidades do exemplo anterior).
EXEMPLO 4
Solução*:
Observe que nesse problema temos três níveis de deci- d1: escolher o algarismo da centena diferente de zero (9
são:
opções).
Usando o princípio multiplicativo, concluímos que temos 4 Portanto, o total de números formados será
· 2 · 3 = 24 maneiras de tomarmos as três decisões, ou seja,
24 opções de cardápio. 9 · 9 · 8 = 648 números.
A representação gráfica em árvore de possibilidades é De acordo com o exemplo anterior, se desejássemos con-
muito ilustrativa. Nela podemos ver claramente os três níveis tar dentre os 648 números de 3 algarismos distintos apenas
de decisão d1, d2 e d3, consultando os vários tipos de cardá- os que são pares (terminados em 0, 2, 4, 6 e 8), como deve-
pios possíveis. Observe que, percorrendo as opções dadas ríamos proceder?
pelos segmentos à esquerda da árvore, o cardápio ficaria
frango/salada verde/sorvete enquanto que, escolhendo os
Solução:
segmentos à direita, teríamos salsichão/salada russa/ frutas.
No entanto, nosso objetivo é saber as combinações possíveis
e calcular o número total de possibilidades sem precisar e-
numerá-las, pois muitas vezes isso será impossível devido ao
grande número de opções e/ou de decisões envolvidos num
problema.
O algarismo da unidade poderá ser escolhido de 5 modos
(0, 2, 4, 6 e 8). Se o zero foi usado como último algarismo, o
As técnicas da análise combinatória, como o princípio
primeiro pode ser escolhido de 9 modos (não podemos usar o
multiplicativo, nos fornecem soluções gerais para atacar cer-
algarismo já empregado na última casa). Se o zero não foi
tos tipos de problema. No entanto, esses problemas exigem
usado como último algarismo, o primeiro só pode ser escolhi-
engenhosidade, criatividade e uma plena compreensão da
do de 8 modos (não podemos usar o zero, nem o algarismo
situação descrita. Portanto, é preciso estudar bem o proble-
já empregado na última casa).
ma, as condições dadas e as possibilidades envolvidas, ou
seja, ter perfeita consciência dos dados e da resolução que
se busca. Para vencer este impasse, temos três alternativas:
Solução:
Solução:
4 · 3 · 2 · 1 = 24 números diferentes
De quantas maneiras podemos arrumar 5 pessoas em fila Uma multiplicação do tipo n · (n - 1) · (n - 2) ... 1 é chama-
indiana? da fatorial do número n e representada por n! (lemos n fatori-
al).
Solução:
n! = n · (n - 1) · (n - 2) ... 1
Para facilitar, vamos imaginar que as pessoas são P 1, P2,
P3, P4, P5, P6 e que precisamos arrumá-las nesta fila: Veja os exemplos:
a) 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
P1 P3 P5 P2 P4 c) 5! · 4! = (5 · 4 · 3 · 2 · 1) (4 · 3 · 2 · 1) =
120 · 24 = 2880
P5 P2 P1 P3 P4 d) 8! = 8 · 7!
etc.
e)
Ao escolher uma pessoa para ocupar a primeira posição
na fila temos cinco pessoas à disposição, ou seja, 5 opções;
para o 2º lugar , como uma pessoa já foi escolhida, temos 4 f)
opções; para o 3º lugar sobram três pessoas a serem esco-
lhidas; para o 4º lugar duas pessoas, e para o último lugar na
fila sobra apenas a pessoa ainda não escolhida. EXEMPLO 4
Os Exemplos 1 e 2 são demonstrações de permutações Cada anagrama da palavra MARTELO é uma ordenação
feitas com 3 caixas e 5 pessoas. No Exemplo 2, como na das letras M, A, R, T, E, L, O. Assim, o número de anagramas
maioria dos casos, não descrevemos ou enumeramos todas é o número de permutações possíveis com essas letras, ou
as permutações que podemos encontrar, pois apenas calcu- seja:
lamos o número de permutações que poderíamos fazer.
7! = 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 5040
Cálculo do número de permutações
EXEMPLO 5
O número de modos de ordenar n objetos distintos é:
Quantos anagramas que comecem e terminem por con-
n · (n - 1) · (n - 2) ... 1 soantes podemos formar a partir da palavra MARTELO?
Solução:
O banco do motorista pode ser ocupado por uma das 2 c) Neste caso, do total de permutações possíveis com os
pessoas que sabem guiar o carro e as outras 4 podem ser 7 presidentes (5040) devemos retirar aquelas em que A e B
permutadas pelos 4 lugares restantes, logo: aparecem juntos (1440). Portanto, a resposta seria:
Os organizadores dos eventos que ocorrerão durante a Você estudará permutações com objetos nem todos dis-
visita gostariam de permutar os presidentes possibilitando tintos.
vários contatos diferentes.
Outro caso que será estudado é o que chamamos de
a) De quantas maneiras podemos permutar os presi- permutação circular. Só para você já ir pensando, no Exem-
dentes em 7 cadeiras lado a lado? plo dos 7 presidentes, eles sempre se sentavam lado a lado.
O que aconteceria se fôssemos arrumá-los numa mesa re-
donda? Será que teríamos o mesmo número de permutações
b) Se 2 dos presidentes devem se sentar lado a lado,
diferentes?
quantas são as possibilidades de organizá-los?
Além de acompanhar cuidadosamente os exemplos, você
c) Se tivéssemos 2 presidentes que não devem ficar
precisa resolver os exercícios, discutir sua solução com ou-
juntos, quantas seriam as possibilidades de organizá-
tras pessoas e até inventar problemas.
los?
Matemática se aprende fazendo!
Solução:
Permutações com repetição
a) O total de permutações possíveis dos 7 presidentes por
7 cadeiras é 7! = 5040.
EXEMPLO 1
b) Observe que, agora, queremos contar apenas o núme-
ro de permutações nas quais os presidentes A e B aparecem A palavra MADEIRA possui sete letras, sendo duas
juntos, como, por exemplo: letras A e cinco letras distintas: M, D, E, I, R.
Quantos anagramas podemos formar com essa
palavra?
ABCDEFG
Solução:
BACGDFE
O número de permutações de uma palavra com sete le-
GABDCEF etc.
tras distintas (MARTELO) é igual a 7! = 5040. Neste exemplo
formaremos uma quantidade menor de anagramas, pois são
Então, é preciso contar quantos são os casos em que A e iguais aqueles em que uma letra A aparece na 2ª casa e a
B estariam juntos. outra letra A na 5ª casa (e vice-versa).
Eles estariam juntos na 1ª e na 2ª cadeiras, na 2ª e na 3ª, Para saber de quantas maneiras podemos arrumar as du-
3ª e 4ª, 4ª e 5ª, 5ª e 6ª ou 6ª e 7ª. Podemos verificar que são as letras A, precisamos de 2 posições. Para a primeira letra A
6 posições e que para cada uma delas poderíamos ter A e B teremos 7 posições disponíveis e para a segunda letra A
ou B e A (2 possibilidades: 6 · 2 = 12). Além disso, devemos
Permutações circulares
10! 3.628.800
210
4!6! 24.720 Permutações circulares são os casos de permutações em
que dispomos n elementos em n lugares em torno de um
EXEMPLO 3 círculo. Veja um exemplo.
Quantos anagramas podemos formar com a palavra De quantos modos podemos formar uma roda com 5 cri-
PRÓPRIO? anças?
Solução:
8! EXEMPLO 1
7! 5040 rodas diferentes.
8
Em uma obra havia três vagas para pedreiro. Cinco can-
didatos se apresentaram para preencher as vagas. De quan-
Solução: Por meio dos exemplos desta aula, você aprenderá o cál-
culo de probabilidades.
Como Edu não pode participar de nenhuma das comis-
sões pensadas por Beto, podemos retirá-lo do problema. EXEMPLO 1
Temos, então, 14 funcionários para formar comissões de 3.
Qual a chance de dar cara no lançamento de uma moe-
Como um dos membros sempre é o Beto, precisamos da?
descobrir os outros dois membros que devem ser escolhidos
dentre 13 pessoas (Beto já foi “escolhido”).
13! 13!
2
C13
(13 2! )2! 11!2!
EXEMPLO 5
Solução:
De quantos modos podemos formar 2 times de vôlei com
12 moças? Raciocinando matematicamente, os resultados cara e co-
roa têm as mesmas chances de ocorrer. Como são duas
Solução: possibilidades (cara ou coroa) podemos dizer que as chances
de dar cara é de 1 para 2. Isto é o mesmo que dizer que a
Como cada um dos times deve ter 6 jogadoras, o primeiro probabilidade de o resultado ser cara é ou 0,5 ou 50%.
6
pode ser escolhido de C 12 modos. Escolhido esse time, Neste exemplo calculamos intuitivamente a probabilidade
sobram exatamente 6 moças para formar o segundo. A res- de o resultado ser cara e você deve ter percebido que a pro-
6
posta, então, parece ser C12 1 . No entanto, contamos cada babilidade de dar coroa é a mesma, 50%.
time duas vezes. Observe, por exemplo, que as formações
abaixo são idênticas: No entanto, quando dizemos que a probabilidade é ½ ou
50% isso não significa que a cada 2 lançamentos um vai ser
cara e o outro vai ser coroa. O fato de a probabilidade ser ½
a, b, c, d, e, f e g, h, i, j, l, m ou 50% quer dizer apenas que as chances são iguais e que,
se fizermos muitos lançamentos, é provável que aproxima-
ou damente metade deles dê cara como resultado.
g, h, i, j, l, m e a, b, c, d, e, f O conceito de probabilidade
EXEMPLO 2
Solução:
Nos três exemplos que acabamos de ver há dois ou mais O número total de cartas é 54 sendo que há 13 cartas (ás,
resultados possíveis, todos com a mesma chance de ocorrer. 2 a 10, valete, dama, rei) de cada um dos 4 naipes (copas,
A probabilidade de ocorrer um desses resultados ou um con- ouro, paus e espadas) e 2 coringas.
junto de resultados que satisfaçam uma condição ou exigên- nº de ases existen- 4
cia E, é representado por p (E) e calculado por: p (ás) tes = = 0,07 =
a) 54
nº de resultados favoráveis a =
nº total de cartas 7%
E
p (E) =
nº total de resultados possí-
veis
EXEMPLO 4 b) Como as 4 cartas com nº 2 também são consideradas
coringas, a probabilidade de tirar um coringa será:
No Exemplo 2 da Aula 48 vimos que, num restaurante que nº de coringas 6
prepara 4 pratos quentes, 2 saladas e 3 sobremesas diferen- = = 0,11 =
p(coringa) = 54
tes, existem 24 maneiras diferentes de um freguês se servir nº total de cartas
de um prato quente, uma salada e uma sobremesa. 11%
EXEMPLO 7
No Exemplo 3 daquela aula descobrimos que havia, den-
tre os 24 cardápios possíveis, 6 cardápios econômicos. Qual Em análise combinatoria, vimos que, com 6 homens e 3
a probabilidade de um freguês desavisado escolher uma das
opções mais caras? mulheres, podemos formar C 59 = 126 grupos de 5 pessoas e
C 56 = 6 grupos de 5 pessoas nos quais só escolhemos ho-
Solução: mens. Supondo que as chances de cada um dos grupos é a
mesma, qual a probabilidade de escolher:
Já sabemos que a probabilidade de escolher os mais ca-
ros será: a) um grupo onde não há mulheres;
nº de cardápios mais
p(mais caro) caros b) um grupo onde haja pelo menos uma mulher.
= nº de cardápios possí-
veis Solução:
Se temos 6 opções econômicas num total de 24, temos
24 - 6 = 18 opções mais caras. Como o número de cardápios 6
a) p (não mulher) = = 0,05 = 5%
possíveis é 24, então: 126
18 3 120
p(mais caro) = = = 0,75 = 75% b) p (pelo menos 1 mulher) = = 0,95 = 95%
54 4 126
As chances de esse freguês escolher um dos cardápios Os valores possíveis para as probabilidades
mais caros é de 75%.
No Exemplo 7 os grupos contados em a) e em b) comple-
tam todos os grupos possíveis (6 + 120 = 126). Portanto as
Assim, podemos concluir que: a) Qual a probabilidade de a carta retirada ser um rei?
EXEMPLO 8 Exercício 2
Solução: a) 7
Assim, como a quantidade de casos favoráveis é zero, O que acontece se você apostar em 5 números de 01 a
temos: 100? Qual a probabilidade de você acertar a quina de núme-
ros sorteada?
0
p (par) = =0 Exercício 6
6
Suponha que sejam iguais as chances de qualquer uma
Um pouco de história das placas novas para automóveis (3 letras e 4 números) ser
escolhida para o seu automóvel.
Os primeiros estudos envolvendo probabilidades foram
motivados pela análise de jogos de azar. Sabe-se que um
Respostas: EXEMPLO 1
Calculando probabilidades
EXEMPLO 2
Você já aprendeu que a probabilidade de um evento E é:
Dos 30 funcionários de uma empresa, 10 são canhotos e
nº de resultados favoráveis a 25 vão de ônibus para o trabalho. Escolhendo ao acaso um
E desses empregados, qual a probabilidade de que ele seja
p (E) =
nº total de resultados possí- canhoto e vá de ônibus para o trabalho?
veis
Solução:
Lembre-se de que qualquer uma das duas escolhas terá Fazendo P(A ou B) = P(A) + P(B) estamos contando duas
um resultado favorável. vezes as pessoas que apesar de preferirem um dos sucos,
consomem os dois. Logo, devemos
Se A e B são os eventos (escolher uma falta de Leonardo
ou escolher uma falta de André Cruz), estamos interessados subtrair de P(A) + P(B) o resultado de P(A e B) para retirar
na probabilidade do evento A ou B. a “contagem dobrada”.
Note que isso vale porque uma falta não pode ser cometi- Calculando:
da pelos dois jogadores ao mesmo tempo, ou seja, o evento
A e B é impossível.
250 1
P(A) = =
EXEMPLO 6 500 2
Uma empresa que fabrica suco de laranja fez uma pes- 300 3
quisa para saber como está a preferência do consumidor em P(B) = =
relação ao seu suco e ao fabricado por seu principal concor- 500 5
rente. Essa empresa é chamada SOSUMO, e seu concorren-
te SUMOBOM. A pesquisa concluiu que dos 500 entrevista- 100 1
dos, 300 preferiam o SUMOBOM, 100 consumiam os dois, P(A e B) = =
250 preferiam SOSUMO e 50
500 5
Exercício 3
40 30 50 120 6
b) P (A ou B) = = =
Em uma noite de sexta-feira, pesquisadores percorreram 140 140 7
500 casas perguntando em que canal estava ligada a televi-
são. Desse modo, descobriram que em 300 casas assistiam
40 2
ao canal VER-DE-PERTO, 100 viam o canal VERMELHOR e 5. a) =
outras 100 casas não estavam com a TV ligada. Escolhida 140 7
uma
50 5
das 500 casas, ao acaso, qual a probabilidade de que a b) =
TV esteja sintonizada no canal VER-DE-PERTO ou no canal 140 14
VER-MELHOR?
40 50 9
c) =
Exercício 4 140 14
Dos 140 funcionários de uma fábrica, 70 preferem a mar-
ca de cigarros FUMAÇA, 80 preferem TOBACO e 30 fumam 20 1
d) =
ambas sem preferência. 140 7
A Eleição dos Membros do CORECON b) dos ... (vetado) ... que, embora não diplomados, forem habilitados ...
Os membros dos CORECON'S e seus respectivos suplentes, bem (vetado).
como os delegados-eleitores e respectivos suplentes são eleitos Art. 2º - (Vetado)
pelo sistema de eleição direta, através de voto pessoal e secreto,
Art. 3º - Para o provimento e exercício de cargos técnicos de economia
pelos economistas - com registro definitivo ou provisório - e quites
e finanças, na administração pública, autárquica, paraestatal, de economia
com suas anuidades. mista, inclusive bancos de que forem acionistas os Governos Federal e
As eleições são feitas através de chapas registradas nos CORE- Estadual, nas empresas sob intervenção governamental ou nas concessio-
CON'S, devidamente assinadas por todos os seus componentes e nárias de serviço público, é obrigatória a apresentação do diploma de
para cujo registro fica aberto prazo de, no mínio 30 (trinta) dias. bacharel em Ciências Econômicas, ou título de habilitação ... (vetado) ...
Cada CORECON fixa os prazos eleitorais, divulgando-os em editais respeitados os direitos dos atuais ocupantes efetivos.
pela imprensa (diário oficial do Estado e um jornal de grande circu- Parágrafo Único - A apresentação de tais documentos não dispensa a
lação), devendo as eleições se realizarem 60 (sessenta) dias antes prestação do respectivo concurso, quando este for exigido para o provimen-
da data de se expirarem os mandatos a serem renovados. Assim, to dos mencionados cargos.
na última semana de outubro da cada ano, são realizadas as elei-
Art. 4º - (Vetado)
ções para a renovação do terço.
O término do mandato dos conselheiros (efetivos e suplentes), bem Art. 5º - É facultada aos bacharéis em Ciências Econômicas a inscrição
como o do presidente e do vice-presidente, coincide sempre com o nos concursos para provimento das cadeiras de Estatística, de Economia e
ano civil. de Finanças, existentes em qualquer ramo de ensino técnico ou superior e
Qualquer que seja o economista portador do registro definitivo do nas dos cursos de ciências econômicas.
CORECON pode se candidatar a cargo eletivo de conselheiro ou Art. 6º - São criados o Conselho Federal de Economia (COFECON),
delegado-eleitor, desde que seu registro tenha sido efetuado até com sede na Capital Federal, e os Conselhos Regionais de Economia
30.06 do ano da eleição, sendo 9 (nove) membros efetivos e igual (CORECON), de acordo com o que preceitua esta Lei. São autarquias
número de suplentes a constituição mínima de cada CORECON. dotadas de personalidade jurídica de direito público.(*)
Atribuições dos Membros dos Conselhos Federal e Regionais Art. 7º - O COFECON, com sede no Distrito Federal, terá as seguintes
Os Conselheiros do COFECON e dos CORECON'S se obrigam a: atribuições:
a) participar da sessões b) relatar processo; c) integrar comissões a) contribuir para a formação de sadia mentalidade econômica através
para que forem designados; d) cumprir a legislação que disciplina o da disseminação da técnica econômica nos diversos setores da economia
exercício profissional. 2. O membro do COFECON ou CORECON nacional;
que faltar, sem prévia licença, a três sessões ordinárias consecuti- b) orientar e disciplinar o exercício da profissão de economista;
vas ou a cinco intercaladas no período de um ano, perde automati-
camente o mandato, que passa a ser exercido por qualquer conse- c) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos
lheiro suplente, através de escolha do plenário Regionais e dirimi-las;
d) organizar o seu regimento interno;
Procedimentos Operacionais
Como autarquia federal, o CORECON - através do COFECON - e) examinar e aprovar os regimentos internos dos CORECONs e modi-
está sujeito ao controle do Tribunal de Contas da União. ficar o que se tornar necessário, a fim de manter a respectiva unidade de
O sistema contábil-financeiro do CORECON obedece estritamente a ação;
um plano de contas padrão e à Lei 4.320/64, que estabelece regras f) julgar, em última instância os recursos de penalidades impostas pe-
orçamentarias para a administração pública. los CORECONs;
Administrativamente, para o COFECON e para os CORECON'S
g) promover estudos e campanhas em prol da racionalização econômi-
tem-se a seguinte estrutura decisória: a) um órgão deliberativo, ca do País;
constituído de um plenário e integrado por, no mínimo 9 (nove)
conselheiros , substituíveis por suplentes em igual número, todos h) fixar a jurisdição e o número de membros de cada Conselho Regio-
eleitos na forma da legislação em vigor; nal, considerando os respectivos recursos e a expressão numérica dos
b) um órgão executivo, a Presidência, a que se subordinam os economistas legalmente registrados em cada região; (**)
serviços criados pelo Conselho em razão de suas finalidades legais,
d) auxiliar o COFECON na divulgação da técnica e cumprimento do § 2º - O atraso no pagamento das anuidades acarretará multa equiva-
programa referido no art. 7º, letra "i"; lente a 5% (cinco por cento) do maior salário mínimo vigente, por trimestre
de atraso, dentro do período, e 20% (vinte por cento) sobre o valor da
e) impor penalidades, referidas nesta lei; anuidade, nos períodos subsequentes.(*)
f) elaborar o seu regimento interno para exame e aprovação pelo CO- § 3º - A comprovação do pagamento das anuidades nos CORECONs
FECON. será necessária para que seja efetivado o pagamento de salários a econo-
Art. 11 - Constitui renda dos CORECONs: mistas contratados com organizações públicas ou privadas.(*)
a) 4/5 das multas aplicadas; Art. 18 - A falta do competente registro torna ilegal e punível o exercício
da profissão de economista.
b) 4/5 da anuidade prevista no artigo 17;
Art. 19 - Os CORECONs aplicarão penalidades aos infratores dos dis-
c) 4/5 da taxa de registro facultativo de qualquer contrato, parecer ou positivos desta lei:
documento profissional, a ser fixada no regimento do COFECON;
a) multa no valor de 5% (cinco por cento) a 250% (duzentos e cinquen-
d) doações e legados; ta pôr cento) do valor da anuidade;(*)
e) subvenções dos governos. b) suspensão de um a dois anos do exercício da profissão ao profissio-
nal que, no âmbito de sua atuação profissional, for responsável, na parte
Art. 12 - O mandato dos membros do COFECON será de três anos. A
técnica, por falsidade de documentos ou pareceres dolosos que assinar;
renovação do terço far-se-á, anualmente, a partir do quarto ano da primeira
gestão. c) suspensão de seis meses a um ano ao profissional que demonstrar
incapacidade técnica no exercício da profissão, sendo-lhe facultado ampla
Art. 13 - Os membros dos órgãos regionais são eleitos da mesma for-
defesa.
ma adotada para o órgão federal.(***)
§ 1º - Provada a conivência das empresas, entidades, firmas individu-
Art. 14 - Só poderão exercer a profissão de economista os profissionais
ais, nas infrações desta Lei, pelos profissionais delas dependentes, serão
devidamente registrados nos CORECONs pelos quais será expedida a
estes também passíveis das multas previstas.
carteira profissional.
§ 2º - No caso de reincidência da mesma infração, praticada dentro do
Parágrafo Único - Serão também registrados no mesmo órgão as em-
prazo de dois anos, a multa será elevada ao dobro.
presas, entidades e escritórios que explorem, sob qualquer forma, ativida-
des técnicas de Economia e Finanças. Art. 20 - As entidades sindicais e as autarquias cooperarão com o CO-
FECON e CORECONs, na divulgação da técnica econômica e dos proces-
Art. 15 - A todo profissional devidamente registrado no CORECON será
sos de racionalização econômica do país.
expedida a respectiva carteira de identidade profissional, por esse órgão,
assinada pelo presidente, que constitui prova de identidade para todos os Art. 21 - (Vetado).
efeitos legais. A carteira de identificação profissional conterá as seguintes
indicações. (*) Art. 22 - Esta lei entrará em vigor trinta dias após sua publicação, revo-
gadas as disposições em contrário.
a) nome, por extenso, do profissional;
Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1951, 130º da Independência e 63º da
b) filiação; República.
Legislação COFECON 3 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
GETÚLIO VARGAS - E. Simões Filho - Horácio Lafer - Danton Coelho Art. 4° - Os documentos referentes à ação profissional de que trata o
artigo anterior, só terão valor jurídico quando assinados por economista
(*) Redação dada pela Lei n.º 6.021, de 03 de janeiro de 1974 devidamente registrado na forma deste Regulamento.
(**) Redação dada pela Lei n.º 6.537, de 19 de junho de 1978 Art. 5° - O Conselho Federal de Economistas Profissionais - CFEP -
(***) Vide Lei n.º 6.537, de 19 de junho de 1978 - Art. 6 o e Parágrafos mediante denúncia das autoridades judiciais ou administrativas, promoverá
a responsabilidade dos economistas, nos casos de dolo, fraude ou má fé,
Decreto nº 31.794, de 17 de novembro de 1952 adotando as providências indispensáveis à manutenção de um sadio ambi-
ente profissional, sem prejuízo de ação administrativa ou criminal que
Dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de Econo- couber.
mista, regida pela Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, e dá outras
providências. Art. 6° - Os documentos mencionados no artigo 4° poderão ser regis-
trados nos Conselhos Regionais de Economistas Profissionais - CREP - na
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o ar- forma do artigo 11, letra "c", da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951,
tigo 87, item I, da Constituição, decreta: quando houver manifesta conveniência das partes neles interessadas,
Art. 1° - Fica aprovado o Regulamento que dispõe sobre o exercício da resguardando o sigilo profissional.
profissão de Economista, anexo ao presente decreto e assinado pelo Art. 7° - É obrigatória a citação do número de registro do economista,
Ministro de Estado dos Negócios do Trabalho, Indústria e Comércio. no competente CREP, após a assinatura de qualquer trabalho mencionado
Art. 2° - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, re- neste Capítulo.
vogadas as disposições em contrário. CAPÍTULO IV
Rio de Janeiro, em 17 de novembro de 1952, 131° da Independência e Da Sociedade entre Profissionais
64° da República.
Art. 8° - As sociedades que se organizarem para a prestação de servi-
Getúlio Vargas - Segadas Viana. ços profissionais, mencionados no Capítulo anterior, só poderão ser consti-
Regulamento a que se refere o Decreto nº 31.794, de 17 de novembro tuídas por economistas devidamente registrados no competente CREP e no
de 1952 pleno gozo de seus direitos.
Art. 18 - O CFEP tem por finalidade orientar, supervisionar, disciplinar e CAPÍTULO III
fiscalizar o exercício da profissão de economista em todo o território nacio- Da organização(***)
nal, na forma deste Regulamento, e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país. Art. 28 - O CFEP terá como órgão deliberativo, o plenário, e como ór-
gão executivo, a presidência e os que forem criados para a execução dos
Parágrafo único. Em matéria de economia profissional, o CFEP servirá serviços técnicos ou especializados, indispensáveis ao cumprimento de
de órgão de consulta do Governo. suas atribuições.
Art. 19 - O CFEP tem sede e foro no Distrito Federal. Parágrafo Único - Os serviços administrativos serão executados por
CAPÍTULO II uma secretária, com atribuições e dependências definidas no Regimento
Interno.
Do Mandato dos Membros do CFEP, das Eleições para Renovação do
Terço e das Substituições dos Conselheiros(**) Art. 29 - O CFEP poderá organizar comissões, inclusive compostas de
elementos estranhos, para a execução de determinadas tarefas ou para
Art. 20 - O mandato dos membros do CFEP será de três anos, poden- atingir fins que não justifiquem a criação de serviço permanente.
do ser renovado.
CAPÍTULO IV
Art. 21 - As eleições para renovação do terço dos membros do CFEP
serão realizadas, anualmente, a partir do quarto ano da primeira gestão, Das Atribuições(***)
pelos representantes dos Sindicatos e das Associações Profissionais de Art. 30 - São atribuições do CFEP:
Economistas existentes no Brasil, devidamente reconhecidos pelo Ministé-
rio do Trabalho, Indústria e Comércio, reunidos no Rio de Janeiro para esse a) organizar o seu regimento interno;
fim.(**)
b) promover estudos e campanhas em prol da racionalização econômi-
Parágrafo Único - A convocação para as eleições, a que se refere este ca do país;
artigo, será feita pelo CFEP, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, antes do
término do respectivo mandato.(**) c) elaborar anualmente um programa das atividades definidas neste
Regulamento, programa que servirá também de base para todos os Conse-
Art. 22 - As assembléias de Representantes Eleitores, serão realiza- lhos Regionais;
das, em primeira convocação, com a presença mínima de 2/3 (dois terços)
e, em segunda, com qualquer número de representantes, sendo instaladas d) aprovar o orçamento e suas alterações, bem como os créditos adi-
pelo presidente do CFEP e presididas por um dos seus membros.(**) cionais;
Parágrafo Único - O CFEP baixará e publicará normas para as elei- e) autorizar operações referentes às mutações patrimoniais;
ções.(**) f) criar cargos, funções, fixar vencimentos, gratificações, e, bem assim,
Art. 23 - As entidades que não credenciarem seus representantes para aprovar o regulamento de promoções e suas alterações, quando julgadas
o fim previsto no artigo 21, dentro do prazo fixado pelo CFEP, perderão o necessárias;
direito de se fazerem representar.(**) g) julgar as obras ou trabalhos previstos na alínea "b" do artigo 47 do
Art. 24 - A cada entidade de que trata o artigo 21, corresponderá o di- Capítulo - da Habilitação - após o pronunciamento da Comissão de Profes-
reito a um voto por grupo de 50 (cinquenta) ou fração maior que 25 (vinte e sores, especialmente designada;
cinco) associados do seu quadro, no pleno gozo de seus direitos estatutá- h) organizar os CREP, fixando-lhes a composição, a jurisdição e a for-
rios; o direito de voto será exercido diretamente por um ou mais represen- ma de eleição de seus membros;
tantes-eleitores, até o limite de votos a que tenha direito e entidade repre-
sentada.(**) i) examinar e aprovar os regimentos dos CREP, podendo modificá-los
no que se tornar necessário, a fim de manter-se a respectiva unidade de
§ 1° - Os representantes-eleitores terão direito de exercer o número de ação;
votos que lhes corresponder proporcionalmente, na representação da
entidade, cabendo à assembléia geral, que os eleger, atribuir os votos j) julgar, em última instância, os recursos de penalidades impostas pe-
indivisíveis aos representantes-eleitores que designar.(**) los CREP e promover a responsabilidade dos economistas nos casos
previstos no artigo 5°;
§ 2° - Em caso de impedimento ocasional de qualquer representante-
eleitor, cabe à assembléia geral eletiva do CFEP decidir sobre o exercício k) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos
dos votos ou voto, correspondentes àquele representante.(**) Regionais e dirimi-las;
Art. 25 - A verificação do número de votos de que trata o artigo 24, far- l) tomar todas as providências que julgar necessárias para (como res-
se-á mediante a apresentação à assembléia de representantes-eleitores do ponsável que é pela orientação e disciplina dos Conselhos Regionais)
CFEP, de cópia autenticada da lista de sócios em condições de votar, de manter uniformemente, em todo o país, a necessária e devida orientação
acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, e fornecida pela respec- dos referidos Conselhos;
Art. 42 - A carteira de identidade profissional servirá de prova para o § 1° - Provada a conivência das empresas, entidades ou firmas indivi-
exercício da profissão, de carteira de identidade e terá fé pública.(*) duais nas infrações da lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, e dos dispo-
sitivos deste regulamento, pelos profissionais delas dependentes serão
Art. 43 - O profissional referido neste Regulamento é obrigatório a pa- estas passíveis das sanções previstas.
gar, ao respectivo CREP, uma anuidade de Cr$ 60,00 (sessenta cruzei-
ros).(*) § 2° - Nos casos de reincidência da mesma infração, praticada dentro
do prazo de dois anos, a multa será elevada ao dobro.
Art. 44 - As empresas, entidades, institutos e escritórios de que trata
este Regulamento estão sujeitos ao pagamento de uma anuidade de Cr$ Art. 50 - O CREP estabelecerá normas reguladoras para os processos
200,00 (duzentos cruzeiros).(*) de infração, prazos e interposição de recursos.
Art. 45 - As anuidades de que trata este Capítulo deverão ser pagas na CAPÍTULO V
sede dos Conselhos Regionais a que estiverem sujeitos os respectivos Da Cooperação dos Órgãos Públicos
interessados, até 31 de março de cada ano, salvo a primeira, que será
paga no ato da inscrição ou do registro.(*) Art. 51 - As entidades sindicais e as autarquias cooperarão com os
CFEP na divulgação da técnica e dos processos de racionalização econô-
Art. 46 - A carteira de identidade profissional concede ao respectivo mica do país.
portador o direito de exercer a profissão de economista no território nacio-
nal, pagos os emolumentos devidos ao CREP. Art. 52 - Para os efeitos do disposto no artigo anterior, os órgãos cita-
dos celebrarão acordos ou convênios de assistência técnica e financeira,
CAPÍTULO III tendo em vista, sobretudo, no interesse nacional, a ampliação e a intensifi-
Da Habilitação cação dos estudos e pesquisas econômicas, com melhor aproveitamento
dos economistas.
Art. 47 - Será habilitado para o exercício da profissão de economista,
segundo o que dispõe o artigo 1°, alínea "c", o profissional não diplomado Rio de Janeiro, em 17 de Novembro de 1952.
que satisfazer a qualquer um dos seguintes requisitos: Segadas Viana.
a) ter exercido, continuamente, por prazo não inferior a cinco anos, ati- (*) Vide Lei n.º 6.021, de 03.01.1974
vidades próprias do campo profissional de economista;
(**) Vide Lei n.º 6.537, de 19.06.1978
b) ser autor de obras ou trabalhos científicos, técnicos ou didáticos,
considerados de real valor pelo CFEP, e que versem sobre economia,
finanças ou organização racional do trabalho;
Lei nº 6.021, de 03 de janeiro de 1974
c) ter exercido o magistério durante mais de cinco anos, em cadeira
técnica de economia, finanças ou de organização racional do trabalho, em Altera dispositivos da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, que dis-
estabelecimentos de ensino superior, oficiais ou reconhecidos, bem como põe sobre a profissão de Economista; atualiza os valores das anuidades,
nos extintos cursos superiores, regulados e inspecionados pelo Governo taxas e multas, subordinando-as a percentuais do maior salário mínimo, e
Federal, na forma do Decreto n° 20.158, de 30 de junho de 1931; e altera a denominação dos Conselhos Federal e Regionais.
d) ter sido aprovado em concurso de provas para o magistério das ca- O Presidente da República:
deiras e dos cursos a que se refere a alínea anterior.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin-
§ 1° - A comprovação dos requisitos dispostos nas alíneas "a", "c" e te Lei:
"d", far-se-á mediante documentos expedidos sob a responsabilidade da
Art. 1º - O artigo 6º, da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, passa a
direção dos órgãos próprios, especificando detalhadamente, a natureza dos
ter a seguinte redação:
trabalhos a fim de possibilitar ao CFEP julgar a caracterização da atividade
específica em cada caso. "Art. 6º - São criados o Conselho Federal de Economia (COFECON),
com sede na Capital Federal, e os Conselhos Regionais de Economia
§ 2 o - O prazo para a habilitação de que trata este Capítulo será de
(CORECON), de acordo com o que preceitua esta Lei."
um ano, a contar da publicação do presente Regulamento, devendo a
mesma ser devidamente instruída e encaminhada pelos Conselhos Regio- Art. 2º - O artigo 15, da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, passa a
nais ao CFEP. ter a seguinte redação:
CAPÍTULO IV "Art. 15 - A todo profissional devidamente registrado no COFECON se-
rá expedida a respectiva carteira de identidade profissional por este órgão,
Das Penalidades
assinada pelo Presidente, que constitui prova de identidade para todos os
Art. 48 - A falta do competente registro torna ilegal o exercício da pro- efeitos legais. A carteira de identificação profissional conterá as seguintes
fissão de economista e punível o infrator. indicações:
Art. 49 - O CREP aplicará as seguintes penalidades aos infratores dos a) nome, por extenso, do profissional;
dispositivos da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, e do presente
b) filiação;
Regulamento:
c) nacionalidade e naturalidade;
j) número do CIC (Cartão de Identificação do Contribuinte); Art. 3º - O art. 8º e seus parágrafos da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto
de 1951, passam a vigorar com a seguinte redação:
l) assinatura.
"Art. 8º - O Conselho Federal de Economia será constituído de, no mí-
Parágrafo Único - A expedição da carteira de identificação profissional nimo, 9 (nove) membros efetivos e igual número de suplentes.
é sujeita à taxa de dez por cento do maior salário mínimo vigente; o registro
de profissional a cinquenta por cento do maior salário mínimo vigente; e o § 1º - O Presidente e o Vice-Presidente do órgão serão escolhidos, pe-
registro obrigatório da pessoa jurídica, organizada sob qualquer forma para lo Plenário, entre os membros efetivos eleitos.
prestar serviços técnicos de Economia, fica sujeito a taxa equivalente ao § 2º - O Presidente e o Vice-Presidente, eleitos na primeira quinzena
maior salário mínimo vigente". de dezembro, terão mandato de 1 (um) ano, permitida a reeleição, por mais
Art. 3º - O artigo 17, da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, passa a 2 (dois) períodos consecutivos, condicionada sempre à duração do respec-
ter a seguinte redação: tivo mandato como Conselheiro.
"Art. 17 - Os profissionais referidos nesta Lei ficam sujeitos ao paga- § 3º - Para substituição de qualquer dos membros efetivos, será esco-
mento de uma anuidade no valor de quarenta por cento do maior salário lhido, pelo Plenário do Conselho, um dos suplentes.
mínimo vigente, e as pessoas jurídicas, organizadas sob qualquer forma § 4º - Ao Presidente competirá a administração e representação legal
para prestar serviços técnicos de Economia, a anuidade no valor de duzen- do órgão".
tos por cento a quinhentos por cento do maior salário mínimo vigente, de
acordo com o capital registrado. Art. 4º - Os membros efetivos e suplentes do Conselho Federal de E-
conomia serão eleitos por Assembléia de Delegados-Eleitores, que será
§ 1º - A anuidade será paga até 31 de março de cada ano, salvo a pri- constituída de um representante de cada um dos Conselhos Regionais de
meira, que se fará no ato de inscrição ou registro. Economia, e realizada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias da data
§ 2º - O atraso no pagamento das anuidades acarretará multa equiva- em que expirarem os mandatos a serem renovados.
lente a cinco por cento do maior salário mínimo vigente, por trimestre de § 1º - Para cada Delegado-Eleitor, haverá 1 (um) suplente.
atraso, dentro do período, e vinte por cento sobre o valor da anuidade, nos
períodos subsequentes. § 2º - Os Delegados-Eleitores serão escolhidos pela forma estabeleci-
da no art. 6º.
§ 3º - A comprovação do pagamento das anuidades nos CORECON
será necessária para que seja efetivado o pagamento de salários a Econo- § 3º - Cada Delegado-Eleitor terá um número de votos estabelecido
mistas contratados por organizações públicas ou privadas". conforme os seguintes critérios:
Art. 4º - A letra "a" do artigo 19 da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de a) até o limite de 2.000 (dois mil) associados no pleno gozo de seus di-
1951, passa a ter a seguinte redação": reitos estatutários, pertencente ao quadro do respectivo Conselho Regional,
1 (um) voto para cada grupo de 100 (cem) associados, desprezadas as
"a) multa no valor de cinco por cento a duzentos e cinquenta por cento frações menores de 50 (cinquenta);
do valor da anuidade."
b) de 2001 (dois mil e um) associados em diante, mais 1 (um) voto para
Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revoga- cada grupo de 200 (duzentos) associados, nas mesmas condições da
dos os artigos 6º, 15 e 17 da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, e alínea anterior, desprezadas as frações menores de 100 (cem).
demais disposições em contrário.
Art. 5º - Os Conselhos Regionais de Economia serão constituídos de,
Brasília, 3 de janeiro de 1974, 153º da Independência e 86º da Repú- no mínimo, 9 (nove) membros efetivos e igual número de suplentes.
blica.
Art. 6º - Os membros dos Conselhos Regionais de Economia e seus
Lei nº 6.537, de 19 de junho de 1978 respectivos suplentes, bem como os Delegados-Eleitores e respectivos
suplentes, serão eleitos pelo sistema de eleição direta, através de voto
Altera dispositivos da Lei n.º 1.411, de 13 de agosto de 1951, que "dis-
pessoal e secreto, pelos Economistas registrados nos órgãos regionais
põe sobre a profissão de Economista".
competentes e quites com as suas anuidades.
O Presidente da República:
§ 1º - As eleições a que se referem este artigo serão feitas através de
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin- chapas registradas nos Conselhos Regionais, devidamente assinadas por
te Lei: todos os seus componentes e para cujo registro será aberto prazo de, no
mínimo, 30 (trinta) dias.
Art. 1º - O Conselho Federal de Economia - COFECON - e os Conse-
lhos Regionais de Economia - CORECON - de que trata o art. 6º da Lei n.º § 2º - Cada Conselho Regional de Economia fixará os prazos eleitorais,
1.411, de 13 de agosto de 1951, com a nova redação dada pelo art. 1º da divulgando-os em editais pela imprensa, devendo as eleições se realizarem
Lei n.º 6.021, de 3 de janeiro de 1974, são autarquias dotadas de persona- 60 (sessenta) dias antes da data em que se expirarem os mandatos a
lidade jurídica de direito público.(*) serem renovados.
§ 1º - Os Conselhos, referidos no caput deste artigo, terão autonomia § 3º - Os Sindicatos e as Associações Profissionais de Economistas,
administrativa e financeira e constituem serviço público federal, gozando os na sua área de jurisdição, poderão solicitar registro de chapas, mediante
seus bens, rendas e serviços de imunidade tributária total. requerimento assinado pelo seu respectivo Presidente.
§ 2º - Só poderão integrar, como membros efetivos ou suplentes, § 4º - O Conselho Federal de Economia baixará resolução contendo
quaisquer dos Conselhos de que trata esta Lei, os Economistas devida- instruções relativas às eleições.
mente registrados e quites com as suas anuidades.
Lei nº 6.839, de 30 de outubro de 1980 b) Nos casos em que o país de origem mantiver convênio ou acordo
cultural com o Brasil, o diploma deverá estar traduzido, por tradutor público
Dispõe sobre o registro de empresas nas entidades fiscalizadoras do juramentado.
exercício de profissões.
c) Quando o país de origem não tiver acordo ou convênio cultural com
O Presidente da República: o Brasil, o diploma deverá ser revalidado por instituição autorizada pelo
Ministério da Educação.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin-
te Lei: 3.2 – Na hipótese de identificar indícios de irregularidade na concessão
do diploma apresentado ou nas condições de realização do curso, o Conse-
Art. 1º - O registro de empresas e a anotação dos profissionais legal- lho que receber o pedido levantará de ofício as ocorrências e representará
mente habilitados, delas encarregadas, serão obrigatórios nas entidades diretamente às autoridades 6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas Página 2
competentes para a fiscalização do exercício das diversas profissões, em (de 32) educacionais competentes solicitando a apuração e correção das
razão da atividade básica ou em relação aquela pela qual prestem serviços irregularidades constatadas.
a terceiros.
3.2.1 – Na hipótese de que trata este subitem, o Conselho manterá a-
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. companhamento permanente do andamento e dos resultados da represen-
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário. tação formulada junto às autoridades educacionais.
Brasília, em 30 de outubro de 1980; 159º da Independência e 92º da 3.3 – Comprovada qualquer momento a ilegalidade do diploma apre-
República. sentado por qualquer economista, o conselho procederá imediatamente à
anulação do respectivo registro por falta de amparo legal para a sua con-
JOÃO FIGUEIREDO - Murilo Macedo cessão, conforme determina o art. 53 da Lei 9784/99.
CONSOLIDAÇÃO DA LEGISLAÇÃO DA PROFISSÃO DE E- 4 - PROCESSO DE REGISTRO - O processo de registro no Conselho
CONOMISTA terá início com a apresentação, pelo interessado,da seguinte documenta-
ção:
I – Requerimento de inscrição assinado pelo interessado, conforme
6.1.1 - Procedimentos de registro para pessoas físicas
modelo fixado neste capítulo;
6.1.1.1 - Registro de pessoas físicas
II – Diploma de bacharel em ciências econômicas devidamente regis-
CONSELHO FEDERAL DE ECONOMIA – REGULAMENTAÇÃO PRO- trado em órgão autorizado pelo Ministério da Educação, acompanhado do
FISSIONAL Histórico Escolar do curso respectivo (o diploma e o histórico deverão ser
apresentados em original, acompanhado de uma cópia reprográfica, que
6 – O processo de regulamentação e controle profissional será autenticada por funcionário do CORECON à vista da original, no
6.1 – Os procedimentos de registro profissional momento da apresentação, sendo os originais imediatamente devolvidos ao
requerente);
6.1.1 – Procedimentos de registro para pessoas físicas
III – Cédula de identidade civil com efeitos legais (a cédula deverá ser
6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas apresentada em original, acompanhado de uma cópia reprográfica, que
1 – O registro dos economistas habilitados ao exercício da profissão a será autenticada por funcionário do CORECON à vista da original, no
que se refere o art. 10 alínea ‘a’ da Lei 1411/51 obedecerá aos procedimen- momento da apresentação, sendo a original imediatamente devolvida ao
tos estabelecidos neste capítulo. 2 – NATUREZA DO REGISTRO - O requerente);
registro é a formalização da inscrição do candidato habilitado na forma da IV – Duas fotos iguais, tamanho 3 x 4.
Lei 1411/51 nos quadros do CORECON para fins de exercício profissional,
na forma dos arts. 1º e 14 da Lei 1411/51. V – Comprovantes de pagamentos referentes a:
4.1 - O CORECON, ao receber os documentos: 4.1.8 – O registro pode beneficiar-se de isenções nos termos do item
4.1 do Capítulo 5.3.2 desta consolidação.
4.1.1 – Imediatamente, autenticará as cópias do diploma, do histórico
escolar, da cédula de identidade civil e da comprovação de que trata o 5 - PROCESSO DE REGISTRO NA INDISPONIBILIDADE DO DIPLO-
inciso VI acima (no caso de requerente de nacionalidade estrangeira), à MA DOREQUERENTE - Caso o bacharel tenha colado grau e ainda esteja
vista do original, 6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas Página 3 (de 32) com o diploma em fase de expedição, junto a órgão autorizado pelo Minis-
mediante a aposição nas cópias dos dizeres “confere com o original”, tério da Educação, poderá requerer o registro na mesma forma do item
seguidos da assinatura e identificação do funcionário responsável, confor- anterior, atendidas as particularidades deste item 5.
me prescrito no art 5o parágrafo único do Decreto 83.936/79 (esse proce- 5.1 - A documentação a ser apresentada pelo interessado, na impossi-
dimento pode também ser realizado por delegado ou outro agente autoriza- bilidade de apresentar o diploma mencionado no inciso II do item 4 acima,
do, pelas instruções internas do CORECON, a recolher e encaminhar a deverá incluir também:
documentação do pedido de registro);
I – Certidão de Conclusão de Curso, assinada por autoridade compe-
4.1.2 - Logo após a autenticação, devolverá imediatamente a cédula de tente e com data não anterior a seis meses da data do pedido de inscrição,
identidade civil, o diploma e o histórico ao interessado (bem como a com- onde deverá constar o número do decreto de reconhecimento da Instituição
provação de visto permanente, se for o caso); e a data de colação de grau (a certidão deverá ser apresentado em original,
4.1.3 – Em seguida, autuará processo com o pedido, encaminhando-o acompanhada de uma cópia reprográfica, que será autenticada por funcio-
para conselheiro relator (determinado pela norma interna de distribuição de nário do CORECON à vista da original no momento da apresentação,
processos que fixar o CORECON), que apresentará o processo em plenária sendo a original imediatamente devolvida ao requerente);
o mais rapidamente possível para aprovação; II – Documento hábil que comprove que o requerente ainda não pôde
4.1.4 – Se constatada pelo CORECON, na entrega dos documentos receber o diploma na forma legal (o que pode constar inclusive na própria
pelo interessado, a ausência de qualquer documento listado neste subitem, certidão a que se refere o item II anterior);
esta ausência ser-lhe-á notificada formalmente por escrito, informando-lhe : III – Protocolo de requerimento do Diploma junto à instituição de ensino
a) quais os documentos ausentes; 5.1.2 – É requisito inafastável da concessão do registro nas condições
deste item 5 que o requerente comprove não dispor do diploma à data da
b) que a não-apresentação dos documentos ausentes no prazo de solicitação.
quinze dias implicará no arquivamento do processo, como determinam os
arts. 36 e 40 da Lei 9784/99. 5. 2 – OS CORECONs devem estimular a realização do registro profis-
sional dos formandos em ciências econômicas, mediante a entrega de
c) que o prazo de apresentação poderá ser estendido por mais quinze carteira profissional aos formandos nas solenidades de conclusão de curso.
dias, por solicitação do interessado com a justificativa da imprescindibilida-
de dessa prorrogação, conforme facultado pelo art. 24 parágrafo único da 5.2.1 – Para a entrega de que trata este subitem, o CORECON provi-
Lei 9784/99. denciará antecipadamente a coleta dos documentos necessários junto aos
estudantes e às instituições de ensino, e a tramitação interna do processo,
4.1.5 – A plenária examinará o atendimento dos requisitos legais e re- ainda durante o período final de curso, de forma a viabilizar a tempestiva
gulamentares fixados para o pedido, deferindo ou não o registro. aprovação do registro.
4.1.5.1 – Caso ocorra ausência de documentos não-suprida pelo inte- 5.3- O requerente terá o prazo de máximo de um ano para apresentar o
ressado, nos termos do subitem 4.1.4 anterior, o processo será arquivado diploma ao CORECON para fins de regularização da sua situação cadas-
por despacho do Presidente, que poderá delegar essa atribuição ao Geren- tral, a contar da data do pedido de registro.
te- Executivo, Secretário-Executivo ou Fiscal do Conselho.
6.1.1.1 – Registro de pessoas físicas Página 5 (de 32)
4.1.5.2 – Especial atenção será prestada na comprovação da veracida-
de das informações relativas ao registro do diploma apresentado, podendo 5.3.1 – Se durante o prazo anual mencionado neste subitem 5.3 o eco-
o Relator determinar ou a fiscalização do CORECON proceder, de ofício, a nomista não tiver obtido o respectivo diploma por razões alheias à sua
diligências para: vontade, poderá requerer a prorrogação do mesmo por mais um ano.
a) confirmar a veracidade material do documento recebido, especial- 5.3.2- A prorrogação do prazo será concedida mediante a seguinte do-
mente junto ao órgão educacional responsável pelo registro do diploma por cumentação:
delegação do Ministério da Educação. I – Requerimento do interessado solicitando prorrogação do prazo para
b) confirmar a autenticidade das informações relativas ao reconheci- apresentação do diploma, conforme modelo fixado neste capítulo;.
mento do curso, devendo a fiscalização do CORECON, de ofício, cotejar a II – Certidão da instituição de ensino que comprove ter o economista
informação do Decreto de reconhecimento do curso com a publicação solicitado a expedição do diploma e que informe as razões de ainda não ter
respectiva no Diário Oficial, de forma a assegurar o cumprimento da exi- sido expedido o referido documento (datada de no máximo um mês antes
gência da legislação educacional de que o curso seja reconhecido (Lei do pedido de renovação do registro);.
5.3.3.4 – A certidão de que trata o subitem 5.3.2 inc. II acima será man- 6.4.1.1 – O economista detentor do antigo “Registro Provisório” vencido
tida no processo em original. que não solicitar o registro nos termos deste subitem 6.1.1 ou solicitar o
cancelamento será considerado inadimplente com suas obrigações junto ao
5.3.4 – Presentes, em caráter excepcional, os motivos de impedimento Conselho, e como tal será objeto das ações de fiscalização pertinentes.
da concessão do diploma, nos termos definidos nos subitens 5.3.1 e 5.3.2
acima, poderá o prazo para apresentação do diploma ser renovado por 6.4.4.2 – Os CORECONS promoverão, obrigatoriamente, comunicação
mais de uma vez. amigável junto aos economistas detentor do antigo “Registro Provisório”, no
mínimo dois meses antes do vencimento do registro provisórios respectivo,
6 – COMPROVAÇÃO DA POSSE DO DIPLOMA NOS PROCESSOS informando-lhes de tal condição e solicitando a adoção das medidas pres-
DE REGISTRO QUE NÃO TIVEREM SIDO INICIADOS COM A APRE- critas neste subitem antes do fim do prazo de vigência do registro provisó-
SENTAÇÃO DO DIPLOMA – A qualquer momento, dentro do prazo conce- rio.
dido nos termos do item 5 acima, poderá o economista apresentar o diplo-
ma ao Conselho para fins de regularização do respectivo cadastro. 6.4.2 – É vedado em qualquer caso a renovação dos antigos “Registros
Provisórios”, devendo os seus detentores que eventualmente ainda não
6.1 – O processo de comprovação da posse do diploma inicia-se com a dispuserem do diploma solicitarem o registro nos termos do item 5 deste
apresentação do mesmo pelo economista do Diploma de bacharel em capítulo.
ciências econômicas devidamente registrado em órgão autorizado pelo
Ministério da Educação, acompanhado do Histórico Escolar do curso res- 6.4.3 – Não mais subsiste a figura do antigo “Registros Provisórios”,
pectivo (o diploma e o histórico deverão ser apresentados em original, sendo portanto absolutamente vedada a concessão de novos registros a
acompanhado de uma cópia reprográfica, que será autenticada por funcio- esse título. 7 –REGISTRO REMIDO - Ao economista do sexo masculino
nário do CORECON à vista da original, no momento da apresentação, que conte com idade superior
sendo os originais imediatamente devolvidos ao requerente); a 65 (sessenta e cinco) anos e à economista do sexo feminino que con-
6.1.1 - O CORECON, ao receber o documento: te com idade superior a 60 (sessenta) anos, regularmente inscrito e quite
com as anuidades, poderá ser concedido o Registro Remido, como isenção
6.1.1.1 – Imediatamente, autenticará a cópias do diploma e do histórico concedida nos termos do art. 176 do Código Tributário Nacional.
escolar, à vista do original, mediante a aposição nas cópias dos dizeres
“confere com o original”, seguidos da assinatura e identificação do funcio- Parágrafo Único – A partir de 1º de Janeiro de 2010, o item 7 – RE-
nário responsável, conforme prescrito no art 5o parágrafo único do Decreto GISTRO REMIDO passará a vigorar com a seguinte redação:
83.936/79 (esse procedimento pode também ser realizado por delegado ou “7 – REGISTRO REMIDO - Ao economista do sexo masculino que con-
outro agente autorizado, pelas instruções internas do CORECON, a reco- te com idade superior a 70 (setenta) anos e à economista do sexo feminino
lher e encaminhar a documentação do pedido de registro); que conte com idade superior a 65 (sessenta e cinco) anos, regularmente
6.1.1.2 - Logo após a autenticação, devolverá imediatamente o diploma inscrito e quites com as anuidades, poderá ser concedido o Registro Remi-
e o histórico ao interessado; do, como isenção concedida nos termos do art. 176 do Código Tributário
Nacional.” (Resolução 1.812/2009)
6.1.2 – Em seguida, autuará processo com o pedido, encaminhando-o
para conselheiro relator (determinado pela norma interna de distribuição de 7.1 - O Registro Remido e será concedido pelo Plenário do CORECON
processos que fixar o CORECON), que apresentará o processo em plenária ao economista interessado, mediante requerimento;
o mais rapidamente possível para aprovação; 7.2 - Somente poderá desfrutar do benefício, o profissional que atender
6.1.3 – A plenária examinará o atendimento do requisito legal de apre- às condições básicas acima listadas, bem como a todos os seguintes
sentação do diploma, declarando na Deliberação daí decorrente se o ca- requisitos:
dastro do interessado foi ou não regularizado. a) for, ou ter sido, detentor de registro em um ou mais Conselhos Regi-
6.1.3.2 – Especial atenção será prestada na comprovação da veracida- onais de Economia, por no mínimo 15 (quinze) anos, consecutivos ou
de das informações relativas ao registro do diploma apresentado, aplican- alternados;
do-se as verificações e critérios constantes do subitem 4.1.5.2 acima. b) não ter desaprovadas contas suas no exercício de administração
6.2 – O economista que tiver sido registrado sem a apresentação do sindical profissional ou de entidade de fiscalização do exercício da profis-
diploma, nos termos do item 5 deste capítulo, e que não o apresentar até o são;
fim do prazo deferido pelo CORECON, será considerado inadimplente com c) não estar cumprindo sanção disciplinar imposta pelo órgão fiscaliza-
suas obrigações junto ao Conselho, e como tal será objeto das ações de dor do exercício profissional, ou tê-la cumprido há mais de 1 (um) ano;
fiscalização pertinentes.
7.3 – A condição de regularidade com as anuidades considerar-se-á
6.2.1 - Uma vez constatado pelo CORECON que o requerente está le- atendida, para efeitos da concessão do Registro Remido, se o economista
galmente impossibilitado de ser considerado bacharel em ciências econô- mantiver acordo para parcelamento de dívida junto ao CORECON, na
micas, por qualquer motivo relacionado à legislação educacional, ou ainda forma regulamentada nesta consolidação.
diante da recusa ou omissão na apresentação do diploma, deverá o registro
ser cancelado de ofício, na forma do subitem 3.3 deste capítulo. 7.4 - O Registro Remido tem como único atributo desobrigar o profis-
sional do pagamento das anuidades posteriores à sua concessão, manten-
6.3 – Os CORECONS promoverão, obrigatoriamente, comunicação a- do-se inalterados os demais direitos, deveres e disciplina desses economis-
migável junto aos economistas registrados sem apresentação do diploma, tas.
8.1.5 – No último dia do período concedido, ocorre automática reativa- II) cópia do ato de concessão do benefício de Auxílio-Doença concedi-
ção do registro e, por conseguinte, a normal incidência das anuidades a do pelo INSS, indicando expressamente o afastamento integral das ativida-
partir dessa data. des laborativas por período igual ou superior a 180 dias.
8.1.6 - O requerimento solicitando a suspensão do registro deverá ser b) em qualquer caso, declaração firmada pelo requerente de que tem
acompanhado dos documentos que comprovem as situações acima descri- conhecimento das condições fixadas pela presente regulamentação para a
tas, sendo de exclusiva competência do Plenário do Conselho Regional o concessão do benefício, e obrigando-se, sob pena de falsidade, a comuni-
julgamento desses pedidos. car imediatamente ao CORECON a retomada de qualquer tipo de atividade
profissional que venha a empreender.
8.1.7 - O profissional com o registro suspenso, não poderá votar nem
ser eleito nas eleições do Sistema COFECON/CORECONs, durante o 8.2.7 - É de exclusiva competência do Plenário do Conselho Regional o
período de ausência do país. julgamento desses pedidos, cabendo ao relator e ao colegiado deixar
assente no processo respectivo quais são os elementos dos autos que
8.1.7.1 – Quaisquer certidões emitidas durante o período de suspen- comprovam, a seu juízo:
são, deverão conter ressalva informando a interrupção do exercício profis-
sional e o período correspondente. I) a efetiva ocorrência de desemprego e não-exercício de qualquer ati-
vidade profissional, de qualquer tipo ou natureza, por parte do requerente;
8.1.8 – A condição de inadimplência com as anuidades não obsta a ou II) a comprovada concessão de afastamento integral das atividades
concessão da suspensão, se comprovados os pressupostos exigidos para laborais por decisão do INSS por período igual ou superior a cento e oitenta
o seu deferimento, sem prejuízo do prosseguimento por parte do CORE- dias, com a percepção do Auxíliodoença.
CON
8.2.7.1 – Não dão ensejo à suspensão do registro outros benefícios
das ações administrativas e judiciais impostas por lei que visem ao re- previdenciários (inclusive em função de enfermidade ou acidente) que não
cebimento dos valores devidos pelo economista requerente. impliquem no afastamento integral do beneficiário, ou causem apenas
afastamento parcial ou restrições específicas ao exercício do trabalho.
8.2 – Poderá ser concedida suspensão do registro nos casos de com-
provado não exercício temporário da profissão, que se caracteriza pelas 8.2.8 – A retomada de atividades profissionais, ainda que alheias à pro-
situações de: I) comprovado desemprego e não-exercício de qualquer fissão de economista, implica no encerramento imediato da suspensão do
atividade profissional, de qualquer tipo ou natureza, por parte do economis- registro por desemprego e não-exercício de qualquer atividade profissional
ta requerente, ou ou por afastamento integral do trabalho com percepção de Auxílio-doença,
somente podendo o interessado liberar-se posteriormente da obrigatorieda-
II) afastamento integral das atividades laborativas por motivo de doen- de do registro e da consequente exigibilidade mediante processo regular de
ça com a percepção, pelo economista requerente, de Auxílio-doença previ- cancelamento (se ocorrerem os seus pressupostos).
denciário a cargo do INSS, nos termos da Lei nº 8.213/91 e demais normas
previdenciárias pertinentes, desde que o período de afastamento concedido 8.2.9 - O profissional com o registro suspenso por motivo de desem-
seja igual ou superior a cento e oitenta dias. prego e não-exercício de qualquer atividade profissional ou por afastamento
integral do trabalho com percepção de Auxílio-doença não poderá votar
8.2.1 – A suspensão de que trata este item 8.2 será concedida: nem ser eleito nas eleições do Sistema COFECON/CORECONs, durante o
período de ausência do país.
8.3.1 – Presumem-se não-exercício permanente da profissão as se- c) que o prazo de apresentação poderá ser estendido por mais quinze
guintes situações: dias, por solicitação do interessado com a justificativa da imprescindibilida-
de dessa prorrogação, conforme facultado pelo art. 24 parágrafo único da
I – falecimento; Lei 9784/99.
II – aposentadoria; 8.3.3.4.1 – Quando o CORECON identificar, em pedido de cancela-
mento a ele formulado, os pressupostos para concessão da suspensão de
III – exercício em caráter permanente, exclusivo e comprovado de outra que trata o subitem 8.2 deste capítulo, deverá , antes de submeter o pedido
atividade cujo conteúdo ocupacional não seja inerente ou privativo à profis- à deliberação plenária, notificar por meio de carta registrada com Aviso de
são de economista; Recebimento ao requerente da possibilidade de requerer a suspensão.
8.3.2 – A presunção do não-exercício permanente em função de apo- 8.3.4 – É de exclusiva competência do Plenário do Conselho Regional
sentadoria de que trata o inciso II acima é relativa, podendo ser afastada a o julgamento desses pedidos, cabendo ao relator e ao colegiado verificar,
qualquer momento se o Conselho dispuser da quaisquer informações essencialmente, a ocorrência dos pressupostos de fato citados nos incisos
objetivas sobre o exercício de atividades incluídas no campo profissional do do item 8.3.1.
economista por parte do aposentado.
8.3.4.1 – No caso de falecimento, o Plenário poderá delegar ao Presi-
8.3.3 – Os pedidos de cancelamento serão processados a pedido do dente o deferimento do cancelamento, ”ad referendum” do colegiado, sendo
interessado, mediante a apresentação de: suficiente a comprovação documental do óbito nos autos.
a) Requerimento de cancelamento assinado pelo interessado, confor- 8.3.4.2 – No caso de aposentadoria, o relator e o colegiado deverão ve-
me modelo fixado neste capítulo; rificar a comprovação documental da aposentadoria, por instrumento hábil
b) Carteira de identidade profissional expedida pelo CORECON, para emitido pela instituição previdenciária a que esteja afiliado o requerente,
sua retenção; bem como a data da respectiva concessão.
c) Documentos suficientes à comprovação do não exercício da profis- 8.3.4.3 – No caso de exercício de outra profissão, caberá ao interessa-
são; do demonstrar nos autos, por documentação hábil, qual é sua atividade
profissional na data da solicitação do cancelamento (a partir da descrição
d) Pagamento da taxa de cancelamento de registro de pessoa física das tarefas concretas que executa em seu posto de trabalho). Caberá
prevista no item 2 do Capítulo 5.3.3 desta Consolidação; então ao relator e ao colegiado comparar tais tarefas com aquelas descritas
e) para aqueles economistas que tenham tido o registro concedido pelo nesta consolidação como inerentes ou privativas à função de economista.
CORECON ou para ele transferido em data anterior a 27 de setembro de Caso exista coincidência entre o conteúdo ocupacional do cargo, emprego
2006 (data de publicação da Resolução COFECON ou atividade com o de economista, não será concedido o cancelamento.
Caso não haja qualquer correlação entre as atividades concretas do reque-
1771/2006 no Diário Oficial da União), é obrigatória a apresentação do rente de cancelamento e aquelas compreendidas no campo profissional do
original do diploma de bacharel em economia para efeitos de averbação do economista, conceder-se-á o cancelamento.
cancelamento (que consiste na anulação do carimbo relativo ao registro
efetuado no verso do mesmo diploma), uma vez que até aquela data o 8.3.4.3.1 – Quando o profissional exerça atividade com vínculo empre-
registro era anotado pelo Conselho no próprio diploma. gatício, considera-se documentação hábil para comprovação da atual
atividade, cumulativamente:
8.3.3.1 – No caso de falecimento, será suficiente constar nos autos có-
pia do atestado de óbito do economista. I) a comprovação do vínculo empregatício mantido:
8.3.3.2 – Nos demais casos, entende-se por “Documentos suficientes à a) cópia da Carteira de Trabalho e Previdência Social, onde conste o
comprovação do não exercício da profissão” aqueles por meios dos quais o atual contrato de trabalho; ou
requerente comprove a ocorrência de sua aposentadoria (mediante docu- b) no caso de servidor público não-celetista, cópia da Portaria de no-
mentos oficiais de concessão) ou comprove qual é a atividade profissional meação para o cargo e do último contracheque;
que exerce no momento do pedido de cancelamento e qual é o conteúdo
concreto das tarefas que nela desempenha. II) a demonstração das tarefas efetivamente desempenhadas no exer-
cício do cargo:
8.3.3.3 – Ao receber a solicitação de cancelamento do economista, o
CORECON fará, imediatamente, pesquisa nos sistemas cadastrais para a) declaração destinada ao CORECON, em papel timbrado da institui-
identificar a ocorrência de débitos vencidos. Em caso positivo, elaborará ção empregadora, informando as atividades desempenhadas pelo profis-
também imediatamente a “Notificação de existência de débitos em pedidos sional no cargo ou emprego; ou
de cancelamento e suspensão” constante no Anexo I deste capítulo, co- b) alternativamente, o encaminhamento ao CORECON, por parte da
lhendo a assinatura de próprio punho do economista no campo “ciente”. instituição empregadora, de cópias dos planos de cargos e salários, planos
8.3.3.3.1 – Sendo o pedido formulado sem a presença física do eco- de carreiras ou equivalentes, que definam as atividades desempenhadas
nomista, ou recusando-se este a assinar a notificação apresentada pelo pelo profissional no cargo ou emprego (no caso de planos ou normativos
CORECON, ser-lhe-á enviada a notificação com Aviso de Recebimento, publicados no Diário Oficial, é suficiente a cópia da publicação).
nos termos do art. 26 §§ 1º, inciso V, e 3º e do art. 28, todos da Lei
9874/99, com a finalidade de descaracterizar eventual alegação do reque-
10.2 – A transferência do registro tramitará da mesma forma que o pe- e) denominação da Faculdade e data em que se diplomou na forma da
dido inicial de registro, ressalvados os seguintes pontos: Lei 1411/51;
10.2.1 – O Conselho de destino deverá diligenciar junto ao de ori- f) número de registro do CORECON;
gem,registrando o resultado da medida nos autos do processo, antes da g) fotografia de frente e impressão datiloscópica;
distribuição a relator, com o fim obter:
h) prazo de validade da carteira;
a) informação sobre a existência de débitos vencidos de responsabili-
dade do interessado; i) número do CIC (Cartão de Identificação do Contribuinte);
10.2.4.1 - solicitar à região de origem o cancelamento da inscrição; 13.2 - Os Conselhos Regionais de Economia deverão manter registro
específico com o controle da numeração das carteiras expedidas, existente
10.2.4.2 – informar à região de origem os recebimentos que tenham si- no verso dos impressos, comunicando ao Conselho Federal de Economia,
do efetuados em função de débitos vencidos. semestralmente, os números das
10.2.5 – O Conselho de origem deverá providenciar a imediata execu- carteiras inutilizadas.
ção do saldo dos débitos vencidos do economista transferido, descontando
do valor a executar as parcelas eventualmente pagas ao Conselho de 13.3 - Quando emitir segunda ou subsequentes vias da carteira de i-
destino. dentidade, o CORECON. reproduzirá fielmente o original, acrescentando-
lhe a nova data da expedição.
10.2.6 – A carteira de identidade original do Conselho de origem será
inutilizada pelo CORECON de destino e ficará retida no processo, não 13.4 - Mediante solicitação dos CORECONs, será efetuada a remessa
sendo devolvida ao requerente. dos modelos.
11 – CONSTITUIÇÃO DE NOVO CORECON - A constituição de novo 13.4.1 – O fornecimento dos modelos de carteira de identidade será
CORECON por desmembramento ou fusão implicará em transferência ressarcido pelos CORECONs ao COFECON, mediante depósito prévio da
automática do registro para o novo Conselho, devendo ser minimizadas as quantia relativa ao preço de custo de cada quantidade fornecida.
exigências ou custos desse procedimento para os economistas. 13.4.2 – O preço de custo do modelo corresponderá estritamente ao
11.1 –. Quando da instalação de novo Conselho por desmembramento preço unitário pago pelo COFECON à Casa da Moeda ou outro fornecedor
ou fusão de outros, será automática a transferência do registro, cumprindo gráfico por cada documento de identidade.
ao CORECON de origem remeter toda a documentação pertinente - pro- 13.4.3 – Excetuam-se da obrigatoriedade de ressarcimento prevista no
cessos de registro, fichas de cadastro, fichas de controle financeiro, etc. - subitem 13.5.1 apenas aqueles CORECONs que detiverem em seus qua-
acompanha de relação descritiva em 2 (duas) vias, uma das quais, após dros menos de 1000 (mil) economistas em condições de voto nos termos
conferida e achada conforme, deverá ser restituídaao Conselho de origem. do item 1.1 do Capítulo 6.4 desta Consolidação.
11.2 – Nos casos previstos neste item, é vedada a cobrança de quais- 14 – As carteiras de identidade profissional emitidas para o registro dos
quer emolumentos dos profissionais em função da transferência dos regis- profissionais denominados Analista de Relações Econômicas Internacio-
tros. nais, mencionados no sub-item 2.2 deste capítulo, serão confeccionadas
11.3 – O Conselho instalado sucede o Conselho de origem na titulari- pelo COFECON segundo modelo unificado (Anexo III deste capítulo), em
dade das receitas devidas pelos economistas transferidos, inclusive os papel especial com marca d'água, talho doce, tinta reagente e numeradas
débitos vencidos. sequencialmente.
RESPOSTAS
01. B 11. E
02. D 12. A
03. A 13. C
04. B 14. E
05. C 15. A
06. E 16.
07. D 17.
08. C 18.
09. D 19.
10. B 20.
ATUALIDADES os Prefeitos. Tanto os estados quanto os municípios têm apenas uma casa
parlamentar: no nível estadual os deputados estaduais são eleitos para 4
anos na Assembleia Legislativa e no nível municipal, os vereadores são
Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas eleitos para a Câmara Municipal para igual período.
áreas, tais como: desenvolvimento sustentável, ecolo-
gia, tecnologia, energia, política, economia, sociedade, Poder Judiciário
relações internacionais, educação, segurança e artes e Finalmente, há o Poder Judiciário , cuja instância máxima é o Supremo
literatura e suas vinculações históricas. Tribunal Federal , responsável por interpretar a Constituição Federal e
composto de onze Ministros indicados pelo Presidente sob referendo do
Senado, dentre indIvÍduos de renomado saber jurídico. A composição dos
O Brasil é uma república federal presidencialista, de ministros do STF não é completamente renovada a cada mandato
regime democrático-representativo. Em nível federal, o poder executivo é presidencial: o presidente somente indica um novo ministro quando um
exercido pelo Presidente. É uma república porque o Chefe de Estado é deles se aposenta ou vem a falecer.
eletivo e temporário. O Estado brasileiro é uma federação pois é composto
de estados dotados de autonomia política garantida pela Constituição Economia
Federal e do poder de promulgar suas próprias Constituições. É uma
república presidencial porque as funções de chefe de Estado e chefe de A economia do Brasil tem um mercado livre e exportador. Com
governo estão reunidas em um único órgão: o Presidente da República. É um PIB nominal de 2,48 trilhões de dólares (4,14 trilhões de reais), foi
uma democracia representativa porque o povo dificilmente exerce sua classificada como a sexta maior economia do mundo em 2011, segundo
soberania, apenas elegendo o chefe do poder executivo e os seus o FMI (considerando o PIB de 2,09 trilhões de dólares, para 2010) , ou a
representantes nos órgãos legislativos, como também diretamente, sétima, de acordo com o Banco Mundial (também considerando um PIB de
mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. Isso acontece 2.09 trilhões de dólares em 2010) e o World Factbook da CIA (estimando o
raramente, o que não caracteriza uma democracia representativa. PIB de 2011 em 2,28 trilhões de dólares). É a segunda maior do continente
americano, atrás apenas dos Estados Unidos.
Indicadores
A economia brasileira tem apresentado um crescimento consistente e,
De acordo com o Índice de Democracia, compilado pela revista segundo o banco de investimento Goldman Sachs, deve tornar-se a quarta
britânica The Economist, o Brasil possui desempenho elevado nos quesitos maior do mundo por volta de 2050.
pluralismo no processo eleitoral (nota 9,5) e liberdades civis (nota 9,1). O
país possui nota acima da média em funcionalidade do governo (nota O Brasil é uma das chamadas potências emergentes: é o "B" do
grupo BRICS. É membro de diversas organizações econômicas, como
7,5). No entanto, possui desempenho inferior nos quesitos participação
política (nota 5,0) e cultura política (nota 4,3). O desempenho do Brasil em o Mercosul, a UNASUL, o G8+5, o G20 e o Grupo de Cairns. Tem centenas
participação política é comparável ao de Malauí e Uganda, considerados de parceiros comerciais, e cerca de 60% das exportações do país referem-
"regimes híbridos", enquanto o desempenho em cultura política é se a produtos manufaturados e semimanufaturados. Os principais parceiros
comparável ao de Cuba, considerado um regime autoritário.No entanto, a comerciais do Brasil em 2008 foram:Mercosul e América Latina (25,9% do
média geral do país (nota 7,1) é inferior somente à do Uruguai (nota 8,1) e comércio), União Europeia (23,4%), Ásia (18,9%), Estados Unidos (14,0%)
do Chile (nota 7,6) na América do Sul. Dentre os BRIC, apenas e outros (17,8%).
a Índia (nota 7,2) possui desempenho melhor. De fato, em relação aos Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil foi o país que mais
BRIC, a revista já havia elogiado a democracia do país anteriormente, aumentou sua competitividade em 2009, ganhando oito posições entre
afirmando que "em alguns aspectos, o Brasil é o mais estável dos BRIC. outros países, superando a Rússia pela primeira vez e fechando
Diferentemente da China e da Rússia, é uma democracia genuína; parcialmente a diferença de competitividade com a Índia e
diferentemente da Índia, não possui nenhum conflito sério com seus a China, economias BRIC . Importantes passos dados desde a década de
vizinhos". 1990 para a sustentabilidade fiscal, bem como as medidas tomadas para
O Brasil é percebido como o 75º país menos corrupto do mundo, liberalizar e abrir a economia, impulsionaram significativamente os
perdendo para Romênia, Grécia, Macedônia e Bulgária por apenas um fundamentos do país em matéria de competitividade, proporcionando um
décimo. O país está empatado com os países sul-americanos da Colômbia, melhor ambiente para o desenvolvimento do setor privado.
do Peru e do Suriname, e ganha da Argentina (106°), da Bolívia (120°), O país dispõe de setor tecnológico sofisticado e desenvolve projetos
da Guiana (126°), do Equador (146°), do Paraguai (154°) e que vão desde submarinos a aeronaves (a Embraer é a terceira maior
da Venezuela (162°) na região. O Brasil ainda está em situação melhor que empresa fabricante de aviões no mundo). O Brasil também está envolvido
todos os outros países do BRIC. A China se encontra 80º lugar, a Índia em na pesquisa espacial. Possui um centro de lançamento de satélites e foi o
84° e a Rússia em 146°. único país do Hemisfério Sul a integrar a equipe responsável pela
Organização construção do Estação Espacial Internacional (EEI).[25] É também o
pioneiro na introdução, em sua matriz energética, de um biocombustível – o
O Estado brasileiro é dividido primordialmente em três esferas de etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.Em 2008, a Petrobrás criou a
poder: o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O chefe do Poder subsidiária, a Petrobrás Biocombustível, que tem como objetivo principal a
Executivo é o presidente da República, eleito pelo voto direto para um produção de biodiesel e etanol, a partir de fontes renováveis,
mandato de quatro anos, renovável por mais quatro. Na esfera estadual o como biomassa e produtos agrícolas.
Executivo é exercido pelos governadores dos estados; e na esfera
municipal pelos prefeitos. O Poder Legislativo é composto, em âmbito História
federal, pelo Congresso Nacional, sendo este bicameral: dividido entre Quando os exploradores portugueses chegaram no século XV,
a Câmara dos Deputados e o Senado. Para a Câmara, são eleitos as tribos indígenas do Brasil totalizavam cerca de 2,5 milhões de pessoas,
os deputados federais para dividirem as cadeiras em uma razão de modo a que praticamente viviam de maneira inalterada desde a Idade da Pedra. Da
respeitar ao máximo as diferenças entre as vinte e sete Unidades da colonização portuguesa do Brasil (1500-1822) até o final dos anos 1930, os
Federação, para um período de quatro anos. Já no Senado, cada estado é elementos de mercado da economia brasileira basearam-se na produção
representado por 3 senadores para um mandato de oito anos cada. Em de produtos primários para exportação. Dentro do Império Português, o
âmbito estadual, o Legislativo é exercido pelas Assembléias Legislativas Brasil era uma colônia submetida a uma política imperial mercantil, que
Estaduais; e em âmbito municipal, pelas Câmaras Municipais. tinha três principais grandes ciclos de produção econômica - o açúcar,
Unidades federativas o ouro e, a partir do início do século XIX, o café. A economia do Brasil foi
fortemente dependente do trabalho escravizado Africano até o final do
O Brasil possui vinte e seis estados e um Distrito Federal, indissolúveis, século XIX (cerca de 3 milhões de escravos africanos importados no total).
cada qual com um Governador eleito pelo voto direto para um mandato de Desde então, o Brasil viveu um período de crescimento econômico e
O apoio para o setor produtivo foi simplificado em todos os níveis; O Brasil tem o mais avançado programa espacial da América Latina,
ativos e independentes, o Congresso e o Poder Judiciário procederam à com recursos significativos para veículos de lançamento, e fabricação
O Brasil também tem um grande número de notáveis personalidades Ao longo das últimas três décadas o Brasil tem trabalhado para criar
científicas e inventores das mais diversas áreas do conhecimento, como os uma alternativa viável à gasolina. Com o seu combustível à base de cana-
padres Bartolomeu de Gusmão, Roberto Landell de Moura e Francisco de-açúcar, a nação pode se tornar energicamente independente neste
João de Azevedo, Santos Dumont, Manuel Dias de Abreu, César Lattes, momento. O Pró-álcool, que teve origem na década de 1970, em resposta
Andreas Pavel, Nélio José Nicolai, Adolfo Lutz, Vital Brasil, Carlos Cha- às incertezas do mercado do petróleo, aproveitou sucesso intermitente.
gas, Oswaldo Cruz, Henrique da Rocha Lima, Mauricio Rocha e Sil- Ainda assim, grande parte dos brasileiros utilizam os chamados "veículos
va e Euryclides Zerbini. flex", que funcionam com etano ou gasolina, permitindo que
o consumidor possa abastecer com a opção mais barata no momento,
Transportes muitas vezes o etanol.
Com uma rede rodoviária de cerca de 1,8 milhões de quilômetros, sen- Os países com grande consumo de combustível como a Índia e
do 96 353 km de rodovias pavimentadas (2004), as estradas são as princi- a China estão seguindo o progresso do Brasil nessa área. Além disso,
pais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro. países como o Japão e Suécia estão importando etanol brasileiro para
ajudar a cumprir as suas obrigações ambientais estipuladas no Protocolo
Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se de Quioto.
na década de 1920, no governo de Washington Luís, sendo prosseguidos
no governo Vargas e Gaspar Dutra. O presidente Juscelino Kubits- O Brasil possui a segunda maior reserva de petróleo bruto na América
chek (1956–1961), que concebeu e construiu a capital Brasília, foi outro do Sul e é um dos produtores de petróleo que mais aumentaram sua pro-
incentivador de rodovias. Kubitschek foi responsável pela instalação de dução nos últimos anos O país é um dos mais importantes do mundo na
grandes fabricantes de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General produção de energia hidrelétrica. Da sua capacidade total de geração
Motors chegaram ao Brasil durante seu governo) e um dos pontos utiliza- de eletricidade, que corresponde a 90 mil megawatts, a energia hídrica é
dos para atraí-los era, evidentemente, o apoio à construção de rodovias. responsável por 66.000 megawatts (74%). A energia nuclear representa
Hoje, o país tem instalados em seu território outros grandes fabricantes de cerca de 3% da matriz energética do Brasil. O Brasil pode se tornar uma
automóveis, como Fiat, Renault, Peugeot, Citroën, Chrysler, Mercedes- potência mundial na produção de petróleo, com grandes descobertas desse
Benz, Hyundai e Toyota. O Brasil é o sétimo mais importante país recurso nos últimos tempos na Bacia de Santos.
da indústria automobilística.
Comunicação
Existem cerca de quatro mil aeroportos e aeródromos no Brasil, sendo
721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque. O país A imprensa brasileira tem seu início em 1808 com a chegada da família
tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás ape- real portuguesa ao Brasil, sendo até então proibida toda e qualquer ativida-
nas dos Estados Unidos. O Aeroporto Internacional de Guarulhos, localiza- de de imprensa — fosse a publicação de jornais ou livros. A imprensa
do na Região Metropolitana de São Paulo, é o maior e mais movimenta- brasileira nasceu oficialmente no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1808,
do aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfe- com a criação da Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional, pelo príncipe-
go comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Pau- regente dom João.
lo a praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem A Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal publicado em território
34 aeroportos internacionais e 2 464 aeroportos regionais. nacional, começa a circular em 10 de setembro de 1808. Atualmente a
O país possui uma extensa rede ferroviária de 28 857 km de extensão, imprensa escrita consolidou-se como um meio de comunicação em massa
a décima maior rede do mundo.Atualmente, o governo brasileiro, diferente- e produziu grandes jornais que hoje estão entre as maiores do país e do
mente do passado, procura incentivar esse meio de transporte; um exemplo mundo como a Folha de S. Paulo, O Globo e o Estado de S. Paulo, e
desse incentivo é o projeto do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo, publicações das editoras Abril e Globo.
um trem-bala que vai ligar as duas principais metrópoles do país. Há 37 A radiodifusão surgiu em 7 de setembro de 1922, sendo a primei-
grandes portos no Brasil, dentre os quais o maior é o Porto de Santos. O ra transmissão um discurso do então presidente Epitácio Pessoa, porém a
país também possui 50 000 km de hidrovias. instalação do rádio de fato ocorreu apenas em 20 de abril de 1923 com a
Saúde criação da "Rádio Sociedade do Rio de Janeiro". Na década de
1930 começou a era comercial do rádio, com a permissão de comerciais na
O sistema de saúde pública brasileiro, o Sistema Único de Saú- programação, trazendo a contratação de artistas e desenvolvimento técnico
de (SUS), é gerenciado e fornecido por todos os níveis do governo, sendo o para o setor. Com o surgimento das rádio-novelas e da popularização da
maior sistema do tipo do mundo. Já os sistemas de saúde privada atendem programação, na década de 1940, começou a chamada era de ouro do
um papel complementar. Os serviços de saúde públicos são universais e rádio brasileiro, que trouxe um impacto na sociedade brasileira semelhante
oferecidos a todos os cidadãos do país de forma gratuita. No entanto, a ao que a televisão produz hoje. Com a criação da televisão o rádio passa
construção e a manutenção de centros de saúde e hospitais são financia- por transformações, os programas de humor, os artistas, as novelas e os
das por impostos, sendo que o país gasta cerca de 9% do seu PIB em programas de auditório são substituídos por músicas e serviços de utilidade
despesas na área. Em 2009, o território brasileiro tinha 1,72 médicos e 2,4 pública. Na década de 1960 surgiram as rádios FM's que trazem mais
camas hospitalares para cada 1000 habitantes. músicas para o ouvinte.
Apesar de todos os progressos realizados desde a criação do sistema A televisão no Brasil começou, oficialmente, em 18 de setem-
universal de cuidados de saúde em 1988, ainda existem vários problemas bro de 1950, trazida por Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal
Explosão vulcânica.
Cascata de Hopetoun, próxima do Parque Nacional d'Otway, As ciências da Terra geralmente reconhecem quatro esferas,
estado de Victoria, Austrália a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, correspondentes
respectivamente às rochas, água, ar e vida. Alguns cientistas incluem,
como parte das esferas da Terra, a criosfera (correspondendo ao gelo)
como uma porção distinta da hidrosfera, assim como
a pedosfera (correspondendo ao solo) como uma esfera ativa.
Ciências da Terra é um termo genérico para as ciências relacionadas
ao planeta Terra. Há quatro disciplinas principais nas ciências da
Terra: geografia, geologia, geofísica e geodésia. Essas disciplinas
principais usam física, química, biologia, cronologia e matemática para criar
um entendimento qualitativo e quantitativo para as áreas principais
ou esferas do "sistema da Terra".
Atividade geológica
A crosta da Terra, ou litosfera, é a superfície sólida externa do planeta
e é química e mecanicamente diferente do manto do interior. A crosta tem
sido gerada largamente pelo processo de criação das rochas ígneas, no
qual o magma (rocha derretida) se resfria e se solidifica para formar rocha
sólida. Abaixo da litosfera se encontra o manto no qual é aquecido
Bachalpsee nos Alpes da Suíça; geralmente as áreas pela desintegração dos elementos radioativos. O processo de convecção
montanhosas são menos afetadas pela atividade humana. faz as placas da litosfera se moverem, mesmo lentamente. O processo
resultante é conhecido como tectonismo. Vulcões se formam primariamente
O meio ambiente[a], comumente chamado apenas de ambiente, pelo derretimento do material da crosta da zona de subducção ou pela
envolve todas as coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em ascensão do manto nas dorsais oceânicas e pluma mantélica.
alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. É
o conjunto de condições, leis, influências e infra-estrutura de ordem física, Água na Terra
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas.
O conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus
componentes:
Completo conjunto de unidades ecológicas que funcionam como
um sistema natural, mesmo com uma massiva intervenção humana e de
outras espécies do planeta, incluindo toda
avegetação, animais, microorganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômen
os naturais que podem ocorrer em seus limites.
Recursos naturais e fenômenos físicos universais que não
possuem um limite claro, como ar,água, e clima, assim
como energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo, que não são
originados por atividades humanas.
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente celebrada
em Estocolmo, em 1972, definiu-se o meio ambiente da seguinte forma: "O
meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e
Desafios
Os movimentos pacifistas, colocando-se contra a ameaça de destrui- "Deriva-se do grego oikos, que significa lugar onde se vive ou hábitat...
ção potencial do planeta, rapidamente incorporaram as bandeiras ecológi- Ecologia é a ciência que estuda dinâmica dos ecossistemas... é a disciplina
cas, ampliando o espectro de sua atuação. O melhor exemplo é o Green- que estuda os processos, interações e a dinâmica de todos os seres vivos
peace (Paz Verde), formado originalmente por ex-soldados americanos e com cada um dos demais, incluindo os aspectos econômicos, sociais,
canadenses. Tornou-se célebre por atitudes como impedir ações de gover- culturais e psicológicos peculiares ao homem...é um estudo interdisciplinar
nos ou empresas prejudiciais ao ser humano e ao ambiente natural, tais e interativo que deve, por sua própria natureza, sintetizar informação e
como a pesca da baleia, os testes nucleares e o transporte irresponsável conhecimento da maioria, senão de todos os demais campos do saber...
de substâncias tóxicas. Hoje é uma organização mundial. Ecologia não é meio ambiente. Ecologia não é o lugar onde se vive. Ecolo-
gia não é um descontentamento emocional com os aspectos industriais e
Com um nível mais elaborado de atuação, muitos desses movimentos tecnológicos da sociedade moderna" (Wickersham et alii, 1975).
vão combater as práticas consumistas nas economias desenvolvidas e
defender modelos alternativos de vida social e econômica. "É a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e
as interações, de qualquer natureza, existentes entre esses seres vivos e
A pressão política desses movimentos e o agravamento da situação seu meio"(Dajoz, 1973).
dos recursos naturais no planeta levaram a ONU, em 1972, a organizar a I
Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Esto- "Ciência das relações dos seres vivos com o seu meio... Termo usado
colmo, na Suécia. Era uma conferência oficial, com representantes de frequente e erradamente para designar o meio ou o ambiente"(Dansereau,
Estado (mais de 100 países), o que não impediu que paralelamente compa- 1978).
ECOSSISTEMA Tecnologia
Sistema aberto que inclui, em uma certa área, todos os fatores físicos e Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια —
biológicos (elementos bióticos e abióticos) do ambiente e suas interações. o "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e
que resulta em uma diversidade biótica com estrutura trófica claramente as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal
definida e na troca de energia e matéria entre esses fatores. conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser:
A biocenose e seu biótopo constituem dois elementos inseparáveis que As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas;
reagem um sobre o outro para produzir um sistema mais ou menos estável
que recebe o nome de ecossistema (Tansley, 1935)...O ecossistema é a As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e
unidade funcional de base em ecologia, porque inclui, ao mesmo tempo, os processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução
seres vivos e o meio onde vivem, com todas as interações recíprocas entre dos mesmos;
o meio e os organismos" (Daioz, 1973). Um método ou processo de construção e trabalho (tal como
"Os vegetais, animais e microorganismos que vivem numa região e a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infra-estrutura ou a tecnologia
constituem uma comunidade biológica estão ligados entre si por uma espacial);
intrincada rede de relações que inclui o ambiente tísico em que existem A aplicação de recursos para a resolução de problemas;
estes organismos. Estes componentes físicos e biológicos interdependen-
tes formam o que os biólogos designam com o nome de ecossiste- O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível
ma"(Ehrlich & Ehrlich 1974). de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada
cultura;
"E o espaço limitado onde a ciclagem de recursos através de um ou vá-
rios níveis tróficos é feita por agentes mais ou menos fixos, utilizando Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento
simultânea e sucessivamente processos mutuamente compatíveis que de como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso
geram produtos utilizáveis a curto ou longo prazo" (Dansereau, 1978). conhecimento do que pode ser produzido).
"É um sistema aberto integrado por todos os organismos vivos (com- Os recursos e como utilizá-los para se atingir a um determinado
preendido o homem) e os elementos não viventes de um setor ambiental objetivo, para se fazer algo, que pode ser a solução ou minimização de um
definido no tempo e no espaço, cujas propriedades globais de funciona- problema ou a geração de uma oportunidade, por exemplo.
mento (fluxo de energia e ciclagem de matéria) e auto-regulação (controle)
derivam das relações entre todos os seus componentes,. tanto pertencen- A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência
tes aos sistemas naturais, quanto os criados ou modificados pelo homem" e engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e
(Hurtubia, 1980). processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da
uva, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser
"Sistema integrado e autofuncionante que consiste em interações de humano, tal como a Estação Espacial Internacional e a dessalinização da
elementos bióticos e abióticos, seu tamanho pode variar consideravelmen- água do mar. Frequentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas
te" (USDT. 1980). preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a
"A comunidade total de organismos, junto com o ambiente físico e quí- poluição e outras muitas questões ecológicas, assim
mico no qual vivem se denomina ecossistema. que é a unidade funcional como filosóficas e sociológicas, já que tecnologia pode ser vista como uma
da ecologia" (Beron, 1981 ). atividade que forma ou modifica a cultura.
"O ecodesenvolvimento se define como um processo criativo de trans- Existe um equilíbrio grande entre as vantagens e as desvantagens que
formação do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, o avanço da tecnologia traz para a sociedade. A principal vantagem é
concebidas em função das potencialidades deste meio, impedindo o des- refletida na produção industrial: a tecnologia torna a produção mais rápida e
perdício inconsiderado dos recursos, e cuidando para que estes sejam
A energia térmica ou calorífica origina-se da combustão de diversos Nas usinas nucleares, a energia é produzida por um dispositivo
materiais, e pode converter-se em mecânica por meio de uma série de denominado reator ou pilha atômica, assim chamado porque os recipientes
conhecidos mecanismos: as máquinas a vapor e os motores de combustão de urânio e, às vezes, de tório, são empilhados dentro de um receptáculo
interna tiram partido do choque de moléculas gasosas, submetidas a altas de outro material, geralmente o carbono. A fissão atômica produz calor, que
temperaturas, para impulsionar êmbolos, pistões e cilindros; as turbinas a pode mover uma turbina e gerar eletricidade. A grande vantagem da
gás utilizam uma mistura de ar comprimido e combustível para mover suas energia elétrica assim produzida reside na pequena quantidade de matéria
pás; e os motores a reação se baseiam na emissão violenta de gases. O físsil necessária à produção de uma considerável quantidade de calor: com
primeiro combustível, a madeira, foi substituído ao longo das sucessivas meio quilograma de urânio, por exemplo, uma pilha atômica pode produzir
inovações industriais pelo carvão, pelos derivados de petróleo e pelo gás tanto calor quanto a queima de dez toneladas de carvão.
natural. Hidroeletricidade
Pode-se aproveitar a energia gerada por certas reações químicas, em As matrizes renováveis de energia têm uma série de vantagens: a dis-
consequência de interações moleculares. À parte as reações de ponibilidade de recursos, a facilidade de aproveitamento e o fato de que
combustão, classificáveis entre as fontes térmicas, e nas quais substâncias continuam disponíveis na natureza com o passar do tempo. De todas as
se queimam ao entrar em contato com o oxigênio, a energia presente em fontes deste tipo, a hidrelétrica representa uma parcela significativa da
certos processos de soluções ácidas e básicas ou de sais pode ser captada produção mundial, que representa cerca de 16% de toda a eletricidade
em forma de corrente elétrica -- fundamento das pilhas e acumuladores. gerada no planeta.
Dá-se também o processo inverso.
No Brasil, além de ser um fator histórico de desenvolvimento da eco-
A energia elétrica é produzida principalmente pela transformação de nomia, a energia hidrelétrica desempenha papel importante na integração e
outras formas de energia, como a hidráulica, a térmica e a nuclear. O no desenvolvimento de regiões distantes dos grandes centros urbanos e
movimento da água ou a pressão do vapor acionam turbinas que fazem industriais.
girar o rotor de dínamos ou alternadores para produzir corrente elétrica. O potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica do Brasil
Esse tipo de energia apresenta como principais vantagens seu fácil está entre os cinco maiores do mundo; o País tem 12% da água doce
transporte e o baixo custo, e talvez seja a forma mais difundida no uso superficial do planeta e condições adequadas para exploração. O potencial
cotidiano. Os motores elétricos são os principais dispositivos de conversão hidrelétrico é estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão locali-
dessa energia em sua manifestação mecânica. zados na Bacia Hidrográfica do Amazonas – para efeito de comparação, a
As crises de energia ocorridas na segunda metade do século XX Bacia do Paraná responde por 23%, a do Tocantins, por 10,6% e a do São
suscitaram a busca de novas fontes. Registraram-se duas tendências, Francisco, por 10%. Contudo, apenas 63% do potencial foi inventariado. A
aparentemente opostas: os projetos e invenções destinados a dominar os Região Norte, em especial, tem um grande potencial ainda por explorar.
processos de reação nuclear e os sistemas de aproveitamento de energias Algumas das usinas em processo de licitação ou de obras na Amazô-
naturais não poluentes, como a hidráulica, a solar, a eólica e a geotérmica. nia vão participar da lista das dez maiores do Brasil: Belo Monte (que terá
Como resultado dessas pesquisas obteve-se um maior índice de potência instalada de 11.233 megawatts), São Luiz do Tapajós (8.381 MW),
aproveitamento dos recursos terrestres e marítimos em determinadas Jirau (3.750 MW) e Santo Antônio (3.150MW). Entre as maiores em funcio-
regiões do globo. namento estão Itaipu (14 mil MW, ou 16,4% da energia consumida em todo
o Brasil), Tucuruí (8.730 MW), Ilha Solteira (3.444 MW), Xingó (3.162 MW)
A energia hidráulica, utilizada desde a antiguidade, oferece amplas e Paulo Afonso IV (2.462 MW).
possibilidades em rios e mares. As quedas d'água e a enorme força das
As novas usinas da região Norte apresentam um desafio logístico: a
marés constituem exemplos claros do potencial dessas fontes. No entanto,
transmissão para os grandes centros, que ficam distantes milhares de
embora as represas e reservatórios representem meios para armazenar
quilômetros. Este problema vai ser solucionado pelo Sistema Integrado
água e energia, facilmente transformável em corrente elétrica, ainda não
Nacional (SIN), uma rede composta por linhas de transmissão e usinas que
foram encontrados meios eficazes para o aproveitamento das marés,
operam de forma integrada e que abrange a maior parte do território do
devido à complexidade de seu mecanismo.
País.
Ao longo da história, os moinhos e os barcos a vela tiraram amplo
Composto pelas empresas de exploração de energia das regiões Sul,
proveito de um dos tipos primários de energia, a eólica, ou produzida pelo
Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, o SIN garante a
vento. Essa manifestação energética, diretamente cinética por ser
exploração racional de 96,6% de toda a energia produzida no País.
provocada pelo movimento do ar, apresenta baixo nível de rendimento e
sua utilização é insegura e pouco uniforme, ainda que de baixo custo. Energia renovável
A energia solar representa o modelo mais característico de fonte A energia renovável é a energia que vem de recursos
renovável. Apesar de ser praticamente inesgotável, por provir diretamente naturais como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica, que
da radiação solar, seu aproveitamento ainda não alcança rendimentos são recursos renováveis (naturalmente reabastecidos). Em 2008, cerca de
equiparáveis a outras fontes. A captação dessa energia tem como principal 19% do consumo mundial de energia veio de fontes renováveis, com 13%
finalidade a produção de energia calorífica, sobretudo para calefação provenientes da tradicional biomassa, que é usada principalmente
doméstica. Alguns dispositivos, como as células fotoelétricas, permitem para aquecimento, e 3,2% a partir da hidroeletricidade. Novas energias
transformar a energia solar em elétrica. renováveis (pequenas hidrelétricas, biomassa, eólica, solar, geotérmica e
biocombustíveis) representaram outros 2,7% e este percentual está
As fontes térmicas naturais e as forças terrestres, como terremotos e
crescendo muito rapidamente. A percentagem das energias renováveis
vulcões, constituem formas de energia de difícil aproveitamento, e a
na geração de eletricidade é de cerca de 18%, com 15% da eletricidade
pesquisa científica para utilização de tais fenômenos na indústria ainda está
global vindo de hidrelétricas e 3% de novas energias renováveis.
em fase inicial.
A energia do Sol é convertida de várias formas para formatos
A pesquisa sobre energia nuclear, cercada por intensa polêmica,
conhecidos, como a biomassa (fotossíntese), a energia hidráulica
devido ao perigo de sua utilização militar e ao risco de poluição e radiação,
Se distinguem as "reservas identificadas", embora não sejam Há dois componentes na radiação solar: radiação direta e radiação
exploradas, e as "reservas prováveis", que poderão ser descobertas difusa. A radiação direta é a que vem diretamente do Sol, sem reflexões ou
com tecnologias futuras. Segundo os cálculos, o planeta pode fornecer refrações intermediárias. A difusa, é emitida pelo céu durante o dia, graças
aos muitos fenômenos de reflexão e refração da atmosfera solar,
Como se preocupa mais com a beleza do que com a verdade, o artista Tais distinções, no entanto, eram excessivamente vagas, uma vez que
jamais aceita apenas o real como fonte de matéria-prima. Até mesmo seu autor reduzia os elementos temporais a espaciais ou "representações"
quando historicamente orientado pelo realismo -- como atitude e e não hesitava em afirmar que o ritmo era apenas uma forma particular da
movimento estético -- não pode dispensar como fonte de matéria-prima, e simetria. Há, por isso, uma precisão maior nas classificações da arte em
de seu trabalho, seu mundo interior, sua experiência subjetiva e, em uma função de seus meios expressivos, como a que se segue:
palavra, sua imaginação. Bem consideradas as coisas, é possível (1) Artes espaciais. Incluir-se-iam entre as artes espaciais todas as
depreender o credo estético de um artista conforme o maior ou menor peso artes plásticas. Seria proveitoso, neste ponto, distinguir as bidimensionais,
conferido por ele a essas duas fontes primordiais, o real e o imaginário. como o desenho e a pintura, e as tridimensionais, como a escultura e a
Imaginação e criação. Como o real, em si, pode despertar no homem, arquitetura. Características definidoras dessas artes seriam sua situação
além da arte, tanto a filosofia como a ciência, deve-se apontar como fonte espacial, sua atemporalidade -- não implicam um desenvolvimento no
mais determinante da criação artística a imaginação. Esta, em última tempo -- , e o fato de que o sentido mais importante para sua apreciação
análise, é a capacidade de projetar imagens. A partir de um núcleo estética é a visão, motivo por que também foram chamadas "artes visuais".
inicialmente incerto de emoção e de necessidade expressiva, o artista (2) Artes temporais. Seriam temporais todas as artes que implicam um
concebe uma imagem. Gera do nada alguma coisa vivente, e do caos extrai processo no tempo. Costumam distinguir-se as artes sonoras, como a
a ordem , isto é, chega a uma relação de partes harmônicas. O música instrumental -- que, além disso, é intermitente, isto é, só existe
aprimoramento das habilidades do artista torna-se necessário para que como tal quando é executada -- e as artes verbais, que compreenderiam
possa comunicar a outras pessoas aquilo que concebe. A arte transforma- gêneros literários como a poesia e o romance.
se numa linguagem composta de imagens e símbolos, pela qual o homem
se comunica em termos mais perceptivos do que conceituais. (3) Artes mistas. Consideram-se na área das artes mistas as disciplinas
artísticas em que intervêm, combinados, elementos pertencentes aos dois
O papel do artista, portanto, é interpretar, explicar e dramatizar o grupos anteriores. O teatro, por exemplo, ainda que seja um gênero
mundo em que vive, em todos os seus aspectos. Enquanto processo literário, inclui a representação espacial; a dança é ao mesmo tempo
criativo, a arte envolve a participação tanto do artista criador quanto de seu espacial e temporal; e a ópera compreende, além disso, componentes
público. A produção artística desenvolve-se, desse modo, em dois ou três literários, assim como o cinema.
tempos: com o próprio artista como força primeira, com o intérprete ou
crítico como intermediário e com o público como destinatário final. Os três Formas e técnicas
componentes tomam parte no processo e a participação de cada um
depende da intensidade de seu empenho. A arte está sempre ligada às circunstâncias históricas e geográficas em
que se situa. Quando, por exemplo, se teve em mira reconstruir os templos
Sua obra será exibida em ambiente sacro ou profano? Seu destinatário As cores encontradas na natureza são o vermelho, o amarelo e o azul.
é uma elite ou o público em geral? O meio expressivo, assim como os São as chamadas cores primárias. Misturando-se duas cores primárias,
materiais e técnicas empregadas pelo artista, inevitavelmente revelarão os obtém-se uma das que são ditas secundárias. Desse modo, a mistura de
gostos de seu tempo, as ideias dominantes e as tendências estilísticas da amarelo e azul dá o verde, a de amarelo e vermelho, o laranja, a de azul e
época. vermelho, o violeta. A mistura, em partes iguais, de uma cor primária e uma
secundária dá um matiz terciário: amarelo-laranja, vermelho-laranja,
O estilo pessoal do artista, consequentemente, será determinado não amarelo-verde, azul-verde, azul-violeta, vermelho-violeta.
apenas pelo espírito do período histórico em que vive e produz, como por
sua habilidade artesanal e pela natureza das diversas técnicas de que se Outra noção muito empregada é a de cores quentes e frias. Estariam
valha. A técnica do afresco, por exemplo, remonta a tempos antigos e, no primeiro caso as que, por associação com determinadas ideias, lembram
embora tenham variado muito as formas de sua representação, os métodos o calor do sol e o fogo (o amarelo, o laranja, o vermelho), e no último caso
e procedimentos básicos do afresco pouco se alteraram desde os tempos as que lembram a noite, o mau tempo, o gelo (o azul, o violeta). A
greco-romanos. disposição de sentido harmônico, num plano, de cores quentes e frias em
alternância recebe o nome de "composição cromática". A expressividade ou
Outras técnicas, como a encáustica ou o mosaico, caíram em quase o significado particular de determinadas cores foi especialmente valorizada
completo olvido, apesar de tentativas esporádicas para ressuscitá-las. No por alguns artistas e tendências. É famosa a declaração de Van Gogh de
entanto, continuam aparecendo novas técnicas e, logo depois de uma fase que procurara "exprimir com o vermelho e o verde as terríveis paixões
de experimentação, passam a integrar a prática dos artistas humanas".
contemporâneos. Relacionem-se, por exemplo, o duratex, empregado há
algumas décadas como suporte pictórico, o acrílico e outros novos Massa. Assim como a cor é de importância primordial para a pintura e
materiais da escultura, a serigrafia e muitas outras técnicas de gravura. À secundária para as demais artes plásticas, a massa é fundamental para as
medida que variam as técnicas, o escultor de hoje utiliza tanto o cinzel artes tridimensionais, escultura e arquitetura, embora também esteja
quanto o maçarico, pois o metal continua a ter larga utilização. presente nas artes bidimensionais, ao menos como ilusão. A noção de
massa pressupõe a quantidade de matéria utilizada na obra de arte e a
Artes plásticas. Conforme as qualidades intrínsecas ou as finalidades a presumível gravidade a que essa matéria estaria submetida. Todas as
que se destinem, as artes plásticas ou artes visuais podem ser massas se aproximam de uma das formas geométricas básicas (a esfera, o
classificadas em quatro categorias: pictóricas, escultóricas, construtivas e cilindro, o cubo, o cone, a pirâmide) e é no reconhecimento de tais formas
aplicadas. As artes pictóricas são as que se desenvolvem sobre uma que o ser humano alcança uma de suas maiores fontes de satisfação nesse
superfície bidimensional, como o desenho (a bico-de-pena, a tinta, a campo. Isso é evidente entre os arquitetos egípcios que construíram as
carvão, a pastel, a giz), a pintura (óleo, têmpera, aquarela, guache), a pirâmides, entre os arquitetos góticos que faziam suas catedrais em forma
gravura (plana, de incisão, de relevo), o mosaico e a fotografia. Entre as de cone ou na escolha feita por Brancusi de uma forma cilíndrica elementar
artes escultóricas se colocam todos os tipos de escultura, do baixo-relevo como base de seus Pássaros.
ao bloco esculpido. A arquitetura corresponde sozinha à terceira categoria,
das artes construtivas e, entre as artes aplicadas ou utilitárias, enumeram- Espaço. O último dos elementos é o espaço, que age diretamente
se a cerâmica, os trabalhos em vidro, marfim, madeira, materiais têxteis etc. sobre a estrutura de qualquer obra tridimensional e, negativamente, sobre
As artes aplicadas também são às vezes subdivididas em utilitárias e as bidimensionais (em que o espaço negativo é aquele não ocupado por
decorativas. nenhuma massa). O espaço adquire sua máxima importância na escultura
e na arquitetura modernas. Um dos axiomas da teoria da arte é que os
São elementos básicos das artes plásticas o ponto, a linha, o plano, a espaços positivos, isto é, aqueles efetivamente trabalhados pelo artista,
textura, a cor, a massa e o espaço. Tais elementos ocorrem conjuntamente concorrem igualmente com os espaços negativos para a eficiência do todo.
em qualquer obra de arte, embora um ou outro seja sempre levado a
sobrepujar os demais, segundo o estilo e as pretensões do artista. Técnicas da pintura. Como em qualquer outra das artes plásticas, a
imagem pictórica é fictícia, isto é, não tem existência física tridimensional.
Ponto. O elemento mais simples é pois o ponto, pequena marca em Visto que o artista só trabalha sobre um plano, tem de recorrer a
determinado espaço que pode chamar a atenção do olhar, conforme sua expedientes que lhe possibilitem representar os objetos no espaço. Tais
posição (foco). Isolado, é elemento estático; combinado com outros pontos, métodos incluem a perspectiva, o chiaroscuro e o uso da cor. A perspectiva
pode-se transformar em dado sugestivo de movimentação e de ritmo. linear parte das premissas de que, à proporção que os objetos se afastam
do olho, ficam parecendo menores; e de que a área em torno deles, de
Linha. Uma sucessão contínua de pontos passa a ser a linha, capaz de diluição da forma, perde seus contornos à distância.
sugerir deslocamento e de tornar-se expressiva por si mesma. Uma linha
Para aplicar os pigmentos, o pintor ordinariamente utiliza pincéis de No século XIX, com o advento do ferro fundido e das estruturas de aço,
vários tamanhos, com cerdas também de espessura variável. Facas, começou uma nova era arquitetônica, que possibilitou edifícios mais altos,
espátulas, cabos de pincel e os próprios dedos são às vezes empregados maiores e mais leves. Com os progressos tecnológicos do século XX,
para alcançar certos efeitos. Há mesmo quem aplique a tinta diretamente novos materiais como o concreto armado, o alumínio e os vidros especiais,
com o tubo, ou com uma bomba de ar comprimido, ou usando um somados a muitos novos métodos de engenharia, revolucionaram as
vaporizador. conquistas da arquitetura. A partir daí, a arquitetura, enquanto arte, e a
engenharia, enquanto ciência prática, separadas desde os tempos do
Se bem que a pintura seja uma arte bidimensional, é possível Renascimento, reaproximaram-se cada vez mais.
adicionar-lhe uma terceira dimensão. A própria superfície do suporte pode
ser realçada, por exemplo, com uma espessa camada de gesso. Ou então Técnicas da escultura. Como a arquitetura, a escultura desenvolveu-se
o pintor poderá lançar mão de grossas camadas de tinta, que constituem a no espaço tridimensional. Ao contrário dela, no entanto, pode representar
técnica do impasto. Mais modernamente, a tridimencionalidade pode-se formas naturais, além das puramente abstratas. A escultura e a arquitetura
obter com a adição, aos pigmentos tradicionais, de areia, sementes, coexistem sempre em estreito relacionamento, já que a maior parte do
pequenos objetos etc. ornato arquitetônico, tanto externo quanto interno, é concebida em termos
escultóricos: frisos, cornijas, estátuas dispostas em nicho e tantas outras
Na maioria das pinturas a óleo, a mistura dos pigmentos se faz na modalidades.
própria superfície pictórica, não na palheta. Mas acontece, às vezes, que o
artista não deseja propriamente misturar os pigmentos e sim justapô-los, Há dois tipos de escultura: em relevo, em que as formas se destacam
deixando aos olhos de quem veja o quadro a tarefa de misturá-los de um fundo, contempladas contra um plano, e em redondo, em que as
mentalmente. Colocando assim, lado a lado, em pequenos pontos, figuras se desenvolvem livremente no espaço real. Certos tipos de
pigmentos amarelos e azuis, o resultado será a formação, na retina do escultura moderna chegam a fazer uso do movimento real (mobiles),
espectador, de belas tonalidades verdes. A técnica, a que se deu o nome tangidas pelo vento ao serem suspensas no ar. O movimento em si mesmo
de pontilhismo, foi de ampla utilização por pós-impressionistas que torna-se parte da escultura, quando anteriormente podia ser simulado ou
desejavam sugerir a brilhante natureza da luz solar. sugerido.
Algumas técnicas artísticas apenas se assemelham às da pintura, Teoricamente, qualquer material capaz de ser plasmado e de reter a
como o mosaico, os têxteis e o vitral. O mosaico consiste na composição forma assim obtida pode ser usado pelo escultor. Os materiais tradicionais
com grande quantidade de pedrinhas achatadas, de cor e brilho variáveis são a madeira, a argila, a pedra e o metal. Em cerâmica, argilas de vários
(tesserae), de maneira a formar um desenho sobre um fundo de tipos são inicialmente plasmadas a mão e a seguir, endurecidas ao fogo. A
argamassa. Embora certos efeitos de luz e sombra, e mesmo de talha em madeira ou pedra também se acha entre os procedimentos mais
perspectiva, possam ser obtidos, a essência do mosaico é uma antigos e rudimentares, enquanto a escultura em metais, como cobre, prata
bidimensionalidade que melhor se traduz em padrões de estilo abstrato ou ou ouro, assim como a moldagem em bronze, requerem técnicas bem mais
semi-abstrato. É também o caso do vitral, como de certos têxteis como a complexas.
O estudo da evolução dos estilos mostra bem a relação entre as obras Período colonial. Além de europeus, os primeiros pintores ativos no
de arte e o período em que surgem, ou entre as obras de arte e o artista Brasil foram religiosos, ou de algum modo ligados a igrejas e conventos.
capaz de criá-las. Mostra também a influência de períodos sucessivos Predominou, portanto, a pintura de temática religiosa, pouco voltada para o
sobre construções que levaram muito tempo até serem dadas como retrato, a paisagem e a natureza-morta. Baseadas em estampas de antigos
prontas. O especialista pode situar uma obra de arte, ou agrupar obras missais franceses e flamengos, as obras desses artistas exibem curiosos
anônimas, conforme diferentes escolas ou autores, assim como pode, com anacronismos que, somados ao tosco desenho e à extrema simplificação
tais critérios, detectar falsificações. da composição, emprestam-lhes aparência ingênua e despretensiosa.
Arte popular. No sentido mais comum, a arte popular é a criação de É possível que o primeiro pintor a pisar solo brasileiro tenha sido Jean
artes plásticas, musical e poética de pessoas das camadas sociais carentes Gardien, "expert en l'art du portrait", companheiro de Jean de Léry na
de instrução e afastadas da população urbana e industrial. Como a arte viagem de 1555. Outros pintores do século XVI e início do século XVII, no
primitiva, a arte infantil e a dos doentes mentais, a arte popular se faz à Brasil, foram o jesuíta Belchior Paulo, ativo em Pernambuco e depois na
margem do processo cultural expresso nas artes, nas ideias e costumes da Bahia até 1589; Hierônimo de Mendonça, nascido no Porto em 1570, e que
civilização contemporânea. em 1595 residia em Olinda; e Rita Joana de Sousa (1595-1618), nascida e
falecida em Olinda.
Constituem produtos de arte popular, no campo das artes plásticas, os
objetos feitos com fins utilitários, decorativos, religiosos, lúdicos e Um dos episódios mais importantes da história da pintura colonial
expressivos, como ferramentas, utensílios domésticos, a própria casa e seu brasileira é a presença, em Pernambuco, na primeira metade do século
equipamento, roupa, jarros, toalhas bordadas ou tecidos, rendas, papéis XVII, de um grupo de pintores holandeses, flamengos e alemães reunidos
cortados, estatuetas de animais e de figuras humanas, xilogravura, em torno de Maurício de Nassau. Embora o próprio Nassau haja escrito que
imagens religiosas, ex-votos, objetos de devoção, brinquedos etc. É uma tinha a sua disposição, no Brasil holandês, seis pintores, apenas dois são
produção artesanal destinada a satisfazer necessidades materiais e perfeitamente identificáveis: o paisagista Frans Post, autor de pequenas
espirituais inerentes a determinadas faixas da população, em geral de vistas de Olinda e outras cidades nordestinas, e Albert Eckhout, pintor de
parcos recursos econômicos e isoladas dos grandes centros urbanos. figuras e de naturezas-mortas, talvez as primeiras executadas em solo
americano.
Escola pernambucana. Embora o surto inicial tenha ocorrido em fins do Debret, discípulo de David, foi retratista e pintor de história de menor
século XVI, somente no século XVIII a escola pernambucana alcançou seu fôlego ("Desembarque de D. Leopoldina", Museu Nacional de Belas-Artes),
apogeu, com a obra de artistas como Canuto da Silva Tavares; João de mas se notabilizou pelas ilustrações de cenas e costumes brasileiros da
Deus Sepúlveda, tido como o maior artista pernambucano de todo o Viagem pitoresca e histórica ao Brasil (1834-1839), que só encontram
período colonial, que entre 1764 e 1768 executou a pintura do teto da igreja paralelo nas estampas, no mesmo gênero, de Johann Moritz Rugendas,
de São Pedro dos Clérigos; e José Elói e Francisco Bezerra, que artista alemão ativo no Rio de Janeiro entre 1821 e 1835, autor de Viagem
trabalharam nas pinturas do mosteiro de São Bento em Olinda. pitoresca através do Brasil. Félix Taunay, pintor de história e paisagista,
teve maior importância como diretor da Academia de Belas-Artes, na qual
Escola baiana. A tradição dá Eusébio de Matos, morto em 1694, como criou, em 1840, as exposições gerais anuais, a pinacoteca e, após 1845, os
o primeiro pintor nascido na Bahia, mas nenhuma obra de sua autoria prêmios de viagem à Europa. Participaram também da missão Lebreton o
subsistiu. O verdadeiro fundador da escola baiana é José Joaquim da arquiteto Grandjean de Montigny, o escultor Auguste Marie Taunay e o
Rocha, que estudou em Lisboa e Roma e executou, entre outras obras, o gravador Charles Simon Pradier.
teto da igreja da Conceição da Praia, em Salvador.
O ensino ministrado pelos artistas franceses tiraria o Brasil do estágio
Discípulo seu foi José Teófilo de Jesus, que se aperfeiçoou na Europa artístico defasado em que se achava, para nele introduzir um
e realizou trabalhos na Ordem Terceira de São Francisco, em Salvador, neoclassicismo então de vanguarda. Essa tendência, no entanto, já
bem como a "Glorificação de Nossa Senhora", na igreja do Carmo, na continha os germes do formalismo que terminaria em breve por condená-la.
mesma cidade. Também discípulo de José Joaquim da Rocha foi Antônio O estudo do modelo vivo, a supremacia do desenho e a importância do
Joaquim Franco Velasco, pintor de temas religiosos, retratista e mestre de tema "nobre" -- religioso, histórico ou mitológico -- fizeram então sua
desenho, a quem coube por sua vez iniciar Bento José Rufino da Silva aparição na arte nacional.
Capinam, pintor de panoramas e litógrafo, e José Rodrigues Nunes,
retratista. O primeiro diretor da Academia foi Henrique José da Silva, natural de
Portugal e bom pintor de retratos. Português era também Simplício
Escola fluminense. Em qualidade e quantidade, a escola fluminense é Rodrigues de Sá, pintor de história e de gênero ("Irmão pedinte", Museu
talvez a mais importante das quatro escolas de pintura colonial, tendo sido Nacional de Belas-Artes), que substituiu o anterior como professor de
iniciada por frei Ricardo do Pilar, religioso alemão cujas obras podem ser pintura histórica na Academia. Frutos do ensino acadêmico foram August
admiradas no mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Muller, nascido na Alemanha, retratista, paisagista e pintor de história;
Manuel de Araújo Porto Alegre, discípulo de Debret; e sobretudo Agostinho
Outros componentes dessa escola são José de Oliveira Rosa, autor da José da Mota, paisagista e autor de naturezas-mortas.
pintura do teto do salão-mor do palácio dos vice-reis, representando "O
gênio da América" (destruída), e do teto da capela-mor da igreja das Citem-se ainda numerosos artistas estrangeiros ativos no Rio de
carmelitas. Foi mestre de João de Sousa, autor de temas religiosos e Janeiro em meados do século XIX, como Claude-Joseph Barandier;
retratos, e de João Francisco Muzzi, cenógrafo, autor dos dois quadros do Abraham Louis Buvelot; Ferdinand Krumholz, excepcional retratista;
"Incêndio" e da "Reconstrução da igreja e recolhimento de Nossa Senhora Alessandro Cicarelli; Nicolau Antônio Facchinetti, grande paisagista; Henri
do Parto"; Caetano da Costa Coelho, talvez nascido em Portugal, autor da Nicolas Vinet, aluno de Corot; e Augustus Earle. Mesmo Manet e Gauguin
pintura do teto da capela-mor da igreja da Ordem Terceira de São estiveram no Brasil, mais ou menos por essa época.
Francisco da Penitência, no Rio de Janeiro, considerada a mais antiga
pintura perspectivista executada no Brasil; Manuel da Cunha, nascido Expoentes do academicismo. À segunda geração acadêmica, que
escravo, aluno de João de Sousa, autor de temas religiosos e de retratos; desabrochou após 1850, pertencem alguns dos mais importantes pintores
frei Francisco Solano Benjamin, pintor de painéis religiosos no convento de do Brasil, como Vítor Meireles de Lima, Pedro Américo de Figueiredo e
Santo Antônio, no Rio de Janeiro, e de retratos; Leandro Joaquim, Melo e João Zeferino da Costa, além de nomes de menor projeção, como
paisagista e retratista, além de cenógrafo ("Procissão marítima no hospital Antônio Araújo de Sousa Lobo e Arsênio Cintra da Silva.
dos lázaros", Museu Histórico Nacional); Manuel Dias de Oliveira, Vítor Meireles, que se aperfeiçoou em Roma e Paris, foi pintor de
cognominado o Brasiliense ou o Romano, que estudou em Portugal e em batalhas e de história ("Primeira missa no Brasil" e "Batalha dos
Roma, permanecendo por dez anos na Europa, autor de naturezas-mortas, Guararapes", Museu Nacional de Belas-Artes). Seguro de desenho e de
miniaturas e pinturas religiosas ("Nossa Senhora da Conceição", Museu composição, era, porém, frio colorista. Como professor, coube-lhe iniciar
Nacional de Belas-Artes); José Leandro de Carvalho, pintor da corte na numerosos jovens, alguns transformados mais tarde em excelentes
época da chegada da família real portuguesa ao Brasil, autor de alegorias e pintores.
retratos como o "D. João VI" do convento de Santo Antônio; Raimundo da
Costa e Silva, pintor religioso e retratista; e Francisco Pedro do Amaral, Pedro Américo forma com Vítor Meireles o par de pintores mais
chefe de decorações da casa imperial após a independência e autor da conhecido do Brasil oitocentista. Sua arte é caracterizada por excelente
ornamentação em diversas salas da quinta da Boa Vista. desenho e elaborada composição, mas se revela às vezes pobre em
emoção ("Batalha do Avaí", "A carioca" e "Judite e Holofernes", Museu
Escola mineira. Além de bom número de pintores anônimos, destacam- Nacional de Belas-Artes).
se, entre os artistas coloniais mineiros, José Soares de Araújo, português,
autor da pintura do teto da nave da igreja do Carmo, em Diamantina; João João Zeferino da Costa, bolsista em Roma, onde pintou suas obras
Nepomuceno Correia e Castro, que executou pinturas do santuário de Bom mais célebres ("O óbolo da viúva" e "A caridade", ambas no Museu
Jesus de Matosinhos, em Congonhas; e Manuel da Costa Ataíde, talvez o Nacional de Belas-Artes), notabilizou-se como autor das decorações da
maior pintor brasileiro do período colonial, cuja produção pode ser admirada igreja da Candelária, no Rio de Janeiro. Também professor, iniciou diversos
Antes mesmo dessa época, no entanto, a gravura já fora praticada, em Ao analisarem a origem da literatura brasileira, a crítica e história
Vila Rica (atual Ouro Preto MG), pelo padre José Joaquim Viegas de literária têm adotado duas orientações básicas. Uma, de pressupostos
Meneses. Mais tarde, na Impressão Régia, trabalharam os portugueses historicistas, tende a vê-la como uma expressão da cultura que foi gerada
Romão Elói Casado e Paulo dos Santos Ferreira. A aula pública de gravura, no seio da tradição portuguesa. Sendo muito pequena, nos primórdios, as
no entanto, só foi criada em 1837, com Zéphyrin Ferrez como professor. diferenças entre a literatura lusitana e a praticada no Brasil, essa corrente
salienta o processo da formação literária brasileira a partir de uma
A litografia, também nas primeiras décadas do século XIX, contou com multiplicidade de coincidências formais e temáticas.
alguns cultores isolados, como Armand Julien Pallière, no Rio de Janeiro, e
Hercule Florence, em São Paulo. No Rio, a primeira oficina litográfica O ponto de vista historicista encontra apoio no fato de ser a literatura
comercial foi a de Louis-Aléxis Boulanger e Carlo Risso (1829-1830). considerada, por seu aspecto orgânico, como um conjunto de obras ligadas
Charles Rivière também montou ateliê no Rio, especializando-se em em sistema enquanto expressão do complexo histórico, social, geográfico e
retratos; a eles se associou um brasileiro, Frederico Guilherme Briggs, autor racial.
de famosa série sobre tipos populares cariocas. Sébastien Auguste Sisson, A outra corrente crítica, cujos critérios se inclinam à aferição
ativo no Rio desde 1852, criou a primeira história em quadrinhos (1855) e a predominantemente estética, assinala as divergências que se acumularam
Galeria de brasileiros ilustres, com noventa pranchas litografadas entre na psique do homem americano, desde o início, e influíram na composição
1859 e 1861. das obras. Aqui, considerando-se que a situação do colono tinha de
O primeiro gravador em madeira identificado foi o português Alfredo engendrar uma nova concepção da vida e das relações humanas, com uma
Pinheiro, com oficina no Rio de Janeiro desde o começo da década de correspondente visão dessa realidade, pretende-se valorizar o esforço pelo
1870. A xilogravura chegou à maturidade com os trabalhos de Modesto desenvolvimento das formas literárias no Brasil, em busca de uma
Brocos y Gómez, popularizados pelo jornal O Mequetrefe. Paralelamente, expressão própria e, tanto quanto possível, original.
dois artistas expatriados fizeram obra independente na Europa: Henrique Estabelecer a autonomia literária é descobrir, portanto, os momentos
Alvim Correia (Paris, Bruxelas) e Carlos Oswald (Florença). Alvim Correia em que as formas e artifícios da escrita serviram para fixar a nova visão
ilustrou, em 1906, uma edição belga do livro A guerra dos mundos, de H. G. estética dessa realidade nova. De tal modo, ao invés de conter-se em
Wells, com estampas de caráter expressionista. Foi assim o primeiro de períodos cronológicos, a literatura deverá ser dividida de acordo com os
uma linhagem de gravadores voltados para o fantástico, a que se filiariam estilos correspondentes às suas diversas fases: barroco, arcadismo,
nomes como Raul Pedrosa e Darel, que teve expressão maior no magnífico neoclassicismo, romantismo, realismo, naturalismo, parnasianismo,
bestiário de Marcelo Grassmann. simbolismo, modernismo e concretismo.
Carlos Oswald integrou a formação clássica às formas do Dos primórdios ao fim do século XVIII
impressionismo. Seu discípulo e continuador Orlando da Silva foi um dos
mestres de Roberto Delamonica; seu filho e homônimo, várias vezes Primeiros textos. Os primeiros documentos escritos produzidos no
premiado no Salão Nacional de Belas-Artes, muito contribuiu para a Brasil não pertencem à literatura, mas à história e à sociologia. São obras
formação de diversos artistas. "sobre" o país, de conhecimento e valorização da terra, escritas para os
europeus. Algumas se enquadram no "ciclo dos descobrimentos" da
O modernismo chegou ao Brasil com Lasar Segall, em 1913. Ligado ao literatura portuguesa, dedicando-se ao relato da expansão pelos mares e
expressionismo alemão, foi ele o primeiro gravador brasileiro moderno suas consequências morais e políticas, ora com fins de catequese, ora com
(ilustração para Mangue, de Benjamin Costallat). Osvaldo Goeldi, que um fundo econômico (caça ao escravo, conquista e desbravamento de
participou da Semana de Arte Moderna de 1922, fez obra pessoal, extensa, novas terras, mercados e fontes de riqueza).
marcada pela densidade e certa morbidez. Influenciado pelo austríaco
Alfred Kubin, influenciaria por sua vez, direta ou indiretamente, Newton Desses motivos saíram as "primeiras letras" escritas na colônia acerca
Cavalcanti, Adir Botelho, Gilvan Samico, Iara Tupinambá e o próprio de fatos, coisas e homens: a obra dos jesuítas, com uma parte tipicamente
Grassmann. literária, lírica ou dramática, outra composta pelo acervo de cartas e
informes em torno das condições da colônia; a literatura dos viajantes e
Outro mestre é Lívio Abramo, que fundou em Assunção o Taller de descobridores, os roteiros náuticos, os relatos de naufrágios, as
Grabado Julian de la Herreria (1957) e, em São Paulo, o Estúdio Gravura observações geográficas, as descrições da natureza e do selvagem; e as
(1960), com Maria Bonomi, exímia gravadora nascida na Itália e radicada tentativas de epopéias com assunto local __ tudo marcado por uma
no Brasil desde 1944. tendência à exaltação lírica da terra ou da paisagem, espécie de crença
num eldorado ou paraíso terrestre.
Do concretismo à poesia marginal. A partir da década de 1950, o tema Cumpre lembrar que a erudição de tipo universitário, relativamente
e a ideologia do desenvolvimento assumiram grande relevo no Brasil, à nova no Brasil, deu frutos consideráveis no trato da historiografia literária.
medida que a industrialização se processava em ritmo cada vez mais Graças a trabalhos monográficos sobre períodos, gêneros e autores, já se
intenso. Nesse contexto foi formulado o concretismo, que se propunha pode acompanhar com relativa segurança o desenvolvimento de toda a
como vanguarda para os novos tempos e abolia a escrita discursiva, literatura nacional. Destaquem-se ainda, na evolução da crítica, os nomes
instaurando em seu lugar uma expressão consubstanciada em signos e de importantes pesquisadores como Andrade Murici, Fábio Lucas, Mário da
representações gráficas que pretendiam dizer mais que as palavras. Silva Brito, Cavalcanti Proença, Franklin de Oliveira, Francisco de Assis
Barbosa, Antônio Houaiss, Brito Broca, Wilson Martins, José Guilherme
Aos paulistas Décio Pignatari e Augusto e Haroldo de Campos uniram- Merquior, Eduardo Portela, Péricles Eugênio da Silva Ramos e Fausto
se poetas radicados no Rio de Janeiro como Ferreira Gullar, Vlademir Dias Cunha. Entre os críticos nacionalizados, é indispensável citar Otto Maria
Pino e Ronaldo Azeredo, para o lançamento oficial do movimento, feito em Carpeaux, Paulo Rónai e Anatol Rosenfeld. Menção à parte merece o
São Paulo, em 1956, com a I Exposição Nacional de Arte Concreta. Nos trabalho de crítica historiográfica desenvolvido pelos irmãos Augusto e
anos seguintes, enquanto os irmãos Campos se orientavam para Haroldo de Campos, que levou à redescoberta de valores como
especializar-se em obras de erudição e tradução de poesia, o grupo Sousândrade, Pedro Kilkerry e Patrícia Galvão.
carioca, com Ferreira Gullar à frente, distanciou-se das origens comuns
para lançar no Rio de Janeiro o movimento neoconcreto. Na década de
1960, alguns poetas antes comprometidos com a linguagem visual do BIBLIOGRAFIA
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Qualidade no atendimento ao público: comunicabilidade; apre- Tomar nota das informações essenciais.
sentação; atenção; cortesia; Não se inibir de fazer perguntas, ao sentir necessidade de algum escla-
recimento.
RELAÇÕES PÚBLICAS
Confirmar que você entendeu o que a pessoa está dizendo – repita as
Relações Públicas são, conforme o próprio nome, relações com o pú-
informações
blico. É a administração deste relacionamento com o objetivo de causar
uma imagem favorável da organização para maior eficiência e aceitação de importantes, confirme as informações anotadas.
seus produtos ou serviços pela sociedade.
RESPONDER: Aspectos essenciais.
ATENDIMENTO AO PÚBLICO
Para que você possa responder adequadamente, é importante:
Ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou por telefone, você
está oferecendo a sua imagem (vendendo sua imagem) ou a imagem de Observar as cortesias comuns no atendimento, tais como “por favor”,
quem você está representando. Sua voz, sua postura, suas ações, repre- “muito obrigado”, “infelizmente”.
sentam a sua empresa. Falar claramente e pausadamente, sem ser monótono, evitando ainda
COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL o uso de gírias; falar com voz clara e expressiva ( boa dicção).
Muito mais que seus produtos, suas instalações ou suas propagandas, Evitar falar com chicletes ou balas na boca.
a forma de atendimento se constitui o fator mais importante para a forma- Estabelecer empatia ( Rapport)
ção de uma boa imagem da empresa, porque atua diretamente sobre o
público. Ser amistoso e aberto, mantendo ao mesmo tempo, uma atitude profis-
sional e objetiva.
Você pode não saber quem está lhe procurando, mas sabe quem está
atendendo: a sua EMPRESA. Em muitos momentos você é a imagem que Criar uma boa imagem. É importante o que você diz e como diz.
as pessoas farão da sua empresa, do seu órgão de lotação, ou de você Chame sempre a pessoa pelo nome, dando o tratamento adequado:
mesmo, enquanto alguém que desempenha determinada função ou é ”Sr.”,” Srª”.
responsável por determinadas tarefas.
Outros fatores e cuidados necessários.
Toda tarefa tem princípio, meio e fim, numa relação direta de que ela é
“a parte” para a realização do “todo”. Fazer perguntas apropriadas – esclarecer e confirmar a sua compreen-
são sobre o que está sendo dito.
Conhecer o fluxo da tarefa é conhecer o trabalho que cada um realiza e
a possibilidade de refletir, analisar sua forma de realização, buscando a Fornecer informações apropriadas - responder às perguntas diretamen-
melhor maneira de executa-lo, evitando o esforço repetitivo ou detectando o te, quando souber as respostas, mas, jamais ter receio de dizer “Não tenho
que ajuda a fluir ou o ofensor, os entraves, que podem provocar interrup- certeza mas me informarei e lhe direi”.
ções, atrasos, demora, enfim, falhas na execução. E no caso que nos
Tolerar o silêncio – evite falar somente para preencher o silêncio. Tal
interessa é detectar com clareza o momento em que o atendimento aconte-
comportamento distrai o cliente e torna mais difícil manter a eficiência do
ce ( interno ou externo, ativo ou passivo ) e os fatores que podem estar
atendimento.
atuando como ofensores.
Mantenha sempre ao seu alcance e de maneira organizada, os materi-
Para isto é importante observar e considerar, que o fluxo da Tarefa é
ais necessários ao bom desempenho do seu trabalho – catálogo telefônico;
acompanhado pelo Fluxo da Comunicação. Muitas vezes o ofensor pode
agenda dos telefones mais chamados; bloco e lápis ou caneta.
estar na Comunicação. A Comunicação pode ser verbal ( telefonemas,
reuniões, encontros, etc.) ou escrita ( Memorandos, Cartas, Editais, etc.) Não se refira a siglas ou códigos internos da empresa. A pessoa que
você está atendendo não tem obrigação de conhece-los.
Toda vez que na realização do nosso trabalho precisamos nos comuni-
car – como emissor ou como receptor -, entramos numa relação de atendi- Procure sempre terminar uma conversa de maneira cortês e profissio-
mento. nal. Demonstre confiança. Mostre que você acredita em si mesmo, em seu
produto e gosta da sua empresa. Lembre-se que SIMPATIA gera SIMPA-
Aqui estão alguns aspectos fundamentais que sintetizam as condições
TIA e CONFIANÇA gera CONFIANÇA.
para se realizar um Atendimento eficiente e chegar a um Padrão de Quali-
dade no Atendimento. ATENDIMENTO POR TELEFONE
Conhecer a organização - estado atual, perspectivas futuras. O Atendimento à distância se dá, normalmente, através do telefone e
tem a especialidade de se efetuar “entre vozes”.
Conhecer os aspectos relativos ao processo de Comunicação, buscan-
do minimizar ruídos. No telefone, a informação é passada apenas pela palavra e pela voz,
através de duas ações: ouvir e falar.
Conhecer seu papel enquanto representante da empresa.
A partir daí, as ações podem transformar o atendimento em monólogo,
Conhecer a importância do seu trabalho na realização do “TODO” (ob-
em diálogo ou em puro ruído.
jetivos da empresa)
Para falar bem ao telefone procure: utilizar a tonalidade adequada; usar
Visualizar, no contexto geral, o momento do atendimento.
a velocidade certa; usar o volume adequado; dar ênfase aos pontos mais
SABER OUVIR importantes;
Não se distrair durante o atendimento. Concentre toda sua atenção no Alguns cuidados que devem ser tomados quanto ao atendimento por
que a pessoa está dizendo. telefone:
É ela também encarregada de providenciar os procedimentos de A questão da responsabilidade na prestação de serviços públicos
análise de merecimento de promoções verticais dos funcionários, não pode ser vista apenas pelo seu aspecto social (de relevância para
quando baseados na conduta ética dos interessados: À Comissão de a sociedade como um todo), devido ao fato de que a prestabilidade se
Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do dá em dois âmbitos: um coletivo (e por isso social) e outro individual
quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, (particular, que diz respeito ao cidadão atendido). Os princípios da ética
para o efeito de instruir e fundamentar promoções. no serviço público são os mesmos nos dois casos, mas o tratamento do
problema e sua solução têm enfoques diferentes, devido ao seu alcan-
ce. Aqui, se deve enfatizar o âmbito particular, devido às especificações
Apesar da Comissão ser integrada impreterivelmente por funcioná-
do cargo a que se destina o edital. Mas, é necessário compreender-se
rios de carreira (admitidos por concurso público), sua incumbência
como um todo a questão da organização (do banco). Como instituição
atinge a todos os servidores vinculados à administração, desde que
bancária do setor público e empresa, ao mesmo tempo, a CEF têm sob
prestem serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional,
sua égide de responsabilidade a boa imagem pública e privada. Assim,
ainda que sem retribuição financeira, ligados direta ou indiretamente a
todos os fundamentos éticos já mencionados norteiam a organização
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações
bancária, quais sejam aqueles voltados à satisfação do cliente, como
públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as socie-
atendido ou assistido no setor.
dades de economia mista, ou ainda em qualquer setor onde prevaleça
o interesse do Estado.
Responsabilidades
Enquanto setor público, a empresa pública se vale do serviço públi-
A gestão da ética nas empresas públicas e privadas. co que prestam seus funcionários. Então, está subordinada a sua
prestabilidade às determinações legais que regem a conduta ética dos
Comissões de ética servidores públicos em geral. Especificamente, no que diz respeito aos
danos (morais e materiais) causados tanto aos cofres públicos, quanto
Para a investigação dos desvios de conduta moral e ética dos fun- aos cidadãos que procuram o serviço bancário, o servidor de empresa
cionários e a aplicação desses artigos, é criada, em cada órgão da pública (caso da CEF) responde individualmente pelos prejuízos cau-
administração pública federal, uma Comissão de Ética, responsável sados a estas duas personalidades (patrimônio público e cidadãos).
pelo processo administrativo que se formará para tac finalidade. São os casos de improbidade administrativa, falta de urbanidade,
nepotismo, peculato, apropriação indevida de bens, etc. Vejamos os
casos mais importantes para esse concurso.
Também tem essa comissão a incumbência de orientar e aconse-
lhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pesso- Improbidade Administrativa
as e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente É o comportamento do servidor que implica em obter vantagens
de imputação ou de procedimento susceptível de censura. (valores, bens, créditos, favores de terceiros, etc.) devido ao exercício
do cargo ou função pública. Os atos de improbidade administrativa
É ela também encarregada de providenciar os procedimentos de importarão na suspensão dos direitos políticos, a perda da função
análise de merecimento de promoções verticais dos funcionários, pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
quando baseados na conduta ética dos interessados: À Comissão de forma e gradação previstas em lei, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO PENAL
Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do CABÍVEL. A improbidade implica em responsabilidade do servidor
quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, envolvido e esta pode ser classificada de duas formas.
para o efeito de instruir e fundamentar promoções.
Responsabilidade objetiva
Nestes casos, as pessoas jurídicas de Direito Público (entidades e
Apesar da Comissão ser integrada impreterivelmente por funcioná- empresas públicas), assim como as empresas e sociedades privadas
rios de carreira (admitidos por concurso público), sua incumbência prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
atinge a todos os servidores vinculados à administração, desde que agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
prestem serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional,
ainda que sem retribuição financeira, ligados direta ou indiretamente a Responsabilidade subjetiva
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações Independentemente dos efeitos da responsabilidade objetiva, fica
públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as socie- assegurado o direito a entidades e empresas públicas, assim como as
dades de economia mista, ou ainda em qualquer setor onde prevaleça empresas e sociedades privadas prestadoras de serviços públicos, de
o interesse do Estado. ação indenizatória contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa. É
que, se a administração pública (empresa ou órgão) for condenada a
Conflito de interesses indenizar o terceiro prejudicado, custeará a reparação do dano, mas
terá direito de exercer contra o funcionário faltoso, a exigência de
Aqui se fala do confronto do interesse coletivo (finalidade do serviço reaver os valores gastos na reparação.
público) com os direitos dos particulares (cidadãos titulares do direito ao
atendimento). Como vimos, é dever ético da instituição a satisfação dos Atendimento
Trabalho em equipe.
Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num somatório
geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento. Assim, desde
que cumpridos ou atendidos todos os requisitos antes mencionados para o
concurso de um bom atendimento, estaremos falando de um bom
Personalidade e relacionamento. relacionamento entre servidor e atendidos. Os níveis de relacionamento
Eficácia no comportamento interpessoal. aqui devem ser elevados, tendo em vista sempre o direito de cada assistido
Fatores positivos do relacionamento. de receber com qualidade a supressão de suas necessidades.
Comportamento receptivo e defensivo, empatia e compreensão
mútua. Comportamento receptivo e defensivo
Receptivo, como o próprio nome já diz, é o comportamento que
transcorre naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo, claro, sem
Todas as pessoas para terem sucesso nos locais onde trabalham rodeios, indo direto ao ponto da necessidade do atendido. Defensivo, ao
precisam se esforçar e muito para conseguir alcançar os seus objetivos, contrário, é aquele em que o servidor cria obstáculos e dificuldades para
independente da área onde estejam atuando é necessário que haja o livrar-se do encargo, obstruindo a qualidade.
máximo de empenho afim de conquistar todas as metas e ainda sobrar,
quem aplica os conselhos dados por Jesus a milhares de anos atrás com Empatia e compreensão mútua
certeza consegue ir muito mais além do que o necessário, ele disse “se te E empatia é resultado de uma preparação do servidor em atender. De
mandarem dar mil passos dê dois mil e desta maneira ninguém vai falar que sua dedicação ao exercício da função. Deve ser natural e quase pessoal.
você não fez o que era pra fazer”, ou seja esse conselho mesmo depois de Pode estar resumido no aspecto daquele servidor que “gosta do que faz”.
milhares de anos ainda nos continua sendo valido e pode nos ajudar no dia Será muito mais fácil transmitir empatias nesses casos. O resultado da
a dia principalmente em nosso trabalho. empatia, mesmo que consciente e provocada com gentileza, é a
O trabalho em equipe é uma das partes mais temerosas por todos compreensão mútua, que certamente facilitará o atendimento e a conclusão
porque é onde normalmente acontecem diversos desentendimentos, o que pela eficiência.
todos precisam ter em mente que essa não é um momento para se temer e
sim para agir em seu favor e de seus companheiros, a partir do momento Trabalho em equipe
em que uma tarefa lhes foi dada para ser feita em grupo é porque o seu Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe
superior confia em você e seus parceiros para realizá-la juntos.
Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a
A personalidade nessa hora conta e muito afinal você não pode mudar criatividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho
o seu jeito de ser apenas porque está participando de um trabalho em individual, já que "1+1= 3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar
grupo, é necessário que se mantenha focado em seu trabalho e suas bem em equipe.
principais características com certeza vão te ajudar a alcançar as metas. Se
mudar a sua personalidade vai estar sendo a pessoa que seu superior não 1. Seja paciente
queria na hora que o mandou fazer aquele trabalho, afinal ele escolheu Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça uma
você como é normalmente nos dias de trabalho. sentença". Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus
Se relacionar bem com seus companheiros na hora de um trabalho em pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer.
equipe é fundamental, nunca deixe de ouvir a vontade de outras pessoas e Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as suas
sempre dê apoio para a ideia deles, assim quando você tiver uma que eles opiniões.
gostarem com certeza será bem aceita. Não tenha medo de falar sobre os 2. Aceite as ideias dos outros
seus pensamentos procure criticar o mínimo possível às ideias de seus
companheiros e caso você note que pode melhorar alguma coisa diga a As vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão;
eles como fazer para isso acontecer. mas é importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser
melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso
Se mantendo dentro da linha e não errando nos momentos cruciais orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar.
você vai ter muito sucesso dentro de sua empresa, e ainda conquistara o
coração de seus companheiros de trabalho. 3. Não critique os colegas
Saber se comportar no trabalho é muito importante, pois isso lhe dará a As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito
garantia de mais tempo em sua função. Sendo assim é preciso ter bastante importante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as
educação, e sempre se dirigir aos seus superiores utilizando a mesma, ideias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as
assim também como os seus subordinados, afinal de contas, ter um bom ideias, nunca a pessoa.
relacionamento com empregados e também chefes é essencial para que o
4. Saiba dividir
trabalho sempre flua bem.
Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do
Tomando essa posição dentro de uma empresa, ou qualquer que seja o
princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa.
seu ambiente de trabalho, certamente você vai conseguir agradar a todos e
Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental.
se beneficiar com isso. Não precisa ser “puxa saco”, apenas mantenha o
respeito em primeiro lugar e com todos, sem exceções. 5. Trabalhe
http://www.blogers.com.br/trabalho-em-equipe-personalidade-e-
relacionamento/ Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações.
Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente
O nosso ambiente de trabalho é totalmente diferente da nossa casa, diferente.
por isso devemos saber que há algumas restrições em relação ao
comportamento. É interessante que você procure ser educado com todas as 6. Seja participativo e solidário
pessoas, e também procure se simpatizar com os seus colegas de trabalho, Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que
até mesmo porque isso vai fazer com que o ambiente fique mais agradável. seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido
Em especial devemos ter muito respeito com os nossos superiores, quando necessitar pedir ajuda.
afinal de contas, são eles que pagam os nossos salários! (risos) Mas não só 7. Dialogue
por esse motivo também, manter a boa relação entre patrão e empregado é
sempre muito importante! Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe
tenha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja
Fatores positivos do relacionamento possível alcançar uma solução de compromisso, que agrade a todos.
A vida do grupo será mais fecunda se cada membro do grupo e Nos Estados Unidos, onde certas atividades dos grupos de interesse
coordenador fornecer a sua contribuição, colocando a serviço de todos a são regulamentadas por lei, existem escritórios de assessoria dedicados a
competência e as qualidades que possui. promover, em caráter profissional, os interesses de qualquer cliente que
contrate seus serviços. O Federal Regulation of Lobbying Act (regulamento
A integração não se realizará no interior de um grupo e, em federal da lei sobre grupos de interesse), de 1946, obriga todas as pessoas
consequência, sua criatividade não poderá ser duradoura, se as relações que pretendam influir no processo legislativo a se registrarem no
interpessoais entre todos os membros do grupo não estiverem baseadas Congresso, declarando a que projeto de lei se opõem ou qual defendem,
em comunicações abertas, confiantes e adequadas. quem as está empregando e quais são as despesas envolvidas no caso,
Grupo de interesse desde a remuneração que recebem até os gastos que pretendem fazer para
conquistar a colaboração de funcionários e políticos.
A função geral de vincular governantes e governados é desempenhada
por vários tipos de instituição, como partidos políticos, movimentos sociais No Brasil, a atividade dos grupos de interesse é mais conhecida pela
ou meios de comunicação de massa. Tal tarefa, no entanto, pode ser palavra inglesa lobby. Reveste sentido pejorativo quando se refere à prática
exercida por grupos de interesse, expressão que os cientistas políticos tradicional dos representantes ("lobistas") de grandes empresas,
contemporâneos preferem à tradicional "grupos de pressão", por ser mais especialmente empreiteiras interessadas em contratar irregularmente obras
abrangente do que aquela. públicas milionárias. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, Carismática. Assim denominada por Max Weber, a liderança
há atividades predeterminadas a serem executadas, bem como interações e carismática, supostamente de origem sobrenatural, é aceita pelo grupo em
sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito períodos de pesadas frustrações e depressões coletivas.
e amizade. Na medida em que as atividades e interações prosseguem, os Reformista. Os representantes da liderança reformista se caracterizam
sentimentos podem ser diferentes dos indicados inicialmente e então, pela imensa carga de hostilidade e agressão de que são portadores. Seus
inevitavelmente, os sentimentos influenciarão as interações e as próprias dotes oratórios e capacidade de persuasão são capazes de gerar notáveis
atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão efeitos de destruição no campo das instituições e sistemas de organização
aumento de produtividade. social.
Esse ciclo "atividades-interações-sentimentos" não se relaciona Executiva. Supostamente presente nas grandes organizações, a
diretamente com a competência técnica de cada pessoa e sim com o liderança executiva se caracteriza principalmente pela habilidade
equilíbrio emocional de cada indivíduo originando a harmonia do grupo. organizadora e capacidade de orientação das forças coletivas.
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma base interna
de diferenças que englobam conhecimentos, informações, opiniões, Coercitiva. A liderança coercitiva, também chamada autoritária,
preconceitos, atitudes, experiências anteriores, gostos, heranças, valores e caracteriza-se pela total absorção do poder de decisão e peculiar distância
estilos comportamentais, o que traz inevitáveis diferenças de percepções e social que separa a personalidade que a exerce da coletividade sobre a
opiniões em relação a cada situação compartilhada pelo grupo. qual atua.
Como essas diferenças são encaradas e tratadas determinará a De tarefa e socioemocional. A liderança de tarefa tem como
modalidade de relacionamento entre o membro do grupo, seus colegas de característica principal a estruturação de ideias e a iniciativa na solução de
trabalho, superiores e camadas hierárquicas abaixo dele. A maneira de lidar problemas, enquanto a liderança socioemocional funciona como fator de
com diferenças individuais cria um certo clima entre as pessoas e tem forte escoamento de tensões e promoção do moral.
influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de
Estatutária e espontânea. O poder de influência e as funções de
comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento
direção do líder por delegação estatutária decorrem de imposições legais. A
organizacional e na produtividade.
rigor, tais líderes não se revestem de autenticidade e em pouco tempo se
O relacionamento interpessoal pode tornar-se produtivo a partir do deixam anular pela maior habilidade de organização e iniciativa dos líderes
desenvolvimento pessoal e manter-se harmonioso e prazeroso, permitindo o espontâneos, ou passam a exercer formas autoritárias de ação.
trabalho cooperativo em equipe, com integração de esforços, conjugando
Autoritária e democrática ou liberal. O conceito de liderança autoritária
energias, conhecimentos e experiências ou tornar-se muito tenso, conflitivo,
coincide com o da coercitiva. Define-se pela competência exclusiva do líder
levando à desintegração de esforços, à divisão de energias e crescente
na determinação dos objetivos do grupo, em cuja discussão e fixação os
deterioração do desempenho grupal quando por falta de visão, de
liderados são totalmente excluídos. A liderança democrática se caracteriza
consciência do ser humano em relação ao seu desenvolvimento pessoal,
pela preocupação de, tanto quanto possível, incorporar os liderados nas
emocional e profissional.
tarefas de direção.
A liderança e a participação eficaz em grupo dependem,
Funções desempenhadas pelos líderes. As funções de que se investem
essencialmente, da competência interpessoal do líder e dos seus membros.
os líderes podem ser primárias, quando se mostram essenciais ao
O trabalho em equipe só terá expressão real se alcançar a tão desejada e
desempenho da liderança, ou secundárias, quando decorrem da própria
propalada sinergia para obter muito mais do que a simples soma das
posição assumida pelo líder. São funções primárias: (1) a de diretor ou
competências técnicas individuais como resultado conjunto do grupo. O
coordenador das atividades do grupo, que pode ser distribuída e delegada;
caminho para essa convivência salutar deve partir daquele que conhece,
(2) a de planejador dos meios capazes de possibilitar a total realização dos
enfim, a natureza do seu papel na sociedade e tem consciência de sua
objetivos visados pelo grupo; (3) a de especialista e centro de informações;
responsabilidade perante seu grupo social e profissional. Yolanda
(4) a de representante externo do grupo; (5) a de árbitro e mediador, com a
Fernandes
decorrência natural de punir e distribuir recompensas. São funções
Liderança secundárias: (1) a de apresentar-se como símbolo do grupo; (2) a de
ideólogo que, como a anterior, está muito vinculada à liderança autoritária,
A ideia da liderança vinculada aos atributos pessoais do líder mais que à liberal; (3) a de figura paternal; (4) a de bode expiatório ou vítima
predominou até o início do século XX. Modernamente, entende-se liderança propiciatória, em condições de crise ou consequente estado de depressão.
como uma função organizacional, subordinada à dinâmica de grupo.
No que toca às expectativas em torno da conduta dos líderes, há que
Liderança é o processo de estímulo pelo qual, mediante ações observar algumas: (1) o líder deve agir de maneira a ser percebido pelos
recíprocas bem-sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a integrantes do grupo como um de seus membros; (2) os valores e as
O comportamento de cada grupo nacional pode ser analisado em Algumas formas de se chegar à liderança são através do carisma,
relação a situações particulares e a atitudes e comportamentos de outros da harmonia de interesses, do companheirismo, do consentimento.
grupos nacionais. Este é o caráter nacional, que a rigor é o mesmo conceito Alguns obstáculos preconceituosos que ajudam ou atrapalham um
de personalidade-base, ou seja, uma configuração psicológica particular indivíduo a obter carisma e liderança são a beleza, o nível acadêmico,
própria dos membros de uma sociedade dada, que se manifesta por um a riqueza e a classe social.
certo estilo de vida sobre o qual os indivíduos limitam suas variantes
singulares. Esta configuração é formada por um conjunto de traços. É a Problemas de relacionamento
personalidade-base não porque constitua exatamente uma personalidade, O problema de relacionamento começa quando um indivíduo se sente
mas por ser a base da personalidade dos membros do grupo, a matriz sobre desmoralizado por outro, e procura evitá-lo. Pesquisas recentes
a qual os traços de caráter se fixam e se desenvolvem. ©Encyclopaedia demonstram que a falta de sexo é o fator número um, dessa causa.
Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Quando dois indivíduos se antagonizam, por muitas vezes
Relacionamento a sociedade não sabe quem é o responsável pela inimizade, uma vez que
O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tratam e não acompanha por completo a vida dos dois, e talvez não viu o incidente.
se comunicam. Por isso, a maioria dos infratores costumam ficar a sós com a vítima e
Quando os indivíduos se comunicam bem, e o gostam de fazer, diz-se pessoas de interesses comuns, evitando cometer um incidente na frente da
que há um bom relacionamento entre as partes. autoridade, e principalmente na frente de um líder ou amigo da vítima.
Quando os indivíduos se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta Quando o infrator agride a vítima repetitidamente com discriminação,
de entrar em contacto com os restantes, diz-se que há um mau com apoio de outros, e sem a sociedade dar atenção ou assistência para a
relacionamento. vítima, o caso passa a ser chamado de bullying. O bullying ocorre
principalmente em lugares que a vítima é obrigada a conviver com o autor
Parceria (em casa, no trabalho ou na escola) e a autoridade não dá assistência para
as reclamações da vítima.
Parceria é o trabalho em conjunto que as pessoas fazem para alcançar
um objetivo comum. Relacionamento Interpessoal
Para haver parceria entre os indivíduos, quase sempre eles devem O que é Relacionamento Interpessoal? O que são Relações
possuir harmonia de interesses, ou seja, alguém sempre vai ter que ceder Interpessoais? Definição para Relacionamento Interpessoal: Uma das
(perder) em alguma vantagem para manter a cooperação funcionando. perguntas que mais ouço atualmente em cursos e treinamentos é O que é
Relacionamento Interpessoal? A palavra interpessoal já nos dá uma dica
para explicar o que é relacionamento interpessoal, ou o que são relações
Trabalho em equipe 8 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
interpessoais, é o conhecimento das relações internas entre sim próprio, ou Concorrência e competição passaram a ser palavras citadas como
com seu Eu interior. Nessa categoria podemos falar de autoconhecimento, empecilhos para a relação interpessoal no trabalho. Será que elas têm tanta
autoreflexão a fim de estudar os sentimentos e emoções, analise do culpa assim?
processo de pensamento. Quando uma pessoa começa a conhecer seus
pensamentos e sentimentos um novo universo se abre o que proporciona a É mais fácil culpar terceiros ou culpar situações que estão fora da
compreenção do mundo ao redor onde vivemos pois nosso estado interno esfera de influência da empresa, do que fazer uma análise critica do próprio
reflete diretamente em nosso mundo externo. desempenho e do clima da empresa em que se trabalha. As relações
interpessoais dependem, sobretudo, de pessoas. Se existe um bom
Como o relacionamento interpessoal pode auxiliar relacionamento interpessoal dentro de uma empresa, é porque as pessoas
no desenvolvimento pessoal e profissional? Quando uma pessoa conhece que nela trabalham se sentem confortáveis e possuem um bom clima
seus sentimentos e emoções auxilia na produtividade pois sua atenção é organizacional, que incentiva o relacionamento saudável entre os
direcionada ao que está fazendo não a seus sentimentos ou problemas colaboradores dentro e fora da empresa. Já atuei em empresas que os
pessoais. Em uma empresa é muito importante desenvolver cursos e happy hours e almoços em grupos – de até 30 colaboradores, às vezes –
atividades que estimulem o relacionamento interpessoal a fim de melhorar a eram organizados quase que semanalmente pelos próprios funcionários, de
produtividade através da eficácia. Pessoas focadas produzem mais, se maneira espontânea, ou seja, sem planejamento ou intervenção do RH,
cansam menos e causam menos acidentes. chefia, etc. Então, competição e concorrência são fatores de crescimento e
desenvolvimento para profissionais bem resolvidos, que atuam em equipe e
O conceito de Relacionamento Interpessoal vem sendo aplicado em sabem que a empresa só cresce se houver crescimento de todos que nela
dinâmicas de grupo para auxiliar a integração entre os participantes, atuam, como equipe. E ambas são benéficas, pois desafiam profissionais e
para resolver conflitos e proporcionar o autoconhecimento. A partir do empresas a buscar o seu melhor desempenho, a excelência nas suas áreas
momento que uma pessoa começa a conhecer a si mesma muitas portas se de atuação.
abrem o que facilita a comunicação interpessoal com outros membros da
equipe ou grupo de trabalho onde surgem relacionamentos que Com relação às comunicações virtuais (Msn, Orkut, etc), no que elas
proporcionam novas amizades, e até soluções para problemas antes não mudaram as relações interpessoais?
vistos ou não percebidos pelo grupo.
Como ferramentas tecnológicas, elas podem ser benéficas ou não,
É muito importante que as empresas invistam em profissionais que dependendo do uso que se faz delas. Se o profissional usá-las para
sabem explicar o que é relacionamento interpessoal e como esse aumentar e alimentar o seu networking, e para aumentar o poder de
conhecimento pode auxiliar na carreira dos colaboradores. Estimulando as comunicação e visibilidade da sua empresa, elas são ferramentas
Relações Interpessoais todos saem ganhando, a empresa em forma de praticamente gratuitas de crescimento. Se usar durante seu horário de
produtividade e os colaboradores em forma de autoconhecimento o que trabalho para trocar fofocas e amenidades com os amigos, ele está
agrega valor em sua carreira e em sua relação com a família e a sociedade. enganando a empresa, usando recursos que não lhe pertencem no horário
que a empresa lhe paga para trabalhar.
Relação interpessoal não existe sem trabalho em equipe
Houve empresas que mudaram a relação com os empregados,
Um bom clima organizacional, que incentiva o relacionamento saudável permitindo que eles trabalhassem em casa, e depois, a pedido dos próprios
entre os colaboradores, torna competição e concorrência benéficas à empregados, voltaram ao sistema tradicional? O que pode ter dado errado
empresa nesta mudança?
Cristina Bresser Neste caso, falta maturidade profissional do empregado e um sistema
Não basta ser competente, é preciso saber se relacionar no trabalho e de aferição de carga horária e produtividade à distância, muito simples de
fora dele. O que parece ser uma tarefa fácil, tem-se tornado um desafio se instalar na casa do colaborador. Em São Paulo, em razão do trânsito
cada vez maior para os profissionais. A concorrência, as comunicações caótico, existem várias empresas aéreas e de telefonia que mantêm seus
virtuais e as mudanças comportamentais criaram obstáculos para a funcionários trabalhando em casa (com telemarketing, atendimento online
chamada relação interpessoal. A pergunta é: como superá-los para atingir de clientes, etc.) que funcionam muito bem, graças a um dispositivo
equilíbrio nos relacionamentos? Essa e outras respostas são apontadas acoplado ao PC do colaborador, onde através da sua digital ele registra o
pela coach e consultora em recursos humanos, Cristina Bresser. Confira a horário de início e término de trabalho. Mas para que funcione, o
entrevista: colaborador não pode ter filhos pequenos em casa nem animais de
estimação ou qualquer outro motivo que distraia sua atenção. Ou seja, ele
A relação interpessoal abrange tanto a vida pessoal quanto a tem que ficar durante aquele período, centrado nas suas atividades
profissional de uma pessoa. No entanto, é na profissional que se sente mais profissionais. É uma alternativa bastante viável em face aos
dificuldades para colocá-la em prática. Por que isso ocorre? engarrafamentos diários de até 4 horas que enfrentam todos os dias na
capital paulista.
Na vida pessoal, temos meses, anos para construir relacionamentos.
Quando um profissional é contratado por uma empresa, espera-se que ele No que o ambiente de trabalho reflete nas relações interpessoais?
desenvolva relacionamentos pessoais que envolvam troca de informações,
de conhecimento e adquira a confiança dos seus colegas quase que Se considerar que um adulto passa em média 8 horas dormindo e entre
imediatamente, pois não há tempo a perder. Então, o profissional se vê 8 e 10 horas trabalhando, o ambiente de trabalho reflete na grande maioria
obrigado a vencer barreiras culturais, que são frequentes e até naturais num das relações interpessoais de um profissional. Se vai refletir de maneira
ambiente de trabalho em relação a um novato, num curto espaço de tempo. positiva ou negativa, vai depender de como esta pessoa se relaciona no
trabalho.
Quando se fala em relação interpessoal não se está falando em relação
intrapessoal. Qual a diferença entre elas? Um bom relacionamento interpessoal no trabalho reflete na qualidade
de vida do profissional, ou seja, ele tem mais chances de se relacionar bem
Comunicação intrapessoal é a comunicação que uma pessoa tem na vida pessoal?
consigo mesma – corresponde ao diálogo interior onde debatemos as
nossas dúvidas, perplexidades, dilemas, orientações e escolhas. Está, de Sem dúvida que sim. Não conheço uma pessoa que tenha um mau
certa forma, relacionada com a reflexão. Este é um tipo de comunicação em relacionamento no trabalho e chegue em casa contente, tratando a esposa
que o emissor e o receptor são a mesma pessoa, e pode ou não existir um e os filhos de maneira afetuosa. Isso seria um antagonismo.
meio por onde a mensagem é transmitida. Um exemplo do primeiro tipo é a Muitas vezes, porém, o inverso não ocorre: o profissional tem bons
criação de diários. Já a comunicação interpessoal é um método de relacionamentos interpessoais na vida privada, mas não consegue isso no
comunicação que promove a troca de informações entre duas ou mais profissional. Por que isso não acontece?
pessoas. Cada pessoa, que passamos a considerar como interlocutor, troca
informações baseadas em seu repertório cultural, sua formação Na maioria das vezes, isso acontece porque ele aceitou um emprego
educacional, vivências, emoções, toda a bagagem que traz consigo. numa empresa que tem uma cultura completamente diversa da sua. Ou
seja, ele é uma pessoa mais aberta, menos formal, e na empresa todos
Essa qualidade tem sido bastante valorizada atualmente, pois - desenvolvimento contínuo da relação interpessoal, ou seja, saber
pessoas que apresentam essa aptidão conseguem desenvolver relacionar-se bem com as pessoas, de uma maneira saudável;
relacionamentos interpessoais mais produtivos, com isso conseguem - comunicação forte e positiva para haver interações satisfatórias entre
trabalhar melhor em grupo, pois o pensamento central é que “se me instrutor e treinando.
conheço, tenho capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis, já
que conseguirei reconhecer o outro também.” Nos grupos em treinamento, o instrutor tem um papel muito importante
além de ensinar. Ele é o responsável pela orientação do grupo para que o
Trabalho em equipe personalidade e relacionamento mesmo alcance a aprendizagem, exercendo também um papel social de
Todas as pessoas para terem sucesso nos locais onde trabalham orientar indivíduos, não apenas como instrumentos de produção, mas
precisam se esforçar e muito para conseguir alcançar os seus também para que se desenvolvam como pessoas.
objetivos, independente da área onde estejam atuando é necessário Carl Rogers, Jean Paul Sartre, Erich Fromm e outros afirmam que o
que haja o máximo de empenho afim de conquistar todas as metas e relacionamento humano é precioso demais em suas potencialidades para
ainda sobrar, quem aplica os conselhos dados por Jesus a milhares de ser reduzido ao nível de funcionamento de uma máquina.
anos atrás com certeza consegue ir muito mais além do que o
necessário, ele disse “se te mandarem dar mil passos dê dois mil e Se tivermos sempre presentes em cada um de nós a preocupação e o
desta maneira ninguém vai falar que você não fez o que era pra fazer”, cuidado de aprimorar nossas habilidades no relacionamento interpessoal,
ou seja esse conselho mesmo depois de milhares de anos ainda nos os resultados obtidos gerarão condições favoráveis para o trabalho de
continua sendo valido e pode nos ajudar no dia a dia principalmente em grupo e um clima de confiança entre os participantes, permitindo que a
nosso trabalho. qualidade das pessoas flua.
O trabalho em equipe é uma das partes mais temerosas por todos Myron R. Chartier nos apresenta cinco elementos críticos que
porque é onde normalmente acontecem diversos desentendimentos, o contribuem para uma comunicação interpessoal eficaz. São eles:
que todos precisam ter em mente que essa não é um momento para se - auto-imagem;
temer e sim para agir em seu favor e de seus companheiros, a partir do
momento em que uma tarefa lhes foi dada para ser feita em grupo é - saber ouvir;
porque o seu superior confia em você e seus parceiros para realizá-la
juntos. - clareza de expressão;
- capacidade de lidar com sentimentos de contrariedade;
Trabalho em equipe 10 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- auto-abertura. que ocorrem no entorno, seja de processos, cultura ou até mesmo diante de
troca de lideranças.
Vamos destacar aqui dois desses elementos:
A contribuição dos pares e a forma que eles são tratados ajudam o
- Auto-imagem - É o centro do seu universo, seu quadro referencial, sua colaborador atingir suas metas e desenvolver suas atribuições de maneira
realidade pessoal. Funciona como um visor através do qual o ser humano eficaz. Para isso, é necessário saber lidar com a diversidade existente na
percebe, ouve, avalia e compreende as coisas; é seu filtro individual do empresa, respeitando as diferenças e as particularidades de cada um; com
mundo que o cerca. isso, é possível conquistar o apoio dos demais e fazer um bom trabalho,
- Auto-abertura - Todo indivíduo que possui capacidade de falar afinal, ninguém trabalha sozinho.
francamente sobre si mesmo estabelece uma comunicação eficaz. O papel do gerente nesse processo é de extrema importância, pois é de
Powell coloca muito bem essa questão: “A capacidade de alguém para sua responsabilidade administrar os conflitos existentes entre as pessoas
se auto-revelar é um sintoma de personalidade sadia”. Sem esses dois do time, e fazer com que o clima interno seja agradável, permitindo um
elementos, torna-se impossível uma integração grupal, que é o que todo ambiente sinérgico e que prevaleça a união e a cooperação entre todos.
instrutor busca para que o treinamento possa ocorrer num clima harmônico, Essa forma de conduta está relacionada ao estilo de gestão que se aplica e
onde os treinandos desenvolvam relações interpessoais abertas e suas ações, e pode influenciar no desempenho dos liderados; este gestor
confiantes. terá que dar o exemplo para os demais, saber como falar com seus
colaboradores, pois a maneira com que irá tratá-los poderá refletir no
A comunicação adequada com outra pessoa, ou seja, reencontrá-la relacionamento entre a gerência x colaborador e, consequentemente, nas
psicologicamente e estabelecer um diálogo, não é um dom inato, mas sim metas e objetivos da empresa.
uma atitude adquirida por aprendizado.
No entanto, sabemos que tem gente que não consegue lidar com
O processo ensino-aprendizagem não pode ser encarado de maneira pessoas adversas e com opiniões diferentes da sua, e deixam se levar por
simplista, como se apenas dependesse dos objetivos do educador, pois uma impressão negativa sem ao menos procurar compreendê-las e
diversas variáveis agem como componentes externos, tais como conhecê-las mais detalhadamente. Outro vilão que pode prejudicar o
psicomotora, cognitiva e humanística. relacionamento entre os membros de uma equipe é o mau humor; o que faz
O desenvolvimento interpessoal pode ser planejado para atender a com que essas pessoas (mal humoradas) criem uma espécie de escudo e
objetivos tanto individuais como grupais. Dar ajuda e ter uma participação fiquem isoladas das demais. Isso impede que seus colegas se aproximem
eficiente promove o crescimento de um grupo e, consequentemente, abrem para pedir algum tipo de ajuda, ou até mesmo para bater um papo.
caminho para que o objetivo, ou seja a aprendizagem, seja alcançada. Essa dificuldade de relacionamento acaba impactando no desempenho
A vivência e a carga de experiência que cada um carrega são muito de uma pessoa em relação às tarefas que desenvolve na organização, pois
importantes, pois uma experiência vivenciada e traduzida para o grupo não ela irá evitar a sua exposição e nem sempre poderá contar com alguém
só é sentida pelo grupo, como deve ser aproveitada pelo instrutor como para auxiliá-la, e devido a isso acaba fazendo, na maioria das vezes, seu
motivação e ser transformada em um pequeno debate. À medida que um trabalho de maneira individualizada. Deixa-se, também, de ouvir opiniões
treinamento evolui, a estrutura do grupo inicial vai se modificando diferentes e de compartilhar escolhas e alternativas com os demais, o que
gradativamente, dependendo da maneira como o mesmo está sendo pode causar certo risco dependendo da decisão tomada. Em outras
conduzido. palavras, o mau humor certamente causará prejuízos ao trabalho em equipe
e, por tabela, aos resultados em geral.
O importante é treinar sistematicamente. Somente através de
repetições e análises é que adquirimos novos valores e hábitos. Novos Quando a empresa enfrenta problemas de relacionamento, a área de
valores, novas aquisições de hábitos, novas idéias, novos conceitos vão, Recursos Humanos junto à gerência tem a missão de sanar a dificuldade o
sem dúvida alguma, gerar novos comportamentos que em muito quanto antes para não comprometer o clima de trabalho. É necessário
contribuirão para uma aprendizagem plena, pois um grupo bem integrado identificar as causas para minimizar o efeito que este fator pode gerar,
alcança seu objetivo técnico e, mais importante, sua verdadeira dimensão assim como sensibilizar os colaboradores para que eles não deixem que
pessoal. FONTE: www.ogerente.com.br essa variável prejudique o desenvolvimento das tarefas, pois os clientes
interno e externo podem não ser atendidos com prontidão e eficácia,
Relacionamento Interpessoal: O Poder das Relações no resultando em queda na qualidade do atendimento e na produtividade.
Ambiente de Trabalho
As divergências e as “brigas” internas podem ser resolvidas com um
Como está o seu relacionamento com os pares na empresa onde você bom treinamento e atividades grupais, procurando valorizar a integração e
trabalha? focar a importância de se ter um excelente relacionamento com os membros
da equipe. O gerente também terá que fazer o seu papel, dando apoio,
Acredito que boa parte das pessoas ainda convive com esse tipo de feedbacks e fazendo coaching com seus colaboradores, evitando, assim,
problema na organização onde atua; seria injusto generalizar e falar que qualquer tipo de atrito que possa ocorrer futuramente no time. Contudo, isso
todas as empresas têm algum tipo de conflito interno, causado pelos não depende somente do gestor: todos terão que estar envolvidos nesse
indivíduos que interagem diariamente no ambiente de trabalho, mas o fato é processo. Os funcionários também têm um papel importante para a
que no mundo empresarial eles existem e podem prejudicar o desempenho construção de uma ambiente saudável, pois depende de suas condutas e
da equipe, assim como os resultados esperados pelas empresas, atitudes para acabar com problemas desse tipo.
impactando inclusive no clima organizacional. Às vezes, os problemas de
relacionamento não são visíveis, ficam mascarados e embutidos Para manter um clima agradável e sem manifestação de atritos, é
intrinsecamente em cada um, onde só podemos percebê-los por meio de necessário que as pessoas deixem de agir de forma individualizada e
ações, do comportamento e no modo de agir com os outros membros da passem a interagir como uma equipe, promovendo relações amigáveis e
equipe. fazendo com que cada um procure cooperar com o outro, mas, para isso, é
preciso que cada um faça a sua parte, pois se todos não estiverem
A necessidade de trocar informações sobre o trabalho e de cooperar dispostos a contribuir, não iremos chegar a lugar algum. Pense nisso!
com a equipe permite o relacionamento entre os indivíduos, o que acaba http://www.ogerente.com.br/
sendo imprescindível para a organização, pois, as mesmas, valorizam cada
vez mais tal capacidade; o relacionamento interpessoal é, sem sombra de A importância do bom relacionamento no trabalho
dúvida, um dos fatores que influenciam no dia-a-dia e no desempenho de
Autor: Maiara Tortorette
um grupo, cujo resultado depende de parcerias internas para obter
melhores ganhos. No ambiente organizacional é importante saber conviver Para ter um desempenho adequado e atingir bons resultados, os
com as pessoas, até mesmo por ser um cenário muito dinâmico e que profissionais precisam estar motivados e felizes com o trabalho que
obriga uma intensa interação com os outros, inclusive com as mudanças realizam. De acordo a nova Pesquisa dos Executivos, realizada pela Catho
Online, com participação de 46.067 respondentes, os profissionais
O comportamento defensivo se externa quando a pessoa, através de Há outra forma de agredir: a daqueles que ficam sempre "em cima do
suas desconfianças, percebe perigo no grupo, desgastando assim suas muro", tentando levar vantagem e tirar partido dos dois lados. Esses são
energias numa autodefesa - que pode ser inútil, se o perigo não for real e uns coitados. Têm um trabalho insano para se equilibrar entre duas
não passar de uma "encucação" da pessoa. Nesta óptica, dividimos as posições e, no final, desagradam a todos e a si mesmos. Agradar a gregos
pessoas em dois tipos. De um lado, temos as pessoas naturais, seguras, e troianos é algo que ninguém nunca conseguiu.
que enfrentam os desafios e são mais sinceras. Sabem moldar-se às Na vida há coisas boas e más, das quais gostamos ou não. Há sonhos
necessidades, porque acreditam em si próprias. Não que deixem de sentir frustrados, empenhos não gratificados. Essa é a condição do ser humano.
as injustiças, mas vão caminhando em meio a elas, vão caindo e se Em meio a tantas vicissitudes e divergências, o que vale é a vontade, o
levantando, aprendendo, amadurecendo e trocando idéias. E dessa forma querer. O modo de viver em sociedade deveria brotar dessa vontade de
que se realiza a troca afetiva. querer ser sempre sincero, legal, sem artifícios nem "armações". Seria bem
De outro lado, há pessoas inseguras ou medrosas, que nunca estão no mais fácil viver.
seu natural. Colocam-se sempre na defensiva, preocupadas consigo
O poder da compreensão mútua
mesmas, num esforço desmedido em saber como estão sendo vistas pêlos
outros, como devem fazer para serem identificadas de forma mais favorável: Na liberdade construtiva, o próprio homem é que fixa as normas
como vencer, impressionar, manter-se impune ou, então, como reduzir ou valorativas, ativando a sua própria fonte de ser, que é a origem de sua
evitar um ataque por antecipação. competência. Somos respeitados pelo valor de nossas propostas abertas ao
bem comum. Nesta prática nota-se a ausência total de intimidação, sem as
As pessoas soltas, menos preocupadas com o seu mundinho, mostram
qualidades mágicas da admiração como também sem o respeito cheio de
sempre o que são. Se agradam, ótimo. Se não agradam, não se
medo.
desesperam. O que não as impede de se questionarem sobre possíveis
falhas em seu comportamento. Elas têm capacidade de reconhecer o A presença desta socialização saudável permite constante exame e
próprio erro e voltar atrás, pela consciência profunda de seus limites crítica. Ela apresenta-se sempre como transitória, porque aceita as
humanos. readequações exigidas pela constante renovação, que acelera a evolução
civilizadora. Ela encoraja a capacidade do homem para aprender o que é
Mas há o reverso da medalha. Determinadas pessoas são sempre "as
bom para si e para todos. A socialização saudável deseja transformar o
tais". Como donas da verdade, não admitem nada que contrarie seu modo
mundo, promovendo o seu aperfeiçoamento pessoal e efetuando mudanças
de pensar e ser. Querem que os outros ajam pela cabeça delas, ao mesmo
no seu próprio interior.
tempo que usam a defesa para não serem atacadas. Só que a melhor
atitude perante a vida é a sinceridade. Se alguém errou, por que não admitir Aristóteles emprega a palavra “virtude” para indicar a excelência da
o próprio erro? Se ninguém é perfeito, por que justificar-se o tempo todo ou atividade por meio da qual se concretizam as potencialidades peculiares ao
abusar das justificativas para mostrar-se diferente do que na verdade é? homem. Ser virtuoso significa espírito de autorealização, aumento da
Quem se justifica continuamente não tem fibra, responsabilidade, respeito individualidade na sua mais ampla auto-exploração. O indivíduo tem
pêlos outros. Desgasta de tal forma as desculpas, que ninguém mais escondido tantas experiências dentro de si, que deseja dar a sua
acredita nelas. contribuição ao mundo.
O defensivo sempre pensa que os outros são bobos. Não quer dar o O homem é o centro maior da consideração ética, e os seus
braço a torcer em determinadas circunstâncias, para não mostrar suas julgamentos de valores, interpretações e percepções estão enraizados nas
fraquezas. E, ao tentar enganar os outros, engana-se a si mesmo. Mas em particularidades de sua existência. O homem é, de fato, a presença maior
pior situação está aquele que, além de colocar-se na defensiva, é agressivo. de tudo o que existe. Não há nada de mais digno do que a existência
Conceituação Relações
É aquela que se estabelece entre dois indivíduos, ou dois órgãos, um
dos quais possui autoridade funcional sobre o outro. Assim, numa empresa,
A autoridade de Linha (ou Hierárquica) é aquela que se exerce direta-
um Chefe de Linha, além de autoridade hierárquica do seu superior imedia-
mente sobre as pessoas que integram um órgão; envolve a capacidade de
to, recebe autoridade funcional dos responsáveis pelas funções com as
um chefe para dar ordens aos seus subordinados, coordenar sua ação e
quais se relacionam suas atividades.
cobrar resultados; a autoridade de Linha se manifesta através de ORDENS
que emanam dos superiores para os respectivos subordinados.
Exemplificando: se desejar autorizar horas extraordinários para seus
subordinados, terá de cingir-se às diretrizes baixadas pelo Diretor ou Ge-
Relações
rente Pessoal; ao elaborar um relatório de despesas de viagem terá de
Entre o superior e o subordinado estabelece-se uma relação de linha
levarem conta as diretrizes emitidas pelo Diretor ou Gerente Financeiro.
ou hierárquica; todos os empregados estão ligados ao Presidente por uma
relação de linha ou hierárquica; a linha de autoridade, partindo do mais
Conflitos
elevado nível hierárquico da empresa, corre sem interrupção até atingir os
Em princípio não deveria haver conflito entre estas duas autoridades,
elementos situados nos níveis inferiores.
cada uma delas limitada por atribuições bem definidas que harmonizaram
sua interação. Entretanto, podem surgir dificuldades, seja pela falta de
b) Autoridade de “Staff’ (ou de Estado-Maior)
coerência dos textos, seja por sua interpretação errônea ou por sua dificul-
dade de aplicação a problemas complexos. Acontece então um enfraque-
Conceituação
cimento de controle disciplinar, dificuldades de coordenação e aumento
Em caso de conflito entre uma e outra, a prática parece favorecer a LI- Critérios de Departamentalização
MITAÇÃO DA AUTORIDADE FUNCIONAL para não enfraquecer a posição Como vimos, os critérios de Departamentalização utilizados para o a-
do Executivo de Linha (esse está mais próximo da ação). grupamento de atividades são por função (ou propósito), por produto (ou
serviço), por processo, por clientela, por localização (ou área geográfica) e,
A Autoridade Funcional deve portanto ser usada COM PARCIMÔNIA e antes de apresentar cada um individualmente, tornam-se necessários dois
somente quando existirem influências externas (que devem ser interpreta- esclarecimentos:
das por especialistas) e internas (quando os assuntos são de tal importân- A grande maioria das empresas não adota um único Critério
cia e complexidade que torna-se necessário um grau máximo de uniformi- de Departamentalização, empregando em seu lugar um CRITÉRIO
dade de ação). MISTO, de modo que não haja uma estrutura rígida e sim que as
atividades sejam agrupadas de forma que contribuam melhor para
d) Autoridade de Fiscalização a realização dos objetivos da empresa.
Apesar do nome Departamentalização sugerir que os órgãos cria-
Conceituação dos devam denominar-se Departamentos, isto não se verifica. A
nomenclatura a ser utilizada fica a critério do organizador devendo
apenas ser coerente e uniforme para toda a empresa, como já foi
É aquela que consiste em zelar pela observância de um conjunto orgâ- assinalado anteriormente.
nico de regras, verificando se a execução está sendo realizada de acordo
com os regulamentos e instruções em vigor. E a autoridade típica de uma Departamentalização por Função (ou Propósito)
Auditoria, de um Conselho Fiscal nas Sociedades Anônimas e das Inspeto- Ocorre quando são agrupadas num mesmo órgão as atividades que
rias de Segurança Industrial. possuam uma singularidade de propósitos ou objetivos. É talvez o critério
mais extensamente empregado, e está presente em quase todas as em-
Modalidade de Ação presas, em algum nível hierárquico da Estrutura de Organização.
Os indivíduos investidos deste tipo de autoridade não podem interferir
na gestão mediante ordens, cabendo-lhes apenas verificar, através de Departamentalização por Produto (ou Serviço)
VISITAS, EXAMES DE DOCUMENTOS e CONFERENCIAS DE BENS, a Ocorre quando são agrupadas, num mesmo órgão, as atividades dire-
conformidade de atos ou situações a princípios de ética, leis do país e tamente relacionadas a um determinado produto ou serviço.
normas da empresa.
Departamentalização por Processo
RESPONSABILIDADE Ocorre quando são reunidas, num mesmo órgão, as pessoas que utili-
E a aceitação do papel a ser desempenhado na organização, composto zam um mesmo tipo de equipamento ou de técnica. Nos órgãos organiza-
de tarefas, missões, atividades. Todo cargo encerra um grau de responsa- dos de acordo com este critério, concentram-se todos ou quase todos os
bilidade. profissionais de determinada especialização ou profissão.
A Responsabilidade não pode ser delegada. Departamentalização por clientela
Ocorre quando o grupamento de atividades num mesmo órgão é feito
DEPARTAMENTALIZAÇAO com o objetivo de servir um grupo determinado de pessoas ou clientes. Há
É o processo de estabelecer unidades compostas de grupos, com fun- um interesse fundamental pelo cliente que passa a ser a razão primordial
ções relacionadas. Cada agrupamento é atribuído a um chefe, com autori- para grupar as atividades.
dade para dirigir tais atividades.
Departamentalização por Localização (ou Área Geográfica)
Torna-se pois importante que tais atividades sejam agrupadas logica- Este critério ocorre particularmente em empresas cujas atividades são
mente. físicas ou geograficamente espalhadas, nas quais se torna conveniente que
todas as atividades executadas numa determinada região sejam agrupadas
Diversos são os critérios para proceder-se à Departamentalização: e colocadas sob a chefia de um administrador local.
Por função: atividades similares;
por áreas geográficas: têm por base a localização; Existem ainda outros critérios que podem ser adotados, como:
por produto: segundo a linha de fabricação; por Período de Tempo.
por clientela: segundo o interesse do freguês ou cliente; por Quantidade de Força de Trabalho
por processo: de acordo com a tecnologia empregada. por Conveniência Empírica
Identificadas as atividades da empresa, elas serão agrupadas. Este a- Estes serão examinados em outra oportunidade.
grupamento ou arrumação das atividades será efetuado de acordo com os
determinados critérios inicialmente propostos por LUTHER GULICK.
PROCESSO ORGANIZACIONAL
Órgãos de Departamentalização
Resulta na criação dos átomos da empresa, que são seus Órgãos ou Planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação:
Unidades Administrativas.
PLANEJAMENTO
Os órgãos se distinguem uns dos outros de acordo com o elemento hi- FASES PARA GERAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO
erárquico de sua denominação, que indicará a importância do órgão da a. Obtenção de informação e dados
empresa. Não existe nenhuma regra fixa para a hierarquização das deno- b. Análise dos dados e informações obtidos
minações, sendo necessário, entretanto, que os títulos adotados sejam c. Previsão dos acontecimentos futuros
COERENTES e UNIFORMES para toda a empresa. d . Decisões sobre:
d.1 - fins; - especificações sobre metas e objetivos.
Os títulos mais comumente adotados na Empresa Privada, para indicar d.2- meios:- seleção das diretrizes, dos procedimentos, das nor-
posição hierárquica, são os seguintes: mas, dos orçamentos, programas e estratégia, através dos
a) Diretoria (exemplificando: Diretoria de Administração) quais as metas e objetivos serão alcançados.
b) Departamento (Departamento de Pessoal) d.3 - recursos: determinação dos tipos e quantidades de recur-
c) Divisão (Divisão de Recrutamento e Seleção) sos necessários, como deverão ser gerados ou adquiridos e
d) Seção (Seção de Seleção) como serão alocados as atividades.
Sua essência é seqüência cronológica Assim, é raro encontrar-se em um programa de planejamento de algu-
ma importância, isolado.
Numa empresa industrial, o procedimento para atender a encomendas,
certamente compreenderá: Ele usualmente faz parte de uma complexa estrutura de programas de-
a. o departamento de vendas para o pedido original; pendendo de alguns, e afetando outros.
b. o departamento financeiro para a concessão do crédito;
c. o departamento de produção para produzir ou retirar do estoque; Mesmo um procedimento ou norma aparentemente sem importância
d. o departamento contábil para o faturamento; quando impropriamente concebido, pode arruinar um importante programa.
e. o departamento de expedição para estabelecer o roteiro e efetu-
ar a entrega. f. ESTRATÉGIA
Estratégias podem ser consideradas como planejamento interpretativo
c. NORMAS ou planos feitos à luz dos planos de um competidor.
As normas são, freqüentemente, confundidas com os procedimentos A competição existe onde duas ou mais pessoas lutam pelo mesmo ob-
embora as duas coisas sejam inteiramente distintas. A norma exige que jetivo, que poderá ser alcançado apenas por uma delas.
uma ação especifica e definida seja, tomada com respeito a uma situação
mas, não especifica uma seqüência de tempo. Se um administrador elabora seus planos sem atentar ao que seus
Evidentemente, o melhor tipo de estratégia pode ser elaborado quando b.1- Comunicação Escrita:
o administrador tem conhecimento dos planos de seus competidores, em Vantagens :
caso contrário, deverá colocar-se no lugar delas, avaliar as circunstâncias I. podem ser retidas como documentos legais e fontes de
nas quais estão operando e modificar seus planos estrategicamente. referência.
II. São formuladas mais cuidadosamente.
CONCLUSÃO Desvantagens:
O planejamento é a função administrativa de determinar, adiantada- I. quando redigidas precariamente obrigam inúmeros es-
mente, o que um grupo deve fazer e quais as metas devem ser atingidas. clarecimentos escritos e orais, que tornam a mensagem
Um administrador planeja o trabalho dos outros. cara e confusa.
II. por segurança, isenção de responsabilidade ou para
Ele segue o que Frederick Taylor arquitetou ser um principio básico da créditos futuros as pessoas tendem à conservação de
administração, isto é, separar o planejamento do desempenho. O especia- uma volumosa documentação escrita como meio de de-
lista em administração deve planejar o trabalho do grupo e os membros do fesa ou ataque.
grupo devem especializar-se no desempenho do trabalho como este foi
planejado. b.2- Comunicação Oral :
Vantagens:
O planejamento é, ao mesmo tempo, o resultado visado, a linha de I. intercâmbio rápido, completo
conduta a seguir, as etapas a vencer, os meios a empregar; é uma espécie II. perguntas podem ser formuladas e respondidas imedia-
de quadro do futuro, é a marcha da empresa prevista e preparada para tamente.
certo tempo. III. a pessoa que fala é obrigada a ter contato direto com o
ouvinte e a se fazer entender.
DIREÇÃO Desvantagens:
I. transmissões sucessivas de uma mesma mensagem
Direção é a função administrativa de operar a organização (ou qualquer
acarretam perda na sua clareza; na comunicação oral,
sub-divisão), à medida que esta, ativamente, executa os planos traçados.
algo da ordem de 30% é perdido em cada transmissão.
Esta fase de administração, como o termo implica, dirige o grupo para II. Dificuldade na apuração de mérito ou responsabilidade.
as metas estabelecidas numa fase anterior de planejamento. Quanto mais
completos forem o planejamento e organização, tanto menores serão os CONTROLE
problemas inesperados e as decisões de última hora que o executivo Controlar é o exercício da função administrativa de restringir e regular
encontrará a medida que ele guiar, eficientemente, sua equipe para os vários fatores, de modo que as obras e projetos sejam completados pela
objetivos desejados. maneira porque foram planejados, organizados e dirigidos. Equivale a
verificar se cada pessoa faz a coisa certa, no tempo certo, no lugar certo e
Para dirigir subordinados um administrador tem que : com os recursos certos.
- motivar
- comunicar Certas pessoas se impressionam tanto com o significado de "controle"
- liderar que usam o termo como um equivalente para "administração". Assim,
muitas vezes deparamos com termos como "controle financeiro", "controle
COMUNICAÇÃO de material", "controle de qualidade" e "controle de pessoal". Nestes casos
Comunicação é uma troca dos fatos, idéias, opiniões ou emoções entre o controle recebe, realmente, o significado de administração; assim, contro-
duas ou mais pessoas, por meio de palavras, letras, símbolos ou mensa- le financeiro é essencialmente administração financeira, controle de materi-
gens. al e administração do material, etc.
O propósito da comunicação em uma empresa é efetivar mudanças e Neste contexto, controle não tem significado tão amplo, porque essa
influenciar ações. palavra não implica o suficiente para garantir o seu uso como sinônimo de
"administração".
a. PRINCÍPIOS DA COMUNICAÇAO:
a.1- Clareza; Controle define uma parte bastante importante do trabalho de adminis-
Comunicar sempre em linguagem compreensível, isto requer fami- tração e consiste em medir o desempenho de subordinados para assegurar
liaridade com padrões de linguagem dos subordinados, colegas e que os objetivos da empresa e os planos delineados para alcança-los,
superiores. sejam realizados. É, pois, a função segundo a qual cada administrador, do
a.2- Atenção: presidente ao mestre, certifica-se de que aquilo que é feito está de acordo
Dar toda a atenção quando do recebimento da comunicação. Ouvir com o que se tencionava fazer.
de maneira descontínua e esporádica; portar-se desatentamente;
ignorar ou saltar palavras escritas redunda em falta de compreen- ETAPAS DO PROCESSO DE CONTROLE
são. O processo básico de controle, onde quer que exista e qualquer que
a.3- Integridade : seja a coisa controlada, envolve 3 etapas:
Para um administrador a comunicação é sempre um meio e nunca 1. estabelecer os padrões
um fim. A integridade da empresa depende em parte, de apoiar a 2. medir o desempenho conforme esses padrões.
posição dos administradores subordinados. Os superiores muitas 3. corrigir desvios em relação aos padrões e aos planos.
vezes esquecem isso e enviam mensagens passando por cima
dos subordinados, num esforço de atingir diretamente os empre- a. Estabelecimento de Padrões
gados a que elas se destinam, é muito importante que o superior Padrões são critérios estabelecidos mediante os quais os resultados
imediato transmita e interprete as informações. reais podem ser medidos. Constituem a expressão de objetivos de plane-
a.4- Utilização da organização Informal jamento da empresa ou departamento, em termos tais que a prática efetiva
As mensagens fluem regularmente de superior a subordinados e dos deveres pode ser medida em relação a esses objetivos.
vice-versa, mas esse canal, às vezes, é inadequado para transmitir
de maneira rápida e compreensível, havendo, portanto, necessida- Os padrões podem ser físicos e representar quantidades de produto,
de de uma abordagem informal entre superior e subordinados. unidades de serviço, homens-hora, velocidade, volume dê rejeições, etc.,
Nos tipos de trabalho menos técnicos, não somente será difícil estabe- Assim, o moral é uma conseqüência do grau de satisfação das neces-
lecer o padrão, como também será bastante trabalhosa a avaliação. sidades individuais.
Por exempIo, não é fácil controlar o desempenho de um diretor de fi- O homem é um animal dotado de necessidades que se alternam e se
nanças ou de um diretor de relações industriais, porque, raramente, se sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade surge
podem estabelecer padrões definidos e medir-se com exatidão o desempe- outra em seu lugar e assim por diante, continua e infinitamente.
nho. O superior desses administradores tende, muitas vezes, a confiar em
padrões imprecisos, tais como, o estado financeiro da firma, o entusiasmo e As necessidades motivam o comportamento humano dando-lhe direção
lealdade dos subordinados, a admiração dos colegas e o sucesso em geral e conteúdo,
do departamento (muitas vezes medido de maneira negativa pela ausência
de provas de fracasso). Ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis ou estágios de
motivação: à medida que vai crescendo e amadurecendo vai ultrapassando
É importante, portanto, ressaltar que à medida que as tarefas se afas- os estágios mais baixo e desenvolvendo necessidades de níveis, gradati-
tam da linha de montagem, da oficina ou da máquina de calcular o trabalho vamente, mais elevados. As diferenças individuais influem, poderosamente,
de controlar se torna mais complexo e muitas vezes, mais importante. quanto à duração, intensidade e possível fixação em cada um desses
estágios.
c. Correção dos Desvios
Se os padrões são estabelecidos para refletir a estrutura da organiza- Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessida-
ção e se o desempenho é medido nesses termos, a correção dos desvios é des fisiológicas, psicológicas e de auto-realização.
acelerada, pois o administrador sabe exatamente onde, na designação
individual ou grupal de tarefas, que medida corretiva deve ser aplicada. a.1- Necessidades Fisiológicas, Vitais ou Vegetativas
São inatas e instintivas e relacionadas com a sobrevivência do indiví-
A correção dos desvios no desempenho é o ponto em que o controle duo. Situadas no nível mais baixo são, também, comuns aos animais, e
se utiliza e se confunde com as demais funções administrativas. O adminis- exigem satisfações periódicas e cíclicas. As principais são: alimentação,
trador pode corrigir retraçando seus planos ou modificando seu objetivo; ou sono, exercício físico, satisfação sexual, proteção contra os elementos,
então poderá corrigir o desvio exercitando sua função de organizar, medi- segurança física contra os perigos.
ante redistribuição das tarefas, novas designações de pessoal, melhor
seleção e treinamento de subordinados, ou pelo último recurso para reno- a.2- Necessidades Psicológicas ou Sociais
vação de pessoal, a demissão. São necessidades exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas
no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de
Poderá ainda, corrigir por uma direção melhor, através de explicações necessidades.
mais detalhadas das tarefas, novas formas de incentivo ou liderança mais
enérgica. O homem procura, indefinidamente, maiores satisfações dessas ne-
cessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente.
AVALIAÇÃO – A aferição ou o julgamento da eficiência de uma ativida-
de administrativa. Necessidade de segurança íntima, necessidade de participação, ne-
cessidade de auto-confiança, necessidade de afeição, necessidade de
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL reconhecimento, necessidade de status, necessidade de pertencer, neces-
sidade de auto-afirmação, etc.
Motivação, liderança e desempenho a.3- Necessidades de Auto-Realização
São produtos da educação e da cultura a também elas, como as ne-
MOTIVAÇÃO cessidades psicológicas, são raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o
Todo administrador é responsável, em sua esfera de autoridade, pela homem vai procurando, gradativamente, maiores satisfações e estabele-
motivação de seus subordinados. Um presidente deve sentir-se responsá- cendo metas crescentemente sofisticadas.
vel por motivar, em primeiro lugar, os que prestam contas a ele diretamente
e, em segundo lugar, a todos os empregados da empresa. A necessidade de auto-realização é a síntese de todas as outras ne-
cessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de
Talvez, a melhor norma para um sistema salutar de motivação, seja esta em continuo auto-desenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
advertência bíblica "Faça aos outros o que quizeres que te façam".
b. Nem sempre a satisfação das necessidades é obtida. Pode existir
a. Necessidades Humanas e a motivação alguma barreira ou obstáculo que impeça a satisfação de alguma necessi-
O comportamento humano é determinado por causas que, às vezes, dade.
escapam ao próprio entendimento ou controle do homem. Essas causas se Toda a vez que alguma satisfação é bloqueada por alguma barreira
chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscien- ocorrem a frustração ou a compensação ou transferência.
tes que levam o indivíduo a um determinado comportamento,
Dessa forma, toda a necessidade humana pode ser satisfeita, frustrada
A motivação se refere ao comportamento que, é causado por necessi- ou compensada.
dades do indivíduo e que é dirigido no sentido dos objetivos que podem
satisfazer essas necessidades. b.1- Frustração
A frustração pode levar a certas reações generalizadas, a saber;
O moral é uma decorrência do estado motivacional, uma atitude mental - desorganização do comportamento:
provocada pela satisfação ou não-satisfação das necessidades do indiví- conduta ilógica e sem explicação aparente.
LIDERANÇA Faz valer sua autoridade e a posição de mando de que está investido.
Esses três tipos de estratégias de mudança podem ser observados na Líder é aquele que sabe servir, que sabe fazer funcionar a harmonia
conduta das organizações, seja na sua forma pura ou em um número das relações entre os operadores de um contexto (empresarial ou outro),
quase infinito de combinações. Os autores preocupam-se com a última das para que exista o máximo de produção específica ou resultado integral. A
estratégias mencionadas, ou seja, com o desenvolvimento sistemático. melhor forma de definir o líder é como um hierarca de funções: as constrói,
as controla, as desenvolve, as dirige, sempre com referência a um escopo
(*) Compilado de Chiavenato, Idalberto, Introdução à Teoria Geral da definido
Administração, cap. 14 – Teoria do Desenvolvimento Organizacional. Estilos de Liderança
Liderança Liderança autocrática: Na Liderança autocrática o líder é focado
apenas nas tarefas. Este tipo de liderança também é chamado de liderança
O estudo da liderança autoritária ou diretiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a
A natureza e o exercício da liderança tem sido objeto de estudo do opinião dos liderados. O líder determina as providências e as técnicas para
homem ao longo da sua história. Bernard Bass (2007) argumenta que a execução das tarefas, de modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa
"desde sua infância, o estudo da história tem sido o estudo dos líderes - o que cada um deve executar, o líder determina ainda qual o seu
quê e porquê eles fizeram o que fizeram".[1] A busca do ideal do líder companheiro de trabalho. O líder é dominador e pessoal nos elogios e nas
também está presente no campo da filosofia. Platão, por exemplo, críticas ao trabalho de cada membro.
argumentava em A República que o regente precisava ser educado com a Liderança democrática: Chamada ainda de liderança participativa
razão, descrevendo o seu ideal de "rei filósofo". Outros exemplos de ou consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há
filósofos que abordaram o tema são Confúcio e seu "rei sábio", bem participação dos liderados no processo decisório. Aqui as diretrizes são
como Tao e seu "líder servo". debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. O
A condução de um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe próprio grupo esboça as providências para atingir o alvo solicitando
que gera resultados é chamado de liderança. É a habilidade de motivar e aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando este a
influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam sugerir duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham
voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe novas perspectivas com o debate. A divisão das tarefas fica ao critério do
e da organização. próprio grupo e cada membro pode escolher os seus próprios
companheiros de trabalho. O líder procura ser um membro normal do
Assim, o líder diferencia-se do chefe, que é aquela pessoa grupo. Ele é objetivo e limita-se aos fatos nas suas críticas e elogios.
encarregada por uma tarefa ou atividade de uma organização e que, para
tal, comanda um grupo de pessoas, tendo autoridade de mandar e exigir Liderança liberal ou Laissez faire: Laissez-faire é a contração
obediência. da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez passer,
que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". Neste tipo
Para os gestores atuais, são necessárias não só as competências de liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus
do chefe, mas principalmente as do líder. projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que
Acadêmicos argumentam que a liderança como tema não necessita de supervisão constante. Por outro lado, a Liderança
de pesquisa científica surgiu apenas depois da década de 1930 fora do liberal também pode ser indício de uma liderança negligente e fraca, onde o
campo da filosofia e da história. Com o passar do tempo, a pesquisa e líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los.
a literatura sobre liderança evoluíram de teorias que descreviam traços e Liderança paternalista: O paternalismo é uma atrofia da Liderança,
características pessoais dos líderes eficazes, passando por uma onde o Líder e sua equipe tem relações interpessoais similares às de pai e
abordagem funcional básica que esboçava o que líderes eficazes deveriam filho. A Liderança paternalista pode ser confortável para os liderados e
fazer, e chegando a uma abordagem situacional ou contingencial, que evitar conflitos, mas não é o modelo adequado num relacionamento
Liderança 04. Na divisão do trabalho, temos o processo através do qual uma tarefa é
dividida em partes ou unidades. As unidades de trabalho são chamadas
A liderança é um tema importante para os gestores devido ao papel
genericamente de departamentos. O modo mais simples de departamenta-
fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo e da
lização é o que se baseia no critério funcional. Acerca desse critério, é
organização. Os líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da
CORRETO afirmar que é
organização.Liderar não é uma tarefa simples. Pelo contrário. Liderança
A) um critério de natureza geográfica em que cada unidade de trabalho
exige paciência, disciplina,humildade, respeito e compromisso, pois
corresponde a um território.
a organização é um ser vivo, dotado de colaboradores dos mais diferentes
B) caracterizado pelo fato de que as funções organizacionais são um con-
tipos. Liderar , de uma forma bem clara ,pode ser entendida como a gestão
junto de tarefas interdependentes, orientadas para um objetivo singular.
eficaz e eficiente das pessoas de uma equipe ,para que se atinja os
C) quando uma empresa atende a diferentes tipos de clientes, com neces-
objetivos propostos pela organização.
sidades muito diferentes.
Entre os desafios apresentados pelo ambiente mutável, as D) quando as atividades temporárias são realizadas por estruturas organi-
organizações estão valorizando cada vez mais os gerentes que possuem zacionais temporárias.
habilidades de liderança. Qualquer pessoa que aspire a ser um gerente E) quando a empresa trabalha com vários produtos ou serviços que apre-
eficaz deve também se conscientizar de praticar e desenvolver suas sentam diferenças importantes entre si.
habilidades de liderança.
05. A Administração possui cinco funções em seu processo de execução.
PROVA SIMULADA Assinale a alternativa que corresponde a essas funções.
A) Planejamento, organização, execução, controle e gestão de pessoas.
B) Planejamento, funcionalidade, gestão de pessoas, atitude e feedback.
01. Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utiliza-
C) Funcionalidade, atitude, rentabilidade, ética e responsabilidade.
ção de recursos. É a administração que faz as organizações serem capa-
D) Rentabilidade, planejamento, execução, ética e gestão de pessoas.
zes de utilizar corretamente seus recursos e atingir seus objetivos. Dentro
E) Responsabilidade, execução, atitude, rentabilidade e controle.
deste conceito que relatamos, é CORRETO afirmar sobre uma Organização
que
06. Segundo OLIVEIRA (1997, p. 33), “O planejamento é um processo
I. os objetivos e recursos são as palavras-chaves no processo de gestão.
desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de um modo mais
II. ela fornece os meios de subsistência para muitas pessoas.
eficiente e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela
III. o seu desempenho é importante para clientes, usuários, funcionários,
empresa”. A partir deste conceito, podemos identificar que a atividade de
acionistas, fornecedores e para a
planejar está dividida em três tipos:
comunidade em geral.
A) estratégico, comportamental e funcional.
IV. através do seu processo de gestão, ela passa a ser capaz de utilizar
B) estratégico, tático e operacional.
corretamente seus recursos e atingir seus
C) circunstancial, funcional e comportamental.
objetivos.
D) analítico, tático e funcional.
Assinale a alternativa CORRETA.
E) estratégico, operacional e comportamental.
A) Apenas os itens I e IV estão corretos.
CONCEITO. Conceito
COMPONENTES. São todas as alterações sofridas pelo patrimônio na sua composição
VARIAÇÕES E CONFIGURAÇÕES. qualitativa e/ou quantitativa em virtudes de atos praticados pela administra-
ção, ou fatos vinculados às atividades da entidade ou, ainda, resultantes de
fatos totalmente imprevistos ou fortuitos.
Patrimônio
Conceitos Complementares
Em contabilidade, de acordo com a sua dimensão jurídica,
o patrimônio de uma empresa são os bens, direitos e obrigações que uma Ato Administrativo
empresa possui. O termo também se aplica, com o mesmo sentido, para as
Ação praticada pela administração que não provoca (podendo vir a
pessoas naturais.
provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade,
Ativo(A) = Bens + obrigações portanto, não interessa à contabilidade.
Passivo(P) = Obrigações Exemplo: avalizar uma compra, ATO ADMINISTRATIVO, não altera o
Patrimônio.
A - P = compassivo próprio
Fato Administrativo
O patrimônio como objeto científico da contabilidade, foi proposto
pelos seguidores das correntes científicas do Patrimonialismo e Ação praticada pela administração que provoca alteração qualitativa
do Neopatrimonialismo. e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto interessa à contabili-
dade.
Em Direito, seguindo lição de M. N. Chalhub: "Patrimônio é o conjunto
de direito subjetivos sobre determinada coisa com valor pecuniário". O Exemplo: pagar o aval de uma compra, FATO ADMINISTRATIVO =
patrimônio constitui uma universalidade e é indivisível, não podendo ser FATO CONTÁBIL, ALTERA O PATRIMÔNIO.
desmembrado. Não se admite pluralidade de patrimônios na mesma
Variações Patrimoniais
pessoa, e isso porque, fundamentalmente, se fosse facultado a cada
sujeito, a seu exclusivo critério, separar bens do patrimônio e com eles Conforme vimos, são as alterações sofridas pelo patrimônio, decorren-
formar massas patrimoniais separadas, que não possam ser visadas pelos tes ou não da administração, podendo ser:
seus credores em geral, seria possível desfalcar impunemente seu
patrimônio, tornando-se incontrolável a fraude contra credores ou a fraude Fatos Contábeis
de execução. Em Direito, "bem" é por vezes um sinônimo de "patrimônio". São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhe variações qua-
O inventário seria o primeiro procedimento jurídico para se levantar o litativas e/ou quantitativas. Quase sempre (e não obrigatoriamente) provêm
patrimônio de uma pessoa (o segundo seria o Balanço de uma ação da gestão.
Patrimonial). patrimônio e aquilo que nos foi deixado por alguém que
pertence a alguém, uma herança OBSERVAÇÃO:
Portanto, pode se afirmar que existem vários sentidos para o termo Gestão: é o conjunto de operações que ocorrem durante a vida das
"patrimônio": pode ser o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresas, com as quais as mesmas buscam atingir os objetivos visados,
entidade; pode ser o conjunto de bens de uma entidade; ou pode ser o sejam estas operações identificadas como fatos contábeis ou meramente
conjunto de bens de uma coletividade, como no caso de patrimônio atos administrativos
arquitetônico, patrimônio cultural, etc. Todo fato administrativo é um fato contábil
Teoria da afetação Nem todo fato contábil é um fato administrativo
Definição:"Encargo imposto a um certo bem,posto a serviço de um fim Superveniências e insubsistências
específico."
São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhes variações
Não importa a afetação na disposição do bem,e,portanto,na sua saída quantitativas, e que independem dos atos da gestão, tais variações patri-
do patrimônio do sujeito,mas na sua imobilização em função de uma moniais são resultantes de fatos contingentes, imprevistos ou fortuitos.
finalidade.Tendo sua fonte essencial na lei,pois não é ela possível senão
quando imposta ou autorizada pelo direito positivo,aparece toda vez que Classificação dos Fatos Contábeis
certa massa de bens é sujeita a uma restrição em benefício de um fim
Fato contábil permutativo (ou compensativo)
específico.
São os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido
Com a construção da teoria da afetação,uma corrente de juristas
(PL) ou na Situação Líquida (SL), mas podem modificar a composição dos
pretendeu atingir a doutrina tradicional da unidade do
demais elementos patrimoniais, determinam uma variação específica do
patrimônio,sustentando que aqueles bens constituem patrimônios de
patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUALITATIVA).
afetação,distintos e separados.
Fato contábil modificativo
Enquanto a doutrina tradicional considera o patrimônio como uma
relação subjetiva ("cada pessoa tem um patrimônio"),a teoria da afetação São os que provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL)
entende que existem bens a compor os patrimônios da pessoa (natural ou ou Situação Líquida (SL), determinando uma variação quantitativa do
jurídica),objetivamente vinculados pela idéia de uma afetação a um fim patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUANTITATIVA). Pode ser: dimi-
determinado. nutivo aumentativo.
Exemplos de bens Fato contábil misto (ou composto)
carro
apartamento São os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, de-
dinheiro terminando variação qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO
PATRIMONIAL MISTA.
Elementos Patrimoniais são os elementos que compõe o patrimônio de
uma entidade. Eles podem ser bens, direitos e obrigações da entidade, Superveniência e Insubsistência
classificados em ativo e passivo. Conceito
Superveniência ativa – Aumenta o patrimônio líquido (receita). Esse grupo é o Patrimônio Líquido (PL), ou Situação Líquida. Chega-
Superveniência passiva – Diminui o patrimônio líquido (despesa). mos então a uma conclusão óbvia: de acordo com os valores dos bens e
Insubsistência do ativo – Diminui o patrimônio líquido (despesa). Também direitos, e das obrigações da empresa, o PL pode ser positivo, negativo ou
denominada de lnsubsistência Passiva. nulo. Se considerarmos de forma simplificada apenas Ativo e Passivo,
Insubsistência do passivo – Aumenta o patrimônio líquido (receita). Tam- podemos denominar como Situação Líquida, ou PL, a diferença simples
bém denominada de Insubsistência Ativa. entre Ativo e Passivo. Neste caso não tomamos inicialmente o PL como
grupo do Passivo, mas sim como resultado dessa diferença:
O Patrimônio, sendo o objeto da Contabilidade, define-se como o con-
junto formado pelos bens, pelos direitos e pelas obrigações pertencentes a Ativo – Passivo = PL
uma pessoa (física ou jurídica), e que seja passível de avaliação em moe-
da. HIERARQUIA E AUTORIDADE.
Como bens, podemos entender as coisas capazes de satisfazer ne- A burocracia estabelece os cargos segundo o princípio de hierarquia:
cessidades humanas, suscetíveis de avaliação econômica. Podemos - cada subordinado deve estar sob a supervisão de um superior;
distinguir os bens em duas espécies: - não há cargo sem controle ou supervisão;
• Bens Materiais: também chamados de bens corpóreos, ou de bens - a hierarquia é a ordem e subordinação, a graduação de autori-
tangíveis; representam os objetos que a empresa tem para uso (prédios, dade correspondente às diversas categorias de participantes, funcio-
móveis, carros, etc.), para venda/troca (mercadorias, dinheiro, etc.), ou nários e classes;
para consumo (material de limpeza, de expediente, etc.); - os cargos estão definidos por meio de regras limitadas e espe-
cíficas.
• Bens Imateriais: também tidos como bens incorpóreos ou intangíveis;
são os gastos que, por sua natureza, a legislação exige que sejam tidos Autoridade
como parte do patrimônio (ativo diferido, gastos com reformas, benfeitorias, A autoridade envolve a noção correlata de legitimidade, motivo
etc.); como tais também são classificadas as marcas e as patentes, o fundo pelo qual a moderna sociologia procura analisar simultaneamente os
de comércio, etc. dois conceitos, tal como se apresentam na estrutura ou funcionamen-
Direitos: são todos os valores que as empresas têm para receber de to de uma mesma organização.
terceiros, tais como duplicatas a receber, promissórias a receber, aluguéis Autoridade é poder de mandar, de fazer-se respeitar e obedecer.
a receber, etc. Originalmente, e no sentido literal, era o poder atribuído ao autor, à-
Obrigações: são os valores que as empresas têm a pagar a terceiros, quele que produz. Em sociologia, é o controle exercido por uma ou
como duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, etc. mais pessoas ou entidades sobre outra ou mais pessoas, com base
no poder atribuído a determinadas posições sociais. A fonte da auto-
Representação Gráfica do Patrimônio A forma mais comum para se ridade é, pois, uma investidura, enquanto o prestígio, por exemplo,
representar o patrimônio é em forma de “T”. No qual, do lado esquerdo pode ter como fonte o sucesso, o desempenho pessoal. Como é fre-
(LADO DO ATIVO), aparecem os elementos positivos (bens e direitos) e, qüente a investidura de pessoas prestigiadas, pode ser difícil distin-
do lado direito (LADO DO PASSIVO), aparecem os elementos negativos guir entre autoridade e prestígio.
(as obrigações), e o patrimônio líquido (PL) da empresa:
A autoridade é um fato universal e de imensas variações no to-
cante ao princípio de sua investidura, que vai da simples coerção fí-
sica (dita lei do mais forte) até os sutis mecanismos da liderança ca-
rismática. O fenômeno da autoridade também não se restringe às so-
ciedades humanas: nos rebanhos de elefantes ou de búfalos, nas
comunidades de macacos antropóides, entre as aves domésticas e
em outros exemplos do mundo animal, constata-se um acordo de
domínio e subordinação, em que se distingue um "detentor da autori-
dade", em geral o macho fisicamente mais capaz. Nas sociedades
humanas, o exercício de autoridade atinge níveis muito complexos de
Sociologia moderna. Sociólogos como Ralf Dahrendorf e Amitai Você interpreta e explica as políticas e os procedimentos da empresa
Etzioni, que beberam na fonte weberiana, voltaram seu interesse pa- aos seus colaboradores?
ra a questão da autoridade na organização capitalista e no conflito de - Organização: Nessa Área o Gerente Deverá Ser Capaz de Respon-
classes sociais. Para Dahrendorf, uma empresa industrial é sempre der Positivamente às Seguintes Formulações:
uma associação de dominação, com interesses latentes ou manifes-
tos, e representa grupos e classes. Nesse contexto, a eficiência de- Seus subordinados têm conhecimento de suas atribuições?
pende do grau em que a autoridade e a subordinação se complemen-
Seus subordinados se mostram colaborativos no desenvolvimento de
tam. A abordagem de Etzioni, de base estruturalista, trata dos confli-
suas atividades?
tos de autoridade entre administradores e especialistas. Demonstra
como é indispensável, na estrutura das organizações, o equilíbrio en- Você segue a organização formal da empresa?
tre seus meios e seus fins. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Pu-
blicações Ltda. Você organiza os trabalhos da sua área conforme os objetivos da em-
presa?
COMPETÊNCIAS GERENCIAIS.
Você se concentra em trabalhos gerenciais como planejar, organizar,
Habilidades e Competências Gerenciais liderar e controlar?
Escrito por Julio Cesar S. Santos _ Liderança: Nessa Área o Gerente Deverá Ser Capaz de Responder
Positivamente às Seguintes Formulações:
Quais as Principais Habilidades Gerenciais? Por Que o Gerente Ne-
cessita Ser Organizado? O Que é Uma Competência Gerencial? Você procura ouvir a opinião das outras pessoas (colegas e/ou subor-
dinados) antes de decidir?
As modernas corporações vivenciam tempos em que não podem mais
se dar ao luxo de estacionarem economicamente e, nesse cenário, o Você conhece os interesses, as necessidades e as aspirações de seus
Gerente se tornou a mola-mestre na busca pelos resultados desejados. colaboradores?
Porém, muitos desses profissionais talvez nem imaginem que sejam prati- Você se preocupa sistematicamente com o treinamento do seu pesso-
camente obrigados a possuírem determinadas habilidades e competências, al?
as quais os ajudarão a se tornarem eficazes.
Você põe suas decisões em prática?
A) As Principais Habilidades Gerenciais são:
Você tem a certeza de entender os pontos de vista dos seus colabora-
Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade dores?
de planejar e organizar suas próprias atividades e as do seu grupo, estabe-
lecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com eficácia. _ Controle: Nessa Área o Gerente Deverá Ser Capaz de Responder
Positivamente às Seguintes Formulações:
Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclu-
sões lógicas com base nas evidências disponíveis. Você fixa padrões de desempenho para seus subordinados?
Você comunica esses padrões a eles?
» Saber ouvir;
Competências Organizacionais
» Auto motivação;
» Auto controle; São formados pelo capital intelectual, estrutural, organizacional, de
» Dar e receber feedback; processo, etc. Para essas competências devem ser analisados os clientes,
» Resolução de problemas; concorrentes, funcionários, pois são eles que agregarão um diferencial de
» Determinação; mercado. Essas competências são capazes de elevar o potencial de uma
» Proatividade; organização estando ela sempre se fortalecendo. No livro Competências:
» Honestidade e ética nos negócios, etc. conceitos e instrumentos para a gestão de pessoas na empresa moderna,
o autor define também um conjunto de competências que fazem parte das
competências organizacionais:
PROCESSO DECISÓRIO.
Processo decisório
O planejamento consiste na tomada antecipada de decisão sobre o que fazer antes de a ação se tornar necessária e, por isso, constitui um sistema
aberto e dinâmico de decisões. No fundo, as empresas constituem sistemas programados de decisão em níveis intermediários.
Para que servem as decisões?
• Para definir comportamentos futuros.
• Para alocar recursos organizacionais.
• Para resolver problemas.
• Para criar inovação.
• Para conduzir uma empresa em um ambiente mutável.
• Para estabelecer prioridades.
As políticas podem ser escritas ou apenas implícitas e vagas, mas sempre constituem guias para a tomada de decisão dentro da empresa. São princípios
ou grupos de princípios que estabelecem regras para a ação e contribuem para o alcance bem-sucedido dos objetivos. As políticas constituem balizamentos
ao comportamento dos participantes da empresa. Portanto, as políticas fazem parte — de um modo mais específico — da estratégia geral da empresa. Um
aspecto interessante das políticas é o de elas mais guiarem e orientarem do que controlarem a tomada de decisão, pois conduzem o tomador de decisão aos
cursos de ação preferidos ou consequências desejadas pela empresa e presumem, implicitamente, a ocorrência de certos desvios se as condições o
permitirem. Devido a isso, as políticas assumem um ar de generalidade e de abrangência. Quando as políticas se tornam mais específicas e restritivas, elas
limitam as alternativas do tomador de decisão. Se os guias para a tomada de decisão se tornam muito formais, específicos e restritivos, eles deixam de ser
políticas para se transformarem em procedimentos ou em regras e regulamentos.
Tipos de políticas
Quanto ao nível em que funcionam, as políticas podem ser:
1. Políticas globais da empresa: são desenvolvidas no nível institucional e estão relacionadas com aspectos globais da empresa. Todas as demais
políticas deverão conformar-se com ela. As políticas com relação a acionistas, clientes, fornecedores, concorrentes, funcionários, governo e ecologia
estão entre elas.
2. Políticas administrativas: são desenvolvidas no nível intermediário e estão relacionadas predominantemente com aspectos internos da empresa. As
políticas de pessoal, produção, mercadológica, financeira e de abastecimento são exemplos típicos.
Políticas operacionais: são desenvolvidas para serem seguidas pelo nível operacional da empresa e estão relacionadas com aspectos específicos da
atividade empresarial. As políticas de redução de custos, de compras, de salários, de admissão de funcionários, controle de qualidade, manutenção e
segurança no trabalho são exemplos. Em alguns casos, as políticas operacionais podem ser elevadas a políticas administrativas ou até globais, quando se
tornam importantes e relevantes para os negócios da empresa. É o caso do controle de qualidade em empresas que comercializam seus produtos,
vinculando-os à qualidade garantida ou de segurança para empresas geradoras de produtos perigosos.
PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO E OPERACIONAL. quando estão integradas e interagindo, elas são tratadas como Processo
Administrativo.
Níveis de Planejamento
Planejar significa que os administradores pensam antecipadamente
Estratégico em seus objetivos e ações, e que seus atos sejam baseados em algum
O nível estratégico compreende os altos executivos da organização, método, plano ou lógica e não em palpites.
responsáveis pela definição dos objetivos e planos da empresa, e tomada O planejamento, como função básica do administrador, define os obje-
de decisões quanto às questões de longo prazo da empresa, como: sua tivos a serem atingidos pela organização (seja pública ou privada), além de
sobrevivência, crescimento e eficácia geral (BATEMAN, 1998, p. 30) determinar a maneira (como) alcançá-los.
Tático Planos são as linhas mestras das quais:
O planejamento, no nível tático, é utilizado para traduzir os objetivos 1. A organização obtém e aplica os recursos necessário ao alcance
gerais e as estratégias da alta diretoria em objetivos e atividades mais dos seus objetivos;
específicos. (BATEMAN, 1998)
2. Os membros da organização realizam atividades consistentes com
O principal desafio neste nível é promover um contato eficiente e efi- os objetivos e procedimentos escolhidos;
caz entre o nível estratégico e o nível operacional.
3. O progresso na direção dos objetivos é monitorado e medido, de
Operacional modo que possam ser tomadas atitudes corretivas caso ela não seja
Já no planejamento operacional, o processo é de uma menor amplitu- satisfatória.
de, onde o foco é trabalhar junto aos funcionários não administrativos, Resumindo, quando se efetua o planejamento, anseia-se determi-
implementando os planos específicos definidos no planejamento tático. nar onde, se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em
(BATEMAN, 1998) que sequencia. Isso é planejamento!
Planejamento – Uma função do administrador IMPORTANTE: Em concursos, vários termos podem ter conceitos dife-
Quero começar esta parte do artigo falando sobre planejamento. Na rentes em cada disciplina. Para quem já estudou Direito Administrativo, não
verdade, planejamento é algo que precisava estar no teu vocabulário confundam esse processo administrativo da administração com esse
desde que você decidiu participar deste concurso. Sem planejamento mesmo termo no Direito Administrativo.
dificilmente consegue-se alcançar algum objetivo. Organização
Comece a planejar os teus estudos até a data da prova, faça um pla- É o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e os recur-
nejamento de horários, cuide para que toda matéria seja estudada e revi- sos entre membros da organização de modo que eles possam alcançar
sada, não esqueça dos exercícios de provas anteriores. (mesmo que não eficientemente os objetivos da mesma.
seja desta banca)
A organização então é o resultado da combinação de todos estes ele-
Entrando no assunto, planejamento é uma função do administrador, mentos orientados a um objetivo comum.
senão a principal função do administrador. Ela compõe o ciclo administrati-
vo: Segundo Maximiano (1992)1 "uma organização é uma combinação de
esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos.
Planejar – Organizar – Dirigir – Controlar Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar
O processo administrativo inicia-se com o planejamento, passando pe- objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa.".
la organização e direção. Finalmente, o controle tem a função de subsidiar A organização então é o resultado da combinação de todos estes ele-
um novo planejamento, que reiniciará o ciclo administrativo. mentos orientados a um objetivo comum.
Na prática esta sequencia transcende o conceito de ciclo, pois as fun- A qualidade é o resultado de um trabalho de organização.
ções trabalham de forma integrada e concomitantemente.
Direção
Importante esclarecer que essas funções administrativas são assim
chamadas quando utilizadas ou mencionadas de forma isoladas, pois
É o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a Apesar de esse processo organizacional produzir um aumento na pro-
necessidade de modificá-los. É acompanhar se o que foi planejado foi dutividade, ocasiona também o surgimento de trabalhadores alienados
executado e se o que foi executado foi planejado, propondo melhorias quanto ao processo produtivo, isso quer dizer que o trabalhador conhece
onde tiver ocorrido desvios ou melhores práticas. somente uma única etapa da produção, tornando-se muito limitado.
Envolve os seguintes elementos: O ideal é possuir funcionários dotados de capacidades distintas, o que
favorece a flexibilização funcional.
• Estabelecer padrões de desenvolvimento;
Por Eduardo De Freitas
• Medir o desempenho atual;
CONTROLE E AVALIAÇÃO.
• Comparar o desempenho atual com os padrões estabelecidos;
Controle
• Caso sejam detectados desvios, executar ações corretivas.
É o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a
Alguns requisitos para um controle eficiente:
necessidade de modificá-los. É acompanhar se o que foi planejado foi
- Deve refletir as necessidades da atividade; executado e se o que foi executado foi planejado, propondo melhorias
onde tiver ocorrido desvios ou melhores práticas.
- Deve imediatamente mostrar os desvios;
Envolve os seguintes elementos:
- Deve ser flexível nas mudanças de planos;
• Estabelecer padrões de desenvolvimento;
- Deve refletir o padrão de eficácia da organização;
• Medir o desempenho atual;
- Deve ser econômico;
• Comparar o desempenho atual com os padrões estabelecidos;
- Deve ser de fácil entendimento;
• Caso sejam detectados desvios, executar ações corretivas.
- Deve trazer como resultado uma ação corretiva.
Alguns requisitos para um controle eficiente:
Ronan Santos
- Deve refletir as necessidades da atividade;
- Deve imediatamente mostrar os desvios;
DIVISÃO DO TRABALHO.
- Deve ser flexível nas mudanças de planos;
Dá-se o nome de divisão do trabalho à especialização de funções que
- Deve refletir o padrão de eficácia da organização;
permite a cada pessoa criar, usar e acentuar, com máxima vantagem,
qualquer diferença peculiar em aptidões e recursos. Tem como conse- - Deve ser econômico;
quência o trabalho cooperativo em tarefas e papéis específicos e delimita-
dos, com o objetivo de aumentar a eficiência da produção. Historicamente, - Deve ser de fácil entendimento;
a emergência de uma divisão do trabalho cada vez mais complexa está - Deve trazer como resultado uma ação corretiva.
associada ao aumento do comércio, ao surgimento do capitalismo e à
complexidade dos processos de industrialização. Posteriormente, a divisão AVALIAÇÃO – A aferição ou o julgamento da eficiência de uma ativi-
do trabalho atingiu o nível de uma prática gerencial de bases científicas dade administrativa.
com os estudos de tempo e movimento associados ao Taylorismo. Controle
Na história da espécie humana, a primeira divisão do trabalho ocorreu Processo de monitorar as atividades de forma a assegurar que elas
entre homens e mulheres, mas tornou-se ainda mais sofisticada com o estejam sendo realizadas conforme o planejamento e corrigir quaisquer
advento da agricultura e a surgimento da civilização. Alguns outros animais desvios significativos. O controle é feito durante todo o processo.
sociais também exibem uma divisão do trabalho.
Processo de controle
A divisão do trabalho é uma característica fundamental
das sociedades humanas, devida ao fato de que os seres humanos diferem » Estabelecer padrões de desempenho desejados;
uns dos outros quanto a suas habilidades inatas ou adquiridas. Em um » Medir o desempenho real, através de observação (subjetivo), relatórios
certo estágio do desenvolvimento de suas comunidades, os indivíduos etc;
percebem que podem satisfazer melhor as suas necessidades ao se » Comparar os resultados obtidos com o padrão estabelecido, com curvas
especializar, ao se associar e ao trocar, em vez de produzir, cada um de de variação e níveis toleráveis de desvio;
maneira autárquica, aquilo que precisa consumir.
Os chefes tem poderes para contratar, demitir, promover e afetar de Liderança baseada na especialização
outras formas as possibilidades dos subordinados realizarem seus objeti- A capacidade técnica do líder é o que mais influencia nesse estilo, pois
vos pessoais; mas, para obter melhores resultados, o líder deve fazer com o grupo aceita tal liderança, porque a mesma serve de guia para seus
que suas ordens sejam cumpridas espontaneamente e não sob coação. O membros.
administrador que cria e mantém um ambiente que favorece o desempe-
nho eficiente das pessoas pelas quais é responsável, está fazendo muito Liderança referencial
no sentido de garantir sua liderança. Os traços da personalidade do líder é o diferencial nesse tipo de lide-
rança. O indivíduo é admirando por seus seguidores pela seu “carisma”,
A idéia de que a capacidade de liderança pode ser ensinada, está su- conferindo-lhe capacidade de influência sobre os mesmos.
jeita a polêmicas e controvérsias. Capacidades sumamente talentosas de
liderança estão em evidência em toda parte, seja em grupos formais ou Objetivos da Liderança
informais, desde jardins da infância até universidades, de instituições
Um dos aspectos mais importantes para o processo de liderança é a
sociais até o submundo e os lideres espontâneos parecem mais bem
comunicação, ou seja, a capacidade de transmitir uma mensagem com
sucedidos do que aqueles que se submetem ao estudo e ao treinamento
clareza e exatidão aos liderados. Para se identificar um bom nível de
formal de liderança.
eficiência nesse processo, vale medir a consecução de metas executadas
pelo líder, a partir do ponto de vista organizacional, ou do próprio grupo.
DESEMPENHO – O grau ou nível de habilidade e de esforço gasto na
execução de um processo. Para que haja uma percepção acentuada do que acontece no grupo, é
necessário que a liderança seja potente e aja de maneira apropriada. Para
LIDERANÇA que a liderança seja bem sucedida, não existem fórmulas ou segredo do
Conceito de Liderança sucesso.
Preocupação de extrair o máximo das competências e habilidades do Para tanto, existem alguns objetivos a serem alcançados por esse pro-
indivíduo e de grupos. A existência de liderança nos grupos empresariais, é cesso, permitindo uma influência sobre a produtividade, rotatividade e,
um aspecto que influencia no desempenho das organizações. Reconhecido principalmente, satisfação com o trabalho executado. As lideranças nas
como um dos principais papéis do administrador, o ato de liderar lembra a organizações pretendem:
ideia de comando, ou seja, o controle exercido por um determinado indiví- Apresentar a importância que cada funcionário tem dentro da empresa,
duo sobre seus seguidores. Geralmente, algumas características são para que os objetivos sejam alcançados;
encontradas no líder, como: confiança, solidez, sensatez, sobriedade, ética
e outros. Promover satisfação pessoal e profissional ao funcionário;
A liderança influencia, motiva e conduz as pessoas e a organização. O líder deve estimular os funcionários a buscarem o desempenho den-
tro de suas funções;
Uma situação muito comum no interior das organizações, é o fato de
existirem funcionários trabalhando com tarefas divididas de acordo com os Gerar um cumprimento das normas da organização;
respectivos cargos que exercem. Entretanto, alguns contratempos que As opiniões contraditórias devem ser levadas em consideração, traba-
fogem do conhecimento deles podem surgir no cotidiano empresarial, lhadas, para que se obtenha compromisso com as metas da própria orga-
sendo necessária, para tanto, a figura de um líder para direcionar a equipe, nização;
buscando soluções para o problema, com eficiência e agilidade nos pro-
cessos. Criar um sistema de recompensas e incentivos pelas tarefas bem exe-
cutadas.
A liderança não é como a Direção que se preocupa com o cumprimen-
to de normas e com a racionalidade. Direção é formal, burocrática e está
fundamentada na estrutura organizacional (Reinaldo Silva).
Estilos comportamentais : autoritária , liberal e democrática (Whi- O líder meio-termo tem preocupação média, tanto com as pessoas,
te e Lippit) tanto com a produção. Ele busca um equilíbrio entre a disposição dos
funcionários e os resultados obtidos.
Situacionais de Liderança
Líder- Equipe
Existem vários tipos de liderança que ocorrem em momentos distintos
e circunstanciais. O líder-equipe tem máxima preocupação tanto com a produção, quan-
to com as pessoas. Ele enxerga o trabalho em equipe como a única manei-
Grid Gerencial ra de se alcançar os objetivos. A participação e a interação entre os subor-
Combina orientação para produção e para pessoas e é a sinergia de dinados, com objetivos comuns, são estimuladas.
interesses entre a tarefa e o relacionamento. Baseado nos teóricos, esse estilo (Líder-Equipe) de compatibilidade
Teoria 3D seria o mais ideal para que os objetivos das organizações fossem cumpri-
dos. Porém, na prática, o que se revela é que não são em todos os casos
Orientação para eficácia gerencial, na medida em que soluciona pro- que esse estilo de liderança é indicado para que os resultados sejam
blemas. atingidos de maneira eficiente e eficaz.
Sistema de Administração de Pessoas ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL E CIDADANIA.
São as variáveis internas, aliadas à visão paternária. Composto por Responsabilidade social com ética e cidadania
tomada de decisão, comunicações, sistema de interação e sistema de
recompensas e punições aliada ao relacionamento interpessoal. No atual cenário mundial observa-se o processar de inúmeras trans-
formações de ordem econômica, política, social, cultural e religiosa que,
Liderança Situacional
por sua vez, ambientam o aparecimento de novos modelos de relações
É a visão polivalente, com base na gestão por competência. Inclui o entre instituições e mercados, organizações e sociedade. No âmbito das
saber e o querer. atuais tendências de relacionamento, verifica-se a aproximação dos inte-
resses das organizações e os da sociedade resultando em esforços múlti-
As teorias X e Y (McGregor) também se aplicam à liderança. plos para o atendimento de objetivos compartilhados. Hoje tais modelos
Métodos de Liderança emergem em meio as organizações e instituições preocupadas com a
elevação do padrão de qualidade de vida de suas comunidades, desenvol-
Coação: baseia-se na disciplina; vendo então, o processo denominado responsabilidade social. Para se
definir Responsabilidade Social é importante que haja inicialmente refle-
Sugestão: baseia-se no sentimento;
xões acerca do conceito de ética e do desenvolvimento do processo de
Persuasão: baseia-se na razão. cidadania. Etimologicamente a palavra responsabilidade deriva do latim
respondere, responder. Segundo o dicionário Michaellis, responsabilidade
Estilos de Liderança é “a qualidade de responsável”, que “responde por atos próprios ou de
Para cada tipo de organização, existe um conjunto de características outrem”, que “deve satisfazer os seus compromissos ou de outrem”. As
ideais esperadas do grupo de funcionários, de acordo com os objetivos diferentes significações percebidas para o termo suscitam questões ligadas
propostos. à área do dever, da obrigação legal ou moral que, por sua vez, nos faz
adentrar o campo da ética. Falar sobre ética e sua relação com responsabi-
Liderança Autocrática lidade social nos remete diretamente ao problema do costume – hábitos
Ênfase apenas no líder, onde ele toma todas as decisões. O foco está ligados às manifestações de cada coletividade através de suas tradições,
voltado totalmente para o trabalho, cumprimento de metas e responsabili- vivências e crenças. Educação, saúde, habitação, nível de empregabilida-
dades individuais, de acordo com a distribuição de tarefas. de, segurança, entre outras, são áreas críticas em nosso país que se
contrapõem ao processo de desenvolvimento sustentado, atualmente
Liderança Democrática percebido como fator inerente à sobrevivência das diversas organizações
da sociedade. Ton
Ênfase nos subordinados e no líder, em que o grupo participa ativa-
mente das decisões. O foco, neste caso, está voltado para os relaciona- RESPONSABILIDADE SOCIAL E A CONTRIBUIÇÃO DAS RELA-
mentos entre os indivíduos da organização, para suas opiniões. ÇÕES PÚBLICAS
Liderança Liberal ou Laissez-faire Ângela Fernandes
Ênfase nos subordinados, pois as decisões são transferidas para o INTRODUÇÃO
grupo.
No cenário mundial contemporâneo observa-se o processar de inúme-
Estudos recentes apontam para a possibilidade de se compatibilizar ta- ras transformações de ordem econômica, política, social e cultural que, por
refas e pessoas, onde, de acordo com as pesquisas de Blake e Mounton, sua vez, ambientam o aparecimento de novos modelos de relações entre
existem 5 tipos de líder, como: instituições e mercados, organizações e sociedade. No âmbito das atuais
tendências de relacionamento, verifica-se a aproximação dos interesses
Líder-Tarefa
O segundo princípio, o da “descentralização”, parte da consideração As organizações que trabalham para esse desenvolvimento comparti-
que a dimensão territorial e a heterogeneidade observada entre as regiões lhado são classificadas como empresas cidadãs.
brasileiras, dificultam a ação flexível e eficiente do governo. Propõe, então, Segundo Deborah Leipziger, diretora européia do Council on Economic
a redução dos elos burocráticos contando com a participação das organi- Priorities Acrecitation Agency – CEPAA, e uma das maiores autoridades
zações não governamentais. mundiais em cidadania organizacional: “empresas éticas e que ajudam
De acordo com esse princípio as instituições governamentais apóiam- suas comunidades não são novidade”.
se nas organizações da sociedade civil que, por sua vez, irradiam suas A referência mais antiga, entre os exemplos de maior destaque, re-
ações e práticas consolidando o alcance da política social do governo. monta a meados do século passado com a atuação dos irmãos Clemens e
O terceiro princípio, talvez o mais fundamental, se apóia na “intera- August Brenninkmeyer, fundadores da rede de lojas C&A, em 1841.
ção” entre sociedade e Estado. Baseia-se na premissa de que a política Apoiar a comunidade através do financiamento de projetos sociais
social se torna mais eficiente se há envolvimento da comunidade por meio sempre fez parte da cultura e estratégia da empresa, que desde sua fun-
do papel desempenhado por suas lideranças e seus membros ao coorde- dação desenvolveu essa prática.
nar e executar as ações do Estado.
A empresa possui hoje cerca de 700 lojas espalhadas pelo mundo e
Ressalta-se, novamente, o papel das organizações civis como interfa- sua forma de processar a responsabilidade social através de seu instituto –
ce privilegiada entre o Estado e sociedade, ajudando na organização o Instituto C&A, com a participação e adesão voluntária de seus funcioná-
comunitária e na execução dos projetos sociais. rios, é modelo de referência para o empresariado brasileiro.
A interação com a sociedade enraíza e multiplica o resultado de ações Em nossa sociedade, os reflexos da cultura de responsabilidade soci-
primárias, criando um sistema ampliado de atuações que envolvem inúme- al, verificada em países mais desenvolvidos, tem propiciado inúmeras
ras parcerias, entre 1º, 2º e 3º Setores. práticas que aliam as iniciativas privadas com as das organizações da
A Secretaria da Assistência Social do Ministério da Previdência é o ór- sociedade civil sem fins lucrativos. Embora essas práticas possam ser
gão responsável pela organização da política pública de ação social do classificadas em categorias que correspondem a um estágio de evolução
governo. da cultura de envolvimento social das empresas. Nesse caso podem ser
observados os modelos:
Compete à Secretaria propor ao Conselho Nacional de Assistência So-
cial – CNAS os fundamentos da Política Nacional voltada à essa área. política de doações, sistematizadas ou não (mantém distanciamen-
to do objeto e do processo filantrópico em questão);
Assim, ao invés de praticar uma política de doações, a empresa inves- A constatação revela que a tendência de aplicação da filantropia estra-
tirá no(s) projeto(s) social(ais) específico(s) que agregará valor a sua tégica no meio empresarial brasileiro ainda é tímida.
marca, despertando a associação positiva por parte de consumidores, Além disso, há indícios que a prática da cidadania organizacional tem
fornecedores, clientes e potenciais, entre seu nome e a ação socialmente se restringido, mais acentuadamente, no âmbito das empresas de grande
responsável. porte.
Além disso, a filantropia estratégica passa a conquistar credibilidade e Mais de 80% das organizações que integram o Instituto Ethos em me-
seriedade através da forma estruturada com que é administrada. A empre- ados de maio do corrente ano tiveram um faturamento da ordem de 102,6
sa passa a ter elementos para a avaliação crítica e a mensuração dos bilhões de reais.
resultados dos projetos. Com isso, entidades beneficiadas são obrigadas a
demonstrar o alcance de seus objetivos e metas. Cria-se então um ciclo de Faz-se necessário um estudo mais apurado sobre o reflexo das novas
profissionalização no âmbito das várias organizações que se voltam para tendências, nas empresas de médio, pequeno e micro porte, a fim de
os problemas sociais. verificarmos o panorama geral da responsabilidade social nas organiza-
ções privadas.
Além dessas questões, a filantropia estratégica engloba o processo de
voluntarismo empresarial, ou seja, o estímulo à participação dos funcioná- Terceiro Setor – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Públi-
rios da organização no desenvolvimento de projetos voltados à comunida- co.
de.
O Terceiro Setor constitui-se de organizações criadas por iniciativa de
As empresas percebem que o envolvimento dos colaboradores inter- cidadãos com o objetivo de prestar serviços ao público sem fins lucrativos
nos traz ganhos multiplicados. (saúde, educação, cultura, habitação, direitos civis, desenvolvimento do ser
humano, proteção ao meio ambiente), ainda que eventuais excedentes
Ganha a empresa e seus negócios pela representatividade que alcan- sejam reaplicados na manutenção das próprias atividades ou remuneração
ça ao ter seus funcionários diretamente ligados aos objetivos sociais; de atividade profissional necessária. Suas receitas podem ser geradas em
ganham os próprios empregados que desenvolvem um novo sentido de atividades operacionais, mas resultam sobretudo de doações do setor
produção e relação humana através do trabalho e ganha a comunidade ao privado ou do setor governamental.
contar com a aptidão, a energia, a criatividade e o compromisso com a
resolução de problemas por parte de um novo contingente de cidadãos. O Terceiro Setor cresce consideravelmente e rapidamente em várias
partes do mundo movimentando um volume de recursos da ordem de mais
A própria dimensão e ocorrência dos problemas que afetam o ambien- de trilhão de dólares, volume esse maior que o PIB de países como Brasil
te social passam a ser melhor avaliadas, bem como, as atitudes para a sua e Rússia.
eficaz administração. Tais elementos contribuem para o ciclo virtuoso da
cidadania empresarial. O Centro de Estudos da Getúlio Vargas concluiu, através de várias
análises sobre o Terceiro Setor, que seu crescimento se deve a quatro
A sociedade civil solicita às empresas públicas e privadas a prestação fatores básicos: a falência do Estado Social; a crise do desenvolvimento
de contas referentes aos seus investimentos sociais. sustentado; os reflexos da derrocada do socialismo na Europa; e a conver-
As empresas são estimuladas e orientadas para a apresentação do gência de inúmeros problemas sociais que afetam, principalmente, países
Balanço Social – documento que apresenta os dados relativos a sua atua- em estágio menos avançado de desenvolvimento (analfabetismo, desem-
ção responsável para com o ambiente interno e externo, demonstrando seu prego, poluição ambiental, carência de cidadania etc.).
perfil social. Além disso, ampliam-se as tendências de reconhecimento, por A abrangência desses problemas define o território onde as organiza-
parte de organismos e entidades profissionais na instituição de prêmios e ções da sociedade civil emergem com força crescente.
selos voltados ao mérito social.
Segundo Oded Grajew, do Instituto Ethos e da Fundação Abrinq, só os
Chegam ao país as primeiras certificações sociais através das normas Estados Unidos têm 32 mil fundações, com patrimônio de cerca de 132
BS 8800 e SA 8000. bilhões de dólares, dos quais 8,3 bilhões são atribuídos através de verbas,
Iniciativas e experiências particulares contribuem para a criação de en- sem considerar a doação de trabalho voluntário, estimada em quase 200
tidades voltadas para a disseminação de valores e congregação de práti- bilhões de dólares. As atividades sem fins lucrativos, nesse país, chegam a
cas educativas relacionadas à responsabilidade social das organizações. 1,2 milhão de organizações.
É o caso, por exemplo, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabi- No Brasil, embora a tendência de crescimento seja destacada, o Ter-
lidade Social que reúne empresas brasileiras que buscam o sucesso ceiro Setor ainda se apresenta algo tímido.
econômico sustentável no longo prazo procurando adotar um comporta- As estatísticas começam a ser elaboradas através da iniciativa de en-
mento socialmente responsável. tidades mais representativas, embora ainda em número insuficiente para
Em julho de 1998, o Ethos reunia 30 empresas. Atualmente conta com determinar um panorama real do setor.
a participação de mais de 150 empresas que se voltam para pesquisas, Estima-se que haja no país 220 mil entidades sem fins lucrativos, mo-
disseminação de informações correlatas, apoio às empresas na elaboração vimentando algo em torno dos 400 milhões de dólares e empregando 600
de códigos de ética e de conduta, à troca permanente de casos e realiza- mil pessoas, além dos 1,2 milhão de voluntários.
ção de eventos mensais e anuais que destacam as iniciativas e modelos
de práticas de sucesso.
Segundo a nova metodologia do Relatório do IDH - Índice de Desen- A certificação permite avaliar as conformidades determinadas pela or-
volvimento Humano promovido pela ONU - Organização das Nações ganização através de processos internos, garantindo ao cliente um materi-
Unidas, o Brasil passou do 75º para o 79º lugar na classificação geral dos al, processo, produto ou serviço concebido conforme padrões, procedimen-
países, em relação ao nível de qualidade de vida que apresentam. tos e normas.
Um dos critérios da nova metodologia está ligado à questão da distri- Uma organização que se propõe a implementar uma política de gestão
buição de renda e, conseqüentemente, às decorrentes formas de exclusão voltada para a "qualidade total" tem consciência de que a sua trajetória
deve ser reavaliada periodicamente.
social observadas nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
O objetivo último das organizações humanas é assegurar a sobrevi-
Educação, saúde, habitação, nível de empregabilidade, segurança, en-
vência da espécie. Por analogia, a finalidade última de qualquer organiza-
tre outras, são áreas críticas em nosso país que se contrapõem ao proces-
ção, nomeadamente de uma do tipo empresarial é sobreviver. A condição
so de desenvolvimento sustentado, atualmente percebido como fator
“sine qua non” para que uma empresa possa executar os objetivos preten-
inerente à sobrevivência das diversas organizações da sociedade.
didos pelos seus proprietários, administradores ou acionistas é que ela
Essa percepção colabora para o entendimento de que nenhuma insti- exista, que esteja viva. Caso esta condição não se verifique, nenhum dos
tuição pública ou privada conseguirá se desenvolver em meio a uma mas- objetivos pode ser perseguido, muito menos alcançado.
sa de excluídos – não-consumidores, não-públicos, não-cidadãos.
A gestão da qualidade aponta para a preferência do consumidor, o que
A chamada sociedade da informação e do conhecimento não poderá aumenta a produtividade, levando a uma maior competitividade e assegu-
se constituir apenas através de algumas de suas parcelas, antes, terá que rando a sobrevivência das empresas. Podemos definir qualidade de inúme-
promover o acesso às informações e ao saber do conjunto social. ras formas. Podemos considerar que é um atributo essencial e diferencia-
dor de alguma coisa ou de alguém, como uma medida de valor ou excelên-
Nesse sentido, a força da comunicação emerge como fator facilitador cia, como a adequação ao uso, tal como J.M.Muran a definiu, como “con-
para a inclusão e integração entre os indivíduos, as diversas organizações formidade com as situações, nas palavras de P.B.Crosby, ou ainda, usan-
e classes sociais, posto que, o saber compartilhado pressupõe as respon- do as palavras de Vicente Falconi, “um produto ou serviço com qualidade é
sabilidades divididas, pressupõe um ambiente democrático no qual direitos aquele que atende sempre perfeitamente e de forma confiável, de forma
e deveres são discutidos e processados. acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”.
Desenvolvimento e direito à informação e participação andam juntos. Os princípios básicos da qualidade total são:
Nesse caminho, ao lado de outros agentes, pode atuar o profissional de
Relações Públicas. Produzir bens ou serviços que respondam concretamente às necessi-
dades dos clientes;
No processar de suas funções e atividades, as Relações Públicas con-
tribuem para a formação de cidadãos e públicos interligando interesses e Garantir a sobrevivência da empresa por meio de um lucro conti-
necessidades das organizações públicas, privadas e da sociedade civil - nuo obtido com o domínio da qualidade;
ligação que ajuda a estabelecer o "locus" onde se desenvolve a responsa-
Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais ele-
bilidade social.
vada prioridade (Pareto);
Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em fatos;
Na lógica anglo-saxônica de “trial and error”, nunca permitir que Qualquer melhoria, pequena ou grande é bem-vinda.
um problema se repita; Toda inovação deve ser conhecida, testada e se possível aplicada.
A lógica para que as empresas se possam desenvolver de acordo com Uma organização que se propõe a uma gestão voltada para a "qualidade" por
estes pressupostos é a lógica do PDCA (Plan; Do; Check; Act to correct) razão, ou seja, por consciência deverá entender que sua trajetória deve ser
reavaliada sempre com vistas não apenas no cumprimento formal legal de
O que é gestão de qualidade? procedimentos, e conformidades, mas sim, na real avaliação de {conteúdo x
Dra. Célia Wada procedimento x resultado} o que torna o procedimento {consciente x sustentá-
vel}.
Toda gestão é uma “atitude” de administração voltada ao estudo do risco,
qualquer que seja o procedimento estudado. Na avaliação total da qualidade temos que estabelecer e manter, além de tudo,
um ambiente no qual as pessoas, trabalhando em equipe, consigam um de-
Falamos, por exemplo, em Gestão Ambiental, que é um termo muito usado sempenho eficaz na busca das metas e missões da organização.
ultimamente, essa gestão, é uma administração voltada ao risco que o Meio
Ambiente pode sofrer mediante um dado procedimento. Resumindo, a qualidade total retrata e conduz ao real significado da palavra:
“SUSTENTABILIDADE”.
Com relação à “qualidade”, nesse caso a análise do risco está baseada no
procedimento ou no resultado do procedimento esperado. Quando nos referi- Princípios da Gestão da Qualidade
mos à gestão da qualidade, temos que determinar, ainda, qualidade com Por Caroline Faria
relação “a que?” qualidade de atendimento, qualidade de produto, qualidade de
procedimento, enfim, qualidade relativa ao processo. A gestão da qualidade pode ser definida como sendo qualquer ativi-
dade coordenada para dirigir e controlar uma organização no sentido de
Por essas nuances variadas hoje já falamos em Gestão de Qualidade Total. A possibilitar a melhoria de produtos/serviços com vistas a garantir a comple-
gestão da qualidade total é uma estratégia de administração orientada a criar ta satisfação das necessidades dos clientes relacionadas ao que está
consciência de qualidade em todos os processos organizacionais. Essa gestão sendo oferecido, ou ainda, a superação de suas expectativas.
tem sido amplamente utilizada em indústria, educação, governo e serviços.
Chama-se total porque o seu objetivo é a implicação não só da empresa inteira Desta forma, a gestão da qualidade não precisa, necessariamente, im-
mais também a organização estendida: fornecedores, distribuidores e demais plicar na adoção de alguma certificação embora este seja o meio mais
parceiros de negócios. comum e o mais difundido, porém, sempre envolve a observância de
alguns conceitos básicos, ou princípios de gestão da qualidade, que podem
Toda Gestão é um mecanismo de Prevenção. e devem ser observados por qualquer organização. A saber:
Como toda gestão, a Gestão de Qualidade é composta de estágios tais como: Focalização no cliente: qualquer organização tem como motivo de sua
análise geral do processo, planejamento, organização, controle, implementa- existência a satisfação de determinada necessidade de seu cliente, seja
ção, análise de indicadores e educação continuada. com o oferecimento de um produto ou serviço. Portanto, o foco no cliente é
Atualmente a gestão da qualidade está sendo uma das maiores preocupações um princípio fundamental da gestão da qualidade que deve sempre buscar
das empresas, sejam elas voltadas para a qualidade de produtos ou de servi- o atendimento pleno das necessidades do cliente sejam elas atuais ou
ços. futuras e mesmo a superação das expectativas deste;
A conscienciatização para a qualidade e o reconhecimento de sua importância,
tornou a certificação de sistemas de gestão da qualidade indispensável para as Liderança: cabe aos líderes em uma organização criar e manter um
micro e pequenas empresas de todo o mundo. ambiente propício para que os envolvidos no processo desempenhem suas
atividades de forma adequada e que se sintam motivadas e comprometidas
A certificação da qualidade além de aumentar a satisfação e a confiança dos a atingir os objetivos da organização;
clientes, reduzir custos internos, aumentar a produtividade, melhorar a imagem
e os processos continuamente, possibilita ainda fácil acesso a novos merca- Envolvimento das pessoas: toda organização é formada por pessoas
dos. que, em conjunto, constituem a essência da organização. Portanto, a
gestão da qualidade deve compreender o envolvimento de todos, o que
Esta certificação permite avaliar as conformidades determinadas pela organiza- possibilitará o uso de sãs habilidades para o benefício da organização;
ção através de processos internos, garantindo ao cliente um produto ou serviço
Abordagem por processos: a abordagem por processos permite uma
concebido conforme padrões, procedimentos e normas.
visão sistêmica do funcionamento da empresa como um todo, possibilitan-
Entre modelos existentes de sistema da qualidade, destacam-se as normas da do o alcance mais eficiente dos resultados desejados;
série ISO 9000. Abordagem sistêmica: a abordagem sistêmica na gestão da qualidade
Estas se aplicam a qualquer negócio, independentemente do seu tipo ou permite que os processos inter-relacionados sejam identificados, entendi-
dimensão. dos e gerenciados de forma a melhorar o desempenho da organização
como um todo;
As normas desta série possuem requisitos fundamentais para a obtenção da
qualidade dos processos empresariais. Melhoria contínua: para que a organização consiga manter a qualidade
de seus produtos atendendo suas necessidades atuais e futuras e encan-
A verificação dos mesmos através de auditorias externas garante a continuida- tando-o (excedendo suas expectativas), é necessário que ela tenha seu
de e a melhoria do sistema de gestão da qualidade. foco voltado sempre para a melhoria contínua do seu processo e produ-
to/serviço;
Os requisitos exigidos pela norma ISO 9000 auxiliam numa maior capacitação
dos colaboradores, melhoria dos processos internos, monitoramento do ambi- Abordagem factual para a tomada de decisão: todas as decisões den-
ente de trabalho, verificação da satisfação dos clientes, colaboradores, forne- tro de um sistema de gestão de qualidade devem se tomadas com base
cedores e entre outros pontos, que proporcionam maior organização e produti-
•Segurança: o arquivo deve apresentar condições mínimas de segu- Os documentos são postos nas pastas em ordem alfabética.
rança, incluindo-se medidas de prevenção contra incêndio, extravio, roubo Em cada pasta, os documentos são colocados em ordem cronoló-
e deterioração. Dependendo da natureza do arquivo, é importante cuidar gica e, à medida que os dias vão passando, os documentos são
do sigilo, impedindo ou dificultando o livre acesso a documentos confiden- retirados e o indicador móvel vai-se deslocando até o fim, dia 31,
ciais. retornando ao dia 1° no início de um novo mês.
•Precisão: o arquivo deve oferecer garantia de precisão na consulta a A possibilidade de uso de cartões ou fichas também existe, embora se-
documentos e assegurar a localização de qualquer documento arquivado, ja mais trabalhosa, pois exige a anotação de todos os pormenores do
ou de qualquer documento que tenha sido dele retirado. documento. Os cartões são colocados nas pastas alfabéticas respectivas,
•Simplicidade: o arquivo precisa ser simples e de fácil compreensão. conforme o modelo descrito, e seu funcionamento também será o mesmo.
As possibilidades de erros são reduzidas em arquivos simples e funcionais. 3. Métodos modernos: surgiram com o próprio desenvolvimento das
O número e a variedade de documentos não exigem necessariamente um empresas e da tecnologia, notadamente da informática. Existem, entretan-
arquivo complexo e de difícil entendimento. to, métodos que oferecem fichas já preparadas para os diversos controles,
•Flexibilidade: o arquivo deve acompanhar o desenvolvimento ou cres- como, por exemplo, de pessoal, de estoque, de contabilidade e outros.
cimento da empresa, ou órgão público, ajustando-se ao aumento do volu- Alguns trazem equipamentos compactos em que as fichas ficam visíveis e
me e à complexidade dos documentos a serem arquivados. As normas de os dados principais são lançados também na margem superior das fichas,
classificação não devem ser muito rígidas, pois apenas dificultam a ativida- à vista do manipulador, facilitando, assim, o manuseio e a consulta.
de de arquivamento. O computador trouxe consigo possibilidades ilimitadas que podem ser
•Acesso: o arquivo deve oferecer condições de consulta imediata, pro- adaptadas a qualquer empresa. As informações necessárias para o correto
porcionando pronta localização dos documentos. acompanhamento são fornecidas diariamente pelas impressoras, ou por
uma tela de terminal de microcomputador. A grande vantagem da utilização
A procura de documentos de todos os tipos aumentou muito nos últi- da informática, além da rapidez, é a redução da margem de erro.
mos anos, graças principalmente à necessidade cada vez maior de infor-
• facilitar o trabalho de arquivar, localizar e consultar documentos nos • Permanentes - vitais: são documentos que devem ser conservados
arquivos; indefinidamente, pois possuem importância vital para a empresa, isto
é, sem eles a empresa não tem condições de funcionar. Citam-se, en-
• manter o arquivo em bom estado de conservação, aumentando sua tre outros: contratos; escrituras; estatutos; livros de atas; livros de re-
vida útil; e gistros de ações; cartas - patentes; fórmulas (químicas); procurações.
• reduzir ou eliminar despesas desnecessárias com novos equipamen- • Permanentes: são documentos que devem ser guardados indefinida-
tos. mente, porém não têm importância vital. Como exemplo, podem-se re-
Os documentos considerados vitais para a empresa, além de serem As soluções variam de empresa para empresa; o mais comum, entre-
conservados indefinidamente, devem merecer cuidados especiais, nota- tanto, é a opção pelo sistema misto, ou seja, centralização parcial. Em
damente de proteção contra incêndios, inundações, furtos, desabamentos princípio, os documentos vão para o arquivo central; entretanto; documen-
e outros eventos. A perda ou destruição de tais documentos pode, em tos específicos que só interessam a certos departamentos ficam nos arqui-
casos extremos, significar até o fracasso total de uma empresa. Existem vos desses departamentos. Assim, por exemplo, devem ser arquivados no
algumas formas de proteger esses documentos: próprio departamento de vendas a relação de representantes ou clientes,
seus pedidos, reclamações, correspondência de modo geral.
• Utilização de cofres a prova de fogo.
Outro caminho a seguir é o que procura basicamente centralizar o con-
• Preparação de cópias adicionais dos documentos e envio delas a trole e não o arquivo. Um especialista organiza um arquivo central, onde
outros lugares para guarda, como cofres de bancos, cofres de filiais da deverão ser guardados os documentos de interesse geral, inclusive aque-
empresa, ou escritórios de advogados. les que são vitais e/ou sigilosos, naturalmente tomando-se todas as pre-
cauções. Em seguida, ele deverá planejar os diversos arquivos localizados
• Microfilmagem de todos os documentos vitais e conservação dos nos vários departamentos. O conhecimento da empresa e de seu organo-
microfilmes em local seguro. grama é fundamental nessa etapa. Seu trabalho, além da administração do
A conservação e a proteção desses documentos devem ser acompa- arquivo central, pressupõe a classificação e a distribuição diária de docu-
nhadas de um registro que especifique o modo, a data e o local para onde mentos aos diversos departamentos.
foram encaminhados, de forma que possam ser localizados imediatamente. Realmente, trata-se de um assunto de solução não muito fácil, já que
CENTRALIZAÇÃO OU DESCENTRALIZAÇÃO? existem vantagens e desvantagens em todos os métodos. O importante é
que a empresa decida pelo que for mais adequado a suas condições,
Trata-se de uma questão muito comum, principalmente necessidades e objetivos a curto, médio e longo prazos.
nas grandes empresas. A centralização dos arquivos
MICROFILMAGEM
proporciona vantagens, mas existem desvantagens
que naturalmente devem ser conhecidas antes de se Observa-se na época atual excessivo aumento do número de docu-
tomar uma decisão sobre o assunto. As principais mentos. De um lado, devido à expansão da administração pública em
vantagens da centralização são as seguintes: todos os setores e em todos os níveis: federal, estadual e municipal; de
outro, graças ao desenvolvimento das atividades empresariais e ao rápido
• Eficiência: devido à centralização, tende-se a manter um especialista avanço da tecnologia, em todos os setores da economia.
em arquivística, o que sem dúvida melhora a eficiência e a rapidez do
trabalho em todas suas etapas. É crescente a indagação de como e quando se deve proceder para re-
duzir e racionalizar a produção de documentos e, por consequência, seu
• Responsabilidade: o cuidado e a proteção de documentos melhora arquivamento e conservação. O microfilme surgiu como uma das principais
muito, pois a responsabilidade se encontra nas mãos de um especia- respostas a essa questão.
lista.
O microfilme é um processo de reprodução fotográfica reduzida,
• Economia: é grande a economia de equipamento; de pessoal; de chegando a quase 95% do documento original. São várias as van-
tempo gasto no arquivamento; na localização e na preparação de có- tagens obtidas na microfilmagem de documentos que devem ser
pias adicionais ou referências.
transferidos do arquivo ativo para o inativo, já que dificilmente o
• Uniformidade: proporciona certa padronização ao sistema e métodos microfilme será utilizado para arquivos ativos. As vantagens são:
de arquivamento, o que não acontecerá se houver inúmeros arquivos
departamentais. • Economia: os ganhos em espaço, peso e tamanho dos arquivos che-
gam a mais de 80% em muitos casos.
• Concentração: os documentos são concentrados por assuntos, ofere-
cendo ao consulente visão global. Na descentralização, os mesmos • Redução do volume: é muito grande a redução do volume de papéis e
assuntos tendem a ficar espalhados pelos diversos arquivos. documentos, o que proporciona economia de tempo e mão-de-obra.
• Utilização: amplia o uso do equipamento e, consequentemente, alonga • Segurança: os microfilmes protegem e conservam os documentos
sua vida útil. vitais da empresa ou órgão público, dos riscos de eventos, como in-
cêndio, inundação ou furto, pois, além de representarem cópias adi-
Há algumas desvantagens na centralização, que precisam ser cionais desses documentos, são facilmente guardados em cofres es-
apontadas: peciais. -
• Consulta dificultada: necessidade de locomoção até o centro de • Durabilidade: o microfilme reveste-se de grande durabilidade, atingindo
arquivos; tal fato não ocorre com a descentralização, em que o arquivo do até 150 anos.
departamento se encontra à mão. • Reprodução: a microfilmagem oferece condições de reprodução ilimi-
• Acúmulo de pessoas: poderá acontecer o acúmulo de pessoas tada, além de fidelidade, exatidão perfeita dos documentos reproduzi-
no local onde estão colocados os arquivos, o que dificulta a consulta e dos.
tumultua o trabalho do arquivista. • Custo: embora e microfilme possa assustar pelo custo elevado, é
• Perda de tempo: muito tempo perdido na locomoção até o arqui- preciso levar em consideração a economia que proporciona com a re-
vo central e espera para poder iniciar a consulta, principalmente se houver dução do espaço, de equipamento e de pessoal necessário para a
muitas pessoas no local. manutenção de arquivos convencionais, especialmente nas grandes
empresas.
3. Índice alfabético. • Direto: o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessi-
dade de recorrer a um índice. Neste sistema, inclui-se, principalmente, o
4. Estrutura. método alfabético de arquivamento e suas variações.
5. Dispositivo antiimpacto. • Indireto: o arquivo, neste caso, depende de um índice para ser
consultado. O sistema inclui, em especial, o método numérico de arquiva-
6. Pés antiderrapantes.
mento e suas variações.
ACESSÓRIOS
• Semi-indireto: o arquivo pode ser consultado sem o auxílio de índi-
Acessórios são materiais que visam auxiliar o equipamento. A correta ces, mas com a utilização de tabelas em forma de cartão. Neste sistema,
e eficiente utilização dos mesmos criará condições favoráveis para o encontra-se, por exemplo, o método automático, variedade do método
andamento do serviço. alfanumérico.
A escolha acertada dos acessórios está diretamente ligada ao sistema A opção por um dos sistemas está intimamente ligada à empresa, a
e método de classificação e arquivamento empregados, assim como ao seu campo de atividade, porte e objetivos de curto, médio ou
conhecimento dos tipos e modelos existentes no mercado. longo prazos. O principal, antes de tudo, é compreender o ver-
Os principais acessórios são: pastas; guias; projeções; tiras de inser- dadeiro potencial que o arquivo representa, considerando-se
ção e notações. que é a memória viva da empresa.
1. Pastas: são pedaços de cartolina dobrada, que formam uma aresta Para ser eficaz, o sistema necessita de métodos que indiquem a ma-
comum chamada vinco. As pastas servem para agrupar e proteger os neira de proceder, isto é, o que se deve fazer para alcançar o fim desejado.
documentos comuns a um assunto e, normalmente, têm dimensões padro- Os métodos de arquivamento serão analisados mais adiante.
nizadas. Com relação ao vinco, as pastas podem ser normais ou sanfona-
SISTEMA DE ARQUIVAMENTO EM ÓRGÃOS PÚBLICOS
das, para permitir o maior acúmulo de documentos; algumas possuem
divisões internas. No que se refere à projeção, ela poderá ou não constar A administração de documentos oficiais pressupõe a exis-
da pasta. As pastas suspensas, largamente usadas nos equipamentos tência de um sistema de arquivamento. O conceito de
modernos, são semelhantes às convencionais, apenas com a particulari- sistema também é válido para os órgãos da adminis-
dade de possuírem dois braços metálicos ou outro material que se apóia
tração pública, e as três espécies, direto, indireto e
nos suportes laterais do arquivo.
semi-indireto, serão empregadas conforme os critérios
2. Guias: são pedaços de cartolinas do tamanho das pastas ou mesmo estabelecidos previamente.
menores, com uma saliência na parte superior, chamada projeção. As
guias servem para dividir as pastas ou documentos em grupos. As guias, Nas instituições públicas, predomina um modelo de sistema de organi-
quanto à projeção, podem ter, ou não, encaixes para as tiras de inserção. zação de arquivos em que o documento público é controlado desde sua
Nas guias, as projeções podem vir em posição central, em diferentes produção. É conhecido como a “teoria das três idades”, concepção moder-
posições ou, então, formando um jogo de, por exemplo, duas, três, quatro, na de arquivística, em que se distinguem três etapas quanto aos documen-
cinco ou mais posições. A diferença das posições possibilita ao arquivista tos:
ampla visibilidade, o que facilita o arquivamento ou a localização de docu- • Corrente: os documentos circulam pelos canais decisórios, bus-
mentos. cando solução ou resposta. São os arquivos correntes.
3.Projeções: são saliências colocadas na parte superior das pastas ou • Temporária: os documentos apresentam interesse e são objeto de
das guias que recebem as anotações ou dizeres pertinentes. Servem para consultas, embora os assuntos neles contidos já tenham sido solucionados
ajudar o arquivista a localizar os assuntos no arquivo. As projeções podem ou as respostas, obtidas. São os arquivos temporários.
ser de papelão, de material plástico ou de aço. Além disso, podem ser fixas
ou adaptáveis. Essas últimas não fazem parte das pastas ou das guias e • Permanente: os documentos passam a ter valor cultural e científi-
podem ser colocadas posteriormente. co. São os arquivos permanentes ou históricos.
4. Tiras de inserção: papeletas ou rótulos que, após receberem os di- A criação do arquivo temporário, por exemplo, segunda etapa do
zeres ou inscrições correspondentes, deverão ser inseridas nas projeções sistema, foi um grande avanço e tomou-se peça fundamental
das pastas ou das guias. Servem para indicar a finalidade da pasta ou da dentro do sistema de arquivamento da administração pública.
guia. São inúmeras as vantagens conseguidas: obtenção de mais
5. Notações: são os dizeres, as inscrições registradas nas tiras de in- espaços físicos pela retirada de documentos dos arquivos cor-
serção e em seguida inseridas nas pastas ou guias. rentes; redução ao essencial da quantidade de documentos nos
arquivos correntes; redução de pessoal e consequente econo-
É fato conhecido que um dos fatores para a excelência dos arquivos
reside na combinação harmoniosa e funcional dos sistemas e métodos de mia de custos; controle de quantidade e da qualidade dos do-
classificação e arquivamento, e dos equipamentos e acessórios. cumentos; melhor manutenção, uso e supervisão dos arquivos;
e melhor critério de preservação, controle e eliminação de do-
SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO cumentos.
A opinião de que os arquivos são simples depósitos de papéis ou do- Um sistema de arquivos moderno e bem organizado terá todas as
cumentos velhos e inúteis, arquivados por mera tradição, apóia-se no fato condições para oferecer subsídios a planos e decisões da administração
de que a maioria dos arquivos é mal organizada, mal administrada e, pública, seja mostrando as relações e planejamento do passado, seja
portanto, dificulta a localização imediata das informações desejadas. Mera evitando duplicidade antieconômica de velhas iniciativas.
opinião, pois, em verdade, um arquivo moderno, bem estruturado, é um
Separar as cópias, expedindo o original; 2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, seleção
dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário, materi-
Encaminhar as cópias ao Arquivo. ais, local.
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem como re- 3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação que
gras, visto que cada instituição possui suas tipologias documentais, seus garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente e a
métodos de classificação, enfim, surgem situações diversas. Servem eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de valor probatório e
apenas como exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição. informativo.
Após a discussão das vantagens de implantação de um sistema de A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa decisiva no pro-
protocolo, cabe avaliar as desvantagens do uso deste sistema, se feito de cesso de implantação de políticas de gestão de documentos, tanto nas
forma errônea. Num primeiro momento, deve-se pensar num sistema instituições públicas quanto nas empresas privadas. Mas, o que significa
simples de inserção de dados, que venha a atender as necessidades da avaliar documentos? Para o administrador, que está com seus depósitos
empresa. Contudo, é essencial que as pessoas que trabalham diretamente abarrotados de documentos, sem dúvida, a avaliação sugere uma elimina-
com o recebimento e registro de documentos, recebam um treinamento ção imediata de papel, com vistas à liberação de espaço físico. No entanto,
adequado, para que possam executar essa tarefa da forma correta, visto se o processo de avaliação não for efetivamente implantado através das
que, se feita da forma errada, todo o trâmite do documento pode ser com- Tabelas de Temporalidade, não tardará muito para que a produção e
prometido. Deve-se esquecer a idéia de que basta inserir dados e números acumulação desordenadas preencham novamente todos os espaços
num sistema, que todos os problemas serão resolvidos. A própria consci- disponíveis.
entização dos funcionários, no sentido de que, se organizados e devida-
mente registrados, as tarefas que necessitam do uso de documentos se Trabalho interdisciplinar que consiste em identificar valores para os
tornarão mais fáceis para todos que venham a executá-las., proporcionado documentos (imediato e mediato) e analisar seu ciclo de vida, com vistas a
assim um melhor rendimento de todo o pessoal. Portanto, fica claro que o estabelecer prazos para sua guarda ou eliminação, contribuindo para a
protocolo pode ser uma saída para os problemas mais comuns de tramita- racionalização dos arquivos e eficiência administrativa, bem como para a
ção documental, desde que utilizado da forma correta. Do contrário, a preservação do patrimônio documental.
implantação deste sistema pode ocasionar outros problemas, talvez de A avaliação consiste fundamentalmente em identificar valores e definir
cunho ainda maior. prazos de guarda para os documentos de arquivo, independentemente de
AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico
ou qualquer outro.
O termo “gestão de documentos” ou “administração de documentos” é
uma tradução do termo inglês “records management”. O primeiro é originá- A avaliação deverá ser realizada no momento da produção, paralela-
rio da expressão franco-canadense gestion de documents e o segundo é mente ao trabalho de classificação, para evitar a acumulação desordenada,
uma versão iberoamericana do conceito inglês. Entre essas duas variantes, segundo critérios temáticos, numéricos ou cronológicos. Esse é o grande
o primeiro parece ser o mais difundido entre nós. problema no momento de avaliar massas documentais acumuladas nos
arquivos centrais ou intermediários, especialmente nos do serviço público.
O Dicionário de Terminologia Arquivística editado pelo Conselho Inter- O critério de arquivamento dos processos administrativos ainda é o se-
nacional de Arquivos em 1984 define gestão de documentos como um quencial numérico/cronológico, de acordo com o número recebido no
aspecto da administração geral relacionado com a busca de economia e protocolo, no momento da autuação. Essa prática resulta na mescla de
eficácia na produção, manutenção, uso e destinação final dos documentos. documentos gerados no exercício de funções diversas, o que dificulta a
recuperação do contexto original de produção. A avaliação de documentos
O Dicionário de Terminologia Arquivística, publicado em São Paulo em arquivados em sequência numérica implica basicamente a análise de
1990 e reeditado em 1996, conceitua gestão de documentos como um documento por documento, o que é bastante trabalhoso em face da massa
“conjunto de medidas e rotinas visando a racionalização e eficiência na documental acumulada com o decorrer do tempo. É frequente, por isso, a
criação, tramitação, classificação, uso primário e avaliação de arquivos”. eliminação sem critério ou, o que é igualmente grave, a reprodução do
No âmbito da legislação federal, “considera-se gestão de documentos acervo em outros suportes, sem a prévia identificação e avaliação dos
o conjunto de procedimentos e operações referentes à sua produção, conjuntos documentais. O que interessa, nessa visão imediatista, é a
tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediá- liberação de espaços.
ria, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente” . Esse procedimento pode representar um investimento inútil quando in-
RACIONALIZAÇÃO, EFICIÊNCIA, PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA cidir sobre documentos rotineiros, repetitivos, desprovidos de valor informa-
tivo, probatório ou cultural, que poderiam ser eliminados, conservando-se
GESTÃO DE DOCUMENTOS deles apenas pequenas amostragens.
Conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos
os documentos de qualquer idade desde sua produção até sua destinação
final (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e
A Gestão Documental quer seja eletrônica ou em arquivo de papel Ao mesmo tempo, as organizações de menor tamanho buscam a má-
está presente em todas as organizações. As soluções de Gestão quina de escrever elétrica, que se espalha durante os anos de 1960 e
Documental aplicam-se a um conjunto alargados de áreas funcionais: 1970. Por volta do fim dos anos de 1970 assiste-se à chegada de apare-
lhos dedicados ao tratamento de textos. Ainda uma vez, os preços são tão
Administrativa e Financeira (documentos financeiros) elevados que somente as organizações bastante importantes têm condi-
Qualidade (normas, procedimentos, auditorias e fichas de não ções de usar essas máquinas. Ao mesmo tempo, as máquinas de escrever
conformidade) eletrônicas chegam ao mercado, mas sua utilização não se torna muito
difundida em razão da chegada quase simultânea dos microcomputadores.
Produção (desenho técnicos, normas e procedimentos operacionais e
controlo de produção) O aparecimento dos microcomputadores em 1980 muda radicalmente
o quadro tecnológico. O computador pessoal custa menos que um automó-
Jurídica (contratos, propostas, concursos públicos e cadernos de vel. Hoje um computador custa muito menos que um carro e é capaz de
encargos) executar as importantes operações que os grandes computadores do tipo
mainframe não realizavam nos anos de 1960 e 1970. O novo ambiente,
Serviços a Cliente (informações, apóiam técnico e documentos de
que se instala rapidamente, cria um problema de escala para os aparelhos
Cliente)
administrativos, que se vêem impossibilitados de seguir tantos desenvolvi-
Marketing (estudos de mercado, brochuras e especificações de mentos.
produtos)
Por exemplo, a política do NARA ( National Archives and Records Ad-
Desenvolvimento (memórias descritivas, pesquisa e desenvolvimento) ministration, nos Estados Unidos) sobre os arquivos ordinolingues está tão
mal estabelecida (aproximadamente 25 anos após o começo da informati-
Recursos Humanos (contratos de pessoal, fichas técnicas e zação), que a chegada da microinformática nos obriga a interrogar sobre a
regulamento) pertinência dessa política (Bergeron 1992,54).
AUTOMAÇÃO Aliás, os exemplos de perdas de arquivos eletrônicos importantes se
O novo mundo dos arquivos – automação multiplicam: os dados do recenseamento americano de 1960, a primeira
mensagem de correio eletrônico em 1964, os dados sobre as florestas do
.James M. Turner – U. de Montreal Brasil capturadas por satélite nos anos de 1970, os dados da NASA, e
assim por diante. Os exemplos americanos são característicos da situação
Introdução por toda parte do mundo.
Para bem se entender a problemática atual dos arquivos, é preciso A situação hoje
compreender o século XX sob o ponto de vista da extraordinária rapidez da
evolução tecnológica. É suficiente lembrar que diversos atores, cada um Atualmente a capacidade dos computadores muda de modo radical e
tendo uma influência profunda sobre a sociedade humana, se instalaram muito velozmente, abalando assim os fundamentos teóricos do arquivismo.
no cenário tecnológico durante esse período: por exemplo, a eletricidade, o Nós transferimos para o ambiente informatizado as políticas desenvolvidas
rádio, o telefone, o automóvel, o cinema, a máquina de escrever, para para os documentos sobre papel, mas a complexificação das tecnologias e
nomear somente alguns. A partir da Segunda Guerra Mundial, assiste-se à a influência dessas últimas sobre nossos métodos de trabalho foram de tal
chegada da fotocopiadora, a eletrônica, a televisão, os satélites, e sobretu- ordem que essas políticas não são mais suficientes. O documento eletrôni-
do os computadores. A partir da década de 1970, a telemática, ou seja, o co tornou-se um conjunto de relações ou de trechos de informação, poden-
computador conectado a outros computadores via linhas telefônicas, do residir em diferentes arquivos (Bergeron 1992, 53). Por exemplo, o
mudou profundamente as possibilidades de comunicação de documentos. relatório anual de uma companhia pode consistir em arquivos de texto,
Desde 1990, a Internet e a World Wide Web não cessam de nos espantar cada um redigido por uma pessoa diferente, empregando um processador
por causa do desenvolvimento quase cotidiano de novas possibilidades de textual diferente num ambiente informático diverso. Pode-se encontrar na
interação no mundo da informação. relação das fotos e outros gráficos criados com outros sistemas operacio-
nais, assim como os quadros estatísticos criados com diferentes sistemas
Depois de muitos anos, a disciplina de arquivística conheceu desen- operacionais, e ainda gráficos gerados por outros sistemas, tudo reunido
volvimentos importantes no estabelecimento da teoria, nas técnicas de em um documento eletrônico colocado em página para a impressão sobre
organização e nos métodos de trabalho. Constata-se, entretanto, que papel ainda por outro sistema operacional, e ainda com uma versão diver-
apesar de nossa disciplina ainda não estar estabilizada definitivamente, sa para ser instalada no Web. O leitor recebe um simples documento em
desde já é preciso rever seus fundamentos teóricos e estabelecer um novo papel, mas o arquivista responsável pelo documento eletrônico deve pen-
paradigma para a disciplina em função das novas tecnologias da informa- sar a organização para a armazenagem, a marcação e a preservação de
ção. todos esses arquivos, bem como a relação entre eles.
É útil observar nesse contexto que não há nada de novo. Pode-se Outro problema de capacidade: não se pode mais conservar a infor-
constatar que são sempre as mudanças tecnológicas que determinam a mação apenas em formato linear. O hipertexto e as ligações hipertextuais e
maneira de se realizar nosso trabalho de organização da informação. O hipermidiáticas, assim como as estruturas relacionais das bases de dados,
surgimento de novas e importantes tecnologias no campo da informação, acrescentam uma outra dimensão e complexificam mais o problema. Por
como nos casos do papel e da prensa de Gutenberg, causaram também outro lado, a chegada dos arquivos multimídia torna mais complexos do
mudanças fundamentais nos métodos de trabalho das pessoas que gera- que nunca os arquivos eletrônicos (Bergeron 1992,53).
vam a informação no momento desses desenvolvimentos e pelos séculos
seguintes. Essas tecnologias também mudaram profundamente a socieda- Outros fatores importantes que contribuem para as mudanças funda-
de em seu conjunto. Nós que vivemos sobre a terra nesse momento somos mentais nas teorias e nas práticas, quando se trabalha com os documentos
testemunhas de desenvolvimentos que se desenrolam a uma velocidade eletrônicos, são a dependência diante da mídia e dos aparelhos, a impos-
impressionante. sibilidade de entrevistar os aparelhos, a volatilidade da informação, sua
segurança e sua integridade, e a proliferação de formatos proprietários, de
Histórico recente sistemas de exploração, de sistemas operacionais, de versões desses
Como os suportes numéricos não são confiáveis para a conservação a Ao nível dos sistemas operacionais, tem-se a necessidade de desen-
longo prazo, enaltece-se às vezes a impressão sobre papéis do código volver os sistemas melhor integrados às necessidades dos arquivistas e
informático codificado em algarismos 1 e 0, em razão das propriedades de dos usuários, tanto ao nível das linhas diretas entre os sistemas de gestão
conservação a longo praz do papel. Mais tarde um sistema operacional de e documentos quanto ao nível da interação pessoa-máquina. Visto desta
reconhecimento ótico de caracteres lerá o código para reconstituir o fichá- última perspectiva, os sistemas operacionais disponíveis atualmente são
rio informático. Para a imagem em movimento, esta prática não será nada bastante penosos, não recorrem senão de maneira muito primitiva aos
prática, pois um cálculo rápido nos dá os algarismos seguintes, baseados aparelhos cognitivos dos usuários.
sobre um sistema que permite a resolução comandada de 320 milhões de Como vimos, a conversão dos fichários permanece um problema im-
pixels por imagem: a 24 imagens/segundo, serão necessários aproxima- portante por várias razões. Podemos assinalar particularmente as dificul-
damente 8 bilhões de pixels/segundo de filme 35mm. No ritmo de 6000 dades de conversão de fichários de ordem técnica e aqueles de ordem
bits/página (quando se datilografa com entrelinha simples, calcula-se econômica. Além disso, teríamos vantagem em considerar como inaceitá-
3000), contaremos 5600 páginas (uma pilha de aproximadamente 5m) por vel a prática atual de versar os dados nos sistemas de informação sem
cada segundo de filme, e portanto 180 m3 por minuto de filme, vale dizer, controle de qualidade, ao dizer que se fará correções mais tarde. Muito
16 km de espaço para estocar nosso filme de 90 minutos! Decididamente, frequentemente vimos que as condições econômicas não permitem essas
não se poderá considerar a numeração das coleções de imagem em correções. As pessoas que administram os orçamentos têm a impressão
movimento antes de encontrar maneiras mais econômicas de estocar os de que os trabalhos estão completos, e são os usuários que sofrem a
fichários assim criados. utilização desses dados não verificados e não corrigidos. Como é o caso
Considerando a preservação e a conservação dos arquivos eletrôni- em qualquer ouro lugar, o controle de qualidade é importante no arquiva-
cos, podemos nos voltar um pouco para as conclusões do grupo de traba- mento de dados eletrônicos.
lho sobre a preservação dos arquivos numéricos (Preserving digital infor- Terminando, analisaremos o problema considerável da pilha de fichá-
mation 1996, 37). Este grupo de trabalho conclui que a responsabilidade rios necessária para a estocagem de imagens em movimento quando estas
primeira para a informação numérica permanece com os criadores, os últimas são numerosas, os problemas arquivísticos associados à compre-
fornecedores e, eventualmente, os proprietários. Além disso, o grupo ensão de imagens para melhor estocá-las, o trabalho considerável requeri-
enaltece a criação de uma infra-estrutura muito profunda (deep infrastructu- do para efetuar os trabalhos de conversão, os custos implicados nesse
re) capaz de suportar um sistema distribuído de dados. Na disposição de processo, e o problema ao nível da infra-estrutura incapaz de tratar conve-
uma tal estrutura, criar-se-á um processo de certificação de organizações nientemente esses enormes fichários.
capazes de estocar, de migrar e abastecer o acesso às coleções numéri-
cas. Estas organizações certificadas teriam o direito legal de intervir pela Soluções a longo prazo Apesar dos numerosos e importantes proble-
salvaguarda de documentos depositados alhures, em caso de perigo de mas associados atualmente aos arquivos automatizados, podemos ainda
destruição, seja por uma ameaça física à integridade dos documentos, seja assim esperar ver melhoras consideráveis a curto, médio e longo prazo. A
por uma mudança de políticas de conservação em outro lugar, devido à importância dos trabalhos em curso nos deixa crer que se verá o controle
privatização de um arquivo, por exemplo. dos dados desde sua criação até sua disposição eventual, seja por elimi-
nação, seja por sua instituição como arquivos permanentes. Nossos méto-
Obstáculos à automação dos, nossos processos, nossas práticas, nossas normas serão estabilza-
Nesta parte, resume-se brevemente alguns obstáculos atuais à auto- das eventualmente. O turbilhão tecnológico no qual nos encontramos
mação dos arquivos. Em nível das infra-estruturas, a banda frequentada atualmente dará lugar aos métodos normalizados, sobre os quais traba-
terá necessidade de ser acrescida consideravelmente antes que se possa lhamos atualmente.
responder convenientemente às necessidades dos usuários cujo número No que concerne aos computadores, esses instrumentos de trabalho
não cessa de crescer. Devemos prever eventualmente o acesso universal tão importantes à nossa vida, veremos bem eventualmente a chegada de
à Internet e seus sucessores, como é o caso do correio à escala interna- computadores melhor “educados” para responder a nossas necessidades.
cional, ou ainda do telefone. Lembremos que no momento somente uma Eles serão capazes de detectar um problema de funcionamento que expe-
ínfima parte da população global está em linha, e que mesmo nos países rimentamos, por exemplo, e intervir de maneira interativa para nos apontar
industrializados falamos apenas de dez ou quinze por cento da população. as soluções possíveis. Veremos disponíveis em linha de demonstrações
A questão da “prisão ASCIL”, expressão de Mitchell Kapor para desig- vídeo para nos mostrar como executar tal função, como executar tal tarefa,
nar o problema das línguas não inglesas que lutam para ostentar suas efetuar tal manobra informática. Além disso, o desenvolvimento de tipos de
marcas diacríticas no meio informático, é extremamente importante no memória viva e morta que não se apagam automaticamente ou que não se
contexto das redes. A “consortium Unicode” trabalha há vários anos para corrompem em função de uma falha de eletricidade nos permite assegurar
Para que haja democracia é necessário que governados queiram es- 1998. p.14
colher seus governantes, queiram participar da vida democrática, compro- [2] BARBOSA, B. Falta de informação limita participação popular. Cida-
metendo-se com os seus eleitos, apontando o que aprova e o que não dania na Internet. Rio de Janeiro, nov. 2003. Disponível
aprova das suas ações. Assim, vão sentir-se cidadãos. Isto supõe uma em http://www.cidadania.org.br/conteudo.asp. Acesso em 03.12.2003.
consciência de pertencimento à vida política do país. Querer participar do
processo de construção dos destinos da própria Nação. Ser cidadão é [3] EMILIANOJOSÉ. História da Cidadania – Uma trilha de lágrimas. Si-
sentir-se responsável pelo bom funcionamento das instituições. É interes- te Pessoal: Salvador, jul. 2003. Disponível
sar-se pelo bom andamento das atividades do Estado, exigindo, com em http://www.emilianojose.com.br/artigos.php. Acesso em 01.12.2003.
postura de cidadão, que este seja coerente com os seus fundamentos,
razoável no cumprimento das suas finalidades e intransigente em relação QUINTÃO, S. M. L. Teoria do Estado. 1.ed. Belo Horizonte: Del Rey,
[4]
São Paulo: Vozes, 2000. 348p. O mútuo mercantil é regulado pelo Código Comercial em seus arts.
247 a 255, aplicando-se ainda subsidiariamente as demais regras do direito
AGENTES AUXILIARES DO COMÉRCIO: OPERAÇÕES BANCÁ- comum pertinentes à matéria, tal como vem disciplinada no Código Civil,
RIAS E CARTÓRIOS. arts. 1.256 a 1.264.
OPERAÇÕES ATIVAS O contrato de mútuo é contrato real que só se aperfeiçoa com a efetiva
entrega da coisa. Eventual contrato consensual tendo o mútuo como objeto
OPERAÇÕES DE CRÉDITO, EMPRÉSTIMOS EM CONTA, TÍTULOS é pré-contrato, promessa de mútuo, possuindo obrigação de contratar
DESCONTADOS, (pactum de mutuo dando). Já houve discussões sobre a realidade e a
ADIANTAMENTO A DEPOSITANTES, CHEQUE ESPECIAL, FINANCIA- consensualidade do contrato e continuaremos a tê-las. O assunto está
MENTOS RURAIS, longe de pacificar-se. Sobretudo porque há estruturas em contratos con-
CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR. FIANÇA BANCÁRIA, OPERAÇÃO sensuais que lembram em muito a estrutura dos contratos reais, onde a
DE CÂMBIO entrega da coisa é essencial, senão para a perfeição do contrato, pelo
menos para sua eficácia. Ora, entre perfeição que diz respeito à formação
e eficácia que se referem aos efeitos, a linha demarcatória é demasiado
Conceito tênue, sendo mais de construção intelectual. Que diferença existe entre um
contrato que não se aperfeiçoou e outro que é ineficaz? A diferença reside
Sob esta rubrica "financiamentos bancários" procuraremos reunir todas entre validade e eficácia. Demos um exemplo de cada um deles. Mútuo e
as operações consideradas ativas dos Bancos. São aquelas em que pelo locação. O primeiro é real e o segundo consensual, mas se não houver a
fornecimento de capitais, em sentido amplo, as instituições financeiras se entrega do objeto deles não haverá conseqüências jurídicas relativamente
tornam credoras de seus clientes. Várias são as modalidades que se à satisfação das partes, salvo a irradiação de pretensões e ações diferen-
encaixam nesse perfil. tes, em razão do descumprimento do contrato, mas isso é secundário,
tendo em vista que um contrato, quando formalizado de boa-fé, tem conto
Em primeiro lugar temos que considerar que o financiamento bancário único propósito seu cumprimento. E as conseqüências práticas de direito,
pode ocorrer sem necessidade de que da operação conste fornecimento de com relação ao cumprimento dele, não diferem.
dinheiro. Ele pode consistir simplesmente na outorga de crédito, por isso
sendo chamados e caracterizados propriarnente como operações de No caso específico do mútuo ele é real porque a lei assim o fez, não
crédito. O financiamento pode, então, ser definido como um negócio jurídi- comportando entre nós discussão. Em face de o art. 1.257 do Código Civil
co bancário, cujo escopo consiste no fornecimento de um crédito. determinar como conseqüência jurídica do contrato a transferência do
domínio da coisa emprestada, o que ocorre pela tradição, é imprescindível
São modalidades de financiamento bancário: o empréstimo, a abertura que ocorra a tradição no momento mesmo do contrato. Em não havendo,
de crédito, a antecipação bancária, o desconto, o arrendamento mercantil, se postergada a tradição, o contrato só se aperfeiçoará no momento da
o cartão e a carta de crédito, o adiantamento sobre contrato de câmbio e o entrega efetiva, valendo como traditio a entrega ficta em caso de constituto
seguro. possessório. Se ela, a coisa, tiver sido entregue antes, o contrato estará
automaticamente perfeito no momento mesmo de sua formalização.
Não obstante haver um elenco mais ou menos fixo e tradicional de
contratos bancários - com exceção do cartão de crédito e do arrendamento Se a entrega da coisa não for simultânea à celebração do contrato não
mercantil, institutos realmente modernos, especialmente o último (leasing), significará que com isso o contrato se torne consensual, mas simplesmente
uma vez que o cartão é uma evolução da velha carta de crédito - não há que as partes estão procedendo à celebração através de atos fracionados
uma rigidez que tome as formas desses cristalizados institutos inadequa- no tempo.
das para realizarem associações e variações, quer pela apresentação de
novas modalidades quer pela apresentação de modalidades já existentes, É também unilateral pelo fato de só haver obrigações para o mutuante.
v. g. o uso das garantias bancárias como fonte de concessão de crédito, Nasce da tradição a obrigação de restituir a coisa emprestada em seu
atuando os Bancos como gantidores de seus clientes. Claro está que em equivalente, mais os rendimentos pactuados. A esse respeito também
nosso país uma nova modalidade para ser implantada necessita do bene- formou-se polêmica, havendo jurista a sustentar a bilateralidade e outros
plácito do Conselho Monetário Nacional. ainda a possibilidade de ser unilateral ou bilateral, dependendo de haver
pactuação de juros e da realização de contrato no tempo, emtrega simultâ-
Caracterização nea da coisa ou não. Essa discussão tem hoje apenas interesse histórico.
O empréstimo bancário, como ficou dito acima é uma das modalidades A onerosidade decorre das vantagens e sacrifícios que são distribuí-
de financiamento bancário. Consiste no empréstimo de coisas fungíveis, dos a ambas as partes. O mutuante priva-se do uso e gozo da coisa em
tendo como efeito a transferência da propriedade sobre a coisa empresta- troca de rendimento. O mutuário usa-a e dela usufrui o gozo, tendo, porém,
da, já que a devolução deverá dar-se em coisas do mesmo gênero, equiva- que pagar por isso.
lente na qualidade e em igual quantidade. A determinação desse efeito
mediante lei foi um passo importante para definir a atribuição de responsa- Conteúdo do mútuo
bilidade às partes, levando em consideração, sobretudo, a perda de identi-
dade física da coisa emprestada. A obrigação de restituição no mútuo é tamtundem, por ser uma divida
de equivalente. Nisso difere profundamente do comodato no qual há a
O empréstimo de coisa fungível e consumível é empréstimo de con- obrigação de restituir idem corpus, isto é, a própria coisa emprestada. Essa
sumo, denominado mútuo, e que se distingue do empréstimo de uso, que equivalência, todavia, pode ser na prática comprometida, bastando que
tem como objeto coisa infungível e inconsumível, chamado comodato. O haja no mercado uma deterioração no preço da coisa emprestada, se não
mútuo praticado pelas instituições financeiras é de natureza comercial houver, em contrapartida, um mecanismo de proteção.
porque a atividade bancária é comercial, sendo assim qualificadas suas
operações pelo art. 19 do Regulamento 737, de 25.11.1850, que se sobre- A capacidade para contratar é a capacidade civil. Mútuo contratado
pôs ao art. 247 do Código do comércio, m opinião de Wagner Barreira com menor, sem autorização de seu responsável, é incobrável, não só do
(verbete: "Empréstimo Bancário", na Enciclopédia Saraiva do Direito, v. mutuário menor, como dos eventuais fiadores e abonadores. É nulo de
31). Mas, independente desse fundamento legal, ineludivelmente o escopo pleno direito. Não será alcançado pela nulidade o mútuo celebrado por
mercantil do labor bancário contamina toda sua produção, causando a menor, na ausência do representante legal, que tenha tido como finalidade
pacífica aceitação desse entendimento. prover sua sobrevivência. Tampouco o contaminará se o menor possuir
Lugar de pagamento do mútuo bancário será, com toda probabilidade, OPERAÇÕES DE CRÉDITO RURAL
o lugar da agência que contratou a operação, via de regra, o mesmo do
domicilio do mutuário, passível de convenção que a modifique. Para todos Generalidades
os efeitos funciona a disposição do art. 950 do CC.
O Decreto-Lei 167, de 14.02.1967 dispôs que o financiamento rural
fosse executado mediante a emissão de cédulas de crédito rural. Em seu
Extinção do Contrato art. 2.°, referido diploma legal prescreve que o emitente da cédula fica
obrigado a aplicar o financiamento para os fins ajustados, devendo com-
O contrato de mútuo se extingue pelo pagamento e quitação da dívida. provar tal circunstância perante a "instituição financiadora". Embora use o
termo "financiadora" e não financeira, tem-se, no art. l.°, que o financia-
OS CHEQUES ESPECIAIS mento é concedido pelos órgãos integrantes do sistema nacional de "crédi-
to rural", pelo que se compreende dentro das operações bancárias. Em se
Alguns bancos fazem um controle especial com seus clientes, onde se tratando de financiamento, o banco tem o direito de fiscalizar a aplicação
comprometem a cobrir cheques até um determinado limite além do saldo da quantia financiada, a qual vencerá juros conforme taxas fixadas pelo
da conta destes. Conselho Monetário Nacional, exigíveis a 30 de junho e 31 de dezembro,
ou no vencimento das prestações, se acordado pelas panes. Quando o
Os juros são cobrados apenas sobre os saldos devedores diários. Por- financiamento for concedido para utilização parcelada, o financiador abrirá
tanto o cliente, sempre que puder, deve fazer depósitos em sua conta, a com o valor do financiamento conta vinculada à operação, que o financiado
fim de evitar ficar com saldo devedor sobre os quais serão cobrados juros. movimentará, por meio de cheques, saques, recibos, ordens, cartas ou
quaisquer outros documentos.
Os depósitos também são importantes para fazer um bom saldo médio
na conta, já que os bancos, geralmente, só renovam o contrato dos che- Características Das Cédulas De Crédito Rural
ques especiais para clientes cujo saldo médio seja compatível com o valor
do contrato. As cédulas de crédito rural são promessas de pagamento sem, ou
com, garantia real cedularmente constituída, isto é, no próprio título, dis-
Os juros dos cheques especiais são, via de regra, inferiores aos pensando documento à parte. A garantia poderá ser ofertada pelo próprio
cobrados em outros tipos de empréstimos. financiado, ou por um terceiro (art. 68). Embora o art. 10 considere a
cédula de crédito rural título civil, é evidente sua comercialidade, por sujei-
Um dos cheques especiais mais difundidos e muito bem aceito é o tar-se à disciplina do Direito Cambiário (art. 60). Constituindo-se cedular-
"cheque-ouro" do Banco do Brasil. mente a garantia, ou seja, por incorporação no próprio título, quando se
tratar de hipoteca, ocorrem derrogações ao direito comum com a dispensa
Cobrança De Títulos de escritura pública e da outorga uxória, mas, em virtude da ausência
desta última, o cônjuge obriga apenas seus bens particulares e os comuns
Os bancos recebem, como vimos, títulos como garantia de emprésti- até o limite de sua meação (art. 3.°, Lei 4.121, de 27.08.1962). Para terem
mos. Eles naturalmente terão de fazer a cobrança de todos estes títulos. eficácia contra terceiros, as cédulas de crédito rural devem ser registradas
Podem os bancos, também conceder financiamentos mediante a e- X - a assinatura do próprio punho do emitente ou de representante
missão, pelo devedor, de cédula com garantia hipotecária. Pelo art. 811 do com poderes especiais (art. 25).
CC, "a hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou constru-
ções do imóvel". A lei específica (Dec.-lei 167, de 14.02.1967) faz com que Nota De Crédito Rural
a garantia seja prestada não só pelo imóvel e suas acessões, mas também
pelos bens originariamente móveis, mas que se incorporam ao imóvel É também um título destinado ao financiamento rural, mas destituído
devido à sua destinação, tais como máquinas, aparelhos e instalações, de qualquer garantia real, conferindo, entretanto, ao credor privilégio espe-
sejam os existentes no momento da constituição da hipoteca, sejam os cial sobre os bens enumerados no art. 1.563 do CC. São seus requisitos: I
adquiridos com os recursos financeiros que o banco fornece ao devedor. - a denominação "Nota de Crédito Rural"; II - a data e as condições de
pagamento; havendo prestações periódicas ou prorrogações de vencimen-
A cédula rural hipotecária deverá conter os seguintes requisitos: I - a to, acrescenta-se as expressões: "nos termos da cláusula Forma de Paga-
denominação "cédula rural hipotecária" ; II - a data e condições de paga- mento abaixo" ou "nos termos da cláusula Ajuste de Prorrogação abaixo;"
mento; havendo prestações periódicas ou prorrogações de vencimento, é III - o nome do credor e a cláusula à ordem; IV - o valor do crédito deferido,
acrescentada a expressão "nos termos da cláusula Forma de Pagamento lançado em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade ruralista
abaixo" ou "nos termos da cláusula Ajuste de prorrogação abaixo"; III - o a que se destina o financiamento concedido e a forma de sua utilização; V -
nome do credor e a cláusula "à ordem"; IV - o valor do crédito deferido, a taxa dos juros a pagar e da comissão de fiscalização, se houver, e tempo
lançado em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade ruralista de seu pagamento; VI - a praça de pagamento; VII - a data e o lugar de
a que se destina o financiamento e a forma de sua utilização; V - a descri- emissão; VIII - a assinatura do próprio punho do emitente ou de represen-
ção do imóvel hipotecado com indicação do nome, se houver, dimensões, tante com poderes especiais.
confrontações. benfeitorias, título e data de aquisição e anotações (núme-
ro, livro e folha) do registro imobiliário; VI - as taxas dos juros a pagar e a Não obstante destituída de garantia real, a nota de crédito rural está
da comissão de fiscalização, se houver, e tempo de seu pagamento; Vil - a sujeita a registro no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em
praça do pagamento; VIII - a data e o lugar da emissão; IX - a assinatura que esteja situado o imóvel a cuja exploração se destina o financiamento
do próprio punho do emitente ou de representante com poderes especiais cedular. Compreende-se a exigência para o fim de estabelecer-se sua
(art. 20). eficácia em relação a terceiros (art. 27).
A cédula rural hipotecária confere direito real inter partes desde a sua
emissão, conforme preceitua o Decreto 62.141, de 18.01.1968. Destarte, o CDC - Crédito Direto ao Consumidor
registro se torna necessário para ter eficácia em relação a terceiros.
É o financiamento concedido por uma Financeira para aquisição de
Embora destinada a servir de garantia de financiamentos para fins ru- bens e serviços por seus clientes.
rais, essa pode constituir-se cedularmente por imóveis rurais ou urbanos. Sua maior utilização é normalmente para a aquisição de veículos e
eletrodomésticos.
Cédula Rural Pignoratícia E Hipotecária
O bem assim adquirido, sempre que possível, serve como garantia da
Aqui a garantia é prestada por bens imóveis e também móveis, só que operação, ficando a ela vinculado pela figura jurídica da alienação fiduciária
estes, diferentemente do que ocorre com a cédula rural hipotecária, não pela qual o cliente transfere à financeira a propriedade do bem adquirido
são apenas aqueles incorporados ao imóvel pela sua destinação com o dinheiro emprestado, até o pagamento total de sua dívida.
As taxas são preflxadas para operações acima de 30 dias, vinculadas Na antecipação, v. g., a proporcionalidade entre os valores do
à TR no caso de operações acima de quatro meses, não podendo ser financiamento e da garantia não é mera regra técnica como pretendia
vinculadas à variação cambial. Messineo, nisso assistindo razão a Salandra. É realmente uma carac-
terística sua. Regra técnica é a proporcionalidade entre esses valores em
O funding das operações de CDC eram até 1988 as letras de cambio outros negócios, como no mútuo ou na abertura. Regra técnica de
colocadas no mercado pela Financeira e resgatáveis nos seus respectivos segurança de cobertura da garantia, que é flexível e não rígida. Nesses
vencimentos. Com a criação dos bancos múltiplos e com a crescente financiamentos a instituição financeira pode alterar as normas ou baixar a
diminuição dos índices de liquidez das letras de câmbio, o funding dessas proporcionalidade. Pode, às vezes, o próprio gerente reduzir a proporção
operações passou a ser feito com os CDB da carteira comercial e os CDI. ou até mesmo dispensá-la, acolhendo garantia em valor igual ou inferior,
não lhe sendo impossível autorizar operação de mútuo ou abertura de
crédito com dispensa total das garantias. Relativamente à antecipação isso
A ANTECIPAÇAO BANCÁRIA é absolutamente impossível. Não há poder de gerente ou administrador
capaz de contratar financiamento sem garantia que importe em ser ou se
Conceito tomar antecipação bancária. Será qualificada a operação como mútuo ou
abertura de crédito, conforme sobrelevem as características básicas,
A antecipação bancária é um negócio jurídico financeiro, no qual o an- nunca, porém, como antecipação.
tecipante empresta certa soma em dinheiro ao antecipado, contra entrega
de garantia real. Nele há uma relação percentual rigorosa entre o valor Na antecipação a garantia não é acessória, como no mútuo ou na a-
adiantado e o bem garantidor. Assemelha-se ao desconto, dele diferindo bertura de crédito. Nestes o financiamento precede a garantia. A nota de
por não transferir a garantia. É conhecido na Alemanha e Áustria como acessoriedade encontra-se na existência de modalidades sem garantia,
crédito lombardo (Lombardgeschaft), por ter sido muito praticado e adquiri- além da faculdade do financiante de dispensá-la, a seu livre alvedrio, sem
do notoriedade entre banqueiros lombardos na Idade Média. desfiguração do negócio jurídico. Na antecipação é questão nuclear. Cau-
ciona-se a garantia para obtenção de financiamento. A garantia tem a
Natureza Jurídica precedência, como no desconto, diferindo deste, no entretanto, pela não
transferência da propriedade e inexistência de venda quando da celebra-
Reina acesa divergência sobre a natureza jurídica de quase todos os ção do contrato.
contratos bancários e não seria diferente relativamente à antecipação. Na
verdade seus caracteres ostentam idiossincrasias dissonantes, lembrando Dissentem os doutrinadores sobre ser real ou consensual este contra-
peculiaridades ora de um, ora de outro negócio jurídico com quem mostra to. Há realmente carência de critérios uniformes para uma caracterização
afinidades, como se fosse resultado de montagem. Todavia, ainda que desta espécie. Pensamos que seja real e bilateral, o que é uma excepcio-
lembre outro ou outros contratos, não surgiu em conseqüência de mistura nalidade. Real, por ser a garantia elemento nuclear. Sem a caução não há
ou adição. As práticas comerciais em geral e as bancárias em especial antecipação. Em contrapartida, feita a caução, "a soma passa a ser do
refletem formação bastante espontânea, constituindo soluções encontradas cliente desde que se conclui o contrato", como bem pondera Pontes de
diante das necessidades negociais, tendo-se formado ao longo de mais de Miranda. Então, a realidade do contrato é bilateral, pois tanto a entrega da
um século de ativa vida financeira. garantia, quanto da soma é pressuposto de sua formação. Qualquer inte-
gração de vontade no sentido de contratar a antecipação, sem a entrega
Os mais antigos estudos sobre a natureza jurídica da antecipação imediata das coisas de parte a parte, constituirá pré-contrato ou carta de
(Terrel-Lejeune, Vidari, Vivante, Lyon-Caen-Renault, Bolaffio etc.) viam intenção ou atos preparatórios à formação do contrato. Aliás, cumpre pôr
muita similitude entre ela e o mútuo sob penhor, a ponto de reduzi-la a em relevo o argumento de Spinelli ("Contributo allo studio dell'anticipazione
essa modalidade, especialmente as chamadas antecipações simples. bancaria", n. 208) segundo o qual "se na antecipação pudesse dar-se a
Carrara (Corso di dir, agrario fl, p. 115) e Rocco associavam ainda ao hipótese, própria da abertura - de não ter havido transferência da soma,
mútuo o depósito para explicar o crédito lombardo. Respondiam assim à mas sua simples disponibilidade por parte do cliente, o qual pode até nem
questão da realidade do contrato, do eventual diferimento do uso do utilizá-la - pelo art. 1849, o cliente que não viesse a utilizar a soma poderia
crédito, encontrando uniforme enquadramento à antecipação em conta- retirar a garantia a seu talante, não sendo devedor do Banco", conseqüen-
corrente. temente "a possibilidade de extinção unilateral e arbitrária por vontade de
uma só parte, sem que o contrato tenha ganho uma realização prática, é
Messineo, Ascarelli, Salandra e Giordano, entre outros, preferiram qua- uma coisa completamente absurda..." Isso diz bem da absurdidade da tese
lificá-la como uma espécie de abertura de crédito particularmente a moda- que elege a consensualidade.
lidade em conta-corrente. Observavam sobretudo as analogias relativas à
faculdade de uso ou não do crédito aberto e a possibilidade de restituição, É contrato oneroso, impondo obrigações a ambas as partes, e comuta-
antes do prazo convencionado, do objeto da antecipação e reutilização tivo, havendo correlação entre prestação e contraprestação de ambas as
reiterada da disponibilidade até o limite contratado. A questão da propor- partes. Pode apresentar-se como contrato de duração ou instantâneo,
cionalidade era vista como mera regra técnica e não como característica dependente da modalidade em que se apresente, se simples ou em conta-
jurídica do contrato. corrente.
No recebimento antecipado o valor a cobrar é: A operação de desconto dá ao banco o direito de regresso, ou seja, no
vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a
VA + tu/D onde (tu) é tempo de utilização e representa fração de D, responsabilidade do pagamento, incluindo multa e/ou juros de mora pelo
porque em D já se encontra a taxa e o tempo. atraso.
E no recebimento no termo avençado, ou seja, no vencimento certo, Outros tipos de operações de desconto também são feitas sobre os
calcula-se invertendo a operação inicial: recibos de venda de cartões de crédito e os cheques pré-datados. Estas
duas alternativas são uma forma criativa de adiantamento de recursos para
VA + D = VG cobrando-se, portanto, o valor da garantia para sua as empresas comerciais. Os cheques pré-datados ficam em caução, como
liberação. garantia do empréstimo.
Outra obrigação do Banco é de custodiar o bem da garantia. Essa Contas Garantidas/Cheques Especiais
custódia pode ter maior ou menor significação dependendo de ser a
antecipação própria ou imprópria. Na própria resulta a responsabilidade em Abre-se uma conta de crédito (conta garantida) com um valor limite
ser não só pelo valor da coisa, como também pela sua integridade física, que normalmente é movimentada diretamente pelos cheques emitidos pelo
implicando em guarda e conservação. Significa nos títulos de crédito cliente, desde que não haja saldo disponível na conta corrente de movi-
administrar eventuais exercícios de direito, praticando até mesmo atos mentação. A medida que, nessa última, existam valores disponíveis, estes
especialíssimos e de muita complexidade, como, para dar-se rápida idéia, são transferidos de volta, para cobrir o saldo devedor da conta garantida.
no caso da custódia de ações de companhia com direito a voto, o
comparecimento em assembléia munido dos poderes especiais para tomar Para o cliente, o produto garante uma liquidez imediata para suas e-
decisões algumas vezes vitais para a sorte dos próprios papéis (aumento mergências. Para o banco, é um instrumento mercadológico forte, mas
de capital, venda de patrimônio etc.). Na custódia de mercadorias e de que, se mal administrado, pode representar uma perda significativa, tendo
títulos representativos de mercadorias se traduz na sua conservação, em vista seu impacto sobre a administração de reservas bancárias, já que
manutenção da atualidade, observação de expectativas de mercado com é necessário deixar recursos de suas reservas de livre movimentação em
relação ao melhor momento para comercialização, quando for o caso, stand by para atender à eventual demanda e, portanto, sem aplicação.
É a aplicação mais simples e tradicional, sendo uma das poucas, se- O segredo da popularidade da caderneta de poupança foi o fato de ela
não a única, em que se podem aplicar pequenas somas e ter liquidez, ter sido garantida pelo Governo pelo FGDLI, para valores até 5 mil (Res.
apesar da perda de rentabilidade para saques fora da data de aniversário 2.169 do BC, de 2/07 /95), por poupador e em cada instituição financeira.
da aplicação.
Pode-se ter quantas cadernetas quiser, escolhendo livremente a data
A caderneta de poupança é um produto exclusivo das SCI, das cartei- de aniversário. Anualmente, os bancos, em função da concorrência, vêm
ras imobiliárias dos bancos múltiplos, das associações de poupança e criando alternativas e facilidades para a poupança, que viabilizem um
empréstimo e das caixas econômicas. aumento da liquidez e da facilidade de movimentação das cadernetas
como por exemplo:
Os recursos das cadernetas de poupança devem ser aplicados de a-
cordo com regras preestabelecidas pelo Banco Central e que, conforme as depósitos e saques diretos pela conta comente;
variáveis econômicas do momento, podem ser alteradas. Após 23 /08/95 mesmo número e senha da conta comente;
foram distribuídas da maneira que se segue. aplicação e resgate pelo telefone;
programação do investimento por períodos de até um ano,
30% na Faixa Não-Habitacional: bastando informar datas de aplicação e resgate;
possibilidade de abertura de até 28 subcontas dentro de uma
15% era depósito compulsório no BC, recolhidos em espécie, única conta.
fazendo jus à remuneração diária com base na TR mais juros anuais de
6,17%. Em 14/07/93, pela Circular 2.339 do BC, para vigorar durante o perío-
do de recolhimento do IPMF, ou seja, 31/12 /94, foi criada uma nova moda-
O período de cálculo para efeito de compulsório compreende os dias lidade de caderneta de poupança para pessoas físicas, exclusivamente,
úteis de segunda a sexta-feira iniciando-se o período de recolhimento na com prazo mínimo de resgate de três meses, para efeito de absorção dos
segunda-feira da semana que se segue. rendimentos. Tais depósitos eram corrigjdos pela TR mais 0,5% ao mês,
igual à caderneta de poupança normal, além de uma remuneração adicio-
Os recursos remanescentes em disponibilidades financeiras e nal de 0,25%, desde que os depósitos tivessem permanecido inalterados,
operações de faixa livre. sem saques, pelo prazo mínimo de 90 dias. Assim, o BC compensou a
alíquota de 0,25% do IPMF incidente sobre as operações financeiras na
70% na Faixa Habitacional: ponta do débito. Os depósitos da nova caderneta só poderiam ser feitos na
data de aniversário trimestral da conta. Qualquer aplicação fora do venci-
80% (no mínimo) do percentual acima em operações no âmbito do mento implicava a abertura de uma nova conta, fato que evidentemente
SFH. tirava flexibilidade dessa nova caderneta, com relação à tradicional, que
o restante em operações a taxas de mercado. permite várias datas de aniversário dentro de uma mesma conta.
Nos imóveis comerciais, o período corresponde ao dobro do prazo de Controvertem os autores acerca da natureza jurídica do depósito ban-
poupança. Nestes períodos o interessado deve poupar cerca de metade do cário, alinhando, pelo menos, três teorias: a do depósito irregular, do mútuo
valor do imóvel que pretende comprar para ter direito a uma carta de e a do contrato inominado original ou sui generis.
crédito com o financiamento do valor restante.
De depósito irregular não se trata, porquanto nele o elemento essenci-
Os poupadores podem comprar imóveis residenciais ou comerciais no- al é a guarda da coisa fungível (CC, art. 1.280), e no bancário, o propósito
vos ou usados, ou terrenos. Os créditos poderão ser utilizados para ampli- do depositante não é tanto a custódia do dinheiro, mas o de estabelecer
ação, reforma ou construção do imóvel. uma relação creditícia com o banco, donde haver interesse deste, na
qualidade de depositário.
Nos contratos entre bancos e poupadores é que são fixados os valores
dos depósitos de poupança, a forma de sua correção e sua periodicidade E a diferenciação com o mútuo se estabelece porquanto nele o estabe-
(mensal, trimestral, semestral etc...), o mesmo acontecendo com as lecimento de prazo em favor do mutuário é essencial e, no depósito bancá-
condições de financiamento. rio, o depositante pode sacar total e imediatamente (salvo nas modalidades
pré-aviso e a prazo fixo), "sendo o uso, que do dinheiro depositado pode
Não está sujeita ao encaixe obrigatório (compulsório) Caderneta de fazer o banco puramente conexo à transferência de propriedade do próprio
Poupança Rural - Caderneta Verde dinheiro". Ademais, no mútuo o interesse é do mutuário e, no depósito
bancário, do depositante.
É idêntica à caderneta de poupança livre. A única diferença entre as
duas é que os recursos por ela captados são basicamente direcionados Entretanto, como veremos adiante, essa controvérsia acerca da natu-
para o financiamento de operações rurais, e não para o crédito imobiliário. reza jurídica do depósito pecuniário é puramente acadêmica. Esta contro-
vérsia nada apresenta de interesse prático: os usos bancários precisaram o
Só estão autorizados a captar recursos através dela o BB, o BNB e o conteúdo do contrato e não é útil prosseguir no debate. Ademais, pode
BASA. frisar-se que a análise do contrato em um depósito se aproxima da psicolo-
gia das partes e do espírito do serviço de caixa: o cliente se desonera da
DEPÓSITOS A VISTA E A PRAZO guarda dos fundos e o banco sustenta a caixa do cliente".
O contrato de depósito bancário tem como características essenciais O depósito de movimento é o que permite um fluxo contínuo de in-
ser real e unilateral. Real, porque só se aperfeiçoa com a efetiva entrega gressos e retiradas, pelo que se diz que o cliente movimenta a conta, daí o
do dinheiro ou seu equivalente ao banco. seu nome. As retiradas são feitas por ordem de pagamento ou cheques.
“Tal entrega é o elemento constitutivo do negócio, iniciando-se com ela III - Quanto à titularidade - Levando-se em consideração a pessoa do
os efeitos próprios do contrato, a transferência de propriedade do dinheiro titular, o depósito pode ser: individual e conjunto. Depósito conjunto é
do depositante ao banco e a obrigação deste último à restituição. aquele constituído a benefício de várias pessoas, podendo ser simples e
solidário.
Feita, portanto, a hipótese de que o cliente se empenhe a depositar
uma certa soma e o banco a recebe-la, ter-se-á um pactum de contrahen- Simples é aquele em que o beneficiário pode retirar sozinho apenas o
do, não um contrato de depósito, com a conseqüência de que enquanto correspondente à sua quota, sendo que o total do depósito só pode ser
não tenha lugar a numeratio pecuniae o fisco da perda do dinheiro rema- levantado por todos os titulares. Mais usual, porém, é o depósito conjunto
nesce a cargo do depositante." solidário, em que cada titular pode, sozinho, fazer retiradas, tendo o direito
de exigir do banco a importância total, e esse, a entregando, se libera em
É unilateral, porquanto gera obrigações apenas da parte do relação a todos.
depositário.
"Foi dito que o depósito bancário é um contrato unilateral, porque à o- Interessante examinar alguns efeitos jurídicos do depósito conjunto so-
brigação do banco de restituir o dinheiro depositado, não se contrapõe lidário: "Essa forma de co-titularidade é naturalmente preferida àquela
qualquer obrigação a cargo do depositante." simples, porque confere a cada titular um direito que não é limitado em seu
exercício pelo igual direito dos outros, e que sobrevive à morte ou à super-
Nem se veja nos cuidados a que se obriga o depositante na matização veniente incapacidade de agir de um dos cobeneficiários. Qualquer que
dos saques uma bilateralidade do contrato, porquanto essa obrigação não seja a natureza da obrigação solidária ativa, é certo que a morte de um dos
decorre do contrato de depósito, mas do direito aos levantamentos, co-credores não faz desaparecer a solidariedade (do lado ativo) em relação
aos co-credores supérstites como dos herdeiros, tomados unitariamente.
Como característica acessória, diz-se que o contrato de depósito ban- De fato, apenas quando os herdeiros ajam singularmente, o crédito solidá-
cário é oneroso ou gratuito, conforme haja, ou não, pagamento de juros e rio se divide em partes iguais entre esses herdeiros.
outros benefícios para o depositante (para o depositário, a vantagem é
sempre existente e consiste na aplicação que o banco faz do dinheiro, No caso de penhora de parte do credor de um dos titulares de um
embora haja quem entenda que "derivando ela da massa de operações depósito conjunto desta natureza, a medida atinge não a inteira soma do
que o banco executa, ela se realiza fora da estrutura do simples contrato e depósito, mas apenas a quota atribuível a seu devedor, porque a
não há assim, influência para determinar a onerosidade"). solidariedade do lado ativo, que vem a se constituir entre os vários
beneficiários do depósito, não dá lugar a um único crédito, de que sejam
Modalidades contemporaneamente titulares os mesmos beneficiários, mas a uma série
de relações obrigatórias claramente distintas. Ora, o credor de um dos
Podemos classificar as várias modalidades de depósito bancário beneficiários, pela conexão que vem a estabelecer-se entre o seu direito e
conforme o objetivo "econômico", a forma e a titularidade. aquele dos outros beneficiários, não pode referir-se à facultas exigendi
atribuível a seu devedor, para pretender agredir junto ao banco o inteiro
I - Quanto ao objetivo, ou seja, o escopo econômico visado pelo importe da prestação devida a todos co-beneficiários solidários; mas pode
depositante, o depósito pode ser: a vista, a prazo e de poupança. atingir apenas a quota atribuível a seu devedor'.
Depósito a vista é aquele que fica a disposição do depositante para ser Formas Anômalas De Depósito Bancário
sacado a qualquer momento.
O que alguns autores denominam de depósitos vinculados ou especi-
Depósito a prazo é o suscetível de retirada só depois de decorrido um ais são, na realidade, como bem anotou Giacomo Molle, formas anômalas
certo termo prefixado no contrato (a prazo fixo) ou estabelecido posterior- de depósito bancário, porque não se reduzem aos elementos da conceitu-
mente pelo depositante em uma notificação ao banco (aviso prévio), que, ação desse contrato.
conforme o item 10 da Resolução 15, do Banco Central, de 28.01.1966, é
de 30 a 120 dias. Nas duas formas de depósito a prazo, o depositante tem Assim, "os chamados depósitos transitórios ou contas de passagem,
direito a juros, e a correção monetária no de prazo fixo, levando-se em formados por somas que o banco detém por conta do cliente em razão de
Tratando-se de obrigação pessoal, o direito de reclamar os haveres O "aval" é este compromisso que uma pessoa assume com a sua as-
em depósito deveria prescrever em vinte anos, conforme o art. 177 do CC. sinatura num titulo. A pessoa que assina é chamada de "avalista".
Entretanto, norma especial, qual seja a Lei 370, de 04.03.1937, e seu
regulamento,- Dec. 1.508, de 17.03.1937, prescreve que se consideram No caso de o devedor deixar de pagar a divida, os avalistas terão de
abandonados os valores em depósito quando a conta ficar sem movimento fazê-lo.
durante trinta anos, devendo ser recolhidos ao Tesouro Nacional.
Se num mesmo titulo houver vários avais sobrepostos, todos serão
A matéria relativa à prescrição dos depósitos bancários é destituída de considerados simultâneos, não havendo diferenciação em Importância ou
interesse prático, porquanto freqüentemente se praticam atos interruptivos, sucessão.
como a remessa periódica de extratos de conta, pagamento de juros etc.
Aval de Aval
CDB, RDB, OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMO
O aval dado a um avalista é chamado de "aval de aval".
O certificado de Depósito Bancário, o famoso CDB e o Recibo de De-
pósito Bancário, o RDB, são os mais antigos e utilizados títulos de capta- Garantia
ção de recursos pelos bancos comerciais, bancos de investimento, bancos
de desenvolvimento e bancos múltiplos que tenham uma destas carteiras, Nem sempre o banco aceita a garantia dada apenas pela Nota Pro-
sendo oficialmente conhecidos como depósitos a prazo. missória. Às vezes ele exige a hipoteca de imóveis, a entrega de bens em
caução ou penhor ou, ainda, a entrega de valor em semovente (gado ou
Os recursos captados através desses instrumentos são repassados outro animal) ao banco. Explicaremos logo a seguir os diversos tipos de
aos clientes na forma de empréstimos. garantia, antecipando, porém, que a Nota Promissória é conhecida como
"garantia pessoal" e as demais como "garantia real".
O prazo mínimo é de 30 dias para os títulos prefixados, que embutem
uma expectativa inflacionária na taxa nominal, já que o ganho real (nominal Hipoteca
- inflação) só será conhecido no dia do resgate.
Na hipoteca, o proprietário, transfere para o banco o direito sobre o
Para os títulos pós fixados em TR o prazo mínimo é de 4 meses data a imóvel (casa, terreno, apartamento) enquanto não liquidar a sua divida. Se
data. após o prazo convencionado, o devedor não saldar o seu débito, perderá
definitivamente os direitos sobre o imóvel hipotecado.
CDB é transferível (resgatado, a critério da instituição financeira, antes
do vencimento) por endosso nominativo (endosso em preto), desde que Até é liquidação ou execução da divida o devedor tem direito ao
respeitados os prazos mínimos. O endossante responde pela existência do usufruto dó Imóvel, podendo habita-lo ou aluga-lo.
crédito mas, não pelo seu pagamento.
A hipoteca para ter validade, deve ser feita através de contrato por es-
critura pública. O próprio banco, normalmente, se encarrega de verificar a
O imóvel dado como garantia de um empréstimo não precisa ser ne- Conteúdo Obrigacional
cessariamente propriedade do devedor. Qualquer pessoa pode hipotecar o
seu imóvel em favor de um terceiro. Neste caso o legitimo dono permanece O mandato se perfaz com o endosso por parte do mandante e a acei-
com o direito de posse, sendo-lhe vedado apenas fazer a sua alienação. tação pelo mandatário. Não havendo proibição de novo endosso, o substa-
belecimento de poderes iguais ou mais limitados é tacitamente consentido,
O mesmo imóvel pode ser hipotecado várias vezes. No caso de exe- não podendo gerar prejuízos a terceiros de boa-fé. Entre mandante e
cução de uma divida por diversos credores, terá preferência aquele que mandatário, todavia, vale a redação do art. 146 do C. Com. Pelos atos do
primeiro recebeu o imóvel em garantia. mandatário contidos dentro do mandato responde o mandante, sendo,
pelos que excederem, responsabilizado o próprio autor, como se se tratas-
Nos financiamentos do Sistema Financeiro Habitacional, a hipoteca é se de gestão de negócios, bem como por aqueles nos quais atue em nome
feita sobre o próprio imóvel financiado. próprio, ainda que por conta do mandante. O mandatário tem direito de
retenção sobre bens objeto do mandato, por divida do mandante perante si
decorrente dessa operação.
OPERAÇÕES ACESSÓRIAS
O mandatário se obriga a exercer o mandato com zelo e proficiência,
ORDENS DE PAGAMENTO, COBRANÇA, GARANTIAS BANCÁRIAS, respondendo por todo e qualquer dano que possa causar e que decorra de
RECOLHIMENTO E ENTREGA DE NUMERÁRIO A DOMICÍLIO, prestação de serviço negligente, inábil e incompetente. O mandante assu-
CARTÕES MAGNÉTICOS E DE CRÉDITO me a obrigação de prover as despesas decorrentes do encargo a que foi
incumbido o mandatário e a ressarcir os gastos por este suportados na
execução das tarefas encomendadas.
COBRANÇA
Extinção
Conceito
A cobrança se extingue pelo cumprimento do mandato, por comum
A cobrança de títulos e documentos é serviço que os Bancos normal- acordo, mediante distrato, por revogação do mandato, por denúncia do
mente colocam à disposição de seus clientes. Operando com títulos cam- mandatário ou por morte de qualquer das partes, a partir do conhecimento
biários e cambiariformes, como instrumento formal de seus negócios do fato, salvo morte do mandante, em que já tenha o mandatário iniciado o
financeiros, as instituições bancárias necessitam manter serviço próprio de cumprimento do mandato, em negócio que não admita interrupção sob
cobrança, montando, para isso, carteira especializada e pessoal treinado pena de prejuízo aos sucessores.
para o desempenho desse mister. Unindo, portanto, a necessidade de
defender os próprios créditos, à exigência de maximizar o desempenho da CARTÕES DE CRÉDITO
equipe técnica, combatendo possível ociosidade, abrem as portas à pres-
tação de serviços a terceiros, angariando clientes, reforçando a captação e Conceito
diminuindo o custo do dinheiro.
Este nome exprime várias realidades jurídicas. Em sentido amplo pode
O contrato de cobrança é negocio jurídico de outorga de poder, que significar: 1. cartão de credenciamento para acesso: a) à conta-corrente; b)
tem fim específico e conteúdo limitado. a crédito previamente aberto junto ao próprio emissor ou a terceiro; e 2.
cartão de garantia de cheque.
Natureza jurídica
Como nosso objeto de estudo é o cartão de crédito bancário, interes-
A natureza jurídica da cobrança é a do mandato sem representação. O sa-nos aprofundar o conhecimento relativo ao instituto que consiste funda-
cobrador age como mero intermediário, alguém autorizado à prática de mentalmente na hipótese 1, b, 2.a parte, isto é, cartão de credenciamento
atos de preservação de direito e de quitação, sub-rogação, cessão ou outro para acesso a crédito previamente aberto junto a terceiros, que envolve
de conteúdo equivalente. O titular do crédito por ele não se faz presente. relações pelo mínimo trilaterais. Este tipo em sua evolução terminou por
incorporar o referido em 1, a, cartão de credenciamento para acesso à
Se a cobrança contratada for de títulos de crédito cambiários ou conta-corrente (cartão saque) e o 2, cartão de garantia de cheque.
cambiariformes o mandato é outorgado pela formalização de endosso-
mandato, sendo possível a sub-rogação do mandatário, pelo substa- Em sentido estrito cartão de crédito é o objeto material, normalmente
belecimento através de outro endosso, caso não haja proibição expressa. um retângulo de plástico, que identifica o acreditado em qualquer das
Nestes casos, o chamado borderô de cobrança atua apenas como relação hipóteses dos sistemas acima indicados.
dos títulos entregues ao e recebidos pelo cobrador.
Importa-nos, portanto, é mergulhar na direção do institucional, do ne-
Se, como sói acontecer no sistema bancário brasileiro, o endosso para gócio jurídico complexo, formado por vários contratos. Assim visto, o cartão
fins de cobrança ocorrer sob a forma de endosso-pleno, teremos que a de crédito é um sistema operacional de credenciamento dirigido ao consu-
outorga do mandato deu-se extracambiária ou extracambiariformemente. E mo, que reúne clientes do emitente, constituídos por comerciantes e con-
então ou está no borderô o contrato ou este é tácito, funcionando o endos- sumidores. Visa manter uma clientela cativa, fortalecendo o conglomerado
so-pleno como endosso-fidúcia. Esta modalidade, se por um lado, facilita a financeiro ao qual é filiado, oferecendo em troca qualificado serviço de
negociação bancada (a cobrança pode converter-se em desconto ou segurança e desregulamentação do crédito.
antecipação ou caução etc.), por outro, expõe o endossatário a ser deman-
dado em nome próprio como se fosse o titular do direito creditório, não Natureza Jurídica
podendo escapar às exceções que lhe forem próprias.
Não haveremos de misturar os tipos de cartões de crédito. Todos eles
É contrato oneroso, sendo cobrada comissão pelo serviço. Via-de- são, como coisa material, cartão de credenciamento e especialmente o
regra é unilateral por estabelecer obrigações somente para uma das par- acreditivo (credit cards), embora com características para não ser, tornou-
tes, todavia, pode tornar-se bilateral imperfeito, especialmente se mal se, porque o sistema tem sido omisso, título de legitimação erroneamente.
sucedido, tendo gerado despesas. Além disso, é consensual, só sua eficá- Todos eles identificam o usuário e o apresentam como digno de crédito. Os
cia é que depende da entrega da coisa, instantâneo e típico, constituindo cartões, como coisa física, não passam disso, produzindo o mesmo efeito.
O mais importante dos cartões de crédito, único a justificar estudo es- Conteúdo Obrigacional
pecífico, e que constitui um instituto jurídico, é o cartão acreditivo que
forma um sistema que em bases mínimas já nasce pela criação de rela- O emissor do cartão obriga-se perante o estabelecimento conveniado
ções trilaterais. Se outra parte ou outras às três originais se juntar, esta(s) a fornecer-lhe o material de expediente apropriado e a pagar-lhe as faturas
excepcionará(ão) o negócio jurídico especifico do sistema de credit cards, que lhe sejam apresentadas nas condições e prazos previstos contratual-
será(ão) aderente(s) ao complexo, realizará(ão) negócio suplementar ou mente, resguardando-o das fraudes ou irregularidades que não possa
negócio autônomo aderente. razoavelmente constatar. E obriga-se perante o usuário a garantir-lhe o
funcionamento do sistema para uso do qual cobra a prestação de serviços
No Brasil não se faz distinção entre cartão de crédito e cartão de e a garantir-lhe a segurança operacional uma vez avisado do roubo ou
débito ou pagamento, porque ambos convivem em nosso sistema sob a extravio do cartão.
denominação correta de cartão de crédito. Entre nós são na realidade O estabelecimento conveniado obriga-se para com o emissor a vender
cartões mistos, tendo em vista que em alguns países, como v. g. a França, para o usuário pelo mesmo preço praticado nas vendas à vista; a observar
essas modalidades não convivem, sendo chamamos impropriamente, o limite de crédito do usuário e só ultrapassa-lo quando especialmente
cartão de débito ou de pagamento àquele que deve ser pago integralmente autorizado pelo emitente, pagando-lhe por ocasião da liquidação das
quando da apresentação da fatura e de crédito o outro cujo pagamento faturas a comissão devida por sua participação no sistema. Obriga-se
pode ser parcelado. A impropriedade reside no fato de confundirem o ainda - coisa que na prática não vem sendo cumprida sem risco algum - a
débito que diz respeito à fatura, constituindo seu conteúdo, com o cartão identificar o portador do cartão, controlando seu prazo de validade e inexis-
que só tem como finalidade propiciar crédito, pois o usuário ao usá-lo tência de restrições pelo exame e cotejo com as listas que lhe são envia-
compra bem ou serviço com pagamento diferido. das pelo emissor.
Acima ficou dito que o verdadeiro cartão de crédito nasce em bases O usuário obriga-se perante o emissor a assinar as faturas de suas
mínimas trilateral, porque sem as três partes não se tem o acreditivo. E se compras e a pagá-las quando lhe forem apresentadas na forma ajustada
admite suplementação é só de parte de cartões de crédito imperfeitos, os contratualmente e/ou fixada pela lei, bem como a ocorrer a liquidação dos
não bancários, que demandariam uma fonte de financiamento alheia para o encargos que lhe são devidos pela sua participação no sistema, avisando-
prolongamento do prazo de pagamento dos débitos, isto é, para seu parce- lhe de eventual roubo, perda ou extravio do cartão, respondendo pelo
lamento. Nessa hipótese o emissor é entidade não pertencente ao sistema eventual uso indevido que até essa data possa ter havido. Obriga-se da
financeiro que toma junto a Banco empréstimo em nome de seu cliente, mesma forma pela liquidação das faturas de responsabilidade dos cartões
repassando-lhe os encargos financeiros. Porém, o negócio permanece adicionais que tiver solicitado.
circunscrito entre ambos e estranho ao negócio jurídico complexo do cartão
de crédito. De qualquer sorte a responsabilidade pelo pagamento da fatura Responsabilidade Civil
perante o vendedor do bem ou do serviço é o estabelecimento emissor, tal
qual ocorre entre os cartões perfeitos, bancários. A questão da responsabilidade civil com relação ao furto, perda ou ex-
travio do cartão tem sofrido notável evolução. Em seus primórdios, a res-
O sistema operacional do cartão de crédito é composto por um conjun- ponsabilidade pesava exclusivamente sobre o usuário até que sua comuni-
to de três negócios jurídicos que regem e disciplinam as relações distintas cação fosse incluída nas listas negras e estas chegassem a seu destino,
entre as três partes envolvidas, formando os lados de um triângulo. aos estabelecimentos conveniados. Porém, a clara compreensão de que
diante do universo de usuários do sistema os casos da espécie são inex-
Diversas teses produziu a doutrina para explicar a natureza jurídica pressivos, não tendo significação econômica, os estudiosos do problema
dessas relações. Apontaram para a assunção de dívida, a cessão de passaram a entender que era um risco imanente ao próprio negócio que
crédito, a sub-rogação, a estipulação em favor de terceiro, o mandato, meio bem poderia ser administrado pelo emissor, ou absorvendo o prejuízo ou
de pagamento, ordem de pagamento, título de crédito e muitas outras. contratando seguro. A prática mostrou também que na maioria dos casos o
Entretanto, vê-se que qualquer dessas teses olha apenas para um dos mau uso não teria acontecido se o estabelecimento conveniado não tivesse
lados do triângulo, enxergando somente uma única relação. É preciso que agido com negligência. Acresça-se a isso o fato de não se saber se o
A palavra cartório foi cunhada em Portugal para designar o local de Inteligência: embora não tenha ainda atingido o nível de inteligência
trabalho do notário ou tabelião. No Brasil, a palavra passou a designar uma artificial, desenvolveu-se sob a forma de softwares cada vez mais intuitivos
gama maior de competências, incluindo o registro civil de pessoas físicas e e interativos, que contam com assistentes para guiar o usuário na
jurídicas, o registro de imóveis, o registro de títulos e documentos, realização de tarefas.
o tabelionato de notas, os ofícios de protesto de títulos e também os cartó- Cabe aos funcionários de um escritório utilizar seus equipamentos e a
rios judiciais onde tramitam os processos de fóruns de qualquer natureza. boa conservação dos mesmos.
PROVA SIMULADA
NOÇÕES DE USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE
ESCRITÓRIO. 01. Os princípios arquivísticos adquirem universalização a partir do seu
emprego e referência. No entendimento de alguns autores como
Um escritório costuma ser a divisão das empresas dedicada à escrita e Shellenberg, Paes e Bellotto, agregar documentos por fundos, isto é,
papéis onde as pessoas se compenetram para colocação do correio em reunir todos os títulos (documentos) provenientes de um corpo, de um
ordem, das obrigações fiscais, mas também pode ser em uma casa o local estabelecimento, de uma família ou de um indivíduo, e dispor segun-
utilizado para efeitos recreativos e de escrita. Um papel associativo é o do uma determinada ordem os diferentes fundos é da essência do
local de arquivo dos papéis. princípio da:
a) Proveniência;
É composto por mesa de escrita, cadeira de escritório — ambas as pe- b) Territorialidade;
ças adequadas ergonomicamente à atividade exigida de escrita. Também c) Naturalidade;
se encontra uma estante de livros, para a consulta como para arquivo de d) Temporalidade;
papéis e pastas. e) Informalidade.
Em algumas casas, onde o escritório é espaçoso, também costuma e-
02. Receber o documento, ler o documento identificando o assunto
xistir um sofá dedicado à leitura descontraída. Em algumas empresas,
principal e o(s) assunto(s) secundário(s) de acordo com o seu conte-
formas de divisão evitam os barulhos externos.
údo, localizar o código, utilizando o índice, quando necessário, anotar
Automação de escritório o código na primeira folha do documento e preencher a(s) folha(s) de
referência para os assuntos secundários são rotinas correspondentes
Automação de escritório é um conceito que envolve o uso de às operações de:
equipamentos de informática e softwarespara criar, coletar, armazenar, a) prescrição;
manipular e retransmitir digitalmente informações necessárias para a b) notação;
realização de tarefas e cumprimento de objetivos em um escritório (local de c) avaliação;
trabalho). Armazenamento de dados brutos, transferências eletrônicas e d) classificação;
gerenciamento eletrônico de informações de negócios consistem nas e) restauração.
atividades básicas de um sistema de automação de escritório. A
automação de escritório ajuda a otimizar e automatizar procedimentos 03. Muitas instituições produzem e acumulam documentos de maneira
administrativos existentes. indiscriminada, ou seja, sem critérios técnicos ou científicos, incor-
A espinha dorsal da automação de escritório é a LAN, a qual permite rendo em problemas de difícil solução para os arquivistas. Assim, ga-
que os usuários transmitam dados, correspondência e até voz através da rantir condições de conservação da documentação de valor perma-
nente; aumentar o índice de recuperação da informação; conquistar