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SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICA (SEA) e

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
APRENDIZAGEM INICIAL DA LÍNGUA ESCRITA

ALFABETIZAÇÃO LETRAMENTO

aquisição de uma
tecnologia: Desenvolvimento de
o sistema alfabético e habilidades de uso da
ortográfico tecnologia da escrita

2
AQUISIÇÃO DA ESCRITA
 

Para aprender a ler e escrever, o indivíduo necessita


entender a relação estabelecida entre a Fala e a Escrita
e conhecer o sistema de regras da escrita
INICIO DA ALFABETIZAÇÃO

DESCOBERTA DO PRINCIPIO ALFABÉTICO

RELAÇÃO FONEMA (sons) GRAFEMAS (letras)


Alguns princípios do Sistema de Escrita
Alfabética (SEA)
POR QUE O ALFABETO É UM SISTEMA
NOTACIONAL E NÃO UM CÓDIGO?
João e Maria eram colegas numa mesma turma do 3º
ano do ensino fundamental e já estavam bem
alfabetizados, lendo e produzindo pequenos textos com
autonomia. Num certo dia de aula, tendo terminado uma
tarefa mais cedo, Maria bolou um código, ela e João
brincaram de escrever mensagens secretas, que só eles
conseguiriam ler, porque só eles sabiam o valor de cada
símbolo do código. (Unidade 03, Ano 01, p. 7 e 8)
A COMPREENSÃO DO SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICA E A
CONSOLIDAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO.
(Unidade3, 2º Ano)

A escrita alfabética não é um código que simplesmente


transpõe graficamente as unidades sonoras mínimas da
fala (os fonemas), mas, sim, um sistema de
representação escrita (notação) dos segmentos
sonoros da fala (FERREIRO, 1995; MORAIS, 2005).
(p.6)
Para aprender a ler e a escrever é necessário que as
crianças compreendam o que a escrita alfabética
representa e de que maneira ela representa os
segmentos sonoros das palavras. Trata-se, portanto, de
uma (re)construção conceitual e não de uma
aprendizagem meramente perceptivo-motora. (p.7)

Partimos, portanto, do pressuposto de que as crianças


constroem ideias ou hipóteses sobre a escrita muito
antes de entrar na escola (FERREIRO; TEBEROSKY,
1985; FERREIRO, 1995). (p.7)
A criança precisa perceber que a escrita nota
os sons da fala e os nomes dos objetos. É
assim que o processo da construção do
conhecimentos acontece de acordo com a
psicogênese.
As letras têm formatos
Escreve-se com fixos e pequenas
letras, que não variações produzem
podem ser mudanças na
inventadas, que têm identidade das
um repertório finito e mesmas (p, q, b, d),
que são diferentes de embora uma letras
números e de outros assuma formatos
símbolos. variados (P, p, P, p).

A ordem das letras


no interior da palavra
não pode ser
mudada.
Nem todas as
Uma letra pode se repetir no letras podem
interior de uma palavra e em ocupar certas
diferentes palavras, ao mesmo posições no
tempo em que distintas interior das
palavras compartilham as palavras e nem
todas as letras
mesmas letras.
podem vir juntas
de quaisquer
outras.
As letras notam ou
substituem a pauta sonora As letras
das palavras que notam
pronunciamos e nunca levam segmentos
em conta as características sonoros
físicas ou funcionais dos menores que
referentes que substituem. as sílabas orais
que
pronunciamos.

As letras têm valores


sonoros fixos, apesar
de muitas terem mais
de um valor sonoro e
certos sons poderem
ser notados com mais
de uma letra.
Além de letras, na escrita
de palavras, usam-se,
também, algumas marcas
(acentos) que podem
modificar a tonicidade ou
o som das letras ou
sílabas onde aparecem.

As sílabas podem variar


quanto às combinações
entre consoantes e
vogais (CV, CCV, CVV,
CVC, V, VC, VCC,
CCVCC...), mas a
estrutura predominante
no português é a sílaba
CV (consoante – vogal), e
todas as sílabas do
português contêm, ao
menos, uma vogal.
Para a identificação do princípio alfabético a criança
deve reconhecer a relação SOM-LETRA e ser capaz de
analisar, refletir, sintetizar as unidades que compõem as
palavras faladas. (Tunmer, Pratt, Herreman, 1984)
As crianças de um modo geral recorrem à oralidade
para fazer várias hipóteses sobre a escrita, mas usam
também a escrita dinamicamente para construir uma
análise da própria fala. (Abaurre, 1988 p. 140)

A aquisição da escrita exige que o indivíduo reflita


sobre a fala, estabeleça relações entre os sons da fala
e sua representação na forma gráfica entrando em jogo
a CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Formulação de hipótese sobre a
escrita

ALFABETIZAÇÃO Reflexão sobre a relação entre a


fala e a escrita

Uso da consciência fonológica


CONSCIÊNCIA METALÍNGUISTICA

é a capacidade do ser humano de pensar sobre a


linguagem de forma consciente, expressando seu
pensamento através da própria linguagem. Dentre os
componentes da consciência metalingüística encontra-
se a consciência fonológica, ou seja, a consciência com
relação aos sons que ouvimos e falamos.
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
.
O que é consciência fonológica?
 Conjunto de habilidades que nos permitem
refletir sobre as partes sonoras das
palavras.

 Além de usar as palavras para nos


comunicar, podemos assumir diante delas
uma atitude metacognitiva, refletindo sobre
sua dimensão sonora.
Denomina-se consciência fonológica a
consciência das características formais da
linguagem. Esta habilidade compreende dois
níveis:

1.  A consciência de que a língua falada pode ser


segmentada em unidades distintas, ou seja, a
frase pode ser segmentada em palavras; as
palavras, em sílabas e as sílabas, em fonemas.

2.  A consciência de que essas mesmas unidades


repetem-se em diferentes palavras faladas.
As sub-habilidades da consciência fonológica são:

CONSCIÊNCI
RIMAS A DE PALAVRAS

ALITERAÇÕES

NCI A FON ÊMI CA:


CONSCIÊ

CONSCIÊ
NCIA SIL
ÁBI CA:
A consciência e a manipulação dos sons das palavras
supõem a aquisição de diferentes níveis de consciência
fonológica. Tais níveis estão relacionados às diferentes
maneiras através das quais as palavras e sílabas
podem ser divididas em unidades sonoras menores
Algumas questões em torno da consciência fonológica

• A consciência fonêmica pauta-se num tipo de


reflexão metalinguística que implica na
operação consciente sobre os segmentos
sonoros menores que as sílabas, ou seja,
sobre os fonemas, a partir de seu isolamento
(MORAIS, s/d).
• A consciência fonológica tem uma
abrangência maior que a fonêmica, uma vez
que, além de operar sobre os segmentos
fonêmicos, permite operar sobre sílabas,
rimas e unidades intra-silábicas.
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA: NÍVEIS

Significado X
LÉXICA som da palavra

inicial
Consciência
SILÁBICA final-rima
fonológica
segmentação

FONÊMICA Correspondências
fonemas - grafemas

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Níveis de Consciência Fonológica

Rimas e aliterações
Fonemas
Sílabas
Café-Boné

Prato -Preta Vida-Vento


Faca-Fada

PALAVRA
RIMAS: as rimas são os sons finais semelhantes. Representa
a correspondência fonêmica entre duas palavras a partir da
vogal da sílaba tônica.

ALITERAÇÕES: representa a repetição da mesma sílaba


ou fonema na posição inicial das palavras. Os trava-línguas
são um bom exemplo de utilização da aliteração, pois
repetem, no decorrer da frase, várias vezes o mesmo fonema.
CONSCIÊNCIA SILÁBICA: consiste na capacidade de
segmentar a palavras em sílabas.

CONSCIÊNCIA FONÊMICA: é a capacidade de


identificar, utilizar, pensar e brincar com os sons das palavras.
É no processo de aquisição da escrita que esse tipo específico
de habilidade passa a se desenvolver.
CONSCIÊNCIA DE PALAVRAS: também chamada de
consciência sintática, representa a capacidade de segmentar a
frase em palavras, bem como perceber a relação entre elas e
organizá-las numa seqüência que dê sentido. Esta habilidade
tem influência mais precisa na produção de textos e não no
processo inicial de aquisição de escrita. Ela permite focalizar
as palavras enquanto categorias gramaticais e sua posição na
frase.
Para avançar em suas hipóteses a criança “[…] precisa
ser desafiada, convidada a refletir sobre as palavras,
observando, no interior das mesmas, as partes orais e
escritas”. (MORAIS; LEITE, 2012, p. 17)

“[...] a capacidade de refletir sobre partes sonoras das


palavras é uma condição necessária para a criança
avançar em direção a uma hipótese alfabética
[...]”(MORAIS, LEITE, 2012, p. 24)
Exemplos de Atividades Pedagógicas
CONSCIÊNCIA DA SÍLABA: contar o número de sílabas; dizer qual é a
sílaba inicial, medial ou final de uma determinada palavra; subtrair uma
sílaba das palavras, formando novos vocábulos.
CONSCIÊNCIA DE PALAVRA: contar o número de palavras numa
frase, referindo- verbalmente ou batendo uma palma para cada palavra,
ordenar corretamente uma oração ouvi da com as palavras desordenadas
CONSCIÊNCIA FONÊMICA: dizer quais ou quantos fonemas formam
uma palavra; descobrir qual a palavra está sendo dita por outra pessoa
unindo os fonemas por ela emitidos; formar um novo vocábulo subtraindo
o fonema inicial da palavra.
Exemplos gerais:

Após a leitura de um texto, escolher uma palavra e escrevê-la na


lousa, fazendo um trabalho de consciência fonológica de som
inicial, media e/ou final.
Cartazes com figuras – separar as figuras que começam com a
mesma letra.
Dicionário ilustrado – pedir as crianças que procurem em casa,
figuras de coisas que comecem com determinada letra e colar na
página correspondente.
Bingo fonético – cartão com letras: o/a professor/a monta a
figura, as crianças pensam com que letra começa, marcam ou se
tiver uma letra na mão, levantam-na e mostram para a turma.
Adição ou subtração de sons

MANGA + BA = MANGABA
MANGABA – BA = MANGA.

Onde está a letra S nas palavras


SAPO – LÁPIS.

Falar de trás para frente:


JUCA – CAJU / SACA – CASA.

Nomes com a mesma letra inicial.


Alimentos que começam com a letra A = ARROZ, AÇUCAR.
Frutas que começam com a letra M = MAMÃO, MAÇÃ, MELÃO.
Le
itu
r
hi de a
st
CONHECIMENTO ór
CONSCIÊNCIA s ia
DAS LETRAS
FONOLÓGICA

escrito de
gêneros
LEITURA E

Material
vários
ESCRITA
LEITURA E DE
ESCRITA DE PALAVRAS
TEXTOS
ca
len
alfabeto dá
r io
COMPREENSÃO
s
lista E
VOCABULÁRIO

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ALFABETIZAÇÃO VOCABULÁRIO
E LETRAMENTO LEITURA

TEXTO COMPREENSÃO

FRASES
TEXTO FRASES

PALAVRAS
PALAVRAS

LEITURA
SÍLABAS FONEMAS
ESTRUTURA DA LÍNGUA
ESCRITA CONSCIÊNCIA
FONOLÓGICA E FONÊMICA
REFERÊNCIA

CAPOVILLA, Alexandra Gotuzo; CAPOVILLA, Fernando César.


Problemas de leitura e escrita: como identificar, prevenir e remediar
numa abordagem fônica. São Paulo: Memnon Edições 2000. .
SOARES, Magda. As muitas facetas da alfabetização. Caderno de
Pesquisa. São Paulo: 1985
_______._______. A reinvenção da alfabetização. Revista Presença
Pedagógica, 2003.11
_______._______. Letramento e alfabetização: muitas facetas.
Trabalho apresentado no GT Alfabetização, Leitura e Escrita, durante a
26.ª Reunião Anual da ANPED, 2003.

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