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Antes de mais, um pouco de história

A cidade de Tomar foi fundada, no século XII, pelos Templários, uma irmandade de monges-
guerreiros oriundos de França e da Borgonha, que pretendiam não só proteger os peregrinos que se
deslocavam a Jerusalém, mas também defender os estados cristãos da Terra Santa, entre os quais o
recém-criado reino de Portugal.

Em 1159, tendo ajudado D. Afonso Henriques nas conquistas de Santarém e de Lisboa aos mouros,
os Templários receberam do rei um vasto território no centro de Portugal. Foi aí que fundaram o
Castelo e a Vila de Tomar, sede da Ordem do Templo no nosso país.

Com vista a pôr fim ao seu poder, a Ordem foi mais tarde perseguida por Filipe IV de França e
extinta em 1311 pelo Papa Clemente V. O rei D. Dinis manteve, porém, os cavaleiros-monges em
Portugal sob um novo nome: a Ordem de Cristo. O Infante D. Henrique, grande impulsionador dos
Descobrimentos portugueses, foi o seu governador e regedor entre 1420 e 1460, tornando-se, em
termos práticos, o seu primeiro mestre laico.

O que visitar em Tomar


Tomar fica no centro de Portugal e visita-se facilmente a pé num dia.

Eis os principais locais a visitar na cidade:

NA COLINA DO CASTELO

Castelo de Tomar

Também conhecido como o Castelo dos Templários, é impossível não o ver no ponto mais alto da
cidade. Fundado em 1160 e inspirado nas fortificações da Terra Santa, era na época a fortificação
mais moderna e avançada do reino.

Convento de Cristo (Património Mundial)

Construído dentro das muralhas do castelo, entre os séculos XII e XVII, o Convento de Cristo é o
monumento mais conhecido de Tomar, tendo sido considerado Património Mundial pela
UNESCO em 1983. Inclui alguns dos marcos mais importantes da arquitetura portuguesa, como a
Charola (o oratório dos Templários), o claustro de D. João III e a famosa janela manuelina da Sala
do Capítulo.

Horário e preços no site oficial: www.conventocristo.gov.pt. Entrada gratuita aos domingos e


feriados até às 14h00 para todos os cidadãos residentes em território nacional.

Mata Nacional dos Sete Montes

A Mata Nacional dos Sete Montes, também designada como Cerca do Convento de Cristo, é o
principal parque de Tomar. Usada outrora pela Ordem de Cristo como área de cultivo e
recolhimento, faz a ligação entre o castelo e o centro histórico.

Gosta de desafios? Tente encontrar um retiro secreto no meio da vegetação frondosa,


nomeadamente uma torre que, devido à sua forma cilíndrica, é conhecida como a “Charolinha”.
Entrada livre.

NO CENTRO DE TOMAR

Praça da República

O centro de Tomar percorre-se facilmente a pé. Nesses passeios, poderá admirar exemplares de
arquitectura gótica e renascentista, magníficos edifícios dos séculos XVII e XVIII, assim como
belíssimos azulejos nas fachadas.

A Praça da República é a principal praça de Tomar e uma das mais bonitas de Portugal, aí
ficando situadas:

 Câmara Municipal (antigos Paços Reais de D. Manuel I).


 Estátua de Gualdim Pais, o mestre templário fundador de Tomar.
 Igreja de São João Baptista.

Igreja de São João Baptista

A Igreja Matriz de São João Baptista é um templo de estilo gótico tardio, construído por ordem de
D. Manuel I. Foi concluída no início do século XVI. Entrada livre.

Corredoura (Rua Serpa Pinto)

O caminho que outrora os cavaleiros percorriam para chegar ao castelo é hoje a principal rua
comercial do centro histórico de Tomar.

Sinagoga de Tomar

É a mais antiga de Portugal, albergando atualmente um museu. Não deixe de reparar nas quatro
colunas e nos cântaros embutidos nas paredes (sistema de acústica). Entrada livre.

Antiga Judiaria de Tomar

A Sinagoga encontra-se a meio do antigo bairro hebraico, constituído por ruas estreitas e floridas,
perfeitas para passeios à solta.

Convento de São Francisco

No interior deste convento, fundado por frades franciscanos no século XVII, pode visitar-se o
seguinte:

 Igreja do Convento de São Francisco


 Museu dos Fósforos
 Oficina de Olaria e Azulejaria

Igreja do Convento de São Francisco

Destaque para a primeira capela ao lado do Evangelho onde sobressai a imagem de Santa Iria,
padroeira da cidade de Tomar. Entrada livre.
Museu dos Fósforos

Localizado no Convento de São Francisco, é para nós o museu mais original de Tomar, aí se
conservando mais de 60 mil caixas de fósforos, representando cerca de 127 países. Entrada livre.

Oficina de Olaria e Azulejaria

Situada igualmente no Convento de S. Francisco, mesmo em frente ao Museu dos Fósforos, neste
espaço é possível não só comprar peças de olaria, mas também vê-las a ser trabalhadas ao vivo.
Entrada livre.

Igreja de Santa Maria do Olival

Igreja gótica do séc. XIII, foi não só o Panteão dos Templários, aí se encontrando o túmulo de
Gualdim Pais, mas também a matriz de todas as igrejas dos Descobrimentos. Entrada livre.

Ponte Velha (Ponte D. Manuel I)

Construída sobre o rio Nabão, é um dos símbolos da cidade de Tomar.

Levada de Tomar

Perto da Ponte Velha, encontra-se a Levada de Tomar onde podemos ver não só os edifícios dos
lagares e moinhos que trabalhavam com a força do Rio Nabão desde o tempo dos Templários, mas
também a antiga Central Elétrica (facilmente identificável pela alta chaminé de tijolo),
recentemente transformada em museu. Aliás, toda a área tem vindo a ser recuperada
arquitetonicamente, com vista à criação do futuro Centro Cultural da Levada de Tomar.

Roda do Nabão

Esta roda de madeira, a única que restou das que costumavam aproveitar a força das águas do rio
Nabão para a rega, é hoje muito acarinhada pelos tomarenses. Situa-se na entrada do Parque do
Mouchão, no centro da cidade.

Aqueduto dos Pegões (a 3 km do centro de Tomar)

Construído no reinado de Filipe I para abastecer água ao Convento de Cristo, o Aqueduto dos
Pegões Altos tem cerca de 6 km de extensão e 30 metros de altura, estando classificado como
Monumento Nacional. Entrada livre.

Como se deslocar em Tomar


Tomar visita-se facilmente a pé e foi o que fizemos quer no centro histórico quer na colina do
castelo.

Já ao Aqueduto dos Pegões, fomos de carro. Também poderá ir de tuk tuk, a partir da Praça da
República.

O que fazer em Tomar


Na nossa opinião, estas são as atividades imperdíveis em Tomar:

 Visitar o Convento de Cristo, Património Mundial da UNESCO;


 Passear pela Mata dos Sete Montes;
 Calcorrear a antiga judiaria;
 Surpreender-se no Museu dos Fósforos;
 Provar a gastronomia típica da região (couves à D. Prior, lampreia, sável, bacalhau,
cabrito, dobrada, cabidelas, morcelas de arroz, coelho na abóbora e feijoada de caracóis);
 Deliciar-se com a doçaria local (como as “Fatias de Tomar” e os “Beija-me Depressa”,
estes últimos à venda na Pastelaria Estrela);
 Visitar a cidade no ano da Festa dos Tabuleiros (a próxima é em 2023);
 Subir ao Aqueduto dos Pegões.

O que visitar nos arredores de Tomar


Um dia é suficiente para visitar a cidade. Se tiver mais tempo disponível, poderá ir aos seguintes
locais, para nós os mais interessantes perto de Tomar:

 Praia Fluvial do Agroal (a 15 km);


 Museu Nacional Ferroviário (a 22 km);
 Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros (a 24 km);
 Castelo de Almourol (a 31 km);
 Aldeia de Dornes (a 31 km);
 Santuário de Fátima (a 36 km).

Restaurantes em Tomar
Ora veja os restaurantes que as pessoas da terra nos recomendaram:

 Insensato | Um café-livraria, aberto em plena pandemia por um grande amante de viagens e


livros, Gabriel Soeiro Mendes, e a sua esposa. Situado no centro histórico, destaca-se pelo
bom ambiente e pela oferta saudável e criativa, incluindo panquecas, tostas, sumos naturais,
bolos caseiros e outras refeições ligeiras;
 Casa Matreno | Esta taberna, convertida em restaurante, é um clássico de Tomar.
Especialidades: gastronomia regional, com destaque para as “burras” (bochechas de porco).
Localização: centro histórico;
 Restaurante/Cervejaria do Fernando | Pratos diários, bons e baratos. Localização: centro
histórico;
 A Lúria | Restaurante familiar situado a 10 km do centro de Tomar, exímio na cozinha
tradicional portuguesa.

Festa dos Tabuleiros e outros eventos em Tomar


 Festa dos Tabuleiros | É o principal evento de Tomar e realiza-se de 4 em 4 anos (a
próxima festa está agendada para julho de 2023). O ponto alto é o grande Cortejo dos
Tabuleiros, durante o qual as mulheres envergam bonitos trajes típicos e levam tabuleiros
gigantescos sobre a cabeça, ornamentados de pão, espigas e flores;
 Festival Bons Sons (Agosto) | Festival de música portuguesa, na aldeia de Cem Soldos;
 Festa Templária e cortejo templário noturno pelas ruas da cidade (Julho);
 Festival de Estátuas Vivas de Tomar (Setembro);
 Mercado com pequenos agricultores da região (5 de Outubro, na Praça da República).
 Percurso Histórico

 1. Igreja de São João Baptista
 Erguida paredes meias com a Corredoura (tradicional rua comercial), esta igreja, assente
sobre estruturas do século XII, foi reformulada no século XVI. A fachada, ao gosto gótico
flamejante, tem um portal dotado de alfiz. A torre octogonal manuelina, provida de relógio,
tem na base vestígios visigóticos (frontão funerário com dois animais afrontados, ladeando
uma flor de lis e um “cachorro” com forma de leão). No interior, destaque para a obra do
pintor quinhentista Gregório Lopes e parão tríptico flamengo do Batismo de Cristo.

 2. Sinagoga
 O mais antigo templo hebraico, construído de raiz e ainda intacto, em Portugal, encontra-se
a meio da antiga Judiaria Henriquina. Esta Sinagoga, encerrada por ocasião da expulsão dos
Judeus no reinado de D. Manuel I, teve, ao longo dos tempos, outras ocupações como prisão
e armazém. Atualmente, alberga o Museu Hebraico Abraão Zacuto. Dos elementos originais
conservam-se as quatro colunas e o sistema de acústica (cântaros embutidos nas paredes).

 3. Casa Memória Lopes Graça
 Lopes-Graça nasceu em Tomar, a 17 de Dezembro de 1906. No edifício que o viu nascer,
hoje Casa Memória, podemos ver objetos pessoais e a sua certidão de nascimento.
Partituras, peças musicais e outras obras testemunham a sua intensa atividade artística e
política.

 4. Complexo cultural da Levada (antigos Lagares d´El Rei e Moinhos da Ribeira da Vila)
 Esta zona envolvente do rio Nabão já é mencionada no primeiro Foral de Tomar de D.
Gualdim Pais (1162) como lugar onde se localizavam moinhos para moer cereais e lagares
para o azeite.

 5. Estaus
 O Infante D. Henrique, nomeado pelo pai, D. João I, para governador da Ordem de Cristo,
viveu em Tomar. Entre outras obras, mandou edificar os Estaus ou Paços da Ribeira,
albergues preparados para receber muitos dos que se deslocavam à vila a mando do Infante,
como os funcionários do reino e nobres.

 6. Casa dos Cubos
 No século XV, serviu de armazém para as rendas da Ordem de Cristo. Arrecadavam-se aí
cereais, legumes, vinho e azeite. Recentemente intervencionada, adquiriu uma estética
peculiar desenhada para a cultura, pela qual tem recebido prémios internacionais de
arquitetura.

 7. Igreja de Santa Maria do Olival
 Nesta igreja gótica do século XIII, construída sobre um mosteiro beneditino, mora a alma
templária desde os primórdios da nação. Foi Panteão de Cavaleiros, como o Mestre D.
Gualdim Pais, cuja lápide ainda hoje aqui permanece. Para além dos sinais templários,
sobressai a rosácea e a torre sineira, antiga torre de vigia romana - atalaia. Da reforma
quinhentista herdou as capelas laterais.

 8. Capela de Santa Iria
 Antigo recolhimento quatrocentista, o Convento de Santa Iria está edificado sobre um
mosteiro visigótico. Foi palco do martírio da padroeira da cidade, Santa Iria. A igreja,
reconstruída no século XVI, integra portal e janela renascentistas. “O Calvário”, retábulo
atribuído a João de Ruão, domina a Capela dos Valles.

 9. Ponte D. Manuel I ou Ponte Velha
 Localmente conhecida como “Ponte Velha”, é uma obra de arte que, tendo atravessado
vários séculos e sofrido diversas alterações, em particular no século XVI, preserva a linha
arquitetónica romana.

 10. Roda do Mouchão
 Evocativa da memória árabe, esta roda hidráulica é um ex-libris da cidade! Feita em
madeira, com pares de alcatruzes em barro, recorda tempos em que o seu girar abastecia de
água moinhos, lagares e o cultivo das margens do Nabão.

 11. Núcleo de Arte Contemporânea (NAC)
 Edifício do século XX que acolhe uma interessante coleção de obras de arte contemporânea
portuguesa doada pelo ilustre tomarense, Professor José-Augusto França, reflexo das boas
relações profissionais e de amizade que sempre manteve com a cidade. Deste núcleo faz
parte a galeria de exposições temporárias dos Paços do Concelho.

 12. Mata Nacional dos Sete Montes
 Em terras que já pertenciam aos Templários surge, com a Ordem de Cristo, esta Mata
murada, conhecida como Cerca do Convento, um espaço de recolhimento e cultivo,
abastecido, mais tarde, pelo sistema de rega filipino. Este pulmão da cidade é o local ideal
para um passeio e uma constante descoberta de espaços bucólicos como a Charolinha, um
templete de desenho clássico, num enquadramento ao gosto romântico.

 13. Castelo Templário
 Mandado construir pelo Mestre D. Gualdim Pais, em 1160, à imagem dos castelos do Médio
Oriente, com técnicas de defesa - como o Alambor adossado à grande muralha exterior –
que se revelaram eficazes em batalhas contra os mouros, em tempos do rei D. Afonso
Henriques. Estava dividido em três partes: a Almedina - o início da vila de Tomar; a Praça
de Armas e a Alcáçova, zona militar com a Torre de Menagem. As muralhas abraçavam
ainda a Charola, edifício religioso em rotunda, que foi mais tarde adaptado para cabeceira da
igreja manuelina. No século XIV, sofre grandes alterações com o desenvolvimento do
Convento de Cristo.

 14. Convento de Cristo [Património da Humanidade]
 Integrado no Castelo e construído a partir da Charola do século XII, o Convento deu abrigo
à Ordem de Cristo, a partir do século XIV. Este colossal edifício encerra memórias de
figuras incontornáveis da nossa História como seja o Infante D. Henrique, que mandou
construir dois claustros, para além da sua residência. Do tempo de D. Manuel I e de seu filho
D. João III, ficaram-nos a Igreja e os claustros quinhentistas. D. Filipe II, que se tornou rei
de Portugal nas Cortes de Tomar, mandou concluir o Claustro Principal e levou a cabo
outras imponentes obras como o Aqueduto dos Pegões.

 15. Ermida de Nossa Senhora da Conceição
 Situada na encosta do Convento de Cristo, com vista privilegiada sobre a cidade, esta ermida
é um soberbo exemplar da Renascença de João de Castilho.

 16. Capela de S. Gregório
 Primoroso templo quinhentista de planta octogonal, encimada por cúpula ao estilo
renascentista. A porta evidencia uma decoração com elementos manuelinos, lembrando a
decoração da Janela do Capítulo do Convento de Cristo.
Conteúdo deste Artigo [esconder]

 1 A saber antes de visitar Tomar


 2 Quando visitar Tomar?
 3 Onde fica e como chegar?
 4 Onde ficar a dormir em Tomar? Sugestões de alojamento
 5 O que ver e fazer num roteiro para visitar Tomar?
o 5.1 Imperdível em… Tomar!
o 5.2 Convento de Cristo
o 5.3 Castelo de Tomar
o 5.4 Mata Nacional dos Sete Montes
o 5.5 Convento de São Francisco
o 5.6 Sinagoga e Antiga Judiaria de Tomar
o 5.7 Praça da República
o 5.8 Corredoura
o 5.9 Rio Nabão e Roda do Parque do Mouchão de Tomar
o 5.10 Ponte Velha
o 5.11 Convento de Santa Iria
o 5.12 Levada de Tomar
o 5.13 Igreja de Santa Maria dos Olivais
o 5.14 Ermida de São Gregório
o 5.15 Pelourinho de Tomar
 6 Mapa dos Principais Pontos de Interesse a visitar em Tomar
 7 O que visitar nos arredores (perto) de Tomar?
o 7.1 Aqueduto dos Pegões Altos
o 7.2 Cem Soldos
o 7.3 Aldeia Templária de Dornes
o 7.4 Albufeira da Barragem de Castelo de Bode
o 7.5 Lago Azul
o 7.6 Praias Fluviais
o 7.7 Praia Fluvial do Agroal
o 7.8 Cascatas de Vila de Rei e Centro Geodésico de Portugal
o 7.9 Castelo Templário de Almourol
o 7.10 Rumo aos encanto do Médio Tejo
 8 Mapa dos Principais Pontos de Interesse a visitar nos Arredores de Tomar
 9 Restaurantes onde comer em Tomar?
 10 Outros artigos do Centro de Portugal

A saber antes de visitar Tomar


Janela Manuelina – o ex-libris do Convento de Cristo em Tomar – Roteiro para visitar Tomar

A arqueologia prova que Tomar teve ocupação humana desde a pré-história, e Tomar ocupa a
região das cidades romanas de Nabantia e Sellium. Na Reconquista Cristã, estas terras de feudo
foram doadas por D. Afonso Henriques à Ordem dos Templários. Em 1160, o Grão-Mestre
Templário Gualdim Pais funda a cidade de Tomar e inicia a construção do Castelo de Tomar e do
Convento de Cristo, que se tornariam o Quartel-General da ordem religiosa militar, defensora desta
terra de fronteira durante mais de cem anos.

Estátua do Infanto D. Henrique – Roteiro para visitar Tomar


Visitar Tomar está no topo da lista mundial dos que desejam revelar os segredos da mística Ordem
dos Cavaleiros Templários. Tomar guarda alguns dos maiores segredos da Ordem dos Templários.
A ordem militar existiu durante cerca de dois séculos, até que foi extinta por ordem papal. Acontece
que, em Portugal, a Ordem do Templo não foi bem extinta. Foi (engenhosamente) transformada em
Ordem de Cristo. Esta foi a maneira que D. Dinis encontrou de salvaguardar o poder, o
conhecimento e a riqueza que a ordem religiosa detinha em Portugal sem desobedecer ao papa.

Centro Histórico de Tomar visto do Castelo – Roteiro para visitar Tomar

Importa saber que visitar Tomar é entrar nos bastidores do apogeu de Portugal a seguir à sua
fundação. Esta foi a cidade onde o Infante D. Henrique delineou os Descobrimentos em mais duma
década de vida em Tomar como Administrador Geral da Ordem de Cristo. Foi ainda um
importantíssimo polo industrial nos setores do papel, fiação, cerâmica, metalurgia, eletricidade,
entre muitas outras.

Quando visitar Tomar?


A melhor altura do ano para visitar Tomar é… Sempre que a vontade surja. A cidade é muito
dinâmica. O ano inteiro. Detém um poder magnético que atrai artistas, músicos, pensadores e
criativos em maior número que outras cidades de Portugal (a par de seguidores do esoterismo e
misticismo). O resultado é uma vasta oferta de eventos musicais e de dança, de cinema e teatro,
exposições, poesia… Capaz de preencher uma agenda cultural invejável ao longo dos doze meses
do ano. Sol, céus azuis, dias longos, temperaturas amenas a quentes é de maio a setembro. Na mala
deve levar um agasalho quentinho se visitar Tomar no inverno. E um impermeável é sempre boa
ideia de outubro a abril.

No verão, Tomar ComVida a abrir os horizontes musicais com concertos gratuitos todas as sextas
e sábados. Um dos eventos musicais de maior destaque é o Festival Bons Sons, em agosto, que
acontece na pitoresca aldeia de Cem Soldos. Em maio, há cavaleiros a brandir espadas pelas ruas e
parques de Tomar na Festa Templária. Em setembro chegam as Estátuas Vivas para contar
estórias.

Festa dos Tabuleiros – Roteiro para visitar Tomar

E quem não ouviu falar da grandiosa Festa dos Tabuleiros de Tomar? A Festa dos Tabuleiros em
Tomar é um evento único nacional, uma tradição secular que põe toda a cidade em festa. Trajando a
rigor, centenas de raparigas nabantinas carregam os coloridos tabuleiros num cortejo que percorre
as ruas engaladas de flores de papel. Das janelas e varandas pendem colchas garridas e a vizinhança
aclama as cachopas com uma chuva de flores. Imperdível! Acontece de 4 em 4 anos e a próxima
está agendada para julho de 2023.

Onde fica e como chegar?


Tomar é uma cidade ribatejana, pertencente ao distrito de Santarém, e capital da surpreendente
região intermunicipal do Médio Tejo. Beneficia duma posição privilegiada bem no coração do
Centro de Portugal, estando pertíssimo de algumas das principais cidades de Portugal como
Leiria, Coimbra, Castelo Branco e Portalegre.

A forma mais rápida de chegar a Tomar é de carro. Fica entre Lisboa e o Porto, a menos de duas
horas de distância de ambas as cidades. Para quem visita Portugal e viaja de entre Lisboa e o Porto,
Tomar é uma parada perfeita que vale a pena considerar, mesmo a meio caminho.
De Lisboa, a viagem mais rápida é tomando a autoestrada A1, sair para a A23 em Torres Novas
(portagens eletrónicas) e seguir as indicações para Tomar. Vindo do Porto também pela A1, em
Coimbra pode apanhar a saída para Condeixa e seguir a estrada N110 até Tomar.

Autocarros diários da Rede Expressos e comboios reginais da CP ligam a cidade de Tomar às


principais cidades portuguesas. Optando pelo comboio, é muito provável que tenha de fazer
transbordo no Entroncamento para o comboio regional que faz o serviço do ramal de Tomar.

Onde ficar a dormir em Tomar? Sugestões de alojamento


Casa dos Ofícios Hotel

A fasquia na arte de bem receber foi elevada pela Casa dos Ofícios. O coração deste boutique hotel
de 4 estrelas bate ao ritmo do centro histórico de Tomar, onde está localizado. Inserido num edifício
histórico do século XVIII, louvavelmente recuperado, distingue-se pela homenagem carinhosa que
faz aos ofícios que predominaram e tornaram Tomar uma cidade próspera. Preserva os elementos
arquitetónicos originais e de relevo do edifício sem abdicar de classe, requinte e conforto. Isso está
patente nos 14 quartos, receção e sala de refeições, sala de estar e biblioteca, onde a identidade dos
espaços foi engenhosa e harmoniosamente conciliada ao conforto irrepreensível. São os detalhes
que nos vão contando a história duma casa de Tomar que emana “memória, calor, refúgio,
celebração, convivialidade, tranquilidade, conforto.” Atrevemo-nos a acrescentar generosidade: a
mesa do pequeno-almoço é um banquete de delícias servidas com mimo. Gostamos de espaços com
alma. Gostamos do calor humano de quem recebe de braços abertos. Isto, e muito mais, foi o abraço
que nos envolveu e conquistou na Casa dos Ofícios.

Hotel Dos Templários

Em plena cidade de Tomar, junto ao centro histórico, rodeado de jardins exuberantes e debruçado
sobre o rio Nabão, encontra o Hotel Dos Templários. É um hotel de referência na cidade que
apresenta quartos espaçosos e luminosos, com casa de banho privativa e varandas com vista sobre o
Rio Nabão e o Parque do Mouchão. Ao fim do dia, pode relaxar numa das espreguiçadeiras do
terraço em redor da piscina exterior. Há ainda serviço de restauração e bar, um salão de jogos, um
ginásio e um campo de ténis. Na área de Spa, com sauna seca e húmida, pode recorrer aos serviços
de massagens e tratamentos de beleza do centro de bem-estar.

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O que ver e fazer num roteiro para visitar Tomar?

Imperdível em… Tomar!

 visitar o Convento de Cristo e Castelo de Tomar


 fazer um passeio pela Mata dos Sete Montes
 cirandar pela antiga judiaria
 adoçar a boca com umas “Fatias de Tomar” ou uns “Beija-me Depressa”
 visitar a cidade no ano da Festa dos Tabuleiros (o próximo é 2023)
 pegar no carro e ir ao Castelo de Almourol e ao Aqueduto dos Pegões Altos
Deambular pelas ruas de Tomar é como folhear um compêndio de história. Só que este é um livro
vivo, empolgante e intrigante. Somos agarrados logo às primeiras páginas. Enredados nas seguintes,
enquanto desfilam perante os nossos olhos mais de oitocentos anos de (hi)estórias. Ficamos
intrigados com as pedras das origens. Coscuvilhamos as esquinas do enredo. Vestimos a pele de
personagens lendárias e míticas. Aguardamos em pulgas o desfecho dum episódio apoteótico.
Celebramos as conquistas. Vibramos com os sons das vitórias.

Como livro vivo que é, tem um fim aberto e as suas páginas continuam a ser escritas pelos que
amam esta cidade esbelta, enigmática e enérgica.

Não se admire se, ao visitar Tomar, der de caras com algumas coisas mais enigmáticas e simbólicas.
Como o baixo-relevo do touro por baixo do nicho de Santa Iria, padroeira de Tomar, no Convento
de Santa Iria. Tomar é uma Cidade Templária, portanto está revestida de simbologia a começar pela
própria estrutura da cidade… Em cruz. Orientada como uma rosa-dos-ventos. Quatro extremos,
quatro pontos cardeais, quatro conventos.

E é precisamente no vértice mais emblemático dessa rosa-dos-ventos que vamos dar início ao nosso
roteiro a visitar Tomar.

Convento de Cristo

O Convento de Cristo é o monumento mais emblemático e a grande razão pela qual muitos
escolhem visitar Tomar. Património Mundial da Humanidade UNESCO desde 1983, o Convento
dos Cavaleiros de Cristo de Tomar é um tesouro único que espelha sete séculos da história, não só
de Portugal mas de todo o Ocidente. A arquitetura é extraordinária! Cruzando elementos dos estilos
Românico, Gótico, Manuelino, Renascentista, Maneirista e Barroco, a ornamentação é
verdadeiramente espantosa.

Desde o intrincado Portal Sul da Igreja, passando pelo esplendor cromático da Charola
Templária, à geometria do Claustro Principal, não há quem não deixe cair o queixo em algum
momento da visita. Principalmente quando se depara com a Janela do Capítulo, a obra-prima mais
representativa do estilo Manuelino, o gótico português. Entre um e outro momento de
maravilhamento, vai passar por outros claustros, a cozinha e o refeitório, o corredor dos
dormitórios, o noviciado e respetiva capela e, mais recentemente aberta ao público, a cisterna do
Claustro dos Corvos.

Claustro Principal do Convento de Tomar – Roteiro para visitar Tomar


Dica VagaMundos: no Claustro dos Corvos encontra um snack-bar muito agradável para fazer
uma pausa para café.

Castelo de Tomar

O Castelo de Tomar integra o grande conjunto arquitetónico e monumental do Convento de Cristo.


Portanto, ao chegar ao alto da colina, as primeiras portas que vai transpor são as das muralhas do
Castelo de Tomar. Assim que a Ordem dos Templários tomou posse destas terras entre o Mondego
e o Tejo, a construção do castelo com três linhas defensivas de muralhas foi prioritária.

A Torre de Menagem e a Alcáçova são as primeiras estruturas. No centro ergue-se a sublime


igreja matriz do Convento de Cristo. O que vê a sul não são ruínas, é a Sala do Capítulo, obra
inacabada que regente algum ousou terminar desde que D. Manuel I ordenou a sua construção. Vale
a pena passear pelo jardim, subir e percorrer as muralhas que rodeiam o laranjal (a antiga área
habitacional do castelo) e descobrir a Porta da Almedina.
Ermida da Nossa Senhora da Conceição – Roteiro para visitar Tomar
Dica VagaMundos: para quem desce do Castelo de carro, encontra à esquerda uma ermida. Ermida
salvo seja, pois o templo religioso assemelha-se mais a um basílica de pequenas dimensões.
Falamos da Ermida de Nossa Senhora da Conceição cujo propósito inicial era para servir de
panteão régio a D. João III, desígnio que nunca veio a cumprir, já que o rei se encontra sepultado no
Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa. A “ermida” situa-se no topo duma colina próxima do monte
do Castelo e do Convento de Cristo. O templo religioso é considerado um dos mais puros
exemplares do estilo renascença em Portugal.

Mata Nacional dos Sete Montes

Desça do castelo via Mata Nacional dos Sete Montes. Um espaço verdejante idílico onde (crê-se) os
Templários praticavam os rituais iniciáticos da Ordem religiosa militar. Talvez isso explique a
existência da Charolinha no meio da densa floresta. O cenário e ambiente dominam-nos e
facilmente a imaginação ganha asas. O que não é de admirar depois de visitarmos o convento e o
castelo.

Camelot, Rei Artur e Excalibur, cavaleiros do Santo Graal e a Távola Redonda, Merlin e
Morgana… Voltando à terra! Descubra fontes como a do Sangue, caminhos como o das Raízes, ou
simplesmente perca-se pelos labirintos deste bosque encantado.

Convento de São Francisco

Um desvio curto para sul da saída da Mata Nacional dos Sete Montes, está o convento que marca a
ponta sul da rosa-dos-ventos de Tomar. É o Convento de São Francisco que se destaca pela bela
capela maneirista que acolhe. Num espaço do convento foi estabelecido o curioso Museu dos
Fósforos que reúne a coleção pessoal de Aquiles de Mota Lima com mais de 40 mil caixinhas de
fósforos e afins. Caminhando para o centro da cidade, vamos ao encontro do Tribunal Judicial, do
antigo Hospital da Misericórdia anexo à bela Igreja de Nossa Senhora da Graça, também
pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Tomar, para nos adentrarmos no ambiente medieval da
cidade de Tomar.

Arcos Ogivais fundidos com o casario – Roteiro para visitar Tomar


Dica VagaMundos: sabia que Tomar foi provavelmente a primeira cidade a projetar um centro
comercial? Chamam-lhe os Estaus e fica no extremo leste da Rua dos Arcos. Não é só um nome, é
um dos segredos da cidade. Ali funcionou o antigo bazar dos judeus e o Infante D. Henrique
projetava uma grande obra para integrar lojas e albergaria para comerciantes itinerantes. A obra
nunca foi acabada, mas ficaram os arcos ogivais, muitos dos quais fundidos no casario, até ao
Palácio de Alvaiázere, ao longo dos séculos. Vá espreitar.

Sinagoga e Antiga Judiaria de Tomar

Sinegoga de Tomar – Roteiro para visitar Tomar

Imediatamente a sul da Praça da República, encontramos a antiga judiaria de Tomar. Tem


destaque a Sinagoga, que crê-se ser a mais antiga de Portugal, e o Museu Hebraico Abraão
Zacuto. Já restam poucos, mas há claros vestígios da importância da comunidade judaica na cidade.
Deambular por estas vielas é uma delícia. Acima de tudo, pelo ambiente. Aqui, uma ruela de
casinhas aprumadinhas. Ali, os casarões fustigados pela inclemência do tempo. Além, o tasco de rua
onde se discutem ideias revolucionárias. Mais acolá, um restaurante fino à la carte. A lojinha de
novo artesanato faz esquina com a pastelaria francesa. E nestas deambulações descobre-se o Cine-
Teatro Paraíso, nascido em 1885 como Teatro Nabantino, um teatro ao estilo italiano.
Praça da República

Num instante chegamos à Praça da República, o centro, o coração de Tomar. Em todos os aspetos.
Dominada (ainda) por Gualdim Paes, ergue-se ao centro a homenagem da cidade ao seu fundador.
Sobressaem a Igreja de São João Batista, a matriz, e o antigo edifício dos Paços do Concelho
onde ainda hoje funciona a Câmara Municipal de Tomar. O perfil da praça é complementado pelas
fachadas limpas e cuidadas de casas antigas com detalhes arquitetónicos ao gosto da época. Aliás, a
arquitetura da cidade é razão suficiente para levar os apreciadores a visitar Tomar. Desde a Idade
Média à Modernidade, Tomar é a melhor aula de história da Arquitetura que se pode ter, com
detalhes preciosos, sem perder um período ou estilo arquitetónico. Uma aula viva.

Corredoura

A Corredoura, atual Rua Serpa Pinto é “a” rua pedonal de Tomar que, para além das lojas de
comércio (até uma retrosaria aqui sobrevive), alojamentos, cafés e restaurantes e outros serviços, é
o spot para ver e ser visto. De cada lado do tapete de calçada portuguesa, estão algumas das casas
mais lendárias da cidade, como a Residencial União o “hotel” do século passado (leia-se, XIX) que
é uma viagem no tempo, o centenário Café Paraíso (do outrora seleto Club Thomarense) ou a
confeitaria Estrelas de Tomar que granjeia a fama de ter inventado os doces típicos da cidade
(Fatias de Tomar, Queijinhos de Tomar, Beija-me Depressa), ou a Pharmácia Pinheiro cuja
longevidade já ultrapassou os 140 anos (um dos segredos tem que ser a poção da juventude, só
pode!).

As lojas vão-se modernizando, mudando de mãos, mas o castiço é que encontramos quase todo o
tipo de comércio na Corredoura. Aproveite para comer uns petiscos numa das cervejarias, adoçar o
dente com umas Fatias de Tomar, ou saciar a vontade de ir às compras.

Rio Nabão e Roda do Parque do Mouchão de Tomar

O postal mais conhecido de Tomar é o Convento de Cristo, não temos dúvidas. Mas logo a seguir
está a tríade rio Nabão, Roda e Parque do Mouchão. Ao parque não lhe falta o clássico coreto,
bancos de jardim para ler um livro ou relvado para praticar ioga, jardim e pérgula romântica para
namorar. A Roda do Mouchão, mais do que um engenho mecânico movido pelas águas correntes do
rio Nabão, é um emblema emotivo acarinhado pelos tomarenses.

Roda do Mouchão – Roteiro para visitar Tomar

Como um barómetro da vida da cidade, a Roda do Mouchão tem que mexer. A completar o quadro,
a eterna banda sonora das águas em cascata, do vento na folhagem e do canto dos pássaros.
Ninguém resiste a ser uma das personagens deste quadro perfeito num dia de sol, seja tomarense ou
não.

Ponte Velha

É imperioso atravessar o rio Nabão pela Ponte Velha (Ponte D. Manuel I) quando visitar Tomar.
Acredita-se que a sua origem é Romana, embora não haja certezas. O que se sabe é que, à chegada,
os Templários aproveitaram uma estrutura de pedra pré-existente e melhoraram-na para construir
uma ponte sólida que permitisse a travessia sobre as águas do Nabão. Esta ponte secular foi sempre
preservada, com algumas alterações como é óbvio. Talvez porque é, até aos dias de hoje, uma das
entradas mais bonitas da cidade de Tomar.

Convento de Santa Iria


A leste do Nabão, mesmo ao lado da ponte Velha, ergue-se o Convento de Santa Iria,
lamentavelmente em avançado estado de degradação e ruína. O conjunto do convento e igreja data
do século XIV com posteriores adições. De destacar, a Igreja de Santa Iria, com portal
renascentista e uma capela lateral chamada Capela dos Vales, o Arco das Freiras, lançado sobre a
Rua de Santa Iria, e a Casa do Pego, construída onde o Nabão é mais fundo e onde, diz a lenda,
Santa Iria foi assassinada. Na esquina exterior virada à Ponte Velha encontra-se o nicho com a
imagem de Santa Iria de Tomar, em alusão à lenda da padroeira da cidade.

Levada de Tomar

Do tempo dos Templários (século XII / XIII) é também o Açude dos Frades que desviava a água
do Nabão pela Levada para fornecer energia aos moinhos e lagares nas margens do rio, como o do
Alcaide-Mor e o do Secretário, ao lado da Ponte Velha. Como sempre foram mantidos, um grande
número resiste de pé até aos nossos dias. Inclusivamente, o lagar quatrocentista de D. Pedro de
Évora foi aproveitado para receber a central elétrica em 1901. Pode visitar a central, hoje espaço-
museu, ou simplesmente passear pelos passadiços da Levada, vale bem a pena, quanto mais não seja
para visitar a Casa dos Cubos onde se sedia o Centro de Estudos Em Fotografia de Tomar.

Igreja de Santa Maria dos Olivais

Ofuscada pela popularidade e beleza desconcertante do Convento de Cristo, a Igreja de Santa Maria
do Olival é muitas vezes esquecida por quem vai visitar Tomar. Injustamente. Afinal de contas, esta
é que era a sede da Ordem dos Templários e posteriormente da Ordem de Cristo. Na altura dos
Descobrimentos recebeu, inclusivamente, honras de Sé Catedral de todas as igrejas sem diocese em
África, na Ásia e na América. No século XII, Gualdim Pais mandou erguer a igreja, aproveitando
um antigo mosteiro beneditino, e nela sediou a Ordem dos Templário. O edifício românico foi
ampliado no século seguinte salientando-se como um exemplar de arte gótica em Portugal e modelo
de muitas igrejas da época no país. A igreja é o panteão dos mestres da Ordem, onde inclusivamente
se encontra o túmulo do próprio Gualdim Pais.

Ermida de São Gregório

Quase impercetível, mas outrora santuário de peso, a Capela de São Gregório demarca-se do
restante património religioso pela planta octogonal, o alpendre colunado, o belo e elaborado portal
manuelino e os azulejos setecentistas.

Escadinhas da Ermida da Nossa Senhora da Piedade – Roteiro para visitar Tomar


Dica VagaMundos: atrás da Capela de São Gregório, estão as Escadinhas da Ermida de Nossa
Senhora da Piedade. Encha-se de coragem e suba à ermida. Ao fim do dia, é um ponto alto para
boas fotos da cidade de Tomar e seu Castelo.

Pelourinho de Tomar

Ainda não se questionou por onde anda o Pelourinho de Tomar? No Largo do Pelourinho, como
pertence. A sua localização, longe das ruas populares e badaladas, faz com que seja um solitário
monumento. Mas vale a pena ir ao seu encontro e aproveitar para ver algumas das mais
emblemáticas Janelas de Tomar, um traço arquitetónico pelo qual Tomar se orgulha. Na Ruas dos
Arcos também encontra uma série delas.

Mapa dos Principais Pontos de Interesse a visitar em Tomar


Clique no canto superior direito para aumentar o mapa dos principais pontos de interesse do
roteiro para visitar a cidade de Tomar.

O que visitar nos arredores (perto) de Tomar?


A cidade oferece mais do que suficiente para preencher dois dias inteiros a visitar Tomar. Nós já
devemos lá ter passado duas mãos cheias deles e queremos mais. Mas se somar os pontos de
interesse que se escondem nos arredores de Tomar, então vai querer lá ficar uma semana, de boa!

Aqueduto dos Pegões Altos

Comece pelo Aqueduto dos Pegões Altos, a pouco mais de dois quilómetros do Convento de
Cristo se for a pé pelo trilho, um pouco mais pela estrada. Este aqueduto filipino, com cerca de seis
quilómetros de comprimento, era o principal meio de abastecimento de água do Convento de Cristo.

No troço dos Pegões Altos, pode admirar os seus vertiginosos trinta metros de altura e os mais de
setenta arcos que possibilitam uma infinidade de simetrias fotográficas. Os mais audazes arriscam a
subida à Casa da Água a jusante e caminham pelo estreito carreiro que acompanha o aqueduto até à
Casa da Água a montante. Não aconselhável a cardíacos, pessoas com vertigens e crianças. Não há
corrimão nem vedação e o vento àquela altura é muito forte.

Cem Soldos

Cem Soldos não tem castelos, nem tão pouco palácios imponentes. Mas tem dizeres na rua, frases
escritas com o coração… Cem Soldos pode não ter grandes monumentos mas é uma fábrica de
momentos. E isso sabe tão bem! Conhecemos Cem Soldos numa ida ao Bons Sons que nos atraiu
pelo conceito de festival comunitário e coletivo. Novos e velhos, todos na aldeia dão uma
mãozinha. A própria aldeia é o palco, nas praças, nas ruas, na eira, na igreja, no café. Isso captou a
nossa atenção (e aumentou o apetite) de imediato. Melhor ainda quando se trata de música
portuguesa, de ontem e de hoje, de nomes sonantes e ilustres desconhecidos, de sons de sempre e do
que se faz de novo…

Gostamos tanto que prometemos voltar a Cem Soldos sem festival. Promessa cumprida,
repetidamente, para beber um café pago com “soldos”. Se está à espera duma aldeia parada no
tempo, esqueça. Esta aldeia está alive and kicking. É uma aldeia de hoje, de ideias, que preza e
cuida dos seus, que pensa e faz, que investe nas pessoas e acredita na cultura sem dono.

Aldeia Templária de Dornes

A uns 35 minutos de carro, a Aldeia Templária de Dornes é um destino imperdível. Dornes é terra
de mistérios, da matéria que as lendas são feitas. Vencedora das 7 Maravilhas de Portugal –
Aldeias, Dornes é também conhecida como a Península Encantada ou Terra Mítica dos Templários.
Ambos os epítetos têm fundamento.

É que a pequena povoação fica no cimo duma adorável península contornada pela albufeira do Rio
Zêzere e tem plantada bem no topo a afamada Torre Templária de Dornes, a torre defensiva
pentagonal de que não se conhece mais exemplos em Portugal. Há ainda a Igreja da Nossa Senhora
do Pranto, destino de romaria, e uma deliciosa praia fluvial para refrescar corpo e alma nos dias
quentes de verão ou depois dum trilho pelas suas belezas naturais.
Clique para conhecer os melhores Trilhos e Percursos Pedestres de Portugal

Albufeira da Barragem de Castelo de Bode

A leste da cidade e subindo para norte, a Albufeira da Barragem de Castelo de Bode é uma manta
de retalhos de belezas naturais entre serra e vales, rio domado e praias fluviais, miradouros e trilhos.
Quando visitar Tomar, não dispense uma travessia da gigantesca Barragem do Castelo de Bode.

Lago Azul

Acompanhe o serpentear da Albufeira do Castelo de Bode para sul e suba ao miradouro do Lago
Azul, no concelho de Ferreira do Zêzere, para a fotografia digna do Instagram. Cá em cima, as
paisagens são de babar. Lá em baixo, a Praia Fluvial da Castanheira (vulgo Lago Azul, pela cor da
água), com a sua gigante piscina flutuante, espera por si para banhos e desportos náuticos ou um
simples passeio de gaivota. Os miúdos adoram, os graúdos deleitam-se. Com o Lago Azul Eco
Hotel mesmo ao lado, o Lago Azul é um excelente destino para uma escapadinha.

Dica VagaMundos: É fã de praias fluviais? Então não deixe de ler os seguintes artigos:

 Melhores Praias Fluviais da Albufeira de Castelo de Bode


 Melhores Praias Fluviais do Alentejo
 Melhores Praias Fluviais Centro de Portugal
 Melhores Praias Fluviais de Portugal
 Melhores Praias Fluviais da Serra da Estrela

Praias Fluviais

Mas há mais! Menos populares mas igualmente rodeadas da paisagem idílica que distingue esta
albufeira, nada como explorar todas e depois decidir.

Praia Fluvial da Bairradinha (na fonteira dos concelhos de Tomar e Ferreira do Zêzere): espaçosa
e com a particularidade de ter areal;

Praia Fluvial dos Montes (Tomar): o acesso não é dos mais fáceis, talvez por isso seja das mais
sossegadas em Castelo de Bode;

Praia Fluvial de Alverangel (Tomar): a maioria dos tomarenses conhece-a por praia do Casalinho,
mas para nós será sempre a Praia da Árvore na Ilha;

Praia Fluvial da Aldeia do Mato (Abrantes): já fica na outra margem da Barragem de Castelo de
Bode, mas vale cada quilómetro, pois a água têm dias de ser mais quentes que nas praias do
Algarve.

Dica VagaMundos: provavelmente não será novidade nenhuma para os amantes de desportos
náuticos, mas pode dar jeito a quem deseje iniciar-se na prática. Castelo de Bode reúne as condições
perfeitas para remo, SUP, vela, windsurf, jet ski, pesca desportiva e esperemos que venha a ser a
“capital do wakeboard.”

Praia Fluvial do Agroal

E já que estamos na temática das praias fluviais, terminamos as nossas sugestões com a mais
fotogénica de todas: a Praia Fluvial do Agroal, situado no vizinho concelho de Ourém. Em menos
de 20 minutos chega à maior nascente do rio Nabão contida numa piscina fluvial de sonho. Tem a
particularidade de ser uma nascente cársica cujas águas tem propriedades terapêuticas benéficas
para aparelho digestivo e pele. Mas a água é fria para chuchu! É preciso muita coragem para fazer
este tratamento de beleza da pele.

Cascatas de Vila de Rei e Centro Geodésico de Portugal

Cascata dos Poios

Quando visitar Tomar aproveite também para ir descobrir as maravilhosas cascatas de Vila de Rei.
Para um passeio de puro relax deixe-se guiar pelos passadiços até às idílicas Cascatas do Penedo
Furado. Já se gosta de uma boa aventura vá percorrer o surpreendente Trilho das Cascatas de Vila
de Rei, e deixe-se apaixonar pela Cascata dos Poios e Cascata do Escalvadouro.

Aproveite a viagem e rume até à Aldeia de Xisto de Água Formosa e ao vizinho Picoto da
Melriça, onde se encontra o Centro Geodésico de Portugal, que assinala, com pompa e
circunstância, o Centro de Portugal.

Castelo Templário de Almourol

Sabia que o Tejo tem uma ilha? E que nessa ilha se ergue um “guardião das águas” de pedra? O
esbelto, enigmático e intrigante Castelo Templário de Almourol. Na verdade, era mouro, mas
Dom Afonso Henriques chegou, viu e venceu… E entregou o castelo aos Templários. Basta isto
para o lugar se encher de misticismo. As suas pedras já viram nascer inúmeras lendas, e diz-se até
que há uma passagem secreta que passa por baixo do Tejo. Apanhe o barco no cais e atreva-se a
explorar as “entranhas” do mítico castelo e subir às suas torres-miradouro.

Passadiços no Trilho Panorâmico do Tejo


Dica VagaMundos: se gosta de uma boa caminhada sugerimos que acrescente mais um dia ao seu
roteiro para visitar Tomar e vá percorrer o novo Trilho Panorâmico do Tejo, que se desenvolve
pelas margens do rio Zêzere e Tejo, desde Constância a Vila Nova da Barquinha (com passagem
pelo Castelo de Almourol). Clique para ler o nosso guia completo para percorrer o Trilho
Panorâmico do Tejo.

Rumo aos encanto do Médio Tejo

Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha – Roteiro para visitar Tomar

Vai precisar de outro dia inteiro para o que se segue. Desta vez, a nossa sugestão do que visitar nos
arredores de Tomar centra-se a sul, em direção ao Tejo.

Encante-se com Vila Nova da Barquinha, naquele que é provavelmente o melhor parque
ribeirinho do Médio Tejo. Arte e verde marcaram aqui encontro e o resultado é um espaço de bem-
estar e relax estupendo.

Marginal ribeirinha de Tancos – Roteiro para visitar Tomar

“Suba” o Tejo e pare em Tancos, mais precisamente no cais de Tancos. Não pelo jardim ribeirinho,
apesar de ser muito agradável, mas pelo vislumbre do imperdível Castelo de Almourol.

Centro Histórico de Constância – Roteiro para visitar Tomar


Despeça-se do rio Zêzere onde ele abraça o Tejo. Em Constância. Esta típica vila ribeirinha é das
nossas favoritas para escapadinhas românticas há anos. Adoramos calcorrear as vielas labirínticas e
estreitas, daquelas que nem um carro passa, passear no Jardim Horto de Camões, na praia fluvial, do
fontanário aos Pezinhos no Rio, e celebrar o dia no Dom José Pinhão.

Mosteiro da Batalha – Roteiro para visitar Tomar

Nem lhe vamos falar de Fátima, da Batalha, da Nazaré, de Óbidos, de Leiria, de Ourém, da
Golegã nem tão pouco dos novissímos Passadiços das Fragas de São Simão ou da apaixonante
Cascata do Penedo Furado. Para isso precisa de mais uma semana em Tomar. Como vê, há muito
que ver e fazer quando planear visitar Tomar.

Mapa dos Principais Pontos de Interesse a visitar nos


Arredores de Tomar

Clique no canto superior direito para aumentar o mapa dos principais pontos de interesse a visitar
nos arredores (perto) da cidade de Tomar.

Restaurantes onde comer em Tomar?


Visitar Tomar pela sua gastronomia é outra das razões porque a cidade atrai tantos visitantes. A
cultura de “petiscar” numa cervejaria faz parte do dia-a-dia dos tomarenses e é tarefa difícil arranjar
lugar numa esplanada ao fim do dia, quer seja nas cervejarias, nas gelatarias ou nas pastelarias. Há
vasta e deliciosa oferta, entre cozinhas que inovam e os sabores de sempre.

Cabrito Assado

Dificilmente vai encontrar nos restaurantes da cidade aqueles pratos tradicionais que são destacados
como as iguarias gastronómicas de Tomar, a saber as Couves à D. Prior, o Coelho na Abóbora e a
Feijoada de Caracóis, a par da lampreia quando em época, sável, cabrito, dobrada e cabidelas.
Assim já tem uma desculpa para visitar Tomar num evento gastronómico.

Fatias de Tomar

Espantosamente não conventual (que se saiba), o doce mais famoso de Tomar data de meados do
século XX e é exclusivo da cidade. As Fatias de Tomar são um doce à base de gemas de ovos
cozido em banho-maria numa panela especial inventada por um dos mestres latoeiros da cidade, o
senhor Aurélio. Compravam-lhe a panela e a receita vinha incluída. Mas o que dizer dos Queijinhos
Doces, das Queijadas de Amêndoa, das Castanhas Doces, ou dos sugestivos Bolos de Cama que
derivaram nos sedutores Beija-me Depressa?

Dentre os nossos favoritos, deixamos algumas sugestões de restaurantes onde comer em Tomar.

$ | Cervejaria do Fernando
Rua Silva Magalhães nº 47, Tomar 2300-593, (+351) 249 314 014
Especialidades: Petiscos: moelas na caçarola, caracóis, orelha, ovas, pica-pau, camarão, berbigão à
espanhola. Peixes: salada de polvo com batata cozida; bacalhau cozido com grão. Carnes: costeleta
de novilho; bife da vazia; morcela de arroz com bróculos.
$-$$ | Casa das Ratas & Casa Matreno
Rua Doutor Joaquim Jacinto 6, Tomar 2300-577, (+351) 933 549 128
Especialidades: Arroz de pato, iscas, maranhos, cabrito, lampreia (na época).

$$-$$$ | Restaurante A Bela Vista


Rua da Fonte do Choupo 6, Tomar 2300-468 Portugal, (+351) 249 312 870
Especialidades: Peixe: caldeirada de peixe; arroz de tamboril; filetes de pescada. Carne: cabrito
assado; secretos de porco preto.

$$-$$$ | Restaurante A Lúria


Rua da Alegria nº 34 Portela São Pedro de Tomar, Tomar 2300-182, (+351) 967 003 076
Especialidades: Entradas: cilercas (cogumelos selvagens) com ovos; mexilhoada de feijão;
petingas no forno. Peixe: açorda de sável; polvo no forno com migas; dourada com açorda de
migas; lampreia à Bordalesa. Carne: cabrito na brasa com arroz de miúdos e grelos; magusto de
carnes com açorda de cilercas; posta de vitela mirandesa.

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