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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Alfenas . Unifal-MG


Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação
Programa de Pós-graduação em História Ibérica
Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700. Alfenas/MG. CEP 37130-000
Fone: (35) 3299-1392

PROGRAMA DE ENSINO

Curso: Programa de Pós-graduação em História Ano letivo: 2015 Período: 2015/02


Ibérica

Disciplina: Representações e discursos de legitimidade dinástica: a Código: HIS017


construção simbólica da santidade na casa de Avis.

Carga horária total: 30 Teórica: 30 Prática: Grupos de discussão e


exercícios (ou outra
atividade avaliada):
Responsável: Profa. Renata Cristina de Sousa Nascimento
Colaborador(es):
EMENTA: Até o século XIV a conquista da África foi obra do Islã. Sabe-se que as
circunstâncias religiosas não são, de modo algum, indissociáveis do contexto político gerador da
necessidade do avanço das fronteiras da cristandade também nessa zona islamizada. Tenha-se em
mente que o fervor da expansão religiosa ainda era presente, se considerado o contexto histórico
específico dos países ibéricos, acostumados há séculos com a proximidade/distanciamento em
relação à religião muçulmana. A defesa da fé cristã frente ao Islã permaneceu no imaginário
ibérico e esse objetivo serviria de “pano de fundo” para a ação dos monarcas portugueses em
África após o advento da Dinastia de Avis no poder (1385). O processo de sacralização da
monarquia, a partir da ascensão de D. João I, insere-se na necessidade da construção de um
cerimonial de poder representado por diversos elementos que constituiriam a legitimidade de
Avis após um complicado processo de substituição dinástica.

OBJETIVOS:
a-Analisar a construção e apropriação pela Dinastia de Avis da expansão em África como
elemento fundamental na consolidação se seu projeto político e imagético, servindo, junto às
instâncias internacionais, como veículo de legitimidade dinástica, especialmente junto ao papado,
através da continuidade da luta contra o infiel.
b- Relacionar as ações empreendidas pela casa de Avis (século XV) no sentido de promover a
canonização de seu santo, destacando a produção hagiográfica, as diversas cerimônias oficiais
quando da chegada das primeiras relíquias (1451) e os festejos promovidos para comemorar a
chegada das ossadas (1472) após a conquista de Arzila; a instituição de sufrágios perpétuos nas
capelas da Batalha e na prestigiada igreja de Santo Antônio, em Lisboa, além do investimento em
representações iconográficas nos principais panteões régios (Batalha e Belém).

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO TEÓRICO

1.1- Do fim da dinastia de Borgonha ao processo de substituição dinástica.


1.2- A Batalha de Aljubarrota.
1.3- Expansão em África: Ceuta
1.4- O Desastre de Tânger de 1437
1.5- A expansão e o culto ao Infante Santo
1.6- O Mosteiro da Batalha: Memória e História
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Fontes impressas:

ALVARES. Frei João. Chronica dos Feytos, Vida, e Morte do Infante Fanto D. Fernando, que Morreo em Fez.
In: RAMOS, Jerônimo de. Lisboa: Oficina de Miguel Rodrigues, 1730.

GODINHO, Vitorino Magalhães. Documentos sobre a expansão quatrocentista portuguesa. Lisboa: INCM,
2011.

GOMES. Saul Antônio. Fontes Históricas e Artísticas do Mosteiro e da Vila da Batalha - Séculos XIV- XVI
(Volumes I- IV). Batalha: IPPAR. 2002

PINA, Rui de Crónica do Rei D. Duarte. Lisboa : Editorial Presença, 1966.

-------- Crónica de El Rei D. Affonso V. Lisboa: Escriptorio, 1901.


REBELO. António Manuel Ribeiro. Martyrium et gesta infantis domini Fernandi: a biografia latina de D.
Fernando, o infante Santo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2007.
SOUSA. Fr. Luís de. História de S. Domingos. Porto. LELLO & IRMÃO. (Vol I). 1977.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Néri de Barros (org). A Idade Média entre os Séculos XIX e XX Estudos de Historiografia.
Campinas: Editora da UNICAMP, 2008.
AMARAL. Clinio de Oliveira. O culto ao Infante Santo e o projeto político de Avis (1438-1481). Niterói:
Tese de doutorado (UFF). 2008.
______________________. As discussões historiográficas em torno do Infante Santo. In Revista
Medievalista. Ano 5. nº7, 2009. Disponível em http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista.
COELHO. Maria Helena da Cruz. “Morrer pela fé e pela Pátria”- um modelo hagiográfico. In Revista
Portuguesa de História. Lisboa. T. XL (2008/2009) pp 213-226
COSTA. Ricardo da. A Guerra na Idade Média- Um estudo da mentalidade de cruzada na Península
Ibérica. RJ: Edições para todos, 1998.
FERNANDES, Fátima Regina. “Discursos e estratégias de poder na Idade Média peninsular” in Anais
VII EIEM – Encontro Internacional de Estudos Medievais: Idade Média: permanência,
atualização, residuidade. Fortaleza: Rio de Janeiro: UFC/ ABREM, 2009.
_______________________. Identidades e fronteiras no medievo ibérico. Curitiba: Juruá, 2013.
_______________________. O Poder do Relato na Idade Média Portuguesa: a Batalha do Salado de
1340. In Revista Mosaico. Vol nº 4. Goiânia.: PUC-Go, 2011 p 75- 91
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FONTES, João Luís Inglês. Percursos e Memória: Do Infante D. Fernando ao Infante Santo. Cascais:
Patrimonia, 2000.
GUIMARÃES. Marcella Lopes. O Discurso Cronístico e a Narratividade Histórica. In A Idade Média-
Entre a História e a Historiografia. (Org ) Nascimento. Renata Cristina de S. & MARCHINI.
Dirceu N. Goiânia: Ed. Puc -Go.
NASCIMENTO. Renata Cristina de. O Martírio do Infante Santo e a Expansão Portuguesa (Século
XV). In Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, SP: ANPUH, 2011. p.106-116
_____________________________. A expansão das fronteiras da Cristandade no século XV:
sacralidade e legitimidade do projeto político da casa de Avis . In Fernandes, Fátima Regina. Identidades e
fronteiras no medievo ibérico. Curitiba: Juruá Editora, 2013.
_________________ Narrativas sobre o Martírio e Culto ao Infante Santo (século XV). In
NASCIMENTO. Renata C.& MARCHINNI. Dirceu. (Org) A Idade Média: Entre a História e a
Historiografia. Goiânia: PUC, 2012.
RAMOS, Rui R; Monteiro, Nuno G; Sousa. Bernardo Vasconcelos. História de Portugal. Lisboa:
Esfera dos Livros, 2009.
REBELO. António Manuel Ribeiro. A estratégia política através da hagiografia. In JIMENEZ et
FIALHO, Maria do Céu. O Retrato e a Biografia como Estratégia de Teorização Política.
Coimbra/Málaga, Uc: 2004. p 131-158
ROSA. Maria de Lourdes. Do santo conde ao mourisco mártir: usos da santidade no contexto da guerra norte-
africana (1415-1521). In Deutsches Historisches Museum, Novos Mundos- Portugal à época dos
descobrimentos. Ciclo de conferências- Berlim: 2006. Disponível em
<http://www.dhm.de/ausstellungen/neuewelten/pt/essays.html>
_______________________Longas guerras, longos sonhos africanos. Da tomada de Ceuta ao fim do
Império, Porto, Fio da Palavra, 2010.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Atividades Valor
Debates sobre os textos 2.0
Trabalho escrito 8.0

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