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Filipe Alves Moreira, FLUP, 11/2013

1. A HISTORIOGRAFIA MEDIEVAL (SÉCS. V-


V-XV [PRINCÍPIOS DO XVI]): A CONSTITUIÇÃO
DE UM CAMPO DE ESTUDOS

. Necessidade e pertinência do estudo da historiografia medieval enquanto historiografia


. Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade;
. Quatro grandes temas:
a) Tradição manuscrita [edição; conceitos de «obra» e «testemunho»; o manuscrito enquanto
artefacto artístico; a relação texto/imagem; da materialidade do manuscrito à história do texto e
das suas leituras];
b) Funcionalidade político-ideológica do discurso historiográfico: a legitimação/compreensão do
presente através da escrita do passado;
c) A questão dos géneros [até que ponto os textos historiográficos revelam uma consciência
genológica?; a adoção de determinado género condiciona os conteúdos; um «case study»: a
oposição Crónicas / Anais: uma dicotomia (até que ponto) ultrapassada?; ficção vs história:
fronteiras e simbioses, o “fantasma” da narratividade]
d) A procura de constantes: pode falar-se de uma historiografia medieval europeia?

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS:
T. AMADO, «Verdade, memória e dejá vu», O passado e o presente: ler Fernão Lopes, Presença, Lisboa, 2007.
D. CATALÁN, introdução a Rodericus Romanzado en los reinos de Castilla, Navarra y Aragón, Fundación Ramón
Menéndez Pidal, 2005.
D. DUMVILLE, «What is a Chronicle?», The Medieval Chronicle II, ed. by Erik Kooper, Rodopi, Amesterdam, 2002
[parcialmente acessível através do Google Books].
G. DUNPHY (ed.), Encyclopedia of The Medieval Chronicle, 2 voll, Brill, 2010.
J. BAK, Recensão a «The Enciclopedya of the medieval Chronicle»:
https://scholarwGorks.iu.edu/dspace/bitstream/handle/2022/13447/11.08.08.html?sequence=1
G. MARTIN, «Despues de Pidal: medio siglo de renovación en el estúdio la historiografia hispánica medieval (siglos
XII-XIII)», e-Spania [Online], 10 | décembre 2010, disponível on-line. URL : http://e-spania.revues.org/20185
S. G. NICHOLS, «It’s the manuscripts, stupid!» [disponível on-line]
A. WARD (org.), Teoria y práctica de la historiografia medieval hispánica, University of Birmingham, 2000.
[parcialmente acessível através do Google Books].
THE MEDIEVAL CHRONICLE SOCIETY: http://medievalchronicle.org/
Filipe Alves Moreira, FLUP, 11/2013

2. A HISTORIOGRAFIA MEDIEVAL PORTUGUESA. CRÓNICAS RÉGIAS. A MEMÓRIA DOS


SETE PRIMEIROS REIS DE PORTUGAL
PORTUGAL ENTRE OS SÉCS. XIII – XV

2.1. A «primeira crónica portuguesa»


2.1.1 testemunhos:
a) testemunhos diretos:
i) a «IVª Crónica Breve de Santa Cruz»
ii) a nota marginal do ms. Alcobacense 415
b) testemunhos indiretos:
i) a «Versão Crítica da Estoria de España» de Afonso X
ii) a «Crónica Geral de Espanha de 1344»
iii) o «Livro de Linhagens do Conde D. Pedro»
iv) a «Crónica Breve do Arquivo Nacional»
v) o «Sumário de Crónicas» de Rodrigues Acenheiro

2.1.2 Conteúdo: a redação original e as atualizações/interpolações:


i) a redação original: de Pelayo à deposição de Sancho II de Portugal
a) contexto de produção: Afonso III, a deposição de Sancho II e o fortalecimento do poder real
b) A «estória» de Afonso Henriques
ii) acrescentos/interpolações:
a) Os reinados de Afonso III e D. Dinis
b) A «lenda da fundação de Alcobaça»: uma resposta alcobacense à política de Afonso IV em relação
à jurisdição do mosteiro?

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS:
M. CAMPA GUTIÉRREZ (ed.), La Estoria de España de Alfonso X. Estudio y Edición de la Version Critica desde Fruela II
hasta la muerte de Fernando II, Malaga, Analecta Malacitana, 2009.
D. CATALÁN, La Épica Medieval. Nueva Documentación y Nueva Evaluación, Madrid, Fundación Ramón Menéndez Pidal,
2000.
D. CATALÁN, De Alfonso X al Conde de Barcelos, Madrid, Gredos, 1962.
Filipe Alves Moreira, FLUP, 11/2013

L. CINTRA (ed.), Crónica Geral de Espanha de 1344, Vol. I (Introdução), Lisboa, IN-CM, 2009 [reedição].
I. FERNANDEZ-ORDONEZ, Version Crítica de la Estoria de España. Estudio y Edición desde Palayo hasta Ordoño II,
Madrid, Fundación Ramón Menéndez Pidal, 1993. [versão original disponível on line]
M. R. FERREIRA, «Afonso Henriques: do valor fundacional da desobediência», Cahiers d’Études Hispaniques Médievales,
num. 34, 2011. Disponível on line: http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/issue/cehm_1779-
4684_2011_num_34_1
J. MATTOSO, «A primeira crónica portuguesa», Medievalista [Em linha]. Nº6, (Julho de 2009). Disponível em
http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/.
F. A. MOREIRA, Afonso Henriques e a primeira crónica portuguesa, Porto, Estratégias Criativas, 2008.
A. J. SARAIVA, A Épica Medieval Portuguesa, Lisboa, ICALP, 1979.

2.2
2.2 A «Crónica Geral de Espanha
Espanha de 1344»: três redações
a) A primeira redação: Pedro de Barcelos
i) testemunho directo: a tradução castelhana
ii) A primeira redação: uma Crónica universalizante
iii) a primeira redação e a tradição afonsina
iv) uma visão aristocrática da história: até que ponto?

b) A segunda redação
i) testemunhos portugueses e castelhanos
ii) difusão: a segunda redação da Crónica de 1344: a crónica geral de Espanha mais difundida no século
XV?
iii) da história do mundo à história da Espanha
iv) o ms. L: da história de Espanha à história de Portugal; o projeto iconográfico; a tradução da «Crónica
de Alfonso X»

c) A terceira redação: o Condestável D. Pedro


i) o ms. de Paris
ii) abreviação do discurso
iii) o prolongamento da história de Portugal

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS:
Filipe Alves Moreira, FLUP, 11/2013

I. BARROS DIAS, Metamorfoses de Babel, Lisboa, FCT/FCG, 2003 [versão original disponível on-line].
D. CATALÁN e M. S. ANDRÉS (ed.), Crónica General de España de 1344, Madrid, Gredos, 1971.
L. CINTRA (ed.), Crónica Geral de Espanha de 1344, 3 voll., Lisboa, IN-CM, 2009 (reedição).
E. ESTEVES, A Crónica Geral de Espanha de 1344: estudo estético-literário, Évora, Pendor, 1997.
M. R. FERREIRA, A Lenda dos Sete Infantes: Arqueologia de um Destino Épico Medieval, Dissertação de Doutoramento,
policopiada, Universidade de Coimbra, 2006.
A. FOURNIER, A primeira parte da Crónica Geral de Espanha de 1344: o texto e a sua construção, dissertação de mestrado,
policopiada, Universidade de Lisboa, 1995.
H. A. PEIXEIRO, «Imagem e Tempo. Representações do Poder na Crónica Geral de Espanha», Revista de História da Arte,
7, 2009: A Imagem. Memória e Poder. Disponível em http://iha.fcsh.unl.pt/apresentacaoDetalhe.php?id=41&nr=120

2.3.
2.3. A Crónica de Portugal
Portugal de 1419
i) O projeto historiográfico do Infante D. Duarte: a legitimação do reino e da dinastia
ii) início da história nacionalizante
iii) uma especificidade metodológica: o uso de documentação oficial

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS:
T. AMADO, «O projecto histórico de um Infante», in Lindley Cintra. Homenagem ao homem, ao mestre e ao cidadão (org.
de Isabel Hub Faria), Lisboa, Cosmos, 1999.
A. M. BASTO, Estudos, Cronistas e Crónicas Antigas. Fernão Lopes e a Crónica de 1419, Coimbra, Imprensa da
Universidade, 1960. [disponível na íntegra no Google Books]
F. A. MOREIRA, A Crónica de Portugal de 1419: fontes, estratégias e posteridade, Lisboa, FCT/FCG, 2013.

2.4.
2.4. Duarte Galvão e Rui de Pina: o reinado de D. Manuel: acontecimento central da história de Portugal
Portugal
i) os prólogos da «Crónica de D. Afonso Henriques» e da «Crónica de D. Sancho I»
ii) o milagre de Ourique e o «Bispo Negro»: providencialismo e descodificação de sinais

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS:
A. FIGUEIREDO, «Uma perspectiva tardo-medieval do tempo da fundação: a Crónica de D. Afonso Henriques de Duarte
Galvão», Sobre o Tempo, Actas do III Colóquio da Secção Portuguesa da AHLM, Ponta Delgada, 2001.
F. A. MOREIRA, A Crónica de Portugal de 1419: fontes, estratégias e posteridade, Lisboa, FCT/FCG, 2013.
C. RADULET, O Cronista Rui de Pina e a «Relação do Reino do Congo», Lisboa, Comissão Nacional para as
Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e IN-CM, Lisboa, 1992.
Filipe Alves Moreira, FLUP, 11/2013

L. SOUSA REBELO, «As crónicas portuguesas do século XVI», Viagens do Olhar: Retrospecção, Visão e Profecia no
Renascimento Português, Porto, Campo das Letras, 1998.

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