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ATIVIDADE INTEGRADA
ARTE NA CONSTRUÇAO CIVIL E PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
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intersecção de avenidas em passagens de nível, que hoje nós as conhecemos como
tesourinhas de Brasília.
O plano previa a conclusão da execução do Plano Piloto em dez anos, e um limite
para o tamanho da cidade.
Foto 1 – Registro fotográfico de um expositivo contendo o mapa do Plano Piloto, bem como suas
regiões administrativas e setorizadas; seus eixos e ligações assim como planejadas por Lúcio Costa.
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e urbana promovendo a sociabilidade a partir das relações de vizinhança, onde os
moradores se conhecem, compartilham dos mesmos espaços e necessidades.
Os edifícios residenciais foram projetados com características funcionais e modernas
com pilotis abertos permitindo a passagem livre de pedestres intencionando áreas de
convivência entre cada prédio, padrão de gabarito de seis pavimentos, dicotomia de entrada
(social e serviço), apartamentos vazados (com janelas dos dois lados), fachadas em vidro
e cobogós para maior aproveitamento da iluminação e ventilação natural e uma separação
bem definida do tráfego de veículos e passagem de pedestres.
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Foto 5 – Registro fotográfico do Jardim de Infância
da Qd. 308 que faz parte do projeto integrador
social da Unidade de Vizinhança.
A área verde no espaço urbano e jardins dos edifícios, foram projetos de Roberto
Burle Marx um artista plástico e paisagista brasileiro e tem uma grande importância para a
história da cidade. A combinação da modernidade proposta pelas artes e pela arquitetura
no século XX, buscou atribuir identidade ao paisagismo moderno brasileiro combinando a
inovadora expressão plástica com o uso de espécies nativas brasileiras.
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A quadra da 308 sul é conhecida como “quadra modelo” por ser uma referência de
como deveriam ser as superquadras de Brasília. A Unidade de Vizinhança integra o
Conjunto Urbanístico de Brasília, legalmente protegido em três instâncias: pela UNESCO –
Lista do patrimônio Mundial Inscrição nº 445 de 1987, pelo Governo do Distrito Federal –
Decreto nº 10.829 de 1987 (Tombamento Distrital) e pelo Iphan – Portaria nº314 de 1992
(Tombamento Federal).
Foto 6 – Registro Fotográfico da área verde ao redor dos edifícios proporciona uma
continuidade e interligação das áreas de convivência.
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Fotos 7 e 8 – Registro Fotográfico do Jardim de Burle Marx conta com um belo espelho
d’água com carpas e vegetação nativa do nosso cerrado.
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306/307, incluindo suas calçadas posteriores até a linha onde começa o ajardinamento das
Superquadras Sul 306 e 307; a oeste, as quadras comerciais 507 e 508, compreendidas
suas edificações, incluídas as calçadas frontais, até o limite da Via W3.” (Fonte: site
ipatrimonio.org)
A Igrejinha da 307/308 Sul ou Igreja Nossa Senhora de Fátima foi o primeiro templo
em alvenaria a ser erguido em Brasília. Inaugurada em 1958, a capela foi projetada por
Oscar Niemeyer e sua arquitetura simples parte de três pilares que sustentam uma laje
triangular inclinada que faz referência a um chapéu de freiras. O projeto é marcado pela
síntese projetiva entre a forma arquitetônica e a função estrutural, característica das obras
do arquiteto. O dimensionamento procura dar leveza à estrutura com a intenção de fazer a
cobertura parecer um elemento desprovido de peso, fixada em três pontos de apoio.
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Foto 10 – Registro Fotográfico da parte externa. A parede é
toda revestida por azulejos de estampas figurativas, criado
pelo pintor, escultor e desenhista Athos Bulcão.
Internamente, até 1964, as paredes eram decoradas com afrescos de Alfredo Volpi.
As pinturas traziam imagens de bandeirinhas e uma santa modernista segurando uma
criança no altar (ambos sem feições nos rostos). Porém alguns fiéis não ficaram contentes
com a expressão artística de seu autor e as pinturas foram cobertas com tinta branca.
Porém em 2008 após o processo de um concurso para escolha de novo artista que iria
realizar novos afrescos, Francisco Galeno o vencedor, que outrora foi aluno de Alfredo
Volpi, também fez uso de tinta azul marcante no fundo, santa sem rosto e bandeirinhas.
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Foto 11 – Registro Fotográfico
da parte interna da capela. Na
nova pintura, a santa no centro
do altar é Nossa Senhora de
Fátima sem rosto. Ela tem uma
pipa no lugar das mãos. O
rosário é um carretel de linha. A
coroa é decorada com flores.
Nas laterais, predomina a cor
azul bem forte. Pipas e flores
foram criadas para representar a
alegria das crianças que teriam
avistado a Virgem Maria em
Fátima, Portugal.
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Síntese de artes é uma obra de arte que faz uso de todas ou muitas formas de arte
ou se esforça para fazê-lo; é uma obra que combina várias artes, como música, poesia,
dança, arquitetura e pintura. A inclusão de elementos “não artísticos” no “fenômeno
artístico”, vai ser o meio de tentativa de resgatar a conexão entre arte e vida; a
complementação dos componentes. Como um exemplo dessa conexão temos o Galeno ,
que construiu o seu caminho na contramão dos modismos e, ao mesmo tempo, atento às
experimentações da arte contemporânea. A sua arte se desdobra em pintura, escultura,
instalações e designer de roupas. Armado por esse olhar, quando as suas figuras saltaram
dos quadros e ganharam a forma tridimensional das esculturas e dos objetos, conseguiu a
proeza de aliar dois mundos aparentemente incompatíveis: a arte popular e a arte de
vanguarda, a arte contemporânea e o artesanato.
Impressões pessoais
Eu sempre morei bem longe do Plano Piloto. Sair de Planaltina-DF para vim ao
centro do Plano Piloto, era um passeio imperdível. Até hoje me sinto verdadeiramente em
Brasília quando passo pelas quadras residenciais da Asa Norte ou Sul. Os prédios todos
com a mesma quantidade de andares, cercados por enormes e frondosas árvores que
parecem não terem sidos plantadas por alguém com uma delimitação, mas como se fosse
um conjunto completo e indissociável, como se durante a construção daquele prédio
aquelas árvores tivessem crescido naturalmente lado a lado. Não me lembro de pensar ou
desenhar quando criança e adolescente um desenho do Plano Piloto sem um prédio e uma
árvore bem pertinho dele.
Os prédios abertos, sem muros, os banquinhos para as pessoas conversarem, toda
a área verde, os laguinhos, tudo foi realmente planejado e arquitetado com brandura e
urbanidade. Quem nos dera se todo o quadradinho tivesse sido projetado desta maneira.
Em trinta e um anos de vida eu não conhecia a quadra modelo da 308, nem sua igrejinha,
ou ainda todo aquele complexo de unidade de vizinhança.
A igrejinha, com todo respeito e admiração, é algo tão lindo e delicado que eu
realmente não pensava que pudesse estar aberta para eventos reais como missas,
casamentos e batizados. O seu desenho e formato parecem flutuar. Os azulejos parecem
ter sido pintados um a um. Uma obra que se completa e é marcante em quem a visita.
Deveria ser passeio obrigatório das escolas, universidades e moradores desse
quadradinho. Sua pintura interna é muito diferente do que estamos acostumados. A uma
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primeira vista pensamos realmente em ser um ato escárnio e de zombação do sagrado,
mas é uma retratação moderna com elementos simples que agregam ao ornamento
artístico a fé e a alegria.
Os jardins, assim como todo o verde, é algo maravilhoso. Acordar, abrir sua janela,
sentir e respirar o frescor da natureza tão perto, descer ao térreo, sentar-se em um
banquinho, ver os peixes nadaram no espelho d’água deve ser uma dádiva. Para mim a
melhor parte de tudo que conhecemos nessa visita técnica observativa, foi imaginar essa
integração entre o morar em meio a natureza. É como se a natureza, o verde, estivesse
dentro da sua própria casa. Tudo tão pertinho de casa, a igreja, o parque, a escola, o
cinema. Tudo planejado para se viver bem e perto de tudo e todos.
Hoje quem mora no Distrito Federal sabe diferenciar a área nobre claramente. Nas
áreas nobres de Brasília (Asa Norte, Asa Sul, Sudoeste, Cruzeiro, Lago Norte e Sul) há
visualmente um melhor asfalto, as sinalizações das vias estão por todo lado, endereços
padronizados e bem sinalizados, o preço exorbitante do metro quadrado é acessível a uma
pequena “nata”, paradas de ônibus são de boa qualidade (nas periferias, quando há
paradas de ônibus não existem estrutura confortável e segura); existem também a presença
constante de um policiamento ostensivo nas ruas que estão sempre prontos a atender
prontamente qualquer solicitação (nas periferias, a resposta à uma solicitação de viatura é
sempre a mesma: não há viaturas disponíveis). Essas são algumas das características do
Plano Piloto onde poucos podem morar. Não há uma integração verdadeira entre o centr o
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e as demais partes. A “Capital do Trabalho e da Esperança” estava aberta a receber a força
braçal dos que queriam dedicar-se a construção, mas não poderia comportar quem
quisesse morar e se estabelecer aqui.
O filme “A cidade é uma só?” combina documentário e ficção para recontar memórias
de pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas e os reflexos disso nos dias atuais.
Há alguns personagens marcantes como Nancy que foi uma “garota-propaganda” do
processo de remoção ocorrido há mais de 40 anos, CEI (Campanha de Erradicação de
Invasões). Ainda criança, ao lado de outras meninas, participou da campanha, na qual elas
cantaram uma musiquinha em que um dos versos dizia: "A cidade é uma só". Era essa a
ideia que tentava ser vendida: integração de todas as partes da cidade; o futuro; a
modernidade.
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O filme é uma crítica de confronto sincero e verdadeiro de quem vive na pele a
exclusão e periferização. Problemas sócio-políticos existem em todos os países e cidades,
mas é necessário diminuí-los. Integrar as cidades é necessário. Cabe ao Governo
contrabalançar as diferenças sociais, assistindo à população pobre, assegurando-lhe
direitos, além do controle, o estímulo e o planejamento das atividades produtivas no
interesse do bem-estar coletivo e integração de todas as partes da cidade.
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