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O estilo arquitetônico dos anos 70 e 80: Análise do Centro Político

Administrativo e o Palácio Paiaguás.

Helena Galeazzi e Nicole Thomazini

RESUMO

Este artigo apresenta uma análise do Palácio Paiaguás, atual sede do


governo do estado de Mato Grosso em Cuiabá, abordando os principais aspectos
que o caracterizam dentro do contexto histórico e arquitetônico. Construído no início
da década de 1970 como parte do projeto de desenvolvimento da cidade, o Palácio
integra o Centro Político Administrativo (CPA), localizado na região norte de Cuiabá,
com o objetivo de descentralizar as atividades do centro e criar um novo núcleo
habitacional e comercial.

O projeto do Palácio Paiaguás foi concebido pela equipe do arquiteto Moacyr


de Freitas e do engenheiro civil Sátyro Pohl de Castilho, com uma abordagem
arquitetônica baseada na lógica modular, visando a possibilidade de futuras
ampliações. Destaca-se na fachada do edifício um mural do artista Humberto
Espíndola, que representa de forma regionalista a bovinocultura.

O momento da arquitetura mato-grossense, evidenciado pela construção do


Palácio Paiaguás, é marcado por sua inovação construtiva e arquitetônica para a
época. Inspirado pelos ideais estruturalistas e pela contribuição do grupo Team X
para a arquitetura modernista, o edifício reflete uma abordagem contemporânea e
progressista no contexto regional.

Em suma, este artigo explora o Palácio Paiaguás como um símbolo


representativo da arquitetura dos anos 70 em Cuiabá, destacando suas
características urbanísticas, o contexto de sua construção e as influências
arquitetônicas que o moldaram.
INTRODUÇÃO

O objetivo principal deste artigo é analisar o Palácio Paiaguás como objeto de


estudo para compreender o estilo arquitetônico que caracterizou as décadas de
1970 e 1980, especialmente no contexto histórico e urbano de Cuiabá e do estado
de Mato Grosso.
À vista disso, buscou-se explorar, com base em referencias, as principais
características do referido edifício, com o objetivo de compreender como esse
representa o estilo arquitetônico da época, levando em consideração suas
influências políticas, sociais e arquitetônicas.

CONTEXTO HISTÓRICO

O Palácio Paiaguás, localizado em Cuiabá, Mato Grosso, é um marco


arquitetônico construído em meados da década de 1970. Essa obra, está inserida
em um contexto histórico que engloba diversos eventos e transformações
significativas tanto na cidade quanto no estado.
Inicialmente, um dos marcos que influenciaram em tal, foi implementação da
"Marcha para o Oeste", na década de 1940, um projeto estratégico do governo
federal que tinha como objetivo principal promover o desenvolvimento e a ocupação
das regiões do interior do país. Tendo isso em vista, o estado de Mato Grosso,
recebeu consideráveis recursos financeiros destinados à realização de obras de
urbanização, o que resultou em transformações significativas na dinâmica da capital,
Cuiabá.
Entretanto, essas transformações se intensificaram na década de 1960,
principalmente em 1970, período de grandes mudanças no Brasil, devido ao
processo de expansão capitalista promovido pelos governos militares. Nesse
contexto, a integração da Amazônia e a busca pela modernização foram aspectos-
chave que influenciaram tanto o contexto histórico quanto a arquitetura da época.
O conceito de modernização torna-se evidente na capital mato-grossense no
final da década de 1950, quando ocorreu um movimento de renovação destrutiva
que impactou significativamente na identidade dos centros históricos da região.
Essas intervenções resultaram em transformações espaciais diversas, ao mesmo
tempo em que tensionaram a relação entre o antigo e o novo, gerando debates e
questionamentos sobre a preservação do patrimônio arquitetônico e cultural.
Um exemplo marcante desse período, relacionado a desvalorização de obras
antigas - passam a ser consideradas como inadequadas - foi a dinamização da
Catedral do Senhor Bom Jesus em 1968, que ocorreu devido à insuficiência da
antiga catedral diante das aspirações dos usuários da época, refletindo na
inauguração de uma nova catedral, com uma nova linguagem, projetada pelo
arquiteto Benedito Calixto, em 1973.

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Além disso, a construção do Palácio Alencastro em 1950 erguido sobre as
ruínas de antigos casarões históricos, reforça essa modernização. Dessa forma,
reflete a busca por progresso e trouxe consigo fortes influências do estilo
arquitetônico carioca, que se caracterizava pela distribuição das edificações de
forma solta no lote, pela presença de pilotis e por uma marquise marcante.
Esse movimento foi impulsionado pelo governador Pedro Pedrossian, que
exerceu seu mandato de 1966 a 1971, com objetivo de trazer características da
onda de modernização em Brasília para o Mato Grosso. O arquiteto Oscar Arine, de
origem paulista, teve um papel fundamental na disseminação desse estilo
arquitetônico moderno, trazendo características inovadoras para as edificações do
estado. O Fórum de Três Lagoas, projetado por Arine em parceria com Iranick
Arakelian em 1966, é considerado a primeira obra significativamente brutalista na
região. Obra qual destacava-se pelo desapego à monumentalidade, pela utilização
de materiais aparentes e pela permeabilidade do térreo.
Paralelamente a isso, Cuiabá tornou-se um ponto de entroncamento viário do
Centro-Oeste com outras regiões do país, devido a implantação de novas
interligações rodoviárias durante o período de modernização. Portanto, no início da
década de 70, notou-se um aumento relevante da população de Cuiabá,
consequência do acelerado crescimento demográfico. Diante desse cenário, um
movimento formado por administradores locais surge e busca revalorizar a memória
urbana da cidade. Movimento que resultou no tombamento do centro antigo de
Cuiabá em nível federal, em 1987.
Nesse contexto, obras na periferia da cidade foram projetadas em pontos
estratégicos de expansão e desafogamento do centro pelo Poder Público, visando
um crescimento urbano direcionado. Essa abordagem buscava contrapor o
engessamento oriundo do movimento de modernização anterior, que ameaçava
desassociar a identidade local.

Esse modelo anterior, com edificações imponentes e distantes da escala


humana, começou a ser questionado. Surgiu a necessidade de projetar edificações
mais sensíveis às necessidades da região e que considerassem os espaços
humanizados. Essa abordagem estava alinhada aos ideais do grupo Team X,
formado por arquitetos modernistas preocupados com a comunidade.
Um exemplo importante desse período de transformação foi a implantação da
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em 1970. Essa instituição de ensino
foi instalada na região sul da cidade, polarizando o crescimento naquela área e
direcionando o desenvolvimento para além do centro histórico. Analogamente, foi
construído o Centro Político Administrativo (CPA) na região norte da cidade, com o
objetivo de abrigar e centralizar os órgãos administrativos do governo estadual.

Essas mudanças políticas e sociais refletiram-se na arquitetura de Cuiabá,


marcando o fim da primeira fase da modernização da arquitetura regional. Os
edifícios que surgiram nesse período se distanciaram dos monumentos históricos e
adotaram uma linguagem arquitetônica com formas duras, pesadas e

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pseudomodernas. O processo de modernização influenciado por Brasília e as
transformações socioeconômicas impulsionaram a busca por uma identidade
arquitetônica mais contemporânea.

Em suma, a arquitetura da época refletiu as tensões entre o antigo e o novo,


as influências modernistas e a necessidade de uma linguagem arquitetônica que
representasse a modernidade e a identidade regional. O Palácio Paiaguás é um
marco desse período, incorporando elementos arquitetônicos e artísticos que
ressaltam sua importância histórica e estilística no cenário urbano de Cuiabá.

O CENTRO POLÍTICO ADMINISTRATIVO

A partir do ano de 1970, surge uma proposta do arquiteto Moacyr de Freitas,


baseada na intenção de centralizar os órgãos públicos do estado. A princípio, a ideia
consistia na implementação de uma torre verticalizada no ponto de maior destaque
da gleba em relação a topografia, atrelada a ideia monumental propagada até então,
denominada Centro Cívico. Este projeto foi superado pelo anteprojeto encomendado
a arquitetos cariocas por intermédio do engenheiro Sátyro Castilho, que propuseram
a implantação do Centro Cívico no espaço onde hoje localiza-se o bairro Santa
Rosa, já que condizia com o eixo viário dos principais edifícios governamentais,
consagrando um eixo monumental na cidade seguindo os moldes do Plano Piloto de
Brasília (CAMINHA, 2006, apud CASTOR, 2013).
Surge na mesma época, em contraposição, um grupo de arquitetos formados
em Brasília, com inspirações modernistas distintas das cariocas. Nesse sentido, foi
formada, então, a equipe de trabalho do CPA, coordenada por Sátyro Castilho e
desenvolvida pelos arquitetos Júlio de Lamônica Freire, Manuel Perez, José Antonio
Lemos, Moacyr Freitas, Sérgio de Moraes, Antônio Rodrigues Carvalho e Antonio
Carlos Carpinteiro, usando como base uma gleba de cerca de 2200 hectares, a
aproximadamente 6 quilômetros do centro da cidade, proporcionando a expansão do
perímetro urbano de Cuiabá. A escolha da implantação e planejamento do CPA
envolveu estudos de localização e implantação a fim de facilitar acessos e diminuir
custos de infraestrutura. Dessa forma, o plano viário do Centro Político respeita a
topografia do espaço unida à definição geométrica, delimitando áreas com alça
viária curva traçada a partir da via arterial principal, a Avenida Historiador Rubens de
Mendonça, com hierarquia bastante clara entre as vias que contornam o complexo e
as internas.

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Figura 1: Recorte da planta de locação dos blocos do CPA-MT, Cuiabá. Déc. de 70. Destaque à laje nervurada aberta do
Palácio Paiguás posicionada na parte mais elevado do terreno. Destaca-se também o arruamento que passa entre as
edificações. Fonte: CASTOR, 2013, p. 294.

Figura 2: Grupo de trabalho do cpa: projeto e implantação do centro político-administrativo. Fonte: CASTOR, 2013, p. 291.

No complexo, foram designados setores para os poderes executivos,


legislativos e judiciários, projetando três conjuntos: o Tribunal de Justiça, o Tribunal
de Contas do Estado e o bloco denominado Administração Centralizada do Estado,
sendo esta última localizada na parte mais alta da topografia do terreno. Ainda que
setorizados, estes conjuntos não podem ser entendidos como independentes, visto
que respondem a um mesmo sistema modular de blocos de base quadrada
12,6x12,6m, que se segue invariável independente da demanda funcional do projeto
e podendo ser locada no desnível do terreno por estar sobre pilotis, dinamizando o
espaço com pátios livres. Além disso, outros elementos se seguiram padronizados,
como a forma de vedação externa com alvenaria de tijolos aparentes e janelas
corridas com esquadrias metálicas ou painéis de vidro protegidos por brises verticais
móveis.
O primeiro edifício implantado no conjunto político foi o Palácio Paiaguás,
com sua obra entregue em 1975. Este foi locado na região mais alta da gleba,
evidenciando que, ainda que de forma bastante sutil e delicada, os projetistas
propuseram uma certa hierarquia na implantação dos prédios, sugerindo

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superioridade deste em relação aos demais por se tratar da administração central do
Estado (CASTOR, 2013). A arquitetura destes edifícios, segundo Júlio Freire,
arquiteto participante de sua concepção, destaca-se por ser “simples e despojada”
embora apoiada em proposta arrojada de concepção avançada e vanguardista. A
locação destes edifícios centralizava-se na área central do complexo, sendo que, na
época, foram projetados mais edifícios do que podemos contemplar atualmente.
Além do complexo dos três poderes, também foi projetado pelo Grupo de
Trabalho do CPA o conjunto habitacional popular CPA I, que tinha como intuito
proteger a área da especulação imobiliária, uma vez que tratava-se de gleba de
propriedade estatal, de forma que a mudança da sede do Executivo do Palácio
Alencastro, no antigo centro da cidade para a atual sede do governo trouxe grande
desenvolvimento para a área, atraindo investimentos, infraestrutura e deslocando
habitantes para o espaço, formando-se núcleos habitacionais construídos e
majoritariamente destinados à servidores públicos (NADAF, 2014). Segundo Freire,
que esteve mais uma vez envolvido na concepção do projeto, a localização do
conjunto habitacional trouxe o privilégio de maior liberdade projetual, permitindo, por
exemplo, o alargamento da testada do lote e diminuição de sua profundidade se
comparado com os propostos em COHAB, com a intenção de que isso facilitaria a
implantação das modulações propostas para as moradias. Além disso, o aumento da
caixa viária, sua hierarquização e o projeto paisagístico de arborização são fatores
positivos do espaço.

O PALÁCIO PAIAGUÁS

O Palácio Paiaguás surge como proposta para redirecionar e sediar os


órgãos públicos do Estado de Mato Grosso, como Tribunal de Conta da União,
Instituto Nacional de Reforma Agraria, ministérios, procuradorias, Gabinete do
Governador, Casa Civil, Núcleo Governadoria, Secretaria de Comunicação, Casa
Militar, deslocando para o Conjunto Político Administrativo a sede do poder
executivo do governo.
Ainda que se tratando de repartições da gestão pública, o projeto do palácio
desestimula uma leitura hierárquica, que sugere a dissociação de uma imagem
“intocada” dos governantes, com elementos simbólicos sutis como, por exemplo, a
locação de escadas ao lado do gabinete do governador interligando o espaço
público e o privado. Além disso, nota-se a horizontalidade e o acesso livre ao térreo
originalmente sem vedações e em pilotis, garantindo ao pedestre fluxo contínuo,
mais uma vez, de forma simbólica, “nivelando” todos os usuários do espaço,
reforçando a propaganda democrática da época. Sua arquitetura seguia a malha
quadrada previamente citada no artigo, seguindo a ideologia dos arquitetos que
sugeriam que este uso seria imprescindível para a facilidade de uma vasta gama de
possíveis ampliações, de forma que o bloco foi pensado a fim de que suas
dimensões respondessem a todos requisitos do programa de necessidades
desenvolvido, sendo que esta padronização se fez válida.

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Figura 3: Planta Baixa original do primeiro pavimento do Palácio Paiaguás. Fonte: Planta cedida pelo Prof. Ricardo Castor aos
alunos Ana Paula Barcelos, Karine Pimenta e Mirely de Oliveira.

Figura 4: Cortes do projeto executivo original do Palácio Paiaguás. Imagem cedida do acervo do arquivo público de Mato
Grosso.

Figura 5: Térreo do Palácio Paiaguás, CPA-MT. Pilotis convertidos em estacionamento. Fonte: CASTOR, 2013, p. 299.

No projeto original, os projetistas optaram por seguir uma linguagem simplória


na edificação, com materiais puros como concreto aparente, tijolo aparente e painéis
de vidro, desenvolvimento da estrutura e com seu processo construtivo que
potencializava, mais uma vez, possíveis expansões, uma vez que sua estrutura em

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módulo permitia a implementação de pré-moldados, ainda que na época da
construção tenha sido feito uso de moldes in loco.

Figura 6: Obras do CPA-MT, formas em cobertura em grelha de concreto, 1974. Fonte: CASTOR, 2013, p. 295.

Figura 7: Vista aérea do complexo CPA nos anos 70. Imagem cedida do acervo do arquivo público de Mato Grosso.

Figura 8: Vista aérea do Palácio Paiaguás atualmente. Destaca-se os anexos à proposta original. Imagem cedida do acervo do
arquivo público de Mato Grosso.

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Nos dias atuais, as áreas livres perderam seu espaço para novas divisões
internas, de forma a descaracterizar o partido original do projeto, além de
gradeamentos externos que se fizeram necessários, uma vez que seria utópico
pensar em edifícios públicos sem certa garantia de segurança, se tornando um fator
limitante a este fluxo proposto primariamente. Cabe também citar que, ainda que a
volumetria do bloco ainda preserve a linguagem unitária do projeto, cada órgão
comporta-se individualmente, contando com corredores internos vedados, de forma
que seu acesso seja, muitas vezes, feito pela parte externa do espaço, arruinando a
ideia primaria de pequenos percursos.
Foi proposto também, em resposta aos condicionantes climáticos de Cuiabá,
o teto verde, pensado como isolante térmico, ainda que sua implementação não
tenha sido concluída, segundo funcionários do palácio. Nesse sentido, o projeto
original foi mais uma vez descaracterizado, com a substituição posteriormente para
telhas de fibrocimento. Mais descaracterizações do projeto incluem o revestimento
dos pilotis originais, o reboco de boa parte dos tijolos aparentes e a própria planta
baixa do bloco, vítima de uma expansão desregulada guiada pela necessidade de
seus usuários, que apropriaram-se do espaço com modificações como vedações
internas de alvenaria, a fim de garantir setorizações internas.
Um dos principais protagonistas do projeto se dá na praça interna ajardinada
composta por quatro módulos, que, segundo Ricardo Castor, foi pensada como uma
praça pública, com pensamento no conforto térmico da cobertura que filtra radiação
solar que evidencia a intenção projetual em que o ambiente se faz um local de estar,
não apenas de contemplação. Também, no espaço e em sua fachada externa, faz-
se presente o mural da Bovinocultura, finalizado em 1975 pelo artista mato-
grossense Humberto Espíndola. O mural de cores vivas em materiais como
mármore, concreto, granito e tinta epóxi contrasta com a atmosfera cinzenta da
estrutura como um todo.
Tanto o Palácio quanto o Mural foram tombados pelo Governo do Estado no
ano de 2014, sendo parte do acervo do Patrimônio Histórico de Mato Grosso, devido
ao reconhecimento e importância na preservação da memória e identidade
proporcionada à população.

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Figura 9: Vista do pátio interna do Palácio Paiáguas. Imagem cedida do acervo do arquivo público de Mato Grosso.

Foto borrada:
resulução
inaceitável.
Visitamos o prédio
justamente para
não precisarem
desse tipo de coisa

Figura 10: Vista do Mural e jardim interno no pátio do palácio Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

CONCLUSÃO

Diante do contexto histórico de crescimento populacional exacerbado na


cidade de Cuiabá, foi necessário que o governo buscasse uma ampliação do
perímetro urbano da cidade. É neste âmbito que surge a proposta do Centro Político
Administrativo formulada pelos arquitetos Júlio de Lamônica Freire, Manuel Perez,
José Antonio Lemos, Moacyr Freitas, Sérgio de Moraes, Antônio Rodrigues Carvalho
e Antonio Carlos Carpinteiro, com ideais modernos e vanguardistas, com partido
arquitetônico e urbanístico revolucionário à cidade e significativo até os dias atuais,
com seu conjunto de blocos modulares setorizados em somatória com conjuntos
habitacionais populares, que corresponde ao município um centro deslocado.
O Palácio Paiaguás é um grande exemplo desta produção e da simbologia
por trás do conjunto, com intenções associadas a promoção de maior proximidade
democrática entre o governo e a população, evidenciada por escolhas projetuais
sutis, como facilidade de acesso e simplicidade de concepção.
Pode-se conferir ao visitar o bloco atualmente que suas posteriores
descaracterizações ocasionaram uma descontinuidade na leitura de conjunto
proposta inicialmente pelos arquitetos, ainda que estes tenham feito escolhas que
buscavam uma expansão sequencial e modular a fim de preservar sua identidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTOR, Ricardo Silveira. Arquitetura Moderna em Mato Grosso: diálogos,


contrastes e conflitos. Tese doutorado. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade de São Paulo-FAU-USP. São Paulo. 2013.

SANTOS, Ana Paula Barcelos dos; PIMENTA, Karine Hellen Silva; OLIVEIRA, Mirely
Felippe de. Centro Político Administrativo: Análise do complexo do Palácio Paiaguá.
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Mato Grosso-
UFMT. Cuiabá, p. 2-29, agosto, 2019.

IPatrimônio. "Cuiabá: Palácio Paiaguás e Mural Externo - Bovinocultura." Disponível


em: https://www.ipatrimonio.org/cuiaba-palacio-paiaguas-e-mural-externo-
bovinocultura/. Acesso em [17/05/2023].

"Conheça a história do Palácio Paiaguás em Cuiabá-19/01/2015." Disponível em:


https://globoplay.globo.com/v/3901759/. Acesso em 17/05/2023.

GONSALES, Celia. CIAM, Team X e espaço urbano nos conjuntos habitacionais


brasileiros: o Conjunto Terras Altas em Pelotas. Arquitetura Revista, [S.I]. Vol. 7, n.
2, p. 101-111, jul/dez 2011.

FREIRE, Júlio De Lamônica. Por uma Poética Popular da Arquitetura. Cuiabá:


EdUFMT, 1997.

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