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RESUMO
CONTEXTO HISTÓRICO
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Além disso, a construção do Palácio Alencastro em 1950 erguido sobre as
ruínas de antigos casarões históricos, reforça essa modernização. Dessa forma,
reflete a busca por progresso e trouxe consigo fortes influências do estilo
arquitetônico carioca, que se caracterizava pela distribuição das edificações de
forma solta no lote, pela presença de pilotis e por uma marquise marcante.
Esse movimento foi impulsionado pelo governador Pedro Pedrossian, que
exerceu seu mandato de 1966 a 1971, com objetivo de trazer características da
onda de modernização em Brasília para o Mato Grosso. O arquiteto Oscar Arine, de
origem paulista, teve um papel fundamental na disseminação desse estilo
arquitetônico moderno, trazendo características inovadoras para as edificações do
estado. O Fórum de Três Lagoas, projetado por Arine em parceria com Iranick
Arakelian em 1966, é considerado a primeira obra significativamente brutalista na
região. Obra qual destacava-se pelo desapego à monumentalidade, pela utilização
de materiais aparentes e pela permeabilidade do térreo.
Paralelamente a isso, Cuiabá tornou-se um ponto de entroncamento viário do
Centro-Oeste com outras regiões do país, devido a implantação de novas
interligações rodoviárias durante o período de modernização. Portanto, no início da
década de 70, notou-se um aumento relevante da população de Cuiabá,
consequência do acelerado crescimento demográfico. Diante desse cenário, um
movimento formado por administradores locais surge e busca revalorizar a memória
urbana da cidade. Movimento que resultou no tombamento do centro antigo de
Cuiabá em nível federal, em 1987.
Nesse contexto, obras na periferia da cidade foram projetadas em pontos
estratégicos de expansão e desafogamento do centro pelo Poder Público, visando
um crescimento urbano direcionado. Essa abordagem buscava contrapor o
engessamento oriundo do movimento de modernização anterior, que ameaçava
desassociar a identidade local.
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pseudomodernas. O processo de modernização influenciado por Brasília e as
transformações socioeconômicas impulsionaram a busca por uma identidade
arquitetônica mais contemporânea.
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Figura 1: Recorte da planta de locação dos blocos do CPA-MT, Cuiabá. Déc. de 70. Destaque à laje nervurada aberta do
Palácio Paiguás posicionada na parte mais elevado do terreno. Destaca-se também o arruamento que passa entre as
edificações. Fonte: CASTOR, 2013, p. 294.
Figura 2: Grupo de trabalho do cpa: projeto e implantação do centro político-administrativo. Fonte: CASTOR, 2013, p. 291.
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superioridade deste em relação aos demais por se tratar da administração central do
Estado (CASTOR, 2013). A arquitetura destes edifícios, segundo Júlio Freire,
arquiteto participante de sua concepção, destaca-se por ser “simples e despojada”
embora apoiada em proposta arrojada de concepção avançada e vanguardista. A
locação destes edifícios centralizava-se na área central do complexo, sendo que, na
época, foram projetados mais edifícios do que podemos contemplar atualmente.
Além do complexo dos três poderes, também foi projetado pelo Grupo de
Trabalho do CPA o conjunto habitacional popular CPA I, que tinha como intuito
proteger a área da especulação imobiliária, uma vez que tratava-se de gleba de
propriedade estatal, de forma que a mudança da sede do Executivo do Palácio
Alencastro, no antigo centro da cidade para a atual sede do governo trouxe grande
desenvolvimento para a área, atraindo investimentos, infraestrutura e deslocando
habitantes para o espaço, formando-se núcleos habitacionais construídos e
majoritariamente destinados à servidores públicos (NADAF, 2014). Segundo Freire,
que esteve mais uma vez envolvido na concepção do projeto, a localização do
conjunto habitacional trouxe o privilégio de maior liberdade projetual, permitindo, por
exemplo, o alargamento da testada do lote e diminuição de sua profundidade se
comparado com os propostos em COHAB, com a intenção de que isso facilitaria a
implantação das modulações propostas para as moradias. Além disso, o aumento da
caixa viária, sua hierarquização e o projeto paisagístico de arborização são fatores
positivos do espaço.
O PALÁCIO PAIAGUÁS
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Figura 3: Planta Baixa original do primeiro pavimento do Palácio Paiaguás. Fonte: Planta cedida pelo Prof. Ricardo Castor aos
alunos Ana Paula Barcelos, Karine Pimenta e Mirely de Oliveira.
Figura 4: Cortes do projeto executivo original do Palácio Paiaguás. Imagem cedida do acervo do arquivo público de Mato
Grosso.
Figura 5: Térreo do Palácio Paiaguás, CPA-MT. Pilotis convertidos em estacionamento. Fonte: CASTOR, 2013, p. 299.
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módulo permitia a implementação de pré-moldados, ainda que na época da
construção tenha sido feito uso de moldes in loco.
Figura 6: Obras do CPA-MT, formas em cobertura em grelha de concreto, 1974. Fonte: CASTOR, 2013, p. 295.
Figura 7: Vista aérea do complexo CPA nos anos 70. Imagem cedida do acervo do arquivo público de Mato Grosso.
Figura 8: Vista aérea do Palácio Paiaguás atualmente. Destaca-se os anexos à proposta original. Imagem cedida do acervo do
arquivo público de Mato Grosso.
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Nos dias atuais, as áreas livres perderam seu espaço para novas divisões
internas, de forma a descaracterizar o partido original do projeto, além de
gradeamentos externos que se fizeram necessários, uma vez que seria utópico
pensar em edifícios públicos sem certa garantia de segurança, se tornando um fator
limitante a este fluxo proposto primariamente. Cabe também citar que, ainda que a
volumetria do bloco ainda preserve a linguagem unitária do projeto, cada órgão
comporta-se individualmente, contando com corredores internos vedados, de forma
que seu acesso seja, muitas vezes, feito pela parte externa do espaço, arruinando a
ideia primaria de pequenos percursos.
Foi proposto também, em resposta aos condicionantes climáticos de Cuiabá,
o teto verde, pensado como isolante térmico, ainda que sua implementação não
tenha sido concluída, segundo funcionários do palácio. Nesse sentido, o projeto
original foi mais uma vez descaracterizado, com a substituição posteriormente para
telhas de fibrocimento. Mais descaracterizações do projeto incluem o revestimento
dos pilotis originais, o reboco de boa parte dos tijolos aparentes e a própria planta
baixa do bloco, vítima de uma expansão desregulada guiada pela necessidade de
seus usuários, que apropriaram-se do espaço com modificações como vedações
internas de alvenaria, a fim de garantir setorizações internas.
Um dos principais protagonistas do projeto se dá na praça interna ajardinada
composta por quatro módulos, que, segundo Ricardo Castor, foi pensada como uma
praça pública, com pensamento no conforto térmico da cobertura que filtra radiação
solar que evidencia a intenção projetual em que o ambiente se faz um local de estar,
não apenas de contemplação. Também, no espaço e em sua fachada externa, faz-
se presente o mural da Bovinocultura, finalizado em 1975 pelo artista mato-
grossense Humberto Espíndola. O mural de cores vivas em materiais como
mármore, concreto, granito e tinta epóxi contrasta com a atmosfera cinzenta da
estrutura como um todo.
Tanto o Palácio quanto o Mural foram tombados pelo Governo do Estado no
ano de 2014, sendo parte do acervo do Patrimônio Histórico de Mato Grosso, devido
ao reconhecimento e importância na preservação da memória e identidade
proporcionada à população.
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Figura 9: Vista do pátio interna do Palácio Paiáguas. Imagem cedida do acervo do arquivo público de Mato Grosso.
Foto borrada:
resulução
inaceitável.
Visitamos o prédio
justamente para
não precisarem
desse tipo de coisa
Figura 10: Vista do Mural e jardim interno no pátio do palácio Foto: Mayke Toscano/Secom-MT
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, Ana Paula Barcelos dos; PIMENTA, Karine Hellen Silva; OLIVEIRA, Mirely
Felippe de. Centro Político Administrativo: Análise do complexo do Palácio Paiaguá.
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Mato Grosso-
UFMT. Cuiabá, p. 2-29, agosto, 2019.
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