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Funec - Industrial

1°B - Química

Guilherme Pereira Lima

Ciclos Biogeoquímicos - Ciclo do Nitrogênio

Contagem
2022
Os ciclos biogeoquímicos compreendem os processos pelos quais os organismos retiram
os elementos químicos ou compostos da natureza para serem utilizados por eles,
devolvendo-os em seguida ao ambiente. Assim, a matéria no ambiente, embora sofra
rearranjos, mantém-se, de certa forma, constante, pois está sendo constantemente
reciclada. Entre os principais ciclos biogeoquímicos, podemos destacar os ciclos da:

Água: O ciclo da água envolve processos, como evaporação, condensação, precipitação e


infiltração. Quando a água cai sobre o ambiente terrestre, ela infiltra no solo, indo parar nos
lençóis freáticos.

Oxigênio: Entende-se por Ciclo do oxigênio o movimento do oxigênio entre os seus três
reservatórios principais: a atmosfera, a biosfera e a litosfera.

Nitrogênio: O processo pelo qual o nitrogênio ou azoto circula através das plantas e do
solo pela ação de organismos vivos é conhecido como ciclo do nitrogênio ou ciclo do azoto.

Carbono: O ciclo do carbono é um ciclo no qual o elemento carbono sai do meio ambiente
para os organismos vivos, retornando, em seguida, ao meio ambiente.

Enxofre: O enxofre entra na cadeia alimentar por meio das plantas, que o absorvem de
vários compostos para utilizá-lo na produção de seus aminoácidos.

Ciclo do Nitrogênio

O nitrogênio é um elemento químico bastante encontrado


na natureza. A atmosfera, por exemplo, é composta
principalmente pelo gás nitrogênio, aproximadamente
78%. Apesar de importante para a sobrevivência de todo
organismo, a maioria não é capaz de retirá-lo da
atmosfera para a sua utilização. Para que ele seja
aproveitado, os seres vivos necessitam principalmente de
bactérias chamadas de fixadoras de nitrogênio.

O processo pelo qual o nitrogênio ou azoto circula através das plantas e do solo pela ação
de organismos vivos é conhecido como ciclo do nitrogênio ou ciclo do azoto. O ciclo do
nitrogênio é um dos ciclos mais importantes nos ecossistemas terrestres. O nitrogênio é
usado pelos seres vivos para a produção de moléculas complexas necessárias ao seu
desenvolvimento tais como aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos.

Podemos dividi-lo didaticamente em algumas etapas principais, as quais são:


Fixação
A fixação é o processo através do qual o nitrogênio é capturado da atmosfera em estado
gasoso (N2) e convertido em formas úteis para outros processos químicos, tais como
amoníaco (NH3), nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-). Esta conversão pode ocorrer através de
processos naturais (para a geração de substratos metabólicos e inserção na cadeia
alimentar por meio de compostos nitrogenados) e artificiais.

Fixação biológica
Algumas bactérias têm a capacidade de capturar moléculas de nitrogênio (N2) e
transformá-las em componentes úteis para os restantes seres vivos. Entre estas, existem
bactérias que estabelecem uma relação de simbiose com algumas espécies de plantas
(leguminosas) e bactérias que vivem livres no solo. A simbiose é estabelecida através do
consumo de amoníaco por parte das plantas; amoníaco este que é produzido pelas
bactérias que vivem nas raízes das mesmas plantas.

Fixação atmosférica
A fixação atmosférica ocorre através dos relâmpagos, cuja elevada energia separa as
moléculas de nitrogênio e permite que os seus átomos se liguem com moléculas de
oxigénio existentes no ar formando monóxido de nitrogênio (NO). Este é posteriormente
dissolvido na água da chuva, favorecendo a precipitação ácida, e depositado no solo.
A fixação atmosférica contribui com cerca de 3 a 4 % de todo o nitrogênio fixado.

Fixação industrial
Através de processos industriais (nomeadamente o processo de Haber-Bosch) é possível
produzir amoníaco (NH3) a partir de azoto (N2) e hidrogénio (H2). O amoníaco é produzido
principalmente para uso como fertilizante cuja aplicação sustenta cerca de 40% da
população mundial.

Assimilação
Os nitratos formados pelo processo de nitrificação são absorvidos pelas plantas e
transformados em compostos carbonados para produzir aminoácidos e outros compostos
orgânicos de nitrogênio.
A incorporação do nitrogênio em compostos orgânicos ocorre em grande parte nas células
jovens em crescimento das raízes.

Amonificação
Através da mineralização, a matéria orgânica morta é transformada no íon de amônio
(NH4+) por intermédio de bactérias aeróbicas, anaeróbicas e alguns fungos.

Nitrificação
A oxidação do amoníaco, conhecida como nitrificação, é um processo que produz nitratos a
partir do amoníaco (NH3). Este processo é levado a cabo por bactérias (bactérias
nitrificantes) em dois passos: numa primeira fase o amoníaco é convertido em nitritos
(NO2-) e numa segunda fase (através de outro tipo de bactérias nitrificantes) os nitritos são
convertidos em nitratos (NO3-) prontos a ser assimilados pelas plantas.
Desnitrificação
A desnitrificação é o processo pelo qual o azoto volta à atmosfera sob a forma de gás quase
inerte (N2). Este processo ocorre através de algumas espécies de bactérias (tais como
Pseudomonas e Clostridium) em ambiente anaeróbico. Estas bactérias utilizam nitratos
alternativamente ao oxigênio como forma de respiração e libertam azoto em estado gasoso
(N2).

Eutrofização
A eutrofização corresponde a alterações de um corpo de água como resultado de adição de
substratos nutritivos a ecossistemas aquáticos, especialmente íons fosfato e nitrato.
Os compostos de azoto existentes no solo são transportados através dos cursos de água,
aumentando a concentração nos depósitos de água, podendo fazer com que estes sejam
sobre-populados por certas espécies de algas, podendo ser nocivo para o ecossistema
envolvente.

Repositórios do nitrogênio:

Ar atmosférico: a concentração do nitrogênio na forma gasosa (N2), no ar atmosférico, é


de cerca de 78%. Essa porcentagem corresponderia ao quantitativo de aproximadamente
3.9-4.0 x 109 TgN (TgN = Teragrama). Cada TgN de N corresponde a 1012 g do gás na
atmosfera. Uma molécula do gás nitrogênio (N2) tem um tempo de residência, ou seja, as
partículas residem por um período de 10 milhões de anos;

Seres vivos: o nitrogênio está presente nas plantas e nos seres vivos. A porção
quantitativa é de 3 x 104 TgN e o tempo de residência é de 50 anos.

Rochas e solos: o nitrogênio presente nas rochas e nos solos tem porção de
aproximadamente de 9.5 x 104 TgN, e o tempo de residência médio de 2000 anos;

Oceanos: o nitrogênio é encontrado de duas formas nos oceanos. No fundo deles é na


forma de sedimentos, no quantitativo de 4-5 x 108 TgN. E na superfície dos oceanos os
nitrogênios estão dissolvidos em matérias orgânicas, numa quantidade de 2 x 105 TgN.

Importância do Ciclo do Nitrogênio


O nitrogênio é um elemento essencial para a composição de proteínas, do RNA e do DNA,
sendo vital para qualquer ser vivo, humanos, inclusive. Com as plantas em bom
desenvolvimento, os animais que as ingerirem se tornam mais bem nutridos, ao absorver o
nitrogênio presente nelas.

Poluição
Os pesquisadores dizem que o excesso de nitrogenio “pode dizimar níveis essenciais de
oxigênio na água e tem efeitos significantes no clima, produção alimentar, e ecossistemas
por todo o mundo,” de acordo com uma indicação da Science.
Ciclo do nitrogênio nos aquários
O ciclo do nitrogênio ou ciclo do azoto acontecerá em um aquário a partir do momento em
que nele houver peixe e alimento. O alimento consumido pelos animais, quando excretado e
após algumas reações se transforma em amônia.

Ciclo do Nitrogênio em Portugal


A concentração de derivados de azoto em água doce influencia a qualidade da água e
pode, para valores altos, afectar a saúde pública. Podemos considerar dois tipos de massas
de água doce: rios e repositórios de água no sub-solo.
Concentração de nitratos no sub-solo em Portugal, à nível europeu, os valores aceitáveis
para concentração de nitratos para água potável são até 25 mg NO3/l. O máximo permitido
é de 50 mg NO3/l.[6]

Concentração de nitratos no sub-solo


As principais fontes de contaminação da água por nitrato são agrotóxicos ou dejetos
humanos ou de animais.

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