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V Simpósio Brasileiro de Aplicações de Informática em Geotecnia – Belo Horizonte - vol 1 – 87-94 - 2005

Estudo Numérico sobre o Método da Evaporação para


Determinação da Função de Permeabilidade

Guimarães, A. M. de Vasconcellos
Mestre pela Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil andremeira@yahoo.com

Marinho, F. A. M.
Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil, fmarinho@usp.br

Resumo: Em 1969, Wind apresentou um método experimental para obtenção simultânea da curva de
retenção e da função de permeabilidade de meios porosos. O método baseia-se no monitoramento de uma
amostra de solo com medidas de sucção por tensiômetros instalados em diferentes alturas e da perda de
massa pela evaporação da água contida na amostra através de uma balança. A literatura sobre o método de
Wind faz referência à sensibilidade dos resultados a diversos aspectos relacionados com a montagem e
medição da sucção. O presente trabalho tem como finalidade avaliar numericamente a metodologia proposta
por Wind (1969), simulando ensaios em materiais com diferentes propriedades de retenção. O estudo leva
em consideração a eventual ocorrência de erros e imprecisões no posicionamento e medições dos
tensiômetros, de maneira a possibilitar uma verificação da influência destes erros nos resultados obtidos.

Abstract: In 1969, Wind presented an experimental method to obtain simultaneously the soil-water
retention curve and the permeability function. The method consists in monitoring a soil sample, measuring
the suction with tensiometers installed at different heights of the sample, and also measuring the loss of
water by evaporation with a balance. The literature about the Wind’s method refers to the sensibility of the
results in relation to the set up of the system and soil suction measurements. The objective of the present
work is to evaluate numerically the Wind’s methodology, simulating using materials with different retention
properties. In the present work is considered errors and imprecisions in the position and measurement of the
tensiometers, making possible to evaluate the influence of these errors on the results.

1 INTRODUÇÃO A estimativa do coeficiente de permeabilidade de


meios não saturados vem sendo feita através da
É notável que cada vez mais pesquisadores da área aplicação de modelos matemáticos baseados na
geotécnica vêm focando seus estudos no curva de retenção do material (e. g. Brooks e Corey,
comportamento dos solos em condições não 1966; van Genuchten, 1980). Estes modelos tentam
saturadas. Este crescimento deve-se, especialmente, descrever, através de equações matemáticas, a
ao reconhecimento de diversas situações onde o variação do coeficiente de permeabilidade com a
comportamento de solos não saturados se afastam sucção e/ou teor de umidade. Esta relação é
das premissas que originaram os princípios da chamada de função de permeabilidade.
Mecânica dos Solos “tradicional”. Entretanto, as limitações das equações matemáticas
O fluxo de água nos meios não saturados é uma associadas à pequena quantidade de informações, no
das áreas da Mecânica dos solos não saturados que que diz respeito aos parâmetros aplicados às
mais necessita de aprimoramentos. Enquanto nos equações governantes, restringem a aplicação desta
meios saturados o fluxo ocorre, em geral, em regime teoria em casos reais de campo.
permanente, nos meios não saturados o fluxo ocorre, Por isso, os métodos de laboratório vêm sendo
normalmente, em regime transiente, com o amplamente estudados há anos (e. g. Wind, 1969;
coeficiente de permeabilidade variando de ponto a Klute e Dirksen, 1986; Tamari et al., 1993; Bertuzzi
ponto em função da quantidade de água presente no et al., 1997, Bicalho, 1999), apesar de serem, de
meio. modo geral, de difícil execução e requererem um
tempo significativo para a realização dos ensaios.

1
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Estes métodos têm como princípio básico a A simplicidade do método está na forma como ele
aplicação da Lei de Darcy, tanto para fluxos induz os diversos perfis de sucção e de teor de
permanentes como transientes. No caso da aplicação umidade na amostra. A técnica utilizada para se
de fluxos em regime transiente, aplica-se a lei de remover a água do solo é simplesmente permitir a
Darcy para curtos intervalos de tempo, onde o fluxo evaporação da água do solo.
pode ser considerado como permanente. Embora Wind (1969) considere como a grande
O coeficiente de permeabilidade pode variar em vantagem do seu método a simplicidade da
muitas ordens de magnitude. Esta grande variação é instrumentação requerida, esta não parece ser a
um dos grandes desafios da determinação maior delas. Para que bons resultados possam ser
experimental, pois a grande maioria dos métodos coletados com a utilização deste método, é
não é capaz de cobrir todo o intervalo em estudo. As necessário não só a utilização de instrumentos
limitações de cada método estão diretamente ligadas precisos e acurados, mas também precisamente
à capacidade de se medir a sucção e/ou teor de posicionados ao longo da amostra.
umidade do material em estudo. No caso específico A grande vantagem da utilização deste método
do método de Wind (1969) além da qualidade de parece vir com alguns avanços no sistema de
resposta estar relacionada com a capacidade dos aquisição de dados, que trazem grandes benefícios
tensiômetros, necessita-se de uma grande precisão ao ensaio. A monitoração contínua do ensaio
nas leituras e um acurado posicionamento dos permite que os dados sejam trabalhados e avaliados
tensiômetros no sistema. Para se avaliar os efeitos de maneira mais clara e adequada, pois a grande
destes aspectos, foram feitas diversas análises gama de dados obtida permite esta facilidade.
numéricas, onde os erros em cada um destes fatores A partir dos dados de sucção e massa coletados
foram controlados com o objetivo de se avaliar a durante o ensaio, Wind (1969) propõe um
sensibilidade do método a eles. procedimento interativo para a estimativa da curva
de retenção. Este procedimento consiste em ajustar
2 MÉTODO DE WIND (1969) uma curva de retenção, de modo que as variações
dos teores de umidade, correspondentes as variações
Em 1969, Wind apresentou um método para dos valores de carga matricial medidos, estejam de
obtenção da função de permeabilidade em regime de acordo com a variação de peso total registrado pela
fluxo transiente. Em seu trabalho são mencionadas balança.
as dificuldades relacionadas com a determinação da O procedimento é iniciado adotando-se uma curva
função de permeabilidade, citando entre elas a de retenção qualquer. São estimados, a partir dos
necessidade de se medir tanto a sucção matricial valores de sucção matricial medidos, os teores de
como o teor de umidade ao longo da amostra. umidades correspondentes a curva inicialmente
Entretanto, em seu método, é proposto que as adotada. Calcula-se, então, o teor de umidade médio
medições de teor de umidade sejam substituídas a partir destes valores. Este teor de umidade é,
pela medição da perda de água da amostra. Isto é então, comparado com o teor de umidade total da
feito utilizando-se um balança, que registra a perda amostra, determinado pela variação de peso
de massa total da amostra em intervalos de tempo registrada pela balança. Verifica-se, então, se há
pré-definidos. uma boa correlação entre os teores de umidade
Para avaliar o teor de umidade referente a cada comparados. Caso a média dos teores de umidade
medidor de sucção instalado na amostra, é utilizado calculados não corresponda adequadamente ao teor
o procedimento de cálculo proposto no método, que de umidade médio da amostra, determinado pela
permite o ajuste de uma curva de retenção aos dados variação de peso registrada pela balança, multiplica-
coletados, conforme apresentado mais adiante. se cada teor de umidade estimado pela razão entre o
O ensaio é feito utilizando-se um cilindro onde a teor de umidade total registrado e a média dos teores
amostra é colocada. No cilindro, são inseridos de umidade calculados.
lateralmente, através de furos nas paredes, Plota-se, então, os novos pares de dados obtidos
tensiômetros em profundidades diferentes. Maiores (teor de umidade versus sucção) e traça-se uma nova
detalhes podem ser encontrados em Guimarães curva de ajuste. Repete-se o procedimento até que
(2004). ocorra uma convergência satisfatória.
Após a colocação do solo e a instalação dos Estimada a curva final de retenção do material, são
tensiômetros, o cilindro é posto na água para a traçados os perfis de umidade finais com base nos
saturação do solo. Quando o peso total do cilindro e valores de sucção medidos. Com os perfis de
os sensores de sucção entram em equilíbrio, o umidade, a velocidade de fluxo é conhecida a
sistema é colocado em um ambiente seco e permite- qualquer momento e em qualquer profundidade da
se a evaporação pelo topo da amostra. amostra. Esta velocidade deve corresponder à perda
de umidade do solo e o gradiente de carga.

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Com o gradiente e a velocidade de fluxo num  Perfil homogêneo com 7 cm de altura,


determinado ponto, a condutividade hidráulica pode discretizado em 14 elementos de 0.5cm cada;
ser calculada pela equação:  Evaporação livre no topo e fluxo nulo na base;
 Teor de umidade inicial igual ao teor de umidade
K  
v de saturação;
(1)
    Evaporação Potencial (EP) igual a 0.2cm/dia.
  1 O valor apresentado para a Evaporação Potencial
 z  foi definido para as condições do Laboratório de
Mecânica dos Solos da Escola Politécnica da
onde v é a velocidade do fluxo em (L/T), e Universidade de São Paulo, através da monitoração
d / dz é o gradiente potencial em (L/L). da perda de peso da célula de evaporação
preenchida apenas com água.
3 MATERIAIS ESTUDADOS

Para a avaliação da metodologia proposta no 0,6


presente trabalho, foram selecionados quatro
materiais com diferentes características de retenção:
uma areia industrial (AN1000GO), uma areia
0,5
uniforme (AR-100), com grãos passantes na peneira
#50 e retidos na #100, um solo residual siltoso
(SR-40), oriundo do campo experimental da Teor de umidade volumétrica ()
Universidade de São Paulo, além de um minério de 0,4

ferro (PFM).
Para possibilitar uma análise adequada da
metodologia proposta, foram realizados ensaios de 0,3
permeabilidade, através do permeâmetro com carga
constante, com exceção do material siltoso SR-40,
cuja permeabilidade foi determinada a partir do 0,2
ensaio de adensamento. Foram ainda determinadas
as curvas de retenção de cada material através das
metodologias convencionais. 0,1
Os valores de permeabilidade obtidos dos ensaios
são apresentados na Tabela 1
0
Tabela 1 – Permeabilidade saturada 0,1 1 10 100 1000
Material ksat (m/s) Sucção Matricial (kPa)
AR-100 3.1x10-4 AR-100 (e = 1.00) AR-100 (e = 0.88)
AN1000GO 2.8x10-4 AN1000GO (e = 0.51) SR-40 (e =1.40)
SR-40 8.0x10-8 PFM (e = 0.89)
PFM 1.9x10-6
Figura 1 – Curvas de retenção dos materiais (ajuste
As curvas de retenção foram obtidas utilizando-se através do Modelo de van Genuchten, 1980)
placa de sucção e placa de pressão e estão
apresentadas na Figura 1. Na Tabela 2 estão Tabela 2 – Parâmetros de ajuste das curvas de
apresentados os parâmetros de ajuste obtidos com o retenção dos materiais em estudo através do Modelo
modelo de van Genuchten. Estes dados foram de van Genuchten.
utilizados nas análises numéricas feitas com o s r 
programa Hydrus 1D. Material n
(%) (%) (cm-1)
AR-100 41,0 0,030 0,027 7
4 ESTUDOS NUMÉRICOS
AN1000G
33,0 0,035 0,040 6
O
Com a finalidade de avaliar individualmente o SR-40 58,0 0,010 0,001 1,5
comportamento de cada um dos materiais durante os
PFM 47,0 0,010 0,015 1,4
ensaios, foram realizadas simulações numéricas para
os quatro materiais apresentados anteriormente.
As simulações foram realizadas considerando as Para a realização das simulações numéricas, foram
seguintes condições de contorno: assumidos, ainda, os ajustes da curva de retenção de

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cada material apresentados na Tabela 2, bem como


as suas respectivas permeabilidades saturadas 0
Tempo
(dias)
(apresentadas na Tabela 1). 1 0
2
Os resultados destas simulações estão apresentados 2 3

Profundidade (cm)
nas Figuras 2 a 5, em forma de perfis de teor de 3
4
5
umidade e carga matricial relacionados com o tempo 6
4 7
e a profundidade. 8
5
Com base nestas figuras, é possível notar que os 9
10
perfis de sucção apresentam uma variação 6 11
12
praticamente linear, perdendo esta linearidade, 7
0.45 0.4 0.35 0.3 0.25 0.2 0.15 0.1 0.05 0
apenas quando o topo da amostra se aproxima do Teor de Umidade Volumétrica ()

estágio de secagem residual, ou seja, quando a (a)


retirada de uma pequena quantidade de água
provoca uma grande variação na sucção. 0
Tempo
Vale salientar que as simulações foram efetuadas 1
(dias)

até cargas inferiores a 1000 cm de coluna d’água, 0


2
2
correspondente a 100 kPa de sucção, devido às

Profundidade (cm)
3
4
3
limitações dos tensiômetros usados na parte 5
6
experimental do estudo (e.g. Guimarães, 2004). 4
7

Para a avaliação da metodologia proposta no 5


8
9
presente trabalho, foram utilizados os resultados 6
10
11
obtidos com as simulações numéricas, aplicando-se 7
12

o procedimento de cálculo apresentado 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60 -70 -80
Carga Matricial (cm)
anteriormente. Salienta-se, que foram utilizados
apenas os valores de cargas matriciais obtidas nas (b)
profundidades 1, 2, 3, 4, 5 e 6 cm, equivalentes a Figura 2 – Perfis de variação da umidade e carga
leituras de tensiômetros hipotéticos instalados nestas matricial com o tempo e profundidade para a areia
posições, e o balanço de massa total fornecido pelo AR-100
programa, equivalente à perda de massa registrada
0
pela balança. Tempo
(Dias)
A princípio, adotou-se curvas de retenção 1
0
1
quaisquer para o início dos cálculos de cada uma das 2
2
Profundidade (cm)

simulações. Com o objetivo de verificar a 3


3
4
capacidade de convergência do método, estas curvas 4
5
6
foram propositadamente adotadas de maneira a ficar 5
7
8
completamente diferentes das curvas de retenção 9
6
resultantes do ajuste dos dados experimentais com o 9.5
9.8
modelo de van Genuchten (1980). 7
0.35 0.3 0.25 0.2 0.15 0.1 0.05 0
Fez-se, então, uso do processo interativo proposto Teor de Umidade Volumétrica ()

para a estimativa das curvas de retenção de cada um (a)


dos materiais.
Já na primeira interação, a curva se aproxima 0
Tempo
consideravelmente da curva de retenção ajustada 1
(Dias)
0
com o modelo de van Genuchten (1980) para as 2
1
2
Profundidade (cm)

simulações efetuadas em todos os materiais. 3


3
4
5
4
6
7
5
8
9
6
9.5
9.8
7
0 -5 -10 -15 -20 -25 -30 -35 -40 -45 -50 -55 -60
Carga Matricial (cm)

(b)
Figura 3 – Perfis de variação da umidade (a) e carga
matricial (b) com o tempo e profundidade para a
areia AN1000GO

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Após a estimativa das curvas de retenção


0
Tempo determinou-se a função de permeabilidade de cada
(dias)
1 0 um dos materiais, de acordo com a metodologia de
0.25
2 0.5
cálculo proposta.
Profundidade (cm)

3
0.75
1
Nas Figuras 6 e 7 é apresentado um exemplo para
1.25 o procedimento de convergência, utilizando os
4 1.5
1.75 dados do minério PFM. Pode-se observar a grande
5 2
2.5
diferença entre a curva resultante do ajuste dos
6 3 dados experimentais, obtida através do modelo de
4
7 van Genuchten (1980), e a curva assumida
0.6 0.55 0.5 0.45 0.4
Teor de Umidade Volumétrica () inicialmente.
(a) Nas Figuras 8 a 11 são apresentadas as funções de
permeabilidade encontradas, após a realização do
0
Tempo
procedimento de calculo proposto, em comparação
1
(dias) com as funções de permeabilidade estimadas a partir
0
0.25
de suas curvas de retenção fazendo uso do modelo
2
de van Genuchten (1980).
Profundidade (cm)

0.5
0.75
3
1 Note-se que as permeabilidades obtidas ficaram
1.25
4
1.5 muito próximas das funções de permeabilidade
5
1.75
2
estimadas a partir do modelo de van Genuchten
6
2.5 (1980). As pequenas variações ocorreram devido a
3

7
4 aproximações/extrapolações que são realizadas
0 -200 -400 -600 -800 -1000 -1200 durante as estimativas das relações permeabilidade
Carga Matricial (cm)
versus carga matricial.
(b)
Figura 4 – Perfis de variação da umidade (a) e carga
matricial (b) com o tempo e profundidade para o 0.6
solo residual SR-40 Modelo de van Genuchten (1980)
1º Curva Adotada
Pontos Calculados
0
Tempo
(dias)
0.5
1 0
0.5
2 1
Profundidade (cm)

Teor de umidade volumétrica ()

2
3 3 0.4
4
4 5
6
5 7
8 0.3
6 9
10
7
0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0
Teor de Umidade Volumétrica ()
0.2
(a)
0
Tempo 0.1
(dias)
1
0
0.5
2
Profundidade (cm)

1
2
3 0
3
4 0.1 1 10 100 1000
4
5
6 Sucção Matricial (kPa)
5
7
8
6
9

7
10 Figura 6 – Exemplo da convergência alcançada
0 -200 -400 -600 -800 -1000 através do processo interativo proposto (1ª Etapa)
Carga Matricial (cm)

(b)

Figura 5 – Perfis de variação da umidade (a) e carga


matricial (b) com o tempo e profundidade para o
minério PFM.

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0.6 1,E-02
Modelo de van Genuchten (1980)
1ª Correção
1ª Correção 1,E-03
0.5
1,E-04

Coeficiente de Permeabilidade (m/s)


Teor de umidade volumétrica ()

0.4 1,E-05

1,E-06
0.3
1,E-07

0.2 1,E-08

1,E-09

0.1
1,E-10

1,E-11
0
0.1 1 10 100 1000 1 10 100
Sucção Matricial (kPa)
Sucção Matricial (kPa)
Modelo de van Genuchten (1980) Pontos Obtidos

Figura 7 – Exemplo da convergência alcançada Figura 9 – Resultados obtidos para a função de


através do processo interativo proposto (2ª Etapa). permeabilidade através da metodologia proposta
(Areia AN1000GO).
1,E-02
1,E-05

1,E-03

1,E-06
Coeficiente de Permeabilidade (m/s)

1,E-04
Coeficiente de Permeabilidade (m/s)

1,E-05

1,E-07
1,E-06

1,E-07 1,E-08

1,E-08

1,E-09
1,E-09

1,E-10
1 10 100 1,E-10
Sucção Matricial (kPa) 1 10 100 1000
Modelo de van Genuchten (1980) Pontos Obtidos Sucção Matricial (kPa)
Modelo de van Genuchten (1980) Pontos Obtidos

Figura 8– Resultados obtidos para a função de


permeabilidade através da metodologia proposta Figura 10 – Resultados obtidos para a função de
(Areia AR-100). permeabilidade através da metodologia proposta
(Solo Residual SR-40).

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1,E-05 1,E-05

1,E-06 1,E-06

Coeficiente de Permeabilidade (m/s)


Coeficiente de Permeabilidade (m/s)

1,E-07 1,E-07

1,E-08 1,E-08

1,E-09 1,E-09

1,E-10 1,E-10
1 10 100 1000 1 10 100 1000
Sucção Matricial (kPa) Sucção Matricial (kPa)
Modelo de van Genuchten (1980) Pontos Obtidos Modelo de van Genuchten (1980) Pontos Obtidos

Figura 11 – Resultados obtidos para a função de Figura 12– Resultados obtidos para a simulação
permeabilidade através da metodologia proposta considerando erros no posicionamento dos
(Minério PFM). tensiômetros (Minério PFM).

Com a finalidade de simular as condições reais de 1,E-05


ensaio, foram efetuadas, também, análises
numéricas simulando possíveis variações e
erros/imprecisões ocorridos durante os ensaios a
1,E-06
serem realizados. Como exemplo serão utilizados os
Coeficiente de Permeabilidade (m/s)

resultados obtidos com o minério (PFM). As


seguintes análises foram efetuadas:
 Indução de erro no posicionamento dos 1,E-07
tensiômetros – estes erros podem ocorrer na
instalação das pedras porosas que são parte
integrante dos tensiômetros. Foi considerado um
1,E-08
erro de posicionamento de 1mm para cima ou para
baixo, de forma aleatória. Na Figura 12 pode-se
notar que este erro tem influência no trecho inicial
da curva estimada. Estas variações ocorrem 1,E-09
especialmente nesta região em função das cargas
matriciais pequenas, o que acaba acarretando numa
maior influência dos erros na determinação da
permeabilidade não saturada. 1,E-10
 Indução de erro nas leituras devido a imprecisões 1 10 100
Sucção Matricial (kPa)
1000

dos transdutores – os valores dos erros usados nesta Modelo de van Genuchten (1980) Pontos Obtidos
simulação foi de 1cm (0,1kPa) na leitura dos
transdutores. Adotando-se este erro nos cálculos,
Figura 13 – Resultados obtidos para a simulação
observou-se uma grande variação na parte inicial da
considerando erros nas leituras dos tensiômetros
curva onde os valores de carga matricial são
(Minério PFM).
pequenos, fazendo com que, neste trecho da curva,
os erros sejam relativamente maiores, conforme
 Alterações na Evaporação Potencial (EP) – estas
apresentado na Figura 13.
variações podem ocorrer por diversos motivos,
como alterações na temperatura, umidade relativa,

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dentre outros. As variações foram impostas de estudados. Embora hajam restrições para materiais
forma aleatória durante o período de secagem da que variam de volume com o aumento da sucção.
amostra. As variações impostas são apresentadas na  Erros no posicionamento dos tensiômetros
Figura 14. Na Figura 15 são apresentadas as causam alterações na função de permeabilidade no
conseqüências desta simulação para a função de trecho onde os gradientes são menores.
permeabilidade. Como se pode observar a influência  Imprecisões nas leituras de sucção pelos
de alterações da evaporação durante o processo não tensiômetros causam significativa variação na
se mostram significativas. função de permeabilidade obtida. Esta variação é
-0.45
maior no trecho onde o gradiente é menor.
-0.4
 Os erros gerados pela variação da evaporação
-0.35
potencial não induzem a grandes erros na estimativa
da função de permeabilidade.
Evaporação (cm/dia)

-0.3

-0.25
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-0.2

-0.15
Bertuzzi, P; Mohrath, L.; Bruckler, J.C. & Bourlet,
-0.1
M. (1997). Wind’s Evaporation Method:
-0.05
Experimental Equipment and Error Analyses -
0
0 2 4 6 8 10 12
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Brooks, R. H. & Corey, A. T. (1966). Properties of
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Coeficiente de Permeabilidade (m/s)

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Mestrado. EPUSP.
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Tamari, S. ; Bruckler, L. Halbertsma; e Chadoeuf, J.
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(Minério PFM) Proc. Wageningen Symposium, pp: 181-191.

5 CONCLUSÕES 7 AGRADECIMENTOS

À luz das análises numéricas realizadas pode-se A Fapesp, pela bolsa de estudos concedida, o que
concluir que: tornou a realização deste estudo possível.Ao CNPq
 A metodologia proposta se aplica a materiais de (PRONEX - PUC/RJ), pela ajuda financeira na
diversas propriedades físicas, visto que os resultados aquisição de equipamentos para o estudo.
foram satisfatórios para os quatro materiais

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