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RESUMO
A previsão da vazão com grande antecedência depende da estimativa da previsão da precipitação. O aprimoramen-
to dos modelos atmosféricos e hidrológicos permitiu aumentar a antecedência da previsão pela integração destes modelos (pre-
visão hidroclimática). Neste artigo é apresentado o resultado da integração do modelo regional de tempo ETA e do modelo
precipitação-vazão distribuído MGB-IPH, para a previsão de vazões de curto prazo. Adicionalmente, empregou-se um modelo
estocástico para correção da vazão prevista através da previsão dos resíduos do modelo hidroclimático.
O modelo hidrológico distribuído MGB-IPH foi ajustado à bacia do rio São Francisco (cerca de 639.000 km2). As previsões
de precipitação do modelo ETA, operado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC, foram utilizadas
como entrada no modelo hidrológico. Foram feitas previsões de vazão para toda bacia do rio São Francisco, mas os resultados
foram analisados com enfoque nas usinas de Três Marias e Sobradinho. Foram usadas previsões de precipitação do modelo
ETA com alcance de 10 dias e produziram-se previsões de vazão média semanal para até duas semanas em Três Marias e
quatro semanas em Sobradinho, sendo que após o décimo dia considerou-se chuva igual a zero. Os resultados mostram que
as previsões obtidas nas duas usinas apresentam melhora com relação aos métodos tradicionalmente empregados.
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Previsão Hidroclimática de Vazão de Curto Prazo na Bacia do Rio São Francisco
rante o processo de previsão (Toth et al., 1999; Mad- camadas na vertical, sendo que a primeira camada
sen e Skotner, 2005; Moore et al., 2005). do modelo ETA possui apenas 20 m. As condições
A atualização é um processo recursivo de de contorno laterais são provenientes do modelo
determinação de variáveis de estado e parâmetros, AGCM do CPTEC. Estas condições são atualizadas a
baseados nos dados observados de variáveis como a cada 6 horas, sendo que as tendências nos contor-
precipitação, temperatura, vazão, volume armaze- nos laterais são interpoladas linearmente neste in-
nado e umidade do solo (Hsu et al., 2003). Um novo tervalo.
ajuste dos parâmetros pode ser feito após cada pre- A previsão da vazão é estimada pelo modelo
visão, mas isto normalmente é aplicado quando a MGB-IPH (Collischonn, 2001; Collischonn e Tucci,
estrutura do modelo é bastante simples (Moore et 2001) tendo como entrada as precipitações observa-
al., 2005), devido ao elevado custo computacional das até o tempo t e as precipitações previstas para o
requerido. futuro. O Modelo de Grandes Bacias (MGB-IPH) foi
Nos modelos hidrológicos distribuídos exis- desenvolvido por Collischonn (2001), com base na
te grande quantidade de parâmetros e variáveis de estrutura do modelo LARSIM (Bremicker, 1998) e
estado. A análise dos erros, ou resíduos, da previsão com algumas adaptações do modelo VIC-2L (Liang
é uma alternativa para correção das previsões e atua- et al., 1994). Uma descrição das aplicações do mode-
lizações. Consiste em corrigir somente a variável de lo em bacias da América do Sul é apresentada em
saída do modelo (vazão prevista), ou seja, a correção Allasia et al. (2006). O modelo é ajustado à bacia
é feita externamente ao modelo e simplifica consi- com base nos dados observados de vazão e precipi-
deravelmente o processo de atualização. tação observados no passado.
A persistência nos erros pode ser usada para A previsão de curto prazo é realizada com
desenvolver um procedimento de previsão (Letten- periodicidade semanal e, no início de cada previsão,
maier e Wood, 1993). Uma estrutura simples para são atualizadas as variáveis de estado do modelo
um modelo de erros pode ser obtida com o uso de hidrológico com base nas vazões observadas até a
um modelo estocástico auto-regressivo AR, mas mo- data atual. Os resultados são analisados em termos
delos de erros com maior complexidade podem ser de vazões médias semanais.
testados, como ARMA ou ARIMA (Toth et al., 1999), O modelo estocástico dos resíduos, ou erros,
ou ainda modelos estocásticos função de transferên- está baseado nos modelos “função de transferência”
cia, que permitem introduzir outras variáveis como a (Makridakis et al., 1998), que relacionam um con-
chuva e variáveis de estado do modelo hidrológico junto de variáveis de entrada (umidade nas camadas
(Makridaris et al., 1998). do solo, previsões da precipitação, ...) a uma variável
Conforme descrito nos itens a seguir, neste de saída (vazão semanal natural), além dos resíduos
artigo buscou-se aprimorar a previsão de vazão de das previsões anteriores.
curto prazo, através do uso integrado de um modelo Os resíduos são definidos por:
atmosférico e um modelo precipitação-vazão deter-
minístico, também denominada por previsão hidro- E (t ) = Q obs (t ) − Q prev (t ) (1)
climática (Silva, 2006). Este modelo foi complemen-
tado por um modelo estocástico para prever o resí- onde: t é o intervalo de tempo (semanal), E(t) é o
duo resultante da previsão. A metodologia e os re- resíduo; Qobs(t) é a vazão observada e Qprev (t) é a
sultados obtidos são apresentados ao longo do texto
vazão prevista pelo modelo hidroclimático.
que segue.
Os modelos “função de transferência” testa-
dos possuem a seguinte forma:
METODOLOGIA
E (t ) = a1.E (t − 1) + a 2.E (t − 2 ) + ... + b 1.P ETA (t ) +
(2)
O modelo utilizado tem os seguintes com- + b 2.WCI (t − 1) + ξ (t )
ponentes: (a) previsão de precipitação: modelos de
previsão de tempo CPTEC e ETA;(b) previsão de onde: PETA(t) é a precipitação prevista pelo modelo
vazão: modelo hidrológico de grandes bacias MGB- ETA para a semana t; WCI(t-1) é a umidade do solo
IPH; (c) modelo de estimativa dos resíduos. no modelo hidrológico antes do início da previsão,
O modelo ETA (Mesinger, 1988; Black, semana t-1; a1, a2, ..., b1, b2, ... são parâmetros do
1994); foi utilizado para gerar previsões de chuva, modelo; e ξ(t ) é um termo completamente aleató-
utilizando as condições de contorno do modelo rio.
global desde dezembro de 1996, na resolução de 40 Dessa forma, a vazão prevista pelo modelo
km sobre toda América do Sul. O modelo possui 38 MGB, com chuva prevista pelo ETA, é corrigida por:
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PREVISÕES DE PRECIPITAÇÃO
de antecedência, na bacia até Três Marias. Obser- As mesmas análises de correlação entre chu-
vam-se freqüentes super-estimativas da chuva (pon- vas observadas e previstas foram realizadas conside-
tos acima da linha tracejada) e, também, vários dias rando os valores totais acumulados em intervalos de
de elevada chuva observada com pouca chuva pre- 1 a 10 dias. A Figura 3 apresenta os gráficos de cor-
vista (sub-estimativas). relação entre chuvas acumuladas observadas e pre-
vistas para os horizontes de 3 e 7 dias. O modelo
50 25
ETA apresenta uma tendência de superestimativa da
CHUVA PREVISTA (mm)
120
100
200
seja possível de ser obtida operacionalmente, é im-
160
80 portante de ser calculada para efeitos de compara-
120
60
80
ção, pois pode ser considerada como a “previsão
40
40
perfeita” de chuva.
20
0 0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
CHUVA OBSERVADA (mm)
0 40 80 120 160 200 240 280
CHUVA OBSERVADA (mm)
Resultados em Três Marias
(a) (b)
Sobradinho - ETA acumulado 3 dias
140
Sobradinho - ETA acumulado 7 dias Para que futuramente se possa realizar uma
80
70 120
avaliação comparativa do desempenho do modelo
CHUVA PREVISTA (mm)
CHUVA PREVISTA (mm)
60
100
ETA/MGB, com os resultados obtidos com os mode-
50
80 lo do ONS, as previsões diárias foram transformadas
40
30
60 em vazões médias semanais, seguindo os formatos
20 40 adotados pelo ONS.
10 20 Na Figura 4 são apresentados os resultados
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0 de alguns anos do período estudado. Para previsões
0 20 40 60 80 100 120 140
CHUVA OBSERVADA (mm) CHUVA OBSERVADA (mm) com base na chuva prevista pelo modelo ETA, o
(c) (d) desempenho geral é muito bom com uma semana
de antecedência (Figura 4). Nota-se que essas previ-
Figura 3 - Correlações entre chuvas acumuladas observa- sões acompanham de forma muito próxima à previ-
das e previstas para horizontes de 3 e 7 dias nas bacias de são com chuva observada, indicando que a chuva
Três Marias e Sobradinho. prevista pelo modelo ETA é muito boa sobre a bacia
contribuinte a Três Marias para uma semana de
antescedência. Os maiores picos são bem represen-
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6000 6000
Natural Três Marias
Natural Três Marias
Previsão obs semana 1
Previsão obs semana 1
5000 5000 Previsão ETA semana 1
Previsão ETA semana 1
4000 4000
3
3
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0
0
1/8/2002 1/11/2002 1/2/2003 1/5/2003 1/8/2003
1/8/96 1/11/96 1/2/97 1/5/97 1/8/97
Figura 4 - Previsões de vazão semanal com uma semana de antecedência para a usina hidrelétrica de Três Marias.
50
Previsão com chuva ETA balanço no reservatório de Sobradinho, descritos
40
em ONS (2003a), que interferem diretamente no
30
20
cálculo das vazões naturais de Sobradinho e, conse-
10
qüentemente nas previsões.
0
Os erros das previsões de vazão para as an-
1 2 3 4 tecedências de uma a quatro semanas em Sobradi-
Antecedência (semana)
nho são apresentados na Figura 7. Observa-se que as
previsões com chuva prevista pelo modelo ETA a-
Figura 5 - Médias dos erros das previsões de vazão sema- presentam valores praticamente idênticos à previsão
nal em Três Marias. com chuva observada, nas antecedências de uma e
duas semanas. Isto se deve à longa memória da bacia
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Previsão Hidroclimática de Vazão de Curto Prazo na Bacia do Rio São Francisco
8000 8000
3
5000 5000
4000 4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
1/6/96 1/9/96 1/12/96 1/3/97 1/6/97 1/9/97 1/6/02 1/9/02 1/12/02 1/3/03 1/6/03 1/9/03
Figura 6 - Previsões de vazão semanal com 1 semana de antecedência para a usina hidrelétrica de Sobradinho no período
de janeiro de 1996 a dezembro de 2003.
contribuinte à usina de Sobradinho. Para três sema- que no caso de uma semana (-65,48 e -43,66 m3/s,
nas os valores ampliam de forma significativa, mas respectivamente), a variância nas previsões de duas
somente para quatro semanas é que os erros devido semanas é significativamente maior.
à chuva (ETA e nula após 10 dias) se tornam maio-
res do que a parcela de erros devido ao modelo Tabela 1 - Estatísticas dos resíduos da previsão de vazões
hidrológico MGB. em Três Marias
Em Sobradinho não ocorrem os problemas
observados em Três Marias, porque a bacia contri- Média Desvio Padrão
buinte é consideravelmente maior e a influência de Antecedência
(m3/s) (m3/s)
pequenos eventos de chuva durante a estiagem não 1 semana -65,48 177,31
é tão importante no cálculo do EMR, como em Três 2 semanas -43,66 389,57
Marias.
30
Erro médio relativo (%)
24
Previsão com chuva observada Os parâmetros dos modelos dos resíduos fo-
18
Previsão com chuva ETA
ram determinados através da minimização do soma-
12
tório dos quadrados dos erros, utilizando o algorit-
6
mo de otimização SCE-UA (Duan et al., 1994), base-
0
ado na técnica de algoritmos genéticos. Para uma
1 2 3 4 primeira estimativa, esse procedimento foi realizado
Antecedência (semana)
utilizando as semanas de 1 a 156, sendo que a sema-
na 1 tem início em 03/01/1996 e a semana 156 se
Figura 7 - Médias dos erros absolutos das previsões de inicia em 23/12/1998. Para escolha do melhor mo-
vazão em Sobradinho, nas antecedências de uma a quatro delo de previsão dos resíduos, foram avaliados os
semanas. resultados em termos de erros médios entre a vazão
natural (Qnat) e a vazão prevista corrigida (Qcorr),
além da análise gráfica dos hidrogramas.
PREVISÃO DOS RESÍDUOS Para uma semana de antecedência a previ-
são com o modelo hidroclimático apresenta EMR
Previsão dos resíduos: Três Marias igual de 26,2% nas 156 semanas de ajuste do mode-
lo de resíduos. Aplicando a previsão dos resíduos, o
Na Tabela 1 são apresentados os valores de melhor desempenho foi obtido com o modelo fun-
média e desvio padrão das séries de resíduos em ção de transferência que usa um termo autoregressi-
Três Marias, para 1 e 2 semanas de antecedência. vo de ordem 1 e a chuva prevista pelo modelo ETA
Nota-se que, embora o erro médio das previsões acumulada nos 7 dias de previsão, conforme a Equa-
com antecedência de duas semanas seja menor do ção 5. Com esse modelo o valore EMR se reduziu
para 19,9%.
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Previsão Hidroclimática de Vazão de Curto Prazo na Bacia do Rio São Francisco
40 Previsão ETA/MGB
Previsão ETA/MGB corrigida
E (t )i = a 1.E (t − 1) + a 2.E (t − 2 ) + ξ (t ) (8)
30
20
Para duas semanas de antecedência esco-
10
lheu-se o modelo da Equação 9 para o período de
0
1 2 1996 a 2000 e o modelo da Equação 10 para 2001 a
Antecedência (semana) 2003.
400
nos erros foi maior, proporcionalmente, do que em
0 Três Marias, tanto para uma como para duas sema-
-400
nas. Também se observa que as diferenças são muito
pequenas entre as previsões com chuva observada e
-800 com chuva do ETA, devido à grande memória da
-1200
bacia. Com isso os erros da previsão se devem quase
3/1/96 3/7/97 3/1/99 3/7/00 3/1/02 3/7/03 que totalmente ao modelo hidrológico, para até
duas semanas de antecedência. Dessa forma, os er-
Figura 10 — Série de resíduos das previsões de vazão com ros médios com as correções dos resíduos são meno-
1 semana de antecedência em Sobradinho
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res do que com a chuva observada, pois são corrigi- Três Marias e Sobradinho. O modelo utilizado foi
das as deficiências no ajuste do modelo hidrológico do tipo função de transferência, que inclui um ter-
e/ou inconsistência nas séries de vazões observadas mo autoregressivo dos resíduos e a precipitação
e naturais. prevista pelo ETA como variável explicativa.
Em relação à precipitação prevista pelo mo-
delo ETA, conclui-se que os melhores resultados são
8000 obtidos para valores acumulados de 3 dias ou mais.
Natural Sobradinho Ou seja, o modelo possui melhor desempenho na
7000 Previsão ETA semana 1
Previsão corrigida 1
previsão de volumes totais de um conjunto de dias
6000 (nos casos estudados, 3 dias ou mais).
Vazão semanal (m /s)
5000
são, normalmente, ajustados com base em um resul-
4000
tado médio de áreas bem maiores do que a maioria
3000 das bacias hidrográficas. Por isso, o desempenho
pode ser bastante distinto para diferentes bacias,
2000
principalmente se estiverem em regiões influencia-
1000 das por diferentes condicionantes climáticos. Dessa
0
forma, cada bacia deve ser analisada de forma parti-
1/4/96 1/7/96 1/10/96 1/1/97 1/4/97 1/7/97 1/10/97 cular e, com o rápido desenvolvimento dos compu-
tadores em clusters, a tendência futura poderá ser
Figura 11 - Previsões corrigidas de vazão semanal com 1 um ajuste específico do modelo atmosférico regio-
semana de antecedência para Sobradinho. nal para cada bacia de interesse. Ou ainda, o uso de
modelos diferentes para cada bacia.
Em relação à previsão de vazão, foi observa-
do que o modelo hidroclimático apresentou um
20
Previsão com chuva observada
desempenho bastante promissor. O principal ponto
positivo está relacionado à capacidade de antecipar
Erro médio relativo (%)
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Previsão Hidroclimática de Vazão de Curto Prazo na Bacia do Rio São Francisco
terminísticos usados nessa pesquisa, a carência de ção Meteorológica Mundial (OMM) e ANEEL pelo
dados e a dificuldade em representar alguns proces- financiamento dos estudos.
sos conduzem a erros que justificam o emprego dos
modelos de correção.
Apesar das limitações ainda existentes, este REFERÊNCIAS
tipo de previsão tem sido objeto crescente de estu-
dos, motivados pela minimização dos riscos da vari-
abilidade climática global. Esta é, certamente, a ALLASIA, D.G.; SILVA, B.C.; COLLISCHONN, W.; TUCCI,
principal vantagem deste método pois, o processo C.E.M. Large basin simulation experience in Brazil.
de previsão integra informações atuais do clima em In: SIVAPALAN, M. et al. PUB: Promises and Pro-
todo o globo e não somente dados do passado da gress. Proceedings of VII IAHS Scientific Assembly -
bacia hidrográfica. Freshwater: Sustainability within Uncertainty. Foz do
A principal desvantagem da previsão hidro- Iguaçu, Brazil. 2006.
climática reside na sua operacionalização, que de- ANDERSON, M.L.; CHEN, Z.-Q.; KAVVAS, M.L.; FELDMAN,
manda a existência de uma extensa rede de postos A. Coupling HEC-HMS with Atmospheric Models for
telemétricos de chuva e vazão, além de estações Prediction of Watershed Runoff. Journal of Hydrolo-
meteorológicas. E ainda são pouquíssimas as bacias gic Engineering. V.7, n.4, jul, p.312-318. 2002.
brasileiras que dispõem de um monitoramento ade- BLACK, T.L. The new NMC mesoscale Eta Model: description
quado a este tipo de aplicação. and forecast examples. Wea. Analyses and Fore-
Os resultados obtidos devem ser vistos den- casting. v.9,p.265-278. 1994.
tro de um processo evolutivo de conhecimento e de BREMICKER, M. A ufbau eines Wasserhaushaltsmodells für
resposta às necessidades de diversos setores da soci- das Weser und das Ostsee Einzugsgebiet als
edade, como energia, agricultura, navegação, abas- Baustein eines Atmosphären-Hydrologie-Modells.
tecimento, dentre outros. Ainda são muitos os de- Dissertation - Geowissenschaftlicher Fakultät, Albert-
senvolvimentos possíveis de serem implementados Ludwigs-Universität. Freiburg. Juli. 1998.
neste tipo de previsão, dentre os quais destacam-se: COLLISCHONN, W. Simulação Hidrológica de Grandes Baci-
i) avaliar a influência do método de interpolação da as. Porto Alegre: UFRGS. Tese, Instituto de Pesqui-
chuva observada e prevista; ii) desenvolver métodos sas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio
de assimilação de dados de satélite, como evapo- Grande do Sul. 194p. 2001.
transpiração, umidade do solo e chuva; iii) testar as COLLISCHONN, W.; TUCCI, C. E. M. Simulação hidrológica
previsões por conjunto (Georgakakos e de grandes bacias. Revista Brasileira de Recursos
Krzysztofowicz, 2001); iv) operacionalizar o modelo Hídricos. Vol.6, n.1. 2001.
(Habets et al., 2004); v) incorporar novos COLLISCHONN, W; HAAS, R.; ANDREOLLI, I.; TUCCI,
desenvolvimentos nos modelos atmosféricos e C.E.M. Forecasting River Uruguay flow using rainfall
hidrológicos. Finalmente, pode-se concluir que o forecasts from a regional weather-prediction model.
desenvolvimento do trabalho permitiu ampliar o Journal of Hydrology. Vol.305, p.87-98. 2005.
conhecimento dos processos meteorológicos e DUAN, Q.; SOROOSHIAN, S.; GUPTA, V. Optimal use of the
hidrológicos na bacia do rio São Francisco, podendo SCE – UA global optimization method for calibrating
contribuir para o melhor gerenciamento dos watershed models. Journal of Hydrology, Vol 158 pp.
sistemas hidrelétricos da bacia. Também 265-284. 1994.
incrementou o conhecimento científico e GEORGAKAKOS, K.P.; KRZYSZTOFOWICZ, R. Probabilistic
tecnológico, até mesmo em nível mundial, sobre a and ensemble forecasting. Journal of Hydrology.
aplicabilidade de ferramentas poderosas de previ- 249, p.1. 2001.
são, como os modelos determinísticos. HABETS, F.; LEMOIGNE, P.; NOILHAN, J. On the utility of
operational precipitation forecasts to served as input
AGRADECIMENTOS for streamflow forecasting. Journal of Hydrology.
V.293, P.270-288. 2004.
HSU, M.-H.; FU, J.-C.; LIU, W.-C. Flood routing with real-time
Os autores agradecem ao CNPq/CT-Hidro stage correction method for flash flood forecasting in
pela concessão da bolsa de estudos a Benedito C. the Tanshui River, Taiwan. Journal of Hydrology. V.
Silva, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANE- 283, p.267-280. 2003.
EL) e Agência Nacional de Águas (ANA) Operador KOUSSIS, A.D.; LAGOUVARDOS, K.; MAZI, K.; KOTRONI,
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pelo forneci- V.; SITZMANN, D.; LANG, J.; ZAISS, H.; BUZZI, A.;
mento de dados hidrometeorológicos, e a Organiza- MALGUZZI, P. Flood Forecasts for Urban Basin with
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