FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE são chamadas de "virtudes teologais" na doutrina cristã.
Assinalam disposições de pessoas que se desenvolvem na vida a partir dessa pers pectiva religiosa. Entretanto, nada há de especificamente cristão em reconhecer que a fé acrescenta uma dimensão significativa à vida moral da humanidade. A fé é uma fonte de disciplina, força e poder na vida dos fiéis de qualquer credo reli gioso. É uma força poderosa na experiência humana. A fé compartilhada une as pessoas de uma maneira que não pode ser alcançada por outros meios. A diferença de fé, por outro lado, cria divisões violentas entre as pessoas. A história mundial das religiões infelizmente confirma a análise de James Madi son: "Tão forte é essa propensão da humanidade para cair em animosidades recíprocas que, quando não se apresenta uma ocasião substancial , as mais frívo las e fantasiosas diferenças são suficientes para acirrar suas paixões de inimizade e alimentar os mais violentos conflitos. " A fé contribui para a forma e o conteúdo dos ideais que guiam as aspirações que adotamos para nossa própria vida e afeta a maneira de ver e se conduzir em relação aos outros. Quando Paulo cita como "frutos do espírito" - o amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a generosidade, a confiança, a gentileza e o auto-controle (Gálatas, 5 : 22-23) , está de acordo com todas as religiões. Um ser humano sem fé, sem reverência por qualquer coisa, está moralmente à deriva. Num mundo tão fragmentado e cheio de tristezas, a fé, em sua unidade e bonda de subjacentes, é um apoio e um estímulo àqueles que trabalham na "superfície" da realidade - seja qual for a tradição religiosa - em busca de amor, alegria, paz, paciência, bondade, generosidade, confiança, gentileza e auto-controle. FÉ 499
O DrscíPULO HoNESTo Lenda judaica
Uma vez, um rabino resolveu testar a honestidade de seus discípulos e convocou
os para uma reunião em que lhes foi feita uma pergunta: - O que fariam se encontrassem pelo caminho uma carteira cheia de di- nheiro? Um dos discípulos respondeu: - Devolveria para o dono. O rabino pensou: "A resposta veio tão rapidamente que devo considerar se foi realmente sincera. " Um outro falou: - Ficaria com o dinheiro se ninguém tivesse me visto. O rabino disse consigo mesmo: "A língua é sincera, mas o coração é per- verso. " E um terceiro foi dizendo: - Bem, rabino, para ser honesto, ficaria tentado a guardar o dinheiro para mim. Portanto, pediria a Deus que me desse forças para resistir à tentação e agir corretamente. E o rabino concluiu: "Aí está. Eis o homem em quem eu confiaria. "