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Revista Estudos FeministasOpen Access
Submissão de manuscritos
Revista Estudos Feministas Sobre o periódico
Publicação de: Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Exp… Corpo Editorial
Área: Ciências Humanas
Instruções aos autores
Versão impressa ISSN: 0104-026X Versão on-line ISSN: 1806-9584

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(Atualizado: 31/01/2022)

Sobre o periódico

Informações básicas

A Revista Estudos Feministas, sediada no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) e no Centro de
Comunicação e Expressão (CCE) da Universidade Federal de Santa Catarina, é um periódico indexado e
interdisciplinar, de circulação nacional e internacional, e tem o objetivo de divulgar a vasta produção de
conhecimento no campo dos estudos feministas e de gênero, buscando dar subsídios aos debates teóricos nessa
área, bem como instrumentos analíticos que possam contribuir às práticas dos movimentos de mulheres.

A Revista Estudos Feministas foi criada em 1992, tendo sido inicialmente editada pela Coordenação
Interdisciplinar de Estudos Contemporâneos da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Num segundo momento, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e o Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro assumiram a responsabilidade pela edição da
Revista. A partir de 1999, passou a ser sediada pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas e pelo Centro de
Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente, está integrada ao Instituto de
Estudos de Gênero, órgão que agrega pesquisadoras oriundas de distintas áreas de conhecimento e atuação da
UFSC, tendo como denominadores comuns os estudos feministas e a perspectiva de gênero.

A Revista Estudos Feministas é uma publicação quadrimestral, em português, espanhol e inglês, e possui as
seguintes seções:

• Artigos
• Artigos Temáticos
• Ponto de Vista
• Dossiê
• Seção Temática
• Debate
• Resenhas

Fontes de indexação

• CLASE - Citas Latinoamericanas en Ciencias Sociales y Humanidades


• DOAJ - Diretório de Revistas de Acesso Aberto
• EBSCO - Information Services
• Latindex - Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el
Caribe, España y Portugal
• MLA – Modern Language Association International bibliograph
• Portal de Periódicos - CAPES
• REDALYC – Red de Revistas Científicas de América Latina y El Caribe, España y Portugal
• REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico
• RIB - Interamericana de Bibliografia da Organização dos Estados Americanos
• SciELO - Scientific Electronic Library Online
• SCOPUS

Declaração de Direito Autoral

A Revista Estudos Feministas está sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0)
que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.

A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar,
e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.

O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são
os seguintes:

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Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o
uso em questão.

Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que
restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.

Recomendações de conduta ética e procedimentos


A Revista Estudos Feministas segue as recomendações de conduta ética e procedimentos do Committee on
Publication Ethics (COPE), disponíveis nesta página.

Política de Privacidade
Os nomes e endereços informados nesta Revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por
esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.

Patrocinadores

Agradecemos o apoio do CNPq e CAPES.

• CNPq
• CAPES

Fontes de Apoio

• Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)


• Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU)

A REF agradece à Universidade Federal de Santa Catarina pelo apoio, equipamentos, espaço físico. Agradece,
particularmente, o trabalho voluntário das pesquisadoras que compõem seu corpo editorial, que tem tornado
possível a continuidade de sua publicação.

Corpo Editorial

Coordenação editorial

• Cristina Scheibe Wolff, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7315-1112
E-mail: cristiwolff@gmail.com
• Joana Maria Pedro, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5690-4859
E-mail: joanamaria.pedro@gmail.com
• Luzinete Simões Minella, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7953-7385
E-mail: simoesluzinete@gmail.com
• Mara Coelho de Souza Lago, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5111-8699
E-mail: maralago7@gmail.com
• Tânia Regina de Oliveira Ramos, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2477-0419
E-mail: taniareginaoliveiraramos@gmail.com

Editoras

Editoras de artigos

• Alinne de Lima Bonetti Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0810-5926
E-mail: alinne.bonetti@gmail.com
• Cristina Scheibe Wolff, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7315-1112
E-mail: cristiwolff@gmail.com
• Flavia Medeiros Santos, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2427-2727
E-mail: flaviamedeirosss@gmail.com
• Glaucia Cristina Candian Fraccaro Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC,
Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3987-4018
E-mail: galufraccaro@gmail.com
• Janine Gomes da Silva, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2866-2981
E-mail: janine.gomesdasilva@gmail.com
• Joana Vieira Borges, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8003-1557
E-mail: joanavieiraborges@gmail.com
• Jussara Gue Martini, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-2629-293X
E-mail: jussarague@gmail.com
• Luzinete Simões Minella, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7953-7385
E-mail: simoesluzinete@gmail.com
• Mara Coelho de Souza Lago, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5111-8699
E-mail: maralago7@gmail.com
• Maria Helena Lenzi, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0729-2328
E-mail: prenom.marie@gmail.com
• Marivete Gesser, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4091-9754
E-mail: marivete.gesser@ufsc.br
• Rosana Cássia dos Santos, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3950-8157
E-mail: rosanack@yahoo.com.br
• Rosana Carvalho Martinelli Freitas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC,
Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9556-0128
E-mail: rosanamartinellifreitas@gmail.com
• Simone Pereira Schmidt, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4650-5368
E-mail: simonepschmidt@gmail.com
• Soraia Carolina de Mello, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3647-2136
E-mail: soraiaa.mello@gmail.com
• Susana Borneo Funck, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5444-2520
E-mail: sbfunck@gmail.com
• Tânia Regina de Oliveira Ramos, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2477-0419
E-mail: taniareginaoliveiraramos@gmail.com

Editoras de dossiês e seções temáticas

• Luciana Patrícia Zucco, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2955-1642
E-mail: zuccoluciana@gmail.com
• Miren llona González, Universidad del País Vasco (UPV/EHU), Bilbao, España
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5963-5543
E-mail: miren.llona@ehu.eus
• Raquel de Barros Pinto Miguel, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2042-7223
E-mail: raquelbarrospm@gmail.com
• Teresa Kleba Lisboa, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8328-7630
E-mail: tkleba@gmail.com

Editoras de debates

• Claudia Junqueira de Lima Costa, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC,
Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2572-7578
E-mail: cjlimacosta@gmail.com
• Sonia Alvarez, University of Massachusetts-Amherst (UMass-Amherst), Amherst, Massachusetts, United
States of America
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4666-6583
E-mail: soniaa@polsci.umass.edu

Editoras/es de resenhas

• Jair Zandoná, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4301-9436
E-mail: jzandona@gmail.com
• Maria Teresa Santos Cunha, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6200-6713
E-mail: mariatsc@gmail.com
• Sara Beatriz Guardia Aguirre, Centro de Estudios de la Mujer en la Historia de la America Latina
(CEMHAL), Peru
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0364-3397
E-mail: sarabeatriz.guardia@gmail.com
• Tânia Regina de Oliveira Ramos, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2477-0419
E-mail: taniareginaoliveiraramos@gmail.com

Editoras/es de entrevistas

• Glaucia de Oliveira Assis, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0307-6313
E-mail: galssis@gmail.com
• Janyne Sattler, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4342-4327
E-mail: janynesattler@gmail.com
• Marlene de Fáveri, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6245-1489
E-mail: marlenedefaveri@gmail.com
• Pilar Dominguez Pratz, Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), Las Palmas de Gran
Canaria, Las Palmas, España
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8829-2508
E-mail: dominguezprats@gmail.com
• Sílvia Maria Fávero Arend, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5596
E-mail: smfarend@gmail.com

Editora de divulgação

• Ana Maria Veiga, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0446-1472
E-mail: naveiga.ufpb@gmail.com
• Vera Fátima Gasparetto, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3865-0549
E-mail: gasparettovera@gmail.com

Editoras Assistentes

• Adriana Barth Barbaresco, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4563-4253
E-mail: adrianabarth06@gmail.com
• Ana Carolina Salomão, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3383-180X
E-mail: anacsalomaog@gmail.com

Editora para publicação eletrônicas

• Rita Maria Xavier Machado, Revista Estudos Feministas (REF), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3842-7179
E-mail: ritamx@gmail.com

Conselho editorial

• Albertina Oliveira Costa, Fundação Carlos Chagas (FCC), São Paulo, SP, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9749-3686
E-mail: albecosta@uol.com.br
• Bila Sorj, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1253-0335
E-mail: sorjbila@gmail.com
• Carmen Silvia Rial, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7478-0917
E-mail: rial@cfh.ufsc.br
• James Naylor Green, Brown University, Providence, Rhode Island, United States of America
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0886-0318
E-mail: James_Green@brown.edu
• Joana Maria Pedro, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5690-4859
E-mail: joanamaria.pedro@gmail.com
• Leila de Andrade Linhares Barsted, Cidadania Estudos Pesquisa Informação e Ação (CEPIA), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9832-9047
E-mail: barsted@cepia.org.br
• Maria Luiza Heilborn, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0581-5466
E-mail: marialuiza.heilborn@gmail.com
• Miriam Pillar Grossi, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4399-6544
E-mail: miriamgrossi@gmail.com
• Sônia Weidner Maluf, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9222-4348
E-mail: soniawmaluf@gmail.com

Bolsista

• Ana Carolina Salomão, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3383-180X
E-mail: anacsalomaog@gmail.com

Revisão

• Emilene Lubianco de Sá
• Gerusa Bondan
• Jair Zandoná
• Maria Isabel de Castro Lima
• Susana Bornéo Funck

Instruções aos autores

Foco, escopo e política

O comitê editorial da Revista Estudos Feministas decidiu utilizar o feminino como padrão para os textos de
normas e políticas editoriais. Essa decisão levou em conta a acessibilidade dos textos para pessoas com
deficiência visual e como uma ação afirmativa para valorizar a escrita das mulheres, que são a maioria das
colaboradoras da REF. Esperamos que todas, todos e todes sintam-se incluídas nesta linguagem.

Criada no Rio de Janeiro em 1992, a Revista Estudos Feministas, editada na Universidade Federal de Santa
Catarina desde 1999, é um periódico científico quadrimestral que publica textos originais em forma de artigos,
ensaios e resenhas, sobre gênero, feminismos e sexualidades, tanto relativos a uma determinada disciplina
quanto interdisciplinares em sua metodologia, teorização e bibliografia. Tem por objetivo divulgar a vasta
produção de conhecimento nestes campos de estudos e busca oferecer subsídios aos debates teóricos da área,
bem como instrumentos analíticos que possam contribuir às práticas dos movimentos sociais de mulheres,
feministas, de gênero e sexualidades.

A REF está estruturada nas seguintes seções: Artigos, Artigos Temáticos, Ponto de Vista, Seção Temática,
Dossiê, Debate e Resenhas. Os Dossiês alternam sua publicação com as Seções Temáticas e a Seção Debate.
A seção Ponto de Vista abriga ensaios e entrevistas. Publicando um volume com três números anuais, a REF é
um periódico de circulação nacional e internacional, sendo importante referência no Brasil e América Latina.
Aceita textos originais em fluxo contínuo nos idiomas: português, espanhol e inglês. (mais informações na política
de seção e nas “Diretrizes para Autoras”).

A Revista Estudos Feministas não aceita artigos e ensaios que já estejam sendo considerados para outras
publicações ou que já tenham sido publicados em outros periódicos ou livros. A Editoria incentiva as autoras a
fazerem uso da plataforma SciELO Preprint antes da submissão do artigo para avaliação na revista. Nesse caso,
na submissão à REF as autoras devem comunicar que o artigo foi disponibilizado anteriormente na plataforma
SciELO Preprint.
Caso tenha dúvidas sobre o preprint, acesse: SPINAK, Ernesto. “O que é este tema dos preprints?” SciELO em
Perspectiva, 2016. Disponível em https://blog.scielo.org/blog/2016/11/22/o-que-e-este-tema-dos-preprints/

Composição da Revista

As diferentes seções da Revista são compostas por artigos acadêmicos, artigos temáticos, ensaios, entrevistas,
dossiês, seção temática, seção debate e resenhas.

Os Artigos conterão análises de resultados de estudos empíricos ou poderão abordar questões teóricas e
metodológicas, obedecendo critérios e regras já consagrados pela cultura acadêmica.

Os Artigos Temáticos compreendem um conjunto de artigos já avaliados e aceitos para publicação pela Revista
Estudos Feministas que, coincidentemente, se referem a um mesmo tema. São convidadas para organizá-los e
apresentá-los uma ou mais editoras e/ou acadêmicas, em conformidade com seus interesses de pesquisa e
familiaridade com o tema em que foram produzidos os artigos já aprovados por pareceristas ad hoc.

A seção Ponto de Vista é formada por ensaios e entrevistas. Os Ensaios resultarão de reflexões sobre um
determinado tema, elaboradas de modo mais flexível e aberto, os quais serão definidos como tal pela equipe
editorial da Revista a partir das submissões realizadas por meio da seção “artigos”. As Entrevistas, que serão
editadas em formato compatível com sua publicação, deverão ser realizadas com profissionais, acadêmicas,
ativistas, cuja contribuição seja relevante para o desenvolvimento dos interesses do campo.

A Seção Temática resulta de proposta de uma organizadora, externa ou não ao grupo de editoras, para chamar
a produção de artigos acadêmicos sobre tema de interesse do campo de estudos feministas e de gênero, para
publicação agendada com a coordenação editorial da Revista, os quais, assim como todos os outros artigos
publicados nesta Revista, devem ser submetidos à avaliação de pareceristas externas.

Os Dossiês devem conter artigos sobre temas atuais e polêmicos que contribuam para o debate epistemológico
e político na área, devendo ser coordenados por profissional ou profissionais de reconhecida competência sobre
a temática proposta para a seção, a qual deverá ser submetida para apreciação da editoria de dossiês e seções
temáticas e, também, pela coordenação editorial. Os textos se constituem em um conjunto de trabalhos sobre
tema associado a movimentos político-sociais, dentro ou fora da academia, selecionados e organizados pela
coordenadora do dossiê. Os trabalhos podem incluir, além de artigos e ensaios, vários outros gêneros textuais,
como depoimentos, descrições, propostas, manifestos, estudos de caso, enfim, sem necessariamente se
adequar a normas acadêmico-científicas rígidas devido a seu cunho mais voltado a organizações militantes.

A seção Debate dedica-se à retomada ou introdução de tópico importante nos estudos feministas ou de gênero,
através da (re)publicação de um artigo seminal ou polêmico, seguido de comentários e críticas por especialistas
na área. É organizada pelas editoras da seção, que se responsabilizarão por sua avaliação.

A seção de Resenhas divulgará comentários críticos, avaliados pelas componentes da editoria de resenhas,
sobre obras relevantes na área, publicadas no Brasil nos últimos dois anos ou no exterior nos últimos quatro
anos.

Processo de Avaliação

Avaliação inicial

Primeiramente, os textos passam por uma apreciação preliminar realizada pela equipe técnica para verificar se
a submissão atende às normas da Revista. Nesta etapa, se os trabalhos não atenderem às normas são
rejeitados e as autoras orientadas a fazer as correções necessárias e realizar nova submissão. Também nesta
etapa os trabalhos serão submetidos à ferramenta de reconhecimento de similaridade de texto, a fim de verificar
se há plágio.

Em seguida, os artigos passam por uma avaliação da Editoria de Artigos para constatar se o texto se enquadra
no escopo da Revista, em termos de originalidade, qualidade e temática, e se uma avaliação externa integral é
justificada. Os artigos aprovados nesta etapa serão enviados para avaliadoras externas.

Importante: artigos que não estiverem completamente de acordo com as especificações das normas da Revista
não serão considerados. Todas as informações sobre normas e formatação dos textos encontram-se no menu
"Diretrizes para autoras".

Avaliação por pares

A Revista Estudos Feministas realiza avaliação “duplo-cega”, ou seja, nem o nome da autora (ou autoras), nem o
nome das avaliadoras são revelados umas às outras.

A Revista Estudos Feministas não aceita artigos e ensaios que já estejam sendo considerados para outras
publicações ou que já tenham sido publicados em outros periódicos ou livros. Em caso de dúvida sobre nossos
procedimentos editoriais, ou caso queira obter informações, por favor, entre em contato através do e-mail:
ref@cfh.ufsc.br.

Os textos aprovados na etapa inicial são encaminhados para duas avaliadoras ad hoc especialistas no tema
abordado no artigo.

No caso de haver uma disparidade nos pareceres, uma terceira avaliadora deve ser chamada para avaliar o
artigo. Caso as disparidades não sejam superadas, devem as editoras emitir a opinião final.

A comissão editorial solicita às pareceristas externas ad hoc que avaliem o texto em 20 dias. A autora receberá,
após o processo de revisão externa, os comentários das avaliadoras com a remoção das notas de identificação.

Aceitação condicional

Se as revisões externas forem favoráveis, o texto será aceito sob a condição de a autora tratar adequadamente
as questões levantadas pelas pareceristas. O artigo deverá ser reapresentado em no máximo 30 dias com
destaque nas modificações realizadas. Posteriormente ao reenvio do texto pela autora, este será examinado pela
editoria de artigos e, caso necessário, por pelo menos uma das avaliadoras ad hoc originais. Esse processo é
exigido para constatar se as modificações sugeridas foram atendidas adequadamente, para que o manuscrito
seja aceito para publicação.

Rejeição

A rejeição pode ocorrer após a avaliação inicial, após a avaliação feita por pares, e após a revisão e
reapresentação do trabalho no prazo estipulado. Se as avaliações ad hoc indicarem a necessidade de uma
revisão substancial, o trabalho será rejeitado.

A comissão editorial espera que as autoras reconheçam a importância de um processo rigoroso de revisão para
assegurar uma alta qualidade acadêmica. Ainda que nenhum sistema seja infalível, a política editorial da Revista
Estudos Feministas propõe-se, por meio desse processo, manter a qualidade de um periódico que é considerado
referência nos estudos feministas, de gênero e sexualidades.

Instruções para as/os autoras/es

Condições para submissão

Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a conformidade da submissão em
relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo com as normas serão
devolvidas aos autores.

• A contribuição é original e inédita, não está sendo avaliada para publicação por outra revista e não será
submetida em outro periódico até que seja registrada a decisão final nesta submissão.
• Os documentos suplementares – “Declaração de originalidade e ineditismo”, "Notas de Autoria" e “Lista de
checagem” – foram devidamente preenchidos e serão incluídos no sistema antes de concluir a submissão.
• O arquivo para submissão do inédito está em formato Microsoft Word, usando o arquivo-modelo
disponibilizado.
• Texto, imagens, tabelas e gráficos seguem os padrões de estilo e requisitos descritos no arquivo de Normas
da Revista.
• A identificação de autoria deste trabalho foi removida do arquivo e da opção Propriedades no Word,
garantindo desta forma o critério de sigilo da revista, caso submetido para avaliação por pares (ex.: artigos),
conforme instruções disponíveis no arquivo de Normas da Revista.
• As autoras possuem a titulação mínima exigida, conforme descrito nas Diretrizes para Autoras.
• Li as instruções constantes no tutorial "Como enviar um artigo à revista" até o final antes de iniciar a
submissão.

Diretrizes para autoras

São aceitas contribuições de mestras, doutorandas, doutoras e pós-doutoras. Apenas serão aceitos inéditos de
mestrandas sob a forma de coautoria com doutora (ou pós-doutora), desde que o artigo tenha a doutora (ou pós-
doutora) como sua primeira autora.

A Revista reserva-se o direito de não aceitar para avaliação mais de uma submissão por autora ao ano, ou
enquanto houver submissão anterior em processo de avaliação.

Como e para onde enviar


Todos os materiais apresentados devem ser enviados eletronicamente através do site: http://www.periodi-
cos.ufsc.br/index.php/ref., por meio da Plataforma OJS. Todos os campos são de preenchimento obrigatório,
incluindo o ORCID, e devem ser informados por extenso. O resumo da biografia não deve ultrapassar 5
linhas.

Como realizar cadastro na revista

Todos os metadados solicitados pelo sistema devem ser adequadamente preenchidos para todas as
modalidades de submissão, sob pena de o trabalho não ser considerado. A inclusão das informações nos
metadados não exclui a necessidade de envio dos formulários mencionados em “Documentos para submissão
online”.

Como enviar um artigo à revista

Leia atentamente as normas de publicação antes de iniciar o processo de submissão. Artigos que não estiverem
completamente de acordo com as especificações das normas da Revista serão rejeitados no processo de
avaliação preliminar.

Documentos para submissão online


Para submissão online é obrigatório o preenchimento dos seguintes formulários, conforme modelos
disponibilizados no link abaixo, que devem ser inseridos no sistema:

• Declaração de Originalidade assinada informando que o texto é inédito e não está sendo examinado por
nenhuma outra publicação;
• Notas de Autoria contendo minibiografia de até 5 linhas, registro ORCID, Filiação Institucional, e-mail e
demais informações sobre o artigo, conforme exigência dos órgãos de fomento e indexadores;
• Lista de checagem preenchida e assinada.
• Acesse os modelos de documentos suplementares, orientações para construção do texto acessível e o
arquivo-modelo AQUI

Normas de publicação

Diretrizes para preparar texto para avaliação cega

Tem sido política da Revista Estudos Feministas desde sua criação, fazer avaliação “duplo-cega”, em que a
identificação de autora (ou autoras) e de avaliadoras não são reveladas umas às outras.

Portanto, ao preparar o envio eletrônico de materiais para avaliação, a comissão editorial solicita à autora que
dedique alguns minutos para o exame do seu texto e, onde apropriado:

• omita o seu nome e o da instituição na página de título, assim como dos cabeçalhos e rodapés;
• apague toda informação que possa identificá-la inadvertidamente, tal como “como esta autora descreveu
em outro trabalho (citação)...” ou “veja (citação) para uma discussão mais aprofundada...”
• evite uma multiplicidade de autocitações ou a citação de materiais da autora (dissertações de
doutoramento, etc.), publicados ou não;
• apague agradecimentos a colegas ou afiliações institucionais que também possam facilitar a identificação
da autora;
• remova a identificação de usuário na opção Propriedades no Word.

O conselho editorial entende que mesmo sendo difícil remover conclusivamente tudo que possa levar à
identificação da autora, é preciso cuidado para eliminar todas as fontes evidentes que possibilitem sua
identificação, evitando indicadores óbvios de autoria por parte das avaliadoras. Atualmente, a REF está iniciando
a aceitação de artigos submetidos à avaliação por pares em sistema preprint, contando para tal com a plataforma
oferecida pela SciELO (https://preprints.scielo.org/index.php/scielo).

Diretrizes para elaboração dos textos

1. Ao submeter arquivos para apreciação da REF (artigos, ensaios, resenhas e entrevistas), as autoras devem:

• Usar processadores de texto compatíveis com Windows (.doc ou .docx);


• Definir margens de 2,5 cm (laterais, superior e inferior);
• Usar a fonte Times New Roman tamanho 12, espaçamento de linhas de 1,5 no corpo do texto, nos títulos,
nos resumos e na lista de referências;
• Justificar o texto e não usar entradas de parágrafo nem espaçamentos entre os parágrafos.
• Não usar nenhum tipo de marcação nem referências cruzadas automáticas.

2. Para atender o projeto gráfico da Revista, os títulos devem caber no cabeçalho da página. Devem ser
curtos, inspiradores e atraentes. Títulos longos poderão ser modificados pela editoria.
Exemplo:
Título original - A Corte chega a Desterro: a visita de Dom Pedro II à capital da Província de Santa Catarina.
Como deve ficar - A Corte chega a Desterro.
2.1 Títulos (português, inglês e espanhol) em fonte Times New Roman tamanho 12, sem grifo e alinhados à
esquerda.
2.2 Títulos das seções em fonte Times New Roman 16, negrito, centralizados, sem pular linha para o texto.
2.3 Títulos das subseções em fonte Times New Roman 14, negrito, centralizados, sem pular linha para o texto.

3. Para a elaboração dos textos, os seguintes itens devem ser observados:

• aspas duplas para citações com até três linhas;


• as citações com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com
fonte do tipo Times New Roman 11, espaçamento 1,5 e sem aspas;
• as aspas simples devem ser empregadas para palavras com emprego não convencional e para indicar
citação no interior de citação de até três linhas;
• itálico para palavras estrangeiras, (inclusive nomes próprios/de instituições), neologismos, falas de
informantes e títulos completos de obras e publicações;
• notas de rodapé devem se restringir a apenas notas explicativas, numeradas, e pede-se que sejam
usadas com parcimônia. Caso sejam inseridas notas de rodapé, o numeral deve vir sempre depois da
pontuação, seja qual for (ponto, vírgula, dois pontos etc.).

IMPORTANTE:

• Não incluir nota de rodapé em títulos, subtítulos, resumos, tabelas e gráficos do artigo.
• Não incluir em notas de rodapé referências que não foram usadas no corpo do texto!

4. Citações e referências: as fontes das citações devem ser indicadas no corpo do texto imediatamente após
a citação, nunca em nota de rodapé, (seguindo o sistema autor-data da NBR 10520/2002 da ABNT) contendo
entre parênteses apenas os seguintes dados: SOBRENOME DA AUTORA, ano de publicação da obra, página
inicial e final da citação.
A Revista tem como prática a inclusão, na primeira entrada de citação ou paráfrase de cada autora, o
prenome completo.
Exemplo de primeira citação:
“Xxxxxxxx xxxxxxx” (Simone de BEAUVOIR, 1949, p. xx).
Exemplo de segunda citação em diante:
“Yyyyyyyyyy yyyyyyyy” (BEAUVOIR, 1949, p. xy).
A lista de referências bibliográficas, com nome e prenome completos de autoras deve ser apresentada ao final
do texto, sendo que deve conter apenas as referências efetivamente citadas no corpo do texto. Os trabalhos
que não estiverem de acordo com as normas estabelecidas para as referências e notas, serão devolvidos
às autoras para ajuste, o que poderá resultar em atraso na sua publicação.
Exemplo:
FONSECA, Claudia. Família, fofoca e honra: a etnografia de violência e relações de gênero em grupos
populares. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2000.

5. As referências bibliográficas obedecerão aos seguintes critérios:

a) Livro:
SOBRENOME DA AUTORA DA OBRA, Prenomes. Título da obra: subtítulo. Local de Publicação: Editora, ano de
publicação.
Exemplo:
FONSECA, Claudia. Família, fofoca e honra: etnografia de relações de gênero e violência em grupos populares.
Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2000.
Em caso de duas ou mais autoras, os nomes deverão vir separados por ponto e vírgula (;), inclusive nas
citações no corpo do texto. Para mais de quatro autoras, usar et al.
Exemplo:
FUNK, Susana Bornéo; MINELLA, Luzinete Simões; ASSIS, Gláucia de Oliveira (Orgs). Linguagens e narrativas:
desafios feministas. Tubarão: Editora Copiart, 2014.

b) Capítulo de livro:
SOBRENOME DA AUTORA DO CAPÍTULO, Prenomes. “Título do capítulo: subtítulo”. In: SOBRENOME DA
AUTORA DA OBRA, Prenomes. Título da obra: subtítulo. Local de Publicação: Editora, ano de publicação.
Páginas inicial e final do capítulo, separadas por hífen.
Exemplo:
HEILBORN, Maria Luiza. “Gênero: um olhar estruturalista”. In: PEDRO, Joana; GROSSI, Miriam (Orgs.).
Masculino, feminino, plural: gênero na interdisciplinaridade. Florianópolis: Editora Mulheres, 1998. p. 43-55.

c) Artigo de periódico:
SOBRENOME DA AUTORA DO ARTIGO, Prenomes. “Título do artigo: subtítulo”. Título do Periódico, cidade,
número do volume, número do fascículo, páginas inicial e final do artigo, mês e ano.
Em caso de duas ou mais autoras, os nomes deverão vir separados por ponto e vírgula (;). Para mais de quatro
autoras, usar et al.
Caso o artigo seja publicado online, incluir link e data de acesso no formato dd/mm/aaaa.
Exemplos:
ROSEMBERG, Fúlvia. “Instrução, rendimento, discriminação racial e de gênero”. Revista de Estudos
Pedagógicos, v. 68, n. 159, p. 324-355, maio/ago. 1987.
LAGO, Mara Coelho de Souza. “Feminismo, psicanálise, gênero: viagens e traduções”. Revista Estudos
Feministas, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 189-204, abr. 2010. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0104-026X2010000100012&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 17/04/2019.

d) Publicação em meios eletrônicos:


SOBRENOME DA AUTORA DO TRABALHO, Prenomes. “Título do trabalho”. Título da Publicação [online].
Cidade de publicação (quando houver), ano de publicação, volume da publicação, número da publicação, página
inicial e página final (quando houver) OU o número identificador do artigo dentro da publicação. Disponível em
endereço eletrônico. ISSN. DOI. Outras informações de publicação. Acesso em dia/mês/ano.
Exemplo:
FREITAS, Lucas Bueno de; LUZ, Nanci Stancki da. “Gênero, Ciência e Tecnologia: estado da arte a partir de
periódicos de gênero”. Cadernos Pagu [online]. Campinas, 2017, n. 49, e174908. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332017000100304&lng=pt&nrm=iso. Epub
13/03/2017. ISSN 1809-4449. DOI: 10.1590/18094449201700490008. Acesso em 17/04/2019.

e) Dissertações e Teses:
SOBRENOME DA AUTORA, Prenomes. Título da obra: subtítulo. Ano de apresentação. Grau (Categoria e Área
de Concentração) – Instituição, cidade, estado, país.
Exemplo:
DINIZ, Carmen Simone Grilo. Entre a técnica e os direitos humanos: possibilidades e limites da humanização da
assistência ao parto. 2001. Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Medicina Preventiva) - Faculdade de
Medicina da USP, São Paulo, SP, Brasil.

f) Trabalhos apresentados em eventos científicos:


SOBRENOME DA AUTORA DO TRABALHO, Prenomes. “Título do trabalho”. In: NOME DO EVENTO, Número
da edição do evento, ano da realização do evento, Cidade, Estado, País onde se realizou o evento. Anais... (ou
Proceedings... ou Resumos...) Local de publicação: Editora, Ano de publicação. Páginas inicial e final do trabalho.
Exemplo:
PRADO, Danda. “Maternidade: opção ou fatalidade?” In: SEMINÁRIO SOBRE DIREITOS DA REPRODUÇÃO
HUMANA, 1., 1985, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Anais... Rio de Janeiro: ALERJ/Comissão Especial dos Direitos da
Reprodução, 1985. p. 26-29.

g) Leis e publicações oficiais:


PAÍS/INSTITUIÇÃO. Título da publicação (número da edição, quando houver). Local de publicação: Editora, ano
de publicação.
Exemplo:
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988 (1ª. ed.). Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei N. 9.394/1996. LDB: leis de diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília: Senado Federal, 1996.

Observações:

• Não se usa mais o sublinhado para substituir autoras repetidas.


• In e et al devem ser usados em itálico.
• Não há mais a utilização dos sinais < > para mencionar os links.
• Não utilizar dois pontos (:) após “Disponível em” e “Acesso em”.
• Utilizar ponto e vírgula (;) para separar mais de uma autora.

Diretrizes para a construção de texto acessível

Visando promover a acessibilidade dos textos publicados na REF para pessoas com cegueira (que necessitam
de softwares ledores que não compreendem o conteúdo de imagens, gráficos, tabelas, entre outros), foram
elaboradas algumas orientações sobre as principais mudanças no desenvolvimento do manuscrito a ser
submetido.

1. Evitar o uso de caracteres em branco repetidos (ex.: dois espaços), bem como de barras e outras formas
utilizadas para representar a diversidade de gênero e sexualidades (ex.: /as/os/es, @, “x”).

2. Todo conteúdo digital não textual deve conter descrição da imagem (fotos, ilustrações, tabelas, gráficos, gifs).

3. Evitar o uso de célula mesclada em tabelas e quadros. No caso de tabelas e quadros complexas, sugere-se
uma breve descrição da forma, como por exemplo número de colunas e linhas.

4. Inserir a descrição logo abaixo do item “Fonte”, utilizando a mesma formatação.

5. Na descrição de imagens, deve-se seguir a ordem: #PraTodoMundoVer + o que/quem + onde + como + faz o
quê + como + quando + de onde; a forma simplificada também é indicada: formato + sujeito + paisagem +
contexto + ação.

Todos os artigos publicados pela REF a partir de 2020 deverão seguir as normas de acessibilidade, conforme o
modelo de submissão de trabalho disponibilizado nas “Diretrizes para Autoras”.

Diretrizes para inserção de imagens, tabelas e gráficos

1. No caso de inserção de imagens (fotos, figuras, gráficos, quadros e tabelas), a responsabilidade pelo
encaminhamento dos trâmites relativos aos direitos de reprodução será da autora (ou autoras) dos artigos e dos
ensaios. A aprovação final do texto dependerá do cumprimento dessas diretrizes.

2. As figuras, gráficos e imagens devem ser enviadas de duas formas: no formato JPG, inseridas no corpo do
texto, e em formato TIFF, com 300 dpis, em arquivos separados do texto e carregados no sistema. Título, fonte e
observações precisam estar no corpo do texto e não devem compor a imagem. Materiais fora dessas
especificações não poderão ser utilizados.

3. As tabelas devem vir no corpo do texto (sem inserção de nota de rodapé no interior da tabela). Devem vir
também em imagem no formato TIFF, com resolução de 300 dpis, e inseridas em “Documentos Suplementares”.
O tamanho máximo da tabela na página será 13 x 17 cm, posição vertical. Evitar tabelas grandes, com muitas
células e/ou muito texto por célula. Elas não cabem nas páginas e o texto pode ficar ilegível.

4. Sempre que possível, deixar figuras, imagens, gráficos e tabelas desvinculadas de um parágrafo específico de
forma a permitir alguma flexibilidade na disposição do texto e das mesmas na página. Deve haver, em algum
lugar do texto, a indicação em negrito da imagem ou tabela para a referência cruzada (ex: Figura 1).

5. As imagens, tabelas, gráficos devem ter título, fonte e descrição por escrito, para fins de acessibilidade
(#PraTodoMundoVer). A descrição deverá ser incluída logo abaixo do elemento gráfico, conforme indicado no
arquivo-modelo disponibilizado no menu "Diretrizes para Autoras".

6. Sugere-se moderação quanto ao uso de imagens, sendo permitido no máximo 10.

Diretrizes para elaboração de artigos e ensaios

Artigos: serão aceitas até 4 autoras no máximo.

Ensaios: somente uma autora.

1. Os artigos e ensaios deverão ter em torno de 9 mil palavras ou 45 mil caracteres, com espaços
(aproximadamente 25 laudas, papel A4), incluindo as referências bibliográficas, notas e tabelas.

2. As submissões devem vir acompanhados de:

• títulos em português, inglês e espanhol;


• resumos em português, inglês e espanhol (no máximo 10 linhas);
• palavras-chave (máximo 5) em português e em espanhol (com as letras minúsculas) e em inglês (com a
primeira letra maiúscula), separadas por ponto e vírgula (;).

Utilize o modelo de Lista de Checagem (Checklist) disponibilizado no menu “Diretrizes para Autoras”, para
facilitar o trabalho de conferência dos itens de acordo com as normas da REF.

Diretrizes para elaboração de resenhas

Serão aceitas até 2 autoras no máximo.

1. As resenhas deverão ter entre 5 e 10 mil caracteres, incluindo os espaços (em torno de 2 mil palavras).

2. Os livros resenhados devem ter relação com a questão dos feminismos, gênero ou sexualidades e devem ser,
de preferência, recentes: últimos quatro anos para publicações no exterior e dois anos para publicação nacional
ou resultante de tradução no Brasil.

3. As resenhas devem conter:

• título (diferente do título do livro resenhado);


• síntese do assunto tratado;
• informações sobre a autora ou as autoras do livro;
• inserção e posição do trabalho nas discussões contemporâneas sobre o tema;
• perspectivas críticas sobre o trabalho (pontos positivos e negativos, aspectos que poderiam ser mais
explorados, aspectos inovadores e importantes do trabalho).

4. A autora da resenha deve enviar também sua minibiografia (até 5 linhas de texto) e preencher os Metadados
da submissão no sistema.

5. As normas de formatação para as resenhas deverão seguir as orientações indicadas no item “Diretrizes para
elaboração dos textos”.

6. Todas as fontes e referências devem ser igualmente informadas conforme indicado no item 5 das “Diretrizes
para elaboração dos textos”.

Diretrizes para entrevistas

1. As entrevistas devem ser precedidas de um texto curto de apresentação da entrevistada, elaborado pela
entrevistadora ou entrevistadoras, contextualizando sua temática e a situação em que foram realizadas.

2. Devem conter perguntas curtas, preferencialmente de uma frase apenas. Deve-se ter claro que o espaço é
para ser ocupado pela entrevistada, e não pela entrevistadora. Se a pergunta efetivamente feita for mais longa,
ela deve ser editada para a submissão à Revista.

3. Respostas muito longas ou que incluam temas muito diferentes podem ser editadas por meio da inclusão de
uma pergunta pela autora.

4. Respostas a temas próximos, mas que tenham aparecido em momentos distantes da entrevista, podem ser
editadas de modo a apresentar um melhor encadeamento.

5. Depois de finalizada a entrevista, deve-se checar com a entrevistada a grafia dos nomes citados, bem como
completar as referências bibliográficas mencionadas.

6. Sempre que possível, enviar a transcrição da entrevista para obter o aval da entrevistada antes de sua
apresentação à editoria de entrevistas.

7. As normas de formatação para as entrevistas deverão seguir as orientações indicadas no item “Diretrizes para
elaboração dos textos”

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Revista Estudos Feministas
Publicação de: Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarin
Área: Ciências Humanas
Versão impressa ISSN: 0104-026X Versão on-line ISSN: 1806-9584

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Revista Estudos Feministas, Volume: 30, Número: 1, Publicado: 2022

30 anos de REF: resistimos e sobrevivemos Editorial


Lago, Mara Coelho de Souza; Wolff, Cristina Scheibe; Ramos, Tânia Regina Oliveira; Minella, Luzinete Simões

Texto: PT | PDF: PT

Explorando a resistência das mulheres contra a ocupação e a guerra na Ucrânia Articles


Koshulko, Oksana; Dluhopolskyi, Oleksandr

Resumo: EN ES PT | Texto: EN | PDF: EN

Três mulheres bíblicas capazes de construir uma identidade feminina alternativa Artículos
Ordorika, Ianire Angulo

Resumo: EN ES PT | Texto: ES | PDF: ES

A comunidade das mulheres na República de Platão Artículos


Sonna, María Valeria

Resumo: EN ES PT | Texto: ES | PDF: ES

Silêncios e resistências na contística de mulheres em Cuba: um panorama Artigos


Rabasa Fernandez, Yamilka

Resumo: EN PT | Texto: PT | PDF: PT

A identidade narrativa em Margarida La Rocque, de Dinah Silveira de Queiroz Artigos


Steffen, Ana Cristina; Baumgarten, Carlos Alexandre

Resumo: EN PT | Texto: PT | PDF: PT

Chimamanda Adichie, Mia Couto e o combate às expectativas de género Artigos


Amante, Susana

Resumo: EN ES PT | Texto: PT | PDF: PT

Cartografias militantes Resenhas


Philippi, Carolina Cechella

Texto: PT | PDF: PT

Discursos sobre gênero e sexualidade no Facebook Resenhas


Salerno, Laura Peretto

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Conceitos sobre gênero e diversidade: um desafio para a sociedade e o direito Resenhas


Buffara, Júlia Maria Milanese

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Alicia en su país verde: política, politización e institucionalización de los feminismos Resenhas


Sosa Vásquez, María Mónica
Texto: PT | PDF: PT

O feminismo marxista se recria Resenhas


Paulilo, Maria Ignez Silveira

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Por uma teoria feminista radical e libertadora Resenhas


Silva, Juliana Ben Brizola da

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Uterinas com prazer Resenhas


Lessa, Patrícia

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O nascimento como categoria filosófica feminista Resenhas


Gabriel, Alice de Barros

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Artigos

Chimamanda Adichie, Mia Couto e o


combate às expectativas de género
Susana Amante1 0000-0002-1300-0785
1
Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Viseu,
Portugal. 3504-510

Resumo: Em A coisa à volta do teu Pescoço, a escritora nigeriana Chimamanda Adichie dá vida e
voz a personagens femininas várias que, numa amostra por conveniência, cingiremos às presentes
nas histórias “Cela Um” e “A Historiadora Obstinada”. As questões de género, noutro canto de África,
são tratadas por Mia Couto, um feminista convicto. É na senda de um novo rumo para a garantia dos
direitos das mulheres, que analisaremos a representatividade feminina em contos selecionados de
Estórias Abensonhadas, como na “Esteira do Parto”, “O Perfume”, “Os infelizes cálculos da felicidade”,
“Joãotónio, no enquanto” e “Os olhos fechados do diabo do advogado”. Tendo como pano de fundo
estes autores, procuraremos analisar 1. as formas como a mulher é representada nas narrativas em
estudo e 2. quão mais (in)felizes as personagens femininas se tornam quando não sentem o peso das
expectativas de género.
Palavras-chave: representações; género; hibridismo; Chimamanda Adichie; Mia Couto.

Chimamanda Adichie, Mia Couto and their struggle against gender expectations
Abstract: In A coisa à volta do teu Pescoço, the Nigerian writer Chimamanda Adichie brings life and
voice to various female characters, but, in a convenience sampling, we will stick to those in the short
stories “Cela Um” and “A Historiadora Obstinada”. Gender issues, in another part of Africa, are dealt
with by Mia Couto, a staunch feminist. It is in the quest for a new direction ensuring women’s rights
that we will analyse the feminine representativeness in selected short stories in Estórias Abensonhadas,
such as “Esteira do Parto”, “O Perfume”, “Os infelizes cálculos da felicidade”, “Joãotónio, no enquanto”
and “Os olhos fechados do diabo do advogado”. Taking these authors as a reference, we will try to
analyse 1. the ways in which women are represented in the narratives under study and 2. how much
more (un)happy female characters become when they do not feel the weight of gender expectations.
Keywords: Representations; Gender; Hybridism; Chimamanda Adichie; Mia Couto.

Chimamanda Adichie, Mia Couto y la lucha contra las expectativas de género


Resumen: En A coisa à volta do teu Pescoço, la escritora nigeriana Chimamanda Adichie da vida
y voz a varios personajes femeninos pero, en una muestra para mayor comodidad, nos ceñiremos
a los presentes en los cuentos “Cela Um” y “A Historiadora Obstinada”. Las cuestiones de género,
en otro punto de África, son tratadas por Mia Couto, un feminista declarado. En el camino de una
nueva dirección para la garantía de los derechos de la mujer, analizaremos la representatividad
femenina en cuentos seleccionados de Estórias Abensonhadas, como “Esteira do Parto”, “O Perfume”,
“Os infelizes cálculos da felicidade”, “Joãotónio, no enquanto” y “Os olhos fechados do diabo do
advogado”. Con el apoyo de estos autores, intentaremos analizar 1. las formas en que las mujeres
están representadas en las narraciones estudiadas y 2. cuánto más (in)felices se vuelven los personajes
femeninos cuando no sienten el peso de las expectativas de género.
Palabras clave: representaciones; género; hibridación; Chimamanda Adichie; Mia Couto.

Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 30(1): e75873


DOI: 10.1590/1806-9584-2022v30n175873 1
SUSANA AMANTE

Os homens e as mulheres são diferentes. (...) Portanto, de uma forma literal, os homens
governam o mundo. (...) Nós evoluímos. Mas as nossas ideias de género não evoluíram
muito. (…) Ensinamos as mulheres a retraírem-se, a tornarem-se mais pequenas. Dizemos às
mulheres: ‘Podem ter ambição, mas não demasiada. Devem procurar ser bem-sucedidas, mas
não demasiado bem-sucedidas, caso contrário, ameaçarão o homem. Se são o ganha-pão
numa relação com um homem, têm de fingir que não o são, especialmente em público, caso
contrário, emasculá-lo-ão’.
Mas e se questionarmos a própria premissa? Porque deveria o sucesso de uma mulher ser uma
ameaça para um homem? (…) O problema com o género é que prescreve como devemos ser,
em vez de reconhecer como somos. Imaginem como seríamos mais felizes, como seríamos mais
livres para sermos o nosso verdadeiro eu individual, se não tivéssemos o peso das expectativas
de género1 (tradução da autora).2
(Chimamanda ADICHIE, 2014, p. 10-11; 16, 19)

A epígrafe que abre o presente artigo, extraída do ensaio We Should All Be Feminists,
é apenas uma ínfima parte de um manifesto que a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi
Adichie publicou em 2014 e que havia sido proferido em 2012, na conferência TEDxEuston,
em Londres. Em virtude da mensagem poderosa e inspiradora, as palavras da escritora foram
escolhidas pela cantora Beyoncé para integrarem a sua canção “***Flawless”, no ano entre a
TED Talk e aquele em que se procedeu ao lançamento da obra supramencionada. De forma
interpolada, ouvimos a voz de Beyoncé e excertos do discurso de Chimamanda, nos quais esta
última apresenta apaixonadamente a sua visão sobre o que significa verdadeiramente ser-se
feminista e que não é, afinal, diferente da definição que consta do dicionário que a própria
consultou em tempos e onde se lia: “Feminista: uma pessoa que acredita na igualdade social,
política e económica dos sexos3 (Ibidem, p. 25-26).
O feminismo é um movimento social global que reivindica a igualdade de direitos e
de deveres entre homens e mulheres, independentemente do reconhecimento das diferenças
inerentes a cada sexo. A feminista Chimamanda Adichie, em We Should All Be Feminists,
constata, como vimos acima, que homens e mulheres são diferentes, em termos biológicos:
“Temos diferentes hormonas e diferentes órgãos sexuais e diferentes características biológicas –
as mulheres podem ter bebés, os homens não. Os homens têm mais testosterona e são, em geral,
fisicamente mais fortes do que as mulheres”4 (Ibidem, p. 10-11), o que, no passado, poderia
ser considerado um atributo valorizado, na medida em que a sobrevivência dependia do uso
da força física, em atividades como a caça e o cultivo da terra, por exemplo, enquanto que
à mulher cabia a guarda da prole e o papel de filha e esposa, necessariamente subserviente,
invisível e dependente economicamente do pai, primeiro, e depois do marido. Relegada para
a esfera doméstica, a mulher era considerada inferior física, intelectual e emocionalmente,
enquanto o homem era visto como o provedor das necessidades materiais do lar.
Ora, nos tempos que correm, estas ideias já não se justificam, porque, como Adichie
argumenta,
a pessoa mais qualificada para liderar não é a pessoa fisicamente mais forte. É a pessoa mais
inteligente, mais conhecedora, mais criativa, mais inovadora. E não há hormonas para esses
atributos. Um homem é tão propenso quanto uma mulher a ser inteligente, inovador, criativo5
(Ibidem, p. 11).

Como nos lembra bell hooks (2000), “As feministas são formadas, não nascem feministas.
(...) À semelhança de todas as posições políticas, uma pessoa adere às políticas feministas por
escolha e ação”6 (p. 7). Daí que seja tão importante que a mulher reconheça o seu poder e aja
em conformidade, reclamando uma mudança em prol da sua valorização pessoal e da sua
1
Do original: Men and women are different. (…) So in a literal way, men rule the world. (…) We have evolved. But our
ideas of gender have not evolved very much. (…) We teach girls to shrink themselves, to make themselves smaller.
We say to girls, ‘You can have ambition, but not too much. You should aim to be successful, but not too successful,
otherwise, you will threaten the man. If you are the breadwinner in a relationship with a man, you have to pretend
that you are not, especially in public, otherwise you will emasculate him.’ But what if we question the premise itself?
Why should a woman’s success be a threat to a man? (…) The problem with gender is that it prescribes how we
should be rather than recognizing how we are. Imagine how happier we would be, how much freer to be our true
individual selves, if we didn’t have the weight of gender expectations (Chimamanda ADICHIE, 2014, p. 10-11; 16; 19).
2
Todas as traduções foram realizadas pela autora do artigo.
3
Do original: Feminist: a person who believes in the social, political and economic equality of the sexes (Ibidem, p.
25-26).
4
Do original: We have different hormones and different sexual organs and different biological abilities – women
can have babies, men cannot. Men have more testosterone and are, in general, physically stronger than women
(Ibidem, p. 10-11).
5
Do original: [t]he person more qualified to lead is not the physically stronger person. It is the more intelligent, the
more knowledgeable, the more creative, more innovative. And there are no hormones for those attributes. A man is
as likely as a woman to be intelligent, innovative, creative (Ibidem, p. 11).
6
Do original: Feminists are made, not born. (…) Like all political positions one becomes a believer in feminist politics
through choice and action (p. 7).

Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 30(1): e75873


2 DOI: 10.1590/1806-9584-2022v30n175873
CHIMAMANDA ADICHIE, MIA COUTO E O COMBATE ÀS EXPECTATIVAS DE GÉNERO

participação na sociedade, independentemente do seu território de origem, da sua condição


social ou situação económica, da sua religião, do seu nível de instrução ou da sua orientação
sexual. É por demais sabido que a mulher negra enfrenta uma dupla dificuldade, na medida em
que é invisível não só por questões de género, mas também pela cor da pele. A este propósito,
sustentemo-nos uma vez mais em bell hooks (2000), que nos lembra que
Todas as mulheres brancas desta nação sabem que o seu estatuto é diferente do das mulheres
negras/mulheres não brancas. Elas sabem-no desde o tempo em que eram meninas assistindo à
televisão e vendo apenas as suas imagens e folheando revistas e vendo apenas as suas imagens.
Elas sabem que a única razão pela qual as mulheres não brancas estão ausentes/invisíveis é
porque não são brancas. Todas as mulheres brancas desta nação sabem que a brancura é uma
categoria privilegiada. O motivo de as mulheres brancas poderem optar por reprimir ou negar
este conhecimento não significa que sejam ignorantes: significa que estão em negação7 (p. 55).

De facto, a mulher negra é duplamente refém de estereótipos que advêm de


representações culturais associadas ao universo feminino, como temos vindo a assinalar,
adensando-se em virtude de posições a favor de uma supremacia branca, geradora de
alienação. A mulher negra vive no limbo do não-ser; ela é herdeira de uma invisibilidade que
é transmitida de geração em geração, tornando-se mais invisível ainda do que o protagonista
da célebre obra Invisible Man (1952), de Ralph Ellison (1972), que, no prólogo, se ressentia pela
sua subalternidade:
Sou um homem invisível. (...) Sou invisível, compreenda-se, simplesmente porque as pessoas
se recusam a ver-me. (...) É como se eu estivesse cercado de espelhos de vidro duro que
deformam a imagem. Quando se aproximam de mim, veem apenas o que me circunda, eles
próprios ou figuras da sua imaginação – na verdade, tudo e qualquer coisa, menos eu8 (p. 3).

Adichie queixa-se desta mesma invisibilidade, quando argumenta que, de cada vez
que vai a um restaurante nigeriano com um acompanhante masculino, o empregado de mesa
cumprimenta o homem e simplesmente a ignora a ela, por ser uma figura feminina. Nas suas
palavras, “Cada vez que eles me ignoram, sinto-me invisível. Sinto-me irritada. Quero dizer-
lhes que sou tão humana quanto o homem, tão digna de reconhecimento”9 (ADICHIE, 2014,
p. 12). Contudo, o papel reservado ao homem enquanto elemento incontornável de poder
está enraizado de tal forma que parece votar Adichie ao fracasso, nas suas tentativas de
reconhecimento ou de apenas alguma visibilidade. Prova disso é o episódio que a própria
escritora relata, referindo-se a uma noite em Lagos, Nigéria, quando saiu com o seu amigo Louis
e ofereceu umas moedas ao arrumador de carros, que prontamente agradeceu o dinheiro à
figura masculina, para espanto deste último, como observamos em: “‘Porque é que ele me está
agradecendo? Não fui eu quem lhe deu o dinheiro’. Percebi, então, pela expressão de Louis,
que despertou para o que lhe acontecera. O homem acreditava que qualquer dinheiro que eu
pudesse ter certamente provinha de Louis. Porque Louis é homem”10 (Ibidem, p. 10).
Se estes exemplos, extraídos da vida real, podem não chegar ao conhecimento mais
amplo, apesar de inscritos no manifesto We Should All Be Feminists e guardados em vídeo
como parte da conferência TEDxEuston (2012), Adichie dá a conhecer ao mundo histórias e
personagens que passam o testemunho da diversidade e da autenticidade da cultura nigeriana.
Adichie já se havia feito notar a este propósito, aquando da sua TED Talk intitulada
“The Danger of a Single Story” (ADICHIE, 2009a), primeiramente publicada sob o título “African
‘Authenticity’ and the Biafran Experience”, na qual desconstrói estigmas negativos que são
comumente associados ao continente africano. Por exemplo, referindo-se aos personagens de
Chinua Achebe, em Things Fall Apart, percebe-os como simultaneamente parte do seu mundo
e exóticos, na medida em que habitam uma cultura que lhe é familiar, mas o seu background
é muito diverso, já que ela havia crescido com “automóveis, eletricidade e telefones. Eles [os
personagens de Achebe] não comiam arroz frito. Viviam uma vida que o [seu] bisavô poderia
ter vivido...”11 (ADICHIE, 2008, p. 42). Desta forma, nas suas narrativas, Adichie compromete-se
7
Do original: All white women in this nation know that their status is different from that of black women/women
of color. They know this from the time they are little girls watching television and seeing only their images, and
looking at magazines and seeing only their images. They know that the only reason nonwhites are absent/invisible
is because they are not white. All white women in this nation know that whiteness is a privileged category. The fact
that white females may choose to repress or deny this knowledge does not mean they are ignorant: it means that
they are in denial (p. 55).
8
Do original: I am an invisible man. (…) I am invisible, understand, simply because people refuse to see me. (…)
It is as though I have been surrounded by mirrors of hard, distorting glass. When they approach me they see only
my surroundings, themselves, or figments of their imagination – indeed, everything and anything except me (p. 3).
9
Do original: Each time they ignore me, I feel invisible. I feel upset. I want to tell them that I am as human as the man,
just as worthy of acknowledgement (ADICHIE, 2014, p. 12).
10
Do original: Why is he thanking me? I didn’t give him the money.’ Then I saw realization dawn on Louis’s face. The
man believed that whatever money I had ultimately came from Louis. Because Louis is a man (Ibidem, p. 10).
11
Do original: cars and electricity and telephones. They [as personagens de Achebe] did not eat fried rice. They
lived a life [her] great-grandfather might have lived… (ADICHIE, 2008, p. 42).

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SUSANA AMANTE

a representar uma sociedade nigeriana marcada pela diversidade, uma sociedade em que
as raparigas viajam, vestem roupas americanas, falam bem inglês e gostam de Mariah Carey,
para espanto de muitos (Ibidem, p. 43), mas também uma sociedade marcada pela guerra civil
Nigéria-Biafra que dizimou populações e as privou de bens essenciais (Ibidem, p. 50).
Nunca se afastando das suas raízes, Adichie (2009b) apresenta-nos um ângulo da história
pouco conhecido, que põe em destaque a mulher, nas várias narrativas que integram a coletânea
The Thing Around Your Neck, traduzida para português europeu pela D. Quixote, como A coisa
à volta do teu pescoço (2017, 2 ed.), versão selecionada para análise. Particularmente, em “A
Historiadora Obstinada”, Adichie retoma, ainda que de forma muito subtil, a obra de Achebe
como hipotexto, e reescreve a história trazendo para o centro personagens femininas que outrora
ocupavam as margens, complementando, mais do que contestando, esta obra canónica
daquele que é considerado o pai do romance africano, como afirma Susan Van Zanten (2015): “O
romance de Achebe foi enriquecido, ampliado, completado”12 (p. 91). Neste sentido, as palavras
de Adichie ganham forma e substância nas duas curtas narrativas que nos propomos analisar, a
já referida “A Historiadora Obstinada” e, ainda, “Cela Um”, porque estas são a prova de que a
escritora em análise não aceita “a ideia de autenticidade monolítica. Insistir que há uma coisa
que é autenticamente africana é diminuir a experiência africana”13 (ADICHIE, 2008, p. 48).
Efetivamente, se em “Cela Um” nos deparamos com a voz de uma narradora
homodiegética cujo nome permanece desconhecido ao longo de todo o conto, como que
indicando a sua invisibilidade social, e que se centra na história do irmão, Nnamabia, já em
“A Historiadora Obstinada”, o narrador heterodiegético acompanha de perto a vida de uma
mulher nigeriana, Nwamgba, desde a sua juventude até a sua velhice. A seleção de apenas
dois contos de Adichie para análise prende-se com a procura de equidade e de equilíbrio do
estudo, atendendo ao facto de se tratar de textos bem mais extensos e complexos do que os
cinco contos de Mia Couto, que analisaremos posteriormente.
No primeiro conto da coletânea de Adichie, o olhar feminino gira em torno da personagem
masculina, de tal forma que conhecemos bem a aparência de Nnamabia e todos os seus passos
na cidade universitária de Nsukka, enquanto a narradora anónima se distancia como mera
observadora, exceto num momento de verdadeira intensidade emocional, no qual se atinge o
clímax de toda a narrativa, como faremos notar adiante. Contrariamente a todas as expectativas,
a beleza não reside na personagem feminina, mas antes no irmão, descrito como “bonito”
(ADICHIE, 2017, p. 17), “bem-parecido” (Ibidem, p. 26), “experiente e sofisticado” (Ibidem, p. 22);
numa palavra, “encantador” (Ibidem, p. 27). A narradora está ciente do seu papel secundário,
não só por ser mulher, mas sobretudo pela sua cor de pele, mais escura do que a do irmão e, por
conseguinte, menos apreciada. A mãe regozija-se por o seu filho predileto partilhar consigo esse
traço físico, essa condição que os eleva e os aproxima da ideia de supremacia racial branca e a
narradora parece resignada, ela própria fascinada, com o encanto de Nnamabia:
Nnamabia era a cara chapada da minha mãe, com aquela pele clara, cor de mel, os olhos
grandes e uma boca generosa e perfeitamente desenhada. Quando a minha mãe nos levava
ao mercado, os vendedores diziam em voz alta:
- Ei! Madame, para que desperdiçou a sua pele clara num rapaz e deixou a menina tão escura?
O que é que anda um rapaz a fazer com tanta beleza?
E a minha mãe ria, como se se responsabilizasse, marota e contente, pelos encantos de
Nnamabia (Ibidem, p. 12).

Em virtude desse encanto, todas as desventuras e tropelias de Nnamabia eram relevadas


e facilmente esquecidas, até mesmo quando este, no início do conto, aproveita a ausência
dos pais, professores universitários, para, num domingo, furtar as joias de família, simulando
um assalto. Embora conheçamos pouco da narradora, percebemos que, nesta instância, mal
se contém quando constata que a mãe sentiria a sua dor atenuada caso Nnamabia tivesse
conseguido vender as joias a um bom preço e desabafa: “Apeteceu-me esbofeteá-la” (Ibidem,
p. 10). No entanto, a narradora não consegue ser severa com o irmão e justifica o castigo leve
que o pai aplica – redigir um relatório acerca do ocorrido – porque o rapaz tinha dezassete
anos e “[e]stava naquela fase entre o secundário e a universidade em que já era demasiado
crescido para apanhar uns açoites. Que mais podia o [s]eu pai fazer?” (Ibidem, p. 11). As figuras
masculinas, pai e irmão, jamais são censuradas. Ela, por sua vez, é silenciada, invisível, ignorada
por todos, até pelo vizinho, Osita, também ele bonito, bem arranjado e gracioso, apesar de os
delitos que praticava não condizerem com essa elegância, uma vez que semanas antes havia
roubado a televisão da família da narradora. Ainda assim, esta comenta em tom de desânimo:
“Ele nunca deu por mim” (Ibidem, p. 12), o que vem ao encontro das palavras sábias de Linda
Alcoff (1988, p. 406), que posicionam a mulher como objeto previsível ao dispor de um sujeito
masculino com livre-arbítrio que deseja e comanda, a seu bel-prazer, a figura feminina.
12
Do original: Achebe’s story has been deepened, expanded, completed (p. 91).
13
Do original: the idea of monolithic authenticity. To insist that there is one thing that is authentically African is to
diminish the African experience (ADICHIE, 2008, p. 48).

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CHIMAMANDA ADICHIE, MIA COUTO E O COMBATE ÀS EXPECTATIVAS DE GÉNERO

A única altura em que a narradora se assume como presente e dominante acontece


quando Nnamabia se encontra na prisão há já duas semanas, respondendo por uma acusação
de associação criminosa a um culto universitário, e ela, voz da razão, determina que não o iriam
visitar por causa da distância – 3 horas de caminho – e do preço avultado do combustível. As
suas palavras, no entanto, não foram suficientes e apenas as ações geraram resultados:
… quando cheguei lá fora não sabia o que fazer, por isso peguei numa pedra que estava perto
do arbusto de ixora e atirei-a ao para-brisas do Volvo. O para-brisas estalou. Ouvi o estalido e vi
as linhas minúsculas a espalharem-se como raios no vidro antes de me voltar e ir a correr para
o andar de cima e me fechar à chave no quarto para me proteger da fúria da minha mãe.
Ouvi-a berrar. Ouvi a voz do meu pai. Por fim, fez-se silêncio e não ouvi o motor do carro. Nesse
dia, ninguém foi visitar Nnamabia. Surpreendeu-me, esta pequena vitória (ADICHIE, 2008, p. 20).

Observamos que a narradora, após a sua insurreição, se tranca no quarto, receosa


pela ousadia de romper com a ordem estabelecida, mas simultaneamente orgulhosa pela sua
capacidade para, por uma vez, se fazer notar, afirmando-se. Afinal, à questão de Gayatri Spivak
(1988) que dá título ao seu ensaio clássico “Can the subaltern speak?”, a resposta é afirmativa,
embora, neste caso, a figura feminina permaneça anónima e depressa retorne ao seu espaço
periférico, remetendo-se novamente ao silêncio e à quase invisibilidade. De facto, a sensação
de catarse da narradora tem uma duração muito reduzida e, nas páginas subsequentes do
conto, tudo retorna ao equilíbrio natural, isto é, à tentativa de desculpabilização e libertação de
Nnamabia do cárcere.
Assistimos, pois, ao crescimento do protagonista, o qual se compadece perante o
sofrimento de um pobre homem idoso, que é ridicularizado e torturado apenas porque a polícia
não encontra o seu filho, procurado por roubo armado. A desumanização dos prisioneiros, em
geral, e de Nnamabia, em particular, bem como a corrupção instalada no sistema prisional
são descritas descrita passivamente pela narradora, que, impotente, se limita a partilhar: “... e
senti uma ternura por ele que não conseguiria explicar se me pedissem para o fazer” (Ibidem,
p. 22) ou “Foi depois de ele sair que eu me senti enregelada de medo, que quis correr atrás
dele e, como a minha mãe, puxar-lhe pela camisa até ele nos trazer Nnamabia” (Ibidem, p. 24).
De facto, contrariamente a ela, a mãe não se deixa intimidar, nem paralisa com medo; pelo
contrário, grita e age descontroladamente, por oposição ao marido que responde “... numa voz
tão calma...” (Ibidem), mas nem por isso menos grave e firme.
No último parágrafo, o do reencontro às portas da temida Cela Um, reconhecemos,
agora, um protagonista maduro, mudado pelas vivências experienciadas, enquanto a narradora
se socorre do poder da imaginação para combater a dura realidade: “... imaginei-o a erguer a
voz, a chamar ao polícia idiota, estúpido, cobarde e fraco, sádico, filho da puta, e imaginei o
choque dos polícias (…). E imaginei o próprio velho a assistir à cena com orgulho e surpresa e a
recusar-se calmamente a despir-se” (Ibidem, p. 26, itálico nosso). A imaginação da narradora é
o seu espaço-refúgio que lhe dá a liberdade de recriar a realidade, mas, curiosamente, mesmo
nesse mundo, ela permanece apenas a sonhadora e transpõe para o irmão tudo aquilo que
ela não é e gostaria de ser.
As mulheres do conto “A Historiadora Obstinada” são mais aguerridas e perseverantes,
mostrando que podem ser autossuficientes e contribuir positivamente para a mudança de
mentalidades conducente à efetivação da igualdade de género. Esta curta narrativa não se
reporta à contemporaneidade, mas a fins do século XIX, inícios do século XX, o que atesta a
natureza complexa e multidimensional da obra de Adichie. Apesar de retratar um período histórico
mais longínquo, marcado pela expansão e influência missionária, o conto apresenta-nos uma
mulher que, desde a juventude, exprime desejos e ansiedades, contesta, reclama e não se deixa
vencer por circunstâncias adversas, como o facto de os antepassados do seu amado, Obierika,
terem um historial de gravidezes falhadas e de mortes prematuras. Nwamgba está inclusivamente
determinada a fazer frente a quem a tentasse impedir de ser feliz: “Nwamgba ignorou as palavras
da mãe. Foi ao obi do seu pai e disse-lhe que fugiria da casa de qualquer outro homem se
não a autorizassem a casar com Obierika” (Ibidem, p. 206). A sua irrevogável determinação e
coragem são substanciadas na superioridade física desta personagem, que vence o irmão,
situação embaraçosa para a figura masculina e, por isso mesmo, abafada: “O seu pai achava-a
cansativa, esta filha teimosa e de língua afiada que uma vez tinha derrubado o irmão numa luta.
(Depois, o pai tinha avisado toda a gente para não deixar que a notícia de que a rapariga tinha
vencido um rapaz saísse do povoado.)” (Ibidem). Tal como na narrativa analisada anteriormente,
o patriarca é a voz sensata da razão e sabe que não vale a pena dissuadi-la dos seus intentos.
Pragmaticamente, dá a sua bênção à relação e assistimos, então, a uma sucessão de sinais de
uma sociedade machista, quer por parte dos dois primos direitos de Obierika que Nwamgba,
embora detestasse, tolerava por amor ao marido, quer por parte da própria comunidade feminina,
chegando a afetar o pensamento desta mulher tão segura de si e fascinante:

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SUSANA AMANTE

Foram eles [os primos] que insistiram, depois do terceiro aborto de Nwamgba, que ele casasse
com outra mulher. Obierika disse que ia pensar no assunto, mas quando ele e Nwamgba ficaram
sozinhos na cubata dela à noite, ele disse-lhe que (…) não casaria com outra mulher até serem
ambos velhos (…). Ela achou isto estranho da parte dele, um homem próspero só com uma
mulher, e preocupava-se mais do que ele com o facto de não terem filhos, com as cantigas que
as pessoas cantavam, palavras melodiosas e maldosas. (…) Uma vez (…) um grupo de moças viu
Nwamgba e começou a cantar (…). Ela parou e perguntou se elas não se importavam de cantar
um pouco mais alto (…). Elas pararam de cantar. Ela gostou de as ver com medo (…), mas foi
então que decidiu arranjar ela própria uma esposa para Obierika (Ibidem, p. 207).

Nwamgba sente a obrigação de dar filhos a Obierika e, apesar de acreditar que o


problema de infertilidade estaria associado ao marido, assume a responsabilidade e as culpas
e pede auxílio à sua amiga Ayaju para lhe encontrar uma segunda esposa. A amiga, ela própria
conformada com um casamento infeliz, sugere uma moça nova da família Okonkwo, mas não
deixa de propor que Nwamgba engravide de um amante para continuar a linhagem de Obierika,
o que deixa a protagonista ofendida, porque isso implicaria que Obierika era impotente.
A maternidade era de extrema importância para Nwamgba, mas não a todo o custo.
Nwamgba estava plenamente ciente de que o papel da mulher vai muito para além das suas
funções reprodutivas e de cuidadora do lar, na medida em que a figura feminina assume os
valores normativos e as ideologias humanistas que, nas palavras de Filomina Steady (2011, p.
22), incluem noções de preservação do passado e da promoção do bem-estar da sociedade,
em geral, garantindo a igualdade, paz e justiça para as gerações presentes e vindouras. Mas,
como a mesma académica nos lembra, maternidade e liderança não se excluem mutuamente;
pelo contrário, como a autora assevera:
Numa perspetiva afrocêntrica, a maternidade empodera e não subjuga as mulheres. (...) O
princípio feminino evoca símbolos, valores e ideologias maternas imbuídos de poder que são
depois expressos em instituições e defendidos através dos costumes. Eles representam a base
e a sustentabilidade do grupo, que pode ser visto como o verdadeiro poder. A maternidade
da nação tende a transmitir a ideia de poder restaurativo e difuso em vez do poder destrutivo,
hierárquico e concentrado, frequentemente expresso por ideologias patriarcais14 (STEADY, 2011,
p. 218).

Na mesma linha de pensamento, a epistemóloga nigeriana Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (2016)


salienta que a maternidade tem, para os povos africanos, uma conotação positiva a todos os
níveis, nomeadamente em termos políticos, já que esse papel se articula com a assunção de
responsabilidade e de liderança (OYĚWÙMÍ, 2016, p. 218). Para esta académica, é necessário
um olhar decolonial sobre conceitos como “género”, que resulta de uma construção cultural
ocidental que não existia na sociedade Yorùbá antes do domínio colonial britânico no seu país:
“...não havia mulheres – definidas no sentido estrito de género”15 (OYĚWÙMÍ, 1997, p. xiii), já que
a sociedade se organizava em função da senioridade. Por esta razão, discussões em torno do
feminismo são vistas por alguns com desconfiança, a ponto de o filósofo e estudioso literário
nigeriano Chielozona Eze (2015) avançar que “para muitos africanos, o feminismo é uma palavra
maldita, e em países como a Nigéria (...) uma negação absoluta da africanidade”16 (p. 312).
Reconhecendo que o movimento feminista africano existe, é multifacetado e se encontra
em permanente negociação e mutação, resistindo aos elementos do feminismo ocidental,
Obioma Nnaemeka (2004) cunhou o termo nego-feminismo, explanando:
… Chamo ao nego-feminismo – a marca do feminismo que vejo desabrochando em África.
Mas o que é o nego-feminismo? Primeiro, o nego-feminismo é o feminismo da negociação;
segundo, nego-feminismo significa feminismo “sem ego”. Na base dos valores partilhados
em muitas culturas africanas estão os princípios da negociação, dar e receber, compromisso
e equilíbrio. [...] o[s] feminismo[s] africano[s] (ou feminismo como o tenho visto praticado em
África) desafia[m] por meio de negociações e compromissos. Sabe[m] quando, onde e como
detonar minas terrestres patriarcais; sabe[m] também quando, onde e como contornar as
minas terrestres patriarcais. Por outras palavras, sabe[m] quando, onde e como negociar com
ou negociar em torno do patriarcado em diferentes contextos. Para as mulheres africanas, o
feminismo é um ato que evoca o dinamismo e as mudanças de um processo em oposição à
estabilidade e à reificação de uma construção, de um modelo17 (p. 377-378).
14
Do original: From an Afro-centric perspective, motherhood empowers and does not subordinate women. (…)
The female principle evokes maternal symbols, values, and ideologies imbued with power that are then expressed
in institutions and upheld through customs. They represent the mainstay and sustainability of the group, which
can be viewed as the ultimate power. Mothering the nation tends to convey the idea of restorative and diffused
power rather than the destructive, hierarchical and concentrated power often expressed by patriarchal ideologies
(STEADY, 2011, p. 218).
15
Do original: there were no women – defined in strictly gendered terms (OYĚWÙMÍ, 1997, p. xiii).
16
Do original: [f]or many Africans, feminism is a curse word, and in countries such as Nigeria (...) an outright negation
of Africanness (p. 312).
17
Do original: I call nego-feminism – the brand of feminism that I see unfolding in Africa. But what is nego-feminism?
First, nego-feminism is the feminism of negotiation; second, nego-feminism stands for “no ego” feminism. In the

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CHIMAMANDA ADICHIE, MIA COUTO E O COMBATE ÀS EXPECTATIVAS DE GÉNERO

Sem preconceitos, com a atitude firme e resoluta que a caracterizava, desejosa ter filhos,
Nwamgba inicia uma série de purificações rituais e sacrifícios, por sugestão do marido. Como
consequência, o casal foi abençoado com Anikwenwa, mas a felicidade não durou muito,
porque Obierika morreu, envenenado pelos primos, ou pelo menos assim o garantia Nwamgba.
Como o narrador heterodiegético comenta, a protagonista sentia-se ameaçada pela ganância
desses seus familiares, que pilharam muitos dos seus bens, ao ponto de ela ter que se queixar
ao Conselho das Mulheres. Contudo, e apesar das dificuldades, não se deixava atemorizar e “[s]
onhava matá-los. Sem dúvida que conseguiria matá-los – àqueles fracotes que tinham passado
a vida a viver à custa de Obierika em vez de trabalharem” (Ibidem, p. 210).
Determinada a derrotar os primos do seu falecido marido, e depois de uma decisão
informada, Nwamgba convenceu-se de que a chave para atingir os seus objetivos seria
aproximar Anikwenwa do homem branco, porque este tinha armas poderosas, tribunais e uma
língua desconhecida para os locais, que apenas falavam igbo. Optou por uma escola católica,
em detrimento da anglicana, e permitiu que o filho fosse batizado com um nome inglês, Michael.
A assertividade e a capacidade de resistência da protagonista, características que não
se assumem como exclusivas de Nwamgba, não passaram despercebidas ao padre Shanahan:
“Havia algo perturbantemente assertivo nela, algo que vira em muitas mulheres aqui; havia
muito potencial a explorar, se a sua selvajaria pudesse ser amansada. Esta Nwamgba daria uma
missionária maravilhosa entre as mulheres” (Ibidem, p. 215).
Vemos, pois, mulheres que simbolizam a resistência e a resiliência; mulheres que se
recusam a ser vulneráveis e que são o exemplo da força de uma comunidade que procura
vencer os opressores, lutando em defesa dos seus direitos, nem que para isso tivessem que se
sujeitar a si e àqueles que amam a alguns sacrifícios. A protagonista, representante dessa força
interior, sabe que precisa de se aliar aos missionários para que o seu filho tenha as ferramentas
necessárias para fazer frente aos primos de seu pai, mas este processo de conversão e de
aculturação implica “disciplina a sério” e “uns vergões assanhados nas costas” (Ibidem, p. 216).
Nwamgba tem que encontrar um equilíbrio entre a necessidade de atingir os seus objetivos
e a aceitação do sofrimento do seu filho e, por conseguinte, precisa de se afirmar: “Apertou o
seu pano à cintura e foi à escola. Disse ao professor que arrancava os olhos de toda a gente na
missão se alguma vez voltassem a fazer-lhe aquilo” (Ibidem). Apesar da renitência de Anikwenwa
em frequentar a missão católica, Nwamgba não abre mão das vantagens que a educação do
filho, naqueles moldes, lhes poderia proporcionar, mas também não o abandona e “... embora
as pessoas da missão lhe dissessem para não ir lá com tanta frequência, ela continuou a ir
insistentemente todos os fins de semana para levar Anikwenwa para casa” (Ibidem) e a tentar,
embora sem grande sucesso, que o filho respeitasse e preservasse os costumes e as tradições
do seu povo.
O processo de assimilação ocorreu como uma consequência natural da escolarização e,
nas palavras do narrador, “Nwamgba sabia que o seu filho habitava agora um espaço mental
que lhe era estranho” (Ibidem, p. 217). Havia-se implantado no coração e nos sentimentos de
Anikwenwa um desejo de pertença à cultura do Outro e este agora recusava as suas raízes.
Contrariamente a uma identidade cultural firmada no nascimento, assente em genes e
relações de parentesco, Hall (1990) defende que “A identidade cultural (...) é uma questão de
adaptação, assim como de pertença. Diz respeito tanto ao futuro como ao passado. Não é algo
que já existe, transcendendo o lugar, o tempo, a história e a cultura”18 (p. 225). Em virtude da
educação recebida, Anikwenwa passou a identificar-se com a cultura dos missionários católicos
e se, inicialmente, terá experienciado algum hibridismo e vivido num entre-lugar, isto é, num
Terceiro Espaço (Homi BHABHA, 1994), foi sem demora que abraçou e assimilou os valores e estilo
de vida dos seus tutores.
Aquando do casamento do rapaz com uma jovem considerada adequada pelos seus
pares católicos, Nwamgba sentiu-se impotente, remetendo-se ao “silêncio e di[zendo] a si
própria que não tardaria a morrer e a ir ter com Obierika e a ficar livre de um mundo que cada
vez menos fazia sentido” (Ibidem, p. 218), muito embora acalentasse a esperança de vir a ter um
herdeiro que enobrecesse o nome da família e desse continuidade à sua história. Com a idade
a avançar e com a relutância do filho em aceitar a sua identidade, abraçando a do homem
branco, a sua voz tornou-se enfraquecida e, em várias instâncias, encontramos uma matriarca

foundation of shared values in many African cultures are the principles of negotiation, give and take, compromise and
balance. (…) African feminism[s] (or feminism as I have seen it practiced in Africa) challenges through negotiations
and compromise. It knows when, where, and how to detonate patriarchal land mines; it also knows when, where, and
how to go around patriarchal land mines. In other words, it knows when, where, and how to negotiate with or negotiate
around patriarchy in different contexts. For African women, feminism is an act that evokes the dynamism and shifts of
a process as opposed to the stability and reification of a construct, a framework (p. 377-378).
18
Do original: Cultural identity (...) is a matter of ‘becoming’ as well as of ‘being’. It belongs to the future as much
as to the past. It is not something which already exists, transcending place, time, history and culture (Stuart HALL,
1990, p. 225).

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SUSANA AMANTE

“... em silêncio (...), sem saber ao certo como lidar com uma mulher [ a nora,] que chorava por
coisas que não mereciam lágrimas” (Ibidem, p. 219).
Mgbeke era o oposto de Nwamgba, frágil, e alvo de discriminação e de violência no seio
do grupo, algo que era habitual, como Connan Ryan (2014) descreve:
À medida que embarcam nas suas várias migrações, estas personagens femininas tornam-
se vulneráveis à exploração por irmãos, tios e maridos, bem como por irmãs, tias, mães e
avós. Confrontam-se frequentemente com a dupla opressão do género e da raça, e podem,
por vezes, ultrapassar estes obstáculos através de negociações, pequenos atos de resistência
e subversões subtis. Nos textos em questão, a família é simultaneamente o local destas
negociações e a fonte de ansiedade sobre a tenuidade ou provisoriedade dos laços familiares
estendidos através da diáspora19 (p. 1242).

Mgbeke representa esta mulher vulnerável, agredida pelas mulheres do clã, por assumir
os seus valores cristãos, mas também uma mulher que necessitou do auxílio do oráculo por sofrer
o mesmo infortúnio de família e abortar sucessivamente até finalmente carregar no seu ventre
dois filhos. De entre os netos, a mais nova, Afamefuna, ou Grace, como havia sido batizada, “era
o espírito de Obierika” (ADICHIE, 2017, p. 220), segundo Nwamgba, e, por isso, esta “... receava
que, no colégio interno, os novos costumes destruíssem o espírito combativo da sua neta e o
substituíssem por uma rigidez sem curiosidade, como a de Anikwenwa, ou por uma impotência
mole, como a de Mgbeke” (Ibidem, p. 220-221). Contudo, aquele “espírito inquieto” (Ibidem, p.
221), questionador, ávido de conhecimento e insubmisso, viria a seguir as pisadas da avó na
irreverência e a dar voz às histórias emudecidas dos seus antepassados, chegando a...
...receber prémios de faculdades, ao falar com pessoas com ar solene em congressos sobre
os povos ijaw e ibibio e igbo e efik do Sul da Nigéria, ao escrever relatórios para organizações
internacionais sobre coisas do senso comum pelos quais (...) recebia generosos pagamentos
[e] imaginava a sua avó a olhar para aquilo tudo e a rir muito divertida (Ibidem, p. 223).

À imagem e semelhança de conhecidas pensadoras feministas africanas, como a


própria autora, mas também Amina Mama, Patricia McFadden e Ifi Amadiume, de entre muitas
outras, esta personagem representa uma ativista comprometida com o projeto feminista, que
visa à transformação das relações de género patriarcais e à libertação e o empoderamento
das mulheres.
Constatamos, pois, que, contrariamente ao conto “Cela Um”, as mulheres em “A Historiadora
Obstinada” são, regra geral, firmes e seguras de si, o que significa que, a abrir e a fechar a
coletânea A coisa à volta do teu pescoço, nos deparamos com mulheres muito diferentes que
compõem o espaço denominado Nigéria, o que segue a linha do acolhimento e valorização da
diversidade, já reclamada por Adichie (2009a) na sua TED Talk “The Danger of a Single Story”.
A mesma diversidade está plasmada em Estórias abensonhadas, do moçambicano Mia
Couto (2018), noutro canto de África. Muito embora a história literária de Moçambique seja
diferente da da Nigéria, e de qualquer outro país africano, em virtude de um contexto social
e político também diferente, observamos, muitas vezes, que a crítica literária, eurocêntrica,
agrega todos os tipos de literatura debaixo de um único chapéu, que designa por “literatura
africana”. Esta visão essencialista, por oposição a uma visão dialética, simplifica e homogeneíza
um continente com uma história e cultura distintas, obliterando-se, a título de exemplo, que o
quadro de referência do processo de decolonialização da literatura moçambicana iniciou mais
tarde do que a nigeriana e que, contrariamente a esta última, se evidencia a preferência do
termo pós-independência, em detrimento de pós-colonialismo. Conforme postulado por Adichie
(2009a), “Esta história única de África acaba por vir, penso eu, da literatura ocidental. (...) [Q]
uando rejeitamos a história única, quando nos apercebemos de que nunca há uma única
história sobre nenhum lugar, reconquistamos uma espécie de Paraíso”.20
Mia Couto rejeita a visão de uma história única no próprio contexto de Moçambique e,
nas suas Estórias abensonhadas, desfilam personagens bastante ecléticas, nos mais diversos
cenários. As questões de género não são esquecidas por este moçambicano, um feminista
convicto para quem, nas palavras de Phillip Rothwell (2015, p. 25), “as mulheres são o grupo mais
habilitado e capaz de atravessar fronteiras: por isso, nelas, nas mulheres e nas suas ações, reside
o melhor para o futuro da nação”. É com base nesta esperança, na senda de um novo rumo
para a garantia dos direitos das mulheres, que analisaremos a representatividade feminina em
cinco brevíssimos contos selecionados de Estórias abensonhadas, particularmente “Na Esteira

19
Do original: As they embark on their various migrations, these female characters are made vulnerable to exploitation
by brothers, uncles, and husbands, as well as by sisters, aunts, mothers, and grandmothers. They frequently confront
the double oppression of gender and race, and can, at times, surmount these obstacles through negotiations, small
acts of resistance, and subtle subversions. In the texts in question, the family is both the site of these negotiations and
the source of anxiety over the tenuousness or provisionality of family bonds stretched across the diaspora (p. 1242).
20
Do original: [t]his single story of Africa ultimately comes, I think, from Western literature. (...) [W]hen we reject the
single story, when we realize that there is never a single story about any place, we regain a kind of Paradise.

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CHIMAMANDA ADICHIE, MIA COUTO E O COMBATE ÀS EXPECTATIVAS DE GÉNERO

do Parto”, “O Perfume”, “Os infelizes cálculos da felicidade”, “Joãotónio, no enquanto” e “Os


olhos fechados do diabo do advogado”.
O fio condutor dos 26 contos é a reconstrução da vida após a Guerra Civil de Moçambique,
que teve lugar entre 1977 e 1992, e que devastou o país, mas em cujo território as personagens
se vão “refazendo e (...) molhando de esperança o rosto da chuva, água abensonhada” (Mia
COUTO, 2018, p. 7). Na nossa análise, lançaremos um olhar sobre o quotidiano de algumas
mulheres, que nos deixam com um esgar de angústia pela forma como são tratadas, mas
também testemunharemos a confiança e autodeterminação de outras figuras femininas que
resistem à opressão e à exploração, tudo isto num espaço natural muito próprio, tal como o é a
linguagem usada para dar forma a estas “estórias”.
Como Márcio Cantarin (2011) nos lembra, “É preciso (re)sacralizar o homem e a mulher em
suas relações com o cosmo, promover a re-ligação de todas as coisas, alterar a lógica do poder-
dominação que enxerga o poder como fim e não como meio para evoluir” (p. 65). À luz desta
tentativa de redimensionar o tratamento tradicionalmente dado à mulher, Mia Couto apresenta-
nos Tudinha Rosa, em “Na Esteira do Parto”, que surge inicialmente como uma personagem
que parece não se enquadrar no momento de expectativa e de felicidade que habitualmente
caracteriza este estado de graça. Pelo contrário, o casal chega à casa de Maria Cascatinha
e de Ananias “em dupla obscuridade”, “pedi[ndo] licença à penumbra” (COUTO, 2018, p. 29).
Diamantinho, o cabeça de casal, “parecia alheio à mulher” (Ibidem) e depressa se pôs à vontade,
solicitando uma bebida, e deliberada e egoisticamente convocando para si todas as atenções
e confortos, “saboreando prazeres desta e de outras vidas” (Ibidem, p. 30). Quando confrontado
com a sua displicência e desatenção face à situação da mulher, Diamantinho confessa-se um
narcisista sem remédio, nem remorsos: “... eu só penso da minha pança para cá. Na realmente,
não valho as penas. Também já sou assim desde a barriga do meu pai” (Ibidem).
Entretanto, Tudinha, a “sua indiscutível esposa”, encontrava-se em agonia e sofrimento
profundo, mas em plena harmonia com “a terra, a mãe das mães”, no chão deitada. Como o
“candidato a pai” se demonstrava imperturbável, “Ananias rompeu a tradição” e juntou-se às
parteiras para as auxiliar naquele ato que já tardava e que, segundo os adágios populares,
indiciava “infidelidade da mulher” (Ibidem, p. 31). É curiosa a assertividade nas palavras do
narrador heterodiegético que confere à Tudinha um estatuto de “indiscutível esposa”, sofrida,
sem a presença e o alento do marido, por oposição à incerteza do título de Diamantinho,
“candidato a pai”, como se estivesse sujeito à eleição. Afinal, percebemos que os “partos [não]
são exclusivo assunto de mulheres” (Ibidem, p. 30), porque a tradição se renova. Também os
comportamentos se transformam e se, numa primeira instância, Maria Cascatinha, mulher do
anfitrião, se agarra às memórias da esteira como símbolo de tradição, amor e vida, quando
se sabe traída prossegue o seu trabalho, “em estado de nem-estar” (Ibidem, p. 32), mas rompe
com o passado ao acompanhar o marido traído a casa e ao não regressar, abandonando
“a sagrada esteira” (Ibidem, p. 33). Também Tudinha se desvincula do estatuto de “indiscutível
esposa”, pobre coitada, vítima de um tratamento de indiferença e superioridade, para se
assumir como ser dominante, capaz de exercer controlo sobre a sua vida, satisfazendo os seus
desejos e caprichos perante um marido alheado e cheio de si.
No conto que se segue, “O perfume”, a protagonista, Glória, surge como uma mulher
sem voz, tal como Tudinha e a protagonista do primeiro conto de Adichie. Glória é submissa ao
marido, habituada a satisfazê-lo, numa entrega total, sem ter retorno. Fica, pois, surpreendida
e sem reação quando Justino, o marido, lhe oferece “em suas mãos um embrulho cor de
presente” (Ibidem, p. 35), que ele próprio acaba por abrir para revelar um vestido colorido. Ela,
caracterizada como “subvivente”, é alguém cujas expectativas se tinham perdido no tempo e
ia vivendo sem sonhos, numa vida insípida, sem saber o que é liberdade, presa num entre-lugar,
de fronteiras híbridas, por ser mulata.
Percebemos que Glória se deixou cair no esquecimento dos desejos e interesses próprios
para evitar os ciúmes do marido e, por isso, não ia à janela, entregava o cabelo ao desleixo, não
punha perfume – única prenda do marido à qual se adicionava, agora, o vestido – nem bâton ou
lápis sobre os lábios (Ibidem, p. 37). Quando o fez, por ordem de Justino e em resposta à decisão
deste em levar a esposa ao baile, ela olhou-se ao espelho, “desconhecida” (Ibidem). Estava
acostumada a servir o marido, a empurrar a carrinha para esta trabalhar, sem demonstrações
de cavalheirismo; daí que “[o]s olhos aterrados dela esperaram cair a tempestade” quando um
homem de bom aspeto se aproximou “para um passo respeitoso” (Ibidem). Imprevisivelmente,
Justino anuiu e ela apercebeu-se de “um abandono sem nome”; “o marido estava a oferecê-la
ao mundo” (Ibidem, p. 38).
Quando Justino a abandona, a pergunta retórica do narrador, quando questiona “De
quem, dentro dela mesma, ela se despedia?” (Ibidem, p. 39), deixa antever uma mudança
de atitude da protagonista deste conto. Se primeiramente Glória parte em direção às trevas,
em busca do passado, depois, com o clarear do dia, quando se desloca para dentro de casa
e, com os seus pés descalços, pisa os vidros do frasco de perfume que lançara pela janela e

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SUSANA AMANTE

se evaporara sem nunca o usar, corta-se inadvertidamente e corta com o sofrimento: “Ainda
hoje restam, no soalho da sala, indeléveis pegadas de quando Glória estreou o sangue de sua
felicidade” (Ibidem, p. 40). O sangue é a marca do recomeço, o símbolo do renascimento.
Tudinha e Glória vencem a sua condição de vítimas, como observámos, contrariando as
nossas expectativas e representações sobre a mulher africana, e dando sentido ao epíteto que
Teresa Cunha e Isabel Casimiro (2019) atribuem a todas estas “Cinderelas do nosso Moçambique
(...) capazes de coisas formidáveis contra a repetida vitimização a que as querem condenar
(...) [e] transformam, todos os dias, a miséria a que as condenam, em alternativas concretas e
viáveis” (p. 74).
Se, efetivamente, de entre as figuras femininas apresentadas pelos diferentes narradores, há
também mulheres que aparentam não ser vítimas numa primeira instância, como em “Os infelizes
cálculos da felicidade”, em que uma menina-mulher, descrita como “arrebitada” (COUTO, 2018, p.
97), rouba o coração ao seu professor de matemática, mestre Novesfora, depressa percebemos
que a curta narrativa nos dá conta da vulnerabilidade desta personagem, ao ser trocada por
outra jovem, “... ainda muito mais nova, estreável como uma manhã de domingo” (Ibidem, p. 99).
Mia Couto surpreende o seu leitor a cada virar de página, não só por transformar o
seu horizonte de expectativas ao nível do enredo e da rutura com estereótipos associados ao
contexto em que as suas personagens se movimentam, mas também pelos seus neologismos
recorrentes, cunhados como brincriações vocabulares, e pelas “construções frásicas insólitas (...)
[como] marcas da espacialidade, em particular da moçambicanidade” (Sara PINHO; Susana
AMANTE; João Paulo BALULA, 2015, p. 193), conforme ilustrado no seguinte excerto, de entre
tantos outros: “O mestre se desimportava” (COUTO, 2018, p. 98).
Outro conto no qual o leitor miacoutiano é convidado a desconstruir a falácia e o
perigo da história única, como postulado por Adichie, é “Joãotónio, no enquanto”, no qual
se redescobre uma mulher que quebra convenções e surge com um estilo próprio, após um
estágio com Maria Mercante, “... mulher bastante inata nas artes de deitar” (Ibidem, p. 103).
Maria Zeitona, esposa de Joãotónio, apresenta-se-nos inicialmente como “fria, calafrígida”, de
tal forma que o personagem masculino, narrador autodiegético, afirma que “... fazia amores
(...) como se fosse com uma defunta[;] (...) com ela praticava (...) relações assexuais” (Ibidem, p.
102). Findo o curso, Maria Zeitona surge renascida, “mudada. (...) [m]as não da maneira que (...)
esperava” (Ibidem, p. 104), porque a sua esposa “... se inchara de masculina”, nas palavras do
protagonista. Por não ser a imagem frequentemente associada à condição feminina, Joãotónio
sente algum pudor em admitir que gosta da nova atitude de Zeitona. Vê-se assaltado por uma
dualidade de sentimentos: por um lado, a descoberta do prazer pelas mãos de uma mulher
que lhe oferece o que mais deseja; por outro, a sensação de perda da sua masculinidade e,
por conseguinte, o acentuar do “[s]eu rebaixamento” (Ibidem, p. 105). Ainda assim, e porque
a situação lhe apraz, procura desculpas, argumentando que “... nos amores sexuais não há
macho nem fêmea. Os dois amantes se fundem num único e bipartido ser” (Ibidem), para depois
“desraciocinar” e se assumir como “Joãotónio e Joanatónia, masculina e feminino” (Ibidem).
Observamos, pois, um caminho de transformação da mulher singela em mulher
dominadora, mas também todo um percurso inverso por parte do narrador autodiegético, que
se deixa dominar por uma nova mulher impetuosa, a sua. A este propósito, Tom Stennett (2017),
citando Rothwell, explica que:
… dentro da ficção de Couto há frequentemente um esbatimento da fronteira entre
masculinidade e feminilidade, que é dramatizada através de personagens tais como (...) o
machista Joãotónio, que se torna Joãotónio/Joanatónia depois de sua mulher se tornar mais
sexualmente dominante em ‘Joãotónio, No Enquanto’21 (p. 87).

Os binómios homem/mulher são desestabilizados, tornando impossível uma taxonomia de


género rigorosa, com fronteiras definidas. Aliás, todos estes contos em análise têm em comum,
como vimos, a transgressão de fronteiras rígidas para abrir espaço a uma metamorfose que se
aproxima de um hibridismo que acolhe a diferença sem hierarquias.
No último conto selecionado, intitulado “Os olhos fechados do diabo do advogado”,
testemunhamos uma metamorfose similar através do poder transformador das lágrimas, que
humanizam o doutor jurista, homem sem grande paciência, que “ped[e] mais matéria, mais
fundamento” (COUTO, 2018, p. 107) à sua cliente. “O respeitoso legislador” (Ibidem, p. 110)
abandona uma postura conservadora e defensiva ao receber “aulas de choro (...) [porque]
Homem chora, sim” (Ibidem, p. 110). A cliente sem nome, que se afirma “form[ada] em tristezas”
(Ibidem, p. 109), vai conduzindo o advogado “em derramados prantos” (Ibidem, p. 111), de tal
forma que a secretária do doutor se surpreende com o desenrolar dos acontecimentos, quando
abre a porta do consultório. Mais uma vez, assistimos a um caminhar rumo à construção de
21
Do original: …inside Couto’s fiction there is frequently a blurring of the boundary between masculinity and
femininity, which is dramatized through characters such as (…) the machista Joãotónio, who becomes Joãotónio/
Joanatónia after his wife becomes more sexually dominant in ‘Joãotónio, No Enquanto’ (…) (p. 87).

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CHIMAMANDA ADICHIE, MIA COUTO E O COMBATE ÀS EXPECTATIVAS DE GÉNERO

relações mais equitativas entre homens e mulheres. A cliente, experiente na arte do choro, torna-
se a força dominadora que guia a mente e o corpo do jurista, desvelando a sua fragilidade.
Ao cotejarmos os vários contos em análise, facilmente concluímos que Chimamanda Adichie
e Mia Couto norteiam as suas ações em defesa de um feminismo que reivindica a igualdade
de direitos e deveres entre homens e mulheres, independentemente do reconhecimento das
diferenças inerentes a cada sexo e a cada cultura. As representações de feminilidade e de
masculinidade são intencionalmente contestadas e subvertidas, enquanto, noutros textos, são
mantidas, para que não faltem peças ao puzzle que compõe a globalidade da vida na Nigéria e
em Moçambique e que deve refletir uma complexa teia de relações simbióticas.

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Susana Amante (susanamante@estgv.ipv.ptn; susanamante@hotmail.com) é professora


de carreira da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viseu, Portugal,
e membro integrado do Centro de Estudos em Educação e Inovação (CI&DEI), Portugal. Tem
atuado nas áreas disciplinares de Português e de Línguas Estrangeiras (Inglês). As suas áreas
de interesse são a Literatura e Cultura, sobretudo de Expressão Inglesa; Literatura de Potencial
Receção Infantil; Didática das Línguas e Tradução.

COMO CITAR ESTE ARTIGO DE ACORDO COM AS NORMAS DA REVISTA

AMANTE, Susana. “Chimamanda Adichie, Mia Couto e o combate às expectativas de género”. Revista
Estudos Feministas, Florianópolis, v. 30, n. 1, e75873, 2022.

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA

Não se aplica.

FINANCIAMENTO

Não se aplica.

CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM

Não se aplica.

APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

Não se aplica.

CONFLITO DE INTERESSES

Não se aplica.

LICENÇA DE USO

Este artigo está licenciado sob a Licença Creative Commons CC-BY 4.0 International. Com essa licença você
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HISTÓRICO

Recebido em 22/07/2020
Reapresentado em 19/04/2021
Aceito em 24/05/2021

Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 30(1): e75873


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