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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CAMPINAS
2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CAMPINAS
2005
Dedico este Memorial de Formação à minha família,
especialmente à minha mãe, que sempre me incentivou e me
apoiou em todos os momentos de minha vida.
Mãe, é por você que hoje escrevo este Memorial, pois todas
as minhas memórias se devem simplesmente ao fato de eu
existir e sem você eu nada seria.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que me deu o dom da vida e a inspiração necessária para
poder chegar até aqui...
Agradeço à minha família que sempre esteve presente em todos os momentos de minha
vida e formação, torcendo por mim... Mãe, Rita, Jorge, Caroline e Júnior, obrigada por
existirem... Lory, Mio e Passarinha... Não me esqueci de vocês... Pai, saudades...
A QUEM EDUCA
Educo hoje, com valores adquiridos ontem, pessoas que são o amanhã.
Perderei o que havia de sólido nos de ontem e nada farei pelos de amanhã, que já
serão outros?
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Por isso educar é perder sem perder-se. Sempre. É ameaçar o estabelecido. Mas é,
também, integrar. Viver as perplexidades das mutações; conviver honradamente com
angústias e incertezas; ir dormir cravado de dúvidas, mas ter sensibilidade para distinguir
o que muda do que é apenas efêmero; o que é permanente do que é reacionário. É dormir
assim e acordar renovado pelo trabalho interior, e poder devolver segurança, fé,
confiança, formas éticas de comportamento, o verdadeiro sentido de independência e
liberdade, e os deveres sociais consigo mesmo, com o próximo e aprender a fazer a parte
que lhe cabe no esforço comum.”
Artur da Távola
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APRESENTAÇÃO
Sou professora da rede pública da cidade de Valinhos, Estado de São Paulo. Meu
nome, Luciana. Trabalho na educação infantil há pelo menos três anos, porém, meu tempo
Gostaria, neste memorial de formação, de relatar alguns fatos ocorridos desde minha
infância até os tempos atuais enquanto professora e agora também na condição de aluna em
Ensinar e educar é tarefa árdua. Não quero parecer pretensiosa, pois penso que ao
mesmo tempo em que ensino, aprendo muito e cada vez mais. E neste período de reflexões
pelo qual estou passando em minha condição de estudante, os caminhos que se abrem me
Apesar de todas as crises pelas quais a educação passa, ainda acredito nela e que por
ela posso acrescentar algo de bom, útil e agradável àqueles com os quais passo grande parte
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E faço minhas as palavras de Carlos Drummond de Andrade:
“ Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima e dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
o homem descobrindo em suas próprias
inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con – viver.”
Pois, educar é tudo isso: experimentar, colonizar, civilizar, digo ainda aprender e
E para que vocês possam sentir um pouquinho mais essa tarefa que eu procuro
conduzir com muito respeito e dedicação, colocarei a aprendizagem como eixo norteador
deste trabalho e os vários fatores que a estimulam ou não. Para isso, começarei relatando
neste memorial fatos de minha experiência enquanto aluna e como me sentia ao ser
avaliada. Falarei, então, sobre o homem enquanto ser sócio cultural, sobre o olhar e os
valores que os mesmos refletem e, então, sobre a importância da história para a construção
embalado ao mito do amor materno e aos reflexos que a sociedade capitalista reserva para
cada cidadão. Todas estas colocações estarão voltadas para a minha prática considerando o
que eu já tinha em minha mente com relação a esses assuntos e o que me foi acrescentado
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Gostaria de lembrar que em toda produção escrita, costuma-se colocar as fontes
bibliográficas para conhecimento de onde algumas frases ou citações foram retiradas. Não
será diferente neste memorial; porém, haverá alguns textos cujas referências bibliográficas
não se encontrarão, mas eles se encaixaram tão bem naquilo que pensei que não exitei em
colocá-los. Textos estes que adquiri durante este período neste curso, advindos de várias
fontes, incluindo textos que recebi de minhas colegas quando estas apresentavam algum
Então, quem sabe depois que terminar minhas reflexões buscando em minhas
memórias as vivências que tive e tenho, posso tentar fazer com que você, meu caro leitor,
possa entender a indagação inicial deste memorial feita na epígrafe do mesmo... A quem
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Capítulo I
O Recomeço
O ano era o de 2002. De repente deparo-me novamente dentro de uma sala de aula;
porém, não mais na condição somente de professora, mas sim de aluna. Vou tentar explicar
a vocês, em algumas pequenas linhas, como se deu o vestibular pelo qual consegui
ingressar na faculdade.
Pensando nestes tantos professores que ainda não tinham o ensino superior, a
UNICAMP propôs uma parceria com as prefeituras que englobam a região metropolitana
da cidade de Campinas. Este vestibular não foi aquele convencional pelo qual a maioria dos
candidatos a uma vaga nas Universidades fazem. Neste que eu prestei, as perguntas, digo,
os textos que deveríamos analisar para responder as inúmeras perguntas em apenas quatro
cotidiano escolar. Não foi nada fácil... Quando terminei a prova parecia que minha mente
estava vazia, se alguém perguntasse o meu nome naquele momento, acredito que teria que
Mas enfim, passado algum tempo, recebi através de minha diretora a tão esperada
notícia que eu havia sido aprovada no vestibular, e aqui estou eu, “a professora-aluna” do
Campinas admitidas por ano. Foram criados vários pólos, pois não se comportou tantas
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Então, ali sentada em minha “carteira”, minhas lembranças se voltaram em minha
Desde minha infância, sempre fui uma aluna aplicada, mas não pensem vocês que
era uma exímia estudante e admiradora das lições de casa e dos vastos questionários que
respondia em minhas aulas de geografia e história, ou das equações gigantérrimas das aulas
de matemática. Mesmo assim, minha média sempre foi boa porque eu me amedrontava só
de pensar que eu poderia ser reprovada e ter que ficar mais um ano na escola revendo tudo
Não gostava muito de estudar, gostava mesmo da escola e dos amigos, mas quando
se tratava de estudar para fazer a “prova”, eu ficava ansiosa e receosa, então eu estudava
muito. Na verdade, eu decorava muito para conseguir média (o importante era a obtenção
da “nota”) favorável nas disciplinas, só que depois de um tempo, digo uns dois ou três dias,
eu me esquecia de tudo.
Sociológica, fez duas citações de dois autores conceituados na área de Educação destinada
à avaliação escolar. A primeira citação refere-se a uma denúncia feita por Luckesi, a qual
me reporto:
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“A atual prática da mesma estipulou como função do ato de avaliar a
classificação e não o diagnóstico, como deveria ser constitutivamente. Ou seja, o
julgamento de valor que teria a função de possibilitar uma nova tomada de
decisão sobre o objeto avaliado, passa a ter a função estatística de classificar um
objeto ou um ser humano histórico num padrão definitivamente determinado. Do
ponto de vista da aprendizagem escolar poderá ser definitivamente classificado
como inferior, médio ou superior. Estas afirmações são confirmadas, pois muitas
vezes o fraco, o médio e o forte eram classificações muito utilizadas pelos
professores, ainda que não parecessem classificações definitivas, visto que
procedimentos de recuperação eram utilizados nas escolas, numa tentativa de
reverter a situação dos fracos. Entretanto, sabe-se que no comum das escolas a
afirmação de Luckesi corresponde à realidade.A avaliação classificatória leva
ainda a uma grande competição: os fortes querem ser cada vez mais fortes e os
fracos ficam relegados, fadados à repetência e à exclusão da escola.Neste ponto, é
oportuna a formulação de algumas perguntas: Dentro da escolarização
obrigatória, faz sentido um sistema competitivo?; Por que utilizar tão fortemente
a avaliação classificatória?; Que significado tem a repetência dentro da
escolarização obrigatória?” (Menga – 1992 – p.122 ).
que, se não conseguisse atingir os objetivos propostos pela professora, não poderia
prosseguir para as outras etapas do conhecimento. Mas será que minhas professoras se
preocupavam com os meus objetivos? Ou, por terem também seu trabalho avaliado por uma
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Enguita também estava alerta para o potencial controlador e nocivo que podem ter
algumas inovações referentes a avaliação tidas como avançadas e Menga (1992) acrescenta
mesma, pois se comparados estes dois termos, nota-se que uma avaliação baseada no
objetiva, fiel, crível e imparcial, não interfere na realidade e não se confunde com os
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Segundo Sandra Záquia Lean de Souza (1991), a avaliação ideal :
Pensando em tudo isto que pude discutir e refletir neste curso, especificamente na
disciplina de Avaliação, posso dizer que foram esclarecidas muitas dúvidas que giravam em
torno da avaliação escolar e qual sua verdadeira função. Concordo com as colocações dos
autores e fico imaginando que se, talvez, minhas antigas professoras se dessem conta do
real valor da avaliação, todo o processo avaliativo pelo qual passei teria sido mais
proveitoso e prazeroso. Não quero que vocês pensem que sou um poço de esquecimentos e
que de minha formação juvenil nada levei; só penso que o respeito às individualidades e o
E é esta visão que procuro ter enquanto professora, pois na educação infantil (como
já disse é a área que atuo profissionalmente) se faz relevante a soma dos conhecimentos
todas as passagens dos textos estudados, o que me deixou muito satisfeita por reafirmar
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Pois bem, nessa jornada entre provas, notas, avaliações, aprovações... Consegui meu
diploma do ensino fundamental e parti para o ensino médio, acabei por fazer um curso
técnico do qual já sairia com uma profissão. Minha opção: o magistério. Então perguntarão
Posso dizer que escolhi este curso apenas por ser o mais teórico, mas não me
queria experimentar o outro lado da sala de aula e ser para os meus alunos o que muitas
professoras que passaram em minha vida deixaram a desejar. Sempre procuro respeitar as
possamos juntos construir conhecimentos, pois este é o real “poder” que todos nós temos.
Ah! Meu primeiro emprego? Depois que me formei no ensino médio, trabalhei
durante muitos anos como professora substituta de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental nas
Escolas Estaduais de minha cidade, praticamente conhecia todas. Foi gratificante porque
mantinha contato com muitas realidades diferentes, porém, para mim, era insatisfatório
porque eu não mantinha um vínculo afetivo concreto nem com as escolas, nem com os
alunos. E assim foi durante muitos anos até conseguir me efetivar e ter a minha própria sala
Então, num determinado momento de minha vida, surge um novo desafio: Devido a
uma exigência Federal, eu, como tantas outras professoras que só tinham o magistério
como ferramenta de trabalho, só poderia continuar dentro da sala de aula se tivesse o ensino
superior.
E, devido a este fato, como vocês já sabem, agora sou uma universitária em
formação, por isso escrevo este memorial contando um pouquinho de minha vida e minha
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formação pessoal e profissional. Juntamente comigo estão várias outras colegas de
Na formação docente, o que não faltam são desafios. Quando digo isso, o faço
porque não é nada fácil contornar situações que normalmente estão embutidas na sociedade
três questões que problematizam os desafios da Psicologia na formação docente, para isso
ela se respaldava nos pensamentos de Priscila Larocca que enriquece este assunto com suas
idéias.
meus valores. Então necessito refletir enquanto formadora de opinião, quais interesses
atendo quando exijo disciplina ou atitudes críticas de meus alunos. Que sociedade irei
formar, já que a Psicologia da Educação tem uma visão dialética: ela tanto pode agir e
A Psicologia pode, a meu ver, contribuir para uma concepção crítica, se for espaço
política e ética de cada um seriam, assim, de extrema importância para que isso aconteça,
de professores.
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Quando se trata de concepção crítica na formação de docentes lembro-me que, nesta
E é por isso que preciso estar atenta para não me tornar neutra diante dos fatos
determina.
meio e a realidade. Para isso, seria necessário utilizar-se de vários instrumentos teóricos de
pedagógica tenha sempre uma visão crítica, pois sem ela não consigo lutar contra o que
julgo estar errado - sobretudo atuando num campo profissional heterogêneo, no qual as
dificuldades vividas por meus alunos são diferentes umas das outras e preciso sempre estar
me reciclando para não deixar que um grupo sobressaia e o outro se anule. Dessa maneira, a
reflexão sobre o meu fazer e o meu saber conduz a uma atividade crítica e consciente da
muitas vezes pensa-se e cuida-se muito mais de como transmitir conteúdos que das
questões da avaliação e sua importância, da maneira como esta deverá ser ministrada, quais
suas possíveis modalidades e quais serão seus efeitos sobre àqueles que serão avaliados.
Diante disso, me deparo com algumas questões para as quais, ao longo de tantas reflexões
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Será que é possível se comprometer com uma formação dos profissionais da
educação em meio a tantas propagandas camufladas que envolvem a ação educacional nas
escolas? Será que todos os formadores de professor conseguem ter este olhar crítico e
transmiti-lo na íntegra? Porque se fala tanto em educação para formar cidadãos críticos e
construtivismo – sem maiores explicações? Porque as teorias desta concepção não foram
passadas antes do plano ser executado? A que interesses esta proposta favoreceu? Porque
os resultados não foram totalmente satisfatórios somente nas escolas públicas? Estaria aqui
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Capítulo II
Um ser metafísico?
Uma fábula sem
signo que a desmonte?
Apenas deitar,
copular, à espera
De que do abdômen
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brote a flor do homem?
Como se fazer
a si mesmo, antes
de fazer o homem?
Fabricar o pai
e o pai e outro pai
e um pai mais remoto
que o primeiro homem(...)
emocionante.
Este é um fato que posso constatar realmente em minha prática pedagógica, pois
não visualizo restrição de aprendizagem. O que percebo é a troca entre os pares que sempre
se faz presente, pois cada um traz consigo suas vivências e sua realidade, que divergem
umas das outras tanto do ponto de vista emocional como o social e cultural.Todos têm o seu
tempo, o seu relógio biológico e eu, enquanto professora, tenho que estar atenta para
etapa do desenvolvimento se perca. Tarefa que não é de fácil manejo e traquejo, pois eu,
enquanto ser humano, também trago minhas emoções e minhas convicções, ou limitações,
para sala de aula e ter que separar o emocional do profissional muitas vezes se torna
impossível ou imperceptível.
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Durante as socializações em sala de aula que minha turma de Pedagogia fazia com
relação ao emocional interferir na aprendizagem, pude constatar que isso se faz presente em
todas as etapas da vida. Como é natural, existem emoções que favorecem a aprendizagem.
A priori pode-se citar que a alegria, o entusiasmo e a coragem, como uma energia
emocional adequada para levar adiante qualquer processo de aprendizagem. Bem como por
conhecimentos.
desenvolvimento humano, dentre elas posso citar as que considero vital para o
desenvolvimento das pessoas, como por exemplo a inteligência que envolve a linguagem, o
também, porque não, as inteligências que envolvem as habilidades artísticas. Todas estas
na educação infantil. Todos estes aspectos de se trabalhar com o indivíduo no que diz
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relacionamentos pessoais, são trabalhados no decorrer de todo ano letivo e se prosseguem
da inteligência.
No ano de 2004, estava com uma turma de Infantil I (crianças na faixa etária de 3 a
4 anos) e recebi uma aluna na metade do semestre. Esta se recusava a ficar na escola, não
aceitava o fato de ficar longe da mãe por algumas horas. Eu, na verdade sentia que aquela
criança me via como sua arquiinimiga, aquela desalmada que a afastava de sua adorada
mãezinha. A menina não se enturmava e começou a arranjar subterfúgios para não ficar na
escola, entre crises nervosas e manifestações de choros. Eu tentava fazer com que a criança
se sentisse segura na escola e queria que ela percebesse que sua permanência ali era
momentânea e que aquele espaço era seu para ser conquistado por ela com a interação de
seus amigos.
Foi muito difícil fazer com que ela aceitasse aquele desvínculo maternal, seus
desenhos eram todos pintados com a cor preta. Seu semblante era de tristeza, ela não sorria.
Evidencia-se aqui o fator emocional de modo negativo, limitando seu progresso na escola.
Reportava-me aos textos lidos nas aulas de Psicologia, o que foi muito importante para eu
Pois bem... Não me perguntem como, não sei se tenho papel importante neste fato
ou se foram as várias maneiras de manifestação de inteligência que fizeram com que, aos
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poucos, aquela menina se soltasse, ela foi se soltando, se soltando e se mostrou sorridente,
inteligente, esperta, questionadora e feliz. Seus desenhos agora eram todos coloridos e suas
amizades não eram restritas. Abraçava-me com carinho. Percebe-se agora o emocional de
forma positiva, fazendo com que cada vez mais essa menina tenha a oportunidade de se
Quando disse, no início deste memorial, que unir a teoria com a prática seria algo
emocionante, o reafirmo agora através desta passagem, pois tudo o que estudei com relação
Pude constatar concretamente e tirar proveito de tudo isso, enriquecendo ainda mais minha
Wallon, que são muito interessantes e pertinentes à minha prática, principalmente no que
diz respeito a esta passagem que acabei de relatar. Lembro-me que a professora dizia que,
para Piaget, os seres vivos são todos inteligentes e creio que, com isso, ela expressa duas
constante transformação.
Já para Wallon, o ser humano não é só cognição; a criança traz consigo para a
escola suas individualidades, suas emoções e o papel da escola, assim, seria o de fazer com
ora um, ora outro aspecto dependendo da necessidade do momento. E a criança coloca o
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Penso que foi isso que aconteceu com minha aluna: ela deixou que seus sentimentos
e emoções interviessem tanto em suas ações, mesmo que inconscientemente, que num
conexão e o elo é a afetividade. Sendo assim, pude concluir que a aprendizagem decorre de
vários fatores do desenvolvimento humano e que desta forma todos são capazes de
função destes fatores, para que, no processo de aprendizagem, nenhuma etapa se perca. E,
levando-se em conta que o fator da emoção está diretamente ligada à aprendizagem, preciso
ficar atenta para não causar frustração, mas sim motivação, incentivando as crianças para
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Capítulo III
O olhar
“Professor, trate de prestar atenção no olhar. Ele é mais importante que seus
planos de aula. O olhar tem o poder para despertar ou intimidar a inteligência. O olhar
Rubem Alves.
deparei com uma disciplina chamada Multiculturalismo, ficava imaginando que assuntos
ela iria abordar. Qual foi o meu espanto quando descobri que um desses assuntos refletiria
Sempre ouvi dizer que um olhar vale mais que mil palavras e então descobri que
realmente ele vale mesmo, confirmei que esta frase tem um valor sonoro preciosíssimo,
pois a questão do olhar em sala de aula é fato a ser repensado, pois entre o “ver” e o “olhar”
Creio que ver é muito mais fácil e perigoso, pois posso literalmente somente estar
Pensando no olhar, este tem um sentido muito mais amplo, porque com ele eu posso
tentar entender e refletir sobre os meus alunos com relação a seus atos e nas questões da
preconceitos que estão embutidos em meus valores e que trago comigo devido à minha
formação enquanto ser humano, devido a minha cultura que diverge das outras. Pois o
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linguagens que muitas vezes são totalmente diferentes daquelas que considero verdades
absolutas. Mas será que elas existem? Quem pode dizer que o que é errado para mim é
ver e o olhar, a professora colocou uma questão que eu não considerava muito. Ela nos
disse que a criança lê o professor inteiro, ela percebe as nuances de seu modo de ser e dizer,
ela sente muito mais que nós “adultos”. Depois disso, fiquei mais atenta a esta questão e
percebi que realmente as crianças têm um poder de observação imenso, percebem inclusive
uma criança com relação às expectativas dela no que diz respeito à sua formação enquanto
pessoa, enquanto aprendiz. Porém, um olhar terno, compreensivo e de incentivo, pode fazer
com que uma criança desacreditada evolua no processo de aprendizagem, pois sente
Quem nunca teve uma professora que o olhasse de maneira repressora? Eu tive
várias e posso dizer que estas não acrescentaram nada em minha vida. Enquanto que
me lembrar até do nome delas: Nilbe, Lucília, Dulcinéia... Das outras? Não sei, me esqueci
ou nunca me dei conta nem do nome delas, chamava somente de professora, pois o meu
olhar não conseguia atingir o olhar delas, ele se perdia no meio do caminho ou nem sequer
Então, posso dizer que as aulas que apreciei com relação a este tema foram muito
importantes para minha formação tanto pessoal quanto profissional, pois elas me fizeram
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repensar sobre aquela frase do começo de que “um olhar vale mais que mil palavras”. Não
quero de maneira alguma me esquecer disso e quero levar comigo para sempre esta
afirmação, pois gostaria que meus alunos, quando se tornarem adultos, possam se recordar
de mim com carinho e não somente como mais uma pessoa que passou na vida deles como
se não tivesse existido, como se eu fosse somente “aquela professora”. Eu quero ser para
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Capítulo IV
Nas atividades que trabalho enfocando a questão da família, sempre peço para que
meus alunos tragam fotografias onde estão seus grupos familiares, seus costumes, comida
preferida, brinquedo preferido, tentando assim resgatar nas lembranças de cada um o grupo
Também trabalho com a questão do nome, pois penso que se temos algo que é
nosso, bem particular, é o nome e a questão da identidade denota-se bem claramente nele,
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Ernesta Zamboni (1997), enriquece ainda mais esta questão quando coloca que:
É o que percebo ao trabalhar com a questão do lugar ao qual meus alunos estão
inseridos, a comunidade. Meus alunos são bem pequeninos e a noção espacial ainda está em
formação, o longe e o perto ainda é muito confuso em suas mentes. Porém, no lugar onde
vivem, eles já conseguem visualizar algo marcante que eles conhecem ou freqüentam com a
família, seja uma loja, um supermercado ou uma igreja, lugares onde acontecem as trocas
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Falarei particularmente da literatura. Segundo Fanny Abramovich (1989):
Meus alunos ainda não dominam a leitura formal: quando manuseiam um livro, o
fazem de maneira a interpretar o que o desenho da página representa para eles, uma
gravuras.
Penso que é muito importante este contato com o livro, pois pode estar aí um bom
artifício para que no futuro as crianças tornem-se bons leitores. Além do contato com o
livro dentro da sala de aula, a biblioteca volante também é de grande valia, pois a criança é
que escolhe aquilo que ela quer ler, leva para casa para ler com a família e depois retorna
para a escola, onde a criança pode discutir aquilo que leu em casa. Neste momento, a
criança se identifica ou não com aquilo que leu e aquela história poderá fazer parte da sua
vida.
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A importância de uma história?
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Já tenha usado calças curtas,
E soltando bolinhas de sabão...
Que tenha soltado pipas amarelas,
E corrido em carrinhos de rolimã...
Franklinsandra H.
Sempre gostei muito de histórias. Lembro-me de quando eu era pequena, meu pai
sempre me contava histórias de quando ele era criança, de quando morava numa fazenda.
Ficava parada, atenta, ouvindo tudo e imaginando como teriam acontecido todos aqueles
fatos.
Hoje, quando conto histórias aos meus alunos, percebo que eles ficam me olhando
da mesma maneira atenta que eu, enquanto criança olhava para meu pai. Suas expressões
transmitem sentimentos e emoções e eles viajam nos contos de fadas ou se emocionam com
outras histórias.
Sempre dei muita importância à leitura e hoje a valorizo ainda mais, depois de
tantos artifícios positivos que pude constatar neste momento em que me aprofundei nesta
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foi algo que me surpreendeu, pois não tinha um conhecimento tão profundo à respeito da
história e nunca refleti sobre isto tão valiosamente quanto agora, depois de minha formação
neste curso.
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Capítulo V
Recordo-me que, quando era criança, gostava muito de brincar com barro. Morava
numa casa onde eu podia ter contato com a terra, gostava muito de brincar com água e com
a terra e tinha liberdade para isso, pois minha mãe não ficava brava se eu me sujasse.
oportunidade de manusear o barro: com ele dava formas a panelinhas, xícaras, bolos, tortas,
Percebo esse mesmo prazer em meus alunos quando estes estão no parque
brincando com a areia e água. Uns brincam de fazer “comidinha”, outros de construir
estradas e outros ainda de ir simplesmente colocando areia dentro do baldinho com água
para sentir até onde vai transbordar. O universo destas brincadeiras é tão rico que se
trabalhar as formas geométricas, contagem, entre outras atividades que envolvem não
Constatei tudo isso nas aulas que tive de matemática na faculdade. Por falar nelas,
quando descobri que teria esta disciplina, logo me vieram as recordações amargas das
equações e cálculos intermináveis. Qual foi minha surpresa ao descobrir que a matemática
A matemática tem uma importância fundamental na vida das pessoas porque, desde
ordens práticas e utilitárias por questão de sobrevivência. Por isso ela deve ser transmitida
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de maneira lúdica, sem traumas, utilizando-se de todos os artifícios que se possam
Posso dizer que até as pessoas que por ventura não tiveram a possibilidade de
freqüentar uma escola, podem se utilizar do material concreto (como por exemplo as
diversas situações onde possa se utilizar destes materiais para sua sobrevivência.
Ifrah (1998) coloca seus pensamentos, que validam todo princípio da importância
da contagem:
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Ao meu ver, desde a pré-história a contagem e a correspondência de números com
outros elementos relacionam-se sempre com questões de ordens práticas. E para utilizar-se
disso não se precisa necessariamente ser alfabetizado, pois se partirmos do concreto fica
Num mundo hoje vivido em função de tecnologias avançadas que nem sempre são
acessíveis a todas as camadas sociais, posso dizer que elementos como estes (pedras, dedos
das mãos), que ajudavam nossos antepassados a terem uma vida social ativa, ainda hoje me
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Capítulo VI
Grande parte das disciplinas que tive neste curso eram voltadas para o ensino
fundamental. Poucas foram as disciplinas que discutiam as situações das crianças de zero a
seis anos, que é a faixa etária com a qual que eu trabalho. Em uma dessas poucas aulas,
transformaram na família virtual destas crianças devido à ausência dos pais que trabalham
fora.
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Um dos textos estudados foi da autoria de Joe L. Kincheloe (2001) e seus pensamentos
afirmam que:
Nas salas de aula da educação infantil, o que não faltam são espaços onde as
Estas crianças refletem uma atitude bem tradicional dos adultos mais próximos
exemplo, temos as mamães que cuidam dos filhos, que fazem a comida, que cuidam da
casa, e os meninos geralmente saem para o trabalho. Tudo o que observo gira em torno do
trabalho, infelizmente muitas destas crianças que ali naquele momento estão somente
fazendo-de-conta que trabalham, poderão daqui a alguns anos (ou não preciso ir tão longe,
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pois pode ser que aconteça de uma hora para outra), estar vivenciando esta situação num
A música que se segue reflete bem o que eu penso sobre crianças que, desde
pequenas, tornam-se miniaturas de adultos, logicamente não por terem optado por isso,
mas, talvez seja, devido a esta nova condição de vida que a sociedade capitalista,
Com tantas indas e vindas das situações familiares que envolvem a sociedade
Na correria diária, muitos pais mal conseguem olhar para os filhos, quem dirá
educá-los. Então, será que o amor estaria se transformando num mito? Ou existem outras
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Internet, consegui a história que se segue abaixo. Infelizmente a única referência que tenho
desta história é que ela foi lida em uma palestra ministrada por um grupo identificado
como: “Aliança pela Infância no Brasil”. O texto é muito profundo, tornando-se pertinente
para atender aos meus propósitos para aquela reunião e também agora, o mesmo enriquece
“Conta uma história que numa reunião de pais numa escola de periferia, a diretora
incentivava o apoio que os pais deveriam dar aos filhos, entendia que, embora soubesse
que a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um
Ela ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, que ele não tinha
tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana, pois quando ele saía para
trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo e quando voltava do trabalho, o
garoto já havia se deitado, porque era muito tarde. Explicou ainda que tinha de trabalhar
assim para poder prover o sustento de toda a família. Porém, ele contou também que isso o
deixava angustiado por não ter tempo para o filho, mas que tentava se redimir indo beijá-
lo todas as noites quando chegava em casa, e para que o filho soubesse de sua presença,
ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente, todas as
noites quando ia beijá-lo. Quando este acordava e via o nó, sabia através dele que o pai
estivera ali e havia beijado. O nó era o elo de comunicação entre eles. Mais surpresa
ainda a diretora ficou, quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos
da sala”.
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Esta história me faz refletir sobre as várias maneiras de um pai se fazer presente, de
se comunicar com o filho. Cada um deve procurar a sua maneira, porque as crianças
percebem isso, mesmo que a presença dos pais seja simbólica como no caso desta história.
diretamente interligada com a maternidade, pois muitas mulheres não têm esta
predisposição para dispor todo o seu tempo a um ser recém-nascido totalmente dependente.
Logo, penso que mãe não é aquela que pari, mas sim aquela que ama, e posso presenciar
isto também na figura masculina que muitas vezes faz o papel de mãe – diga-se de
passagem, um papel muito bem desempenhado, em muitas situações cotidianas. Não quero
aqui parecer sistemática ou me colocar na situação de juíza da situação, pois como todo ser
humano tenho meus defeitos como também minhas qualidades e isso não foge à regra com
ninguém, mas penso que muitas mulheres deveriam pensar mais na questão da maternidade
Falando sobre o amor materno a autora Elizabeth Badinter (1985), relata suas
“O amor materno não é um sentimento inato, ele não faz parte intrínseca
da natureza feminina: é um sentimento que se desenvolve ao sabor das variações
sócio-econômicas da história, e pode existir, ou não, dependendo das
circunstancias materiais que vivem as mães”. ( Badinter – 1985 –epígrafe).
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Nas situações familiares atuais, muitas crianças ou vivem só com o pai, ou só com a
mãe, ou com nenhum dos dois, indo morar com os avós e tias. Todo ano recebo alunos que
vivem nestas condições, alguns trazem marcas por terem que viver sem a presença dos pais,
outros são tão amados que não deixam que estas marcas prevaleçam.
O que me faz gostar cada vez mais do meu trabalho e não desistir dele nunca, apesar
dos contratempos, é saber que muitas famílias acreditam no meu potencial enquanto
profissional da educação e fazem uma ponte do lar com a escola, confiando seus filhos aos
meus cuidados.
Sinto-me muito amada por estas crianças. Sinto que faço parte de suas vidas, mesmo
que por algumas horas do dia, o que me faz pensar que realmente o amor é sublime e pode
Posso dizer que, ao longo deste curso, minhas idéias com relação ao mítico
relacionamento entre pais e filhos foram se desvendando cada vez mais e entendi porque
algumas mulheres não se adequam à condição de mãe. Só não sei se concordo, mas como já
disse, procuro entender e, ao escrever este capítulo, me lembrei de uma música intitulada
“Pais e Filhos”. O refrão dela me fez recordar várias passagens dos muitos textos que pude
acompanhar neste curso e que falavam da relação que unem os pais, os filhos, as pessoas...
“É preciso amar
As pessoas
Como se não houvasse amanhã
Porque se você parar
Pra pensar
Na verdade não há...”.
(Pais e Filhos – Legião Urbana)
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Capítulo VII
função da sociedade. Ou será o contrário? Será que eu poderia afirmar com toda a
Para poder analisar isto, penso numa situação que nos é comum entre eu e você e
todos os cidadãos brasileiros, que de quatro em quatro anos precisa se deslocar até a zona
eleitoral mais próxima e depositar seu voto “de confiança” naquele candidato que se
acredita ser o melhor e mais capacitado para representar os interesses públicos perante toda
uma sociedade.
Pois bem, a democracia é necessária e o meio viável para que todos a pratiquem é a
escolha de um representante que garanta seus direitos e isso se dá através dos votos, da
eleição.
Acabar com analfabetismo poderia ser uma maneira de garantir que todos pudessem
votar. Mas até que ponto estar “bem ou mal representado” seria garantia de democracia,
sendo que se a escolha de um candidato eleito pelo indivíduo não vai de encontro com
aquilo que ele acredita ser o melhor, não atinja suas expectativas e que se faça confirmar
Então, fala-se numa justiça social, para que todos possam desenvolver seus talentos
tendo acesso garantido à escola, para que todos possam competir para conquistar seu
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Acesso à escola todos têm, mas me parece que educação de qualidade é privilégio
de poucos. As oportunidades para alcançar o sucesso também são diferentes, dando ênfase
à cultura e ao intelecto, e penso que por conta disso existam tantas diferenças sociais e
econômicas.
para melhorar a qualidade de vida. Acontecem melhorias na Educação para mudar o perfil
capacitando para acompanhar tantas mudanças. Mas, por trás de tudo isso se escondem
baixos salários, duplas jornadas de trabalho, falta de tempo para que eu me dedique a mim
mesma.
mesmo. O indivíduo, para se manter empregado, necessita estar sempre em busca de algo
mais, sem contar o fato de que as condições para a empregabilidade giram em torno da
formação profissional de cada um, seu capital cultural, sua aparência. No entanto, não são
todos que se encaixam nestes padrões, fazendo evidenciar ainda mais a discriminação
social.
para não me deixar levar por propósitos que muitas vezes não se encaixam na realidade em
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que leciono e que por ventura possam estar embutidas nelas. Necessito fazer com que estes
pequenos cidadãos que todos os anos passam por minhas mãos, não sejam enganados pela
falsa lembrança de um mero certificado. Preciso mostrar que a escola não é apenas um
“canudo” no final de cada etapa, penso que pela escola suas idéias podem sobressair
perante a sociedade capitalista, tornando assim, quem sabe, mais justa as oportunidades
para todos.
Penso que aprendi muito com tudo isto que pude refletir nestas passagens que tive
neste curso. Muitas vezes, eu recebia tudo o que me destinavam sem questionar quais os
Posso dizer que hoje, talvez, eu não possa mudar o que penso estar inadequado ao
andamento do meu trabalho, mas posso questionar e tentar contornar as situações para
melhor garantir a formação de cidadãos críticos e ativos e, sem a Pedagogia, eu não teria
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Leitor, espero que neste pequeno espaço eu tenha podido fazer com que você
acompanhasse os motivos que me levam a continuar nesta jornada para mim prazerosa, mas
Educar para mim é algo mágico e, como toda magia tem uma poção, a da educação
Como você pôde observar, este memorial envolveu a educação de várias formas,
buscando entender o homem enquanto ser social, cultural e determinado – a explicação para
a aprendizagem. Este mesmo homem se depara com múltiplas situações conflitantes, desde
ver, driblar a sociedade em que vive, para não se deixar sufocar e, como intermediária
coloca-se a escola, meu pequeno mundo. Se não fosse por amor e dedicação, estes conflitos
Educo este ser majestoso que Deus colocou no mundo à sua imagem e semelhança,
educo este ser magnífico cheio de mistérios e sonhos, educo esta pequena pessoa que se
tornará, para meu orgulho, uma grande pessoa que busca na escola as mais profundas
Gostaria de deixar em aberto, caro leitor, gostaria que sua imaginação depois de
tantas colocações que fiz, pudesse me responder a esta indagação com entusiasmo, pois é
isso que eu espero, pois é assim que me sinto quando estou dentro de minha sala de aula.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BADINTER, Elizabeth. “Um Amor Conquistado” IN: O Mito do Amor Materno. São
Paulo: Editora Nova Fronteira, 1985.
CARDOSO, Sérgio. “O Olhar Viajante (do etnólogo)” IN: Novaes, Adauto (org). O Olhar.
São Paulo:Cia das Letras: 1988, p.347 -360.
GENTILI, P “Três teses sobre a relação trabalho e educação em tempos neoliberais. IN:
Lombardi, J; Saviani, D; Sanfelice, J.(orgs). Capitalismo, trabalho e educação.
Campinas:Autores Associados: 2002, pp.45-59.
STEIMBERG, S.R. “Esqueceram de Mim e Bad to the Bone: o advento da infância pós-
moderna”. IN: Cultura Infantil: A construção corporativa da infância. Rio de
Janeiro:Civilização Brasileira, 2001.
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