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Anais do III Simpósio de Integração das Ciências Agrárias


XX Semana de Integração das Ciências Agrárias

III SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO DAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Altamira - Pará – Amazônia - Brasil


Novembro de 2022

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Endereço para correspondência:


Universidade Federal do Pará – Campus de Altamira
Coordenação III Simpósio de Integração das Ciências Agrárias - XIX Semana de
Integração das Ciências Agrárias - SICA
Rua Coronel José Porfírio, 2515, São Sebastião, 68.372-040 Fone/fax: (93)
3515-1079/1592
Site: www.sicaufpa.com - E-mail: sica_ufpa@hotmail.com

Edição
Coordenação do III Simpósio de Integração das Ciências Agrárias
XX Semana de Integração das Ciências Agrárias

Diagramação
Elias Souza Rufino
Janaina Silva de Matos

Revisão dos Textos


Comitê Técnico e Científico

Foto da Capa
Digiteck Mídia Digital

Ficha Catalográfica
Bruno Ferreira Maciel – CRB2 / 1663

Catalogação na Publicação
Bruno Ferreira Maciel – CRB2 / 1663

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Expediente:

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


Presidente
Jair Messias Bolsonaro

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Ministro
Milton Ribeiro

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


Reitor
Emmanuel Zagury Tourinho

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA


Coordenador
Djair Alves Moreira

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA


Diretor
Cicero Manoel dos Santos

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL


Diretor
Alisson Rodrigo Souza Reis

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III Simpósio de Integração das Ciências Agrárias


XX Semana de Integração das Ciências Agrárias
“Desafios à Produção Florestal e Agropecuária na Amazônia frente às Mudanças Ambientais
Globais”

24 a 27 de novembro de 2022
Universidade Federal do Pará – UFPA/Campus Altamira

COORDENAÇÃO

Adayciane Pinheiro de Sousa


(Discente do 10º semestre de Engenharia Agronômica)

Aldemir costa dos santos


(Discente do 3º semestre de Engenharia Agronômica)

Andreyla Barbosa da Cunha


( Discente do 8° semestre de Engenharia Florestal)

Elias Souza Rufino


(Discente do 8º semestre de Engenharia Agronômica)

Gabriel Silva Cavalheiro


(Discente do 3º semestre de Engenharia Agronômica)

Irislene da Silva Lima


( Discente do 8° semestre de Engenharia Florestal)

Janaina Silva de Matos


( Discente do 5° semestre de Engenharia Florestal)

Josy Tainara S. Silva


( Discente do 8° semestre de Engenharia Florestal)

Karina Luiza de Souza Quadros


(Discente do 10º semestre de Engenharia Florestal)

Kamila Oliveira Rodrigues


(Discente do 4º semestre de Engenharia Florestal)

Ronilson de Souza Santos


(Docente da Fac. de Engenharia Agronômica-UFPA-Altamira)

Sandy Lopes Portilho


(Discente do 10º semestre de Engenharia Agronômica)

Shayane Fernandes Oliveira


(Discente do 3º semestre de Engenharia Florestal)

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COMITÊ TÉCNICO E CIENTÍFICO

Dra. Alessandra Doce Dias de Freitas


FEF – UFPA - Altamira - PA
Dr. Alisson Rodrigo Souza Reis
FEF – UFPA - Altamira - PA
Dr. César Augusto Tenório de Lima
UFRA - Paragominas - PA
Dr. Djair Alves Moreira
FEA - UFPA - Altamira - PA
Dr. Evandro Ferreira da Silva
FEF – UFPA - Altamira - PA
Dr. Fábio Miranda Leão
FEF - UFPA – Altamira - PA
Dr. Fábio de Jesus Batista
UFRA – Paragominas - PA
Me. Jamerson Rodrigo dos Prazeres Campos
Perfil Ambiental - São Luiz
Dra. Juliana Livian Lima de Abreu
SEMAS
Dra. Liana Baptista de Lima
UFMS - Campo Grande - MS
Dr. Luiz Carlos Bastos Santos
FEF - UFPA – Altamira-PA
Dra. Mayara Neves Santos Guedes
FEA – UFPA - Altamira-PA
Dra. Maristela Marques da Silva
FEA - UFPA - Altamira-PA
Dr. Miquéias Freitas Calvi
FEF - UFPA - Altamira-PA
Dr. Rossini Daniel
UFRA - Paragominas - PA
Dra. Raírys Cravo Herrera
FCB-UFPA-Altamira
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Dr. Ronilson de Souza Santos


FEA - UFPA - Altamira
Dra. Soraia do Amaral Siqueira
SEMAS

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SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO DAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS

REALIZAÇÃO
Universidade Federal do Pará - Campus Altamira
Faculdade de Engenharia Agronômica - FEA
Faculdade de Engenharia Florestal – FEF

PARCEIROS

Departamento de Limpeza Pública - DIP


Laboratório de Integrado de Geotecnologias - LABIGEO
Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu - PDRSX
Lab. de Mec. Agrícola e Agricultura de Precisão - LAMAP-FEA-UFPA-Altamira
Secretaria Municipal de Cultura de Altamira - SECULT

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SUMÁRIO

PREFÁCIO 10
AGRADECIMENTOS 11
APRESENTAÇÃO 12
EIXO TEMÁTICO: AGRICULTURA FAMILIAR 13
ASPECTOS DO HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO E DO USO DE RECURSOS
NATURAIS NA COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA IMACULADA DA
CONCEIÇÃO, ASURINI, ALTAMIRA – PA. Sousa, M. A. C. S; Ornellas, V. S.
M; Ornellas, R. B. 15
EIXO TEMÁTICO: PRODUÇÃO VEGETAL 16
DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE CAMU-CAMU
CULTIVADO COM ADUBAÇÃO NITROGENADA E FOSFATADA.
Emerique, V. T; Carnevali, T. O; Amorim. A. M. F; Carnevali, N. H. S.. 17
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES FORMAS DE ADUBAÇÃO NO
DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS CAMU-CAMU. Amorim, A.
M. F; Carnevali, T. O; Emerique, V. T; Carnevali, N. H. S.. 18
EIXO TEMÁTICO: RECURSOS FLORESTAIS 19
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA ESTIMATIVA VOLUMÉTRICA DE
ÁRVORES EM NOVO REPARTIMENTO, PARÁ. Pinheiro, A. Y. G; Leão, F.
M 20
CARTOGRAFIA DA FAUNA SILVESTRE EM UM TERRITÓRIO
QUILOMBOLA DO NORDESTE PARAENSE. Pereira, A. B. C; Ornellas, V. S.
M; Ornellas, R. B. 21
ANÁLISE DA FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL EM UMA ÁREA DE
INFLUÊNCIA INDIRETA DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE, PARÁ.
Ferreria, F. S; Calvi, M. F; Silva, E. F; Lobato, A. A. C; Silva, S. B. S 22
MODELO DE P-MEDIANAS: PLANEJAMENTO DA ALOCAÇÃO DE
PÁTIOS DE ESTOCAGEM EM ÁREA DE MANEJO FLORESTAL
SUSTENTÁVEL.Santos, A. H. M; Souza, J. V. S; Rodrigues, A. M. A; Souza,
T. S; SILVA, E. F. 23
AS MALVACEAE OCORRENTE NA VOLTA GRANDE DO XINGU -
ALTAMIRA-PA: CONSIDERAÇÕES TAQUIXONOMICAS. S, A. D. X; Pinto,
R. S; Santos, E. A. E; Parakanã, K; Gomes, L. I. R 24
CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA FLORESTAL DA FLORESTA
NACIONAL DE ALTAMIRA, PA. Silva, S. B. S; Silva, E. F; Leão, F. M; Serra,
A. B; Ferreira, F. F. S 25
CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA FLORESTAL DA FLORESTA
ESTADUAL DO PARU, PARÁ. Silva, S. B. S; Leão, F. M; Silva, E. F; Serra,
A. B; Santos, A. H. M 27

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DETERMINAÇÃO DE EXTRATOR PARA CARACTERIZAÇÃO


BIOQUÍMICA DE SEMENTES DE Dipteryx odorata. Brito, I. I. C; Bezerra, D.
A; Rocha, T. T; Nascimento, M. N; Herrera, R. C 27
PROTEÍNAS E CARBOIDRATOS TOTAIS EM SEMENTES
ARMAZENADAS DE Dipteryx odorata. Brito, I. I. C; Becker, D. R. S; Rocha,
T. T; Rodrigues, A. M. A; Herrera, R. C 28
SISTEMATIZAÇÃO DA FAMÍLIA BIGNONIACEAE NA VOLTA GRANDE
DO XINGU, ALTAMIRA/PA. Lima, K. D; Lima, A. S. C; Gomes, J. P;
Andrade, J. M. A; Curuaia, I. R. C 29
QUALIDADE DE SEMENTES DE COPAÍBA (Copaifera langsdorffi) e
CUMARU (Dipteryx odorata). Viana, E. S; Freitas, A. D. D; Freitas, A. D. D;
Borges, M; Serra, A. B 30
COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES PROCESSOS DE AMOSTRAGEM
NO INVENTÁRIO FLORESTAL DE UMA FLORESTA DE TERRA FIRME.
Castro, E. L; Leite, F. K. R. G; Souza, D. V; Schuh, M. S; Batista, F. J 31
ANÁLISE DA COBERTURA DA TERRA DA TERRA INDÍGENA
TRINCHEIRA BACAJÁ, PARÁ. Negreiro, L. L; Silva. E. F; Calvi, M. F; Serra,
A. B; Ferreira, F. S 32
EIXO TEMÁTICO: OUTROS 33
DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO POR MEIO DE
TÉCNICAS DE GEOESTATÍSTICA: ESTUDO DE CASO. Felix, A. S; Santos,
C. M; Farias, V. D. S 34
ANÁLISE CLIMÁTICA DA TEMPERATURA DO AR NA REGIÃO DO
XINGU. Felix, A. S; Santos, C. M; Farias, V. D. S. 35
CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA MACROSCÓPICA DE QUATRO
ESPÉCIES COMERCIALIZADAS PELO SETOR MADEIREIRO DO
MUNICÍPIO DE ALTAMIRA - PA, BRASIL. Silva, J. T. S; Cunha, A. B;
Vieira, G. H. S; Lima, I. S; Almeida, M. N. F 36
O PERFIL DAS MARCAS DE CHOCOLATE DA TRANSAMAZÔNICA DO
XINGU. Portilho, S. L; Jesus, D. C. A; Olímpio, S. C. M 37
TAXONOMIA DE LEGUMINOSAS NA REGIÃO DA VOLTA GRANDE DO
XINGU, PARÁ, BRASIL. Campos, N. G; Araújo, S, N; Sousa, G. S; Monteiro,
G. B; Silva, V. S 38
LISTA DE NOMES DOS AUTORES 39

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PREFÁCIO DOS ANAIS DO III SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO DAS


CIÊNCIAS AGRÁRIAS: XX SEMANA DE INTEGRAÇÃO DAS CIÊNCIAS
AGRÁRIAS - SICA

Ronilson de Souza Santos


Doutor em Engenharia Agronômica, Professor Associado da Universidade Federal do
Pará - UFPA, Campus Universitário de Altamira.

Após o hiato de dois anos sem a realização do evento, bem como seus Anais,
estar de volta com força total é muito bom!!! Mas, antes de quaisquer outras menções
ou considerações, é preciso deixar registrada as sinceras condolências àqueles que,
infelizmente, nos privaram da presença, conhecimento, alegria e entusiasmo: As vítimas
da pandemia da COVID-19. Praga que pôs à prova todas as qualidades e capacidades
que nos tornam seres humanos, das quais destaco: A capacidade de resistência e
resiliência, de se reinventar e de se ajudar, mesmo havendo diferenças e interesses
particulares. Ratificando assim, a condição de imagem e semelhança ao Grande
Engenheiro do Universo: Deus.
Seguindo o curso natural das coisas, ou seja, da vida e isso inclui o fazer e
divulgar ciência, os Anais do III Simpósio e XX Semana de integração das Ciências
Agrárias vêm vos apresentar a coletânea de esforços materializados nos trabalhos
acadêmicos-científicos que, verdadeiramente, contribuem para uma vida em sociedade
mais equilibrada. Pois o fazer ciência é isso, tornar o ambiente mais saudável, pensando
no hoje e no legado que será deixado às gerações vindouras, as quais, em última análise,
garantirão a perpetuação da raça humana na Terra.
Por ser realizado no “CORAÇÃO” da Amazônia brasileira, A SICA que, desde
2019 tem sua realização conjunta com o Simpósio de Integração das Ciências Agrárias,
demanda um esforço herculano daqueles que apoiam ou estão na linha de frente da
organização. Por isso, é mister registrar minhas sinceras congratulações. Sim,
congratulações porque o “filho” chegou à sua maior idade, em consequência de todo
esforço e dedicação de vocês. Dito isso, o resultado só poderia ser o prestígio e
longevidade, que convencionamos chamar de sucesso. Parabéns!
Para além do cunho científico, tanto este evento, quanto qualquer outro, devem
caminhar em sintonia com as demandas da sociedade, de sorte a colaborar na melhoria
da qualidade de vida da mesma. E isto, esse evento o faz, inserindo esta ação desde a
concepção de seu nome, que é integrar, engajar, congregar; mesmo que seus atores
tenham posições e visões diferentes entre si, mas que se debruçam no fazer ciência.
Sobretudo, considerando as questões ambientais, econômicas e sociais.
Para mim, prefaciar esta obra, é motivo de honra, haja vista que presenciei a
trajetória do evento, desde suas primeiras edições e, mais recentemente, contribuindo na
sua organização. Posto isso, gostaria de agradecer a todos que, ao longo de mais de duas
décadas contribuíram, contribuem e continuam contribuindo para um evento forte e
propositivo, que fita o bem-estar da sociedade. Um Agronômico abraço e uma excelente
leitura!

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AGRADECIMENTOS

Ao Ser Supremo, Deus do Universo, criador de todas as coisas e presenteador


de cada dom, por nos ter inspirado e fortalecido em mais um exemplar deste periódico
e na realização desse sonho de estudantes;
A Universidade Federal do Pará (UFPA) Campus de Altamira, que capacita
estudantes fervorosos em busca de seus sonhos, e a todos os professores que nos
apoiam e contribuem para realização deste evento;
Aos Autores dos trabalhos científicos, que contribuem para disseminação do
conhecimento aqui publicados, e pela confiança em nossa equipe;
A todos os colaboradores do Comitê Técnico e Científico deste periódico pela
dedicação e seriedade prestada durante a avaliação dos trabalhos;
Ao Dr. Ronilson de Souza Santos, por ter aceitado graciosamente prefaciar
este periódico, por ter acreditado e que abraçou a causa conosco, acreditou e
contribuiu de forma singular em mais este evento, obrigado por cada incentivo, por
ter estado em cada momento do início ao fim;
A todos os discentes dos cursos de Engenharia Agronômica, Engenharia
Florestal e demais cursos deste e demais Campus que prestigiam e contribuem com a
realização deste evento, que é sempre um sonho e desafio a cada ano;
Aos nossos preciosos familiares e respeitosos amigos, por nos fazer sorrir nos
momentos difíceis e nos fortalecer com seus laços de amor fraterno, e por dividirem
seu tempo durante a organização e realização das SICA's e as atividades do curso;
O nosso muito obrigado a todos que de forma direta ou indiretamente,
contribuíram para o sucesso do SICA durante esses 20 anos de história, sintam-se
contemplados e lembrados em mais esta edição, na esperança de sucesso nos nossos
futuros eventos.

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APRESENTAÇÃO

Os discentes de Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal da


Universidade Federal do Pará/Campus de Altamira realizam anualmente o Simpósio
de Integração das Ciências Agrárias - SICA com o objetivo de integrar os
profissionais da área com estudantes de graduação, professores, pesquisadores e
agricultores da região da Transamazônica. O evento tem como foco de debate
assuntos pertinentes ao desenvolvimento sustentável da região.
Neste ano, a segunda edição do evento tem como tema principal os “20 Anos
de História”, no qual foram debatidos assuntos relacionados à realidade da região,
buscando na vivência dos atores do campo e cidade a fim de proporcionar cenários de
debates aos interessados na dinâmica da nossa região. Portanto, este evento visa
realizar um debate imparcial do ponto de vista prático e teórico, e dessa forma
contribuir para a formação de opiniões e propor vias de desenvolvimento. Propõem-se
a ocupar um pequeno espaço no meio da pesquisa científica e ao mesmo tempo
organizar um evento de caráter regional, com um raio de abrangência nacional em
uma instituição periférica encravada no coração da Amazônia, sabendo que estamos
nos organizando para discutir assuntos que transpõem o universo acadêmico, e temos
a consciência de que essa é uma premissa que deve partir de uma ação coletiva, a
partir de um grupo de pessoas que tenham a sensibilidade para compreender os
entraves ao desenvolvimento social e ambiental. Dentre muitas conquistas
importantes da SICA, destacam-se os Anais do evento, que são um marco para a
região, uma vez que contribuem efetivamente para o desenvolvimento científico na
Amazônia. Aqui estão apresentados os melhores trabalhos inscritos no evento, frutos
de pesquisas realizadas por acadêmicos, técnicos, professores, pesquisadores e
instituições em prol do desenvolvimento regional de cunho científico, social,
ambiental e político. A publicação destes Anais ocupa a função de aproximação da
comunidade acadêmica com os demais segmentos da sociedade, uma vez que através
destes trabalhos apresentados aqui é realizada a divulgação de atividades
desenvolvidas nas universidades e centros de pesquisa.
Esperamos que esta edição dos Anais do Simpósio de Integração das Ciências
Agrárias possa contribuir ao máximo para a apropriação de conhecimentos
relacionados à produção agropecuária e florestal efetivamente sustentável. Desejamos
a todos uma excelente leitura.

Coordenação III SICA Universidade Federal do Pará,


Altamira-PA, Novembro de 2022.
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III SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO


DAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS

AGRICULTURA FAMILIAR

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ASPECTOS DO HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO E DO USO DE


RECURSOS NATURAIS NA COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA
IMACULADA DA CONCEIÇÃO, ASURINI, ALTAMIRA – PA

Maria Adilane da Conceição Sousa¹; Valeria dos Santos Moraes Ornellas ²;


Ricardo Bastos Ornellas³.
¹ Estudante do curso de Licenciatura em Etnodesenvolvimento; Faculdade de Etnodiversidade;
Universidade Federal do Pará, R. Coronel José Porfírio, 2515, São Sebastião, Altamira, 68.372-040; ²
Professora Adjunta; Faculdade de Etnodiversidade; UFPA; ³ Pós-Graduando; MBA Projetos Sustentáveis
e Inovações Ambientais; Universidade Federal do Paraná.

Considera-se que o modelo de desenvolvimento que predomina na Amazônia se


caracteriza por uma profunda desigualdade social, sendo a agricultura familiar uma
solução viável para a sustentabilidade da região. Visando contribuir com a compreensão
da importância dela para populações amazônicas, o presente trabalho analisa o histórico
de ocupação de uma comunidade, da produção agrícola e do convívio com a floresta. A
área de estudo é a comunidade Nossa Senhora Imaculada da Conceição, situada no
Travessão Dispenso I, Km 14, Asurini, Altamira – PA. Ela vem sendo estudada, desde
2019, por observação participante, pesquisa documental e entrevistas com moradores
por uma das autoras do trabalho, como parte das atividades do TC (Tempo
Comunidade) da discente. Sua fundação ocorreu na década de 1970, sob influência da
inauguração da Rodovia Transamazônica. Três moradores antigos relatam que, quando
chegaram no território, havia a presença de povos indígenas, os quais se afastaram dali,
durante a demarcação de lotes. Na década de 1990, o INCRA criou o Projeto de
Assentamento do Assurini, o que deu acesso às famílias assentadas a algumas políticas
públicas. Mesmo assim, várias dificuldades causaram a desistência de muitas delas,
dentre as quais, a precariedade das condições de acesso. Os moradores que persistiram
cultivaram, inicialmente, arroz, feijão e milho. Atualmente é frequente plantar cacau,
açaí, coco e bananeiras. O plantio de reposição de frutíferas é também comum. O
cultivo de tuberosas só é feito próximo às residências, pois os caititus (Pecari tajacu
Linnaeus) destroem os cultivares, alimentando-se dos tubérculos. Plantas de interesse
extrativista com origens das florestas são: açaí (Euterpe oleracea Martius), bacaba
(Oenocarpus bacaba Martius), castanheira (Bertholletia excelsa Humboldt &
Bonpland) e andiroba (Carapa guianensis Aublet). Mamíferos citados com frequência
pelos entrevistados são: tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla Linnaeus),
guariba (Alouatta sp. Lacépède), onça-pintada (Panthera onca Linnaeus), queixada
(Tayassu pecari Link) e paca (Cuniculus paca Linnaeus). Uma lista de aves silvestres e
de peixes de água doce está sendo também construída. Percebe-se que a comunidade
abriga um mosaico de paisagens, incluindo corredores ecológicos entre as áreas
florestadas, as quais são fragmentadas pelas pastagens. Portanto, a agricultura familiar
promove o sustento de parcelas da sociedade e preserva amostras da biodiversidade
amazônica.

PALAVRAS-CHAVE: biodiversidade; práticas agrícolas; recursos florestais; produção


sustentável; etnoecologia aplicada.

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III SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO


DAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PRODUÇÃO VEGETAL

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DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE CAMU-CAMU


CULTIVADO COM ADUBAÇÃO NITROGENADA E FOSFATADA

Vinícius Tôrres Emerique¹; Thiago de Oliveira Carnevali²; Alice Maria Farias


Amorim³; Natalia Hilgert de Souza Carnevali4.
¹Discente curso de Agronomia; UFPA; Rua Cel. José Porfírio 2515, São Sebastião, Altamira, PA;
vinicius-emerique@hotmail.com; ²Docente curso de Agronomia; UFPA; Rua Cel. José Porfírio 2515, São
Sebastião, Altamira, PA; carnevali@ufpa.br; ³Discente curso de Agronomia; UFPA; Rua Cel. José
Porfírio 2515, São Sebastião, Altamira, PA; licefarias772@gmail.com; 4Docente crso de Agronomia;
UNIFESSPA; AV. dos Ipês, s/nº – Cidade Jardim, Marabá, PA; nataliahilgert@hotmail.com;

O camu-camu é um arbusto frutífero nativo da Amazônia, ocorre em regiões pantanosas


e inundáveis nas beiras dos rios da região. Os frutos possuem alto teor de vitamina C, de
2 a 5 g/100g de fruto, cerca de 30 vezes mais vitamina C que uma laranja, além de
possuir cerca de 10 vezes mais ferro, três vezes mais vitamina B1, duas vezes mais
vitamina B2 e 50% mais fósforo que a laranja. Os frutos de camu-camu são obtidos
apenas pelo extrativismo, resultando em diversos problemas ambientais como perda da
diversidade da espécie, erosão do solo e desmatamento da vegetação ripária. Assim, são
necessários estudos que visem promover técnicas fitotécnicas que permitam cultivar a
planta e apresentar uma alternativa ao extrativismo. Objetivou-se com este trabalho
avaliar a produção de biomassa e qualidade de mudas de camu-camu cultivada com
diferentes doses de nitrogênio (N) e fósforo (P). O camu-camu foi cultivado em vasos
de 1 dm³ preenchido com Nitossolo Vermelho distrófico com a seguintes tratamentos 0;
50; 100; 150 kg ha-1 de N e 0; 75; 150; 225 kg ha-1 de P, arranjados em esquema fatorial
4x4, no delineamento experimental de blocos casualizados, com quatro repetições.
Sendo constituída a unidade experimental de quatro vasos, com uma planta/vaso. Como
fonte de N foi utilizado a ureia e como fonte de P o superfosfato triplo. A adubação
complementar foi realizada com a adição de 60 mg kg-1 K2O, fonte o KCl, e 150 mg kg-1
do formulado de micronutrientes FTE-BR12. O solo foi peneirado em peneira, malha de
6 mm, e corrigido com calcário dolomítico PRNT 80%, incorporado para elevar a 50%
de saturação por bases. As médias dos dados foram submetidas à análise de variância, e
quando houver significância pelo teste F, foram submetidas à análise de regressão. Aos
120 dias após o transplante foi observado que a maior dose de N sem o uso de P
proporcionou maior altura de plantas (12,52 cm/planta). As maiores doses de N e P
proporcionaram o maior diâmetro do caule de 2,58 mm/planta. A maior massa seca da
parte aérea (0,52 g/planta) foi observada quando utilizou-se 150 kg ha-1 de N e 15 kg
ha-1 de P. A maior massa seca de raiz (0,45 g/planta) e área foliar (10,77 cm²/planta)
foram observadas utilizando maior dose de N sem o uso de P. Assim, conclui-se que a
interação de nitrogênio e fósforo incrementou a massa seca da parte aérea e diâmetro do
caule, no entanto, para as outras características a ausência da adubação fosfatada
apresentaram maiores incrementos.

PALAVRAS-CHAVE: Myrciaria dúbia, sarão, planta medicinal.

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INFLUÊNCIA DE DIFERENTES FORMAS DE ADUBAÇÃO NO


DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS CAMU-CAMU

Alice Maria Farias Amorim¹; Thiago de Oliveira Carnevali²; Vinícius Tôrres


Emerique³; Natalia Hilgert de Souza Carnevali4.
¹Discente curso de Agronomia; UFPA; Rua Cel. José Porfírio 2515, São Sebastião, Altamira, PA;
vinicius-emerique@hotmail.com; ²Docente curso de Agronomia; UFPA; Rua Cel. José Porfírio 2515, São
Sebastião, Altamira, PA; carnevali@ufpa.br; ³Discente curso de Agronomia; UFPA; Rua Cel. José
Porfírio 2515, São Sebastião, Altamira, PA; licefarias772@gmail.com; 4Docente curso de Agronomia;
UNIFESSPA; AV. dos Ipês, s/nº – Cidade Jardim, Marabá, PA; nataliahilgert@hotmail.com;

O camu-camu é um arbusto frutífero nativo da Amazônia Ocidental, correndo nas


regiões inundáveis à beira dos rios da região amazônica. A planta possui diversos usos
como medicinal, suas folhas são indicadas com anti-inflamatório e fortalecer o sistema
imune devido ao alto poder antioxidante, pasto apícola na época de floração, os frutos são
usados na produção de sucos, polpas, bebidas, sorvetes, geleias, xarope, licor, conservantes
e corantes naturais, principalmente nas indústrias farmacêuticas e de cosméticos que são
usados na fabricação de sabão e xampus. Além disso, os frutos possuem alto teor de
vitamina C, de 2 a 5 g/100g de fruto, cerca de 30 vezes mais vitamina C que uma
laranja, além de possuir cerca de 10 vezes mais ferro, três vezes mais vitamina B1, duas
vezes mais vitamina B2 e 50% mais fósforo que a laranja. No entanto, a planta não é
cultivada, sendo os frutos obtidos apenas pelo extrativismo, sendo assim de suma
importância estudos que visem a produção de plantas e métodos que propiciem o cultivo
da espécie. Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar o desenvolvimento inicial de
mudas de camu-camu sob diferentes formas de adubação. O camu-camu foi cultivado
em vasos de 1 dm³ em ambiente protegido sob cinco formas de adubação em Nitossolo
Vermelho distrófico: 1) testemunha; 2) adubação mineral (NPK, 30:45:60 g/planta): 3)
cama de frango (10 t ha-1); 4) esterco bovino (30 t ha-1); 5) lodo de esgoto (10 t ha-1),
arranjados no delineamento experimental de blocos inteiramente casualizados, com
cinco repetições e a unidade experimental de quatro vaso um uma planta cada. O solo
foi peneirado em peneira com malha de 6mm, e em seguida foi realizada a calagem nos
tratamentos com adubação química e orgânica com calcário dolomítico (PRNT 80%)
elevado a saturação por base a 50%. Após 150 dias do transplante as plantas foram
colhidas e observou-se que os regimes de adubação incrementaram o crescimento das
mudas. A adubação química proporcionou a maior altura de plantas (15,37 cm) e teor de
clorofila b (12,28 SPAD), o maior diâmetro do caule (2,32 mm), número de folhas
(20,81) foi obtido utilizando o lodo de esgoto. As produções de massa seca da parte
aérea (0,52 g) e de raiz (0,45 g) foram obtidas no tratamento controle. Assim, pode-se
concluir que as mudas de camu-camu podem ser cultivadas em Nitossolo Vermelho
distrófico sem a utilização de adubação orgânica ou mineral pois estas possuem alta
adaptação a solos com baixos teores de nutrientes.

PALAVRAS-CHAVE: Myrciaria dúbia, sarão, planta medicinal.

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III SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO


DAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS

RECURSOS FLORESTAIS

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA ESTIMATIVA VOLUMÉTRICA DE
ÁRVORES EM NOVO REPARTIMENTO, PARÁ.

Ayla Yanne Gomes Pinheiro¹; Fábio Miranda Leão².


¹ Discente do curso de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará – Campus Altamira; Rua
Coronel Jose Porfirio - São Sebastião, CEP: 68370-000 na cidade Altamira, Pará;
aylapinheiro.gw@gmail.com. ² Docente do curso de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará
– Campus Altamira.

O manejo florestal sustentável se apresenta como um importante artifício de


conservação do ambiente no combate ao mercado ilegal de madeira, de modo a
promover a manutenção das florestas em pé. Para isso ocorrer é importante explorar de
forma mitigadora e com eficácia os produtos florestais madeireiros, se fazendo
necessário estimar de forma precisa e exata o estoque volumétrico das árvores. Este
estudo objetivou comparar a precisão e a exatidão da estimativa do volume de árvores,
obtidas a partir das redes neurais artificiais (RNA’s) e dos métodos tradicionais (fator de
forma e equações volumétricas por regressão linear). A pesquisa foi desenvolvida em
uma unidade de manejo florestal (UMF) empresarial, com uma área de 78.233,00 ha,
localizada no município de Novo Repartimento – Pará. Após a exploração, foram
cubadas 757 árvores-amostra 10 pertencentes a 54 espécies, das quais 90% (681
árvores) foram utilizadas na modelagem volumétrica e os 10% restantes (76 árvores),
que não fizeram parte do processo de modelagem volumétrica, foram destinadas à
validação dos melhores modelos selecionados. Para a comparação foram feitos um
ranking de precisão (distanciamento dos desvios da amostra em relação à média), um de
exatidão (relação entre o valor do volume estimado e do volume real observado) e um
ranking geral com base nas colocações dos modelos a partir da soma das posições dos
modelos nos dois primeiros rankings (precisão e exatidão). As análises estatísticas de
exatidão foram realizadas na plataforma R 4.0.0 (R Foundation for Statistical
Computing, Vienna, AT). Os resultados desta pesquisa mostraram que algumas
configurações de RNA’s foram mais precisas que os demais métodos, contudo, o
modelo de regressão de Schumacher-Hall, seguido pelo de Husch, foi o mais exato, o
que levou à conclusão de que o método mais eficiente para se estimar o volume de
árvores na região com precisão e exatidão é o modelo de Schumacher-Hall, tendo em
vista sua melhor colocação no ranking geral.

PALAVRAS-CHAVE: Amazônia; Análise de regressão; Redes neurais artificias;


Manejo florestal.

19
4020

CARTOGRAFIA DA FAUNA SILVESTRE EM UM TERRITÓRIO


QUILOMBOLA DO NORDESTE PARAENSE

Ana Beatriz da Conceição Pereira¹; Valeria dos Santos Moraes-Ornellas²; Ricardo


Bastos Ornellas³.
¹ Estudante do curso de Licenciatura em Ciências Naturais; Instituto de Estudos Costeiros; Universidade
Federal do Pará, Alameda Leandro Ribeiro, s/n, Aldeia, Bragança, 68.600-000; E-mail:
anabeatrizpereiraconceicao@gmail.com; ² Professora Adjunta; Faculdade de Etnodiversidade; UFPA; ³
Pós-Graduando; MBA Projetos Sustentáveis e Inovações Ambientais; Universidade Federal do Paraná.

A ocupação da Amazônia tem comprometido a estrutura e a função dos sistemas


ecológicos da região. No entanto, povos indígenas, quilombolas e comunidades
tradicionais vêm sendo considerados eficientes gestores dos recursos das florestas e das
águas. Por tais motivos, o foco dessa pesquisa foi compreender como o processo de uso
e ocupação de um território quilombola transformou os padrões de distribuição de uma
parte importante dos ecossistemas utilizados e/ou ocupados. Partindo do que se poderia
observar por meio do convívio direto, buscou-se por processos ecológicos ainda em
andamento, cuja compreensão contribuiria com um melhor entendimento da
sociobiogeografia da Amazônia. O trabalho foi desenvolvido a partir de informações
coletadas entre dezembro de 2019 e agosto de 2022 na Comunidade Remanescente de
Quilombo de Jacarequara, município de Santa Luzia do Pará - PA. A coleta de dados se
deu por entrevistas semi-estruturadas, observação participante e pesquisa-ação.
Informações obtidas acerca da fauna silvestre foram organizadas de maneira
esquemática, dando conformação a uma cartografia socioecológica. Segundo os
moradores mais antigos, algumas espécies eram caçadas no passado para comer, como:
tatu, guariba, macaco, quati, caititu, queixada, veado, anta, paca, cutia, jabuti, jacaré,
mutum e jacu. A carne de caça não era vendida, pois servia apenas para subsistência.
Uma das entrevistadas afirmou que esses animais desapareceram, mas, outros
moradores indicam locais de ocorrência de alguns mamíferos e aves, os quais foram
representados na cartografia. Pode-se perceber que a fauna ainda se concentra nas áreas
florestadas remanescentes, principalmente às margens do rio Guamá, do rio Jacarequara
Grande e do igarapé Jacarequarazinho. Dentre os mamíferos, são mencionados: tatu
(cinco espécies), macaco, quati, caititu, veado, paca, cutia e capivara. Papagaios,
arãncuã, mutum, jacú e jatuacú são aves citadas nas entrevistas. De maneira geral, existe
uma tomada de consciência na comunidade sobre a necessidade de respeitar os rios e
suas matas ciliares. Mas, os moradores mais antigos sugerem ter havido sérias perdas do
conhecimento tradicional que garantia relações mais saudáveis da comunidade com o
meio natural. Por esse motivo, eles têm trabalhado de maneira cooperativa em torno de
projetos que envolvem: agroecologia, memória biocultural e identidade quilombola.

PALAVRAS-CHAVE: quilombo; saberes tradicionais; caça; recursos florestais;


conservação; etnoecologia aplicada.

20
4021

ANÁLISE DA FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL EM UMA ÁREA DE


INFLUÊNCIA INDIRETA DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE, PARÁ.

Fernanda Santos Ferreira¹; Miquéias Freitas Calvi ;Evandro Ferreira da Silva ²;


2

Alexandre Augusto Cardoso Lobato³; Sayara Beatriz dos Santos Silva . 1

¹Discente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará, Rua Coronel José Porfírio,
São Sebastião, Altamira-PA, cep: 68372-040; e-mail: fernanda.ferreira@altamira.ufpa.br; ²Docente;
Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará; ³Analista do Meio Físico, E-Cons
Brasil.

A fragmentação da paisagem florestal pode ser entendida como a divisão da floresta por
meios naturais ou antrópicos que formam áreas menores de floresta. O meio antrópico
tem um peso maior na velocidade dessa fragmentação, que tem impacto negativo e
direto nas relações ecossistêmicas do ambiente como a mudança do microclima e a
redução da variabilidade genética. O objetivo da pesquisa foi analisar métricas da
fragmentação da paisagem em uma região de influência da Hidrelétrica de Belo Monte.
A área de estudo localiza-se a oeste da sede do município de Altamira, com 6,9 mil km²,
abrange áreas nos municípios de Brasil Novo, Medicilândia e Uruará, sendo uma área
de influência indireta da hidrelétrica de Belo Monte. Por meio de imagens do satélite
Landsat 8 foram fotointerpretadas as áreas de floresta para o ano de 2021. Os
fragmentos foram divididos nas classes: 1 - muito pequenos (0,5-5 ha), 2 - pequenos
(5-50 ha), 3 - médios (50-500 ha) e 4 - grandes (> 500 ha) e as métricas de área da
classe, número de manchas e número de área central. A área central foi calculada
variando em 50, 100 e 150 m o efeito de borda nos fragmentos em cada classe, o
processamento das métricas foi realizado no Fragstats. A área de floresta representa
26,83% da área total de estudo. A classe com maior área foi a classe 4 – grandes com
124.408,7 ha que representa 67% do total de floresta na área de estudo, as classes 1, 2 e
3 representam 1%, 7% e 25%, respectivamente. A classe com maior quantidade de
fragmentos foi a classe 1 - muito pequeno com 55%, seguido da classe 2 - pequeno com
30%, 3 - médio com 12% e 4 - grande com 3%. Quando analisado o somatório da área
central de todas as classes de fragmentos com efeito de borda de 50 m, a área central
representa 41% da área total de floresta, com 150 m de efeito de borda a área central
passa a representar apenas 26%, na classe 1 o valor foi zero, corroborando que em
fragmentos muito pequenos ocorre a ausência de áreas núcleo. Embora mais de 50% da
área total do estudo seja composta por fragmentos acima de 500 ha é importante
ressaltar que em função da intensidade do efeito de borda pode ocorrer reduções acima
de 50% da área central dos fragmentos, tendo influência direta no ecossistema dessas
áreas. A construção da Hidrelétrica de Belo Monte influenciou direta e indireta nas
modificações da paisagem por meio de mudanças sociais e econômicas, como o
aumento da oferta de emprego e aquecimento do mercado local, o que influenciou
alterações nas dinâmicas de uso e cobertura da terra e favoreceu o aumento das
atividades agropecuárias e agrícolas.      

 Palavras-chave: Análise da paisagem, Floresta Amazônica, Ecologia florestal.V

21
4022

MODELO DE P-MEDIANAS: PLANEJAMENTO DA ALOCAÇÃO DE


PÁTIOS DE ESTOCAGEM EM ÁREA DE MANEJO FLORESTAL
SUSTENTÁVEL

Arien Hiusaki de Moura Santos¹; John Victor Sarges Souza²; Andressa Marques
dos Anjos Rodrigues ; Thais Santos Souza ; Evandro Ferreira da Silva
2 3 4

Discente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará; R. Cel. José Porfírio -
1

Recreio, Altamira – PA, 68372-040; moura.arien.hiu@gmail.com; Discente; Faculdade de Engenharia


2

Florestal; Universidade Federal do Pará; Mestranda; Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e


3

Conservação; Universidade Federal do Pará; Discente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade


4

Federal do Pará; Docente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará.


5

O Manejo Florestal Sustentável utiliza técnicas de Exploração de Impacto Reduzido


para minimizar os efeitos negativos da exploração de madeira, mas é uma técnica em
aperfeiçoamento contínuo frente as novas tecnologias. A infraestrutura de exploração é
responsável por danos à floresta manejada, sendo importante ser planejada de forma
otimizada e aumentar o poder de tomada de decisão do gestor florestal de forma menos
empírica.  Nesse sentido, o conceito de Manejo Florestal de Precisão surgiu com o
objetivo de otimizar o planejamento e execução das atividades florestais, com base no
uso de ferramentas como Sistemas de informações Geográficas e Pesquisa Operacional.
A alocação de pátios de estocagem é parte importante da infraestrutura por se relacionar
com a abertura de estradas florestais e trilhas de arraste. A pesquisa teve como objetivo
propor um modelo de otimização para alocação de pátios de estocagem com restrições
de volume e classes de distâncias de arraste de toras. A área de estudo está localizada na
FLOTA Paru, Monte Alegre-PA, com área de 168 ha, 459 árvores, e volume estimado
de 3.994,4 m³. O modelo matemático tem o objetivo de reduzir a distância de ligação
entre as árvores e os pátios com restrições de volume máximo de madeira e duas
distâncias máximas de arraste associadas ao volume das árvores, no qual o objetivo é
reduzir a distância de arraste definidas como grande porte. Os dados foram processados
no CPLEX Studio 20.1.0. Foram selecionados 4 de 27 cenários para serem comparados
ao planejamento executado pela empresa. Houve redução de 33%, em média, na
estimativa de custos de alocação de infraestruturas nos cenários otimizados, sendo a
maior redução de 36%, cenário 2, mas este cenário alocou um pátio a mais no
planejamento. Houve aumento médio de 6,27% na estimativa de área impactada por
infraestruturas florestais nos cenários otimizados, com destaque para os cenários 3 e 4
com o acréscimo de um pátio de estocagem e 2 km de estradas. De acordo com o
modelo, 90% das árvores e 88,5% do volume, em média, foram arrastadas por
distâncias menores que a distância de restrição estabelecida nos cenários otimizados.
Em síntese, os cenários otimizados tiveram reduções na estimativa de custos com
infraestruturas, aumento de área impactada e o arraste das toras foi otimizado. Os
melhores cenários de planejamento podem ser escolhidos baseados nas técnicas de
otimização e de acordo com os objetivos socioeconômicos e ambientais da empresa.

PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa Operacional, Manejo Florestal de Precisão,


Exploração de Impacto Reduzido

22
4023

AS MALVACEAE OCORRENTE NA VOLTA GRANDE DO XINGU -


ALTAMIRA-PA: MORFOLOGIA FAMILIAR

Amanda Dieila Xipaya Dos Santos¹; Rayllon Da Silva Pinto1; Emerson Augusto


Evangelista Dos Santos1; Kawore Parakanã1; Larissa Iasmim Rodrigues Gomes1;
¹ Graduandos de Engenharia Florestal do campus UFPA. Rua Coronel José Porfírio, N° 2515. Altamira -
Pa.

As Malvaceae vêm sofrendo alterações em virtude do sistema de classificação APG IV,


onde famílias inteiras (Bombacaceae, Sterculiaceae e Tiliaceae) estão sendo incluídas
nela. Porém, essa família necessita de descrição de espécies ocorrentes na volta grande
do Xingu, como contribuição ao conhecimento científico da Amazônia. Atualmente a
família possui 250 gêneros e 4.200 espécies, contudo, a descrição e trabalhos
taxonômicos voltados para a família na região de Altamira são escassos. Diante disso, o
objetivo do presente trabalho foi descrever e identificar a morfologia foliar de espécies
da família Malvaceae ocorrentes na Volta Grande Xingu. Para isso, foi realizada a
análise de exsicatas coletadas pela empresa Norte Energia responsável pelo
empreendimento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o estudo foi feito por meio de
comparações em sites e literaturas especializadas. O sistema adotado foi o APG IV e a
terminologia para a classificação da folha foi de Rizzini (1960) e Souza (2012). Foram
analisadas 11 exsicatas representando 9 gêneros, 10 espécies sendo que a espécie
Byttnera Genistella Triana & Planch foi repetida. As espécies são caracterizadas por 9
folhas simples alternadas e duas compostas verticiladas, das 11 exsicatas 10 delas
contém a margem inteira, exceto a espécie Gaya scopulorum Kaprov que apresenta
margem serrilhada e base truncada. Em relação às nervuras 8 delas são peninérveas, 2
uninérveas (Byttnera genistella Triana & Planch.) com base aguda e uma palminérvea
(Ceiba pentandra L. Gaertn). Quanto, a base 5 possui base obtusa, 4 aguda, 1 base
arredondada e uma truncada (Ceiba pentandra L. Gaertn, Gaya scopulorum Kaprov,
Byttnera genistella Triana & Planch).  Quanto à forma da folha, 6 delas possuem folhas
ovadas, 4 lanceoladas e 1 assimétrica (Mollia lepidota Spruceex Benth).  Quanto ao
ápice, 4 possuem ápice acuminado, 1 cuneado (Vasivaea alchorneoides Baill) 2 agudos,
2 cirrosos, e 1 truncado (Gaya scopulorum Kaprov). Sendo que a espécie Byttnera
Genistella Triana & Planch não foi possível descrever em virtude da qualidade do
material.

PALAVRAS-CHAVE: Morfologia Foliar, Espécies, Família, Amazônia, Exsicatas 

23
4024

CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA FLORESTAL DA FLORESTA


NACIONAL DE ALTAMIRA, PA

Sayara Beatriz dos Santos Silva1; Evandro Ferreira da Silva2; Fabio Miranda
Leão2; Anderson Borges Serra2; Fernanda dos Santos Ferreira1
1
Discente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará; Campus universitário de
Altamira – R. Cel. José Porfírio, São Sebastião, Altamira – PA, 68372-040;
E-mail:sayara.silva@altamira.ufpa.br; fernanda.ferreira@altamira.ufpa.br.
2
Docente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará; evandrofs@ufpa.br;
fabioleao@ufpa.br; serraok@ufpa.br.

A concessão florestal possibilita que empresas tenham o direito de explorar recursos


naturais de florestas públicas, por meio de práticas previstas no Plano de Manejo
Florestal. Assim, um dos princípios do Manejo Florestal Sustentável é o compromisso
em garantir a estabilidade da dinâmica florestal. Logo, analisar a estrutura da floresta
antes e após a exploração subsidia informações importantes sobre as mudanças
ocorridas na comunidade florestal. A pesquisa teve como objetivo analisar a florística e
a estrutura horizontal de uma floresta pública sob regime de concessão florestal. A área
de estudo foi na Floresta Nacional de Altamira, PA, Unidade de Manejo Florestal I e II.
Foram alocadas 68 parcelas permanentes, antes da exploração florestal, com tamanho de
50x50 m (0,25 ha) com o total de 17 ha, entre o período de 2016 a 2020, distribuídas em
7 Unidades de Produção Anual. Todos os indivíduos com diâmetro acima de 10 cm,
foram identificados, plaqueteados e mensurado o DAP. Foram identificadas 18 famílias,
distribuídas em 256 espécies, com um total de 7.742 indivíduos. Cinco famílias
representam 79,05% do total dos indivíduos identificados, sendo elas: Sapotaceae
(25,85%), Fabaceae (22,91%), Lauraceae (18,55%), Bignoniaceae (6,06%) e
Annonaceae (5,69%). Das 256 espécies inventariadas apenas 38 representam 75% do
total de indivíduos da amostra. Foram obtidos os valores médios de 455,41 ind. ha e -1

área basal de 26,28 m² ha . Quando analisada a estrutura horizontal é possível observar,


-1

na percentagem acumulada, que 75% do IVI é representado por 55 espécies, sendo as


espécies com maior representatividade Inhare 6,01% (Helicostyllis podogyne Poepp. &
Endl. Rusby), Guajará 5,35% (Micropholis venulosa Mart. & Eichler Pierre), Breu
Barrote 4,75% (Protium sp. cordatum Huber Daly ) e Castanha do Pará 3,49%
(Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl). A diversidade da floresta pelo Índice
Diversidade de Shannon-Weaver (H’) foi de 4,22 que é considero alto, o Índice de
Dominância de Simpson (C) foi 0,97 (1-D) corroborando uma alta diversidade da
florestal e o Índice de Equalibidade de Pielou (J’) foi de 0,76 representando uma
diversidade tendendo a ser igualmente abundante entre as espécies do estudo. A
diversidade da floresta é próxima de valores obtidos em outros estudos, sendo a floresta
considerada bem estruturada, madura e de alta diversidade.

Palavras-chave: Manejo Florestal Sustentável, Estrutura horizontal, composição


florística.

24
4025

CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA FLORESTAL DA


FLORESTA ESTADUAL DO PARU, PARÁ

Sayara Beatriz dos Santos Silva1; Fabio Miranda Leão2; Evandro Ferreira da
Silva2; Anderson Borges Serra2; Arien Hiusaki de Moura Santos1
1
Discente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará; Campus universitário de
Altamira – R. Cel. José Porfírio, São Sebastião, Altamira – PA, 68372-040; E-mail:
sayara.silva@altamira.ufpa.br; moura.arien.hiu@gmail.com
2
Docente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará. fabioleao@ufpa.br;
evandrofs@ufpa.br; serraok@ufpa.br

A concessão florestal permite por práticas do plano de manejo florestal que empresas
tenham o direito de extrair recursos naturais em florestas públicas. Uma das funções do
manejo florestal é viabilizar a utilização dos recursos florestais ao reduzir os impactos
da exploração madeireira, garantir a regeneração natural da floresta e permitir o uso
adequado de acordo com a legislação ambiental vigente. Assim, observar a estrutura da
floresta e as mudanças ocorridas nas suas comunidades, antes, durante e após a
exploração é fundamental para direcionar as prescrições de manejo de uma floresta. A
pesquisa teve como objetivo analisar a estrutural horizontal de uma floresta pública sob
regime de concessão florestal, na etapa pré-exploratória do manejo floresta. A área de
estudo foi a Floresta Estadual do Paru, Pará, unidade de manejo florestal (UMF) III, VII
e IX. Foram instaladas e observadas a estrutura horizontal de 27 parcelas permanentes
antes da exploração florestal, com tamanho 50x50 m (0,25 ha) com o total de 6,75 ha,
no período de 2014 a 2021, distribuídas em 7 unidade de produção anual. Todos os
indivíduos com diâmetro acima de 10 cm, foram identificados, plaqueado e mensurado
o diâmetro a 1,30 da altura do solo. Foram identificados 168 espécies, no total de 3.070
indivíduos. Posteriormente, calculou-se o índice de valor de importância (IVI), índice
de Shannon-Weaver (H’) e o índice de Equabilidade de Pilou (J’). Das 168 espécies
inventariadas, 26 correspondem a 50% do total dos indivíduos. A produção da floresta
teve valores médios estimados de 529,93 ind. ha-1 e a área basal de 21,69 m2 ha-1.
Quando analisada a estrutura horizontal é possível observar, na percentagem acumulada,
que 50% do valor de importância é representado por 20 espécies, se destacando as
espécies Abiu com 7,76% (Pouteria caimito Ruiz & Pav. Radlk.), Envira com 5,97%
(Gualtteria olivacea R.E.FR.  R.A.Howard), Breu com 5,83% (Protium amazonicum
Cuatrec. Daly), Ingá com 4,56% (Thamnophilus insignis d'Orbigny & Lafresnaye) e
Andiroba com 2,95% (Carapa guianensis Aubl). A diversidade da floresta calculada
pelo índice de Shannon (H’) foi 3,87, considerado alto e o índice de Equabilidade de
Pilou (J’) foi de 0,76 que representa uma diversidade abundante entre as espécies do
estudo. A diversidade da floresta é considerada relativamente alta comparadas com
outros estudos realizados na Amazônia.

Palavras-chave: Manejo florestal sustentável, valor de importância, Pouteria caimito


Ruiz & Pav. Radlk.

25
4026

DETERMINAÇÃO DE EXTRATOR PARA CARACTERIZAÇÃO


BIOQUÍMICA DE SEMENTES DE Dipteryx odorata

Israeli Ingrid Costa de Brito¹; Delziane Araújo Bezerra²; Tainá Teixeira Rocha³;
Marilza Neves Nascimento ; Raírys Cravo Herrera
4 5

¹ Estudante de Engenharia Florestal - Faculdade de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Pará


-UFPA. Bolsista de iniciação científica - Laboratório de Biotecnologia (BIOTEC); Rua Coronel José
Porfírio 2515, São Sebastião, Altamira-Pa. Cep: 68372-040 israeli.brito@gmail.com
² Mestre em Conservação e Biodiversidade - PPGBC.
³ Bolsista PNPD/CAPES; Mestrado PPGBC - UFPA.
4
Docente, Universidade Estadual Feira de Santana - UEFS.
5
Docente, faculdade de Ciências Biológicas - UFPA.

O conhecimento quanto às análises bioquímicas auxilia no planejamento de alternativas


para conservação ex situ de sementes de espécies florestais. O objetivo deste trabalho
foi determinar extrator para quantificar teores de proteínas e carboidratos em sementes
maduras recentemente colhidas de Dipteryx odorata (Aubl.) Forsyth f. (cumaru). O
estudo foi conduzido no Laboratório de Biotecnologia da UFPA - Campus de Altamira.
Para obtenção dos extratos e posterior quantificação bioquímica foram utilizados três
diferentes extratores: Tampão fosfato pH 7,0, água destilada e etanol P.A. com três
repetições para cada extrator. Frutos maduros de cumaru foram coletados em campo e
mantidos em bancada por uma semana. A matéria seca foi obtida a partir de sementes
maduras que permaneceram em estufa a 65°C por 48 horas, após secagem foram
trituradas e pesadas. Foi utilizado 500 mg de matéria seca e 10 ml de extrator para cada
tratamento. As amostras foram agitadas manualmente e mantidas em banho-maria a
40℃ por 30 minutos, e em seguida, transferidas para centrífuga em 3200 rpm por 30
minutos. Posteriormente, o sobrenadante foi utilizado para as análises de proteínas
(PST) pelo método de Bradford e carboidratos pelo método de Dubois. Para a
quantificação de proteínas a partir da extração com tampão fosfato foi de 24,87 mg
PST/ MS; para o extrator água os valores obtidos foi de 30,44 mg PST/g MS já o Etanol
P.A apresentou menor valor com 14,09 mg PST/g MS. Os carboidratos quantificados a
partir dos diferentes extratores apresentaram valores de 0,51; 0,53 e 0,44 mmol de
GLU/g MS, respectivamente. Portanto, o extrator indicado para sementes de frutos
maduros e recém-colhidos de Dipteryx odorata para quantificação de proteínas e
carboidratos é a água destilada, visto que extrai maiores concentrações dessas
biomoléculas favorecendo melhores resultados além de ser viável economicamente.
 
PALAVRAS-CHAVE:  Dipteryx odorata; análises bioquímicas; conservação; espécies
florestais.

26
4027

PROTEÍNAS E CARBOIDRATOS TOTAIS EM SEMENTES


ARMAZENADAS DE Dipteryx odorata

Israeli Ingrid Costa de Brito¹; Dhyene Rayne Dos Santos Becker ²; Tainá Teixeira
Rocha³; Andressa Marques dos Anjos Rodrigues ; Raírys Cravo Herrera
4 5

¹ Discente de Engenharia Florestal - Faculdade de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Pará -


UFPA. Bolsista de iniciação científica - Laboratório de Biotecnologia (BIOTEC); Rua Coronel José
Porfírio 2515, São Sebastião, Altamira-Pa. Cep: 68372-040 israeli.brito@gmail.com
² CARGILL; Mestre em Conservação e Biodiversidade - PPGBC.
³ Bolsista PNPD/CAPES; Mestrado PPGBC - UFPA.
Discente de Engenharia Florestal - UFPA.
4

5
Docente, faculdade de Ciências Biológicas - UFPA.

A quantificação das reservas presentes nas sementes é de extrema importância pois esse
conteúdo tem influência no potencial de vigor e armazenamento dessas sementes.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi quantificar teores de proteínas e carboidratos em
sementes maduras de Dipteryx odorata (Aubl.) Forsyth f. (cumaru) em diferentes
condições de armazenamento. O estudo foi conduzido no Laboratório de Biotecnologia
da UFPA - Campus de Altamira. Foram utilizadas sementes submetidas a diferentes
condições de armazenamento: T1- sementes de frutos maduros recém-coletados; T2-
quinze meses em bancada com temperatura ambiente e T3- quinze meses em freezer -22
℃, contendo três repetições para cada tratamento e três sementes para cada repetição.
As sementes foram secas em estufa à 65℃ por 48 horas, após secagem foram trituradas
para realização do extrato para posterior análise bioquímica. O extrato foi realizado a
partir da matéria seca utilizando 10 mL do extrator de água destilada. As amostras
foram agitadas manualmente e mantidas em banho-maria a 40℃ por 30 minutos, e, em
seguida, centrifugadas em 3200 rpm por 30 minutos. Posteriormente, o sobrenadante foi
utilizado para as análises de proteínas (PST) pelo método de Bradford e carboidratos
(GLU) pelo método de Dubois. No T1, o teor de proteínas das sementes de cumaru foi
de 30,44 mg PST/g MS, no T2 foi de 26,87 mg PST/g MS e no T3 foi de 17,45 mg
PST/g MS. No T1 as sementes continham 0,53 mmol de GLU/g MS; no T2, 0,48 mmol
de GLU/g MS e no T3, 0,42 mmol de GLU/g MS. Os maiores valores de proteínas e
carboidratos foram encontrados em sementes maduras recém-coletadas, indicando que
houve diminuição das reservas nas condições de armazenamento.

PALAVRAS-CHAVE: Dipteryx odorata; armazenamento; quantificação bioquímica;


reservas.

27
4028

SISTEMATIZAÇÃO DA FAMÍLIA BIGNONIACEAE NA VOLTA


GRANDE DO XINGU, ALTAMIRA/PA

Kayllane David Lima¹; Aline Suzane Carvalho Lima¹; Jenivaldo Pinheiro Gomes ¹;
Joiciane Maria de Almeida Andrade¹; Isabela Ramos Cosme Curuaia¹
Estudante; Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira,
1

Faculdade de Engenharia Florestal, R. Cel. José Porfírio, 2515, Altamira, PA - CEP


68371-O43; kayllanelima29@gmail.com

As espécies da família Bignoniaceae, se encontram principalmente na América do Sul,


possuindo grande importância madeireira, os trabalhos de taxonomia da família na
região de Altamira e/ou do Xingu são escassos. Diante disso, o objetivo do trabalho foi
realizar a descrição morfológica das folhas e sistematização das espécies ocorrentes na
Volta Grande do Xingu. Para isso, foram analisadas exsicatas coletadas próximo a área
de abrangência da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e doadas para UFPA/Campus
Altamira/PA, o material foi comparado com sites e literatura especializada, visando a
análise das estruturas das folhas. A terminologia adotada foi a de Rinzzini e Souza.
Foram catalogadas e descritas 43 exsicatas distribuídas em 6 gêneros e 7 espécies.
Adenocalymma schomburgkii (DC) L.G Lohmann, Pachyptera kerere (Aubl.) Sandwith;
Martinella obovata (Kunth) Bureau & K. Schum. e Manaosella cordifolia (DC.) A.H.
Gentry apresentaram folhas compostas paripinadas e trifoliadas, com nervuras
peninérvea-camptódromas e com margens inteiras.  As espécies do gênero Bignonia
foram as mais difíceis de identificar, pois possuem características em comum, onde
todas apresentaram gavinhas e folhas bifolioladas, como a Bignonia binata Thunb. e
Bignonia aequinoctialis L. Outras espécies do gênero Manaosella e Stizophyllum
possuem características diferentes, por terem as margens serrilhadas. Portanto, os
atributos morfológicos contribuem para classificação das espécies, como também, para
o conhecimento técnico científico de espécies amazônicas.

PALAVRAS-CHAVE: taxonomia; folhas; espécies; gênero; classificação. 

28
4029

QUALIDADE DE SEMENTES DE COPAÍBA (Copaifera langsdorffi) e


CUMARU (Dipteryx odorata)

Elisangela da Silva Viana¹; Alessandra Doce Dias de Freitas²; José Halleff


Conceição Caldas³; Marllisson Eriques Araújo Borges4; Anderson Borges
Serra5
¹ Bolsista PIBIC/CNPq e Discente de Engenharia Florestal, Faculdade de Engenharia,
Universidade Federal do Pará – UFPA. ² Docente, Faculdade de Engenharia Florestal, UFPA –
Campus Altamira ³ Bolsista ISA- Instituto Socioambiental e Discente de Engenharia Florestal,
Faculdade de Engenharia Florestal, Campus. 4 Engenheiro Florestal ISA-Instituto Socioambiental.
5
Docente, Faculdade de Engenharia Florestal, UFPA – Campus Altamira

A restauração florestal é um processo de fundamental importância para dar


continuidade às espécies que estão sofrendo com grandes desmatamentos. O
objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade fisiológica de duas espécies
florestais da família Fabaceae (Copaifera langsdorffi e Dipteryx odorata) da região
Transamazônica e Xingu. O experimento foi conduzido no Laboratório de
Tecnologia de Sementes da Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade
Federal do Pará – Campus Altamira – Pará. As sementes das espécies de copaíba
(Copaifera langsdorffi) e Cumaru (Dipteryx odorata) foram provenientes da Rede
de Cantina da Terra do Meio, fornecidas pelo Instituto Socioambiental (ISA)
Altamira/PA. Foram feitos os seguintes procedimentos: Para análise de impureza foi
pesado 1000g de sementes retiradas diretamente do lote, separando materiais inertes
e outras sementes. Para a descrição biométrica foram utilizadas amostras aleatórias
de 100 sementes para cada espécie, foram medidas por meio de um paquímetro
digital (0,01mm), determinando-se o comprimento, largura e espessura das
sementes estudadas. Além dos testes de grau de umidade e peso de mil. O resultado
de impureza para ambas as espécies foi de 0,05g. A germinação foi realizada na
BOD, com os substratos papel toalha e mata borrão, com 4 repetições de 25, para
cada tratamento. Os dados biométricos de copaíba com média de 12 mm para
comprimento, 8,3 mm para largura e 8 mm para espessura. E para Cumaru com
média de 36,85 mm para comprimento, 11 mm para largura e 8,4mm para
espessura. As sementes de cumaru apresentaram 30,6% de grau de umidade, e 71
sementes/kg, enquanto que a copaíba apresentou 28,5% e 257 sementes,
respectivamente. A germinação de sementes de copaíba obteve melhor resultado no
substrato papel toalha, com 50% de aproveitamento, enquanto que para as sementes
de cumaru, as mesmas não germinaram em nenhum substrato, possivelmente,
perderam o potencial germinativo.

PALAVRAS-CHAVE: Espécie florestal, restauração florestal, germinação.

29
4030

COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES PROCESSOS DE


AMOSTRAGEM NO INVENTÁRIO FLORESTAL DE UMA FLORESTA DE
TERRA FIRME

Elce Lima Castro¹; Fernanda Kelly Ribeiro Gonçalves Leite¹; Deivison Venicio
Souza²; Mateus Sabadi Schuh³; Fábio de Jesus Batista . 4

¹Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Paragominas; PA


256, s/n, Nova Conquista – Paragominas PA, CEP: 68627451; elce.castro19@gmail.com;
fernkelly076@gmail.com; ²Professor Adjunto; Universidade Federal do Pará; ³Engenheiro Florestal,
Mestre em Engenharia Florestal; Universidade Federal de Santa Maria; Professor Adjunto; Universidade
4

Federal Rural da Amazônia, Campus Paragominas.

No setor florestal, as análises multivariadas vêm sendo amplamente difundidas, pois


essas técnicas possibilitam o rápido e confiável estudo da relação de um grande número
de dados de interesse, bem como suas interrelações, quando avaliamos as diferentes
variáveis inerentes a um experimento. Objetivou-se com este trabalho analisar o
inventário florestal (IF) realizado em uma floresta de Terra Firme localizado na Fazenda
Caculé, Paragominas-PA, comparando a eficiência dos procedimentos de amostragem
simples ao acaso e conglomerado na estimativa da produção florestal. A área de estudo
possui 8.637 ha, sendo dividida em um grid de coordenadas geográficas equidistantes
700 m, onde foram aleatorizados 47 pontos amostrais. Em cada ponto foi realizada a
alocação de um conglomerado em formato de Cruz de Malta, constituída de quatro
subunidades retangulares de 10m x 250m. Para análise dos dados foram considerados
três tratamentos: (T1) amostragem simples ao acaso por conglomerado; (T2)
amostragem simples ao acaso por subunidade e (T3) amostragem por conglomerado. As
análises do IF seguiram a metodologia convencional, onde foram calculadas as
estatísticas descritivas, de precisão e, por fim, às estimativas de produção por hectare. O
melhor tratamento foi conhecido no ranking das estatísticas: desvio padrão; precisão do
inventário para a probabilidade (p) de 95%; e a suficiência da amostragem para o erro
pré-definido de 10% e p=95%. Nas análises foram utilizados o programa Excel e
linguagem R. O desvio padrão variou de ±4,77 a ±46,64 e o erro de amostragem em %
teve pouca variação (4,59% a 6,76%), sugerindo resultados satisfatórios a todos os
tratamentos. A suficiência amostral para o erro pré-definido apresentou grande variação
entre os tratamentos, 20 a 42 unidades de amostras, onde o menor esforço amostral foi
em T3. Observou-se que o T3 foi o melhor colocado entre os tratamentos analisados
(escore de nove pontos). Em contrapartida, o T1 foi o que apresentou os piores
resultados com soma de 07 pontos e o T2 foi intermediário, somando 06 pontos. Assim,
conclui-se que o processo de amostragem por conglomerado foi o mais eficiente sendo
indicado para o inventário florestal com extensões de áreas e tipologias florestais
semelhantes ao presente estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Amostragem simples ao acaso, Conglomerado. Paragominas

30
4031

Análise da Cobertura da Terra Indígena Trincheira Bacajá, Pará

Luana Linhares Negreiro¹; Evandro Ferreira da Silva ²; Miquéias Freitas Calvi ; 2

Anderson Borges Serra ; Fernanda Santos Ferreira .


2 3

¹Engenheira Florestal; Estagiária; Agrorural Engenharia, Avenida Perimetral, Sudam 1, Altamira-PA, cep:
68371-286; e-mail: luanalinharesnegreiro@gmail.com; ²Docente; Faculdade de Engenharia Florestal;
Universidade Federal do Pará; ³Discente; Faculdade de Engenharia Florestal; Universidade Federal do
Pará.

A utilização intensa e desordenada de recursos naturais é um problema mundial. A


mudança da paisagem ocasiona alterações nos ecossistemas, na economia de regiões e
países, e na forma como as comunidades tradicionais vivem. Em contrapartida, fazer a
gestão do recurso natural é complexo, uma vez que envolve diversos fatores
relacionados a economia, política, impactos ambientais e sociais. Ferramentas de gestão
territorial que objetivam a conservação e preservação de forma multiobjetiva são
importantes de serem realizadas. A pesquisa teve como objetivo analisar a cobertura da
terra na Terra Indígena Trincheira Bacajá (TITB), no estado do Pará , está localizada na
região da Volta Grande do Xingu, abrange parte dos municípios de São Félix do
Xingu, Anapu, Altamira e Senador José Porfírio. Por meio da Classificação
Supervisionada Interativa das imagens de satélites Landsat 8 OLI (2020), foram
definidas as classes floresta, hidrografia e área antropizadas; a área de estudo foi
dividido em duas análises de área: 1- macrozoneamento (Área Total, Área de
Amortecimento e Área da TI) e 2- microzoneamento (repartição da área de estudo em
16 regiões), os dados foram processados no software Qgis e ArcGis. A análise da
acurácia da classificação foi obtida por meio da matriz de erro e validada pelo índice de
concordância Kappa. O índice de concordância Kappa foi de 0,93 considerado de alta
acurácia. Quando analisado o macrozoneamento da área total, da área de amortecimento
e da área da TITB, a cobertura de florestal é de 93,62%, 78,68% e 99,08%,
respectivamente. Ao analisar o microzonemaneto a região Su-sudeste da área total e
área de amortecimento sofreram maior pressão de desmatamento. Já na área da TITB foi
na região Nor-nordeste o maior percentual de desmatamento observado na na zona de
amortecimento, o que indica a necessidade de melhorar a política de combate ao
desmatamento e monitoramento da floresta. Ao cruzar os dados de áreas antropizadas
com as áreas prioritárias do MAPBIOMAS, é possível observar que Su-sudeste é a
região de maior densidade de áreas prioritárias na área de estudo. Embora a área da
TITB tenha a menor área desmatada, parte desse desmatamento pode estar relacionada a
invasões ilegais do território, principalmente em regiões distantes das aldeias. Por fim,
mesmo a Amazônia com uma a alta taxa de desmatamento, evidenciada pela mudança
do uso da terra na zona de amortecimento, a TITB possui mais de 90% de cobertura
florestal, o que deixa claro o cumprimento do seu objetivo de criação, que é de
conservar e preservar o recurso florestal, bem como os bens, serviço, costumes e cultura
dos povos tradicionais.

Palavras-chave: Desmatamento, Sensoriamento remoto, Monitoramento ambiental.

31
4032

III SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO


DAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Outros...

32
4033

DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO POR MEIO


DE TÉCNICAS DE GEOESTATÍSTICA: ESTUDO DE CASO

Alcione da Silva Felix ; Cícero Manoel dos Santos . Vivian Dielly da Silva Farias³
1 2

¹ Graduanda de Engenharia Agronômica; Faculdade de Engenharia Agronômica , Campus II;


Universidade Federal do Pará campus Altamira, R. Cel. José Porfírio, 2515 - São Sebastiao, Altamira -
PA, 68372-040, Brasil; alcione.felix@altamira.ufpa.br ); ² Professor Dr. Adjunto de Agrometeorologia e
Climatologia Agrícola; Faculdade de Engenharia Agronômica , Campus II; Universidade Federal do Pará
campus Altamira, R. Cel. José Porfírio, 2515 - São Sebastiao, Altamira - PA, 68372-040, Brasil;
cmanoel@ufpa.br . ); ³ Professora Dra. Adjunto de  Irrigação e Drenagem; Faculdade de Engenharia
Agronômica , Campus II; Universidade Federal do Pará campus Altamira, R. Cel. José Porfírio, 2515 -
São Sebastiao, Altamira - PA, 68372-040, Brasil.

O uso de informações sobre a precipitação tem grande importância em várias áreas,


dentre as quais, podemos destacar o gerenciamento dos recursos hídricos e a geração de
energia elétrica. Esse elemento climático tem impacto direto na evaporação, na
transpiração vegetal e no processo fotossintético. A precipitação afeta os processos de
transpiração, evapotranspiração e fotossíntese das plantas, tornando-se essencial em
modelos que simulam a produtividade potencial agrícola. Este trabalho teve por
objetivo analisar medidas de precipitação no município de Altamira, PA no período de
1960 a 2019. Os dados foram obtidos de uma estação climatológica localizada na
região de Altamira-PA e fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
A modelagem temporal foi conduzida pelo método de krigagem ordinária. Esta
abordagem apresenta a vantagem de determinar e considerar a correlação espacial do
fenômeno pela análise do semivariograma. O clima do local, segundo Köppen, é do tipo
Am (clima quente e úmido, com uma estação seca). Os meses de maiores precipitações
indicados sazonalmente foram janeiro a junho e de estiagem de julho a dezembro. O uso
descritivo para a variação temporal e sazonal é uma importante ferramenta na
visualização do fenômeno estudado, principalmente para os cultivares de alto valor
econômico no município de Altamira, vez que a precipitação é um fator limitante para o
clico produtivo como época de plantio e colheita. No rio Xingu, em sua porção média
de constituição no bioma amazônico oriental, encontra-se a usina hidrelétrica de Belo
Monte, cuja construção alterou a área de vegetação nativa, com alterações na biota do
solo e também no microclima regional. Os resultados evidenciam o impacto causado
pela interferência humana gerando danos diretamente nas funcionalidades e
periodicidade da precipitação na região com diminuição da taxa de precipitação ao
longo dos anos, período de estiagem mais prolongado, principalmente na década de
2000 a 2009, década de intensas queimadas e desmatamento elevados. Com isso,
resultou em um mosaico bem consistente e constante no período de janeiro a junho, com
altos índices de pluviosidade na primeira quinzena do mês, se intensificando nos meses
de março e abril, o mesmo acontece nos meses de estiagem, com os meses de julho a
setembro com períodos sem precipitação mais constantes e prolongados como nos
meses de agosto e setembro, principalmente na segunda quinzena do mês. 

PALAVRAS-CHAVE: Xingu, chuva, microclima, umidade do ar.

33
4034

ANÁLISE CLIMÁTICA DA TEMPERATURA DO AR NA REGIÃO DO


XINGU

Alcione da Silva Felix ; Cícero Manoel dos Santos . Vivian Dielly da Silva Farias³
1 2

¹ Graduanda de Engenharia Agronômica; Faculdade de Engenharia Agronômica , Campus II;


Universidade Federal do Pará campus Altamira, R. Cel. José Porfírio, 2515 - São Sebastiao, Altamira -
PA, 68372-040, Brasil; alcione.felix@altamira.ufpa.br ); ² Professor Dr. Adjunto de Agrometeorologia e
Climatologia Agrícola; Faculdade de Engenharia Agronômica , Campus II; Universidade Federal do Pará
campus Altamira, R. Cel. José Porfírio, 2515 - São Sebastiao, Altamira - PA, 68372-040, Brasil;
cmanoel@ufpa.br . ); ³ Professora Dra. Adjunto de  Irrigação e Drenagem; Faculdade de Engenharia
Agronômica , Campus II; Universidade Federal do Pará campus Altamira, R. Cel. José Porfírio, 2515 -
São Sebastiao, Altamira - PA, 68372-040, Brasil; vivianfarias@ufpa.br.

A temperatura do ar é um fator importante que controla a maioria dos processos físicos,


químicos e biológicos, fundamental para muitos estudos ambientais e gestão dos
recursos da superfície terrestre. É um indicador comum de eficiência ecológica, já que
está relacionada com características fundamentais dos sistemas naturais e agrícolas, tais
como: processos fisiológicos das plantas, sensibilidade e respostas ao estresse,
principalmente hídricos. Este trabalho teve como objetivo analisar a variabilidade das
temperaturas máxima (Tmax), mínima (Tmin) e média (Tmed) no município de
Altamira, PA no período de 1960 a 2019. As informações foram obtidas através de
dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O estudo foi conduzido na
margem do rio Xingu próximo à hidrelétrica de Belo Monte na localidade de Altamira,
PA. O local de estudo tem seu território na floresta Amazônica, caracterizada como a
floresta tropical de maior extensão do planeta e que possui elevados índices de
desmatamentos e exploração mineral. O clima do local, segundo Köppen, é do tipo Am
(clima quente e úmido, com uma estação seca). Os dados foram tabulados e organizados
para análise dispostos em décadas, com suas métricas de média a cada dez anos,
resultando em mapas de calor de Tmax, Tmin e Tmed. Os mapas bidimensionais de
calor foram gerados através da técnica de Krigagem, com softwares específicos para
modelagens geoestatísticas. O resultado da compilação dos dados nos mapas gerados
mostrou um aumento significativo gradual dos valores médios de Tmax e Tmin ao
longo das décadas, em especial para as últimas duas décadas de 2000-2009 e 2010 –
2019. Os meses de maiores temperaturas máximas e uniformes, em média, foram julho
a dezembro, com ressalva em julho, em que, houve maior variação na Tmax do ar em
relação a todos os meses mais quentes dos anos. Já entre os meses de janeiro a abril a
sazonalidade foi mais uniforme em relação a Tmin. Há núcleos mais intensos e outros
menos intensos durante os dias em curso, tanto em Tmax do ar mais elevados quanto
para Tmin do ar mais baixas. Esse aumento da temperatura e flutuações de Tmax e
Tmin nos resultados evidenciam a geração de impacto antrópico causado na região do
estudo.
PALAVRAS-CHAVE: Amazônia; clima; krigagem; Rio Xingu.

34
4035

CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA MACROSCÓPICA DE QUATRO


ESPÉCIES COMERCIALIZADAS PELO SETOR MADEIREIRO DO
MUNICÍPIO DE ALTAMIRA - PA, BRASIL

Josy Tainara Silva Silva¹; Andreyla Barbosa da Cunha²; Gustavo Henrique Santos
Vieira³; Irislene da Silva Lima ; Maria Naruna Félix de Almeida .
4 5

¹ Discente de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará - Campus Altamira, Rua Coronel José
Porfirio, Bairro São Sebastião, Cidade de Altamira - Pará, CEP 68372-040; josy.silva@altamira.ufpa.br; ²
Discente de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará - Campus Altamira; ³ Discente de
Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará - Campus Altamira; Discente de Engenharia
4

Florestal; Universidade Federal do Pará - Campus Altamira; Docente de Engenharia Florestal;


5

Universidade Federal do Pará - Campus Altamira.

A caracterização anatômica macroscópica possui grande aplicação prática; por ser um


processo rápido que permite a identificação de muitas espécies comerciais, e apresenta
vantagens como baixo custo e rapidez na determinação. Apesar do avanço no processo
de identificação da madeira, no setor madeireiro é comum que diferentes espécies sejam
conhecidas pelo mesmo nome popular, o que gera identificações equivocadas. Portanto,
este trabalho teve como objetivo a caracterização anatômica macroscópica de quatro
espécies comercializadas pelo setor madeireiro do município de Altamira - PA. Para a
realização do estudo, foram coletadas amostras de madeiras em serrarias do município,
comercializadas pelos nomes comuns de Amarelão, Guariúba, Angelim Pedra e Jatobá.
As amostras foram analisadas no Laboratório de Morfoanatomia da Universidade
Federal do Pará, Campus Altamira. A descrição macroscópica das espécies foi realizada
no plano transversal e tangencial, com uso de lupa de 10x de aumento, e identificadas
com o uso da chave de identificação (IPT) e da literatura. Após comparação, foram
catalogadas as espécies: Bagassa guianensis Aubl. (Tatajuba): Com a presença de poros
visíveis a olho nu, grandes e poucos, a maioria obstruído por tilos, parênquima axial
classificado como escasso e os raios como não estratificados.Cordia trichotoma (Vell.)
Arrab. ExSteud. (Guariúba): Com a presença de poros solitários, agrupados radialmente
e difusos, obstruídos por tilose, parênquima axial indistinto sob lente, e os raios
dispostos irregularmente com estrutura não-estratificada; Hymenolobium petraeum
Ducke. (Angelim Pedra): Com a presença de poros médios a grandes e poucos,
porosidade difusa, solitários com alguns múltiplos, em cadeias radiais e obstruídos por
tilos, o parênquima axial paratraqueal aliforme para confluente em trechos longos, e
raios visíveis a olho nu no topo e na face tangencial na qual sua estratificação é regular;
e Hymenaea courbaril L. (Jatobá): Com a presença de poros solitários, porosidade
difusa e obstruídos por tilose, parênquima axial apotraqueal classificado em faixas
marginais e os raios não estratificados. Madeiras conhecidas popularmente por
Amarelão geralmente são da espécie Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr., no entanto,
constatou-se que a espécie coletada era na realidade Bagassa guianensis Aubl.,
conhecida como Tatajuba, o que reforça a importância da anatomia na distinção de
espécies, garantindo o acesso do consumidor ao produto correto.
PALAVRAS-CHAVE: Altamira; Identificação anatômica; Madeira; Serrarias. 

35
4036

O PERFIL DAS MARCAS DE CHOCOLATE DA TRANSAMAZÔNICA


DO XINGU

Sandy Lopes Portilho¹; Débora Caroline Araújo de Jesus²; Silvia Cristina Maia


Olímpio³.
¹Graduanda do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará –
UFPA; Coronel José Porfírio, Esplanada do Xingu, Altamira, 68372-040; E-mail:
saandyportilhoo24@gmail.com; ²Graduanda do curso de Engenharia Agronômica da
Universidade Federal do Pará – UFPA, E-mail: deborakarool@gmail.com; ³Professora
Dra. do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará – UFPA,
E-mail: silviamaia@ufpa.br.

O cacau (Theobroma cacao) é fruto de uma planta arbórea originária da América do Sul
e possui grande destaque de produção no Estado do Pará. O crescimento da
cacauicultura no Pará apontou como o maior produtor de cacau no Brasil nos últimos
dois anos, o qual é responsável por impulsionar o mercado da região Transamazônica do
Xingu e vem se destacando progressivamente com seus significativos níveis de
produção e qualidade. A semente é o principal produto comercializado, após
fermentação e secagem, para fabricação de chocolate que possui grande reconhecimento
nacional e internacional. A demanda por chocolates de alta qualidade tem aumentado no
mundo inteiro, e os consumidores estão cada vez mais seletivos, abertos à inovação e
sabores diferenciados. Este resumo tem por objetivo principal compreender o perfil das
marcas de chocolate atuantes na região da Transamazônica do Xingu, através da
pesquisa exploratórias de natureza qualitativa formuladas pelo Google Forms. Foram
selecionados doze representantes dentre homens e mulheres das marcas de chocolate da
Região Transamazônica: Ascurra Chocolate, Sabor e Arte do Cacau, Cacauway,
Bombons Finos Curuais, Santa Amazônia, Kakao Blumenn, Chácara Pantanal, Sítio
santo Onofre, Cooperativa Coopercau, Cacau Xingu, Dôralícia e Abelha Cacau, para
responder o questionário contendo quatorze perguntas exploratórias. No objetivo
específico inicial foi proposto compreender, identificar e analisar o segmento destas
marcas de chocolate atuantes na região do Xingu, e a partir das análises das respostas
apresentadas foi possível prever os resultados a seguir: 83% dos entrevistados são
mulheres, o que significa que a representação das empresas pesquisadas vem do ramo
feminino; 58,3% têm idade entre 41 a 55 anos; 18,5% das marcas de chocolate sendo a
Coopercau e Bombons Finos Curuaias, são as pioneiras no mercado do chocolate desde
2002; mais de 33,3% das empresas são da cidade de Altamira e 33,3% da cidade de
Medicilândia; Em Altamira 42,2% dos clientes consomem chocolate de todas as
marcas; O Nibs e a amêndoa são os produtos mais fornecidos aos clientes, seguido da
barra de chocolate,trufas de chocolate e polpa do cacau; 33,3% das marcas de chocolate
conseguem empregar até seis funcionários fixos. Os resultados dessa pesquisa mostram
a importância do perfil individual de cada empresa, nesse sentido é pertinente afirmar
que a aproximação com os clientes, em concordância com suas necessidades, desejos,
acessibilidade no processo de compra, agregam valor às marcas e atribuem maior
relevância das mesmas para um determinado público-alvo. Por essa razão, as empresas
buscam diversificar seus produtos, estar próximo do seu público alvo, atender outros
mercados fora da região, manter as relações culturais do território, essas são algumas
estratégias das marcas identificadas na pesquisa. 

PALAVRAS-CHAVE: Chocolate; Empresa; Marca; Mercado.

36
4037

TAXONOMIA DE LEGUMINOSAS NA REGIÃO DA VOLTA GRANDE


DO XINGU, PARÁ, BRASIL

Nicole Guerre Campos¹; Sabrina Nascimento Araujo²; Genilson Santana Sousa³;


Gabriel Barros Monteiro; Victor Souza da Silva . 5

¹Discente de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará, Campus Altamira; R. Coronel José
Porfírio – São Sebastião, Altamira - PA, 68371-030; nicoleguerre140504@gmail.com ; ²Discente de
Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará, Campus Altamira; ³ Discente de Engenharia
Florestal; Universidade Federal do Pará, Campus Altamira; Discente de Engenharia Florestal;
4

Universidade Federal do Pará, Campus Altamira; 5


Discente de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Pará, Campus Altamira.

Representando umas das maiores famílias da Angiospermas, a Fabaceae Lindl, ou


leguminosa, inclui 795 gêneros e aproximadamente 20.000 espécies. Apesar de
apresentar um grande número de espécies, trabalhos estes são incipientes na região.
Com isso, o objetivo da presente pesquisa é a descrição e a classificação das espécies de
Fabaceae na região do Xingu. Foram descritas e analisadas exsicatas coletadas na
localidade da Usina Hidrelétrica do Belo Monte, pelos responsáveis da mesma,
comparada com artigos e literaturas especializadas sua terminologia adotada para
classificação das folhas foram de Souza e Rizzini, no sistema APG. Foram analisadas
63 exsicatas, distribuídas em 28 gêneros e 36 espécies, onde observou-se que 98,4% são
folhas de margens lisas e 1,6% margens serradas, 87,4% apresentam nervuras
uninérveas e 12,6% palminérveas, 34,92% espécies apresentam folhas oblongas,
17,56% ovadas, 4,76% assimétricas, 22,22% lanceoladas, 7,93% elípticas e 12,69%
bifoliadas, 4,76% apresentam ápice do tipo rostrado, 9,52% retuso, 6,34% obtuso,
3,17% agudo, 25, 39%, 15,87% cuneado, 6,34% arredondado e 28,57% ápice cirroso,
23,80% das exsicatas apresentam base arredondada, 17,46% cuneada, 28,57% obtusa,
7,93% aguda, 3,17% truncada e 19,04% apresentam base assimétrica. Do exposto,
conclui-se, portanto, que a partir dos resultados obtidos com a análise de 63 exsicatas da
família Fabaceae, temos que há predominância de folhas com as margens lisas, nervura
uninérveas, limbo oblongos, ápice cirrosos e base obtusas. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Características; Fabaceae; herbário; sistemática. 

37
4038

LISTA DE NOMES DOS AUTORES


Alice Maria Farias Amorim
Aline Suzane Carvalho Lima
Alessandra Doce Dias de Freitas
Alexandre Augusto Cardoso Lobato
Alcione da Silva Felix
Amanda Dieila Xipaya Dos Santos
Andressa Marques dos Anjos Rodrigues
Anderson Borges Serra
Ana Beatriz da Conceição Pereira
Andreyla Barbosa da Cunha
Arien Hiusaki de Moura Santos
Ayla Yanne Gomes Pinheiro
Cícero Manoel dos Santos
Débora Caroline Araújo de Jesus
Delziane Araújo Bezerra
Deivison Venicio Souza
Dhyene Rayne Dos Santos Becker
Elce Lima Castro
Elisangela da Silva VIANA
Emerson Augusto Evangelista Dos Santos
Evandro Ferreira da Silva
Fábio Miranda Leão
Fábio de Jesus Batista
Fernanda Santos Ferreira
Fernanda Kelly Ribeiro Gonçalves Leite
Gabriel Barros Monteiro
Genilson Santana Sousa
Gustavo Henrique Santos
Irislene da Silva Lima
Israeli Ingrid Costa de Brito
Isabela Ramos Cosme Curuaia
Jenivaldo Pinheiro Gomes
Josy Tainara Silva Silva
Joiciane Maria de Almeida Andrade
John Victor Sarges Souza
Kayllane David Lima
Kawore Parakanã
Luana Linhares Negreiro
Larissa Iasmim Rodrigues Gomes
Maria Adilane da Conceição Sousa
Marilza Neves Nascimento
Marllisson Borges
Mateus Sabadi Schuh
Maria Naruna Félix de Almeida
Miquéias Freitas Calvi
Natalia Hilgert de Souza Carnevali
Nicole Guerre Campos

38
4039

Raírys Cravo Herrera


Rayllon Da Silva Pinto
Ricardo Bastos Ornellas
Sabrina Nascimento Araujo
Sandy Lopes Portilho
Sayara Beatriz dos Santos Silva
Silvia Cristina Maia Olímpio
Tainá Teixeira Rocha
Thais Santos Souza
Thiago de Oliveira Carnevali
Valeria dos Santos Moraes-Ornellas
Victor Souza da Silva
Vivian Dielly da Silva Farias
Vinícius Tôrres Emerique

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