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Ajuste de curvas como ferramenta tecnológica de comparação entre os indicadores

IDEB e IDEMT no município de Cuiabá, estado de Mato Grosso.

Alan Dailon da Cas

Universidade Federal de Rondonópolis, Brasil

E-mail: alan.cas@aluno.ufr.edu.br

Enzo Henrique Anadão da Silva

Universidade Federal de Rondonópolis, Brasil

E-mail: *coloque seu e-mail aqui*

Gabriela Eduarda dos Santos

Universidade Federal de Rondonópolis, Brasil

E-mail: gabriela.eduarda@aluno.ufr.edu.br

Matheus Fonseca da Cruz

Universidade Federal de Rondonópolis, Brasil

E-mail: Matheus.fonseca@aluno.ufr.edu.br

Resumo
Esse trabalho desenvolve uma curva de tendencia do Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica da cidade de Cuiabá (Ideb-Cuiabá) para os anos iniciais do Ensino
Fundamental, entre os anos de 2017 e 2021. Nessa análise foram levados em conta o
desempenho médio ao longo desses anos. Para essa análise foi utiliza a técnica do ajuste
de curvas pelo método dos mínimos quadrados. Para a plotagem das curvas foi utilizado
o software Exel. Neste trabalho foi possível estabelecer uma curva de tendencia dos
dados, assim como prever resultados futuros e estimar resultados passados, além de
observar o como fatores atípicos como a pandemia afetaram no desempenho
educacional da cidade.

Palavras-chave: Função; Métodos por quadrados mínimos; Ajuste de curvas;


Abstract: Resumo em inglês

This work develops a trend curve for the Basic Education Development Index in
the city of Cuiabá (Ideb-Cuiabá) for the early years of Elementary School, between
2017 and 2021. of those years. For this analysis, the curve fitting technique was used by
the method of least squares. Exel software was used to plot the curves. In this work, it
was possible to establish a data trend curve, as well as predict future results and estimate
past results, in addition to observing how atypical factors such as the pandemic affected
the city's educational performance.

Keywords: Function; Least squares methods; Curve fitting;

1. Introdução
Desde a criação do Sistema de Educação Básica, fez-se necessário que o ensino
e o aprendizado dos alunos fossem comparados e avaliados. A avaliação em larga escala
tem um papel fundamental no cenário brasileiro, passando do domínio e
responsabilidade federal para o estadual e municipal. Esse tipo de avaliação é a
principal ferramenta para a construção da educação. De acordo com Cabrito (2009) para
se ter qualidade em algo, é necessário um conjunto de instrumentos que permitam sua
medida.

Visto isso, os indicadores educacionais foram criados com o intuito de avaliar se


os objetivos educacionais foram atingidos, para que dessa forma, sejam capazes de
facilitar o processo educacional e avaliativo, tendo em mãos o que se pode melhorar,
tirando isso de bases e dados tangíveis. Esses indicadores podem ajudar a qualificar e
acompanhar o desempenho do sistema de ensino e fornecer informações para aos
gestores na hora de formular políticas educacionais.

Para determinada situação, é proposto o índice IDEB. O IDEB representa o


Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que foi criado em 2007, e é calculado a
cada dois anos. De acordo com o Instituto de Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), ele basicamente reúne em um só indicador, os
resultados do fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações, com isso a
avaliação tem um enfoque pedagógico que permite traçar metas de qualidade para o
sistema educacional. O estudo é feito para desde o ensino fundamental até o último ano
do ensino médio. Esse índice pode ir de 0 a 10 (a definição de referência de qualidade
tem como meta igual a 6,0). O governo decidiu criar o IDEB tendo como meta
basicamente a melhoria da qualidade da educação, seja ele no contexto nacional,
estadual e municipal. Dessa forma, quando cada escola, cada professor, cada aluno
alcança suas metas individuais, não há dúvida alguma que isso afetará positivamente no
contexto geral do que se busca. E, mesmo quem já possua o seu índice na média, dever
continuar a evoluir.

Para se ter um traço esperado para o IDEB ao longo do tempo, tem-se a premissa
de que essa trajetória tem o mesmo comportamento de uma função logística, como
mostrado no gráfico abaixo.

Figura 1 - Comportamento esperado da trajetória do IDEB. Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais ‘Anísio Teixeira’ – INEP Ministério da Educação - MEC

Devido a isso, o seguinte trabalho traz como objetivo, utilizar o ajuste de curvas
juntamente aos dados do IDEB (2017,2019 e 2021), para que se possa encontrar uma
solução mais eficiente para os índices do IDEB no sistema de ensino municipal de
Cuiabá, no estado do Mato Grosso, realizando a calibração dos valores aos modelos
correspondentes, com o propósito de alcançar os resultados deste indicador entre os
anos de 2017 a 2021, para que através da curva gerada, ela tenha a capacidade substituir
os resultados fornecidos pelo IDEMT no mesmo período.

2. Metodologia
2.1. Ajuste de Curvas
Pode-se definir ajuste de curvas como sendo um método que tem o objetivo de
encontrar uma curva que será ajustada para uma série de pontos que cumpra parâmetros
adicionais. Existem dois tipos de ajuste, o caso discreto e o caso contínuo, onde o caso
contínuo adequa melhor a função dada e o caso discreto adequam um conjunto de
pontos, isso e feito através de uma aproximação de uma outra função (soma de funções).

Neste artigo o ajuste de curvas será feito pelo método dos mínimos quadrados,
onde esse método tem o objetivo de ajustar g(x)= f(x) de modo que os desvios
quadráticos sejam mínimos. Para que isso aconteça, os coeficientes a i que são
responsáveis pela aproximação de g(x) com f(x), irão minimizar a função.

n
Minimizar ∑ (f ( x i ) −g ( x i ) ) ²
i=1

n
minimizar ∑ ei  minimizar (erros)²
2

i=1

Fonte 1: UNESP.
Dizemos que este é um modelo matemático linear porque os coeficientes a
determinar, α 1 , α 2 ,… , α n aparecem linearmente, embora as funções
g1 ( x ) , g 2 ( x ) , … , g n( x) possam ser funções não lineares de x, como por exemplo,

g1 ( x ) =e x , g2 ( x )=( 1+ x 2 ) etc (Ruggiero e Lopes, 1997).

Dada a tabela abaixo com as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação


Básica (IDEB) dos anos referentes aos anos finais do município de Cuiabá – MT dos
anos de 2017, 2019 e 2021 nas disciplinas de Português e Matemática.
Tabela 1 - Notas IDEB de Cuiabá-MT.

ANO IDEB
2017 4,5
2019 4,6
2021 4,9
Fonte 2 – IDEB, 2021, INEP.
Com os dados obtidos, foi feito um diagrama de dispersão onde (x) é o ano e (y)
o valor do IDEB.

Figura 2 - Diagrama de Dispersão das notas do IDEB de Cuiabá-MT.

4.9
4.9
4.85
4.8
4.75
IDEB

4.7
4.65 4.6
4.6
4.55 4.5
4.5
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
ANO

Fonte 3 - O autor, 2023.


Através desse diagrama, pode-se visualizar a curva que melhor se ajusta aos
dados. Dados os pontos (x1, f(x1)), (x2, f(x2)), ..., (xm, f(xm)) e as funções g1(x),
g2(x), ..., gn(x) que serão escolhidas de alguma forma (Ruggiero e Lopes, 1997).

Deve-se determinar o coeficiente a i, onde para determina-lo há de considerar que


m (número de pontos que são tabelados) deve ser sempre maior ou igual a n (número de
funções escolhidas). O objetivo maior é encontrar os coeficientes a 1, a 2, ..., a n tal que a
função φ ( x )=a1 g1 ( x )+ a2 g 2 ( x )+ …+a n gn ( x ) seja mais próximo possível de f(x).

O desvio em k é determinado pela subtração: d k =f ( x ¿¿ k )−φ( x ¿¿ k )¿ ¿ , onde


d k seja mínimo para todo k=1,2, ..., m.

O método dos quadrados mínimos é feito pela escolha dos aj’s onde a soma dos
quadrados dos desvios seja a menor possível. Para que isso ocorra, a soma de
m m

∑ d 2k =∑ (f ( x k )−φ ( x k )) ² deve ser mínima e dessa forma, tem-se que cada parcela de
k =1 k=1

[f ( x k )−φ ( x k ) ] ² é pequena onde cada desvio é pequeno também.

Com isso, os responsáveis por fazer a aproximação de φ ( x) e f(x) são os que


minimizam a função.

m
F ( α 1 , α 2 , … , α n ) =∑ [ f ( x k ) −φ ( x k ) ] →
2

k=1

∑ [ f ( x k )−α1 g 1 ( x k ) −α 2 g2 ( x k )−… α n g n ( x k ) ]
2

k =1

Usando o Cálculo Diferencial, sabendo que, para obter um ponto mínimo de


F (α 1 , α 2 , … , α n), tem-se que, inicialmente, encontrar seus pontos críticos, ou seja, os
(α 1 ,α 2 ,… , α n) (Ruggiero e Lopes, 1997), onde:

F
( α ,α ,… , α n )=0 , j=1 , 2, … , n .
αj 1 2

Fazendo a derivada parcial para cada j= 1, 2, ..., n, tem-se:

F
¿
αj

Impondo a condição

F
( α ,α ,… , α n )=0 , j=1 , 2, … , n .
αj 1 2

Tem:

∑ [ f ( x k )−α1 g 1 ( x k ) −… α n gn ( x k ) ][−g j ( x k ) ] =0 , j=1 , 2 , … ,n .


k =1

Dessa forma, tem-se:


{
m

∑ [ f ( x k ) −α 1 g1 ( x k )−… α n g n ( x k ) ][−g 1 ( x k ) ]
k=1
m

∑ [ f ( x k ) −α 1 g1 ( x k )−… α n g n ( x k ) ][−g 2 ( x k ) ] →
k=1

m

∑ [ f ( x k ) −α 1 g1 ( x k )−… α n g n ( x k ) ][−g n ( x k ) ]
k=1

→¿

(1)

Foi escolhida a função ^y =α +b 1 x 1+ b2 x22

Tabela 2 - Função tabelada

Ano 2017 2019 2021


y 4,5 4,6 4,9

Para preencher a lacuna X da tabela, deve-se aplicar a fórmula abaixo, de modo


que, t representa a média dos anos disponíveis e ti o ano em questão.

x=( t i−t )∗2

Dessa forma, substituindo os valores da tabela 2, tem-se que os valores para X,


suas multiplicações e suas somas totais são citados abaixo.

Tabela 3 - Dados completos IDEB

Ano x y x*y x² y² y*x² x4


2017 -4 4,5 -18 16 20,25 72 256
2019 0 4,6 0 0 21,16 0 0
2021 4 4,9 19,6 16 24,01 78,4 256
 0 14 19,6 32 65,42 150,4 512
Para uma reta y = a + bx, onde a e b são parâmetros a serem determinados. Neste
caso, deve-se minimizar a distância de cada ponto (xi , yi) da tabela à cada ponto (xi , a
+ bxi) da reta, conforme ilustra a figura abaixo (Notas de aula de Métodos Numéricos,
ICEB, UFOP).

Figura 3 - Distância de um ponto (xi,yi) à reta y=a+bx

Fonte 4 - Notas de aula de Métodos Numéricos, ICEB, UFOP).

A distância desses pontos é |yi – a – bxi| e a soma do quadrado dessa distância é


feito pela equação abaixo.

n
q=∑ ( y i−a−bx i)²
i=1

Os candidatos a ponto de mínimo da função acima, são aqueles para os quais são
nulas as derivadas parciais de q em relação a cada um de seus parâmetros, ou seja:

n
q
=−2 ∑ ( y i −a−bxi ) =0
a i=1

n
q
=−2 ∑ x i ( y i−a−bx i )=0
b i=1

Sabendo que:

n n n n n

∑ ( y i−a−bx i )=∑ y i ∑ a−∑ b x i → ∑ y i−¿ na−¿ ¿ ¿ ¿ ¿


i=1 i=1 i=1 i=1 i=1
E também, que:

n n

∑ ( y i−a−bx i )=∑ a−¿ ¿ ¿


i=1 i=1

Com isso, é possível obter o sistema de equações abaixo, onde as incógnitas a e


b são pertencentes a equação y = a + bx.

Para a equação escolhida, tem-se que o sistema é:

{
∑ y=na+ b2∗∑ x ²
∑ x∗y=b1∗∑ x ²
∑ y∗x 2=a∗∑ x 2 +b 2∗∑ x 4
Sabendo que n é o número da quantidade de anos analisados, no caso 3,
substituindo os valores da tabela 3, tem o seguinte sistema abaixo:

{
14=3∗a+ b2∗32
19,6=b1∗32
150,4=32∗a+ b2∗512

Resolvendo o sistema acima, foi obtido os seguintes valores para a, b1 e b2:

{
a=4,6
b1=0,6125
b2=0,00625

Assim, substituindo na equação da reta, tem:

^y =4,6+0,6125 x 1+ 0,00625 x 22

2.2. Coeficiente de Determinação (R2)

O coeficiente de determinação pode ser explicado como a razão entre


variação explicada e a variação total e mensura a relação existente entre a variável
dependente e as variáveis independentes. R2 varia entre 0 e 1, quando R2 = 1 todos
os pontos observados se situam exatamente sob a curva de ajuste, ou seja, as
variações de y são 100% explicadas pela variação dos x’s através da função
especificada, não havendo desvios em torno da função estimada. Quando R2 = 0
conclui-se que as variações de y são exclusivamente aleatórias e a introdução das
variáveis x’s no modelo não incorporará informação alguma sobre as variações de y
(Lima et al., 2022).

2
R =¿¿

Resolvendo a equação acima, tem o valor para R² = -137,10.

3. Resultados e Discussões
Aqui você vai por os resultados obtidos e explica-los. Resultados: gráficos
obtidos, ajuste de curva e etc.

4. Considerações Finais
Foi possível analisar que a curva que mais se ajusta aos dados obtidos é
uma equação do segundo grau, observou-se também uma crescente no IDEB no
município de Cuiabá nos últimos anos e apesar dos anos de pandemia de 2019 a
2021 o município não teve queda no seu indicador, o que indica uma boa
estratégia do município em ensino remoto. Observando a curva observamos que
apesar de ter crescido na pandemia o ideb ainda está abaixo da média do brasil e
atingirá a meta dos valores esperados somente em (Fonseca?). Para uma análise
futura sugere-se fazer uma análise dos efeitos da pandemia na perspectiva de
crescimento do ideb no país e em Cuiabá.

5. Referências
RUGGIERO, M. A. G. Calculo Numérico: Aspectos Teóricos e Computacionais. 2. ed.
São Paulo: ABDR, 1998. p. 1-401.

UNESP. Ajuste de Curvas. Disponível em:


http://wwwp.fc.unesp.br/~adriana/Numerico/Ajuste.pdf. Acesso em: 15 abr. 2023.

EDU. IDEB. Disponível em: https://qedu.org.br/municipio/5103403-cuiaba/ideb.


Acesso em: 18 abr. 2023.

DECOM UFOP. Ajuste de Curvas pelo Método dos Quadrados Mínimos. Disponível
em:
http://www.decom.ufop.br/prof/marcone/Disciplinas/MetodosNumericoseEstatisticos/
QuadradosMinimos.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (org.). Índice de Desenvolvimento da Educação


Básica (Ideb). 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/
ideb. Acesso em: 4 maio 2023.

Cabrito, B. G. (2009). Avaliar a qualidade em educação: avaliar o quê? Avaliar como?


Avaliar para quê?. Cadernos Cedes, 29, 178-200.

Borges, R. M. (2018). Indicadores educacionais em foco: análise frente à realidade


brasileira. Avaliação da educação: referências para uma conversa.

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