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Importância da Extensão Rural

Introdução
Embora ações extensionistas estejam registradas na história da Antiguidade,
contemporaneamente o termo teve origem na extensão praticada pelas universidades
inglesas na segunda metade do século XIX. No início do século XX, a criação do serviço
cooperativo de extensão rural dos Estados Unidos, estruturado com a participação de
universidades americanas, conhecidas como land-grant colleges, consolidou naquele país,
pela primeira vez na História, uma forma institucionalizada de extensão rural.
A assistência técnica e a extensão rural têm importância fundamental no processo de
comunicação de novas tecnologias, geradas pela pesquisa, e de conhecimentos diversos,
essenciais ao desenvolvimento rural no sentido amplo e, especificamente, ao
desenvolvimento das atividades agropecuária, florestal e pesqueira.
As origens históricas dos serviços de extensão rural não oficiais no Brasil remontam ao
início do século XX, com a institucionalização dos cursos de Ciências Agrárias em nível
superior (Agronomia) ou em nível técnico (Técnico em Agropecuária). A criação
institucional dos serviços, porém, só se dá a partir da década de 50, com a criação nos
estados de entidades chamadas associações de crédito e assistência rural (ACAR), na
época coordenadas pela Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural (ABCAR),
criada em 21 de junho de 1956. Estas instituições eram entidades civis, sem fins
lucrativos, que prestavam serviços de extensão rural e elaboração de projetos técnicos
para obtenção de crédito rural junto aos agentes financeiros.
O modo de ação das ACARs foi inspirado no modelo utilizado nos Estados Unidos da
América, já que sofreu bastante irtervenção de organizações oriundas daquele país, mas
distintamente daquela realidade, no Brasil os serviços não eram realizados pelas
Universidades, mas sim pelas Associações recentemente criadas.
O tema da Extensão Rural está em permanente discussão, tanto na academia quanto entre
os formuladores de políticas públicas, bem como entre extensionistas. Há diversos
estudos, no Brasil e no exterior, enfocando aspectos históricos, modelos e sistemas,
metodologia de ação, formas de organização e casos diversos. Entretanto, aparentemente
há uma carência de estudos sobre a regulação desta atividade.

Definição
O termo extensão rural não é auto-explicativo. Desde a implantação do modelo
cooperativo de extensão americano foram muitas as iniciativas de conceituação de
extensão rural. Os conceitos evoluíram com o tempo e as mudanças conjunturais e
particularidades da dinâmica e estrutura socioeconômica e cultural de cada país.
Extensão rural é um dos ramos das ciências agrárias que se ocupa em fornecer serviços
de educação formal, ou não, de caráter continuado para o meio rural e pesqueiro,
auxiliando e promovendo processos de gestão, produção, beneficiamento e
comercialização das atividades, bem como dos serviços agropecuários e não
agropecuários, incluindo as atividades agroextrativistas, florestais e artesanais.
Via de regra vemos os termos assistência técnica e extensão rural serem empregados
juntos, entretanto há de se fazer uma separação, inclusive para destacar a característica de
cada atividade.
A assistência técnica se caracteriza pelo fato de que esta não tem, necessariamente, um
caráter educativo, pois visa somente resolver problemas específicos, pontuais, sem
capacitar o produtor rural; já o processo, extensão rural significa, num sentido literal, o
ato de estender, levar ou transmitir conhecimentos de sua fonte geradora ao receptor final,
o público rural.
Todavia, como processo, em um sentido amplo e atualmente mais aceito, extensão rural
pode ser entendida como um processo educativo de comunicação de conhecimentos de
qualquer natureza, sejam conhecimentos técnicos ou não.
A extensão rural como instituição ou organização, refere-se às organizações estatais dos
estados, prestadoras dos serviços de Ater. A expressão “extensão rural” é entendida, neste
caso, como a instituição, entidade ou organização pública prestadora de serviços de Ater
nos estados.
O termo extensão rural também pode ser entendido como uma política pública. Neste
caso referimo-nos às políticas de extensão rural, traçadas pelos governos (federal,
estaduais ou municipais) ao longo do tempo, através de dispositivos legais ou
programáticos, mas que podem ser executadas por organizações públicas e/ou privadas.
É por ter um caráter educativo que o serviço de extensão rural é, normalmente,
desempenhado pelas instituições públicas de Ater, organizações não governamentais, e
cooperativas, mas que também prestam assistência técnica.

O papel da extensão rural


A extensão rural é um processo de educação não formal que leva as famílias dos
agricultores, pescadores e povos tradicionais ao encontro do conhecimento e da
tecnologia. Nesse encontro busca-se o desenvolvimento tanto das famílias como dos
territórios onde elas vivem, e das organizações em que participam. Para que isso aconteça,
o extensionista tem como ferramentas de trabalho o que chamamos de métodos de
extensão, que são visitas técnicas e atividades coletivas de capacitação como: oficinas,
cursos, dias de campo, reuniões com demonstrações de método, palestras, excursões,
entre outros, seguindo sempre o planejamento para aquele município ou região. O
extensionismo é um instrumento de desenvolvimento econômico e social.
Atualmente, metade dos produtores do país recebe assistência técnica. É o extensionista que
transfere o conhecimento produzido nos órgãos de pesquisa e nas universidades. São esses
profissionais que transformam a linguagem científica em conhecimento prático.
Extensão Rural visa estimular a população rural para que se processem mudanças em sua maneira
de cultivar a terra, de criar o seu gado, de administrar o seu negócio, de dirigir o seu lar, de
defender a saúde da família, de educar os seus filhos e, de trabalhar em favor da própria
comunidade.
Levar novas tecnologias e habilidades sobre práticas agropecuárias ambiental e doméstica, que
visam à melhoria da produção, à geração de emprego e renda e, consequentemente, à melhoria
na qualidade de vida do homem do campo é o principal objetivo da Extensão Rural.

O Extensionista
A produção de alimentos com tecnologia e sustentabilidade, famílias rurais e pesqueiras
com mais qualidade de vida e maior renda, novas gerações permanecendo na propriedade
rural e assumindo o empreendimento familiar por opção. Há anos essas transformações
vêm acontecendo no campo e no litoral brasileiro em grande parte devido à atuação de
um profissional que o meio urbano ainda conhece pouco: o extensionista rural. Essa
profissão começou a ser oficialmente exercida no Brasil em 1948 com a criação da
empresa de extensão rural de Minas Gerais, e tem data comemorativa no mesmo dia de
fundação da instituição mineira: 6 de dezembro.
Podem se candidatar a carreira pública ou privada de extensionista rural ou aquícola e
pesqueira os profissionais das seguintes áreas: medicina veterinária, zootecnia,
engenharia agronômica, licenciatura em ciências agrarias, engenharia de pesca,
engenharia de aquicultura e ciências sociais, entre outras.
Fortalecer o extensionismo é possibilitar a maior presença de técnicos junto aos produtores
e, com isso, identificar problemas, recomendar tecnologias e colher mais produtividade e
qualidade tanto nos alimentos como na vida das famílias rurais.
A missão de um extensionista é fundamental para o desenvolvimento das cadeias
produtivas quer sejam agropecuárias, aquícolas ou pesqueiras. A extensão rural associada
a assistência técnica é a ferramenta imprescindível para o desenvolvimento
ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável da produção
agropecuária, aquícola ou pesqueira.

O serviço de extensão rural no Brasil


A extensão rural Brasileira está organizada por entidades estaduais, vinculadas aos
governos estaduais de formas distintas. Todas estas entidades estão vinculadas à
ASBRAER (Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e
Extensão Rural) como forma de integração e para defesa da extensão rural Oficial,
assegurando a inserção da Assistência Técnica Oficial e da extensão rural na agenda
nacional, visando um modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável,
economicamente viável e socialmente justo, visando garantir o futuro das próximas
gerações.
Todos os Estados da Federação possuem, em maior ou menor grau de organização e
alcance, um órgão estadual de extensão rural e Assistência Técnica. Estes órgãos são
voltados prioritariamente ao atendimento de agricultores familiares, sem no entanto
deixar de atender o público mais consolidado no sentido de apresentar soluções e
alternativas para o desenvolvimento rural de modo mais sustentável. As entidades
estaduais que atuam na área são as seguintes:
 Acre: EMATER-AC  Mato Grosso: EMPAER
 Alagoas: EMATER AL  Mato Grosso do Sul: AGRAER
 Amapá: RURAP  Minas Gerais: EMATER-MG
 Amazonas: IDAM  Paraíba: EMATER PB
 Bahia: BAHIATER  Pernambuco: IPA
 Ceará: EMATER CE  Rondônia: EMATER RO
 Distrito Federal: EMATER DF  Roraima: DATER
 Espírito Santo: INCAPER  Pará: EMATER PA
 Goiás: EMATER GO  Paraná: EMATER PR
 Maranhão: AGERP  Rio de Janeiro: EMATER RJ
 Piauí: EMATER PI  Santa Catarina: EPAGRI
 Rio Grande do Norte: EMATER RN  Sergipe: EMDAGRO
 Rio Grande do Sul: EMATER RS  Tocantins: RURALTINS
 São Paulo: CATI

O Brasil tem um perfil rural e uma economia agropecuária muito diversificados. Um


modelo ou sistema único de Ater dificilmente atenderia a toda a demanda potencial
existente. O pluralismo de modelos que combinem financiamento e agentes públicos e
privados, de modo a atender a todos os públicos é a melhor saída para um
desenvolvimento mais rápido e sustentado. Nesse sentido, o Estado tem um papel ainda
por cumprir através de um maior estímulo ao financiamento público da contratação de
serviços estatais ou privados de Ater. Embora já exista no Brasil um mercado para
serviços privados de Ater, são necessárias pesquisas a seu respeito, bem como o
aperfeiçoamento da legislação existente. Se o País quiser atender às expectativas
mundiais de grande produtor de matérias primas agropecuárias e alimentos, não poderá
limitar-se à discussão sobre o fim dos subsídios.

Conclusões
“Hoje a atuação do extensionista vai além de difundir técnicas. Ela é mais abrangente,
construtiva e integrada. O trabalho deve ser para a busca permanente da melhoria da
qualidade de vida das pessoas e do desenvolvimento pleno dos agricultores bem como
toda a sociedade, visto que os avanços que implicam a produção de alimentos também
têm impacto nos consumidores, que estão principalmente no meio urbano”,
Darlan Rodrigo Marchesi
“A extensão rural é o elo entre o conhecimento e o produtor. O extensionista é o maior vendedor
de ideias do mundo. Ele convence o produtor a acreditar e a arriscar em sua palavra, nas
suas orientações. É uma relação de confiança entre o profissional e o produtor”.
Confúcio Guedes

Pensando sobre o Assunto:


1 – Você como futuro técnico em agropecuária se sente preparado para trabalhar como
extensionista? Se sim, justifique sua resposta, se não, quais são as suas principais dificuldades?
2 – Na sua opinião qual a importância da extensão Rural para a agricultura?
3 – Quais são as suas conclusões sobre o texto?

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