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EXTENSÃO RURAL

CONCEITOS

A extensão rural consiste em procedimentos técnicos e


organizativos empregados pelos extensionistas, na sua função
educadora do produtor rural, da população rural produtora,
compreendendo o agricultor ou criador, a dona de casa rural e
o jovem adolescente do campo

Procura compatibilizar esses interesses com os dos


consumidores e os da política governamental.
A Extensão rural busca promover a educação no meio rural
sempre com o objetivo de estabelecer o diálogo democrático e a
troca de informações com o público beneficiário.

A extensão é também a organização rural, desenvolvendo


condições de liderança, em programas e projetos de interesse
dos produtores, das famílias rurais e dos trabalhadores
eventuais.

Procura compatibilizar esses interesses com os dos


consumidores e os da política governamental.
O Extensionista Rural é o técnico que promove a orientação
dos agropecuaristas de maneira localizada, visando
principalmente à resolução de problemas relacionados à
agropecuária.

O Extensionista rural é o profissional responsável por levar


esse conhecimento aos produtores, o que deve ser realizado
mediante livre consentimento e consulta prévia aos
interessados.
O Extensionista precisa conhecer em detalhes o
empreendimento:

 local, clima, solo,

metas, estágio atual e outros dados importantes.

vaiatender, sabendo tudo o que aconteceu anteriormente, tudo o


que acontece atualmente e tudo o que o agricultor espera realizar;
isso facilitará toda a recomendação do técnico em relação à
propriedade que está sendo assistida.
A extensão rural não se vincula apenas aos aspectos de
produção agrícola: é necessário saber também o que é bom e
necessário para o homem rural, sua família, seus
estabelecimentos (no caso, a propriedade rural) e a sociedade
em um todo.

O extensionista visa a melhoria das condições de produção e


de bem-estar das famílias rurais mediante o emprego de
métodos de “aprender fazendo”. Ele é responsável pela
educação, por orientar o aproveitamento racional dos recursos
naturais renováveis, dos recursos alimentares, tecnológicos,
materiais e financeiros.
A extensão rural é composta por profissionais como médicos
veterinários, agrônomos, engenheiros de pesca, assistentes
sociais, economistas domésticos, biólogos, geólogos, técnicos
agrícolas, psicólogos, pedagogos, dentre outros.

O extensionista rural tem um papel fundamental no auxílio dos


produtores rurais na organização e no planejamento de suas
propriedades rurais.

A política agrícola aborda um conjunto de medidas e ações do


Estado praticadas por meio de planos e programas
governamentais direcionados ao setor agropecuário.
Objetivos da Assistência Técnica e Extensão Rural
A extensão rural tem a responsabilidade de colocar o produtor
rural em contato com os recursos científicos e tecnológicos que
lhe permite vencer as dificuldades do meio.

A extensão deve dar respostas a muitos problemas dos


agricultores e das famílias rurais, dos laboratórios e das
estações experimentais e das propriedades. Traz dos
estabelecimentos e lares rurais os problemas que devem guiar
o trabalho de investigação.
São princípios da PNATER:

I – desenvolvimento rural sustentável, compatível com a


utilização adequada dos recursos naturais e com a preservação
do meio ambiente;

II – gratuidade, qualidade e acessibilidade aos serviços de


assistência técnica e extensão rural;
III – adoção de metodologia participativa, com enfoque multidisciplinar,
interdisciplinar e intercultural, buscando a construção da cidadania e a
democratização da gestão da política pública;

IV – adoção dos princípios da agricultura de base ecológica como enfoque


preferencial para o desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis;

V – equidade nas relações de gênero, geração, raça e etnia;

VI – contribuição para a segurança e soberania alimentar e nutricional.


Em relação à ATER, seus OBJETIVOS são:

Melhorar o desempenho dos diferentes segmentos de produtores

Ampliar a utilização de práticas sustentáveis

Aumentar o acesso qualificado à inovação

Promover maior participação do setor agroalimentar nas


economias locais e no crescimento do país.
DESAFIOS

Lidar com os contrastes e priorizar os mais pobres;

Ampliar a participação dos municípios;

Regular a ATER privada;


Direcionar a ATER para resultados;

Atualizar continuamente o perfil do extensionista;

Melhorar a integração pesquisa e extensão.


Diferença entre assistência técnica e extensão rural.

a extensão é um processo educativo de comunicação de


conhecimentos (que podem ser técnicos ou não).

 a assistência técnica, busca resolver problemas específicos,


pontuais, sem capacitar o produtor rural.
O público-alvo da extensão rural ofertada pelo governo federal
tem por preocupação o pequeno agricultor (agricultura familiar)
— essa agricultura é a responsável por produzir o que
consumimos em nosso dia a dia, principalmente, verduras e
legumes.

Já a extensão rural ofertada por empresas privadas, sobretudo


por indústrias produtoras de insumos, máquinas e implementos,
tem seu maior foco no médio e no grande produtor (agricultura
empresarial). Dentre os principais produtos produzidos pelos
grandes produtores rurais, estão cereais, café, cítricos, entre
outros.
Da ATER realizada por instituições públicas, são beneficiados:

Assentados da reforma agrária;


Povos indígenas;
Remanescentes de quilombos;
Demais povos e comunidades tradicionais;
Agricultores familiares ou empreendimentos familiares rurais;
silvicultores, extrativistas e pescadores;
Participantes de programas de colonização e irrigação assistidos
pelo governo federal.
O produtor rural (pessoa física ou jurídica) é classificado de
acordo com a Receita Bruta Agropecuária Anual (RBA), como
você confere a seguir.

Pequeno produtor: até R$ 415.000,00 (quatrocentos e quinze


mil reais).
Médio produtor: acima de R$ 415.000,00 (quatrocentos e
quinze mil reais) até R$2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Grande produtor: acima de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de
reais)
QUESTÕES
EXERCÍCIO
1) Conceitue:
 Extensão Rural;
Extensionista;
Ações Extensionistas;
Políticas Públicas.

2) Defina Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), os seus


objetivos e o seu público alvo.
HISTÓRICO
DA
EXTENSÃO RURAL
Histórico da extensão rural

1948 - começa a se ouvir falar de extensão rural no Brasil.

1948 e 1960, o extensionista é visto na forma de um técnico


conhecedor das ciências agrárias (as ciências voltadas à
agricultura e pecuária);

Suas funções eram buscar maior produtividade agropecuária,


aumentar a renda e diminuir a utilização de mão de obra.
Trabalhavam em cada região um extensionista do setor
agropecuário e um do setor de economia doméstica.

Não se perguntava sobre o que já havia sido cultivado nem


qual era a ideia do agricultor quanto ao que fazer na terra,
apenas apresentavam-se a ele mudanças de técnicas com
o uso de métodos que nem sempre eram os ideais para a
região.

O importante era resolver questões imediatas.


Entre os anos de 1964 e 1980, com as facilidades de
obtenção de dinheiro, toda a atenção é voltada para
aumentar a produção agrícola, que recebe o nome de
Modelo Produtivista.

Um pacote tecnológico é financiado ao setor agropecuário,


visando ao aumento de produção composto por: Insumos;
sementes; fertilizantes e defensivos agropecuários; máquinas
diversas; implementos variados: adubadeiras, plantadeiras,
distribuidores de calcário e pulverizadores diversos.
• Entre1964 e 1980, a agropecuária recebeu incentivo por
meio de crédito subsidiado, e a tecnologia foi implantada
em troca de empréstimos bancários gerados e
administrados pelo governo federal.
A função do extensionista era estimular o homem do
campo rumo às grandes produções.

O objetivo do governo para o setor agropecuário:


Abastecer o mercado interno brasileiro;
Exportar para outros países na geração de superávits
A produção aumentou e a agropecuária cresceu, mas isso
gerou uma gradativa perda de qualidade dos produtos,
além de abusos com a utilização de hormônios e outros
produtos que positivamente não favoreciam a saúde dos
consumidores.
•O Seguro de Lavoura, atrelado ao financiamento
subsidiado oferecido ao agricultor (Proagro), em alguns
momentos, deixava de servir a seu propósito e era mal
usado pelo agricultor.

• Nesseperíodo, surge a Empresa Brasileira de Assistência


Técnica e Extensão Rural - EMBRATER.
•A extensão ainda estava ligada ao dinheiro com juros baixos do
Governo Federal (crédito subsidiado); quem não usava esse crédito na
lavoura não tinha direito a desfrutar do serviço de um extensionista.

• Com o fim do crédito subsidiado na década de 1980, começa uma nova


etapa para o extensionista, o que sugere uma reflexão quanto às
propostas oferecidas e sobre tudo que já existe: criticidade.
Extensão rural nos dias atuais

A criticidade requer participação tanto do Extensionista como do


agropecuarista; é preciso que se considerem a sociedade local e sua cultura
no processo de intervenção provocado pela exposição de novos
conhecimentos, sem que, para isso, seja necessário desconsiderar o

conhecimento herdado de pai para filho.


O desafio dos órgãos de pesquisa, das universidades e dos
movimentos sociais é criar estratégias para colocar em
prática metodologias participativas, que incluam a
agricultura familiar desde a concepção até a efetivação do
uso de novas tecnologias,
tornando-os parte integrante
do processo inovador e
valorizando seu passado e
seus anseios futuros.
A Extensão Rural deixou de ser
apenas do Extensionista vinculado
a ciências agrárias e passou a
envolver todos os setores, como
a pedagogia, a psicologia, o serviço
social, a administração e tantas
outras, em uma interdisciplinaridade
muito positiva.
•O conhecimento dos detalhes (diagnóstico) redundará na construção
adequada de um Plano de Ação que atenda todas as expectativas na
agropecuária familiar e na agropecuária empresarial.

•O projeto ou Plano de Ação


verifica as potencialidades e as
habilidades em cada propriedade
Formar pessoal capacitado requer, além de tudo,
investimento, não só em construção de prédios e
equipamentos, mas também - e sobretudo - em material
humano capacitado para formar esse novo Extensionista.
A iniciativa privada interfere por meio de prestação de
assistência técnica agropecuária, em que oferece
seus próprios produtos, por um lado, eles oferecem a
extensão e a assistência, e, por outro, o agricultor
compra os produtos agrícolas que precisa.
O Extensionista (técnico vinculado à empresa) executa trabalhos
como coleta de solos, regulagem de plantadeiras, dimensionamentos
de equipamentos, identificação de pragas e doenças, recomendações
técnicas quanto a cultivar sementes ou épocas mais apropriadas de
plantio, previsão de safra, entre outros; ao mesmo tempo, anota
pedidos no talão e faz uma receita de todos os produtos e
equipamentos que o agricultor ou pecuarista adquire da empresa.
Essa prática é conhecida formalmente como venda técnica.
Características do modelo atual de
extensão rural

Os meios de comunicação têm sido, uma importante


ferramenta no processo da evolução agropecuária.
Atuando na disseminação do saber em massa. Tivemos o
rádio, depois a televisão e hoje temos a Internet, que
cada vez mais acelera a divulgação de novos
conhecimentos. Já nas últimas décadas, a inserção da
informática aliada aos aparelhos celulares no contexto
agrícola possibilitou avanços vertiginosos.
Experimentos e tecnologias, uma vez criados, são quase
imediatamente conhecidos em todo o mundo. Serviços
meteorológicos, cotações de mercado, novas máquinas e
implementos; tudo fica a um toque das teclas de um
computador.
•O computador e o tablet são ferramentas de auxílio
importantes nos dias atuais para a agropecuária.

• existemsoftwares direcionados a produzir banco de


dados sobre informações que auxiliam o gerenciamento
e a tomada de decisões no meio agropecuário.
• Existem,programas que efetuam o gerenciamento da
propriedade, informando metas, ensinando como
alcançá-las e corrigindo desvios que possam surgir
durante as operações agrícolas.

• Também há programas voltados para o controle de


máquinas agrícolas nas tarefas de plantio, irrigação e
colheita.
Extensão rural, governo e
desenvolvimento
• A extensãorural é responsável pela execução da
transmissão de conhecimentos e técnicas;

•É também a ferramenta para a implantação de planos,


programas e campanhas gerados pelo governo, com a
finalidade de causar mudanças no âmbito agrícola
segundo a necessidade deste;
Com a abertura política dos anos 1980, vê-se outra postura
do serviço de extensão, além do crescimento de
movimentos sindicais e organizações não governamentais
(ONGs) que repensaram a função do Extensionista.

• Meta Ambiental;

• Espaço Ambiental;

• Gestão Ambiental;

• Florestas Brasil;
• Instituto Árvore;
• Pequenos produtores encontravam-se descapitalizados, sujeitos a
perder a propriedade, e a própria Empresa Brasileira de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater) foi desativada
(era a responsável pela geração de estratégias e ações do
extensionista).

• A responsabidade da Extensão Rural passa a ser dos governos


estaduais, municipais, bem como das próprias ONGs, que tomam
para si o trabalho junto à agricultura de cunho familiar, utilizando-
se de metodologias inovadoras e participativas (DIAS, 2004).
• Como surgimento de pressões ocasionadas por organizações de
pequenos produtores, o Governo Federal lança o Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF.

• Surgem novas linhas de crédito agrícola e reforma agrária na


promoção de assentamentos para fins agrícolas. Esse modelo,
que difere daquele que pregava a alta tecnificação e a
monocultura, necessita, para seu sucesso, de uma nova formação
por parte do extensionista. É ele quem deve transmitir com
convicção o novo direcionamento; caso contrário, não há êxito.
O Extensionista atual deve se portar como promotor do
desenvolvimento, buscando oportunidades porteiras - que
permitam o acesso do pequeno agricultor a Políticas
Públicas.
A pesquisa deve se ater aos princípios da
sustentabilidade e do bem-estar social do homem
do campo. Ter preocupação com a poluição ambiental,
com a integração entre agricultura e pecuária, o
policultivo (duas ou mais culturas plantadas juntas) em
lugar do monocultivo (uma única cultura ocupando uma
área), a busca por controles alternativos em vez do uso
de produtos químicos. Surgem, ou melhor, ressurgem
práticas de cultivo menos agressivas à natureza.

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