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ANEXO III - PROGRAMA DE EXTENSÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE EXTENSÃO – PIBEX EDITAL N°


008/2023/UFSJ/PROEX
Identificação da Ação
. Título do Programa: Diálogos de saberes e práticas para a promoção da
soberania e segurança alimentar e nutricional como estratégia de
desenvolvimento no território Vertentes em Minas Gerais
. Coordenador/a: Márcio Carneiro dos Reis
. Unidade Organizacional: DCECO – Departamento de Ciências Econômicas
Caracterização da Ação
. Público alvo
No Território delimitado pela Comissão Regional de Segurança Alimentar e
Nutricional-Vertentes do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável (CRSANS-Vertentes/CONSEA-MG) - microrregiões de Barbacena,
Conselheiro Lafaiete e São João del-Rei e outros municípios, conformando um total de 50
municípios - Agricultores familiares e consumidores de produtos agroecológicos;
Comunidades universitárias formadas pelas IFES (Instituições/Institutos Federais de Ensino
Superior); Movimentos sociais que trazem em suas pautas a questão alimentar,
especialmente aqueles ligados à Economia Solidária, à Agroecologia e à Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN); Agricultore(a)s e Prossumidore(a)s da Rede Agroecológica
e Homeopática das Vertentes Trem Natural (RTN) e da Associação de Agricultura Familiar
Agroecológica de São João del-Rei (AAFAS); Pesquisadoras e Pesquisadores em Soberania
e SAN da Região Sudeste; e gestores públicos ligados ao campo da SAN, inclusive os que
atuam em prol do desenvolvimento em territorialidades supra municipais presentes no
território, como o Geoparque Quadrilátero Ferrífero, a Associação dos Municípios da
Microrregião dos Campos das Vertentes (AMVER), o CODAP-Alto Paraopeba e a
CRSANS-Vertentes.

Descrição da Ação
. Resumo
A ideia principal do Programa é contribuir para que seja colocada em curso no Território
Vertentes da CRSANS/CONSEA-MG estratégia de desenvolvimento territorial baseada no
enfoque da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) desenvolvido no Brasil. Seguindo
essa experiência, que historicamente tem sido guiada pela promoção do Direito Humano à
Alimentação Adequada (DHAA), o Programa propõe a criação de condições institucionais
no Território visando a interação social de forma dialógica, reflexiva e propositiva entre os
participantes da Equipe da UFSJ e da Comunidade Externa, para ações em SAN, inclusive
políticas públicas. Essas ações visam combater a Insegurança Alimentar e Nutricional
(INSAN) nas suas diversas formas de manifestação e promover o desenvolvimento
territorial, envolvendo: a abertura de mercados de proximidade, com foco em produtos
agroecológicos e artesanais; a promoção da saúde das populações através da educação
alimentar e da promoção do consumo alimentar de qualidade; a produção agroalimentar em
bases sustentáveis, na direção da transição (agro)ecológica, com foco na agricultura
familiar; criação de oportunidades de trabalho e renda no campo e na cidade; o
fortalecimento de redes de solidariedade; a proposição de políticas públicas de SAN; a
difusão do conhecimento proporcionado pelo aprendizado advindo do esforço de promoção
da SAN no Brasil; a realização de pesquisas, entre elas: a) Indicadores de segurança
alimentar e nutricional para os municípios do estado de minas gerais, 2000 e 2019”,
aprovada no Edital Universal FAPEMIG 2021; b) estratégias em Educomunicação para a
promoção da SAN, c) sistemas alimentares descentralizados, d) produção cultural nos
campos dos produtores artesanais e agricultura familiar e e) “Relações entre gênero,
solidariedade, agroecologia e SAN”; e o estímulo à troca de saberes sobre Soberania e SAN
entre a sociedade civil, instituições estatais e governamentais e a Academia.
. Introdução
Esta é uma proposta de continuidade de Programa de Extensão que possui o mesmo título,
condizente com o Planejamento Estratégico do Departamento de Ciências Econômicas
(DCECO) da UFSJ, que prevê envidar esforços para mudar a realidade local através do
desenvolvimento socioambiental e econômico da região, realizando e incentivando ações
que mesclam ensino, pesquisa e extensão e que resultem em mudanças sociais, implicando
sensível melhoria nas condições de vida das populações, ou seja, transformação com
impacto positivo no combate à pobreza, exclusão social e depredação ambiental.
Adiciona-se também o Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Planejamento e
Território (PGDPLAT) do DCECO/UFSJ, na sua Linha de Pesquisa Desenvolvimento,
Sustentabilidade e Território, que busca fornecer instrumentos teóricos-metodológicos para
auxiliar no processo de elaboração de políticas de desenvolvimento. Incluem-se aqui ações
públicas na perspectiva dos direitos e as de caráter transversal e intersetorial, como políticas
de SAN, que visam a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA).
Nesse contexto, a construção do conhecimento científico encontra-se diante do desafio de
ampliar suas possibilidades de diálogo com a comunidade em geral, como meio para
“aprender com a experiência social” (SANTOS, 2001) e para informar propostas de
pesquisa e processos de ensino-aprendizagem, fundamentais na formação não apenas de
capital humano, no sentido produtivo, mas também cidadãos, no sentido ético-político. “(...)
comprometidos[s] com a justiça social.” (SERVA, 2020, pág. 127). Ao mesmo tempo, a
Academia e, em particular, as universidades têm muito a contribuir nos processos de
concertação social, na construção de mecanismos de governação, que possibilitem a
aglutinação de forças sociais para atuarem de forma mais eficaz de modo a transformar
processos históricos em processos de desenvolvimento (REIS, 2015).
Nessa perspectiva, a reflexão coletiva, inclusive de cunho acadêmico, tem avançado no
sentido de traçar uma linha que liga alimento, alimentação e sistemas alimentares a
movimentos sociais, ações e políticas públicas para o desenvolvimento dos e nos territórios,
em diferentes escalas (REIS, 2023a). Destacam-se aqui políticas de SAN e ações públicas
voltadas para a promoção do desenvolvimento de uma forma geral, justamente por seu
caráter intersetorial e mobilizador de movimentos sociais do campo e da cidade,
pesquisadore(a)s de diferentes áreas do conhecimento e gestore(a)s de diferentes poderes e
áreas da Administração Pública, que atuam na saúde, nutrição, educação, saneamento,
desenvolvimento urbano, desenvolvimento rural, meio ambiente, dentre outros (MORAIS;
SPERANDIO; PRIORI 2020). Há ainda que se destacar que, no plano internacional, a
literatura tem se valido da noção de “sistemas alimentares” como foco da ação pública para
equacionar múltiplos problemas do desenvolvimento, inclusive vistos sob a ótica dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), proposto pelas Nações Unidas
(LAWRENCE; FRIEL, 2020).
No Território Vertentes da CRSANS, posto isto, o Programa ora proposto deixa em
evidência, tanto como beneficiários, quanto como articuladores do desenvolvimento
territorial, produtore(a)s artesanais; Agricultore(a)s familiares e consumidores de produtos
agroecológicos; comunidades universitárias formadas pelas IFES (Instituições/Institutos
Federais de Ensino Superior); movimentos sociais ligados à Economia Solidária, à
Agroecologia e à SAN; Agricultore(a)s e Prossumidore(a)s da RTN e da AAFAS,
Pesquisadora(e)s em Soberania e SAN da Região Sudeste; e gestore(|a)s públicos que
atuam para o desenvolvimento, inclusive em territorialidades supra municipais presentes no
território, como o Geoparque Quadrilátero Ferrífero, a AMVER, o CODAP-Alto Paraopeba
e a própria CRSANS-Vertentes que, como visto, consiste em Órgão do CONSEA-MG.
. Justificativa
A proposta aqui contida se justifica por dois motivos: pelo potencial contido nas ações e
políticas de SAN e pela análise de contexto. Começando por essa última, no Brasil, para o
ano de 2022, como mostram os dados divulgados pela Rede Brasileira de Pesquisa em
Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (RedePENSSAN, 2022a), 58,7% dos
domicílios, onde residem algo em torno de 125 milhões de pessoas, conviviam com algum
grau de Insegurança Alimentar (IA). Dentre estas, mais de 33,1 milhões estavam
literalmente passando fome. Para o Estado de Minas Gerais (RedePENSSAN, 2022b), a
pesquisa mostra que 52,5% dos domicílios entrevistados encontram-se em situação de IA
correspondendo a 11.242 mil pessoas. Destes, 1.756 mil pessoas têm convivido com a
fome. Além disso, a IA Moderada ou Grave atinge 40,2% dos domicílios mineiros nos
quais verificou-se a presença de trabalho informal e/ou desemprego; 41,8% de famílias que
se encontram em situação de endividamento; e 30,6% de domicílios com crianças com
idade inferior a 10 anos. 51,1% dos domicílios com renda per capita de até ½
salário-mínimo encontram-se também em situação de IA Moderada ou Grave. Embora não
tenhamos dados desagregados a ponto de observar essa situação ao nível dos municípios,
um esforço realizado no âmbito do Programa Diálogos de Saberes sugere que algo em torno
de 40% da população no território abrangido pelo Programa se encontra em condições de
vulnerabilidade, sem considerar, entretanto, os efeitos da COVID-19 (REIS, 2023b).
Documentos internacionais têm postulado estratégias que tomam em conta as
transformações dos sistemas alimentares para o enfrentamento dos problemas colocados
para o desenvolvimento na atualidade (IPES-Food 2017; Willet et.al 2019). Nesse contexto,
a experiência brasileira em SAN imprimiu às políticas públicas um caráter transdisciplinar,
do ponto de vista da reflexividade e do aprendizado coletivo; multidisciplinar, do ponto de
vista da reflexão sistemática sobre a realidade; e um caráter intersetorial e transversal do
ponto de vista da ação política (ROCHA; MAGALHÃES; BURLANDY, 2013). Destaca-se
aqui a densidade institucional que ações em SAN engendram, habilitando as estruturas
político-institucionais estatais, em diálogo com a sociedade civil, a agirem em favor do
desenvolvimento nos territórios, conforme conclui estudo realizado por Burlandy, Bocca e
Matos (2012), ao compararem políticas de alimentação e nutrição e de SAN em diferentes
contextos geopolíticos. A rigor, no período 2003-2016, políticas de SAN contribuíram para
uma mobilidade social inédita, para o crescimento econômico, o desenvolvimento social e
retirado o país do Mapa da Fome, em 2014 (IPC-IG/UNDP, 2015; BOJANIC, 2016;
WORLD BANK, 2016).
Assim, sob o “guarda-chuva” de uma orientação básica dada pela definição brasileira de
SAN e a instituição do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN),
por meio da Lei 11.346, de 15 de setembro de 2006 (BRASIL, 2006), pôde-se (e pode-se)
propor um conjunto de programas, políticas e ações públicas que, ao mesmo tempo, por
exemplo, valorizam a condição feminina e a diversidade cultural, avançam na questão
fundiária, apoiam a agricultura familiar, geram renda e ampliam as possibilidades de
trabalho, estimulam a participação política e a democracia, cuidam das crianças na escola,
promovem a sustentabilidade ambiental, a diversidade cultural, a saúde e a alimentação
saudável. Contudo, essa possibilidade permanece ainda um desafio, sobretudo nos âmbitos
municipal e regional, por conta de vários fatores, entre outros, de cunho cultural,
político-institucional, social e econômico, analisados em Carvalho (2021) e Reis (2023a),
com foco no território Vertentes. É nesse contexto que tem atuado o Programa Diálogos de
Saberes.
O Programa Diálogos de Saberes foi “formatado” em 2019, submetido e aprovado nos
editais PROEX 2020 e 2022. O Programa foi concebido e tem sido gerido por membros das
comunidades interna e externa à UFSJ, com participação ativa de representantes de
movimentos sociais e gestores públicos, tanto no seu planejamento estratégico, quanto em
ações específicas. Destaca-se aqui os seguintes resultados já alcançados: a realização de
dois cursos de extensão, com a participação de mais de 200 inscritos, de todas as regiões do
estado de Minas Gerais. Desses cursos, derivou-se, dentre outras: a) a construção coletiva
de 104 propostas de programas, políticas e ações públicas em SAN, enviadas à Secretaria
de Planejamento de São João del-Rei, como contribuição para o Plano Plurianual do
Município (PPA 2022-2025); e b) a publicação do livro “A questão alimentar e o
desenvolvimento dos territórios: diálogos a partir do território Vertentes em Minas Gerais”
(REIS, 2023a), com 476 páginas, 29 capítulos e 40 autora(e)s, de diferentes lugares sociais
e atuações profissionais. Destaque -se ainda: a) a realização do I Seminário do Programa
Diálogos de Saberes, de alcance nacional, cujas sessões, que possuem mais de mil
visualizações na página do youtube do Programa
(https://www.youtube.com/@dialogosdesaberes-emsan9573/streams), mesclaram
apresentação de trabalhos por parte de bolsistas e voluntários, palestras de pesquisadores
nacionais e regionais e representantes de movimentos sociais e do setor público; b) a
contribuição do Programa em 2022 para a realização das conferências municipais e
microrregionais da CRSANS-Vertentes e para VIII Conferência Estadual de SAN, com
participação ativa na construção coletiva de propostas de políticas públicas nos diferentes
grupos de trabalho; e c) a participação do Programa (inclusive de bolsistas) em fóruns
locais, regionais e estaduais, a exemplo da RTN, do Fórum de Economia Popular Solidária
de São João del-Rei; do Fórum de Mulheres das Vertentes; da CRSANS-Vertentes (onde o
Programa conquistou uma cadeira de Conselheiro); do Fórum Regional Vertentes de
Economia Popular Solidária (onde representante do Programa assumiu a Coordenadoria
Regional); e do CONSEA-MG, tanto na sua Mesa Diretiva, quanto na presidência da
Comissão que gerencia todas as comissões regionais de SAN (CRSANS) de MG e no
Grupo de Trabalho de Monitoramento de Políticas Públicas de SAN em nível estadual.
Destaque especial deve ser dado ao fato de que a Vice coordenadora do Programa Diálogos
de Saberes foi eleita para ocupar, no período 2023-2025, a Presidência do CONSEA-MG,
posição essa alcançada a partir de eleição regular, com nomeação pelo Governador do
Estado em janeiro de 2023.
. Fundamentação Teórica
Literatura recente tem apontado – e questionado – a capacidade que possuem as questões
alimentares de aglutinar forças sociais para promoção de transformações sociais de mais
longo alcance, como a promoção da democracia, o desenvolvimento social e a
sustentabilidade ambiental (GOODMAN et al, 2012; BEACH, 2016; BONANNO e WOLF,
2018). Friedman (2005) está entre o(a)s autore(a)s que têm chamado atenção para o fato de
que a questão-chave para alimentação e agricultura e para reformular a governança em
todas as escalas, do local até o global, é a democracia. No Brasil, de acordo com Leão e
Maluf (2012), construiu-se uma nova governança para oferta de políticas públicas, focadas
na eliminação progressiva da fome e da pobreza. Tratou-se de processos convergentes de
mobilização social e experiência democrática, aprimoramento conceitual e aprendizado
técnico e político-institucional inéditos no país (MALUF, 2007; ROCHA et al, 2013;
SILVA, S., 2014; SILVA, et al. 2016; REIS, 2018).
Uma abordagem teórica que explica esse fenômeno e pode servir de base para proposições
de desenvolvimento territorial baseadas na SAN provém da contribuição de Basco e
Laxalde (2005). As autoras retomam o conceito de capital social como recurso social,
através do qual se mobiliza outros recursos para promover desenvolvimento. Iluminam
assim “las relaciones y prácticas sociales de los actores individuales o colectivos” e
introduzem a noção de processo de acumulação de capital social, consistente com a
passagem do capital social simples para o capital social ampliado. As relações
características do capital social ampliado são mais complexas, onde grupos e instituições
estabelecem vínculos com outros grupos e instituições, que se desdobram em associações,
redes ou federações, “con mayores grados de formalización que se desenvuelven en
entornos o niveles más macro, de espacios institucionales más amplios (municipios,
provincias, país, incluso desarrollando conexiones internacionales)”. Maior complexidade
exige aprimoramento da gestão e implica maior grau de participação e maiores graus de
consciência em relação à ideia de pertencimento e às condições e circunstâncias de vida dos
membros em conjunto, exigindo visão analítica integral entre os niveles micro e macro e a
ênfase nas relações sociais entre organizações, acumulando recursos desde dentro para fora.
Quanto à questão relativa a como abordar os problemas do desenvolvimento a partir do
enfoque da SAN, tem-se o esforço teórico realizado por Maluf e Reis (2013) e Burlandy et
al. (2015), associados à formulação do problema do desenvolvimento como em Reis
(2015). Nos dois primeiros trabalhos, o(a)s autore(a)s aproximam o enfoque da SAN e a
perspectiva sistêmica, de modo a compreender a construção e promoção de sistemas locais
e regionais de SAN. Propõem então que: a) os sistemas alimentares estariam na base da
organização da vida social e onde podem ser encontrados os elos basilares das interações
humanas com as demais formas de manifestação da natureza; e b) que os sistemas são
configurados por inter-relações entre seus elementos que evolui com contradições e
elementos de conflito e sinergia em um ambiente marcado pela incerteza.
Reis (2015), por sua vez, pontua a questão relativa a “como transformar processos
históricos em processos de desenvolvimento”. Afirma que uma forma de encaminhar essa
questão é percebê-la a partir da noção de “representações do desenvolvimento”, onde são
formuladas associações específicas entre “leituras que se faz dos processos em curso”,
“idealização de futuros melhores” e “propostas de ações políticas no presente”. Tendo em
conta a presente proposta, o futuro melhor idealizado é condizente com a definição de SAN
presente no Art. 3º. da Lei 11.346: SAN “consiste na realização do direito de todos ao
acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem
comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas
alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis” (BRASIL, 2006). Além disso,
acima: a) pontuou-se as características e o potencial das propostas de ações políticas de
SAN que têm sido concebidas e implementadas no Brasil; e b) mencionou-se as
dificuldades para a concepção e implementação de políticas dessa natureza em âmbito local
e regional.
Uma forma de superar essas dificuldades, no sentido de “ler” os processos em curso nos
territórios, a partir do enfoque da SAN, está contida na noção de “macrotendências”,
concebidas a partir dos cursos oferecidos pelo Programa, em diálogo com os participantes.
São elas, segundo Reis (2023a): i) a piora nas condições de acesso aos alimentos e
ampliação da vulnerabilidade social; ii) o comprometimento da saúde da nutrição saudável,
vistos sob uma perspectiva ampla, isto é, saúde, individual, coletiva e ambiental; iii) a piora
das condições ambientais, decorrentes das formas predominantes de produzir, distribuir e
consumir alimentos; iv) o comprometimento das redes públicas de solidariedade; e v) o
comprometimento de espaços políticos de diálogo para participação social e construção
democrática de propostas de políticas públicas.
A presente proposta se vale da noção de “acumulação ampliada de capital social” e se apoia
na hipótese de que é possível, a partir do enfoque da SAN, compreendermos os processos
em curso, para neles interferir. Retoma-se, assim, o que acima foi analisado em termos da
abrangência desse enfoque e sugerido em relação ao fato de que o domínio de discursos que
apontam para futuros melhores é, em si, uma das formas de exercer poder nos territórios,
visando a coordenação de ações concebidas em espaços institucionais caracterizados pelo
diálogo entre saberes provenientes de diferentes perspectivas – movimentos sociais,
gestores públicos e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. Essas ações estão
voltadas, seguindo Maluf e Reis (2013), para a promoção do acesso aos alimentos; da
produção alimentar sustentável; do abastecimento alimentar que privilegia RAA e a
proximidade produtor-consumidor; e o consumo alimentar promotor da saúde individual,
coletiva e ambiental.

. Objetivos
- Geral:
Promover a acumulação ampliada de capital social em torno dos objetivos da SAN no
Território Vertentes da CRSANS/CONSEA-MG como estratégia de desenvolvimento,
através da articulação de movimentos sociais e de atores locais e regionais parceiros,
estabelecidos em diferentes posições institucionais, com diferentes formações profissionais
e atuações sociais e econômicas, capazes de impulsionar o diálogo com diversas instâncias
político-institucionais, propor e realizar ações políticas e políticas públicas de combate à
INSAN e promotoras de desenvolvimento territorial em âmbito local e regional.
- Específicos:
Especificamente, o Programa visa contribuir, junto com atores sociais relevantes, para:
1) A melhoria da saúde individual, coletiva e ambiental, por meio da promoção de formas
de produzir, distribuir e consumir alimentos, pautadas por hábitos alimentares saudáveis e
práticas ambientalmente sustentáveis, com foco nos produtos agroecológicos;
2) Promover o desenvolvimento rural, urbano e regional, o fortalecimento de mercados de
proximidade, a promoção da transição (agro|)ecológica e das condições de acesso aos
alimentos, aproximando produtores e consumidores, com foco na produção artesanal, na
agricultura familiar e em produtos agroecológicos e sustentáveis ambientalmente;
3) O fortalecimento de redes de solidariedade, a reconstrução e o fortalecimento de espaços
políticos de diálogo entre os movimentos sociais (em especial a economia popular solidária,
o movimento agroecológico e pela promoção da SAN) e a sociedade civil em geral e as
diversas instâncias do setor público.

. Metodologia e procedimentos metodológicos


O princípio metodológico que orienta a atuação do Programa é contribuir por meio da
difusão e produção de conhecimento científico, de forma reflexiva, em diálogo e com a
participação das comunidades interna e externa e junto ao público-alvo, para o
aprofundamento do conhecimento sobre as condições de SAN da população do território
Vertentes e o aprimoramento e fortalecimento de propostas de políticas de SAN,
combatendo a INSAN e promovendo o DHAA. Cada um dos objetivos específicos acima
está associado a metas também específicas, que envolvem a realização de pesquisas, a
produção de diagnósticos setoriais, a difusão do conhecimento, a promoção de diálogos, a
participação em fóruns especializados.
Para o alcance de seus objetivos, a presente proposta herda do programa Diálogos de
Saberes, na sua versão 2022/2024, além das parcerias estabelecidas; das redes sociais e dos
lugares conquistados em fóruns locais, regionais e estadual; das pesquisas em andamento e
das atividades realizadas junto ao ensino de graduação e pós-graduação, 7 (sete) Comissões
formadas para a gestão do Programa: Comissão Coordenadora; de apoio às Redes de
Solidariedade; de Saúde e Nutrição; Político-Institucional; de Comunicação; de Mercados
de Proximidade e Desenvolvimento Territorial; e Comissão de Avaliação e Monitoramento.
Essas comissões se constituem em espaços próprios de diálogo entre participantes das
comunidades externa e interna, onde serão difundidas informações de interesse, discutidas
metodologias, realizados diagnósticos setoriais e articulações, propostos projetos (inclusive
de pesquisa) e formuladas propostas de políticas públicas. No conjunto, participam das
comissões grupo de pessoas que possui perfil multidisciplinar (nutricionistas, agrônomos,
arquitetos, economistas, administradores, assistentes sociais, engenheiros, historiadores,
matemáticos) e interprofissional (agricultora(e)s; representantes de movimentos sociais;
técnica(o)s agropecuários; gestora(e)s públicos; representantes legislativos;
pesquisadora(e)s; professora(e)s; estudantes de cursos de graduação e mestrados
acadêmicos; consumidora(e)s agroecológicos). Assim essas comissões funcionam como
espaço institucional criado pelo próprio Programa, onde diálogos em torno de questões
pertinentes à SAN possam ser discutidas e avaliadas e propostas de ações políticas e
políticas públicas possam surgir. Esses grupos específicos dialogam ainda com um grupo
maior – Diálogos de Saberes – hoje com 82 participantes, também com o mesmo perfil,
multidisciplinar e interprofissional.
Os bolsistas, nesse contexto, estarão encarregados de realizar e de contribuir com a
realização de pesquisa e análise bibliográfica e documental, coleta e análise de dados
secundários (e primários, quando for o caso), além de estabelecer contato regular com os
parceiros institucionais de modo a interagir com eles e com o público-alvo, inclusive com a
participação regular em alguns fóruns locais e regionais. Além disso, contribuirão com a
produção de material para divulgação na forma de posts e artigos científicos, preparação de
material para apresentações realizadas pelo Programa; participação ativa na coordenação e
promoção de diálogos de interesse do Programa; além da realização de trabalhos
administrativos relativos a essas ações, inclusive organização interna e os relacionados à
oferta de cursos de extensão e realização de eventos.
A presente Proposta traz como segundo passo para que as metas sejam alcançadas, quatro
séries de eventos, onde os diagnósticos serão aprimorados, resultados de pesquisas serão
apresentados e discutidos e propostas de ações políticas e políticas públicas serão discutidas
e validadas:
1) Cursos de Extensão para o público em geral: A oferta de mais duas versões do
Curso de Extensão para formação em SAN;
2) Produção de diagnósticos regionais sobre saúde individual, coletiva e ambiental;
condições de acesso aos alimentos e vulnerabilidade social; redes de solidariedade e
espaços políticos de diálogo e participação social.
3) Seminários e rodas de conversa com os seguintes temas: Redes de Solidariedade;
Saúde e Nutrição; Desenvolvimento Territorial e Transição (agro)ecológica;
Mercados de Proximidade e Circuitos Curtos de Comércio; e Desafios para
implantação do SISAN no território Vertentes.
4) Projetos de Pesquisa: A conclusão dos projetos de pesquisa “Indicadores de
segurança alimentar e nutricional para os municípios do estado de Minas Gerais,
2000 e 2019” e “Produção cultural nos campos dos produtores artesanais e
agricultura familiar”. A proposição de pesquisas com os seguintes temas: “ Relações
entre gênero, solidariedade, agroecologia e SAN”; “Promoção da SAN por meio de
estratégias em Educomunicação”; “Análise das condições político institucionais
presentes nos municípios do território Vertentes para implementação de políticas de
SAN”; “Sistemas alimentares descentralizados: o caso do território Vertentes em
Minas Gerais”.

. Demandas de infraestrutura, materiais e recursos


10.000 cópias xerográficas –empresa que presta serviços à UFSJ;
12 cartazes e 6 banners - serviços gráficos na Gráfica da UFSJ;
8 passagens terrestres ida e volta Rio de Janeiro-São João del-Rei;
36 restituições de passagens terrestres ida e volta São João del-Rei-Municípios da
CRSANS-Vertentes/CONSEA-MG;
16 diárias para palestrantes e convidados em São João del-Rei;
12 Passagens aéreas Capitais-Belo Horizonte para palestrantes e convidados
12 – Transporte São João del-Rei Aeroporto de Confins ida e volta.

. Diretrizes da Extensão
Interação Dialógica
As ações do Programa, desde sua concepção, têm sido norteadas por decisões colegiadas entre
os participantes da Equipe da UFSJ e da Comunidade Externa. Trata-se da conformação de
uma plataforma de diálogo entre diferentes atores - produtores familiares, representantes de
redes e movimentos sociais, gestores públicos, pesquisadores, professores, estudantes,
consumidores agroecológicos – que convergem para a consecução de ações públicas voltadas
para o desenvolvimento territorial. O programa traz uma proposta essencialmente dialógica,
onde diferentes saberes e práticas circulam em meio a um processo que intercala experiência
coletiva, conhecimentos e propostas para ação pública.
Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade
A equipe envolvida com o Programa é essencialmente interdisciplinar (economistas,
nutricionistas, agrônomos, arquitetos, administradores, assistentes sociais, engenheiros) e
interprofissional, pois envolve produtores familiares, representantes de movimentos sociais,
gestores públicos, pesquisadores, professores, estudantes de graduação e mestrado acadêmico,
consumidores agroecológicos, empresários familiares, administradores públicos. A temática da
SAN, por ser essencialmente interdisciplinar – transdisciplinar na verdade – encontra, no
âmbito da prática, pesquisadore(a)s e profissionais de diversas áreas e gestores públicos de
diferentes setores da Administração Pública.
Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão
A concepção do Programa, de seus projetos e ações é permeada pela preocupação com o
aprimoramento do Ensino, particularmente em Economia, em nível de graduação, e também em
nível de mestrado, nesse caso, Mestrado Interdisciplinar (PGDPLAT), por meio da oferta de
disciplinas optativas como “Estratégias de desenvolvimento territorial” e “Território, poder e
desenvolvimento” no primeiro caso, e “Desenvolvimento Rural” e “Território e
desenvolvimento na história das nações”, no segundo caso. Não apenas essas disciplinas, mas
também todas as atividades de extensão desenvolvidas no âmbito do Programa estarão
permeadas por pesquisas já em andamento, sobre indicadores territorializados de SAN; cultura
e representações culturais a partir de agricultores familiares e produtores artesanais, sobre o
potencial social-transformador de redes de redes alimentares alternativas e as possibilidades que
a Educomunicação abre para a Educação Alimentar e Nutricional e a comunicação em SAN,
dentre outras.
Impacto na Formação do Estudante
A participação em uma estratégia ativa de promoção de desenvolvimento territorial, levará aos
estudantes de graduação experiência no seu processo de formação intelectual e profissional. Em
se tratando de uma estratégia com as características da SAN, a experiência agregará, além de
consciência social e perspectiva crítica, interdisciplinaridade, intersetorialidade e
transversalidade a esse processo de formação, o que permitirá aos futuros profissionais maiores
possibilidades de atuarem, em seus campos específicos, junto a diferentes atores, com mais
flexibilidade e conhecimento, tornando-os mais aptos a desenvolverem seus respectivos
trabalhos com mais segurança e efetividade.
Impacto e Transformação Social
O Programa fortalecerá os laços entre indivíduos e instituições empenhados em promover a
SAN, a agroecologia e a Economia Popular e Solidária no Território Vertentes e entre essas
instituições e instituições de natureza semelhante em outros territórios através do processo de
acumulação ampliada de capital social que se espera engendrar. Além disso, as possibilidades
de geração de trabalho e renda, de promoção do processo de conversão agroecológica, do
consumo alimentar saudável e do artesanato em bases sustentáveis ampliará a qualidade de vida
do público-alvo. Espera-se ainda continuar contribuindo com a proposição e implementação de
ações políticas e políticas públicas promotoras do desenvolvimento territorial, pensado em
bases soberanas e sustentáveis, ampliando as bases de diálogo para a construção de estratégias
de desenvolvimento assentadas na democracia, na sustentabilidade ambiental e na justiça social.

. Resultados Esperados
Artigos: 6; Aulas: 48; Blogs: 1; Campanhas de Divulgação/Conscientização: 5; Capítulos
de Livros: 2; Cursos: 4; Debates: 12; Eventos: 4; Livros: 1; Mídias Externas: 2; Mídias
Internas: 10; Palestras: 6; Rodas de Conversa: 5; Seminários e afins: 4.
Espera-se fortalecer os movimentos sociais e também instituir espaços de diálogos para a
proposição de políticas públicas que venham a fortalecer redes de solidariedade no
território; provocar melhoria na saúde individual, coletiva e ambiental; contribuir para a
melhoria das condições de vida no campo e na cidade através de ações que impactam
positivamente o desenvolvimento territorial e a criação de oportunidades de trabalho e
renda, com fortalecimento da identidade territorial. Espera-se ainda impactar também
positivamente as relações entre sociedade civil e setor público, através da interferência nos
debates públicos sobre desenvolvimento territorial que virão à tona quando das eleições de
2024; informar sobre o SISAN e as Leis Orçamentárias Anuais 2024-2025; e sobre
reconstituição de espaços de participação social com vistas à formulação, implementação e
monitoramento de políticas públicas de SAN.

Bolsistas
Plano de Trabalho dos Bolsistas
Bolsista 1
Contribuir com a Coordenação Geral do Programa e das comissões de Comunicação e
Avaliação e Monitoramento e, particularmente, das Comissões Político-institucional e de apoio
às Redes de Solidariedade. Realizar pesquisa e análise bibliográfica e documental, coleta e
análise de dados secundários e preparar sua divulgação. Estabelecer contato regular com os
parceiros institucionais de modo a interagir com eles e com o público-alvo; participar
ativamente da produção de posts e outros materiais para divulgação de informações e promoção
de diálogos de interesse do Programa; contribuir com a realização de diagnósticos, trabalhos
acadêmicos e administrativos relativos a essas ações, inclusive os relacionados à oferta de
cursos de extensão e realização de eventos.
Bolsista 2
Contribuir com a Coordenação Geral do Programa e das comissões de Comunicação e
Avaliação e Monitoramento e, particularmente, da Comissão de Saúde e Nutrição. Realizar
pesquisa e análise bibliográfica e documental, coleta e análise de dados secundários e preparar
sua divulgação. Estabelecer contato regular com os parceiros institucionais de modo a interagir
com eles e com o público-alvo; participar ativamente da produção de posts e outros materiais
para divulgação de informações e promoção de diálogos de interesse do Programa; contribuir
com a realização de diagnósticos, trabalhos acadêmicos e administrativos relativos a essas
ações, inclusive os relacionados à oferta de cursos de extensão e realização de eventos.
Bolsista 3
Contribuir com a Coordenação Geral do Programa e das comissões de Comunicação e
Avaliação e Monitoramento e, particularmente, da Comissão de Mercados de Proximidade e
Desenvolvimento Territorial. Realizar pesquisa e análise bibliográfica e documental, coleta e
análise de dados secundários e preparar sua divulgação. Estabelecer contato regular com os
parceiros institucionais de modo a interagir com eles e com o público-alvo; participar
ativamente da produção de posts e outros materiais para divulgação de informações e promoção
de diálogos de interesse do Programa; contribuir com a realização de diagnósticos, trabalhos
acadêmicos e administrativos relativos a essas ações, inclusive os relacionados à oferta de
cursos de extensão e realização de eventos.

Acompanhamento e Avaliação
Dos bolsistas
Monitoramento da pesquisa e análise bibliográfica e documental; da coleta de dados
secundários e primários; produção e publicação de posts e outros materiais para divulgação.
Além da participação em reuniões, verificação do grau de envolvimento com o Programa,
incluindo proatividade, cooperação e comprometimento com os objetivos e as ações do
Programa.

Pela comunidade/público
Aplicação de questionários e realização de entrevistas semi-estruturadas junto às
comunidades atendidas e ao público alvo do Programa, com periodicidade anual, de modo a
monitorar e avaliar seus resultados junto às comunidades.

Do programa
Reuniões presenciais e virtuais realizadas; evolução das negociações com gestores públicos
(Coordenador/Vice-Coordenador-3em3 meses); evolução dos diálogos com parceiros
externos (Coordenador/Vice-Coordenador-3em3 meses); evolução dos diálogos com a
Equipe interna (Coordenador/Vice-Coordenador-3em3 meses); Ações políticas e políticas
públicas propostas/implementadas; Cursos de Formação em SAN realizados; evolução dos
projetos de pesquisa, diagnósticos e relatórios de pesquisa apresentados: reuniões com
pesquisadores, estudantes, produtores e prossumidores de produtos agroecológicos; Número
de entrevistas realizadas; número de questionários aplicados; análises de resultados
realizadas; Rodas de conversa promovidas; artigos produzidos; Eventos regionais
realizados.

Cronograma de Execução

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO – PROGRAMA 2024/2025 – ANO I


Mês
Atividades abril maio jun jul ago set out nov dez jan fev mar
Manutenção das X X X X X X X X X X X X
redes sociais
internas
Participação nas X X X X X X X X X X X X
redes sociais
externas
Participação em X X X X X X X X X X X X
fóruns locais
Participação em X X X X X X X X X X X X
fóruns regionais
Participação em X X X X X X X X X X X X
fóruns estaduais
Pesquisa X X X X X X X X X X X X
bibliográfica
Pesquisa X X X X X X X X X X X X
Documental
Coleta de dados X X X X X X X X X X X X
secundários
Realização de X X X X X X X X X X X X
diagnósticos e
levantamentos
Produção de X X X X X X X X X X X X
material para
divulgação
Realização de X X X X X X X X X X X X
trabalhos
administrativos e
de organização
interna
Fortalecer e X X X X X X X X X X X X
ampliar os laços
interinstitucionais
Curso X X X X X
Desenvolvimento
Rural
Curso 3 de X X X
Formação em SAN
Realização de X X X X X
Rodas de
Conversa/
Seminários
Realização de X X X X X X X
Projeto de
Pesquisa
FAPEMIG
Implementação de X X X X X X X X X X X X
projetos de
pesquisa
Produção de X X
Relatório Parcial

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO – PROGRAMA 2025/2026 – ANO II


Mês
Atividades abril maio jun jul ago set out nov dez jan fev mar
Manutenção das X X X X X X X X X X X X
redes sociais
internas
Manutenção das X X X X X X X X X X X X
redes sociais
externas
Pesquisa X X X X X X X X X X X X
bibliográfica
Pesquisa X X X X X X X X X X X X
Documental
Coleta de dados X X X X X X X X X X X X
secundários
Realização de X X X X X X X X X X X X
diagnósticos e
levantamentos
Produção de X X X X X X X X X X X X
material para
divulgação
Realização de X X X X X X X X X X X X
trabalhos
administrativos e
de organização
interna
Fortalecer e X X X X X X X X X X X X
ampliar laços
interinstitucionais
Curso X X X X X
Desenvolvimento
Rural
Curso 4 de X X X
Formação em SAN
Implementação de X X X X X X X X X X X X
projetos de
pesquisa
Produção de X X
Relatório final

. Parcerias
O CONSEA-MG (Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de
Minas Gerais); a CRSANS-Território Vertentes (Comissão Regional de Segurança
Alimentar Sustentável do CONSEA-MG) - Território Vertentes; o CERESAN/UFRRJ
(Centro de Referência em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Fluminense); Mandatos Lívia
Guimarães e Rogério Bosco (Câmara Municipal de São João del-Rei); o Instituto
Geoparque Quadrilátero Ferrífero; o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barbacena
(Sinter); Professores e estudantes do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de
Viçosa – UFV; Professores e estudantes do Instituto Federal Sudeste (Campus Barbacena e
Rio Pomba); a AAFAS – Associação da Agricultura Familiar Agroecológica de São João
del-Rei; o Empreendimento Feminino Solar na Praça – Feira Livre; Pizza Raro – Pizzaria; o
Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de São João del-Rei – SINDS-UFSJ; a
Associação dos Docentes da Universidade Federal de São João del-Rei – ADUFSJ; a Rede
Trem Natural de Agroecologia; o Coletivo Meninas de NHÁ, do Distrito Rio das Mortes,
em São João del-Rei; o Coletivo MUSA – Mulheres Sonhando Alto, de Tiradentes-MG;
com o apoio ainda do PEFISS (Programa de Educação Financeira para Inclusão
Socioeconômica Sustentável), do Projeto Rurbanidades-Ritápolis e do Observatório de
Saúde Coletiva (programas de extensão apoiados pela PROEX/UFSJ), da Equipe do Projeto
“A transição agroecológica no Campo das Vertentes: fortalecendo dinâmicas comunitárias
para a construção do conhecimento agroecológico a partir da experiência da Rede Trem
Natural -MG, apoiado pela FAPEMIG; e ainda do Fórum de Economia Popular e Solidária
de São João del-Rei, do Fórum de Economia Popular Solidária da Regional Vertentes e do
Fórum de Mulheres das Vertentes.

. Referências
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al desarrollo local. Buenos Aires, Ed. Paidós, 2005.
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