Você está na página 1de 35

Recursividade e

Indução Matemática
26

OBJETIVO
A P R E N D E R A D E F I N I R C O N J U N TO S R E C U R S I VA M E N T E
A P R E N D E R A P R O VA R P R O P R I E D A D E S S O B R E O S
I N T E I R O S U S A N D O I N D U Ç Ã O M AT E M Á T I C A

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
27

Definição

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
28

Definição

Definição Recursiva do Conjunto A

a) Base: especificação de B ⊂ A

b) Passo Recursivo: como obter


elementos de A a partir de
outros elementos de A
c)
c) Fechamento: só pertencem a
A, os elementos obtidos
através dos passos (a) ou (b).

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
29

Definição

Definição Recursiva do Conjunto A

a) Base: especificação de B ⊂ A

b) Passo Recursivo: como obter


elementos de A a partir de
outros elementos de A

c) Fechmento: só pertencem a
A, os elementos obtidos
através dos passos (a) ou (b).

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
30

Definição

Definição Recursiva do Conjunto A

a) Base: especificação de B ⊂ A

b) Passo Recursivo: como obter


elementos de A a partir de É possível definir recursivamente
outros elementos de A qualquer conjunto enumerável!

c) Fechamento: só pertencem a
A, os elementos obtidos
através dos passos (a) ou (b).

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
31

Exemplo 01: Números


Definição
naturais
Definição Recursiva do Conjunto A

a) Base: especificação de B ⊂ A

b) Passo Recursivo: como obter


elementos de A a partir de
outros elementos de A

c) Fechamento: só pertencem a
A, os elementos obtidos
através dos passos (a) ou (b).

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
32

Exemplo 01: Números


Definição
naturais
Definição Recursiva do Conjunto A Definição
a) 0∈N
a) Base: especificação de B ⊂ A
b) Se n ∈ N, então n + 1 ∈ N
b) Passo Recursivo: como obter c) Só pertencem a N, os
elementos de A a partir de números gerados usando (a)
outros elementos de A ou (b).

c) Fechamento: só pertencem a
A, os elementos obtidos
através dos passos (a) ou (b).

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
33

Definição Exemplo 02: Fatorial

Definição Recursiva do Conjunto A Definição – fat : N → N


a) fat(0) = 1
a) Base: especificação de B ⊂ A
b) ∀n ∈ N, fat(n) = n × fat(n−1)
b) Passo Recursivo: como obter c) implícito
elementos de A a partir de
outros elementos de A

c) Fechamento: só pertencem a
A, os elementos obtidos
através dos passos (a) ou (b).

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
34

Definição Exemplo 03: Exponencial an

Definição Recursiva do Conjunto A Definição – an : N → N


a) a0 = 1
a) Base: especificação de B ⊂ A
b) ∀n ∈ N, an+1 = a × an
b) Passo Recursivo: como obter c) implícito
elementos de A a partir de
outros elementos de A

c) Fechamento: só pertencem a
A, os elementos obtidos
através dos passos (a) ou (b).

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


O que é uma definição recursiva?
35

Exemplo 04: Ling.


Definição
Proposicional
Definição Recursiva do Conjunto A Definição – Ling. proposicional (LP)
a) Toda a variável lógica está na
a) Base: especificação de B ⊂ A LP
b) Se P e Q, estão na LP, então
b) Passo Recursivo: como obter também estão na LP:
elementos de A a partir de ○ ¬P
outros elementos de A ○ P∧Q
○ P∨Q
c) Fechamento: só pertencem a ○ P→Q
A, os elementos obtidos
○ P↔Q
através dos passos (a) ou (b).
c) implícito

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Indução matemática
36

http://meangreenmath.files.wordpress.com/2013/08/dominoes.jpg

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução
37

Nono axioma de Giuseppe


Peano

● Se K é um conjunto tal que

http://en.wikipedia.org/wiki/Giuseppe_Peano
1. 0 (zero) está pertence a K
2. Para todo natural k
! Se k está contido em K,

! Então o sucessor de k está


em K

● Então K contém todos os


números naturais

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução
38

Reformulando...

● Se P é um predicado tal que

http://en.wikipedia.org/wiki/Giuseppe_Peano
1. P(0) é verdade
2. ∀k ∈ N, P(k) → P(k+1)

● Então, P(n) é verdadeiro


para todo n ∈ N

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução
39

Reformulando...

● Se P é um predicado tal que

1. P(0) é verdade
2. ∀k ∈ N, P(k) → P(k+1)
É possível provar propriedades
para conjuntos enumeráveis
● Então, P(n) é verdadeiro usando indução matemática!
para todo n ∈ N

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
40

Definição Estrutura de demonstração

Princípio da indução fraca 1. Provar P(0) (caso base)


Se 2. Seja n ≥ 0 abitrário
P(0)*
3. Suponha P(n) (hipótese de
∀n, P(n) → P(n+1)
indução)

Então 4. Provar P(n+1)


✓ ∀n, P(n)
5. Concluir ∀n, P(n)

Os passos (2) a (4) são chamados


*Primeiro elemento do conjunto, não de passo indutivo
necessariamente 0 (zero)
Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)
Princípio da indução fraca
41

Exemplo 01

Prove que para todo n ∈ Z+, temos S(n+1) = 1 + 3 + 5 +…+ (2n-1) + [2(n+1) – 1]
que a soma 1 + 3 + 5 +…+ (2n–1) = n2.
S(n) + [2(n+1) – 1]
1. Caso base n = 1 n2 + [2(n+1) – 1]
○ 1 = 12
n2 + [2n + 2 – 1]
2. Passo indutivo
n2 + 2n + 1
○ Hipótese: Por definição
(n + 1)2
S(n) = 1+3+5+…+(2n – 1) = n2
S(n) = 1 + 3 + 5 +…+ (2n – 1)
○ Tese:
S(n+1) = 1+3+5+…+(2n–1)+[2(n+1) – 1] = (n+1)2

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
42

Exemplo 01

Prove que para todo n ∈ Z+, temos S(n+1) = 1 + 3 + 5 +…+ (2n-1) + [2(n+1) – 1]
que a soma 1 + 3 + 5 +…+ (2n–1) = n2.
= S(n) + [2(n+1) – 1]
1. Caso base n = 1 n2 + [2(n+1) – 1]
○ 1 = 12
n2 + [2n + 2 – 1]
2. Passo indutivo
n2 + 2n + 1
○ Hipótese:
(nhipótese
Por + 1)2 de indução
S(n) = 1+3+5+…+(2n – 1) = n2
○ Tese: S(n) = n2
S(n+1) = 1+3+5+…+(2n–1)+[2(n+1) – 1] = (n+1)2

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
43

Exemplo 01

Prove que para todo n ∈ Z+, temos S(n+1) = 1 + 3 + 5 +…+ (2n-1) + [2(n+1) – 1]
que a soma 1 + 3 + 5 +…+ (2n–1) = n2.
= S(n) + [2(n+1) – 1]
1. Caso base n = 1 = n2 + [2(n+1) – 1]
○ 1 = 12
n2 + [2n + 2 – 1]
2. Passo indutivo
n2 + 2n + 1
○ Hipótese:
(n + 1)2
S(n) = 1+3+5+…+(2n – 1) = n2
○ Tese:
S(n+1) = 1+3+5+…+(2n–1)+[2(n+1) – 1] = (n+1)2

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
44

Exemplo 01

Prove que para todo n ∈ Z+, temos S(n+1) = 1 + 3 + 5 +…+ (2n-1) + [2(n+1) – 1]
que a soma 1 + 3 + 5 +…+ (2n–1) = n2.
= S(n) + [2(n+1) – 1]
1. Caso base n = 1 = n2 + [2(n+1) – 1]
○ 1 = 12
= n2 + [2n + 2 – 1]
2. Passo indutivo
n2 + 2n + 1
○ Hipótese:
(n + 1)2
S(n) = 1+3+5+…+(2n – 1) = n2
○ Tese:
S(n+1) = 1+3+5+…+(2n–1)+[2(n+1) – 1] = (n+1)2

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
45

Exemplo 01

Prove que para todo n ∈ Z+, temos S(n+1) = 1 + 3 + 5 +…+ (2n-1) + [2(n+1) – 1]
que a soma 1 + 3 + 5 +…+ (2n–1) = n2.
= S(n) + [2(n+1) – 1]
1. Caso base n = 1 = n2 + [2(n+1) – 1]
○ 1 = 12
= n2 + [2n + 2 – 1]
2. Passo indutivo
= n2 + 2n + 1
○ Hipótese:
(n + 1)2
S(n) = 1+3+5+…+(2n – 1) = n2
○ Tese:
S(n+1) = 1+3+5+…+(2n–1)+[2(n+1) – 1] = (n+1)2

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
46

Exemplo 01

Prove que para todo n ∈ Z+, temos S(n+1) = 1 + 3 + 5 +…+ (2n-1) + [2(n+1) – 1]
que a soma 1 + 3 + 5 +…+ (2n–1) = n2.
= S(n) + [2(n+1) – 1]
1. Caso base n = 1 = n2 + [2(n+1) – 1]
○ 1 = 12
= n2 + [2n + 2 – 1]
2. Passo indutivo
= n2 + 2n + 1
○ Hipótese:
= (n + 1)2
S(n) = 1+3+5+…+(2n – 1) = n2
○ Tese:
S(n+1) = 1+3+5+…+(2n–1)+[2(n+1) – 1] = (n+1)2

Logo, para todo n ∈ Z+, temos que


1 + 3 + 5 +…+ (2n–1) = n2.
Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)
Princípio da indução fraca
47

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) 22n (4) – 1
2. Passo indutivo (3m+1)(4) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ 3m(4) + 4 – 1
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k 3(4m) + 3
3(4m + 1)

Logo, para todo n ∈ Z+, o


número 22n – 1 é divisível por 3

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
48

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) 22n (4) – 1
2. Passo indutivo (3m+1)(4) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ 3m(4) + 4 – 1
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k, para k ∈ Z+ 3(4m) + 3
3(4m + 1)

Logo, para todo n ∈ Z+, o


número 22n – 1 é divisível por 3

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
49

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 = 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) 22n (4) – 1
2. Passo indutivo (3m+1)(4) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ 3m(4) + 4 – 1
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k, para k ∈ Z+ 3(4m) + 3
3(4m + 1)

Logo, para todo n ∈ Z+, o


número 22n – 1 é divisível por 3

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
50

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 = 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) = 22n (4) – 1
2. Passo indutivo (3m+1)(4) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ 3m(4) + 4 – 1
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k, para k ∈ Z+ 3(4m) + 3
3(4m + 1)

Logo, para todo n ∈ Z+, o


número 22n – 1 é divisível por 3

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
51

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 = 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) = 22n (4) – 1
2. Passo indutivo = 22n (3 + 1) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ 3(22n) + 22n – 1
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k, para k ∈ Z+ 3(22n) + 3m
3(22n + m)

Logo, para todo n ∈ Z+, o


número 22n – 1 é divisível por 3

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
52

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 = 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) = 22n (4) – 1
Por hipótese
2. Passo indutivo de indução: = 22n (3 + 1) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ = 3(22n) + 22n – 1
22n – 1 = 3m
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k, para k ∈ Z+ 3(22n) + 3m
3(22n + m)

Logo, para todo n ∈ Z+, o


número 22n – 1 é divisível por 3

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
53

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 = 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) = 22n (4) – 1
2. Passo indutivo = 22n (3 + 1) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ = 3(22n) + 22n – 1
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k, para k ∈ Z+ = 3(22n) + 3m
3(22n + m)

Logo, para todo n ∈ Z+, o


número 22n – 1 é divisível por 3

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
54

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 = 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) = 22n (4) – 1
2. Passo indutivo = 22n (3 + 1) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ = 3(22n) + 22n – 1
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k, para k ∈ Z+ k = (22n + m) ∈ Z+ = 3(22n) + 3m
= 3(22n + m)

Logo, para todo n ∈ Z+, o


número 22n – 1 é divisível por 3

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução fraca
55

Exemplo 02

Prove que para todo n ∈ Z+, o número 22n – 1


é divisível por 3. 22(n+1) – 1 = 22n+2 – 1
1. Caso base n = 1 = 22n (22) – 1
○ 22(1) – 1 = 4 – 1 = 3 (divisível por 3) = 22n (4) – 1
2. Passo indutivo = 22n (3 + 1) – 1
○ Hipótese: 22n – 1 = 3m, para m,n ∈ Z+ = 3(22n) + 22n – 1
○ Tese: 22(n+1) – 1 = 3k, para k ∈ Z+ = 3(22n) + 3m
= 3(22n + m)

Logo, para todo n ∈ Z+, o número


22n – 1 é divisível por 3.
Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)
Princípio da indução forte
56

Definição Estrutura de demonstração

Princípio da indução forte 1. Seja n ≥ 0 abitrário


Se 2. Suponha ∀k < n, P(k) (hipótese
[P(0) ∧ P(1) ∧...∧ P(k)] → P(k+1)* de indução)

3. Provar P(k+1)
Então
✓ ∀n, P(n) 4. Concluir ∀n, P(n)

*Primeiro elemento do conjunto, não


necessariamente 0 (zero)
Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)
Princípio da indução forte
57

Exemplo 01

Prove que todo n > 1 ∈ Z+ pode Caso 1: (k+1) é primo


ser escrito como o produto de Nada a ser provado.
números primos ou é primo.
1. Caso base n = 2
○ 2 é primo
2. Passo indutivo
○ Hipótese: todo 2 ≤ r ≤ k , pode ser
escrito como o produto de primos
ou é primo
○ Tese: (k + 1) pode ser escrito como
o produto de primos

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução forte
58

Exemplo 01

Prove que todo n > 1 ∈ Z+ pode Caso 2: (k+1) não é primo


ser escrito como o produto de Se (k+1) não é primo, então (k+1) é
números primos ou é primo. composto, ou seja,
(k+1) = ab, tal que 2 ≤ a ≤ b ≤ k.
1. Caso base n = 2
Por hipótese, todo 2 ≤ r ≤ k , é o
○ 2 é primo produto de primos.
2. Passo indutivo Logo, a e b podem ser escrito como
produtos de números primos.
○ Hipótese: todo 2 ≤ r ≤ k , pode ser
Portanto, (k+1) também pode!
escrito como o produto de primos
ou é primo
○ Tese: (k + 1) pode ser escrito como
o produto de primos

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Princípio da indução forte
59

Exemplo 02

Prove que todo n ≥ 12 ∈ Z+ pode ser Por hipótese, temos que


obtido somando-se 4’s ou 5’s.
○ (k – 3) pode ser escrito como a
1. Caso base n = 12, 13, 14, 15 soma de 4’s ou 5’s
○ 12 = 4 + 4 + 4 ○ Afinal, 12 ≤ (k – 3) ≤ k.
○ 13 = 4 + 4 + 5
○ 14 = 4 + 5 + 5 Note que (k + 1) = (k – 3) + 4.
○ 15 = 5 + 5 + 5
Portanto, (k + 1) também pode ser
2. Passo indutivo
escrito como a soma de 4’s ou 5’s.
○ Hipótese: todo 15 ≤ r ≤ k é a soma
de 4’s ou 5’s
○ Tese: (k + 1) é a soma de 4’s ou 5’s

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)


Exercícios de fixação
60

n
1. Prove que para todo n ∈ N temos que ∑2 i
= 2 n+1 −1.
i=0

2. Prove que que 11n − 6 é divisível por 5 qualquer n ∈ Z+.


3. Prove que todo n ≥ 8 ∈ Z+ pode ser obtido somando-se 3’s e 5’s.
⎧ 0, se n = 0

4. A função de Fibonacci é dada por F(n) = ⎨ 1, se n = 1
⎪ F(n−1) + F(n− 2), se n ≥ 2

⎡⎛ ⎞
n
⎛ ⎞
n⎤
1 ⎢ 1+ 5 1− 5 ⎥
Prove que F(n) = ⎜ ⎟ −⎜ ⎟ .
5 ⎢⎣⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎥⎦

Matemática Discreta Eduardo Freire Nakamura (nakamura@icomp.ufam.edu.br)

Você também pode gostar