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TRANSFERÊNCIA

Liberação Financeira para o Avanço


do Reino de Deus

C. PETER WAGNER
I a E d içã o
B elo H o riz o n te
2015

SE7E MONTES
A G rande Transferência de Riquezas
© 2015 Editora SE7E MONTES

C oordenação editorial: Dr. Fernando Guillen


Tradução: Carolina de Souza Pereira M artins
Revisão: Débora M onteiro Pereira Guillen
Diagramação: M ônica Barros Gomes Silva
Capa: D avid Guillen Velasco
O rig in a lm e n te p u b lic a d o n o s E sta d o s U n id o s so b o títu lo
The G re a t T ran sfe r o f W ealth: F in a n c ia l R eíease fo r A d v a n cin g G o d s K in g d o m ,
p o r W h ita k e r H o u se 1030 H u n t V alley C ircle, N ew K e n sin g to n - PA 15068
w w w .w h ita k e rh o u se .c o m
C o p y rig h t © 2015 p o r C. P e te r W agner. T o d o s os d ire ito s re serv ad o s.

P u b lic a d o n o B rasil p o r E d ito ra SE7E M O N T E S.


I a e d iç ão : 2015. T o d o s os d ire ito s re serv ad o s.
ISBN: 978*8 5 -6 3 7 6 7 -3 7 -0

D a d o s In i l r n a i io n a is dl C a t \ i o g a ç â o n a P u b lic a ç ã o ( C IP )

(C âmara B r a sileir a n o L iv r o , S P , B r a s il)

W \<i\F.R , C . P e t e r

A ( i R A N D F T R A N S F E R Ê N C I A D L R I Q U L / A S : I . I B F R A Ç Ã O F l N A N C E I R A P A R A O A v \ N ( , ()

d o R f . i n o d l D f. l s / C . P l t i r W \ ( , \ t .r :

tr a d u <; à o C a r o l i n a d e S o i ; / a P h r í - i r a M a r t i n s . —

1. l d . — B ri o H o r i/ o n t l : S ete M o n t e s, 2015.
T ítu lo o r k íin a l :

T hF GREAT TRANSFER OF WEAl-TH! FINANCIAL R hLFASF FOR ADYANU1NG Cj OI)'$ KlNGIXAl.

1. B íb lia - P rofecia s 2. R iq u e/ a - A spectos rflich oso s - C r istia n ism o

3. R iq u e z a - E n s i n o bíblic o

I. T i i r i . 0 .

15-00111 C D D -241.68
Í n d i c f: s p a r a c m m x k í o s i s t e m á t i c o :

I. P r o s p l r id a d l : A s p k io s L n cos : E n s in o b íb lic o :

C r istia n ism o 241.68

N e n h u m a p a rte d e sta p u b lic a çã o p o d e rá ser re p ro d u z id a , d is trib u íd a o u tra n s m itid a


sob q u a lq u e r fo rm a o u m eio , o u a rm a z e n a d a em b a se de d a d o s o u s iste m a de
re c u p e ra ç ã o , sem a a u to riz a ç ã o p ré v ia p o r e sc rito d a E d ito ra Se7e M ontes. E xceto
em caso d e in d ic a ç ã o em c o n trá rio , to d a s as c itaçõ es b íb licas fo ram ex tra íd a s das
E d ição C o n te m p o râ n e a d e A lm e id a C o p y r i g h t © 1990, E d ito ra V ida; (A R A ) E dição
A lm e id a R ev ista e A tu a liz ad a C o p y r i g h t © 1993, SBB; (A R C ) E d ição A lm e id a R evista
e C o rrig id a © 1995, SBB; (N T L H ) E d ição N ova T ra d u ç ã o n a L in g u ag e m d e H oje,
© 2005 v e rsão e le trô n ic a, SBB; A M en sag em : B íblia em L in g u ag e m C o n te m p o râ n e a ,
F.ugene H . P e te rso n , 2011, E d ito ra V ida.
S u m á r io

R ecom endações

P r e f á c io 01

C a p ít u l o 01
T r a n s f o r m a ç ã o S o c ia l : O Q u a d r o G e r a l 05

C a p ítu lo 02
A b r in d o u m N e g ó c io d o R e in o n a E c o n o m i a d e D e u s :

O T e st em u n h o de M a n i E rfa n 29

C a p ítu lo 03
A T r a n s f e r ê n c i a d e R i q u e z a s E s t á V in d o 49

C a p ítu lo 04
N e u t r a l iz a n d o o E s p ír it o d e P o b r e z a 71

C a p ít u l o 0 5
As P a r á b o la s d o s A d m in is tra d o re s d e D in h e iro 103

C a p ítu lo 06
Q u a n d o o D i n h e ir o s e T o r n a “ T o r p e G a n â n c i a ? ” 125

C a p ítu lo 07
O C ic l o d e R iq u e z a d o R e in o 153

C a p ítu lo 08
D o F in a n c ia m e n t o B a s e a d o em D o a d o r e s
A o F i n a n c i a m e n t o B a s e a d o em R e n d i m e n t o s 177
C a pítu l o 0 9
F i l a n t r o p ia d o R e in o 197

C a p ít u l o 1 0
A l g u n s P r in c íp io s B á s i c o s s o b r e d a r c o m A l e g r ia 213

A p ê n d ic e
C o m o E s t a b e l e c e r u m F u n d o d e R e c e it a M in is t e r ia l 239

N otas 250
Estou absolutam ente encantado porque A Grande
Transferência de Riquezas, p o r Peter W agner, foi finalm ente
escrito. D eus é um D eus de abundância. Visualizá-Lo de outra
m aneira é um a distorção da realidade, a m aior realidade de
todas: a natureza de Deus. O próprio fato de haver m uitos
erros ao lidar com este assunto só dem on stra os m edos do
diabo. Ele tem e que a Igreja entre nu m a com preensão bíblica
da p ro speridade com propósito. E este livro o levará nesse
en tendim ento e, finalm ente, para a experiência do m esm o.
Peter W agner nos deu grandes estratégias para renovar nossos
corações e m entes a fim de serm os totalm ente im ersos em
Seus propósitos p ara o planeta Terra. C om a im plem entação
destas estratégias práticas, você será posicionado p ara ajudar
a facilitar A Grande Transferência de Riquezas que levará a
m aior colheita de alm as já vista no m undo.
— Bill Johnson
Pastor Sênior, Bethel Church, Redding, Califórnia
A utor de Q uando os Céus Invadem a Terra
M eu am igo Peter W agner sem pre m e desafia a pensar de
novas m aneiras. Ele fez isso novam ente em seu novo livro A
Grande Transferência de Riquezas. Eu lhe recom endo a ler.
—John C. M axwell
A utor e Palestrante
C. Peter W agner é um dos m aiores e m ais influentes
líderes apostólicos n a Teologia do Reino e nas m udanças de
paradigm as no C orpo de Cristo. Eu ten h o tido a h o n ra de
ser m entoreado p o r Peter, e ten h o o orgulho de cham á-lo de
m eu pai espiritual. Ele é u m h o m em de grande integridade
e um verdadeiro apóstolo. Ele tem escrito m uitos livros
biblicam ente equilibrados que tem abençoado a Igreja
e avançado o Reino de Deus. Agora Peter traz para você o
que eu acredito ser o livro m ais fundam ental desta era do
Reino - A Grande Transferência de Riquezas. Estas páginas
estão cheias da sabedoria divina, do ensino bíblico sólido, da
instrução celestial, e da visão profética que o preparará e o
posicionará p ara ser u m participante da grande transferência
de riqueza, com o está escrito em Isaías 60. Você conhecerá o
propósito final de D eus para a transferência, e com o Ele trará
a transform ação da sociedade. Eu recom endo e exorto a cada
cristão que leia este livro!
—Dr. Ché A hn
Apóstolo, Harvest Apostolic Center
Líder Apostólico, HRock Church, Pasadena, CA
Presidente, Harvest International M inistry
Chanceller Internacional, Wagner Leadership Institute
A Biblia descreve D eus com o a Fonte de Riqueza, o
D o ad o r da Riqueza, O C ontrolador da Riqueza e o D ono da
Riqueza. Deus declara enfaticam ente: A p rata e ouro são m eus
(Ageu 2:8). A riqueza é a herança da fam ília de D eus para os
propósitos do Seu Reino. Riqueza com propósito é p o d er puro
com u m a autoridade poderosa. Os “olhos” da Igreja estão
sendo ilum inados para a grandeza do seu p o d er e potencial.
O livro do Peter Wagner, A Grande Transferência de Riquezas,
irá adicionar revelação a todo aquele que ler, e dará aplicação
p rática para ajudar a posicioná-lo para o d erram am ento
m anifesto da glória da riqueza com o “um a com panhia” de
cristãos preparados. Vamos orar com o Jesus: “Pai, chegou a
h ora, glorifica seus servos para que possam os glorificar a Ti”,
e nos prep ara com o receptores e distribuidores da Grande
Transferência de Riquezas. A hora é agora!
—Pat Francis
Ph.D.
Pastora Presidente, Kingdom Covenant M inistries
Mississauga, Ontario, Canadá
Pr e f á c io
Peter Wagner não está alheio a controvérsias; ele
nunca foi alguém que evitou tratar de temas bíblicos
difíceis como Apóstolos e Profetas ou Batalha
Espiritual. Na verdade, quando ele fica sob uma
torrente de novas críticas, ele simplesmente sorri
e diz: “Eles escreveram meu nome corretamente?”

A Grande Transferência de Riquezas aborda


com ousadia o tema do dinheiro e as questões
controversas que envolvem seu acúmulo para
os propósitos de Deus. Como um professor do
Crescimento de Igrejas, Peter recorda a história
para ver onde nossa visão das riquezas tornou-
-se entrelaçada com a ideia de que ser pobre é
espiritual.
Eu mesma venhode um contexto onde minha família,
que plantava igrejas, foi afetada por pessoas com
a falsa ideia de que a pobreza era um atributo para
nos manter humildes, porém, estávamos sempre
necessitando de dinheiro para construir prédios!
E se nós tivéssemos mais entendimento de que
nosso povo deve ser próspero?

Para entender o conflito em torno deste tema,


deve-se perceber plenamente o alcance do espírito
de pobreza estabelecido na Igreja. Parece-me que
este é um dos planos de Satanás para evitar nossa
cosmovisão, a fim de que não tenhamos o dinheiro
para eliminar a pobreza sistêmica! É papel da Igreja
alimentar os pobres e ajudar os que sofrem. Como
podemos ajudar os outros quando não podemos
ajudar a nós mesmos?
A G r a n d e T r a n s f k r f .n c .ia d e R i q u e z a s

Em outro extremo do espectro, há aqueles que


abraçaram a ideia do “declare e tome posse” e
simplesmente estão esperando que a riqueza
caia em seu colo. Como Deus pode nos confiar
grandes recursos quando não aprendemos como
administrar o que temos, e como nos posicionarmos
diligentemente para mais?

Este livro traz um equilíbrio oportuno e uma


perspectiva de Reino sobre o tema das riquezas.
Há abundância de textos bíblicos para sustentar a
verdade que o Senhor deseja nos fazer prosperar
a fim de que sejamos uma bênção, ou como Peter
Wagner geralmente declara, que Ele deseja que
tenhamos “prosperidade com um propósito!” O
Senhor quer que Seu Reino venha e que Sua
vontade seja feita na terra assim como no céu,
assim Ele oferece a Seu povo acesso a recursos
sobrenaturais abundantes.

Uma das coisas que mais admiro na obra pioneira,


e ouso dizer, apostólica realizada por Peter é sua
habilidade de estar na vanguarda do que o Espírito
Santo está dizendo à Igreja hoje;

A Grande Transferência de Riquezas mais uma vez


demonstra sua profundidade de percepção, já que
esta mensagem parece estar surgindo nos radares
espirituais de muitas pessoas.

02
P refácio

Leia este livro com um coração aberto. Ele pode


irritar algumas mentalidades antigas que você
desenvolveu, até mesmo geracionalmente.
Se iremos transformar nossas nações, serão
necessárias riquezas. Este é um dos temas mais
importantes em relação ao cumprimento do mandato
da Grande Comissão, e Deus está colocando-o em
primeiro plano nesta hora.

Cindy Jacobs
Generais International
Dallas, Texas

03
C a p í t u l o oi
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL:

O QUADRO GERAL

Este livro, como você deve saber, é sobre a grande


transferência de riquezas que Deus planeja liberar para
Seu povo. Por que eu acreditaria que este é o caso? Por
muitos anos, reconhecidos profetas de Deus têm ouvido
isso e concordado que isso irá acontecer, embora, com
uma ou duas exceções, nenhum dos que eu conheça tenha
se arriscado a dar uma data exata. No entanto, parece
claro que a maioria de nós vivos agora deve testemunhar
e participar nesta transferência de um modo ou de outro.
Muitos aplicam esta Escritura ao cenário atual:

As tuas portas estarão abertas de contínuo,


nem de dia nem de noite se fecharão, para
que tragam a ti as riquezas das nações e,
conduzidos com elas, os seus reis.

(Isaías 60:11)
A G r a n d e T r a n sfe r ê n c ia d e R iquezas

Na linguagem modema isto significa que as riquezas das


nações do mundo de alguma maneira serão colocadas nas
mãos do povo de Deus.

Mas isso levanta uma questão crucial: Por quê? Por


que o povo de Deus até mesmo esperaria por tal coisa?
Isso poderia ser reflexo de ganância? Isso poderia ser a
influência do espírito maligno chamado Mamom? Ou
poderia haver um propósito mais elevado?

Este primeiro capítulo é minha tentativa de responder a


essas questões.

A GRANDE COMISSÃO

Um bom lugar para começar a procurar por uma resposta


seria a Grande Comissão. Algo que a maioria dos cristãos
que conheço tem em comum é uma concordância mútua
de que todos nós temos de fazer a nossa parte para ajudar
a cumprir a Grande Comissão de Jesus. Concordo,
muitos cristãos têm alguma ou nenhuma ideia de que
parte eles devem tomar pessoalmente para realiza-la.
Lamento dizer, há muitos que não poderiam nem mesmo
verbalizar o que a Grande Comissão é. Contudo, quase
todos concordam que a Grande Comissão de Jesus é
uma missão séria para cada crente porque eles ouvem
declarações sobre ela regularmente quando freqüentam
a igreja.

Com isso em mente, olhemos mais de perto para a Grande


Comissão.

06
T ran sform ação S o c ia l: O Q u adro G eral

Pode-se afirmar que a Grande Comissão aparece de


formas diferentes em todos os quatro Evangelhos além
do livro de Atos. Agora, porém, quero me concentrar
apenas em Marcos e Mateus. Eu gostaria de destacar
a diferença entre os dois. Quando digo “diferença,”
precisamos ter em mente que tanto Marcos como Mateus
citam as palavras do próprio Jesus. Não é que um está
certo e o outro errado — ambos estão certos. No entanto,
eles escolhem destacar aspectos diferentes da Grande
Comissão total.

Comecemos com Marcos. Eis as palavras de Jesus:

Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a


toda criatura. Quem crer e fo r batizado será
salvo, mas quem não crer será condenado.

(Marcos 16:15-16)

Esta é a Grande Comissão que tem motivado milhares


e milhares de missionários a deixar sua terra natal e
pregar o Evangelho aos povos perdidos e não alcançados
em cada continente do mundo por séculos. Esta é, sem
dúvida, a versão que você mais ouviu.

Agora, prossigamos para Mateus. Aqui estão as palavras


da grande Comissão de Jesus que Mateus escolhe citar:

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as


nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo.

(Mateus 28:19, a ra )

07
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d e R i q i t ./, as

Algumas pessoas não veem muita diferença. Se elas


tiverem a versão de Marcos no fundo de suas mentes,
elas podem interpretar Mateus como se ele estivesse
dizendo que nós devemos ir ao máximo de nações
possível e quando chegarmos lá fazer o máximo de
discípulos possível. Nós deveríamos ganhar para Cristo
tantas pessoas quanto conseguirmos. Permita-me repetir
que isso é verdadeiro. Nós temos de ganhar homens e
mulheres para Cristo. Mas há mais.

Aqui está a verdadeira diferença: Marcos é pessoal, mas


Mateus é corporativo. Marcos diz toda criatura, Mateus
diz todas as nações. Isso é digno de análise.

Uma chave para isso é entender a palavra “nação” de


Mateus. O original no grego é ethne. Você pode ver
facilmente que nossa palavra portuguesa “étnico” vem
daí. Então uma maneira de entender a Grande Comissão
seria “fazer discípulos de todos os grupos étnicos.” Mas
isso é um pouco limitado. O melhor modo de interpretar
ethne é qualquer agrupamento social que vincule pessoas
em uma unidade coerente, tais como uma vizinhança ou
uma cidade, ou um grupo ocupacional, ou um estado, ou
um grupo étnico como os coreanos-americanos, ou os
bascos na Espanha e França, ou uma nação geopolítica
como a Suécia, ou o Vietnã, e assim por diante. O ponto
principal é que a versão de Mateus da Grande Comissão
ressalta discipular todo um grupo de pessoas, não
somente indivíduos como faz a versão de Marcos. E por
isso que eu disse que Marcos é pessoal, enquanto Mateus
é corporativo.

08
T ran sfo r m a çã o S o cia l: O Q uadro G r r u .

Essa não é uma diferença trivial. Para começar, fazer um


discípulo de toda uma nação é obviamente um desafio mais
formidável do que ganhar uma alma para Cristo. Porém,
é disso que este livro irá tratar. Ed Silvoso concordaria.
Ele diz, “O objetivo final da Grande Comissão, contrário
ao conhecimento religioso contemporâneo, não é
simplesmente fazer discípulos de pessoas, mas também
discipular, ensinar e batizar nações” (ênfase dele).1 Eu
acho que a maioria de nós tem um desejo profundo de
que nossa nação, no meu caso os Estados Unidos, algum
dia venha a Cristo a fim de que os Estados Unidos sejam
novamente vistos internacionalmente como uma nação
cristã porque ela é permeada e guiada pelas bênçãos e
valores do Reino de Deus. Os Estados Unidos, como
nação, proclamarão Jesus Cristo como Senhor! Para
fazer com que isso aconteça uma grande quantidade de
riqueza será necessária.

O REINO DE DEUS

Quando pensamos na estrutura fundamental do


Cristianismo, geralmente pensamos na Igreja. A Igreja é
uma parte importante dela, mas é mais útil começar com
o Reino de Deus. O Reino de Deus não está confinado
às quatro paredes da igreja local. Ele inclui a Igreja,
mas ele é muito maior. Você já pensou sobre isso? Jesus
nunca enviou Seus discípulos para pregar o Evangelho da
Igreja. Ele nunca os enviou para pregar o Evangelho da
salvação. Ele sempre os enviou para pregar o Evangelho
do Reino.
A primeira vez que Jesus mencionou a palavra “Igreja”
no Novo Testamento está registrada em Mateus 16:18,
onde Ele diz:

edificarei a minha igreja

09
A G R A N D F . T r W S I T . R h N C I A DF- R l Q U i Z A S

No versículo seguinte, Ele diz a Seus apóstolos que


lhes daria chaves para servi-Lo ao realizar essa tarefa.
Mas acho muito significativo que Ele não lhes tenha
dado chaves para a Igreja. Ele lhes deu chaves para o
Reino. Entendo que isso significa que uma das melhores
maneiras de edificar a Igreja é avançar o Reino de Deus.

O que é o Reino de Deus? Note que “rei-no” (“king-dom”


em inglês) possui duas partes. Não há, é claro, reino
algum sem um rei (king, a Ia parte). Em nosso caso o
rei é Jesus Cristo. Então “Jom ” (a 2a parte) é abreviação
de “domínio.” Um reino, portanto, é o domínio de um
rei. Tenha em mente que o Reino de Deus não é uma
entidade geopolítica. Ele não tem fronteiras territoriais.
Ele não expede passaportes. Ele não pode fazer parte
das Nações Unidas. Ele não imprime sua própria moeda.
Então, onde ele existe? Ele existe onde quer que as
pessoas reconheçam Jesus como seu rei. Se Jesus é o seu
rei, você está no Reino de Deus. E por isso que, em certo
momento, Jesus disse:

O reino de Deus está dentro de vós

(Lucas 17:21)

O domínio de Deus vem através das pessoas que O seguem.


Nos dias atuais é importante esclarecer que quando
falamos sobre discipular nações e sobre o Reino de Deus,
não estamos defendendo uma teocracia. “Teocracia” no
geral significa uma nação que é governada por Deus, mas
no uso comum significa o governo da Igreja. O imperador
romano Constantino foi o primeiro que tentou isso
quando fez do Cristianismo a religião oficial do Império
Romano, o que deu-lhe controle sobre a Igreja. Pode soar
bem a princípio, mas Deus não quer ser um governante
político. O Reino de Deus está nas pessoas, não nas
estruturas políticas. Constantino falhou completamente,

10
T ra n sfo rm a çã o S o q a f : O Q u adro G kraf

e a partir de então a Igreja, pelo menos a ocidental, sofreu


danos permanente. Nós faríamos o mesmo se fôssemos
bem-sucedidos em estabelecer uma teocracia cristã
em uma nação hoje. Sinto que tenho de ressaltar isto
porque, infelizmente, um contingente bem barulhento
de críticos, por algum tempo tem tido a prática de nos
condenar na Internet por defendermos uma teocracia, o
que sistematicamente tento evitar.
Quando sonho com uma nação como os Estados Unidos
proclamando Jesus Cristo como seu Senhor, não quero
dizer que a Igreja ou qualquer outra estrutura religiosa
deva governar nosso país. Isto não seria o Reino de Deus.
A Constituição permaneceria intacta com a cláusula de
que não haverá lei alguma a respeito do estabelecimento
de religião, ou que proíba seu exercício. A democracia e
o sistema bipartidário prevaleceriam. Haveria liberdade
e justiça para todas as religiões. No entanto, o que
realmente quero dizer é que uma massa de cidadãos
na sociedade, Democratas e Republicanos, brancos
e negros, pobres e ricos, naturais da Nova Inglaterra e
do Texas, caminhoneiros e CEOs seriam seguidores
de Jesus Cristo e, portanto, agentes do Reino de Deus.
Eles usariam qualquer influência que pudessem ter para
promover as bênçãos do Reino e os valores do Reino
o máximo possível na cultura norte-americana. Alguns
podem escolher seguir a liderança de Margarita Arellanes,
prefeita de Monterrey, México, que dedicou publicamente
sua cidade “a nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que o
Seu Reino de paz e bênção possa ser estabelecido.”2
A prefeita Arellanes não estava defendendo que a cidade
de Monterrey nem a nação do México se tomassem uma
teocracia. Contudo, ela convidou Jesus sim para tomar-se
Senhor sobre o território dela.

11
A G r a n d e T r a n sfe re n cia d e R iquezas

Convidar o Reino de Deus para sua cidade ou região


nunca deveria ser algo temido, mas bem recebido. Por
quê? Tente ver os benefícios do Reino através dos olhos
de Cindy Jacobs: “Esse é o Reino que precisamos voltar
a proclamar ao mundo — um Reino com base no amor,
na justiça e no poder de Deus, no qual a corrupção
é exceção, os famintos e pobres recebem alimento e
roupas, os tribunais tomam decisões justas, o governo
age com probidade, o comércio é conduzido com ética,
e a educação se preocupa mais em buscar a verdade que
incutir nos jovens a filosofia aceita no momento.”3

O MANDATO DE DOMÍNIO

O desígnio original de Deus era de que os humanos, os


quais Ele criou à Sua imagem, governassem Sua criação.
Isso é encontrado na primeira página da Bíblia. Diz que
Deus criou Adão e Eva e lhes disse:
frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra, e
sujeitai-a. Dominai sobre os peixes do mar,
sobre todas as aves do céu e sobre todos os
animais que se arrastam sobre a terra

(Gênesis 1:28)
Esta é a Escritura que nos dá a palavra “domínio” em
“mandato de domínio.”

Adão e Eva, acima de tudo, deveriam ter um


relacionamento pessoal com Deus e amá-Lo. Porém, o
amor, é claro, não pode ser coagido. Ele tem de surgir do
coração do amante. Portanto, Adão e Eva devem ter sido
criados como agentes moralmente livres. Cabia a eles
tomar a decisão de amar ou não a Deus. Para que o amor
fosse autêntico, a escolha tinha de ser deles.

12
T r a n s f o r m a ç ã o S o c i a j .: O Q u a d r o G e r a l

O mesmo aplicava-se a exercer domínio sobre a criação.


Adão tinha de escolher obedecer ou desobedecer ao
mandato de domínio. Deus lhe havia dado autoridade para
exercer o domínio, bem como para entregar o domínio.
E, na verdade, isso envolvia você e eu. Por quê? Porque
“Adão” não é simplesmente o nome de um homem — a
palavra hebraica significa a raça humana inteira. Por mais
distante que tenha sido, você e eu estávamos envolvidos
na decisão de Adão visto que somos parte da raça humana!

Infelizmente, como todos nós sabemos, Adão tomou a


decisão errada. Como isso aconteceu?

A TENTAÇÃO E A QUEDA

Satanás entra em cena. Satanás era originalmente um dos


anjos mais gloriosos de Deus. Seu nome era “Lúcifer”
— Anjo de Luz. Mas ele rebelou-se contra Deus e foi
expulso do céu para a esfera terrena. Ele ainda era um
ser sobrenatural poderoso, mas Deus havia retirado dele
a autoridade da qual uma vez ele desfrutara no céu. O
poder sem a autoridade para usá-lo toma-se neutralizado.
É fácil, então, entender por que o desejo mais profundo
de Satanás seria conseguir sua autoridade de volta. Adão
no Jardim do Éden lhe deu sua chance.

A maior parte do ensinamento cristão sobre a tentação


no Jardim do Éden destaca o desejo de Satanás de atrair
Adão para pecar e então passar aquele pecado adiante
através de toda raça humana. Embora isso certamente
seja verdadeiro, eu não acredito que essa era a motivação
primária de Satanás para tentar Adão. Eu creio que
quando Satanás abordou Adão, ele sabia que Deus dera a
Adão autoridade para tomar domínio, mas que, como um

13
A G r a n d e T r a n sf e r ê n c ia d f R iq u e z a s

agente moral livre, ele também poderia entregar aquela


autoridade. Adão podia escolher obedecer a Deus ou
obedecer a Satanás. Quando Adão pecou e desobedeceu
a Deus, ele e seus descendentes não apenas adquiriram
uma natureza humana pecaminosa, mas Satanás foi
capaz de usurpar a autoridade de Adão sobre a criação. O
resultado? Uma criação caótica permeada pelo mal e pela
perversão! Na verdade as coisas ficaram tão ruins que
em certo momento Deus arrependeu-se de criar a raça
humana a princípio e Ele estava a ponto de destruí-la de
uma vez por todas.

Quando os escritores do Novo Testamento analisam esse


estado deplorável dos acontecimentos, eles dão a Satanás
títulos como o deus deste século (II Coríntios 4:4) e o
príncipe das potestades do ar (Efésios 2:2). Jesus
chama-o até mesmo de o príncipe deste mundo (João
14:30). Se você duvida da autoridade que Satanás teve
desde o Jardim do Éden, apenas medite por um momento
sobre a terceira tentação de Jesus. Nela, Satanás ofereceu
a Jesus todos os reinos do mundo se Jesus apenas o
adorasse. É claro que conhecemos o resultado da tentação,
mas este não é o meu ponto aqui. Meu ponto é que Jesus
nunca questionou o domínio de Satanás sobre os reinos
do mundo. Todos eles!

Satanás pode ter sido o governante deste mundo, com a


posição de “governante” sugerindo um reino, mas Jesus
veio para começar a mudar as coisas retomando ao plano
original de Deus. Ele é chamado de o último Adão (I
Coríntios 15:45). Jesus trouxe uma coisa para o mundo
com a qual Satanás não tinha tido que lidar antes, isto é,
o Reino de Deus. Isto era uma invasão clara ao reino de
Satanás. Por cerca de dois mil anos agora, o povo de Deus
tem estado proclamando o Evangelho do Reino, e eles

14
T r a n s f o r m a ç ã o S o c i a l : O Q u a d r o G erai

têm estado, em um ou outro grau, envolvidos na batalha


espiritual necessária para fazer retroceder o reino de
Satanás e substituí-lo pelo Reino de Deus. Eles não têm
lutado contra carne e sangue, mas contra os principados e
poderes das trevas (Efésios 6:12). Ainda temos um longo
caminho a percorrer, mas um progresso considerável tem
sido feito, e hoje o Corpo de Cristo ao redor do mundo
está no ataque de modo mais impetuoso do que nunca
antes na história. Nós estamos comprometidos com nosso
mandato de domínio. O objetivo é ver a oração que Jesus
nos deu completamente realizada:

Venha o teu reino, seja feita a tua vontade,


assim na terra como no céu 4

(Mateus 6:10)

TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Quando esse é nosso objetivo, nós inevitavelmente nos


tomamos envolvidos com a transformação da nossa
sociedade. Recordemos que a Grande Comissão em
Mateus é fazer discípulos de nações. Como mencionei
antes, a palavra grega por trás de “nações” é ethne,
significando grupos de pessoas que se encontram
conectadas em qualquer unidade social. Portanto,
transformar nossa sociedade pode significar transformar
nossas cidades, ou nossos bairros, ou nossos estados,
ou nossas regiões, ou nossos grupos de pessoas, e
assim por diante. E transformação corporativa ao invés
de transformação individual. Esta é uma tarefa mais
apostólica do que uma tarefa pastoral ou evangelística.

15
A G r a n d e T r an sferência d e R iquezas

Como tenho trabalhado com transformação social por


anos, tomou-se claro que muitos fatores diferentes
precisam estar na equação para que isso aconteça. Alguns
destes fatores são mais importantes que outros. Tentei
selecionar o que considero os fatores mais importantes e
colocá-los juntos em um gráfico simples. Eis a aparência
do gráfico:
PODERES

O centro do gráfico é uma barra classificada como


“Transformação Social.” Isto tem a intenção de ilustrar
o objetivo de nosso empenho. Também registrei o termo
“Teologia de Domínio” para nos lembrar de nosso
mandato bíblico de transformação social que descrevi
anteriormente. Satanás foi bem-sucedido em usurpar o
domínio sobre a criação que Deus originalmente projetou
para Adão e a raça humana, e agora estamos envolvidos
em realizar a comissão de Jesus de tomarmos isso de
volta.

16
T ra n sfo r m a ç ã o S o c i a l : O Q u a d r o G k r a i

Que mudanças em nossos pensamentos e ações serão


necessárias para realizarmos a tarefa?

O GOVERNO BÍBLICO DA IGREJA

Duas colunas sustentam a barra da transformação social


e cada coluna tem um fundamento como base. A base
da coluna da esquerda é “O Governo Bíblico da Igreja.”
Com isso quero dizer, redescobrir que o projeto original
de Deus era de que a Igreja seja governada por apóstolos
apropriadamente alinhados com profetas. Porque a Igreja
desviou-se desta forma de governo nos últimos 1700
anos aproximadamente, é extremamente difícil para
alguns líderes eclesiásticos bem estabelecidos admitir
que apóstolos devem governar a Igreja. Isto requer uma
troca radical de paradigma ou uma mudança no nosso
modo de pensar.

Não apenas líderes eclesiásticos individualmente, mas


algumas denominações inteiras, tais como as respeitadas
Assembleias de Deus dos Estados Unidos decidiram
que não irão mudar. As Assembleias de Deus emitiram
dois “documentos,” ou declarações doutrinárias
denominacionais, sobre o tema, um em 1949 e outro em
2000. Neles declaram que a ideia de que os “ofícios atuais
de apóstolos e profetas devem governar o ministério
eclesiástico” é “errônea” e “um desvio da Escritura,” e
“ensino pervertido.”

A visão deles é que a obra de apóstolos e profetas relatada


no Novo Testamento cessou em algum momento durante
a história da Igreja Primitiva.5

17
A G r .w d k T r a n s i f . r k n c i a Dh R i q u e z a s

Este posicionamento Cessacionista é compartilhado


por um bom número dos líderes eclesiásticos,
tanto denominacionais como não denominacionais,
especialmente nas nações do Ocidente.

Ao contrário, não há nada no Novo Testamento que


indique que o governo da Igreja encabeçado por apóstolos
deveria algum dia cessar. A Bíblia diz:

E ele mesmo [Jesus em Sua ascensão]


concedeu uns para apóstolos, outros
para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com vistas
ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço

(Efésios 4:11-12)

Por quanto tempo? Ela continua dizendo:

[...] até que todos cheguemos à unidade da fé


e do pleno conhecimento do Filho de Deus,
àperfeita varonilidade, à medida da estatura
da plenitude de Cristo.

(Efésios 4:13)

Poucos líderes cristãos que conheço sentem que


alcançamos este ponto, então é um devaneio questionável
presumir que dois desses cinco ofícios teriam cessado em
algum momento passado da história.

Com tudo isso em mente, o governo bíblico da Igreja,


comandado por apóstolos apropriadamente relacionados
com profetas, é o fundamento para a coluna à esquerda
no gráfico.6

18
T r a n s k >r m .\<;A<> S o c i a l : O Q u a d r o G e r a i

A IGREJA NO AMBIENTE DE TRABALHO

A própria coluna à esquerda no gráfico tem a ver com a


Igreja no ambiente de trabalho.

Embora haja muitas maneiras nas quais a Igreja, ou


a ekklesia, tenha sido projetada para funcionar, sua
composição básica essencial é o povo de Deus. Onde
quer que você encontre o povo de Deus, você encontra a
ekklesia. Por exemplo, quando o povo de Deus está reunido
em suas congregações no domingo, esta é a verdadeira
Igreja. Mas quando o mesmo povo de Deus está espalhado
por entre os locais de trabalho de segunda-feira a sábado,
eles ainda são a verdadeira Igreja, simplesmente porque
eles ainda são o povo de Deus. Isto é o que quero dizer
com “a Igreja no Ambiente de Trabalho.” Gosto de tomar
emprestado da sociologia e referir-me à Igreja reunida
como a “Igreja nuclear” e a Igreja espalhada como a
“Igreja estendida” . Há, obviamente, somente uma Igreja
de Jesus Cristo, mas essas são duas formas e funções
significativas da Igreja.

Uma implicação importante disso é que, o que quer


que o povo de Deus faça na Igreja estendida ou na
Igreja no ambiente de trabalho, é um modo válido de
ministério. Ministério não está restrito à Igreja nuclear.
Contabilidade ou enfermagem ou agricultura são um
ministério tanto quanto liderar a adoração, realizar
encontros evangelísticos, ou pastorear uma igreja. Estou
ciente de que pensar dessa maneira demande uma troca de
paradigma para muitas pessoas, mas é um posicionamento
muito sustentável.

Uma segunda implicação é que apóstolos, profetas e


mestres devem funcionar na Igreja estendida. A Bíblia
diz:

19
A G r a n d e T r a n sferên cia d e R iq u eza s

A uns pôs Deus na igreja, primeiramente


apóstolos, em segundo lugar profetas, em
terceiro lugar mestres

(I Coríntios 12:28)

Nós estamos acostumados com estes ofícios na Igreja


nuclear, mas não há razão para supor que eles não foram
dados também à Igreja estendida. Acredito que tenhamos
apóstolos no ambiente de trabalho e eles são cruciais para
a grande transferência de riquezas.7

Na verdade, se você voltar ao gráfico, verá que o único


item com ação, indicado pelas setas, é “apóstolos
no ambiente de trabalho.” Com poucas exceções, a
maioria dos apóstolos na Igreja nuclear não tem as
habilidades e experiência necessárias para lidar com
grandes quantidades de riqueza, assegurando que ela
seja adequadamente direcionada para propósitos do
Reino. Apóstolos no ambiente de trabalho são os mais
apropriados para receber a grande transferência de
riquezas.

LIBERTAÇÃO DO ESPÍRITO DE POBREZA

O fundamento da coluna à direita no gráfico é “Quebrar


o espírito de pobreza.” Mais adiante haverá um capítulo
inteiro sobre este passo indispensável para a grande
transferência de riquezas, então não direi muito sobre
isso agora. Porém, quero enfatizar que estamos lidando
com nada menos que um espírito demoníaco de alta
patente que opera debaixo da orientação e autoridade de
Satanás, que, como expliquei anteriormente, ainda opera
no sobrenatural como o “príncipe deste mundo.” Sugiro
que evitemos a abordagem um tanto tímida e pacifista

20
T r a n s f o r m a ç ã o S o c i a i .: O Q u a d r o G urai

que alguns têm assumido nestes dias, tentando reduzir


o “espírito de pobreza” a psicologia social pervertida e
desilusão pessoal. Esta visão procura evitar a confrontação
sobrenatural com o mundo espiritual, focando em
soluções naturais para os problemas individuais e sociais
que resultam de uma mentalidade de pobreza.

Quando Jesus enviou Seus discípulos, Ele lhes disse


constantemente para expulsar demônios; Ele nunca lhes
disse para aconselhar demônios. Isto implica que lidar
com o espírito de pobreza envolve guerra espiritual de
confronto no âmbito corporativo tanto quanto no âmbito
pessoal. E verdade que esse espírito maligno causa
psicologia social pervertida e desilusão pessoal, mas o
primeiro nível de ataque a estes problemas deveria ser
sobrenatural, não simplesmente natural. No capítulo a
respeito de como quebrar o espírito de pobreza, conto
como eu mesmo estive endemoninhado por este espírito
maligno e como ele foi expulso de mim. Não fico mais
constrangido pela prosperidade — dou boas-vindas a ela!

A TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZAS

No gráfico, há dois pilares dando sustentação à


transformação social: “A Igreja no Ambiente de
Trabalho” e “A Transferência de Riquezas.” Nós não
alcançaremos nosso objetivo de fazer discípulos das
nações sem que ambos estejam firmemente no lugar. Ter
riquezas à disposição é essencial para a transformação
constante. Pense sobre isto: Ao longo do curso da história
humana três coisas acima de todas as outras têm causado
mudanças permanentes na sociedade — violência,
conhecimento e riqueza. E o maior destes é a riqueza!
Esta é a premissa fundamental de todo o livro.

21
A G r .w d i : T r a n s i f .r è n c i a d i : R i q r i , / . . \ s

PODERES CÓSMICOS

Desenhei uma cobertura denominada “Poderes cósmicos”


sobre todo o gráfico. Isto é para representar os esforços
do deus deste século, o próprio Satanás, para evitar que
o Reino de Deus seja manifesto na terra assim como é
no céu. Satanás está ativo ao mobilizar poderes cósmicos
das trevas para evitar a liberação de riquezas para
avançar o Reino de Deus aqui na terra. Anteriormente
expliquei como Jesus trouxe o Reino de Deus como uma
invasão literal no reino de Satanás, e como Satanás tem
perdido terreno desde então. Isso provoca o surgimento
de “grande ira” no diabo porque ele sabe que tem um
tempo curto (veja Apocalipse 12:12). Ninguém sabe com
exatidão qual é o tempo, mas a cada novo dia há menos
tempo para Satanás do que havia no dia anterior!

É por isso que não podemos ignorar a atividade agressiva


e dominante de poderes cósmicos das trevas tentando
evitar a grande transferência de riquezas. Isso significa
que temos de mobilizar o povo de Deus para envolver-
-se na guerra espiritual ofensiva, e não defensiva. Se
não lutarmos com principados e potestades de um modo
intencional e informado, nós não veremos a riqueza do
Reino liberada como deveria. Este não é o lugar para
explicar os detalhes de como a batalha espiritual deve
ser feita, mas nós temos sim fontes excelentes para nos
dar a informação de que precisamos para tomar ações
agressivas. *

22
T rw sio rm m \ o S< k i a i .: O Q uadro G irai.

ATERRA

Você pode ver que o fundamento de ambos os pilares


está enraizado em “A Terra.” Como conseqüência das
atividades de poderes cósmicos nos céus, nós precisamos
saber que eles tentam persistentemente poluir a terra aqui
no planeta. Se nós não identificarmos com precisão as
causas da poluição da terra em qualquer área geográfica
para a qual Deus nos designa e cancelarmos as maldições
que vieram sobre ela usando nossas armas de batalha
espiritual, seremos continuamente frustrados em nossas
tentativas de ver as riquezas liberadas. Contudo, nós
podemos obter a vitória. Em II Crônicas 7:14 nós
descobrimos que se o povo de Deus fizer as coisas
corretas, Ele diz:

sararei a sua terra.

Nos últimos anos, nossas habilidades para descobrir


fortalezas das trevas sobre a terra desenvolveram-se
dramaticamente. O “mapeamento espiritual,” o termo
técnico que descreve esse esforço, agora é feito bem
extensivamente por intercessores proféticos e suas
equipes. O melhor livro sobre mapeamento espiritual é
Intercessão Fundamentada de George Otis Jr. Embora
a lista de fontes possíveis de poluição da terra seja
muito maior, os quatro causadores mais freqüentes são
quebra de aliança, idolatria, derramamento de sangue
e imoralidade. Se essas coisas não forem tratadas com
eficácia, as duas colunas centrais — ativando a Igreja
no ambiente de trabalho e a transferência de riquezas —
serão impedidas.

23
A Grandi. Tr\ \ > i i-.rí v i a di. Riqn ./.\s

OS SETE MONTES

Falando da Igreja no ambiente de trabalho, elaboremos


um pouco do conceito do “ambiente de trabalho.” Nosso
primeiro pensamento geralmente é que o ambiente de
trabalho é onde o povo de Deus está nos seis dias da
semana em que ele não está na igreja. Mais cedo tentei
explicar por que eu pensava que o povo de Deus constitui
a Igreja, a ekklesia, não apenas quando está reunido no
domingo mas também quando está espalhado de segunda
a sábado.

Uma ferramenta muito útil para conceituar e planejar


estratégias do avanço do Reino no ambiente de trabalho
é o modelo dos Sete Montes. Nós temos uma dívida com
Lance Wallnau por chamar a atenção do Corpo de Cristo
para isso nos últimos anos. Wallnau diz: “Falta poder
cultural à Igreja porque ela se focaliza em mudar o mundo
a partir de dentro do Monte da Religião, em vez de liberar
a Igreja dentro do mercado para ser o fermento de todos
os sete. [...] Levar o Evangelho a todo o mundo não é mais
uma simples jornada geográfica. O mundo é uma matriz
de sistemas sobrepostos ou esferas de influência. Somos
chamados para ir a toda matriz e invadir cada monte com
uma influência que libera seu potencial pleno.”9

Se olharmos para a sociedade em geral em qualquer


parte do mundo, nós descobrimos que ela é moldada
por estes Sete Montes: Religião, Família, Educação,
Mídia, Governo, Artes & Entretenimento, e Negócios.
A influência em cada um desses montes é gerada do
topo para a base, não de baixo para cima. Portanto,
nosso objetivo inclui em fazer o que for necessário

24
T r a n s f o r m a ç ã o S o c í a i .: O Q u a d r o G e r a i .

para posicionar cristãos com mentalidade de Reino no


topo de cada monte. Nós não podemos esperar por uma
transformação social contínua transformando dois ou três
desses montes — todos os sete devem ser transformados
simultaneamente.

OS SETE MONTES

RELIGIÃO FAMÍUA EDUCAÇÃO GOVERNO MÍDIA ARTES&ENIRETENMEN1D NEGÓCIOS

Visto que há uma Igreja no Ambiente de Trabalho e que


Deus designou apóstolos e profetas como o fundamento
da Igreja (veja Efésios 2:20), é razoável concluir que
Deus colocou apóstolos e profetas em cada um dos Sete
Montes, não somente no Monte da Religião. Eu disse isso
antes, mas vale a pena repetir. Estou ciente de que essa
ideia relativamente nova, compreensivelmente apresenta
uma ameaça a alguns líderes do Monte da Religião que
supunham previamente que o governo de toda a Igreja
estaria localizado em seu monte. Meu conselho seria
que eles precisarão passar por uma troca de paradigma
se esperam participar dos novos movimentos de Deus
e da grande transferência de riquezas. Mais uma vez,
a única figura no gráfico com setas indicando ação é
“Apóstolos do Ambiente de Trabalho.” A menos que até
que uma massa crítica deles, em cada monte, seja ativada
e afirmada, Deus não liberará a riqueza que esperamos.

25
A G ra n d e T ran seerênce\ d e R iquezas

O REINO DE DEUS ESTÁ SE EXPANDINDO

Quero concluir este capítulo com uma palavra de


encorajamento. Dois mil anos se passaram desde que
Jesus trouxe o Reino de Deus para invadir o reino de
Satanás. Apesar de não ser com a rapidez que gostaríamos,
o Reino de Deus tem vindo para a terra assim como é no
céu desde a época de Jesus. A raça humana por todo o
mundo está numa condição muito melhor com as pessoas
desfrutando de vidas muito mais gratificantes do que
antes de Jesus ter vindo. E verdade, ainda temos nossa
parcela de problemas sociais sérios, tais como injustiça,
corrupção, escravidão sexual, guerras, pobreza, violência,
aborto, doenças e coisas do tipo. As vezes essas coisas
estão tão próximas de nós que é difícil acreditar que o
mundo em geral está melhorando. O reino de Satanás
ainda não está totalmente desmantelado, então ele ainda
tem poder para gerar os tipos de males que acabei de
mencionar e ainda mais além desses.

Entretanto, ele não tem tanto poder quanto ele


costumava ter. Para começar, a expectativa de vida hoje
é o dobro daquela de dois mil anos atrás. A prosperidade
aumentou tanto que mais famílias possuem terra e casas
confortáveis, transporte como automóveis, e meios de
comunicação como televisões e telefones celulares.
Guerras e escravidão são agora exceções, não mais regras
da existência normal como costumavam ser. Fiquei muito
encorajado ao ler o livro de Steven Pinker a respeito da
história da violência, que mostra conclusivamente que ao
longo dos séculos a violência diminuiu consideravelmente
por todo o mundo.10

26
T ran sform ação S o cia l: O Q uadro G er a i.

E a pobreza? As estatísticas demográficas mundiais


mostram que enquanto em 1990 mais de quarenta por
cento dos humanos viviam abaixo da linha da pobreza,
em 2010 havia menos de vinte por cento de pobres e
espera-se que este número continue decrescente."

Alguns podem observar que nem todas essas mudanças


positivas aconteceram como resultado direto das
atividades do povo de Deus. Eu diria sim e não. Para
começar, acredito que todos concordem que por 2000
anos, o povo de Deus tem orado “Venha o teu reino,
seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
Deus tem respondido essa oração, mas Seus veículos
para realizar isso nem sempre envolveram a Igreja. Um
exemplo contemporâneo vivido tem sido a dramática
redução da pobreza na China. Em uma geração o governo
da China libertou cerca de 500 milhões de pessoas da
pobreza, muito mais do que toda a população dos EUA.
Neste caso, surpreendentemente, o veículo foi um
governo comunista. E podemos notar que para efetuar
tal feito, a liderança chinesa teve ao seu dispor grandes
quantidades de riqueza. De fato, ao escrever isto, a China
está preparada para substituir os EUA como a nação que
lidera a economia mundial.

Nós desejaríamos que essamudança social com orientação


de reino tivesse sido encabeçada pelo povo de Deus ao
invés de colocar ateus declarados. Minha esperança e
oração é que o futuro seja diferente. À medida que cristãos
com mentalidade de Reino e motivados pelo Reino se
levantarem para as posições de influência em todos os
Sete Montes, eles serão aqueles que Deus usará para
ocasionar transformação social ainda mais rápida e mais
profunda. Logo que isso acontecer, nós cumpriremos a
Grande Comissão de Jesus.

27
C a p í t u l o 02
ABRINDO UM NEGÓCIO DO REINO
NA ECONOMIA DE DEUS:
O TESTEMUNHO DE MANI ERFAN

C om o afirmei anteriorm ente, cristãos que são um a expressão da


“ Igreja no A m biente de Trabalho” são os m ais adequados para receber
do m undo exterior a grande transferência de riquezas para o Reino
de D eus. N este capítulo, eu gostaria de com partilhar o testem unho
inspirador de um irmão em Cristo que recebeu esta transferência de
riquezas e está usando-a para expandir o R eino de D eu s p elo m undo.
O restante deste capítulo é o testem unho p esso a l inspirado por D eu s
de Mani Erfan.

“Eu prometo a você, papai, serei bem-sucedido!” Essas


foram minhas últimas e chorosas palavras enquanto eu
dava adeus a meu pai. Foi em 1983, e, um ano antes,
minha família fugira da nação do Irã, desolada e
destruída pela guerra, para construir uma nova vida para
nós na Inglaterra. Mas agora, com apenas dezesseis anos
de idade, eu deixava a Inglaterra com esperanças ainda
maiores de uma vida bem-sucedida na América — e
eu estava indo sozinho. Quando deixava meu pai de pé
no portão do aeroporto de Heathrow, gritei novamente:
A G r a n d h T r a n s f e r ê n c i a d e R i q e e / . as

“Deixarei você orgulhoso, papai”. Meu corajoso sonho


pessoal era ir para os Estados Unidos e tomar-me um
sucesso, não importava quanto trabalho isso acarretasse.

Pelos anos seguintes, com o dinheiro que meu pai


conseguia enviar-me, freqüentei a faculdade na
Universidade da Flórida, com especialização em
engenharia química. Eu sabia que, como engenheiro, eu
seria capaz de conseguir um bom emprego e viver o sonho
americano. Eu não era cristão naquela época, e não tinha
intenção alguma de tomar-me um. Eu havia sido criado
no Irã como um muçulmano xiita, mas nada daquilo tinha
tanta importância para mim quanto tomar-me um sucesso
financeiro nesta nova terra das oportunidades. O maior
milagre da minha vida é que Deus tinha muito mais em
Seu plano para mim!

ELE É O DEUS DO SOBRENATURAL!

Quatorze de julho de 1987 foi o dia da minha primeira


experiência sobrenatural com Deus — um dia que mudou
minha vida para sempre. Eu tinha vinte e um anos de
idade e ainda estava na faculdade. Lembro-me dele como
se fosse ontem, embora já se tenham passado quase trinta
anos desde então.

Acordei naquela manhã com o coração pesado, esmagado


por problemas importantes na minha vida. Eu tinha
dívidas; eu havia me casado, mas minha esposa ameaçava
abandonar-me; e eu estava sendo acusado pelo govemo
dos Estados Unidos por um crime que não cometi. Com
uma importante audiência em apenas nove dias, minha
vida parecia estar girando fora de controle.

30
A b r i n d o c m N e g ó c i o d o R f .i n o n a E c o n o m e a d p . D e u s : O T e s t e m u n h o d e M a n i E r f a n

Estranhamente, para este jovem muçulmano, as únicas


pessoas que permaneciam ao meu lado foi um casal de
cristãos que fez amizade comigo. Naquela tarde, eles
compartilharam comigo a respeito de Jesus Cristo, o
Salvador de suas vidas. Eu não tinha a intenção de tomar-
me um cristão naquele dia, mas após ouvir a história do
Evangelho com tanta clareza, algo sobrenatural veio
sobre mim e, por uma hora, as únicas palavras que pude
repetir, vez após vez, foram: “Jesus Cristo é meu Senhor
e Salvador!” Depois de compartilhar esta convicção com
três pessoas diferentes, caí de joelhos e orei: “Deus, por
favor, ajuda-me! Senhor, salva-me e liberta-me!”

Eu não sabia plenamente quem Jesus realmente era, nem


entendia seu poder que opera milagres; mas, em minha
profunda necessidade, fiz a oração de “esperança para os
desesperançados” para um Deus que eu mal conhecia:
“Se você me salvar deste desastre, Senhor, eu Lhe servirei
pelo resto da minha vida”.

Naquele exato momento, a paz de Deus me inundou. Sua


paz fluía através de mim, e eu sabia em meu coração que,
de alguma forma, tudo ficaria bem. Comecei a cantar uma
canção de louvor ao Deus que fora estranho para mim por
toda minha vida. Mas agora, eu queria saber quem Ele
era e quem Ele me chamava a ser.

MILAGRES FINANCEIROS COMEÇAM

Logo no dia seguinte, fui ao banco e experimentei o


primeiro milagre financeiro da minha vida. Um depósito
sobrenatural de $2 mil havia sido registrado em minha
conta bancária. De onde viera o dinheiro? Fiquei pasmo.

31
A G r a n d ií T r a n sf e r ê n c ia d e R iq u eza s

Deus provera sobrenaturalmente para mim. Eu não havia


pedido dinheiro; eu não havia planejado recebê-lo, mas
ele estava lá. Eu sabia que Deus havia usado algum
agente humano para depositar o dinheiro, mas nunca
descobri o que aconteceu, ou como ele chegou lá. O
restante da semana foi uma série contínua de milagres e,
na sexta-feira, todos os meus demais problemas haviam
sido resolvidos.

Envolvido pela bondade de Deus, decidi conhecê-Lo e


servi-Lo enquanto eu vivesse. E importante apontar que
Deus decidira abençoar-me com milagres financeiros
desde os primeiros dias da minha salvação. Desde aqueles
primeiros dias experimentei que Deus é a minha Paz e a
minha Provisão.

Agora, quase trinta anos depois, vivo cada dia da minha


vida em meio a um milagre financeiro. Pela expansão
do Evangelho, caminho pessoalmente na promessa da
Palavra de Deus encontrada em Provérbios 13:22:

a riqueza do pecador é depositada para o


justo.

Esta é a transferência de riquezas, prometida pelo Senhor,


para o propósito expresso de abençoar e expandir o
Reino de Deus na terra hoje. Mas o caminho para esta
transferência de riquezas nem sempre foi fácil, e aprendi
muitas lições espirituais vitais ao longo do caminho que
gostaria de compartilhar com você.

32
A b r i n d o i m N e g ó c i o d o R e i n o n a E c o n o m i a d e D e c s : O T e s t e m u n h o d e M a n i E r i -an

“O DINHEIRO ENCHIA A IGREJA”

Nos anos que se seguiram à minha salvação, graduei-


me na Universidade da Flórida com honras como
engenheiro químico, e minha esposa e eu nos mudamos
para o Texas, aonde trabalhei no negócio de catalisadores
químicos, vendendo produtos químicos para a indústria
de refinação. Foi então que Deus começou a declarar uma
palavra profética sobre a minha vida a respeito do meu
futuro.

Numa manhã de domingo, em 1991, eu estava em


minha igreja local — a igreja original de Lakewood em
Flouston, no Texas, liderada pelo pastor John Osteen.
Antes do culto, uma mulher afro-americana a quem eu
não conhecia abordou-me e disse:

— Jovem, sei que você será um homem rico um dia.

— Por que você diria isso? — perguntei.

— Quando você entrava na igreja, — replicou ela, — eu


vi dinheiro caindo de seus bolsos em todos os lugares que
você pisava, e o dinheiro enchia a igreja.

Maravilhado, respondi:

— Obrigado! Receberei isso pela fé.

A palavra profética dela abençoou-me abundantemente


naquele dia. Isso aumentou a minha fé de que Deus iria
usar-me para abençoar Seu povo.

33
A G r \ \ d f :. T r \ \ s h :r r \ c i a d ií R i q u ;/, as

Eis dois pontos importantes para experimentar a


transferência de riquezas em sua própria vida. Primeiro,
entenda a razão final para esta transferência de riquezas:
para que o dinheiro possa encher a igreja. Este dinheiro
será usado para expandir o Reino de Deus nesta terra.
Segundo, esteja aberto para receber a palavra profética
na sua vida. Acredito que este foi um fator chave para que
eu experimentasse a transferência de riquezas. Sempre
que a palavra profética for declarada sobre a sua vida,
creia nela e receba-a. Creia na Palavra de Deus, creia em
Suas promessas, creia em Sua palavra profética sobre sua
vida, e receba-a, mesmo que, no momento, não haja nada
em sua vida que pareça evidenciá-la. A sabedoria de Deus
se sustenta em si mesma. Creia na palavra profética, pois
ela é uma palavra viva, uma palavra que capacita, e uma
palavra que ativa.

Durante este período em minha vida, fui orientado por um


pai espiritual, um cristão iraniano mais velho chamado
Emir, que possuía um negócio bem-sucedido de tapetes
e que também havia fundado um ministério vibrante
para alcançar os iranianos para Cristo. Emir apoiou-me
em minha caminhada com o Senhor e apresentou-me
o conceito de tomar-me um homem de negócios bem-
sucedido que podia usar sua riqueza para avançar o
Reino de Deus. Através da orientação espiritual de Emir,
as sementes para meu trabalho de promover o Evangelho
foram plantadas. Deus estava me chamando para ministrar
a iranianos, tanto nos Estados Unidos quanto no Oriente
Médio.

Pensando em todas as pessoas enlaçadas na escuridão


do islamismo, orei com sinceridade: “Senhor, quero ser
um homem de negócios bem-sucedido a fim de que eu
seja capaz de ministrar o Evangelho sem ter que pedir

34
A u r i n d o i m N i .g ó o i o d o R h j n o w E c o n o m i a d e D i .c s : C) T k s t k m c n h o di M ani E r ia n

dinheiro dos outros. Quero ter fundos suficientes para


ser autossuficiente, à medida que ajudo a expandir Teu
Reino”. O destino profético declarado sobre minha vida
por aquela mulher desconhecida na igreja e meus próprios
desejos de servir ao Senhor começaram a encaixar-se.

APRENDENDO A SER UM SERVO

Em 1994, após três anos trabalhando no ramo de


catalisadores para refino de petróleo, assumi um novo
trabalho em uma companhia de reciclagem de metais
que estava associada à indústria petrolífera. O CEO
apresentou-me uma cota de vendas desafiadora com a
promessa de uma comissão de $ 100 mil se eu a alcançasse.
Naquele ano, trabalhei como nunca antes, empenhando-
me em atingir o objetivo colocado diante de mim — e
consegui!

Porém, enquanto eu estava de pé diante dele em seu


escritório com painéis de madeira ao final do ano,
meu chefe confessou: “Mani, nunca acreditei que você
venderia o suficiente para ganhar essa comissão. Não
posso lhe pagar cem mil dólares. Talvez eu possa lhe dar
vinte mil dólares.”

Saí do escritório dele e esbravejei até o depósito,


andando a passos largos com frustração e raiva. Eu havia
trabalhado tanto pela organização. Eu queria ir embora
— sair naquele dia e nunca mais voltar. Mas o Senhor
falou comigo claramente, dizendo:

— Mani, não saia.

— Mas, Senhor, — respondi, — eles me roubaram; eles


mentiram para mim.

35
A G r a n d f . T r a n s i - k r i - . n c i a n r. R i q i t .x a s

O Senhor disse:

— Esse é o sistema do mundo. Mas eles não são a sua


provisão; Eu sou a sua provisão. Fique aqui; aprenda
tudo o que você puder. E como uma faculdade para você.
Um dia, você será muitas vezes mais rico do que eles
são. Apenas aprenda tudo o que você puder sobre este
negócio.

De todo meu coração, cri que o Senhor dizia ainda:

— Mani, seja um servo para eles; aprenda como um


servo diligente.

Com toda a experiência de meu chefe nos negócios,


ele foi capaz, de uma forma singular, de prover-me
as ferramentas necessárias para tomar-me um futuro
sucesso. Aprender com os outros é uma parte muito
importante da preparação para a transferência de riquezas
do reino do mundo para o Reino de Deus.

Como você aprende a ser uma pessoa de negócios bem-


sucedida? Você aprende com alguém que já é um sucesso.
Deus abre as portas para muitos homens e mulheres
cristãos aprenderem com um negócio ou um comércio de
outra pessoa. Ou talvez Deus dê a eles a sabedoria para
melhorar um projeto para uma peça de equipamento ou
para desenvolver uma ideia de negócios criativa. Mas,
para que qualquer uma destas coisas aconteça, você tem
de estar servindo e aprendendo no lugar onde Deus lhe
chamou para estar.

Acredito que o contexto de aprender com o Senhor é


através do serviço. Como cristãos, somos chamados para
servir os outros. Somos chamados para servir cristãos e,
às vezes, também somos chamados a servir incrédulos,

36
A b rin d o i m N k g o c io n o R u n o w E c o n o m i a n c D iíu s : O T c s t i m c n h o m M ani E k ian

como José serviu no Antigo Testamento, quando ele


serviu tanto a Potifar (veja Gênesis 39) como ao Faraó
do Egito (veja Gênesis 41:1-45). Apesar do tratamento
grosseiro que José recebeu, incluindo o aprisionamento,
ter sido injusto, ainda assim ele serviu àqueles que Deus
colocou sobre ele.

Pelos sete anos em que trabalhei para esta companhia


de reciclagem de metais, tive de servir a outro homem.
Nem sempre fui tratado de modo ético, mas ainda assim
o servi. Não diminuí meu esforço, mesmo após ele ter
mentido para mim. A mensagem do Senhor para mim era
clara: Sirva-o bem! Nós somos chamados a ser servos
diligentes no Espírito de Cristo, mesmo servindo aqueles
que nos tratam injustamente.

Qual é o propósito real de Deus para o serviço? Acredito


que seja edificar nosso caráter cristão a fim de que Ele
possa confiar-nos liderança espiritual. Pois quando Ele
puder confiar-nos liderança espiritual, Ele também pode
confiar-nos as riquezas — tanto as riquezas celestiais
como as riquezas terrenas. Não reaja de maneira
imprópria; não se rebele. Tenha diligência e paciência;
creia nas promessas de Deus. Permita que as coisas sigam
seu curso de acordo com o plano de Deus.

“QUERO COMEÇAR UM NEGÓCIO”

Em 1998, eu estava sentado em meu escritório quando o


Senhor falou ao meu coração mais uma vez. Desta vez,
Ele disse:

— Mani, Eu quero que você comece um negócio.

37
A G r .w d k T r a n s i k r é n c i a o h R i q u e z a s

— Sim, Senhor, tenho esperado por isto — respondi.

— Quero que você comece um negócio de catalisadores.

Eu estava em choque. Eu estava certo de que não poderia


tê-Lo ouvido corretamente.

— Catalisadores químicos para refinarias de petróleo,


Senhor?

Lembre-se, esta era a indústria na qual eu trabalhara cinco


anos antes. O negócio de catalisadores era uma indústria
multibilionária. Havia somente sete ou oito empresas
no mundo (todas firmas multibilionárias) que vendiam
produtos catalisadores, e seus clientes eram enormes
corporações petrolíferas — Exxon, Chevron, Shell, e
outras semelhantes. Era uma indústria tecnicamente
complexa com riscos financeiros extremamente altos
envolvidos.

— De jeito nenhum, Deus — protestei. — Não tenho


nenhuma infraestrutura. Não sei como manufaturá-los; só
sei como vendê-los. Não tenho milhões de dólares para
investir nisso. Deus, isso é impossível! Chevron, Shell,
Exxon — estas companhias multibilionárias nunca,
ja m ais, me dariam ouvidos. Eu não sou ninguém.

Lutei com esta ideia por um ano. Então tirei-a da minha


mente por completo. Eu estava no mais alto nível de
gerenciamento na minha posição no momento. Após sete
anos de trabalho duro, eu administrava toda a companhia
e ganhava mais de $250 mil por ano. Minha esposa e eu
acabáramos de ter nossa filha um ano antes.

Então veio a suave voz do Senhor, falando mais uma vez


ao meu coração:

38
A b r i n d o e m N e g ó c i o d o R e i n o n a E c o n o m i a d e D e c s : O T e s t e m c n h o d e M a n i E ri a n

— Deixe seu emprego, Mani. Comece a empresa de


catalisadores.

— Não, Senhor. Como isso pode ser Você? Minha vida


está boa, Senhor. Eu não quero mudá-la.

O Espírito Santo respondeu com uma pergunta:

— Mani, o quanto de dinheiro você poderia Me dar hoje


se tivesse de Me ofertar dez po r cento de sua renda?

— Cerca de trinta mil dólares por ano, Senhor— respondi.

— O que posso fa zer com trinta mil dólares p o r ano?


Quero que você invista mais em Meu Reino.

Percebi que, considerando a enorme necessidade de


pessoas pelo mundo ouvirem o Evangelho, minha oferta
de $30 mil teria um impacto mínimo para o Reino de
Deus. Eu queria ter um impacto maior, especialmente
com meu desejo crescente de alcançar o povo iraniano
com o Evangelho de Cristo.

— Mani, você é um escravo para este sistema corporativo


— Deus falou comigo. — você trabalha de sessenta
a setenta horas por semana. Você tem limites em seu
salário; Eu sou um Deus ilimitado. Você gasta horas
e semanas incontáveis em seu trabalho, e você ganha
centavos. Eu tomarei seus minutos e segundos e farei
dólares para você.

Tempo era valor, e tempo era dinheiro. E por fim, eu


estava gastando meu tempo de modo ineficaz no que
dizia respeito aos negócios do Reino. Na economia de
Deus, Ele é capaz de lhe dar um retomo exponencial do
seu tempo. Deus é capaz de remir o tempo que você gasta

39
A G r a n d e T r a n s f e r e n c i a d e . R i q c e / . as

(veja Efésios 5:16) e fazer com que ele funcione melhor


para você. Deus queria que meu tempo fosse usado do
jeito Dele. E muito importante lembrar-se disso.

PAGANDO O PREÇO DA OBEDIÊNCIA

Para ser uma pessoa de negócios de sucesso, você precisa


estar disposto a pagar o preço; exige longas horas e
trabalho duro. E exige obediência à liderança do Senhor.

Descobri tantas verdades nesta jornada. Uma dessas


verdades foi uma importante lição: O que você pensa que
quer realmente fazer nem sempre é o que o Senhor lhe
chama a fazer! Isso parece estranho para você? Lembre-
se, Ele nos diz:

Pois os meus pensamentos não são os vossos


pensamentos, nem os vossos caminhos os
meus caminhos

(Isaías 55:8)

Eu não queria andar pelo caminho de um empreendimento


de alto risco. Eu queria ficar restrito ao negócio de
reciclagem de metais — um negócio com o qual eu
sabia que podia lidar sozinho. Mas Deus quer levá-lo a
um lugar onde você tem de confiar unicamente Nele, a
fim de que Ele receba a maior glória. E um lugar onde
somente sua fé pode levar você. A obediência, por meio
da fé, pode levá-lo a lugares aonde sua habilidade e sua
imaginação não podem. As fronteiras da sua vida estão
limitadas somente por sua fé e sua obediência. Estes são
dois elementos críticos de qualquer empreendimento

40
A b r i n d o l m N f . g ó o j o d o R t-i v > n a E c o n o m i a d í í D i a s: O T i ;. s t i : m c n h o d i . M a n i E r i \ n

comercial, especialmente quando você lida com a


transferência de riquezas direcionada por Deus. Ela exige
uma fé enorme e uma obediência tremenda. Ambas são
parte do mesmo quadro.

Finalmente, em abril de 1999, Deus falou comigo


claramente, dizendo:

— Mani, saia hoje; demita-se imediatamente, ou você


perderá a oportunidade.

— Senhor, Você realmente quer que eu comece o negócio


de catalisadores?

— Sim.

Limpei minha mesa, juntei meus pertences e saí de meu


escritório. Enquanto eu saía, disse: “Estou saindo hoje.
Desculpe-me, mas tenho que ir.”

Eu finalmente havia feito — eu obedecera ao Senhor. E


senti uma liberação.

Em Sua sabedoria sobrenatural, Deus já provera uma


conexão com Jim McKimmy, um bem-sucedido homem
de negócios cristão que se tomara meu amigo. Quando
abordei Jim a respeito deste novo empreendimento, ele
disse-me que estava ocupado demais para empreender
qualquer projeto adicional. Ele já era um milionário e
trabalhava entre oitenta e cem horas semanais em seus
outros empreendimentos.

Mas, mesmo dizendo não, Jim estava intrigado. Ele foi


ao Senhor em oração, e Deus disse-lhe: Jim, esta é sua
comissão. Vá e ajude este rapaz. Aos trinta e dois anos
de idade eu precisava de um mentor, e Deus enviou Jim

41
A G r a n d e T r an sferência df: R iquezas

sobrenaturalmente como Sua provisão. Como um homem


de Deus mais velho, Jim foi não apenas meu mentor
espiritual mas também meu incentivador emocional e
apoio financeiro. Ele tornou-se meu sócio e investiu meio
milhão de dólares no negócio de catalisadores. Parcerias
são um princípio divino; elas não deveriam basear-se em
entendimento humano. Com um sócio enviado a você
pelo Senhor, você pode fazer coisas que nunca poderia
fazer sozinho.

Os primeiros dois anos de nossa jornada no negócio


foram cheios de obstáculos e desvios. Com apenas
algumas semanas funcionando, fui processado por um
empregador anterior. Isto me abalou — e também deixou
Jim aturdido — e fui esmagado pelo medo do fracasso
e pela imensidade da tarefa diante de mim. Encarei a
possibilidade bem real de perder tudo. Minha vida foi
abalada até o âmago.

Orei:

— Deus, não sei se consigo.

Em meu espírito, ouvi o Espírito Santo responder:

— Obrigado por obedecer-Me. Obrigado por confiar em


Mim. Não há mais ninguém no ramo de catalisadores
que Me conheça ou proclame Meu nome. Farei Meu
nome conhecido no mundo dos catalisadores. Eles
irão maravilhar-se com o negócio que Eu crio, e eles
reconhecerão que Eu o criei.

Fui até o Jim com fé renovada e disse: “Este é um negócio


de Deus; este é o mundo do Reino.” Ambos fomos
fortalecidos no poder do Senhor.

42
A b r in d o u m N e g ó c io d o R e in o n a E c o n o m ia d e Diíus: O T estem u n h o d e M ani E r e \ n

Pouco depois, o processo legal contra mim foi derrubado,


e as coisas começaram a se encaixar. Nós tivemos um
rompimento financeiro imenso quando uma instituição
bancária estrangeira nos abriu uma linha de crédito
que valia alguns milhões de dólares. Nós chamamos
isso de nossa “linha de crédito milagrosa.” Mais uma
vez, a riqueza dos gentios fo i transferida para o justo.
(Veja Zacarias 14:14.) Essa linha de crédito aumentou
com o tempo. O banco nos emprestou o dinheiro para
desenvolver e manufaturar o produto e então esperou
para receber o dinheiro de volta até que tivéssemos
recebido o pagamento de nossos clientes. Nós nunca
fomos pressionados com prazos nos quais devíamos
pagar aquela linha de crédito.

Nenhum outro banco operava dessa maneira,


especialmente para uma companhia tão nova como a
nossa. Nós estávamos caminhando no favor de Deus.

Quando você confia em Deus e dá um passo de fé, o favor


segue você. Hoje, quatorze anos depois, aquele banco
ainda nos dá assistência com nosso fluxo de caixa. Este é
um milagre constante que demonstra como Deus opera.
Ele não está limitado por regras humanas: Ele cria novas
regras.

UM GRANDE ROMPIMENTO FINANCEIRO

Eu não gostaria de reviver aqueles dois primeiros e


difíceis anos. Mesmo depois de começarmos a produzir
nosso produto catalisador, tínhamos poucos clientes;
nossa fé foi esticada como nunca antes. Eu mal conseguia
ganhar $30 mil por ano. Aprendi a ser manso e humilde,

43
A G r \ \ i ) F ;. T r a n s f e r ê n c i a d f . R j q f e / . as

ouvindo a voz de Deus. Apesar de sempre ter sido bem-


sucedido em vendas, ouvi “não” centenas de vezes antes
de ouvir “sim” . Senti como se restasse muito pouco; eu
estava no fim das minhas forças, mais uma vez.

Finalmente, clamei ao Senhor: “Se eu não receber um


pedido amanhã de manhã, eu desisto”. Eu havia recebido
muitas ofertas de emprego de outras companhias
químicas; eu poderia ter conseguido um novo emprego
ótimo.

No dia seguinte, um pedido aguardava em minha mesa


— por somente $2 mil. Comecei a rir e também a chorar.
Não era muito, mas era uma resposta à minha oração.
Deus não queria que eu desistisse. Então, mantive o
curso.

Se você quiser ser um participante na grande transferência


de riquezas, você será testado no vale da luta. Jesus
obedeceu e cumpriu toda justiça; e, no entanto, Ele ainda
foi testado o deserto. (Veja Mateus 4:1-11; Lucas 4:1-13.)
Deus testou-me para que eu pudesse perguntar a mim
mesmo: Irei desistir ao primeiro sinal de problema, ou
permanecerei no curso? Foi Deus quem me sustentou.

Em dezembro de 2001, exatamente dois anos desde


o dia em que começamos nossa empresa, o teste de
nossa fé finalmente terminou! Nós tivemos um grande
rompimento. Os pedidos começaram a chegar, e nós
recebemos $2 milhões em vendas somente no mês
de dezembro. Um mês depois, consegui pagar cada
centavo que Jim McKimmy investira de capital inicial.
Jim e eu ainda temos uma parceria bem-sucedida hoje.
Nossa empresa, UNICAT Catalyst Technologies Inc, tem
prosperado desde então.

44
A b r i x d o i \[ N e g ó c i o no R e i n o \ \ E c o n o m i \ d e D ia s: O T e s t e m c n h c >nr \ í \\i E ri \\

Durante aqueles dois primeiros anos difíceis, aprendi


algumas verdades difíceis com o Senhor. Sempre que
transigi ou menti de alguma forma para conseguir um
pedido, não houve bênção alguma e, geralmente, nenhum
pedido. Cada transigência teve conseqüências ao longo
do caminho que me custaram.

Concessões na qualidade acabaram em completo


desastre. Deus não me permitiu tomar atalhos ou ficar
impune com qualquer coisa antiética. Isso foi bom. Era
o negócio de Deus.

Nos últimos doze anos, a UNIC AT tem sido uma tremenda


bênção financeira para nós. Nós não somos uma empresa
de mega bilhões de dólares, mas, no contato com o
cliente, não deixamos nada a desejar. Essas corporações
gigantescas que eu esperava que rissem de nós e nunca
nos contratariam — Exxon, Shell, Chevron, British
Petroleum — agora são nossas clientes. Nós começamos
manufaturando e vendendo um produto, e agora temos
cento e quinze produtos diferentes em nossa linha.
Alguns deles, nós mesmos patenteamos. Com vinte e seis
empregados, nós somos uma empresa de $30 milhões de
dólares — e estamos livres de dívidas! Por anos, pensei
que seria impossível estar algum dia livre das dívidas.
Mas hoje somos um negócio baseado no regime de caixa.

No mundo das refinarias petroquímicas, nós somos


reconhecidos e respeitados. Existem as sete empresas
gigantes de catalisadores, e então nós, a oitava empresa
de catalisadores, fazendo negócios por todo o mundo.

Sempre digo a meus clientes e meus concorrentes que é


tudo para a glória de Deus!

45
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

EXPANDINDO O REINO DE DEUS NA TERRA

Ao longo dos últimos doze anos, à medida que


prosperamos financeiramente, o Senhor tem me dado
oportunidades ministeriais além das minhas maiores
expectativas. Nós temos um ministério na TV que
transmite a mensagem do Evangelho por satélite para
um público de mais de um milhão de pessoas no Irã
e outros países no Oriente Médio, onde ele mudou
milhares de vidas para Cristo. Tive o privilégio de
treinar pastores da igreja subterrânea por todo o Oriente
Médio. Muçulmanos radicais tomaram-se amigos de
Cristo e os “jovens Paulos” de hoje. Ex-prostitutas,
traficantes de drogas, polícia religiosa, e até mesmo
clérigos muçulmanos tornaram-se discípulos de Cristo.
Nós demos esperança a uma geração sem esperança. Nós
temos o privilégio de discipular as nações para Cristo.

Por meio da grande transferência de riquezas, centenas


de milhares de dólares foram investidos no Reino de
Deus. Nós fomos abençoados realizando conferências
ao redor do mundo, conduzindo esforços humanitários
de alimentar refugiados famintos no Oriente Médio, e
fornecendo poços de água para aqueles que necessitam
na África. Com a transferência de dinheiro que Deus
proveu, posso viajar para partes remotas do globo,
buscando oportunidades de mostrar o amor de Cristo nas
formas mais tangíveis.

Por fim, este é o propósito de Deus na transferência de


riquezas das mãos dos ímpios para as mãos dos justos.
A riqueza está vindo de megacorporações que não
pertencem ao Reino de Deus. Nós estamos recebendo o

46
A b r in d o u m N e g ó c io n o R e in o n a E c o n o m ia d e D e u s : O T k s t h m u n h o of. M a n i E r fa n

dinheiro delas e transferindo-o para um trabalho de amor


por Cristo.

Quando somos abordados pelas maiores companhias


de catalisadores que gostariam de nos comprar, sempre
compartilho o testemunho do que Deus tem feito através
deste negócio. O Senhor disse-me há tantos anos que
Seu nome seria elevado no ramo dos catalisadores, e Sua
palavra profética está se cumprindo hoje!

Mais uma vez, por expandir o Evangelho, estou


caminhando pessoalmente na promessa da Palavra de
Deus encontrada em Provérbios 13:22:

a riqueza do pecador é depositada para o


justo.

47
C a p í t u l o 03
A TRANSFERÊNCIA DE
RIQUEZAS ESTÁ VINDO

Eu gostaria de sugerir que uma Palavra de Deus para Seu


povo hoje pode ser encontrada em Isaías 60:4-5:

Levanta em redor os teus olhos, e vê: Todos


estes já se ajuntaram, e vêm a ti; os teus filhos
virão de longe, e as tuas filhas se criarão a
teu lado. Quando o vires, ficarás radiante, e
o teu coração se estremecerá e se alegrará;
a abundância do mar se tornará a ti, e as
riquezas das nações a ti virão.

Note a palavra “ver” que aparece duas vezes. Ver algo


que ainda não está lá implica fé. O que é fé?

[...]fé é a certeza das coisas que se esperam,


e a prova das coisas que não se veem.

(Hebreus 11:1, ênfase acrescentada)


A G randr T r a n s f e r ê n c ia d e R iq c e z a s

Como mencionei no primeiro capítulo, líderes cristãos


hoje concordam que Deus está pronto para liberar
quantidades enormes e sem precedentes de riqueza
para o avanço do Seu Reino aqui na terra. Eu creio
que o tempo para isso está muito próximo, e que temos
de começar a dar passos que nos prepararão para essa
grande transferência de riquezas de todo modo possível.
Muitos têm fé de que as riquezas das nações estão vindo
verdadeiramente.

Em seu livro revelador, A Futura Guerra da Igreja,


Chuck Pierce inclui um capítulo estratégico que ele
chama de “A Transferência de Riqueza.” Ele refere-se
à afirmação de Jesus a Seus discípulos a respeito das
chaves do Reino dos céus, e escreve: “Deus nos diz
nesta hora que Ele está pronto para dar-nos chaves. Estas
chaves irão destrancar o suprimento que precisamos para
avançar Seus propósitos de aliança.” 12 Pierce continua
dizendo que para fazermos isso temos de identificar a
“dominação ilegal de estruturas demoníacas de região
em região,” 13 e então reconhecermos que a “autoridade
apostólica tem de ser estabelecida em um campo se
devemos ceifar a colheita naquele campo.” 14 Em outras
palavras, se considerarmos as palavras de Pierce como
profecia autêntica, como eu considero, parece haver
um importante, mais provavelmente um essencial,
relacionamento entre essa transferência de riquezas
ordenada divinamente e o dom, ofício, e ministério dos
apóstolos. Eu tentei apresentar algum fundamento para
isso no capítulo 01.

Para detalhar, Pierce escreve mais: “Como os apóstolos


são recebidos é uma vara de medida essencial para como o
Senhor liberará bênçãos ou julgamentos em um território.

50
A T r a n s f e r ê n c i a d e R j q u e / . as E s t á V i n d o

Apóstolos também têm autoridade sobre os dominadores


demoníacos de uma região. Eles têm a habilidade de
demonstrar poder sobrenatural que atrai uma região
inteira para o nosso Deus que dá vida”.15 A partir disso
acho que seria razoável concluir que se em uma região
deve ser feita uma guerra espiritual completa, os generais
desta guerra serão os apóstolos, especialmente nos Sete
Montes não religiosos. Intercessores e profetas também
são essenciais, mas sem os apóstolos, intercessores e
profetas podem esperar somente uma eficácia limitada.

Em minha melhor leitura da história, a Segunda Era


Apostólica começou em 2001. A Primeira Era Apostólica
durou apenas os primeiros três séculos mais ou menos da
existência da Igreja. Esta Segunda Era Apostólica trouxe-
-nos uma nova designação da parte de Deus. Na década
de 1990, um passo adiante significativo foi ampliar nosso
foco sobre a salvação individual unicamente para incluir
também a transformação da sociedade. Naquele tempo
começamos com uma abordagem pastoral usando o
slogan “Alcançando cidades para Cristo.” Na década de
2000, porém, nos movemos para uma abordagem mais
apostólica com o slogan “Governando cidades com
Cristo.”

Como isso envolve riqueza?

COMPRAR UM PAÍS?

Quando eu estava na África do Sul em 2006, um


apóstolo que eu conhecera fez-me uma pergunta bem
surpreendente: “Peter, você quer comprar um país?”

51
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

Eu estava tão curioso para descobrir o que estava por trás


da pergunta que respondi rapidamente: “Sim! Qual país?”

Ele respondeu: “A República Democrática do Congo.”

Para continuar o diálogo continuei e disse: “Ok. Quanto?”

Ele começou a explicar como a nação se deteriorara ao


longo dos anos. O governo, os negócios e a educação
estavam em caos. A doença se alastrava. A corrupção
tomou-se a regra, não a exceção. Facções estavam em
guerra umas com as outras. O crime varreria a nação.
Fome e pobreza estavam desenfreadas. A miséria
prevalecia. Essas eram as notícias ruins. Mas as boas
notícias eram que meu amigo e outros apóstolos
finalmente haviam sido bem-sucedidos ao trazer unidade
considerável a uma igreja que previamente estivera em
disputas e terrivelmente dividida. Ao longo dos anos o
Evangelho havia penetrado na República Democrática
do Congo de modo que a maioria era cristã. Pela primeira
vez a Igreja supostamente tomara-se uma potencial força
política. Uma eleição nacional aproximava-se. O que
seria necessário para que os cristãos prevalecessem?
Dinheiro!

De acordo com meu amigo, o preço para vencer a


eleição em cada província, seriam modestos $50.000, e
a presidência $1 milhão. Se algum doador aparecesse
com aquela quantia, ele poderia aparentemente comprar
uma nação. Eu não tinha como saber quão precisos eram
aqueles dígitos ou aquelas projeções. Mas o princípio
por trás deles era válido. Eleições podem transformar a
sociedade. E eleições custam dinheiro.

52
A T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s E s t á V in d o

PROFECIAS PARA LIBERAR RIQUEZAS

Nos últimos anos, se você tem ouvido para ouvir o que o


Espírito está dizendo às igrejas, você sem dúvida ouviu
mais de uma profecia no sentido de que Deus agora quer
liberar tremendas quantias de riqueza para o avanço do
Seu Reino. Sinto que não estamos falando de só sete ou
oito dígitos, mas nove e dez dígitos. Outros podem ter
outras datas, mas meu melhor entendimento é que essas
profecias começaram por volta de 1992. Como exemplo,
recentemente ouvi Khian Seng Tan da Christian Growth
Resources em Cingapura dizer ao público que ele recebeu
uma dessas profecias primeiramente em 1999. A essência
da profecia era: “Estou prestes a derramar riquezas
sem precedentes para minha noiva”. Tan indicou que o
período de suas vidas quando muitos homens gastam
mais dinheiro é quando se casam. Sua noiva é uma
propriedade sem preço. Mas o casamento de Jesus com
Sua noiva aproxima-se rapidamente. Não é de admirar
que Ele sinta que agora é o tempo de gastar um dinheiro
extravagante com Sua noiva. Tan entendeu que a quantia
indicada seria dos milhões aos bilhões.

Tudo isso é intrigante. É intrigante porque um fluxo


constante de profecias assim tem corrido por mais de
vinte anos, mas esses recursos financeiros ainda não
foram liberados na magnitude prevista. Eu mesmo não
tenho dúvida alguma de que temos ouvido a verdadeira
palavra do Senhor. Os profetas aos quais refiro-me não
são falsos profetas. E há muitos. Se fosse apenas um,
nós poderíamos suspeitar que um indivíduo pudesse
ter errado desta vez, mas não é apenas um. Um número
considerável de profetas reconhecidos e respeitados tem
concordado uns com os outros e tem dito esse tipo de
coisa.

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A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

Fiz uma lista particular de possíveis fontes de


financiamentos que me chamaram a atenção nos últimos
anos. Algumas, sinto muito em dizer, provaram ser
esquemas Ponzi fraudulentos. Alguns precisaram que
uma ou duas coisas acontecessem a fim de gerar os fundos
previstos, mas eles ainda não se materializaram. Em
outros o dinheiro está, na verdade, no banco ou em certos
tipos de fundos nas quantias das quais falamos. Porém
obstáculos para sua transferência para o Reino (nenhuma
delas considerada obstáculos insuperáveis, aliás) parecem
ter estado evitando a liberação desses recursos. Todos
esses fundos têm sido destinados ao avanço do Reino de
Deus. Na última vez que olhei minha lista, identifiquei
doze dessas possíveis fontes de financiamentos enormes,
excluindo os esquemas Ponzi.

Nós podemos presumir, então, que Deus deseja liberar


essas riquezas. Nós sabemos que o propósito é o próprio
coração de Deus — buscar e salvar aquilo que estava
perdido e demonstrar compaixão pelos pobres. Ver Seu
Reino vir para a terra assim como ele é no céu.

COMO A RIQUEZA É TRANSFERIDA?

Biblicamente parece haver três mecanismos principais


para a transferência divina de riquezas. Cada uma delas
poderia operar sozinha, ou poderiam ser combinadas.

1. T ra n sfe rê n c ia S o b re n a tu ra l Esta de R iq u ezas.


transferência é iniciada por Deus. Como acontece
com muitas das ações de Deus, ela poderia ser
desencadeada pela oração, mas nem sempre. Deus
pode ter Suas próprias razões para fazer com que
riquezas sejam movidas de um local para o outro,
mas em qualquer caso a transferência de riquezas
não é nem iniciada nem produzida pelo receptor.

54
A T r a n s f e r ê n c ia dk R iq u e z a s E stá V in d o

Um bom exemplo disso seriam os israelitas deixando


o Egito e dirigindo-se à Terra Prometida. Há várias
indicações de que quando eles estavam no deserto
eles eram ricos. A riqueza deles obviamente não veio
como resultado de seu trabalho fazendo tijolos sem
palha. De onde ela veio?

E eu darei graça a este povo aos olhos dos


egípcios, e quando sairdes, não saireis vazios.

(Êxodo 3:21)

2. Criação de Riquezas. Neste caso o processo não é


iniciado por Deus, é iniciado pelo receptor. A pessoa
que acaba ficando com a riqueza é aquela que a produz
por quaisquer meios que ele escolha. Isso é muito
comum. E o modo pelo qual a maioria das riquezas é
obtida. Criadores de riquezas que têm a mentalidade
do Reino reconhecem que, de alguma maneira, eles
foram capacitados por Deus sobrenaturalmente de
pelo menos três modos:

• Deus fornece ao receptor um conjunto de ideias,


habilidades e experiências. Ele os cria com a
habilidade inerente de gerar riquezas.

• Deus destaca as ideias e habilidades do receptor.


As pessoas não são estáticas; elas estão movendo-
-se. Deus as ajuda a seguir adiante e melhorar
o que elas têm. Ele provê novas experiências,
ajuda-os a aprender o que fazer e o que não fazer
a fim de assegurar a riqueza. A cada ano eles se
saem melhor que no ano anterior.

55
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

• Deus dá ao receptor novas ideias e habilidades.


Não apenas as habilidades inerentes melhoram,
mas Deus provê a criatividade para entender
invenções brilhantes e habilidades produtivas
que eles nunca tiveram antes.

Tudo isso integra-se ao que muitos consideram o texto


bíblico fundamental mais significativo para um livro
como este, que lida com a transferência de riquezas, ou
seja, Deuteronômio 8:18:

Antes, te lembrarás do S e n h o r , teu Deus,


porque é ele o que te dá força para adquirires
riquezas; para confirmar a sua aliança...

Gosto de visualizar essa Escritura como um sanduíche. A


carne no meio é “força para adquirires riquezas”. Mas o
sanduíche não está completo sem o pão de cima e o pão de
baixo. O pão de cima é “lembrarás do Senhor, teu Deus”.
Embora você possa ser aquele que na verdade produz a
riqueza, você tem de reconhecer que é Deus “o que te dá
força” para fazê-lo. E o pão de baixo é “para confirmar
sua aliança” . Esta é a linguagem do Antigo Testamento
para ampliar Seu Reino no Novo Testamento. A razão
fundamental para a riqueza e a motivação para produzi-la
têm de relacionar-se com o Reino de Deus, nada menos.

Um bom exemplo disso é Abraão. A Bíblia diz:


E ra A b rã o m uito rico em g a d o , em
p r a ta e em ouro
(Gênesis 13:2)
Logo depois disso diz que ele foi a um altar que ele
construíra e
Ali invocou Abrão o nome do Senhor
(Gênesis 13:4)

56
A T r a n s f e r ê n c i a d f: R i q u k z a s E s t á V i n d o

E estabelecer Sua aliança Deus diz a ele:

Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda na minha


presença e sê perfeito. Firmarei a minha
aliança entre mim e ti, e te multiplicarei
extremamente

(Gênesis 17:1-2)
Abraão tinha todas as três partes de Deuteronômio 8:18,
por assim dizer.

3. Recuperação de Riquezas. Aqui Deus capacita o


receptor a receber o que é seu por direito. Ao longo
dos últimos anos, alguns profetas começaram a
falar sobre “ação reivindicatória,” uma expressão
com a qual a maioria de nós não está familiarizada,
mas que eles aparentemente receberam diretamente
de Deus. Ela é um termo jurídico que significa um
decreto legal que possibilita a recuperação de bens
tomados injustamente de seu proprietário. Isso pode
vir por meio de herança, através da recuperação de
bens roubados, ou retificação de fraude ou trapaça.

Espera-se que o receptor seja proativo na


recuperação. Certas coisas precisam ser feitas ou
as transações desejadas não serão completadas. Um
cheque inesperado na caixa do correio é possível,
mas improvável. Geralmente são exigidos trabalho
e esforço da parte do receptor.

Frequentemente penso em Zorobabel recebendo do


rei Ciro o que era seu por direito (em nome de seu
povo Israel) porque o rei anterior, Nabucodonosor,
havia tomado injustamente de Israel. Isso tem a ver
com a reconstrução de Jerusalém que quero examinar
por um momento.

57
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

4. Combinação dos Três. Em um dado caso de


transferência de riquezas quaisquer dois itens acima
podem entrar em cena, ou todos os três. Acho que
encontramos um exemplo de todos os três em Josué
24:13, refletindo o que Josué recebeu quando liderou
os israelitas à terra prometida:

Assim vos dei uma terra em que não


trabalhastes, e cidades que não edificastes;
e habitais nelas, e comeis das vinhas e dos
olivais que não plantastes.

• Deus iniciou a possessão da terra — eles


receberam aquilo pelo qual não trabalharam.

• Josué teve de usar suas ideias e habilidades para


lutar e vencer as guerras pela terra.

• Eles recuperaram a terra de Abraão que era


legitimamente deles.

Mencionei Israel deixando o Egito como um exemplo de


transferência sobrenatural de riquezas. Mas examinando
mais a fundo, alguém poderia argumentar que foi
realmente uma combinação. Por quê? Imediatamente
depois de Deus dizer aos israelitas que não partiriam de
mãos vazias, ele enviou as mulheres para fazer o trabalho
de saquear os egípcios (Êxodo 3:22). As mulheres, na
verdade, eram as criadoras de riquezas neste cenário!

58
A T rax si n.RÈNCiA d f. R i q u f .z a s E stá V in d o

RECONSTRUINDO JERUSALÉM

A transformação social, ou a vinda do Reino de Deus à


terra, tem sido nosso objetivo declarado para desejar a
grande transferência de riquezas. Nós frequentemente
mencionamos a transformação de cidades como uma de
suas facetas. Semelhantemente, vale a pena recordar que
na Bíblia nós temos um dos exemplos mais dramáticos,
completos e duradouros de transformação radical de
cidades na reconstrução da cidade de Jerusalém, após
os babilônios a terem destruído quando levaram cativo
a Israel em 582 a.C. O rei Nabucodonosor da Babilônia
a destruiu, mas setenta anos depois o rei Ciro da Pérsia
iniciou o processo de restauração. Primeiro o templo
foi reconstruído, depois os muros da cidade foram
restaurados.

No processo podemos observar várias combinações dos


principais mecanismos para a grande transferência de
riquezas.

R e c o n stru in d o o Isto foi claramente uma


te m p lo .
transferência sobrenatural, pois Deus iniciou a ação.
Ele não iniciou falando com um dos profetas de Israel,
como você pode supor, mas Ele falou diretamente ao
rei pagão Ciro. Ele ordenou a Ciro que construísse uma
casa para Ele em Jerusalém (veja Esdras 1:1-2), e Ciro
foi suficientemente sábio para ouvir. Ciro disse a todos
os locais onde um judeu pudesse estar vivendo àquela
época:

59
A G ra n d f; T r a n s f e r ê n c ia d f R iq c k z a s

o ajudarão com prata e ouro, com bens e com


gados, afora as dádivas voluntárias para a
casa do Senhor, a qual está em Jerusalém

(Esdras 1:4)

Também foi uma recuperação de riquezas porque Ciro

tirou os utensílios da casa do Senhor, os quais


Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém...

(Esdras 1:7)

Mais adiante diz que havia 5.400 utensílios de ouro e de


prata!

Então Zorobabel apareceu em cena e ficou responsável


pela transferência de riquezas, e assegurou que elas
fossem usadas para a coisa certa, ou seja, a reconstrução
do templo em Jerusalém.

Por volta de setenta anos depois,


R e s ta u ra n d o os m uros.
Neemias — um israelita que era muito próximo do novo
rei da Pérsia, Artaxerxes — descobriu que Jerusalém
estava deteriorada, em condições horríveis e não havia
muros para proteger a cidade. Precisava-se de dinheiro
para construir os muros. Deus não iniciou diretamente
essa transferência de riquezas em particular, mas, na
verdade, ela começou com Neemias que orou e foi até
o rei. Neste caso a riqueza indispensável era a madeira
necessária para construir os muros e o rei a concedeu
livremente (veja Neemias 2:8).

60
A T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s E s t á V i n d o

Neemias iniciou o processo, mas ainda interpreto o


episódio como uma transferência sobrenatural de riquezas
porque os israelitas acabaram recebendo riquezas pelas
quais eles não trabalharam, nem eles próprios produziram.
Neemias recebeu-as alegremente e viu que os muros
foram reconstruídos para durar por séculos.

POR QUE A TRANSFERÊNCIA


DE RIQUEZAS FOI ADIADA?

Mencionei anteriormente que a melhor estimativa de início


das profecias públicas em relação à grande transferência
de riquezas declaradas por profetas experientes, cujos
dons e ofícios foram reconhecidos por respeitados líderes
cristãos, foi aproximadamente em 1992. Embora este
possa ou não ser o ano exato, ainda assim as profecias
realmente começaram por volta daquele período, e 1992
é um ano tão bom quanto os outros para localizá-las.
Tenho de admitir que não as ouvi então porque eu não
havia sentido que o Senhor falava comigo a respeito de
desempenhar algum papel nas finanças do Reino até por
volta de 2002. Foi só então que comecei a prestar atenção
a tais coisas.

Escrevo este livro em 2014, que é 22 anos após Deus


ter começado a dizer ao Corpo de Cristo que quantias
enormes de riquezas seriam liberadas para Seu Reino. Este
é um período longo, especialmente à luz do fato de que o
tom da maioria das profecias indicava que a transferência
vinha “muito em breve.” Várias vezes durante os doze
anos em que tenho estado diretamente envolvido no
processo, especialmente quando as circunstâncias
pareceram indicar que finalmente cruzávamos o limiar

61
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d f. R iq u e z a s

(mas em vão!) tive de tomar um tempo para perguntar a


Deus por quê. Sempre que perguntei por que, a resposta
não era de que os fundos não existiam, mas, ao contrário,
que o tempo para sua liberação ainda não era o certo.

Após cada uma dessas ocasiões olhei para trás e vi


claramente a sabedoria daquela revelação. A verdade
é que nós honestamente não estávamos prontos para
receber os fundos, embora realmente achássemos que
estávamos.

PACIÊNCIA

Um benefício imprevisto dessa aparente frustração


é que ela fez com que eu e muitos de meus amigos
amadurecêssemos em nossa paciência. Tiago reafirma
isto quando diz:

sabendo que a prova da vossa fé desenvolve


a perseverança [i.e., paciência]. Ora, a
perseverança deve terminar a sua obra, para
que sejais maduros e completos, não tendo
falta de coisa alguma

(Tiago 1:3-4)

De modo geral, os apóstolos com os quais estou associado


têm mostrado paciência piedosa. Paulo diz:

Os sinais do meu apostolado foram


manifestados entre vós com toda a paciência

(II Coríntios 12:12)

A paciência é inerente ao caráter de um apóstolo.

62
A T r a n s f e r e n c ia d e R iq u e z a s E stá V i n d o

Mesmo assim, a tentação de perder a paciência está


sempre presente. Uma armadilha a ser evitada é gastar
dinheiro que você não tem. Como isto acontece? Suponha
que apareçam certos sinais que façam com que você fique
extremamente confiante de que o tempo é agora. A riqueza
está sendo liberada! Você conta para seus amigos com
toda convicção. Então você cai na cilada de imaginar que
você na verdade tem a riqueza com a qual sonha. Você
começa a pensar tão intensamente sobre aquilo que você
vai fazer com o dinheiro, que aquilo que ele deve produzir
parece estar na verdade acontecendo, ao menos em sua
própria mente. Você pode ir tão longe ao ponto de fazer
promessas aos outros. Então surgem circunstâncias não
previstas, a riqueza não é liberada como você esperava,
e você sente como se estivesse em apuros! Você tinha fé
de que ia acontecer, sua fé é frustrada, e a impaciência
toma conta. Não permita que isso aconteça. E uma tática
do inimigo.

A grande transferência de riquezas não tem vindo tão


rápido quanto qualquer um de nós gostaria. No entanto,
podemos extrair uma lição de Abraão. Tome um momento
para meditar sobre isto:

Quando Deus fe z a promessa a Abraão, como


não tinha outro maior por quem jurasse,
jurou por si mesmo, dizendo: Certamente,
abençoando te abençoarei, e multiplicando
te multiplicarei. E assim, tendo Abraão
esperado com paciência, alcançou a
promessa

(Hebreus 6:13-15, ênfase acrescentada)

Não importa o tempo que isso leve, concordemos em


“esperar com paciência.” Afinal, por que não ser paciente?
Há tudo a ganhar e nada a perder.

63
A G r a n d e T r a n s e e r è n q a d e R iq u e z a s

RAZÕES PARA O ATRASO

Enquanto isso, não há mal algum em fazermos uma


análise. Eu não acredito que Deus espere que sejamos
passivos. Secometemosalgunserrosnopassado,Eleespera
que os encaremos corajosamente, os compreendamos e
os corrijamos. Se omitimos algumas coisas, Ele espera
que as reconheçamos e as acrescentemos. Se há algumas
coisas novas para aprender, Ele espera que mantenhamos
nossos ouvidos e olhos abertos e estejamos prontos para
a mudança.

Não tenho a pretensão de que minha análise dos motivos


para o atraso na grande transferência de riquezas seja
completa. Sem dúvida outros podem fazer acréscimos
substanciais. Mas por agora, sete coisas que são dignas
de consideração destacam-se em meu pensamento. Tentei
rastrear alguns destes pensamentos voltando ao início
dos anos 1990, quando Deus, através de Seus profetas,
começou a informar-nos sobre aonde Ele quer ir por fim.

Em minha opinião, as riquezas ainda não foram liberadas


porque:

1. NÓS NÃO TÍNHAMOS O GOVERNO CORRETO. O


volume dos fundos a ser liberado será para avançar
o Reino de Deus através do segmento da Igreja
que está ouvindo o que o Espírito está dizendo às
igrejas e que tem se movido em odres novos a fim
de receber o vinho novo de Deus. Escrevi sobre
isso no capítulo 01. Mas para resumir: o governo
bíblico da Igreja está fundamentado em apóstolos
e profetas (veja Efésios 2:20). O dom e o ofício de

64
A T r a n s f e r ê n c i a d e R i q u e / as E s t á V i n d o

profeta começaram a ser afirmados na década de


1980, e o dom e o ofício de apóstolo começaram
a ser afirmados na década de 1990. Isto pode ser
um indicativo de por que as profecias de riquezas
começaram no início dos anos 1990. Contudo,
não foi senão em 2001 que uma massa crítica do
Corpo de Cristo reconheceu o governo bíblico o
suficiente para lançar a Segunda Era Apostólica.
Mesmo assim, a transferência de riquezas não
começou naquela época.

2. NÓS NÃO ENTENDÍAMOS PLENAMENTE O PROPÓSITO


de D eus. O entendimento da maioria dos líderes
cristãos evangélicos com inclinação carismática
até recentemente era de que o propósito
supremo de Deus para nós era salvar almas e
multiplicar igrejas. Nós entendíamos também
que precisávamos ajudar os pobres e oprimidos
tanto quanto pudéssemos, mas muito poucos se
sintonizaram ao desejo de Deus de ver cidades e
nações inteiras transformadas de acordo com os
valores do Reino de Deus. Nós sabemos agora que
a designação de Deus para Seu povo é retomar
o domínio da sociedade que Satanás usurpou
no Jardim do Éden. No capítulo 01 chamei isto
de “O Mandato de Domínio.” Ainda temos que
amadurecer em algumas coisas, mas sinto que
agora nós compreendemos suficientemente o
propósito de Deus de que as riquezas sejam
liberadas, para estarmos preparados para recebê-las.

65
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d k R iq u e z a s

3. NÓS NÃO TÍNHAMOS A ATITUDE CORRETA. Desde


a época de Constantino e ao longo da Idade
Média em diante, a Igreja tem sido gravemente
infestada pela maldição do espírito de pobreza.
Tem sido comum os líderes cristãos olharem com
desconfiança para a riqueza material e relacionar
intimamente a piedade à pobreza. Por que Deus
liberaria riquezas para aqueles que desenvolveram
uma postura negativa em relação às riquezas?
Felizmente, acho que estamos superando essa
dificuldade, e falo sobre isso com mais detalhes
no próximo capítulo. Muitos de nós temos
começado a trocar nossa mentalidade tradicional
monástica por uma mentalidade de prosperidade.
Isto está nos preparando para cumprir o papel de
filantropos com mentalidade do Reino.

4. NÓS NÃO TÍNHAMOS A VISÃO COMPLETA DA


Para a maioria, nossa ideia de Igreja
Ig re ja .
era que ela tinha a forma de congregações que
se encontravam em prédios a cada domingo sob
a direção de pastores e anciãos. Foi somente
recentemente que nossa visão expandiu-se.
Nós sabemos agora que o povo de Deus, que é
a verdadeira ekklesia, continua a ser a Igreja de
segunda feira a sábado quando está no ambiente
de trabalho. Há uma Igreja, mas ela reúne-se
como uma Igreja nuclear aos domingos e
funciona como uma Igreja estendida nos outros
seis dias da semana. Entender isso é essencial
para construirmos nossas estratégias para tomar
o domínio e receber as riquezas, e temos feito um
bom progresso.

66
A T r a n s i t -Rí -n c i a d i ; R iq i / k z a s E s t á V i n d o

5. NÓS NÃO RECONHECÍAMOS OS APÓSTOLOS DO


AMBIENTE DE TRABALHO. O principal motivo por
que essa visão completa da Igreja é necessária é
que ela começou a abrir o caminho para que os
apóstolos do ambiente de trabalho, juntamente
com os apóstolos da Igreja nuclear, sejam
reconhecidos e ativados. Não será possível para a
Igreja transformar a sociedade sem a participação
plena dos apóstolos do ambiente de trabalho. Você
se lembra do gráfico da transformação social no
capítulo anterior? O único componente com setas,
indicando movimento, representava os apóstolos
do ambiente de trabalho. Somente os líderes
deste mercado têm os requisitos para influenciar
os seis Montes não religiosos da Cultura. Ainda é
necessária mais implementação dessa estratégia,
mas acho que estamos no caminho certo.

6. Nós NÃO TÍNHAMOS UMA INFRAESTRUTURA


EFICIENTE PARA GERENCIA MENTO DOS FUNDOS
em Sinto que este obstáculo para a
v ig o r.
transferência de riquezas pode ser o último.
Mais adiante neste livro falo com mais detalhes
sobre essa necessidade de gerenciamento de
fundos nas dimensões do Reino. Pode bem ser
que uma das principais razões para o atraso na
grande transferência de riquezas seja o fato de
que os administradores desejados ainda não estão
posicionados.

67
A G r a n d i ; T r a n s f k r iíX c ia n r. R iq i/k z a s

7. NÓS NÃO TÍNHAMOS EM VIGOR UMA ESTRUTURA


DE ADMINISTRAÇÃO ADEQUADA PARA FACILITAR A
Tenho tido o privilégio de trabalhar
d istrib u iç ã o .
com inúmeros apóstolos nos últimos anos na
tentativa de estabelecer mecanismos para o que
gosto de chamar de “filantropia estratégica para
distribuição apostólica.” Acredito que tenhamos
algumas peças importantes posicionadas, mas
claramente temos muito mais trabalho a fazer.
Mais à frente entrarei mais a fúndo na tarefa de
distribuição das riquezas vindouras.

A grande transferência de riquezas está vindo. Em quanto


tempo? Ninguém que eu conheça pode fixar uma data
exata. Contudo, com certeza está mais próxima do que
jamais esteve no passado. Enquanto isso, concordemos
em ter em mente a promessa de Deus:

Antes, te lembrarás do S e n h o r , teu Deus,


porque é ele o que te dá força para adquirires
riquezas; para confirmar a sua aliança

(Deuteronômio 8:18: ara)

68
C a p í t u l o 04
NEUTRALIZANDO O
ESPÍRITO DE POBREZA

Minha amiga, Barbara Wentroble, analisando algumas


das coisas novas que o Espírito Santo tem feito, intitulou
sua lista como “Livrando-se de uma mentalidade de
pobreza.” Eis o que ela disse: “Muitas profecias têm
surgido a respeito da transferência de riquezas. Deus
quer posicionar-nos para receber estas riquezas para
os propósitos do Reino. Temos de lidar com quaisquer
mentalidades religiosa ou tradicional que possam impedir
nossa fé. Creia no Senhor para trazer as finanças que o
ajudarão a alcançar seu destino.” 16

Wentroble é apenas uma de muitos líderes com a


mentalidade de Reino que estão profundamente
preocupados com o fato de que uma “mentalidade de
pobreza” seja um obstáculo impressionante que impede
Deus de liberar as riquezas prometidas. Quando as
riquezas vierem, alguns do povo de Deus as receberão,
mas outros não. Aqueles que permanecerem atados
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d f ; R i q u h / as

pelo espírito de pobreza sairão perdendo. Acredito que


essa mentalidade dominante de pobreza, na verdade, é
causada por um espírito demoníaco do mundo das trevas.
Não é simplesmente uma doença psicológica que pode
ser curada com terapia, mas um espírito maligno que tem
de ser expulso.

Gosto do modo como Mark Pfeifer descreve o espírito de


pobreza: “O espírito de pobreza puxa um antolho sobre
nossos olhos e coloca medo em nossos corações. Ele rouba
nossas ambições e sonhos. Ele nos destrói com lembretes
do que não temos e nos faz sentir menores que outras
pessoas. No fim, o espírito de pobreza irá nos conduzir
ao quintal nos fundos com pá e tesouro nas mãos. Ele nos
convence de que a maior vitória que poderíamos ter seria
não perder. Então cavamos nossos buracos e enterramos
nossos tesouros.” 17

O inimigo está bem ciente de que a grande transferência


de riquezas irá acelerar consideravelmente a expansão do
Reino de Deus e, assim, reduz e enfraquece o reino de
Satanás. Como uma das comprovadas táticas projetadas
para anular ou, pelo menos, atrasar a transferência de
riquezas, Satanás posiciona esse espírito de pobreza com
a missão de impor uma maldição sobre o povo de Deus
individual e coletivamente. Minha esperança é de que
este capítulo forneça algumas orientações práticas no
sentido de quebrar definitivamente a maldição do espírito
de pobreza.

72
N e u t r a l iz a n d o o E s p ír it o d e P o b r e z a

PROSPERIDADE É A VONTADE DE DEUS

O oposto da pobreza é a prosperidade. Contudo, entre um


número desproporcional de cristãos reside uma curiosa
aversão à prosperidade. Voltarei a este fenômeno mais
de uma vez conforme o desenrolar do capítulo, mas,
por enquanto, quero tentar estabelecer um fundamento
bíblico para afirmar que a vontade de Deus, não apenas
para cristãos, mas para a raça humana como um todo, não
é a pobreza mas a prosperidade.

Acho que D euteronôm io 28 fornecerá um bom


fundamento do Antigo Testamento para isso.
Deuteronômio 28 é um dos capítulos mais longos da Bíblia
e é dividido em duas partes. A primeira parte detalha
as bênçãos que Deus quer derramar sobre Seu povo. A
condição é que obedeçam-Lhe e façam Sua vontade. A
segunda parte do capítulo detalha as maldições que o
inimigo liberará se o povo de Deus escolher ignorar ou
desobedecer ao Senhor e assim perder Sua proteção. O
contraste entre as duas é drástico.

Aqui está uma das várias promessas na primeira parte de


Deuteronômio 28:

O Senhor te dará abundância de bens no


fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais,
no fruto do teu solo, na terra que o Senhor
jurou a teus pais te dar

(Deuteronômio 28:11)

A generosidade é parte da própria natureza de Deus.

73
A G r a n d e T r a n s f e r e n c ia d i - R iq u e z a s

Um correspondente a isso no Novo Testamento foi escrito


pelo Apóstolo João:

Amado, acima de tudo, faço votos por tua


prosperidade e saúde, assim como épróspera
a tua alma

(III João 2, ara)

Nós geralmente pensamos a respeito de prosperidade


em termos de posses materiais, e isto está correto. No
entanto, esta Escritura conecta-a também à saúde física e
à prosperidade da alma.

PROSPERIDADE
MULTIFACETADA&FELICIDADE

A prosperidade, então, é multifacetada. Nós poderíamos


dizer que a prosperidade é espiritual (um relacionamento
pessoal e forte com Deus), ela é física (boa saúde), é
social (relacionamentos positivos com outras pessoas e
com a sociedade como um todo), e é claro, ela é material
(dinheiro farto). Uma maneira de colocar a questão é que
todas essas quatro facetas da prosperidade combinadas,
certamente fariam uma pessoa feliz, que é o modo como
Deus nos quer. A Bíblia diz:

Feliz o povo cujo Deus é o S en h o r!


(Salmos 144:15, n tlh )

Prosperidade é felicidade.

74
N k u t r a i .i z a n d o o E s p ír it o d k P o b r k z a

Falemos sobre felicidade por um momento. Nós norte -


-americanos damos um alto valor à felicidade. Nossa
Declaração da Independência afirma que os seres
humanos são dotados pelo Criador de certos direitos
inalienáveis, tais como a vida, a liberdade, e a busca pela
felicidade. Alguns anos atrás o respeitado Pew Research
Center fez um estudo sociológico a respeito da felicidade
entre os norte-americanos. Quando o li, fiquei bem
impressionado pelo modo como os resultados do estudo
pareciam seguir a linha dos quatro diferentes aspectos da
prosperidade.18 Por exemplo:

• P ro sp e rid a d e
e sp iritu a l. “Aqueles que
freqüentam reuniões religiosas semanalmente
ou com maior frequência são mais felizes do que
aqueles que as freqüentam menos vezes. Aqueles
que raramente ou nunca freqüentam cultos são os
menos propensos a dizer que são muito felizes.”

• P ro sp e rid a d e “Pessoas mais saudáveis


físic a .
tendem a ser mais felizes.”

• P ro sp e rid a d e
so c ia l. Os pesquisadores
admitiram que eles não sabiam como explicar
isto completamente, mas “Republicanos são mais
felizes que Democratas ou Independentes.”

• P r o s p e r i d a d e m a t e r i a l . “Aqueles com maior


renda são mais propensos a ser muito felizes.”

Antes de prosseguirmos, você está pronto para um


interlúdio bem-humorado sem relação com prosperidade?

75
A G r a n d u . T r a n s f e r ê n c ia d k R iq u e z a s

O estudo do Pew também comentou sobre “o que pode


ser a ‘não descoberta’ mais controversa de todas,” como
eles dizem. O que isso poderia ser? “Acontece que não
há nenhuma disparidade significativa de felicidade entre
donos de cães e donos de gatos.” Você pode tirar suas
próprias conclusões disso!

Falando sério, um ponto importante que quero colocar


aqui é que o espírito de pobreza faz o seu melhor para
distanciar todos aqueles a quem ele pode oprimir, da
prosperidade espiritual, física, social e material.

PROSPERIDADE E SUFICIÊNCIA

Como detalharei posteriormente, pela maior parte de


minha carreira ministerial confesso que estive oprimido
pelo espírito de pobreza. Isto provavelmente me concede
alguma competência no assunto. Entre outras coisas,
eu era aterrorizado por quaisquer pensamentos de estar
associado com o suposto “Evangelho da Prosperidade.”
Por anos minha mente estava cheia de estudos de caso
horríveis de indivíduos que usaram o púlpito para ganho
pessoal ilícito ao invés de exaltar Jesus Cristo. Para
distanciar-me de tais coisas desenvolvi o slogan: “Deus
não nos promete prosperidade, mas somente suficiência!”
Sentia-me muito piedoso enquanto declarava isso, tanto
em particular como em público.

Agora que fui liberto do espírito de pobreza, posso ver


as falhas nesse tipo de pensamento. Por que eu pediria
a Deus por suficiência? Obviamente, para eu conseguir
o que preciso. Quando você pensa cuidadosamente a
respeito, porém, você começa a ver o quão egoísta isso é.

76
N e u t r a l iz a n d o o E s p ír it o n r. P o b r e z a

Aqui está o modo como Mark Gorman coloca a


questão: “Em várias ocasiões pessoas disseram-me
orgulhosamente: ‘Eu não sou ganancioso. Tudo o que
quero é o suficiente para pagar minhas contas.’ Minha
resposta é: ‘Bem, você pode não ser ganancioso, mas
com certeza é egoísta. Você deveria querer mais do que o
suficiente para pagar suas contas. Você deveria querer o
suficiente para ter a mais, a fim de que você possa ajudar
alguém.” ’19

Veja o que II Coríntios 9:8 diz sobre isso:


E Deus pode dar muito mais do que vocês
precisam para que vocês tenham sempre
tudo o que necessitam e ainda mais do
que o necessário para fazerem todo tipo
de boas obras

Abundância é melhor que suficiência.

POBREZA É UMA MALDIÇÃO

O contrário de prosperidade é pobreza. Pobreza é a


vontade do diabo. O que o diabo faz? Ele designou
um principado demoníaco poderoso para manter pobre
o máximo de pessoas possível no mundo. Se elas
permanecerem pobres, elas nunca prosperarão. Eu chamo
esse principado das trevas de “o espírito de pobreza.”

Um pouco atrás mencionei que a primeira metade de


Deuteronômio 28 descreve as bênçãos que Deus deseja
derramar sobre aqueles que O seguem e O honram.

77
A G r a x d k T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u k z a s

A segunda metade segue descrevendo as maldições que


são permitidas sobre aqueles que desobedecem a Deus.
Para escolher apenas um versículo de muitos como
ilustração, usemos Deuteronômio 28:48:
assim servirás aos teus inimigos, que o
Senhor enviará contra ti, em fome e sede,
e em nudez, e em falta de tudo. Sobre o teu
pescoço ele porá um jugo de ferro, até que te
tenha destruído.

Obviamente este não é o plano A de Deus para Sua


Criação. É por isso que temos de fazer todo o possível
para neutralizar esse espírito de pobreza.

Eis a maneira como Chuck Pierce coloca a questão: “A


Bíblia ensina de modo inequívoco que a pobreza é uma
maldição, e o Pai não quer que Seus filhos caminhem
debaixo de maldição... Há muitos pensamentos doidos na
Igreja a respeito disso! Deixe-me esclarecer. A pobreza
não nos faz santos. A maioria dos homens santos na
Bíblia não era pobre. Abraão era rico. Tirando um breve
período de adversidade, Jó viveu sua vida em incrível
abundância. Davi foi um rei que desfrutou de riquezas
tremendas...”20

O ESPÍRITO DE POBREZA
ENTROU NA IGREJA

Uma das dificuldades em tentar reunir o povo de Deus a


fim de neutralizar o espírito de pobreza é que ao longo
dos anos este espírito tem tido sucesso em colocar muitas
igrejas e líderes eclesiásticos debaixo de seu feitiço
perverso. A boa notícia é que mais e mais cristãos estão
sendo libertos dessa maldição em nossos dias. A má
notícia é que ela ainda é uma séria realidade.

78
N e u t r a u /. a n d o o E s p í r i t o d e P o b r e .z a

Quão habilidoso é este espírito? Tão habilidoso


que de alguma forma ele teve sucesso em inculcar
esta mentalidade nas igrejas em geral: Piedade está
diretamente relacionada à pobreza! Em outras palavras,
se você pretende ser uma pessoa verdadeiramente
espiritual em contato íntimo com Deus, você não pode ser
rico; é melhor ser pobre. Para entender como isso poderia
acontecer, precisamos voltar na história. Uma das piores
coisas que aconteceu à Igreja após os primeiros duzentos
ou trezentos anos é que seus líderes começaram a mover-
se de sua mentalidade bíblico-hebraica original para uma
mentalidade grega. A mentalidade grega caracterizava o
Império Romano, a cultura na qual a maioria da Igreja
existiu após anos de vigoroso trabalho missionário.
A Igreja começou a absorver a cultura. Atingiu um
ponto crucial quando o imperador Constantino tomou
o Cristianismo a religião oficial de todo o império.

De acordo com o modo de pensar greco-romano,


a existência estava dividida em mundos material e
espiritual e eles se opunham um ao outro. Quanto mais
material você fosse, menos espiritual você poderia ser.
Um dos resultados disso foi a separação entre clero e
leigos no Corpo de Cristo. Obviamente a grande maioria
dos cristãos era material e, portanto, eles próprios não
poderiam ser suficientemente espirituais para aproximar-
-se de Deus. Eles eram a “laicidade.” Entretanto uns
poucos foram capazes de renunciar ao lado material
da vida o suficiente para se tomarem espirituais, e eles
foram os designados para conectar os leigos ao céu. Eles
eram o “clero,” separados dos leigos por ordenação.

Entre o clero, como era de se esperar, alguns eram


ainda mais espirituais do que outros. Com o passar dos
anos, vários deles decidiram distanciar-se radicalmente
do material e ajuntar-se em monastérios devotados

79
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

à espiritualidade. Eles eram os monges. A fim de


disciplinar-se a si mesmos, todos os monges faziam votos
de pobreza, castidade e obediência. Hoje, o cristianismo,
especialmente o segmento não católico, não reteve muito
da castidade e obediência monástica. Mas de algum
modo, o ideal de pobreza persistiu por todos os lados.
Eu classificaria isso como uma maldição institucional.
Como todas as maldições, ela precisa ser quebrada!

NOSSOS HERÓIS ESPIRITUAIS

Para ilustrar o que digo, vejamos dois líderes cristãos


altamente influentes, no lado católico São Francisco de
Assis (cujo nome foi adotado pelo atual Papa), e no lado
protestante John Wesley. Tenho certeza que se a revista
Time tivesse de fazer uma capa sobre “Os 100 Maiores
Líderes Cristãos da História,” ambos apareceriam. Eles
são modelos espirituais, heróis autênticos da fé, do
contrário eu não os mencionaria. Todavia, a razão pela
qual os menciono aqui é que ambos foram caracterizados
pelo que gosto de chamar de “mentalidade de monastério”
com relação às posses materiais.

São Francisco, por exemplo, nasceu em uma família rica


da Itália. Seu pai operava um negócio bem-sucedido de
importação e exportação e ele tomara-se parte da elite
social. Inesperadamente, Francisco, aos vinte e quatro
anos, renunciou à herança de sua família. Em um local
público, ele despiu-se e devolveu suas roupas luxuosas
(um símbolo de status à época) para seu pai. O Bispo
de Assis, que estava presente, ficou tão constrangido

80
N e u t r a l i z a n d o o E s p ír it o d l P o b r e z a

que apressadamente envolveu-o com sua capa e, até


hoje, réplicas daquela capa constituem as túnicas que
os monges franciscanos usam. Depois Francisco insistiu
em solenizar seu casamento com a “Senhora Pobreza”
e viveu sua vida com renda de subsistência. De fato,
quando ele morreu, ele removeu sua capa e cobriu-se
com uma roupa emprestada a fim de manter seus votos
para a Senhora Pobreza até o fim.

John Wesley, apesar de ter manuseado grandes quantias


de dinheiro, tinha a pobreza em autoestima. Ele vivia
com apenas as necessidades básicas. Há relatos de que
ele disse: “Quando eu morrer, se eu deixar dez libras, toda
a humanidade deve testemunhar que vivi e morri como
um ladrão e larápio!” Quando ele realmente morreu, o
único dinheiro que ele tinha eram algumas moedas em
seu bolso e em uma gaveta da cômoda.

Quando muitos crentes ouvem histórias como essas,


eles se sentem culpados. Eles dizem: “Estes são heróis
maravilhosos da fé — eu deveria ser como eles.” Eles
sentem que se dessem seu dinheiro e vivessem de renda
de subsistência, Deus os amaria mais. O espírito de
pobreza tem usado isso para implantar uma mentalidade
de monastério por toda a Igreja.

Embora este seja o caso, a verdade é que uma grande


maioria dos crentes não pode forçar-se a realizar
seus desejos de ser mais como São Francisco ou John
Wesley. Por que isso acontece? Eu não acredito que seja
porque eles são gananciosos ou carnais ou mundanos. E
simplesmente porque eles não possuem o dom da pobreza
voluntária que ambos, São Francisco e John Wesley,
possuíam. Permita-me explicar o que quero dizer com
isso.

81
A G r a n d e T r a n s f e r e n c ia d e R iq u e z a s

O DOM DA POBREZA VOLUNTÁRIA

Em meu livro sobre dons espirituais, incluo uma lista


de vinte e oito dons que Deus, segundo a Sua vontade,
distribui aos membros do Corpo de Cristo. Nós lemos
em I Coríntios 12 que assim como as partes de nosso
corpo físico têm cada qual sua própria função para
benefício de todo o corpo, cada cristão recebeu um dom,
ou uma mistura de mais de um dom, para benefício da
Igreja como um todo. Para ajudar todos a descobrir que
dons Deus pode ou não ter dado a alguém, incluo uma
definição como em um dicionário para cada um, bem
como um inventário pessoal com 135 perguntas para
ajudar a acelerar o processo.

Eu concluo que há tal coisa como um dom espiritual de


pobreza voluntária a partir de I Coríntios 13:1-3:
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna
para o sustento dos pobres

O contexto é que Paulo contrasta o fruto do Espírito,


manifestado primariamente pelo amor, a alguns dons
do Espírito. Por exemplo, ele afirma que o dom de
línguas não cumprirá seu propósito pretendido sem amor
(I Coríntios 13:1) ou o dom da profecia (I Coríntios 13:2).
Depois ele fala
ainda que distribuísse toda a minha fortuna
para o sustento dos pobres[...]e não tivesse
amor, nada disso me aproveitaria.

82
N k l t r a u z a n d o o E s p ír it o d f . P o b r h / .a

É verdade, a frase “pobreza voluntária” não é usada na


Bíblia, mas achei útil como uma descrição de I Coríntios
13:3. Eis a definição: “O dom da pobreza voluntária é
aquela capacidade especial que Deus confere a certos
membros do Corpo de Cristo, para que renunciem aos
confortos e luxos materiais, e adotem um estilo de vida
equivalente ao daqueles que vivem em nível de pobreza,
dentro de uma dada sociedade, a fim de servirem a Deus
com maior eficiência.”21

Assim como a maioria dos membros do corpo humano


não é um fígado ou uma língua, a maioria dos membros
do Corpo de Cristo não tem o dom de apóstolo, ou o dom
de missionário, ou o dom de liderar na adoração, ou o
dom de administração.
Se todo o corpo fosse olho, onde estaria
o ouvido?

(I Coríntios 12:17)

Algumas pessoas, como São Francisco e John Wesley,


podem ter recebido o dom da pobreza voluntária. Deste
modo, nós esperaríamos que elas imitassem esses heróis
da fé. Mas, no geral, não são muitas pessoas que têm
esse dom. Em vez disso, elas receberam outros dons.
Elas não precisam de uma mentalidade de monastério.
Elas precisam de uma mentalidade de prosperidade! E se
elas realmente prosperam, não há razão alguma para se
sentirem culpadas por isso.

83
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d f : R j q f f /. as

JESUS ERA POBRE?

Uma tática comum do espírito de pobreza é enganar os


cristãos com o mito de que Jesus era pobre. Se este fosse
o caso, então a pobreza seria um ideal para todos aqueles
que valorizam a semelhança com Cristo, o que incluiria
a maioria dos cristãos. Este é um dos truques do diabo,
projetado para manter os cristãos pobres, a fim de que eles
tenham pouca influência no avanço do Reino de Deus.

Jesus nasceu na família de José. José era um carpinteiro,


e penso que seria justo presumir que ele era um dos bons.
Bons carpinteiros ganham razoavelmente bem. Jesus não
cresceu em uma família pobre.

Mas há mais. José levou Maria de sua cidade de Nazaré


para Belém onde Jesus nasceu em uma manjedoura em
um estábulo para animais. Alguns dizem que este local
de nascimento humilde prova que a família de Jesus era
pobre. Mas este não pode ser o caso porque o plano A de
José era hospedar-se no hotel local. Ele tinha bastante
dinheiro para pagar por um quarto decente, mas o hotel
estava lotado. Sem vagas! Então José partiu para o plano
B e arrumou um espaço no estábulo.

Logo depois os magos vieram do Oriente para adorar o


menino Jesus. Eles não trouxeram presentes banais. Eles
presentearam Jesus como um rei e eles teriam trazido
presentes adequados à realeza Oriental. Gosto do modo
como Larry Huch descreve: “Os programas de Natal
geralmente mostram três magos ao redor da manjedoura
com seus pequenos presentes: caixinhas de incenso, mirra

84
N e u t r a l iz a n d o o E s p ír it o d e P o b r e z a

e ouro. Um amigo meu pesquisou a respeito dos magos


e seus presentes. Ele descobriu que ouro não foi o único
presente inestimável que ofereceram a Cristo. Incenso
e mirra também são substâncias preciosas. Além disso,
segundo Mateus 2:1, pode ter havido muitos magos.
Estes presentes podem ter assegurado que Jesus e Sua
família vivessem com conforto.”22

Quando nos afastamos e pensamos sobre a magnitude


daqueles presentes, é difícil obter uma quantia exata.
Mas logo depois disso, sabemos que José levou sua
família para férias de dois anos no Egito para escapar da
devastação de Herodes. Dois anos no Egito? José deve ter
tido uma quantia considerável de dinheiro. Lembro-me
de ouvir Peter Daniels, um dos especialistas mundiais
em dinheiro, falar a respeito disso. Quase hesito em
mencionar, mas ele calcula que os presentes dos magos
podem ter totalizado uns $140 milhões! Mesmo que seja
alto demais, podemos estar certos de que era muito.

Há várias Escrituras que aqueles que tentam caracterizar


Jesus como pobre usam para tentar provar seu ponto de
vista. Uma é II Coríntios 8:9:
Pois já conheceis a graça de nosso Senhor
Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor
de vós se fe z pobre

Isto refere-se a Jesus deixando o céu e vindo viver na


terra, e não ao seu patrimônio líquido na terra. Outra é
Mateus 8:20:
As raposas têm covis, e as aves do céu têm
ninhos, mas o Filho do homem não tem onde
reclinar a cabeça.

85
A G r a n d e T r a n s e e r é n c ia d e : R iq u e z a s

Isto é simplesmente uma referência a Seu ministério


itinerante. Ele não morava em uma casa permanente, mas
Ele viajava continuamente.

Treze pessoas viajando juntas, como Jesus e Seus


discípulos faziam, é uma empreitada cara. Nós sabemos
que várias mulheres os acompanhavam. Em Lucas 8:3 a
Bíblia é específica:
Joana, mulher de Cuza, procurador de
Herodes; Susana, e muitas outras, as quais
os serviam com os seus bens.

Cuza era equivalente ao Secretário do Tesouro da


nação, então os “bens” que eles tinham à sua disposição
provavelmente eram consideráveis.

Para nos posicionarmos a fim de podermos receber a


bênção da prosperidade pretendida por Deus, precisamos
nos livrar de qualquer ideia de que Jesus era pobre.

ESTAMOS FAZENDO PROGRESSO!

O espírito de pobreza, por mais poderoso que tenha


sido no passado, tem sofrido reveses significativos nos
últimos anos. Conforme leio a história atual, acho que
posso discernir quatro passos avante notáveis na quebra
das maldições que esse principado perverso impõe sobre
pessoas, unidades sociais e instituições como a igreja.
Sem dúvida há mais do que quatro, mas estes são aqueles
que chamaram minha atenção.

86
N k l t r a l iz a n d o o E s p ír it o d k P o b r e z a

1. O M o v im e n t o P alavra de F é

Começando por volta do início da década de 1970


muitos líderes inovadores como Kenneth Hagin, Kenneth
Copeland, Fred Price e muitos outros começaram a
adotar as promessas bíblicas de Deus de prosperidade
como literais. Eles lançaram um ataque frontal ao espírito
de pobreza nas igrejas. Um grande número de pessoas
acreditou em suas mensagens e os seguiu. O Instituto
Bíblico Rhema em Tulsa, Oklahoma, treinou líderes
do mundo todo que ataram o espírito de pobreza. Por
meio deste Movimento Palavra de Fé, muitos cristãos
começaram a desfrutar da prosperidade espiritual, física
e material.

Não surpreende que a corrente principal do cristianismo,


incluindo evangélicos, pentecostais e denominações
mais antigas, não estivesse preparada para aceitar tal
troca radical de paradigma de sua mentalidade religiosa
de pobreza. Infelizmente, alguns dos pregadores da
prosperidade da primeira geração chegaram ao extremo
de exibir opulência pessoal. Seus recentemente adotados
estilos de vida pródigos foram repugnantes para muitos.
Os sentimentos negativos que eles desenvolveram em
relação a esses líderes deu ao espírito de pobreza um
ponto de apoio para continuar a promover seu engano
de “piedade envolve pobreza.” O suposto “Evangelho da
Prosperidade” recebeu análises muito negativas na mídia
cristã. Felizmente, porém, o pêndulo começou a voltar e
a segunda geração de líderes da Palavra de Fé está agora
integrando-se a outras correntes do Corpo de Cristo.
Qualquer que tenha sido seu erro, a Palavra de Fé foi
bem-sucedida ao dar um golpe significativo no espírito
de pobreza.

87
A G r a n d e T r a n s f e r íín c ia d e R i q u í z a s

2. O M o v im e n t o d e T r a n s f o r m a ç ã o S o c ia l

Tratei do Movimento de Transformação Social com


detalhes no primeiro capítulo. Eu só gostaria de assinalar
aqui que um dos resultados de enfatizar
Venha o teu reino, seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu

confronta diretamente a pobreza porque não há pobreza


alguma no céu. Entre os líderes deste movimento
desenvolveu-se um consenso geral de que a medida
final, que indica que uma dada unidade social foi
verdadeiramente transformada, é a erradicação da
pobreza sistêmica. Obviamente, isso carrega consigo um
grave revés para o espírito de pobreza.

3. O M o v im e n t o da I g r e j a n o A m b ie n t e d e T r a b a l h o

Como vimos no primeiro capítulo, o movimento da Igreja


no Ambiente de Trabalho constitui uma das colunas que
sustentam a transformação social no gráfico lá mostrado.
Ao analisar isto, mencionei o vácuo cultural entre
líderes da Igreja nuclear e líderes da Igreja estendida,
mas gostaria de acrescentar mais alguns detalhes neste
momento.

Em seu estudo sociológico sobre as diferenças entre os


dois, Laura Nash e Scotty McLennan mostram que “As
pessoas de negócio e o clero vivem em dois mundos.
Entre os dois grupos estão campos minados semeados
com posturas a respeito de dinheiro, pobreza e o espírito
dos negócios — posturas que podem ser resumidas como
aquelas dos defensores e opositores do capitalismo.”23

88
N e u t r a l iz a n d o o E s p ír it o d k P o b r b z a

Eles prosseguem dizendo: “O clero tinha a tendência de


representar os negócios como um conceito agregado,
centrado no dinheiro ou no lucro... O acúmulo de
riquezas tinha associações especialmente negativas
com idolatria, pecado, materialismo, valores falsos,
prioridades erradas, egoísmo e acima de tudo injustiça
contra os pobres... A associação dos negócios com o
lucro, e lucro com significado religioso desfavorável em
relação ao dinheiro, era tão automática que o clero tinha
a tendência de subestimar a sua força de distorcer suas
visões e distanciá-los das pessoas de negócio.”24

O resultado líquido de expor a mentalidade de pobreza


na Igreja levará ao enfraquecimento da influência que
o espírito de pobreza tem tido sobre líderes cristãos
por séculos. A ideia de que há uma Igreja estendida,
a Igreja no ambiente de trabalho, e que seus líderes
estão no “ministério” tanto quanto o clero tradicional,
está destinada a forjar novos acordos entre os dois
lados, que suavizarão as posturas do clero em relação
à prosperidade financeira. O abismo está se fechando.
Mais e mais líderes tomam-se confortáveis com a ideia
de que Deus chama algumas pessoas para um ministério
de fazer muito dinheiro. O espírito de pobreza odeia isto!

4. O M o v im e n t o da T r a n s f e r ê n c ia de R iq u e z a s

Todo este livro é sobre o Movimento da Transferência


de Riquezas, então não preciso dar mais esclarecimentos
a esta altura. Mas ele precisava ser incluído na lista do
que Deus está fazendo entre Seu povo para ajudar a
neutralizar o espírito de pobreza.

89
A G r a n t m -, T r a n s f e r ê n c i a d k R i q u e z a s

MOVENDO-SE DA POBREZA
PARA A PROSPERIDADE

Eu gostaria de sugerir três passos para vencer o espírito


de pobreza e assim mover-se da pobreza para a
prosperidade.

P a s s o n ° 1 : O u ç a o s P r o f e t a s - Levemos a sério o que


a Bíblia ensina em II Crônicas 20:20:
Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de
Jerusalém. Crede no Senhor vosso Deus, e
estareis seguros; crede nos seus profetas, e
prosperareis.

Eu lamento por líderes que não estejam alinhados com


profetas.

Trazendo para o pessoal, devo confessar que eu estive


endemoninhado com o espírito de pobreza por cerca de
cinqüenta anos. Durante os dezesseis anos de serviço
como missionário no campo e vivendo de renda de
subsistência, fui reconfortado ao pensar que a simples
suficiência era suficiente, e que seria errado desejar a
abundância. Mesmo quando nos mudamos novamente
para os EUA e comecei a receber um salário normal do
Seminário Fuller, sentia-me culpado em relação a gastar
dinheiro. Eu comprava minhas roupas na loja beneficente
do Exército da Salvação, eu não permitia que o carro da
família tivesse ar-condicionado, e eu insistia para que
nossa família de cinco pessoas comesse um jantar por
semana que custasse menos de $1,00. Eu me sentia muito
piedoso!

Deus teve de usar uma série de três incidentes para


quebrar completamente aquela maldição.

90
N e u t r a l iz a n d o o E s p ír it o d e P o b r e z a

O primeiro incidente teve a ver com um profeta bem


conhecido, o Bispo Bill Hamon da Christian International
(Cl). Embora eu já tivesse ouvido muito a respeito dele,
o conheci pessoalmente quando ele veio para o Simpósio
Pós-Denominacional que convoquei no Fuller em 1996.
Após termos sido apresentados e perto do fim do evento,
ele levou-me, juntamente com quatro ou cinco de seus
colegas da Cl, para uma sala ao lado. Ele não sabia muito
sobre o meu passado, mas ainda assim ele disse que
Deus lhe dissera para quebrar meu “espírito de pobreza
missionário.” Ele orou fervorosamente, então tirou
dinheiro de seu bolso e o levantou com sua mão estendida.
Seus amigos fizeram o mesmo. Ele ajuntou o dinheiro e
começou a entregá-lo a mim. Ele disse algo parecido com
isto: “Este é um ato profético para quebrar o espírito de
pobreza. Você não deve dizimar este dinheiro. Você não
deve distribuí-lo. Você deve gastá-lo somente com você
e a Doris! Amém!”
Eu fiquei sem palavras, mas realmente dei ouvidos
ao profeta. O dinheiro era $170, que era uma quantia
abundante para mim naqueles dias. Doris e eu fomos a
um dos restaurantes mais caros da cidade e desfrutamos
de uma maravilhosa refeição com uma luxuosa garrafa
de vinho! Nós concordamos que este não era um modo
ruim de viver! O espírito de pobreza começara a perder
seu controle, mas foram necessários mais dois incidentes
para completar a libertação.

P a s s o n ° 2 : O p e r e n o E s p í r i t o O p o s t o - John Dawson
da Jovens Com Uma Missão, em seu livro Tomando
Nossas Cidades para Deus, ensinou-nos que um
princípio claro de batalha espiritual de nível estratégico é
operar visivelmente no espírito oposto àquele que causa
opressão. Seu exemplo era a cidade de Córdoba, Argentina;
depois de sua equipe da JOCUM ter chegado ali, eles

91
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

descobriram que a cidade estava debaixo da influência


negativa de um espírito de orgulho. Operando no espírito
oposto de humildade, os Jocumeiros posicionaram-se ao
redor do centro da cidade e ajoelharam-se nas calçadas
para demonstrar humildade. Dawson relata que este ato
profético causou algumas mudanças consideráveis na
situação social da cidade.25

Agora voltando ao espírito de pobreza. Obviamente,


o oposto é o espírito de prosperidade. Meu conselho é
fazer o que for necessário para demonstrar um desejo
pela prosperidade. Para a prosperidade espiritual, seja
cheio do Espírito Santo, vá à igreja, ore, leia a Bíblia.
Para a prosperidade física, exercite-se, faça exames
médicos apropriados, coma bem. Para a prosperidade
social, escolha seus amigos com cuidado, fortaleça seu
casamento. Para a prosperidade material, aprenda como
receber a abundância e desfrute dela.

O segundo incidente que ajudou a libertar-me do espírito


de pobreza veio de meu amigo, Yonggi Cho, da Coréia.
Eu o convidara à Califórnia para falar na Conferência
Anual de Crescimento da Igreja para a comunidade do
Seminário Fuller. Lá ele comentou que ouvira que o
Senhor me usava para orar por crescimento de pernas
curtas, mas que ele nunca vira uma perna crescer. Pela
providência de Deus, enquanto o Dr. Cho ainda estava
lá, o Senhor trouxe ao meu escritório um sacerdote copta
que fora atropelado por um trem no Egito quinze anos
antes e tinha uma perna mutilada, vários centímetros
mais curta que a outra. Com Cho olhando, orei pela
perna, o poder curador do Espírito Santo manifestou-se,
e a perna cresceu igualando-se à outra saudável. Após a
conferência, Cho voltou à Coréia.

92
N r u t r a i .i z a n d o o E s p í r i t o d f . P o b r f .z a

Na semana seguinte recebi um telefonema de Kim


Young Gil, o pastor de uma filial da igreja de Cho
em Los Angeles, informando-me que, em seu sermão
de domingo, Cho contara à sua congregação sobre o
sacerdote copta. Após o culto, um dos membros de sua
igreja, a diaconisa Park, abordou-o e perguntou se ele
pediria ao Dr. Wagner para orar por ela, pois os ossos de
seu quadril deterioravam rapidamente, os médicos não
podiam fazer nada, e ela mal podia andar. O pastor Kim
informou-me que a diaconisa Park estava em um avião
vindo da Coréia que aterrissaria logo, e que ele planejava
levá-la ao meu escritório naquela tarde. Ela chegou
andando com uma muleta. Eu tive de faltar a parte de
uma reunião para vê-la. Mas orei por ela, Deus tocou
seus quadris, ela jogou a muleta para o lado e começou a
dançar em meu escritório!

Alguns dias mais tarde, a diaconisa Park visitou minha


casa de táxi, e entrou caminhando com um grande
envelope marrom. Ele continha radiografias e ela estava
empolgada para mostrar-me fotos de como, na verdade,
os ossos estavam agora crescendo novamente em seus
quadris. Orei por ela mais uma vez e antes que ela
partisse, entregou-me o envelope. Quando ela se foi, abri
o envelope e encontrei uma boa soma de dinheiro. Por
causa do espírito de pobreza, fiquei constrangido de ter
posses materiais que eu sentia que não merecia, então
no domingo seguinte levei o dinheiro à minha classe
dominical e coloquei-o na caixa de ofertas para os pobres.
Senti-me extremamente piedoso!

93
A G r a n d f . T r a n s f e r ê n c i a d k R ic» : / "

Naquela época eu servia na diretoria da Church Growth


International de Yonggi Cho havia alguns anos, e o
encontro anual na Coréia aproximava-se. Quando
cheguei, mal podia esperar para falar com o Dr. Cho
a sós e contar-lhe a respeito da diaconisa Park. Fiquei
especialmente orgulhoso quando lhe disse sobre minha
piedade maravilhosa ao dar o presente monetário dela
aos pobres. Então, que surpresa! Cho ficou com uma
expressão dura e raivosa em seu rosto. Ele sacudiu o
dedo e disse: “Peter, estou envergonhado de você! Se a
diaconisa Park quisesse que seu dinheiro fosse para os
pobres, ela o teria dado aos pobres. Ela queria que você
recebesse aquele dinheiro, e você violou o desejo dela!”
Fiquei sem palavras com essa repreensão inesperada de
meu amigo! Mas Deus usou o encontro para ajudar a me
libertar do espírito de pobreza que me afligia por tanto
tempo.

Então percebi que eu tinha de mover-me intencionalmente


no espírito oposto e começar a desfrutar das bênçãos da
prosperidade.

O terceiro evento, que foi o coroamento de minha


libertação, veio logo depois. Eu liderava a Coalizão
Internacional de Apóstolos (ICA) por algum tempo
quando, no encontro anual, o Bispo Bill Hamon apareceu
em cena mais uma vez. Ele pediu-me o microfone, então
relembrou à sala cheia de apóstolos que eu nunca recebera
um salário por servir na ICA, e que havia chegado o tempo
para uma doação financeira. Ele fez com que Doris e eu
nos sentássemos em cadeiras à frente, e convidou a todos
para “depositar o dinheiro aos pés dos apóstolos.” Eles o
fizeram, e a doação totalizou $15.000,00! Anteriormente,

94
N e u t r a i .i z a n d o o E s p í r i t o d k P o b r e z a

quando eu ainda era oprimido pelo espírito de pobreza,


eu não teria permitido que isso acontecesse, mas ao
contrário, desfrutei de cada minuto daquilo. Antes que o
avião de volta pousasse em Colorado Springs, relembrei
a Doris que seu automóvel já tinha mais de dez anos, com
mais de cem mil quilômetros, e que ela precisava de um
carro novo. Nós dirigimos do aeroporto direto para a loja
da Toyota e usamos o dinheiro da ICA como entrada em
um Camry com todos os acessórios! A prosperidade foi
vitoriosa!

P a s s o n ° 3 : C o n f e s s e T o d o s o s P e c a d o s C o n h e c id o s -
Isto pode parecer evidente para alguns, e espero que não
se aplique a muitos leitores. Contudo, a Bíblia é tão clara
sobre este assunto que sinto que não devo negligenciá-lo.

Eis o que a Bíblia diz:


O que encobre as suas transgressões nunca
prosperará, mas o que as confessa e deixa,
alcançará misericórdia

(Provérbios 28:13)

Quando pecamos, nós geralmente confessamos o pecado


imediatamente, reparamos qualquer dano que ele possa
ter causado, e prosseguimos limpos. Se, porém, nós
tentarmos esconder o pecado, será difícil mover-se da
pobreza para a prosperidade. A Bíblia alerta que se você
cobre o seu pecado, você “nunca prosperará.” Esta seria
uma boa hora para sondar seu coração e ver se pode haver
algo que precise de confissão.

95
A G r ANDP. TRANSFERÊNCIA DE RjQUKZAS

ISSO PODE SER FEITO!

Não sinto que possa concluir este capítulo sem incluir


a história da que, talvez, seja a libertação do espírito
de pobreza mais dramática que tive o privilégio de
testemunhar. Raramente faço isso, mas reproduzirei a
história de um de meus outros livros. Se você já leu isto
antes, posso garantir que vale a pena dar uma relida.26

Há não muito tempo, o Global Haversí Ministries


organizou uma conferência chamada Escola Nacional
de Profetas em Middletown, Ohio. Os pastores J.C. e
Lynn Collins do New Vision Outreach, um ministério
em outra parte do estado, sentiram que o Senhor os
havia direcionado de modo soberano para participar
da conferência, embora eles não soubessem como
iriam lidar com a questão financeira. Lynn estava tão
convencida de que Deus faria grandes coisas em suas
vidas na conferência, que entrou em vinte e um dias de
jejum antes do evento.

N a semana anterior à sua partida, a igreja estava


quebrada. Eles haviam assinado o último cheque da conta
bancária da igreja. Eles haviam acabado de perder a casa.
Suas finanças pessoais mal davam para comprar gasolina,
pagar a inscrição da conferência, e pagar adiantado a
conta do hotel. E quanto à comida? O hotel servia um
café da manhã complementar, mas eles não estavam
certos quanto a que outras refeições conseguiriam pagar.

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N e i t r a i .j /. a n d o o E s p í r i t o d e P o b r e z a

Na primeira noite da conferência, Cindy Jacobs tomou


uma oferta direcionada ao pagamento da entrada em
um novo prédio que o Global Harvest Ministries estava
comprando. Ela disse que havia alguns no auditório que
deviam dar tudo o que tinham e então ver como Deus
quebraria o espírito de pobreza de suas vidas. Quando as
pessoas começaram a ir à frente para entregar o dinheiro,
Lynn disse a J.C.: “Você sente o que estou sentindo?”
“Acho que não,” ele respondeu. “O que é?” Ela disse:
“Acho que nós somos aqueles que devem dar tudo!” J.C.
concordou. Eles esvaziaram a bolsa dela e os bolsos dele
e foram à frente com seu dinheiro, $112 no total. Aquela
noite eles voltaram ao hotel sem nada.

Na manhã seguinte, J.C. descobriu, bem escondida em sua


roupa, uma nota de $10 que ele não sabia que tinha. Era o
dinheiro da gasolina que eles precisavam para percorrer
os 56 quilômetros do hotel até a igreja. Enquanto dirigia,
J.C. compartilhou que sonhara na noite anterior que Lynn
estava na plataforma falando a toda a conferência.

Quando chegou a hora do almoço, uma estranha


aproximou-se, disse que ia para casa mais cedo, e
perguntou se eles poderiam usar um brinde do restaurante
Gold Star Chili no almoço. Eles aceitaram com gratidão.
Quando retomaram do almoço, eles pegaram uma nota de
$20 que aconteceu de estar voando pelo estacionamento!

Barbara Yoder era a próxima palestrante. Durante sua


mensagem, algumas pessoas começaram a ir à frente por
si mesmas, lançando dinheiro à plataforma. J.C. disse
para Lynn: “Você sente o que estou sentido?” Quando

97
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

eles perceberam, estavam lançando sua nota de $20 na


plataforma. Inacreditavelmente, antes que a mensagem
de Barbara terminasse, dois homens diferentes, ambos
estranhos, aproximaram-se de J.C. e cada um deles
entregou-lhe uma nota de $20!

Depois naquela tarde, Lynn apresentou-se a mim e contou-


-me sua história. Perguntei-lhe se ela daria seu testemunho
para as 2.000 pessoas ali naquela noite. Chamei-a logo
antes de tomar outra oferta para o Global Harvest, que
é nosso costume. No entanto, enquanto Lynn falava, o
Senhor disse-me: “Dê dinheiro a eles.” Então quando
ela terminou, eu disse algumas palavras sobre quebrar o
espírito de pobreza, e puxei uma nota de $100 que eu
mantinha em minha carteira para emergências. Eu disse:
“Nós vamos mandá-los de volta com algum dinheiro.
Estou dando a eles $ 100 de meu dinheiro pessoal, e quero
que outros quatro de vocês venham e façam o mesmo
agora! Vamos abençoá-los com $500!”

Então aconteceu! O Espírito Santo trabalhava tão


poderosamente contra o espírito de pobreza que toda
a multidão levantou-se e começou a correr para a
plataforma, lançando dinheiro aos pés de Lynn. Eu
descartei a ideia de tomar uma oferta para o Global
Harvest naquela noite e, em vez disso, encorajei-os a
continuar vindo. Lynn chorava. Nós chamamos J.C. para
juntar-se a ela na plataforma. Eles não podiam acreditar
no que viam. Eles haviam dado tudo, e agora isso voltava
a eles em abundância. Vários profetas começaram a
declarar que o espírito de pobreza estava sendo quebrado
de cada um que estava presente!

98
N k I . T R A U X A M D O O R s P Í R Í T O DE P o B R H Z A

Na manhã seguinte, chamei J.C. e Lynn para a plataforma


e pude presenteá-los com um envelope, não com os $500
que pensei inicialmente que daríamos, mas com $12.500!
Mais tarde, outras pessoas os abordaram e deram mais
$1.400!

Algumas semanas depois, recebi uma carta de J.C. e


Lynn. Eles escreveram: “Aqui está o dízimo daquela
noite inesquecível quando testemunhamos o espírito de
carência e pobreza ser quebrado não apenas em nós, mas
por todo o santuário. Desde daquele dia, temos recebido
muitos testemunhos de outras pessoas e igrejas que estão
experimentando a mesma coisa. No domingo seguinte em
nossa própria igreja, mesmo antes que eu compartilhasse
nosso testemunho, recebemos a maior oferta dos nossos
quatro anos de história. Por três domingos superamos
a quantia de ofertas que recebemos durante todo o ano
passado!

Estamos recebendo convites para falar em todos os


lugares. Estamos construindo um website para que outros
possam compartilhar suas histórias. Em todos os lugares
que vamos, as igrejas estão experimentando o mesmo
rompimento. Nós lançamos dez dias de oração e jejum
por 24 horas. Outros pastores estão juntando-se a nós.
Estamos experimentando um verdadeiro avivamento e
transformação em nossa comunidade!”

99
A G r a x d h T r a n s f e r ê n c ia d f R iq u e z a s

Para a maioria, nós não demos tanta ênfase quanto


deveríamos em gerenciamento financeiro em nossos
sermões, ensinos eclesiásticos, seminários e escolas
bíblicas. Nós geralmente sentimos que esse é um tópico
para o Monte dos Negócios e não para o Monte da
Religião, uma atitude que o espírito de pobreza adora.
Em um capítulo posterior explico isso em detalhes, mas
para a grande transferência de riquezas são essenciais
quatro elos na cadeia de riquezas do Reino: Provedores,
Administradores, Distribuidores, e Marechais de Campo.
Como veremos, “Administradores” é o elo mais fraco.
Este elo começará a ser fortalecido ao prestarmos muita
atenção às Parábolas dos Administradores de Dinheiro,
tomando mais provável que Deus libere as riquezas em
breve.

Farei algo aqui que não fiz em nenhum de meus outros


livros. Apesar de todos nós já termos lido essas parábolas
na Bíblia e termos ouvido muitos sermões explicando-as,
tomarei a liberdade de citá-las textualmente. Suspeito que
muitos leitores decidirão pular a releitura dessas histórias
baseados na suposição de que se lembram do conteúdo.
Porém, minha sugestão é que você tome os três minutos
ou mais necessários para lê-las mais uma vez, a fim de
obter a mentalidade espiritual que lhe ajudará a entender
minhas explicações o máximo possível.

104
As P a r á b o l a s d o s A d m i n i s t r a d o r e s d e D i n h e i r o

MATEUS 25:14-30

Pois será como um homem que, ausentando-se


do país, chamou os seus servos e entregou-lhes
os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro
dois e a outro um, a cada um segundo a sua
capacidade. Então partiu. Tendo ele partido,
o que recebera cinco talentos negociou com
eles e ganhou outros cinco talentos. Do
mesmo modo, o que recebera dois ganhou
também outros dois. Mas o que recebera um
foi, cavou na terra e escondeu o dinheiro do
seu senhor. Muito tempo depois veio o senhor
daqueles servos e ajustou contas com eles.
Então, aproximando-se o que recebera cinco
talentos, entregou-lhe outros cinco talentos,
dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos.
Olha, aqui estão outros cinco talentos que
ganhei com eles. O seu senhor lhe disse:
Bem está sevo bom e fiel. Sobre o pouco foste
fiel, sobre o muito te colocarei. Entra no
gozo do teu senhor. Chegando também o que
tinha recebido dois talentos, disse: Senhor,
entregaste-me dois talentos; olha, com eles
ganhei outros dois. Disse-lhe o seu senhor:
Bem está, bom e fie l servo. Sobre o pouco
foste fiel, sobre o muito te colocarei. Entra no
gozo do teu senhor. Mas, chegando também
o que recebera um talento, disse: Senhor, eu
sabia que és um homem duro, que ceifas onde
não semeaste e ajuntas onde não espalhaste
e, atemorizado, escondi na terra o teu
talento. Aqui tens o que é teu. Respondeu-lhe,

105
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

porém, o seu senhor: Mau e negligente servo,


sabias que ceifo onde não semeei e ajunto
onde não espalhei? Devias então ter dado o
meu dinheiro aos banqueiros, e quando eu
viesse, receberia com os juros o que é meu.
Tirai-lhe o talento, e dai-o ao que tem dez.
Pois a qualquer que tiver, será dado, e terá
em abundância. Ao que não tiver, até o que
tem lhe será tirado. Lançai para fora o servo
inútil, nas trevas. Ali haverá choro e ranger
de dentes.

LUCAS 19:11-26

Ouvindo eles estas coisas, Jesus contou uma


parábola, porque estava perto de Jerusalém,
e pensavam que o reino de Deus havia de
manifestar-se imediatamente. Disse ele: Certo
homem nobre partiu para uma terra remota,
a fim de tomar para si um reino e depois
voltar. Chamando dez servos seus, deu-lhes
dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu
volte. Mas os seus concidadãos o odiavam, e
mandaram após ele embaixadores, dizendo:
Não queremos que este reine sobre nós.
Voltando ele, depois de ter tomado o reino,
disse que lhe chamassem aqueles servos, a
quem tinha dado o dinheiro, para saber o
que cada um tinha ganhado, negociando.
Veio o primeiro, e disse: Senhor, a tua mina
rendeu dez minas. Respondeu-lhe: Bem está,
servo bom. Porque no mínimo foste fiel,

106
As P a r á b o l a s d o s A d m i n i s t r a d o r e s d e D i n h e i r o

sobre dez cidades terás autoridade. Veio o


segundo, e disse: Senhor, a tua mina rendeu
cinco minas. A este disse também: Sê tu sobre
cinco cidades. Veio outro, dizendo: Senhor,
aqui está a tua mina, que guardei num lenço.
Tive medo de ti, que és homem rigoroso, que
tiras o que não depositaste, e segas o que
não semeaste. Porém ele lhe respondeu:
Mau servo, pela tua boca te julgarei! Sabias
que sou homem rigoroso, que tomo o que
não depositei, e sego o que não semeei. Por
que, pois, não puseste o meu dinheiro no
banco, para que eu, vindo, o recebesse com
os juros? Então disse aos que o assistiam:
Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem as dez.
Eles responderam: Senhor, ele já tem dez
minas. Eu vos digo que a qualquer que tiver
ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver até o
que tem lhe será tirado.

OS TÍTULOS TRADICIONAIS

Uma vez que lemos estas parábolas e começamos a


prestar atenção aos detalhes, toma-se óbvio que os títulos
tradicionais “A Parábola dos Talentos” e “A Parábola das
Minas,” na verdade, depreciam o que Jesus tenta dizer.

Por exemplo, o original grego talenton é uma medida


monetária, como “dólar” ou “real.” Contudo, a palavra
portuguesa “talento,” embora derive da mesma palavra
grega, atualmente não é associada a dinheiro. Ela

107
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

significa uma habilidade natural especial, uma aptidão,


ou em círculos cristãos, um dom espiritual. Para nós,
uma “pessoa talentosa” pode ou não ter controle de uma
riqueza notável.

Deixe-me ressaltar minha colocação fazendo referência a


um dos mais respeitados estudiosos do Novo Testamento
hoje, Donald Hagner (que, por acaso, é um amigo pessoal
meu). Hagner escreveu um enorme comentário exegético
de 1.000 páginas sobre Mateus, um dos melhores
disponíveis atualmente. Digo isso porque a opinião dele
sobre “talentos” representa precisamente a interpretação
erudita tradicional, aceita pela maior parte dos pastores
que conheço. Quero deixar claro que não estou tentando
criticar Hagner de modo algum. Estou apenas usando-o
como um exemplo do pensamento de, provavelmente, a
maioria do Corpo de Cristo.

Hagner diz: “É claro que a questão em jogo [em Mateus


25:14-30] não é dinheiro... os ‘talentos’ provavelmente
simbolizam dons e habilidades pessoais. ...É conveniente
que a unidade monetária referida seja o ‘talento,’ a palavra
grega que é a raiz da palavra inglesa comum ‘talento,’
[significando] ‘aptidão especial’ ou ‘dom.’ Algo como
‘dons espirituais’ está provavelmente evidente aqui em
vez do dinheiro literal.”27

A maior parte dos sermões pregados sobre essa parábola


exorta os cristãos a serem bons mordomos de seus talentos
pessoais, tais como hospitalidade, ensino, trabalho
com crianças, canto no coral, evangelismo, cuidar de
livros ou qualquer dom espiritual que eles possam ter.
Supostamente, estes estão entre os “talentos” que Deus
espera que eles multipliquem e não enterrem na terra.
Isso resume a visão pastoral tradicional das parábolas.

108
As P a r á b o l a s d o s A d m i n i s t r a d o r e s d e D i n h e i r o

A VISÃO APOSTÓLICA

Eu creio, especialmente considerando que estamos agora


na Segunda Era Apostólica, que podemos começar a
ter uma visão mais literal dessas parábolas. Gosto de
pensar nisso como uma visão apostólica em oposição à
visão pastoral anterior. Admitamos que essas parábolas
sejam, de fato, a respeito de administrar dinheiro, e as
interpretemos como foram escritas.

Para começar, precisamos usar números. Pesquisei os


valores respectivos de “minas” e “talentos,” e logo
descobri que diferentes estudiosos respeitáveis chegam
a conclusões um tanto diferentes sobre a quantia. Não
há um consenso geral. Após ler várias fontes, porém,
finalmente percebi que eu precisaria chegar à minha
própria conclusão, a qual tenho agora. Avalio a mina em
$10.000 na economia atual e o talento em $1 milhão.
A primeira coisa que vem à minha mente é a enorme
diferença entre ambos. Porque as passagens em Mateus
e Lucas não são passagens paralelas, as diferenças entre
os dois é compreensível. Na verdade, mesmo hoje alguns
administradores financeiros são conhecidos por ficarem
mais confortáveis com quantias menores como as minas
e outros ficam mais confortáveis com maiores quantias
como os talentos.

Quaisquer que sejam os respectivos valores, o foco das


duas parábolas obviamente não está no dinheiro em
si (“talentos” ou “minas”), mas ao contrário, no que
algumas pessoas fazem com o dinheiro (“administradores
de dinheiro”). Se pudermos juntar algumas semelhanças
entre as duas histórias, descobriremos que há quatro
indivíduos mencionados:

109
A G r a n d f . T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

1. O PROPRIETÁRIO OU CEO DO NEGÓCIO,


OBVIAMENTE u m a p e s s o a r ic a
2. E m p re g a d o A
3. E m p re g a d o B
4. E m p re g a d o C
Examinemos cada um deles separadamente.

1. O PROPRIETÁRIO OU CEO

Há seis observações que eu gostaria de fazer em relação


ao proprietário ou CEO do negócio:

1. Ele possui algum tipo de negócio, e é um negócio


de sucesso. Consequentemente, ele é uma pessoa de
recursos consideráveis.

2. Ele quer ter lucro. Este é um desejo normal e


aceitável para uma pessoa de negócios, contrário
à pregação de alguns pastores influenciados pelo
espírito de pobreza. Suspeito que os estudiosos da
Bíblia que evitam as claras implicações financeiras
das parábolas possam estar sob a mesma influência.

3. Seu meio para obter o lucro é o mercado financeiro.


Como sabemos disso? Tanto em Mateus como em
Lucas menciona-se “negociar.” Isto merece uma
explicação.

110
As P a r á b o l a s d o s A d m i n i s t r a d o r e s d e . D i n h e i r o

Mateus 25:16-17 diz:


o que recebera cinco talentos negociou com
eles e ganhou outros cinco talentos. Do
mesmo modo, o que recebera dois ganhou
também outros dois.

(ênfase acrescentada)

A palavra “negociou” vem do grego ergazomai que


significa “trabalhar” ou “negociar.” É um termo genérico
para fazer negócios. Precisamos ir a Lucas para encontrar
uma palavra mais específica relacionada a negócio
financeiro.

Lucas 19:15 diz:


Voltando ele, depois de ter tomado o reino,
disse que lhe chamassem aqueles servos, a
quem tinha dado o dinheiro, para saber o
que cada um tinha ganhado, negociando.

(ênfase acrescentada)

Esta é uma palavra grega mais forte, diapragmateuomai,


um termo técnico do meio financeiro da época que
significa “ganhar negociando.”

A negociação financeira, claro, tem muitas formas. Qual


forma, então, pode estar evidente aqui? E verdade, a
própria parábola não especifica a forma, mas acredito que
haja uma grande probabilidade de que a negociação pode
ter sido na área do que chamamos hoje de “câmbio” ou
“troca de divisas.” Como chego a tal conclusão?

111
A G r a n d k T r a n s f e r ê n c ia d h R iq u e z a s

Historicamente, a troca cambial é a forma original de


negócio nos mercados financeiros do mundo. Ela remonta
aos impérios egípcio e babilônico. Um negociante que
conheço observou com humor: “Ela é provavelmente a
segunda profissão mais antiga do mundo!”

Portanto, nos dias de Jesus o câmbio era praticado.


Um exemplo encontrado na Bíblia está relacionado aos
cambistas no templo. Eles negociavam as moedas romana
e grega dos peregrinos religiosos que vinham a Jerusalém
pela moeda de Tiro, a única moeda aceita no templo
naqueles dias. Note que Jesus não condenou a prática da
troca cambial em si mais do que condenou a venda de
pombos para o sacrifício que também acontecia. Seus
motivos para limpar o templo foram: (1) Aparentemente
acontecia certa corrupção (“covil de ladrões” Mateus
21:13), e (2) Era o local errado para fazer tal negócio, já
que o templo deveria ser uma casa de oração para todas
as nações, não um mercado.

4. O proprietário ou CEO do negócio conhece o


potencial de seus empregados. Em Mateus ele confia
quantias diferentes a seus empregados
a cada um segundo a sua capacidade

(Mateus 25:15)

Ele dá a um $5 milhões, a outro $2 milhões e a ainda


outro $1 milhão. Em Lucas, todos eles recebem a
mesma quantia, mas é um valor menor, $10.000
cada.

112
A s P a r á b o l a s d o s A d m in is t r a d o r e s d e D in h e ir o

5. Ele ordena-lhes que negociem. Ele lhes diz:


Negociai até que eu volte

(Lucas 19:13)

A palavra para “negociai” é pragmateuomai, que


significa especificamente “negociação financeira”
como vimos acima.

6. Ele não intervém. Porque ele conhece suas


capacidades, após fornecer-lhes os recursos
necessários, ele deixa com eles o que fizerem a
partir daquela hora. Os empregados, não o senhor,
são responsáveis pelos resultados de suas próprias
capacidades.

Então, o que eles fizeram?

2. EMPREGADO A

Em Mateus, o Empregado A negociou seus $5 milhões


e fez outros $5 milhões, devolvendo $10 milhões ao
proprietário. Seu ganho foi de 100%.

Em Lucas, o Empregado A negociou $10.000 e conseguiu


$100.000, devolvendo $110.000 ao proprietário. Seu
ganho foi de 1000%.

113
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

3. EMPREGADO B

Em Mateus, o Empregado B negociou $2 milhões e


conseguiu outros $2 milhões, devolvendo $4 milhões ao
proprietário. Seu ganho foi de 100%.

Em Lucas, o Empregado B negociou $10.000 e conseguiu


$50.000, devolvendo $60.000 ao proprietário. Seu ganho
foi de 500%.

A esta altura é interessante observar que o retomo das


negociações dos Empregados A e B nas duas parábolas
foi no mínimo de 100% e no máximo de 1000%. Este é
um retomo anual? As parábolas não dizem. A única dica
de tempo é que o chefe em cada caso fez uma viagem. A
maioria das viagens não dura tanto quanto um ano e nada
nas parábolas nos impele a concluir que essas viagens
foram tão longas. Em Mateus até diz que o CEO partiu
por muito tempo (Mateus 25:19), mas ela não nos diz por
quanto tempo. Minha suposição, portanto, seria de que
o período de tempo para suas negociações e obtenção
dessas taxas de retomo muito satisfatórias foi de menos
de um ano. Os Empregados A e B foram cumprimentados
como servo bom e fie l (Mateus 25:21).

4. EMPREGADO C

O Empregado C não foi um servo bom e fiel. Em Mateus,


o Empregado C enterrou seu $1 milhão. Em Lucas,
o Empregado C enrolou seus $10.000 num lençol e
os escondeu. Eles devolveram o dinheiro de seu chefe
intacto. Mas nenhum deles negociou-o.

114
As P a r á b o l a s d o s A d m i n i s t r a d o r e s d e D i n h e i r o

Ambos cometeram um grande erro! Quando o chefe


voltou, ele os classificou de nada mais que empregados
“maus e negligentes” (Mateus 25:26).

Qual foi o problema do Empregado C? Foi o medo! Medo


de que? De duas coisas:

• M ed o d o patrão

• M e d o d e c o r r e r r is c o

Como todo operador financeiro bem sabe, há duas


bandeiras vermelhas psicológicas intrinsecamente
envolvidas no negócio, ou seja, medo e ganância.
Sucumbir a qualquer uma delas pode derrubar um
negociante rapidamente. Outras parábolas que Jesus
contou tratam do fator ganância. Nessa parábola, porém,
o Empregado C sucumbiu ao medo.

Em primeiro lugar, o medo do patrão que tinha o


Empregado C era irracional. Por que digo isso? Porque
os Empregados A e B conheciam o patrão tão bem quanto
o Empregado C, e eles não tinham medo dele. Ele era um
homem de negócios normal que queria obter lucro. Nada
de ruim é dito sobre ele nas parábolas.

Contudo, o Empregado C obviamente estava convencido


de que o patrão era ruim. Ele o acusou de:

ceifar onde não semeara


(Mateus 25:24)
e

tirar o que não depositara


(Lucas 19:21)

uma dessas acusações baseou-se em um exemplo agrícola


e a outra baseou-se em transação bancária.

115
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d p ; R iq u e z a s

Por que isso não incomodou os Empregados A e B? Porque


eles eram negociantes especialistas. Eles entendiam como
alguém obtém lucro negociando. Negociação e atividade
agrícola são diferentes. Negociação e transação bancária
são diferentes. Goste ou não, na negociação financeira
quando você faz um bom negócio, você consegue o
dinheiro de alguém que fez um mau negócio. Você,
na verdade, coleta sim o que outra pessoa depositou.
Estas são simplesmente as regras estipuladas no jogo
dos negócios. O proprietário planejava pelas regras dos
negócios, não pelas regras agrícolas ou bancárias. Ao
negociar, você pode obter 100%. Você pode obter 1000%.
Mas para fazê-lo você tem de correr riscos.

O medo do Empregado C impediu-o de correr riscos.


Ele nem ao menos tentou um plano B mais seguro.
O proprietário disse:
Devias então ter dado o meu dinheiro aos
banqueiros, e quando eu viesse, receberia
com os juros o que é meu

(Mateus 25:27)

Em outras palavras, embora o banco pudesse ter produzido


talvez 5-10% em vez de 100% ou mais, isto seria na
prática livre de riscos. Nós não sabemos o que teria
acontecido se o Empregado C tivesse apenas aberto uma
conta no banco em vez de esconder o dinheiro, mas minha
hipótese é que ele provavelmente teria sido rebaixado no
cargo ao invés de ser imediatamente demitido.

116
As P a r á b o l a s d o s A d m i n i s t r a d o r e s d e D i n h e i r o

Outro pensamento que eu teria. Suponha que o Empregado


C tivesse ido em frente, corrido riscos, negociado o
dinheiro, mas o perdesse? Isto está além de qualquer
coisa que vemos na própria parábola de Jesus, mas seria
bem plausível imaginar que o proprietário, nem de longe,
teria sido tão duro com ele. No próprio conceito de risco
a possibilidade de fracasso é inerente, e todo negociante
experiente teve perdas, bem como ganhos. Teria sido
muito incomum se os Empregados A e B não tivessem
tido sua parcela de perdas ao longo do caminho até os
ganhos finais.

De qualquer modo, o triste destino do Empregado C é


declarado de modo vivido na versão de A Mensagem,
onde cada talento foi considerado como $1.000 em vez
da minha estimativa de $1 milhão. Porém o princípio é o
mesmo. O proprietário diz:
Pegue as mil moedas e as entregue ao que
arriscou mais. E tirem o sr. Garantia daqui.
Lancem-no fora, nas trevas exteriores

(Mateus 25:28)

Acredito que uma percepção muito importante da postura


de Deus em relação à responsabilidade fiscal é que Ele
desaprova fortemente a riqueza ociosa. O homem que
construiu mais celeiros para sua safra foi criticado
porque acumulava riqueza ociosa (Lucas 12:13-21). O
dinheiro não deve ser visto como um fim em si mesmo,
simplesmente para ser acumulado. Ao contrário, ele é
uma ferramenta que deve ser usada. O erro do Empregado
C foi preservar dinheiro ocioso ao invés de colocar o
dinheiro em uso.

117
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

AS BOAS NOTÍCIAS

Chega das más notícias do Empregado C. Agora vamos


para as boas notícias dos Empregados A e B. A negociação
deles trouxe quatro bons resultados:

1. Eles se arriscaram e tiveram retomo. De 100% a


1000%.

2. O patrão ficou muito feliz, porque, em primeiro lugar,


foi ele quem os encorajou a correr o risco e negociar
seu dinheiro. Ele lhes dissera para “negociar” ou
fazer transações com o dinheiro até que ele voltasse
(Lucas 19:13).

3. Eles receberam uma boa comissão. Não são muitos


os pastores que pregam sobre essas parábolas que
ressaltam este ponto, por causa do que percebo ser
um espírito de pobreza dominante em nossas igrejas.
Embora haja exceções notáveis, o clero em geral
tende a ver uma motivação de lucro como algo um
tanto camal.

Em Lucas, os Empregados A e B receberam como


recompensa por sua negociação bem-sucedida promoções
para posições que pagavam bem. O patrão disse:
‘Bom empregado! Bom trabalho! Já que
você se mostrou confiável nesse pequeno
empreendimento, eu darei a você o governo
de dez cidades

(Lucas 1 9 :1 7 , AM en sag em )

118
As P a r á b o l a s d o s A d m i n i s t r a d o r e s d e D i n h e i r o

O Empregado A recebeu dez novas fontes de renda, um


pouco de cada cidade. O Empregado B recebeu cinco
cidades ou cinco novas fontes de renda. Além disso, o
Empregado A ganhou um bônus adicional do dinheiro
ocioso do Empregado C!

Em Mateus a comissão foi ainda maior. O chefe diz tanto


ao Empregado A como ao Empregado B:
Entra no gozo do teu senhor.

O que isto realmente significa? Significa que se tomariam


tão prósperos quanto o chefe, ou seja, teriam uma
sociedade. Aqui está como a versão A Mensagem diz:
O patrão elogiou-o: ‘Bom trabalho! Você
soube negociar! De hoje em diante, será meu
sócio! ’.

(Mateus 25:21)

Uma sociedade é uma recompensa muito boa de fato!

4. Eles terminaram com prosperidade.


Pois a qualquer que tiver [significado literal
“que negocia bem”], será dado, e terá em
abundância.

(Mateus 25:29)

“Abundância” é uma palavra muito forte no grego,


perisseuo. Ela significa, na verdade, “superabundância”
ou “o suficiente mais fartura de sobra” ou “mais além.”

119
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

CONCLUSÃO

O que tudo isso significa para nós hoje? O que podemos


aprender com as parábolas dos administradores de
dinheiro?

Como ressalto neste livro, vivemos num tempo que


profeticamente será caracterizado por uma grande
transferência de riquezas do reino das trevas para o Reino
de Deus. Nosso papel no Reino de manusear e distribuir
essas riquezas é uma responsabilidade impressionante.
Uma parte do que gosto de chamar de “Filantropia
Estratégica” será ver que recursos não distribuídos são
administrados habilmente para a glória de Deus. Essas
parábolas de Jesus nos ajudam a manter uma perspectiva
bíblica de nossa missão. Aqui estão algumas aplicações
práticas:

1. Jesus tem uma postura positiva em relação a negociar


no mercado financeiro. Isso pode não ser verdade de
modo geral nos EUA, mas em outras nações que não
nomearei, fiquei chocado ao saber que alguns líderes
cristãos condenam a negociação cambial como
uma forma de jogo de apostas e, portanto, a veem
como pecado. Inconscientemente, esses líderes estão
construindo uma barreira entre eles mesmos, bem
como entre as pessoas às quais eles ensinam, contra
participar na grande transferência de riquezas de
Deus.

2. O Reino de Deus é como o proprietário ou o CEO


que quer seu dinheiro bem administrado durante sua
ausência. Como Mateus registra, Jesus disse:

120
As P a r á b o l a s d o s A d m i n i s t r a d o r e s d l : D i n h e i r o

O Reino de Deus é também como um homem


que saiu para uma longa viagem

(Mateus 25:14, A M en sag em )

como introdução para a parábola dos administradores


de dinheiro. O Reino de Deus adota a prosperidade,
não a pobreza.

3. A taxa de retomo nas parábolas é notável, ou seja,


de 100% a 1000% ao ano. Isto está muito acima
dos talvez 5% a 20% que esperamos da maioria dos
operadores financeiros de hoje. Eu estaria relutante
em mencionar tais retornos de investimento se eu
não estivesse citando as palavras de Jesus. Acho
que é justo presumir que Jesus tinha conhecimento
suficiente sobre negociação de moedas para usar
dígitos realistas. Ou isso ou Ele estava exagerando
de propósito ao usar de hipérbole, mas não posso
pensar de forma realista em qualquer razão por
que Ele escolheria exagerar nessas histórias. Todos
nós temos de chegar às nossas próprias conclusões
a partir dessas informações, mas, mais adiante no
livro, defendo pessoalmente um alvo de 100% ao
ano de retomo nos fundos de receita ministeriais.

De passagem, permita-me mencionar algo relacionado


a isso. Não tenho contato pessoal com os círculos
mais altos, e particularmente reservados, de finanças
do mundo, muitos dos quais estão supostamente “fora
dos registros,” mas fontes fidedignas disseram-me que
as taxas de retomo nas parábolas dos administradores
de dinheiro com variação de 100% a 1000% ao ano

121
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d e R iq u e z a s

não são consideradas irreais de modo nenhum naquela


arena. Disseram-me que realmente há pessoas hoje que
estão tendo esses retornos e até mais através de suas
negociações financeiras.

4. Quando a riqueza é transferida para discipular


nações (i.e., Transformação Social), ela não deve ser
manejada descuidadamente — enterrada no solo ou
depositada em bancos. Ela deve ser multiplicada por
negociantes hábeis. Deus não Se agrada de riqueza
ociosa.

5. Quando se trata de nossa responsabilidade ao


manusear as riquezas do Reino, no fim do dia
queremos que Deus nos diga:
Bom trabalho, servo bom e fiel!

122
C a p í t u l o oó
QUANDO O DINHEIRO SE TORNA
“TORPE GANÂNCIA?”

A frase “torpe ganância” no título deste capítulo vem de


uma versão antiga da Bíblia. Versões modernas usam
“ganho desonesto,” ou “o que você pode conseguir com
isso” mas “torpe ganância” parece ser um pouco mais
descritivo. O que quer que isso seja, eu não quero nem
um pouco dela. Mas ao mesmo tempo eu quero dinheiro,
e tanto quanto Deus me permitir ter!

O palavreado um tanto enigmático da declaração de


abertura foi intencional. Meu propósito neste capítulo
é extrair algumas das implicações óbvias de não querer
certos tipos de dinheiro enquanto se quer legitimamente
outros tipos de dinheiro ao mesmo tempo.

A Bíblia diz:
Porque o amor do dinheiro é raiz de todos
os males

(1 Timóteo 6:10)
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

Considerar esta afirmação de forma literal deveria


colocar o temor a Deus dentro de todos nós, pois todos
nós, de uma forma ou de outra, lidamos com dinheiro
diariamente. Quando penso a respeito, quase todas as
pessoas que conheço pessoalmente gostariam de mais
dinheiro. Digo “quase” porque de imediato posso pensar
em duas amigas minhas, quer dizer, Betty Sue Brewster
e Jackie Pullinger, que declaradamente não iriam querer
mais dinheiro. Essas duas senhoras têm sido um exemplo
vivo de recebimento e reconhecimento do dom espiritual
da pobreza voluntária (I Coríntios 13:3) e têm ministrado
com eficácia com este dom por anos.
Apenas uma palavra sobre o dom de pobreza voluntária,
que está descrito no capítulo 03. Não é o mesmo que o
espírito de pobreza que também tentei expor no capítulo
03. O dom de pobreza voluntária vem de Deus, ao passo
que o espírito de pobreza vem do diabo. Dou mais detalhes
sobre o dom de pobreza voluntária em meu livro Descubra
Seus Dons Espirituais. Lá dou esta definição: “O dom
da pobreza voluntária é aquela capacidade especial que
Deus confere a certos membros do Corpo de Cristo, para
que renunciem aos confortos e luxos materiais, e adotem
um estilo de vida equivalente ao daqueles que vivem em
nível de pobreza, dentro de uma dada sociedade, a fim
de servirem a Deus com maior eficiência.”28 Note a frase
“a certos membros.” Nem todos na Igreja têm o mesmo
dom ou dons. A Bíblia diz que o corpo todo não pode
ser um olho (I Coríntios 12:7). A maioria das partes do
corpo humano não é olho. Da mesma forma, a maioria
dos crentes não tem o dom da pobreza voluntária. Mas
alguns, como minhas duas amigas, obviamente o têm.
O restante de nós precisa refletir bem para evitar a torpe
ganância enquanto busca a prosperidade que Deus deseja
nos dar.

126
Q u a n d o o D i n i i k i r o s h T o r n a “ T o r p p . G a n â n c i a ?”

O DINHEIRO NÃO É MAU

Contrariamente à boa parte do imaginário popular, a


Bíblia não diz que o dinheiro em si é raiz de todos os
males. Pense em dois homens que podem ter sido os mais
ricos mencionados na Bíblia: Jó e Salomão. O dinheiro e
outras posses materiais que eles possuíam são retratados
como uma bênção de Deus, não como a fonte de todos os
males. Jó os perdeu, passou na prova, e acabou com mais
do que ele havia perdido. Salomão construiu o templo,
então estragou tudo, não por causa do seu dinheiro,
mas porque algumas de suas múltiplas esposas haviam
importado doses letais de politeísmo e idolatria. As
promessas constantes de Deus para Seu povo fiel incluem
a prosperidade.
O Senhor te dará abundância de bens no
fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais,
no fruto do teu solo... Emprestarás a muitas
nações, porém não tomarás emprestado

(Deuteronômio 28:11-12)

Por outro lado, amar o dinheiro é uma escolha muito


ruim. Na verdade, amar o dinheiro pode ser um pecado
tanto dos pobres como dos ricos. Aqui está a diferença.
Quando você ama o dinheiro, ele se toma o objeto da
sua afeição e você incorpora-o à sua própria identidade.
Ao contrário, para aqueles que têm uma postura piedosa
em relação ao dinheiro, ele é apenas uma ferramenta.
Tendo dito isso, serei o primeiro a admitir que, na vida
real, a linha entre os dois nem sempre é tão clara quanto
gostaríamos que fosse. Não quero cruzar essa linha, mas

127
A G r a n d f T r a n s f e r ê n c ia d f R i q f f z a s

é melhor não tomar-me complacente também. É por isso


que me preocupo com isso e escrevo capítulos como este.
A última coisa que desejo é que qualquer dinheiro que
Deus confie a mim tome-se torpe ganância.

Quando eu lia o livro de Jane Hamon, The Cyrus Decree


(O decreto de Ciro), prestei atenção redobrada ao que
ela disse a respeito dos israelitas deixando o Egito. No
capítulo 02, mencionei como eles foram receptores de
uma transferência sobrenatural de riquezas. É verdade,
mas aqui está o que Hamon acrescenta: “Quando eles
saíram da servidão, eles trouxeram consigo a riqueza do
Egito. Infelizmente isto acabou não sendo benéfico para
eles. Eles tomaram o ouro e a prata que eram a bênção
e herança de Deus para eles, derreteram-nos e fizeram
um bezerro de ouro — um ídolo para adorar ao invés de
Deus.”29 Nós podemos dizer que os israelitas caíram na
armadilha que todos nós temos de evitar, ou seja, permitir
que a riqueza dada divinamente tome-se torpe ganância.

Um princípio fundamental para participar na grande


transferência de riquezas que Deus está preparando para
Seu povo é vencer a influência perniciosa do espírito de
pobreza. Tentei detalhar isso no capítulo 03, mas vale
a pena mencionar novamente. O diabo certamente não
quer que a riqueza seja liberada para expansão do Reino
de Deus, e uma de suas táticas mais eficazes tem sido
permear a Igreja com a ideia de que a pobreza eqüivale à
piedade. O espírito de pobreza é um dos agentes da linha
de frente da dimensão das trevas, e estou extremamente
encorajado pelo fato de ele estar sendo exposto cada vez
mais nos últimos anos. Primeiramente, o surgimento e
aceitação do fenômeno da Igreja no ambiente de trabalho
tem sido de grande ajuda. Estamos fazendo um bom

128
Q u a n d o o D i n h e i r o s i ; T o r n a “ T o r p e G a n â n c ia ? ”

progresso ao chegarmos a um acordo com a prosperidade


dada por Deus, e consequentemente, agora estamos mais
preparados para receber a transferência de riquezas de
Deus do que estávamos no passado.

Até aqui tudo bem. Mas temos de estar extremamente


cientes do lado negativo. Nós podemos ter sucesso ao
substituir o espírito demoníaco de pobreza pelo espírito
piedoso de prosperidade, mas quando o fazemos, nós
também precisamos evitar pular da frigideira para dentro
do fogo, por assim dizer. O que poderia ser o fogo?
Colocando de forma simples, ser enlaçado por Mamom!

A CILADA DE MAMOM

Algumas pessoas pensam erroneamente que Mamom é


um sinônimo de dinheiro. Infelizmente alguns tradutores
da Bíblia traduziram até mesmo a palavra grega
transliterada “Mamom” como “dinheiro” na Bíblia. Note
que escrevo Mamom com “M” maiúsculo. Isto é porque
Mamom é o nome próprio de um espírito maligno, assim
como Absinto, ou Leviatã, ou Baal, ou Belzebu. Jesus
disse que não podemos servir a dois senhores.
Não podeis servir a Deus e a Mamom

(Mateus 6:24, arc)

Mamom tem, pelo menos, outros quatro espíritos que


trabalham em conjunto com ele e que são designados a
transformar o máximo possível do dinheiro de Deus em
torpe ganância.

129
A G r a n d k T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

1. G a n â n c ia

Um deles é o espírito de Ganância. Ganância é um desejo


excessivo por posses materiais. O espírito de Ganância
faz com que as pessoas imaginem que seu bem-estar
pessoal está diretamente relacionado com o quanto elas
possuem. Quando a Bíblia diz que
o amor do dinheiro é raiz de todos os males,

a declaração que vem em seguida é:


E algumas pessoas, por quererem tanto ter
dinheiro, se desviaram da fé.

(I Timóteo 6:10, ntlh, ênfase acrescentada)

Uma pessoa gananciosa nunca tem o bastante. O dinheiro


é acumulado como um fim em si mesmo, e não em como
ele pode ser usado como uma bênção. Na verdade, a
ganância pode tornar-se uma forma de vício — vício em
dinheiro.

2. C o b iç a

Outro espírito que trabalha com Mamom é o espírito


de cobiça. Enquanto a ganância visa acumular quantias
excessivas de riqueza, a cobiça tem como foco desejar
coisas específicas que você não deve ter, tais como a casa
do seu vizinho, ou a esposa do seu vizinho, ou o touro
do seu vizinho, como vemos nos Dez Mandamentos.
A cobiça é tão ruim que é equiparada à idolatria (veja
Colossenses 3:5). Se descontrolada, pode tomar-se uma
substituta perigosa no lugar Deus.

130
Q i a n d o o D in h e ir o s e T o r n a “ T o r p e G a n â n c ia ?”

3. P a r c im ô n ia

Um terceiro é o espírito de Parcimônia. Parcimônia é


mesquinharia. O espírito demoníaco pode fazer com
que pessoas ricas sejam sovinas e vivam em pobreza
mesmo que elas tenham riquezas. Esta pode bem ter sido
a situação na Igreja de Esmima que fez com que Jesus
dissesse em Sua carta a eles:
Conheço a tua tribulação e a tua pobreza
(mas tu és rico)

(Apocalipse 2:9)

O espírito de parcimônia pode impedir as pessoas de


dizimar e dar ofertas generosas, esmolas e primícias.
Ele cativa as pessoas para pensarem que não podem
bancar algo de que precisam ou que desejam quando elas
realmente podem bancá-lo facilmente. Aqueles com um
espírito de parcimônia geralmente arrastam outros com
eles, incluindo os membros de sua família, para esta
forma estranha e distorcida de pobreza.

4. A u t o s s u f ic iê n c ia

Finalmente, o quarto companheiro de Mamom é o espírito


de autossuficiência. Uma das formas que o dinheiro limpo
pode tomar-se torpe ganância é imaginar que agora que
você possui riquezas, você realmente não precisa de
Deus. Riqueza é poder, e se você a tem, você começa a
pensar que é tão poderoso que pode fazer qualquer coisa
que quiser sozinho. Satanás cresce baseado nesse tipo de
engano.

131
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

UMA TENSÃO CRIATIVA

Cristãos que levam a Bíblia a sério e que querem


equilibrar-se na linha entre desfrutar da prosperidade
sem ganância e assim evitar Mamom e a torpe ganância
vivem em uma tensão criativa. A Bíblia tem muito a dizer
sobre tais coisas e seria útil examinar de perto algumas
dessas Escrituras relevantes.

Recentemente tirei um tempo para selecionar algumas


passagens do Novo Testamento que achei que se
aplicavam às questões presentes, e consegui vinte delas.
Devo admitir que meu estudo não foi completamente
exaustivo, mas aconteceu de tal forma que, quando
listei as referências, não menos que onze das vinte, ou
cinqüenta e cinco por cento, vieram de apenas um dos
vinte e sete livros do Novo Testamento, ou seja, Lucas.
Que significância isso poderia ter? Ninguém sabe ao certo,
mas pode bem ser que Lucas tenha sido o mais rico de
todos os autores do Novo Testamento. Para começar, ele
era um médico. Pessoalmente acho que ele era casado com
Lídia de Filipos, que dirigia um negócio bem-sucedido
de importação-exportação.’0 Ele teve dinheiro suficiente
para acompanhar Paulo em três de suas viagens
missionárias, além de visitá-lo na prisão romana por duas
vezes. E há evidência de que ele pode ter sido o maior
doador de Paulo (veja Filipenses 4:10-19).

Em minha experiência ao lidar com cristãos ricos, descobri


que, em geral, eles têm a tendência de ser mais sensíveis
do que a maioria a respeito das implicações de possuir
e manusear riquezas. Como regra, quanto mais riqueza
eles tiverem à disposição mais eles pensaram e oraram
sobre essas coisas. Reconhecidamente, há algumas

132
Q u a n d o o D in h e ir o s e T o r n a “ T o r p e G a n â n c ia ?”

exceções como os defraudadores e esquemas Ponzi que


são expostos de tempos em tempos, e direi mais sobre
eles mais tarde. Mas por enquanto, vamos basear nossas
conclusões na regra, não nas exceções à regra.

Parece que Lucas seria um daqueles servos de Deus ricos


que receberam revelação especial do Espírito Santo sobre
a diferença entre dinheiro e torpe ganância. Comecemos
examinando algumas coisas que Lucas escreve.

LUCAS

• Lucas cita o contraste de Jesus entre os ricos e os


pobres.
Bem-aventurados vós, os pobres, pois vosso
é o reino de Deus

(Lucas 6:20)

Mas ai de vós, os ricos! pois j á tendes a


vossa consolação

(Lucas 6:24)

Aqui Jesus traça o perfil, não de Seus fiéis


seguidores, mas da população em geral que ainda
vive sob a influência do deus deste século. Como
Jesus anunciou na sinagoga em Nazaré, Ele veio
para
evangelizar aos pobres

(Lucas 4:18)

133
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d h R iq u e z a s

A palavra “Evangelho” significa “boas novas.”


Quais são as melhores boas novas que os pobres
podem receber? Obviamente as novas de que eles
não mais serão pobres. Isto está na própria essência
da mensagem do Reino de Deus. Embora, como
Jesus disse, sempre tenhamos os pobres conosco,
é Seu desejo e deveria ser o nosso também que o
maior número possível deles não mais seja pobre,
mas próspero.

• Por outro lado, pessoas ricas ímpias têm a


tendência de estar debaixo da opressão de
Mamom, um dos generais de quatro estrelas de
Satanás. Consequentemente, como grupo, elas
têm menos esperança pela vida eterna do que os
pobres, que nem de longe são tão autossuficientes.
Deveras, é mais fá cil passar um camelo
pelo fundo de uma agulha do que entrar um
rico no reino de Deus

(Lucas 18:25)

Jesus não estava dizendo que nenhuma pessoa


rica pode ser salva. Porém, muitas delas são
como o jovem rico que não pode desprender-se
de seus bens materiais mesmo se Deus lhes pedir
diretamente para o fazerem (Lucas 18:18-23).
Gosto do que Ed Silvoso diz: “Por que Jesus disse
para o jovem que vendesse suas posses? Ele não
fez isso porque a riqueza é maligna, mas porque
o jovem era controlado por ela.”31 Dinheiro que
afasta uma pessoa de Deus é dinheiro que se toma
torpe ganância.

134
Q c a n d o o D in h e ir o s e T o r n a “ T o r p e G a n â n c ia ?”

• Semelhantemente, Mamom usa as riquezas para


sufocar a obra de Deus, como Jesus alerta em Sua
parábola do semeador. Algumas sementes caíram
entre espinhos. O que eram os espinhos?

A que caiu entre espinhos são os que


ouviram e, com o passar dos dias, são
sufocados com os cuidados, riquezas e
deleites da vida, e seus frutos não chegam
a amadurecer.

(Lucas 8:14, ênfase acrescentada)

Prosperidade equivocada pode tomar-se uma


barreira para conhecer a Deus.

• Lucas, sem dúvida, amou a história de Zaqueu,


um exemplo positivo de homem rico, como
ele próprio, que foi salvo. Lucas é o único dos
quatro Evangelhos que tem a história (Lucas
19:1-10). Zaqueu aparentemente foi liberto
do encantamento pernicioso de Mamom. Para
começar, quando tomou-se um cristão, ele
prometeu dar metade do que possuía aos pobres.
Depois, para compensar seus negócios desonestos
com os outros, ele propôs devolver o que havia
trapaceado juntamente com 400% de juros!
Podemos estar certos de que Zaqueu nunca mais
se envolveu com torpe ganância novamente.

135
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d e ; R i q u i ; / as

• Como a maioria das pessoas de negócios, Lucas


teria aversão à riqueza ociosa, recursos que não
são administrados para trazer ganho máximo.
No Evangelho de Lucas Jesus conta a história do
homem rico que continuou a construir celeiros
cada vez maiores para armazenar todos os seus
bens. Ele era rico; é bastante óbvio que ele
não precisava de mais, mas ele nunca tinha o
suficiente. Ele foi influenciado pelo espírito de
parcimônia. Jesus chamou-o de louco! Por que
ele era um louco? Ele acumulou riqueza ociosa
em vez de usá-la de modo sábio como ele deveria
ter feito (Lucas 12:16-20).

• Relacionado a isso estão as parábolas de Jesus dos


administradores de dinheiro, as quais examinei
em detalhes no capítulo 04. Recordemos que em
Lucas 19:12-16, três administradores de dinheiro
receberamumamina($10.000)cada.Doissaíram-se
bem ao ganhar 500% e 1000% respectivamente.
Eles eram bons servos. Um, porém, escondeu-a
em um lençol, refletindo parcimônia ou riqueza
ociosa. Ele terminou como um servo mau. Temos
de nos acautelarmos do dinheiro ocioso.

• Lucas cita Jesus:


Acautelai-vos e guardai-vos da avareza;
a vida de um homem não consiste na
abundância dos bens que ele possui

(Lucas 12:15)

136
Q u a n d o o D i n h e i r o s e T o r n a ‘T o r p f . G a n â n c i a ? ”

Aqui Jesus está apontando o princípio que


mencionei antes, a saber, que o amor do dinheiro
é raiz de todos os males. A maioria dos cristãos
abastados como Lucas é sensível a isso e está
bem ciente de que o dinheiro nunca deve tornar-se
um fim em si mesmo. Ele sempre tem de ser
simplesmente um meio para o fim de trazer glória
para Deus.

• O Evangelho de Lucas é muito forte a respeito do


Reino de Deus em oposição ao reino de Satanás.
Os discípulos de Jesus haviam acabado de deixar
um deles e de entrar no outro. Ele continuou
explicando-lhes, tanto quanto Ele pôde, quais
eram os benefícios do Reino de Deus. O
compromisso final deles não era mais viver para
si mesmos e para o que eles poderiam realizar,
mas sua fé devia estar em seu novo Rei, Deus.
Um bom ponto de entrada para este ensino foram
suas necessidades físicas diárias e comuns. Então
Jesus disse:
Não estejais apreensivos pela vossa vida,
sobre o que comereis, nem pelo corpo,
sobre o que vestireis. Mais é a vida do que
o sustento, e o corpo mais do que as vestes

(Lucas 12:22-23)

Por que eles não deveriam preocupar-se? Porque


eles podem depender de Deus para suprir essas
coisas. Jesus continua:

137
A G r a n d íl T r a n s f e r ê n c i a o h R i q i t .z a s

Buscai antes o reino de Deus, e todas


estas coisas vos serão acrescentadas. Não
temas, ó pequeno rebanho, pois a vosso
Pai agradou dar-vos o reino. Vendei o
que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós
bolsas que não se envelheçam, tesouro nos
céus que nunca acabe, onde o ladrão não
chega e a traça não consome. Pois onde
estiver o vosso tesouro, aí estará também o
vosso coração

(Lucas 12:31-34)

As prioridades agora estão mudando. Não é que


coisas materiais e físicas não sejam importantes,
ou que todos devamos nos desfazer das posses
materiais, mas parte de conhecer a Deus é confiar
que Ele suprirá nossas necessidades básicas e que
o que temos de fato vem Dele.

• Conforme Jesus treinava Seus discípulos, Ele


testava-os de tempos em tempos. Um desses
testes, quando Ele enviou-os sozinhos pela
primeira vez, tinha a ver com autossuficiência.
Ele disse:
Nada leveis convosco para o caminho,
nem bordões, nem alforje, nem pão, nem
dinheiro, nem tenhais duas túnicas

(Lucas 9:3)

Os discípulos precisavam aprender que eles


podiam ser completamente dependentes de
Deus para suas necessidades materiais. Jesus
obviamente não estava estabelecendo um

138
Q l a n d o o D in h e ir o s e T o r n a “ T o r p e G a n â n c ia ?”

princípio de que eles nunca devessem levar


suprimentos sempre que saíssem para ministrar
no futuro. Conforme Jesus movia-Se de um lugar
para o outro, Ele próprio tinha um tesoureiro
(Judas) no meio de seu círculo íntimo dos doze.
Mas primeiro eles precisavam experimentar, ao
menos uma vez, não ter nada e assim passar no
teste da completa dependência de Deus.

A IGREJA PRIMITIVA

Um dos grupos de pessoas mais generosos da Bíblia foram


os membros da Igreja que nasceu no dia de Pentecostes.
Os cristãos estavam tão cheios do Espírito Santo que
Mamom não tinha controle algum sobre eles (com a triste
exceção de Ananias e Safira). Atos 4:31 diz que
eles estavam cheios do Espírito Santo,

e depois:
Era um o coração e a alma da multidão dos
que criam, e ninguém dizia que coisa alguma
do que possuía era sua própria, mas todas
as coisas lhes eram comuns. Os apóstolos
davam, com grande poder, testemunho da
ressurreição do Senhor Jesus, e em todos
eles havia abundante graça. Não havia entre
eles necessitado algum. Pois todos os que
possuíam herdades ou casas, vendendo-as,
traziam o preço do que fo ra vendido, e
o depositavam aos pés dos apóstolos. E
repartia-se a cada um, segundo a sua
necessidade

(Atos 4:32-35)

139
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

Embora o compartilhamento de bens materiais não


seja um princípio legalista para todos os cristãos, o
comportamento da Igreja Primitiva aponta para uma
postura de Reino a respeito das posses materiais que
todos nós temos de imitar.
Mas buscai primeiro o seu reino e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas. Portanto, não andeis
ansiosos pelo dia de amanhã, pois o amanhã
se preocupará consigo mesmo

(Mateus 6:33-34)

Se isto tomar-se entranhado em nosso espírito, não


estaremos suscetíveis a que nosso dinheiro se tome torpe
ganância.

O APÓSTOLO PAULO

O apóstolo Paulo discute a questão do dinheiro em três de


suas epístolas, mais do que em todas as outras, ou seja,
II Coríntios, Filipenses e I Timóteo. Vamos dar uma
olhada nelas.
• Umas das questões que Paulo discute em
II Coríntios é seu privilégio de escolher receber
ou não honorários por ministrar aos coríntios. Em
I Coríntios ele havia afirmado que
aos que anunciam o evangelho, que vivam
do evangelho ’’

(I Coríntios 9:14)

140
Q u a n d o o D in h e ir o se T o r n a “ T o r p e G a n â n c ia ?”

mas no que dizia respeito aos coríntios, ele


preferiu não tomar nada deles. Ele diz:
Agora estou pronto para ir ter convosco
pela terceira vez, e não vos serei
pesado, porque não busco o que é vosso,
mas sim a vós

(II Coríntios 12:14)

Nós não sabemos com exatidão quais eram os


motivos de Paulo para isso, mas nesse caso,
recusar honorários, ou doações, ou ofertas era
especificamente para os coríntios, e não um
princípio geral em vigor, como veremos quando
chegarmos a Filipenses.

• Embora Paulo não tomasse ofertas dos coríntios,


ainda assim ele ordenou-os a dar aos outros,
especialmente aos santos necessitados em
Jerusalém. Aqui estão alguns princípios. Primeiro
Paulo diz:
E Deus pode dar muito mais do que vocês
precisam [...] e ainda mais do que o
necessário para fazerem todo tipo de boas
obras”

(II Coríntios 9:8, ntlh)

Depois:
Ele fa rá com que vocês sejam sempre ricos
para que possam dar com generosidade

(II Coríntios 9:11, ntlh)

141
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d f -: R i q u e z a s

De acordo com estas Escrituras, não devemos


esperar a mera suficiência de Deus, mas ao
contrário, devemos esperar abundância se
quisermos estar na posição de dar aos outros
como desejamos.

Entre as qualificações de Paulo tanto para bispos


como para diáconos está
não cobiçoso de torpe ganância, [...] não
avarento

(I Timóteo 3:3, arc)

Uma postura errada em relação ao dinheiro pode


desqualificar uma pessoa da liderança cristã.
Paulo diz a Timóteo para afastar-se daqueles com
mentes corruptas que seguem
supondo que a piedade é fonte de lucro

(I Timóteo 6:5, ara)

Para evitar isso, temos sempre de ter em mente:


Porque nada trouxemos para este mundo,
e nada podemos levar dele; tendo, porém,
sustento e com que nos vestir, estejamos
contentes

(I Timóteo 6:7-8)

E aqui que Paulo diz também que o amor do


dinheiro é a raiz de todos os males. Aqui está
um bom conselho para aqueles que lidam com
dinheiro:
Q i/ a x d o o D i n h e i r o s e T o r n a “ T o r p e G a n â n c i a ?'

Manda aos ricos deste mundo que não


sejam altivos, nem ponham a esperança na
incerteza das riquezas, mas em Deus, que
abundantemente nos dá todas as coisas
para delas gozarmos; que façam o bem,
sejam ricos de boas obras, generosos em
dar e prontos a repartir, que acumulem
para si mesmos um bom fundamento para
o futuro, para que possam alcançar a vida
eterna

(I Timóteo 6:17-19)

• A epístola de Paulo aos Filipenses é


essencialmente uma carta de agradecimento pelas
doações abundantes que eles haviam feito para o
ministério dele. É bem provável que as doações
de Lucas e Lídia estivessem no centro dos fundos
de missões vindos da Igreja dos Filipenses. Após
Paulo deixar Filipos ele disse:
nenhuma igreja comunicou comigo no
sentido de dar e de receber, senão vós
somente; porque até para Tessalônica [sua
próxima parada após Filipos] mandastes
não apenas uma vez, mas duas, o necessário
para as minhas necessidades

(Filipenses 4:15-16)

Ele lhes escreveu esta carta muito tempo depois,


quando estava na prisão em Roma. Ele diz:
pois j á aprendi a contentar-me em toda e
qualquer situação. Sei passar necessidade,
e também sei ter abundância

(Filipenses 4:11-12)

143
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R iq u e z a s

O significado disso é que Paulo, ao contrário


daqueles como o jovem rico, recusou-se a permitir
que o dinheiro ou a falta dele o controlasse ou
seu ministério. Contudo, tendo experimentado
ambos, ter necessidade e abundância, Paulo
obviamente preferia a abundância. E por isso
que, após receber o dinheiro que os filipenses lhe
enviaram enquanto estava na prisão, ele escreveu
essa carta de agradecimento e disse, com evidente
prazer:
Mas bastante tenho recebido, e tenho
abundância; cheio estou, depois que
recebi de Epafrodito o que da vossa parte
me fo i enviado, como cheiro suave, como
sacrifício agradável e aprazível a Deus

(Filipenses 4:18)

Paulo nunca se envergonhou de ter bastante dinheiro,


mas ele sabia como evitar que este dinheiro se tornasse
torpe ganância. Hoje nós podemos fazer o mesmo.
Continuamente precisamos ter em mente que embora
a prosperidade seja uma bênção do Reino de Deus, as
posses materiais podem facilmente tomar-se uma cilada.
Mamom está rondando. Mas se levarmos a sério os alertas
destacados neste capítulo, esse espírito não encontrará um
modo de seduzir-nos e colocar-nos na trajetória errada.

144
Q u a n d o o D in h k ir o s e T o r n a “ T o r p e G a n â n c ia ?”

PLANOS SINISTROS
PARA OBTER LUCRO SUJO

Até aqui estive tratando de modos e meios em que o


dinheiro bom, frequentemente de modo não intencional,
toma-se torpe ganância e assim desonra a Deus. Porém
temos de estar cientes daqueles indivíduos, esperamos em
menor número, que tentam acumular intencionalmente o
que eles sabem de antemão que será lucro sujo. Eles são
pessoas que entendem completamente os mecanismos
e o funcionamento interno do mundo financeiro e usam
este conhecimento para enganar os outros. Eles planejam
modos e meios maus para roubar de vítimas vulneráveis
a riqueza honesta que elas possuem, geralmente com o
consentimento inconsciente da vítima. Infelizmente, uma
porcentagem excessiva de seus alvos são pessoas cristãs
retas que trabalham duro.

Provavelmente a técnica mais freqüente que esses


golpistas usam é o “esquema Ponzi.” “Ponzi” é o
sobrenome de Charles Ponzi, um imigrante italiano nos
Estados Unidos que, no início dos anos 1900, tomou-se
um dos mais notórios trapaceiros da história. A maneira
como o esquema funciona é bem simples. Ponzi era
suficientemente persuasivo para fazer com que pessoas
inteligentes e boas acreditassem que daria um enorme
lucro comprar os chamados “cupons de resposta postal”
na Itália e vendê-los nos Estados Unidos. Ele dizia-lhes
que poderia pegar o investimento deles e conseguir 50%
em quarenta e cinco dias. Na época os bancos pagavam 5%
de juros ao ano, então a oferta era muito atraente. Ponzi
não estava na verdade tendo lucro, mas pagava a seus

145
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d f . R iq u e z a s

investidores seus 50% de ganho a partir do novo dinheiro


de investimento que entrava, o qual era considerável e
crescia exponencialmente conforme as notícias corriam.
No seu auge, dizia-se que Ponzi tirava $250.000 por dia
de lucro sujo. Muitas de suas vítimas hipotecavam suas
casas e raspavam as economias de uma vida.

Quando você pensa sobre isso por alguns instantes,


é fácil ver por que um esquema Ponzi não pode
continuar para sempre. Chega um momento em que
os novos investimentos diminuem, e quando isso
acontece não haverá dinheiro suficiente para pagar os
velhos investidores. Então alguém descobre o que está
acontecendo, soa o alarme, e o trapaceiro acaba na cadeia,
que foi o caso de Ponzi. Ele havia acumulado tanto que,
quando ele foi descoberto, disseram que seis bancos
entraram em colapso e seus investidores conseguiram
recolher por fim algo em tomo de trinta centavos por
dólar no máximo. Seus investidores acabaram perdendo
cerca de 20 milhões de dólares de 1920, o que seria algo
em tomo de $225 milhões hoje. Ponzi acabou pobre,
mas seu nome infame perdura designando o perverso
“esquema Ponzi.”

Os esquemas Ponzi perduram. O mais notório em nossa


geração foi planejado por Bemard Madoff. Enquanto
Ponzi roubou $225 milhões, o esquema Ponzi executado
de modo brilhante por Madoff foi capaz de roubar algo
em tomo de $60 bilhões, boa parte deles de pessoas que
tinham competência pessoal no mundo financeiro. Sua
bolha estourou em 2008, e em 2009 ele foi condenado e
sentenciado a 150 anos na prisão.

146
Q c a x d o o D i n i i f j r o sri T o r n a “ T o r p e G a n â n c i a ? ”

FRAUDE POR AFINIDADE

Embora eu não acredite que Ponzi o tenha usado, Madoff


empregou com sucesso o que é chamado de “fraude
por afinidade”. Isto significa que ele teve como alvo
proposital um certo grupo de pessoas. Sendo M adoff
um judeu, seria natural para ele escolher companheiros
judeus, pois os judeus tendem a respeitar e confiar uns
nos outros. Ele não limitou seus investidores aos judeus,
mas eles foram uma porcentagem desproporcionalmente
alta. Digo isso porque, tristemente, a fraude por afinidade
tem se tomado comum demais na comunidade cristã.
Alguns dos perpetradores são cristãos verdadeiros, ou
pelo menos eram cristãos. Outros são incrédulos que têm
uma ótima habilidade de fingir ser cristão, eles falam
como os cristãos e aprendem até mesmo a “orar.” Em
qualquer caso seu objetivo é produzir lucro sujo para si
mesmos.

GREATER MINISTRIES INTERNATIONAL

Desenvolvi uma grande aversão aos esquemas Ponzi


baseados em afinidade porque eu mesmo tomei-me uma
vítima de um deles em 1998. Ele chamava-se Igreja
Greater Ministries International. Por favor, entenda que
conto esta história de meu próprio pensamento estúpido e
ingênuo a fim de que aqueles que lerem consigam ver os
sinais de alerta mais cedo do que eu. Greater Ministries
chamou minha atenção pela primeira vez por meio de
alguns bons amigos cristãos com os quais eu estava
intimamente associado. Numa conversa casual eles

147
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d f : R iq u e z a s

mencionaram esse “ministério” que era capaz de, através


de alguns doadores anônimos do exterior, “abençoar”
aqueles que doassem para sua causa. O ponto principal
era que se uma pessoa doasse certa quantia de dinheiro
para a Greater Ministries, de alguma forma eles seriam
“abençoados” com, no mínimo, o dobro daquela quantia.

Qual era a causa deles? Acredite ou não, eles diziam que


pretendiam construir uma nação cristã separada, que
seria equiparada ao Vaticano, chamada “Greaterlands.”
Eles diziam coisas como: “Greaterlands terá sua própria
soberania, ela será um Domínio Eclesiástico. Nós
nos tomaremos uma Embaixada e nossos ministros e
missionários podem tomar-se imunes de perseguições
não desejadas”32 e coisas do tipo. Entre outras coisas, eles
prometeram um novo sistema bancário. Todas essas são
ideias tolas, mas é fácil ver que o motivo fundamental
para doar não seria realmente ajudar Greaterlands, mas
receber a “bênção.”

O que levanta uma questão ética. Uma doação para a


Greater Ministries seria motivada pela ganância? Um
doador poderia ser acusado de dizer “Trata-se de mim!”?
Estas questões me ocorreram, e precisei encará-las. Acho
que seria verdade se eu dissesse que em toda minha
carreira nunca fui, e nem fui visto pelos outros como uma
pessoa gananciosa. Então prossegui racionalizando minha
resposta às questões replicando que uma doação (que, aliás,
não era dedutível no imposto) seria como usar o dinheiro
para comprar estoques ou para prover capital de risco para
um negócio. Apesar de a Greater Ministries negar por
escrito, a transação seria realmente mais um investimento
do que uma doação. Agir como um investidor em vez de
um doador me satisfez na época e ainda satisfaz, embora
eu tenha de admitir que esta é uma linha muito tênue.

148
Q i a n d o o D i n h e i r o s e T o r _\ a “ T o r p e G a n â n c i a ? ”

DIRETRIZES PESSOAIS

Toda vez que fiz algo assim, sempre tive certas diretrizes
pessoais que recomendo bastante. Primeiro, nunca
invisto uma quantia que eu não possa permitir-me
perder. Se eu perdê-la toda, não afetará nossa família
ou nosso orçamento familiar. Pessoas que hipotecam
suas casas para correr um risco desses são insensatas.
Segundo, quando o retorno começa a acumular, eu retiro
a quantia investida o mais rápido que puder. Após isso,
posso ganhar mas não perder. Terceiro, então tento
retirar metade e reinvestir metade por quanto tempo
for necessário. E digo ao meu contador fiscal sobre a
transação.

A esta altura você provavelmente está imaginando meus


números. Investi $10.000 na Greater Ministries. Pelos
dois primeiros meses eles retiraram $900 por mês da
minha conta como doação. Até então achei suspeito,
assim solicitei que fechassem minha conta e me
entregassem o balanço. Dentro de uma ou duas semanas
recebi um simples envelope marrom sem endereço de
retomo na correspondência com ordens de pagamento e
um dinheiro em espécie que totalizavam $9090,00. Esta
experiência de aprendizado custou-me $910,00. Logo
depois tudo foi exposto e os líderes acabaram na prisão.
Tristemente, custou a alguns de meus amigos muito
mais de $910,00 porque eles não saíram a tempo deste
esquema Ponzi baseado em afinidade.

149
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d e R i q c e / . as

Aqueles que têm acompanhado a mídia cristã (e secular)


podem reconhecer nomes como Amber Enterprises, New
Era Philanthropy, Wealth for the Nations, International
Product Investment Corporation, JTL Investments, e
outros. Os perpetradores eram tão hábeis ao promover
seus golpes e disfarçar os detalhes financeiros, que
nomes conhecidos como Benny Hinn, Reinhard Bonnke,
Faculdade Wheaton, as Assembleias de Deus do Norte da
Califórnia e Nevada, Ralph Wilkerson, Marilyn Hickey,
Seminário Teológico Fuller, a Igreja Quadrangular, e
até mesmo fundos sofisticados como Universidade de
Harvard e Escola de Direito de Yale foram ludibriados.

A boa notícia é que aqueles que acumularam enormes


quantias de lucro sujo com esses golpes, em sua maioria,
estão atrás das grades. A má notícia é que outros como eles
certamente aparecerão. Minha esperança e expectativa é
que o povo de Deus continue a amadurecer individual
e coletivamente, que aprendamos com nossos erros, e
que o futuro veja muito menos do que vimos no passado
dessa atividade escandalosa, gananciosa, fraudulenta.

À medida que isso acontecer, cada vez menos nosso


dinheiro do Reino se tomará em torpe ganância.

150
C a p ítu lo 07
O CICLO
DE RIQUEZA DO REINO

À medida que continuamos a processar diferentes


aspectos da grande transferência de riquezas não nos
cansemos de lembrar que o propósito final de tudo isso
é implementar o cumprimento da Grande Comissão de
Jesus:
fazei discípulos de todas as nações

(Mateus 20:19, ara)

Estamos orando e trabalhando pela transformação social.


Nós ansiamos por ver a resposta à oração que Jesus nos
ensinou:
venha o teu reino, seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu

(Mateus 6:10)
A G r a n d e T r a n sfe rê n cia d e R iq u ez a s

No primeiro capítulo sugeri que um modelo estratégico


para a transformação social seria o conceito dos Sete
Montes ou os Sete moldadores da cultura. Para nos ajudar
a ver isso de forma mais clara, introduzi este gráfico:

OS SETE MONTES

RELIGIÃO FAMÍLIA EDUCAÇÃO GOVERNO MIOIA ARTES&ENIRETENMENTO NEGÓCIOS

A cultura particular na qual vivemos refletirá melhor as


bênçãos, a prosperidade e os valores do Reino de Deus
se, de alguma forma, indivíduos com a mentalidade
do Reino vierem a ocupar as posições de influência no
topo dos Sete Montes. Mais uma vez ressalto que não
estou propondo uma teocracia na qual a Igreja governe
a sociedade, mas sim que cristãos com a mentalidade
do Reino influenciem todos os segmentos de qualquer
estrutura governamental onde se encontrem.

A palavra “influência” é muito importante. Ela levanta


a justificada pergunta: Como se obtém influência em
cada um dos montes? A maioria de nós que estamos
localizados primariamente no Monte da Religião, onde
se encontra a Igreja nuclear, concorda que a influência
é alcançada, em grande parte, pela espiritualidade.
Os indivíduos mais espirituais tendem a influenciar os
indivíduos menos espirituais. Isso deu origem à tradição

154
O G c i . o n r ; R i q u f .z a d o R m n o

de “ministros ordenados.” A ordenação foi projetada para


dar substância à separação entre os mais espirituais e o
restante dos crentes. Os líderes no Monte da Religião têm
a tendência de reforçar sua espiritualidade superior com
frases freqüentes como “agonizei em oração sobre este
assunto”, ou “esta decisão exigiu um jejum de 21 dias”,
ou “O Senhor disse-me isto diretamente”, ou “Deus me
deu esta palavra para vocês”, ou “Todos os dias gasto duas
horas em adoração, oração e mergulhando na palavra de
Deus”, ou afirmações semelhantes. Isso não é linguagem
frívola, é sincera. E aqueles que conseguem viver o que
pregam, de fato obtém influência na Igreja nuclear ou no
Monte da Religião.

SUCESSO E INFLUÊNCIA

Ressalto isso a fim de apontar que, contrário às


suposições de muitos líderes do Monte da Religião, a
espiritualidade não é vista como um indicador primário
de influência em nenhum dos outros Seis Montes. É
verdade que uma notável falta de espiritualidade pode
bloquear a trajetória para influência orientada pelo Reino
no ambiente de trabalho, contudo a espiritualidade em
si não produz influência. Se não é a espiritualidade, o
que gera influência nos outros Seis Montes? A resposta
a esta pergunta crucial pode ser dada com uma palavra:
sucesso! No ambiente de trabalho, os indivíduos mais
bem-sucedidos são invariavelmente os mais influentes.
Evidentemente muitos indivíduos bem-sucedidos e
influentes na sociedade não têm a mentalidade do Reino, e
isto é o que precisamos para avançar e modificar o máximo
que pudermos. Porém seria inútil tentar mudar a cultura
no ambiente de trabalho de modo que a espiritualidade
algum dia supere o sucesso. De jeito nenhum!

155
A G r a n d e T r a n sf e r e n c ia d e R iq u ez a s

O que isso tem a ver com riqueza?

Quando alguém descreve um certo indivíduo como uma


“pessoa de negócios bem-sucedida,” o que isto sugere?
Normalmente sugere que seu negócio está conseguindo
uma quantia significativa de dinheiro e, geralmente, que
a pessoa em questão é rica. Estou bem ciente de que isso
é um tanto perturbador para muitos líderes do Monte da
Religião. Os sociólogos Laura Nash e Scotty McLennan,
que apresentei mais cedo, provam o que acabei de
dizer. Eles relatam que, em seu estudo, “Comentários
sobre dinheiro geralmente levaram a comentários sobre
cultura, a qual influenciava fortemente os valores das
pessoas. De fato, o clero usou o termo cultura como
uma abreviação para o que eles achavam ser a raiz do
problema: um sistema de valores centrado no dinheiro. A
cultura — eles nos contaram — é um lugar materialista e
hipercomercial, que adora o dinheiro acima de qualquer
outra coisa”.33 Esse sentimento negativo em relação ao
dinheiro, em minha opinião, produzido pelo espírito de
pobreza, sobre o qual já discuti, poderia degenerar-se em
algo que alguém indicou aos pesquisadores: “A Igreja
tinha a tendência de ver a pessoa de negócios como fora
da comunidade da fé em relação à própria Igreja”.34

Tendo dito isso, a realidade continua a mesma. As


pessoas mais influentes nos Seis Montes não religiosos
geralmente são as de maior sucesso, e as de maior sucesso,
na maioria dos casos, são ricas. Para ajudar a esclarecer
isso, apenas faça um exercício mental simples. Pense
e anote rapidamente os nomes de cinco indivíduos que
você considere que estão entre as pessoas mais influentes

156
O C iclo d e R iq u e z a d o R e in o

no mundo de hoje. As chances são de que todos eles


sejam ricos. Mesmo se você tiver anotado indivíduos do
Monte da Religião como Madre Teresa ou Papa Francisco
que renunciam à opulência pessoal, você descobriria que
eles são influentes porque, juntamente com sua visível
espiritualidade, eles controlam grandes quantidades de
riquezas institucionais. Admito, pode haver exceções,
mas estou enfatizando a regra.

Se queremos que o Reino de Deus venha e Sua vontade seja


feita na terra assim como no céu, devemos encorajar Seu
povo com mentalidade de Reino a ser o mais rico possível
e o mais bem-sucedido possível, e consequentemente a
ser tão influente quanto puder. Esse é um dos motivos
por que devemos orar fervorosamente para que a grande
transferência de riquezas aconteça.

Por que as riquezas não foram liberadas até agora? No


capítulo 02, apresentei primeiramente esta pergunta
e listei sete possíveis motivos para o atraso. Senti que
tínhamos tratado bastante com os primeiros quatro, mas
os três últimos ainda estavam pendentes. Quais são os três
últimos? (1) ativar os apóstolos no ambiente de trabalho,
(2) desenvolver uma infraestrutura para gerenciamento
de fundos do Reino, e (3) estabelecer uma administração
adequada para distribuição. Quero tratar destes três com o
máximo de detalhes que conseguir nas próximas páginas.

157
A G r a n d f T r a n s f e r ê n c i a d h R i q c f .z a s

ATIVANDO APÓSTOLOS
DO AMBIENTE DE TRABALHO

Comecemos com ativar apóstolos no ambiente de trabalho.


Por que uso o termo “ativar?” Porque, como declarei
anteriormente, creio que há uma Igreja no ambiente de
trabalho, a “Igreja estendida”, que é encontrada em cada
um dos seis montes não religiosos, e que esta forma da
igreja, como qualquer outra forma, tem um fundamento
de apóstolos e profetas (Efésios 2:20). Mas cada um
dos montes tem sua própria cultura distinta, então cada
um precisa ativar apóstolos de dentro que saibam como
realizar o ministério apostólico e estabelecer o governo
apostólico em concordância com a convenção cultural
específica do monte em particular. Quando isso acontecer,
cada monte começará a mover-se para a transformação
e para ver as bênçãos e prosperidade do Reino de Deus
aqui na terra assim como elas são no céu.

Gostaria de lembrar-lhe do gráfico que você viu no


capítulo 01. Nele, note, por favor, que a única peça de
ação, aquela com duas setas é “Apóstolos do Ambiente
de Trabalho.”

158
O C iclo d e R i q u e z a d o R e in o

PODERES

TRANSFORMAÇÃO S OCI AL

Agora quero tentar explicar por que os apóstolos do


ambiente de trabalho são tão decisivos para a transferência
de riquezas.

OS QUATRO ELOS NO CICLO


DE RIQUEZA DO REINO

Quando pensamos em uma “transferência” de riquezas,


a simples lógica nos diz que as riquezas têm de ser
transferidas de alguma coisa para outra coisa. Acho que
um jeito bem útil de analisar e descrever o processo
de transferência é visualizar uma cadeia com quatro
elos: Provedores, Administradores, Distribuidores, e
Marechais de Campo. Como as riquezas são transferidas
de Provedores para Marechais de Campo?

159
A G r a n d e T ra n sferên cia df: R iq u eza s

OS QUATRO ELOS

É lógico que aqueles que se encaixam nas categorias


dos dois primeiros elos na cadeia de transferência de
riquezas, ou seja, Provedores e Administradores, seriam
aqueles que tendem a encaixar-se na descrição de
“apóstolos do ambiente de trabalho”. Os dois últimos
elos, Distribuidores e Marechais de Campo, seriam, na
maior parte, do Monte da Religião, ou a Igreja nuclear.
Todos os quatro precisam ser ativados para a melhor
transferência de riquezas. Apóstolos da Igreja estendida
e apóstolos da Igreja nuclear precisam uns dos outros.
Nenhum deles seria capaz de sair-se bem sozinho.

Você pode ver que há uma sobreposição de um elo sobre


o outro. Isso é intencional porque na vida real alguns
indivíduos ocasionalmente cumprirão mais de uma
função. Os elos não são mutuamente exclusivos. Na
verdade, seria possível imaginar uma pessoa tentando
assumir todos os quatro papéis, embora tal cenário
provavelmente não seja tão comum. Um Provedor poderia
ser também um Administrador. Há exemplos onde um
Provedor funciona como seu próprio Distribuidor.
Alguns Distribuidores também poderiam ser Marechais
de Campo, se as circunstâncias assim exigissem. Os elos
da cadeia devem ser vistos como orientações em vez de
categorias legais inflexíveis.

160
O C ic l o d e R iq u e z a d o R e in o

Tendo dito isso, vejamos cada um dos elos.

PROVEDORES

Provedores são aqueles a quem Deus confia quantias


significativas de riqueza para avanço do Seu Reino aqui
na terra. Se eles são parte do ciclo da transferência de
riquezas, eles seriam os filantropos, e uma das razões por
que Deus permite que eles tenham riqueza excessiva é
porque Ele confia neles para serem responsáveis com
ela. Em alguns casos poderia ser de os Provedores serem
incrédulos, tais como os egípcios na época do Êxodo, ou os
reis Ciro e Artaxerxes quando Jerusalém foi reconstruída,
mas como regra eles são servos comprometidos de Deus.
Provedores com a mentalidade do Reino apropriam-se de
e vivem Deuteronômio 8:18:
Antes te lembrarás de que o Senhor teu Deus
é que te dá força para adquirires riquezas,
confirmando a aliança que jurou a teus pais,
como hoje se vê.

Por um lado, os Provedores não são acorrentados pelo


espírito de pobreza. Por outro lado, eles sabem como
servir a Deus e não a Mamom. Eles têm os meios para
acumular quantias significativas de riquezas para avançar
o Reino. Provedores têm total controle sobre suas
riquezas. Eles normalmente descobrem que têm uma
variedade de opções da maneira como eles escolherão
liberá-las. Tentei reduzir as opções a quatro categorias
gerais. Alguns Provedores irão aderir a uma das quatro,
outros usarão mais de uma delas. Quais são as categorias?

161
A G r a n d k T ran sfk r èx c ia d i ; R iq u e z a s

• F i n a n c i a r p r o j e t o s f a v o r i t o s . A maioria dos
Provedores terão estabelecido relacionamentos
pessoais com Distribuidores e até com
Marechais de Campo. Alguns deles têm um
compromisso contínuo de financiar certos
ministérios. Algumas vezes eles são membros
do conselho diretor de certo ministério e assim
sentem uma responsabilidade primária de levar
financeiramente aquele ministério em particular.
Um padrão interessante que tem se desenvolvido
é de um empresário iniciar um novo negócio com
o compromisso antecipado de que 100% dos
lucros sejam usados para financiar certo projeto
favorito. Alguns Provedores desenvolverão
aliança com mais de um projeto favorito, e suas
doações de caridade estarão em grande parte
limitadas a sustentá-las. Há pontos fortes e fracos
na abordagem do projeto favorito, os quais
discutirei mais tarde.

• R e s p o n d e r a a p e l o s p o r d o a d o r e s . Outros
Provedores usam a abordagem de dar seu
dinheiro quando são induzidos por certos apelos
por financiamento que cruzam seu caminho pelo
correio, verbalmente, pela Internet, ou por contato
pessoal. Eles podem doar para certo ministério
uma única vez. Podem estabelecer um padrão
de contribuir de forma razoavelmente regular
para um ministério conforme os apelos surgem.
Eles podem ajudar a financiar projetos conforme
as necessidades surgem, mas não a financiar
fluxo de caixa operacional. De todas as opções
mencionadas, esta é a abordagem de prazo mais
curto.

162
O C ic i.o d e R iq u ez a d o R e in o

• E stabelecer seus p r ó pr io s m e c a n is m o s de
Alguns Provedores têm o desejo
d ist r ib u iç ã o .
de estar pessoalmente envolvidos na distribuição
ampla de seus recursos. Um mecanismo comum
para isso é estabelecer uma fundação. O Provedor
geralmente contrata um Distribuidor ou mais
para operar a fundação de acordo com diretrizes
fornecidas pelo Provedor. Bill Gates é um
exemplo proeminente disto com a fundação Bill
& Melinda Gates. Na realidade, em 2008 Gates
abriu mão de sua posição de período integral
como diretor da Microsoft a fim de dedicar todo
seu tempo à filantropia com sua fundação. Usando
a terminologia de nossa cadeia de transferência de
riquezas, Gates deixou de ser um Provedor para
ser um Distribuidor.

• D i s t r i b u i ç ã o t e r c e i r i z a d a . Alguns filantropos
desejam prover recursos de um modo abrangente
e sistemático, mas possuem pouca inclinação
para supervisionar a distribuição, a não ser por
assegurar que seu financiamento está voltado
para causas que eles apoiam pessoalmente.
Ultimamente o exemplo mais conhecido disso
seria a doação de $43 bilhões de Warren Buffett
para a Fundação Bill & Melinda Gates em 2006.
De acordo com relatos, Buffett disse algo neste
sentido: “Se eu quiser aumentar meu dinheiro,
encontro alguém que possa negociar melhor do
que eu; se eu quiser gastar meu dinheiro, encontro
alguém que possa distribuí-lo melhor do que eu” .
Em relação aos quatro elos na cadeia, Buffett,
neste caso, escolheria permanecer como um
Provedor e terceirizar a Gates como Distribuidor.

163
A G r a n d l T ransi l r l n c i a d l R i q l l z a s

ADMINISTRADORES

O segundo elo na cadeia de transferência de riquezas é


Administradores. Direi mais de uma vez que acredito
que Administradores seja o elo que falta na cadeia.
Nós realmente já temos Provedores, Distribuidores e
Marechais de Campo posicionados, embora não sejam
tantos quanto gostaríamos. Mas Administradores?
Relativamente poucos! Eles são aqueles que
multiplicariam a riqueza dos Provedores antes que ela
siga adiante na cadeia.

Tenho uma forte suspeita de que um dos motivos por que


Deus tem atrasado a liberação da grande transferência de
riquezas seja que ainda não há suficientes Administradores
com a mentalidade do Reino posicionados. Por que Deus
liberaria riquezas que, em sua maior parte, iriam para
um buraco negro? Sim, elas seriam usadas para bons
propósitos, mas uma vez usadas desapareceriam. Bem
poucos Distribuidores ou Marechais de Campo que,
em grande parte, são líderes da Igreja nuclear, teriam
as habilidades de negócio para receber fundos dos
Provedores e manuseá-los de tal maneira que não fossem
usados todos de uma só vez, mas que ao contrário,
fornecessem uma fonte constante de renda para avançar
o Reino. Administradores vêm entre Provedores e
Distribuidores a fim de que as riquezas do Reino sejam
constantes.

Deixe-me apresentar-lhe uma ilustração concreta. Não


muito tempo atrás, um amigo meu, Dan Carless, que é
um construtor de imóveis bem-sucedido de Colorado
Springs, contou-me que servira de consultor para o

164
O C i c l o d r. R i q u k z a d o R k i n o

conselho diretor da Every Home for Christ. Certa vez ele


apresentou uma pergunta hipotética ao seu presidente,
Dick Eastman. Ele disse: “Dick, você preferiria que
eu lhe desse $1 milhão ou $250.000 por ano?” Dick,
é claro, respondeu que ele preferia ambos, mas esta
não era uma opção! Dick poderia ter usado $1 milhão
muito facilmente, pois ele é um dos Distribuidores mais
qualificados que conheço. Ele está em contato direto com
um grande número de Marechais de Campo eficientes.
Mas a escolha mais sábia teria sido $250.000 por ano
porque em quatro anos ele teria o $ 1 milhão, depois em
mais quatro totalizaria $2 milhões.

A ideia de Dan Carless era atuar como um Administrador.


Em vez de doar diretamente $1 milhão, ele o usaria para
fazer 25% ao ano e doar o lucro para a Every Home ano
após ano.

Este é o elo na cadeia que precisamos fortalecer. Tenho


muito mais para falar a respeito de administração de
fundos do Reino no próximo capítulo.

MARECHAIS DE CAMPO

Você deve ter notado que pulei um elo na cadeia e


trouxe Marechais de Campo antes de Distribuidores.
Isso é porque será muito mais fácil entender o papel dos
Distribuidores se esclarecermos primeiro quem são os
Marechais de Campo.

Nossos Marechais de Campo, em sua maioria, já estão


posicionados. Boa parte deles seria os milhares de
missionários de carreira, que são comissionados agora e
enviados pela maioria dos países do mundo que possuem

165
A G r a n d e T r a n sfe re n cia df. R iq u eza s

presença cristã. Alguns são missionários nacionais e


alguns missionários estrangeiros. Marechais de Campo
sabem como curar os enfermos, expulsar os demônios,
salvar almas, alimentar crentes, multiplicar igrejas,
alimentar os famintos, cuidar das viúvas e dos órfãos, e
transformar a sociedade.

Um de meus amigos apóstolos na África, por exemplo,


atualmente planta entre cinco e dez novas igrejas por dia.
Um outro, a quem ajudei a comissionar como apóstolo
para a índia, supervisionou a implantação de 3.500
igrejas no ano passado. Ninguém tem de ensinar a estes
Marechais de Campo como usar o dinheiro para espalhar
o Evangelho. Eles desenvolveram um alto grau de
competência combinada á integridade pessoal impecável.
Contudo, estes e outros Marechais de Campo como eles
operam sob um teto que impõe um limite no que eles
podem fazer. Na maioria dos casos, o teto é dinheiro. Se
eles tivessem mais dinheiro, eles poderiam expandir o
Reino de Deus com mais eficácia.

De onde vem esse dinheiro? O dinheiro que os Marechais


de Campo usam para expandir o Reino vem até eles a partir
dos Distribuidores. Então vejamos mais atentamente
o terceiro elo na cadeia de riquezas do Reino, ou seja,
Distribuidores.

DISTRIBUIDORES

Distribuidores são aqueles que são chamados e equipados


para supervisionar os Marechais de Campo, fornecer-lhes
recursos, e cobrar-lhes a responsabilidade pelo uso dos
recursos que recebem. Por todo o Corpo de Cristo em todo

166
O C ic l o d e R iq u e z a d o R e in o

o mundo há muitos tipos diferentes de Distribuidores que


exercem suas atividades de várias formas. No segmento
da Igreja com o qual estou primariamente conectado,
Distribuidores seriam normalmente os apóstolos. Alguns
usariam o título “apóstolo,” e outros não, mas todos
teriam o dom espiritual de apóstolo e funcionariam no
papel apostólico.

Como estudei e analisei o papel dos Distribuidores, achei


útil dividir em duas partes este terceiro elo na cadeia da
transferência de riquezas. Permita-me descrever cada
uma delas:

• d e B a n d a E s t r e i t a . Distribuidores
D ist r ib u id o r e s
de Banda Estreita normalmente estão focados na
designação particular que Deus lhes deu. Eles
respeitam todo o Corpo de Cristo, desejam estar
conectados com outros apóstolos, mas essas coisas
são secundárias. Eles dirigem seus pensamentos
e sua energia principalmente para seu próprio
ministério. As conversas com eles podem começar
com temas abrangentes ou conceitos teóricos, mas
quase invariavelmente o assunto em discussão se
toma os feitos que eles e os Marechais de Campo
com os quais eles estão associados realizam para o
Reino de Deus.

Muitos Distribuidores de Banda Estreita são líderes


do que frequentemente referimos imprecisamente de
“ministérios paraeclesiásticos”, sendo organizações
missionárias ou ministérios baseados em uma certa
função. Dick Eastman, sobre quem mencionei acima,
dirige a Every Home for Christ, que emprega estrangeiros

167
A G ra n d e T r an sferência d e R iqlhzas

para distribuir literatura cristã para cada família ou lar em


sua região e usar esta abordagem para formar “grupos
de Cristo,” que são igrejas embrionárias em casa. Por
muitos anos, Jane Hansen Hoyt, de Seatle, liderou a
Aglow International, que busca principalmente encorajar
e capacitar mulheres cristãs, ajudando-as a cumprir
o destino de Deus para suas vidas com excelência.
Ela atualmente possui filiais ativas em 170 nações do
mundo. John Benefiel da cidade de Oklahoma levantou a
Heartland Apostolic Prayer Network com coordenadores
em todos os cinqüenta estados dos EUA como também
coordenadores em, pelo menos, cinqüenta outras nações.
Eles têm ativado milhares de intercessores forjados
que se reúnem em oração e batalha espiritual de nível
estratégico a fim de ajudar a abrir caminho para o avanço
do Reino.

Mencionei rapidamente estes meus três amigos


apostólicos, todos eles Distribuidores de banda estreita,
para levantar esta pergunta: Quando Eastman, Hoyt, ou
Benefiel tomam posse do financiamento, o que fazem
com ele? Eles não começam a orar para saber se seus
fundos devem ir para a Wycliffe Bible Translators ou
a Visão Mundial ou a Missionary Aviation Fellowship.
Eles sabem exatamente para onde os fundos devem ir.
Eles devem ajudar a levantar o teto de restrição sobre
os Marechais de Campo que Deus os designou para
supervisionar.

Outro tipo de Distribuidor de Banda Estreita seria os


apóstolos verticais que dirigem redes apostólicas. Penso
no Ché Ahn, cuja Harvest International Network inclui
25.000 igrejas em cinqüenta nações. Penso em Ed Silvoso
que levantou a International Transformation Network

168
O C iclo dh R iq u e z a d o R e in o

reunindo centenas de líderes com a mentalidade do Reino


no ambiente de trabalho com o propósito de transformar
suas esferas da sociedade a fim de que a vontade de
Deus seja feita aqui como é no céu. Se Ahn recebesse
financiamento, ele não ficaria inclinado a entregá-lo a
Silvoso. E se Silvoso recebesse financiamento, não ficaria
inclinado a entregá-lo a Ahn. Ambos são Distribuidores
de Banda Estreita, fazendo o que devem fazer.

• D i s t r i b u i d o r e s d e B a n d a L a r g a . Esta parte pode

ser um pouco mais pessoal porque sinto que uma das


designações que Deus me deu é a de um Distribuidor
de Banda Larga. Eu não supervisiono Marechais de
Campo como os Distribuidores de Banda Estreita
fazem. Ao contrário, estou alinhado com um grande
número de apóstolos, a maior parte dos quais,
Distribuidores de Banda Estreita. Supervisiono um
grupo coeso de vinte e cinco apóstolos para os quais
forneço principalmente alinhamento apostólico, a
saber, a Equipe Apostólica Visão das Águias (EVAT,
na sigla em inglês). Também sirvo como apóstolo
presidente emérito da Coalizão Internacional de
Líderes Apostólicos (ICAL, na sigla em inglês) que
conecta centenas de apóstolos em muitas nações
do mundo. Estas são minhas esferas apostólicas.
Vejo minha tarefa como construir infraestruturas de
distribuição que direcionariam as riquezas do Reino
para os Distribuidores de Banda Estreita com os
quais estou alinhado. Eles, por sua vez, irão transferir
os fundos para os Marechais de Campo e propiciar
responsabilidade no seu uso.

169
A G r a n d e T r à n s f k r ê n c u d e R iq u eza s

Comecei o processo de desenvolvimento de uma


infraestrutura para distribuição de banda larga em
2005 com meus colegas na EVAT. O resultado foi uma
organização chamada The Hamilton Group (THG).
Como aconteceu com muitas outras trajetórias que minha
carreira seguiu, os primeiros pensamentos sobre o THG
vieram através de profecia. Por muito tempo acreditei em
Amós 3:7:
Certamente o Senhor Deus não fa rá coisa
alguma, sem ter revelado o seu segredo aos
seus servos, os profetas.

Isso veio em uma conferência profética que dirigi em


Toms River, Nova Jersey no final de 2004. Cindy Jacobs
começou a profetizar sobre mim que eu precisava fazer um
ato profético no local do túmulo de Alexander Hamilton
na cidade de Nova York. Isto ajudaria a abrir os portões
espiritualmente para um novo ministério que Deus estava
designando-me para distribuição de riquezas.

Cindy soubera que Alexander Hamilton era meu pentavô


por parte materna. Deus estava mostrando a ela que
haveria uma conexão espiritual importante entre nosso
primeiro secretário do Tesouro dos EUA, e meu futuro
papel na grande transferência de riquezas. Chuck Pierce
também estava presente na conferência e deu um passo à
frente e confirmou a precisão da profecia de Jacobs.

Levei tudo isso a sério, e com a ajuda de Joe e Vonnie


Askins, coordenadores de nossa rede de oração para o
estado de Nova York, recrutamos uma equipe de trinta
e cinco intercessores de vários estados e nos reunimos
no túmulo de Hamilton no pátio da Igreja Episcopal

170
O C ic l o nr; R i q u e z a d o R e in o

Trinity localizada no alto de Wall Street, em Manhattan.


Tanto Cindy Jacobs como Chuck Pierce estavam conosco
juntamente com o apóstolo Jay Swallow, um Cheyenne
do Sul, que seguira o protocolo e recebera permissão da
tribo nativa norte-americana que ocupara originalmente a
região para representá-los no ato profético.

Antes de irmos, havíamos recebido outra profecia de que


também precisávamos ir a Jekyll Island, Geórgia, onde
nasceu o Sistema de Reserva Federal em 1913. Então
quando terminamos em Nova York, viajamos para Jakyll
Island para intercessão de nível estratégico. Isto foi em
julho de 2005.

O consenso entre nós era o de que havíamos lançado


um dos ataques mais poderosos em que qualquer um
de nós esteve envolvido contra as fortalezas do inimigo
que impediam a grande transferência de riquezas. Deus
apareceu em nosso meio de um modo poderoso e levou-nos
a novos níveis. Sentimos que houvera uma mudança
radical no mundo invisível. Entre outras coisas, isso
permitiu-me, juntamente com vários outros, chegar a um
lugar onde não estaríamos sem aqueles atos proféticos.

Para usar nossa nova terminologia, senti que Deus havia


me comissionado para a tarefa de um Distribuidor de
Banda Larga.

171
A G r a n d k T r a n sf e r ê n c ia d f: R iq u eza s

THE HAMILTON GROUP

Isso explica porque o nome de nossa organização para


distribuição de banda larga teria de carregar o nome de
Alexander Hamilton como em “The Hamilton Group.”
A fim de preparar-me para honrar o legado de meu avô,
adquiri várias biografias de Hamilton e li extensivamente.
Fiquei maravilhado ao descobrir que ambos tínhamos
nascidos de novo no final da adolescência e que
desejávamos usar nossas vidas para Deus. Entre outras
coisas, Hamilton foi um dos poucos pais fundadores de
nossa nação que não era maçom, um grande conforto
para mim.

A medida que lia, fui capaz de extrair quatro características


de Hamilton que pareciam coincidir com as maneiras
que o Senhor também me posicionou ao longo de minha
carreira.

(1) H a m i l t o n s e r v i u c o m o u m a g e n t e d e m u d a n ç a . Ele
constantemente sugeria novos paradigmas que tinham
a tendência de puxar os outros para fora de suas zonas
de conforto, fazendo com que eles criticassem Hamilton
severamente. Mas tudo isso produziu resultados positivos.
Ron Chemow escreve: “ [Hamilton] prevalecera em
quase todo programa que havia patrocinado — seja
banco, apropriação, financiamento da dívida pública,
o sistema fiscal, o serviço Aduaneiro, ou a Guarda
Costeira — apesar de anos de reclamações e difamações
implacáveis.”35

172
O C i c l o d e R i q u f ./. a d o R e i n o

(2) H a m ilto n in flu en c io u outros através de seus

e s c r i t o s . Ele era melhor escritor do que orador, terminando

como o mais prolífico de todos os pais fundadores. Ele


escreveu a maioria dos discursos de George Washington
bem como a maioria de suas cartas pessoais. Sua maior
contribuição foi O Federalista. Joanne Freeman diz
que “O Federalista permanece como um dos mais
importantes trabalhos da ciência política norte-americana
que já foi escrito.”36 Posso me identificar porque muito
mais pessoas têm sido influenciadas pelo que escrevi do
que pelo que me ouviram dizer.

(3) H a m i l t o n a j u d o u a e s t a b e l e c e r g o v e r n o .
Historiadores têm dito que Washington foi o pai de nosso
país, Jefferson foi o pai da Declaração da Independência,
Madison foi o pai da Constituição, e Hamilton foi o
pai do governo norte-americano. Começando em 1993,
uma de minhas missões tem sido ajudar a estabelecer,
ou reestabelecer, o governo bíblico da Igreja. Deus
capacitou-me para cunhar o termo técnico “Nova
Reforma Apostólica,” e alguns de meus livros como
Churchquake (Terremoto na Igreja) e Apóstolos Nos Dias
de Hoje ajudaram a estabelecer governo.

(4) H am ilto n foi educado para projeta r estruturas

para m a n eja r Ele foi o primeiro Secretário


r iq u e z a s.

do Tesouro e sua foto aparece na nossa nota de dez


dólares. Um historiador chama-o de “apóstolo:” “Ele
foi o apóstolo perspicaz do futuro econômico dos
Estados Unidos, apresentando uma visão que muitos
consideraram cativante, outros perturbadora, mas que por
fim prevaleceria.”37 Resta saber quanto irei ajustar-me
nessas quatro características de Hamilton, mas estou
tentando começar ao estabelecer o The Hamilton Group
e escrever este livro.

173
A G r a n d e T r an sferencia d e R iquezas

Fui o presidente fundador do The Hamilton Group, e


tentei incluir meus colegas da EVAT no conselho diretor.
Isto logo se tomou inconveniente e reduzi a diretoria a
um tamanho manejável. Então em 2010, o THG tomou-se
um dos meus nove ministérios que entreguei a meus
filhos e filhas espirituais em meu aniversário de oitenta
anos. A filha que escolhi para o THG foi Jill 0 ’Brien,
da Kingdom Connections em Houston, Texas. O THG é
uma organização sem fins lucrativos e isenta de impostos,
com Jill como presidente, atentamente associada comigo
como vice-presidente. Estamos posicionados como uma
agência para distribuição de banda larga das riquezas do
Reino.

Acredito que seja correto perceber que infraestruturas de


distribuição, sejam fundações (que são o mais comum
entre os filantropos) sejam conselhos apostólicos (que
são um pouco menos restritos por regulamentações
governamentais) geralmente escolhem um de dois modos
de operação. E claro, alguns podem escolher fazer os
dois. Eis como os descrevo:

• O m o d o d e b u s c a . Muitas agências de distribuição


de caridade buscam fundos e buscam projetos
para os quais doar os fundos. Dentro de sua
organização, eles estabelecem normalmente uma
unidade de captação de recursos com o propósito
de buscar novos Provedores que desejem financiar
os projetos que eles selecionaram. Eles também
possuem uma unidade para buscar projetos que
estejam dentro de sua própria declaração de
missão e atraiam seu círculo de Provedores. Eles
possuem uma equipe para processar solicitações
de doações, para realizar a due diligence, e para
priorizar as solicitações. Alguns Provedores,

174
O C ic l o d f . R iq u e z a d o R u in o

é claro, irão propor alguns projetos favoritos


que eles desejam que o Distribuidor conduza
responsavelmente. Lamento informar que alguns
desses Distribuidores não monitoram com rigor
o uso subsequente desses fundos, inclusive a
medição de sua produtividade. Digo “alguns,” pois
felizmente outros aplicam sim o monitoramento
necessário.

• O m o d o d e s e r v i ç o . O The Hamilton Group se vê


como um servidor, não um buscador. Servidores
não possuem uma unidade de captação de
recursos porque eles existem somente para
servir Provedores existentes. Eles também não
buscam projetos que precisam de financiamento.
A distribuição é para apóstolos individualmente
que, de forma geral, possuem uma visão para
mais projetos do que são capazes de financiar.
O lema do THG é “Filantropia Estratégica para
Distribuição Apostólica”. Entro em alguns
detalhes deste conceito no capítulo 08.

Enquanto isso, vamos resumir. No modo de serviço, o


The Hamilton Group serve Provedores que confiam em
nós para distribuir seus financiamentos. Ele também serve
apóstolos com o financiamento que precisam para os
projetos que já têm diante de si. Um benefício adicional
dessa abordagem é que o THG não tem de monitorar e
auditar os projetos. Os apóstolos são solicitados a fazê-lo
para nós e relatar os resultados.

Todos os quatro elos na cadeia representando o ciclo


de riqueza do Reino são importantes: Provedores,
Administradores, Distribuidores e Marechais de Campo.
Eu dei forte ênfase no terceiro elo, Distribuidores, neste
capítulo. No próximo quero examinar mais a fundo o
segundo elo, Administradores.

175
C a p í t u l o 08
DO FINANCIAMENTO BASEADO
EM DOADORES AO FINANCIAMENTO
BASEADO EM RENDIMENTOS

Vejamos mais uma vez a cadeia de transferência de


riquezas:

OS QUATRO ELOS

A cadeia mostra que as riquezas começam com


“Provedores” e terminam com “Marechais de Campo”.
Antes de prosseguirmos, acho que seria importante para
nós estar em sintonia a respeito de quem esses “Marechais
de Campo” são, e quem eles não são.
A G r a n d e T r a n sferên cia d e R iq u ez a s

No capítulo 01, mencionei a palavra grega para igreja,


ekklesia. Há muita coisa que poderia e deveria ser dita
sobre a função da ekklesia como um corpo legislativo
ou de governo, mas a esta altura simplesmente quero
enfatizar a composição da ekklesia. Onde quer que
ekklesia seja usado na Escritura, presume-se que é
composta pelo povo de Deus. Onde quer que você
encontre o povo de Deus, você encontra a Igreja. As vezes
o povo de Deus está reunido em congregações ou igrejas
locais. Outras vezes ele está espalhado pelo ambiente de
trabalho. Estando reunido ou espalhado ele é a Igreja.
Gosto da terminologia “Igreja nuclear” para o povo de
Deus reunido em congregações e “Igreja estendida” para
o povo de Deus no ambiente de trabalho.

Outra forma comum da Igreja é alguns do povo de


Deus unindo-se para realizar certas atividades do
Reino, o que não caracterizaria a maior parte das igrejas
nucleares ou igrejas estendidas. Alguns exemplos bem
conhecidos seriam a liderança de Bill Bright em formar a
Cruzada Estudantil para Cristo, ou a liderança de Loren
Cunningham ao formar a JOCUM. Organizações como
essas geralmente têm sido chamadas de “ministérios
paraeclesiásticos,” um termo infeliz em minha opinião.
Por que seria “infeliz?” Porque “para” significa lado a
lado com o que é autêntico. Veja o termo “paramédico”
como um exemplo. Paramédicos fazem algumas coisas
que médicos de verdade fazem, mas no fim das contas
eles não são médicos de verdade. A expressão “ministério
paraeclesiástico” também sugere que o ministério não
é realmente a Igreja. Mas esta é uma conclusão falsa.
O ministério é parte da verdadeira Igreja porque ele é
composto pelo povo de Deus.

178
D o F i n a n c i a m k n t o B ask ado hm D o a d o r e s a o F i n a n c i a m e n t o B a s e a d o km R e n d i m e n t o s

Tendo dito isso, será necessário, apenas por causa da


comunicação, fazer referência a “igrejas” e “ministérios,”
por mais infeliz que a terminologia seja. Estamos
discutindo os receptores finais da transferência de riquezas,
ou seja, os Marechais de Campo. Onde encontraríamos
os Marechais de Campo que estão por aí nas linhas
de frente expandindo o Reino de Deus? Embora haja
exceções, falando de modo geral, Marechais de Campo
não serão encontrados nas igrejas locais tradicionais.
Igrejas locais tradicionais são lideradas por pastores que
pastoreiam as ovelhas. O trabalho deles é cuidar do povo
de Deus. Pastores encorajam seu povo, eles instruem seu
povo, curam suas feridas, fortalecem seus casamentos,
alimentam seu povo espiritualmente, ajudam a orientar
seus filhos, realizam funerais e confortam as famílias
do falecido, batizam novos crentes, dirigem suas
congregações na adoração, e a descrição do trabalho de
pastor poderia continuar mais e mais. Pastores encorajam
o evangelismo, embora na maioria das vezes não sejam
evangelistas. E, com poucas exceções, pastores são um
tanto diferentes dos apóstolos.

Se os Marechais de Campo não devem ser encontrados


nas igrejas locais tradicionais, onde eles são encontrados?
Acho que a resposta a isso tem quatro facetas:

• Marechais de Campo estão em centros apostólicos


• Marechais de Campo estão em redes apostólicas
• Marechais de Campo estão em agências
missionárias denominacionais
• Marechais de Campo estão em ministérios
cristãos

179
A G r a n d e T ra n sferên cia d e R iq u ez a s

CENTROS APOSTÓLICOS

A maioria dos leitores estará suficientemente


familiarizada com redes apostólicas, com agências
missionárias denominacionais e com ministérios cristãos.
Contudo “centros apostólicos” será novo para muitos.
O fenômeno dos centros apostólicos começou a vir à
tona após a Segunda Era Apostólica ocorrer em 2001.
Nos EUA, bem como em outras partes do mundo, Deus
parece estar orquestrando uma transição de algumas
igrejas locais tradicionais para centros apostólicos. Uma
das principais diferenças entre os dois está relacionada à
liderança e ao governo. Igrejas locais são lideradas por
pastores, enquanto os centros apostólicos são liderados
por apóstolos. Pastores normalmente são empregados da
igreja e eles servem de acordo com a vontade do conselho
de diáconos, ou conselho de anciãos, ou da congregação.
Apóstolos são os líderes dos centros apostólicos e eles têm
a autoridade final em todas as decisões que afetam a vida
e o alcance do centro. Outra diferença envolve o foco e
a visão. O foco da igreja local está na saúde, vitalidade e
crescimento da congregação. O foco do centro apostólico
está no Reino de Deus e na comunidade. A igreja local
está interessada em atrair novas pessoas ao passo que o
centro apostólico concentra-se em enviar pessoas.

Meu propósito aqui não é escrever um tratado sobre


centros apostólicos, mas apenas destacar algumas ideias
gerais. Felizmente, nós temos agora um excelente livro
sobre o assunto, Apostolic Centers (Centros apostólicos)
de Alain Caron (Arsenal Press). Os interessados podem
adquiri-lo em arsenalbooks.com. Visto que normalmente

180
D o F i x a x c i a m f x t o B a s f.a d o em D o a d o r e s a o F i n a x c ia m f .n t o B a s ra d < 1f:.m R fx d fm f.x to s

leva vários anos para fazer a transição de uma igreja local


para um centro apostólico, Caron foi capaz de realizar o
feito em apenas dois anos, e sem perder as pessoas de sua
congregação.

Porque os centros apostólicos têm o foco de enviar as


pessoas para expandir o Reino de Deus, eles estão em
contato com os Marechais de Campo que eles levantam.

DOS DISTRIBUIDORES PARA


OS MARECHAIS DE CAMPO

Como vemos na cadeia de transferência de riquezas, os


Marechais de Campo recebem seu financiamento dos
Distribuidores, mais especificamente dos Distribuidores
de Banda Estreita, como defini no capítulo anterior. Esses
Distribuidores de Banda Estreita seriam os executivos
denominacionais responsáveis por suas organizações
missionárias, os líderes dos ministérios cristãos, e os
apóstolos que supervisionam centros apostólicos ou
redes apostólicas.

Agências missionárias denominacionais normalmente


são fundadas pelas igrejas que pertencem àquela
denominação. Governos denominacionais possuem
modos e meios diferentes de encorajar ou mesmo, às
vezes, de solicitar contribuições regulares e generosas
de suas igrejas para o trabalho missionário de sua
denominação. Os orçamentos das agências missionárias
são ajustados, ano a ano, à quantia de financiamento
gerada por suas igrejas. De vez em quando, pode haver
uma contribuição considerável de um Provedor rico ou
de um legado, mas geralmente, este não é o padrão. O

181
A G r a n d f , T r a n s f e r ê n c i a d f : R i q i -f /. as

sistema operacional tem funcionado por anos, e produziu


resultados tremendos ao evangelizar boa parte do
mundo através dos Marechais de Campo que as missões
denominacionais conseguiram enviar e financiar.

Redes apostólicas são um equivalente funcional mais


novo das denominações. Teoricamente, as igrejas e
ministérios, alinhados com o apóstolo que supervisiona
a rede, contribuem com fundos que devem ser usados
no alcance social. Contudo, essa teoria nem sempre
funciona na prática. A maioria do que eu gosto de
chamar de “Apóstolos Microsoft” (em contraste com
“Apóstolos da Segunda Guerra” de algumas gerações
atrás), luta para manter a natureza relacionai de sua rede.
Eles são cautelosos de não cair em legalismo, e por isso
eles não solicitam nenhum percentual ou quantia fixa
de oferta para o escritório central da rede. Sim, eles
exigem uma vinculação financeira, mas a quantia fica
a cargo da pessoa alinhada ao apóstolo. Embora eu não
tenha nenhuma pesquisa para comprovar isso, minha
observação pessoal é de que, na maioria dos casos, a
maior parte das contribuições para a rede decididamente
não são generosas. Isso limita a habilidade do apóstolo,
como um Distribuidor de Banda Estreita, de financiar
Marechais de Campo conectados à rede, de modo que o
sistema precisa ser melhorado.

Centros apostólicos são semelhantes a igrejas locais no


sentido de que eles possuem um corpo de membros que
contribuem com dízimos e ofertas regularmente. Quanto
maior a congregação, mais fundos há disponíveis para
apoiar Marechais de Campo que se mudam para expandir
o Reino de Deus. O apóstolo que lidera o centro apostólico
serve como um Distribuidor.

182
D o F i n a n c i a m e n t o B a s e a d o e m D o a d o r e s a o F i n a n c i a m e n t o B a s e a d o km R e n d i m e n t o s

FINANCIAMENTO BASEADO EM DOADORES

Os ministérios cristãos diferem-se de todos os três


acima no que diz respeito a não haver nenhuma fonte
intrínseca de seus fundos — é tudo extrínseco. Na
maioria dos casos os ministérios dependem do que gosto
de chamar de “financiamento baseado em doadores.”
Através de quaisquer meios possíveis, o ministério
encoraja os crentes em geral a abraçar sua visão para
alcance e expansão do Reino e mostrar seu apoio através
de contribuições generosas e regulares. Desde que eles
possam construir um eleitorado e motivá-los a doar, o
ministério pode expandir o Reino de Deus por meio de
quaisquer conjuntos de dons e especialidades que eles
tenham, tais como traduzir a Bíblia, ou evangelizar
os perdidos, ou cuidar de viúvas e órfãos, ou espalhar
a Palavra por meio da televisão, ou alcançar povos
não alcançados, ou alimentar os famintos, ou fornecer
alívio em desastres, ou patrocinar iniciativas de oração
estratégica, ou quaisquer outros ministérios focados que
outros segmentos mais tradicionais da igreja não sejam
capazes de fazer também.

Alguns ministérios tentam complementar as doações


através dos honorários de conferências ou venda de livros
e outros produtos. Normalmente, porém, essas fontes de
renda constituem uma parte relativamente pequena do
orçamento anual.

Acredito que os ministérios cristãos têm feito e


continuarão a fazer contribuições essenciais para
o cumprimento da Grande Comissão de Jesus. A
manutenção de suas atividades depende principalmente

183
A G ra n de T ranseerènce\ de R iquezas

da generosidade contínua do doador. Contudo, para


muitos deles esta é uma má notícia porque, ultimamente,
as doações provenientes de uma fonte de renda do doador
tradicionalmente mais confiável diminuíram. O primeiro
ponto de declínio foi o ataque terrorista ao World Trade
Center em 11 de setembro de 2001. O segundo foi
a recessão nos EUA que começou em 2008. Muitos
ministérios tiveram de reduzir suas atividades por causa
da diminuição das doações e alguns até mesmo foram
forçados a dispersar-se.

Pesquisas mostram que a redução na renda dos doadores


afetou principalmente ministérios menores. Um boletim
do Conselho Evangélico para Responsabilidade
Financeira (ECFA, na sigla em inglês) comparou as
doações de 2012 com as de 2011. Descobriram que as
doações para membros do ECFA com renda anual de
mais de $5 milhões aumentaram naquele ano em 4.6%.
Porém, aqueles ministérios com orçamentos de até $1
milhão viram suas doações diminuírem em 1.3%.38 A
maioria dos líderes de ministério com os quais estou
em contato está na categoria de ministérios pequenos.
Guardei algumas das cartas que tenho recebido de meus
amigos e gostaria de citar partes de algumas delas sem
mencionar a pessoa ou a organização em questão:

• “Eloje eu soube que um de nossos patrocinadores


mais fiéis perdeu os meios para nos ajudar. Minha
esposa e eu acabamos de passar pelo estresse de
saber que dois dos filhos de nosso missionário
também perderam uma porção significativa de
sua renda em circunstâncias semelhantes mas
sem relação com aquela. E como uma sombra
passando sobre o sol. Parece desesperador.
Nenhum de nós tem o sustento que chegue perto
das despesas!”

184
D o F i n a n c i a m e n t o B a s e a d o km D o a d o r e s a o F i n a n c i a m e n t o B a s e a d o e m R k n d i m e x t o s

• O presidente de meu ministério ficou doente, e


isto se tomou uma séria ameaça ao financiamento
baseado em doações do ministério. Eis o que
ele escreveu: “Sim, já estou desacelerando, e
cancelei alguns compromissos. Buscarei em
oração nos próximos quatro a seis meses como
devo responder. Isso tem um efeito imediato
sobre nós financeiramente. Visto que nossa
equipe ministerial não está assegurada por
salários de uma igreja local, somos dependentes
da bondade do Senhor, da generosidade de Seu
povo e da venda de produtos. Quando não viajo,
não há honorários. Como resultado, a venda de
material diminui e a linha de abastecimento tende
a reduzir. Isto afeta não apenas nossa base local de
sustento, mas globalmente a todos os ministérios
de alcance que nós ajudamos a financiar! Nós
precisamos de sua ajuda.”

• “Por mais que quiséssemos ignorar este fato,


como acontece com qualquer negócio ou igreja, é
preciso dinheiro para que ministremos às nações.
Especificamente, custa $42,96 por hora, vinte e
quatro horas por dia, sete dias por semana para
nosso ministério fazer tudo o que fazemos. Nós
não temos nem uma congregação nem o apoio de
qualquer fundação. Nós confiamos inteiramente
em Deus para prover isso através de Seu povo
que compartilha do nosso coração. Nós não
estamos atrás de dinheiro. Estamos procurando
por parceiros que verdadeiramente desejem o que
nós desejamos e que irão sacrificar-se conosco
para realizar o chamado de Deus para ‘discipular
as nações.’” Neste caso, o líder do ministério não
podia continuar como estava e teve de tomar uma
posição e vender um imóvel.

185
A G r a n d e , T r a n sf e r e n c ia df; R iq u e z a s

“DESENVOLVIMENTO DE DOADORES”

A resposta imediata mais comum a esse triste estado dos


acontecimentos é a liderança de um ministério declarar
que precisamos lançar um programa de “desenvolvimento
de doadores.” O significado disso é que precisamos fazer
o que for necessário para aumentar o número de doadores
para o nosso ministério e aumentar a quantidade média
que eles dão. Isto, é claro, faz perfeito sentido, e na
verdade descreve o que os próprios líderes do ministério
têm tentado fazer por anos. Visto que os líderes são
forçados a admitir que eles não têm sido capazes de
produzir os resultados desejados, muitos deles decidem
terceirizar a tarefa de desenvolvimento de doadores.
Eles logo descobrem que não há escassez de agências de
consultoria que gostariam de ajudá-los a fazer isso.

O desenvolvimento de doadores pode tomar muitas


trajetórias diferentes, dependendo da agência responsável.
Recolhi algumas amostras reais disto a fim de esclarecer
o que estou falando:

• Este ministério desenvolveu quatro níveis de


patrocinadores. “Patrocinador de Base” (qualquer
compromisso de quantia mensal ou uma doação
única de $250-$999 por ano), “Patrocinador
Executivo” ($100-$499 por mês ou uma doação
única de $1.000-$4.999 por ano), “Patrocinador
Presidencial” ($500-$999 por mês ou uma
doação única de $5.000-9.999 por ano), “Grupo
de Investidores” ($1.000 ou mais por mês ou
uma doação única de $10.000 ou mais por ano).

186
D o F i n a x o i a m k n t o B a s e a d o em D o a d o r e s a o F i n a n c i a m e n t o B a s e a d o em R e n d i m e n t o s

Como incentivos, cada categoria tem a oferta


de benefícios em escala, tais como descontos,
assentos reservados, pacotes de atualizações,
jantares especiais e contato pessoal com o
presidente.

• “Nós estamos lançando um programa de


Parceiros ministeriais. Porque não podemos
continuar nosso ministério sem o apoio de
doadores fiéis, acreditamos que a designação de
“Parceiro” é bastante apropriada para aqueles
que mostram seu compromisso com o ministério
enviando uma doação regular mensalmente (ou
trimestralmente), por menores ou maiores que
sejam. Nós também acreditamos que “Parceiros”
merecem “vantagens” especiais dentro da
organização. Portanto estamos oferecendo a
todos os nossos Parceiros uma dedução contínua
de 20% nas taxas de nossos seminários e doações
sugeridas para nossos materiais.”

• Amigos comprometidos que escolheram apoiar


nosso ministério podem escolher entre seis
níveis: “Guerreiro” ($1,00 por mês); “Prata” ($25
por mês); “Ouro” ($50 por mês); “Platina” ($100
por mês); “Platina Executivo” ($500 por mês);
“Presidencial” ($1.000 por mês). Novamente,
há benefícios crescentes para cada categoria, e
somente os membros do tipo “Presidencial” são
convidados para um jantar anual com o presidente
do ministério.

187
A G r a n d I' T r a \ sí i ri ' : \ ci \ d e R i q i e z a í

Não tenho acesso a todos os registros de resultado desses


esforços de desenvolvimento de doadores, embora esteja
familiarizado com alguns. Lamento informar que não
tenho conhecimento de nenhum ministério que tenha
aumentado significativamente suas fontes de renda por
meio da terceirização do desenvolvimento de doadores.
Na verdade quando Doris e eu liderávamos o Global
Harverst Ministries, em três ocasiões diferentes nós
nos lançamos a contratar profissionais consultores em
desenvolvimento para ajudar-nos financeiramente. Todas
as vezes ficamos desapontados, pois as taxas para cada
um dos três acabaram sendo consideravelmente maiores
do que qualquer aumento da renda do ministério a curto
ou longo prazo.

UMA TROCA DE PARADIGMA

Trabalhei minha descrição das inadequações do


financiamento baseado em doadores para os ministérios
por várias páginas a fim de ajudar-nos a ver que este
não é um assunto trivial. O título deste capítulo é
“Do financiamento Baseado em Doadores para o
Financiamento Baseado em Rendimentos.” Acredito que
a solução de longo prazo para oferecer o financiamento
adequado para ministérios cristãos exigirá não apenas
uma melhora do que fizemos no passado, mas uma troca
decisiva de paradigma. Acredito que nós, que lideramos
tanto ministérios, como redes apostólicas e centros
apostólicos, precisamos expandir nosso pensamento para
além dos limites do Monte da Religião e começar a usar
um pouco a sabedoria do Monte dos Negócios.

188
DO F IN A N C IA M E N T O B a S H A D O EM D O A D O R E S AO F IN A N C IA M E N T O B A S E A D O EM R E N D IM E N T O S

Nunca entendi bem por que o pragmatismo foi tão


difamado dentro do Monte da Religião. Meu diploma
universitário é de Bacharel em Ciências. Os cientistas
são obstinadamente pragmáticos. Eles conduzem
experimentos constantemente para ver o que funciona e o
que não funciona. Quando eles estabelecem um objetivo
eles tentam fazer o que for necessário para atingir aquele
objetivo. O fim, de fato, justifica sim os meios. Isto
não é uma questão de moralidade ou imoralidade. Por
exemplo, eu fui totalmente criticado por líderes do Monte
da Religião quando apresentei o uso de números para
ajudar a julgar se determinada igreja era saudável lá nos
anos 1970. O fato de eu ser tão pragmático sobre isto, fez
com que eu me tomasse até mesmo o principal acusado
de um livro inteiro que castigava aqueles de nós vistos
pelo autor do Monte da Religião como “envergonhados
do Evangelho!”

Até agora, não vi a necessidade de desculpar-me pelo


que gosto de chamar de meu “pragmatismo consagrado.”
Meu desejo é aplicá-lo ao financiamento ministerial. Se
os meios tradicionais para o financiamento de ministérios,
ou seja, financiamento baseado em doadores, não é mais
satisfatório, falemos sobre mudar os meios. O fim é o
mesmo — financiar ministérios cristãos. Se um meio não
realiza a tarefa, encontramos outro meio que realize. Se
isso requer uma troca de paradigma, troquemos!

189
A G r ANDF. T R A N S F E R Ê N C IA D F R lQ lT ./.A S

FINANCIAMENTO BASEADO
EM RENDIMENTOS

O novo paradigma que estou sugerindo para financiar


ministérios é o financiamento baseado em rendimentos.
Gosto da palavra “rendimento” porque um de seus
significados é uma quantia de dinheiro que entra
regularmente para uma determinada causa. O fluxo de
renda não dependerá de extravagâncias ou da solvência
financeira de um ou mais doadores. Ela será uma proposta
de negócio que produz um fluxo constante.

O mecanismo para isso seria encorajar o ministério a


estabelecer um “fundo de receita ministerial.” O fundo
de rendimentos seria confiado aos cuidados de um
Administrador, o segundo elo na cadeia da transferência
de riquezas. O Administrador preservaria o capital e
entregaria os ganhos ao ministério como rendimento.
Dependendo das habilidades do Administrador, esse
rendimento seria suficientemente previsível para
financiar o orçamento operacional normal do ministério
ano após ano. Uma vez que isso aconteça, contribuições
do público alvo seriam usadas para financiar projetos ou
expandir o ministério conforme Deus direcionar.

Muitos leitores irão observar que o que acabei de


descrever seria muito parecido com um fundo de dotação
geralmente usado por instituições pelo país. Isto estaria
correto. Enquanto a função seria a mesma, escolhi mudar
a terminologia e usar “fundo de receita ministerial.” Para
começar, acho que é conveniente usar um termo que está

190
F in a n c ia m e n t o B a sea d o em D o a d o r e s ao F in a n c ia m e n t o B a s e a d o em R e n d im e n t o s

especificamente relacionado com o Monte da Religião.


Depois, pode ser uma maneira de evitar algumas das
regulamentações e restrições governamentais colocadas
sobre fundos de dotação mais tradicionais.

A ideia de estabelecer fundos de receita ministeriais é


nova para muitos líderes de ministério. Anos atrás, logo
que comecei a lançar esta visão, contatei muitos líderes de
ministérios apostólicos que eu conhecia e perguntei-lhes
se eles estariam preparados para receber financiamento
externo para fundos de receita ministeriais. Nenhum
deles pôde dar-me uma resposta positiva porque nenhum
tinha entendimento algum do que aquilo podia acarretar.
Na verdade, a maior parte deles tinha sido programada
com o princípio de que se eles fossem verdadeiramente
espirituais e tivessem fé suficiente, eles gastariam todo
o dinheiro que entrasse e então confiariam em Deus
para prover mais. Apesar disso necessariamente não
me surpreender, ressaltou a necessidade de instrução e
modelos nessa área. Tento fazer uma contribuição através
deste livro e por meio do estabelecimento do The Hamilton
Group. Mas, estou limitado porque estou arraigado no
Monte da Religião. Preciso juntar-me aos colegas do
Monte dos Negócios que possuem a especialidade que
eu não possuo. Especialmente Administradores que são
apóstolos do ambiente de trabalho.

Um pouco atrás mencionei que o segundo elo na cadeia de


transferência de riquezas, Administradores, é o nosso elo
mais fraco. Trazer para a linha de frente o financiamento
baseado em rendimentos para os ministérios e estabelecer
fundos de receita ministeriais cria uma grande demanda
por Administradores hábeis. Sem Administradores com

191
A G r a n d e T ra n sferên cia d e R iq u eza s

a mentalidade do Reino, o novo paradigma que estou


sugerindo não pode tomar-se operacional. À medida que
isso progride, tenho a esperança de que o segundo elo
na cadeia tome-se um de nossos elos mais fortes e que a
grande transferência de riquezas seja acelerada.

O FUNDO DE RECEITA MINISTERIAL

Para ganhar alguma experiência prática com um fundo


de receita ministerial, Doris e eu sacamos uma parte de
nossos fundos pessoais de aposentadoria e a usamos
para estabelecer um fundo de receita ministerial dentro
do Global Harvest Ministries. No processo, trabalhamos
de perto com nosso advogado corporativo e aprendemos
muita coisa a respeito dos mecanismos legais para fazer
isso de forma apropriada para uma organização sem
fins lucrativos. Contudo, não posso alegar que foi um
experimento bem-sucedido. Primeiro, ele teve vida curta
porque em 2010 entregamos o Global Harvest Ministries
ao Chuck Pierce, e precisamos liquidar o fundo de receita
ministerial para pagar algumas contas pendentes a fim
de podermos entregar o ministério no azul. Depois, a
administração dos fundos, que infelizmente começou
na época da recessão de 2008 nos EUA, acabou sendo
pequena. Nosso retomo ficou abaixo dos 10% ao ano. Os
fundos que realmente recebemos não foram suficientes
para fazer uma diferença notável no equilíbrio do
orçamento ministerial.

Se alguém desejar algumas orientações legais e


processuais para estabelecer um fundo de receita
ministerial, por favor, veja o Apêndice.

192
D o F lN A N C lA M R N T O BASKADO F,M D o A D O R H S AO F lN A N C IA M F .X T O B aS F .A D O F.M R p .N D IM IiN T O S

Antes de prosseguir, sinto que devo inserir uma palavra de


alerta. Quando você anuncia que está estabelecendo um
fundo de receita ministerial para sair do financiamento
baseado em doadores para o financiamento baseado em
rendimento, geralmente um amigo do ministério que
está no Monte dos Negócios irá propor uma sugestão
alternativa. A sugestão é que ele ou ela começaria um
novo negócio, os lucros iriam para um fundo, aquela
pessoa gerenciaria o fundo e doaria os rendimentos para
o ministério. Há tanta paixão e amizade e desejo pela
prosperidade do ministério nesta proposta que é quase
impossível rejeitá-la. Mas recomendo uma boa pitada
de cautela. Se a pessoa de negócios for a proprietária do
negócio ou do fundo, você ainda está num modo baseado
em doadores. De fato, se a pessoa de negócios for bem-
-sucedida, as doações podem, por fim, cobrir uma parte
considerável do orçamento anual. Este é o perigo. E a
“síndrome do coroa rico.” Embora o coroa rico seja bem-
-vindo como uma bênção para o ministério, em muitos
casos e, às vezes, até mesmo por motivos legítimos, o
financiamento seca e não fica mais disponível. Isto pode
causar uma crise financeira séria para o ministério, e
apressou o fracasso de alguns. Meu conselho é evitar
a síndrome do coroa rico. Desenvolva um fundo de
receita ministerial cuja detenção seja completamente do
ministério.

Tendo compartilhado um pouco da experiência pessoal de


trabalho com fundos de receita ministeriais, acredito que
agora estou em posição de sugerir algumas orientações
práticas. Como eu disse, meu objetivo seria que o fundo
de receita ministerial financiasse o orçamento operacional
anual do ministério. Quanto, então, devemos projetar
para o capital do fundo?

193
A G r a n d f T r a n sfe r ê n c ia d f: R iq u ez a s

Para abordar essa questão, gostaria de voltar ao capítulo 04


onde expliquei as parábolas dos administradores de
dinheiro. Nessas parábolas, encontradas tanto em
Mateus como em Lucas, o bom e fiel Administrador
que conseguiu a menor quantia, retomou 100% de lucro
(possivelmente por ano), e o lucro mais alto foi de 1.000%.
Essas parábolas são realistas? Jesus sabia do que estava
falando? Tenho de presumir que, na mente de Jesus,
essas taxas de retomo não eram ridículas, mas realistas.
No mundo de hoje, 100% por ano é incomum, mas não
impossível. Em 2013, por exemplo, o melhor desempenho
entre os fundos mútuos de ações foi o fundo ProFunds
Biotechnology Ultrasector, até 114.6%.39 Embora não
tenha podido provar, especulei que o mecanismo de
negociação que os administradores de dinheiro estavam
usando nas parábolas poderia bem ter sido câmbio. Por
acaso tenho algum conhecimento da atual indústria de
câmbio, e posso relatar sem medo de contradição que
vários negociadores de câmbio conseguem atualmente
mais de 100% por ano. Eu poderia ser mais específico,
mas quero evitar cruzar o limite de algumas restrições
governamentais relacionadas a revelar essas coisas.
Voltemos à quantia necessária para os fundos de receita
ministeriais. Se formos para a faixa de 100% por ano,
logicamente seria a quantia do orçamento operacional
anual do ministério. E comum para ministérios pequenos
ter um orçamento de, digamos, $300.000 por ano. Neste
caso os líderes estabeleceriam como objetivo acumular
um fundo de receita ministerial de $300.000, sem tocar
no principal mas usando os $300.000 em retornos anuais
para suas despesas. Eles ainda teriam doadores para
projetos e expansão, mas teriam saído do financiamento
baseado em doadores para o financiamento baseado em
rendimento.

194
D o F in a n c ia m en t o B a sea do em D o a d o r es ao F in a n c ia m en t o B a sea d o em R e n d im e n t o s

Estou ciente de que não é fácil colocar na nossa cabeça um


retomo de 100%. Na verdade, fiz uma lista dos retornos
de determinados fundos de dotação do periódico The
Chronicle o f Philanthropy, antes da retração na economia
norte-americana. O mais alto da nação foi o Instituto de
Tecnologia de Massachusetts com 23% de retomo. Se
este fosse o retomo para nosso ministério hipotético de
$300.000, o fundo de receita precisaria ser de $1.3 milhão
em vez de $300.000, um aumento que, obviamente,
desencorajaria muitos líderes ministeriais. A medida que
a grande transferência de riquezas materializa-se, acredito
que Deus levantará uma companhia de Administradores,
apóstolos do ambiente de trabalho que saberão como
corresponder aos padrões das parábolas de Jesus, ou seja,
um mínimo de 100% por ano.

Quando todas essas coisas encaixarem-se, nós poderemos


dizer adeus à era da escassez ministerial e entrar em
uma nova era de prosperidade ministerial. Tomara que
logo chegue o dia quando os Marechais de Campo serão
capazes de cumprir seu potencial completo porque não
há mais um teto financeiro para contê-los.

195
C a í ;'; [.009
FILANTROPIA
DO REINO

Para a maioria de nós que serviu em posições de liderança


na Igreja recentemente, o conceito de “filantropia” tem
sido um pensamento um tanto distante e até abstrato.
Nós estamos cientes de que existem filantropos, mas
nós geralmente não andamos nesse meio. Muitos de nós
nem mesmo teríamos contato pessoal com um deles.
Sim, de tempos em tempos podemos solicitar doações
de fundações operadas por filantropos, mas isto é o mais
próximo que chegamos.

PODEMOS NOS TORNAR FILANTROPOS?

Como seria se aqueles de nós que lideram ministérios


cristãos nos tomássemos, na verdade, filantropos? Eu sei
que à primeira vista tal coisa pode soar forçado. Mas,
por quê? Acredito que levantar um exército de filantropos
com a mentalidade do Reino é parte do novo fluxo em
que Deus está movendo Seu povo nestes dias.
A G r a n d e T r a n sf e r e n c ia d e R iq u ez a s

Pense novamente em algumas coisas que já foram ditas


neste livro. Nós vivemos em um momento extraordinário.
O século XXI já está tomando forma para representar uma
troca sísmica a partir do século XX por todo o mundo.
Agora nós vivemos na Segunda Era Apostólica na qual
o governo bíblico da Igreja tomou vida mais uma vez.
O Espírito Santo começou a falar com as igrejas sobre
tomar domínio da criação de Deus como foi Sua intenção
original para nós. Nosso objetivo de salvar almas e
multiplicar igrejas no século XX agora foi expandido para
almejar nada menos do que transformar nossa sociedade.
Nossa visão é ajudar os seres humanos em todo lugar,
especialmente os pobres e os oprimidos, a encontrar um
modo de vida mais satisfatório e produtivo.

Juntamente com essas megamudanças está o


cumprimento iminente das promessas de Deus através
de Seus profetas para a grande transferência de riquezas,
como eu disse muitas vezes. Minha impressão é que
estamos olhando para quantidades inacreditáveis de
riquezas movendo-se do controle do reino das trevas para
o controle do Reino de Deus. Eu sei que pode ser um
exagero, mas tenho fé e esperança de que isso alcançará a
quantidade de riquezas encontrada no reino de Salomão.

DISTRIBUIÇÃO RESPONSÁVEL

Receber essa riqueza é uma coisa, porém distribuí-la


de modo responsável é outra coisa. E aqui que entra
a filantropia. Segundo relatos, Aristóteles disse que
qualquer um pode dar dinheiro, mas somente poucos
podem dá-lo à pessoa certa, no momento certo, na quantia
certa, pela razão e da maneira certa. Esta é uma tarefa
muita difícil de fato, mas uma que temos de ter em mente
constantemente.

198
F ilantropia d o R k in o

“Filantropia” vem de duas palavras gregas que significam


“amar as pessoas” . É uma atividade piedosa porque Deus
ama as pessoas. Aqueles que são nascidos de novo pelo
Espírito Santo refletem o amor de Deus pelas pessoas em
seus pensamentos, em suas orações e em suas ações. Eles
não são egoístas porque sentem que seu destino não é tanto
ajudar a si mesmos mas, ao contrário, ajudar os outros.
E importante reconhecer abertamente que filantropia e
egoísmo são opostos. Se vamos corresponder aos padrões
de Deus para a filantropia temos primeiro de passar no
teste do altruísmo. Amar os outros é mais importante do
que amar nós mesmos.

Tendo dito isso, nós temos de ao mesmo tempo cultivar


posturas saudáveis e bíblicas para conosco. O livro
de Romanos (veja Romanos 12:1-2) nos diz que para
fazermos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus,
duas coisas são necessárias. Em primeiro lugar, nós não
devemos pensar de nós mesmos de modo mais superior
do que convém. Isso reflete o que acabei de dizer sobre
altruísmo. Mas a segunda coisa para fazer a vontade de
Deus é pensar com moderação sobre nós mesmos. Em
outras palavras, temos de desenvolver uma autoavaliação
positiva, realista e precisa. Temos de saber quem nós
somos, e quem Deus deseja que sejamos.

Infelizmente tem havido alguns ensinamentos enganosos


em muitas de nossas igrejas sugerindo que devemos nos
denegrir para agradar a Deus. Frases religiosas como
“não sou nada” são muito comuns. Uma das canções de
Isaac Watts nos fazia cantar até mesmo “um verme como
eu”. Deus não nos criou para sermos “nada” e vermes.
Ele nos fez à Sua imagem. Ele nos criou para sermos
cabeça, não cauda (veja Deuteronômio 28:13). Cada um
de nós é valioso para Deus.

199
A G ra n d e T ra n sferên cia df: R iquezas

PENSANDO COM MODERAÇÃO


A RESPEITO DE NÓS MESMOS

Como pensamos com moderação a respeito de nós


mesmos? Romanos nos diz:
pense com moderação, segundo a medida da
fé que Deus repartiu a cada um

(Romanos 12:3, ara)

A mesma passagem depois prossegue dizendo-nos que


parte de pensar com moderação é conhecer e usar nossos
dons espirituais:
Portanto, usemos os nossos diferentes dons
de acordo com a graça que Deus nos deu

(Romanos 12:6, ntlh)

Não é possível pensar com moderação a respeito de nós


mesmos se não soubermos quais dons espirituais nos
foram dados. E, a propósito, também é útil conhecer
quais dons não nos foram dados.40

Outra parte de pensar com moderação é conhecer as


designações específicas que Deus deu a cada um de nós
para avançar o Seu Reino. Estou direcionando essas
ideias de filantropia principalmente para aqueles a quem
Deus deu posições de liderança, primeiramente apóstolos
(veja I Coríntios 12:28). Acho que é bem óbvio que a
maioria dos novos filantropos do Reino serão apóstolos,
tanto apóstolos na Igreja nuclear como apóstolos no

200
F il a n t r o p ia do R e in o

ambiente de trabalho. Felizmente a maior parte dos


apóstolos tem sido capaz de distinguir a diferença entre o
ato não bíblico de se autodenegrir e o altruísmo bíblico.
Eles sabem como pensar com moderação a respeito de si
mesmos.

FILANTROPOS SÃO RICOS

Por que tratei tanto sobre como nos vemos? É por causa de
um componente muito claro da filantropia que, às vezes,
não permitimos que venha à tona em nossas mentes.
Pense a respeito. Pense em algum filantropo do qual
você já ouviu falar. Comece com o filantropo número um
dos Estados Unidos, Bill Gates, se você quiser. Antes de
alguém tomar-se um filantropo, primeiramente ele deve
possuir os recursos necessários para cumprir seu próprio
destino na vida, seja ele qual for. Uma vez que suas
próprias necessidades percebidas são completamente
satisfeitas, ele pode, então, começar a concentrar-se em
prover recursos semelhantes para outros. Filantropos são
ricos. Pode haver uma exceção à regra de tempos em
tempos, mas estou falando da regra.

Alguns cristãos que creem na Bíblia não gostam de


pensar sobre si mesmos como sendo ricos algum dia.
Muitos líderes no Monte da Religião foram programados
para associar as riquezas com ganância ou com Mamom.
Contudo, a própria Bíblia nos leva a outra direção. Ela
diz:
E Deus é poderoso para fa zer abundar em
vós toda a graça, a fim de que

(II Coríntios 9:8)

201
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c ia d e R i q i exas

Agora note com cuidado para onde isto leva. A passagem


onde este versículo é encontrado lida com dar dinheiro
ou semear sementes. Ela nos diz que há duas coisas que a
graça de Deus foi projetada para propiciar neste contexto.
(1) T e n d o s e m p r e , e m t u d o , t o d a a s u f i c i ê n c i a . Isso
significa que Deus quer que tenhamos todas as nossas
necessidades pessoais satisfeitas. Quem determina quais
são essas necessidades? Tem de ser a pessoa envolvida.
Não acredito que o Reino de Deus deveria ter uma
corporação de “polícia da suficiência” bisbilhotando
por aí e dizendo a todos do que eles precisam, e do que
eles não precisam. Se alguns líderes com a mentalidade
do Reino sentem que precisam do último modelo de
um automóvel luxuoso, então que seja. Se outros estão
satisfeitos com veículos medíocres com dez anos que
ainda os levam de um lugar a outro, isto não os concede
uma espiritualidade superior.

Uma vez que Deus nos permita ter nossas necessidades


pessoais satisfeitas, estamos prontos para o número dois
em II Coríntios 9:8. (2) a b u n d e i s e m t o d a b o a o b r a . É
aqui que entra a filantropia. Além de nossas necessidades
pessoais, Deus não quer que tenhamos um pouco de sobra
para distribuirmos, Ele quer que tenhamos abundância.
Se considerarmos isso literalmente, Deus aparentemente
não quer que tenhamos dinheiro suficiente para apoiar
apenas umas poucas causas do Reino, mas toda boa obra.
Pessoas pobres não podem apoiar toda boa obra. Qualquer
um que possa apoiar toda boa obra tem de ser rico. Você
não pode dar dinheiro com abundância a menos que você
o tenha primeiro. Isso é o que me leva à conclusão de que
os filantropos são ricos.

202
F ilantropia d o R h in o

O PRINCÍPIO DA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Ter suficiência para as nossas próprias necessidades e


mais abundância para boas obras leva a um princípio que
considero importante para a distribuição responsável.
Distribuidores de Banda Larga fazem bem em aplicar
abertamente o “princípio da máscara de oxigênio” . O que
é isto? Quando estamos em um avião, a comissária de
bordo anuncia com regularidade o princípio da máscara
de oxigênio. Se houver descompressão da cabine,
máscaras de oxigênio são disponibilizadas para cada
passageiro. Se você tiver uma criança com você, você é
instruído a colocar primeiro a máscara de oxigênio em si
mesmo. Por quê? Somente se você tiver o seu suprimento
de oxigênio necessário, você poderá ajudar aqueles que
não o tem.

Isso também se aplica à distribuição de riquezas. Se


eu, como Distribuidor de Banda Larga, quiser que os
apóstolos com quem eu trabalho sejam filantropos
ativos e produtivos, devo fazer o que puder para saber
que suas necessidades foram satisfeitas primeiro. Se
formos forçados a dedicar a maior parte de nossas horas
acordados para levantar fundos para nosso próprio fluxo
de caixa operacional e financiar as visões que Deus nos
deu para nosso próprio ministério, nós não estamos
na melhor posição para ajudar outros. Então faço do
princípio da máscara de oxigênio uma política. À medida
que os fundos estejam disponíveis, os primeiros projetos
a receberem recursos são aqueles aos quais os apóstolos
de minhas redes foram designados por Deus. Porque
é uma política anunciada, financiar projetos daqueles

203
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d f : R i o u f / . as

líderes mais próximos a mim não é visto como egoísmo,


benefício ou interesse. Isso simplesmente faz sentido.
Através desta política podemos avançar e multiplicar
filantropos do Reino.

Multiplicar filantropos do Reino é um passo à frente


importante para avançar o Reino de Deus em nossos
dias. Como eu disse antes, o Corpo de Cristo em
geral não operou em um modo filantrópico agressivo
em escala mundial no passado. Sim, nós amamos as
pessoas e ajudamos os outros, tanto espiritual como
materialmente. Nós alimentamos os pobres, nós
entramos em cena com suprimentos de emergência
quando os desastres aconteceram, estabelecemos escolas,
hospitais e orfanatos. Mas acredito que chegou o tempo
de elevarmos nossa visão. Uma coisa é cuidar dos pobres
como fizemos, mas outra bem diferente é ir além disso e
remover as raízes sociais da pobreza sistêmica. Isso não
simplesmente ajuda as pessoas, ajuda toda a sociedade na
qual elas vivem. Muitas ferramentas são necessárias para
fazer com que algo assim aconteça, e uma delas é grandes
quantias de riquezas que anteriormente não estiveram à
nossa disposição. Isso está na essência de nos tomarmos
jogadores ativos na grande transferência de riquezas.

FILANTROPIA ESTRATÉGICA PARA


DISTRIBUIÇÃO APOSTÓLICA

Um termo que abrange o que acredito ser uma abordagem


bastante produtiva para distribuição responsável é
“Filantropia Estratégica para Distribuição Apostólica” .
Muitos não estão cientes de que a filantropia é uma
profissão especializada que requer conhecimento,

204
F ilantropia d o R e in o

experiência e habilidade assim como consideramos o


direito, a engenharia, a medicina ou a física. Apesar de
parecer estranho para aqueles desacostumados a lidar
com grandes quantias de dinheiro, é axiomático entre
filantropos que é mais difícil distribuir a riqueza do que
adquiri-la. Infelizmente, a história está cheia de relatos de
horror relacionados à transferência insensata de riquezas.
Pense, por exemplo, nos ganhadores da loteria, em sua
maioria aqueles desacostumados a controlar grandes
quantias de riqueza e que repentinamente a possuem. Um
número desproporcional deles fica tão deslumbrados que,
por fim, acabam piores do que estavam antes de ganhar
na loteria.

Permita-me inserir uma palavra pessoal. Ao longo da


maior parte de minha carreira nunca considerei um
objetivo com longo alcance de distribuição de riquezas.
Na verdade, por quarenta dos meus sessenta anos de
ministro ordenado, eu estaria desqualificado para a tarefa
porque estava sob a influência do espírito de Pobreza
que descrevi no capítulo 03. Felizmente, desde então fui
liberto e isso agora é coisa do passado.

Uma mudança em direção a uma nova fase no ministério


começou em 1996 quando comecei a receber profecias
pessoais em relação a uma missão que Deus me dava
para manusear e distribuir grandes quantias de riqueza.
Recentemente voltei ao diário profético de duzentas
páginas no qual Doris e eu registramos profecias
pessoais desde 1989. Fiquei surpreso ao descobrir que
poderia extrair até oito páginas completas de profecias
relacionadas a riquezas. Eu levo II Crônicas 20:20 a sério:
Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros;
crede nos seus profetas, e prosperareis.

205
A G r .w d h T r a n s i t z r k n q a d u R i q u e z a s

Então, ao longo dos últimos anos movi-me lentamente


na direção indicada por aquelas profecias. Escrever este
livro é parte daquela jornada.

Um indicativo positivo da direção de Deus nessa estação


de minha vida foi que fui abordado por vários indivíduos
representando fontes em potencial de riqueza considerável
para o Reino. Isto é novo para mim e tenho ganhado
experiência valiosa. Alguns revelaram ser esquemas
Ponzi fraudulentos. Alguns foram simplesmente castelos
no ar que se desfizeram. Outros ainda estão pendentes,
mas seu potencial é suficientemente significativo e seu
tempo parece perto o bastante para obrigar-me a começar
a construir uma infraestrutura para a distribuição
responsável. O The Hamilton Group, que apresentei no
capítulo 06, é um resultado disso.

DISTRIBUIÇÃO IRRESPONSÁVEL

Um dos motivos por que gosto de usar a palavra


“estratégica” para modificar “filantropia,” é que alguns
filantropos escolhem distribuir suas riquezas sem
planejamento e sem foco. Por muitos anos fui assinante do
periódico The Chronicle o f Philanthropy, possivelmente
a publicação de maior autoridade na área. Considere este
editorial:

“Em algumas semanas, The Chronicle o f Philanthopy


publicará sua classificação anual das 400 instituições de
caridade que mais arrecadam de fontes privadas. Embora
os captadores de recursos, filantropos e outros estejam
sempre ávidos por ver que grupos compõem a lista, o que
é mais interessante para nós é quais organizações não o
fazem”.

206
F ila n tro pia d o R e in o

“Embora a classificação destaque aquelas organizações


que acumularam mais em doações, ela não inclui
informações a respeito do nível de mudança social que
esses grupos sem fins lucrativos alcançaram. Elas não
revelam que organizações foram mais bem-sucedidas em
avançar suas missões”.

“Precisamos de um modo de classificar os grupos sem


fins lucrativos de acordo com os resultados — não com
o tamanho do orçamento ou alcance organizacional. A
medida máxima do desempenho de uma organização
sem fins lucrativos deveria ser quantas vidas ela salva
ou quantas moradias de baixo custo ela constrói, não
quanto dinheiro ela recebeu — ou quão pouco ela gasta
nas despesas gerais para levantar aqueles fundos”.41

Uma coisa é ter satisfação pela quantia de dinheiro gasta,


mas outra coisa é adiar a satisfação até que você veja
o que o dinheiro realizou. Se eu, como um Distribuidor
de Banda Larga, fizer uma doação para um Distribuidor
de Banda Estreita, eu exigiria um relatório preciso sobre
o que aqueles fundos fizeram nas mãos dos Marechais
de Campo antes de considerar uma doação adicional.
Essa é uma proposta tão razoável que é uma surpresa
desagradável descobrir que esse não é o modus operandi
de muitas das maiores instituições de caridade dos EUA.

Juntamente com isso está o fato de que alguns filantropos


em particular têm orgulho da quantidade de dinheiro que
eles dão pessoalmente para caridade, e não daquilo que
as instituições podem realizar. Eles estão preocupados em
ter seus nomes inclusos na lista dos 400 norte-americanos
mais generosos, mas não empregam o tempo e esforço
necessários para descobrir como seus fundos são, por
fim, utilizados. Considero isso distribuição irresponsável.

207
A G r a n d e T ra n sfe r ê n c ia d e R iquezas

Para dar uma ilustração positiva, a Fundação Bill e


Melinda Gates é conhecida e respeitada por rastrear e
avaliar os resultados de suas doações. Isso naturalmente
lhes custa tempo e dinheiro. Por outro lado, Warren
Buffett não está interessado em fazer tais coisas, mesmo
que ele reconheça que elas têm valor. Consequentemente,
Buffett dá sua contribuição filantrópica para a Fundação
Gates, onde ele sabe que ela será distribuída de modo
responsável.

DISTRIBUIÇÃO APOSTÓLICA

O The Hamilton Group (THG) adotou o slogan:


“Filantropia Estratégica para Distribuição Apostólica”.
Como mencionei anteriormente, ele opera debaixo do
“modo de serviço” ao invés de no “modo de busca.”
Aquelas instituições de caridade que usam o “modo de
busca” precisam de um departamento de pessoas para
captar recursos, bem como de um departamento de
pessoas que fazem doações. Os captadores de recursos
buscam fundos a fim de sustentar suas instituições de
caridade ou fundações. Os que fazem doações buscam
maneiras de gastar os fundos arrecadados, alguns de
forma estratégica, mas outros de forma irresponsável
como acabamos de ver. O modo de busca é caro, porque
os captadores de recursos, bem como os que fazem
doações, precisam pagar uma equipe e também reservar
orçamento para as despesas do escritório. É ainda mais
caro para eles rastrear os resultados dos fundos que
distribuem, um dos motivos porque muitas instituições
de caridade não assumem esta tarefa.

208
F ila n tro pia d o R k in o

Quando organizei o The Hamilton Group, selecionei o


modo de serviço ao invés do modo de busca. Isso nos
permite trabalhar com um quadro de pessoal reduzido.
Nós não buscamos fundos, ao contrário, nós servimos
aqueles Provedores que desejam terceirizar sua
distribuição para nós. Se não tivermos fundos, entramos
em modo de espera até que os tenhamos. Aqueles de nós
que lideram o THG possuem fluxos de renda pessoais
de outras fontes, então as restrições do orçamento das
despesas gerais são mínimas.

Por que a frase “Distribuição Apostólica?” Nós no The


Hamilton Group não precisamos buscar ou processar
solicitações de doação aleatórias porque servimos
apóstolos, cada um dos quais já possui vários projetos
identificados e priorizados. Apóstolos supervisionam um
corpo de Marechais de Campo que fiscalizam a conclusão
com ativa participação. Identificar os projetos, fazer a
due diligence, transferir os fundos (em muitos casos,
internacionalmente), monitorar os projetos e auditar o
uso dos fundos são de responsabilidade de cada apóstolo
que desenvolveu previamente um relacionamento com o
Marechal de Campo envolvido. O relatório da situação de
cada projeto vem do Marechal de Campo para o apóstolo,
que então o entrega ao The Hamilton Group seguindo o
protocolo determinado. Por meio dessa simples cadeia de
comando podemos realizar nosso objetivo de distribuição
responsável mais facilmente.

Como escolhemos que apóstolos servir? Todo apóstolo


que conheço pensa que seu projeto deve ter a mais
alta prioridade. Considero isso uma dimensão muito
positiva para liderança apostólica. Devido a isso, porém,
quando os fundos ficam disponíveis podemos prever que
haverá mais solicitações legítimas pelos fundos do que

209
A G rA N D F . TRANSrHRKNClA d r. R i q u e z a s

dinheiro para cuidar deles. Então aqueles de nós que são


Distribuidores de Banda Larga precisam priorizar. Parte
do plano de Deus para a liderança apostólica é designar
certas esferas a apóstolos em particular. O apóstolo Paulo
demonstra-nos isso em II Coríntios 10:13:
Nós, porém, não nos gloriaremos sem
medida, mas respeitamos o limite da esfera
de ação que Deus nos demarcou e que se
estende até vós

A conseqüência seria, então, que aqueles apóstolos que


têm a mais alta prioridade para distribuição de riqueza
seriam aqueles dentro da(s) esfera(s) que Deus nos deu.
Não se deve supor que projetos de avanço do Reino fora
de nossas esferas sejam menos estratégicos do que dentro
delas, mas isso simplesmente reflete a natureza relacionai
do governo apostólico.

ESPERANDO AS RIQUEZAS DAS NAÇÕES

Aqueles de nós envolvidos na grande transferência de


riquezas recebem encorajamento de Isaías 60, direcionado
originalmente para a nação de Israel que era o povo de
Deus no Antigo Testamento, mas que se aplica também
ao povo de Deus no Novo Testamento, ou seja, cristãos
em Jesus Cristo.
Levanta-te, resplandece, pois já vem a tua
luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre
ti. [...] mas sobre ti o Senhor vem surgindo,
e a sua glória se vê sobre ti. As nações
caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor
que te nasceu

(Isaías 60:1-3)

210
F ila n tro pia d o R k in o

Mas o texto continua, e já citei este versículo mais de


uma vez:
Quando o vires, ficarás radiante, e o teu
coração estremecerá e se alegrará; a
abundância do mar se tornará a ti, e as
riquezas das nações a ti virão

(Isaías 60:5)

Em épocas passadas, o Corpo de Cristo pode não ter


estado preparado para engajar-se na filantropia do Reino.
Mas agora vivemos em uma nova era. Nós estaremos
entre aqueles que experimentam a grande transferência
de riquezas.

211
G !• MO 10
ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS
SOBRE DAR COM ALEGRIA

Um de meus livros favoritos relacionado à transferência


de riquezas é o do Ché Ahn, The Grace o f Giving (A Graça
de Dar). Ele carrega muita autenticidade porque Ché, a
quem conheço muito bem, não apenas escreve bem sobre
dar, mas seu estilo de vida, na verdade, demonstra o que
ele diz. Vejamos um dos princípios básicos encontrados
naquele livro.

Ahn diz, “Deus quer que confiemos Nele e em Sua


capacidade e desejo de nos prosperar.”42 Frequentemente
tenho repetido que é a vontade de Deus prosperar Seu
povo. Porém, Ahn apresenta o fator-chave da confiança. A
maioria de nós afirmará prontamente que confia em Deus
para muitas e muitas coisas. Mas, que forma tangível
nossa confiança em Deus toma especificamente para a
prosperidade?Ahncontinua:“Elenospedeparademonstrar
nossa confiança semeando sementes financeiras em
A G r w d k T r .w s i t -.k r n c i a n r : R j q r r ; / , \ s

Seu Reino. [...] Ele nos pede para confiarmos Nele,


em Suas promessas e nas leis de semeadura e colheita
que Ele estabeleceu na terra. Quando semearmos
finanças em Seu Reino, colheremos prosperidade.”43

Isso sugere que a prosperidade é condicional.


Anteriormente no livro usei Deuteronômio 28 para
ilustrar as diferenças entre a bênção da prosperidade e
a maldição da pobreza. Lá, a Bíblia é bastante direta ao
indicar que o que recebemos depende de nossa obediência
a Deus. É lógico, portanto, que se nossa prosperidade é
condicional, Deus claramente nos revelaria quais são
as condições. Neste capítulo final, quero deixar o mais
simples possível o plano de Deus para o ato de dar, a
fim de que os leitores sejam capazes de seguir adiante e
receber Sua abundância para eles.

Um versículo bíblico que é fundamental para isso, é um


que quase todos sabem:
Cada um contribua segundo propôs no seu
coração, não com tristeza ou por necessidade,
pois Deus ama ao que dá com alegria

(II Coríntios 9:7)

Isso levanta uma questão teológica interessante. Nós


sabemos que Deus é amor e que Ele ama a todos.
Contudo, Ele ama algumas pessoas mais do que outras?
Segundo esta Escritura, sim. Ele ama doadores mais do
que os que não são doadores! Apesar de ser verdade que
provavelmente todo cristão dê, tenha em mente que nem
todo cristão é um doador.

214
A i .g u n s P r i n c í p i o s B á s i c o s S o b r r D - \ r c o m A l k g r i a

PASSANDO A SALVA

Como ponto de partida para nos tomarmos verdadeiros


doadores, é importante termos um vislumbre realista do
estado atual dos acontecimentos nos EUA. Felizmente
temos os fatos. Christian Smith e Michael Emerson
produziram um estudo sociológico um tanto assustador
sobre os hábitos de doação dos cristãos norte-americanos
chamado Passando a Salva. Selecionarei algumas
declarações relevantes do livro que nos ajudarão a ver o
quadro geral.

• Os autores resumem suas descobertas na


Introdução: “Toda evidência que veremos,
apontam para a mesma conclusão: quando se
trata de compartilhar seu dinheiro, a maioria
dos cristãos norte-americanos contemporâneos é
notavelmente mesquinha.”44 Essas não são boas
notícias!

• Eis sua primeira declaração no capítulo 01: “Se os


cristãos norte-americanos dessem de sua renda de
modo generoso — não com extravagância, note
bem, apenas generosamente — eles poderiam
transformar o mundo, começando agora mesmo.
Cristãos norte-americanos comuns têm em
seu poder a capacidade de promover mudança
espiritual, social, cultural e econômica enorme
e sem precedentes que reflita diretamente seus

215
A G r a n d i - , T r a n s i i : R Í . N a \ nr: R i q u e z a s

valores e interesses”.45 Esta é uma observação


notável à luz do primeiro capítulo de nosso livro,
que argumenta que um dos principais propósitos
do desejo de Deus para transferir riquezas é
facilitar a Grande Comissão, ou seja, fazer
discípulos de nações (Mateus 28:19). A sociedade
poderia ser transformada se somente os cristãos
dessem o que eles deveriam dar.

• Isso envolve quanto? “Nós estimamos que se


cristãos comprometidos nos Estados Unidos
dessem dez por cento de sua renda depois dos
impostos — completamente mas não mais do que
dez por cento — isso forneceria um extra de $46
bilhões por ano de recursos com os quais financiar
necessidades e prioridades”.46

• Smith e Emerson prosseguem com uma lista de


seis fatos sociológicos a respeito do ato de dar
dos norte-americanos. Mencionarei três deles:
“Fato n° 1: Pelo menos um em cada cinco cristãos
norte-americanos — vinte por cento de todos os
cristãos dos EUA — não dá literalmente nada
para a igreja, ministérios paraeclesiásticos, ou
instituições de caridade não religiosas” .47

• “Fato n° 4: Cristãos norte-americanos que recebem


renda mais elevada — como os norte-americanos
em geral — dão pouco dinheiro ou não mais que
um percentual da renda familiar do que cristãos
que recebem renda mais baixa” .48

216
A l g u n s P r in c íp io s B á sicos S o b r e D ar c o m A l lg r ia

• “Fato n° 5: Apesar de um enorme crescimento da


renda per capita real ao longo do século XX, o
percentual médio de parte da renda dado pelos
cristãos norte-americanos não somente não
cresceu em proporção mas, na verdade, diminuiu
levemente durante este período de tempo”.49 Para
o século XIX a porcentagem era 3.0% e no século
XX foi de 2.5%.

Tomo tudo isso como um chamado ao despertamento


para a Igreja. Se formos sérios com relação ao propósito
de Deus de colocar-nos aqui na terra, precisamos nos
levantar de nossa complacência, especialmente no que
diz respeito a finanças. Quando a grande transferência de
riquezas vier é muito mais provável sermos participantes
se desenvolvermos um estilo de vida de dar generosamente
com base na Bíblia.

A Bíblia diz que Deus ama quem dá com alegria. Isso


deve significar que Ele ama quem dá com alegria mais do
que quem dá com relutância. Obviamente, nem todos que
dão são alegres. Alguns dão “com tristeza” (II Coríntios
9:7). Eles dão com a postura errada. Outros dão “por
necessidade” (II Coríntios 9:7). Eles dão por compulsão,
às vezes como resultado da manipulação. Quero ajudar-
lhe a ser alguém que dá com alegria.

217
A G r a n d e T r a n sf e r ê n c ia df; R iq u ez a s

DAR GENEROSAMENTE

Smith e Emerson dizem que os cristãos poderiam


transformar o mundo se apenas dessem generosamente.
Por que dar é tão importante?

Quando se pensa a respeito, você tem quatro coisas que


são, na verdade, parte de quem você é. Você tem o seu
tempo. Você tem seus talentos e habilidades. Você tem
sua energia. E você tem seu dinheiro. Você também tem
a capacidade de compartilhar cada uma dessas coisas
com os outros. É sua escolha. Se você escolher não
compartilhar, você é egoísta, e esta é uma séria falha de
caráter.

Neste capítulo irei tratar somente de uma das quatro, ou


seja, seu dinheiro. Como acabei de dizer, seu dinheiro é
parte de quem você é, tanto quanto seus ombros ou sua
glândula da tireoide são parte de quem você é. Na
maioria dos casos, seu dinheiro vem do seu trabalho.
Uma parte vai para o governo nos impostos, mas o
restante é seu para fazer com ele o que quiser. E importante
perceber que seu dinheiro é sua possessão pessoal porque
quando você decide dar seu dinheiro, você na verdade
está dando parte de quem você é.

Onde nós damos nosso dinheiro? Na maior parte do


tempo nosso dinheiro é para nossa família. Ao dar seu
dinheiro para sua família, você está dando a si mesmo,
para seu cônjuge e filhos. Mas, e quanto a dar fora de
nossa família? Nós vimos algumas das estatísticas

218
A l g u n s P r in c íp io s B ásicos S o b r e D ar c o m A leg r ia

desanimadoras há pouco tempo. Você sabia que o


norte-americano comum dá somente dois por cento
para caridade? Alguns não dão absolutamente nada.
Isso evidentemente é dar uma quantia simbólica,
completamente diferente de dar generosamente.

A generosidade, é claro, vem do coração. Ela é um traço


de caráter. E por isso que a Bíblia faz esta declaração
notável:
Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará
também o vosso coração

(Mateus 6:21)

Se você quiser que eu saiba onde está seu coração, mostre-


me seus hábitos de doação. Eu sei que é uma questão de
importância secundária, mas é por isso que recomendo
que pastores estejam familiarizados com os registros de
doações de sua congregação. Se você dá generosamente
à sua igreja, e eu sou seu pastor, eu sei que posso confiar
em você porque seu coração está no lugar certo.

Eu quero ajudar-lhe a ser um doador generoso.

O DÍZIMO

O primeiro e mais importante passo Bíblico para dar


generosamente é o dízimo, que significa simplesmente
dez por cento de sua renda. Tanto o Antigo como o Novo
Testamento ensinam que dar dez por cento é o ponto de
partida apropriado.

Provavelmente a passagem bíblica mais importante é


encontrada em Malaquias 3. Vamos dar uma olhada nela
por alguns instantes. Ela começa assim:

219
A G r a n d e T r a n sfe rê n cia d e R iq u ez a s

Roubará o homem a Deus? Todavia vós me


roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas alçadas

(Malaquias 3:8)

A premissa aqui é que o dízimo é dinheiro de Deus, não


seu. Se você guardá-lo, você rouba a Deus porque você
está retendo algo que legitimamente é Dele. Mas fica
ainda mais sério.
Com maldição sois amaldiçoados, porque
me roubais [...] Trazei todos os dízimos à
casa do tesouro

(Malaquias 3:10)

A Bíblia não usa a palavra “maldição” superficialmente.


Recusar-se a liberar o dízimo de Deus de volta para Ele
pode ser mais sério do que algumas pessoas pensam.
e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do
céu, e não derramar sobre vós uma bênção
tal, que dela vos advenha a maior abastança

(Malaquias 3:10)

Em todo lugar nos é dito que nunca devemos testar ou


tentar o Senhor. Isso seria verdade, a menos que o Senhor
nos diga especificamente o contrário. Aqui Ele convida-
nos a fazer “prova de mim” para vermos se dizimar não
abrirá a porta da prosperidade. Nós somos tolos se não
fizermos o que Ele pede.

220
A l g u n s P r in c íp io s B á sicos S o b r f. D ar c o m A l eg r ia

Por favor, não caia na armadilha de descartar isso como lei


do Antigo Testamento que não temos de obedecer porque
vivemos agora debaixo da graça do Novo Testamento.
Jesus e os apóstolos tinham a prática de dizimar. Como
sabemos? Eles eram bons judeus. O Antigo Testamento
era a única Bíblia que eles tinham. Bons judeus dizimam.
E o dízimo judaico remonta a antes da Lei ter vindo
através de Moisés, até seu pai Abraão, que dizimou para
Melquisedeque. Eis a história dos hebreus no Novo
Testamento:
Este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote
do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de
Abraão quando este regressava da matança
dos reis, e o abençoou, para quem Abraão
separou o dízimo de tudo

(Hebreus 7:1-2)

TUDO PERTENCE A DEUS?

Curiosamente, alguns líderes cristãos na verdade pregam


contra o dízimo. Eles não somente usam o argumento
espúrio de que o dízimo é lei do Antigo Testamento que é
antiquado, mas eles também assumem outra abordagem.
Eles dizem que dez por cento é muito pouco. Eles tentam
dizer-nos que Deus não possui apenas dez por cento
do que recebemos, mas que Ele possui cem por cento.
Eu ouvi que “tudo pertence a Deus” muitas vezes, mas
nunca consegui entender a lógica distorcida. Isso soa
tão religioso que a maioria das pessoas não pensaria
em questioná-lo. Até que levantamos a questão: Deus
não permite que os seres humanos tenham suas próprias
posses? Eu acho que Ele permite.

221
A G r a n d e T r a n sferên cia o f. R iquezas

É certo que Deus pode ser a fonte do que temos.


Mas Deus é um verdadeiro doador, não é? O que isto
significa? Significa que se eu lhe der algo mas sentir
que ele ainda é meu depois de dá-lo a você, eu não seria
um verdadeiro doador. A partir do momento que dou
algo a você, isso é sua posse, não é mais minha. Estou
bastante certo de que Deus quer que tenhamos critério
pessoal com o que fazemos com noventa por cento de
nossa renda. Não é mais de Deus, é nosso porque Ele nos
deu verdadeiramente. A medida que prosseguimos, farei
algumas boas sugestões sobre o que podemos fazer com
nossa cota, mas enquanto isso, é melhor não guardarmos
os dez por cento porque esta parte é de Deus, não nossa.

Isso é legalismo? Sim, acho que é. Mas é um legalismo


de bom senso e santificado. E como dirigir no lado direito
da estrada, ou pagar o imposto de renda, ou apertar
o cinto nos aviões — todas boas formas de legalismo.
Minha suspeita é que muito poucos daqueles que se
opõe ao dízimo deem até mesmo dez por cento de sua
renda. Isso pode tomar-se um pretexto. Há alguns anos,
o pesquisador George Bama descobriu que apenas nove
por cento dos cristãos nascidos de novo dizimavam sua
renda. Isso significa que noventa e um por cento não
dizimava! Não admira que seja tão difícil transformar o
mundo.

222
A l g u n s P r in c íp io s B ásicos S o b r e D ar c o m A le g r ia

OFERTAS

O legalismo cessa com o dízimo. Todas as outras formas


de dar são voluntárias e discricionárias. Mas doadores
generosos dão com alegria e, com frequência, mais de
dez por cento.

Veja a vantagem de dar ofertas generosas:


Dai, e dar-se-vos-á. Boa medida, recalcada,
sacudida e transbordante, generosamente
vos darão. Pois com a mesma medida com
que medirdes vos medirão também

(Lucas 6:38)

Tenha em mente que essas promessas extravagantes


aplicam-se somente quando você dá o seu dinheiro, não
quando você devolve a Deus o dinheiro Dele. Elas não se
aplicam ao dízimo, somente às ofertas. Você vê agora por
que é importante perceber que os noventa por cento são
realmente seus, e não de Deus? Somente se os noventa
por cento forem seus, você pode ofertar de seu próprio
dinheiro.

Ouvi alguns pregadores dizerem: “Você nunca deve


dar para ganhar”. Eu não entendo este raciocínio,
especialmente visto que a Bíblia nos diz que se dermos,
nos será dado de volta até em uma maior medida. Nossas
ofertas sempre são comparadas a sementes. Por que um
fazendeiro semeia sementes? Somente para ter mais de
volta.

223
A G r a n d f . T r a x s i t r h n u a o i ;. R i q i t :z a s

o que semeia pouco, pouco também ceifará,


e o que semeia com fartura, com fartura
também ceifará

(II Coríntios 9:6)

Ofertas podem não ser legalistas, mas elas certamente


são benéficas. Se você começa a colher com fartura, você
rapidamente toma-se alguém que dá com alegria!

PRIMÍCIAS

A maioria dos crentes está familiarizado com dízimos e


ofertas, mas não muito com primícias. Isso requer um
pouco mais de explicação.

Como uma experiência pessoal, Doris e eu sempre


dizimamos nossos salários em nossa igreja local,
atualmente o Centro Global Spheres em Corinth, Texas.
Além disso, nós regularmente ofertamos em vários
ministérios. Nós estávamos cientes, é claro, de que
a Bíblia ensina sobre dar as primícias, mas nós não
sabíamos exatamente o que isso significava. Por um
longo período, o melhor que podíamos achar é que nossos
dízimos e ofertas deveriam ser dados da primeira parte de
nossa renda, não da última, e sempre tentamos fazer isso.

Então, alguns anos atrás nos conectamos com Robert


Henderson. Na época, ele estudava a respeito de dar as
primícias, praticando-o em sua igreja, e ensinando-o a
outros. As ideias dele finalmente tomaram-se um livro,
The Caused Blessing (A Bênção Provocada), que é o

224
A l g u n s P r in c í p io s B á s ic o s So bre D ar c o m A l e g r i a

melhor livro sobre primícias com o qual me deparei.


Nele, ele ensina de modo convincente que as primícias
não estão diretamente conectadas com dízimos e ofertas,
mas estão além deles. Aqui está a primeira menção na
Bíblia:
As primícias dos primeiros frutos da tua terra
trarás à casa do Senhor teu Deus

(Êxodo 23:19)

Se você verificar sua concordância, você descobrirá que


elas são mencionadas 34 vezes no Antigo Testamento e 7
vezes no Novo Testamento.

Um dos capítulos mais instrutivos sobre primícias é


Números 18. A fim de entender o capítulo, é necessário
ter em mente de antemão que ele foi direcionado a Arão.
É Deus falando com Arão, que era o sumo sacerdote.
Esse capítulo nos ajuda a fazer a distinção entre o dízimo
e as primícias. Eis a diferença:

• Os dízimos vão para os Levitas, que eqüivaliam


mais ou menos aos pastores hoje.
Aos filhos de Levi dei todos os dízimos
em Israel por herança, pelo serviço que
exercem, o serviço da tenda da congregação

(Números 18:21)

• As primícias vão para Arão, o sumo sacerdote.


Todo o melhor do azeite, e todo o melhor
do mosto e do grão, as suas primícias que
derem ao Senhor, dei-as a ti.

(Números 18:12)
A G r w d k TR A N sn - .R h N O A d k R i q i k z a s

Nós damos as primícias para mostrar nossa apreciação


pelo aumento de Deus. A quantia ou porcentagem
das primícias não é legalista, mas é nossa percepção e
avaliação pessoal do que é o melhor de nosso aumento.
Em uma sociedade agrícola é o primeiro e o melhor de
cada nova colheita. Em uma sociedade industrial seria
a primeira porção de um aumento, um bônus, um novo
contrato, lucro sobre um investimento, uma herança
e coisas semelhantes. No Centro Global Spheres, nós
sistematizamos nossa doação das primícias com uma
celebração no início de cada mês hebraico, a lua nova,
chamado Rosh Kodesh. Nós realizamos uma celebração,
que acontece frequentemente no último sábado do mês,
para trazer as primícias, o primeiro e o melhor do que
esperamos receber naquele mês. Quando o fazemos, o
Centro de adoração fica cheio de pessoas que dão com
alegria!

Agora que estamos na Segunda Era Apostólica, acredito


que seja necessário aplicar a doação das primícias ao
alinhamento apostólico. Nós não temos nenhum sumo
sacerdote como Arão nestes dias, mas o apóstolo pode
ser considerado o equivalente do sumo sacerdote. Isso
vem de Hebreus 3:1:
Pelo que, santos irmãos, participantes
da vocação celestial, considerai a Jesus,
o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa
confissão.

Aqui Jesus é “Apóstolo”, que é um ofício do Novo


Testamento e também “Sumo Sacerdote”, que é um
ofício do Antigo Testamento. Considero que isso significa
que nós não daríamos mais nossas primícias para o

226
A l g u n s P r in c íp io s B á sicos S o b r e D ar c o m A l l g r ia

sumo sacerdote, mas, ao contrário, para o apóstolo, ou


apóstolos, com os quais estamos alinhados. Doris e eu
estamos alinhados com Chuck Pierce e o Global Spheres,
então é para lá que vão nossas primícias.
A Bíblia vincula uma promessa atrativa ao ato de dar as
primícias:
Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com
as primícias de toda a tua renda; então se
encherão os teus celeiros abundantemente, e
transbordarão de vinho os teus lagares
(Provérbios 3:9-10)

Não acho que possamos errar ao dar generosamente!

ESMOLAS

Dar esmolas é dar aos pobres e necessitados. “Esmolas”


é uma palavra do Novo Testamento, mas é um conceito
encontrado no Antigo Testamento também:
O que se compadece do pobre empresta
ao Senhor, e ele lhe recompensará o seu
beneficio.

(Provérbios 19:17)

Se lermos esta Escritura com cuidado, veremos que,


diferentemente de outras formas de dar, não podemos
esperar que o que damos aos pobres retome na mesma
medida, sacudida e transbordante. Esmolas não são
como sementes que são semeadas para multiplicar. Nós
não damos esmolas para receber algo. Quando damos

227
A G r a n d e T r a n s f e r ê n c i a d e R i q u f ./. as

esmolas aos pobres, o Senhor devolve apenas o que nós


damos, não mais.

Um bom exemplo de como Deus honra aqueles que


dão esmolas aos pobres é a história de Comélio, que,
podemos recordar, era um oficial do exército romano,
não um judeu nem um cristão. Eis a descrição:
Havia em Cesaréia um homem por nome
Comélio, centurião da corte chamada
italiana, piedoso e temente a Deus com toda
a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao
povo, e de contínuo orava a Deus

(Atos 10:1-2, ênfase acrescentada)

Nós sabemos que Deus estava enviando Pedro para levar


Comélio e sua casa a Cristo. A esta altura, levar um gentio
a Cristo era um evento tão incomum, que Deus escolheu
enviar um anjo para falar tanto com Comélio como com
Pedro com antecedência a fim de preparar o caminho.
Menciono isso apenas para destacar uma das coisas que
o anjo disse a Comélio:
Respondeu-lhe o anjo: As tuas orações e
as tuas esmolas têm subido para memorial
diante de Deus

(Atos 10:4, ênfase acrescentada)

Aparentemente, dar esmolas de forma generosa chama a


atenção de Deus e pode atrair o favor divino.

228
A l g u n s P r in c íp io s B á sicos S o b r e D ar c o m A l e g r ia

Diferentemente de outras formas de dar, as esmolas


têm um alerta vinculado a elas. O princípio é que você
mantenha a quantidade das esmolas que você dá como
um segredo. Não acho que signifique que você não pode
compartilhar com outros que você dá sim esmolas (Paulo
o disse, por exemplo, em Atos 24:17), mas somente que
você não diga quanto você dá. Os tradutores da versão The
New King James mudaram “esmolas” da antiga versão
King James para “atos de caridade” nesta passagem, mas
estou tomando a liberdade de usar “esmolas” :
Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante
dos homens, para serdes vistos por eles;
aliás, não tereis galardão junto de vosso
Pai, que está nos céus. [,..]Mas, quando tu
deres esmola, não saiba a tua mão esquerda
o que fa z a tua direita, para que a tua esmola
seja dada ocultamente, e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará publicamente.

(Mateus 6:1, 3-4, arc)

Tenho certeza de que pessoas diferentes irão aplicar esses


direcionamentos de maneiras diferentes. Não sinto que
haja necessidade de ser superlegalista sobre isso. Doris e
eu damos algumas de nossas esmolas aos pobres através
de organizações sem fins lucrativos como O Exército
da Salvação e Missões de Resgate. Nós também damos
diretamente às pessoas pobres sem qualquer dedução
de imposto. Visto que trabalhamos juntos, se um de nós
sente-se direcionado a dar a uma determinada pessoa
pobre, nós verificamos um com o outro a fim de não haver

229
A G r a n d e T ra n sfe r ê n c ia d e R iquezas

surpresas. Espero que isso não signifique que nossa mão


esquerda está sabendo o que faz nossa mão direita, mas
isso realmente ajuda a manter nosso casamento unido.
Contudo, nós não dizemos a ninguém sobre a quantia.

Permita-me fazer duas observações finais a respeito de


dar esmolas:

• Mais uma vez repetirei o princípio de que ao dar


esmolas, o que recebemos de volta é somente o
que damos.

• O alerta de segredo das esmolas não se aplica aos


dízimos, às ofertas, ou às primícias.

DAR GRADUALMENTE

Dar gradualmente é a forma mais avançada de dar.


Dízimos, ofertas, primícias e esmolas são para todos os
cristãos. Contudo, dar gradualmente provavelmente não
é para todos, é somente para alguns. Encorajo-o a ver se
este é o modo como você deve se conduzir.

Antes de continuar, quero explicar dois princípios do ato


de dar: o dom de dar e as modalidades do ato de dar.

• O Há um dom espiritual de dar, assim


d o m de d a r .

como há dons de evangelismo, ou administração,


ou misericórdia. Deus é Aquele que dá os dons e
Ele escolhe a quem dá-los. Uma passagem crucial
é Romanos 8 onde diz:

230
A l g u n s P r in c íp io s B ásicos S o b r e D ar c o m A l eg r ia

Portanto, usemos os nossos diferentes dons


de acordo com a graça que Deus nos deu

(Romanos 12:6, ntlh)

Como exemplos, ela enumera profecia e


ministério, ensino e exortação, e então
o que reparte, faça-o com liberalidade

(Romanos 12:8)

Mais adiante acrescenta-se liderança e


misericórdia. Dar é apenas mais um dom na lista.
Muitos entenderam que há algo como um dom
espiritual de dar que Deus dá a alguns crentes,
mas não a todos. (Tal qual expliquei a respeito
do dom da pobreza voluntária em um capítulo
anterior.) Você não precisa de um dom para
dízimos, ofertas, primícias ou esmolas. Mas acho
que você precisa de um para dar gradualmente
de modo sério. Menciono isso para não impor
inadvertidamente um peso de culpa sobre aqueles
que podem não ter o dom.

• M o d a l i d a d e s d o A t o d e D a r . Quando você
pensa a respeito, há uma gama de modalidades
do ato de dar que vai desde dar intencionalmente,
em uma ponta, até dar espontaneamente, na
outra. E então, há uma variedade de posições
nesse intervalo. Algum tempo atrás, pesquisei
vários doadores e descobri que a maioria deles
era intencional, alguns espontâneos, e alguns
estavam nesse intervalo. Doris e eu damos
intencionalmente em quase tudo. Em nossa divisão

231
A G r a n d e T r a n sferên cia d e R iq u ez a s

de trabalho familiar, eu pratico o ato de dar (após


uma consulta cuidadosa). Sou tão intencional
que mantenho uma conta corrente separada para
nossas doações, a qual chamo de “£ / Sembrador”
(“O Semeador” em espanhol) de modo que
eu saiba exatamente quanto está disponível a
qualquer tempo. Sempre que sou pago, minha
primeira transação é uma transferência telefônica
para El Sembrador. Nunca carrego o talão de
cheques dessa conta comigo, assim reduzo a
tentação de dar espontaneamente. Ao mesmo
tempo, sempre fico pasmo com alguns de meus
amigos mais proféticos que espontaneamente
puxam seus talões de cheques mais de uma vez
durante um único culto! Eles dizem “Eu dou o
que quer que o Senhor me diga!”

Agora, voltando ao dar gradualmente. O exemplo é de


uma história pessoal. Quando Doris e eu nos casamos,
nós prometemos ao Senhor e um ao outro que iríamos
dizimar, e assim fizemos, mesmo ao longo dos anos
como missionários vivendo com renda de subsistência.
Quando retomamos aos EUA em 1971, tivemos de
começar a preencher o formulário de declaração do
imposto de renda e, pela primeira vez, calculamos qual
era, na verdade, nossa doação para caridade. Ficamos
encantados ao descobrir que nossa doação era de 10.4
por cento no primeiro ano e 10.8 por cento no segundo
ano. Tínhamos superado nosso dízimo!

232
A i .g u n s P r i n c í p i o s B á s i c o s S o b r h D a r c o m A u .g r i a

Então veio um despertar bruto. Ele veio no outono de


1975 quando nosso pastor na Lake Avenue Church, Ray
Ortlund, pregava seu sermão anual sobre o ato de dar.
Entre outras coisas, ele disse: “Farei algo esta manhã
pela primeira vez. Deus indicou que eu deveria dizer-lhes
quanto Anne e eu damos. Está certo. Anne e eu damos 25
por cento antes de tudo”. Vinte e cinco por cento?

Doris e eu fomos para casa e conversamos sobre isso.


Nossos 10.8 por cento não soava mais tão bom! Foi quando
o Espírito Santo começou a falar conosco a respeito de
dar gradualmente. Nos EUA nós temos imposto de renda
graduado. Quanto mais alta for a nossa renda, maior a
porcentagem de nosso imposto. Por que não fazer o
mesmo com nosso ato de dar? Todo ano que nossa renda
aumentasse, deveríamos aumentar a porcentagem do
que damos. Nós começamos aumentando em 1, 2 ou até
mesmo 3 por cento. Ficamos felizes quando passamos
os vinte e cinco por cento dos Ortlunds e finalmente
chegamos a quarenta por cento de toda nossa renda,
incluindo presentes. Então sentimos que estávamos bem
e desde então nos mantivemos nesse patamar.

Por muito tempo mantemos isso em segredo. Então, em


2011 surgiu o assunto quando estávamos em uma reunião
com um grupo de apóstolos mais próximos, e muitos de
nós concordamos que podia ser o tempo de ir a público a
fim de encorajar outros no Corpo de Cristo a considerar
o ato de dar gradualmente. Entre aqueles que estavam
prontos para agir assim, um casal nos disse que eles
davam, pelo menos, cinqüenta e um por cento, às vezes
mais, outro casal alcançara cinqüenta por cento em 2010,
depois cinqüenta e nove por cento em 2013, outro dá
regularmente acima de cinqüenta por cento, outra dava
quarenta e seis por cento em 2010, curiosamente, todos
estavam acima dos quarenta por cento dos Wagners.

233
A G r a n d e T r a n s i i -.r í -.m i \ n u R i q n : / . A s

Quero repetir que esta seção não tem a intenção de


colocar em ninguém um peso de culpa, mas sei que isso
irá estimular alguns a começar a dar gradualmente. Uma
coisa que posso prometer é que todos os que o fizerem,
acabarão sendo alguém que dá com alegria!

ACUMULE OS MEIOS PARA DAR

Não é preciso dizer que quanto mais você tem, mais


você pode dar. Acredito que John Wesley tem alguns
bons conselhos para nós. Por anos tenho ouvido palavras
atribuídas a John Wesley parecidas com isso: Faça tudo
o que você puder, economize tudo o que você puder, dê
tudo o que você puder. Soa quase como um provérbio
bíblico!

1. F aça tudo o que você puder. Desenvolva uma


ética de trabalho. Consiga um trabalho que pague
o máximo possível, e consiga as promoções que
cruzarem o seu caminho. Assegure-se de estar
liberto do espírito de pobreza. Meu conselho é
estabelecer como objetivo cinco fluxos de renda
pessoal. Você pode ter apenas um agora, mas pelo
menos você está vinte por cento em direção ao
seu alvo. Nem todos ficarão ricos, mas quando as
oportunidades aparecerem, aproveite-as. Quanto
mais rico você for, mais você pode dar com
alegria.

234
A l g u n s P r in c íp io s B á sicos S o br f. D ar c o m A llgr ja

2. t u d o o q u e v o c ê p u d e r . Mesmo
E c o n o m iz e
que seja apenas um pouco, desenvolva o hábito
de colocar algum dinheiro em uma poupança
que você prometa não tocar. Conheço algumas
pessoas que dizimam dez por cento e guardam
dez por cento. Contrate um planejador financeiro
profissional que ajudará a mantê-lo responsável.
Mesmo que você seja jovem, contrate um
advogado de família que lhe ajudará a planejar
suas posses para que elas cheguem, por fim, à
sua escolha de beneficiários ao invés de ir para o
governo.

3. D ê t u d o o q u e v o c ê p u d e r . N ós vimos esta
Escritura antes, mas devemos tê-la sempre em
mente:
E Deus é poderoso para fa zer abundar em
vós toda a graça, afim de que tendo sempre,
em tudo, toda a suficiência, abundeis em
toda boa obra

(II Coríntios 9:8)

As duas palavras-chaves são “suficiência” e


“abundância.” A “suficiência” é qualquer coisa
que você precise, e a “abundância” é o que você
tem de sobra para dar a toda boa obra.

Junte tudo isso, e você dará com alegria. Veja II Coríntios


9:11:
Em tudo sereis enriquecidos para toda a
generosidade, a qual fa z que p o r nós se deem
graças a Deus.

235
A G r a n d e T ransi e r é n c ia ni: R iq u e z a s

Você é enriquecido, mas para quê? Para toda liberalidade,


significando que você tem bastante para dar. E sempre
que este for o caso, você dá graças a Deus — colocando
de maneira simples, você é alguém que dá com alegria!

236
a pên d ice
COMO ESTABELECER UM FUNDO
DE RECEITA MINISTERIAL

Se você deseja estabelecer um fundo de receita


ministerial como sugeri, aqui estão algumas orientações
para dar-lhe uma ideia geral de como comportar-se.
Contudo, recomendo veementemente que você não tente
fazê-lo sozinho. Seu primeiro passo deve ser contratar
um advogado corporativo, se você ainda não tiver um.
Você pode querer examinar essas orientações com seu
advogado, mas ele ou ela deve ter a palavra final. Leis
que dizem respeito a transações financeiras variam de
estado para estado, então o melhor plano é encontrar um
advogado do seu estado, preferivelmente próximo ao seu
escritório ministerial.

O fundo de receita ministerial é projetado para


receber finanças dos Provedores identificados como
“investimentos de caridade.” Este termo os distingue de
doações tradicionais para o ministério. “Investimentos de
caridade” são na verdade contribuições para o ministério
A G r a x d t . T r a x s i h R Í . x c i \ m-, R iq i k z a s

pelas quais os Provedores recebem recibos de imposto


dedutível normal. Contudo elas são contribuições restritas,
designadas somente para o fundo de receita ministerial.
O Provedor, ou o “investidor” recebe a garantia de que o
propósito destes fundos será honrado e de que eles não
serão usados para despesas gerais. O dinheiro no fundo
de receita será administrado da maneira que o ministério
direcionar, e somente os lucros gerados pelo fundo serão
usados a critério do ministério.

Para emprestar alguns princípios do Monte dos Negócios,


o “investidor” receberá relatórios de nível profissional
regulares sobre o desempenho dos fundos nas mãos
dos Administradores, bem como relatórios sobre como
o ministério utiliza a renda do fundo. Tenhamos em
mente que o objetivo é que a renda do fundo de receita
ministerial cubra as despesas operacionais do ministério.

Eis uma lista para certificar-se de que o ministério


está preparado para um financiamento baseado em
rendimento:

■S Os líderes do ministério são apostólicos. Eles


são indivíduos de considerável caráter e são os
líderes práticos e impulsionadores da visão do seu
ministério.

■S A liderança do ministério está de acordo com


o que chamei de “Filantropia Estratégica para
Distribuição Apostólica.”

S Os assuntos legais do ministério estão em ordem e


o ministério contratou um advogado corporativo.

240
A pên d ic e

•S As finanças do ministério estão sujeitas a


uma auditoria anual realizada por um auditor
independente.

■f Se possível, o ministério é um membro ativo


do Conselho Evangélico de Responsabilidade
Financeira (ECFA, na sigla em inglês).

Com essas coisas em ordem, estabeleça seu fundo de


receita ministerial. Sugiro que o nome do fundo carregue
o acrônimo de seu ministério. Por exemplo, se você é
Ministério Glória Radiante (MGR), seu fundo poderia
ser Fundo de Receita MGR. Faça com que seu advogado
lhe oriente ao longo do processo legal de estabelecer o
fundo como um nome fantasia de seu ministério. Não
indico uma empresa separada. O Fundo de Receita MGR
seria um nome fantasia do Ministério Glória Radiante.
Isso precisa da aprovação da sua Diretoria.

Abra uma conta bancária discreta para seu fundo de


receita e mantenha um conjunto de livros separados para
ela. Não misture fundos. Se você possui um ministério
internacional, assegure-se de que seu banco possa
manusear tanto as transações eletrônicas domésticas,
quanto as internacionais para sua conta. Visto que é um
nome fantasia, a verba estará debaixo da estrutura legal
do seu ministério e será parte de sua auditoria ministerial
anual.

241
A G r \ ndi -: T r w s i í r k \( i \ m . R iq u -./as

Estabeleça a base para um sistema regular de relatório de


responsabilidade para aqueles que “investem”. Projete os
relatórios em um formato do Monte dos Negócios a fim
de que cada “investidor” receba algo como um relatório
que eles esperariam do Merrill-Lynch ou da Charles
Schwab.

Seu Conselho Diretor precisa aprovar uma política oficial


de investimentos. Você e seu advogado podem ajustar isso
conforme o desejado, mas aqui está um exemplo para sua
informação. Ele é projetado para ser tão específico quanto
necessário, mas também para permitir interpretações um
tanto amplas.

POLÍTICA DE INVESTIMENTO DO
MINISTÉRIO GLÓRIA RADIANTE

E s b o ç o d a P o l í t i c a d e I n v e s t i m e n t o - Esta declaração
de política de investimento concerne a reservas
excedentes não requeridas para fins operacionais a curto
prazo ou para contribuições especificamente designadas
para investimento ministerial.

P r o pó sito da P o l ít ic a de - Esta
I n v estim en to
declaração de política de investimento é apresentada pelo
Conselho Diretor do Ministério Glória Radiante (MGR)
com o fim de:

1. Defina e determine as responsabilidades de todas


as partes envolvidas.

242
A pú n d ici;

2. Estabeleça um entendimento claro para todas as


partes envolvidas dos alvos de investimento e
objetivos para o MGR.

3. Ofereça orientação e limitações a todos os


Administradores de Investimentos referentes ao
investimento dos ativos.

4. Estabeleça uma base para avaliar os resultados do


investimento.

5. Delineie a filosofia e postura que irão conduzir


a administração do investimento dos ativos na
direção dos resultados desejados.

DELEGAÇÃO DE AUTORIDADE

O Comitê de Investimento do MGR é responsável por


direcionar e monitorar a administração de investimento
de ativos. Como tal o Comitê de Investimento está
autorizado a delegar determinadas responsabilidades
a profissionais especializados em várias áreas. Estas
incluem, entre outros, consultores em administração
de investimento, administradores de investimento,
custodiantes, advogados, auditores, atuários, e outros
julgados adequados para cumprir a responsabilidade
fiduciária do Comitê de Investimento do MGR.

O Comitê de Investimento MGR não guardará qualquer


controle sobre decisões de investimento, à exceção
de limitações específicas descritas nesta declaração.

243
A G r a n d e T r w se e rf.n c ia d f R iq u ezas

Administradores serão considerados responsáveis e


responderão por alcançar os objetivos declarados nesta
política. Apesar de não se julgar que as limitações venham
a atrapalhar os Administradores de Investimento, cada
Administrador deve solicitar as modificações julgadas
adequadas.

RESPONSABILIDADES DO COMITÊ
DE INVESTIMENTO

O Comitê de Investimento está encarregado da


responsabilidade de administrar os ativos do Fundo
de Receita MGR. As responsabilidades específicas do
Comitê de Investimento relacionadas à administração de
investimento dos ativos incluem:

1. Comunique oportunamente as necessidades


financeiras do MGR aos Administradores de
Investimento.

2. Determine a tolerância ao risco e o horizonte de


investimento do MGR e comunique-os às partes
adequadas.

3. Estabeleça objetivos de investimento, diretrizes


políticas e destinação de verbas razoáveis e
consistentes que direcionarão o investimento dos
ativos, a serem revistos anualmente.

4. Selecione de modo prudente e diligente,


profissionais de investimento qualificados, inclusive
Administrador(es) de Investimento, Consultor(es)
de Investimento e Custodiante(s).

244
A pèn dich .

5. Avalie regularmente o desempenho do(s)


Administrador(es) de Investimento para garantir
adesão às diretrizes políticas e para monitorar o
processo objetivo de investimento.

6. Desenvolva e promulgue procedimentos de


controle adequados: por exemplo, substituir
o Administrador de Investimento devido a
uma mudança fundamental no processo de
administração de investimento, ou por fracasso
para cumprir com as diretrizes estabelecidas.

7. Destine os ganhos do Fundo de Receita MGR.

8. Relate no encontro semianual do Conselho


Diretor do MGR o desempenho do Fundo de
Receita MGR e a destinação de seus ganhos.

RESPONSABILIDADES DOS
ADMINISTRADORES DE INVESTIMENTO

Cada Administrador de Investimento terá total critério ao


tomar decisões de investimento para os ativos colocados
sob sua jurisdição, enquanto observa e opera dentro
de todas as políticas, diretrizes, restrições e filosofias
delineadas nesta declaração. As responsabilidades
específicas do(s) Administrador(es) de Investimento
incluem:

1. Administração de investimento discricionária,


inclusive decisões de comprar, vender ou reter
títulos individuais, e de alterar a destinação dentro
das diretrizes estabelecidas nesta declaração.

245
A G r a n d e T r a n m k r é n c i a n r; R i q u e z a s

2. Relatar, oportunamente, os resultados mensais do


desempenho do investimento.

3. Comunicar qualquer mudança maior no


panorama econômico, estratégia de investimento,
ou quaisquer outros fatores que afetem a
implementação do processo de investimento,
ou o progresso objetivo de investimento da
administração do investimento do MGR.

4. Informar o Comitê de Investimento MGR de


qualquer mudança qualitativa na organização
da administração do investimento. Exemplos
incluem mudanças no pessoal da administração
do portfólio, estrutura de propriedade, filosofia de
investimento, etc.

PRINCÍPIOS GERAIS DE INVESTIMENTO

1. Investimentos devem ser feitos somente para


alcançar retornos substancialmente maiores do
que a taxa de inflação para aumentar o poder de
compra dos ativos do Fundo de Receita MGR.

2. Os ativos devem ser investidos com cuidado,


habilidade, prudência e diligência nessas
circunstâncias, do mesmo modo que uma pessoa
prudente, com a mesma capacidade e familiar
com tais assuntos, agiria com os investimentos de
um fundo de caráter e alvos semelhantes.

3. O investimento dos ativos deve ser bem


diversificado a ponto de minimizar o risco de
grandes perdas, a menos que nessas circunstâncias
seja claramente prudente não fazê-lo.

246
Al>H\DICK

4. O Comitê de Investimento pode empregar um ou


mais Administradores de Investimento de estilos
e filosofias variadas para alcançar os objetivos do
Fundo de Receita MGR.

5. O dinheiro deve ser constantemente utilizado


de modo produtivo, por meio de investimentos
em equivalentes de caixa a curto prazo para
demonstrar segurança, liquidez e retomo.

6. Todas as compras de títulos serão para o caixa,


e não haverá operações de margem, venda
a descoberto, transações de mercadoria, ou
transações de hedge.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Como um meio de satisfazer as necessidades do


MGR e de beneficiar a sociedade em geral, o Comitê
de Investimento estabeleceu restrições no portfólio.
Especificamente, o investimento direto em empresas que
lidam com produtos do tabaco, pornográficos, materiais
indecentes ou obscenos ou fornecimento de serviços para
aborto é proibido. Isto não restringe investimento em
fundos mútuos que possam incluir algumas das empresas
previamente descritas.

247
A G rwdí T r w m i ri \< i \ d i . Riqi hxas

OBJETIVOS DE INVESTIMENTO

O objetivo de investimento do Fundo de Receita


MGR enfatiza retomo total; que é o retomo agregado
de valorização do capital e juros e dividendos.
Especificamente, o objetivo primário da administração
do portfólio total é a realização de uma média
substancialmente acima da taxa de inflação. Volatilidade
de curto prazo será tolerada na medida em que esteja
consistente com a volatilidade do índice do mercado
comparável. Este objetivo de investimento aplica-se aos
ativos agregados e não deve ser imposto a cada conta de
investimento (caso mais de uma conta seja usada). Um
alvo específico de cada Administrador de Investimento
deve ser:

1. Satisfazer ou exceder o índice de mercado, ou


o índice combinado de mercado, selecionado
e acordado pelo Comitê de Investimento que
mais corresponda ao estilo de administração de
investimento.

2. Mostrar um nível de risco global no portfólio


que seja consistente com o risco associado no
benchmark acima especificado.

Alvos e restrições de investimento específicos para cada


Administrador de Investimento, se houver algum, devem
ser acordados pelo Administrador de Investimento e pelo
Comitê de Investimento MGR e devem ser incorporados
como parte desta política de investimento.

248
A í> í:\ n u : i

Esta declaração de política de investimento é formalmente


adotada por voto do Conselho Diretor do MGR em —
data especificada.

Uma vez que a política de investimento seja aprovada,


o Conselho Diretor precisa nomear um Comitê de
Investimento para assumir as responsabilidades descritas
na norma de conduta.

249
NOTAS
C a p ít u l o 01
1. Ed S ilv o so , Transform ation, (Ventura CA: R egai B o o k s, 2 0 0 7 ),
p. 38.

2. C hristianity Today, setem bro de 2 0 1 3 , p. 12.

3.C in dy Jacobs, M anifesto da R eform a (S ão Paulo, SP: Editora


Vida, 2 0 1 2 ), p. 21.

4.Para um a exp lica çã o m ais com pleta sobre isso , recom endo aos
leitores o m eu livro, A ssim na Terra C om o no C éu, publicado pela
editora Sete M ontes.

5.1 9 4 9 M inutas do C on selh o Geral das A ssem b leia s de D eus,


R esolu ção 7: “T he N e w Order o f the Latter R ain,” e “Endtim e
R evival— Spirit-Led and Spirit Controlled: A R esp on se Paper to
R esolution 16,” su b d ivisão “ D eviant T eachings D isap p roved ,”
em itidas p elo Presbitério Geral do C on selh o Geral das A ssem b leia s
de D eu s, 11 de agosto de 2 0 0 0 . A m bas estão d isp o n ív eis pela
A ssem b leia de D eu s, 1445 B o o n v ille A ven u e, Springfield MO
65802.

6 .Para m ais con sid erações m inhas sobre este tem a veja m eu livro,
A p óstolos nos D ias de H oje, publicado pela editora Sete M ontes.

7 .Para m ais inform ações sobre este tem a veja m eu livro, O s C ristãos
no A m bien te de Trabalho (Editora Vida).

8.Para inform ações sobre batalha espiritual de n ível estratégico veja


Oração de Guerra de C. Peter W agner (B om pastor), P ossuindo as
Portas do Inim igo de C indy Jacobs (A to s), e A uthority to Tread: An
Intercessor’s G uide to S trategic-L evel Spiritual Warfare de R ebecca
G reenw ood (C hosen B ooks).

9.L ance W allnau, “O M andato dos Sete M o n tes,” In: A Prom essa
dos R eform adores, com p ilad o por C hé Ahn (B e lo H orizonte, MG:
Sete M ontes, 20 1 1 ), p. 222.

lO .Steven Pinker, O s A n jos B on s da N o ssa Natureza: Por Q ue a


V iolên cia D im inuiu (S ão Paulo: C om panhia das Letras, 201 3).
ll.L a u r e n c e Chandy, N atasha L edlie, e Veronika P enciakova,
“The Final C ountdown: Prospects for E nding Extrem e Poverty by
2 0 3 0 ,” The B rookings Institution, 1775 M assachusetts A venue, NW,
W ashington DC 2 0036.

C a p ít u l o 0 3
H .C h u c k Pierce e R ebecca W agner S ytsem a, A Futura Guerra da
Igreja (Curitiba, PR: Shofar, 2 0 0 7 ), p. 160.

13.1bid, p. 161.

14.1bid, p. 162.

15.1bid, p. 164.

C a p ít u l o 0 4
1 6 .Barbara W entroble, “God Is D oin g S om ething N e w ,” IbM
N ew sletter, January, p. 1.

17.M ark Pfeifer, Breaking the Spirit o f P overty (C h illicoth e OH:


S O M A , Inc., 2 0 0 6 ), p. 6.

1 8.P ew R esearch S ocial & D em ographic Trends, “Are We Happy


Y et?” February 13, 2 0 0 6 , h ttp ://p ew socialtren d s.org/files/2010/10/
A reW eH appyY et.pdf. O s resultados que cito neste estudo foram
extraídos deste relatório.

19.M ark Gorm an, G o d ’s Plan for Prosperity (N ew Orleans LA:


Mark G orm an), p .5.

20.C huck Pierce and Robert H eidler, R estoring Your Shield o f Faith
(Ventura CA: R egai b ook s, 2 0 0 4 ), p. 23.
2 1 .C. Peter Wagner, D escubra Seus D on s Espirituais (A bba Press,
1995, 2a E d.), p. 97. U m questionário de autoclassificação tam bém
está disp onível.

22.Larry H uch, Finalm ente Livre (Editora M otivar, 2 0 0 6 ) p. 132.

252
23.Laura N ash e S cotty M cL ennan, Church on Sunday, Work on
M onday (San Francisco CA: J essy -B a ss, 2 0 0 2 ), p. 128.

2 4 .1 b id .,p . 129.

25.John D aw son , R econquiste Sua C idade para D eu s (Editora


Betânia, 1995), pp. 16-17.

2 6 .Esta história é do m eu livro O s C ristãos e o A m b ien te de Trabalho


(Editora Vida, 2 0 0 7 ) pp. 72 -7 4 .

C a p ít u l o 0 5
27.D on ald A . Hagner, M atthew 14-28, Vol. 3 3 B de Word B iblical
C om m entary (N ash v ille T N , T hom as N elso n Publishers, 1995) pp.
73 4 ,7 3 7 .

C a p ít u l o 0 6
2 8 .C. Peter Wagner, D escubra S eus D on s Espirituais (S ão P aulo, SP:
A bba Press, 1995, 2 a ed .), p. 97.

29.Jane H am on, The Cyrus D ecree (Santa R osa B each FL: Christian
International M inistries N etw ork, 2 0 0 1 ), p. 114.

30.Para detalhes veja The B o o k o f A cts: A C om m entary de C. Peter


W agner (Ventura C A , R egai B ook s, 2 0 0 8 ), p. 361.

3 1 .Ed S ilv o so , U n gid o Para os N e g ó c io s (W illem B o o k s, 2 0 0 3 ), p.


75.

3 2 .“Greaterlands: G od Is Taking U s to N e w H eigh ts,” d ocum ento


de circulação privada do fundo Greaterlands de Tampa, Flórida, sem
data.

253
Capítulo 07
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C a p ít u l o 0 9
4 0 .D e se n v o lv o esse s co n ceito s sobre dons espirituais em m eu livro
D escubra Seus D on s Espirituais. E le p ossui um questionário com
135 perguntas para ajudá-lo a saber quais são seus dons espirituais.

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Capítulo 10
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