Você está na página 1de 7

INDUÇÃO MATEMÁTICA

Muitas vezes queremos mostrar propriedades que sejam válidas para todos os números
naturais. Para isso existe esquema que se chama esquema de indução matemática, que
consiste em dois passos fundamentais a saber:
PRIMEIRO: P(0) - consiste em verificar se a propriedade P(n) é válida.
SEGUNDO: P ( n  1) - consiste em supor que a propriedade P(n) é válida para
n .Temos que mostrar que P(n)  P(n  1) , ou seja temos que mostrar se P(n) for
verdadeira então também P ( n  1) é verdadeiro.
Exemplo: Mostra que n 3  2n é divisível por 3 para n  IN

P(n) : 3 / n 3  2n; n  IN
Passo 1: Verificar P(0)  3 / 03  2  0
P ( 0)  3 / 0 V
Passo 2: P (n  1) : supor que P(n) seja verdadeiro, ou seja é verdade que 3 / n 3  2n para
certo n .
Mostrar que P(n)  P(n  1) , ou seja, mostrar que se P(n) ocorre então P ( n  1)
também ocorre.
Supor que P(n) : 3 / n 3  2n mostrar que P(n  1) : 3 /(n  1) 3  2(n  1)
3 / n 3  3n 2  3n  1  2n  2
3 / n 3  2n  3n 2  3n  3
3 / n 3  2n  3(n 2  n  1)

n 3  2n é divisível por 3 pela suposição e 3(n 2  n  1) é divisível por 3 porque é


múltiplo de 3.
A soma de 3n 3  2n  3(n 2  n  1) é também divisível por 3.
P(n) é verdade para certo n .

Tarefa: Mostra que 2 / 2n  1 por indução

Exemplo: Mostra que 2 n  1  n ; n  IN


Demonstração
Passo 1: verificar P(n) : P(0) : 2 0  1  0
11 V
Passo 2: supõe que P(n) é verdadeiro para certo n , ou seja 2 n  1  n .
Mostrar que : P(n)  P(n  1)
P ( n  1) : 2 n1  1  (n  1)

2 n1  n  2
Observe o membro esquerdo: 2 n1  2  2 n  2(1  n)
2  2 n  2n  2
2n  2  n  2
nn2n2
n0
2  2n  2
n 1

  2 n1  n  2
2n  2  n  2
Conclusão: 2 n  1  n ; n  IN

Ex: Mostra por indução matemática que:


2 0  21  2 2  23  2 4  ......  2 n1  2 n  1
n 1
P ( n) :  2 k  2 n  1
k 0
0
Passo 1: verificar P (1) : 2
k 0
k
 21  1

20  2  1
11
n 1
Passo 2: supor que P(n) é verdadeiro para certo P(n) ou seja 2
k 0
k
 2n  1

Temos que mostrar que: P(n)  P(n  1) ou seja:

n 11 n

2
k 0
k
 2 n1   2 k  2 n1  1
k 0
n
P ( n  1) :  2 k  2  2 n  1
k 0
n n 1

 2k   2k  2n  2n  1  2n
k 0 k 0
pela suposição
Temos que mostrar que 2n  1  2n é coincidente com 2n  1  2n  2  2n  1
Será que 2 n  2 n  2  2 n  1
2  2n  2  2n V

 P (1)verifica 
Conclusão:   P(n) é verdadeiro para n  1
 P (n)  P (n  1) 
Exercícios
1- Quais são para si as idéias principais da indução matemática?
2- Use o método de indução matemática para mostrar que:
n
3 1
a)    1  n
2 2
n
1
b)   2 n 1
k 1 k
n
5 1
c)    1  n
4 4
n
n(n  1)
d)  k 
k 1 2
n
n(n  1)(2n  1)
e)  k 2 
k 1 2
2
n
 n 
f)  k   k 
3

k 1  k 1 
3- Usa a indução matemática para mostrar :
n
1 1
a)  2  2 
k 1 k n
n
k n2
b)  k  2  n
k 1 2 2
4- Verifique se é verdade para n  IN
a) 2 n  1  n
n
3 1
b)    1  n
2 2
n
5 1
c)    1  n
4 4
n
1 1
d)    1  n
2 2
e) De uma forma geral

5- Mostre que:
n3
a) 12  2 2  32  .....  (n  1) 2 
 12  2 2  .....  n 2
3
n4
b) 1  2  3  .....  (n  1) 
3 3 3 3
 13  23  .....  n 3
4
1
c) 2 n  1  n   2 n  n  1 se n  1
n
SUCESSÕES NUMÉRICAS

Uma sucessão é uma função de IN qualquer conjunto. Na indução matemática


trabalhamos com sucessões de proposições.
P : IN  { conjuto de proposições}
Uma sucessão de números reais, é uma função de IN  IR , ou seja é mua função cujo
domínio é IN e contradomínio um subconjunto de IR .
A imagem do número IN é indicado por a n . A esta imagem chama-se terra de sucessões.
O objecto n chama-se ordem da sucessão.
Ex:. an  3n  1 chama-se termo geral da sucessão
a1  2 , a2  4 , a3  8

A sucessão a indica-se por (an ) n  IN ou a ou 2,4,8.... an 
n  1

Representação de sucessões
1) Por meio de um termo geral.
Ex:. an  3n  1 , bn  3
2) Por indicar alguns dos seus elementos julgados suficientes para indicar no leitor a idéia
de como se obtém.
Ex:. 3,5,7,9,11,13,15....
2,4,6,8,10,12,14...
3) Por meio da fómula recurssiva (recorrente).
a0  1
  2a n
an1
a 0  1 a 0  1
  2a 2 
a11 a 2  4
a2  2a1  4,
a3  2a2  8
a4  2a3  16,
b0  1

Tarefa 1: Dada sucessão b1  1 e determine:
b  b  b
 n1 n 1 n

a) Os termos da sucessão.
b) Esboce o gráfico da sucessão.
c) O domínio
d) O contradomínio.

Tarefa 2: Esboce os gráficos das sucessões que começam da seguinte maneira.


a) a0  0, a1  1, a2  4, a3  9.......... ..an  n2
b) b0  9, b1  16, b2  25, b3  36.......
c) c0  5, c1  6, c2  9, c3  14, c4  21, c5  36...
d) d 0  0, d1  4, d 2  16, a3  36, d 4  64, d 5  100....
Observe que a relação entre (an ) n  IN e (bn )n  IN
a3  9  b0
a4  16  b1
a5  25  b2
a6  36  b3
O gráfico de b é uma translaçào do gráfico de n três unidades a esquerda, ou seja
bn  an3  (n  3) 2

Não mudamos o CD da sucessão a apenas apagamos alguns termos mantendo a ordem


dos restantes termos e sua infinidade. Dizemos que b é uma subsucessão da sucessão a .
Qual a relação que existe entre a e c ?
Esboçando o gráfico de c descobrimos que c é uma translação do gráfico de a 5
nuidades para cima.
c0  a 0  5
c1  a1  5
c2  a 2  5
c3  a3  5
cn  a n  5
cn  n 2  5
Observe que aqui mudamos o CD da sucessão a . A sucessão c não é subsucessão da
sucessão a .

Tarefa 3: Descubra a relação entre d e a .

Uma subsucessão obtém –se de uma sucessão apagando alguns termos, mas não pode
haver a mudança de ordem nem a repetição de termos, nem o acréscimo de novos termos.
O número de termos deve continuar infinito.

Tarefa 4: Através da análise do padrão descubra o termo geral.


a : 1,3,6,10,15, ,21,28,36,45,55......
b : 1,6,15,28,45,66,.........
c : 1,4,10,20,35,56,84,
1 1 1 1 1 1 1 1 1
d : d 0  , d1  , d 2  , d 3  , d4  .d 5  , d6  , d 7  , d8  ....
4 10 18 28 40 54 70 88 108
1 1 1 1 1 1 1
e : e0  , e1  , e2  , e3  , e4  , e5  , e6  ........
18 28 40 54 70 88 108
PRINCÍPIO DOS SUPREMOS E ÍNFIMOS

Seja C um conjunto de números reais não vazios. Um número M chama-se Majorante


de C se para qualquer número c em C , o número M é maior ou igual a c , ou seja,
se c  Cc  M  então M é Majorante de C .
Ex:. Seja o conjunto 0;1
Majorantes de C : 1,2,3,4,5,6,7,8,9, 98 ,......
Seja C um conjunto de números reais não vazios.Um número m chama-se minorante de
C se para qualquer número c em C , o número m é menor ou igual a c , ou seja,
Se c  Cc  m então m é minorante de C .
Ex:. Seja o conjunto 0;1
Minorarante de C : 0,1,2,31,101,.....
Tarefa 5: Seja dado o conjunto C = 0;1 determine:
a) Majorante de C .
b) Minorante de C .
Tarefa 6: Seja o conjunto IN determine:
a) Majorante de C .
b) Minorante de C .

PRINCÍPIO DOS SUPREMOS E ÍNFIMOS

Se um conjunto C não vazio tem majorantes, então tem menor majorante.


Se um conjunto C não vazio tem minorantes, então tem maior minorante.
O menor majorante chama-se supremo de C . Escreve-se Sup C .
O maior minorante chama-se ínfimo de C . Escreve-se ínf C .
Ex:. Do conjunto C = 0;1
Sup C =1
Ínf C =0
Tarefa 7: Dado o conjunto C = 0;1 determine:
a) Sup C .
b) ínf C .

MÁXIMOS E MÍNIMOS

Se o supremo de C for elemento de C , então este supremo chama-se máximo de C , e


escreve-se max C .
Se o ínfimo de C for elemento de C , então este ínfimo chama-se mínimo de C , e
escreve-se min C .
n 1
Tarefa 8: O conjunto C dos números da forma ( n  IN ) ou seja
n
n 1 
C= / n  IN * 
 n 
a) Indica o conjunto dos majorantes de C .
b) Indica o conjunto dos minorantes de C .
c) Indica o conjunto máximo de C se existir.
d) Indica o conjunto mínimo de C se existir.
e) Mostre que 0,95 é majorante de C .
Tarefa 9: Determine se existirem supremo, ínfimo, máximo e mínimo dos dos seguintes
conjuntos.
a) Q 
b) 0;
c) 0;2
d) O conjunto dos números racionais maiores do que 2 .
1 
e)  ;3
2 
f) O conjunto CDg das imagens de g (x) da função g : IR  IR , g ( x)  x 2  3x  3
g) O conjunto CDf das imagens de f (x ) da função f : 0;  IR , f ( x ) 
1
x
Dica: Esboce o conjunto para cada caso.

Você também pode gostar