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RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS

UNIDADE 1

TÓPICO 1

1. Demonstre através do método de indução que, para qualquer número natural


n,

n  n  1
a) 1  2  3  ...  n 
2

RESOLUÇÃO

n  n  1
Vamos mostrar que 1  2  3  ...  n  qualquer que seja n um número
2
natural

Primeiro passo: mostrar que vale para n =1.

1 2 1 1  1
P(1) : 1  
2 2

Suponhamos agora que a afirmação vale para n = k

k  k  1
P(k ) : 1  2  3  ...  k 
2

Vamos agora mostrar P(k+1):

k  k  1

1 
23 ...k  (k  1)   (k  1)
2

k  k  1  2(k  1)

2

k  2k  1
2

k  1k  2
2
Como k foi suposto qualquer número natural, segue que a propriedade vale para
qualquer número natural n, CQD.

b) 2n  n

Vamos mostrar que 2n  n qualquer que seja n um número natural

Primeiro passo: mostrar que vale para n =1.

P(1) : 21  2  1

Suponhamos agora que a afirmação vale para n = k

P(k) : 2k  k

Vamos agora mostrar P(k+1):

2k  1  2
 2  k 2  k  k  k 1
k

Como k foi suposto qualquer número natural, segue que a propriedade vale para
qualquer número natural n, CQD.

2. Demonstre os resultados a seguir através da demonstração direta que, dados


a e b dois números reais quaisquer,

a) a  b  a  b .

Sejam a e b dois números reais quaisquer. Sabemos que o módulo de um número real
é sempre positivo. Assim, não importa se a – b> 0 ou se a – b < 0,

a  b2  a  b 2  0 . Por outro lado, se a e b forem números positivos ou ambos

negativos, a  b  a  b , e caso a seja positivo e b negativo, a  b  a  b . De posse

destes comentários,
a  b  a  b 2
2

 a 2  b 2  2ab
2 2
 a  b  2 a  b

 a  b 
2

Extraindo a raiz quadrada de ambos os lados da equação, temos que a  b  a  b ,

CQD.

b) a  b  a  b

 a  b 2  a 2  b 2  2  a  b
 a2  b2  2  a  b
 a  b 2
2
 ab

c) a  b  a  b

ab  a  b

 a  b 2  a 2  b 2  2  a  b
 a2  b2  2  a  b
 a  b 2
2
 ab

3. Demonstre os resultados a seguir utilizando a técnica de demonstração por


absurdo.

a) Se um número real x for tal que x + x = x, então x obrigatoriamente é igual a 0.

Suponhamos por absurdo que exista um número real x diferente de zero para o qual x
+ x = x.

Então 2.x = x
Como x é diferente de zero, podemos dividir ambos os lados da igualdade por x:

2  x x
 , ou seja, 2 = 1: absurdo‼
x x

Portanto, se um número real for tal que x + x = x, necessariamente x = 0, CQD.

b) Se dois números a e b são números pares, então o número a + b também é um


número par.

Sejam a e b dois números pares. Então existem números inteiros p e q para os quais a
= 2p e b = 2q.

Suponhamos por absurdo que a +b seja um número impar. Então existe um número
inteiro k tal que (a+b) = 2k + 1.

Por outro lado, a+b = 2p + 2q = 2(p + q).

Pelas duas igualdades, 2k + 1 = 2(p + q)

2( p + q – k) = 1

p + q – k = ½ : contradição, pois a adição de números inteiros só pode resultar em um


número inteiro e ½ é racional!

Portanto, se a e b são números pares, necessariamente a + b é um número par.

TÓPICO 2

1. Demonstre utilizando o Princípio da Indução as seguintes propriedades da


adição de números naturais:

a) Dados dois números naturais m e n, segue que m + n = n + m (comutatividade)

Vamos dividir esta demonstração em duas partes, ambas demonstradas pelo princípio
de indução:

1ª parte: Vamos mostrar que 1 + n = n + 1, para todo natural n.


2ª parte: vamos mostrar que m + n = n + m, quaisquer que sejam m e n
naturais.

1ª PARTE:

Seja X o conjunto de todos os números naturais n tais que 1 + n = n + 1.

Note que 1 pertence a X pois, 1+1 = 1 + 1.

Suponhamos agora que um dado k pertença a X, ou seja, que 1 + k = k + 1 para


algum k, e vamos mostrar que (k ) pertence a X.

1  (k )  1  k  1 Propriedade associativa


 1  k   1 k pertence a X e, portanto, 1 + k = k + 1
 k  1  1
 (k )  1

Segue que (k ) pertence a X e, portanto, pelo Princípio da Indução, 1 + n = n + 1,


qualquer que seja n natural.

2ª PARTE:

Seja Y o conjunto de todos os números naturais m tais que m + n = n + m, qualquer


que seja n natural.

Note que 1 pertence a Y pois, 1 + n = n + 1.

Suponhamos agora que um dado k pertença a Y, ou seja, que k + n = n + k para


algum k, e vamos mostrar que (k ) pertence a Y.

(k )  n  k  1  n Propriedade associativa


 k  1  n 1 pertence a Y e, portanto, 1 + n = n + 1
 k  n  1 Propriedade associativa
 k  n  1 k pertence a Y e, portanto, k + n = n + k
 n  k   1 Propriedade associativa
 n  k  1
 n  (k )

Segue que (k ) pertence a Y e, portanto, pelo Princípio da Indução, m + n = n + m,

quaisquer que sejam m, n números naturais.


b) Sejam m, n e p três números naturais quaisquer, se m + n = m + p, então n = p
(lei do corte).

Seja X o conjunto formado por todos os números naturais m para os quais vale
a seguinte propriedade: se m + n = m + p, então n = p.

Note que 1 pertence a X pois,

1 n  1 p Propriedade comutativa
n 1 p 1
(n)  (p) Axioma 1
np

Suponhamos agora que um dado k pertença a X, ou seja, que valha a propriedade:

Se k + n = k + p, então n = p, e vamos mostrar que (k ) pertence a X.

(k )  n  (k )  p Propriedade associativa


n  (k )  p  (k ) Definição da soma de números naturais
n  k   (p  k ) Axioma 1
nk pk Propriedade comutativa
k n k p k pertence a X
np

Segue que (k ) pertence a X e, portanto, pelo Princípio da Indução, se m + n = m + p,


então n = p, quaisquer que sejam m, n e p números naturais.

2. Demonstre a propriedade de tricotomia para a relação de ordem:

Dados dois números naturais m e n, uma e apenas uma das afirmações a seguir
ocorre: ou m = n; ou m < n; ou m > n.

Sejam m e n dois números naturais. De acordo com a Proposição 1.2.6 (Tricotomia),


exatamente uma das três situações deve ocorrer:

(i)m =n

(ii) existe um número natural p tal que m = n + p.

Mas pela Definição 1.2.2, isso significa que n < m.

(iii) existe um número natural q tal que n = m + q


Mas pela Definição 1.2.2, isso significa que m < n.

Portanto, dados dois números naturais m e n, ou m = n, ou n < m, ou ainda m < n,


CQD.

3. Demonstre a propriedade comutativa da multiplicação de números naturais.

Vamos mostrar que m  n  n  m , quaisquer que sejam m e n números naturais através


do principio de indução. Do mesmo jeito que fizemos no caso da adição de números
naturais, dividiremos esta demonstração em duas partes:

1ª parte: Vamos mostrar que 1.n = n.1, para todo natural n.

2ª parte: vamos mostrar que m.n = n.m, quaisquer que sejam m e n naturais.

1ª PARTE:

Seja X o conjunto de todos os números naturais n para os quais 1.n = n.1

Claramente, o número 1 pertence a X, pois 1.1 = 1.1.

Suponhamos então que um dado número natural k pertença a X, isto é, que 1.k = k.1 e
vamos mostrar que (k ) pertence a X.

1 (k )  1 k  1
 k 1 1
 k 1
 (k )
 (k )  1

Logo (k ) pertence a X. Como k foi pego como sendo qualquer número natural,

segue que a propriedade vale para qualquer n.

2ª PARTE:

Seja Y o conjunto de todos os números naturais m para os quais m.n = n.m, qualquer
que seja n natural.

Na primeira parte, mostramos que 1 pertence a Y.


Seja k um número natural pertencente a Y, isto é, para o qual valha k.n = n.k e vamos
mostrar que esta propriedade também é válida para (k ) . Para isso, utilizaremos a
propriedade distributiva da multiplicação.

(k )  n  (k  1)  n
 k  n  1 n
 n  k  n 1
 nk  n
 n  (k )

Segue que (k ) pertence a Y. Como k foi considerado um número natural qualquer,
segue que a propriedade é válida para qualquer m, CQD.

4. Demonstre a monotonicidade para a multiplicação de números naturais.

Sejam m e n dois números naturais tais que m < n. vamos mostrar que, então
m  p  n  p para todo número natural p.

Se p = 1, não há o que mostrar: m < n realmente implica em m.1 < n.1.

Suponhamos agora que a propriedade seja válida para p = k e vamos provar que ela
também é válida para (k ).

m  (k )  m  k  m

mn m  (k )  m  k  m  n  k  n  n  (k )
mk  nk 

Portanto a propriedade é válida para todo natural p, CQD.

5. Seja X um subconjunto de N que possui elemento máximo. Mostre que este


elemento máximo é único (unicidade do máximo de X).

Seja X um subconjunto de N que possui elemento máximo, isto é, existe um número


natural m pertencente a X tal que m  n qualquer que seja n elemento de X. Vamos
provar que este elemento é único através da demonstração por absurdo.

Suponhamos então que este elemento não seja único. Então existe p diferente de m
pertencente a X tal que p  n qualquer que seja n elemento de X. Como m pertence a
X, p  m . Por outro lado, m é o elemento máximo de X, ou seja, m  p . Pelas duas

desigualdades, p = m: contradição, pois p foi suposto diferente de m. Segue que o


elemento máximo de X é único, CQD.
TÓPICO 3

 1 
1. Mostre que o conjunto A  , 2, , i é um conjunto finito via definição.
 2 

Dizemos que um conjunto A é finito se A for um conjunto vazio ou se existe uma


função bijetora  : In  A para algum n pertencente a N. Assim, se A for um conjunto

vazio, diremos que A tem zero elementos; se A for um conjunto não vazio finito,
diremos que A tem n elementos.

Consideremos n = 4 e definamos a função  : I4  A da seguinte forma:

1
(1)   ; ( 2)  2 , (3)  , ( 4)  i .
2

Note que esta função é sobrejetora, pois todos os elementos do conjunto A estão
associados a alguém do conjunto I4 ; além disso, esta associação é única,

caracterizando a injetividade da função. Portanto, a função é bijetora, implicando em A


ser finito..

2. Prove que, dados dois números naturais m e n, se existir uma bijeção


 : Im  In , segue que Im  In e, portanto m = n. (Dica: suponha que m seja
menor do que n e recaia no Teorema 1.3.1)

Dados dois números naturais m e n, suponhamos que existe uma bijeção  : Im  In .


Como a função é uma bijeção, podemos supor que m  n , sem perda de
generalidade.

Então Im  In , por definição, isto é Im é um subconjunto de In e  : Im  In é uma

bijeção. Logo, pelo Teorema 1.3.1: Im  In ., isto é, m = n.

3. Mostre que se X e Y forem dois conjuntos tais que exista uma função injetora
f : X  Y e se Y for um conjunto finito, então X também será finito e o número de
elementos de X não excede o número de elementos de Y. (Dica: Utilize o fato de f
ser um bijeção entre X e f(X) e o Teorema 1.3.2).

Sejam X e Y dois conjuntos, sendo Y um conjunto finito, tais que exista uma função
injetora f : X  Y . Consideremos então o conjunto imagem de f em Y, f(Y).
Claramente f(Y) é um subconjunto de Y e, visto que Y é finito, pelo Teorema 1.3.2, f(Y)
também é finito, sendo que o número de elementos de f(Y) não excede o número de
elementos de Y. Por outro lado, a função f será uma função bijetora de X em f(Y),
implicando em X e f(Y) terem o mesmo número de elementos. Portanto X é um
conjunto finito e seu número de elementos não excede o número de elementos de Y,
como queríamos demonstrar..

4. Mostre que se X e Y forem dois conjuntos tais que exista uma função
sobrejetora f : X  Y e se X for um conjunto finito, então Y também será finito e
o número de elementos de Y não excede o número de elementos de X. (Dica:
Como f é sobrejetora, podemos considerar a função inversa a f - por que? – e
recaia no exercício anterior).

Sejam X e Y dois conjuntos, sendo X finito, tais que existe uma função sobrejetora
f : X  Y . Então o conjunto imagem de f é Y – f(Y) = Y. Consideremos então a
função g : Y  X definida da seguinte forma:

Seja y em Y. Como f era sobrejetora, existe x em X tal que f(x) = y. Definamos então
g(y) = g(f(x)) = x.

Claramente g é uma função injetora.

De fato, se g( y)  g(z) para y, z elementos quaisquer de Y, pela definição de g,


existem x, w em X tais que f(x) = y e f(w) = z. Agora

g( y)  g(z)  g(f ( x))  g(f ( w ))  x  w

Assim, temos uma função g injetora entre dois conjuntos Y e X tais que X é finito. Pelo
exercício anterior, segue que Y é finito e tem, no máximo, o mesmo número de
elementos de X, como queríamos demonstrar.

5. Mostre que N é um conjunto infinito construindo uma bijeção entre N e o


conjunto dos números pares.

Seja X o conjunto formado por todos os números pares, isto é,

X  2n : n  N.

Claramente, X é um subconjunto próprio de N, pois N contém também os números


ímpares.
Consideremos agora a função f : N  X tal que f(n) = 2n, para todo n em N.
Claramente a função está bem definida, pois cada elemento de N é mandado em um,
e apenas um, elemento de X. Como N é um conjunto infinito, basta-nos mostrar que f
é uma função injetora. Sejam n, m elementos de N tais que f(n) = f(m). Então, pela
definição de f, 2n = 2m. Agora, pela lei do corte da multiplicação, temos que n=m; ou
seja, f é injetora. Portanto, o conjunto dos números pares X é infinito, CQD.

OBS: Utilizamos uma das propriedades de conjuntos infinitos, mas poderíamos ter
utilizado outra. Isto é, esta solução não é única.

6. Mostre que os conjuntos dos números inteiros Z e dos números racionais Q


também são conjuntos infinitos.

Claramente, o conjunto formado pelos números naturais, N, é um subconjunto próprio


de Z e também de Q. Então existem funções injetoras f : N  Z e g : N  Q . Como N
é infinito, segue que tanto Z como Q são infinitos.

7. Mostre que a função  definida no Teorema 1.3.4 é, de fato, uma bijeção.

Sejam X e Y dois subconjuntos finitos de N disjuntos com m e n elementos


respectivamente e  : Im  X e  : In  Y duas bijeções. Consideremos então a

função  : Im  n  X  Y definida da seguinte forma:

( x)  ( x), se 1  x  m,

( x)  ( x), se m  1  x  m  n.

A função está bem definida, por X e Y são disjuntos. Vamos mostrar que  é uma
bijeção.

(i) A função é injetora.

Sejam x, y elementos distintos de Im  n tais que x < y (se y < x, a ideia é a mesma).
Então temos três possibilidades para analisar:

1) x, y são tais que 1  x  y  m . Neste caso, pela definição da função,

( x )  ( x ) 
 
( y )  ( y ) 

xy   ( x )  ( x )  ( y )  ( y )  ( x )  ( y )
 é bijeção e, portanto,injetora


2) x, y são tais que m  1  x  y  m  n . Neste caso, pela definição da função,

( x )  ( x ) 
 
( y )  ( y ) 

xy   ( x )  ( x )  ( y )  ( y )  ( x )  ( y )
 é bijeção e, portanto,injetora



3) x e y são tais que 1  x  m e m  1  y  m  n .

Neste caso, pela definição da função,

( x )  ( x )  X
 
( y )  ( y )  Y  ( x )  ( x )  ( y )  ( y )  ( x )  ( y )
X e Y são disjuntos

Mostramos que a função é injetora. Vamos agora mostrar que é sobrejetora.

Seja y um elemento de X  Y . Como X e Y são disjuntos, ou y pertence a X ou y


pertence a Y. Se y pertence a X, existe 1  x  m tal que y  ( x)  ( x) . No caso
de y pertencer a Y, existe m  1  x  m  n tal que y  ( x)  ( x) . De qualquer

forma, existe um elemento x tal que 1  x  m  n tal que y  ( x ) , como queríamos


demonstrar.

TÓPICO 4

1. Dados os conjuntos dos números naturais N e X  2n | n  N , mostre que a

função f : N  X tal que f (n)  2n é uma bijeção.


No exercício 5 do tópico anterior mostramos que f era injetora. Falta-nos mostrar que é
sobrejetora.
Para isso, consideremos m um elemento de X. então existe n em N tal que m = 2n. Ou
seja, encontramos n em N tal que f(n) = 2n = m. Portanto f é sobrejetora, implicando
em f ser bijetora, como queríamos demonstrar.
2. Mostre que o conjunto dos números ímpares é um conjunto enumerável.

Seja X o conjunto formado pelos números ímpares, isto é, X  2n  1: n  N .

(Observe que o número 1 não está sendo contemplado em X, uma vez que 0 não é
um número natural. Por outro lado, se mostrarmos que X é enumerável, como a união
finita de enumeráveis é enumerável, teremos mostrado que o conjunto formado por
TODOS os números ímpares X  {1} é enumerável).

Claramente, X é um subconjunto próprio de N, pois N contém também os números


pares.

Consideremos agora a função f : N  X tal que f(n) = 2n+1, para todo n em N.


Claramente a função está bem definida, pois cada elemento de N é mandado em um,
e apenas um, elemento de X.

Vamos mostrar que f é uma função injetora. Sejam n, m elementos de N tais que f(n) =
f(m). Então, pela definição de f, 2n +1 = 2m +1. Agora, pelas leis do corte da adição e
da multiplicação, temos que 2n = 2m e, portanto, n = m; ou seja, f é injetora.

Mostraremos agora que f é sobrejetora. Para isso, consideremos m um elemento de X.


então existe n em N tal que m = 2n +1. Ou seja, encontramos n em N tal que f(n) =
2n+1 = m. Portanto f é sobrejetora, implicando em f ser bijetora. Segue da definição de
enumerabilidade que o conjunto formado pelos números ímpares é enumerável, como
queríamos demonstrar.

3. Seja Y um conjunto enumerável e f : X  Y uma função injetora. Prove que X


também será um conjunto enumerável. (Dica: lembre-se que a imagem de uma
função é subconjunto do contra-domínio).
Seja Y um conjunto enumerável e f : X  Y uma função injetora.
Consideremos o conjunto imagem de f, f(X). Claramente, este conjunto é um
subconjunto de Y e, portanto, enumerável.
Então existe uma bijeção g entre N e f(Y).
Por outro lado, se considerarmos a restrição de f em sua imagem, f(Y), teremos uma
função bijetora f : X  f ( Y) de X em um conjunto enumerável.

Então podemos considerar o seguinte diagrama:


g f 1
N  f ( Y ) 
 X
n  g(n)  f 1g(n)
Como g é uma função bijetora, assim como a inversa de f restrita à sua imagem,

segue que a função composta h : N  X definida por h(n)  f 1g(n) , para todo n em
N é uma função bijetora de N em X. Segue que X é enumerável.
4. Seja X um conjunto enumerável e f : X  Y uma função sobrejetora. Prove
que Y também será um conjunto enumerável.
Se f é sobrejetora, existe um subconjunto X’ de X tal que f restrita a este conjunto, é
injetora e sobrejetora. Como X’ é um subconjunto de X, X’ também é enumerável.
Assim, temos uma função bijetora entre dois conjuntos enumeráveis. Segue pelo
exercício anterior que Y também é enumerável.

5. Mostre que o conjunto de todos os números primos é enumerável.

Sabemos que, a menos do número 2, os outros números primos são todos impares.
Logo o conjunto dos números primos é um subconjunto do conjunto
X  {2}  {2n  1: n  N} .

Como o conjunto dos números primos é enumerável, X também é enumerável, pois é


a união enumerável de enumeráveis. Assim, o conjunto dos números primos é um
subconjunto de um conjunto enumerável, Segue que ele próprio é enumerável, como
queríamos demonstrar.

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