Você está na página 1de 124

Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Introdução

Esta sebenta é resultado das aulas leccionadas pelo autor na cadeira de Cálculo Infinitesimal
na Universidade Pedagógica – Delegação de Manica no Departamento de Ciências Naturais e
Matemática fundamentalmente no curso de Licenciatura em Ensino de Matemática e no curso
de Licenciatura em Ensino de Física. Cálculo Infinitesimal é uma das Cadeiras de análise
matemática inserida no plano curricular de licenciatura em Ensino de Matemática e de Física.
Nesta sebenta estão apresentados quase todos os conteúdos da cadeira, desde somatórios,
sucessões numéricas, progressões, limites, continuidade de funções e derivadas e vários
aspectos directamente ligados a esses conteúdos. Nela estão apresentados, conceitos básicos
de cada conteúdo, exemplos, exercícios resolvidos e finalmente alguns exercícios propostos.
Estrategicamente, nesta sebenta serão privilegiadas algumas demonstrações, visando
fundamentalmente levar o leitor a perceber conceitos, como forma de induzi-lo e motivá-lo a
não resolver os exercícios mecanicamente sem perceber a importância de cada passo
efectuado.
O grande objectivo da sebenta é servir de um instrumento auxiliar aos estudantes que
frequentam a cadeira de cálculo infinitesimal ou de outras cadeiras a ela relacionadas.
Os autores desta sebenta, admitem a possibilidade, de neste trabalho haver alguns erros, por
isso agradecem a todos que depois de os identificarem reportarem aos autores (para o bem da
ciência). Desta maneira, terão contribuído para o melhoramento desta sebenta.
Um agradecimento especial ao estimado estudante Nelson Tomás Domingos pelo grande
contributo na montagem e resolução de muitos exercícios aqui apresentados.

Os Autores

Álvaro Zacarias – Docente da Cadeira

Nelson Tomás Domingos – Estudante Finalista e Monitor da Cadeira

Página 1
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Unidade I

Somatórios e Indução Matemática

1.1 Somatórios

Somatório é um símbolo que permite indicar uma soma de n parcelas de um modo


simplificado. Representa-se pela letra sigma maiúscula do alfabeto Grego. (∑)

Exemplo:
n
x1 + x2 + x3 + ... + xn = ∑ xi . E lê-se somatório desde i = 1 até n de x i . A letra i diz-se índice
i =1

da soma ou do somatório e pode ser substituída por qualquer outra que não intervenha na
soma como por exemplo: k, j, m, n, p, e.t.c.

Exemplo 2:

Utilizando o símbolo do somatório represente as seguintes somas:


15
a) 33 + 34 + 35 + 36 + ... + 315 = ∑ 3 j
j =3

n
b) 1 + 3 + 5 + 7 + ... + (2n − 1) = ∑ (2k − 1)
k =1

1.1.1.Propriedades dos somatórios

a) Propriedade aditiva
n n n

∑ (ak + bk ) = ∑ ak + ∑ bk
k =1 k =1 k =1

Demonstração
n

∑ (a
k =1
k + bk ) = (a1 + b1 ) + (a 2 + b2 ) + (a3 + b3 ) + ... + (a n + bn )

= a1 + b1 + a2 + b2 + a3 + b3 + ... + an + bn

= (a1 + a 2 + a3 + ... + an ) + (b1 + b2 + b3 + ... + bn )

n n
= ∑ a k + ∑ bk (Como queríamos demonstrar)
k =1 k =1

b) Propriedade homogénea

Página 2
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

n n
b1 ) ∑ C.a
i =1
i = C ∑ .ai
k =1

n
b2 ) ∑1 = n
k =1

(Deixamos ao cuidado do leitor para fazer a demonstração dessas propriedades)

1.2.Indução Matemática

Imagine uma escada com uma infinidade de degraus. Não é uma escada com um número
enorme de degraus! Esta escada, tem sempre um degrau acima de qualquer outro que
considere.
Suponha que se conseguir chegar até um degrau, então também conseguirá chegar ao
seguinte.
A Indução vulgar pode conduzir a sérios enganos na matemática. Considere o seguinte
exemplo:

n 3 3n 2 7n
y=− + − + 3 definida para todo n ∈ N . Verifique se:
6 2 3

n 3 3n 2 7n
p(n ) = − + − + 3 é um número primo, qualquer que seja n pertencente ao conjunto
6 2 3
dos números naturais.

Verificando:

1 3 7 12
• p(1) = − + − + 3 = = 2
6 2 3 6

8 12 14 18
• p (2 ) = − + − + 3 = = 3
6 2 3 6

27 27 21 30
• p (3) = − + − +3= =5
6 2 3 6

64 48 28 42
• p(4 ) = − + − +3= =7
6 2 3 6

Depois desses cálculos podia-se precipitadamente concluir-se que: “ y é um número primo


qualquer que seja n ∈ N . Esta indução é falsa, pois, para n = 5

Página 3
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

125 75 35
p(5) = − + − + 3 = 8 Portanto, todos sabem que 8 não é primo.
6 2 3

Indução Matemática é um método com base lógica que permite decidir sobre a validade ou
não de uma indução vulgar.

A forma mais simples e mais comum de indução matemática prova que um enunciado vale
para todos números naturais N e consiste em dois passos:

I) A base

Mostrar que o enunciado vale para n=1

II) O passo indutivo

Mostrar que se o enunciado vale para P(n), então o mesmo vale para P(n+1)

Exemplo 1:

Usando a indução matemática mostre que: n 3 + 2n é divisível por 3 ∀ n ∈ N ou seja:

p (n ) : 3 n 3 + 2n

1º Passo: Mostrar que a proposição P(1) é verdadeira, isto é:

p (1) : 3 13 + 2.1 ⇔ 3 3 é verdadeiro

2º Suponhamos que a proposição p(n) é verdadeira para qualquer n natural, temos que
mostrar que se a proposição vale para n então também vale para (n+1) ou seja:

p (n + 1) : [( ) (
3 (n + 1) + 2(n + 1) ⇔ 3 n 3 + 3n 2 + 3n + 1 + 2n + 2 ⇔ 3 n 3 + 2n + 3n 2 + 3n + 3
3
)]
• n 3 + 2n é divisível por 3 , pois é a hipótese de indução

• 3 n 2 + 3n + 3 é divisível por 3, pois um dos factores é 3

( ) ( )
Disto resulta que a soma: n 3 + 2n + 3n 2 + 3n + 3 é divisível por 3, portanto P(n+1) é
verdadeiro,.

Conclusão: p (n ) : 3 n 3 + 2n é verdadeiro ∀n ∈ N

∑ (2 )
n
Exemplo 2: Mostre por indução que: k
− 2 k −1 = 2 n − 2
k =2

Página 4
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

( )
n
Resolução: seja P(n ) : ∑ 2 k − 2 k −1 = 2 n − 2
k =2

1º Passo: Verificar se P(1) é verdadeiro:

( )
2
P(2 ) : ∑ 2 k − 2 k −1 = 2 2 − 2 ⇔ 2 2 − 2 2 −1 = 4 − 2 ⇔ 4 − 2 = 2 ⇔ 2 = 2 é verdadeiro.
k =2

2º Passo: Supondo que a proposição se verifica para P(n), temos que provar que a mesma se
verifica para P(n+1) ou seja:
n +1
( )
P(n + 1) : ∑ 2 k − 2 k −1 = 2 n+1 − 2 n ⇔ 2/ n − 2/ + 2 n+1 − 2/ n = 2 n+1 − 2/ ⇔ 2 n+1 = 2 n+1 , pois, P(n+1)
k =2

( )
n
se verifica, logo P(n ) : ∑ 2 k − 2 k −1 = 2 n − 2 é verdadeiro por indução ∀ n ∈ N
k =2

Exercícios Resolvidos Da unidade I

1. Desenvolva e calcule cada um dos seguintes somatórios:

( )
6 5
a) ∑ 2 i − 2 − 1 = 2 + 4 + 8 + 16 = 30
i =3
b) ∑ (2i + 1) = 1 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 = 36
i =0
2
c) ∑ (3i ) = −12 − 9 − 6 − 3 + 3 + 6 = −21
i = −4

3 2

∑ (3i + x ) = (3 + x ) + (6 + x ) + (9 + x ) = 9 + 6 x + x 2 + 36 + 12 x + x 2 + 81 + 18 x + x 2
2 2 2
d)
i =1

= 3x 2 + 36 x + 126
20
8 + 80 100
e) ∑ (4k ) = 8 + 12 + 16 + ... + 80 = .19 = 44.19 = 836 f) ∑ 2 = 2.100 = 200
k =2 2 n =1

35
− 26 + 1 4 + 109
g) ∑ (3 p + 4) = −26 − 23 − 20 − 17 + .... + 109 =
p = −10 2
.10 +
2
.36 = −125 + 2034 = 1909

− 26 + 109
ou = .46 = 83.23 = 1909
2

h)
6 4 6 6

∑∑ (i + j ) = ∑ [(i + 1) + (i + 2) + (i + 3) + (i + 4)] = ∑ (4i + 10) = 18 + 22 + 26 + 30 + 34 = 130


i = 2 j =1 i=2 i=2

Página 5
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

50 60 50 50
4i + 4i + 180
i) ∑∑ (4i + 3 j ) = ∑ [4i + 4i + 3 + 4i + 6 + 4i + 9 + ... + 4i + 180] = ∑
i =2 j =0 i =2 i =2 2
.61

50
98.61 + 290.61 5978 + 17690
∑ (4i + 90)61 =
i =2 2
.49 =
2
.49 = 579866

∑∑ (a + i ) = ∑ [(a1 + i ) + (a 2 + i ) + a3 + i + (a4 + i )] = ∑ (4i + a1 + a2 + a3 + a4 )


0 4 0 0
j) j
i = −3 j =1 i =−3 i = −3

= a1 + a2 + a3 + a4 − 12 − 8 − 4 − 0 = a1 + a2 + a3 + a4 − 24

3 5 3 3
l) ∑∑ (2i + j ) = ∑ ((4 + j ) + (6 + j ) + (8 + j ) + (10 + j )) = ∑ (4 j + 28) = 32 + 36 + 40 = 108
j =1 i = 2 j =1 j =1

2 − 503
∑ (k [
− 5k ) − ∑ (k 2 + 3) = −7 + ∑ (k 2 − 5k ) − (k 2 + 3) = −7 + ∑ (− 3 − 5k ) = ]
100 100 100 100
2
m) .102
k = −1 k = −2 k = −1 k = −1 2

− 7 − 25551 = −25558

2. Escreva as somas seguintes usando o símbolo de somatórios e determine o seu valor:

a) 10+17+24+…+143 . Nota-se que são termos duma PA de razão 3, cujo seu termo geral é:
an = 7n + 3 se a n = 143Q 143 = 7n + 3 ⇔ n = 20

20
10 + 143
10+17+24+…+143= ∑ (7i + 3) =
i =1 2
.20 = 153.10 = 1530

b) 3+9+27+…+6561. Nota-se que é uma PG de razão, cujo termo geral é: a n = 3n se


a n = 6561 ⇒ 6561 = 3 n ⇔ n = 8

( ) 3(11 −− 33 ) = − 3−.6560
8 8
3+9+27+…+6561= ∑ 3i = = 9840
i =1 2

6
1 − 27
c) 2 0 + 21 + 2 2 + 2 3 + 2 4 + 2 5 + 2 6 = ∑ 2 k = 1. = 127
k =0 1− 2

30
7 + 210
d) 7 + 14 + 21 + 28 + ... + 210 = ∑ 7 k = .30 = 3255
k =1 2

1 − 37
( )
6
e) 1 + 3 + 9 + 27 + ... + 729 = ∑ 3i = 1. = 1093
i =0 1− 3

Página 6
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

3. Resolva em ℜ cada uma das seguintes equações:


100 100 100 100 100
5 + 302
a) ∑ ( j + 5) − ∑ (x + 3) = ∑ (3 − 2 j ) ⇔ ∑ (3 j + 2) =∑ (x + 3) ⇔
j =1 j =1 j =1 j =1 j =1 2
.100 = ( x + 3).100

301
307.50 = 100 x + 300 ⇔ 15350 = 100 x + 300 ⇔ 100 x = 15050 ⇔ x =
2

100
0 + 104
b) 5 x + ∑ ( j + 4) = 0 ⇔ 5 x + .105 = 0 ⇔ 5 x = −5460 ⇔ x = −1092
j = −4 2
5
1 − 25 1
c) ∑ 2i = 4 x + 64 ⇔ 2.
i =1 1− 2
= 4 x + 64 ⇔ 62 = 4 x + 64 ⇔ −2 = 4 x ⇔ x = −
2

4. Mostre que
n n n n n

∑ (a
k =1
k + bk ) = ∑ ak + ∑ bk ⇔ (a1 + b1 ) + (a 2 + b2 ) + (a3 + b3 ) + ... + (an + bn ) = ∑ ak + ∑ bk
k =1 k =1 k =1 1

n n n n n n
(a1 + a2 + a3 + ... + an ) + (b1 + b2 + b3 + .. + bn ) = ∑ ak + ∑ bk ⇔ ∑ a k + ∑ bk = ∑ a k + ∑ bk
k =1 k =1 k =1 k =1 k =1 k =1

C.q.d

5. Calcule
22
 nπ 
∑  sen
n =1 2
+ n  = 2 + 2 + 2 + 4 + 6 + 6 + 6 + 8 + 10 + 10 + 10 + 12 + 14 + 14 + 14 + 16 + 18 + 18 + 18 + 20

+ 22 + 22 = 6 + 4 + 18 + 8 + 30 + 12 + 42 + 16 + 54 + 20 + 44 = 254

6. Calcule o valor de k tal que

( p + k ) = 100 ⇔ 1 + k + 300 + k .300 = 100 ⇔ (301 + 2k ).150 = 100 ⇔ 300k = −45050 ⇔ k = − 901
300


p =1 2 6

7. Prove por indução finita que são verdadeiras as proposições:

a) 1 + 3 + 5 + ... + 2n − 1 = n 2 ∀ n ∈ N .

n
Resolução: seja P (n): 1 + 3 + 5 + ... + 2n − 1 = n 2 ∀ n ∈ N ⇔ ∑ (2k − 1) = n 2 ∀ n ∈ N
k =1

Página 7
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1º passo: temos que provar que P(1) é verdadeiro ou seja:


1

∑ (2k − 1) = 1
k =1
2
⇔ 2.1 − 1 = 1 ⇔ 1 = 1 , é verdadeiro.

2º Passo: admitamos que P (n) seja verdadeiro, temos que mostrar que p(n+1) também é
n +1
verdadeiro ou seja: P (n+1): ∑ (2k − 1) = (n + 1)
k =1
2

⇔ n 2 + (2(n + 1) − 1) = (n + 1) ⇔ n 2 + 2n + 2 − 1 = (n + 1) ⇔ n 2 + 2n + 1 = (n + 1)
2 2 2

Factorizando o 1º membro temos:

⇔ (n + 1) = (n + 1) Portanto, P (n+1) é verdadeiro, o que significa que:


2 2

n
P (n ) : ∑ (2k − 1) = n 2 É verdadeiro por indução ∀ n ∈ N
k =1

n(n + 1)(2n + 1)
b) 12 + 2 2 + 3 2 + ... + n 2 = ∀n ∈ N
6
n
n(n + 1)(2n + 1)
Seja : P (n ) : ∑ k 2 =
k =1 6

1º Passo: temos que provar que a igualdade se verifica para n=1 ou seja
1
1.(1 + 1)(
. 2.1 + 1) 2. 3
p(1): P (1) : ∑ k 2 = ⇔ 12 = ⇔ 1 = 1 nota-se que é verdadeiro
k =1 6 6

2º Passo: Suponhamos, para algum n ∈ N a proposição P (n) se verifica, temos que mostrar
que a mesma se verifica para P (n+1), ou seja:
n +1
P (n + 1) : ∑ k 2 =
(n + 1)(n + 2)(2n + 3) ⇔ n(n + 1)(2n + 1) + (n + 1)2 = (n + 1)(n + 2)(2n + 3)
k =1 6 6 6

2n 3 + 3n 2 + n + 6n 2 + 12n + 6 (n + 1)(n + 2)(2n + 3) 2n 3 + 9n 2 + 13n + 6 (n + 1)(n + 2)(2n + 3)


⇔ = ⇔ =
6 6 6 6
Factorizando o numerador do 1º membro temos:

(n + 1)(n + 2)(2n + 3) = (n + 1)(n + 2 )(2n + 3) , Portanto P (n + 1) ou seja


6 6
n +1
P (n + 1) : ∑ k 2 =
(n + 1)(n + 2)(2n + 3) ,
isto significa que a proposição p(n) se verifica por
k =1 6
indução qualquer que seja o n do conjunto dos nºs naturais.

Página 8
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

n
3n 2 + 7n
c) ∑ (2 + 3k ) =
k =1 2
∀n ∈ N

n
3n 2 + 7n
Resolução: Consideremos P(n ) : ∑ (2 + 3k ) =
k =1 2

1º Passo: verificar se P(1) é verdadeiro ou seja:

1
3.12 + 7.1 10
P(1) : ∑ (2 + 3k ) = ⇔ 2+3= ⇔ 5 = 5 , é verdadeiro.
k =1 2 2

2º passo: Supondo que p(n) se verifica, temos que provar que P(n+1) também se verifica:

n +1
3(n + 1) + 7(n + 1) 3(n + 1) + 7(n + 1)
2 2
3n 2 + 7 n
P (n + 1) : ∑ (2 + 3k ) = ⇔ + 2 + 3(n + 1) =
k =1 2 2 2

3n 2 + 7n + 6n + 10 3n 2 + 6n + 3 + 7n + 7 3n 2 + 13n + 10 3n 2 + 13n + 10
= ⇔ = , como se pode
2 2 2 2
n
3n 2
+ 7n
ver, P(n+1) se verifica, então, ∑ (2 + 3k ) =
k =1 2
∀ n ∈ N por indução

d) ∀ n ∈ N , 4 2 n − 1 = 5n

Seja P(n ) : 4 2 n − 1 = 5n

1º Passo: temos que mostrar a validade de P (1) ou seja:

P(1) : 4 2.1 − 1 = 5 ⇔ 15 = 5 Não é verdadeiro, pelo que, a proposição P (n) não é válida para
todos números naturais.

8. Demonstre por indução Matemática que são verdadeiras as proposições:


n
n(n + 1) n
n(n + 1)
a) ∑k = Resolução: seja P (n ) : ∑ k =
K =1 2 K =1 2

1º Passo: temos que mostrar que p (1) se verificar a ou seja:


1
1(1 + 1) 2
P (1) = ∑ k = ⇔ 1 = ⇔ 1 = 1 , é verdadeiro.
K =1 2 2

2º Passo: suponhamos que P (n) é verdadeiro, então temos que provar que verifica-se também
P (n+1) ou seja:

Página 9
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

P(n + 1) : ∑ k =
n +1
(n + 1)(n + 2) ⇔ n(n + 1) + (n + 1) = (n + 1)(n + 2) ⇔ n 2 + n + 2n + 2 = (n + 1)(n + 2)
K =1 2 2 2 2 2
n + 3n + 2 (n + 1)(n + 2)
2
(n + 1)(n + 2) = (n + 1)(n + 2)
⇔ = Factorizando o 1º membro temos:
2 2 2 2
n
n(n + 1)
. Portanto P (n+1) se verifica. Logo, ∑ k = é verdadeiro ∀ n ∈ N
K =1 2

 n(n + 1)   n(n + 1) 
n 2 n 2

b) ∑ k =  3
 Resolução: Seja P (n ) : ∑ k3 = 
k =1  2  k =1  2 

1º Passo: Mostrar a validade de P(1), ou seja:

1(1 + 1)
1 2
4
P (1) : ∑ k 3 =   ⇔ 1 = ⇔ 1 = 1 Portanto, se verifica P (1).
k =1  2  4

2º Passo: Supondo que P(n) como verdadeiro, mostrar a validade de P(n+1):

 (n + 1)(n + 2 )   n(n + 1)   (n + 1)(n + 2 )


n +1 2 2 2

P (n + 1) : ∑ k =  + (n + 1) = 
3
3
 ⇔  
k =1  2   2   2

(n 2
)
+ n + 4n 3 + 12n 2 + 12 n + 4  (n + 1)(n + 2 ) 
2

=
2

4  2  ⇔
n 4 + 2n 3 + n 2 + 4n 3 + 12n 2 + 12n + 4  (n + 1)(n + 2 )  n 4 + 6n 3 + 13n 2 + 12n + 4  (n + 1)(n + 2 ) 
2 2

⇔ =  ⇔ = 
4  2  4  2 

(n + 1)2 (n + 2)2  (n + 1)(n + 2 )


=
2
 (n + 1)(n + 2 ) 
⇔ 
2
 (n + 1)(n + 2 )
=
 (n + 1)(n + 2 ) , Portanto, P
2

=
2

   
4  2   2   2   2 
(n+1) é verdadeiro, o que significa que P (n) é verdadeiro ∀ n ∈ N .

n
1 1 1 1 1 1
c) + + + + ... + ≤ 2 n −1 Resolução: seja P (n ) : ∑ ≤ 2 n −1
1 2 3 4 n k =1 k
1
1
1º passo: mostrar que n=1 verifica P(n) ou seja P (1) : ∑ ≤ 2 1 − 1 ⇔ 1 ≤ 1 é verdadeiro.
k =1 k

2º Passo: Supor que P (n) é verdadeiro e mostrar que P (n+1) também é verdadeiro ou seja:
n +1
1 1
P (n + 1) : ∑ ≤ 2 n + 1 − 1 ⇔ 2 n − 1/ + ≤ 2 n + 1 − 1/
k =1 k n +1
Página 10
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1 2 n(n + 1) + 1
2 n+ ≤ 2 n +1 ⇔ ≤ 2 n + 1 ⇔ 2 n(n + 1) + 1 ≤ 2n + 2
n +1 n +1

2 n(n + 1) ≤ 2n + 1 ⇔ 4/ n/ 2 + 4/ n/ ≤ 4/ n/ 2 + 4/ n/ + 1 ⇔ 0 ≤ 1 Portanto, P (n+1) é verdadeiro o que


n
1
resulta em P (n ) : ∑ ≤ 2 n − 1 ∀n ∈ N
k =1 k

9. Demonstre que para todo o número natural se tem:

a) n3+5n é igual a múltiplo de 3 : Resolução: é o mesmo que 3 divide n3+5n, então:

seja: p(n ) : 3 n 3 + 5n

1º Passo: mostrar a validade de P (1) ou seja, p (1) : 313 + 5.1 ⇔ 3 6 Verdade.

2º Passo: Suponhamos que para algum n do conjunto N, P(n) se verifica, temos que mostrar
que P(n+1), também ocorre, ou seja:
( ) (
p (n + 1) : 3 (n + 1) + 5(n + 1) ⇔ 3 n 3 + 3n 2 + 3n + 1 + 5n + 5 ⇔ 3 n 3 + 5n + 3n 2 + 3n + 3
3
) ( )
 3 n 3 + 5n Pois é a hipótese de indução

 3 3n 2 + 3n + 3 , Pois, todos os seus termos são múltiplos de 3

 p (n + 1) : 3 (n + 1) + 5(n + 1) é verdadeiro , logo p(n ) : 3 n 3 + 5n ∀ n ∈ N


3

b) 43n-4n é igual a múltiplo de 5: Resolução: é o mesmo que 5 divide 43n-4n. seja


p (n ) : 5 4 3 n − 4 n

1º Passo: temos que mostrar que p (1) é verdadeiro p (1) : 5 4 3.1 − 41 ⇔ 5 60 , é verdadeiro.

2º Passo: supor que P(n) e mostrar que P(n+1) também se verifica ou seja:

p (n + 1) : 5 4 3( n +1) − 4 n +1 ⇔ 5 4 3 n.4 3 − 4 n.4 ⇔ 5 4 3 n.(60 + 4 ) − 4 n.4 ⇔

⇔ 5 60.4 3n + 4.4 3n − 4 n.4 ⇔ 5 60.4 3 n + 4 4 3 n − 4 n( )


 5 60.4 3n , pois 60 é múltiplo de 5

 5 4(4 3 n − 4 n ), Pois um dos factores é a hipótese da indução

Página 11
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

 Disto resulta que P (n+1) é verdadeiro, logo p (n ) : 5 4 3 n − 4 n é verdadeiro ∀ n ∈ N .

c) n3+2n é igual a múltiplo de 3. Resolução: P ( n) : 3 n 3 + 2n

1º Passo: verificar a validade de P (1) ou seja: P (1) : 313 + 2.1 ⇔ 3 3 é verdadeiro.

2º Passo: supor que p (n) é verdadeiro e mostrar que P (n+1) também é verdadeiro ou seja;
( ) (
P ( n + 1) : 3 (n + 1) + 2(n + 1) ⇔ 3 n 3 + 3n 2 + 3n + 1 + 2n + 2 ⇔ 3 n 3 + 2n + 3n 2 + 3n + 3
3
) ( )
 3 (n 3 + 2n ) , Pois é a hipótese de indução

 3 (3n 2 + 3n + 3) , Pois todos os termos são múltiplos de 3

 P (n + 1) : 3 (n + 1) + 2(n + 1) é verdadeiro, logo P(n) se verifica ∀ n ∈ N


3

d) 32n-2n é igual a múltiplo de 7: Resolução seja P ( n) : 7 3 2 n − 2 n

1º Passo: verificar se P (1) é verdadeiro, ou seja: P (1) : 7 3 2.1 − 21 ⇔ 7 7 (verdade)

2º Passo: Supor que P(n) e mostrar que P(n+1) também é verdadeiro, isto é:

P ( n + 1) : 7 3 2 ( n +1) − 2 n +1 ⇔ 7 3 2 n.3 2 − 2 n.2 ⇔ 7 32 n (7 + 2 ) − 2 n.2 ⇔ 7 7.3 2 n + 2.3 2 n − 2 n.2

7 7.3 2 n + 2(.3 2 n − 2 n ).

 7 7.3 2 n , Porque é múltiplo de 7

 7 2(.3 2 n − 2 n ). Pois um dos factores é a hipótese de indução

 P(n+1) se verifica, logo P(n) é verdadeiro ∀ n ∈ N

e) 24n+2+24n+1-1 é igual a múltiplo de 5: Resolução: Seja: P ( n) : 5 2 4 n + 2 + 2 4 n +1 − 1

1º Passo: temos que verificar que P (1) é verdadeiro ou seja, P (1) : 5 2 4.1+ 2 + 2 4.1+1 − 1 ⇔ 5 95
(Verdade)

2º Passo: Supondo que P (n) se verifica, temos que mostrar que P (n+1) também se verifica,
ou seja:

P ( n + 1) : 5 2 4 n + 6 + 2 4 n + +5 − 1 ⇔ 5 2 4 n + 2.2 4 + 2 4 n +1.2 4 − 1 ⇔ 5 2 4 n + 2.(15 + 1) + 2 4 n +1.(15 + 1) − 1

Página 12
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

( ) ( )
5 15.2 4 n + 2 + 2 4 n + 2 + 15.2 4 n + 2. + 2 4 n +1 − 1 ⇔ 5 15.2 4 n + 2 + 15.2 4 n +1 + 2 4 n + 2 + 2 4 n +1 − 1

 5 (15.2 4 n + 2 + 15.2 4 n +1 ) Pois o factor 15 é múltiplo de 5

 5 (2 4 n + 2 + 2 4 n +1 − 1) , Pois é a hipótese de indução

 Logo P (n+1) é verdadeiro, e isto significa que P ( n) : 5 2 4 n + 2 + 2 4 n +1 − 1 é verdadeiro


∀n ∈ N

Exercícios propostos da Unidade I

1.Escreve na forma do somatório as seguintes expressões:

a) 1 + 2 + 3 + 4 + 5 =

b) 0 2 + 12 + 2 2 + 32 + ... + (n − 1) =
2

c) f1 x1 + f 2 x2 + ... + f n xn =

2. Calcule:
9
a) ∑ (3k + 2 ) =
k =5

3
a) ∑ (2i ) =
i =1

5
b) ∑ (− 3 j ) =
i =0

3
c) ∑ (k + 1) =
k = −1

5 5
3.Dada a equação: ∑ (3i ) − ∑ (2i − x ) = 0 . Determine x:
i =0 i =0

4. Escreva sob a forma do mesmo somatório:


8 5
a) ∑ (2k ) + ∑ (3k ) =
k = −1 k =1

5 5
b) ∑ (3i ) − ∑ (i = 1) =
i =0 i =0

Página 13
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

5. Mostre por indução que:

a) 4 + 8 + 12 + 16 + ... + 4n = 2n(n + 1) ∀n ∈ N

3n−1 − 1
b) 30 + 31 + 32 + ... + 3n = ∀n ∈ N
2

1 1 1 1 n
c) + + + ... + = ∀n ∈ N
8 24 48 2n.(2n + 2) 4(n + 1)

1 1 1 1 2 n+1 − 1
d) 1 + + + + ... + n = ∀n ∈ N
2 4 8 2 2n

a n +1 − 1
e) 1 + a + a 2 + a 3 + ... + a n = (a ≠ 1; n ∈ N )
a −1

1 1 1 1 3n+ 2 − 3
f) 1 + + + + ... + n = ∀n ∈ N
3 9 27 3 2.3n +1

6. Mostre por indução que a fórmula da soma de n termos duma progressão aritmética é
verdadeira:

2a1 + (n − 1).d
a1 + (a1 + d ) + (a1 + 2d ) + (a1 + 3d ) + ... + a 1+ (n − 1)d = .n ∀n ∈ N
2

7. Verifique por indução finita a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma Progressão
geométrica:

a1 − a1q n
a1 + a1q + a1q 2 + a1q 3 + ... + a1q n−1 = ∀n ∈ N q ≠ 1
1− q

Página 14
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Unidade 2: Sucessões e progressões

2.1. Sucessões

Chama-se sucessão numérica a disposição de números numa certa ordem (um após
outro)

Chama-se sequência ou sucessão numérica, a qualquer conjunto ordenado de números reais


ou complexos. Assim, por exemplo, o conjunto ordenado U = (5, 10, 15, 20, 15, ... , 55) é
uma sequência cujo primeiro termo é 5, o segundo termo é 10, o terceiro termo é 15 e assim
sucessivamente.

Chama-se sucessão de números reais a toda aplicação de N em R. os elementos do


contradomínio chamam se termos da sucessão.

É usual designar os termos de uma sucessão por un ou an em detrimento de u(n) ou


a(n), que é habitual para as aplicações em geral.

A expressão designatória que define a sucessão chama-se termo geral da sucessão ou


termo geral de uma sucessão.

Modos de designar uma sucessão

• Ordenação: consiste em escrever uma quantidade suficiente de termos da sucessão de


modo a termos uma ideia geral do comportamento da sucessão. Por exemplo a
sucessão cujo os três primeiros termos são: 2; 5; 8;. Escreve-se da seguinte maneira:
2;5;8;...

• Fórmula consiste em indicar uma fórmula, por meio da qual pode-se obter para cada
número natural n o correspondente enésimo termo: por exemplo a fórmula :
n
un = que permite obter-nos a sucessão seguinte de teremos ordenados:
n +1
1 2 3 4
; ; ; ...
2 3 4 5

• Recorrência: Consiste em indicar as instruções de como obter os termos sucessores


conhecido, um ou mais dos primeiros termos. Uma sucessão determinada por este
processo diz se que definida por recorrência.
Página 15
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Para o caso de sucessões, podem se dar o termo geral e a partir dele determinar
termo de qualquer ordem, ou então, pode-se dar alguns termos da sucessão e a partir deles
determinar o respectivo termo geral. Vejamos os seguintes exemplos:

1. Considere a sucessão definida pelo termo geral: u n = n 2 + 1 determine os 1º s 5


termos:

Resolução

u n = n 2 + 1 ⇒ u1 = 1 + 1 = 2 u2 = 22 + 1 = 5 u 3 = 32 + 1 = 10

u 4 = 4 2 + 1 = 17 u 5 = 5 2 + 1 = 26

2. Dada a sucessão: 1, 3, 5, 7, .... Determine seu termo geral:

Nota-se são números impares positivos , daí que:

u n = 2n − 1 é o seu termo geral.

Termos de uma sucessão

Dada uma sucessão de termo geral conhecido un, e um número real k qualquer, k é termo ou
imagem da sucessão, se ao resolvermos a equação k = u n obtemos como solução um número

n ∈ N . Se n ∉ N então k não é termo ou imagem da sucessão.

Exemplos:

2n + 3 15 18
1. Dada a sucessão de termo geral u n = verifique se e são termos da
n +1 7 5
sucessão dada.

Resolução

Temos que resolver respectivamente as equações:

Página 16
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

2n + 3 15 2n + 3 18
= e =
n +1 7 n +1 5

2n + 3 15
= ⇔ 7(2n + 3) = 15(n + 1) ⇔ 14n + 21 = 15n + 15 ⇔ −n = −6 ⇔ n = 6 e
n +1 7
15
como n=6 é um número natural, então é termo da sucessão.
7

2n + 3 18 3
= ⇔ 5(2n + 3) = 18(n + 1) ⇔ 10n + 15 = 18n + 18 ⇔ −8n = 3 ⇔ n = − ∉ N
n +1 5 8

18
Logo não é termo da sucessão dada.
5

Representação gráfica de uma sucessão

Já se sabe que uma sucessão é uma aplicação de N em R. o gráfico de uma sucessão é


o conjunto de pontos isolados.

Exemplos

n +1
Represente graficamente as sucessões: u n = 2n + 1 e u n =
n

Construindo uma tabela de correspondências

n 1 2 3 4 5

2n 1 4 3 8 5
un =
n +1 3 2 5 3

n +1 2 3 4 5 6
vn =
n 2 3 4 5

2n
un =
n +1

Página 17
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

n +1
vn =
n

Sucessões definidas por recorrência

Uma sucessão diz-se definida por recorrência quando são dados os 1º s termos e os restantes
são obtidos a custa dos anteriores.

Um dos exemplos de sucessões definidas por recorrência é a sucessão de Fibonacci.

Quem é Fibonacci

O seu nome completo era Leonardo de Pisa, ficou conhecido como Fibonacci devido ao facto
de Fibonacci ser diminutivo de Fillius Bonacci, que queria dizer provavelmente filho de
Bonacci, nasceu em pisa (Itália) por volta de 1175.

Sucessão de Fibonacci

Página 18
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Fibonacci introduziu um problema por ele formulado, que veio a dar origem posteriormente a
uma sucessão, que ficou conhecida na história com o nome de sucessão de Fibonacci. O
objectivo era responder a seguinte questão: “Quantos pares de coelho existirão daqui a um
ano sabendo que: no primeiro mês temos um coelho macho e um coelho fêmea. Estes dois
coelhos acabaram de nascer. Um coelho só atinge a maturidade depois de um mês. O período
de gestação de um coelho dura um mês. Ao atingir a maturidade a fêmea irá dar a luz todos
os meses um coelho macho e um coelho fêmea. Supondo que os coelhos nunca morrem”

Ferramentas da análise:

 No 1º da experiencia existe apenas um par de coelhos.


 No 2º um mês os coelhos acasalam-se mas ainda não deram a luz, portanto existe um
par de coelhos
 No 3º mês já a fêmea deu a luz um par de coelho, portanto totalizando dois pares.
 No 4º mês o par inicial dá à luz mais um par de coelhos, no entanto o 2º par acasala-
se, isto faz um total de três pares.
 No 5º, o par original dá um par de coelhos. o par nascido no 2º mês também dá a luz .
O par nascido no 3º mês acasala-se mas ainda não dá a luz. Isto faz um total de 5
pares.
 No 6º mês todos os pares que nasceram até aos 3 meses dão a luz, totalizando 8 pares.

Será que se consegue encontrar uma maneira de saber o número exacto de coelhos num
determinado mês? Sem ter que determinar o número de todos coelhos anteriores?
Claro que sim, é para isto que serve a matemática.
O número de coelhos em um determinado mês é a soma dos pares de coelhos existentes nos
dois meses anteriores a este.
Portanto, matematicamente o termo geral é:
u1 = 1

Sucessão de Fibonnacci: u 2 = 1
u = u + u n ≥1
 n+ 2 n +1 n

Ou

Página 19
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

u1 = 1

Sucessão de Fibonacci: u 2 = 1
u = u + u n≥3
 n n −1 n−2

Monotonia de sucessões

As sucessões são casos particulares das funções, e como tal podemos estuda-las quanto à
monotonia (monótona crescentes ou monótonas decrescentes).

• Uma sucessão é monótona estritamente crescente, se quanto maior é a ordem, maior é


o termo, isto é, se cada termo for maior que o anterior

u n+1 > u n ∀n ∈ N

• Uma sucessão é monótona crescente em sentido lato, se quanto maior é a ordem,


maior é o termo e para certas ordens consecutivas admite-se alguma igualdade dos
seus termos. Isto é: u n+1 ≥ u n ∀n ∈ N

• Uma sucessão é monótona estritamente decrescente, se quanto maior é a ordem,


menor é o termo, isto é, se cada termo for menor que o anterior.
u n+1 < u n ∀n ∈ N

• Uma sucessão é monótona decrescente em sentido lato, se quanto maior é a ordem,


menor é o termo e para certas ordens consecutivas admite-se alguma igualdade dos
seus termos. Isto é: u n+1 ≤ u n ∀n ∈ N

Regra geral para determinar se uma dada sucessão é crescente ou decrescente

u n+1 − u n ≤ 0 A sucessão é decrescente no sentido estrito ou sentido lato, dependendo


casos apresentados acima.

u n +1 − u ≥ 0 A sucessão é crescente no sentido estrito ou no sentido lato em


conformidade com os casos apresentados anteriormente.

2n − 1
Exemplo: Estude a monotonia da sucessão: vn =
n+2

Página 20
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

2(n + 1) − 1 2n − 1 2n + 1 2 n − 1
Resolução: vn +1 − vn = − ⇔ vn+1 − vn = −
(n + 1) + 2 n + 2 n+3 n+2

(2n + 1)(n + 2) − (2n − 1)(n + 3) 2n 2 + 5n + 2 − 2n 2 − 6n + n + 3


⇔ vn +1 − vn = ⇔ vn+1 − vn =
(n + 3)(n + 2) (n + 2)(n + 2)
5
vn+1 − vn = > 0 ∀n ∈ N
(n + 3)(n + 2)
Logo sucessão é monótona estritamente crescente

Majorantes e minorantes de um conjunto

• Diz-se que um conjunto A, não vazio está limitado superiormente, quando existe
um número real k , tal que ∀x ∈ A , k ≥ x , assim , o número real k é majorante de
A. Se no conjunto dos majorantes existir um número menor que todos os outros,
dá-se lhe a designação de supremo de A e representa-se por Sup(A). E se o
supremo existe e pertence ao conjunto A, toma o nome de máximo.

Exemplo: 5 é supremo de ]2; 5[ mas não é máximo porque 5 ∉ ]2; 5[

• Diz-se que um conjunto A, não vazio está limitado inferiormente, quando existe
um número real k , tal que ∀x ∈ A , k ≤ x , assim , o número real k é minorante
de A. Se no conjunto dos minorantes existir um número maior que todos os
outros, dá-se lhe a designação de ínfimo de A e representa-se por Inf(A). E se o
ínfimo existe e pertence ao conjunto A, toma o nome de mínimo de A.

Exemplo: 1 é ínfimo de [1; 4[ e 1 é mínimo 1∈ [1;4[

Limite de sucessões

Uma sucessão a n é limitada se e só se o conjunto dos seus termos for minorado e

majorado simultaneamente ou seja: ∃m ; M ∈ ℜ tal que: m ≤ an ≤ M onde M e m

representam o minorante e o majorante respectivamente.

Página 21
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

n +1
Exemplo: Verifique se a sucessão é limitada u n = e indique o minorante, majorante,
n+5
mínimo e o máximo se existirem.

n +1 n +1+ 4 − 4 4
Resolução: efectuando a divisão ou: u n = ⇔ un = ⇔ un = 1 −
n+5 n+5 n+5

1 1 1 1 −4 4 2 4
n ≥1⇔ n +5 ≥ 6 ⇔ ≤ ⇔0< ≤ ⇔0> ≥− ⇔− ≤− <0
n+5 6 n+5 6 n+5 6 3 n+5

1 4 1
⇔ ≤ 1− < 1 ⇔ ≤ u n p 1 , Portanto a sucessão é limitada, o conjunto dos minorantes é
3 n+5 3
1 1
m ≤ e o conjunto dos majorantes é M ≥ 1 , o ínfimo=mínimo= . Não tem o máximo, e o
3 3
supremo é 1.

Progressão aritmética

Uma sucessão u n é uma progressão aritmética (P.A) se e só se a diferença entre dois termos
consecutivos quaisquer é constante, ou seja: u n+1 − u n = d ∀n ∈ N . A constante d é a razão
da progressão.

Exemplos:
un = (1, 5, 9, 13, 17, 21, ... ) razão=d = 4 (PA crescente)
vn = ( 3, 12, 21, 30, 39, 48, ... ) razão=d = 9 (PA crescente)
wn = ( 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, ... ) razão=d = 0 (PA constante)
xn = ( 100, 90, 80, 70, 60, 50, ... ) razão =d = -10 ( PA decrescente)

Fórmula do termo geral de uma P.A

A fórmula do termo geral duma P.A é: u n = u1 + (n − 1).d

Demonstração

Pela definição de uma progressão aritmética tem-se:

u1 = u1

u 2 = u1 + d

u3 = u 2 + d ⇔ u3 = u1 + 2d

Página 22
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

u 4 = u 3 + d ⇔ u 4 = u1 + 3d

...

Disto pode se inferir que:

u n = u1 + (n − 1)d

Exemplos:

1.Qual o milésimo número ímpar positivo?


Temos a PA: (1, 3, 5, 7, 9, ... ) onde o primeiro termo a1= 1, a razão d = 2 e queremos
calcular o milésimo termo a1000. Nestas condições, n = 1000 e poderemos escrever:
a1000 = a1 + (1000 - 1).2 = 1 + 999.2 = 1 + 1998 = 1999.
Portanto, 1999 é o milésimo número ímpar.

2.Qual o número de termos da PA: (100, 98, 96, ... , 22) ?


Temos a1 = 100, d = 98 -100 = - 2 e an = 22 e desejamos calcular n.
Substituindo na fórmula do termo geral, fica: 22 = 100 + (n - 1). (- 2) ;
logo, 22 - 100 = - 2n + 2 e, 22 - 100 - 2 = - 2n de onde conclui-se que - 80 = - 2n ,
de onde vem n = 40.
Portanto, a PA possui 40 termos.

Através de um tratamento simples e conveniente da fórmula do termo geral de uma PA,


podemos generaliza-la da seguinte forma:

Sendo aj o termo de ordem j (j-ésimo termo) da PA e ak o termo de ordem k ( k-ésimo termo)


da PA, poderemos escrever a seguinte fórmula genérica:
aj = ak + (j - k).r

Propriedades de uma progressão aritmética

• Numa progressão aritmética, um termo qualquer a excepção do primeiro é igual a


média aritmética entre o seu antecessor e o seu consequente.

Demonstração

Página 23
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Sabe-se que o termo geral de uma P.A é: u n = u1 + (n − 1)d

Consideremos u k um termo qualquer da P.A diferente do primeiro, assim, os termos

subsequente e consequente são respectivamente: u k −1 e u k +1 . Temos que mostrar

u k −1 + u k +1
que: u k =
2

De u n = u1 + (n − 1)d vem: u k = u1 + (k − 1)d analogamente:

u k −1 = u1 + (k − 2).d e u k +1 = u1 + k.d Substituindo vem que:

u k −1 + u k +1 u + (k − 2)d + u1 + kd 2u + 2(k − 1).d


uk = ⇔ u k = 1` ⇔ uk = 1
2 2 2

2u k
⇔ uk = ⇔ uk = uk
2

• Numa P.A, a soma dos termos equidistantes dos extremos é igual a soma desses
extremos.

Demonstração

Considere-se : u1 ; u 2; u 3 ; u 4 ;...; u k −1 ; u k ; u k +1 ;... termos de uma P.A:

Pretende-se provar que: u1 + u k +1 = u 2 + u k = u3 + u k −1

Demonstração

u1 + u k +1 = u 2 + u k = u3 + u k −1 ⇔ u1 + u1 + kd = u1 + d + u1 + kd − d = u1 + u1 + 2d + kd − 2d

⇔ 2u1 + kd = 2u1 + kd = 2u1 + kd c.q.d.

Soma de termos consecutivos de uma progressão aritmética

A soma de n termos consecutivos de uma P.A é dada por:

u1 + u n 2u1 + (n − 1).d
sn = .n ou sn = .n
2 2

Demonstração

Página 24
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Sejam u1 ; u 2; u 3 ; u 4 ;...; u n − 2 ; u n −1 ; u n n termos de uma P.A. a soma dos n termos é:

s n = u1 + u 2 + u3 + u 4 + ... + u n − 2 + u n −1 + u n

ou

s n = u n + u n −1 + u n − 2 + ... + u 4 + u3 + u 2 + u1

Somando as duas alternativas de soma de n termos de uma P.A temos:

2 s n = (u1 + u n ) + (u 2 + u n −1 ) + (u 3 + u n − 2 ) + ... + (u1 + u n )

2 s n = (u1 + u n ) + (u1 + u n ) + (u1 + u n ) + ... + (u1 + u n )

u1 + u n
2s n = (u1 + u n )n donde: s n = .n
2

Interpolação aritmética

Em toda sequência finita de termos: a1 ; a2 ; a3 ; a 4 ;...; an os termos a1 e a n são extremos e


os demais são chamados meios, assim na P.A: (0;3;6;9;12;15) os extremos são 0 e 15, os
meios são 3;6;9 e 12.

Interpolar, inserir ou intercalar k meios aritméticos entre os números a e b significa obter


uma P.A de extremos : a1 = a e a n = b com n = k + 2 termos. Para determinar os
meios dessa P.A é necessário calcular a razão, o que é feito da seguinte maneira:

b−a
an = a1 + (n − 1)d ⇒ b = a + (k + 2 − 1)d ⇔ b = a + (k + 1)d ⇔ b − a = (k + 1)d ⇔ d =
k +1

Exemplo: Interpolar 5 meios aritméticos entre 1 e 2.

b−a 2 −1 1 7 4 3 5 11
Solução: d = ⇒d = ⇔ d = logo a P.A é: 1; ; ; ; ; ;2
k +1 5 +1 6 6 3 2 3 6

Progressão geométrica (P.G)

Uma sucessão u n de termos não nulos é uma P.G, se e só se o quociente entre dois
u n +1
termos consecutivos quaisquer é constante ou seja: =q ∀n ∈ N . A constante q é a
un
razão da progressão.

Termo geral

Página 25
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

O termo geral de uma P.G de 1º termo u1 e razão q, é dado por: u n = u1 .q n −1

Demonstração

u1 = u1

u 2 = u1 .q

u 3 = u 2 .q ⇔ u 3 = u1 .q 2

u 4 = u 3 .q ⇔ u 3 = u1 .q 3

...

Disto pode se inferir que:

u n = u1 .q n −1

Monotonia de uma P.G

Uma P.G quanto á monotonia pode ser: Monótona crescente, monótona decrescente,
constante ou oscilante, em função das condições que passamos a apresentar:

se u1 > 0 e q > 1


•  ⇒ A P.G é crescente
se u1 < 0 e 0 < q < 1

1 1
Exemplos: As progressões : 2;4;8;... e − 4;−2;−1;− ;... de razão 2 e
2 2
respectivamente são crescentes.

se u1 > 0 e 0 < q < 1


•  ⇒ A P.G é decrescente
se u1 < 0 e q > 1

1 1 1
Exemplos: 1; ; ;... e − 3; ;−6;−12;... de razão e 2 respectivamente.
3 9 3

• Uma P.G constante é uma progressão de razão q = 1

Exemplos: 5;5;5;5... e 13; 13; 13;...

• Uma P.G é oscilante quando cada termo a partir do 2º tem o sinal contrário ao termo
anterior.

Exemplo: 2;−4;8;−16;32...

Página 26
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Propriedades duma P.G

• Numa P.G qualquer, um termo qualquer diferente do primeiro, é a média geométrica


do produto entre o seu antecedente e o seu consequente.

Demonstração

u k = u k −1 .u k +1 ⇔ u k = u1 .q k − 2 .u1 .q k ⇔ u k = u1 .q 2 (k −1) ⇔ u k = u1 .q k −1
2

• Numa P.G o produto de termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos
extremos.

u k .u n−k +1 = u1 .u n

Demonstração:

Usando as propriedades para desenvolver o 1º membro teremos:

u k .u n − k +1 = u1 .q k −1 .u1 .q n − k = u1 .u1 .q k −1+ n − k = u1 .u1 .q n −1 = u1 .u n c.q.d

Soma de n termos consecutivos de uma P.G

A soma de n termos consecutivos de uma progressão geométrica (P.G) é dada pela


fórmula:

1− qn qn −1
s n = u1 . ou s n = u1
1− q q −1

Demonstração

Naturalmente, somar n termos de uma P.G significa:

s n = u1 + u 2 + u 3 + ... + u n ⇔ sn = a1 + a1q + a1q 2 + ... + a1q n −1 (1)

Multiplicando em (1) ambos membros pela razão q teremos:

q.s n = u1q + u1q 2 + u1q 3 + ... + a1q n (2)

Subtraindo (2) de (1) membro a membro teremos:

s n − q.s n = u1 − u1 .q + u1q − u1q 2 + u1q 2 − u1q 3 + ... + u1 .q n −1 − u1q n

Página 27
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Pondo em evidência sn no 1º membro e eliminando termos simétricos no 2º membro

(
teremos: s n (1 − q ) = u1 − u1q n ⇔ s n (1 − q ) = u1 1 − q n ) de onde está evidente que:

1− qn
s n = u1 c.q.d
1− q

A soma de n termos de uma P.G infinita de razão 0 < q < 1 é dada por :

a1
sn =
1− q

Interpolação geométrica

Interpolar, inserir ou intercalar k meios geométricos entre os números a e b significa


obter uma P.G de extremos : a1 = a e a n = b com n = k + 2 termos. Para determinar
os meios dessa P.G é necessário calcular a razão, o que é feito da seguinte maneira:

b b
a n = a1 .q n −1 ⇒ b = a.q k + 2−1 ⇔ = q k +1 ⇔ q = k +1
a a

Exemplo: Interpole 8 meios geométricos entre 5 e 2560

b 2560
solução : q = k +1
⇒q=9 ⇔ q = 9 512 = 2 então a P.G é: (
a 5
5;10;20;40;80;160;320;640;1280;2560 )

Exercícios resolvidos da unidade II

1.Determine o termo geral das seguintes sucessões:

a) 1, 3, 5, 7, 9,11... Resposta: o termo geral é: a n = 2n − 1

b) 1, 2, 4, 8,16, 32, 64, ... Resposta: o termo geral é: a n = 2 n −1

c) 2, 5,10,17, 26, 37, 50, ... Resposta: o termo geral é: vn = n 2 + 1

2 3 4 5 6 7 n
d) 1, , , , , , ,... Resposta: o termo geral é: u n =
3 5 7 9 11 13 2n − 1

3 1 1 1 1 3 n−4
e) − , − , − , 0, , , ,... Resposta: o termo geral é: a n =
2 2 6 10 6 14 2n
Página 28
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

− 2 n se n for impar


f) − 2, 4,−8,16, − 32, 64, ... Resposta: o termo geral é: a n =  n
2 se n for par

7 8 10 11 6+n
g) , , 3, , , 4,... Resposta: o termo geral é: Qn =
3 3 3 3 3

 π
2. Dada a sucessão: U n = cos(nπ ) + 2 sen (2n + 1). 
 2

a) Calcule u1+u4

 π
Resolução: U 1 = cos(π ) + 2 sen (2 + 1).  = −1 − 2 = −3
 2

 π
e U 4 = cos(4π ) + 2 sen (2.4 + 1).  = 1 + 2.1 = 3 então: u1+u4=-3+3=0
 2

5 10 17
3. Dada a sucessão: 2, , , , ...
2 3 4

101
a) Verifique se é termo da sucessão dada e determine a sua ordem.
10

n2 + 1
Resolução: pelos termos dados nota-se que a n =
n

101 n 2 + 1
Então: = ⇔ 101n = 10n 2 + 10 ⇔ 10n 2 − 101n + 10 = 0 Resolvendo a equação tem
10 n
1
se n1 = 10 e n2 = , portanto n=10 é a solução do problema porque pertence ao conjunto
10
dos números naturais.

4. Estude a monotonia das seguintes sucessões:

a) an = 3n + 2 Resolução: Temos que verificar o sinal de an+1 − an , assim tem-se:

an +1 − an = 3(n + 1) + 2 − (3n + 2) ⇔ an +1 − an = 3n + 5 − 3n − 2 ⇔ an +1 − an = 3 > 0 , Logo é uma


sucessão monótona estritamente crescente.

b) bn = n 2 + 1 Resolução:
( )
bn +1 − bn = (n + 1) + 1 − n 2 + 1 ⇔ bn +1 − bn = n/ 2 + 2 n + 1 + 1/ − n/ 2 − 1/ ⇔ bn +1 − bn = 2n + 1
2

2n + 1 > 0 ∀ n ∈ N logo é monótona estritamente crescente.

Página 29
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

c) cn = 5 − 2n Resolução:
cn +1 − cn = 5 − 2(n + 1) − (5 − 2n ) ⇔ cn +1 − cn = 5/ − 2/ n/ − 2 − 5/ + 2/ n/ ⇔ cn +1 − cn = −2 < 0

logo á sucessão dada é estritamente decrescente.

d) u n =
n +1
Resolução: u n+1 − u n =
n + 2 n +1
− ⇔ u n +1 − u n =
(n + 2)(. n + 3) − (n + 1)(n + 4)
n+3 n+4 n+3 (n + 4)(n + 3)
n 2 + 5n + 6 − n 2 − 5n − 4 2
⇔ u n+1 − u n = ⇔ u n+1 − u n = > 0 ∀n ∈ N , logo a
(n + 4)(n + 3) (n + 4)(n + 3)
sucessão é estritamente crescente .

5.Verifique se as sucessões são limitadas e indique os conjuntos minorantes e majorantes, o


mínimo, o ínfimo, o máximo e o supremo se existirem:

1 − n 2 se n ≤ 3

a) bn =  n + 2 Resolução: vamos analisar para cada ramo: no 1º ramo o
 se n > 3
 n
minorante é -8 e o majorante é 0.

n+2 2
No 2º ramo ⇔ bn = 1 +
bn = segue-se:
n n
1 1 2 2
n ≥ 1 ⇔ ≤ 1 ⇔ 0 p ≤ 1 ⇔ 0 p ≤ 2 ⇔ 1 p 1 + ≤ 3 ⇔ 1 p bn ≤ 3 . Analisando os dois
n n n n
ramos nota-se que: − 8 ≤ bn ≤ 3 .

O conjunto dos minorantes e majorantes é respectivamente: m ≤ −8 e M ≥ 3 . Para este caso:


mínimo=ínfimo=-8 e supremo, maximo=3.

 2n + 3
 n + 2 se n for par
b) cn =  Similarmente ao caso anterior, temos que analisar em
 3n + 1 se n for impar
 2n + 4
cada ramo, assim temos para o 1º ramo:

2n + 3 1
cn = ⇔ cn = 2 − Sabemos que:
n+2 n+2
1 1 1 1 1 1 7 1
n ≥1⇔ n + 2 ≥ 3 ⇔ ≤ ⇔0p ≤ ⇔0f− ≥ − ⇔ ≤ 2− p2
n+2 3 n+2 3 n+2 4 4 n+2

Página 30
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

7
Portanto, para o 1º ramo tem-se: ≤ cn p 2
4

3n + 1 3 5
Para o 2º ramo temos: cn = ⇔ cn = − . Sabemos que:
2n + 4 2 2n + 4

1 1 1 1 5 5
n ≥ 1 ⇔ 2n ≥ 2 ⇔ 2 n + 4 ≥ 6 ⇔ ≤ ⇔0p ≤ ⇔0f− ≥−
2n + 4 6 2n + 4 6 2n + 4 6

2 3 5 3 2 3
⇔ ≤ − p ⇔ ≤ cn p Fazendo uma analise nos dois ramos nota-se que:
3 2 2n + 4 2 3 2
2
≤ c n p 2 . Portanto, o conjunto dos minorantes e majorantes é respectivamente:
3
2
m≤ e M ≥ 2 , o mínimo e o ínfimo coincidem (2/3) , o supremo é 2, não tem máximo.
3

n2 +1
c) vn = já mostramos sem usar necessariamente os limites, podemos rapidamente
2n 2 + 3
resolver os restantes exercícios usando limites:

n2 +1 2 n2 +1 1 2 1
vn = ⇒ v1 = e lim = portanto, ≤ vn p , assim, o conjunto dos
2n + 3
2
5 n → ∞ 2n + 3 2
2
5 2
2 1
minorantes e dos majorantes é respectivamente: m ≤ e M ≥ , o mínimo = ínfimo=2/5.
5 2
Não tem máximo, e o supremo é ½.

1
d) a n = Nota-se que 0 p an ≤ 1 o conjunto dos minorantes e majorantes é
n
respectivamente: m ≤ 0 e M ≥ 1 , não tem mínimo, o ínfimo é zero, o máximo coincide
com o supremo (1).

e) u n = n 2 + 1 , A sucessão não é limitada (não esta limitada supriorimente) , o conjunto dos


minorantes é: m ≤ 2 , não possui o conjunto dos majorantes, nem máximo, nem supremo. O
ínfimo coincide com o mínimo (2).

6. Determine o valor de x, que torne cada uma das seguintes sucessões uma progressão
geométrica:

9
1 9 x 8 9 3
a) , x, . Se é uma PG então: = ⇔ x 2 = ⇔x=±
2 8 1 x 16 4
2

Página 31
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

x x+2 2
b) x + 1, x , x + 2 Se é uma PG então = ⇔ x 2 = x 2 + 3 x + 2 ⇔ x = − , então
x +1 x 3
1 2 4
substituindo, os termos seriam: ;− ;
3 3 3

c) 8 x, 5 x − 3, x + 3, x Para este, vamos usar:


8 x.x = (5 x − 3)(x + 3) ⇔ 8 x 2 = 5 x 2 + 15 x − 3x − 9 ⇔ 3x 2 − 12 x + 9 = 0 ⇔ x 2 − 4 x + 3 = 0

Solução. {1,3} , então há duas possibilidades dos respectivos termos, temos que verificar a
validade dessas possibilidades:

8,2,4,1,...,ou 24,12,6,3,... a 1ª não serve pois não nos conduz a uma PG, o que significa que
x=3 é a única solução para o problema em estudo..

x + 9 x + 45
d) x, x + 9, x + 45 Se é uma PG, então, = ⇔ x 2 + 18 x + 81 = x 2 + 45 x
x x+9

⇔ 27 x = 81 ⇔ x = 3 Então os respectivos termos seriam: 3, 12, 48,

7. Numa PG de razão positiva, o primeiro termo é igual ao dobro da razão, e a soma dos dois
primeiros é 24.Determine a razão da progressão.

1− qn
Resolução: a1 = 2.q e a1 + a 2 = 24 por outro lado, sabe-se que: S n = a1 , desta forma
1− q
teremos:

1− q2
24 = 2q ⇔ 24 − 24q = 2q − 2q 3 ⇔ 2q 3 − 26q + 24 = 0 ⇔ q 3 − 13q + 12 = 0
1− q
⇔ (q − 1)(q − 3)(q + 4 ) = 0 ⇔ q1 = −4; q 2 = 1 e q3 = 3

Fazendo uma ligeira análise nota-se que {-4,3} é a solução que satisfaz ao problema.

8. A soma dos três primeiros termos de uma PG é igual a 39 e o produto entre eles é 729.
Determine esses termos.

Resolução:
9
a1 + a2 + a3 = 39 a1 + a1 .q + a1 .q 2 = 39 − − − − − − − −  + 9 + 9q = 39
 ⇔ 3 3 ⇔ ⇔  ⇔ q
a1 .a2 .a3 = 729 a1 .q = 729 a1 .q = 729 a1 .q = 9
3
− − − − − − −

Página 32
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

 1
9 + 9q + 9q 2 = 39 q 9q 2 − 30 q + 9 = 0 3q 2 − 10q + 3 = 0 q = 3 ∨ q =
⇔ ⇔ ⇔ ⇔ 3
− − − − − − − − − − − − − − − − − − − − a1 = 3 ∨ a1 = 27

Então, os termos são 3,9 e 27 ou 27, 9 e 3.

9.Calcule a soma dos números inteiros positivos inferiores a 501 e que não sejam divisíveis
por 7.

Resolução: 1º temos que determinar a soma dos números menores que 501que sejam
divisíveis por 7, assim, o 1º termo é 7 e o ultimo nº é 497, então teremos a seguinte sequência
de múltiplos de 7: 7, 14, 21, …, 497. E 497 é de ordem 71. É uma PA.

7 + 497 1 + 501
Assim, S 71 = .71 = 252.71 = 17892 e S 501 = .501 = 251 .501 = 125751
2 2

A soma dos nºs que não são divisíveis por sete será dado pela diferença:

S 501 − S 71 = 125751 − 17892 = 107859

10. Encontre a razão positiva em que os termos de uma PG satisfaça as igualdades:


a1 + a4 = 27 e a3 + a6 = 108

Resolução:
 27
a1 =
a1 + a 4 = 27

a1 + a1 q = 27 3


a1 1 + q = 27 ( ⇔


3
) 1+ q3
  2  
a3 + a6 = 108 a1 q + a1 q 5 = 108 (
a1 q 2 + q 5 = 108 )
27. q 1 + q = 108
2 3
( )
 1+ q3

− − − − − − a = −27 ∨ a1 = 9
⇔ 2 ⇔ ⇔ 1 , como o problema refere-se a razão positiva,
q = 4  q = ±2  q = ±2
então: q=2.

11.Determine o valor de x para que:

Página 33
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

x x x
a) x + + + + ... = 30 , Resolução: Como se pode ver, os termos, constituem uma PG de
3 9 27
1 a x 2
razão , a sua soma é dada por: S n = 1 . ⇒ 30 = ⇔ 30. = x ⇔ x = 20
3 1− q 1 3
1−
3

x
x x2 x3 1 2 1 x 2− x 1 2
b) + + + ... = ⇔ = ⇔ = . ⇔ 20 x = 4 − 2 x ⇔ 22 x = 4 ⇔ x =
2 4 8 10 x 10 2 2 10 11
1−
2

12. Determine a soma dos n termos da sequência numérica infinita: 3; 0,9;0,09;0,009;...


1
Resolução: Nota-se que a partir do 2º termo é uma PG infinita de razão , daí que soma
10
0,9
será dada por: S n = 3 + ⇔ Sn = 3 +1 = 4
1
1−
10

13. Determine a razão da progressão geométrica sabendo que: S n = −3 + 3n +1 .

Resolução: S1 = a1 = −3 + 31+1 = 6 e S 2 = −3 + 32+1 = −3 + 27 = 24

a 2 18
Sabe-se que a2 = S 2 − a1 ⇔ a2 = 24 − 6 = 18 logo, q = = =3
a1 6

14. A soma de três números que formam uma PG crescente é 19 e, se subtrairmos 1 do


primeiro, sem alterar os outros dois, eles passam a constituir uma PA. Determine a diferença
entre a soma dos dois primeiros números e o terceiro.

 a 2 a3
a = a − − − − − − − − − −
 1 2
 
a 2 − (a1 − 1) = a3 − a 2 ⇔ − − − − − − − ⇔ a 2 − (19 − a3 − a 2 − 1) = a3 − a 2
a + a + a = 19 a = 19 − a − a − − −
 1 2 3  1 2 3 


Página 34
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

 6 a
 = 3
− − − − − − − − − − − 13 − a3 6 36 = 13a3 − a3 2
   
 
⇔ a 2 − 19 + a3 + a 2 +1 = a3 − a 2 ⇔ 3a 2 = 18 ⇔ a 2 = 6 ⇔ − − − ⇔ − − − −
− − − − − − − − a = 13 − a − − − − − − − − −
   1 3
 


a3 2 − 13a3 + 36 = 0 a 3 = 9 ∨ a 3 = 4
 
− − − − ⇔ − − − − Já que a PG é crescente a3=9, continuando temos:
− − − − − − − − − −
 

a 3 = 9

⇒ a 2 = 6 respondendo a questão colocada: a1 + a2 − a3 = 4 + 6 − 9 = 1
a = 4
 1

15. Determine a soma dos termos da PG (5, 50, ..., 500000)

Resolução: Pelos dados nota-se que a1 = 5 e q = 10 , daí que, a n = 5.10 n −1

500000 = 5.10 n−1 ⇔ 100000 = 10 n−1 ⇔ 10 5 = 10 n −1 ⇔ n = 6 Então:

1 − 10 6 999999
S 6 = 5. ⇔ S 6 = 5. = 5.111111 = 555555.
1 − 10 9

16. Determine o termo geral de uma progressão geométrica que se obtém Interpolando 5
meios geométricos entre 1458 e 2.

Resolução: pelos dados nota-se que: a1 = 1458 e a7 = 2

6
2 1 1 1
2 = 1458.q ⇔ 6
= q6 ⇔ = q 6 ⇔   = q 6 ⇔ q = , Então, o termo geral é:
1458 729 3 3
n −1
1
a n = 1458. 
3

Página 35
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

17. Determine a razão de uma PG cujo termo geral é u n = 2. 2 n −3

Resolução: determinando os respectivos termos tem-se:

2 2
u1 = 1, u 2 = 2 , u 3 = 2,... Então, a razão será igual a: q = = = 2
1 2

1
n−
18. Determine a soma dos primeiros seis termos da sequência definida por a n = 2 2

Resolução: a1 = 2 ; a 2 = 8 , a3 = 32 , ..., a6 = 32 2 logo a razão é 2.

1 − 26
Então S 6 = 2 . ⇔ S 6 = 63 2
1− 2

19. Qual deve ser a razão para interpolar 3 meios geométricos entre 6 e 4374?

Resolução: Se iremos colocar três meios, então: a1 = 6 e a5 = 4374

a5 = a1 .q 4 ⇔ 4374 = 6.q 4 ⇔ q 4 = 729 ⇔ q = 4 36 = 3 3

2 32
20. Quantos meios geométricos devemos interpolar entre e , para obtermos uma PG de
3 243

6
razão .
3

n −1 n n
n −1 32 2  6  32 3  6  3 16 6  6 
Resolução: an = a1 .q ⇒ = . ⇔ . = . ⇔ . =
243 3  3  243 2  3  6 81 3  3 

n n 9 n
256 6  6  256.2  2  2 2
. .=  ⇔ =  ⇔  =  ⇒n =9. Se n=9, então deve-se
6561 9  9  6561.3  3  3 3
interpolar 7 meios geométricos entre os dois já dados.

Ou pelo autor deste exercício: faz-se:

Página 36
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

n −1 n −1 n −1
32 2  6  32 3  2 . 3  16  2 . 3. 3 
a n = a1 .q n −1
⇒ = .  ⇔ . =  .⇔ = 
243 3  3  243 2  3  81  3. 3 

n −1 n −1
 2   2 
4 4
2 2 2 n −1
  = ⇔  =  ⇔4= ⇔ 8 = n − 1Q n = 9 , se já temos 2
 3   3  3 3 2

disponíveis então 7 termos estão entre os dois termos dados, o significa que temos que
interpolar 7 meios geométricos.

a + b + c = 91
21. Na PG de termos positivos (a, b, c ) temos:  . Determine (a + c) .
a.c = 441

Resolução:

a + b + c = 91 a + c = 91 − b a + c = 91 − a.q − − − − − −
 ⇔ ⇔ 2 2 ⇔ ⇔
a.c = 441 a.a.q = 441 a .q = 441 (a.q ) = 441 a.q = 21
2 2

a + c = 91 − 21 a + c = 70
 ⇔
a.q = 21 a.q = 21

R: (a + c) = 70

22. Numa progressão geométrica de quatro termos positivos, a soma dos dois primeiros vale
1e a soma dos dois últimos vale 9. Calcule a razão da progressão.

 1
 a1 =
a1 + a 2 = 1 a1 + a1q = 1 a1 (1 + q ) = 1  q +1
Resolução:  ⇔ ⇔  ⇔ 
a 3 + a 4 = 9 a1 .q + a1q = 9
2 3
a1 q + q = 9
2 3 2
(
q + q = 9
3
)
 1 + q

− −
 2 − − − −
 q (1 + q ) ⇔ 2 ⇔ Como a PG é de termos positivos, então:
 1+ q = 9  q = 9  q = ± 3

Página 37
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

 1
a1 = 1 n−1
 4 ⇒ a n = .3
q = 3 4

23. A Joana leu uma notícia sobre os cursos leccionados na Universidade Pedagógica, e no
minuto seguinte contou-a quatro colegas e posteriormente, as quatro colegas contaram a
quatro colegas cada uma, no minuto seguinte e assim sucessivamente. Quantos tiveram a
informação após 6 minutos?

Resolução: Como se pode ver, é uma PG de razão 4. Pois, os termos são:

1, 4, 16, 64, … e o termo geral é: a n = 4 n−1 então a 6 = 4 6−1 = 4 5 = 210 = 1024

R: Após 6 minutos tiveram informação 1024 pessoas.

24. As fortunas A, B e C estão em progressão geométrica e perfazem um total de 950 contos.


Calcule as fortunas B e C sabendo que a fortuna de A é de 200contos.

Resolução: A+B+C=950 contos se A=200 contos, então:

− 4 ± 256 − 4 ± 16 5 3
q1 = ⇔ q1 = Q q1 = − e q 2 =
2 2. 4 2 8 2 2

3
Solução: q = , pois o q negativo não satisfaz ao problema, pois, conduzir-nos-ia a fortunas
2
negativas.

Se A=200, então B=200q=200.3/2=300 contos e C=200.(3/2)2=200.9/4=450 contos.

R: As fortunas B e C são respectivamente 300 e 450 contos.

25. Qual é a soma dos números impares entre 10 e 30?

Resolução: o 1º número impar maior que 10 é 11. E o último termo é 29. Segue-se então que:
11,13,15,…,29, cujo termo geral é: an = 2n + 9 daí que:

Página 38
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

29 = 2n + 9 ⇔ 2n = 20 ⇔ n = 10 , Tratando-se de uma PA, a soma dos termos será dada por:


11 + 29
S10 = .10 = 200
2

R: A soma dos números ímpares entre 10 e 30 é 200.

26. A soma dos 20 primeiros termos de uma progressão aritmética é -15. Determine a soma
do sexto termo dessa PA com o décimo quinto termo.

Resolução: pelas propriedades nota-se que:

a 20 + a1 = a6 + a15 , pois, 20 + 1 = 6 + 15 = 21

a1 + a 20 a +a a +a 30 3
S 20 = .20 = 6 15 .20 ⇒ −15 = 6 15 .20 ⇔ − = a6 + a15 ⇔ a6 + a15 = −
2 2 2 20 2

27. As medidas de um triângulo rectângulo estão em PA de razão 3. Calcule essas medidas.

Resolvendo, aplicando o teorema de Pitágoras teremos: x 2 + (x + 3) = ( x + 6 )


2 2

x 2 + x 2 + 6 x + 9 = x 2 + 12 x + 36 ⇔ x 2 − 6 x − 27 = 0 ⇔ (x − 9)( x + 3) = 0 Q x1 = 9 ∨ x2 = −3

Portanto x=9,com x=-3 teríamos lado negativo.

Então as medidas do triângulo são: 9, 12 e 15.

28. Determine a razão encontrada ao interpolar 6 meios aritméticos entre 100 e 184.

Resolução: interpolar 6 meios significar colocar 6 termos entre 100 e 184, totalizando 8
termos. Assim,

Página 39
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

a1 = 100 e a8 = 184 Aplicando as propriedades da PA temos:

a8 = a1 + (n − 1)d ⇔ 184 = 100 + 7d ⇔ 7d = 84 ⇔ d = 12

29. Interpolando nove meios aritméticos entre 15 e 45.Determine o sexto termo da PA.

Resolução: se foram interpolados 9 meios então passarão a ser 11 termos. Assim tem-se:

a1 = 15 e a11 = 45 Então aplicando as propriedades temos: a11 = a1 + 10d

45 = 15 + 10d ⇔ 10d = 30 ⇔ d = 3 logo an = 15 + (n − 1)3 ⇔ a n = 3n − 3 + 15

a n = 3n − 12 ⇒ a6 = 6

30. Determine a quantidade de meios aritméticos que se pode inserir entre 15 e 30, tal que a
razão tenha valor 3.

Resolução: an = a1 + (n − 1)d ⇒ 30 = 15 + (n − 1).3 ⇔ 15 = 3n − 3 ⇔ 3n = 18Q n = 6

6-2=4

R: A quantidade de meios aritméticos que se pode inserir é 4.

31. Numa PA, a soma dos termos é 70, o primeiro termo é 10 e a razão é 5. Determine a
ordem do último termo.

Resolução: Sabe-se que a formula para soma de n termos duma PA é dada por:

2a1 + (n − 1)d 2.10 + (n − 1)5


Sn = .n ⇒ 70 = n ⇔ 140 = (20 + 5n − 5)n ⇔ 140 = 15n + 5n 2
2 2

n 2 + 3n − 28 = 0 ⇔ n2 + 3n − 28 = 0 ⇔ (n + 7 )(n − 4) = 0 Q n = 4

R: O número de termos é 4.

32. Quantos múltiplos de 3 existem entre 2 e 700?

Página 40
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Resolução: o 1º múltiplo de 3 neste intervalo é o próprio 3 e o ultimo múltiplo é 699.

Os múltiplos de três neste intervalo são dados por un=3n, portanto, 699 é de ordem 233, disto
resulta que existem 233 múltiplos de 3 entre 2 e 700.

33. Determine o número de termos que devemos tomar na PA (-7, -3,1, ...) a fim de que a
soma valha 3150 .

Resolução: é uma PA de razão 4, sabe-se que a soma de n termos de uma PA é dada por:

2a1 + (n − 1)d
Sn = .n
2

2(− 7 ) + (n − 1)4
Logo, 3150 = .n ⇔ 6300 = (−14 + 4n − 4)n ⇔ 4n 2 − 18n − 6300 = 0
2

⇔ 2n 2 − 9n − 3150 = 0 ∆ = 25281 e ∆ = 159 Q n = 42

Para que a soma valha 3150 é necessário somar 42 termos.

a1 + a3 + a5 = 21
34. Determine a razão de uma progressão aritmética sabendo-se que: 
a 2 + a 4 + a6 = 42

Resolução:
a1 + a3 + a5 = 21 a + a + 2d + a1 + 4d = 21 3a + 6d = 21 a + 2 d = 7
 ⇔ 1 1 ⇔ 1 ⇔ 1
a 2 + a 4 + a6 = 42 a1 + d + a1 + 3d + a1 + 5d = 42 3a1 + 9d = 42 a1 + 3d = 14

⇒ d = 7 ∧ a1 = −7

35. Determine a PA em que o primeiro termo é o dobro da razão e o trigésimo termo é igual a
93.

Resolução: Pelos dados nota-se que:

a1 = 2d − − − − − − − − − a = 6
 ⇔ ⇔ ⇔ ⇔ 1
a30 = 93 93 = a1 + 29d 93 = 2d + 29d d = 3 d = 3

Página 41
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

36. Uma progressão aritmética e uma progressão geométrica tem ambas, o primeiro termo
igual a 4, sendo que os seus terceiros termos estritamente positivos e coincidentes. Sabe-se
ainda que o segundo termo da progressão aritmética excede o segundo termo da progressão
geométrica em 2. Determine o terceiro termo das progressões.

Resolução:

 d +2
a1 = 4  q= − − −
  4 q = 4 + d − 2  4 
a1q = a1 + d − 2 ⇔  2 ⇔ ⇔   d 2 + 4d + 4 
4  = 4 + 2d
2
 4 q = 4 + 2 d 4 d + 2  = 4 + 2d
a1 .q = a1 + 2d
2
  16 
  4 

− − − − − − − − − − − − −
 2 ⇔ 2 ⇔ 
 d + 4 d + 4 = 4( 4 + 2 d ) d − 4d − 12 = 0 (d + 2 )(d − 6 ) = 0d1 = −2 ∨ d 2 = 6
Portanto, d=6 é a solução, pois d=-2 teríamos uma PG de razão zero, o que não é possível.
Continuando com o sistema de equações temos:

 6+2
− − − q = =2
⇔ ⇔ 4 os termos são: 4,10,16 para PA e 4,8,16 para PG. Portanto, como
d = 6 d = 6

se pode ver, o 3º termo das progressões é 16.

37. O lucro semanal da venda de automóveis cumpre a ordem de uma PA. Onde na terceira
semana foi de 20USD e na sétima semana foi de 40USD. Determine a quantidade que teve na
décima segunda semana e a quantidade total das doze primeiras semanas.

a3 = a1 + 2d 20 = a1 + 2d
 ⇔ Q d = 5 ∧ a1 = 10 Disto resulta que an = 5n + 5 donde,
a 7 = a1 + 6d 40 = a1 + 6d

10 + 65
a12 = 5.12 + 5 = 65 Assim, S12 = 12 = 75.6 = 450
2

Página 42
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Exercícios propostos da unidade II

1. Obter uma P.A decrescente com 5 termos cuja soma é -10 e a soma dos quadrados é
60.
2. Obter 5 números reais em P.A sabendo que sua soma é 5, e a soma dos seus inversos é
563
.
63
(
3. Mostrar que: se (a;b;c) é uma P.A então: a 2 bc; ab 2 c; abc 2 também é uma P.A. )
4. Obter a razão de uma P.A em que o 1º termo é -8 e o vigésimo é 30.
5. Qual é o termo igual a 60 na P.A em que: a 2 = 24 e q = 2
6. Quantos meios aritméticos devem ser interpolados entre 12 e 34 para que a razão da
1
interpolação seja .
2
7. Inserir 12 meios aritméticos entre 100 e 200.
8. Quantos números inteiros positivos formados por três algarismos que são múltiplos de
13.
9. Quantos números inteiros e positivos, formados de dois ou três algarismos, não são
divisíveis por 7.
 45 19 
10. Qual é o número mínimo de termos que se deve somar na P.A. 13; ; ;...  a partir
 4 2 
do 1º termo para que a soma seja negativa.
11. Ao se efectuar a soma de 50 termos em P.A (202;206;210;..) por distracção não foi
somada a 35ª parcela. Qual foi a soma encontrada.
12. Qual é a soma dos múltiplos de 11 compreendidos entre 100 e 10000.
13. Qual é o número que deve ser somado a 1;9;15 para que se tenha, nessa ordem três
números em P.G.
14. Qual é o número x que deve ser somado aos números: (a − 2; a; a + 3) para que forme
uma P.G nessa ordem.
15. Obter a P.G de quatro elementos em que a soma dos dois primeiros é 12 e a soma dos
dois últimos é 300.

Página 43
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

121
16. Determinar 5 números inteiros em P.G sabendo que sua soma é e seu produto é
3
243.
17. Obter quatro números a; b; c e d sabendo que:

i) a + d = 32
ii) b + c = 24
iii) a; b; c é P.G
iv) b; c; d é P.A

18. Provar que se os números a;b;c;d formam nesta ordem uma P.G, então vale a relação:
(b − c )2 + (c − a )2 + (d − b )2 = (a − d )2
senx
19. Calcular todos os ângulos x, em radianos, de modo que os números: ; senx; tgx
x
formem uma progressão geométrica.
 1 1 1 
20. Calcular a soma dos 10 primeiros termos da P.G: 1; ; ; ;... 
 2 4 8 
n
21. Determinar n tal que: ∑2
i =3
i
= 4088

22. Determinar 11 números em P.G sabendo que a soma dos 10 primeiros é 3069 e a
soma dos 10 últimos é 6138.
23. Inserir 6 meios geométricos entre 640 e 5.
24. Quantos termos se devem intercalar entre 78125 e 128 para obter uma P.G de razão
2
q=
5

Unidade III: Limites e Derivadas

3.1. Limites

O papel dos limites de funções reais

O conceito de Limite de uma função realiza um papel muito importante em toda teoria
matemática envolvida com o Cálculo Diferencial e Integral. Há uma cadeia ordenada muito

Página 44
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

bem estabelecida no Cálculo: Conjuntos, Funções, Limites, Continuidade, Derivadas e


Integrais. Para entender os conceitos mais importantes da lista acima, que são os últimos, a
Teoria de Limites é fundamental. O motivo para isso é que nem tudo o que queremos realizar
ocorre no meio físico, e quase sempre é necessário introduzir um modelo que procura algo
que está fora das coisas comuns, e essa procura ocorre com os limites nos estudos de
sequências, séries, cálculos de raízes de funções... Por exemplo, obter uma raiz de uma
função polinomial de grau maior do que 4 somente é possível por meio de métodos
numéricos que utilizam fortemente as ideias de limite e continuidade.
Na verdade, esse cálculo depende do Teorema do Valor Intermediário (apresentado no fim),
que é uma consequência do estudo de continuidade de funções.

Ideia intuitiva de limite

Estudaremos o comportamento de uma função f nas proximidades de um ponto. Para fixar


x 2 −1
ideias, consideremos a função f: ℜ \ 1 → ℜ definida por: f ( x ) = Para x diferente de 1,
x −1
f(x) pode ser simplificada e reescrita na forma mais simples: f(x) = x + 1. Ao analisar o
comportamento dessa função nas vizinhanças do ponto x = 1, ponto este que não pertence ao
domínio de f, constatamos que a função se aproxima rapidamente do valor L =2, quando os
valores de x se aproximam de x = 1, tanto por valores de x < 1 (à esquerda de 1).Quanto por
valores x >1 (à direita de 1). Do ponto de vista numérico, as tabelas abaixo mostram o
comportamento da função f, para valores x à esquerda e à direita de x = 1.
Pela esquerda de x = 1
x 0 0,5 0,8 0,9 0,99 0,999 1
f (x ) 1 1,5 1,8 1,9 1,99 1,999 2

Pela direita de x = 1
x 2 1,5 1,2 1,1 1,01 1,001 1
f (x ) 3 2,5 2,2 2,1 2,01 2,001 2

Página 45
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Nesse caso, dizemos L = 2 é o limite da função f quando x se aproxima de 1, o que


denotaremos por: lim f (x ) = 2 . Esse resultado pode ser visto por meio da análise gráfica de f,
x →1

cujo esboço vemos na figura abaixo

Limite de uma função real

Seja f uma função real definida sobre o intervalo (a,b) excepto talvez no ponto x = c que
pertence a intervalo (a,b), Le e Ld números reais. Diz-se que o limite lateral à direita de f no
ponto c é igual a Ld, se os valores da função se aproximam de Ld, quando x se aproxima de c
por valores (à direita de c) maiores do que c. Em símbolos:
lim f ( x ) = Ld
x→ c

O limite lateral à esquerda de f no ponto c é igual a Le, se os valores da função se aproximam


de Le, quando x se aproxima de c por valores
(à esquerda de c) menores que c. Em símbolos:
lim f ( x ) = Le
x→ c

Quando o limite lateral à esquerda Le coincide com o limite lateral à direita Ld, diz–se que
existe o limite da função no ponto c e o seu valor é Ld = Le = L. Com notações simbólicas,
escrevemos:
lim f ( x ) = L
x→ c

Página 46
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

O que significa que, para qualquer ε > 0 e arbitrário, existe um δ > 0, que depende de ε , tal
que
|f(x)–L| < ε para todo x satisfazendo 0 < |x–a|< δ .
No caso em que um dos limites laterais não existe ou no caso de ambos existirem, porém com
valores diferentes, diremos que a função não tem limite no ponto em questão.
Uma função não pode aproximar-se de dois limites diferentes ao mesmo tempo, e ele é
denominado o teorema da unicidade, porque garante que se o limite de uma função existe,
então ele deverá ser único.
Unicidade do limite – Se Lim f(x) = A e Lim f(x)= B quando x tende ao ponto c, então A =
B.
Demonstração
Se ε > 0 é arbitrário, então existe um δ > 0 tal que f (x ) − A < ε sempre que

0 < f (x ) − A < δ

Cálculo de limites por definição


Se para todo ε > 0 há um número correspondente δ > 0 tal que f ( x ) − L < ε sempre que

0 < x − a < δ . Uma vez que x − a é a distância de x até a f (x ) − L é a distância de f(x) até L

e como ε pode ser arbitrariamente pequeno , a definição de limite pode ser expressa como:
lim f (x ) = L .
x→ a

Isto significa que a distância ente f(x) e L pode ser arbitrariamente pequena tornando-se a
distância de x até a suficientemente pequena(mas não 0).
Uma interpretação geométrica pode ser dada, observando o gráfico da função e notando que
uma escolha de um ε > 0 menor implica um δ > 0 menor, como mostrado nas figuras

Exemplo Resolvido

Página 47
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Prove que existe o limite lim(4 x − 5) = 7 .


x →3

Resolução:
Inicialmente devemos achar um δ tal que (4x − 5) − 7 < ε sempre que 0 < x − 3 < δ

(4 x − 5) − 7 < ε ⇒ 0 < x−3 <δ

4 x − 12 < ε ⇒ 0 < x − 3 < δ

4 x−3 <ε ⇒ 0 < x−3 <δ

ε
x−3 < ⇒ 0 < x−3 <δ
4
ε
Então podemos escolher = δ e conclui-se que: lim(4 x − 5) = 7
4 x →3

Continuidade de uma função


Dizemos que uma função f(x) é contínua num ponto a do seu domínio se as seguintes
condições são satisfeitas rigorosamente:
 ∃ f (a )
 ∃lim f ( x ) Isto é: lim+ f (x ) = lim− f ( x )
x→ a x→a x→ a

 lim f ( x ) = f (a )
x→ a

Dizer que uma função f é contínua em um ponto a significa que f(a) existe e que f leva pontos
“próximos” de a em pontos “próximos” de f(a).

Propriedades dos limites


Muitas funções do Cálculo podem ser obtidas como somas, diferenças, produtos, quocientes e
potências de funções simples. Introduziremos propriedades que podem ser usadas para
simplificar as funções mais elaboradas. Em todas as situações abaixo:
Seja c uma constante e suponha que existam os limites: lim f (x ) e lim g ( x )
x→ a x→a

1. O limite de uma constante, é a própria constante, isto é: lim c = c


x→a

2. O limite da soma é igual a soma dos limites, isto é:


lim( f (x ) + g (x )) = lim f (x ) + lim g (x )
x→ a x→ a x →a

Página 48
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

3. O limite da diferença é igual a diferença dos limites, isto é:


lim( f ( x ) − g ( x )) = lim f ( x ) − lim g ( x )
x→a x→a x→a

4. O limite de uma constante vezes uma função é igual a constante vezes o limite da
função, isto é: lim[c. f (x )] = c. lim f ( x )
x →a x→a

5. O limite do produto é igual ao produto dos limites, isto é:


lim( f ( x ).g (x )) = lim f ( x ). lim g ( x )
x→a x→a x→a

6. O limite de um quociente é igual ao quociente dos limites, isto é:

 f (x )  lim f (x )
lim  = x→a com g ( x ) ≠ 0
x →a g ( x ) g (x )
  lim
x→ a

7. O limite de uma raiz é igual a raiz do limite, isto é: lim n f (x ) = n lim f ( x )


x →a x →a

Exemplos de cálculo de limites usando as leis dos limites:

a) lim (3 x 4 + 2 x 2 − x + 1) = lim 3 x 4 + lim 2 x 2 − lim (x ) + lim 1 = 3.(− 2 ) + 2.(− 2) − (− 2 ) + 1


4 2
x → −2 x → −2 x → −2 x → −2 x → −2

= 48 + 8 + 2 + 1 = 59

2x 2 + 1 lim 2 x 2 + 1 (
2.2 2 + 1 9 3)
= x →2 2 = 2 = =
b) lim 2
x →2 x + 6 x − 4 (
lim x + 6 x − 4 2 + 6.2 − 4 12 4
x →2
)
Observações: Todas as propriedades vistas para o cálculo de limites são válidas também para
limites laterais e para limites no infinito. Quando, no cálculo do limite de uma função,
aparecer uma das sete formas, que são denominadas expressões indeterminadas:
0 ∞
; ; ∞ − ∞; 0.∞; ∞ 0 ; 0 0 e 1∞ .Nada se poderá concluir de imediato sem um estudo mais
0 ∞
aprofundado de cada caso

Página 49
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Limite fundamental trigonométrico


senx
lim =1
x →0 x
Demonstração
1º Consideremos o primeiro quadrante do círculo trigonométrico, por convenção, a medida
do raio do círculo trigonométrico é igual a uma unidade de comprimento.

Comparando as áreas das figuras nota-se que:


A∆ OAM < área do sector circular OAM < A∆ OAC , temos calcular cada uma das áreas:
Já sabemos que o lado OA=1 , pois, é o raio do círculo trigonométrico .
• Área do triângulo OAM
OA * BM 1. senx MB
A∆ OAM = ⇔ A∆OAM = , pois, a altura h = MB e sabe-se que = senx
2 2 OM
MB
como OM=1 porque é raio do circulo trigonométrico, então; = senx ⇔ senx = MB
1
• Área do sector circular (ASC)
x.1 x
ASC = =
2 2
• Área do triângulo OAC
OA. AC 1.tgx tgx AC
A∆ OAC = = = , pois , como = tgx e OA = 1 ⇒ AC = tgx
2 2 2 OA
Voltando a comparar as três áreas teremos:
A∆ OAM < área do sector circular OAM < A∆ OAC

Página 50
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

senx x tgx
< < , como tem o mesmo denominador, podemos desprezar os
2 2 2
denominadores e teremos:

senx < x < tgx dividindo por senx teremos:


senx x tgx x 1 senx
senx < x < tgx ⇔ < < ⇔1< < ⇔1> > cos x
senx senx senx senx cos x x
senx
Como já se sabe: lim1 = 1 , lim cos x = 1 , como se pode ver, lim está entre duas
x →0 x →0 x →0 x
expressões que tendem para o mesmo limite, disto, conclui-se que:
senx
lim = 1 (c.q.d-como queríamos demonstrar)
x →0 x

senx
Ou podemos desenhar o gráfico da função f ( x ) = e podemos a partir do gráfico analisar
x
o seu comportamento a direita e a esquerda de x=0 isto é :
senx senx
lim+ = lim− =1
x →0 x x →0 x

Exemplos de aplicação :
sen 4 x  0 
lim = 
x → 0 sen5 x
0
Página 51
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Temos que levantar a indeterminação:


sen5 x
5.
sen5 x 5 x = 5.1 = 5
lim = lim
x →0 sen 4 x x →0 sen4 x 4.1 4
4.
4x
Outros limites fundamentais
x
 1 1
lim1 +  = e ou lim(1 + x ) x = e
x →∞
 x x →0

Neste caso, e representa o número de Neper, ou simplesmente euler trata-se de um número


irraciocional cujo valor aproximado é: 2,7182818. Veja a tabela com valores de
x
 1
x e de 1 + 
 x
x 1 10 100 1000 10000 100000

 1
x 2 2,5937 2,7048 2,7169 2,7181 2,7182
1 + 
 x

Isto mostra que para valores de x suficientemente grandes ( tão grandes quanto quisermos)
x
 1
1 +  tende a um número muito próximo de 2,7182818, conhecido como número de
 x
Neper.
x
 1
O comportamento de 1 +  pode ser visualizado graficamente que tende a ser uma
 x
constante quanto mais grande forem os valores de x.

De forma mais geral:

Página 52
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

x
 k 1
lim1 ±  = e ± k e lim(1 ± kx ) x = e ± k
x →∞
 x x →0

Deixamos ao cuidado do caro leitor a demonstração da relação entre esses dois limites
x
 1 1
fundamentais: lim1 +  = e ou lim(1 + x ) x = e
x →∞
 x x →0

As duas formas acima dão a solução imediata a exercícios desse tipo e evitam substituições
algébricas:
a x −1
lim = ln a
x →0 x
Demonstração
ln(u + 1)
Seja a x − 1 = u ⇔ a x = u + 1 ⇔ ln a x = ln(u + 1) ⇔ x ln a = ln(u + 1) ⇔ x =
ln a
a x −1 = u se x → 0 Q u → 0 substituindo teremos:

a x −1 u a x −1 u ln a a x −1 ln a
lim = lim ⇔ lim = lim ⇔ lim = lim
x →0 → ln(u + 1) → → ln(u + 1) → → 1
ln(1 + u )
x u 0 x 0 x u 0 x 0 x u 0

ln a u

a x −1 ln a a x −1 ln a a x −1 ln a
⇔ lim = lim 1
⇔ lim = lim ⇔ lim = lim = ln a ( c.q.d)
ln (1 + u )u
x→0 x u → 0 x → 0 x u → 0 ln e x → 0 x u → 0 1

Generalizando a propriedade acima teremos:

a kx − 1
lim = k . ln a
x →0 x

Página 53
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

A seguir apresentamos uma tabela com principais fórmulas trigonométricas que


poderão lhe auxiliar na resolução de certos limites trigonométricos.

Página 54
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso
rso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Do
Domingos

Teorema de valor intermediário


diário de Bolzano

Segundo Sá e Louro (2006:62)


:62):”Seja f uma função contínua num intervalo
alo I, a e b dois
pontos de I tais que f(a) ≠ f(b).
f(b Então, qualquer que seja o número
ro k estritamente
compreendido entre f(a) e f(b), existe
e pelo menos um ponto c, estritamente
nte co
compreendido
entre a e b, tal que f(c) = k”

Equivalentemente, toda a função


unção contínua num intervalo fechado, não pode
ode pa
passar de um
valor a outro sem passar por todos os valores intermediários.

Corolário

alo de [a; b ] , e f (a ) * f (b ) p 0 , então existe um c ∈ ]a; b[ tal que


Se f(x) é contínua no intervalo

f (c ) = 0 .

1.Determine

9−t 0
a) lim =  Levantando a indeterminação
inação temos:
t →9 3 − t
0
9−t
= lim
( ) ( )
(9 − t ) 3 + t = lim (9 − t ) 3 + t = lim 3 + t = 3 + 3 = 6
( )
lim
t →9 3 − t (
t →9 3 − t 3 + t )( t →9 ) (9 − t ) t →9
b)

x2 + x − 6 0
lim =   Levantando
tando a indeterminação Temos:
x→ 2 x−2 0

lim
x2 + x − 6
= lim
(x + 3)(x − 2) = lim(x + 3) = 2 + 3 = 5
x →2 x−2 x → 2 (x − 2) x→2

Página 55
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

x 2 + 5x + 4  0 
c) lim =   Levantando a indeterminação temos:
x →−4 x 2 + 3 x − 4
0

lim
x 2 + 5x + 4
= lim
(x + 1)(x + 4) = lim x + 1 = − 4 + 1 = 3
x →−4 x 2 + 3 x − 4 x →−4 ( x − 1)( x + 4 ) x →−4 x − 1 − 4 −1 5

1+ h −1 0 
d) lim =  Levantando a indeterminação tem-se:
h →0 h 0

1+ h −1
= lim
( 1 + h − 1)( 1 + h + 1) = lim 1 + h − 1 = lim 1 = 1
h( 1 + h + 1) h( 1 + h + 1) ( 1 + h + 1) 2
lim
h →0 h h →0 h →0 h →0

x + 2 − 3 0
e) lim =  , Levantando a indeterminação temos:
x →7 x−7 0

x+2 −3
= lim
( )(
x+2 −3 x+2 +3
= lim
) x+2−9
= lim
(x − 7 )
lim
x →7 x−7 x →7 (
(x − 7 ) x + 2 + 3 )
x →7 ( x − 7 ) ( )
x + 2 + 3 x →7 ( x − 7 ) x + 2 + 3 ( )
1 1
lim =
x →7 x+2 +3 6

x 4 − 16  0 
f) lim =   Levantando a indeterminação teremos:
x →2 x−2 0

lim
x 4 − 16
= lim
( )
x 2 + 4 (x + 2 )(
. x − 2)
( )
= lim x 2 + 4 (x + 2) = 8.4 = 32
x→2 x−2 x → 2 (x − 2 ) x →2

1 1
+
0
g) lim 4 x =   Levantando a indeterminação temos:
x → −4 4 + x
0

1 1 x+4
+
lim 4 x = lim 4 x = lim
(x + 4) = lim 1 = − 1
x → −4 4 + x x → −4 4 + x x → −4 4 x(4 + x ) x → −4 4 x 16

1 1 
h) lim − 2  = [+ ∞ − ∞ ] Levantando a indeterminação temos:

t →0 t t +t 

1 1   t +1−1 t 1
lim − 2  = lim  = lim = lim =1

t →0 t t + t  t →0  t (t + 1)  t →0 t (t + 1) t →0 t + 1

Página 56
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

 1 1
i) lim −  = [+ ∞ − ∞ ] Levantando a indeterminação segue-se:
t →0 t 1 + t
 t

 1
lim
1
−  = lim
1− 1+ t
= lim
(
1− 1+ t 1+ 1+ t
= lim
)(
1 −1− t )
t →0 t 1 + t
 t t → 0 t 1+ t t → 0 t 1+ t 1+ 1+ t t → 0 (
t t +1 1+ t +1 ) ( )
1 1
lim− =−
t →0 (
t +1 1+ t +1 2 )
x−2 2 x 2 − 3x x(2 x − 3) 3
j) lim =1 l) lim3 = lim3 =
x→2 x−2 x→ 2x − 3 x→ 2x − 3 2
2 2

6− x −2 0
m) lim =   Resolvendo temos:
x →2 3 − x −1  0 

6− x −2
= lim
( 6 − x − 2)( 6 − x + 2)( 3 − x + 1) = lim (6 − x − 4)( 3 − x + 1)
lim
x→2 3 − x − 1 x →2 ( 3 − x − 1)( 3 − x + 1)( 6 − x + 2) (3 − x − 1)( 6 − x + 2)
x →2

= lim
(2 − x )( 3 − x +1 )
= lim
3 − x +1 1+1 1
= =
x →2 (2 − x )( 6− x +2 )x → 6− x +2 2+2 2

x+ x+ x 0
n) lim =  Levantando indeterminação temos:
x →∞ x +1 0

 1 1 
x 1 + + 
 x x3 
x+ x+ x   =1
lim = lim
x →∞ x +1 x→∞  1
x 1 + 
 x

1 + 2x − 3 0
o) lim =   Levantando a indeterminação temos:
x →4 x −2 0

1 + 2x − 3
= lim
( 1 + 2 x − 3)( 1 + 2 x + 3)( x + 2) = lim (1 + 2 x − 9)( x + 2)
lim
x→4 x −2 x →4 ( x − 2)( x + 2)( 1 + 2 x + 3) ( x − 4) ( 1 + 2 x + 3)
x →4

(
2( x − 4 ) x + 2 )
= lim
2 x +2 ( 8 4
= =
)
lim
(
x → 4 ( x − 4 ). 1 + 2 x + 3 )
x →4 1 + 2 x + 3 6 3

Página 57
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

3
8 + 3x − x 2 − 2  0 
p) lim =   Resolução: Vamos multiplicar com o conjugado:
x →0 x + x2 0

8 + 3x − x − 2
3 2 ( 8 + 3x − x − 2)
3 2 3
(8 + 3x − x ) 2 2
+ 23 8 + 3 x − x 2 + 4 

lim = lim
x →0 x + x2 x →0
(x + x ) (8 + 3x − x )
2 3 2 2
+ 23 8 + 3 x − x 2 + 4 
 

= lim
(3x − x ) 2
= lim
x(3 − x )
x →0
(x + x 2
) (8 + 3x − x ) + 2
3 2 2 3
8 + 3 x − x 2 + 4 
x →0
(
x(1 + x ) 3 8 + 3 x − x 2 )
2
+ 23 8 + 3 x − x 2 + 4 
   

== lim
(3 − x ) =
3
=
1
(1 + x ) 3 (8 + 3x − x ) + 23 8 + 3x − x 2 + 4 
4+4+4 4
x →0 2 2

 

x +3 x +4 x ∞
q) lim = Levantando a indeterminação temos:
x →∞ 2x + 1 ∞

 3 x 4 x 
x 1 + +
x +3 x +4 x  x x  1 2
lim = lim = =
x →∞ 2x + 1 x →∞  1  2 2
x  2 + 

 x 

1− x − 3
0
r) lim =  Resolvendo temos:
x → −8 2+ x 0
3

1− x − 3 (
1 − x − 3 1 − x + 3 4 − 23 x + 3 x 2 )( )(
(1 − x − 9) 4 − 23 x + 3 x 2 ) ( )
)( )(
= =
lim
x → −8 2+3 x
lim
x → −8
(
2 + 3 x 4 − 23 x + 3 x 2 1 − x + 3
lim
x → −8 (8 + x ) 1 − x + 3 ) ( )

= lim
(
− (8 + x ) 4 − 23 x + 3 x 2
= lim
− 4 − 23 x + 3 x 2
=
)
− (4 + 4 + 4 )
= −2
( )
x → −8 (8 + x ) 1 − x + 3( x → −8 )
1− x + 3 3+3 ( )
1+ x − 1− x 0
s) lim 3 =   Multiplicamos com os dois conjugados:
x →0 1+ x − 1− x 0 3

1+ x − 1− x
( 1+ x − 1− x )( 1 + x + 
)
1 − x  3 (1 + x ) + 3 (1 + x )(1 − x ) + 3 (1 − x ) 
2 2


lim 3 = lim
x →0 1 + x − 3 1 − x x →0
( 1+ x −
3 3
1 − x ) (1 + x )

3 2 3 2 

(
+ 3 (1 + x )(1 − x ) + (1 − x )  1 + x + 1 − x )

Página 58
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

(1 + x − 1 + x ) 3 (1 + x )2 + 3 (1 + x )(1 − x ) + 3 (1 − x )2   3 (1 + x )2 + 3 (1 + x )(1 − x ) + 3 (1 − x )2 


= lim   = lim  
x→0 (1 + x − 1 + x )( 1+ x + 1− x ) x →0 (1+ x + 1− x )

1+1+1 3
=
1+1 2

( )
t) lim 9 x 2 + x − 3 x = [∞ − ∞ ]
x →∞
Vamos usar alguns artifícios:

(
lim 9 x 2 + x − 3x = lim ) ( 9x 2
+ x − 3x )( 9 x 2
+ x + 3x ) = lim 9 x 2
+ x − 9x 2
= lim
x
x →∞ x →∞ x →∞ x →∞
9 x + x + 3x
2
9 x + x + 3x
2
9 x + x + 3x
2

x 1
lim =
x→∞ 3 x 3

(
u) lim x 2 + ax − x 2 − bx = [∞ − ∞]
x →∞
)
(
lim x 2 + ax − x 2 − bx = lim ) ( x 2 + ax − x 2 − bx )( x 2 + ax + x 2 − bx )
x →∞ x→0
x + ax + x − bx
2 2

x 2 + ax − x 2 + bx x(a + b ) a+b
= lim = lim =
x →0
x + ax + x − bx
2 2 x →0  a b 2
x 1 + + 1 − 
 x x

 1 
x 3
 9− 5 
9x6 − x ∞ 9x6 − x  x 
v) lim = Resolvendo temos: lim = lim  =3
x →∞ x3 +1 ∞ x →∞ x3 + 1 x →∞
3 1 
x 1 + 3 
 x 

x) lim
(x − 1)(x − 2)(x − 3)(x − 4)(x − 5) = ∞ Resolvendo temos:
x →∞ (5 x − 1)5 ∞

lim
(x − 1)(x − 2)(x − 3)(x − 4)(x − 5) = lim x 5 = 5 −5 =
1
x →∞ (5 x − 1)5 x →∞ 3025 x 5 3025

y) lim
(2 x − 3) (3 x + 2 )
20 30
∞ 
=   Levantando a indeterminação temos:
x →∞ (2 x + 1)50 ∞ 
Página 59
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

lim
(2 x − 3) (3 x + 2 )
20 30
= lim
(2 x ) .(3 x )
20 30
= lim
(3x )
30
3
= 
30

x →∞ (2 x + 1)50 x →∞ (2 x )50 x →∞ (2 x )30


2

x 4 − 3x + 2  0 
z) lim 5 =   Temos que factorizar para escaparmos da indeterminação:
x →1 x − 4 x + 3
0

x 4 − 3x + 2
=
( ) (
(x − 1) x 3 + x 2 + x − 2 = lim x 3 + x 2 + x − 2 = 1 )
lim
x→1
lim
( ) (
x 5 − 4 x + 3 x→1 (x − 1) x 4 + x 3 + x 2 + x − 3 x→1 x 4 + x 3 + x 2 + x − 3 )
2. Determine os seguintes limites

1 − cos x  0 
a) lim =   Vamos aplicar alguns artifícios:
x→0 x2 0

lim
1 − cos x
= lim
(1 − cos x )(1 + cos x )
= lim 2
1 − cos 2 x
= lim 2
sen 2 x
=
1
=
1
x→0 x 2 x → 0 x (1 + cos x )
2 x → 0 x (1 + cos x ) x → 0 x (1 + cos x ) 1 + 1 2

tgx − senx  0 
b) lim =  Para escapar desta indeterminação temos que usar as
x→0 sen 3 x 0
propriedades:

 senx 
tgx − senx  cos x − senx   senx − senx cos x  senx(1 − cos x )
lim 3
= lim  3  = lim  3  = lim
x →0 sen x x → 0
 sen x 
x → 0
 cos x.sen x  x → 0 cos x.sen 3 x
 

x x2 x 1
2 sen 2 2. .sen 2
senx(1 − cos x ) 1 − cos x 2 = lim 4 2 = 2=1
= lim = lim = lim
x →0 cos x.sen 3 x x →0 cos xsen 2 x x →0 cos xsen 2 x x →0 x 2 1 2
. cos x.sen 2 x.
4

c)
sen5 x − sen3 x  0   sen5 x sen3 x   5 xsen5 x 3 xsen3 x 
lim =   ⇔ lim −  = lim  −  = 5−3 = 2
x →0 senx 0 x → 0
 senx senx  x → 0
 5 xsenx 3xsenx 

cos x − cos 3 x  0  α+β α −β


d) lim 2
=   Usando a formula cos α − cos β = −2 sen .sen
x →0 x 0 2 2

cos x − cos 3 x 2 sen2 x.senx 2.2.senx. cos x.senx


lim 2
= lim 2
= lim =4
x→0 x x →0 x x →0 x.x

Página 60
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

cos x − cos a  0 
e) lim =  Aplicando a fórmula
x−a
x→a
0
α +β α −β
cosα − cos β = −2sen .sen temos:
2 2

x+a  x−a
− 2.sen .sen 
cos x − cos a  2   2 
lim = lim Seja x-a=y então y=0
x→a x−a x →a x−a

 y + 2a   y 1  y + 2a   y
− 2.sen .sen  − .2 sen .sen 
lim  2   2  = lim 2  2   2  = − sena
y →0 y y →0 1
.y
2

tgx − tga  0 
f) lim=  Resolução:
x→a x−a 0
senx sena senx cos a − sen a cos x

tgx − tga sen(x − a )
lim = lim cos x cos a = lim cos x. cos a = lim
x→a x−a x →a x−a x →a x−a x → a ( x − a ) cos x. cos a

Supondo que x-a=t e x=a+t , se x tende a a então t tende a zero, substituindo temos:

sent 1 1
lim = lim =
t →0 t cos(a + t ). cos a t → 0 cos(a + t )cos a cos 2 a

cos(a + 2 x) − 2 cos(a + x ) + cos a cos(a + 2 x ) + cos a − 2 cos(a + x )


g) lim 2
= lim =
x→0 x x →0 x2
 a + 2x + a   a + 2x − a 
2. cos . cos  − 2 cos(a + x )
 2   2  2 cos( x + a ). cos x − 2 cos( x + a )
= lim 2
= lim
x →0 x x →0 x2

x
− 2 cos( x + a ).2sen 2
2 cos( x + a )(cos x − 1) − 2 cos( x + a )(1 − cos x ) 2 =
lim = lim = lim
x →0 x2 x→0 x2 x →0 x2

x x 1 x x
− 4 cos( x + a ).sen .sen − 4. cos(x + a ).sen .sen
= lim 2 2 = lim 4 2 2 = lim(− cos( x + a )) = − cos a
x →0 x.x x →0 1 1 x →0
x. .x
2 2

Página 61
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

tg (a + 2 x) − 2tg (a + x ) + tga  0 
h) lim =   Apliquemos a regra L’Hospital:
x →0 x2 0

= lim
[tg (a + 2 x ) − 2tg (a + x ) + tga ]' = lim
{2 sec 2 (a + 2 x ) − 2 sec 2 (a + x )}'
=
x →0
(x )
2 ' x →0 (2 x) '

4. sec(a + 2 x ).sec(a + 2 x ).tg (a + 2 x ).2 − 4 sec(a + x ).sec(a + x ).tg (a + x )


= lim =
x→0 2

sen(a + 2 x ) sen(a + x ) sena sena


8. −4 8 −4
cos (a + 2 x )
3
cos (a + x )
3 3
cos 3 a = 4 sena = 2 sena
= lim = cos a
x→0 2 2 2 cos 3 a cos 3 a

x2 0
i) lim = Levantando a indeterminação temos:
x →0 1 + xsenx − cos x 0

x2
= lim
(
x 2 1 + xsenx + cos x )
lim
x →0 1 + xsenx − cos x x→0 ( )(
1 + xsenx − cos x 1 + xsenx + cos x )
⇔ lim
(
x 2 1 + xsenx + cos x
= lim
)
x 2 1 + xsenx + cos x (
= lim
x 2 1 + xsenx + cos x ) ( )
x →0 1 + xsenx − cos x x →0 x x →0  
xsenx + 2 sen 2  xsenx 
2 x
sen 2  + 2
2 2 x 
 sen 
 2 

1 2
(
x 1 + xsenx + cos x ) ( 1 + xsenx + cos x )= 2 = 4
= lim 4 = lim
x →0  x  x→0 1
(4 + 2) 3 3
x 
x. senx
1 4 2
sen 2  4 + 2
4 2 1 2 x 
 xsen 
4 2 

cos x − 3 cos x  0 
j) lim =   levantando a indeterminação tem-se:
x →0 sen 2 x 0

cos x − 3 cos x
= lim
( )( )(
cos x − 3 cos x . cos x + 3 cos x . cos 2 x + 3 cos 5 x + 3 cos 4 x )
)( )
lim
x→0 sen 2 x x →0
(
sen 2 x. cos x + 3 cos x cos 2 x + 3 cos 5 x + 3 cos 4 x

cos 3 x − cos 2 x
lim
x→0
( )(
sen 2 x cos x + 3 cos x cos 2 x + 3 cos 5 x + 3 cos 4 x )=
Página 62
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

− cos 2 x(1 − cos x )


= lim
x →0
( )(
sen 2 x cos x + 3 cos x cos 2 x + 3 cos 5 x + 3 cos 4 x )=
x
− 2 cos 2 xsen 2
= lim 2
x →0
( )(
sen 2 x cos x + 3 cos x cos 2 x + 3 cos 5 x + 3 cos 4 x )=

1 x 1
x.x( −2) cos 2 xsen 2 .(− 2 )
4 2 4 1
= lim = =−
x→0 1
4
( )(
x.xsen 2 x. cos x + 3 cos x cos 2 x + 3 cos 5 x + 3 cos 4 x ) (1 + 1)(1 + 1 + 1) 12

1 − cos x 2  0 
l) lim =  Para levantar a indeterminação fazemos:
x→0 1 − cos x 0

x2 x2 x2 x2 x2  2 x2 x2  x2
1 − cos x 2 = sen 2 + cos 2 − cos 2. = sen + cos 2 −  cos − sen 2  = 2 sen 2
2 2 2 2 2  2 2  2
x2 x2
2 sen 2
2 .senx
1 − cos x 2
2 = lim 2
Substituindo tem-se: lim = lim
x → 0 1 − cos x x→0 2 x x →0 x x
2 sen 2 sen .sen
2 2 2

x2 x x x2
sen . sen
2 2 2 2 2 2 2 1
lim .= lim = . = 2
2 x → 0 x x 2 x → 0 x 1 x x 2 1
sen .sen .x. sen .sen
2 2 2 2 2 2 2

x
x+a ∞
m) lim  = 1 Resolvendo temos:
x →∞ x − a
 

x
x−a
x+a
x x
 2a   x − a
 2a 
( )
x
lim
lim  = lim1 +  = lim 1 +   = e 2a x →∞ x −a
= e 2a
x →∞ x − a − −
  x →∞
 x a  x →∞
 x a  

n) lim(1 + senπx )
x →1
ctg ( x −1)
[ ]
= 1∞ , Resolvendo teremos:

Página 63
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1
ctg ( x −1)
lim(1 + senπx ) = lim(1 + senπx )tg ( x −1) , Seja: x − 1 = y, se x → 1 ⇒ y → 0 e x = y + 1
x→1 x →1

cos y . sen (πy +π )  cos y . sen (πy +π ) 


cos y
 1
 lim  
= lim(1 + sen(πy + π )) = lim (1 + sen(πy + π )) sen (πy +π ) 
seny
=e
y →0  seny 
seny
y →0 y →0  

 cos y .( senπy . cos π + senπ . cos πy  − senπy −πysenπy


lim   lim lim
=e =e =e πyseny
= e −π
y →0  seny  y →0 seny y →0

Ou usando o método mais comum temos:

ctg ( x −1)
lim(1 + senπx ) Seja x-1=y, logo x=y+1
x →1

 cos y 
lim (1+ senπ ( y +1−1))ctgy lim  senπ ( y +1). 
y →0 seny 
lim(1 + senπ ( y + 1))
ctg ( y )
=e y →0
=e 
= e −π
y →0

1
 1 + tgx  senx
o) lim
x →0 1 + senx
 = 1∞ [ ] Resolvendo temos:
 

  1 
 senx  −1    1 
 −1 
lim   cos x  
lim  cos x 
x → 0 senx (1+ senx ) 
1
 1+ tgx  1 tgx − senx 1 x → 0  1+ senx 
 1 + tgx  senx lim  −1 .
x → 0  1+ senx
lim .    
lim  =e  senx
= e x →0 1+ senx senx
=e  
=e  
= e0 = 1
x →0 1 + senx
 
2 x −1
 x +1 
p) lim 
x →∞ x + 2 
= 1∞ [ ] Levantando a indeterminação temos:
 

2 x −1
2 x −1 2 x −1 2 x −1 x+2
 x +1   x +1+1−1  1   1   x+2
lim  = lim  = lim1 −  = lim 1 −  
x →∞ x + 2 
  x →∞
 x+2  x →∞
 x+2 x →∞
 x + 2  

2 x −1
lim
e x →∞ x + 2 = e 2

sen5 x − sen2 x  0 
q) lim =   , Levantando a indeterminação temos:
x →0 10 x 0

sen5 x − sen2 x  sen5 x sen2 x  1 1 3


lim = lim − = − =
x→0 10 x x → 0
 2. 5 x 5.2 x  2 5 10

Página 64
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

tg (3 x )  0 
r) lim = Levantando a indeterminação segue-se:
x →0 sen( 4 x)  0 

sen3 x
tg (3 x ) sen3 x  4x 3xsen3 x 1  3
lim = lim cos 3 x = lim = lim . . =
x →0 sen( 4 x ) x →0 sen 4 x x →0 sen 4 x. cos 3 x

x →0 4 xsen 4 x 3x cos x  4
senx  0 
s) lim =  para levantar a indeterminação temos que supor que,
x →π x − π
0
x − π = t ⇔ x = t + π , se x → π Q y → 0 Assim, temos:

sen(t + π ) sent. cos π + senπ . cos t − sent


lim = lim = lim = −1
t →0 t t → 0 t t → 0 t

x − tgx  0 
t) lim = para levantarmos a indeterminação, temos que aplicar identidade
x + tgx  0 
x →0

trigonométrica:

x tgx

x − tgx 1 −1 0
lim = lim x x = = =0
x →0 x + tgx x →0 x tgx 1 + 1 2
+
x x

e 2x −1  0  1
u) lim =  Resolvendo temos: Seja, y = 2 x ⇔ x = teremos:
x →0 x 0 2y

e2x −1 e y −1 e y −1 e y −1
lim = lim = 2 lim Sabe-se que: “ lim = 1 logo:
x →0 x y →0 1 y →0 y y →0 y
y
2

e y −1
2 lim = 2.1 = 2
y →0 y

5x −1 tg 2 (x ) 0
v) lim = ln 5 x) lim 2 = Resolução: Sabe-se que
x →0 x x →0 x sec( x ) 0
tgx tg 2 x
lim = 1 ⇒ lim 2 = 1.1 = 1 , então, continuando a resolver tem-se:
x →0 x x →0 x

tg 2 ( x ) 1
lim = lim =1
x →0 x sec( x ) x→0 sec x
2

1 − senx 0
y) lim = Levantando a indeterminação, tem-se:
x→
π 2x − π 0
2

Página 65
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

y +π π
seja 2x − π = y ⇔ x = já que x→ Q y → 0 , substituindo tem-se:
2 2

 y +π    y π π y
1 − sen   1 −  sen . cos + sen . cos  
1 − senx  2  = lim  2 2 2 2
lim = lim
x→
π 2x − π y →0 y y → 0  y 
2  
 

y y 1 y y
1 − cos 2 sen 2 2. ysen .sen
lim 2 = lim 4 = lim 16 4 4 = 2 .0 = 0
y →0 y y →0 y y →0 1 1 16
y. y
4 4

3x −1 0
z) lim = Levantando a indeterminação temos:
x →0 x 2 0

3x −1  3x −1 1 
lim = lim  .  = ln 3.∞ = ∞
x →0 x2 x →0 
 x x

3. Dadas as seguintes funções, estude a sua continuidade, em caso de ser descontínuas,


classifique o tipo de descontinuidade:

 3
 x + 5 se x < −2

a) f ( x ) = − 3 se x = −2
log (− 4 x ) se x > −2
 1
 2

Resolução: temos que verificar os limites laterais no ponto x=-2:

 
( )
lim− x 3 + 5 = lim+  log 1 (− 4 x ) = −3 ⇔ −3 = −3 = −3 é continua.
x → −2 x → −2
 2 

 3x
 se x ≠ 2
b) h( x ) =  x − 2 Resolução: determinando os limites laterais vem:
4 se x = 2

3x
lim ≠ 4 , logo a função h(x) não é continua no ponto x=2
x →2 x−2

Página 66
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

2 x para x < −2
4. Dada a função g (x ) =  Determine o valor do parâmetro m de modo
mx − x para x ≥ −2
2

que, a função seja contínua no ponto considerado.

Resolução: para que a função seja contínua é necessário e suficiente que:

( )
= lim+ mx − x 2 = lim− 2 x ⇔ −2m − 4 = −4 ⇔ −2m = 0 ⇔ m = 0
x → −2 x→ −2

5. Determine os valores de a e b para que cada uma das funções abaixo seja contínua no
ponto considerado.

3 x − 7 se x ≥ 3
a) g (x ) =  Resolução: temos que estudar os limites laterais no ponto x=3.
ax + 3 se x < 3
1
Então temos: lim+ (3 x − 7 ) = lim− (ax + 3) ⇔ 2 = 3a + 3 ⇔ a = −
x →3 x →3 3
 x + a se x < −2

b)h(x)= 3ax + b se − 2 ≤ x ≤ 1 Temos que verificar os limites laterais: nos pontos x=-2, e x=1,
ax + 3 se x > 1

assim temos:

 lim− ( x − a ) = lim+ (3ax + b ) − 2 − a = −6a + b 5a − b = 2 4 6


x → −2 x → −2
 ⇔ ⇔ ⇔ 7a = 4 ∴ a = e b =
 xlim
→1−
(3ax + b ) = xlim
→1+
(ax + 3) 3a + b = a + 3 2 a + b = 2 7 7

senx se x ≤ 0
c) f ( x ) =  Resolução: Efectuando os limites laterais temos:
ax + b se x > 0

lim senx = lim+ (ax + b ) ⇔ 0 = b Qa = 0 ∧ b = 0


x →0 − x →0

 x + 2a se x ≤ 2

6. Considere a função real definida por: m(x ) =  x(x − 2 ) .
 x 2 − 5 x + 6 se x > 2

a) Determine o valor de a de modo que a função seja contínua em x=2.

Resolução: temos que determinar os limites laterais em x=2, assim:

Página 67
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

x( x − 2 ) x( x − 2 ) x
lim ( x + 2a ) = lim+ ⇔ 2 + 2a = lim+ ⇔ 2 + 2a = lim+ ⇔ 2 + 2 a = −2
x →2 − x − 5x + 6
x →2
2
x → 2 (x − 2)(x − 3) x → 2 x−3
⇔ 2a = −4 ⇔ a = −2

b) Mostre que apesar de se ter f (2). f (4) <0, não se pode aplicar o teorema de valor
intermédio de Bolzano no intervalo [2;4].

Resolução: recordemos que depois de determinar o valor de a , a função passa a ser :


 x − 4 se x ≤ 2
 4(4 − 2 ) 8
m( x ) =  x ( x − 2 ) então, f (2 ) = 2 − 4 = −2 e f (4 ) = = = 4 portanto,
 x 2 − 5 x + 6 se x > 2 16 − 20 + 6 2

f (2 ). f (4 ) < 0 mas não podemos aplicar o corolário do teorema de valor intermédio de


x( x − 2 )
Bolzano, pois, para o o ramo m(x ) = 2 se x > 2 tem um salto não eliminável no
x − 5x + 6
x(x − 2 ) x(x − 2 ) x
ponto x=3. Ou seja : m(x ) = 2 = = portanto, não é contínua em
x − 5 x + 6 (x − 2 )(x − 3) x − 3
x=3 pertencente ao intervalo [2;4] Logo, não podemos aplicar o teorema de Bolzano.

7. Mostre que a função f ( x ) = cos 3 x + sen3 x tem pelo menos uma raiz no intervalo [0, π ] .
Aplicando o corolário do teorema de Bolzano vem:

f (0) = cos 3 0 + sen 3 0 = 1 + 0 = 1 e f (π ) = (− 1) + 0 = −1 f (0 ). f (π ) = 1.(− 1) = −1 p 0


3
disto

resulta que a função f ( x ) = cos 3 x + sen 3 x tem pelo menos um zero no intervalo [0, π ] , pois:
f (0 ). f (π ) p 0

8. Mostre que a equação x 7 − 2 x 6 + 3x 5 − 4 x 4 + 5 x 3 − 6 x 2 + 2 = 0 tem pelo menos um zero no


intervalo [0,1] .

Resolução: f (0) = 2 e f (1) = 1 − 2 + 3 − 4 + 5 − 6 + 2 = −1 e f (0). f (1) < 0 portanto, pelo


corolário do teorema de Bolzano, a equação tem pelo menos um zero no intervalo [0,1] .

9. Prove que a equação x + senh(x ) = 0 tem pelo menos uma raiz real.

Página 68
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

e x − e−x
Resolução: a função pode ser escrita como: x + = 0 , esta função é contínua em todo
2
R. Disto resulta que em qualquer subconjunto de R, a função é contínua. Por exemplo
2
estudemos a função no intervalo: [− 2,2] f (− 2) = −2 + 1 2 − e < 0 e
2e 2
2
e 1
f (2 ) = 2 + − 2 > 0 , portanto f (− 2 ). f (2 ) < 0 , daí que, pelo corolário do teorema de
2 2e
Bolzano, equação x + senh(x ) = 0 tem pelo menos uma raiz real no seu Domínio R.

10. Determine f(0) de modo que as seguintes funções sejam contínuas em x=0:

1 − cos( x )
a) f ( x ) = Resolução: Determinemos o limite da função em x=0:
x2

x 1 1 x x
2 sen 2 . .2.sen .sen
1 − cos(x ) 2 = lim 2 2 2 2 = 1 então, f(0)=1/2.
lim = lim
x→0 x2 x →0 x2 x →0 1 1 2
x. x
2 2

b) f ( x ) = x ln (x + 1) − x ln ( x − 1) Vamos determinar o limite em x=0:

lim[x ln (x + 1) − x ln ( x − 1)] = 0 − 0 = 0
x→ 0

11. Achar as assimptotas das curvas:

1
a) y = Resolução: 1º vamos determinar assímptota vertical:
(x − 2)2
A função está definida para ℜ \ {2} , vamos determinar o seu limite neste ponto:
1 1
lim = = +∞ , disto resulta que x=2 é assímptota vertical.
x → 2 ( x − 2 )2 0

2º Vamos determinar assímptota horizontal ou oblíqua:

Torna se importante sublinhar que uma função nunca possui simultaneamente assímptota
horizontal e oblíqua:

f (x )
A assímptota oblíqua é do tipo: y = mx + b onde m = lim e b = lim [ f ( x ) − mx ]
x→ ±∞ x x→ ±∞

Se m=0 a assimptota é horizontal se m ≠ 0 , a assimptota é oblíqua.

Página 69
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

m = lim
( x − 2)
2
= lim
1 1
= = 0 , Portanto a função não possui assimptota
x( x − 2 ) ∞
x →±∞ → ±∞ 2
x x

oblíqua.

1 1
Assimptota horizontal: lim = = 0 portanto, y=0 é assimptota horizontal.
x → ±∞ ( x − 2 )2

x
b) y = 1º: assimptota vertical: Sabe-se que a função está definida para ℜ \ {1;3}
x − 4x + 3
2

x 1 x 1
lim 2 = = ∞ e lim 2 = = ∞ disto resulta que, a função tem duas
x →1 x − 4 x + 3 0 x →3 x − 4x + 3 0
assimptotas verticais x=1 e x=3.

2º assimptota oblíqua:

f (x )
y = mx + b onde m = lim e b = lim [ f ( x ) − mx ]
x→ ±∞ x x→ ±∞

x
f (x )
⇒ m = lim x − 4 x + 3 = lim 2
2 1 1
m = lim = =0
x → ±∞ x x → ±∞ x x → ±∞ x − 4x + 3 ∞

A função não possui assimptota oblíqua e a sua assimptota horizontal é:

x
lim = 0 Q y = 0 é assimptota horizontal.
x →±∞ x − 4x + 3
2

x2
c) y = Resolução:
x2 − 4

1º : assimptota vertical:

x2 4
A este nível já se sabe que a função está definida em ℜ \ {± 2} e lim = = +∞ . Disto
x →±2 x − 4
2
0
resulta que a função possui duas assimptotas verticais: x=2 e x=-2.

2º A função não possui assimptota oblíqua pois m=0. E assimptota horizontal é:

x2
lim =1 portanto, y=1 é assimptota horizontal.
x →±∞ x 2 − 4

Página 70
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

x3
d) y = , Resolução: a função não possui assimptota vertical, pois ela está
x2 + 9
x3
definida para todo R, e não existe um número a tal que lim 2 =∞
x→a x + 9

x3
a funçao não possui assimptota horizontal, pois , lim = ∞ ∉ℜ
x →±∞ x 2 + 9

Assimptota oblíqua:
3
x
 x3   x3 − x3 − 9x   − 9x 
m = lim x + 9 = 1 e b = lim  2
2
− x  = lim   = lim 2 =0
 x +9  x +9   x +9
x → ±∞ → ±∞ → ±∞ 2 →∞
x x
 x x

Como assimptota obliqua é do tipo y=mx+b, então, substituindo m=1 e b=0 tem-se:

y = x é assimptota oblíqua.

e) y = x 2 − 1 Resolução: A função está definida em ℜ \ ]− 1;1[ . Função não possui


assimptota vertical, nem horizontal.

Assimptota oblíqua:

 1 
x 2 1 − 2 
x −1
2
x −1 2
 x  = 1 = ±1
m = lim = lim = lim
x → ±∞ x x → ±∞ x2 x → ±∞ x2

b = lim ( )
x 2 − 1 − x = lim
( x2 −1 − x )( x2 −1 + x ) = 0 Portanto a assimptota oblíqua é
x → ±∞ x → ±∞
x −1 + x
2

y = − x ( esquerda ) e y = x ( direita )

x
f) y = Resolução: a função não possui assimptota vertical nem oblíqua.
x2 + 3

Assimptota horizontal:

x x2
y = lim = lim = 1 = ±1 , Portanto, tem duas assimptotas horizontais:
x →∞
x2 + 3 x →∞ x2 + 3

y=1 e y=-1

Página 71
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

x2 +1
g) y = : resolução
x2 −1

A função tem duas assimptotas verticais: x=1 e x=-1. Não possui assimptota horizontal:

Assimptota oblíqua.

x2 +1
x 2 − 1 = lim x + 2 x + 1 = lim x = ±1
4 2 4
m = lim
x → ±∞ x x → ±∞
x 2 ( x 2 − 1) x → ±∞ x4

 x2 +1   x2 +1− x4 − x2 
b = lim  − x  = lim  =0
x → ±∞ x → ±∞ 
 x −1 x2 +1
2
  

Então, y=-x e y=x são assimptotas oblíquas.

Página 72
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Unidade III: Derivadas e problemas de optimização

4.1. Derivadas

Funções são criadas para reflectir o comportamento de certos entes físicos ou estados de
valores, porém existe outro meio para analisar o comportamento dos números, que não
conhecemos; a derivação é um processo que se destina a analisar as variações no
comportamento de um conjunto de números, ela é largamente utilizada hoje em dia. Vamos
criar os conceitos, desde o inicio, para entender como está fundamentada toda a base dos
princípios de derivação, com estes teremos meios de analisar vários problemas sob a óptica
infinitesimal.
Coeficiente Angular
Seja uma recta definida pelos pontos (x1,y1) e (x2,y2); existe uma relação entre a distância dos
dois pontos que expressa a inclinação da recta;
Definimos como coeficiente angular de uma recta, a seguinte relação:
y 2 − y1
m= .
x2 − x1
O resultado desta relação é um número que expressa quanto a recta está inclinada comparada

com o eixo x (variável independente). O coeficiente m é constante para qualquer segmento de

uma recta, este é visivelmente igual a tangente do ângulo formado entre a recta e o eixo x.

Agora imagine o que teríamos se ao invés de uma recta tivéssemos uma curva... Em uma

função onde os pontos não acompanham um padrão linear, sempre temos diferentes valores

de m para cada par de pontos que tomamos para fazer o seu cálculo, isso se deve ao fato de

que a inclinação varia de acordo com o contorno da curva, o que nos sugere que cada

pequeno segmento da curva possui um m diferente. Considerando a função f(x), teríamos os

pontos: (x1 ; f ( x1 )), ( x2 ; f ( x2 )), se supormos que: x2 = x1 + ∆x e y 2 = y1 + ∆y

Os pontos passam a ser:

f ( x1 + ∆x ) − f ( x1 )
(x1 ; f (x1 )), (x1 + ∆x; f (x1 + ∆x )), e passaríamos a ter: m=
∆x

Página 73
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Esta relação nos dá a inclinação de cada segmento de recta formado por um ponto: (x,f(x)) e
outro estabelecido pela distância ∆x, que nos fornece: (x + ∆x,f(x + ∆x)). Podemos, a partir
desta equação, encontrar os valores de m e verificar qual a inclinação aproximada da curva
para cada ponto; note que quando diminuímos o ∆x a equação se torna mais precisa, pois
cada segmento da curva que e analisado se torna menor, logo temos condições de analisar
mais segmentos da curva.
Definição
Chama-se derivada de uma função num ponto dado ao limite se existir, da razão incremental
quando a variação de x é suficientemente pequena (muito pequena quanto quisermos) ou seja
quando a variação de x tende a zero.
Simbolicamente:
f (x + ∆x ) − f ( x )
f ′( x ) = lim
∆x →0 ∆x
É comum muitos autores representar a definição da derivada como:

f ( x ) − f (a ) f ( x + h ) − f ( x)
f ′(a ) = lim ou f ′( x ) = lim Portanto a derivada neste ponto
x→a x−a h → 0 h
existirá se o limite existir.
Exemplo: Determine as seguintes derivadas por definição:

a) f (x ) = x 2
1
b) f (x ) =
x
Resolução
a) f (x ) = x 2

f (x + ∆x ) − f ( x ) (x + ∆x ) − x 2 = lim x 2 + 2.x.∆x + (∆x ) − x 2


2 2
f ′(x ) = lim ⇒ f ′( x ) = lim
∆x → 0 ∆x ∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x

.∆x(2 x + ∆x )
= lim = lim (2 x + ∆x ) = 2 x
∆x →0 ∆x ∆x →0

Página 74
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1
b) f (x ) =
x
1 1 x − x − ∆x

f (x + ∆x ) − f ( x ) x( x + ∆x ) − ∆x
f ′( x ) = lim ⇒ f ′(x ) = lim x + ∆x x = lim = lim
∆x →0 ∆x ∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆ x ∆x →0 x(x + ∆x ).∆x

−1 1
= lim =− 2
∆x →0 x ( x + ∆x ) x

Regras básicas
Para simplificar os métodos de derivação algumas regras básicas são universalmente
utilizadas, todas partem do princípio fundamental da definição e podem ser facilmente
demonstradas através do limite da definição e teoremas de limites e funções.

Regra da soma e diferença


Seja a função:
F ( x ) = f (x ) ± g (x ) sua derivada é: F ′( x ) = f ′( x ) ± g ′( x )
Demonstração
Pela definição da derivada temos:

A partir deste passo já está evidente que:


F ( x ) = f (x ) ± g (x ) Sua derivada é: F ′( x ) = f ′( x ) ± g ′( x )

Regra do produto:
Seja F ( x ) = u ( x ).v( x ) então: F ′( x ) = u ′( x ).v( x ) + u ( x ).v ′(x )
Demonstração:
Pela definição temos:
u ( x + ∆x ).v( x + ∆x ) − u ( x ).v( x )
F ′( x ) = lim
∆x → 0 ∆x

Página 75
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Temos que usar alguns artifícios matemáticos: para facilitar temos que adicionar e subtrair
por v(x + ∆x ).u (x ) na equação anterior, assim teremos:
u ( x + ∆x ).v( x + ∆x ) − u ( x ).v( x ) + v( x + ∆x ).u ( x ) − v( x + ∆x ).u ( x )
F ′( x ) = lim
∆x →0 ∆x
v(x + ∆x )[u ( x + ∆x ) − u (x )] + u ( x )[v(x + ∆x ) − v( x )]
F ′( x ) = lim Donde:
∆x →0 ∆x

v(x + ∆x )[u ( x + ∆x ) − u (x )] u ( x ).[v( x + ∆x ) − v( x )]


F ′( x ) = lim + lim
∆x →0 ∆x ∆x → 0 ∆x

F ′( x ) = v( x ). lim
[u (x + ∆x ) − u (x )] + u (x ). lim .[v(x + ∆x ) − v(x )] = u ′(x ).v(x ) + u (x ).v′(x ) C.q.d
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x

Regra do quociente ou da razão


u(x ) u ′( x ).v( x ) − u ( x ).v ′( x )
Seja F ( x ) = então sua derivada é: F ′( x ) =
v( x ) (v(x ))2
Demonstração
Pela definição sabe-se que:
u ( x + ∆x ) u (x )

v( x + ∆x ) v(x ) u ( x + ∆x ).v( x ) − u (x ).v( x + ∆x )
F ( x ) = lim
′ ⇔ F ′(x ) = lim
∆x →0 ∆x ∆x → 0 ∆x.v( x + ∆x ).v( x )
Mais uma vez somos chamados a usar os artifícios matemáticos, temos que adicionar e
subtrair u ( x ).v( x ) , e passamos a ter:

u (x + ∆x ).v(x ) − u ( x ).v( x + ∆x ) + u (x ).v( x ) − u ( x ).v( x )


F ′( x ) = lim
∆x →0 ∆x.v( x + ∆x ).v( x )

v( x )[u (x + ∆x ) − u (x )] − u ( x )[v(x + ∆x ) − v( x )]
F ′( x ) = lim
∆x → 0 ∆x.v( x + ∆x ).v(x )

v(x )
[u (x + ∆x ) − u (x )] − u (x ) [v(x + ∆x ) − v(x )]
F ′( x ) = lim ∆x ∆x Usando as propriedades de limites
∆x →0 v( x + ∆x ).v(x )
em cada caso respectivo teremos:

Página 76
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

v( x ) lim
[u (x + ∆x ) − u (x )] − u (x ). lim [v(x + ∆x ) − v(x )]
F ′( x ) =
∆x → 0 ∆x ∆x →0 ∆x a partir daqui é evidente que:
lim v( x + ∆x ).v(x )
∆x → 0

u ′( x ).v( x ) − u ( x ).v ′( x )
F ′( x ) = C.q.d
(v(x ))2
Todas as outras regras de derivação poderão ser demonstradas usando a definição de
derivadas e muitos recorrendo sempre que necessário a alguns artifícios matemáticos.
A seguir passamos a apresentar a tabela geral de regras de derivação.

Página 77
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Aplicação das derivadas no estudo de funções

Extremos de um intervalo
Seja a função f (x) cujo domínio limitamos em [a,b], a menos que f(x) seja constante,
(1) Há um numero n cujo seu correspondente na imagem f (n) é menor que todos os outros no
domínio.
(2) Há um numero m cujo seu correspondente na imagem f (m) é maior que todos os outros
no domínio.
Números críticos:
Definimos por número crítico, o valor assumido pela variável Independente, de forma que
seu resultante na imagem da função derivada seja nulo ou inexistente, o que na maioria das
vezes se apresenta como um limite infinito. Ou seja:
f(x) tem derivada f ′(x ) e c é um número crítico da função se:

f ′(c ) = 0 ou ∃/f ′(c )

Dada uma função f(x) definida num dado intervalo [a,b], existe um c ∈ [a; b] , pode-se provar
que:

Página 78
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Se f (c ) ≥ f ( x ) ou se f (c ) ≤ f ( x ) então f ′(c ) = 0
Quando temos um numero, dentro do intervalo, que obedece as condições acima, dizemos
que e um "numero critico"; todas as vezes que uma função continua tem um numero cujo
valor correspondente na imagem e maior ou menor que os valores dos outros, temos um
máximo ou um mínimo no intervalo, intuitivamente, se a função e contínua e há um valor
maior ou menor que os outros no mesmo intervalo e fácil concluir que a função terá que
variar sua curva, variando a declividade de um valor positivo para outro negativo, o que nos
leva a conclusão que, no limite entre os dois, ela terá que ser zero, fica claro então que
quando há um extremo no intervalo, o valor numérico de sua derivada e nulo.
Deixamos ao cuidado do caro leitor fazer a demonstração algébrica do teorema “ se um ponto
c pertencente a um dado intervalo é máximo ou mínimo, a derivada naquele ponto é nula”

Aplicação das derivadas para a determinação de intervalos de crescimento e


decrescimento

Para Armando (2007:239) “a primeira derivada pode ser usada para determinar intervalos de
crescimento ou de decrescimento, com a taxa de variação de uma função em um ponto x=c é
dada pela derivada da função nesse ponto, a derivada se presta naturalmente para ser uma
ferramenta na determinação dos intervalos em que uma função diferenciável é crescente ou
decrescente’’

Portanto, a derivada de uma função num ponto mede não só a declividade da recta tangente
ao gráfico da função nesse ponto como também a taxa de variação da função nesse ponto. Na
verdade, em um ponto em que a derivada é positiva, a declividade da recta tangente ao
gráfico é positiva e a função é crescente. Em um ponto em que a derivada é negativa, a
declividade da recta tangente ao gráfico é negativa e a função é decrescente.

O teste da segunda derivada


Para uma função derivável duas vezes, e c um ponto crítico da função, se:

 f ′′(c ) > 0 Então c é um ponto de mínimo relativo da função f.

 f ′′(c ) < 0 Então c é um ponto de máximo relativo da função f .

Página 79
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

 f ′′(c ) = 0 o teste da 2ª derivada falha.

Pontos de inflexão
A inflexão é uma situação transitória das tendências da função em um determinado ponto,
dizemos que o ponto onde a função passa da condição de tendência ao crescimento para
tendência ao decaimento, ou vice-versa, é chamado de ponto de inflexão. De forma geral,
quando a função passa de uma taxa de variação positiva.

Resolução de problemas de optimização

Para resolver problemas de optimização é fundamental seguir cautelosamente os seguintes


passos:

1.Ler claramente o problema até que ele seja claramente entendido. Pergunte a si mesmo o
que é desconhecido? Quais são as quantidades dadas? Quais são as condições dadas?

2. Na maioria dos problemas é proveitoso fazer um diagrama e identificar as quantidades


dadas e pedidas no diagrama.

3- Atribua um símbolo para a quantidade que deve ser maximizada ou minimizada


Seleccione também símbolos (a, b, c,..., x, y) para outras quantidades desconhecidas e
coloque esses símbolos no diagrama.

4- Se a função a ser optimizada for expresso como uma função de mais de uma variável,
use as informações dadas para encontrar relações (na forma de equações) entre essas
variáveis. Use então essas equações para eliminar todas menos uma das variáveis para a
expressão Q. Assim Q = f (x), por exemplo. Escreva o domínio dessa função.

Exemplos:

Exercícios resolvidos da unidade III

1. Aplicando a definição, ache a derivada das seguintes funções:

a) f (x ) = x 3

Página 80
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

derivada por definição :


f ( x + h ) − f (x ) (x + h ) − x = lim x/ + 3x h + 3xh + h − x/
3 3 3 2 2 3 3
f ' ( x ) = lim ⇒ f ' (x ) = lim
h →0 h h →0 h h →0 h
lim
(
h/ 3 x + 3 xh + h
2 2
)
= 3x 2
h →0 h/

1 1

x−x−h −h
b) f ( x ) = ⇒ f ' ( x ) = lim x + h x = lim
1 1
= lim =− 2
x h →0 h h→0 h x + xh
2 2
(
h →0 h x + xh x ) ( )

x+h −3 x3 (
3

)
x + h − 3 x  3 ( x + h ) + 3 x(x + h ) + 3 x 2 
2


c) f ( x ) = 3 x ⇒ f ( x ) = lim
'
= lim
h 3 ( x + h ) + 3 x(x + h ) + 3 x 2 
h →0 h h →0 2

 

x+h−x h 1
= lim = lim =
h 3 ( x + h ) + 3 x( x + h ) + 3 x 2  h 3 ( x + h ) + 3 x( x + h ) + 3 x 2 
h →0 h →0
2 2
3 x2
3

   

tgx − tga
d ) f ( x ) = tgx ⇒ f ' (a ) = lim portanto, a definição da derivada no ponto x=a,
x−a x→a

generalizada pelo seguinte limite (se existir)

f ( x ) − f (a )
lim
x→a x−a
senx sena senx cos a − sen a cos x

tgx − tga sen(x − a )
lim = lim cos x cos a = lim cos x. cos a = lim
x→a x−a x →a x−a x →a x−a x → a ( x − a ) cos x. cos a

Supondo que x-a=t e x=a+t , se x tende a a então t tende a zero, substituindo temos:

sent 1 1
lim = lim = (seria a derivada no ponta x=a) mas em
t →0t cos(a + t ). cos a t → 0 cos(a + t )cos a cos 2 a
1
qualquer ponto x , sua derivada é dada por: (tgx ) =
'

cos 2 x

e) f (x ) = arcsenx ⇔ y = arcsenx ⇔ x = seny

1 1 1 1 1 1
g ' (y) = ⇒ f ' (x ) = = = = =
f (x )
'
g (y)
'
(seny ) cos y 1 − sen y 1 − x 2
' 2

Página 81
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

2. Usando a tabela de derivação ache as derivadas das seguintes funções:

a) (
f (x ) = 2 − x − x 3 ⇒ f ' (x ) = 2 − x − x 3 ⇔ f ' (x ) = − )
'

2 2
1
− 3x 2

ax + b 1 a
b) f ( x ) = ⇒ f ' (x ) = .a =
a+b a+b a+b

c) f (x ) = (x + 1)( x + 2 ) (x + 3) ⇒ f ' (x ) = (x + 2 ) (x + 3) + 2(x − 1)(x + 2 )(x + 3) + 3(x + 1)( x + 2 ) (x + 3)


2 3 2 3 3 2

d ) f ( x ) = ( xsenα + cosα )( x cosα − senα ) ⇒ f ' (x ) = senα (x cosα − senα ) + ( xsenα + cosα ). cos
f ' (x ) = x cos αsenα − sen 2α + xsenα cos α + cos 2 α = xsen 2α + cos 2α

f (x ) =
2x
⇒ '
( ) =
'
( ) ( )
(2 x ) . 1 − x 2 − 2 x 1 − x 2 = 2 − 2 x 2 + 4 x 2 = 2 1 + x 2
'
( )
e)
1− x2
f x
1− x2
2
( )
1− x2
2
1− x2 ( ) ( )
f) f (x ) =
1+ x − x2
⇔ f '
( x ) =
( )(
2 '
1+ x − x . 1− x + x2 − 1+ x − x2 . 1− x + x ) ( )( )
2 '

1− x + x2 1− x + x2
2
( )

=
(1 − 2 x )(1 − x + x 2 ) − (1 + x − x 2 ).(− 1 + 2 x ) = 1 − x + x 2 − 2 x + 2 x 2 − 2 x 3 + 1 + x − x 2 − 2 x − 2 x 2 + 2 x 3
(1 − x + x ) 2 2 (1 − x + x ) 2

2
⇔ f ' (x ) =
(1 − x + x ) 2 2

g ) f (x ) =
(2 − x )(3 − x ) ⇔ f (x ) = [(− 2 x.(3 − x ) + (2 − x )(. − 3x ))].(1 − x ) − (2 − x )(3 − x ).(− 2(1 − x ))
2 3
'
3 2 2 2 2 2 3

(1 − x ) 2
(1 − x ) 4

( −6 x + 2 x − 6 x + 3 x ).(1 − 2 x + x ) − (6 − 2 x − 3 x + x ).(2 x − 2)
4 2 4 2 4 3 2 5
⇔ f (x ) ='

(1 − x )4

− 6 x + 5 x 4 − 6 x 2 + 12 x 3 − 10 x 6 + 12 x 4 − 6 x 5 + 5 x 8 − 6 x 6 − 12 x + 4 x 4 + 6 x 3 − 2 x 6 + 12 + 4 x 3 − 6 x 2 + 2 x 5
=
(1 − x )4
5 x 8 − 18 x 6 − 4 x 5 + 21x 4 + 22 x 3 − 12 x 2 − 6 x + 12
⇔ f ' (x ) =
(1 − x )4

h) f ( x ) =
x
⇔ f ' (x ) =
[
(1 − x ) (1 + x ) − x − 2(1 − x )(. 1 + x ) + (1 − x ) .3(1 + x )
2 3 3 2 2
]
(1 − x ) (1 + x )
2 3
(1 − x )2 (1 + x )3
2
[ ]

Página 82
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

⇔ f ' (x ) =
(1 − x )2 (1 + x )3 + 2 x(1 − x )(1 + x )3 − 3x(1 − x )2 (1 + x )2 = (1 − x )(1 + x ) + 2 x(1 + x ) − 3x(1 − x )
[(1 − x )2 (1 + x )3 ]2 (1 − x )3 .(1 + x )4

⇔ f ' (x ) =
(1 − x )(1 + x ) + 2 x(1 + x ) − 3x(1 − x ) = 1 − x 2 + 2 x + 2 x 2 − 3x + 3x 2 = 4 x 2 − x + 1
(1 − x )3 .(1 + x )4 (1 − x )3 (1 + x )4 (1 − x )3 (1 + x )4

i) f (x ) =
(1 − x ) p ⇔ f ' (x ) =
− p (1 − x )
p −1
.(1 + x ) − q (1 + x ) .(1 − x )
q q −1 p

(1 + x )q (1 + x )2q
j) f ( x ) = (1 + x ) 1 + x 2 3 3 + x 3
2x 3x
⇔ f ' (x ) = 1 + x 2 .3 3 + x 3 + (1 + x ) .3 3 + x 3 + (1 + x ) 1 + x 2
2 1+ x 2
(
33 3 + x 3 ) 2

⇔ f ' (x ) = 1 + x 2 .3 3 + x 3 +
(x + x ) 2 3
3 + x3
.+
(x + x ) 1 + x
2 2

1 + x2 (3 + x )
3 3 2

⇔ f ' (x ) =
(1 + x )(3 + x ) + (x + x )(3 + x ) + (x + x )(. 3 + x ) . = (1 + x )(3 + x ) + 2(x + x )(3 + x )
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3

1 + x (3 + x ) 2 3 3 2
1 + x (3 + x ) 2 3 3 2

l) f ( x ) = m+ n (1 − x ) (1 − x ) ⇔ f ( x ) = m+ n (1 − x ) ⇔ f (x ) = 1 − x ⇔ f ' (x ) = −1
m n m+ n

− 2x a2 − x2 + x2
a 2 − x 2 − x.
m) f ( x ) =
x
⇔ f ' (x ) = 2 a 2 − x 2 ⇔ f ' (x ) = a2 − x2
a2 − x2 a2 − x2 a2 − x2

a2 a2
⇔ f ' (x ) = =
(a 2
− x2 ) a2 − x2 (a 2
− x2 )
3

'
1
n) f (x ) = x + x + x ⇔ f ' (x ) = . x + x + x 
 
2 x+ x+ x

  '

1 +  x + x   1 +
1
. x+ x
'
1+
1
.1 + x 
'
( ) ( )
  2 x+ x 2 x+ x  
⇔ f ' (x ) =  = .=
2 x+ x+ x 2 x+ x+ x 2 x+ x+ x

1  1  1 1 1
(1 + ).1 +  1+ + +
2 x+ x  2 x  2 x+ x 2 x 4 x x+ x
⇔ f ' (x ) = =
2 x+ x+ x 2 x+ x+ x
Página 83
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

4 x x + x + 2 x + 2 x + x +1
4 x x+ x 4 x x + x + 2 x + 2 x + x +1
⇔ f ' (x ) = =
2 x+ x+ x 8 x x + x. x + x + x

o) f ( x ) = sen n x. cos nx ⇔ f ' ( x ) = nsen n −1 x. cos x. cos nx − nsen n x.sen(nx ) ⇔


⇔ f ' ( x ) = nsen n −1 x (cos x. cos nx − senx.sennx ) ⇔ f ' ( x ) = nsen n −1 x. cos (nx + x ) = nsen n −1 x. cos (n + 1)x

P) f (x ) =
sen 2 x
⇔ f '
( x ) = =
(
2 senx cos x.senx 2 − 2 xsen 2 x. cos x 2 2 senx cos xsenx 2 − xsenx cos x 2 )
sen x 2 sen 2 x 2 sen 2 x 2

cos x − 2 senx.sen 2 x − 4 cos xsenx. cos x − sen 2 x − 2 cos 2 x


q) f ( x ) = ⇔ f '
( x ) = =
2 sen 2 x 4 sen 4 x 2 sen 3 x

− sen 2 x − 2 cos 2 x − ( sen 2 x + cos 2 x + cos 2 x) 1 + cos 2 x


f ' (x ) = = = −
2 sen 3 x 2 sen 3 x 2 sen 3 x

senx − x cos x
r) f ( x ) = ⇔
cos x + xsen x
⇔ f ' (x ) =
(cos x − (cos x − xsenx ))(cos x + xsenx ) − (senx − x cos x ).(− senx + (senx + x cos x ))
(cos x + xsenx )2

(cos x − cos x + xsenx)(cos x + xsenx ) − (senx − x cos x )(− senx + senx + x cos x )
⇔ f ' (x ) =
(cos x + xsenx )2

⇔ f ' (x ) =
x cos xsenx + x 2 sen 2 x − xsenx cos x + x 2 cos 2 x x 2 sen 2 x + cos 2 x
=
( )
(cos x + xsenx )2 (cos x + xsenx )2

x2
⇔ f ' (x ) =
(cos x + xsenx )2
s)
x x
sen 2 + cos 2
x x 1 1 1 2
f ( x ) = tg − cot g ⇔ f ' ( x ) = + = 2
2
2 = =
2 2 x 2 x sen x 1 sen 2 x
2 cos 2 sen 2 sen 2 x
2 2 2

t) f ( x ) = e − x ⇔ f ' ( x ) = −2 xe − x
2 2

Página 84
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

u) f (x ) = 43 ctg 2 x + 3 ctg 3 x ⇔ f ' ( x ) =


4
(
. ctg 2 x + )
' 1
(
. ctg 3 x )
'

33 ctg 4 x 33 ctg 6 x

1 1
− 4.2ctgx. − 3ctg 2 x.
2
sen 2 x = −8 1
⇔ f ' (x ) = sen x +
2 2
− 2
3ctgx ctgx
3 3ctg x 3 ctgx sen x sen x
3

( ) ( )
v) f (x ) = e x x 2 − 2 x + 2 ⇔ f ' ( x ) = e x x 2 − 2 x + 2 + e x (2 x − 2) = e x x 2 − 2 x + 2 + 2 x − 2 ( )
⇔ f ' (x ) = x 2 e x

( ( )) )[ ( )] ) ( ) ( )
1 1 1
w) f (x ) = ln ln 2 ln 3 x ⇔ f ' (x ) =
' '
. ln 2 ln 3 x = 2 3 2 ln ln 3 x . 3 . ln 3 x
2 3
(
ln ln x ln ln x ln x (
( )
) ( )
1 1 1 6 ln ln 3 x . ln 2 x 6
⇔ f ' (x ) = 3 2
= =
2 3
ln ln x
2 ln
(ln x . 3
ln x
. 3 ln x.
(
x x. ln ln x . ln x x ln ln 3 x ln x
2 3 3
.
) ( )

x) f (x ) =
1 x2 −1
ln 2 ⇔ f ' (x ) = . 2 .  = . .
'
1 1  x2 −1  1 x2 + 1 2x x 2 +1 − 2x x 2 −1 ( ) ( )
4 x +1 4 x − 1  x 2 + 1  4 x 2 − 1 x2 +1
2
( )
x2 +1

1 x 2 + 1 2x3 + 2x − 2x3 + 2x 1 x 2 + 1 4x x
⇔ f ' (x ) = . 2 . = . 2 . = 4
4 x −1 x +1
2 2
( )
4 x −1 x +1
2 2
x −1 ( )
y)
( )
f (x ) = x ln x + x 2 + 1 − 1 + x 2 ⇔ f ' (x ) = ln x + x 2 + 1 + ( ) x+ x
x
2
+1
( . x + x2 +1 − ) ' x
1+ x2

 x   x2 
x1 + 

x+

 − x − x2 +1

(
⇔ f ' (x ) = ln x + x 2 + 1 + 
x + x2 +1
)
x +1 
2

x
x2 +1
= ln x + x 2 + 1 + 
x +1 
2

x x2 +1 + x2 +1
( )

(
⇔ f ' (x ) = ln x + x 2 + 1 + ) x x2 +1 + x2 − x x2 +1 − x2
x + x +1 2
(
= ln x + x 2 + 1 )
'
1 − senx 1  1 − senx  1 + senx 1  1 − senx 
'

z) f ( x ) = ln ⇔ f ' (x ) = .  =
 . . 
1 + senx 1 − senx  1 + senx  1 − senx 1 − senx  1 + senx 
2
1 + senx 1 + senx
Página 85
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1 + senx 1  − cos x(1 + senx ) − cos x(1 − senx ) 


⇔ f ' (x ) = . . 
1 − senx
2
1 − senx  (1 + senx )2 
1 + senx

1 + senx − cos x − cos xsenx − cos x + cos xsenx − 2 cos x − cos x 1


⇔ f ' (x ) = . = = =−
1 − senx 2(1 + senx )
2
2(1 − senx )(1 + senx ) cos x2
cos x

3. Ache a derivada das seguintes funções:

1 − 2x 1 −x 1
a) f (x ) = arccos 1 − x 2 ⇔ f ' (x ) = − . =− . =
(
1− 1− x2 )2
2 1− x2 x2 1− x2 1− x2

1

 1  1  − 1  1
b) f ( x ) = ln arccos  ⇔ f ' ( x ) = . .
2 x =
 x 1  1− x  x 1
arccos 2 x 1 − x arccos
x x

C ) f ( x ) = arctg
1+ x
⇔ f ' (x ) =
1
.
(1 − x) + 1 + x
=
1 − 2x + x2
.
2
1− x
1+
1 + 2x + x 2
(1 − x )2
1 − 2 x + x + 1 + 2 x + x (1 − x )2
2 2

1 − 2x + x 2

2 1
⇔ f ' (x ) = =
(
2 x +1
2
) x +1
2

'
 senx + cos x  1  senx + cos x 
d) f ( x ) = arctg   ⇔ f (x ) =
'
. 
 senx − cos x  sen x + 2 senx cos x + cos x  senx − cos x 
2 2
1+
sen 2 x − 2 senx cos x + cos 2 x

1  (cos x − senx )(senx − cos x ) − (cos x + senx )(


. senx + cos x ) 
⇔ f ' (x ) = . 
1+
sen x + 2 senx cos x + cos x 
2 2
(senx − cos x )
2

sen 2 x − 2 senx cos x + cos 2 x

1 − sen2 x  −2 
⇔ f ' (x ) = . 2 
= −1
1 − sen 2 x + sen 2 x + 1  (senx − cos x ) 

Página 86
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

f (x ) = senx cos x + cos x senx ⇔ f ' (x ) = senx cos x . ln (senx )(


. − senx ) + cos x.senx cos x −1 . cos x +
e)
+ cos senx x. ln (cos x ). cos x + senx. cos x senx−1 .(− senx )

f ) f (x ) =
x6
− arcctgx 6
⇔ f '
( x ) =
(
6 x 5 . 1 + x12 − 12 x17
+
) 6x5
=
6 x 5 + 6 x17 − 12 x17 + 6 x 5 + 6 x17
1 + x12 (
1 + x12
2
)
1 + x12 1 + x12
2
( )

12 x 5
f ' (x ) =
(1 + x )
12 2

4. Encontre as derivadas das seguintes funções hiperbólicas:

1
.(senhx ) .x − ln (senhx ).1
,
ln (senhx ) x cosh x − senhx ln (senhx )
a) f (x ) = ⇔ f (x ) =
' senhx
2
=
x x x 2 senhx

b) y = ctgh(1 + t ) ⇔ y ' = −2(1 + t )cos ech 2 (1 + t ) .


2 2

c) y = senh(2 x + 1) ⇔ y ' = 2 cosh(2 x + 1)

[ ( )]
d) f (t ) = ln cosh t 2 − 1 ⇔ f ' (t ) =
1
(
cosh t − 1
2
( )
.senh t 2 − 1 .2t = 2tgh t 2 − 1
) ( )

( )2
(
e) y = tgh 4t 2 − 3 ⇔ y ' = sec h 2 4t 2 − 3 . 4t 2 − 3) [(
2
) ] = 16t.(4t
2 ' 2
) (
− 3 .sec h 2 4t 2 − 3 ) 2

1 sec h(ln x ).tgh(ln x )


f) y = sec h(ln x ) ⇔ y ' = − sec h(ln x ).tgh(ln x ). = −
x x

5. Determine o declive e a equação da recta tangente ao gráfico da função f no ponto


especificado:

x2  4
a) f ( x ) = ;  2,  Resolução: a equação da recta tangente é dada por :
x +1  3 

4
y − y0 = f ' ( x0 )( x − x0 ) pelos dados sabe-se que x0 = 2 y 0 =
temos que
3
x2 2 x.( x + 1) − x 2 x 2 + 2 x 8
determinar f ' (x0 ) . f ( x ) = ⇔ f ' (x ) = = ⇔ f ' (2) =
x +1 (x + 1) 2
(x + 1)2
9

Página 87
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

4 8 8 16 4 8x − 4
y− = ( x − 2) ⇔ y = x − + ⇔ y = ( é a equação da recta tangente)
3 9 9 9 3 9

x +1 x 2 + 1 − 2 x( x + 1) − x 2 − 2x +1 1
b) f ( x ) = ; (1,1) f ' (x ) = ⇔ f ' (x ) = ⇔ f ' (1) = −
x2 +1 (x 2
+1 )
2
(x 2
)
+1
2
2

y − y0 = f ' ( x0 )( x − x0 ) y − 1 = −
1
(x − 1) ⇔ y = − 1 x + 1 + 1 ⇔ y = − x + 3 (E.R.T)
2 2 2 2

1+ 2 x  5 
c) f (x ) = ;  4, 
1+ x3  9 

1+ 2 x
1
1+ x3 − 1 + 2 x .
3x 2
( )(
1 + x 3 3x + 6 x x
− )
f (x ) = ⇔ f (x ) =
' x 2 x x = f (x ) =
' x 2 x
1+ x 3
1 + x3
2
( 1+ x3
2
) ( )
9
−9
9 1 5 1 − x+9
f ' (4 ) = 2 =− =− y− = − (x − 4) ⇔ y = (equação da recta
81 162 9 9 9 9
tangente)

( )(
d) f (x ) = x 3 + 1 3x 2 − 4 x + 2 ; (1,2) )
( )( ) (
f (x ) = x + 1 3x − 4 x + 2 ⇔ f ' ( x ) = 3x 2 3x 2 − 4 x + 2 + x 3 + 1 (6 x − 4)
3 2
) ( )
⇔ f ' (x ) = 9 x 4 − 12 x 3 + 6 x 2 + 6 x 4 − 4 x 3 + 6 x − 4 = 15x 4 − 16 x 3 + 6 x 2 + 6 x − 4

⇔ f ' (1) = 7

y − 2 = 7(x − 1) ⇔ y = 7 x − 7 + 2 ⇔ y = 7 x − 5

3x
e) f ( x ) = ; (2,3)
x −2
2

f (x ) =
3x
⇔ f '
( x ) =
( =
)
3 x 2 − 2 − 2 x.3 x − 3x 2 − 6
⇔ f ' (2 ) = −
9
x −2
2
x −2
2 2
( x −2
2 2
) 2 ( )
A equação da recta tangente num dado ponto é dada por:

y − y 0 = f ' ( x0 )( x − x0 ) logo, y − 3 = −
9
(x − 2) ⇔ y = − 9 x + 24 é a equação da recta
2 2
tangente.
Página 88
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1  1
6. Determine a equação da recta tangente e da normal à curva: y = no ponto 1, 
1+ x 2
 2

Resolução:

1 − 2x
1º Determinemos a equação da recta tangente: y = ⇔ y' =
1+ x 2
1+ x2 ( )2

1
y ' (1) = − . Já se sabe que a equação da recta tangente é dada por:
2

1 1 x
y − y 0 = f ' ( x0 )( x − x0 ) logo: y − = − ( x − 1) ⇔ y = − + 1 (a equação da recta tangente)
2 2 2

A equação da normal é dada pela relação:

x − x0 + y 0 ( y − y 0 ) = 0 Substituindo nesta equação tem-se:


'

1 1 1 1
x −1 −  y −  = 0 ⇔ x −1 − y + = 0 ⇔ 4x − 4 + 1 − 2 y = 0 ⇔ 4x − 2 y − 3 = 0
2 2 2 4

é a equação da normal na sua forma implícita.

Na forma explícita fica:

3
4x − 2 y − 3 = 0 ⇔ 2 y = 4x − 3 ⇔ y = 2x −
2

x +1
7. Determine o(s) ponto(s) no gráfico da função f ( x ) = , onde o declive da recta
x −1
1
tangente é igual a ( − ).
2

Resolução: derivando a função tem-se:

x +1 x −1− x −1 2
f (x ) = ⇔ f ' (x ) = =− Fazendo:
x −1 (x − 1)2
(x − 1)2
2 1
− = − ⇔ −4 = − x 2 + 2 x − 1 ⇔ − x 2 + 2 x + 3 = 0 ⇔ x 2 − 2 x − 3 = 0
(x − 1)2
2

(x + 1)(x − 3) = 0 Q x1 = −1 ∨ x2 = 3
. Determinando as imagens dessas abcissas na função
tem-se os pontos (-1;0) e (3;2) que constituem a solução do problema.

Página 89
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

8. A altitude em metros de um foguete alcançada após t segundos em voo é dada por:

s = f (t ) = −t 3 + 96t 2 + 195t + 5 (t ≥ 0)
a) Determine uma expressão v para a velocidade do foguete em qualquer tempo t.
b) Calcule a velocidade quando t=0,30,50,65 e 70.Interprete seus resultados.

Resolução:

a)A expressão da velocidade do foguete é:

v = s ' = f (t ) = (−t 3 + 96t 2 + 195t + 5 ) ' ⇔ v = −3t 2 + 192t + 195

b) para t = 0 : v = −3.0 + 192.0 + 195 = 195


para t = 30 ⇒ v = −3.30 2 + 192.30 + 195 = −2700 + 5760 + 195 = 3255

para t = 65 ⇒ v = −3.652 + 192.65 + 195 = −12675 + 12480 + 195 = −12675 + 12675 = 0

para t = 70 ⇒ v = −3.70 2 + 192.70 + 195 = −14700 + 13440 + 195 = −1065

9. Uma bola é lançada para o topo de um edifício. A altura alcançada pela bola, medida a
partir do chão é dada por: s = −16t 2 + 24t + 120 , onde s é medido em metros e t em segundos.
Determine a velocidade e a aceleração da bola 3 segundos após o lançamento.

Resolução: v = s ' = (−16t 2 + 24t + 120) ' = −32t + 24 ⇒ v(3) = −96 + 24 = −72m / s

a(t ) = v ' (t ) = s ' = (−32t + 24) ' = −32 ⇒ a(3) = −32m / s 2

10. Um espectador está observando o lançamento de um foguete a uma distância de 4000 pés
do local de lançamento. Se o foguete levanta voo verticalmente e soube a uma velocidade de
600 pés/s quando está a uma altitude de 3000 pés, com que rapidez a distância entre o foguete
e o espectador está variando neste instante?

Resolução:

1º Passo: Seja y= a altitude do foguete

X= a distância entre o espectador e o foguete em qualquer instante


Página 90
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Foguete

dy
Sabe-se que são dados em certo instante: y = 3000 e = 600
dt

Aplicando o teorema de Pitágoras temos:

x 2 = 40002 + 30002 ⇔ x = 16000000 + 9000000 = 25000000 = 5000

Diferenciando a equação x 2 = y 2 + 40002 com relação a t obtemos:

dx dy
2x = 2y
dt dt

Substituindo x=5000, y=3000 e dy/dt=600, tem-se:

dx dx 3600000 dx
2.500 = 2.3000.600 ⇔ = ⇔ = 360
dt dt 10000 dt

Portanto, a distância entre o foguete e o espectador está variando a uma razão de 360 pés/s

t3
11. Um ponto material move-se segundo a lei: s = + 2t 2 − t onde s exprime-se em metros e
3
t em segundos. Calcule a velocidade e aceleração do ponto, um segundo após o começo do
movimento.

Página 91
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Resolução: v(t ) = s ' = t 2 + 4t − 1 ⇒ v(1) = 1 + 4 − 1 = 4m / s

e a(t ) = v ' (t ) = (t 2 + 4t − 1) ' = 2t + 4 ⇒ a(1) = 2 + 4 = 6m / s 2

12. Para cada uma das funções abaixo determine: (o domínio, as assimptotas se existirem, as
intersecções em x e em y, variação e extremos, os pontos de inflexão e a concavidade, o
esboço do gráfico)

a) y = x 4 + 4x 3

1º Domínio da função

Df : x ∈ℜ

2º f(x) é polinomial e não tem assimptotas

3º Intersecções em x

y = x 4 + 4x 3

x 4 + 4 x 3 = 0 ⇔ x 3 ( x + 4) = 0 ⇒ x = 0 ∨ x = −4

4º Intersecções em y

y (0 ) = 0

5º Variação e extremos

y ′ = 4 x 3 + 12 x 2 e fazendo y ′ = 0 ⇒ 4 x 3 + 12 x 2 = 0 ⇔ 4 x 2 ( x + 3) = 0 ⇒ x = 0 ∨ x = −3

6º Uso do teste da 2ª derivada para verificar a natureza dos extremos:

y ′′ = 12 x 2 + 24 x y ′′(0 ) = 0 Logo o teste falha e y ′′(− 3) = 36 > 0 logo x=-3 é ponto mínimo.

7º : Pontos de inflexão e concavidade

Página 92
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

y ′′ = 12 x 2 + 24 x ⇒ y ′′ = 0 ⇒ 12 x 2 + 24 x = 0 ⇔ 12 x( x + 2) = 0 ⇒ x = −2 ∨ x = 0

Os pontos de inflexão são: P1 (− 2;−16 ) e P2 (0;0)

x
b) f ( x ) =
x −4
2

1º: Domínio da função:

x
Para que a função f ( x ) = tenha significado matemático é necessário e suficiente que
x −4 2

o seu denominador seja diferente de zero isto é:

x 2 − 4 ≠ 0 ⇒ x ≠ −2 ∨ x ≠ 2 portanto, o domínio é: x ∈ ℜ \ {± 2} ou melhor:


Df = {x ∈ ℜ : x ≠ ±2}

Página 93
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

2º Assimptotas:

x x
A. Vertical : lim = ∞ e lim 2 = ∞ Portanto, a função tem duas assipmtotas
x→−2 x − 4 x →+2 x − 4
2

verticais A.V1 : x = −2 e A.V2 : x = 2

x
A. Horizontal : lim = 0 logo: A. H : y = 0
x →±∞ x −4
2

3º Intersecções em x (zeros da função)

x
f (x ) = 0 ⇒ =0⇒ x=0
x −42

4º Intersecções em y ( ordenada na origem)

0
Para x = 0 ⇒ f (0 ) = =0
0 −4
2

5º Variação e extremos

x x 2 − 4 − x.2 x x2 + 4
f (x ) = ⇔ f ′( x ) = ⇔ f ′( x ) = −
x2 − 4 x2 − 4
2
( )x2 − 4
2
( )
Igualando a derivada a zero tem se:

x2 + 4
f ′( x ) = 0 ⇒ − = 0 ⇔ − x 2 − 4 = 0 donde nota-se que a derivada não tem raízes reais.
−4 (x 2
) 2

E disto resulta que a função não tem extremos

6º Pontos de inflexão

Temos que encontrar a 2ª derivada e determinar os seus zeros:

f ′( x ) = −
x2 + 4
⇔ f ′′( x ) = −
( )2
(
2x x 2 − 4 − 4x x 2 − 4 x 2 + 4 )( ) = − 2x 3
− 8 x − 4 x 3 − 16 x
(x 2
−4 )
2
(x 2
−4 )
4
(x 2
−4 )
3

Página 94
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

2 x 3 + 24 x 2 x 3 + 24 x
f ′′( x ) = Fazendo f ′′( x ) = 0 ⇒ ( )
= 0 ⇔ 2 x x 2 + 12 = 0 ⇒ x = 0
(x 2
−4 )
3
(x 2
−4 )
3

O ponto de inflexão é o ponto (0;0)

1
c) y =
x+4

1º Domínio:

x + 4 ≠ 0 ⇒ Df = ℜ \ {− 4}

2º Assimptotas:

Página 95
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1
A. Vertical: lim = +∞ portanto x = −4 é assimptota vertical
x →−4 x+4

1
A. Horizontal: lim = 0 Portanto: y = 0 é assimptota horizonhtal
x →∞ x + 4

3º Intersecções em x

1
= 0 a função não tem zeros.
x+4

4º Intersecções em y

1 1
para x = 0 ⇒ f (0 ) = =
0+4 4

5º Variação e extremos

Temos que encontrar a 1ª derivada

1 1
f (x ) = ⇔ f ′( x ) = − Igualando a derivada a zero, nota-se que a derivada não
x+4 (x + 4)2
tem zero, e disto deduz-se que a função não tem extremos.

6º Pontos de inflexão e concavidade

Temos que encontrar a derivada de ordem 2 e determinemos os zeros da mesma.

1 2
f ′( x ) = − ⇔ f ′′( x ) = é fácil ver que a 2ª derivada não tem zeros, donde
( x + 4)2
(x + 4)3
resulta que a função não tem pontos de inflexão

7º Esboço do gráfico

Página 96
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

( )
d) Considere a função f (x ) = x 2 − 1 . Determine:
3

1º: O domínio da função

Dom ( f ) = ℜ

2º As intersecções com os eixos coordenados

Se x=0 então y=-1, se y=0 então x=±1, assim o gráfico passa pelos pontos (0;-1)

(-1,0) e (1,0).

3º Variação e extremos /Os pontos críticos

( )
f ' (x ) = 6 x x 2 − 1 logo resolvendo a equação f ' (x ) = 0 obtêm-se x=-1, x=0 e x=1 que são
2

os pontos críticos de f.

Os máximos e os mínimos relativos

( )( )
f '' ( x ) = 6 x 2 − 1 . 5 x 2 − 1 , Logo, f '' (0) > 0 logo x=0 é um ponto mínimo.

Página 97
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

E f '' (± 1) = 0 , para este caso o teste da 2ª derivada falha, analisando os sinais da 1ª derivada,
nota-se que x = ±1 não é ponto extremo de f.

4º : o(s) ponto (s) de inflexão e a concavidade

( )( )
f '' ( x ) = 6 x 2 − 1 . 5 x 2 − 1 Se f '' ( x ) = 0 ⇒ x = ±1 e x = ±
5
5
, analisemos o sinal da 2ª
derivada;

A curva não tem assimptotas

5º o esboço do gráfico

Página 98
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

13. Determinar as dimensões de uma lata cilíndrica com tampa, com volume v, de forma que
a sua área total seja máxima.

Resolução: o volume da lata é dada por v = πr 2 h e a área da superfície é dada por:

A = 2πrh + 2πr 2 . Isolando a altura na expressão do volume tem-se:

v
v = πr 2 h ⇔ h = , Substituindo h na expressão da área tem-se:
πr 2

v 2v 2v
A(r ) = 2πr + 2πr 2 ⇔ A(r ) = + 2πr 2 ⇔ A' (r ) = − 2 + 4πr Fazendo A' (r ) = 0 tem-se:
πr 2
r r

2v v
− + 4πr = 0 ⇔ 4πr 3 = 2v ⇔ r = 3 voltando para a expressão da altura tem se:
r 2

v v
h= ⇒h=
πr 2 v2
π .3

14. Um fazendeiro deve cercar dois pastos rectangulares de dimensões a e b, com um lado
comum a, se cada pasto deve medir 400m2 de área, determinar as dimensões de a e b de
forma que o cumprimento seja máximo.

Resolução

Pelos dados sabe-se que a área de cada um dos pastos é dado por:
400
A = a.b = 400m 2 ⇔ a =
b

Página 99
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

400 1600
p = 4b + 3a ⇔ p(a ) = 4. + 3a ⇔ P(a ) = + 3a P já é uma função de a de domínio
a a
R+, pois, o lado nunca pode ser negativo.
400 1600 1600
p = 4b + 3a ⇔ p(a ) = 4. + 3a ⇔ P(a ) = + 3a ⇔ P ' (a ) = − 2 + 3
a a a
Fazendo P (a ) = 0
'
teremos
1600 1600 1600
− 2
+ 3 = 0 ⇔ −1600 + 3a 2 = 0 ⇔ 3a 2 = 1600 ⇔ a 2 = ⇔a=
a 3 3
1 1 40
a = 40 ⇔ a = 40 ⇔a= 3
3 3 3

400 400
b= ⇔b= ⇔ b = 10 3
a 40
3
3

40
As dimensões a e b são respectivamente: 3 e 10 3
3

15. Um fazendeiro tem 2400 pés de cerca e quer cercar um campo rectangular que está na
margem de um rio recto, ele não precisa de cercar ao longo do rio. Quais são as dimensões do
campo que tem maior área.

Resolução: P = 2l + c ⇔ 2400 = 2l + c ⇔ c = 2400 − 2l

e A = l.c ⇒ A(l ) = l.(2400 − 2l ) ⇔ A(l ) = 2400l − 2l 2 ⇔ A' (l ) = 2400 − 4l

A' (l ) = 0 ⇔ 2400 − 4l = 0 ⇔ l = 600 c = 2400 − 2.600 ⇔ c = 1200

As dimensões do campo que tem maior área são respectivamente: comprimento 1200 pés e
largura 600 pés.

16. Uma lata cilíndrica é feita para receber um litro de óleo. Encontre as dimensões que
minimizarão o custo do metal para produzir a lata.

Página 100
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1000
Resolução: A = 2πrh + 2πr 2 e πr 2 h = 1000ml ⇔ h =
πr 2

2000 2000 2000


A(r ) = πr + 2πr 2 ⇔ A(r ) = + 2πr 2 ⇔ A' (r ) = 4πr − 2
πr 2
r r

2000 500
4πr − = 0 ⇔ 4πr 3 = 2000 ⇔ r = 3
r 2
π

1000 1000
⇔h= ⇔h= = 2r
πr 2  500 
2

π3  
 π 

500
Desta forma para minimizar o custo da lata, o raio deve ser r = 3 e a altura deve ser duas
π
vezes o raio.

17. Determine dois números reais positivos cuja soma é 70 e tal que o seu produto seja o
maior possível.

Resolução:

x + y = 70 ⇔ x = 70 − y P = x. y ⇒ P( y ) = y(70 − y ) ⇔ p( y ) = 70 y − y 2 ⇔ p ' ( y ) = 70 − 2 y

70 − 2 y = 0 ⇔ 2 y = 70 ⇔ y = 35 ⇒ x = 35

R: Para que o produto seja o máximo possível é necessário que x=35 e y=35.

18. Uma lata cilíndrica sem tampa superior tem o volume de 5cm3. Determine as dimensões
da lata, de modo que a quantidade do material para a sua fabricação seja mínima.

5
Resolução: v = 5cm 3 ⇔ πr 2 h = 5 ⇔ h = e a expressão da área sem tampa é dada por:
πr 2

10 10
A = 2πrh + πr 2 substituindo h tem-se: A(r ) = + πr 2 ⇔ A' (r ) = − 2 + 2πr
r r

Página 101
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

10 5
− + 2πr = 0 ⇔ 2πr 3 = 10 ⇔ r = 3
r 2
π

5 5
h= ⇔h=
πr 2 25
π 3
π2

Exercícios propostos da unidade III

1. Calcule os seguintes limites:

x3 − x 2 + 2x
a) lim
x →2 x 2 − 3x + 2
2 2 x − 4.2 x + 3
b) lim
x →0 2x −1
x −3
c) lim
x →9 x − 9x
2

 1 x−5 
d) lim + 2 
x →1 x − 1 x + 2x − 3 

2. Calcule os seguintes limites no infinito

x2 +1
a) lim
x →∞ 3x + 2
x +3 x
b) lim
x →∞ x2 + 3
3x 4 − 2
c) lim
x →∞
x 8 + 3x + 4

(
d) lim x − x 2 + 1
x →∞
)
3
x3 + 2x −1
e) lim
x →∞
x2 + x +1

f) lim
x → +∞
( x +1 − x + 3 )
6 − 7x
g) lim
x → −∞ (2 x + 3)4
Página 102
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

 x2 − 6x + 8
 se x ≠ 4
3. Considere a função f real de variável real tal que: f (x ) =  x 2 − 16
k − 2 se x = 4

a) Mostre que f(x) é contínua para x=2


b) Determine o parâmetro k de modo que a função seja contínua no ponto x=4.

4. Calcule os seguintes limites trigonométricos:

1 + tgx − 1 + senx
a) lim
x →0 x3
sen3 x
b) limπ
x→ 1 − 2 cos x
3

1 − cos 3 x
c) lim
x →0 sen 2 x
1 − cot gx
d) lim
x→
π 1 − tgx
4

sen2 x − cos 2 x − 1
e) limπ
x→ cos x − senx
4

5. Use a regra de L’Hospital pa calcular os seguintes limites:

e x − e− x + 2x
a) lim
x →0 x − senx
x 2 − 16
b) lim
x →4 x 2 + x − 20

c) lim+ x ln x
x→ 0

tgx − x
d) lim
x →0 x − senx
ln x
e) lim
x→1 x −1

6. Usando a regra de derivação de funções compostas, determine a derivada das funções:

Página 103
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

a) (
y = 3x 2 + 12 x ) 30

1
b) y =
x + 3x − 6 x + 4
3 2

c) y =
(3x − 6)−1
(x + 3)−2
8
 3x − 2 
d) y =  
 2x + 1 

(
e) y = 10 x + 10 − x ) 2

f) y = sec3 2 x 2( )
sen(2 x )
g) y =
1 + cos(2 x )

7. Determine a equação da recta tangente ao gráfico das seguintes funções, no ponto de


abcissa dada:
a) f ( x ) = 1 − x 2 no ponto x = 3
b) y = x + 4 ln( x ) no ponto x = 1
c) y = 3x + sen( x ) no ponto x = 0
1
8. Calcule a constante b para que y + 9 x + b = 0 seja tangente à curva y =
x
9. Determine o ponto onde a curva y = x 3 tem tangente paralela à recta tangente à
mesma curva no ponto de abcissa x = 4. Determine a equação da recta tangente nesse
ponto.
10. Determine as equações das rectas tangentes e das normais às curvas nos pontos de
abcissas dados.
(
a) y = tg − x 2 + 1 ) para x = 1

x5 + 1
b) y =
x4 +1
( )
c) y = sen e x , para x = ln π

(
d) y = 4 x 3 + 3x + 1 ln( x ) ) para x = 1
11. Determine as derivadas laterais de cada uma das seguintes funções e diga se a função
é ou não derivável no ponto especificado:
Página 104
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

5 − x 2 se x ≤ 2
a) f ( x ) =  2
 x − 2 x + 1 se x f 2

1 − x 2 se x < 0
b) f (x ) =  2
 x + 1 se x ≥ 0

12. Calcular, se possível, a derivada nos pontos, -2, 0 e 5 da função definida em [− 2,5]
 x se − 2 ≤ x ≤ 2
por g (x ) = 
2 se 2 p x ≤ 5

Unidade IV: Derivadas implícitas, teoremas do valor médio, fórmula de Taylor

Derivação implícita

Podemos calcular a derivada de uma função definida implicitamente sem necessidade de


explicitá-la. Para isto usaremos novamente a regra da cadeia. Suponha que F(x, y) = 0 define
implicitamente uma função derivável y = f(x). Através de exemplos mostraremos que
podemos calcular y′ sem conhecer y.
Método de Cálculo
Dada uma equação que define y implicitamente como uma função derivável de x, calcula-se
y′ do seguinte modo:
Deriva-se ambos os lados da equação em relação a x, termo a termo. Ao fazê -lo, tenha em
mente que y é uma função de x e use a regra da cadeia, quando necessário, para derivar as
expressões nas quais figure y.

Página 105
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

O resultado será uma equação onde figura não somente x e y, mas também y′. Expresse y′ em
função de x e y. Tal processo é chamado explicitar y′.

Exemplo: Calcule y′ se y = f(x) é uma função derivável, definida implicitamente pelas


equações dadas:

x 3 − 3x 2 y 4 + y 3 = 6 x + 1 Derivando ambos membros temos:

( )
3x 2 − 6 xy 4 + 12 x 2 y 3 y ′ + 3 y 2 y′ = 6 ⇔ 3x 2 − 6 xy 4 − 12 x 2 y 3 y ′ + 3 y 2 y ′ = 6

( )
− 12 x 2 y 3 y ′ + 3 y 2 y ′ = 6 − 3 x 2 + 6 xy 4 ⇔ y ′ − 12 x 2 y 3 + 3 y 2 = 6 − 3x 2 + 6 xy 4 ⇔ y ′ =
(
3 2 − x 2 + 2 xy 4 )
(
3y 2 1 − 4x 2 y )
2 − x 2 + 2 xy 4
Donde: y ′ =
(
y 2 1 − 4x 2 y )
A derivação implícita pode ser calculada com o auxílio das derivadas parciais usando a
relação:

∂f

y ′ = ∂x
∂f
∂y

Esta relação exige o domínio das derivadas parciais que irão ser desenvolvido em momento
oportuno no estudo de funções de várias variáveis.

Teoremas do valor médio

1º Teorema de Rolle

Se uma função f(x) é contínua no segmento a ≤ x ≤ b , tem uma derivada f ′(x ) em cada

ponto interior do segmento e f (a ) = f (b ) , então , para a sua variável independente x existe


pelo menos um valor c ∈ ]a; b[ tal que f ′(c ) = 0 .

Exemplo: Verifique se a função satisfaz as hipóteses de Rolle: f (x ) = x 3 − 6 x 2 + 11x − 6 sobre


o segmento [1; 3].

Página 106
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Resolução:

• A função é contínua no segmento dado, ou seja é contínua em todo o seu domínio.


• f (1) = f (3) = 0
12 ± 2 3
• f ' (c ) = 3c 2 − 12c + 11 se f ' (c ) = 0 ⇔ 3c 2 − 12c + 11 = 0 Q c = , portanto c
6
pertence ao segmento, logo a função dada satisfaz as três hipóteses do teorema de
Rolle

2º Teorema de Lagrange

Se uma função f(x) é contínua no segmento a ≤ x ≤ b , tem uma derivada f ′(x ) em cada
ponto interior do segmento , então:

f (b ) − f (a )
f ′(c ) = onde c ∈ ]a; b[
b−a

Exemplo: Mostre que o teorema de Lagrange é válido para a função: f ( x ) = x [− 1,1]


4
3

Resolução

f (b ) − f (a )
1 1
4 0 4
f ′(c ) = ⇒ c 3 = ⇔ c 3 = 0 ⇒ c = 0 ∈ [− 1;1] e portanto o teorema de valor
b−a 3 2 3
médio de Lagrange é satisfeito.

3º Teorema de Cauchy

Se duas funções f(x) e g(x) são contínuas no intervalo a ≤ x ≤ b e tem no intervalo a < x < b
derivadas que não se anulam simultaneamente, sendo g (a ) ≠ g (b ) então :

f ′(c ) f (b ) − f (a )
= onde c ∈ ]a; b[
g ′(c ) g (b ) − g (a )

Exemplo: Diga se a fórmula de Cauchy é justa para as funções f ( x ) = x 2 e g ( x ) = x 3 no


segmento [− 1,1]

Resolução: o teorema de Cauchy garante que:

Página 107
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

f (b ) − f (a ) f ′(c )
= onde c ∈ ]a; b[
g (b ) − g (a ) g ′(c )

0 2c
Aplicando o teorema de Cauchy tem se : = ⇔ 4c = 0 ⇔ c = 0∈ [− 1;1] logo a fórmula
2 3c 2
de Cauchy é justa para as funções dadas.

Fórmula de Taylor

Se uma função f(x) é contínua e tem derivadas contínuas , inclusive de graus (n-1) no
segmento [a; b] e para cada ponto interior do mesmo, existe uma derivada finita, neste
intervalo, pode ser aplicada a seguinte fórmula de Taylor:

f ′(a )(
. x − a ) f ′′(a )(x − a ) f ′′′(a )(x − a ) f n−1 (a )(x − a ) f n (ξ )(x − a )
2 3 n −1 n
f (x ) = f (a ) + + + + ... + +
1! 2! 3! (n − 1)! n!

No caso particular em que a=0, teremos a fórmula de Maclaurin:

f ′(0).x f ′′(0)x 2 f ′′′(0).x 3 f n−1 (0).x n−1 f n (ξ ).x n


f (x ) = f (0) + + + + ... + +
1! 2! 3! (n − 1)! n!

Onde ξ = θx 0 <θ <1

Exemplo: Desenvolver o polinómio f ( x ) = x 3 − 2 x 2 + 3x + 5 em potencias inteiras e não


negativas do binómio x − 2

Solução: f (2) = 2 3 − 2.2 2 + 3.2 + 5 = 11

f ′( x ) = 3x 2 − 4 x + 3 ⇒ f ′(2) = 7

f ′′( x ) = 6 x − 4 ⇒ f ′′(2 ) = 8

f ′′′(x ) = 6 ⇒ f ′′′(2 ) = 6

Página 108
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

Sabe se que a fórmula de Taylor é:

f ′(a )(
. x − a ) f ′′(a )( x − a ) f ′′′(a )( x − a ) f n −1 (a )(x − a ) f n (ξ )( x − a )
2 3 n −1 n
f ( x ) = f (a ) + + + + ... + +
1! 2! 3! (n − 1)! n!

Substituindo na fórmula de Taylor teremos:

7.( x − 2 ) 8( x − 2 ) 6(x − a )
2 3
f ( x ) = 11 + + + = 11 + 7(x − 2 ) + 4(x − 2 ) + ( x − 2 )
2 3

1! 2! 3!

Exercícios resolvidos da unidade IV

1. Ache as derivadas y ' das funções dadas de forma implícita:

a) x 2 + 2 xy − y 2 = 2 x ⇔ 2 x + 2 y + 2 xy ' − 2 yy ' = 2 ⇔ (2 x − 2 y ) y ' = −2 x − 2 y

−x− y
y' =
x− y

p
b) y 2 = 2 px ⇔ 2 yy ' = 2 p ⇔ y ' =
y

x2 y2 2 x 2 yy ' 2 yy ' 2x xb 2
c) + = 1 ⇔ + = 0 ⇔ = − ⇔ y '
= −
a2 b2 a2 b2 b2 a2 ya 2
1 y' y
d) x+ y= a⇔ + = 0 ⇔ y' = −
2 x 2 y x

y − xy '
e) arctg
x
= ln x 2 + y 2 ⇔
1
. =
1
..
1
(2 x + 2 yy ) '

y  x  y2 x +y
2 2
2 x +y
2 2
1 +  
 y

y − xy ' 2 x + 2 yy '
= ⇔ 2 x 2 y + 2 y 3 − 2 x 3 y ' − 2 xy 2 y ' = 2 xy 2 + 2 y 3 y ' + 2 x 2 y + 2 y 2 y '
y 2 + yx 2 x 2 + 2 y 2

Página 109
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

xy 2 − y 3
(− 2 x 3
)
− 2 xy 2 − 2 y 3 − 2 y 2 y ' = 2 xy 2 + 2 x 2 y − 2 x 2 y − 2 y 3 ⇔ y ' =
− x 3 − xy 2 − y 3 − y 2

x2
f) x 3 + y 3 = 5 ⇔ 3 x 2 + 3 y 2 y ' = 0 ⇔ y ' = −
y2

x2
f) x 3 + y 3 = 5 ⇔ 3 x 2 + 3 y 2 y ' = 0 ⇔ y ' = −
y2

g) y3 =
x+ y
⇔ 3y 2 y' =
( )
1 + y ' ( x − y ) − ( x + y )(1 − y ′)
⇔ 3 y 2
y ′ =
x − y + xy ' − yy ' − x + xy ' − y + yy '
x− y (x − y )2 (x − y )2
( )
3 y 2 y ' x 2 − 2 xy + y 2 = −2 y + 2 xy ′ ⇔ 3 y 2 y ′x 2 − 6 y 3 xy ′ + 3 y 4 y ′ − 2 xy ′ = −2 y

( )
y ′ 3 y 2 x 2 − 6 y 3 x + 3 y 4 − 2 x = −2 y ⇔ y ′ = −
2y
3y x − 6 y 3 x + 3 y 4 − 2x
2 2


[ ] ′
h) 3 cos 2 ( y + x ) = 7 ⇔ 3 cos 2 ( y + x ) = 0 ⇔ 6 cos( y + x ).[cos( y + x )] = 0

6 cos( y + x ). − sen(x + y )(
. y ′ + 1) = 0 ⇔ (− 6 y ′ − 6 )sen( y + x )cos( y + x ) = 0
⇔ −6 y ′sen( y + x )cos( y + x ) − 6 sen( y + x )cos( y + x ) = 0 ⇔ − y ′sen( y + x ). cos( y + x ) = sen( y + x ). cos( y + x )
sen( y + x ). cos( y + x )
⇔ − y ′sen( y + x ). cos( y + x ) = sen( y + x ). cos( y + x ) ⇔ y ′ = − ⇔ y ′ = −1
sen( y + x ) cos( y + x )

(
i) x 2 − y 2 )
2
= y2 + x2

(x 2
− y 2 ) = y 2 + x 2 ⇔ (x 2 − y 2 )
2
[ 2
]′ = (y 2 ′
+ x 2 ) ⇔ 2(x 2 − y 2 ).(2 x − 2 yy ′) = 2 yy ′ + 2 x

⇔ 4 x 3 − 4 x 2 yy ′ − 4 y 2 x + 4 y 3 y ′ = 2 yy ′ + 2 x ⇔ −4 x 2 yy ′ + 4 y 3 y ′ − 2 yy ′ = 2 x + 4 y 2 x − 4 x 3

( )
y′ − 4x 2 y + 4 y 3 − 2 y = 2x + 4 y 2 x − 4 x 3 ⇔ y′ =
(
2 x + 2 y 2 x − 2x3
⇔ ′ =
)x + 2 y 2 x − 2x3
(
2 − 2x2 y + 2 y3 − y
y
)
− 2x 2 y + 2 y 3 − y

(
j) ln y 2 + x = y 3 − x 2 )
2 yy ′ + 1
( )
ln y 2 + x = y 3 − x 2 ⇔
y +x
2
= 3 y 2 y ′ − 2 x ⇔ 2 yy ′ + 1 = 3 y 4 y ′ − 2 y 2 x + 3 xy 2 y ′ − 2 x 2

(
⇔ 2 yy ′ − 3 y 4 y ′ − 3xy 2 y′ = −2 y 2 x − 2 x 2 − 1 ⇔ y ′ 2 y − 3 y 4 − 3xy 2 = −2 y 2 x − 2 x 2 − 1 )
Página 110
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

− 2 y 2 x − 2x 2 −1
y′ =
2 y − 3y 4 − 3y 2 x

( )
l) cos yx 2 = sen yx 2( )
( ) ( ) ( )( ) ( )(
cos yx 2 = sen yx 2 ⇔ −sen yx 2 . y ′x 2 + 2 xy = cos yx 2 . y ′x 2 + 2 xy )
( ) ( ) ( )( ) ( )(
⇔ cos yx 2 = sen yx 2 ⇔ − sen yx 2 . y ′x 2 + 2 xy = cos yx 2 . y ′x 2 + 2 xy )
( ) ( ) ( )
⇔ − y ′x 2 sen yx 2 − 2 xysen yx 2 = y′x 2 cos yx 2 + 2 xy cos yx 2 ( )

( ) ( ) ( )
⇔ − y′x 2 sen yx 2 − y′x 2 cos yx 2 = 2 xy cos yx 2 + 2 xysen yx 2 ⇔ ( )

( ( ) ( )) ( ( )
⇔ y ′ − x 2 sen yx 2 − x 2 cos yx 2 = x 2 y cos yx 2 + 2 ysen yx 2 ⇔ y ′ = ( )) ( )
2 y cos yx 2 + 2 ysen yx 2 ( )
( )
− xsen yx 2 − x cos yx 2 ( )

m) xy 2 + 3tgy = xy

xy 2 + 3tgy = xy ⇔ y 2 + 2 xyy ′ + 3 y ′ sec 2 y = y + xy ′ ⇔ 2 xyy ′ − xy ′ + 3 y ′ sec 2 y = y − y 2

y − y2
( )
⇔ y ′ 2 xy − x + 3 sec 2 y = y − y 2 ⇔ y ′ =
2 xy − x + 3 sec 2 y

n) x.arctg ( y ) + yarctg ( x ) = 1

xy ′ y
x.arctg ( y ) + y.arctg ( x ) = 1 ⇔ artgy + + y ′arctgx + =0
1+ y 2
1+ x2

xy ′ y  x  y
⇔ + y ′arctgx = − − arctgy ⇔ y ′ + arctgx  = − − arctgy
1+ y 2
1+ x 2
1+ y
2
 1+ x2

(
− y − 1 + x 2 arctgy )
⇔ y′ = 1+ x2 ⇔ ′ =
[(
− y − arctgy − x 2 arctgy . 1 + y 2 )( )]
( )
x + 1 + y 2 arctgx
y
( )(
1 + x 2 . x + arctgx + y 2 arctgx )
1+ y2

Página 111
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

− y − arctgy − x 2 .arctgy − y 3 − y 2 arctgy − y 2 x 2 arctgy


y′ =
x + arctgx + y 2 arctgx + x 3 + x 2 arctgx + x 2 y 2 arctgx

2. Use a derivada implícita para achar a equação da recta tangente a cada uma das seguintes
curvas no ponto especificado:

a) x 2 + xy + y 2 = 3 (1,1)

A equação da recta tangente de uma curva é dada por:

y − y0 = y ′( x0 )( x − x0 ) , Portanto comecemos por achar o declive:

− 2x − y
x 2 + xy + y 2 = 3 ⇔ 2 x + y + x. y ′ + 2 yy ′ = 0 ⇔ y ′( x + 2 y ) = −2 x − y ⇔ y ′ =
x + 2y

− 2.1 − 1 − 3
Portanto, o declive no ponto (1,1) é: y ′(1,1) = = = −1 , portanto,
1 + 2.1 3

y − y0 = y′( x0 )( x − x0 ) ⇒ y − 1 = −1( x − 1) ⇔ y = − x + 1 + 1 ⇔ y = − x + 2 (equação da recta


tangente)

(
b) x 2 + y 2 = 2 x 2 + 2 y 2 − 2 )
2  1
 0, 
 2

Resolução: em primeiro lugar, temos que determinar o declive com auxílio das derivadas
implícitas:

( ) ( )
x 2 + y 2 = 2 x 2 + 2 y 2 − 2 ⇔ 2 x + 2 yy ′ = 2 2 x 2 + 2 y 2 − 2 .(4 x + 4 yy ′) ⇔
2

2 x + 2 yy′ = 16 x 3 + 16 x 2 yy ′ + 16 xy 2 + 16 y 3 y′ − 16 x − 16 yy ′ ⇔

− 18 x + 16 x 3 + 16 xy 2
2 yy ′ − 16 x 2 yy ′ − 16 y 3 y ′ + 16 yy ′ = −18 x + 16 x 3 + 16 xy 2 ⇔ y ′. =
− 16 xy 2 − 16 y 3 + 18 y

2
1
− 18.0 + 16.0 3 + 16.0. 
 1  2
Portanto o declive é: y ′ 0; . = 2 3
= 0 , portanto, o declive é
 2  1 1 1
− 16.0.  − 16  + 18. 
2 2 2
nulo, o que significa que a recta tangente é paralela ao eixo das abcissas, ou melhor, a recta
tangente passa por um dos extremos da função:
Página 112
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1
y = y0 ⇒ y = (equação da recta tangente)
2

(− 3 )
2 2
c) x + y = 4
3 3
3;1

2. y ′ 2 y′
2 2 3 y
= − 3 ⇔ y′ = − 3 ⇔ y′ = 3 −
2 2 y
x +y =4 ⇔
3 3
+ =0⇔
3.3 x 3. y
3 3. y
3 3. x x x

Portanto o declive é: y ′ = 3
1 1 3
= =
3 3 3 3

A equação da recta tangente é: y − 1 =


3
3
( )
x+3 3 ⇔ y =
3
3
x + 4 (equação da recta
tangente).

3. Ache y " ( x ) Se:

a) y ( x ) = tgx

y ′(x ) = sec 2 x ⇔ y ′′( x ) = 2 sec x.sec x.tgx ⇔ y ′′ = 2 sec 2 x.tgx

(
b) y(x ) = 1+ x 2 arctgx )
(
y ′(x ) = 2 x.arctgx + 1 + x 2 . ) 1 +1x 2
= 2 x.arctgx + 1

2x
y ′′ = 2arctgx +
1+ x2

x
c) y (x ) =
1− x2

− 2x
1 − x 2 − x.
2 1− x2 1− x + x
2 2
1
y ′(x ) = = =
1− x2 1− x2
3
( ) (1 − x ) 2 3

Página 113
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos


 
( ) .(− 2 x ) =
5
1  = − 3 1− x2 3x
y (x ) = 

′′ 2

( )  (1 − x )
3
2 2 5
 1− x
2 2

d) y = 6 x

5 ′
1  −6 
11
1 5 − 5
y′ = ⇔ y ′′ =  x  = − .x 6 =
6
6. x 5 6  36 36.x. 6 x

e) y = sen x 2 ( )
( ) ( )
y ′ = 2 x cos x 2 ⇔ y ′′ = 2 cos x 2 − 4 xsen x 2 ( )
f) y = sen 2 x + cos x

y ′ = 2senx cos x − senx ⇔ y′ = sen2 x − senx ⇔ y ′′ = 2 cos 2 x − cos x

g) y = arc sec x 2 ( )
 4x3 
−  x 4 − 1 + x. 

2x 2  2 x 4 −1  1 − x 4 + 2x 4 x4 +1
y′ = ⇔ y′ = ⇔ y ′′ = = =
x2. x4 −1 x. x4 −1 x2. x4 −1 (
x2 x4 −1 )
3
x2 x4 −1
3
( ) ( )

4. Calcule as derivadas sucessivas até a ordem n dada:

a) y = 3x 4 − 2 x ; n = 4

Pretende se a derivada da 4ª ordem:

y = 3x 4 − 2 x ⇔ y ′ = 12 x 3 ⇔ y ′′ = 36 x 2 ⇔ y ′′′ = 72 x ⇔ y iv = 72

b) y = 3 − x 2 ; n = 3

Temos que determinar a 3ª derivada:

Página 114
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

−x
− 3 − x 2 − (− x ).
−x 3 − x2 = x − 3 − x =
2 2
−3
y = 3 − x ⇔ y′ =
2
⇔ y ′′ =
3− x ( ) (3 − x )
2
3− x 2
3 − x2
3 2 3

( ) ( ) .(− 2 x ) ⇔ y′′′ = −
3 5
− 9 − 9
y ′′ = −3 3 − x 2 2 ⇔ y ′′′ = . 3 − x 2 2
2 (3 − x ) 2 5

1
c) y = ; n=4
x −1

Temos que derivar até a 4ª ordem:

− 6( x − 1)
2
1 1 2 6
y= ⇔ y′ = − ⇔ y ′′ = ⇔ y ′′′ = ⇔ y ′′′ =
x −1 (x − 1)2
(x − 1)3
(x − 1) 6
(x − 1)4

24( x − 1)
3
24
y =−
iv
⇔ y iv = −
(x − 1) 8
(x − 1)5

d) y = e 2 x +1 ; n = 3

Pretende-se determinar a derivada da 3ª Ordem

y = e 2 x +1 ⇔ y ′ = 2.e 2 x +1 ⇔ y ′′ = 4.e 2 x +1 ⇔ y ′′′ = 8.e 2 x+1

dy
5. Calcular y ' = para as funções y dadas em forma paramétrica:
dx

 x = 3 cos t
a)  t ∈ [π ,2π ]
 y = 4 sent

dy 4 cos t 4
x′ = −3sent e y ′ = 4 cos t ⇒ y ′ = ⇒ y′ = = − cot g t
dx − 3sent 3

 x = cos 3 t  π 
b)  t ∈  − ,0 
 y = sen t
3
 2 

dy 3sen 2 t. cos t
x′ = −3 cos 2 tsent e y ′ = 3sen 2 cos t ⇒ y ′ = ⇒ y′ = = −tg t
dx − 3 cos 2 t.sent

Página 115
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

 x = 2t − 1
c) 
y = t
3

dy 3t 2
x′ = 2 e y ′ = 3t 2 log o =
dx 2

 1
x = t + 1

d)  2
 y =  t 
  t +1

2t

x′ = −
1
e y′ =
2t t + 1 − t
. =
2t
⇒ y ′ =
dy
⇒ y ′ =
(t + 1)3 ⇔ dy = − 2t
(t + 1)2 t + 1 (t + 1)2 (t + 1)3 dx

1 dx t +1
(t + 1)2

6. Determine os seguintes limites usando a regra de Cauchy-L’Hospital:

2 x − 3x
a) lim
x →0 x

2 x − 3x  0 
lim =   Pode-se usar a regra de L’Hospital para levantar a indeterminação :
x →0 x 0

lim
2 x − 3x
= lim
(
2 x − 3x )′ = lim 2 x
ln 2 − 3 x ln 3 2
= ln 2 − ln 3 = ln 
x →0 x x →0
(x )′ x →0 1 3

1
b) lim x x
x→∞

x →∞
x
[ ]
lim x = ∞ 0 Para estes casos, temos que usar alguns artifícios matemáticos para transformar
0 ∞ 
para indeterminação de   ou   , lembrar que a regra de L’Hospital funciona
0 ∞ 
exclusivamente para esse tipo de indeterminações.

1 1 1
ln x  ln x 
lim x Fazendo x = y ⇔ ln x = ln y ⇔
x x x
= ln y ⇔ lm   = lim ln y
x →∞ x x → ∞
 x  x →∞

Página 116
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

ln x  ∞ 
lim =   Tudo indica que já podemos usar a regra de L’Hospital:
x →∞ x ∞ 

lim
ln x
= lim
(ln x )′ = lim 1 = 0 Portanto, este ainda não é o resultado pretendido, mais
x →∞ x x →∞
(x )′ x→∞ x
apenas o principal procedimento para solucionar o limite dado. Assim voltando para:
 ln x 
lm   = lim ln y tem-se: 0 = lim ln y ⇔ 0 = ln y donde y=1. Assim:
x →∞
 x  x →∞ x→∞

 1
lm  x x  = 1
x →∞
 

d) lim(ctgx) senx
x →0

lim(ctgx) senx = ∞ 0
x →0
[ ] Portanto, teremos que aplicar artifícios:

lim(ctgx) senx Fazendo cot gx senx = y ⇔ ln cot gx senx = ln y ⇔ senx. ln(cot gx ) = ln y


x →0

ln cot gx
lim senx. ln(cot gx ) = lim ln y ⇔ lim = lim ln y
x →0 x →0 x →0 1 x →0

senx

Assim, resolvendo no 1º membro tem-se:

ln cot gx  ∞ 
lim =   Já se pode usar a regra de L’Hospital:
x →0 1 ∞ 
senx

− cos ec 2 x

lim
ln cot gx
= lim
(ln cot gx )′ = lim cot gx = lim senx = 0 Voltando para:
x →0 1 x →0 ′ x→0 − cos x x →0 cos 2 x
 1 
senx   sen 2 x
 senx 

ln cot gx
lim = lim ln y ⇒ 0 = ln y ⇔ y = 1 Donde conclui-se que:
x →0 1 x →0

senx

lim(ctgx) senx = 1
x →0

Página 117
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

senx + cos x − e x
e) lim
x →0 (
ln 1 + x 2 )
e x senx − x  0 
lim = 
x →0 3 x 2 + x 5
0

Levantando a indeterminação tem-se:

lim
e senx − x
x
= lim
(
e senx − x x
= lim
)'
e senx + e cos x − 1  0 
x
=
x
lim
e senx + e cos x + e x cos x − e x senx
x x

 0  x→0
x →0 3 x 2 + x 5 x →0
(
3x 2 + x 5
' x →0
) 6x + 5x 4 6 + 20 x 3
e senx + e cos x − 1
x x
 0  Derivando pela 2ª vez tem-se:
lim = 0 
x→0 6x + 5x 4  

(e x senx + e x cos x − 1) ' e x senx + e x cos x + e x cos x − e x senx


lim = lim
x→0 (6 x + 5 x 4 ) ' x→0 6 + 20 x 3

2e x cos x 2 1
= lim = =
x →0 6 + 20 x 3 6 3

g) lim+ x x
x →0

ln x ln x
x x = y ⇔ ln x x = ln y ⇔ x ln x = ln y ⇔ = ln y ⇔ lim+ = lim+ ln y
1 x →0 1 x →0

x x

Resolvendo o 1º membro tem-se:

ln x  ∞ 
lim+ =   já se pode usar regra de L’Hospital
x →0 1 ∞
x

1

lim
ln x
= lim+
(ln x )
= lim x = lim (− x ) = 0 Voltando para:
x →0 + 1 x →0 ′ x →0 + 1 x →0 +
1 − 2
x   x
x
ln x
lim = lim+ ln y ⇒ 0 = lim+ ln y ⇔ 0 = ln y ⇔ y = 1 e finalmente:
x →0 + 1 x →0 x→0

lim x x = 1
x →0 +

Página 118
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

7. Verifique se cada uma das seguintes funções satisfaz as três hipóteses do teorema de Rolle
no intervalo dado:

a) f ( x ) = x 2 − 4 x + 1 [0,4]
Resolução:

1º: A função f ( x ) = x 2 − 4 x + 1 é polinomial, e naturalmente é qualquer intervalo, onde o


segmento [0,4] não é excepção, portanto, cumpre a 1ª condição.

2º : f (0 ) = f (4) = 1 portanto a imagem é a mesma nas extremidades do intervalo dado,


cumprindo assim a 2ª condição

3º : f ′(c ) = 2c − 4 f ′(c ) = 0 ⇔ 2c − 4 = 0 ⇔ c = 2 e c = 2 ∈ [2;4]

Logo a função satisfaz as três hipóteses do teorema de Rolle.

b) f (x ) = x 3 − 3x 2 + 2 x + 5 [0,2]
Resolução:

1º : A função f ( x ) = x 3 − 3x 2 + 2 x + 5 é polinomial, e naturalmente é qualquer intervalo,


onde o segmento [0,2] não é excepção , portanto, cumpre a 1ª condição.

2º : f (0 ) = f (2 ) = 5 portanto a imagem é a mesma nas extremidades do intervalo dado,


cumprindo assim a 2ª condição

3− 3 3+ 3
3º : f ′(c ) = 3c 2 − 6c + 2 f ′(c ) = 0 ⇔ 3c 2 − 6c + 2 = 0 ⇒ c = ∨c = e ambos
3 3
pertence ao intervalo dado.

Logo a função satisfaz as três hipóteses do teorema de Rolle

c) f ( x ) = tgx [0, π ]

Resolução:

1º : A função f ( x ) = tgx é contínua no intervalo [0, π ] , portanto, cumpre a 1ª condição.


2º : f (0) = f (π ) = 0 portanto a imagem é a mesma nas extremidades do intervalo dado,
cumprindo assim a 2ª condição

Página 119
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

1 1
3º : f ′(c ) = 2
f ′(c ) = 0 ⇔ 2
= 0 ⇔ sec 2 x = 0 ⇔ sec x = 0 a função secante não
cos c cos c
tem zeros, disto resulta que:

A função dada não satisfaz uma das três hipóteses do teorema de Rolle

d) f ( x ) = x x + 6 [− 6,0]
Resolução:

1º: A função f ( x ) = x x + 6 é contínua no segmento [− 6,0] portanto, cumpre a 1ª


condição.

2º : f (− 6 ) = f (0 ) = 0 portanto a imagem é a mesma nas extremidades do intervalo dado,


cumprindo assim a 2ª condição

c
3º : f ′(c ) = c + 6 + f ′(c ) = 0 ⇔ 2c + 12 + c = 0 ⇔ c = −4 e c = −4 ∈ [− 6;0]
2 c+6

Logo a função satisfaz as três hipóteses do teorema de Rolle

8.Verificar a validade do teorema de Lagrange para cada uma das seguintes funções no
intervalo dado e achar o ponto intermédio correspondente de ε ou c .

a) f ( x ) = x − x 3 [− 2,1] Resolução

O teorema de Lagrange garante-nos que:

Se uma função f é contínua no intervalo de a ≤ x ≤ b e tem uma derivada em cada ponto


interior deste então:

f (b ) − f (a )
f ′(c ) = ⇔ f ′(c )(
. b − a ) = f (b ) − f (a )
b−a

A função é derivável no intervalo dado, então temos que mostrar que existe um
f (b ) − f (a )
c ∈ [− 2;1] tal que f ′(c ) = f ′(c ) = 1 − 3c 2
b−a
0 − 6
1 − 3c 2 = ⇔ 1 − 3c 2 = −2 ⇒ c = ±1 portanto, apenas c=1 satisfaz o teorema de
1 − (− 2)
Lagrange

Página 120
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

9. Verificar a validade do teorema de Cauchy para as funções: f ( x ) = x 2 + 2 e g ( x ) = x 3 − 1


no segmento [1,2]

Resolução

As funções f(x) e g(x) são deriváveis no segmento dado.

3 2c 14 14
= 2 ⇔ 9c 2 − 14c = 0 ⇔ c(9c − 14 ) = 0 ⇒ c = 0 ∨ c = Portanto c = ∈ [1;2] , pode se
7 3c 9 9
concluir que o teorema de Cauchy é aplicável para as funções dadas.

1+ x + x2
10. Decomponha f ( x ) = em potências de x até x 4
1− x + x2

Resolução:

Teremos que usar a fórmula de Maclaurin:

x 2 f ′′(0 ) x 3 f ′′′(0) x n f n (ε )
f ( x ) = f (0) + x. f ′(0 ) + + + .... +
2! 3! n!

f (0) = 1

f ′( x ) =
(1 + 2 x )(1 − x + x 2 ) − (− 1 + 2 x )(1 + x + x 2 ) ⇔ f ′(x ) = 2
⇒ f ′(0 ) = 2
(1 − x + x )
2 2
(1 − x + x )
2 2

f ′′( x ) =
( )
− 2.2 1 − x + x 2 .(2 x − 1)
=
− 8x + 4
⇒ f ′′(0 ) = 4
(1 − x + x ) 2 4
(1 − x + x ) 2 3

f ′′′(x ) =
( )3
( )
− 8 1 − x + x 2 − (− 8 x + 4 ). 1 − x + x 2 .(− 3 + 6 x )
2

=
− 40 x + 40 x 2 + 4
⇒ f ′′(0 ) = 4
(1 − x + x )
2 6
(1 − x + x ) 2 4

(− 40 + 80 x )(1 − x + x 2 ) − (− 40 x + 40 x 2 + 4 ).(− 4 + 8 x ).(1 − x + x 2 )


4 3
260 x 3 + 280 x 2 − 104 x − 24
f iv
(x ) = =
(1 − x + x )2 8
(1 − x + x )
2 5

f iv (0) = −24

Substituindo na fórmula de Maclaurin, teremos:

Página 121
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

2 3
f (x ) = 1 + 2 x + 2 x 2 + x − x4
3

11. Desenvolver a função f (x ) = e x em potências de binómio ( x + 1) até ao termo que

contenha (x + 1)
3

Resolução: Temos que usar a fórmula de Taylor que passamos a citar:

f (x ) = f (a ) + (x − a ). f ′(a ) +
(x − a )2 f ′′(a ) + x 3 f ′′′(a ) + .... + (x − a )n f n (ε )
2! 3! n!

Para a função dada, usar-se-á o binómio ( x + 1) donde resulta que a = −1

Então teremos:

1
f (− 1) =
e

1 1 1
f ′( x ) = e x ⇒ f ′(− 1) = f ′′(x ) = e x ⇒ f ′′(− 1) = f ′′′( x ) = e x ⇒ f ′′′(− 1) =
e e e

Substituindo na fórmula de Taylor tem-se:

1 x + 1 ( x + 1) ( x + 1)
2 3
f (x ) = + + +
e e 2e 6e

12.Desenvolver a função f ( x ) = senx em potências de x até ao termo que contenha x 5 .

Resolução:

Já que a=0, então, pela fórmula de Maclaurin temos:

x x2 xn
f ( x ) = f (0 ) + f ' (0 ). + f '' (0). + ... + f n (ε ).
1! 2! n!

Página 122
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

se f ( x ) = senx ⇒ f (0 ) = 0 , f ' ( x ) = cos x ⇒ f ' (0) = 1 f '' ( x ) = −senx ⇒ f '' (0) = 0

se f ''' ( x ) = − cos x ⇒ f ''' (0) = −1 se f iv (x ) = senx ⇒ f iv (0) = 0 e


se f v ( x ) = cos x ⇒ f v (0) = 1 , assim temos:

x3 x5
f ( x ) = senx = x − +
6 120

Exercícios propostos da unidade IV

1. Usando derivação implícita calcule y ′

a) (x + y )2 = (x − y )2
b) ln( yx ) = e xy

c) 3x 2 y + xy + y 3 = 1

d) e −2 x − y = 5 + ln( x )

2. Determine os pontos x 2 + 2 xy + 3 y 2 = 3 nos quais as rectas tangentes nesses pontos

sejam perpendiculares à recta x + y = 1.

3. Em que ponto a curva y 2 = 2x 3 é ortogonal à recta 4x − 3y + 1 = 0?

4. Esboce os gráficos de:

a) f (x ) = − x 4 − x 3 − 2x 2 c) y = x 3 − 3x 2

3x + 1 x2
b) y = d) y =
(x + 2 )(x − 3) x −3

Referência bibliográfica

1. DEMIDOVITCH, G. Baranenkov. At all. Problema e Exercícios de Análise


Matemática. 5ª Ed., Editora Mir. Moscovo.1977.
2. HOFFMANN, Laurence D. & BRADLEY, Gerald L.; Cálculo – um Curso Moderno e
Sua Aplicação. 9ª Edição . Rio de Janeiro 2008
Página 123
Sebenta de Cálculo Infinitesimal para curso de Matemática e Física – UP – Manica: Álvaro Zacarias & Nelson Tomás Domingos

3. IEZZI, Gelson, HAZZAN, Samuel. Fundamentos de Matemática Elementar 4. 2ª


edição. Actual Editora. São Paulo. 1977
4. LOURENÇO, Arnaldo Barbosa, at all. Cálculo I: Licenciatura em Matemática 2º
período. Universidade do Estado de Amazonas-Manau.1997.
5. LEITHOLD. Louis. O Cálculo com Geometria Analítica. Volume 1. 3ª edição. Editora
Harbra. São Paulo. 1994.
6. VILCHES, Mauricio A. &Corrêa, Maria L. Cálculo Volume I. Rio de Janeiro
7. MOURA, Marcos António Nunes de. Cálculo I: wikilivros, livre em pensar e aprender.
Brasil.2006.

Página 124

Você também pode gostar