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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

Mestrado Profissional em Matemática


Resolução de Problemas - 2024.0
Lista 1 - Conjuntos, Números Reais e Funções

Aluno(a): Data:
Professor: Tiago Caúla

1 Miscelânea
1. Decida qual dentre os números 3111 e 1714 é o maior.
2. Ache todos os x, y, z, t reais tais que


 y = x3 + 2x
z = y 3 + 2y

.

 t = z 3 + 2z
x = t3 + 2t

3. i) Verifique a identidade

(x + y + z)3 = x3 + y 3 + z 3 + 3(x + y)(y + z)(z + x).

ii) Se a soma dos números a, b e c é nula, demonstre que

a3 + b3 + c3 = 3abc.

iii) Mostre que a3 + b3 + c3 − 3abc é divisı́vel por a + b + c. Mais preci-


samente, verifique a identidade

a3 + b3 + c3 − 3abc = (a + b + c)(a2 + b2 + c2 − ab − bc − ca).


iv) Racionalize a expressão
1
√ √ √ .
3
x+ y+ 3z
3
v) Se a + b + c + d + e + f = 0 e a3 + b3 + c3 + d3 + e3 + f 3 = 0, mostre que

(a + c)(a + d)(a + e)(a + f ) = (b + c)(b + d)(b + e)(b + f ).

4. Explique como escrever o número 100 como soma de parcelas naturais


cujo produto seja o maior possı́vel.

5. Sejam a, b, c e d números reais positivos. Prove que, dentre as desigual-


dades

a + b < c + d, (a + b)(c + d) < ab + cd e (a + b)cd < ab(c + d),


ao menos uma é falsa.

6. Sejam a1 , . . . , an , b1 , . . . , bn números reais. Mostre que


n
X 2 n
X n
X X
ai b i = a2i b2j − (ai bj − aj bi )2 .
i=1 i=1 j=1 i<j
1
Conclua a Desigualdade de Cauchy-Schwarz.

7. Sejam a, b, c números reais positivos tais que a + b + c = 1. Mostre que


2
max{a − ab, b − bc, c − ca} ≥ .
9
8. Considere um triângulo retângulo de catetos a, b e hipotenusa c. Dado
um número real positivo k 6= 2, compare ak + bk com ck .

9. O conjunto {1, 2, . . . , 2n} é particionado em duas sequências

a1 < a2 < · · · < an e b1 > b2 > · · · > bn .


Prove que

|a1 − b1 | + |a2 − b2 | + · · · + |an − bn | = n2 .

10. Considere uma PA de números naturais (ak )1≤k≤n , em que a1 = 1,


an = 2025 e n ≥ 3. Calcule os valores mı́nimo e máximo de
1 1 1
√ √ +√ √ + ··· + √ √ .
a1 + a2 a2 + a3 an−1 + an
1
Vide Problema 1, ENQ 2012.2.

2
11. Se (ai ) é uma PA, mostre que
n  
X
i−1 n
(−1) ai = 0,
i=1
i − 1
para cada n ≥ 3.

12. Se (bk ) é uma PG de termos não nulos, sejam:


i) S a soma dos n primeiros termos de (bk );
ii) I a soma dos inversos dos n primeiros termos de (bk );
iii) P o produto dos n primeiros termos de (bk ).
Calcule P em termos de S e I.

13. Sejam (an ) e (bn ) uma PG de termos positivos e uma PA, ambas não
constantes, respectivamente. Mostre que existe um número real 0 <
α 6= 1 de tal modo que a sequência (cn ), definida por cn = logα an − bn ,
é constante.

14. Mostre que cada um dos números

49, 4489, 444889, 44448889, . . .


é um quadrado perfeito.

15. Sejam A = 111


| {z· · · 11} e B = 44 · · · 4}. Mostre que, para cada natural n,
| {z
2n n
A + B + 1 é um quadrado perfeito e calcule sua raiz quadrada.

16. Sejam P (X) e Q(X) polinômios a coeficientes inteiros tais que P (n)
divide Q(n), para cada natural n. Se P é mônico, mostre que P divide
Q em Z[X] (isto é, existe um polinômio S a coeficientes inteiros tal que
Q = P · S).

17. Se Hn é o n-ésimo número harmônico, mostre que


k
H2k ≥ 1 + ,
2
para cada número natural k.

18. Mostre que todo número natural se escreve, de modo único, como uma
soma de potências inteiras de 2.

19. Mostre que (111)b divide (10101)b , para cada base b > 1.

3
20. Têm-se m moedas, sendo uma delas falsa, com peso menor que as
demais. Dispôe-se de uma balança de dois pratos, mas sem nenhum
peso. Mostre que é possı́vel identificar a moeda falsa com blog2 nc
pesagens.

21. (Frações Egı́pcias) Seja m


n
uma fração positiva e própria, ou seja, m, n ∈
N e m < n. Mostre que é possı́vel escrever essa fração como uma
soma de frações unitárias distintas, isto é, existem números naturais
n1 < n2 < · · · < nk tais que
m 1 1 1
= + + ··· + .
n n1 n2 nk

22. Mostre que o n-ésimo número harmônico Hn satisfaz


1
Hn ≥ (log2 n + 1).
2
23. i) Mostre que a função f : (0, +∞) → R, definida por f (x) = logx+1 x,
é injetiva. √
ii) Resolva a equação log2 (1 + x) = log3 x.

24. Seja D(n) o conjunto dos divisores positivos do número natural n.


Prove que n é um quadrado perfeito se, e só se, a cardinalidade de
D(n) é ı́mpar. 2

25. Se n é um número perfeito, calcule a média harmônica dos divisores de


n. O resultado é um número inteiro? 3

26. Seja D um conjunto não vazio de números naturais tal que:


i) D é finito.
ii) D contém os divisores positivos de cada um dos seus elementos.
iii) D contém o produto de quaisquer dois de seus elementos relativa-
mente primos.
Prove que D = D(n) para um certo natural n. A tese ainda vale caso
alguma das condições acima seja violada?

27. Sejam A1 , A2 , . . . , Ak subconjuntos de {1, 2, . . . , n} tais que

|Ai | ≥ n/2, ∀i,


2
Reveja o problema 2 da 1ª avaliação da disciplina Números e Funções Reais.
3
Compare com as questões 7 do ENQ 2013.1 e 3 do ENQ 2017.1.

4
e

i 6= j ⇒ |Ai ∩ Aj | ≤ n/4.

Mostre que
k
[ k
Ai ≥ ·n
i=1
k+1

28. Sejam A e B partes do conjunto X e A∆B := (A − B) ∪ (B − A) a


diferença simétrica dos conjuntos A e B. Mostre que ∆ é uma operação
em 2X (o conjunto das partes de X) que é associativa e comutativa.
Essa operação admite elemento neutro? E cada A ∈ 2X admite inverso
(relativamente a ∆)?
Se f : X → Y é uma aplicação qualquer, prove que

f −1 (C∆D) = f −1 (C)∆f −1 (D).


E se f : X → Y é injetiva, mostre que f (A∆B) = f (A)∆f (B). Essa
igualdade permanece válida se f não é injetiva?

29. Seja S0 um conjunto finito de inteiros positivos. Definimos S0 , S1 , S2 , . . .


da seguinte forma: o inteiro a está em Sn+1 se, e somente se, exatamente
um dentre os inteiros a e a − 1 está em Sn . Mostre que existem infinitos
inteiros positivos N para os quais SN = S0 ∪ {N + a, a ∈ S0 }.

30. Se an é o n-ésimo número


√ natural que não é um quadrado perfeito,
1
prove que an = bn + n + 2 c.

31. Sejam f, g : R → R tais que, para todos x, y ∈ R, tenhamos

f (x + y) + f (x − y) = 2f (x)g(y).
Se f não é identicamente nula e |f (x)| ≤ 1 para todo x ∈ R, mostre
que |g(x)| ≤ 1, para todo x ∈ R.

32. Mostre que 3100 < 2159 . (Sugestão: problema 64.)

33. Existe função crescente f : N → N ∪ {0} tal que f (mn) = f (m) + f (n),
sempre que m e n forem primos entre si?

5
34. Sejam X um conjunto e f : X → X uma função com a seguinte pro-
priedade:

Y ⊂ X, f (Y ) ⊂ Y ⇒ Y = ∅ ou Y = X.
Mostre que X é finito.

35. Dados n conjuntos A1 , A2 , . . . , An , prove a fórmula (princı́pio da in-


clusão-exclusão):
n
[ n
X X
card Ai = card Ai − card (Ai ∩ Aj )+
i=1 i=1 1≤i<j≤n
X X
card (Ai ∩ Aj ∩ Ak ) − card (Ai ∩ Aj ∩ Ak ∩ Al ) + · · · .
1≤i<j<k≤n 1≤i<j<k<l≤n

36. Se ϕ(n) é o número de inteiros positivos ≤ n e primos com n, prove a


fórmula de Euler :
    
1 1 1
ϕ(n) = n 1 − 1− ··· 1 − ,
p1 p2 pr

em que p1 , p2 , . . . , pr são os fatores primos de n.

37. Seja X um conjunto com 999 elementos. Uma famı́lia F de partes de


X é dita restrita se satisfaz as seguintes condições:
i) cada A ∈ F tem 335 elementos;
ii) toda interseção A ∩ B tem no máximo 2 elementos, para quaisquer
A, B ∈ F.
a) Exiba uma famı́lia restrita com 3 elementos.
b) Mostre que toda famı́lia restrita tem cardinalidade ≤ 3.

38. Se r é um racional não negativo, prove que

r+2 √ 1 √
− 2 < |r − 2|.
r+1 2

39. Sejam p e q reais dados. Se as raı́zes da equação x2 + px + q = 0 são


reais, positivas e distintas, mostre que o mesmo ocorre com as raı́zes
da equação qx2 + (p − 2q)x + (1 − p) = 0.

1+ 5
40. Seja φ = 2
, o número de ouro. Calcule bφ20 c.

6
41. i) Mostre que todo número irracional β é da forma α − α−1 , com α
irracional;
ii) Se f : R → R é tal que f (x + y) = f (xy), quaisquer que sejam x e
y irracionais, prove que f é constante.

42. (Teorema de Beatty) Sejam α, β números irracionais positivos e com-


plementares: α1 + β1 = 1. Então, cada número natural ocorre, precisa-
mente, uma vez na seguinte lista:

bαc, b2αc, . . . , bnαc, . . .


bβc, b2βc, . . . , bnβc, . . . .

43. Mostre que a cúbica f (x) = x3 + bx2 + cx + d define uma função injetiva
de R em R se b2 ≤ 3c.

44. Uma equação bicúbica

ax6 + bx3 + c = 0
admite no máximo quantas raı́zes?

45. Resolva em R a equação


r r
1 1
x= x− + 1− .
x x
46. Resolva a equação
√ √
r
3 x
q q
x+ x− x− x= √ .
2 x+ x

47. Determine todos os valores reais de x e y que satisfazem a equação

x2 + 4x cos(xy) + 4 = 0.

48. Resolva o sistema de equações


 4
x + x2 y 2 + y 4 = 91
.
x2 − xy + y 2 = 7

49. Considere a sequência (yn ) definida por


 n+1
1
yn = 1 + .
n

7
4
Mostre que (yn ) é decrescente.

50. Prove que (1 + n1 )n < 3, para cada n natural.

51. Prove que (n!)2 > nn , para cada n > 2.

52. Se x = cos θ sen θ, mostre que

cos2n θ + sen2n θ = Pn (x2 ),


em que Pn é um polinômio a coeficientes inteiros.

53. Resolva a equação


1 1
sen7 θ + = cos7
θ + .
sen3 θ cos3 θ
54. Sejam a e b inteiros positivos com a > 1. Compare loga b com b/a.

55. Sejam y e w números reais não nulos. Se os reais x e z forem positivos e


diferentes de 1, mostre que os pares ordenados (x, y) e (z, w) pertencem
ao gráfico de uma função logarı́tmica se, e somente se, xw = z y .

56. (a) Se 0 < x < π/2, mostre que

0 < sen x < x < tg x.

(b) Conclua que


sen x
0 6= x ∈ (−π/2, π/2) ⇒ cos x < < 1.
x
x2
57. Prove que cos x > 1 − , para cada x real.
2
58. Seja f : R → [0, 1] uma função tal que, para um certo a > 0, tenhamos
1 p
f (x + a) = + f (x) − f (x)2 ,
2
para todo x ∈ R. Prove que f é periódica.
4
Compare com o problema 4, ENQ - 2015.2.

8
59. Considere o sistema de equações


 ax21 + bx1 + c = x2
2
 ax2 + bx2 + c = x3



.. ,
.
2



 axn−1 + bxn−1 + c = xn
ax2n + bxn + c

 = x1

com incógnitas x1 , x2 , . . . , xn , onde a, b e c são números reais e a 6= 0.


Seja ∆ = (b − 1)2 − 4ac. Mostre que, para esse sistema,
(a) se ∆ < 0, não há solução,
(b) se ∆ = 0, há uma única solução,
(c) se ∆ > 0, há mais que uma solução.

60. Encontre todos os números naturais x tais que o produto de seus dı́gitos
(na base dez) é igual a x2 − 10x + 22.

2 Exames
61. (ENQ - 2012.1) Um corpo está contido num ambiente de temperatura
constante. Decorrido o tempo t (em minutos), seja D(t) a diferença
entre a temperatura do corpo e do ambiente. Segundo a Lei do Resfri-
amento de Newton, D(t) é uma função decrescente de t, com a propri-
edade de que um decréscimo relativo

D(t) − D(t + h)
D(t)
no intervalo de tempo [t, t + h] depende apenas da duração h desse
intervalo (mas não do momento em que essa observação se iniciou).
Isto posto, responda à seguinte pergunta:
Num certo dia, a temperatura ambiente era de 30◦ . A água, que fervia
a 100◦ numa panela, cinco minutos depois de apagado o fogo ficou com
a temperatura de 60◦ . Qual era a temperatura da água 15 minutos
após apagado o fogo?

62. (ENQ - 2012.1) (a) Dado um número real a > 0, quanto medem os
lados do retângulo de perı́metro mı́nimo cuja área é a?
(b) Justifique matematicamente por que não se pode responder o item
(a) se trocarmos “mı́nimo” por “máximo”.

9
63. (ENQ - 2012.1) Uma moeda honesta é lançada sucessivas vezes.
(a) Se a moeda for lançada 4 vezes, qual é a probabilidade de que o
número observado de caras seja ı́mpar? E se a moeda for lançada 5
vezes?
(b) Observando o resultado do item (a), formule uma conjectura so-
bre a probabilidade de se observar um número ı́mpar de caras em n
lançamentos da moeda.
(c) Demonstre, utilizando indução finita, a conjectura do item (b).

64. (ENQ - 2012.2) i) Usando o gráfico com o qual se define geometrica-


mente o logaritmo natural ln, mostre que ln(1+x) < x para todo x > 0,
e daı́ ln x < x.

ii) Tomando x em vez de x nessa última igualdade, prove que o quo-
ciente ln x/x pode tornar-se tão pequeno quanto desejarmos, desde que
se tome x suficientemente grande.
iii) Prove ainda que essa conclusão é válida para logaritmos em qual-
quer base > 1.

65. (ENQ - 2012.2) Considere a sequência an definida como indicado abaixo:

a1 = 1
a2 = 1 + 2
a3 = 2 + 3 + 4
a4 = 4 + 5 + 6 + 7
...

(a) O termo a10 é a soma de 10 inteiros consecutivos. Qual é o menor


e qual é o maior desses inteiros? Calcule a10 .
(b) Forneça uma expressão geral para o termo an .

66. (ENQ - 2012.3) A linha poligonal da figura começa na origem e passa


por todos os pontos de coordenadas inteiras do plano cartesiano.
(a) Seja n um número inteiro não negativo. Mostre que o comprimento
c(n) da linha poligonal da origem até o ponto (n, n) é igual a 4n2 .
(b) Qual é o comprimento da linha poligonal entre os pontos (7, 10) e
(11, −20)?

67. (ENQ - 2012.3) Um corpo está impregnado de uma substância radi-


oativa cuja meia-vida é um ano. Quanto tempo levará para que sua
radioatividade se reduza a 10% do que é?

10
Figura 1: exemplo 66.
p p
68. (ENQ - 2012.3) Qual é o menor valor da expressão 16x/y + y/(81x)
quando x e y são números reais positivos quaisquer? Justifique sua
resposta.

69. (ENQ - 2013.1)


√ O objetivo desta questão é demonstrar que a função
f (x) = cos x, x ≥ 0, não é periódica,
√ ou seja,√não existe nenhum
número real positivo T tal que cos x + T = cos x para todo x ≥ 0.
a) Encontre todos os valores de T ≥ 0 para os quais f (T ) = f (0) e, a
seguir, encontre todos os valores de T ≥ 0 para os quais f (T ) = f (2T ).
b) Use o item a) para mostrar que f (x) não é periódica.

70. (ENQ - 2013.1) A derivada de um polinômio p(x) = an xn + an−1 xn−1 +


. . . + a1 x + a0 é, por definição, o polinômio

p0 (x) = nan xn−1 + (n − 1)an−1 xn−2 + . . . + 2a2 x + a1 .


Admita a regra da derivada do produto:

(p · q)0 (x) = p0 (x) · q(x) + p(x) · q 0 (x)


e prove que a ∈ R cumpre p(a) = p0 (a) = 0 se, e somente se, p(x) =
(x − a)2 s(x) para algum polinômio s(x).

71. (ENQ - 2013.1) Uma sequência (an ) é tal que a1 = 1 e


a1 + a2 + · · · + an
an+1 = para todo n ≥ 1.
n+1
Mostre que os valores de an , para n ≥ 2, são todos iguais.

72. (ENQ - 2013.2) Considere um triângulo equilátero de lado 3 e seja A1


sua área. Ao ligar os pontos médios de cada lado, obtemos um segundo
triângulo equilátero de área A2 inscrito no primeiro. Para este segundo

11
triângulo equilátero, ligamos os pontos médios de seus lados e obtemos
um terceiro triângulo equilátero de área A3 inscrito no segundo e assim
sucessivamente, gerando uma sequência de áreas (An ), n = 1, 2, 3, . . .

9 3
Usando o Princı́pio de Indução Finita, mostre que a fórmula An = 4n
é verdadeira para todo n > 1 natural.
73. (ENQ - 2013.2) A sequência (an ), n ≥ 0, é definida da seguinte maneira:

ˆ a0 = 4
ˆ a1 = 6
ˆ an+1 = an
an−1
, n≥1

a) Encontre a7 .
b) Encontre a soma dos primeiros 2013 termos da sequência.
74. (ENQ - 2013.2) Sejam f : R → R uma função periódica e g : R → R
uma função qualquer.
a) A função composta g ◦ f é necessariamente periódica? Em caso
afirmativo, demonstre; em caso negativo, apresente um contra-exemplo.
b) A função composta f ◦ g é necessariamente periódica? Em caso
afirmativo, demonstre; em caso negativo, apresente um contra-exemplo.
75. (ENQ - 2013.2) Considere a equação:
1 3
|x||x − 3| = 2|x − |.
2 2
a) Quais são as raı́zes dessa equação? Explique detalhadamente como
as encontrou.
b) Esboce, em um mesmo plano cartesiano, os gráficos das funções
f (x) = 12 |x||x − 3| e g(x) = 2|x − 23 | e marque as raı́zes que você
encontrou no item a).
76. (ENQ - 2014.1) Para todo n inteiro positivo, seja
1 1 1
Hn = 1 + + · · · + .5
2 3 n
Prove, por indução em n, que

n + H1 + H2 + · · · + Hn−1 = nHn ,
para todo n ≥ 2.
5
Costuma-se dizer que Hn é o n-ésimo número harmônico.

12
77. (ENQ - 2014.1) Sejam f : X → Y e g : Y → X duas funções. Prove
que:
(a) se g ◦ f é injetiva, então f é injetiva.
(b) se f ◦ g é sobrejetiva, então f é sobrejetiva.
78. (ENQ - 2014.2) Duas sequências de números reais xn e yn estão relaci-
onadas pelas recorrências

xn+1 = 2xn + yn , yn+1 = 5xn − 2yn .


(a) Mostre que a sequência xn satisfaz a recorrência xn+2 = 9xn .
(b) Suponha x0 = y0 = 1. Encontre as fórmulas gerais para as sequências
xn e yn em função de n.
79. (ENQ - 2014.2) Sejam x e y dois números racionais com x < y.
(a) Prove que x < x+y
2
< y e que x < x + y−x
√ < y.
2
(b) Mostre que entre dois números racionais quaisquer existe pelo me-
nos um número racional e um irracional.
80. (ENQ - 2014.2) Um professor do Ensino Médio Popôs a seguinte questão:

“Dada a sequência 1, 4, 9, 16, . . . , determine o quinto termo”.

Um aluno achou um resultado diferente de 25, que era a resposta espe-


rada pelo professor. Ele obteve um polinômio P (x) satisfazendo cinco
condições: P (1) = 1, P (2) = 4, P (3) = 9, P (4) = 16 e P (5) 6= 25.
Encontre um polinômio P (x) satisfazendo as condições acima e tal que
P (5) = 36.
81. (ENQ - 2015.1) (a) Mostre que se x e y são números irracionais tais
que x2 − y 2 seja racional não nulo, então x + y e x − y são ambos
irracionais.
(b) Sabendo que a raiz quadrada de um número primo é irracional,
√ √ √ √
prove que se p e q são primos distintos, então p + q e p − q são
números irracionais.
   
a+b a−b
82. (ENQ - 2015.1) Sabendo que sen a+sen b = 2 sen cos ,
2  2 
x+y
prove que se x, y ∈ (0, π) e x 6= y, então sen x + sen y < 2 sen .
2
(b) Use o resultado do item (a) para resolver a equação
√ 


2x + x π
q
sen(2x)sen x = sen , 0<x< .
2 2

13
83. (ENQ - 2015.2) (a) Prove a desigualdade de Bernoulli:
Se x ∈ R, x ≥ −1, então (1 + x)n≥ 1 + nx,
 para todo n ≥ 1.
n
1
(b) Prove que a sequência an = 1+ n
é crescente, ou seja, an <
an+1 , para todo n ≥ 1. n
(n + 1)2 − 1

an+1 n+2
Sugestão: mostre que = · e use o item
an n+1 (n + 1)2
(a).
84. (ENQ - 2015.2) Seja f (x) = ax2 + bx + c uma função quadrática com
a > 0 e ∆ = b2 − 4ac > 0. Considere o triângulo ABV , onde A e B
são os pontos de interseção da parábola correspondente ao gráfico de f
com o eixo das abscissasp e V é o vértice da parábola.
(a) Mostre que BV = ∆(∆ + 4)/4a.
(b) Mostre que o triângulo ABV é equilátero se, e somente se, ∆ = 12.
85. (ENQ - 2015.2) Determine todos os valores de x ∈ R tais que
π
(1 − cos2 x)cos(3x− 4 ) = 1.

86. (ENQ - 2016.1) A sequência (an ) satisfaz as seguintes condições:


ˆ a1 = 21 ;
Pn
ˆ 2
i=1 ai = n an , para n ≥ 2.

(a) Determine a2 , a3 e a4 .
(b) Conjecture uma expressão para o termo geral an , em função de n.
(c) Prove, por indução em n, a fórmula obtida no item (b).
87. (ENQ - 2016.1) Seja f : [a, b] → [f (a), f (b)] uma função bijetiva, onde
[a, b] e [f (a), f (b)] são intervalos de números reais. Considere ainda
x1 , x2 ∈ [a, b] e y1 , y2 números reais positivos. Mostre que existe um
único c ∈ [a, b] tal que

f (x1 )y1 + f (x2 )y2 = f (c)(y1 + y2 ).

88. (ENQ - 2016.1) Considere os pontos A, B, C, D, E e F de um cubo


distribuı́dos como na figura abaixo.
Determine a probabilidade de,
(a) escolhidos ao acaso 3 pontos distintos dentre os 6 dados, eles deter-
minarem um único plano.
(b) escolhidos ao acaso 4 pontos distintos dentre os 6 dados, eles serem
coplanares.

14
89. (ENQ - 2016.2) Sejam x e y números reais positivos tais que x + y = 1.
Prove que
  
1 1
1+ 1+ ≥ 9.
x y
90. (ENQ - 2016.2) (a) Seja f : R → R, f (x) = ax + b. Se f (k) ∈ Z para
todo k ∈ Z, mostre que a e b são inteiros.
(b) Seja f : R → R, f (x) = ax2 + bx + c. Se f (k) ∈ Z para todo k ∈ Z,
podemos afirmar que a, b e c são inteiros?
91. (ENQ - 2016.2) Mostre que, para todo número natural n ≥ 1, o resto
da divisão do polinômio x2n + x + 1 por x2 − 1 é igual a x + 2.
92. (ENQ - 2017.1) Determine as equações das duas retas tangentes à
parábola de equação y = x2 − 2x + 4 que passam pelo ponto (2, −5).
93. (ENQ - 2017.1) (a) Prove a relação de Stiefel: para todos n e p inteiros
positivos com n ≥ p,
p+1
Cn+1 = Cnp+1 + Cnp .
(b) Considere a sequência de números inteiros

a1 = C22 ,
an = C22 + · · · + Cn+1
2
, n ≥ 2.
3
Mostre que an = Cn+2 .
94. (ENQ - 2017.1) Uma função f é dita crescente em X ⊂ R se, para
todos x1 , x2 ∈ X com x1 < x2 , tem-se f (x1 ) < f (x2 ). Sabendo que as
funções g(x) = xa e h(x) = bx são crescentes em [0, +∞) para a e b
reais com a > 0 e b > 1,
2 +1
(a) prove que a função F (x) = (1 + ex )x é crescente em [0, +∞);
2 +1
(b) encontre as soluções não negativas da equação (1 + ex )x = 2.

15
95. (ENQ - 2017.2) Sejam a, b e c números reais com a 6= 0. Considere a
função f : R → R definida pela expressão f (x) = ax2 + bx + c.
(a) Escreva a expressão de f na forma a(x − m)2 + k.
(b) Utilizando o item anterior, prove que, se b2 − 4ac ≥ 0, as raı́zes da
equação ax2 + bx + c = 0 são dadas por
√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
r1 = e r2 = .
2a 2a
96. (ENQ - 2017.2) Considere as sequências pn e qn definidas recursiva-
mente por p1 = q1 = 1,

pn+1 = p2n + 2qn2 , qn+1 = 2pn qn , para n ≥ 1.

(a) Prove que p2n − 2qn2 = 1, para n ≥ 2.


pn
(b) Use o item (a) para concluir que as frações qn
são irredutı́veis para
todo n ≥ 2.

97. (ENQ - 2017.2) Uma técnica simples para calcular o quadrado de um


número natural N , representado no sistema decimal, cujo algarismo
das unidades é igual a 5 é a seguinte:
(i) O algarismo das dezenas de N 2 será 2 e o das unidades será 5, ou
seja, N 2 “termin” em 25.
(ii) Para determinar os algarismos antecedentes a 25 em N 2 , considere o
número a obtido pela retirada do algarismo 5 (algarismo das unidades)
do número N que se quer elevar ao quadrado e multiplique pelo seu
sucessor a + 1. Assim, os algarismos do número a × (a + 1) serão os
algarismos que antecedem o 25.
Por exemplo: 352 = 1225, pois 3×4 = 12; 1952 = 38025, pois 19×20 =
380.
(a) Use a técnica acima para calcular 7052 e 99952 .
(b) Prove a validade desse resultado.

98. (ENQ - 2017.2) Resolva a recorrência Fn+2 − Fn+1 − Fn = 0 (n ≥ 0),


F0 = 0, F1 = 1.

99. (ENQ - 2017.2) Considere a função real definida por f (x) = 3sen(x)+
cos(x).
(a) Determine α ∈ [0, 2π] para que f possa ser escrita na forma f (x) =
2sen(x + α).

16

(b) Resolva, em R, a equação 3sen(x) + cos(x) = 2.

100. (ENQ - 2018.1) Isótopos radioativos de um elemento quı́mico estão su-


jeitos a um processo de decaimento radioativo. Com o passar do tempo,
uma amostra de tais isótopos vai se desintegrando, isto é, emitindo ra-
diação e se transformando em uma amostra de átomos mais estáveis.
Sabe-se que este decaimento é de tipo exponencial, isto é, denotando
por m(t) a massa de um determinado isótopo radioativo no instante t,
tem-se

m(t) = m0 · bt ,
para algum 0 < b < 1, sendo m0 > 0 a massa inicial. A meia vida
desse isótopo, denotada T , é o tempo necessário para que a massa m
se reduza à metade de seu valor inicial.
(a) Determine b em função de T .
(b) Determine, em função de T , o tempo necessário para que m se
reduza a um terço de seu valor inicial.

101. (ENQ - 2018.1) Sejam (an ) uma progressão aritmética e (bn ) a sequência
definida por bn = a2n+1 − a2n , para todo n ≥ 1. Mostre que (bn ) é uma
progressão aritmética e calcule o primeiro termo e a razão de (bn ) em
função do primeiro termo e a razão de (an ).

102. (ENQ - 2018.1) Para cada n ≥ 0 inteiro considere o número C(n)


obtido pela concatenação das potências de 2, com expoentes de 0 até
n, conforme exemplificado na tabela abaixo:

n 0 1 2 3 4 5 ···
C(n) 1 12 124 1248 124816 12481632 · · ·

Mostre, por indução, que C(n) é divisı́vel por 2n para todo n ≥ 0.

103. (ENQ - 2018.1) (a) Escreva cos(3x) em termos de cos(x).


(b) Mostre que, se um número racional irredutı́vel rs (r e s inteiros não
nulos e primos entre si) é raiz de um polinômio
P (X) = an X n + an−1 X n−1 + . . . + a1 X + a0 de coeficientes inteiros,
então s divide an e r divide a0 .
(c) Use os itens acima para mostrar que cos(20◦ ) é um número irraci-
onal.

17
104. (ENQ - 2018.2) (a) Se r, s e t são as raı́zes da equação x3 +ax2 +bx+c =
0, mostre que r + s + t = −a, rs + rt + st = b e rst = −c.
(b) Se r, s e t são as raı́zes da equação x3 − 4x2 + 5x + 6 = 0, calcule o
valor de r2 + s2 + t2 .
105. (ENQ - 2018.2) Considere as funções f : [−1, 1] → R e g : R → R
definidas pelas expressões abaixo:
√ 1 √ 1
f (t) = −t2 + 3t + e g(x) = 3 sen x + cos(2x).
2 2
(a) Encontre os valores máximo e mı́nimo de f e os valores reais t em
que f assume tais valores.
(b) Encontre os valores máximo e mı́nimo de g e todos os valores reais
x em que g assume tais valores.
106. (ENQ - 2018.2) Considere a recorrência definida por a1 = 1, a2 = 5 e
para n > 0,

an+2 = 5an+1 − 6an .


(a) Determine o termo geral da recorrência.
(b) Quantos múltiplos de 7 há no conjunto {an | 1 ≤ n ≤ 2018, n ∈ Z}?
107. (ENQ - 2019.1) Resolva as sequintes recorrências:
(a) an+2 − 5an+1 + 4an = 0, a0 = 1, a1 = 3.
(b) an+2 − 4an+1 + 4an = 2n , a0 = −1, a1 = 6.
108. (ENQ - 2019.1) Dado um número real x, o piso de x, denotado por
bxc, é o único inteiro k tal que k ≤ x < k + 1.
(a) Considere a e b, respectivamente, o menor e o maior números natu-
rais com n algarismos expressos no sistema decimal. Forneça expressões
algébricas para a e b em função de n.
(b) Mostre que a quantidade de algarismos, no sistema decimal, do
número inteiro positivo N é igual a blog N c + 1, onde log é a função
logaritmo decimal.
(c) Mostre que se p é um inteiro positivo, então 2p − 1 tem bp · log 2c + 1
algarismos no sistema decimal.
109. (ENQ - 2019.1) Sejam A e B conjuntos
finitos e não vazios com, respectivamente, a e b elementos.
(a) Qual a relação entre a e b para que exista alguma função bijetiva
de A em B? Nesta condição, quantas funções bijetivas existem?

18
(b) Qual a relação entre a e b para que exista alguma função injetiva
de A em B? Nesta condição, quantas funções injetivas existem?

110. (ENQ - 2019.1) Considere a função polinomial f : R → R dada por

f (x) = (x2 + 2019x − 1)2 + (2x + 2019)2 .

(a) Determine constantes k e h tais que a função possa ser reescrita da


maneira f (x) = (x2 + kx + 1)2 + h.
(b) Usando a expressão encontrada no item anterior, encontre o menor
valor real α assumido pela função f .
(c) Encontre a média aritmética de todas as raı́zes reais da equação
f (x) = α, com α encontrado no item anterior.

111. (ENQ - 2019.2) Sabendo que u e v são as raı́zes reais da equação x2 +


bx + c = 0, onde b, c ∈ R, encontre:
(a) Uma equação do segundo grau, com coeficientes dados em função
de b e c, que tenha como raı́zes u2 e v 2 .
(b) Uma equação do segundo grau, com coeficientes dados em função
de b e c, que tenha como raı́zes u3 e v 3 .

112. (ENQ - 2019.2) Considere duas progressões aritméticas, de razões não


nulas:

(a1 , a2 , . . . , an , . . .) e (b1 , b2 , . . . , bn , . . .).


Mostre que existe uma, e somente uma, função afim f : R → R tal que
f (a1 ) = b1 , f (a2 ) = b2 , . . . , f (an ) = bn , . . ..

113. (ENQ - 2020.1) Para cada sentença abaixo, diga se ela é verdadeira ou
falsa, justificando sua resposta.
(a) Existe um número real x tal que 5x + 7 < 2 − x < 7x + 8.
x2 + 4x + 3
(b) Se x é um número real tal que x > 3, então ≥ 0.
x2 − 4x + 3
(c) Para todo número real x, tem-se que x < 1 ⇒ x2 < 1.

114. (ENQ - 2020.1) Dizemos que dois polinômios p(X) e q(X) são tangentes
para X = r quando a diferença p(X) = q(X) é divisı́vel por (X − r)2 .
(a) Mostre que p(X) = aX 2 + bX + c e q(X) = (2ar + b)X + (c − ar2 )
são tangentes para X = r.

19
(b) Seja p(X) = an X n + . . . + a2 X 2 + a1 X + a0 , em que n ≥ 2 e a1 6= 0.
Encontre o polinômio de grau 1 que é tangente a p(X) para X = 0.
2b
115. (ENQ - 2020.1) Seja f : (0, +∞) → R, f (x) = ax4 + 2 , onde a e b são
x
números reais positivos.
r 
6 b
(a) Calcule f .
a
(b) Use a desigualdade das médias para provar que o valor encontrado
no item anterior é o valor mı́nimo de f .

116. (ENQ - 2020.2) Determine a equação da reta tangente à parábola y =


x2 + x + 1 no ponto P = (1, 3) usando o seguinte procedimento:

ˆ Escreva a equação de uma reta passando pelo ponto P = (1, 3)


com inclinação m.
ˆ Determine m de modo que a interseção entre a parábola y =
x2 + x + 1 e a reta r tenha um único ponto, no caso o ponto P .

117. (ENQ - 2020.2) A expansão de Cantor de um número inteiro positivo


a e a soma

a = an n! + an−1 (n − 1)! + · · · + a2 2! + a1 1!
onde ai é um inteiro com 0 ≤ ai ≤ i, para i = 1, 2, . . . , n, e an 6= 0.
Por exemplo, 110 = 4 · 4! + 2 · 3! + 1 · 2! + 0 · 1!.
(a) Encontre a expansão de Cantor de 719.
(b) Prove, por indução em m, que
m−1
X
j · j! = m! − 1, para todo m ≥ 2.
j=1

118. (ENQ - 2020.2) Uma expressão exponencial ab com a > 0 e b ∈ R é


menor que 1 nos sequintes casos: (i) a < 1 e b > 0 ou (ii) a > 1 e b < 0.
Usando essa informação, determine o conjunto solução da inequação
3 −6x2 +11x−6
|2x + 1|x < 1,
em que x ∈ R, x 6= − 21 .

20
119. (ENQ - 2020.2) (a) Mostre que a solução da recorrência

xn+2 − 10xn+1 + 25xn = 0;
x0 = 3; x1 = 45
é da forma an · bn em que an é uma progressão aritmética e bn é uma
progressão geométrica.
(b) Encontre uma recorrência linear de segunda ordem com coeficientes
constantes, indicando as condições iniciais, cuja solução é a sequência

xn = (a + nr) · q n
em que a, r e q são números reais.
120. (ENQ - 2021.1) Considere os polinômios p(X) = X 4 − 4X − 1 e q(X) =
(X 2 + a)2 − 2(X + b)2 .
(a) Encontre os valores de a e b tais que os polinômios p(X) e q(X)
sejam idênticos.
(b) Determine as raı́zes reais de p(X).
121. (ENQ - 2021.1) Sejam r e s raı́zes da equação ax2 + bx + c = 0 em que
a, b e c são números reais dois a dois distintos, com a e c não nulos.
Suponha que, nesta ordem, a, c e b estão em progressão aritmética e
1 1
também que + , r + s e r2 + s2 estão em progressão geométrica,
r s
c 1
nessa ordem. Mostre que = .
a 6
122. (ENQ - 2021.1) Dizemos que uma função F : R → R é par quando
F (−x) = F (x), para todo x ∈ R, e que é ı́mpar quando F (−x) =
−F (x), para todo x ∈ R.
(a) Dê exemplos de uma função par, uma função ı́mpar e uma que não
seja nem par nem ı́mpar.
Para os itens a seguir, dada uma função qualquer f : R → R, considere
as funções g, h : R → R definidas por

f (x) + f (−x) f (x) − f (−x)


g(x) = e h(x) = .
2 2
(b) A função g é par, ı́mpar ou nem par nem ı́mpar?
(c) A função h é par, ı́mpar ou nem par nem ı́mpar?
(d) Mostre que toda função f : R → R pode ser escrita como a soma
de uma função par com uma função ı́mpar.

21
123. (ENQ - 2021.1) No sistema de numeração posicional duodecimal (base
12) os doze sı́mbolos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A e B são utilizados
como algarismos, sendo A = 10 e B = 11. Assim, por exemplo, o
número 47, é representado no sistema duodecimal como 3B12 , já que
47 = 3 × 12 + 11.
(a) Prove que um número expresso no sistema duodecimal é um múltiplo
de 3 se, e somente se, o algarismo das unidades é também múltiplo de
3.
(b) Quantos são os múltiplos de 3 que possuem quatro algarismos dis-
tintos quando representados no sistema duodecimal?
(c) Represente o resultado obtido no item (b) no sistema de numeração
posicional duodecimal.

124. (ENQ - 2021.2) Seja f : (0, +∞) → R uma função tal que f (xy) =
f (x) + f (y) para todos x, y ∈ (0, +∞).
(a) Mostre que f (1) = 0.
(b) Mostre, por indução, que para todo a > 0 e todo n ≥ 1 natural,
tem-se f (an ) = nf (a).
(c) Mostre que para todo a > 0 e todo n ∈ N, tem-se f (a−n ) = −nf (a).

125. (ENQ - 2021.2) Sabendo que cos(3x) = 4 cos3 x − 3 cos x e que 54◦ +
36◦ = 90◦ , calcule sen 18◦ .

126. (ENQ - 2022.1) As equações x4 + bx2 + c = 0 e x3 + x2 − 37x + 35 = 0


possuem duas raı́zes distintas comuns.
(a) Determine as raı́zes da segunda equação.
(b) Mostre que se α é raiz da primeira equação então −α também o é.
(c) Determine todos os possı́veis valores de b e c na primeira equação.

127. (ENQ - 2022.1) (a) Sejam x e y números reais.


p |x + y|
Prove que x2 + y 2 ≥ √ e que a igualdade é verificada se, e
2
somente se, x = y.
(b) Sejam a e b reais tais que a + b = 1. p
Determine os valores de a e b tais que (a − 9)2 + (b − 13)2 tem o
menor valor possı́vel.

128. (ENQ - 2022.1) Prove que uma função do tipo exponencial fica determi-
nada quando se conhecem dois de seus valores. Mais precisamente, se

22
f (x) = b·ax e F (x) = B·Ax são tais que f (x1 ) = F (x1 ) e f (x2 ) = F (x2 ),
com x1 6= x2 , então a = A e b = B (a e A são números reais positivos
diferentes de 1, b e B são números reais não nulos).

129. (ENQ - 2022.2) Considere a sequência an definida por a0 = a e an =


qan−1 + r, se n ≥ 1, onde a, q e r são constantes.
(a) Se q = 1, determine an em função de a, r e n.
(b) Se q 6= 0 e q 6= 1, prove, por indução em n, que

(q n − 1)r
an = aq n + , para todo n ≥ 1.
q−1
130. (ENQ - 2022.2) Resolva cada uma das inequações abaixo em R.
(a) |x2 − 10x + 16| ≥ 8.
1 1
(b) 2x−1
+ x+1
< 0.

131. (ENQ - 2022.2) Uma função f : R → R é dita periódica quando existe


um número real T 6= 0 tal que f (x + T ) = f (x) para todo x ∈ R.
O menor T > 0 com a propriedade anterior é chamado de perı́odo da
função f .
Considere a função f : R → R, dada por f (x) = A cos(Bx) + C, em
que os parâmetros A, B e C são números reais, com A > 0 e B > 0.

(a) Mostre que a função f é periódica e que o seu perı́odo é .
B
(b) Quais os valores máximo e mı́nimo da função f em termos dos
parâmetros?
(c) Determine os valores de A, B e C da função f (x) = A cos(Bx) + C
cujo gráfico é dado pela figura abaixo.

132. (ENQ - 2023.1) Sejam x1 , x2 , . . . , xn números reais positivos. Definimos


as médias aritmética (An ) e harmônica (Hn ) desses números como
1 1 −1
+ ··· +

x1 + · · · + xn x1 xn
An = e Hn = .
n n

(a) Prove que A2 ≥ H2 , explicitando o caso em que ocorre a igualdade.


(b) Utilize, sem provar, a desigualdade A3 ≥ H3 para demonstrar que
se a, b e c são números reais positivos tais que a + b + c = 1, então
ab + bc + ac ≥ 9abc.

23
Figura 2: exemplo 131.

133. (ENQ - 2023.1) (a) Seja p(x) = an xn + · · · + a1 x + a0 um polinômio


de grau n com coeficientes reais e que tenha n raı́zes reais. Mostre que
o produto dessas raı́zes (contadas com suas multiplicidades) é igual a
(−1)n aan0 .
(b) Sejam a, b e c números reais, dois a dois distintos e todos diferentes
de zero. Suponha que todas as raı́zes dos 6 polinômios obtidos pelas
permutações dos coeficientes do polinômio ax2 +bx+c são reais. Calcule
o produto de todas as raı́zes desses 6 polinômios, contadas com suas
multiplicidades.

134. (ENQ - 2023.2) Seja b um número real positivo e diferente de 1.


(a) Use que bu+v = bu · bv , para todo u, v ∈ R, para demonstrar a iden-
tidade

logb (xy) = logb x + logb y, para x, y números reais positivos.

(b) Utilizando a identidade do item (a) e sem supor válida qualquer


outra propriedade do logaritmo, prove que
√ 1
logb ( x) = logb x, para x real positivo.
2
135. (ENQ - 2023.2) Sejam a, b e c dı́gitos no sistema decimal, isto é, números
inteiros que podem assumir valores de 0 a 9.
(a) Mostre que a fração geratriz da dı́zima periódica simples 0, abc abc abc . . .
abc
é .
999

24
(b) Encontre a fração geratriz da dı́zima periódica composta 2, 0358358358 . . ..

136. (ENQ - 2023.2) Considere as progressões aritméticas (an ) de termo


inicial 7 e razão 12 e (bm ) de termo inicial 9 e razão 35. Determine todos
os termos, menores que 1000, que aparecem em ambas as sequências.

137. (ENQ - 2023.2) Considere a sequência 1, 1, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 5, 5, 6, 6, 7, 7, . . .


formada por duplas de números inteiros iguais, iniciando em 1,1, sendo
cada número da dupla seguinte o sucessor do número da dupla anterior.
Seja f (n) a soma dos n primeiros termos da sequência acima.
(a) Calcule f (23) e f (50).
(b) Determine expressões para f (n) em função de n, no caso em que n
é par e no caso em que n é ı́mpar.

3 Problemas Adicionais
138. Se G é um conjunto e ∗ é uma operação em G, diz-se que o par (G, ∗)
é um grupo se:
i) ∗ é associativa.
ii) ∗ admite elemento neutro.
iii) Cada elemento de G admite inverso (relativamente a ∗).
Quando ∗ é comutativa, o grupo é dito abeliano (ou comutativo).
Exemplos de grupos: (Z, +)6 , (R+ , ·), (Zn , +), (Z∗p , ·), p primo, e (2X , ∆).
Todos esses grupos são abelianos. Para um exemplo de grupo não abe-
liano, seja Sn o conjunto das bijeções do conjunto {1, 2, . . . , n} e ◦ a
operação de composição. Então, se n > 1, (Sn , ◦) é um grupo não
abeliano. Para um outro exemplo, seja GLn (R) o conjunto das matri-
zes quadradas invertı́veis de ordem n (com entradas reais). Então, se
n > 1, (GLn (R), ·) é um grupo não abeliano.
Prove: se G é um conjunto finito, não-vazio e ∗ é uma operação associ-
ativa em G satisfazendo às leis do corte (a ∗ b = a ∗ c ou b ∗ a = c ∗ a ⇒
b = c), então (G, ∗) é um grupo.

139. Seja G um grupo de funções afins, todas com algum ponto fixo. Prove
que tais funções admitem um mesmo ponto fixo.
6
Bem como (Q, +), (R, +) e (C, +).

25
140. Se (G, ∗) e (H, ?) são grupos, uma aplicação f : G → H chama-se
um homomorfismo se f (a ∗ b) = f (a) ? f (b), para quaisquer a, b ∈ G.
Exemplos: fixado d ∈ Z, f : (Z, +) → (Z, +) definida por f (n) = dn; e
g : (Z, +) → (Q+ , ·) dada por g(n) = 2n .
Dê exemplo de um homomorfismo de (R+ , ·) para (R, +). Também
exemplifique homomorfismos do grupo (2X , ∆) nele mesmo. Agora de-
termine todos os:
i) homomorfismos de (Z, +) nele mesmo.
ii) homomorfismos de (R, +) nele mesmo, crescentes.
iii) homomorfismos de (R+ , ·) para (R, +), crescentes.
iv) homomorfismos de (R+ , ·) para (R+ , ·), crescentes.
141. Seja nZ o conjunto dos múltiplos inteiros de n. Determine:
i) mZ ∩ nZ.
ii) mZ + nZ. 7
142. Se (G, ∗) é um grupo, um subconjunto H de G chama-se subgrupo
quando H é fechado para a operação ∗ e (H, ∗) é um grupo. Notação:
H ≤ G. Desse modo, mostre que H ⊂ G é um subgrupo se, e só se,
valem:
i) a, b ∈ H ⇒ a ∗ b ∈ H.
ii) e ∈ H, sendo e o lemento neutro de G.
iii) Para cada a ∈ H, a−1 ∈ H, em que a−1 é o inverso de a em G.
143. Se (G, ∗) é um grupo e H ⊂ G é um subconjunto não vazio, demonstre
a equivalência

H ≤ G ⇔ ab−1 ∈ H, ∀ a, b ∈ H.

144. Seja M ⊂ Z um subconjunto não vazio e fechado para a operação de


subtração. Mostre que M = nZ para algum inteiro n.
Agora determine os subgrupos do grupo aditivo dos inteiros.
145. Seja H um subgrupo de (R, +). Mostre que exatamente uma das al-
ternativas a seguir ocorre:
i) Existe a ∈ H tal que H = aZ.
ii) H é denso (em R).
146. Seja α um número irracional. Prove que o conjunto

Z + αZ = {m + αn | m, n ∈ Z}
7
Por definição, A + B = {a + b | a ∈ A, b ∈ B}.

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é denso na reta.

147. Um conjunto A ⊂ R é dito aberto quando A é uma reunião de in-


tervalos abertos 8 . Assim, cada intervalo aberto (e.g., o próprio R)
é um conjunto aberto e ∅ também é aberto (por que?). Por outro
lado, um intervalo fechado, distinto da reta, é um exemplo de conjunto
não-aberto.
Se A e B são abertos, prove que A ∩ B e A + B também o são. Também
mostre que a reunião (arbitrária) de conjuntos abertos é um conjunto
aberto.

148. Uma função f : R → R é dita contı́nua quando f −1 (A) é aberto para


cada aberto A. De forma equivalente (prove isso!), f : R → R é
contı́nua se, e somente se, para cada intervalo aberto J e a ∈ f −1 (J),
existe um intervalo aberto I contendo a tal que f (I) ⊂ J.
Mostre que funções afins são contı́nuas.

149. i) Se y + z é um ponto de um intervalo aberto J, mostre que existem


intervalos abertos K e L, contendo y e z, respectivamente, tais que
K + L ⊂ J.
ii) Prove que a soma e a diferença de funções contı́nuas ainda são
funções contı́nuas.

150. Sejam f, g : R → R funções contı́nuas. Se X ⊂ R é denso e f (x) = g(x),


para cada x ∈ X, prove que f = g.
Agora demonstre o Teorema Fundamental da Proporcionalidade com a
hipótese “monótona” substituı́da por “contı́nua”.

151. i) f : R → J é uma função contı́nua e sobrejetiva, sendo J um intervalo


aberto. Se D é denso na reta, mostre que f (D) é denso em J.
ii) Mostre que o conjunto X = {2m 3n | m, n ∈ Z} é denso em R+ .

152. Seja f : R+ → R+ uma função satisfazendo f (2x) = 2f (x) e f (3x) =


3f (x), para cada x > 0. Se f é contı́nua ou monótona, prove que f é
(a restrição de uma função) linear.

153. Seja f : R → R uma função contı́nua e periódica. Se f não é constante,


prove que f possui (um menor) perı́odo.
8
Não há perda de generalidade em supor que tais intervalos abertos são limitados.

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154. Determine todas as funções contı́nuas f : R → R tais que

f (x) = f (x + 1) = f (x + 2),
para cada x ∈ R.

Referências
1. A. Caminha. Tópicos de Matemática Elementar, vol. 1. Números
Reais. 2ª ed. Coleção do Professor de Matemática. Rio de Janeiro:
SBM, 2013.

2. A. Caminha. Tópicos de Matemática Elementar, vol. 3. Introdução à


Análise. 2ª ed. Coleção do Professor de Matemática. Rio de Janeiro:
SBM, 2013.

3. V. Lidsky, L. Ovsyannikov, A. Tulaikov, M. Shabunin. Problems in


Elementary Mathematics. Moscou: Mir, 1973.

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