Na história da humanidade verifica-se que o desenho é uma
das formas de comunicação mais utilizadas pelo homem e antecedeu à escrita, indicando assim que a comunicação por meio de desenhos é uma forma de linguagem básica e universal. No meio acadêmico, entretanto, este passou a ser percebido não apenas como uma forma de comunicação, mas também como técnica de avaliação psicológica. COMO SURGIU? DFH – desenho da figura humana que foi desenvolvido originalmente por Florence goodenough em 1926, este teste sendo o primeiro conhecido como teste do desenho de uma pessoa. Foi descrito detalhadamente em seu livro (Medição da inteligência através de desenhos). Posteriormente Dr. Dale B. Harris realizou uma revisão e ampliação desse teste que ficou conhecida como teste do desenho de Goodenough- Harris. No Brasil, Solange Wescheler, baseando-se nos sistemas de Harris, Koppitz e Naglieri (Wechsler, 1996/2003), elaborou um sistema quantitativo de avaliação do desenvolvimento cognitivo a partir do DFH O QUE É?
O teste do desenho da figura humana DFH, consiste em um
teste não-verbal e projetivo, uma vez que através do desenho a criança possa projetar as suas necessidades, emoções e algumas características da personalidade. Pode ser utilizado em crianças com capacidade auditiva diminuída, deficiências neurológicas ou não alfabetizadas. QUAL É O OBJETIVO?
Tem o objetivo de avaliar o desenvolvimento cognitivo
infantil e/ou personalidade. Sua aplicação pode ser tanto individual ou coletiva, no caso da aplicação coletiva pode-se exigir a presença de mais um aplicador para ajudar em casos de esclarecimentos e dúvidas APLICAÇÃO DO TESTE Embora o DFH seja muito conhecido, salienta-se que não existe ainda uma concordância entre pesquisadores sobre a melhor forma de avaliá-lo. Desta forma podemos diferenciar 3 grandes vertentes: os sistemas que analisam o desenho como medida de avaliação do desenvolvimento cognitivo infantil; os que analisam os aspectos emocionais através de uma análise empírica; os que analisam o desenho como medida projetiva. APLICAÇÃO DO TESTE O DFH é estimado, de acordo com o SATEPSI, para crianças de 5 até 12 anos. O material da avaliação consiste no manual, caderno de aplicação e caderno de correção. Não há tempo limite para a realização do teste, mas em geral, as crianças realizam levando em média 20 a 30 minutos. Goodenough, propôs para avaliação a execução de 3 desenhos: de um homem, uma mulher e de si própria, sendo de fácil aplicação, a qual as crianças aderem facilmente APLICAÇÃO DO TESTE É importante ter alguns cuidados na hora da realização do teste. As crianças precisam estar bem acomodadas, em condições de tranquilidade e se possível, quando não estiverem cansadas. A primeira solicitação é para que a criança coloque o nome, a idade, o sexo e a série escolar. Caso a criança não saiba escrever, o próprio aplicador escreve as informações. Em seguida, é necessário explicar e incentivar a criança fazer os 3 desenhos, como por exemplo: “Nestas folhas vocês devem desenhar um homem. O desenho mais bonito que possam fazer. APLICAÇÃO DO TESTE
A realização do teste se dá através da execução de dois
desenhos: figura masculina e figura feminina, cotadas independentemente uma da outra, contudo os seus resultados são somados com o intuito de obter uma medida final. É composto por 17 itens gerais: cabeça, cabelo, olhos, nariz, boca, orelha, pescoço, rosto, mãos, braços, ombros, pernas, pés, tronco corpo, quadril, coordenação motora e vestimenta que são subdivididos. No que concerne a figura masculina, este é composto por 18 itens gerais: cabeça, cabelo, olhos, nariz, boca, orelha, pescoço, rosto, queixo, mãos, braços, ombros, pernas, pés, tronco-corpo, coordenação motora, perfil ou frente e vestimenta. APLICAÇÃO DO TESTE
Exemplo de Avaliação do DFH DESCRIÇÃO DA AVALIAÇÃO
Gerson, de 5 em 5 meses realizou o teste do desenho da figura humana mediante solicitação de sua professora do pré- primário por suspeita de retardo no desenvolvimento cognitivo. APLICAÇÃO DO TESTE Resultado Gerson, de 5, 5 meses foi encaminhado para avaliação psicológica. Foi avaliado pelo DFH apresentando 19 pontos na figura feminina e 20 pontos na masculina, perfazendo uma pontuação total de 39 pontos brutos com uma classificação de superior em seu rendimento. Pode-se perceber também que Gerson conseguiu representar todos os itens esperados e comuns a sua idade, embora ficasse em desvantagem na apresentação dos itens incomuns. Verificou-se que sua produção atendeu a representação de apenas dois itens excepcionais no desenho de ambas às figuras. Pode-se concluir, então, que Gerson possui maturidade de conceitos da representação da figura humana, sem significativos atrasos no seu desenvolvimento. FIM!