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HISTÓRIA

Coronel Fawcett foi precursor da controversa


“internacionalização” da Amazônia
Apesar da contrariedade do Marechal Rondon, explorador a serviço do imperialismo
bretão abriu caminho ao avanço estrangeiro; há quase um século, coronel deu
notícias pela última vez antes de sumir na Serra do Roncador, em Mato Grosso
HAROLDO ASSUNÇÃO / Instituto Memória do Poder Legislativo – ALMT

“Um dos grandes opositores ao viajante inglês foi Rondon, um legítimo


representante dos interesses nacionais sobre a Amazônia; os dois trabalharam
na demarcação das fronteiras entre Brasil e Bolívia em 1909, quando Fawcett
abortou a missão e deixou soldados brasileiros, sob o comando de Rondon,
sem suprimentos no meio da mata”, registra o pesquisador Dernival Venâncio
Ramos Júnior em luminar artigo intitulado “Cartografias do passado,
arqueologias do presente: as ideias de Percy Harrison Fawcett sobre a
Amazônia”, publicado na Revista de História da Universidade Estadual de
Goiás..

Sobre a contrariedade do Marechal Rondon à expedição em busca da “Cidade


Perdida”, Ramos Júnior informa que a argumentação do mato-grossense foi
solenemente ignorada pelo então presidente brasileiro, Epitácio Pessoa, que
autorizou a empreitada do explorador a serviço da Coroa Britânica.

“Eles se encontram pessoalmente apenas em 1920, quando o presidente


Epitácio Pessoa, aceitando solicitação de audiência de um, ao outro convidou
como especialista brasileiro. A nota que dá conta do encontro, saiu no jornal
‘O paiz’, de 16 de maio, dizia que eles foram recebidos no palácio do Catete.
Segundo a nota oficial foi Rondon quem o introduziu ao presidente. Fawcett,
dado como membro da missão diplomática inglesa, se propunha ‘a fazer
estudos geológicos, geográphicos, mirenarológicos e archeológicos, no
nordeste do Estado do Mato Grosso, sem ônus para o governo, com o intuito
de obter conhecimentos exatos e seguros de regiões ainda completamente
desconhecidas”, ensina Ramos Júnior.

Mais tarde, a informação seria desmentida por Rondon – “afirmou que ele não
apresentou o inglês a Pessoa, e também não teria solicitado a audiência como
dizia a nota oficial; o presidente o teria convocado à reunião, como
conhecedor da região a que Fawcett queria acesso, e Rondon teria dado a sua
opinião: ‘apresentei, então, a ideia de formação de uma comissão brasileira, à
qual Fawcett seria agregado; oficiais do nosso Exército dela participariam e
Fawcett, assistido por nós, faria os seus estudos”.
O então embaixador inglês, Ralph Paget, foi quem solicitou a audiência.

Fawcett, negou-se a ter a companhia dos militares brasileiros. “Quero ir


sozinho! Uma viagem com muita gente tem seus inconvenientes”, disse.

Quando a expedição fracassou, Rondon enviou aos jornais um telegrama com


uma ácida descrição do seu encontro com Fawcett em Cuiabá: “A expedição
Fawcett foi desbaratada em pleno chapadão pelas chuvas de novembro;
lamento não ter o governo organizado a expedição brasileira que deveria
acompanhar o inglês”

Fawcett – à procura de fabulosas minas, além de vestígios para provar anterior


presença europeia em território brasileiro - acreditava saber quais reservas
impor às tradições indígenas e outras narrativas orais, como a que se refere a
“índios brancos” e às “cidades luminosas” no interior do Mato Grosso.

No contexto histórico daqueles idos, além da disputa discursiva pelo passado


da Amazônia, havia uma luta política real por seus recursos – e as elites
brasileiras já haviam sofrido um duro revés: haviam tomado o passado do país
em suas mãos recentemente, não poderiam aceitar que os indígenas da
Amazônia fossem os descendentes de uma grande civilização do passado –
ainda mais se essa civilização tivesse origem racial europeia ou branca.

Para as elites brasileiras, bem como para representantes do Estado, a exemplo


de Rondon, esse tipo de viagem parecia uma intromissão em regiões pouco
controladas pelo Estado nacional, e que poderiam guardar diferentes tipos de
bens e recursos que precisavam ficar longe dos olhos do imperialismo bretão.

Fawcett perdeu a vida, mas venceu a contenda com Rondon.

“O que ele pretendia, antes de tudo, era afirmar que a região já havia sido
colonizada pelos europeus antes, e, portanto, desestabilizar as pretensões
nacionais dos países amazônicos, à sua posse exclusiva; ele é mais um
precursor do discurso de internacionalização da Amazônia que um defensor da
‘civilização’ indígena”, ilustra Ramos Júnior.

Fawcett deu notícias por derradeiro aos 29 de maio de 1925 – há exatos 98


anos.

PRECEDENTES

Para bem compreender a expedição em busca do “Eldorado” na imensidão


amazônica, há quase um século, é preciso ainda mais recuar no tempo.
A lenda acerca dessa história, remete a naufrágio acontecido no século XVI,
quando o português Diego Álvares foi único sobrevivente, salvo por indígenas
tupis.

O português acabou inserido na cultura dos nativos.

Diego casou com a jovem indígena Paraguaçu, e com ela teve vários filhos, um


deles chamado Muribeca – o qual já adulto, encontraria rica jazida de prata e ouro.

Muribeca teve um filho chamado Robério Dias, que se tornaria homem ambicioso
e amargurado por não ser considerado "branco" por ser filho de mãe índia; em
Portugal, foi questionado pelo rei sobre a localização das minas de seu pai, a qual
ele aceitou revelar, em troca do título de marquês. O rei concordou.

Ao chegar com os exploradores do rei, pediu para ver o documento antes da


viagem, ao ler, perceberia que não era declaração de nobreza, e sim um título sem
muita importância; recusou a revelar a localização e foi preso por anos, até a
morte.

Levou consigo para a sepultura tão valiosa informação.

Cerca de 200 anos depois, desde o surgimento dessa possível história, o naturalista
Manuel Ferreira Lagos, encontrou na Livraria Pública da Corte, um
manuscrito datado à época com aproximadamente cem anos: ‘Manuscrito 512’ -
carta de um bandeirante que durante anos estivera à procura das minas de
Muribeca.

MANUSCRITO 512

Transcrevemos a seguir a íntegra do célebre documento histórico.

“Relação histórica de uma oculta e grande povoação antiquíssima e sem


moradores que se descobriu no ano de 1753,

Havia dez anos que a comitiva viajava pelos sertões em busca das minas de prata
de Muribeca.

Depois de uma longa peregrinação, incitados pela incansável cobiça por riqueza
por todos esses anos, estávamos quase perdidos pelo vasto sertão baiano quando
descobrimos uma cordilheira de montes muito elevados. Ela brilhava muito,
principalmente quando o sol batia ali diretamente, parecendo ser composta de
cristais e tudo aquilo era tão bonito e admirável que apreciamos aquela vista por
um bom tempo.

Decidimos investigar aquela cordilheira e chegamos com facilidade até o pé dos


montes, porém, mesmo circulando as montanhas, não conseguimos achar uma
forma de subir aqueles Alpes e Pyreneos Brasílicos, fazendo com que todos se
decepcionassem.

Montamos acampamento para descansar e bater em retirada no dia seguinte para


seguirmos nossa viagem. No entanto, aconteceu de um negro da comitiva correr
em disparada atrás de uma caça e, por um grande acaso, descobriu-se um caminho
entre duas serras que pareciam cortadas artificialmente.

Seguimos por ali, e descobrimos uma antiga e deteriorada estrada de pedra.

Gastamos mais de três horas na subida até chegarmos a um campo, onde pouco
mais de meia légua nos foi possível avistar o que parecia uma cidade.

Não nos aproximamos e esperamos dois dias na tentativa de fazer contato, porém,
ficamos confusos quando percebemos que ali não havia habitantes.

Um índio de nossa comitiva resolveu se arriscar e foi até a cidade, voltando pouco
depois afirmando não ter descoberto sequer rastros de habitantes.

Fomos todos, então, explorar a cidade, cuja entrada se dava por um portal dividido
em três arcos, sendo o do meio maior. E nele haviam inscrições que não
conseguimos ler pois estava muito alto.

Logo após o arco, havia uma rua larga com muitas casas em ambos os lados.

Entramos em algumas dessas casas e não achamos móveis ou qualquer objeto que
pudesse nos dar alguma informação sobre quem habitou aquela cidade.

Quando chegamos no fim da rua, nos deparamos com uma grande praça, onde, no
centro, sobre uma alta coluna de pedra preta, havia a estátua de um homem que
apontava o Norte com seu braço.

No lado direito dessa praça há um enorme edifício, como se fosse a casa principal,
onde encontramos, talhado em alto relevo a figura de um jovem com peito nu e
uma coroa de louros sobre a cabeça.

Do outro lado há outra grande construção em ruínas que parece ter sido o templo
que fora destruído, talvez, por um terremoto

Encontramos vários símbolos e escritas que não pudemos entender.

Na frente da dita praça corre um rio largo e bonito, com campos de flores à sua
volta.

Havia também lagoas cheias de arroz, que nos serviu bem.


Descemos o rio por três dias até que chegamos a um trecho onde o rio fica muito
maior, cheio de penínsulas. Encontramos uma pedra misteriosa entalhada com
símbolos parecidos com os do templo, e que não entendíamos nada.

Encontramos uma grande casa. Subimos por uma escada que nos levou a uma
grande sala, onde vimos mais inscrições misteriosas.

Depois de explorar a casa, voltamos para as margens do rio onde encontramos


ouro sem muito trabalho. Aquilo nos prometia muita riqueza.

Um de nossos companheiros, chamado João Antônio, encontrou uma moeda de


ouro, onde havia a figura de um jovem de joelhos e do outro lado um arco, uma
coroa e um flecha.

Estas notícias mando a vossa majestade, deste sertão da Bahia".

CIDADE ABANDONADA

“A História é uma grande mentira; mas nem por isso deixa de ser verdadeira”.

A luminar observação do jornalista – além de escritor e poeta – José Alcides


Pinto, na qual usa apropriadamente a palavra “mapa” em referência ao
‘Manuscrito 512’, é talvez síntese perfeita do enredo.

Mais escreveu o formidável cearense em ‘Fawcett, o fabuloso e o mito’:

“Fawcett acreditou na Cidade Abandonada, acreditou com toda a grandeza de


seu sonho absurdo, com toda a sua intrépida coragem; acreditou, enfim, no
mapa que trazia às mãos: o mapa que forneceu a senda do inferno a Fawcett”.

Ninguém descobriu até os dias atuais quem foi o autor deste documento e o que
aconteceu com ele posteriormente. O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
publicou o manuscrito em sua revista, atraindo caçadores de tesouros.

Uma dessas pessoas era Percy Harrison Fawcett.

Quando o manuscrito chegou até Fawcett, ele sabia que deveria ir atrás daquela
cidade, a qual chegou até a imaginar se não seria Atlântida ou uma nova criação
dos sobreviventes da mítica e avançada urbe.

EXPEDIÇÃO

Mas tudo isso foi visto com muito ceticismo pela Real Sociedade Geográfica
britânica, o que dificultou muito para que o coronel conseguisse um financiamento
para a expedição. Após algumas tentativas, anos depois Fawcett conseguiu algum
dinheiro e foi atrás da chamada cidade perdida.
Convidou Jack Fawcett, seu filho mais velho, e um amigo dele chamado Raleigh
Rimmel, para participar da perigosa aventura. E como os recursos arrecadados
eram poucos, aquele foi o reduzido número de integrantes que levou à expedição.

“Foi com grande alívio e comemoração que Fawcett, Jack e Rimell tomaram o
navio S.S. Vauban, da empresa Lamport and Holt Line, nos primeiros dias de
1925, com destino ao Rio de Janeiro”, narra o jornalista Hermes Leal no livro
“Coronel Fawcett: a verdadeira História do Indiana Jones”.

Começo daquele ano, os três aventureiros seguiram até Cuiabá e lá se juntaram aos
guias contratados. Subiram o alto Xingú a cavalo até o Posto Bacairi, que era um
posto avançado que Fawcett dizia ser "o último vestígio de civilização" que
encontrariam antes de prosseguir.

Nas correspondências do coronel, ele informava que tudo estava bem, com
exceção do amigo de Jack que adoeceu. Relatos de constantes ataques de animais
selvagens e insetos indicavam que a expedição estava difícil. No entanto, Fawcett
possuía bastante conhecimento em sobrevivência na selva e sobre as culturas
indígenas, sabendo até mesmo como impressionar indígenas hostis com
instrumentos musicais e ganhar, assim, sua simpatia.

Em maio chegam a um local que Fawcett chama de 'Acampamento do Cavalo


Morto', onde demite os guias, pois ele pensava que a partir dali o caminho para a
cidade perdida deveria se manter em segredo.

SUMIÇO

Antes dos guias partirem, o trio encaminhou mais correspondências, o coronel


mandou notícias para os jornais que estavam o financiando e para sua esposa -
"vou me encontrar com índios selvagens em breve, mas você não deve temer
nenhum tipo de fracasso", escreveu Fawcett.

Isso aos 29 de maio daquele ano, quando o trio foi visto pela última vez.

“Essa foi a última notícia real da expedição. Passaram-se um, dois, três meses
sem informações de onde se encontravam. Mais seis meses e nada de notícias.
Um ano depois a possibilidade de fracasso aumentou. Fawcett enganara todo
mundo mais uma vez. Para despistar quem fosse atrás dele, dava mais uma
vez informações erradas de sua localização. Em oito dias jamais teria como
chegar ao campo do Cavalo Morto, próximo ao rio Manitsauá. A distância a
ser percorrida entre o campo e o posto era muito grande e levaria cerca de um
mês para ser percorrida, além de que o local ficava dentro de uma mata
fechada, por onde não se viaja a cavalo. Quando enviou as cartas para
Londres, Fawcett não estava realmente no campo. Ele andou com sua
caravana pelos rios Paranatinga e Curisevo, e tomou o rumo de sua Cidade
Abandonada depois de passar alguns dias com os índios nafuquás. Em seguida
rumou para o leste, na direção dos kalapalos e dos valentes suiás. Após passar
por essas aldeias, os índios silenciaram-se sobre o destino certo de Fawcett.
Tudo indicava ter a expedição chegado até o rio Culuene, ficando com os
kuicuros e com os kalapalos a missão de indicar a direção tomada pela
expedição a partir daquele ponto. Mas nada se ouviu”, registra Hermes Leal.

Então embrenharam-se na mata em direção às terras dos índios Kuikuros e


Kalapalos e desde lá, sumiram. Mas o trio só foi considerado desaparecido
dois anos após esse episódio, porque, antes de viajar, o coronel Fawcett informou
que depois que entrassem na mata selvagem, poderiam ficar meses
incomunicáveis.

Um jornal inglês ofereceu dez mil libras para quem fornecesse provas do que
havia acontecido ao explorador. Mas ninguém sabia do paradeiro dos três
exploradores.

Uma das ordens do coronel orientava que, se ele não retornasse, não deviam fazer
nenhuma tentativa de resgate, pois se ele, com toda a experiência e conhecimento
da selva, fosse vencido no inferno verde, pouco provável que outros
sobrevivessem.

Com medo de roubarem a descoberta dele, a rota que planejava seguir foi mantida
no mais absoluto segredo, podendo ter rumado para qualquer lugar da gigantesca
selva, o que dificultou mais ainda a tentativa de os encontrar. 

Mesmo assim, várias expedições foram realizadas para tentar encontrá-lo, todas


sem sucesso, resultaram mais desaparecimentos – mais de centena morreu ou
sumiu.

ESPERANÇA

Em 1931, um caçador suíço chamado Steffan Rattin chega à embaixada britânica


em São Paulo dizendo que tinha notícias sobre Percy Fawcett. Ele foi recebido,
então, pelo cônsul-geral Arthur Abbott, que conhecera Fawcett.

O suíço contou que ele e mais dois amigos estavam em uma expedição de caça e
chegaram até uma aldeia indígena no noroeste do Mato Grosso, sendo recebidos
pelos nativos que, em determinado momento, ficaram bêbados; um homem branco
mais velho de cabelos amarelados longos, vestindo peles de animais se aproximou
do suíço e disse que era um coronel britânico e que era mantido prisioneiro ali,
pedindo para que Rattin pedisse socorro ao Major Paget na embaixada britânica.
Sir Ralph Paget era o antigo embaixador e poucas pessoas sabiam da amizade de
Fawcett com ele. Isso ajudou a convencer o cônsul, mesmo se questionando como
os indígenas deixaram o suíço sair dali enquanto mantinham outro homem branco.

Convencido da sinceridade do suíço, forneceu incentivo para uma pequena


expedição;; Rattin partiu com mais dois homens, também nunca mais foram
vistos.

OSSADAS

Em um relatório de 1942, um general brasileiro afirma que Fawcett e os dois


companheiros foram mortos pelos índios Kalapalos. Alguns anos depois, dois
nativos dessa tribo confessaram as mortes a Orlando Villas-Boas.

Teriam mostrado onde estavam as ossadas.

Contudo, as arcadas dentárias e as estaturas dos esqueletos não batiam com as dos
exploradores, e posteriormente, por algum motivo, os descendentes de Fawcett se
recusaram a fazer o exame de DNA. 

Villas-Boas insistiu até o fim de sua vida que aqueles ossos eram de Percy
Fawcett.

Não demorou para que mais teorias malucas surgissem, inclusive a de que o
coronel Percy Harrison Fawcett teria encontrado a cidade perdida e por lá
permanecera.

A esposa de Fawcett morreu em 1954 dizendo que sempre esteve em contato via


telepatia com seu marido e seu filho, que estriam vivos ainda na selva brsileira.

MISTÉRIO

A história do desaparecimento de Percy Fawcett continuou intrigando a todos, o


mistério que nunca foi solucionado chamou a atenção de um aventureiro,
conhecido como James Lynch.

Nos anos 1990, século passado, saiu na última expedição atrás do coronel Fawcett.

James tinha uma equipe de especialistas, jipes preparados para a selva, barcos,
GPS, rádios e uma grande quantidade de equipamentos tecnológicos e máquinas
que Fawcett sequer poderia imaginar em sua época.

Ele chegou até próximo do ponto onde Fawcett foi visto pela última vez.
Porém, para prosseguir precisou deixar grande parte do equipamento e parte da
equipe para trás, seguir de barco pelo Rio Xingú, e, quando achasse área propícia
para pouso, enviaria as coordenadas por rádio para um avião levar o equipamento.

Quando o dia estava quase terminando, James e os demais avistaram cabanas.

Eles haviam chegado a uma isolada tribo dos Kuikuros.

O chefe da tribo permitiu que James acampasse nas proximidades da aldeia e


também que usasse suas terras para pousar o avião com equipamentos.

No dia seguinte, eles conseguiram ouvir o pequeno avião pousando próximo do


acampamento. Pouco depois que iniciaram a caminhada para ir de encontro a
aeronave, um dos indígenas Kuikuro veio correndo dizendo que havia problema.

Ao correrem, perceberam que estavam sendo cercados por indígenas com arcos e
antigos rifles. Ao que tudo indicava, outras tribos também puderam ouvir o avião
pousando. O cerco ficava cada vez mais fechado e cinco membros da expedição
correram em desespero até a aeronave, pulando para dentro do avião, gritando para
que o piloto decolasse.

Vários indígenas tentaram segurar o avião pela asa, enquanto os tripulantes se


livravam do peso e o piloto com muita dificuldade conseguiu decolar com um
índio ainda agarrado à asa, ao perceber que a aeronave decolava, acabou soltando.

James Lynch assistia a tudo aquilo boquiaberto, até que foi informado que a partir
daquele momento, ele e o resto da equipe eram prisioneiros.

Os aventureiros permaneceram presos por três dias sob ameaças.

Resgate foi pago, incluindo os dois barcos, e então os prisioneiros foram


libertados.

CINEMA

A história do mistério da cidade perdida e o desaparecimento de Fawcett virou


referência para os famosos filmes do personagem Indiana Jones, criado por
George Lucas e Steven Spielberg, interpretado pelos atores Harrison Ford e River
Phoenix.

A história também foi narrada pelo escritor norte-americano David Grann na


obra-prima “Cidade Perdida”, transposta às telas em filme homônimo, por
iniciativa do ator Brad Pitt, dirigido por James Gray e protagonizado pelos atores
Charles Hunnam, na pele de Fawcett, e Tom Holland, que interpretou seu filho.

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