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OBS.: Estrutura válida para um texto dissertativo-argumentativo de, no mínimo, 25 linhas, sem
contar o título.
A Tese (introdução) de uma dissertação deve ser clara, objetiva e concisa. Esta precisa ser
discutida, argumentada e concluída. Seguem exemplos de teses, visto que uma das
reclamações dos alunos é sempre esta:
" – Professora, eu não sei começar!" Assim, os exemplos ajudarão a resolver esse impasse,
dando inúmeras possibilidades ao aluno.
Vale lembrar que na tese deve sempre estar presente a palavra-chave do tema proposto.
MODELOS DE TESE (INTRODUÇÃO)
1. Uma declaração (tema: liberação da maconha)
É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do
consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas
psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente
para atender à demanda.
A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte,
capaz de surpreender o leitor.
2. Divisão (tema: exclusão social)
Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a
de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve
muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o
combate à marginalidade social em Nova Iorque vem contando com intensivos esforços do
poder público e ampla participação da iniciativa privada.
Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção que o parágrafo vai tomar.
O autor terá de explicitá-lo na frase seguinte.
5o parágrafo 5 a 6 linhas
3. Definição (tema: o mito)
O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o
seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda
reflexão e não crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos
fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação
humana.
A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafos chave, sobretudo em textos
dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.
4. Uma pergunta (tema: a saúde no Brasil)
Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão
cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim. A cada ano,
somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.
A pergunta não é respondida de imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o
tema e será respondida ao longo da argumentação.
5. Comparação (tema: reforma agrária)
O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os
problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela
abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado, e o movimento atualmente pela
reforma agrária podemos perceber algumas semelhanças. Como na época da abolição da
escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a
favor e os que são contra a implantação da reforma agrária.
Para introduzir o tema da reforma agrária, o autor comparou a sociedade de hoje com a do final
do século XIX, mostrando a semelhança de comportamento entre elas.
6. Oposição (tema: a educação no Brasil)
De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro,
gastos excessivos com computadores, antenas Wi-Fi, aparelhos de DVD. É este o paradoxo
que vive hoje a educação no Brasil.
As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado/de outro) que estabelecerá o rumo
da argumentação.
7. Alusão histórica (tema: globalização)
Após a queda do muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste/oeste e o mundo parece
ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia
entrou em rota acelerada de competição.
O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado no
tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.
8. Uma frase nominal seguida de explicação (tema: a educação no Brasil)
Uma tragédia. Essa é a conclusão da própria Secretaria de Avaliação e Informação
Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3o ano
do Ensino Médio
submetidos ao Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ainda avaliou
estudantes em todas as regiões do território nacional.
A palavra tragédia é explicada logo depois, retomada por essa é a conclusão.
9. Adjetivação (tema: a educação no Brasil)
Equivocada e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para a política educacional do
governo.
A adjetivação inicial será a base para desenvolver o tema. O autor dirá, nos parágrafos
seguintes, por que acha a política educacional do governo equivocada e pouco racional.
10. Citação (tema: política demográfica)
"As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a
criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora". O comentário do
fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de
letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo.
A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pela palavra comentário da
segunda frase.
11. Citação de forma indireta (tema: consumismo)
O teórico Joaquim Nabuco, em sua comiseração pelo escravo brasileiro, disse que este só tem
a própria morte. O movimento brasileiro antiescravista, quando já fortalecido, deixou bem clara
essa pungente acusação nas palavras dos abolicionistas.
Esse recurso deve ser usado quando não sabemos textualmente a citação. É melhor citar de
forma indireta que de forma errada.
12. Exposição de ponto de vista (tema: o provão)
O ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a
melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na
mídia e fazendo milionária campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que
deveria ser investido na educação.
Ao começar o texto com a opinião contrária, delineia-se, de imediato, qual a posição dos
autores. Seu objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de contra
argumentação.
13. Retomada de um provérbio (tema: mídia e tecnologia)
O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com perfeição na
análise sobre o atual estágio da mídia: desconhecer ou tentar ignorar os incríveis avanços
tecnológicos de nossos dias, e supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos
jornais é simplesmente impossível.
Sempre que você usar esse recurso, não escreva o provérbio simplesmente. Faça um
comentário sobre ele para quebrar a ideia de lugar-comum que todos eles trazem. No exemplo
acima, o autor diz "o corriqueiro adágio" e assim demonstra que está consciente de que está
partindo de algo por demais conhecido.
14. Ilustração (tema: aborto)
O Jornal do Comércio de Manaus publicou um anúncio em que uma jovem de dezoito anos, já
mãe de duas filhas, dizia estar grávida, mas não queria a criança. Ela a entregaria a quem se
dispusesse a pagar sua ligação de trompas. Preferia dar o filho a ter que fazer um aborto. O
tema é tabu no Brasil.(...)
Você pode começar narrando um fato para ilustrar o tema. Veja que a coesão do parágrafo
seguinte se faz de forma fácil; a palavra tema retoma a questão que vai ser discutida.
15. Uma sequência de frases nominais (frases sem verbo) (tema: a impunidade no Brasil)
Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos numa clínica do Rio. Meia centena
de mortes numa clínica de hemodiálise em Caruaru. Chacina de sem-terra em Eldorado dos
Carajás. Muitos meses já se passaram e esses fatos continuam impunes.
O que se deve observar nesse tipo de introdução são os paralelismos que dão equilíbrio às
diversas frases nominais. A estrutura de cada frase deve ser semelhante.
16. Alusão a um romance, um conto, um poema, um filme (tema: a intolerância)
Quem assistiu ao filme A rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os
fatos vivos na memória. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei de França,
sob ordens de Catarina de Médicis, a Rainha Mãe e verdadeira governante, desencadearam
uma das mais tenebrosas carnificinas da História. Desse horror a História do Brasil está
praticamente livre(...)
O resumo do filme A rainha Margot serve de introdução para desenvolver o tema da
intolerância religiosa. A coesão com o segundo parágrafo dá-se através da palavra horror, que
sintetiza o enredo do filme contado no parágrafo inicial.
17. Descrição de um fato de forma cinematográfica (tema: violência urbana)
Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano de classe média. Choperia Bodega - um
bar da moda, frequentado por jovens bem-nascidos. Um assalto. Cinco ladrões. Todos
truculentos. Duas pessoas mortas: Adriana Ciola, 23, e José Renato Tahan, 25. Ela, estudante.
Ele, dentista. A população clama por justiça diante de tanta violência(...)
O parágrafo é desenvolvido por flashes, o que dá agilidade ao texto e prende a atenção do
leitor. Depois desses dois parágrafos, o autor fala da origem do movimento "Reage São Paulo".
18. Omissão de dados identificadores (tema: ética)
Mas o que significa, afinal, esta palavra, que virou bandeira da juventude? Com certeza não é
algo que se refira somente à política ou às grandes decisões do Brasil e do mundo. Segundo
Tarcísio Padilha, ética é um estudo filosófico da ação e da conduta humanas cujos valores
provêm da própria natureza do homem e se adaptam às mudanças da história e da sociedade.
A ARGUMENTAÇÃO
O desenvolvimento é a parte mais extensa do texto dissertativo. Compreende os
argumentos (evidências, exemplos, justificativas etc.) que dão sustentação à tese – ideia
central
apresentada no primeiro parágrafo. O conteúdo dos parágrafos de desenvolvimento deve
obedecer a uma progressão: repetir ideias mudando apenas as palavras resulta em
redundância. É preciso encadear os enunciados de maneira que se completem (cada
enunciado acrescentará informações novas ao anterior). Deve-se também evitar a reprodução
de clichês, fórmulas prontas e frases feitas – recursos que enfraqueçam a argumentação.
Cabe lembrar, ainda, que a adequada utilização de seu repertório cultural será
determinante para diversificar e enriquecer seus argumentos. Observe alguns exemplos de
argumentação:
Tema: Televisão
Argumentação por exemplificação
Já foi criada até uma campanha – "Quem financia a baixaria é contra a cidadania" – para
que sejam divulgados os nomes das empresas que anunciam nos programas que mais
recebem denúncias de desrespeito aos direitos humanos. O mais importante nessa iniciativa é
que a participação da sociedade, que pode abandonar a passividade e interferir na qualidade
da programação que chega às casas dos brasileiros.
Argumentação histórica
Quem assiste à TV hoje talvez nem imagine que seu compromisso inicial, quando chegou
ao país, há pouco mais de meio século, fosse com educação, informação e entretenimento.
Não se pode negar que ela evoluiu – transformou-se na maior representante da mídia, mas em
contrapartida esqueceu-se de educar, informa relativamente e entretém de maneira discutível.
Argumentação por constatação Para além daquilo que a televisão
exibe, deve-se levar em conta também seu papel social. Quem há não renunciou um encontro
com amigou ou a um passeio com a família para não perder a novela ou a participação de
algum artista num programa de auditório? Ao que tudo indica, muitos têm elegido a tevê como
companhia favorita.
Argumentação por comparação
Enquanto países com Inglaterra e Canadá têm leia que protegem as crianças da
exposição ao sexo e à violência na televisão, no Brasil não há nenhum controle efetivo sobre a
programação. Não é de surpreender que muitos brasileiros estejam defendendo alguma forma
de censura sobre a TV aberta.
Argumentação por testemunho
Conforme citado pelo jornalista Nelson Hoineff, "o que a televisão tem de mais fascinante
para quem a faz é justamente o que ela tem de mais nocivo para quem a vê: sua capacidade
aparentemente infinita de massificação". De fato, mais de 80% da população brasileira tem
esse veículo como principal fonte de informação e referência.
A CONCLUSÃO DO TEXTO DISSERTATIVO
Quando elaboramos uma dissertação, temos sempre um objetivo definido: defender uma
ideia, um ponto de vista. Para tanto, formulamos uma tese interessante, que será desenvolvida
com eficientes argumentos, até atingir a última etapa da estrutura dissertativa: a conclusão.
Assim, as ideias devem estar articuladas numa sequência que conduza logicamente ao final do
texto.
Não há um modelo único de conclusão. Cada texto pede um determinado tipo de
fechamento, a depender do tema, bem como do enfoque escolhido pelo autor. Em textos com
teor informativo, por exemplo, caberá a conclusão que condense as ideias consideradas. Já no
caso de textos cujo conteúdo seja polêmico, questionador, será apropriada uma conclusão que
proponha soluções ou trace perspectivas para o tema discutido.
Observe alguns dos procedimentos adequados para se concluir um texto dissertativo:
Síntese da discussão – apropriada para textos expositivos, limita-se a condensar as
ideias defendidas ao longo da explanação.
Retomada da tese – é a confirmação da ideia central. Reforça a posição apresentada no
início do texto. Deve-se, contudo, evitar a redundância ou mera repetição da tese.
Proposta(s) de solução – partindo de questões levantadas na argumentação, consiste na
sugestão de possíveis soluções para os problemas discutidos.
Com interrogação (retórica) – só deve ser utilizada quando trouxer implícita a crítica
procedente, que instigue a reflexão do leitor. É preciso evitar perguntas que repassem ao leitor
a incumbência de encontrar respostas que deveriam estar contidas no próprio texto.
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
COERÊNCIA
Um texto pode ser incoerente se o seu autor não consegue inferir um sentido ou uma
ideia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos
(pontuação, vocabulário, etc.).
A coerência textual é a relação lógica entre as ideias; é o resultado da não contradição
entre as partes do texto.
As crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do país. Adoro sanduíche porque
engorda.
As frases acima são contraditórias, não apresentam informações claras, portanto, são
incoerentes.
COESÃO
É a ligação, a relação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto.
Comprei um livro que me foi muito útil para realizar a prova. Comprei um livro. O livro me foi
muito útil para realizar a prova.
Conheci o pai da Joana, que me pareceu muito inteligente. Quem é inteligente: o pai ou
Celina? Neste caso, a variação do pronome que exclui a ambiguidade.
Conheci o pai da Joana, o qual me pareceu muito inteligente. Conheci o pai da Joana, a qual
me pareceu muito inteligente.
Os automóveis colocados à venda durante a exposição não obtiveram muito sucesso.
Isso talvez tenha ocorrido porque os carros não estavam em um lugar de destaque no evento.
O Rio de Janeiro é uma das cidades mais importantes do Brasil. A cidade maravilhosa é
conhecida mundialmente por suas belezas naturais, hospitalidade e carnaval.
Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um
texto:
• Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões de
mesmo campo associativo.
• Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo
correspondente (desgastar / desgaste / desgastante).
• Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intenção
articulatória, e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo,
“Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu
desconhecido e só.” (Rocha Lima)
• Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do
significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico).
• Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de
sentido mais específico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato.
• Substitutos universais - Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro.
A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como certos pronomes,
certos advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros.
1) A coesão textual pode ser feita através de termos que:
• retomam palavras, expressões ou frases já ditas, através de pronomes, verbos, numerais,
advérbios, substantivos, adjetivos.
• encadeiam partes ou segmentos do texto: são palavras ou expressões que criam as relações
entre os elementos do texto.
a) fazem uma gradação na direção de uma conclusão: "até", "mesmo", "inclusive" etc.; b)
argumentam em direção a conclusões opostas: "caso contrário", "ou", "ou então", "quer... quer";
etc.; c) ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão: "e", "também", "ainda", "nem",
"não só... mas também" etc.; d) fazem comparação de superioridade, de inferioridade ou
igualdade: "mais... do que", "menos... do que", "tanto... quanto", etc.; e) justificam ou explicam o
que foi dito: "porque", "já que", "que", "pois" etc.; f) introduzem uma conclusão: portanto, logo,
por conseguinte, pois, etc.; g) contrapõem argumentos: "mas", "porém", "todavia", "contudo",
"entretanto", "no entanto", "embora", "ainda que" etc.; h) indicam uma generalização do que já
foi dito: "de fato", "aliás", "realmente", "também" etc.; i) introduzem argumento decisivo: "aliás",
"além disso", "ademais", "além de tudo" etc.; j) trazem uma correção ou reforçam o conteúdo do
já dito: "ou melhor", "ao contrário", "de fato", "isto é", "quer dizer", "ou seja", etc.; l) trazem uma
confirmação ou explicitação: "assim", "dessa maneira", "desse modo", etc.; m) especificam ou
exemplificam o que foi dito: "por exemplo", "como", etc.
2) Os elementos coesivos por justaposição estabelecem a sequência do texto:
a) introduzem o tema ou indicam mudança de assunto: "a propósito", "por falar nisso", "mas
voltando ao assunto", etc.; b) marcam a sequência temporal: "cinco anos depois", "um pouco
mais tarde", etc.; c) indicam a ordenação espacial: "à direita", "na frente", "atrás", etc.; d)
indicam a ordem dos assuntos do texto: "primeiramente", "a seguir", "finalmente", etc.
O Rascunho
Ao estruturar o esquema da redação, você terá facilitado sobremaneira o seu trabalho e
passará, então, para a feitura da redação provisória, o rascunho.
Desenvolva o rascunho a partir do esquema. Na redação provisória, você deve usar
abreviações e não deve se preocupar com a estética da letra. A parte de apresentação só tem
importância no momento da redação definitiva.
Releia várias vezes a redação provisória, modifique, tente outras construções, verifique
a logicidade das ideias apresentadas, retire palavras muito usadas, crie novas comparações e
metáforas. O espírito crítico sobre o rascunho é importantíssimo.
Falta de ideias? Coisa nenhuma. Na hora de fazer uma redação, o maior problema dos alunos
parece ser mesmo a... preguiça.
Pois é. O pessoal quer se sentar à mesa e "psicografar" um texto em uma hora. Sem
elaborar um roteiro e sem fazer revisão. No final, fica espantado ao ver que no papel não tem
nada que preste.
Culpa de quem? Infelizmente da escola, que ensina o método da "psicografia": "Vamos
lá, minha gente! Senta aí e faz um texto".
Até parece que o aluno está num centro espírita, e não num estabelecimento escolar.
Porque, pra escrever bem desse jeito, meu caro, só baixando um espírito. De preferência o de
Machado de Assis.
Difícil escrever bem se não há um roteiro. O roteiro determina a estrutura e o conteúdo
do texto; diz onde, quando e por que vai entrar o quê. Sem um roteiro, o texto corre o risco de
virar uma embolada sem sentido e, pior, repetitiva.
O problema é que elaborar um roteiro dá trabalho. A criatura deve se sentar e pensar,
muito antes de pegar no lápis ou no teclado. Tem que saber o que quer saber. Tem que
encontrar