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PREFEITURA MUNICIPAL DE VICOSA

GEOPROCESSAMENTO, PLANEJAMENTO E MEIOAMBIENTE DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA


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DESPACHO N° 0001190/2023

ADiretoria de Meio Ambiente - DMA encaminha oProcesso Protocolo Geral n. 0798/05


para análise do solicitado nas fls. 723 a 734, ao gue tange o pedido de retificação de ato
administrativo.
Em resumo dos fatos ambientais relevantes, segue:

O requerente solicitou desmembramento de uma área remanescente de um loteamento ja


aprovado por este Instituto (fls. 417 a 424) e protocolou a documentação pertinente.
Oprocesso foi analisado pela Diretoria de Cartografia e Agrimensura DCA a qual realzou
vistoria no local e sequencialmente despachou o processo a esta Diretoria para análise em
relação a área de preservação permanente da propriedade (fl. 441 e 442).
Em análise ao processo foi constato que o projeto do loteamento foi aprovado pelo
CODEMA/IEF (fls. 317 a 331) mediante o cumprimento de uma medida mitigadora/compensatório
de executar o plantio de aproximadamente 600 mudas, perfazendo uma área de
aproximadamente 5.400 m na área remanescente do loteamento.

O projeto apresentado e aprovado, explica laramente como seria feito o plantio e os


cuidados a serem tomados, ressalta-se ainda, mais especificamente na fl. 326, que o
empreendedor apresentaria relatórios técnicos e fotográticos semestrais ao DEMA/PMV para
assegurar oandamento das atividades. Mas como, nenhum relatório foi anexo ao processo. Os
documentos anexos ao processo pela parte interessada foram referente ao um pedido para o
desmembrando em lotes em próximos a uma lagoa (fls, 415 a 444).

Sendo assim, foi emitido parecer técnico n° 516/17 (fl. 444 e 445) informando que a análise
quanto ao pedido apenas seria realizada após a comprovação da execução das condicionantes
expressas pelo CODEMA e pelo IEF.

Logo após aemissão do parecer, o processo foi encaminhado a procuradoria jurídica para
uma consulta quanto ao pedido realizado, entretanto, como o Procurador identificou as
pendências ambientais, informou que apenas no momento não caberia análise da procuradoria
ate que fosse comprovado o cumprimento das condicionantes (fls. 446 a 448)
Atendendo ao solicitado, a parte interessada protocolou o relatório comprovando o plantio
de aproximadamente 600 mudas na área remanescente (fls. 450a 471), com a respectiva planta.
informando a área de compensação (fl. 471).

Despacho Processo n 0798/05 (0001 190; SEI093O DC0000h403:2023-9 / p


Oprocesso retornou a Diretoria de Meio Ambiente para análise, onde foi realizada vistoria
da localidade e comprovada a execução do plantio (fls. 492 a 496)
Perante os fatos, a Diretoria de Meio Ambiente emitiu parecer n° 248/18, informando que toi
comprovada o plantio, e estabeleceu que o mesmo fosse monitorado por 2 anos, e que tosse
encaminhados relatórios semestrais a esta Diretoria (fl. 497).

Sanada a pendência quanto àcomprovação da compensação, entramos no fato do pedid0


realizado, que trata-se da solicitação do desmembramento de uma área próxima a uma lagoa,
onde se considera área de preservação permanente, perante a lei n° 12.651 pelo art. 4°, incis0 ,
entretanto na mesma lei, no art. 4°, § 40 consta que "nas acumulações naturais ou artiticiais de
água com superficie inferior a 1(um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteçao
prevista nos incisos Il e lldo caput". Como segue a copia do artigo abaixo:

LEI N 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012

Art. 4e Considera-se Área de Preservacão Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para


os efeitos desta Lei:
t as faixas-marginais de qualquer erse-dágua natra, desde aberda-da-ealha de ete
fegtlar, em-targuraminima-de:
|- as faixas marginais de qualquer curso d'água natural perene e intermitente, excluidos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei
n 12.727. de 2012).
a) 30 (trinta) metros, para 0s Cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta)
metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200
(duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600
(seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os Cursos d'água que tenham largura Superior a 600
(seiscentos) metros;
||- as áreas no entorno dos lagos elaaoas naturais, em faixa com larqura mínima de:
a) 100 cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d'áqua com até 20 (vinte)
hectares de superfcie, cuja faixa marqinal será de 50 (cinquenta) metros:
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas:
II| - as áreas no entorno dos reservatórios d'áqua artificiais, decorrentes de barramento ou
represamento de cursos d'áqua naturais, na faixa definida na licenca ambiental do
empreendimento:
IV- as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d'água perenes, qualquer que seja sua
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V-as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem
por cento) na linhade maior declive;
VI- as restingas, comofixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues:
VIl -os manguezais, em toda asua extensão;
VIIl -as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até linha de ruptura do relevo, em faixa
nunca interior a 100 (cem) metros em projeções horizontais,;
X no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem)
metros e inclinação média maior que 25 as áreas delimitadas a partir da curvade nivel
correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à
base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho

Despacho Processon 0798/05 (0001190 SEI 0939 0.000000403:2023-9 / pa. 2


d'água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da
elevação;
X-as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a
vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de b0
(cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
§12 Não seráexigida Area de Preservação Permanente no entorno de reservatórios
artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d'agua
naturais.
$ Ae enterne- des fesevatóries- artilieiais situades em áeas FUrais eOm- até 20 fAte)
heetares-de superfieie, a área de preservaçãe permaeAte terá, Ae- MÍime, 5 fquAze
Metros:
$22 (Revogado).
$3 (VETADO).
S40 Nas acumulações naturais Qu artificiais de áqua com superfície inferior a 1 (um)
hectare, fica dispensada a reserva da faixa de protecão prevista nos incisos Il e l do
caput. vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão
ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
§5 E admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de que trata o inciso
V
do art. 3P desta Lei, o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo
curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou lagos, desde
que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a
qualidade daágua e dosolo e seja protegida a faunasilvestre.

Assim, o processo foiencaminhado a procuradoria solicitando respaldo quando a existência


ou não da Area de Preservação Permanente na referida localidade, e apoio, quanto ao
desmembramento a ser realizado, visto que, a área em questão, faz parte da área remanescente,
onde foi destinada para área do plantio da compensação do loteamento (fl. 501 a 503).

Em resposta a procuradoria informou não haver óbice ao pedido de desmembramento e


que pela legislação aplicada, fica dispensada afaixa da reserva da APP (f1. 508 a510).
Assim, a DMA encaminhou o processo a DCA para sequência do prOcesso de
desmembramento mas informou que "Cabe ressaltar que o local onde se solicita o parcelamento
do solo trata-se de fragmento de mata atlântica em regeneração através de plantiode essências
nativas, medida mitigadora imposta pelo CODEMA nolicenciamento ambiental do loteamento do
bairro Liberdade Il.

Dessa forma, outros usos dados aesta área (que não seja de recuperação Vegetal) deve
preceder de anuência do CODEMA, bem como de licenciamento de supressão de vegetação, se
for ocaso."(il. 531).
Assim, o processo seguiu com o desmembramento e foram geradas as matriculas em
questão, valendo acrescentar que foi averbado nas certidões o texto descrito acima (fls. 703 a
705).

Posteriormente, foi protocolizado um oficio nesta unidade, a qual apresenta diversos


argumentos para que fosse realizado o desfazimento do ato administrativo (fls. 738 a 740).

Despacho Processo n'079305 (00011301 SEI 0939000000040312023-9 ipa. 3


ODiretor Geral, respondeu ooficio em questão apresentando diversas informações
plausíveis referente aos pedidos, incluindo informações sobre oentendimento que o plantio da
Compensação foi realizado de forma coerente com oaprovado e solicitação de que fosse
apresentado uma planta georreferenciada informando a localização da nascente com seu
respectivo laudo técnico (fl. 735 a 373),

Assim, o requerente apresentou opedido de reconsideração de ato administrativo,


descrevendo algumas considerações a quais deseja que sejam acatadas (f1. 723 a 748).

Após a verificação dos pedidos, foi feita vistorio no local para averiguar a veracidade dos
fatos elencados no documento protocolizado. Entretanto, verificou-se que o ponto indicado da
nascente pelo Engenheiro não condiz com a realidade no local.

Dos pedidos, que cabem consideração da Diretoria de Meio Ambiente, informo que:
1) A
consideração em questão jáfoi acatada anteriormente, pelo parecer de folhas n° 508 a
510.

2) Não cabe manifestação da DMA

3) Foiapresentado ao processo o relatório técnico de vistoria (f1. 749 a 752), onde informa
aexistência da nascente, com respectiva coordenada geográfica. Vale acrescentar que
a nascente em questão foi identificada visualmente.

4) Foifeita analise dos documentos protocolizados, entretanto, informamos que no ponto


onde é mencionada a existência da nascente não possui afloramento d'água, e mesmo
que as conclusões apresentadas de que o ponto da nasScente seria o apresentado na
planta de folha 747 e "que qualquer afloramento fora deste local é produto da
modificação do terreno, quer seja por entupimento por movimentação de terra ou por
uso de dreno no local (fl. 746), não foram apresentadas provas referente a alegação, e
fato é, que foi identificado pelos técnicos da DMA um afloramento natural de água em
um local diferente,o qual, é definido como nascente,de acordo com a Lei 12.561/2012.
5) Não cabe somente a DMA;

6) Não cabe a DMA;

7) Nãocabe a DMA;
8) Não serápossível acatar referente pedido, pois foi identificado afloramento de água em
local diferente ao informado pela parte interessada;

9) A solicitação em questão pode ser atendida, pois a área em questão não atente os
requisitos técnicos para ser considerada fragmento";

10) Não cabe a DMA, pois os projetos foram apresentados pela parte interessada, e foram
aprovados pelo CODEMA;

DespachoProcessO n'0793/05 (0001190 SEI0939.0.000000403/2023-9 i pa 4


11) Não cabe a DMA, pois no que diz respeito ao suposto
plantio excessivO em relação as
condições impostas pelo IEF/CODEMA, manifestação apresentada pelos requerentes,
uma vez alegado que a área de "compensação 2" (2.783,10m2) não fora solicitada como
área aser revegetada, entende-se que tal plantio encontra-se de acordo com o que fora
solicitado, em especial quanto ao solicitado como medida mitigadora, onde requer a
Completa recuperação da área de preservação permanente, logo, incluindo a área de
preservação permanente indicada a partir do raio de 50m do ponto indicado de nascente
(próxima ao lago) e margens do lago.
12) Não cabe a DMA promover a desconstituição da denominada
Compensação 02, pois a
mesma foi imposta pelo CODEMA e não pela Diretoria de Meio Ambiente;

13) Não cabe a DMA manifestação, pois para realização dofato, faz-se necessário
deliberação do CODEMA;
Assim, encaminho o processo administrativo em questão, para análise das questões jurídicas
referente ao desfazimento do ato administrativo e para realização de consideraço referente ao
pedido realizado pela parte interessada.

sei!
assinatur3
Documento assinado eletronicamente por lsa Maria Dias Bastos Peixoto, Diretor, em
eletrónica 03/04/2023,às 08:55, conforme art. 1, lIl, "b", da Lei 11.419/2006.

Aautenticidade do documento pode ser conferida no site


htps://sei.vicosa.mg.gov.brlautenticador informando o código verificador 0001190 e ocódigo
CRC 12F6642D.

0939.0.000000403/2023-9 0001190v2

Despaciho Process0 n'0798 05 (00011901 SEI 0939.0 000000403/2023-9i pg. 5

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