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001849/2022-00
Em 07 de julho de 2022
Processo: 48500.000394/2022-13
I - DO OBJETIVO
1. Esta Nota Técnica tem por objetivo propor, para vigorarem entre 1º de julho de 2022 e 30
de junho de 2023, denominado de ciclo 2022-2023 (sob cálculo):
II - DOS FATOS
2. A Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, define as condições que devem ser obedecidas
para definição das tarifas:
“ Art. 13
.........
§ 2o As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos
custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.”
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
3. A Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, dispõe no § 6º do art. 15 sobre o livre acesso aos
sistemas de transmissão e distribuição e o ressarcimento do custo de transporte envolvido:
“Art. 15.
.........
§ 6º É assegurado aos fornecedores e respectivos consumidores livre acesso aos
sistemas de distribuição e transmissão de concessionário e permissionário de serviço
público, mediante ressarcimento do custo de transporte envolvido, calculado com
base em critérios fixados pelo poder concedente.”
4. A Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com redação dada pela Lei nº 10.848, de 15 de
março de 2004, dispõe sobre a competência da ANEEL para calcular a TUST:
"Art. 3º Além das atribuições previstas nos incisos II, III, V, VI, VII, X, XI e XII do art. 29
e no art. 30 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, de outras incumbências
expressamente previstas em lei e observado o disposto no § 1º, compete à ANEEL:
(...)
XVIII - definir as tarifas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição, sendo
que as de transmissão devem ser baseadas nas seguintes diretrizes:
a) assegurar arrecadação de recursos suficientes para cobertura dos custos dos
sistemas de transmissão; e
b) utilizar sinal locacional visando a assegurar maiores encargos para os agentes
que mais onerem o sistema de transmissão;”
5. A Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, reforça a competência da ANEEL para definição das
tarifas:
“Art. 9º Para todos os efeitos legais, a compra e venda de energia elétrica entre
concessionários ou autorizados, deve ser contratada separadamente do acesso e uso
dos sistemas de transmissão e distribuição.
9. A REN nº 267, de 5 de junho de 2007, definiu a sistemática de cálculo da TUST para os novos
empreendimentos de geração participantes de leilões de energia nova.
10. A REN nº 349, de 15 de janeiro de 2009, estabelece os critérios para o cálculo locacional
das Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição – TUSDg aplicáveis às centrais geradoras conectadas no
nível de tensão de 138 kV ou 88 kV.
12. A REN nº 559, de 27 de junho de 2013, constituiu o procedimento de cálculo das TUST e
revogou o art. 16 e o anexo da Resolução nº 281, de 1999; o art. 9º da Resolução Normativa nº 399, de
2010; o § 2º do art. 18 e o § 3º do art. 22-A da Resolução Normativa nº 349, de 2009; a Resolução
Normativa nº 117, de 2004; a Resolução Normativa nº 267, de 2007 e a Resolução Normativa nº 523, de
2012.
14. A REN nº 722, de 31 de maio de 2016, estabelece em seu art. 11 que as unidades
consumidoras atualmente conectadas em nível de tensão igual ou superior a 230 kV (subgrupo A1) devem
distratar seus Contratos de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD) e celebrar Contrato de Uso do Sistema
de Transmissão (CUST).
15. A REN nº 918, de 23 de fevereiro de 2022, revoga a REN nº 762, de 21 de fevereiro de 2017,
e define os procedimentos e critérios a serem utilizados no cálculo do custo de capital a ser adicionado à
Receita Anual Permitida de cada concessionária de transmissão abrangida pela Lei nº 12.783/2013, em
consonância com a Portaria do Ministério de Minas e Energia – MME nº 120, de 2016, e deu outras
providências.
19. Em 26 de abril de 2022, a CPFL Renováveis3 solicitou a regularização das TUST relativas ao
Complexo eólico denominado EOL Campo dos Ventos II, uma vez estar em desacordo com a Resolução
Homologatória nº 1.031/2010, relativa ao Leilão nº 005/2010 (LER), o qual sagrou-se vencedora com tarifa
pré-estabelecida ao certame.
1
SIC 48581.000872/2022-00
2
SIC 48581.000542/2021-00
3 SIC 48513.011870/2022-00
4 Sic 48581.001419/2022-00
5 SIC 48581.001420/2022-00
6 SIC 48513.013483/2022-00
7 Sic 48513.013058/2021-00
8
SIC 48513.015911/2022-00
25. A Resolução Normativa nº 1.024, de 28 de junho de 2022, aprova os Submódulos 7.4, 9.4 e
10.5 dos Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET, e revoga as Resoluções Normativas nº 349, de
13 de janeiro de 2009 e nº 559, de 27 de junho de 2013.
26. O aplicativo Nodal versão 6.0 foi utilizado para o cálculo das TUST e TUSDg nos termos da
regulamentação vigente.
III – DA ANÁLISE
28. A exceção à regra são as unidades consumidoras Alcoa – Poços de Caldas e Rima Industrial
S.A.. A primeira teve seu acesso excepcionalmente caracterizado como direto à Rede Básica pela
Resolução Autorizativa nº 501, de 4 de abril de 2006, apesar de se conectar a uma DIT compartilhada em
138 kV na subestação de FURNAS, em Poços de Caldas. Desta forma, este consumidor remunera os ativos
de fronteira de Rede Básica daquela subestação, por meio de TUST-FR correspondente.
29. O acesso da Rima Industrial S.A. também foi excepcionalmente caracterizado como direto
à Rede Básica pelo Despacho ANEEL nº 4.909, de 20 de dezembro de 2011, apesar de se conectar à DIT
138 kV da SE Montes Claros 2, de responsabilidade da Cemig-GT. Da mesma forma, este consumidor
remunera os ativos de fronteira de Rede Básica daquela subestação, mediante uma TUST-FR
correspondente. Os resultados dessas excepcionalidades podem ser identificados no Anexo III-A.
30. Em 28 de junho de 2022, a REN nº 1.024 aprovou o Submódulo 9.4 em sua primeira versão,
estabelecendo os procedimentos de cálculo da TUST. De acordo com o normativo, a TUST será calculada
a partir da metodologia Nodal, considerando caso base de fluxo de potência em cenário regional, isto é,
balanço carga-geração por submercado do Sistema Interligado Nacional (SIN).
31. Além disso, as tarifas são publicadas por ponto de conexão para ambos os segmentos, carga
e geração, conforme Anexos I e III, respectivamente. De toda forma, dentre os relatórios do Programa
Nodal, o de extensão .TUH informa as TUST de cada central de geração considerada na arrecadação da
RAP do ciclo tarifário sob cálculo e o .NTC de cada distribuidora/permissionária.
32. Todas as TUST estabilizadas para o segmento geração homologadas nos termos das REN nº
267/2007 e 559/2013 estão mantidas até o término das respectivas validades, sendo publicadas
nominalmente conforme Anexo II.
33. Essas tarifas são atualizadas pelo Índice de Atualização da Transmissão – IAT, calculado pela
composição dos índices de reajustes dos contratos de transmissão associados às instalações da Rede
Básica em operação a cada ciclo tarifário, ponderados pelas receitas associadas a cada contrato. Além
disso, o IAT é utilizado para formação da envoltória tarifária, juntamente com o risco de expansão da
transmissão definido em 5%.
34. Assim, considerando que os índices de reajuste dos contratos de transmissão atualmente
são o IPCA e o IGP-M10, obtém-se o IAT conforme equação (1):
9
Onde:
35. Para o ciclo sob cálculo o IAT é 11,59%, composto pelo IGP-M e IPCA de acordo com a
Tabela 1:
Tabela 1: Composição do Índice de Atualização da Transmissão – IAT para o ciclo sob cálculo.
Proporção de RAP de Rede
Índice acumulado
Índices Básica em operação
jun/2021 a jun/2022 2022-2023
IGP-M 10,72% 13,91%
IPCA 11,73% 86,09%
IAT 11,59%
36. Ao fim desse prazo de estabilização, as centrais de geração passarão a ter suas TUST
controladas por ponto de conexão (Anexo I), mediante envoltória tarifária definida no item 5 do
Submódulo 9.4 do PRORET como regra geral para o segmento geração. Os procedimentos transitórios
para esses geradores estão dispostos no item 10.
37. As diferenças de encargos anuais apuradas a cada ciclo tarifário na aplicação da envoltória
tarifária e das TUST estabilizadas remanescentes, para mais ou para menos, em relação às tarifas
efetivamente obtidas para o mesmo ciclo mediante cálculo anual (Tarifa da Barra – TB), são contabilizadas
e atribuídas ao segmento consumo, com a finalidade de dirimir as incertezas associadas a parcela de custo
do sistema de transmissão inclusa no preço da energia elétrica ofertada pelo segmento geração.
38. A exceção à regra de controle tarifário do segmento geração são as centrais em regime
integral de cotas de garantia física, visto que os custos com os encargos de uso dos sistemas de
transmissão são custos não gerenciáveis, totalmente repassados aos valores das cotas de garantia física
de energia, cujas tarifas serão publicadas nominalmente conforme Anexo II.
39. Para o segmento consumo, a TUST é estabelecida a cada ciclo tarifário, nos postos tarifários
de ponta e fora de ponta, com o montante a ser arrecadado rateado de forma proporcional ao total de
MUST contratado em cada horário, conforme item 6 do Submódulo 9.4 do PRORET.
40. O Submódulo 7.4 afeta o critério de rateio de custos entre os segmentos consumo e
geração vigente para a Rede Básica ao estabelecer em seu item 5.1.4 que o cálculo da TUST das centrais
geradoras deverá considerar a receita recuperada pela TUSDg-T (parcela relativa ao fluxo de exportação
para a rede básica) a ser arrecadada das centrais de geração em âmbito de distribuição para pagamento
de custos da Rede Básica. Para o ciclo sob cálculo, este valor está estimado em R$ 69.554.619,24, a preços
de junho de 2022.
41. Já o item 5.1.5 dispõe que o cálculo da TUST das centrais geradoras deverá considerar os
recursos provenientes da TUSDg-ONS (parcela relativa ao custeio do ONS). Para o ciclo sob cálculo, este
valor está estimado em R$ 64.456.743,13, a preços de junho de 2022.
42. Esses valores estão dispostos por distribuidoras/permissionárias conforme Anexo IV.
43. A Lei nº 12.111, de 2009, dispôs, entre outros temas, sobre as instalações de transmissão
destinadas às interligações internacionais, alterando o art. 17 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995.
Alterou também os incisos XVIII e XX do art. 3º da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, atribuindo à
ANEEL a competência de “definir adicional de tarifas de uso específico das instalações de interligações
internacionais para exportação e importação de energia elétrica, visando à modicidade tarifária dos
usuários do sistema de transmissão ou distribuição.”
44. As instalações de Garabi 1 e 2, autorizadas à ENEL CIEN, respectivamente por meio das
Resoluções ANEEL nº 129 e 130, ambas de 1998, foram equiparadas, para fins de efeitos técnicos e
comerciais, aos concessionários de serviços público de transmissão de energia elétrica conforme Portarias
MME nº 245/2020 e 211/2011.
45. O art. 17 da REN nº 666, de 2015, trata da contratação e da forma da cobrança do uso do
sistema de transmissão por importadores e exportadores de energia elétrica. Estas tarifas, TUSTIMP/EXP e
TUII estão apresentadas nas Tabelas 2 e 3, bem como nos Anexo V e V-A, respectivamente.
47. Verificou-se a necessidade de realizar o tratamento dos dados a serem utilizados no cálculo
desse fator, uma vez que a base de dados obtida por meio do Sistema de Informações de Geração da
ANEEL (SIGA), apresenta diversos dados de Potência Instalada Outorgada (PO) e Garantia Física (GF)
dissociados. Desse modo, para fins de cálculo desse fator, adotou-se apenas as usinas cuja informação de
Potência Outorga e Garantia Física estavam vinculadas, conforme dados disponíveis no SIGA em 1º de
junho de 2022.
48. Outro ponto importante verificado foi a expansão significativa das fontes renováveis
ocorrida recentemente, cujos fatores de carga são baixos, ou seja, a PO sobressai consideravelmente em
relação à GF, ocasionando o aumento do fator “f”.
49. Ao realizar o cálculo considerando essa análise mais criteriosa, obteve-se o aumento de
54,2% desse fator, passando de 1,21 para 1,86, sendo o principal responsável pelos resultados, que estão
em consonância com a regulamentação aplicável e com os dados praticados. Portanto, a variação da tarifa
decorre principalmente do referido aumento do fator “f” e da atualização monetária incorrida no período
(IAT de 11,59%).
50. Cabe frisar que a interligação de Uruguaiana explorada pela CGT Eletrosul até o ciclo
2021/2022 não está sendo utilizada para essa finalidade, de modo que não será calculada TUII para ela.
52. A TUST associada à contratação em caráter temporário é calculada de acordo com o inciso
V do art. 14 da Resolução Normativa nº 666, de2015, e está disposta na Tabela 4, bem como no Anexo VI.
53. A variação da TUSTTEMP justifica-se pelos mesmos motivos apresentados no item III.4.
54. A Tarifa de Transporte de Itaipu, relativa às DIT de uso exclusivo (instalações dedicadas
àquela central geradora e não integrantes da Rede Básica), é calculada conforme procedimentos
estabelecidos no item 9 do Submódulo 9.4 do Proret, a partir do Encargo de Conexão devido à Furnas
para o ciclo sob cálculo e das Parcelas de Ajuste – PA referentes à previsão da Demanda Anual de potência
do ciclo anterior e às variações de RAP oriundas de revisão ou outros ajustes, consoante a Tabela 5.
56. Dessa forma, a tarifa resultante de 11.738,71 R$/MW deverá ser paga diretamente à
Furnas pelos contratantes da energia da Itaipu Binacional proporcionalmente às suas cotas-parte. A
variação de 18,1% observada se deve ao reperfilamento do componente financeiro da “RPC” associado à
revisão homologada pela REH nº 2.848, de 2021, do Contrato de Concessão no 62/2001, celebrado com
Furnas e prorrogado nos termos da Lei nº 12.783, de 2013.
III.7 Resolução Normativa nº 762, de 2017 (revogada pela REN nº 918/2021) – Regulamentação da
Portaria MME nº 120, de 2016
57. A fim de regulamentar o disposto na Portaria MME nº 120, de 2016, foi publicada a REN nº
762, de 21 de fevereiro de 2017, que definiu os procedimentos e critérios a serem utilizados no cálculo
do custo de capital a ser adicionado à Receita Anual Permitida de cada concessionária de transmissão
abrangida pela Lei nº 12.783, de 2013 e deu outras providências.
Art. 4º O cálculo do custo de capital referente ao item II do art. 2º será realizado, a cada
ciclo tarifário, considerando as premissas a seguir:
[...]
§ 3º O custo de capital de que trata o caput, calculado a cada ciclo tarifário, será
remunerado pela taxa referente ao custo de capital próprio, real, depois de impostos,
conforme Resolução Normativa nº 386/2009 e Submódulo 9.1 do PRORET, sendo igual a:
10,74% a.a. entre 1º de janeiro de 2013 e 30 de junho de 2013; e 10,44% a.a. entre 1º de
julho de 2013 e 30 de junho de 2017.” (Grifo nosso)
60. Nessas circunstâncias, por meio do Despacho nº 1.779, de 20 de junho de 2017, a Diretoria
colegiada da ANEEL, para atender a decisão judicial do processo nº 001055248.2017.4.01.3400/DF – 5ª
Vara Federal, decidiu por: “ (i) excetuar o disposto no §3º do art. 4º da Resolução Normativa nº 762, de
21 de fevereiro de 2017, como critério de cálculo da Receita Anual Permitida – RAP a ser homologada para
o ciclo tarifário 2018-2019, a vigorar entre 1º de julho de 2017 e 30 de junho de 2018, e para os ciclos
tarifários futuros enquanto vigorar a presente decisão judicial, e para os ciclos tarifários futuros enquanto
vigorar a presente decisão judicial; (ii) estender a todos os usuários do sistema de transmissão o mesmo
tratamento tarifário ora impetrado pelas autoras da ação judicial, em razão da impossibilidade material
de segregação das componentes tarifárias e da irreversibilidade dos efeitos provocados;... e (v) caso a
liminar permaneça vigente, considerar seus efeitos, na forma disposta nesta decisão, no processo de
homologação do reajuste anual das RAPs, das Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão de Energia
Elétrica – TUSTs e da Tarifa de Transporte de Itaipu para o ciclo tarifário 2017-2018, para vigorar entre 1º
de julho de 2017 e 30 de junho de 2018”.
61. A citada decisão vigorou durante os ciclos 2017-2018, 2018-2019 e 2019-2020, de modo
que as TUST foram calculadas a partir dos valores de receita homologados pela ANEEL, considerando os
ativos reversíveis ainda não amortizados previstos no art. 15º, § 2º, da Lei nº 12.783/2013, os critérios
estabelecidos pela Resolução Normativa nº 762, de 2017, além dos itens (i), (ii) e (v) do Despacho nº 1.779,
de 2017.
62. Contudo, essas liminares foram cassadas em sua maioria, e em cumprimento aos Pareceres
de Força Executória11 emanados pela Procuradoria Federal junto à ANEEL, a SGT operacionalizou a
reinclusão do parâmetro “ke” (custo de capital próprio) no processo de revisão12 periódica das receitas
das transmissoras prorrogadas nos termos da Lei nº 12.783, de 2013, considerando os efeitos financeiros,
inclusive.
63. Apenas para o consumidor livre denominado GV do Brasil Indústria e Comércio de Aço
Ltda., que acessa a Rede Básica, sua TUST será calculada sem os efeitos descritos, tendo em vista que a
decisão liminar deferida no âmbito da Ação 1006030-58.2017.4.01.3400 ainda continua vigorando,
conforme Anexo III-A. Outrora, será homologada também a TUST para o respectivo ponto de conexão,
sem os efeitos da liminar, condicionando sua aplicação à cassação da medida cautelar, conforme Anexo
III.
64. Cumpre destacar que, no âmbito da análise dos recursos interpostos contra as REH nº 2.706
a nº 2.717, de 2020, que homologaram a revisão periódica de 2018 das concessionárias prorrogadas, a
ANEEL homologou o reperfilamento do componente financeiro da “RBSE” por meio das REH nº 2.845 a
2.853, de 2021, cuja memória de cálculo pode ser acessada no site das Consulta Públicas nº 17 a 25/2020.
65. Sobre esse tema, o Consórcio CESTE (UHE Estreito) solicitou no âmbito da análise dos
pedidos de reconsideração da TUST do ciclo 2021/2022 contra a REH nº 2.896/2021, que culminou na REH
nº 2.958/2021, que a ANEEL proceda com o recálculo da tarifa de forma:
“(i) A refletir adequadamente o efeito ex tunc da cassação das liminares, apenas e tão
somente para os agentes que estavam protegidos pelos efeitos das decisões judiciais,
preservando a alocação original dos passivos relativos às indenizações do RBSE, de forma
que o CESTE reste a salvo de quaisquer de seus efeitos decorrentes.
(ii) A desonerar a UHE Estreito de quaisquer parcelas da RAP referente a ajustes dos ciclos
anteriores em que as tarifas estavam estabilizadas, de forma a manter o princípio da
blindagem tarifária frente às variações dos parâmetros de cálculo durante o período de
estabilização.”
66. Em mesma linha, a Elera Renováveis13 e Jirau14 trazem o mesmo condão da argumentação
interposta pelo Consórcio Ceste:
Pedido Elera
74. Diante do exposto, as Requerentes pleiteiam que a ANEEL, no cálculo das novas TUSTs
estabilizadas das centrais geradoras que compõem os Complexos Eólicos Alto Sertão e
Renascença – tarifas de uso essas a serem aplicadas a partir de julho de 2022 –, considere
a RAP prospectiva:
(i) sem os valores da componente financeira da RBSE ou
(ii) subsidiariamente, sem os efeitos da reversão das decisões judiciais que, nos ciclos 2017-
2018, 2018-2019 e 2019-2020, afastaram a incidência de parte dos valores lançados na
composição da RAP das concessionárias de transmissão que aderiram aos termos da
Medida Provisória n. 579/2012.
13 Sic 48513.013483/2022-00
14 Sic 48513.013058/2021-00
Pedido ESBR
“95. Se, de forma agregada, já é possível ver que a maior parte dos benefícios ficou com o
segmento consumo - alguns geradores tiveram os efeitos da redução considerados no
cálculo da TUST estabilizada - no caso da UHE Jirau, o benefício da redução foi inexistente,
como também foi inexistente para a usina o efeito da suspensão judicial que afetou o valor
do Financeiro da RBSE, aplicada, por decisão unilateral da ANEEL, a todos os usuários não
estabilizados independentemente de serem autores da suspensão.
96. Sob essa perspectiva, por razão de justiça alocativa e a fim de preservar a relação entre
devedores e pagantes do Financeiro da RBSE, impõe-se a exclusão desse Financeiro das
RAPs consideradas no horizonte decenal de recálculo da TUST da UHE Jirau a ser realizado
no ciclo 2022-2023.”
68. Portanto, entende-se que o pleito das requerentes é análogo ao do Consórcio Ceste, cuja
decisão da Diretoria Colegiada da ANEEL foi pelo não provimento, conforme trecho transcrito do voto do
diretor relator:
“12. O Ceste requer que a Usina Hidrelétrica (UHE) Estreito não seja impactada pelos efeitos
passados das liminares judiciais relativas à Portaria (Prt) nº 120, de 20 de abril de 2016, do
4 de 12 Ministério de Minas e Energia.
13. Contudo, esse pleito do Ceste já foi devidamente analisado e decidido pela ANEEL para
os casos gerais. O voto condutor da Resolução Normativa (REN) nº 762/20175, que
regulamentou a incorporação à base tarifária dos custos relativos à Prt 120/2016, tratou
sobre esse tema no âmbito da Audiência Pública (AP) nº 68/2016, conforme transcrição a
seguir:
geração que haveria recálculo de suas tarifas em determinado momento e isso não foi
alterado pela publicação da Portaria 120/2016. Neste contexto, cumpre destacar que o
princípio da estabilização tarifária é sinalizar, sob certas condições e por tempo definido, a
situação dos parâmetros de cálculo (receita, configuração da rede, parâmetros elétricos,
potências contratadas, etc).” (grifos nossos)
16. Desta forma, concordo com a análise efetuada pela SGT de que as receitas vigentes
devem ser consideradas indistintamente para todos os usuários conforme fundamentos da
REN nº 762/2017 e do Despacho nº 1.779/2017, uma vez que não se trata de indenizações
de ativos, mas de retorno à base tarifária de instalações que passam a compor o custo do
sistema de transmissão, cuja variação deve ser suportada por todos os usuários, sem
discriminação. Especificamente, para os geradores com TUST estabilizadas, os impactos
decorrentes da Prt nº 120/2016 devem ocorrer apenas na ocasião do recálculo tarifário,
caso da UHE Estreito.
17. Por todo o exposto, o Pedido de Reconsideração do Ceste não deve ser provido.”
69. Dessa forma, em função do citado precedente, os pedidos da Elera Renováveis e Jirau
(ESBR) não merecem ser acatados. De toda forma, cumpre destacar que a regulamentação vigente
(Submódulo 9.4 do Proret) aboliu a definição de TUST estabilizada calculada no horizonte do PDE, de
modo que a RAP prospectiva alegada pela Elera Renováveis e EBSR, regulamentada no item 8 do
Submódulo 9.4 do Proret, será utilizada somente em situação específica (parágrafo 37 da citada norma),
a qual não se conforma as requerentes.
71. A TUST-PROINFA é definida para o ano civil em processo específico. Para 2022, o valor foi
estabelecido na REH nº 2.995, de 14 de dezembro de 2021.
72. Com a publicação da Lei nº 13.360, de 2016, novas mudanças foram introduzidas na CDE,
com efeitos a partir de 2017, relativamente à gestão financeira, a origem e destinação dos recursos e à
forma de rateio das quotas anuais entre os consumidores de energia elétrica. Assim, a TUST CDE passou
a ser definida para o ano civil em processo específico.
73. Para 2022, o valor foi estabelecido na REH nº 3.034 de 26 de abril de 2022.
74. Em razão da aplicação das regras estabelecidas na REN nº 666, de 2015, no período de
junho de 2021 a maio de 2022, a apuração dos Encargos de Uso do Sistema de Transmissão – EUST
incorreram em parcelas que excederam a arrecadação incialmente estimada, conforme mostrado na
Tabela 6:
III.10 Parcela Variável – Resolução Normativa nº 906, de 2020 (Módulo 4 das Regras de Transmissão)
76. A Parcela Variável – PV, conforme dispõe o Módulo 4 das Regras de Transmissão, aprovado
pela REN nº 906, de 8 de dezembro de 2020, é o desconto na RAP das transmissoras em função da
indisponibilidade ou restrição operativa das instalações integrantes da Rede Básica sob sua
responsabilidade. Durante o período de junho de 2021 a maio de 2022 foi descontado da receita das
transmissoras o valor de R$ 500.762.679,74. Este valor foi apropriado para modicidade tarifária na
apuração mensal dos serviços e encargos de transmissão dos usuários do sistema de transmissão.
77. Para o ciclo sob cálculo há passivos financeiros excepcionais a serem considerados,
conforme descritos a seguir, e dispostos no Anexo VIII.
78. Em 26 de abril de 2022, a CPFL Renováveis17 solicitou a regularização das TUST relativas ao
Complexo eólico denominado EOL Campo dos Ventos II, uma vez estar em desacordo com a Resolução
Homologatória nº 1.031/2010, relativa ao Leilão nº 005/2010 (LER), o qual sagrou-se vencedora com tarifa
pré-estabelecida ao certame.
15 SIC nº 48500.000395/2022-50
16 CEG Núcleo 030500-6
17 SIC 48513.011870/2022-00
79. Por ter sido informada a TUST por meio de Comunicado Relevante ao Edital nº 005/2010 e
não listada na REH nº 1.031/2010, houve falha operacional ao relacionar as usinas vencedoras do certame
com a respectiva tarifa estabelecida, de modo que o pedido merecer ser acatado. Dessa forma, a EOL
Campo dos Ventos II foi conformada como nova central de geração no ciclo 2013-2014 homologado pela
REH nº 1.625/2013, quando teve seu estabelecimento de TUST realizado nos termos do art. 5º da REN nº
559/2013, quando já havia tarifa estabelecida nos termos do art. 4º da mesma Norma na ocasião do Leilão
nº 005/2010.
80. As regularizações de situações pretéritas devem ser baseadas nos arts. 53 e 54 da Lei nº
9.784/1999, em que os eventuais efeitos retroativos devem operar no período máximo de 5 anos, por
preclusão administrativa. Desse modo, calculou-se o passivo financeiro retroativo conforme consta na
aba Passivo 1 da Planilha Auxiliar de Cálculo da TUST 202-2023, no valor de R$ 2.426.491,71, a preços de
junho de 2022, considerando o período compreendido entre os ciclos completos de 2017-2018 e 2021-
2022, inclusive. Esse passivo deve ser incluso nas apurações mensais do ciclo 2022/2023, como débito da
central de geração.
“Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.”
81. Destaca-se que a validade da TUST estabelecida pela REH nº 1.031/2010 finda em
30/06/2022, de modo que no próximo ciclo (2022/2023), nova TUST será recalculada para essa central de
geração, normalizando a situação dela daqui para frente também.
82. A REN nº 1.021, de 24 de maio de 2022, alterou o art. 8º da REN nº 559/2013, incluindo os
parágrafos 1º e 2º.
“Art. 8º Quando as centrais geradoras com TUST vigente tiverem uma nova TUST calculada,
nos dois primeiros ciclos tarifários do período com nova tarifa, as TUST serão estabelecidas
da seguinte forma:
§ 1º A partir do ciclo tarifário 2022/2023 o disposto no caput deste artigo não se aplica às
centrais de geração cuja TUST estabilizada tenha sido fixada nos termos da Resolução
Normativa nº 267, de 5 de junho de 2007.
§ 2º Excepcionalmente, para as centrais de geração que tiveram a TUST estabilizada fixada
nos termos da Resolução Normativa nº 267, de 5 de junho de 2007, e reduzida com a
aplicação do cálculo da transição de que trata o caput deste artigo até o ciclo tarifário
2021/2022, os valores resultantes devido à aplicação desta regra de transição deverão
ser creditados para essas centrais geradoras no ciclo tarifário 2022/2023 devidamente
atualizado pelo Índice de Atualização de Transmissão - IAT”(NR)
83. Esses dispositivos foram mantidos nos procedimentos transitórios descritos no item 10 do
Submódulo 9.4 do PRORET, transcritos a seguir:
(...)
84. A mudança de regime metodológico de que trata o parágrafo 83, deverá considerar
período de transição a fim de atenuar variações tarifárias abruptas entre a TUST-RB Nova
recalculada e a Vigente antes do recálculo, atualizada pelo IAT para a mesma referência de
preços da TUST-RB nova, nos seguintes termos:
86. Excepcionalmente, para as centrais de geração que tiveram a TUST estabilizada fixada
nos termos da Resolução Normativa nº 267, de 5 de junho de 2007, e reduzida com a
aplicação do cálculo da transição de que trata o caput do art. 8º da Resolução Normativa
nº 559/213 até o ciclo tarifário 2021/2022, os valores resultantes devido à aplicação desta
regra de transição deverão ser creditados para essas centrais geradoras no ciclo tarifário
2022/2023 devidamente atualizado pelo Índice de Atualização de Transmissão – IAT.”
84. Dessa forma, a partir do ciclo 2022-2023 o mecanismo de transição não será aplicado às
centrais abrangidas pela REN nº 267/2007. Ademais, faz-se necessário processar o disposto no § 86,
calculando o passivo financeiro a ser descontado das centrais de geração conformadas nesse dispositivo.
A Tabela abaixo apresenta as centrais e os respectivos passivos financeiros, a preços de junho de 2022, a
serem creditados nas apurações mensais do ciclo 202-2023 pelo ONS, conforme consta na aba Passivo 2
da Planilha Auxiliar de Cálculo da TUST 2022-2023.
CRÉDITO
Central Geradora CEG NÚCLEO
R$ (Ref. jun/22)
UTE PORTO PECEM I 029720-8 25.656.504,98
UTE SUAPE II 029719-4 5.839.333,65
UHE ESTREITO 028863-2 20.610.596,05
UHE SANTO ANTONIO(RO) 029707-0 -
UTE GERAMAR I 029705-4 6.994.337,42
85. Cumpre destacar que no caso da central de geração UHE SANTO ANTONIO, não houve
pagamentos realizados em função do mecanismo de transição durante o ciclo 2021/2022 (ciclo de
recálculo da TUST), tendo em vista estar sob amparo do Agravo de Instrumento n.º 1030158-
21.2021.4.01.0000.
87. O processo decorrente do citado requerimento foi dado como extinto por perda do objeto,
uma vez que a decisão no caso geral foi conferida pela REN nº 1.021/2022, como resultado na Consulta
Pública nº 67/2021.
88. Face ao exposto, no âmbito da análise dos recursos contra a REH nº 2.896/2021 que
homologou as TUST do ciclo 2021/2022, as tarifas das usinas UHE SANTO ANTONIO e UHE SANTO
ANTONIO(AMP) foram alteradas para 17,116 R$/kW e 12,219 R$/kW, respectivamente, ambas a preços
de junho de 2021, conforme REH nº 2.958/2021.
89. Dessa forma, a SGT encaminhou à Procuradoria Federal junto à ANEEL o Memorando nº
124/2022-SGT/ANEEL18, de 31 de maio de 2022, solicitando esclarecimentos acerca das providências
cabíveis para que a ANEEL possa aplicar o regramento associado, uma vez que o Agravo proferido surtiria
efeito enquanto não houvesse decisão definitiva da ANEEL, o que veio a ocorrer conforme relatado.
91. Nesse sentido, procede-se o cálculo do ajuste financeiro decorrente das TUST homologadas
pela REH nº 2.958/2022, perfazendo os valores de R$ 14.911.623,29 para a UHE SANTO ANTONIO e R$
3.049.906,82, para a UHE SANTO ANTONIO(AMP), a preços de junho de 2022, a serem inclusos como
débito nas apurações mensais do ciclo 2022/2023 pelo ONS, conforme consta na aba Passivo 3 da Planilha
Auxiliar de Cálculo da TUST 2022-2023.
92. A Receita Anual Permitida – RAP para o ciclo sob cálculo encontra-se detalhada no Processo
nº 48500.000395/2022-50. São consideradas as instalações de transmissão autorizadas pela ANEEL, bem
como as obras resultantes de processos licitatórios previstos para entrar em operação até 30 de junho de
2023.
18 Sic 48581.001560/2022-00
94. Ressalta-se que para o cálculo das tarifas foram consideradas informações constantes no
Sistema de Gestão da Transmissão – SIGET em 30 de junho de 2022.
95. A arrecadação dos recursos para pagamento às concessionárias de transmissão no ciclo sob
cálculo será realizada pelos usuários da Rede Básica: centrais de geração, concessionárias e
permissionárias de distribuição, autoprodutores, unidades consumidoras e importadores/exportadores
de energia elétrica que acessam o sistema de transmissão.
96. Para o cálculo da TUST-RB é necessário estabelecer o valor da receita de Rede Básica para
o ciclo sob cálculo. Este valor servirá de base para o cálculo da TUST do segmento consumo e como
parâmetro inicial para prospecção das RAP do segmento geração. As Tabelas 8 e 9 apresentam os valores
e cálculos efetuados para a obtenção da receita de Rede Básica.
Tabela 8: Parâmetros de arrecadação das Receitas Anuais Permitidas (RAP) associados aos contratos de
concessão de transmissão
Efeito %
Ciclo 2021-2022 Ciclo 2022-2023 Variação %
Rede Básica [C=(B-A)
[A] [B] [C=B/A-1]
/Total(A)]
I - Parcela da RAP referente às instalações de
16.041.434.620,34 20.807.113.305,87 29,7% 16,8%
transmissão Licitadas - RBL
II - Parcela da RAP referente às instalações de
transmissão existentes, integrantes da Rede Básica 8.181.703.205,98 9.794.570.954,09 19,7% 5,7%
(Resoluções nº 166 e nº 167, de 2000) - RBSE
III - Parcela da RAP correspondente às novas
instalações autorizadas, integrantes da Rede básica e
1.599.657.048,87 1.949.906.879,81 21,9% 1,2%
com receitas estabelecidas por resolução específica
após publicação da Resolução nº 167, de 2000 - RBNI
IV - Parcela da RAP correspondente às melhorias nas
111.122.280,75 153.478.765,87 38,1% 0,1%
instalações de transm. (REN nº 443, de 2011) - RMEL
V - Interligações Internacionais 362.738.707,65 395.877.756,24 9,1% 0,1%
X - PA PIS/COFINS - 0,0%
Efeito %
Ciclo 2021-2022 Ciclo 2022-2023 Variação %
Rede Básica [C=(B-A)
[A] [B] [C=B/A-1]
/Total(A)]
ii. Revisão Periódica da RAP – RPR de 2018 (retroativa): resultado final da Revisão Periódica
da RAP de 2018 das transmissoras prorrogadas nos termos da Lei nº 12.783, de 2013,
considerando o reperfilamento do componente financeiro da “RBSE/RPC”, que representa
cerca de 5,7% de aumento para a Rede Básica.
98. Com relação às instalações que entraram em operação comercial no decorrer do ciclo
anterior considerando a RAP pro rata tempore e que, para o ciclo sob cálculo, entrarão com a RAP integral,
não se vislumbra providências a serem tomadas, já que, de acordo com o contrato de concessão, o direito
à RAP deve ser respeitado. Ademais, as revisões das transmissoras prorrogadas cumpriram o determinado
nas decisões da ANEEL19, e nos regulamentos atinentes.
99. Contudo, para as obras previstas para o ciclo sob cálculo, entende-se que as datas de
entrada em operação de obras informadas pelos agentes para o ciclo tarifário podem ser aprimoradas no
sentido de serem mais assertivas e, assim, minimizar o excesso de arrecadação e consequente geração de
saldos positivos na PA Apuração. Cumpre destacar que, a sobra de receita ao longo dos ciclos é recorrente,
normalmente na faixa entre 500 e 700 milhões a cada ciclo. Dentre as causas desse superávit estão o
atraso de obras, a aplicação da Parcela Variável e as variações de mercado (entrada de novos usuários e
aumentos de MUST).
101. Com relação ao atraso de obras previstas, o efeito financeiro é um adiantamento de receita
a todas as transmissoras, mesmo para aquelas que não tenham obras, uma vez que a arrecadação se dá
19 REHs nº 2.846/2021. 2.847/2021, 2.848/2021, 2.849/2021, 2.851/2021, 2.852/2021 2.960/2021, 2.935/2021 e 3.011/2022.
de forma a liquidar mensalmente toda a apuração advinda da aplicação da TUST pelos MUST contratados
pelos usuários. Dessa forma, caso as obras não entrem, as transmissoras recebem a mais e devolvem na
forma de Parcela de Ajuste – PA no ciclo subsequente, atualizado pelo respectivo índice do contrato de
concessão. Entende-se que esse mecanismo precisa ser otimizado, a fim de manter os custos do sistema
equilibrados, sem onerar os usuários do sistema desnecessariamente. Neste contexto, de acordo com as
informações geradas pelo SIGET a partir das declarações dos agentes transmissores, prevê-se cerca de R$
2,8 bilhões em novas instalações de Rede Básica durante o ciclo sob cálculo.
102. Desse modo, verificou-se que no ciclo 2020-2021 (previsão SIGET de R$ 1,8520 bilhões), foi
efetuada a glosa de cerca de R$ 500 milhões, o que representava 27,1% das receitas estimadas pelo SIGET.
Esse valor foi obtido a partir das datas projetadas pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de
Eletricidade – SFE, em que se calculou a diferença de RAP pro-rata tempore em relação às datas declaradas
pelos agentes por meio do SIGET. Contudo, ao comparar a RAP realizada com a prevista, constatou-se que
a glosa que aproximaria a previsão da realização seria de 45,7%. Dessa forma, a glosa que minimizaria a
formação de PA positiva seria de R$ 844 milhões.
103. Contudo ao se avaliar o ciclo 2019-2020 (previsão SIGET de R$ 2,321 bilhões), depara-se
com uma situação especial, em que apenas duas obras das transmissoras XRTE (54%) e ARGO (21%)
representavam cerca de 75% da previsão do SIGET. Neste caso, entende-se que a aplicação de percentuais
de realização de forma generalizada incorreria em alto de risco de déficit, de modo que antes de se avaliar
qualquer critério, faz-se necessário analisar a participação de cada obra sobre a previsão total. Neste caso,
considerou-se a utilização das datas SFE, que apesar do superávit gerado em cerca de R$ 532 milhões, o
risco de déficit justifica a medida adotada.
104. No caso, das obras previstas no ciclo anterior, a proporção das obras era bem diluída e
variava entre 0 e 9%, de modo que possibilitaria a adoção de critério universal. Ademais, efetuou-se outra
análise, considerando os cronogramas de realização do desenvolvimento físico dos empreendimentos
informados pela SFE em junho de 2021 e concluídos dentro do ciclo anterior. Verificou-se que, os
percentuais de desenvolvimento físico que concluíram as obras dentro do ciclo apresentavam estágio
médio de 82%.
105. Para o ciclo sob cálculo, primeiramente avaliou-se a participação das obras previstas, que
resultou entre 0 e 12%. Aplicando-se o critério de utilização dos cronogramas com desenvolvimento físico
em estágio maior ou igual a 82%, a glosa para o ciclo sob cálculo deve ser de R$ 97 milhões. Caso, seja
considerada a aplicação do percentual de realização que minimiza o efeito do ciclo anterior (10,8%), a
glosa deve ser de R$ 168 milhões. Ambos os procedimentos levam a resultados prospectivos distintos, de
modo que se propõe a manutenção do critério anterior, qual seja, a aplicação do percentual de realização
que minimiza o efeito do ciclo anterior.
106. Portanto, visando otimizar os recursos a serem aplicados às TUST-RB, propõe-se a aplicação
do percentual de glosa de 10,8% sobre a previsão estimada pelo SIGET, e que no ciclo subsequente essa
20 Referência: junho/2020
21 Referência: junho/2019
mesma análise seja realizada, de modo a induzir a racionalização dos agentes de transmissão nas
declarações de previsões de obras no SIGET e mitigar o risco de geração de superávits vultuosos.
107. Além da RAP das transmissoras previstas para o ciclo, a receita a ser arrecadada por meio
de TUST considera também a parcela do orçamento do ONS arrecadada por meio de encargos de uso e
eventuais passivos financeiros ocorridos por determinações da diretoria da ANEEL ao longo do ciclo.
108. O valor a ser considerado para arrecadação do Orçamento do ONS deve ser a metade do
total aprovado para os anos de 2022 e 2023 conforme Resolução Autorizativa ANEEL – REA nº 10.991, de
30 de dezembro de 2021, atualizados a preços de junho de 2022 pelo IPCA.
109. A Tabela 9 detalha os recursos adicionais provisionados para o ciclo sob cálculo.
Tabela 9: Despesas e Recursos adicionais não classificados como Receitas Anuais Permitidas
Efeito %
Ciclo 2021-2022 Ciclo 2022-2023 Variação %
Parâmetros [C=(B-A)
[A] [B] [C=B/A-1]
/Total(A)]
XV - Previsão de receita anual permitida a ser utilizada
no estabelecimento das tarifas nodais de uso do 27.660.751.560,97 34.036.637.270,95 23,1% 22,5%
sistema de transmissão - TUST-RB
XVI - Orçamento do ONS atualizado: 672.557.720,73 803.440.407,30 19,5% 0,5%
110. O valor previsto para arrecadação do ciclo sob cálculo será utilizado como parâmetro inicial
de cálculo da RAP prospectiva para os geradores, desconsiderando efeitos financeiros imprevisíveis, tais
como algumas componentes da Parcela de Ajuste.
111. Este valor deve ser dividido, entre os segmentos carga e geração, considerando como
critério de partida o rateio em 50% para cada segmento. Contudo, o rateio é alterado pelo:
i. repasse para o segmento consumo das diferenças oriundas das tarifas estabilizadas (REN nº
267/2007, 349/2009 e 559/2013) e controladas (item 5 do Submódulo 9.4 do Proret), em
atendimento ao disposto no parágrafo 45 Submódulo 9.4 do Proret;
ii. repasse para o segmento consumo a correção de déficits de arrecadação de centrais geradoras
que motorizam ao longo do ciclo (MUST Parcial);
iii. repasse para o segmento consumo da correção de déficits de arrecadação de centrais
geradoras que entram ao longo do ciclo (EUST Parcial);
iv. recuperação de parte da receita pelo encargo arrecadado pelas distribuidoras associado aos
componentes tarifários TUSDg-T e TUSDg-ONS, nos termos do Submódulo 7.4 do Proret; e
v. efeito da transição de centrais de geração dispostos no parágrafo 83 do Submódulo 9.4 do
Proret.
112. A Tabela 10 mostra o rateio dos encargos de uso do sistema de transmissão, considerando
os citados mecanismos de ajuste.
Composição
PARÂMETROS Ciclo 2022-2023
%
XXIII - Previsão de Encargos Geração e Consumo TUST-RB: (XII + XXII) 34.744.779.066,18 99,62%
Composição
PARÂMETROS Ciclo 2022-2023
%
113. A Figura 1 apresenta o rateio da RAP a ser arrecadada por meio de TUST-RB entre os ciclos
2013-2014 e 2022-2023. Entre os ciclos 2013-2014 e 2016-2017, as variações decorreram dos fatores
ordinários do processo tarifário de transmissão como: reajuste/revisão da RAP das transmissoras,
variações de mercado e estabilização do segmento geração.
114. Para o ciclo 2017-2018, os efeitos da Portaria MME nº 120/2016 foram alocados
majoritariamente ao segmento consumo, de modo que a repartição da receita entre os dois segmentos
retornou ao equilíbrio.
115. Para o ciclo 2018-2019, a maior parte da redução de RAP ocasionada pela revisão provisória
das instalações classificadas como “RBSE” foi alocada ao segmento consumo, pois a maioria do segmento
geração (80%) tem tarifa estabilizada, nos termos da REN nº 559/2013, reduzindo sua participação para
45,66% no rateio da TUST-RB, e se mantendo nesse patamar no ciclo 2019-2020.
116. Para o Ciclo 2020-2021, a participação entre os segmentos consumo e geração no rateio da
RAP se inverteu em decorrência do aumento da RAP e do segmento geração estar com seu custo
estabilizado. Com as medidas de desoneração tarifária promovidas pela ANEEL, dentre elas, o
reperfilamento do componente financeiro da “RBSE”, a RAP-RB praticamente se manteve no patamar,
conforme pode ser visto na Figura 1:
Rateio da RAP
120,00% R$40,00
Bilhões
Geração Carga
R$34,88
R$35,00
100,00%
R$30,00
30,34% 32,74% 29,03%
80,00% 42,76%
50,09% 45,66% 46,16% 47,42% 50,92% R$25,00
53,15%
60,00% R$20,00
R$15,00
40,00%
69,66% 67,26% 70,97%
R$10,00
49,91% 54,34% 53,84% 52,58% 49,08%
57,24% 46,85%
20,00%
R$5,00
0,00% R$0,00
2013-2014 2014-2015 2015-2016 2016-2017 2017-2018 2018-2019 2019-2020 2020-2021 2021-2022 2022-2023
Figura 1 – Rateio da RAP arrecadada via TUST-RB entre segmento consumo e geração.
117. A Figura 2 apresenta a evolução da contratação de MUST de carga e geração ao longo dos
ciclos. Percebe-se que a contratação de geração aumentou consideravelmente desde o ciclo 2013-2014
(cerca de 61 GW), o que não ocorreu com o segmento consumo, cuja contratação apresentou aumentos
menos expressivos nesse período (cerca de 22 GW na ponta e 25 GW na fora ponta).
180
GW
156
160
142
140 135
128 130
122
120 114 115
105 105 106 108 107
101 103 101
95 97 98 99 96 97 98
100 89 93 91 92 92
85 88
80
60
40
20
0
2013-2014 2014-2015 2015-2016 2016-2017 2017-2018 2018-2019 2019-2020 2020-2021 2021-2022 2022-2023
118. A Figura 3 apresenta a evolução da TUST-RB média dos segmentos consumo e geração.
Nota-se, que as tarifas de geração apresentam pouca volatilidade, em função das regras de estabilização
que vigoravam até então. Em contrapartida, as tarifas de carga flutuam para absorver os reflexos desta
estabilização, já que a Rede Básica tem apenas dois pagantes, a carga e a geração. Para este ciclo, a TUST-
RB média do segmento consumo aumentou 11,67% e do segmento geração reduziu 6,13%.
119. No caso do segmento geração, essa redução se deve ao aumento do número de entrantes
9,7%) agregando novos pagadores à base de arrecadação. De toda forma, esse movimento será percebido
pelos novos entrantes e pelos geradores em recálculo e em regime integral de cotas de garantia física,
tendo em vista que os demais geradores possuem tarifas estabilizadas. Para o segmento consumo,
também houve aumento de pagantes (6,1%), embora não na mesma proporção do segmento geração,
além do fato de assumir o risco pelo controle tarifário do segmento geração, conforme preconizado no
parágrafo 45 do Submódulo 9.4 do Proret, o que explica o aumento verificado. Todavia, destaca-se que o
aumento da carga equivale à inflação do período (11,59% medida pelo IAT) apesar da receita da Rede
Básica ter avançado em 23,1%.
Consumo Geração
18,00
15,32
16,00
13,37
14,00
12,13 11,97
12,00 10,63
10,07
9,42 9,47 9,30 9,60 9,13
10,00 9,05 9,00
8,18 10,23
6,87 9,72
8,00
2,00
0,00
121. Importante destacar o piso tarifário para carga e geração, trazido pelo parágrafo 22 do
Submódulo 9.4 do Proret, obtido a partir de 50% da Tarifa Equivalente Uniforme (TEU) de cada segmento.
22 Sic 48581.000952/2021-00
A TEU representa o rateio dos custos da Rede Básica igualmente entre todos os usuários de cada
segmento, caso não houvesse a sinalização locacional. Dessa forma, os usuários bem localizados na rede
elétrica pagam metade da tarifa uniforme. No caso da geração, a TEUg é de 9,298 R$/kW, o que produz o
piso de 4,649 R$/kW, conforme pode ser visto no mapa de calor acima. E no caso da carga, a TEUc é de
6,563 em ambos os horários de ponta e fora de ponta, o que perfaz o piso de 3,281 R$/kW.
123. Quando a contratação de MUST for igual a zero em pontos de conexão de fronteira pelas
distribuidoras, deverá ser cobrado diretamente encargo de uso, conforme disposto no § 6º do art. 5º da
REN nº 67, de 2004, considerando os valores aprovados de RAP e Parcela de Ajuste constantes do Processo
de reajuste da RAP.
124. As parcelas de ajuste de fronteira referentes à “PA - Apuração" e "PA - Outros Ajustes" são
consideradas juntamente com a RAP para o cálculo da TUST-FR.
125. A Tabela 11 apresenta os valores para cálculo da TUST-FR, informando os valores totais
referentes aos transformadores de fronteira e as DIT de uso compartilhado.
XXII - PA Autorizações instaladas sem RAP prévia 159.783,95 1.552.055,63 871,3% 0,0%
126. Da Tabela acima, pode-se notar a decomposição dos efeitos de cada parcela formadora da
RAP a ser arrecada por TUST-FR, em que o efeito final é de 24,1%. Esse resultado decorre do efeito da
entrada de instalações (RBL/RBNI/RCDM/RMEL/RPEC) e do resultado final das revisões das transmissoras
prorrogadas conjugado com os efeitos financeiros, em especial pelo efeito do reperfilamento do
componente financeiro da RBSE/RPC.
0,8
1,7
40,0
3,7
35,0
0,7
1,8
30,0 2,4
25,0
20,0
36,4
15,0 29,5
10,0
5,0
0,0
Ciclo 2021-2022 Ciclo 2022-2023
128. Nota-se que o efeito da entrada de novas concessões e do reajuste dos contratos das
transmissoras, agregados na parcela econômica, são os fatores preponderantes para o resultado de 23,5%
de impacto, como exposto na Figura 6. Por sua vez, o efeito financeiro é composto pelas parcelas de Ajuste
(PA) e pelo componente financeiro da Portaria MME nº 120/2016.
Efeito Tarifário %
23,5%
19,9%
3,6%
0,4%
-0,4%
Econômico Financeiro Previsão de Obras ONS Total
129. Ressalta-se que a partir dos valores provenientes do cálculo das tarifas de transmissão, o
efeito médio estimado para os consumidores finais na Distribuição é de 3,04%.
130. As RAPs prospectivas são calculadas a partir da RAP homologada no ciclo tarifário vigente.
Para estimar o incremento de receita associada à expansão prevista para a Rede Básica no horizonte de
cálculo, parte-se da RAP inicial para o ciclo tarifário sem componentes financeiros imprevisíveis, como a
Parcela de Ajuste – PA e Outros Ajustes, cujas premissas estão dispostas no item 8 do Submódulo 9.4 do
PRORET.
131. A Tabela 12 apresenta a RAP do ciclo sob cálculo sem componentes financeiros
imprevisíveis, para prospecção das receitas.
* RAP econômica não considera os efeitos financeiros de passivos imprevisíveis como Parcelas de Ajuste e Outros
Ajustes.
132. A Tabela 13 apresenta a receita utilizada no cálculo da RAP prospectiva. Cabe destacar que
as componentes econômica e financeira provenientes da aplicação da Portaria MME nº 120, de 2016,
regulamentada pela REN nº 762, de 2017, atualmente revogada pela REN nº 918, de 2021, já estão
inclusas na RAP do ciclo sob cálculo, sendo que a componente financeira sofre a agregação de uma parcela
no ciclo 2023-2024 e a retirada integral na prospecção do ciclo 2028-2029, em razão do reperfilamento
aprovado pela ANEEL.
Tabela 13: RAP prospectiva nos termos do item 8 do Submódulo 9.4 do Proret.
Investimentos
com base no Previsão Previsão Redução de
Atualização REIDI Previsão Portaria
PET/PELP - SIGET (RAP SIGET (RAP RAP devido RAP
Ciclo Monetária Médio PET-PELP nº
2º/2021 no PRO-RATA) INTEGRAL) ao perfil prospectiva
(IAT) (R$ x 1000) [2] 120/2016
Horizonte do [3] [4] degrau
PDE 2031
Referência jun-21 jun-22 jun-22 jun-22 jun-22 jun-22 jun-22 jun-22 jun-22
(R$ x 1000) 11,59% 91,67% (R$x1000) (R$x1000) (R$x1000) 20,73% (R$x1000) (R$x1000)
3 - Empreendimentos outorgados associados às parcelas RBL, RBNI e REQNI, com receita pro rata a partir da entrada em operação comercial prevista;
4 - Empreendimentos outorgados associados às parcelas RBL, RBNI e REQNI, com receita integral a ser considerada no ciclo subsequente à entrada em
operação comercial prevista;
5 -Método de conversão de investimentos do PET/PELP em receita conforme Submódulo 9.7 do PRORET.
RAP/Investimento 12,58%
133. O item 7 do Submódulo 9.4 do Proret estabelece os requisitos para montagem da base de
dados de cálculo da TUST, que deverá ser precedida de Tomada de Subsídios para escrutínio público, no
intuito de promover a assertividade do resultado.
134. A SGT avaliou e entende que a base de dados está em condições de ser aprovada e
homologada pela ANEEL.
135. Para o ciclo sob cálculo, foi instaurada a TS nº 07/2022, que teve o objetivo de receber
contribuições para o aprimoramento da base de dados a ser utilizada no cálculo das TUST e TUSDg.
137. Serão disponibilizadas no site da TS nº 07/2022 as bases de dados planejadas para os ciclos
futuros pelo ONS e EPE para que os agentes possam fazer suas projeções.
138. Os critérios para tratamento dessas instalações estão dispostos no item 7.5 do Submódulo
9.4 do PRORET.
139. Os critérios para tratamento dos custos de reposição estão dispostos no item 7.4 do
Submódulo 9.4 do PRORET.
140. Os critérios para representação da carga estão dispostos no item 7.1 do Submódulo 9.4 do
PRORET.
142. O ponto de conexão Quinta 138 kV apresenta TUST-FR nula, tendo em vista que possui
parcela de ajuste negativa que anula a receita desse ponto.
143. O ponto de conexão Sinop 13,8 kV possui MUST nulo em sua contratação, além de estar
prevista sua retirada na contratação de outubro de 2020. Assim, também será considerada TUST-FR nula.
144. Os seguintes pontos de conexão de Rede Básica de fronteira deverão ser cobrados
diretamente por meio de encargos, conforme Art. 5º, §6º, da REN nº 67, de 2004: Jauru 138 kV e Parecis
138 kV. Desta forma, caberá ao ONS calcular diretamente os valores associados aos duodécimos mensais,
a partir do valor aprovado de RAP constante do Processo nº 48500.000395/2022-50, que contempla o
reajuste de receitas das transmissoras.
145. O ponto de conexão apontado na base de dados como Jirau 69 kV da Ceron, refere-se ao
seccionamento da linha de transmissão Abunã – Porto Velho 230 kV, em que está conectada a carga da
UHE Jirau, de forma que não há TUST-FR para este ponto.
146. Os critérios para representação da geração estão dispostos no item 7.2 do Submódulo 9.4
do PRORET.
147. Apenas as centrais de geração que possuem CUST com previsão de início de execução no
ciclo sob cálculo serão representadas na base de dados do ciclo para o rateio da RAP. Caso alguma usina
celebre o contrato ou antecipe sua entrada e inicie os pagamentos durante o ciclo sob cálculo, esses
valores serão considerados como quantias adicionais a serem compensadas na Parcela de Ajuste do ciclo
seguinte.
148. As centrais de geração com CUST Temporário não são modeladas na base de dados.
Atualmente as centrais de geração que possuem CUST temporário vigentes são as usinas informadas no
item III.5.
149. Com base no disposto no parágrafo 55 do Submódulo 9.4 do Proret, a SGT pode adotar
critérios mais restritivos na modelagem de geradores visando assegurar a arrecadação dos recursos
suficientes. Contudo, manteve-se apenas a condição do maior MUST contratado em execução no período,
uma vez que não se verificou risco associado à efetiva entrada dos empreendimentos.
150. Para as centrais de geração cujo CUST contenha escalonamento dos montantes de uso ao
longo do ciclo tarifário em decorrência da etapa de motorização da usina, adota-se o MUST equivalente,
para fins de rateio da arrecadação e cálculo das tarifas de carga, definido no item 7.3.1 do Submódulo 9.4
do Proret. Para o ciclo sob cálculo, não há usinas nessa condição.
153. As centrais de geração que estão passando pelo segundo ciclo de transição em 2022-2023,
estão listadas na Tabela 16. Essas usinas tiveram recálculo no ciclo anterior quando vigorava a REN nº
559/2013, ou seja, estão sujeitas à regra da TUST estabilizada. Como a versão 6.0 do Nodal está adaptada
para o novo regulamento (Submódulo 9.4), cujas transições se dão para a nova métrica da envoltória e
não da TUST estabilizada, não é possível realizar o cálculo da transição diretamente por meio do
programa. Desse modo, o cálculo foi realizado por meio da Planilha Auxiliar de Cálculo da TUST do ciclo
2022-2023 (aba TUSTg), cuja memória está anexa a esta Nota Técnica, e inserido no arquivo de usinas
estabilizadas (TUA) para cálculo da atualização pelo IAT no Nodal.
154. As centrais de geração, com remuneração integralmente oriunda de cotas de garantia física
destinadas ao atendimento do Ambiente de Contratação Regulada – ACR, terão suas TUST obtidas para
cada ciclo tarifário mediante cálculo anual, desconsiderando os mecanismos de controle tarifário,
conforme disposto no parágrafo 35 do Submódulo 9.4 do Proret. As centrais de geração compreendidas
nesta condição estão listadas na Tabela abaixo:
Tabela 17. Centrais de geração com remuneração integral no regime de cotas de garantia física
destinadas ao ACR.
CEG
Nome completo
NÚCLEO
UHE TRES IRMAOS 002873-8
UHE HENRY BORDEN - RB 001084-7
UHE ITAIPU 001161-4
UHE PASSO REAL 002003-6
UTN ANGRA I 000100-7
UTN ANGRA II 000101-5
155. As centrais de geração que se sagraram vencedoras de leilões de energia nova com TUSDg
estabelecidas e optaram posteriormente por acessar à Rede Básica deverão manter os valores de tarifas
estabelecidos por 10 ciclos tarifários, observando sua aplicação como TUST, conforme disposto no
parágrafo 82 do Submódulo 9.4 do Proret. Ao término desse período passam para o regime geral da
envoltória tarifária.
Tabela 18. Centrais de geração com TUSDg estabelecidas em leilões de energia nova e que migraram
para a Rede Básica.
Fim de validade
Nome completo CEG NÚCLEO
da Tarifa
PCH BANDEIRANTE - RB 032163-0 jun/29
PCH AREADO - RB 033893-1 jun/29
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 23 040625-2 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 05 032644-5 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 06 033523-1 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 13 033532-0 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 14 033533-9 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 20 037102-5 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 21 037103-3 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 22 037104-1 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA MARTINA 01 038310-4 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA MARTINA 09 038318-0 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA MARTINA 10 038319-8 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA MARTINA 11 038320-1 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA MARTINA 12 038321-0 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA MARTINA 13 038322-8 jun/33
Fim de validade
Nome completo CEG NÚCLEO
da Tarifa
EOL VENTOS DE SANTA MARTINA 14 038323-6 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 15 032642-9 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 16 033547-9 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 17 033548-7 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 18 033549-5 jun/33
EOL VENTOS DE SAO JANUARIO 19 037101-7 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA LEIA 1 032593-7 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA LEIA 2 033681-5 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA LEIA 3 034937-2 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA LEIA 4 033690-4 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA LEIA 5 033691-2 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA LEIA 12 045010-3 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA LEIA 13 045011-1 jun/33
EOL VENTOS DE SANTA LEIA 14 045012-0 jun/33
156. Foi utilizada a versão 6.0 do Programa Nodal de forma a permitir o cálculo da TUST
conforme o Submódulo 9.4 do Proret. Maiores detalhamentos sobre sua utilização podem ser
encontrados no Manual do Programa Nodal. Essa versão também agregou maior capacidade de variáveis
computacionais admitidas.
157. Para o cálculo da TUST, deve-se utilizar o modelo “π” do Programa Nodal e os arquivos da
Base de Dados para cálculo das tarifas. Após acessar o modelo “π”, carrega-se o arquivo de extensão .DC.
Em seguida, preenche-se os dados a seguir descritos:
158. Cumpre apresentar os novos relatórios do Programa Nodal, que mostram os resultados do
cálculo. Os relatórios nodais de cunho geral são NDR, NDN e NOS. O primeiro resulta da aplicação do
cenário regional (balanço carga-geração por submercado), considerando o limite mínimo de zero para as
tarifas. O segundo advém da aplicação do cenário nacional (balanço carga-geração do SIN), também
considerando o limite mínimo de zero para as tarifas. E o terceiro decorre da combinação dos dois
cenários, considerando o limite mínimo de 50% da Tarifa Equivalente Uniforme (TEU) de cada segmento.
No caso do ciclo sob cálculo, a regra estabelecida pelo Submódulo 9.4 do Proret determina apenas a
adoção do despacho regional (PDr=100%), de modo que o resultado do despacho nacional (NDN) está
sendo desprezado da conta. Todavia, servirá de base para simulações dos usuários no âmbito da Consulta
Pública nº 39/2021 conforme solicitado pelos agentes, o qual prevê a possível conjunção de cenários.
159. Ademais, deve-se destacar que a alteração promovida pela versão 2.0 do Submódulo 7.4
do Proret relacionado à TUSDg, de considerar o limitador tarifário internalizado no cálculo Nodal, os
repasses de encargos de TUSDg-T e TUSDg-ONS, emitidos no relatório An4, serão reduzidos em relação
ao cálculo do ciclo anterior. Outro ponto de mudança, é em relação ao cálculo da componente TUSDg-
ONS, a partir dessa versão 6.0, para as usinas que não terão o recálculo da tarifa de referência será
considerada a tarifa atualizada constante no arquivo .TDA.
160. Os principais relatórios de geração são: An1, An2, TUP, NBC, TUH e EUH. Os An1 e An2 são
os anexos a serem considerados na publicação, em que o An1 mostra as TUST-RB controladas por ponto
de conexão e o An2 as TUST-RB estabilizadas ou em transição das centrais oriundas de normas anteriores.
No ciclo seguinte, o An1 deve ser renomeado como TCG (Tarifa Controlada de Geração), para que a
métrica da envoltória identifique as tarifas controladas do ciclo anterior. O NBC mostra o resultado da
aplicação da envoltória tarifária, considerando os limites aplicados. Nesse primeiro ciclo, não haverá
incidência dos limites superior e inferior, uma vez que a partida resulta da igualdade entre a Tarifa da
Barra e a Controlada (TB=TC). O TUP (Tarifas de Usinas para o Próximo ciclo) é o relatório das usinas com
TUST estabilizadas a serem utilizadas no próximo ciclo para fins de atualização monetária pelo IAT, o qual
deverá ser renomeado para a extensão TUA (Tarifas de Usinas do ciclo Anterior). O relatório de extensão
TUH (Tarifa de Usinas Homologadas) apresenta os valores das tarifas a serem aplicadas a cada central de
geração modelada no ciclo tarifário, considerando sua classificação regulatória. E o EUH mostra o
resultado dos encargos previstos para cada central, bem como os respectivos repasses para a carga, com
objetivo de fechamento da arrecadação.
161. Os principais relatórios para a carga são: An3, An4 e NTC. O An3 mostra as TUST-RB e TUST-
FR aplicáveis em cada ponto de conexão. O An4 apresenta o resultado por distribuidora referente aos
encargos oriundos da TUSDg-T e TUSDg-ONS. E o NTC o resultado por distribuidora ou permissionária.
162. Cumpre destacar que podem existir eventuais divergências na terceira casa decimal entre
o resultado do Nodal e as verificações realizadas na Planilha Auxiliar de Cálculo da TUST, em função de
diferenças de arredondamento entre o Excel e o Nodal, embora prevaleça o resultado do Nodal para fins
de publicação das TUST, uma vez que é a ferramenta oficial de rateio da RAP.
IV - DO FUNDAMENTO LEGAL
V - DA CONCLUSÃO
VI - DA RECOMENDAÇÃO
De acordo:
(Assinado digitalmente)
DAVI ANTUNES LIMA
Superintendente de Gestão Tarifária
Documento assinado digitalmente por Davi Antunes Lima, Superintendente de Gestão Tarifária, em 08/07/2022 às 11:52; Denis Perez Jannuzzi, Coordenador(a) Das
Atividades de Gestão da Geração e Transmissão, em 08/07/2022 às 11:51; Eduardo Serrato Mendonca Ribeiro, Assessor (a), em 08/07/2022 às 11:47
48581.001849/2022-00-1 (ANEXO: 001)
Encargo (R$/ano)
Distribuidora
Rede Básica ONS
CEA 0,00 132.655,01
CEEE-D 0,00 284.895,24
CELESC-DIS 0,00 2.363.681,00
CEMIG-D 12.479.335,57 12.979.499,60
COPEL-DIS 0,00 3.087.938,11
COSERN 3.434.997,96 927.214,60
CPFL PAULISTA 0,00 6.502.222,59
CPFL PIRATININGA 0,00 266.261,35
CPFL SANTA CRUZ 0,00 1.123.369,75
EDP ES 0,00 2.096.223,60
EDP SP 0,00 348.506,40
ENEL RIO 0,00 761.474,39
ENEL-GO 0,00 3.395.845,98
ENEL-SP 0,00 872.362,19
ENERGISA M.G. DO SUL - EMS 0,00 1.207.797,29
ENERGISA MATO GROSSO - EMT 43.295.204,22 2.872.641,23
ENERGISA MINAS GERAIS - EMG 0,00 582.734,96
ENERGISA RONDONIA 9.966.329,11 253.798,36
ENERGISA SUL SUDESTE - ESS 0,00 1.049.463,98
ENERGISA TOCANTINS - ETO 0,00 230.314,74
EQUATORIAL PARA 0,00 294.089,14
EQUATORIAL PIAUI 378.752,38 629.500,12
LIGHT 0,00 7.938.975,53
NEOENEGIA BRASILIA 0,00 476.596,08
NEOENERGIA COELBA 0,00 500.724,67
NEOENERGIA ELEKTRO 0,00 11.152.054,36
NEOENERGIA PE 0,00 963.979,61
RGE SUL 0,00 1.161.923,25
48581.001849/2022-00-1 (ANEXO: 001)
TUST imp/exp
AGENTES DE IMPORTAÇÃO E DE EXPORTAÇÃO
(R$/MWh)
*Equiparadas à transmissoras por meio das Portarias do Ministério de Minas e Energia n. 211/2011, e
245/2020
Tipo de
Item Agente Assunto Descrição Anexo Avaliação
Tarifa
Pedido para atualizar MUSD dos geradores: "...
Entretanto, de acordo com planilha (Analise---
TUSDg-2022-2023_para_TS), os valores de MUSDs,
referentes às UFVs São Pedro e Paulo I, V, VI e VIII,
Arquivos
Atualização da foram alterados conforme seus respectivos
9 CELPE Excel e acatada TUSDg
Base de Dados contratos e aditivos contratuais vigentes.
.PDF
Desta forma, anexamos o contrato de CUSD/CCD da
UFV São Pedro e Paulo I e os aditivos contratuais
das UFVs São Pedro e Paulo V, VI e VIII, além da
planilha contendo os dados referentes a TUSDg."
Pedido para atualizar os MUST no arquivo .GER:
...A Omega contribui com a correção do MUST das
suas usinas Assuruá 4 e 5 (com entrada em
operação comercial no ciclo tarifário 2022-2023)
Atualização da
10 Ômega para os ciclos ONS com os seguintes valores:... acatada TUST
Base de Dados
.... A Omega contribui com a correção do MUST das
suas usinas Assuruá 4 e 5 (com entrada em
operação comercial no ciclo tarifário 2022-2023)
para os ciclos EPE com os seguintes valores:...
Pedido para atualizar os pontos de conexão das
Atualização da
11 ELETROSUL usinas: EOL CERRO CHATO I, II e III, EOL Galpões, acatada TUST
Base de Dados
EOL Capão do Inglês e Coxilha Seca.
Para as Linhas 138 kV acima relacionadas, indicadas
ELETRO- Atualização da no arquivo “Horizonte-ONS.zip/2022-2023.UNI”,
12 acatada TUSDg
NORTE Base de Dados solicitamos alteração da informação do
Concessionário para a ELETRONORTE.
A Chesf informa que não identificou necessidade de
correção na base de dados para o cálculo das
Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão – TUST –
e Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição para
Atualização da
13 CHESF Centrais Geradoras – TUSDg – do ciclo tarifário acatada TUST
Base de Dados
2022-2023, não havendo divergências com relação
às informações anteriormente enviadas através da
CE-SRR-014/2022, de 10 de fevereiro de 2022 (NUP:
48513.003544/2022-00).
Crédito* Débito
Agente CEG Núcleo
(ref.: jun/22) (ref.: jun/22)
EOL CAMPO DOS VENTOS II 030500-6 2.426.491,71
UTE PORTO PECEM I 029720-8 25.656.504,98
UTE SUAPE II 029719-4 5.839.333,65
UHE ESTREITO 028863-2 20.610.596,05
UTE GERAMAR I 029705-4 6.994.337,42
UHE SANTO ANTONIO 029707-0 14.911.623,29
UHE SANTO ANTONIO(AMP) 029707-0 3.049.906,82
*§86 do Submódulo 9.4 do Proret.