Você está na página 1de 44

48552.

000934/2023-00

NOTA TÉCNICA Nº 21/2023–STD-SCE-STR/ANEEL


Em 9 de junho de 2023

Processo: 48500.001719/2023-58.

Assunto: Análise das contribuições à Consulta


Pública nº 15/2023 e proposta de tratamento
excepcional na gestão de outorgas de geração e
dos Contratos de Uso do Sistema de
Transmissão – CUST celebrados por centrais
geradoras.

I - DO OBJETIVO

1. Avaliar as contribuições à Consulta Pública nº 15/2023 e propor tratamento


excepcional a ser aplicado na gestão das Outorgas e dos Contratos de Uso do Sistema de
Transmissão – CUST celebrados por centrais geradoras.

II - DOS FATOS

2. Em 1º de março de 2021, foi promulgada a Lei nº 14.120, que alterou o art. 26 da


Lei nº 9.427, de 1996, a respeito dos requisitos para enquadramento no desconto nas tarifas de
uso dos sistemas de transmissão e de distribuição (TUST e TUSD) para novas outorgas ou
ampliações de capacidade instalada de outorgas existentes. A referida Lei foi promulgada em
conversão da Medida Provisória N° 998, de 1º de setembro de 2020.

3. Em 14 de dezembro de 2021, foi publicado o Decreto nº 10.893, que tratou dos


incisos I e II do §1º-C do art. 26 da Lei nº 9.427, de 1996, dispensando a exigência pela ANEEL de
informação de acesso apenas às solicitações de outorgas protocoladas na Agência até 2 de março
de 2022 e previu a possibilidade de realização de procedimento competitivo para contratação de
margem de escoamento para acesso ao Sistema Interligado Nacional – SIN.

4. Em 9 de agosto de 2022, foi publicada a Resolução Normativa nº 1.038, que


estabeleceu procedimentos e diretrizes para o processo de solicitação de outorgas de geração sem
exigência de documento de acesso, nos termos do Decreto nº 10.893/2021.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da
Agência.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 2 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

5. Em 2 de fevereiro de 2023, por meio da correspondência CT - 0014/20231, a


ABEEólica apresentou à ANEEL uma proposta de programa de rescisão amigável de CUST.

6. Em 20 de abril de 2023, foi realizada reunião com a Associação Brasileira de Grandes


Consumidores de Energia – Abrace2 para tratar a respeito de preocupações dos grandes
consumidores a respeito do assunto de rescisão de CUST para centrais geradoras dado o cenário
atual.

7. Em 20 de abril de 2023, por meio da Nota Técnica nº 28/2023-SRT-SCG/ANEEL3, a


então Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão – SRT e a então
Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração – SCG recomendaram a abertura de
Consulta Pública para obter subsídios a respeito de proposta de tratamento excepcional na gestão
de outorgas de geração e dos CUST celebrados por centrais geradoras.

8. Em 19 de abril de 2023, por meio da Resolução Normativa nº 1.061, foi alterado o


Regimento Interno da ANEEL, extinguindo a SRT, a SGT e a SCG, e criando a Superintendência de
Regulação dos Serviços de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica – STD, a
Superintendência de Gestão Tarifária e Regulação Econômica – STR e a Superintendência de
Concessões, Permissões e Autorizações dos Serviços de Energia Elétrica – SCE.

9. Em 24 de abril de 2023, o processo administrativo foi distribuído ao Diretor Relator


Hélvio Neves Guerra.

10. Em 9 de maio de 2023, na 15ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria da ANEEL, a


proposta de tratamento excepcional em análise foi deliberada pela diretoria da ANEEL, que decidiu
pela abertura da Consulta Pública com duração de 11 dias para obtenção de subsídios da sociedade
a respeito da proposta apresentada. Além disso, a Diretoria também determinou à STD a realização
de estudo a respeito das propostas apresentadas pelo diretor Fernando Mosna durante a
deliberação do processo em análise.

11. Por meio da Consulta Pública nº 15/2023, a ANEEL obteve contribuições da


sociedade entre os dias 11 de maio e 22 de maio de 2023.

12. Foram realizadas várias reuniões com interessados no tema, conforme registros
constantes do processo.

1 Sic nº 48513.002632/2023-00
2 Sic nº 48552.000304/2023-00
3
Sic nº 48552.000302/2023-00

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 3 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

III - DA ANÁLISE

13. Trata-se da análise das contribuições à Consulta Pública nº 15/2023 estabelecida


com vista a obter subsídios referentes à proposta de tratamento excepcional na gestão de
outorgas de geração e dos Contratos de Uso do Sistema de Transmissão – CUST celebrados por
centrais geradoras.

14. A proposta submetida à Consulta Pública nº 15/2023 consiste na criação de


mecanismo regulatório excepcional, com adesão voluntária, que consiste na revogação de outorga
de geração com devolução das respectivas garantias de fiel cumprimento, quando aplicáveis;
isenção de eventuais multas decorrentes de processos de fiscalização em andamento; e na
autorização ao ONS para rescindir os CUST celebrados com centrais geradoras, sem aplicação de
multas rescisórias desde que: (i) o agente de geração apresente anuência das concessionárias de
transmissão para rescisão dos CCT celebrados, quando aplicável; (ii) o agente de geração não
possua débitos de EUST devidos às transmissoras; (iii) que o agente de geração apresente renúncia
de qualquer discussão judicial relacionada aos CUST celebrados; e (iv) que o agente de geração
esteja adimplente com os encargos setoriais e que não possua contratos de energia
comercializados no ambiente de contratação regulada vigentes.

15. A sistemática de execução desta proposta está apresentada na Figura 1.

Figura 1 – Fluxograma simplificado da sistemática proposta

16. Na Nota Técnica nº 28/2023-SRT-SCG/ANEEL, que foi objeto da consulta pública,


constava a Tabela 1, com os MUST referentes aos CUST celebrados por centrais geradoras que
ainda não estão em operação comercial, a qual está apresentada novamente a seguir.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 4 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Tabela 1 – Situação dos MUST celebrados por centrais geradoras que ainda não estão em operação
comercial à época da elaboração da Nota Técnica nº 28/2023-SRT-SCG/ANEEL.
Em construção Sem construção Margem total
Situação
(GW) iniciada (GW) ocupada (GW)

CUST em execução com pagamentos não sendo


2,444 3,695 6,139
realizados, sem usina em operação, judicializado

CUST em execução com pagamentos sendo


6,308 1,873 8,181
realizados, mas sem usina em operação

CUST com execução futura 2,469 19,825 22,926

CUST com execução futura em 2023* 1,728 12,153 13,881

CUST com execução futura em 2024* 0,742 5,539 6,281

CUST com execução futura em 2025* 0 2,133 2,133

Total 11,221 25,393 37,246

* Segmentação do montante total de CUST com execução futura.

17. Conforme descrito na citada nota técnica, ao considerar como candidatos mais
prováveis a aderir ao mecanismo proposto aqueles geradores que ainda não haviam iniciado a
construção de suas centrais geradoras e que já se encontravam com CUST em execução ou com
execução ainda no ano de 2023, obteve-se uma estimativa máxima de adesão de até 17,7 GW.

18. No entanto, tais valores não consideravam os efeitos das postergações de início de
execução dos CUST, conforme se admite de modo ordinário no Módulo 5 das Regras dos Serviços
de Transmissão, transcrito a seguir:

4.3.8 As datas para contratação do uso que constarão dos CUST celebrados
deverão compreender o período de testes do USUÁRIO e não poderão ser
posteriores àquelas estabelecidas no ato de sua outorga. [...]

4.6 A data de início de execução do CUST em caráter permanente poderá


ser postergada mediante solicitação ao ONS até o dia 31 de março anterior
ao ciclo tarifário da data originalmente contratada, com cópia à ANEEL,
desde que não tenha havido investimentos na rede associados ao acesso
solicitado.

4.6.1 É vedada a postergação para o CUST em execução na data de


solicitação.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 5 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

4.6.2 A eventual postergação da data de contratação do uso do sistema de


transmissão que tenha sido antecipada observará o disposto neste item.

19. Ou seja, uma vez atendidas as condições descritas, os geradores podem postergar
o início de execução de seus CUST. Considerando o resultado das postergações solicitadas até 31
de março de 2023, cujos termos aditivos dos CUST foram celebrados apenas recentemente pelo
ONS, apresentamos na Tabela 2 a situação atualizada dos CUST celebrados por centrais geradoras
que ainda não entraram em operação comercial.

Tabela 2 – Situação dos MUST celebrados por centrais geradoras que ainda não se encontram em
operação comercial atualizada para maio de 2023.

Sem construção Margem total


Situação Em construção (GW)
iniciada (GW) ocupada (GW)

CUST em execução com pagamentos não


sendo realizados, sem usina em operação, 2,049 4,071 6,120
judicializado

CUST em execução com pagamentos sendo


6,093 3,160 9,253
realizados, mas sem usina em operação

CUST com execução futura 4,971 18,974 23,945


CUST com execução futura em 2023* 1,540 4,603 6,143
CUST com execução futura em 2024* 3,431 5,756 9,187
CUST com execução futura em 2025* - 5,650 5,650
CUST com execução futura em 2026* - 2,965 2,965
Total 13,113 26,205 39,318
* Segmentação do montante total de CUST com execução futura.

20. Considerando as mesmas premissas adotadas na Nota Técnica nº 28/2023-SRT-


SCG/ANEEL para estimativa de um potencial máximo de adesão, chega-se a um montante
atualizado de 11,83 GW, cerca de 33% menor do que o anteriormente estimado. Como informado,
tal diferença deve-se, sobretudo, às postergações dos CUST que entrariam em execução a partir
de 1º de julho de 2023 para anos seguintes, possibilidade propiciada também pela alteração de
cronogramas de centrais geradoras promovida pela Resolução Normativa nº 1.038/2022.

21. Na data de elaboração desta Nota Técnica também já foi possível obter o resultado
do cadastro de intenção de adesão do mecanismo junto ao ONS, que foi encerrado em 06 de junho
de 2023. Neste ponto, destacamos a proatividade e eficiência do ONS na criação de uma
ferramenta computacional que possibilitou o cadastro de agentes interessados em aderir ao
mecanismo regulatório excepcional.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 6 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

22. De acordo com o Operador, foi registrada a intenção em aderir ao mecanismo


regulatório por parte de 292 centrais geradoras, perfazendo um total de MUST de 11,78 GW
passíveis de serem descontratados com base no referido mecanismo.

23. As Figuras 2 e 3, elaboradas pelo ONS, apresentam a distribuição desse cadastro por
estado e por ponto de conexão da Rede Básica.

Figura 2 – Distribuição do cadastro de intenção por Unidade da Federação – Fonte: ONS

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 7 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Figura 3 – Distribuição do cadastro de intenção por Ponto de Conexão da Rede Básica – Fonte: ONS

24. Ao alocar os geradores que cadastraram a intenção de participação no mecanismo


regulatório excepcional, nas condições analisadas nas Tabelas 1 e 2, temos o seguinte cenário
apresentado da Tabela 3.

Tabela 3 – Situação dos MUST celebrados por centrais geradoras que apresentaram intenção de participar
do mecanismo regulatório excepcional
Em construção Sem construção Margem total
Situação
(GW) iniciada (GW) ocupada (GW)

CUST em execução com pagamentos não sendo


1,127 2,218 3,346
realizados, sem usina em operação, judicializado

CUST em execução com pagamentos sendo


- 1,593 1,593
realizados, mas sem usina em operação

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 8 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Em construção Sem construção Margem total


Situação
(GW) iniciada (GW) ocupada (GW)

CUST com execução futura - 6,843 6,843


CUST com execução futura em 2023* - 1,011 1,011
CUST com execução futura em 2024* - 1,697 1,697
CUST com execução futura em 2025* - 2,137 2,137
CUST com execução futura em 2026* - 1,998 1,998
Total 1,127 10,654 11,782
* Segmentação do montante total de CUST com execução futura.

25. Como previsto, o maior interesse na participação foi de centrais geradoras que não
haviam iniciado construção. Foi inesperado, no entanto, o montante de participação de
empreendimentos cuja execução dos CUST se dará apenas nos anos de 2024, 2025 e 2026.

III.1 Das contribuições à Consulta Pública nº 15/2023

26. A Consulta Pública nº 15/2023 recebeu contribuições de 89 participantes por meio


de formulário eletrônico. No entanto, identificamos que um conjunto de contribuições foi
realizada por diferentes empresas de mesmo grupo econômico e identificadas pelo mesmo
endereço eletrônico. Assim, embora as conclusões análise da Consulta Pública não sejam resultado
da quantidade de contribuições a respeito de determinado tema, para melhor refletir a percepção
dos contribuintes a respeito do assunto tratado, essas contribuições idênticas de um mesmo
endereço foram excluídas, o que resultou em 72 contribuições consideradas na análise.

27. A Figura 4 apresenta a distribuição dos contribuintes por segmento de atuação.


Como esperado, dada a natureza do tema debatido, a maior parte das contribuições foi oriunda
do segmento de geração.

Mapeamento de contribuições por tipo de agente

19%
3%
8%
70%

Geração Transmissão
Operação/planejamento Outro
Figura 4 – Distribuição dos contribuintes por segmento de atuação.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 9 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

28. Foram objeto da referida Consulta Pública a Nota Técnica nº 28/2023-SRT-


SCG/ANEEL, incluindo Minuta de Termo de Declaração e outras avenças que constou como anexo
da nota técnica.

29. Nesse sentido, foi questionado o nível de concordância dos contribuintes quanto às
seções: "III.1 Contextualização"; "III.2 Da regulamentação aplicável e da situação atual dos CUST
celebrados por centrais geradoras"; e “III.3 Da proposta de tratamento regulatório excepcional”.

30. A Figura 5 a seguir apresenta os níveis de concordância dos agentes que


contribuíram na consulta pública e permite inferir que houve, na maioria, concordância com o
diagnóstico e com a proposta apresentada pela ANEEL. Antes, porém, é importante destacar que
os gráficos a seguir servem apenas para se ter uma visão geral da opinião dos participantes, e que
as contribuições são avaliadas de acordo com o seu mérito, independentemente da quantidade
de manifestações favoráveis ou contrárias.

Figura 5 – Aceitação da contextualização, dos cenários e da proposta apresentada na


Consulta Pública nº 15/2023

31. Destarte a concordância apresentada, naturalmente houve diversas contribuições


a respeito de aspectos que poderiam ser aprimorados na documentação submetida à consulta. A
Figura 6 apresenta os temas mapeados após a leitura das contribuições, aos quais passaremos a
analisar individualmente de maneira resumida.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 10 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Figura 6 – Temas das contribuições apresentadas na Consulta Pública nº 15/2023

32. A seguir fazemos a análise agregada dos aspectos mais relevantes apresentados nas
contribuições recebidas. A íntegra das contribuições encontra-se na página da Consulta Pública nº
15/2023, disponível no sítio eletrônico da ANEEL.

III.1.1 Da abrangência do Mecanismo Regulatório Excepcional

Aumento das penalidades

33. Dentre as contribuições foi levantada a hipótese de se manter, ao menos


parcialmente, os encargos rescisórios associados à rescisão dos CUST envolvidos no mecanismo
regulatório excepcional. No caso, foi sugerida a possibilidade de alterar o mecanismo de modo que
fosse permitida a rescisão dos CUST desde que o agente de geração arcasse com o equivalente a
12 meses dos EUST devidos, em detrimento dos 36 meses atualmente exigidos em regulamento.
Além disso, foi sugerido que os geradores que tivessem CUST rescindidos no âmbito do mecanismo
regulatório excepcional ficassem impedidos de celebrar novos CUST por um determinado período,
incluindo nessa vedação as empresas controladoras desses geradores.

34. Entendemos que as propostas apresentadas são meritórias e possuem o condão de


resguardar o fundamento da alocação de consequências a quem causou determinada situação. No
entanto, entendemos que ambas as propostas terminariam por desincentivar por completo a
adesão de geradores, o que implicaria na assunção de riscos aos demais usuários do sistema de
transmissão e às concessionárias de transmissão, conforme abordado na Nota Técnica nº 28/2023-
SRT-SCG/ANEEL. Assim, opinamos pelo não acatamento das propostas citadas.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 11 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Da participação de centrais geradoras sem CUST celebrado

35. Adicionalmente, foi sugerida a inclusão de centrais geradoras que não possuem
CUST celebrado no mecanismo excepcional discutido na referida consulta pública. Nesse sentido,
os contribuintes alegam que isso poderia contribuir para evitar que novos contratos de uso sejam
celebrados, o que contribuiria para a limpeza da fila de acesso. Além disso, no que diz respeito à
fonte eólica, os agentes alegam que a exigência da garantia de fiel cumprimento para
empreendimentos que utilizam desta fonte dificulta o simples pedido de revogação dessas
outorgas.

36. Neste ponto, esclarecemos que a finalidade primordial do mecanismo seria de


reduzir o potencial de efeitos onerosos às tarifas de todos os usuários do sistema de transmissão
e à arrecadação de RAP por parte das concessionárias de transmissão, decorrentes do cenário de
aumento do risco de inadimplência e judicialização por parte de geradores que celebraram CUST
sem um real compromisso em implantar seus empreendimentos.

37. Além disso, o mecanismo também teria a virtude de possibilitar a liberação de


margem de escoamento no sistema de transmissão. Não se deve confundir essa questão, no
entanto, como um estímulo à não celebração de contratos de uso, conforme indicado nas
contribuições. Os CUST devem continuar a ser celebrados, mas com a responsabilidade e o
compromisso que este contrato exige, o que não se tem verificado neste momento e que motivou
a realização deste mecanismo excepcional. Nesse contexto, os geradores que não possuem CUST
celebrado não fazem parte do problema que se busca solucionar neste momento.

38. Destaca-se, ainda, que a questão da exigibilidade das garantias de fiel cumprimento
já está sendo abordada no âmbito da Consulta Pública nº 56/2021. Assim, recomendamos que as
propostas de inclusão geradores sem CUST celebrado no mecanismo não sejam acatadas.

Do tratamento de inadimplências existentes e futuras

39. Uma parte dos contribuintes, notadamente transmissoras, sugeriram que o


mecanismo regulatório deveria propor um tratamento para a inadimplência decorrente da
aplicação de encargos rescisórios do CUST nas transmissoras segmento transmissão. No caso, é
sugerido que os encargos rescisórios que não tenham sido pagos pelos geradores possam ser
repassados aos demais usuários.

40. Em nossa visão, no entanto, o mecanismo busca dar tratamento a gestão dos CUST
e das outorgas de geração de modo que se reduzam os riscos vislumbrados para o futuro no
segmento transmissão. Não estamos tratando, no entanto, sobre a responsabilidade das
transmissoras na cobrança dos Avisos de Crédito (AVC) emitidos em decorrência dos encargos
rescisórios. Essa discussão, em nosso entendimento, envolve a análise da matriz de risco e das

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 12 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

responsabilidades das transmissoras e foge do escopo da consulta pública em análise, razão pela
qual recomendamos que tal contribuição não seja acatada.

41. Destacamos também que a ANEEL não se encontra inerte no sentido de mitigar os
riscos de inadimplência no segmento transmissão. No âmbito da Consulta Pública nº 52/2022,
conforme já destacado na Nota Técnica de abertura da Consulta Pública nº 15/2023, já foi
aprovada a urgência no aprimoramento dos mecanismos de garantia dos CUST. Além disso,
encontra-se em andamento processo4 de aprimoramento regulatório da contratação de uso em
que o tema trazido à discussão pelas transmissoras poderá ser abordado.

42. Quanto ao caso concreto trazido pelas transmissoras, em que ocorreu a cobrança
de encargos rescisórios decorrentes da inadimplência de centrais geradoras, informamos que a
STD está avaliando o tema no âmbito do processo 48500.002429/2023-21.

Da manutenção das outorgas envolvidas no mecanismo

43. Alguns agentes apresentaram contribuições no sentido de que poderia ser


possibilitada a adesão ao mecanismo apenas no que tange à rescisão dos CUST celebrados sem
encargos rescisórios, sem a necessidade de revogação das outorgas relacionadas.

44. Conforme apontado na Nota Técnica nº 28/2023-SRT-SCG/ANEEL, a revogação da


outorga é contrapartida essencial na conceituação do mecanismo regulatório. Além disso,
conforme abordado, não é aceitável que o agente possa, livremente, descontratar o CUST vigente
sem encargos rescisórios e contratar outro CUST em seguida. Assim, recomendamos que as
contribuições nesse sentido não sejam acatadas.

Da participação de centrais geradoras com CUSD celebrado

45. Também houve contribuições no sentido de que fosse permitida a participação de


centrais geradoras com Contrato de Uso ao Sistema de Distribuição – CUSD celebrado no
mecanismo. Nesse sentido, alega-se que deveria ser permitida a participação de centrais
geradoras em todas as condições possíveis.

46. Como já esclarecido na Nota Técnica nº 28/2023-SRT-SCG/ANEEL, a lógica do acesso


no âmbito do sistema de distribuição, o que inclui as DIT, possui natureza diferente do acesso ao
sistema de transmissão.

47. Primeiramente, destaca-se que a inadimplência de um usuário no sistema de


distribuição não possui o mesmo efeito da inadimplência de um usuário no sistema de
transmissão, dada a diferença na forma de arrecadação de cada tipo de concessionária, sendo a

4
48500.004063/2022-44

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 13 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

primeira remunerada por tarifa-teto e a segunda remunerada por meio de receita.

48. No caso da transmissora, caso um usuário deixe de arcar com os pagamentos


referentes a seus EUST, não há tratamento tarifário ordinário para esta inadimplência, que se
torna um prejuízo para todas as transmissoras ou para os demais usuários, no caso de
judicializações. Já no caso da distribuidora, existem métricas que buscam prever e tratar a
inadimplência do mercado de distribuição a depender de cada caso. Assim, o risco de arrecadação
em cada um dos ambientes difere significativamente.

49. Além disso, as regras de rescisão de CUST e CUSD diferem de modo decisivo.
Enquanto para o CUST o encargo rescisório é de 36 meses de EUST, na distribuição é de apenas 6
meses. Adicionalmente, enquanto o CUST é celebrado pelo ONS em nome de todas as
concessionárias de transmissão, atualmente mais de 300 em operação, o CUSD é celebrado
somente com a distribuidora envolvida. Tais aspectos, em nossa visão, facilitam sobremaneira a
negociação e a rescisão de contratos de uso no ambiente de distribuição.

50. Desse modo, entendemos que os riscos identificados e apontados na Nota Técnica
nº 28/2023-SRT-SCG/ANEEL não se aplicam igualmente aos segmentos de transmissão e de
distribuição e recomendamos que as contribuições sobre o tema não sejam acatadas.

Da previsão de repetição do mecanismo excepcional

51. Houve contribuições de alguns agentes sugerindo que exista a previsão de


realização do citado mecanismo excepcional de forma recorrente ou sempre que necessário.

52. A respeito desse ponto, esclarecemos que o objetivo do mecanismo é dar solução
a uma situação conjuntural e inédita, associada ao fim do desconto na TUST, de modo a reduzir
riscos de elevada magnitude aos usuários do sistema de transmissão e às concessionárias de
transmissão. Esses riscos são oriundos, entre outras razões, de um cenário especulativo no
segmento de geração com reflexos no acesso ao sistema de transmissão. Assim, é fundamental
que reste claro que a aplicação deste mecanismo seja realizada de maneira única e restrita ao ano
de 2023, justamente para que se evite, de modo definitivo, novo comportamento especulativo por
parte de agentes do setor. Desse modo, entendemos que as contribuições neste sentido são
incabíveis aos objetivos que se pretende alcançar e devem ser indeferidas.

III.1.2 Do impacto tarifário

53. Diversas contribuições abordaram a questão de possíveis impactos tarifários


decorrentes da realização do mecanismo excepcional. As preocupações manifestadas se referem,
principalmente, aos efeitos da saída de um grupo de geradores do rateio das tarifas de uso do
sistema de transmissão para o próximo ciclo tarifário.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 14 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

54. A este respeito, destacamos que atualmente a ANEEL já pode, observando o risco
de arrecadação de RAP para cada ciclo tarifário, efetuar ajustes na representação dos geradores a
serem considerados no cálculo da TUST. Esta previsão foi estabelecida no Submódulo 9.4 dos
Procedimentos de Regulação Tarifária – Proret:

“55. A ANEEL poderá adotar critérios mais restritivos de representação dos


geradores a serem inclusos na arrecadação do ciclo tarifário, a depender da
evolução dos cronogramas de implantação dos empreendimentos de geração e
transmissão associados ao escoamento da energia produzida.”

55. Tal previsão não é sem sentido, mas sim fundamentada na realidade de que eventos
futuros devem ser considerados no momento do cálculo tarifário de acordo com o cenário que se
mostra razoável. Dessa forma, uma vez que esses ajustes já são previstos, foi realizada uma
simulação com dois cenários diferentes para a base de geradores.

56. No cenário 1, considera-se uma base de geradores com os CUST com início de
execução conforme contratado. Já no cenário 2, conforme a prerrogativa regulatória mencionada,
foram retirados da base os geradores que se encontram com pagamentos suspensos por
judicialização. Além disso, de acordo com o Sistema Ralie – Acompanhamento da Expansão da
Geração da ANEEL, atualizado em 09/05/2023, foram retirados integralmente os
empreendimentos de geração que tem baixa viabilidade de entrada em operação dentro do ciclo
tarifário 2023-2024 e parcialmente os que tem média viabilidade.

57. Em seguida, considerando essas premissas, a contratação de uso para o segmento


consumo e a RAP prevista para o ciclo tarifário 2023-2024, tendo como base a data de junho de
2022, foram estimadas as tarifas médias para o segmento de geração e as tarifas médias para o
segmento de consumo. A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos sem levar em conta a
atualização monetária.

Tabela 4– Simulação das tarifas médias considerando os cenários 1 e 2, a preços de junho de 2022.
TUST
Variação MUST C MUST G Variação TUST Variação
Ciclo RAP Média
RAP (%) (MW) (MW) (%) Média G* (%)
C*

22-23 R$34.878.790.428,55 - 110.725 156.301 13,37 - 9,13 -

23-24 C1 R$40.271.940.868,29 15,5% 109.564 168.251 16,25 21,55% 9,37 2,63%

23-24 C2 R$40.271.940.868,29 15,5% 109.564 161.927 17,27 6,29% 9,45 0,91%

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 15 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

58. Nota-se que no ciclo 2023-2024 já se verifica um cenário atípico de retração do


MUST Carga (MUST C) contratado na Rede Básica. Essa retração em um cenário de aumento de
RAP a ser paga às transmissoras resulta em uma previsão de aumento na TUST para o segmento
de consumo de 21,55%. Nesse caso, ao considerar o Cenário 2 (C2), utilizando da premissa de
preservação da arrecadação, obtém-se um incremento de 6,29% na TUST consumo, tendo como
base a TUST do Cenário 1 (C1).

59. Para o segmento geração, em que boa parte dos geradores ainda possui tarifas
estabilizadas, o impacto ao considerar o Cenário 1 foi de um aumento de 2,63%. Ao considerar o
Cenário 2, obtém-se um incremento de 0,91% na TUST geração, tendo como base a TUST do
Cenário 1.

60. Nota-se também que o MUST Geração (MUST G) considerado no Cenário 1 foi de
168,251 GW, enquanto o MUST Geração para o Cenário 2 foi de 161,927 GW, resultando em uma
diferença de 6,324 GW entre os cenários.

61. Essa diferença, em nossa visão, é compatível com um cenário de adesão parcial ao
mecanismo excepcional. Inclusive, dentre as centrais geradoras que manifestaram intenção em
aderir ao mecanismo, cerca de 6,6 GW teriam algum impacto no ciclo tarifário 2023-2024. Assim,
caso o mecanismo excepcional resulte, ao final, em uma revogação de CUST dessa ordem de
grandeza, não haverá impacto tarifário adicional aos usuários do sistema de transmissão, em
relação à premissa já prevista no Submódulo 9.4 de consideração de um cenário mais restritivo
em situações em que se verifique risco de arrecadação, totalmente compatível com o cenário
especulativo atual.

62. Além disso, deve-se considerar que o mecanismo possui a vantagem de retirar do
rateio da RAP do sistema de transmissão os geradores que de fato não possuem viabilidade e que
possivelmente se tornariam inadimplentes – ou seja, deixa a previsão estabelecida no item 55 do
Submódulo 9.4 mais precisa. Conforme repisado, a permanência desses geradores poderia
potencializar impactos na arrecadação das transmissoras e distribuição de custos aos demais
usuários do sistema de transmissão.

63. Além disso, o mecanismo também possibilitará, por meio da liberação de margem
de escoamento, a entrada de novos geradores no sistema de transmissão após a revogação dos
CUST e das outorgas que optarem por aderir. Esses geradores, considerando os aprimoramentos
regulatórios que se encontram em andamento, celebrarão contratos com garantias mais robustas,
o que contribuirá para a preservação da arrecadação de RAP e para o aumento de usuários no
rateio dessa receita.

III.1.3 Da renúncia dos processos judiciais em curso.

64. Foram identificadas algumas contribuições no sentido de que a comprovação do

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 16 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

pedido de renúncia judicial aos processos em curso somente seja anexada posteriormente ao
Termo de Adesão, após confirmação da ANEEL do efetivo enquadramento do aderente no
mecanismo de descontratação.

65. Alegam, em síntese, o eventual risco de solicitarem a renúncia judicial de


determinado processo sem, ao mesmo tempo, terem a certeza de que serão aceitas no referido
mecanismo. Para tanto, sustentam que, pelo fato de a renúncia judicial “ser um caminho sem
volta”, poderiam estar expostos caso não se enquadrem nos termos propostos pelo mecanismo.

66. Nesse sentido, solicitam prazo de 15 dias após confirmação da adesão para que
possam apresentar o protocolo de renúncia aos processos judiciais.

67. Em nossa análise, não vislumbramos eventuais riscos associados ao mecanismo de


adesão conforme informado pelos agentes, isto porque as 04 (quatro) condições elencadas pela
proposta estão sendo colocadas previamente e de forma taxativa, cujo conteúdo é de amplo e
irrestrito acesso aos interessados.

68. Destaca-se, também, que o referido mecanismo de adesão está sendo colocado de
forma clara e objetiva, justamente na intenção de não restar quaisquer dúvidas ou
questionamentos relacionados ao seu objeto e conteúdo. Nesse sentido, entendemos que não há
incertezas no processo que coloquem em dúvida a opção do gerador de renunciar ou não aos
processos judiciais.

69. Além disso, destacamos que os requisitos para adesão estão sob controle e podem
ser conhecidos previamente pelo gerador (pagamentos dos EUST, notificação à transmissora e
reconhecimento dos pagamentos do CCT, pagamento de encargos setoriais e não existência de
contratos no ACR) do gerador. Ou seja, o gerador tem todos os elementos para estimar se
consegue cumprir os requisitos previamente à renúncia de seus processos.

70. Sendo assim, recomendamos o não acatamento das contribuições que sugerem a
proposta de que a comprovação à renúncia judicial dos processos em curso se dê somente após a
confirmação da adesão do requerente pela ANEEL.

71. A respeito deste tema, também foi sugerido que a ANEEL e o ONS renunciassem aos
custos de sucumbência relacionados aos processos judiciais que serão objeto de renúncia. Outro
agente, por sua vez, sugeriu que cada parte arcasse com seus honorários.

72. Nesse sentido, por recomendação da Procuradoria da ANEEL, foi adotada a mesma
postura que a ANEEL adotou em acordos similares, no sentido de que as partes ficam eximidas de
ações de pagamentos de honorários advocatícios. Acata-se, portanto, essas contribuições.

73. Também houve contribuições no sentido de que fosse excluído do Termo de

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 17 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Declaração e Outras Avenças que as ações judiciais aos quais se aplica a renúncia pudessem
envolver o tema de “postergação da data de entrada em operação comercial”, sob a justificativa
de que podem existir ações que não possuem relação com o CUST como, por exemplo, ações
judiciais relacionadas a excludente de responsabilidade para alteração de prazos de outorga e que
seria alheia ao objeto da consulta pública.

74. No entanto, a participação no mecanismo pressupõe a revogação da outorga de


geração. Assim, não faz sentido que se restrinjam os efeitos da renúncia mantendo outras
discussões relacionadas à outorga de geração. Desse modo, propomos que a contribuição não seja
acatada.

III.1.4 Dos débitos dos EUST devidos

75. Alguns agentes solicitaram que fosse considerada a possibilidade de isenção, no


caso de não ter havido investimentos específicos na rede, ou parcelamento dos EUST devidos para
participação no mecanismo excepcional. Desse modo, alegam os interessados, seria possível
ampla adesão dos interessados no mecanismo excepcional, sobretudo daqueles agentes que se
encontram judicializados e que acumulam montantes mais elevados de EUST devidos. Os agentes
também alegam que o pagamento dos EUST devidos, sobretudo para os agentes judicializados,
podem resultar em somas relevantes, que seriam de difícil solução dado que os geradores ainda
não possuem receita advinda da venda de energia.

76. Entendemos que o pagamento dos EUST devidos pelos agentes é requisito
fundamental para participação no mecanismo de modo a preservar a arrecadação já prevista para
as transmissoras em ciclos passados e no ciclo vigente. Caso contrário, se estaria admitindo a
possibilidade de atribuir às transmissoras e, em último caso, aos demais usuários a
responsabilidade por arcar com as dívidas contratadas pelos agentes de geração.

77. Ressalta-se, ainda, que nos casos judicializados, o ONS sequer pode emitir os AVC e
AVD referentes aos encargos de uso devidos pelos geradores às transmissoras, resultando na
compensação desses valores no reajuste de RAP das transmissoras por meio de Parcela de Ajuste,
que é arcada por todos os usuários da Rede Básica. Ou seja, o não pagamento por parte dos
geradores incorreria na transferência dessa responsabilidade para os demais usuários do sistema
de transmissão.

78. Por sua vez, o parcelamento dos EUST devidos pelos geradores, em nossa visão,
configuraria como uma espécie de financiamento de baixo custo de parte dos usuários do sistema
de transmissão aos geradores, o que não entendemos como adequado, devendo os usuários
interessados, se assim entenderem por sua adesão, recorrer aos corretos mecanismos de
obtenção de recursos junto ao mercado ou aos seus acionistas.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 18 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

79. Além disso, o parcelamento também tornaria a sistemática mais morosa dado que
só seria possível considerar que o gerador estaria de fato apto para participação no mecanismo
após a quitação dos EUST devidos em sua totalidade. Tal atraso poderia implicar em mais tempo
para liberação de margem de escoamento bem como na manutenção de contratos suspensos por
período elevado. Além disso, destaca-se que o parcelamento dos pagamentos também implica em
impacto tarifário residual uma vez que se estaria transferindo obrigações do presente para o
futuro e os valores não pagos no presente, ou pagos parcialmente, seriam arcados pelos demais
usuários uma vez que a RAP a ser paga para as transmissoras é fixa.

80. Assim, recomendamos que as contribuições de isenção ou parcelamento de EUST


devidos não sejam acatadas.

III.1.5 Da suspensão dos processos de fiscalização

81. Houve contribuições no sentido de que a ANEEL suspendesse os processos de


fiscalização em andamento para agentes que manifestassem a intenção de aderir ao mecanismo
regulatório excepcional.

82. Esclarecemos que o mecanismo já isenta os agentes de eventuais multas


decorrentes de processos de fiscalização em andamento. Assim, entendemos que caso existam
processos de fiscalização em andamento que afetem os direitos dos geradores, os agentes podem
se manifestar e demonstrar sua intenção de adesão ao mecanismo para fins de consideração da
fiscalização ou da diretoria da agência. Assim, entendemos que essas contribuições não devem ser
acatadas.

III.1.6 Da sistemática de aplicação da solução

Do cadastro de intenção de adesão ao mecanismo regulatório excepcional

83. Alguns agentes manifestaram dúvida a respeito do caráter de vinculação do


cadastro de intenção de adesão ao mecanismo regulatório excepcional. Assim, foi solicitada a
confirmação de que, após o cadastro de intenção, seria possível desistir da participação no
mecanismo.

84. Esclarece-se, sobre esse tema, que o cadastro de intenção não vincula o gerador à
apresentação do Termo de Declaração e Outras Avenças ou nem incorre na obrigação de aderir ao
mecanismo. Esse ponto foi inclusive destacado pelo Diretor Hélvio Guerra em fala durante a 19ª
Reunião Pública Ordinária de 2023.

85. O cadastro de intenção é, no entanto, condição necessária para adesão uma vez
que sua função foi de justamente retirar do cálculo da TUST os geradores que possuem interesse

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 19 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

em participar.

86. A entrega do Termo de Declaração e Outras Avenças, no entanto, possui caráter


irrevogável, não sendo possível a desistência do gerador após sua celebração.

Da anuência da transmissora a respeito dos Contratos de Conexão às Instalações de Transmissão


– CCT

87. Outro tema abordado com frequência na consulta pública em análise foi a respeito
da anuência da transmissora a respeito do CCT celebrado com os geradores. Na proposta
apresentada, a anuência da transmissora seria um dos documentos necessários para que o ONS
avaliasse se os usuários estariam ou não aptos a participar do mecanismo excepcional.

88. Diversos usuários entenderam que tal proposta dá poder excessivo à transmissora,
que ficaria com o poder de impedir o usuário de participar do mecanismo regulatório excepcional
sem razão que a justificasse ou mesmo por motivações de pequena monta. Nesse contexto de
prazos exíguos para operacionalização do mecanismo, tal situação se agravaria uma vez que
haveria pouco tempo para que a transmissora pudesse receber o gerador e negociasse os termos
da anuência.

89. Nesse sentido, os geradores alegaram que o CCT já possui cláusula e obrigações
relacionadas a eventual rescisão antecipada e que não seria necessária qualquer anuência de
qualquer uma das partes para esta rescisão. Outros geradores, por sua vez, sugeriram que bastaria
que o gerador comprovasse que notificou a transmissora a respeito da intenção de rescindir seus
contratos para que pudesse participar do mecanismo, ou seja, bastaria a simples denúncia
contratual à transmissora contratada para que o CCT seja validamente encerrado.

90. As transmissoras, por sua vez, alegaram que a anuência como condição para
participação é fundamental e não deveria ser flexibilizada, solicitando prazo de 90 dias para que
os contratos pudessem ser analisados. Alegam também que caso não exista uma anuência, as
transmissoras ficariam com a ônus de recorrer à justiça para ressarcimento de custos que seriam
de difícil recuperação dada a revogação das outorgas e possível comprometimento do patrimônio
da empresa.

91. Nesse mesmo tema envolvendo o CCT, foi destacada a necessidade de que fiquem
claras quais são as obrigações e a que se referem os ressarcimentos devidos pelos geradores
quando da rescisão de seus CCT junto às transmissoras.

92. Entendemos que a questão da anuência do CCT, dado o prazo exíguo para
manifestação das partes envolvidas com vistas à participação no mecanismo excepcional, pode
ser, de fato, um elemento dificultador para que se alcancem os objetivos propostos para o

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 20 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

mecanismo.

93. Desse modo, propomos que o gerador não mais necessite apresentar uma anuência
da transmissora concordando com a futura rescisão do CCT, mas que apresente um comprovante
de notificação à transmissora, por meio de denúncia contratual, a respeito da intenção de
participação no mecanismo excepcional; e, por consequência, a respectiva resilição contratual,
destacando-se que, conforme os artigos 472 e 473 do Código Civil5, a resilição exige a manifestação
da vontade de não permanecer no contrato. A lei permite que apenas uma das partes desista, para
que o contrato seja encerrado. Nesse caso, a parte desistente manifesta sua vontade de encerrá-
lo, por meio do ato chamado de denúncia.

94. Além disso, de modo a reforçar segurança jurídica e regulatória às transmissoras,


propomos que seja incluída cláusula, no Termo de Adesão e Outras Avenças, anexo à esta nota
técnica, em que o gerador se compromete a arcar com os custos relacionados à rescisão do CCT,
identificando o contrato e a transmissora responsável por sua celebração.

95. A respeito da abrangência do que consistem eventuais ressarcimentos às


transmissoras, propomos estabelecer que os ressarcimentos a serem pagos pelos usuários às
transmissoras referem-se unicamente aos pagamentos exigidos explicitamente no aparato
regulatório vigente e quando esses serviços tenham sido integralmente realizados.

96. Conforme disposto no Módulo 5 das Regras de Transmissão, os pagamentos


devidos no âmbito do CCT dependem de quem realiza os investimentos relacionados à conexão
dos usuários. No caso em que a transmissora implanta as instalações de conexão, o acessante é o
responsável pelos pagamentos referentes à remuneração do investimento e respectiva
depreciação anual dessas instalações:

3.3.2 As INSTALAÇÕES DE TRANSMISSÃO que não forem implementadas


pelo ACESSANTE serão autorizadas em favor da referida TRANSMISSORA,
devendo:

a) O ACESSANTE responder pelo pagamento, por meio de CCT, do valor


correspondente à remuneração do investimento e respectiva depreciação
anual referentes às instalações autorizadas; e

97. Já para o caso em que o acessante implanta as instalações de conexão, a


transmissora deve verificar a conformidade das especificações e dos projetos elaborados pelo
gerador e participar do comissionamento das instalações, atividades que também são
remuneradas por meio de CCT e com percentuais máximos definidos também no Módulo 5 das

5Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia
notificada à outra parte.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 21 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Regras de Transmissão:

3.3.1 O ACESSANTE poderá, a seu critério e mediante manifestação formal


em até 90 (noventa) dias após a emissão do PARECER DE ACESSO,
implementar o barramento, as entradas e as extensões de linhas associados
ao seccionamento, devendo, neste caso, transferi-los à TRANSMISSORA
responsável pela linha seccionada, para fins de vinculação à respectiva
concessão e integração à REDE BÁSICA, definindo no respectivo CCT, entre
outros aspectos, a responsabilidade do ACESSANTE pela transferência de
sobressalentes, ferramentas e acessórios necessários à operação e
manutenção, incluindo treinamento correspondente. [...]

b) O ACESSANTE deverá elaborar o projeto básico e o executivo, além de


especificar os equipamentos a serem integrados à REDE BÁSICA, em estrita
observância aos PROCEDIMENTOS DE REDE e às normas e padrões técnicos
da concessionária acessada;

c) A TRANSMISSORA responsável pela linha seccionada deverá verificar a


conformidade das especificações e dos projetos elaborados pelo
ACESSANTE e participar do respectivo comissionamento, de forma a não
comprometer o cumprimento do cronograma de implantação das citadas
instalações, sendo os custos dessas atividades ressarcidos pelo
ACESSANTE ou grupo de ACESSANTES, quando o acesso for realizado por
meio de INSTALAÇÃO DE INTERESSE RESTRITO compartilhada, no valor
calculado conforme percentuais máximos apresentados nas Tabelas 1 e 2
aplicados sobre o Valor Novo de Reposição – VNR das instalações
transferidas, calculado com base no Banco de Preços de Referência
ANEEL;

98. O Módulo 5 das Regras de Transmissão também estabelece que os CCT celebrados
devem dispor a respeito das condições para desconexão antecipada, nos casos em que a conexão
já ocorreu:

6.1 O CCT deverá dispor que a desconexão antes do término do prazo


contratual determinará a quitação, pelo ACESSANTE, de todas as
obrigações previstas no contrato, inclusive o ressarcimento relativo à
conexão, descontada a depreciação/amortização contábil, bem como dos
respectivos custos de desmobilização/desativação.

99. Entendemos, no entanto, que no âmbito do mecanismo excepcional é pouco


provável que busquem aderir centrais geradoras que já possuem conexão física implantada, seja
pelo agente ou pela transmissora, dado o volume de investimentos já empenhados no projeto
nesta situação.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 22 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

100. Também deve ficar claro que, no caso do mecanismo excepcional, não cabe a
obrigatoriedade de que o usuário deva solicitar a rescisão do CCT com antecedência de 12 meses,
conforme disposto nos Procedimentos de Rede.

101. Portanto, considerando o que dispõe o regulamento a respeito das obrigações


relacionadas ao CCT, a título de exemplo, não cabe a cobrança pela análise de projetos quando
esses projetos sequer tenham sido encaminhados para análise da transmissora. Da mesma forma,
entendemos como não aplicáveis as eventuais multas por rescisão antecipada, devendo os
pagamentos se restringirem aos investimentos e serviços estritamente previstos na
regulamentação vigente.

Da Adimplência dos EUST devidos

102. O ONS, em sua contribuição, informou que o prazo de 10 de agosto de 2023 seria
insuficiente para que fosse apurada a adimplência das últimas faturas referentes ao mês de junho
de 2023, que vencem em 5 de agosto de 2023.

103. Conforme estabelece o Submódulo 8.3 dos Procedimentos de Rede, as


transmissoras devem informar o ONS a respeito da adimplência das faturas até o 3º dia útil após
o vencimento. Nesse caso, essa data terminaria em 10 de agosto de 2023, o que de fato inviabiliza
o processamento dessas informações.

104. Assim, recomendamos que o prazo para que o ONS avalie a adimplência dos EUST
de todos os geradores que solicitaram adesão ao mecanismo regulatório excepcional, e encaminhe
à ANEEL a relação dos geradores envolvidos que estão aptos a rescindir seus CUST, seja ampliado
para 15 de agosto de 2023.

Da adimplência dos encargos setoriais

105. A sistemática prevê que os geradores que sejam considerados aptos comporão
relação a ser encaminhada pelo ONS para a ANEEL, que avaliará se o agente de geração possui
contratos vigentes no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e se está adimplente com os
encargos setoriais. Esses agentes serão considerados aptos a aderir ao mecanismo caso atendam
aos dois critérios simultaneamente.

106. Cabe esclarecer que a análise de adimplência setorial será realizada exclusivamente
em relação aos débitos relacionados ao empreendimento que aderiu ao mecanismo excepcional.
Essa verificação não se estende a possíveis inadimplências de outras usinas pertencentes às
empresas que estão envolvidas na estrutura societária do projeto em questão.

107. A respeito da verificação de adimplência dos encargos setoriais, houve


contribuições no sentido de quem uma vez identificadas dívidas de encargos setoriais por parte da

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 23 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

ANEEL, que o gerador pudesse ter um prazo de 15 dias para quitar essas dívidas.

108. Entendemos que a contribuição faz sentido e pode contribuir para maior adesão no
mecanismo sem comprometimento relevante para a sua conclusão. Assim, recomendamos que
seja acatada.

Da existência de contratos de comercialização de energia no ambiente regulado

109. Diversas contribuições também sugeriram que os usuários que possuem contratos
no ACR não sejam impedidos de aderir ao mecanismo regulatório excepcional; também foi
sugerido que se dê um prazo para que o agente possa rescindir seus contratos no ACR e aderir ao
mecanismo regulatório excepcional.

110. Esclarecemos que o mecanismo não veda a participação de empreendimentos que


tenham vendido energia no ACR, mas, de fato, exige que antes da revogação das outorgas e da
rescisão dos CUST não existam contratos vigentes nesta modalidade. Isso porque, ao concordar
com a revogação, a ANEEL estaria concordando, na prática, com a descontratação da energia
negociada pelo gerador no ambiente regulado, o que incorreria em impactos às distribuidoras que
contrataram essa energia.

111. Entendemos, no entanto, que pode ser dado ao agente o mesmo prazo de 15 dias
concedido para quitação dos encargos setoriais, após identificação desses contratos por parte da
ANEEL, para que o agente possa buscar solução para estes contratos. Destaca-se que embora esse
prazo pareça exíguo, o agente já tem conhecimento da existência de contratos vigentes no ACR e
pode buscar a solução desses contratos imediatamente, desde que atenda à regulamentação
aplicável.

112. Também foi aventada a possibilidade de que o mecanismo excepcional poderia


prever algum tipo de descontratação dos contratos do ACR ou que essa descontratação poderia
ser feita após a revogação das outorgas e contratos.

113. Em nossa visão, incluir um mecanismo de descontratação de energia neste


mecanismo de gestão de outorgas e CUST terminaria por deixar esse mecanismo muito mais
complexo e moroso uma vez que o tema sequer foi debatido inicialmente. Além disso, todos os
agentes seriam prejudicados por essa morosidade motivada por uma demanda de grupo específico
de agentes que podem, desde já, buscar resolver suas pendências.

114. Já sobre permitir que a outorga e o CUST sejam rescindidos e a descontratação


ocorra após esses fatos, entendemos que essa possibilidade traz um forte teor de irreversibilidade.
Afinal, como seria tratado o gerador que não conseguisse descontratar seus contratos de energia?
Seu CUST voltaria a valer, mesmo que a margem antes disponibilizada já tivesse sido ocupada por
outro agente? Sua outorga teria vigência novamente? Entendemos que os efeitos da revogação e

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 24 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

rescisão propostos são de difícil reversão, o que poderia inclusive afetar a diligência dos geradores
que possuem contratos no ACR em buscarem solução para suas descontratações dado que,
diferentemente do que ocorre com os CCT, os contratos de energia podem envolver grande
volume financeiro. Assim, recomendamos que esse tema não seja incluído no mecanismo
regulatório proposto pela CP 15/2023.

III.1.7 Da forma do ato

115. Houve contribuições também a respeito da forma do ato administrativo a ser


emitido pela ANEEL. Alguns agentes defenderam que a forma mais adequada seria de resolução
normativa de modo que não pudesse ser alvo de recursos administrativos.

116. A este respeito, destacamos que o Manual de Elaboração de Atos Administrativos


da ANEEL estabelece as seguintes definições para Resolução Normativa e Despacho:

“4.1.1 Resolução Normativa

Ato administrativo, de caráter geral e abstrato, que rege as atividades do setor


elétrico, produzindo efeitos erga omnes¹, os quais repercutem em toda a sociedade.
[...]

4.2.4 Despacho

Ato pelo qual a autoridade competente decide, de forma final ou intermediária


(interlocutória), sobre um pleito apresentado por um interessado.”

117. A Resolução Normativa, além de possuir caráter geral e abstrato, também possui
exigências processuais estabelecidas, conforme define a Resolução Normativa nº 941/2021, com
base na legislação aplicável. Dentre essas exigências, encontra-se a elaboração de Análise de
Impacto Regulatório – AIR, que pode ser dispensado em caráter de urgência, e a Avaliação de
Resultado Regulatório – ARR, exigida para todos os casos.

118. No entanto, deve-se considerar que o referido mecanismo regulatório excepcional


parte do pedido de um interessado específico, no caso a ABEEólica, e atinge um grupo específico
e individualizado de agentes de geração, que são aqueles que manifestaram a intenção em aderir
ao mecanismo.

119. Assim, entendemos que o Despacho é a forma mais adequada para o caso em
análise.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 25 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

III.1.8 Da celebração de CUST por novos usuários

Dos CUST a serem celebrados

120. Várias contribuições indicaram que é necessário que os novos CUST a serem
celebrados pelos ocupantes da margem a ser liberada devem ter mecanismos que impeçam que o
problema volte a acontecer, isto é, que ingressem projetos que porventura se mostrem inviáveis
no futuro.

121. Sobre esse aspecto, e conforme já destacado na Nota Técnica de abertura da


Consulta Pública nº 15/2023, entendemos como oportuno que as propostas de aprimoramento
dos mecanismos de garantia do CUST de que trata o processo nº 48500.001280/2022-82 sejam
implementadas de modo emergencial, a tempo de que os novos CUST sejam celebrados com
mecanismos de garantia mais rigorosos.

122. Assim, na 13ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria da ANEEL, ocorrida em


25/04/2023, a Diretoria da ANEEL decidiu por um encaminhamento mais célere das propostas de
alteração dos Procedimentos de Rede relacionados ao aprimoramento dos mecanismos de
garantia dos Contratos de Uso do Sistema de Transmissão pelo ONS, determinando o envio à
ANEEL em até 45 dias.

123. De posse dessa proposta, a ANEEL trabalhará para implementar a solução em tempo
hábil para aplicação aos novos CUST.

Da alocação da margem a ser liberada

124. As contribuições sobre esse tema versaram sobre: a alocação da margem liberada
para revisão das condições restritivas de acesso pactuadas nos CUST já celebrados por centrais
geradoras; a realização do Procedimento Competitivo por Margem (PCM), cuja possibilidade de
realização foi prevista no Decreto nº 10.893, de 2021; a alocação da margem para as centrais
geradoras que tiveram sua conexão declarada como inviável, assim como para aqueles que estão
na fila de acesso.

125. De início, descarta-se a proposta de alocação da margem que será liberada para
geradores que possuem CUST celebrado com restrições. Essa medida iria contra um dos
motivadores do mecanismo proposto nesta Nota Técnica, que é liberar margem para o aumento
da contratação do MUST - impactando positivamente nos encargos de uso dos demais usuários.
Não obstante, destaca-se que os geradores que assinaram os CUST com restrições e que estejam
arrependidos podem aderir ao mecanismo de rescisão e revogação das outorgas proposto nesta
Nota Técnica.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 26 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

126. Sobre a eventual realização do Procedimento Competitivo por Margem (PCM),


destacamos que o Decreto nº 10.893, de 2021, trouxe uma previsão de diretrizes a serem
publicadas pelo Ministério de Minas e Energia – MME. O MME chegou a realizar uma Consulta
Pública sobre o tema, e a publicação dessas diretrizes, se houver, é de competência do MME e não
da ANEEL.

127. Antes de iniciarmos uma análise das opções restantes para a alocação da margem,
é importante inicialmente trazer um panorama da situação dos pedidos de acesso no SIN. Dados
enviados pelo ONS no dia 31/05 detalham essa situação em três grupos: (i) empreendimentos com
solicitação de acesso em andamento no ONS (empreendimentos “na fila de acesso”); (ii)
empreendimentos com Parecer de Aceso emitido há menos de 120 dias (nas condições “Viável”,
“Viável com Restrições” ou “Viável Condicionado”, com prazo para assinatura de CUST; (iii)
Pareceres de Acesso emitidos com conclusão de inviabilidade de conexão.

Tabela 5 – Situação dos pedidos de acesso ao SIN. Fonte: ONS.

Potência
Quantidade*
(MW)
Solicitações de acesso em andamento 91 33.516
Pareceres de acesso emitidos há menos de 120 dias, com
48 15.985
necessidade de celebração de CUST

Pareceres de acesso emitidos com conclusão de


47 13.837
inviabilidade de conexão (“inviáveis”)
Total 186 63.339
* A quantidade de solicitações ou pareceres de acesso não é igual a quantidade de centrais geradoras, uma vez
que as solicitações de acesso e, consequentemente, os pareceres de acesso podem ser emitidos para grupos
de centrais geradoras (conexão compartilhada).

128. O cenário acima tem como referência o mês de maio de 2023. Considerando-se que
o procedimento proposto nesta Nota Técnica tem previsão para a liberação da margem dos
geradores inscritos apenas daqui há alguns meses, é de se esperar que os números aumentem.

129. A magnitude dos números registrados até o momento mostra que qualquer cenário
de liberação de margem será insuficiente para alocar os geradores com alguma pretensão de
acessar o sistema. No entanto, destaca-se que os CUST a serem celebrados trarão a necessidade
de aporte de garantias para a cobertura do encargo de rescisão, o que pode, eventualmente,
diminuir a pretensão de alguns geradores.

130. Dado o cenário, considera-se razoável que a margem que será liberada seja alocada

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 27 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

em ordem cronológica de aceite dos pedidos no ONS, para os casos em que se pode agregar MUST
ao SIN. Os casos que verificamos são os seguintes: pareceres de acesso emitidos de forma viável
condicionada, viável parcialmente ou inviáveis (da tabela acima, cerca de 14 GW). Após isso, deve-
se voltar a processar a fila de acesso normalmente.

131. Destaca-se que a alocação deve ser feita com base nas condições solicitadas
anteriormente ao ONS, principalmente quanto ao ponto de conexão e o MUST já indicados pelas
centrais geradoras anteriormente. Caso a central geradora deseje alterar suas características, ela
deve fazer nova solicitação, conforme definido nos Procedimentos de Rede, entrando novamente
na fila.

132. Com relação aos CUST, conforme destacado na subseção anterior, serão assinados
CUST com mecanismos de garantias para mitigar problemas com inadimplemento. Destaca-se
ainda que, no caso de CUST já celebrados, os aditivos deverão conter essa condição.

133. Para realizar o procedimento descrito, o Operador deverá fazer uma chamada para
cadastro de interesse das centrais geradoras que atendam essas condições. Essa chamada deve
ser realizada em tempo hábil para que as alocações se iniciem assim que os CUST sejam
rescindidos. Propõe-se que seja realizada no período 28 de agosto a 1 de setembro, devendo o
ONS dar publicidade o quanto antes à fila de candidatos, com as informações de MUST solicitado,
data de aceite da solicitação no ONS e outras que forem relevantes para o assunto.

134. Por fim, descarta-se antecipadamente qualquer argumentação de que a ordem por
direito deveria ser a alocação inicial para aqueles que estão na fila. Isso porque se está discutindo
a alocação de uma margem não existente sob as regras atuais, isto é, se não houvesse o
procedimento extraordinário que aqui se propõe, essa margem sequer existiria para ser alocada.
Ou seja, todo o processo de rescisão dos CUST e sua correspondente alocação é extraordinário.

III.1.9 Da regularização das outorgas e anistia para CUST rescindido

135. Um ponto que também foi abordado nas contribuições foi o que está sendo
identificado como a “regularização” das outorgas de geração.

136. Esse tema foi inicialmente discutido durante a fase de deliberação no processo
administrativo em referência, na 15ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria da ANEEL, tendo sido
debatido o aumento do objetivo do mecanismo para promover a “regularização de
empreendimentos que possuam CUST assinado e que estejam em execução e com obras em
andamento, com possibilidade de solicitação de alteração de características técnicas e
readequação ao novo cronograma, sem alteração do CUST e sem a necessidade de analisar a
excludente”.

137. Assim como o tema de “regularização”, também foi abordada nas contribuições a

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 28 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

inclusão no mecanismo de geradores que tiveram CUST rescindido.

138. Esse tema também foi discutido durante a fase de deliberação no processo
administrativo em referência, na 15ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria da ANEEL, tendo sido
debatido aumento do objetivo do mecanismo para incluir os agentes “cujo CUST já esteja
rescindido por inadimplência, mas que possuam Encargos de Uso do Sistema de Transmissão –
EUST em aberto e com multa de 36 EUST. Na dinâmica do que seria a anistia, o agente que possua
o CUST assinado, desde que não haja nenhum valor em aberto para o sistema de transmissão,
poderá rescindir o CUST e não efetuar o pagamento da multa, ocasionando com que ele pague os
EUST em aberto e não precise arcar com a multa de 36 EUST”.

139. Destaca-se que essas propostas, após deliberação, não foi incluída no mecanismo
regulatório excepcional submetido à Consulta Pública nº 15/2023. A ANEEL decidiu avaliar o tema
de forma apartada, conforme determinação exarada pela Diretoria. A temática “regularização das
outorgas” não está aderente aos objetivos do mecanismo proposto relacionados à anistia de
centrais geradoras para a liberação de margem e redução do risco da inadimplência da
transmissão, estando mais relacionadas à necessidade ou não de excludente de responsabilidade
para a postergação dos cronogramas. No entanto, como foram recebidas contribuições favoráveis
em relação ao tema, tecemos a seguir uma análise do assunto.

Regularização de cronogramas de outorgas

140. No que tange à proposta de alteração de cronograma das outorgas nos moldes que
foi discutido pela diretoria na ocasião da deliberação, isto é, sem alteração de CUST, um primeiro
fator que se observa é que ela não possui influência direta na liberação de margem de escoamento,
o que diferencia essa proposta das demais submetidas à consulta pública em análise. Até porque,
nesta hipótese, o empreendimento não deixaria de ocupar a margem que lhe cabe.

141. Além disso, para o empreendimento que se encontra em construção, com CUST em
execução e que está arcando com seus EUST de modo exigido na regulamentação vigente, não se
observa risco de inadimplência ou de transferência de custos aos demais usuários do sistema de
transmissão. Isto é, a alteração de cronograma para este caso não induziria qualquer redução de
risco que se pretende com as demais propostas submetidas à consulta pública, servindo somente
ao gerador sob a ótica de uma eventual penalidade por atraso de cronograma ou sob cumprimento
de requisitos de governança empresarial.

142. Uma possível vantagem na adoção dessa proposta seria a eventual renúncia de
gerador que tivesse amparado por medida judicial que impedisse o pagamento dos EUST devidos
pelo gerador, o que poderia beneficiar os demais usuários do sistema, que deixariam de arcar com
os custos decorrentes da arrecadação das receitas frustradas via Parcela de Ajuste.

143. No entanto, tentando analisar a problemática do ponto de vista do gerador, parece

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 29 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

pouco crível que um usuário que se encontra em construção, com CUST em execução e com liminar
que o protege de cobranças relacionadas a este contrato opte por abrir mão dessa liminar e iniciar
os pagamentos de seus EUST apenas para que seu cronograma seja atualizado com a realidade,
sem quaisquer efeitos sobre seu CUST. Isso porque, tal alteração se refletiria em benefício para o
gerador somente sob a ótica de uma eventual penalidade por atraso de cronograma ou sob
cumprimento de requisitos de governança empresarial.

144. Além disso, ao alterar o cronograma, o agente poderia buscar a justiça novamente
para que tivesse os efeitos de seu cronograma estendidos para seu CUST. Esse ponto é relevante,
pois algumas ações judiciais estão baseadas justamente na alegação de “mudança de
entendimento” da ANEEL. Uma decisão nesse sentido (nova “mudança de entendimento”) poderia
incentivar novamente essas alegações.

145. Ainda, mesmo que na hipótese em que os benefícios para o gerador superem o ônus
do pagamento dos EUST decorrente da renúncia judicial, faltaria ainda para esta proposta a
presença de uma contrapartida do gerador para alteração de seus cronogramas já que no caso da
proposta encaminhadas para consulta pública, o gerador renunciaria à sua outorga e ao direito a
desconto na TUST.

146. Poderia ser aventada a hipótese de que uma possível contrapartida seria a
celebração de um novo CUST para esses geradores com garantias mais robustas. No entanto, para
o gerador que se encontra em dia com o pagamento de seus EUST, a simples adição de uma nova
garantia não representa uma redução de riscos de inadimplência para as transmissoras e demais
usuários e ainda representa um aumento de custos para o gerador que já está arcando com seus
encargos.

147. Já se considerarmos como possível benefício da regularização a diminuição de ações


judiciais presentes ou futuras, a concessão de tal medida configuraria um aceite preventivo de
discussão no âmbito do poder judiciário sem qualquer contrapartida, o que também não faz
sentido.

148. Alguns geradores citam que essa regularização seria importante para evitar que
suas outorgas sejam revogadas pela ANEEL, uma vez que há processo fiscalizatório em curso. Ora,
a revogação de outorgas passar por análise detalhada da área de fiscalização da ANEEL e,
posteriormente, da Diretoria Colegiada da agência. Os agentes possuem a oportunidade de se
manifestar durante o processo e apresentar argumentos que justifiquem a não revogação dessas
outorgas. Como é sabido pelo mercado, é improvável que a ANEEL revogue uma outorga que se
mostre viável; e entendemos que a campanha de fiscalização atualmente em curso não é uma
ameaça, mas sim uma oportunidade de se separar os agentes que de fato implantarão suas usinas,
podendo esses sim, de fato, realizar a regularização de seus empreendimentos.

149. Destaca-se ainda que essa questão já foi abordada pela ANEEL recentemente, há

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 30 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

menos de um ano, quando da aprovação da Resolução Normativa nº 1.038, de 2022. Na ocasião a


ANEEL avaliou o tema, e decidiu alterar o conceito de cronograma das outorgas para um prazo
máximo de 54 meses, sem, contudo, abranger as outorgas com CUST assinado ou com contratos
no ambiente regulado.

150. Ou seja, entendemos que a inclusão da alteração de cronograma no mecanismo


excepcional configuraria apenas como uma simples (e talvez nova) mudança de entendimento da
ANEEL a respeito dos requisitos necessários para alteração de cronogramas de centrais geradoras,
que passaria a não mais exigir excludente de responsabilidade para este tipo de alteração. Tal
alteração, em nossa visão, pode resultar em uma nova série de discussões judiciais a respeito do
tema, sem que se obtenha um real benefício desta medida para todo o setor. Assim,
recomendamos que essa proposta seja avaliada com mais cautela, não devendo ser acatada nesse
momento.

Regularização de cronogramas e datas de início de execução dos CUST

151. Como colocado anteriormente, há uma expectativa dos agentes de postergarem


suas outorgas para em seguida conseguirem a postergação da execução do CUST, seja de forma
administrativa na ANEEL ou eventualmente judicial. As demais contribuições recebidas sobre o
tema, que foram maioria, trataram justamente dessa demanda: da possibilidade de alteração
tanto das outorgas quanto dos CUST celebrados pelos geradores.

152. Neste caso, os geradores alegam que foram afetados por uma “mudança de
entendimento” da ANEEL ocorrida em 8 de fevereiro de 2022, na 4ª Reunião Pública Ordinária da
ANEEL6, por meio do qual a Diretoria da Agência orientou “a Superintendência de Concessões e
Autorizações de Geração - SCG e a Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração - SFG
para que procedam instrução de pedidos de alteração de Características Técnicas e de Cronograma
de empreendimentos outorgados somente quando forem cumpridos os seguintes critérios: (i)
Licença de Instalação emitida; (ii) Contrato de Uso dos Sistemas de Transmissão ou Distribuição –
CUST ou CUSD assinados; (iii) Obras iniciadas; e (iv) aporte de Garantia de Fiel Cumprimento, nos
casos em que haja Transferência de Titularidade ou de Controle Societário dos empreendimentos.
Ademais, orientar a SFG a abrir processo punitivo de empreendimentos que possuam Licença
Ambiental de Instalação e Contratos de Uso do Sistema assinados, mas que estejam descumprindo
o cronograma de implantação.”

6
Deliberação dos Processos nº 48500.005461/2019-82 , 48500.005462/2019-27 , 48500.005463/2019-71 ,
48500.005464/2019-16 , 48500.005465/2019-61 , 48500.005466/2019-13 , 48500.005467/2019-50 ,
48500.005468/2019-02 , 48500.005469/2019-49 , 48500.005470/2019-73 , 48500.004611/2019-31 ,
48500.004612/2019-85 , 48500.004613/2019-20 , 48500.004614/2019-74 , 48500.004615/2019-19 ,
48500.004616/2019-63 , 48500.004617/2019-16 , 48500.004618/2019-52 , 48500.004619/2019-05 ,
48500.004620/2019-21 , 48500.004621/2019-76 , 48500.004622/2019-11 , 48500.004623/2019-65 ,
48500.004624/2019-18 , 48500.004626/2019-07

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 31 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

153. Nesse sentido, propõem que sobretudo os geradores afetados por essa “mudança
de entendimento” possam ter seus cronogramas e seus CUST aditados de modo a concatená-los
com as datas reais de implantação de seus empreendimentos, tendo como contrapartida a
apresentação de garantias adicionais no âmbito de seus CUST.

154. De início, entendemos que a proposta de postergação das datas de início de


execução dos CUST celebrados por centrais geradoras atua no sentido oposto ao que se pretende
no mecanismo regulatório excepcional. Isso porque ao invés de retirar centrais geradoras que
atualmente não possuem viabilidade econômica e representam risco de inadimplência para o
segmento de transmissão, o mecanismo terminaria por dar mais prazo para que esses
empreendimentos permaneçam contratados e ocupando margem de escoamento, transferindo o
problema que se observa hoje para os próximos ciclos tarifários.

155. Tal incompatibilidade entre mecanismo originalmente proposto e a inclusão da


regularização dos CUST e outorgas fica muito evidente se considerarmos as possíveis escolhas dos
geradores que podem aderir ao mecanismo. De um lado, existe a possibilidade de perder a outorga
e o CUST em troca da isenção de multas rescisórias do CUST e devolução da garantia de fiel
cumprimento. De outro, existe a possibilidade de manter sua outorga e sua reserva de margem no
sistema de transmissão, adiando os compromissos e pagamentos devidos para uma data futura
desde que seja apostada uma garantia adicional aos CUST.

156. Em nosso entendimento, os geradores que estariam incentivados a perder suas


outorgas no mecanismo original seriam motivados a solicitar uma regularização de modo a ter
mais tempo para negociar seus projetos. Enquanto isso, a margem de escoamento continuaria a
ser ocupada por projetos de viabilidade duvidosa tendo como contrapartida pela repactuação de
datas a apresentação de garantias.

157. Os geradores que de fato pretendem implantar suas centrais geradoras, mas que se
encontram atrasados, por sua vez, seriam motivados a participar do mecanismo para adiar os
pagamentos de seus EUST, incluindo aqueles relacionados aos CUST que já se encontram em
execução. Neste caso, não haveria liberação de margem e os geradores teriam como benefício o
adiamento de seus pagamentos.

158. No entanto, um ponto relevante sobre a proposta de regularização é sua ausência


de motivação. Conforme detalhado na Nota Técnica nº 28/2023-SRT-SCG/ANEEL, a motivação para
a realização do mecanismo regulatório excepcional é a redução de riscos para transmissoras e
usuários do sistema de transmissão e a liberação de margem. Nesse contexto, os geradores que
realmente estão comprometidos com a implantação de seus projetos não representam um risco
para o sistema e nem contribuirão para liberação de margem. Assim, qual a motivação da
realização de um mecanismo excepcional no sentido de simplesmente adiar os seus pagamentos
de EUST que foram contratados?

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 32 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

159. Destacamos, neste aspecto, que a gestão dos cronogramas de implantação das
centrais geradoras é responsabilidade do agente de geração e o atraso, bem com a contratação de
datas de início de execução incompatíveis com a realidade do empreendimento, é uma
possibilidade dentro da matriz de risco do gerador.

160. Aquilo que foge da matriz de risco é o excludente de responsabilidade, este sim
instituto capaz de afastar obrigações ordinárias do gerador. Assim, ao simplesmente permitir a
regularização dos cronogramas e do CUST, o mecanismo terminaria por, indiretamente, conceder
efeitos semelhantes àqueles que se observam quando se verifica a presença de excludente de
responsabilidade para centrais geradoras sem qualquer análise de mérito. Representaria, na
prática, uma “nova mudança de entendimento” da ANEEL, não apenas com relação à decisão
supracitada, mas também com relação àquela tomada na deliberação da Resolução Normativa nº
1.038, de 2022.

161. Soma-se se a isso o fato de que a regularização implicaria em impacto tarifário


adicional ao previsto pelo mecanismo uma vez que, além das centrais geradoras que aderirão ao
mecanismo conforme originalmente proposto, deixariam de arcar com os EUST nos próximos
ciclos tarifários aquelas centrais geradoras que tivessem as datas de início de seus CUST
postergadas para ciclos tarifários futuros.

162. Conforme dados apresentados na Tabela 2, entendemos como razoável supor que
as centrais geradoras que se encontram em construção e com CUST em execução teriam interesse
em aderir à regularização de cronogramas e do início de execução dos CUST, o que perfaz um
montante adicional de cerca de 8 GW. Assim, haveria um impacto tarifário adicional aos estimados
inicialmente.

163. Portanto, dada a determinação da diretoria de avaliação mais pormenorizada dos


efeitos, a incompatibilidade da regularização de outorgas e datas de início de execução dos CUST
com o mecanismo excepcional de que tratou a Consulta Pública nº 15/2023, a ausência de
motivação para que se proceda a esta regularização e a presença de impacto tarifário adicional,
recomendamos que as contribuições neste sentido também sejam indeferidas.

Da inclusão de CUST rescindidos no mecanismo excepcional

164. Basicamente, as contribuições vieram no sentido de que os agentes que já tiveram


seus CUST rescindidos pudessem ser beneficiados pelo efeito do mecanismo de modo que seus
encargos rescisórios não fossem cobrados.

165. Um primeiro fator que se observa sobre a inclusão proposta é que ela não possui
influência direta na liberação de margem de escoamento. Até porque, nesta hipótese, o
empreendimento já deixou de ocupar qualquer margem no sistema de transmissão. Isto é, sua
margem já foi liberada, e muito provavelmente não há sequer uma outorga vigente associada ao

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 33 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

antigo empreendimento.

166. Ou seja, na prática se analisa uma condição fática atual semelhante ao gerador que
não possui CUST e, conforme analisado anteriormente, não mais oferece risco à arrecadação
futura do sistema de transmissão. Isto é, o agente não cumpre nenhum dos requisitos que se
buscou alcançar com a proposição do mecanismo regulatório excepcional.

167. Destaca-se, também, que acatar as contribuições nesse sentido (de forma a permitir
que aqueles agentes que tiveram seus respectivos CUST rescindidos também possam participar do
processo de adesão), significaria levar em consideração, necessariamente, o estabelecimento de
um marco temporal retrógrado em que tal benefício não pudesse mais retroagir. Sendo assim,
qual seria o marco temporal adequado a ser estabelecido na proposta de adesão capaz de
satisfazer a um só tempo todos aqueles geradores que tiveram seus CUST rescindidos sem que um
ou outro não se sinta prejudicado ou não abarcado pela referida proposta? A proposta incluiria
todos os encargos rescisórios já emitidos, inclusive os já liquidados (devolução)? Em tal situação,
sempre haverá algum gerador que se sentirá prejudicado por não ter sido contemplado, tendo em
vista o marco temporal que deverá ser estabelecido.

168. Nesse contexto, poder-se-ia ventilar sobre a eventual possibilidade em se permitir


que a norma administrativa mais benéfica retroaja a fim de alcançar fatos pretéritos e já
consolidados, em simetria com o que é feito na seara do direito penal (art. 5°, XL, CF/88)7.

169. Cabe ressaltar que a própria Procuradoria Federal junto à ANEEL, em diversas
ocasiões, foi provocada a refletir sobre o tema. Em todas aquelas oportunidades sempre
prevaleceu o entendimento de que não haveria se falar em retroatividade da norma mais benéfica,
mesmo para aqueles casos que envolvessem o processo administrativo sancionador, em
observância à segurança jurídica, a coisa julgada material e ao princípio do Tempus Regit Actum
(vide Pareceres Jurídicos n° 348/20188, 147/20209 e 304/202010).

170. Por fim, há de ser ressaltada uma outra consequência advinda da proposta ora
analisada, qual seja: determinar ao ONS para que desconsidere (anule/cancele) os AVC/AVD
relativos aos encargos rescisórios já emitidos, haja vista que um dos efeitos do processo de adesão
é justamente desobrigar os aderentes do pagamento da multa rescisória do CUST a ser rescindido.
Nesse sentido, há indisfarçável diferença regulatória e de efeitos financeiros no ato concessivo em
liberar do pagamento dos encargos rescisórios apenas aqueles que tem CUST ainda vigente, mas
não estão em operação comercial, daqueles que já tiveram seus CUST rescindidos pelo ONS.

7
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
8
48516.002882/2018-00
9
48516.001242/2020-00
10
48516.002343/2020-00

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 34 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

171. Tal diferença se justifica pelo fato de que, entre os primeiros, não haverá por parte
do Operador a emissão de AVC/AVD atrelado à cobrança dos encargos rescisórios, posto que
inexistentes por força do pacto de adesão. Por outro lado, mas com relação aos segundos, deverá
haver cancelamento dos AVC/AVD já emitidos, os quais já foram considerados como receita das
transmissoras (já tendo sido ou não liquidados). Assim, e havendo o efetivo cancelamento dos
referidos AVC/AVD, os valores a eles relacionados certamente serão capturados no próximo
reajuste tarifário, na forma de Parcela de Ajuste, em prejuízo aos demais usuários, e sem levar em
consideração a responsabilidade da transmissora na cobrança de seus AVC emitidos.

172. Sobre a responsabilidade das transmissoras nas cobranças dos encargos rescisórios
a respeito de caso concreto, informamos que está em instrução pela STD o processo
48500.002429/2023-21 que trata do tema.

173. Por tais razões, e por tudo quanto fora exposto acima, entendemos as
considerações trazidas pelos participantes quanto ao tema. Todavia, recomendamos que tais
contribuições não devem ser consideradas.

III.2 Da Sistemática após a consideração das contribuições

174. Uma primeira preocupação em relação à sistemática foi de garantir que no próximo
ciclo tarifário, a iniciar em 1º de julho de 2023, os CUST que serão rescindidos amigavelmente não
fossem considerados no cálculo da TUST. Isso porque caso esses contratos fossem considerados
normalmente e fossem posteriormente rescindidos sem multa rescisória, isso incorreria em uma
frustração do recolhimento de encargos de uso por parte das transmissoras que será maior tanto
quanto for a adesão à proposta apresentada.

175. Assim, uma vez que de acordo com o Submódulo 8.2 dos Procedimentos de Rede o
ONS tem o prazo de até 10 de junho de cada ano para disponibilizar a versão consolidada da Base
de Dados de entrada para o programa Nodal, os agentes interessados em aderir à proposta já
solicitaram essa adesão ao ONS até 6 de junho de 2023.

176. Uma vez de posse desses dados, o ONS deverá excluir os dados dos CUST dos
geradores interessados da Base de Dados de entrada para o programa Nodal para o Ciclo 2023-
2024.

177. A este respeito, esclarece-se que o processo tarifário está utilizando essa
informação como a mais provável para obter a melhor estimativa para rateio da RAP para o ciclo.
Destaca-se, portanto, que a desconsideração das usinas da base de dados não enseja a
postergação dos CUST das usinas que eventualmente não tenham tido sucesso na proposta de
adesão voluntária e rescisão de seus CUST de forma amigável por qualquer razão.

178. Após o registro de intenção ao ONS, o agente interessado deve encaminhar ao

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 35 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Operador, até 30 de junho de 2023, o Termo de Declaração e Outras Avenças anexo, por meio do
qual solicita a adesão ao mecanismo regulatório excepcional e declara, de modo irretratável, que
concorda com a revogação amigável de suas outorgas e com a rescisão de seus CUST, bem como
concorda com a renúncia das ações judiciais que envolvem estes contratos, atuais (caso aplicável)
e futuras.

179. Para centrais geradoras que possuem CCT celebrado com concessionárias de
transmissão, os agentes também deverão incluir em sua solicitação o comprovante de notificação
de denúncia contratual, acerca da intenção de rescindir o referido contrato.

180. O ONS deverá, então, proceder à suspensão dos CUST relacionados ao mecanismo
regulatório excepcional a partir de 1º de julho de 2023.

181. Para os CUST relacionados ao mecanismo regulatório excepcional que já estejam


em execução, o ONS deverá emitir normalmente os AVC e AVD referentes a junho de 2023, que
deverão ser integralmente pagos pelos agentes envolvidos até suas respectivas datas de
vencimento.

182. Até 15 de agosto de 2023, o ONS deverá avaliar a adimplência dos EUST de todos
os geradores que solicitaram adesão ao mecanismo regulatório excepcional e encaminhar à ANEEL
a relação dos geradores envolvidos que estão aptos a rescindir seus CUST, isto é, aqueles que não
possuem pendências de EUST junto ao ONS e às concessionárias de transmissão bem como
aqueles que tenham CCT celebrado e que apresentaram o comprovante de notificação de
denúncia contratual às transmissoras quanto à rescisão deste contrato. Esta relação deve incluir
os nomes das centrais geradoras, seus Códigos Únicos de Empreendimentos de Geração – CEG e
os CUST envolvidos. Os CUST que não estiverem aptos à rescisão, após avaliação do ONS, terão
sua execução continuada para todos os efeitos, com a necessidade de inclusão na Apuração
Mensal de Serviços e Encargos – AMSE subsequente de encargos eventualmente não cobrados.

183. Uma vez recebida a relação do ONS, à ANEEL procederá à análise de requisitos para
revogação amigável das outorgas.

184. Para as outorgas que se encontrarem aptas para revogação amigável, sugere-se que
sejam revogadas por um único ato que também rescindirá os CUST relacionados. Destaca-se, neste
ponto, que as centrais geradoras que possuírem contratos de energia no ambiente regulado
vigentes ou alguma inadimplência com os encargos setoriais não estarão aptas à revogação
amigável de suas outorgas e, consequentemente, serão impedidas em prosseguir no processo de
adesão, devendo arcar com as parcelas de EUST eventualmente não cobradas na AMSE.

185. Após a publicação do referido ato, o ONS deverá retomar a execução dos CUST que
não foram rescindidos, que prosseguirão conforme originalmente contratados.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 36 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

186. A Figura 7 apresenta a Sistemática proposta após a análise de contribuições da CP


nº 15/2023.

Figura 7 – Sistemática da proposta de mecanismo regulatório excepcional

IV - DO FUNDAMENTO LEGAL

187. Esta Nota Técnica está fundamentada nos Módulos 2 e 5 das Regras dos Serviços de
Transmissão, aprovados por meio da Resolução Normativa nº 905, de 17 de dezembro de 2020;
nas Resoluções Normativas n° 875 e 876, ambas de 10 de março de 2020, e no Submódulo 9.4 dos
Procedimentos de Regulação Tarifária – Proret.

V - DA CONCLUSÃO

188. Considerando as justificativas apresentadas nesta Nota Técnica e a análise das


contribuições apresentadas à Consulta Pública nº 15 de 2023, concluímos que a proposta
apresentada pela ABEEólica pode ser acatada, com os contornos e detalhamentos aqui propostos.

189. Desse modo, desde que mantidos os princípios acima detalhados, concluímos pela
adoção de um mecanismo regulatório excepcional, com adesão voluntária, que consiste na
revogação de outorga de geração com devolução das respectivas garantias de fiel cumprimento,
quando aplicáveis; isenção de eventuais multas decorrentes de processos de fiscalização em
andamento; e na autorização para o ONS rescindir os CUST celebrados com centrais geradoras,
sem aplicação de multas rescisórias desde que: (i) o agente de geração apresente comprovante de
notificação de denúncia contratual às concessionárias de transmissão envolvidas para rescisão dos
CCT celebrados, quando aplicável, sendo dispensado cumprimento de prazo de antecedência
regulatório para comunicação de rescisão deste contrato; (ii) o agente de geração não possua

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 37 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

débitos de EUST devidos às transmissoras; (iii) que o agente de geração apresente renúncia de
qualquer discussão judicial relacionada aos CUST celebrados; e (iv) que o agente de geração esteja
adimplente com os encargos setoriais decorrentes de sua outorga inscrita no presente mecanismo
e que não possua contratos de energia comercializados no ambiente de contratação regulada
vigentes.

190. Concluímos também pela aprovação de comandos para que o ONS possa fazer a
alocação da margem a ser liberada pelas centrais geradoras que aderirem.

VI - DA RECOMENDAÇÃO

191. Com base no exposto, recomendamos a emissão de Despacho da Diretoria da


ANEEL, que autorize a revogação das outorgas de geração dos agentes que tenham
voluntariamente manifestado interesse ao ONS até 6 de junho de 2023, com devolução das
respectivas garantias de fiel cumprimento, quando aplicáveis, e isenção de eventuais multas
decorrentes de processos de fiscalização em andamento, bem como na autorização ao ONS de
rescindir os CUST celebrados com centrais geradoras, sem aplicação da multa rescisória prevista
no item 4.3.11, da Seção 5.1, do Módulo 5 das Regras de Transmissão desde que: (i) o agente de
geração apresente comprovante de notificação de denúncia contratual às concessionárias de
transmissão envolvidas para rescisão dos CCT celebrados, quando aplicável; (ii) o agente de
geração não possua débitos de EUST devidos às transmissoras; (iii) que o agente de geração
apresente renúncia de qualquer discussão judicial relacionada aos CUST celebrados; e (iv) que o
agente de geração esteja adimplente com os encargos setoriais decorrentes de sua outorga
inscrita no presente mecanismo e que não possua contratos de energia comercializados no
ambiente de contratação regulada vigentes.

192. Adicionalmente, propomos que o referido Despacho estabeleça os prazos e etapas


descritos na sistemática desta Nota Técnica, incluindo a obrigatoriedade de apresentação, por
parte dos agentes interessados, do Termo de Declaração e Outras Avenças que consta anexo e
estabelece, de modo irretratável, as condições para que o agente esteja apto a ter o tratamento
proposto em relação a suas outorgas e CUST celebrados.

193. Por fim, propomos a emissão de Despacho com a definição da forma e


procedimento para que o ONS faça a alocação da margem a ser liberada pelas centrais geradoras
que aderirem.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 38 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

(Assinado digitalmente) MARCUS VINÍCIUS DE LELES FRAZÃO


RAFAEL CAMBRAIA TRAJANO Especialista em Regulação de Serviços
Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Energia
Públicos de Energia

(Assinado digitalmente) (Assinado digitalmente)


TITO RICARDO VAZ DA COSTA GUILHERME VIETA JUNQUEIRA
Especialista em Regulação de Serviços Especialista em Regulação de Serviços
Públicos de Energia Públicos de Energia

(Assinado digitalmente) (Assinado digitalmente)


ÁLVARO FAGUNDES MOREIRA DENIS PEREZ JANNUZZI
Especialista em Regulação de Serviços Especialista em Regulação de Serviços
Públicos de Energia Públicos de Energia

(Assinado digitalmente)
LEONARDO MENDONÇA OLIVEIRA DE QUEIROZ
Superintendente Adjunto de Regulação dos Serviços
de Transmissão e de Distribuição

De acordo:

(Assinado digitalmente)
CAMILA FIGUEIREDO BONFIM LOPES
Superintendente de Gestão Tarifária e Regulação Econômica

(Assinado digitalmente)
LUDIMILA LIMA DA SILVA
Superintendente de Concessões, Permissões e Autorizações dos Serviços de Energia Elétrica

(Assinado digitalmente)
CARLOS ALBERTO CALIXTO MATTAR
Superintendente de Regulação dos Serviços de Transmissão e de Distribuição

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 39 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

ANEXO I

TERMO DE DECLARAÇÃO E OUTRAS AVENÇAS

A (pessoa jurídica), inscrita no CNPJ sob o nº (00.000.000/0000-00), com sede em (endereço


completo), autorizada como produtor independente de energia por meio das Resoluções
Autorizativas XXXX, representada na forma de seu estatuto social, doravante designada
simplesmente REQUERENTE, por este instrumento e na melhor forma de direito, resolve firmar o
presente TERMO DE DECLARAÇÃO E OUTRAS AVENÇAS de acordo com as cláusulas a seguir.
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO

Este TERMO relaciona as responsabilidades e os direitos relativos à concordância integral da


REQUERENTE na adesão ao mecanismo regulatório excepcional autorizado pelo Despacho XXXX,
que consiste na revogação, por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, das
Resoluções Autorizativas mencionadas, com devolução das respectivas garantias de fiel
cumprimento, quando aplicáveis, bem como na autorização ao Operador Nacional do Sistema
Elétrico em rescindir os Contratos de Uso do Sistema de Transmissão celebrados com centrais
geradoras, sem aplicação dos encargos rescisórios previstos no item 4.3.11, da Seção 5.1, do
Módulo 5 das Regras de Transmissão.

CLÁUSULA SEGUNDA – DOS CRITÉRIOS DE ADESÃO


A adesão ao mecanismo de que trata a CLÁUSULA PRIMEIRA dependerá de avaliação da ANEEL a
respeito do cumprimento por parte da REQUERENTE dos seguintes requisitos: (i) a REQUERENTE
deve apresentar comprovante de notificação de denúncia contratual às concessionária(s) de
transmissão afetada(s) para rescisão dos Contratos de Conexão às Instalações de Transmissão –
CCT celebrados pela REQUERENTE, quando aplicável ; (ii) a REQUERENTE deve estar adimplente
com os pagamentos dos Encargos de Uso do Sistema de Transmissão às concessionárias de
transmissão de energia elétrica e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico apurados até 30 de
junho de 2023; e (iii) a REQUERENTE deve estar adimplente com todos os encargos setoriais
aplicáveis e não pode deter contratos de energia comercializados no ambiente de contratação
regulada vigentes.
CLÁUSULA TERCEIRA – DA RENÚNCIA ÀS AÇÕES JUDICIAIS

A adesão ao mecanismo de que trata a CLÁUSULA PRIMEIRA é condicionada à renúncia ao direito


sobre o qual se fundam ações judiciais, processos administrativos ou litígios arbitrais cujo objeto

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 40 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

trate de questionamento relacionado ao pagamento de encargos de uso dos sistemas de


transmissão, multas de rescisão de CUST, bem como postergação da data de entrada em operação
comercial.

Subcláusula Primeira - A renúncia de que trata o caput deverá ser comprovada por meio da
apresentação pelo REQUERENTE de cópia do protocolo do requerimento de extinção do processo
com resolução de mérito, nos termos da alínea "c", inciso III, caput, do art. 487, do Código de
Processo Civil, devidamente anexada ao presente TERMO.

Subcláusula Segunda - A renúncia de que trata o caput eximem as partes da ação do pagamento
dos honorários advocatícios.

CLÁUSULA QUARTA – DA OBRIGATORIEDADE DE QUITAÇÃO DE ENCARGOS RELACIONADOS AOS


CONTRATOS DE CONEXÃO ÀS INSTALAÇÕES DE TRANSMISSÃO

A REQUERENTE reconhece a obrigatoriedade de quitação dos encargos relacionados à rescisão do


Contrato de Conexão às Instalações de Transmissão – CCT nº YYY/XXXX celebrado com a
Concessionária de Transmissão XXXXXXXX no que tange ao ressarcimento, quando houver, dos
serviços e investimentos realizados pela transmissora, desde que previstos explicitamente na
regulamentação vigente.
CLÁUSULA QUARTA – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
A REQUERENTE declara e garante que está autorizada, nos termos da lei e de seu Estatuto Social,
a assumir as obrigações e a cumprir as disposições deste TERMO e do Despacho nº, de XX de
XXXXXXX de 2023.
CLÁUSULA QUINTA – DA VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES
Subcláusula Primeira – A REQUERENTE reconhece e atesta, para todos os fins, a validade, a
autenticidade e a veracidade das informações prestadas e dos documentos apresentados perante
a ANEEL, bem como os efeitos decorrentes de sua adesão voluntária.
Subcláusula Segunda – A REQUERENTE declara plena ciência de que prestar declaração falsa
caracteriza crime previsto no Código Penal Brasileiro, passível de responsabilização nos termos da
legislação, independentemente da responsabilização administrativa e civil cabível.
Subcláusula Terceira – As informações prestadas e os documentos apresentados estão sujeitos à
validação e fiscalização da ANEEL.

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 41 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

Subcláusula Quarta – A REQUERENTE declara plena ciência dos documentos e critérios que
deverão ser apresentados e/ou cumpridos por ocasião de sua adesão a este instrumento, não
podendo alegar desconhecimento ou qualquer vício a ele relacionado.
CLÁUSULA SEXTA – DA PUBLICIDADE
Subcláusula Única – A REQUERENTE concorda que as disposições deste TERMO e que todas as
informações, os dados e os documentos anexados serão considerados públicos e poderão ser
divulgados para terceiros.
CLÁUSULA SÉTIMA – DA VIGÊNCIA
Subcláusula Única – Este TERMO vincula a REQUERENTE em todas as suas cláusulas, por si e seus
sucessores, a qualquer título, por tempo indeterminado.
CLÁUSULA OITAVA – DA EXTINÇÃO
Subcláusula Primeira – Identificado eventual descumprimento, a ANEEL notificará a REQUERENTE
para prestar os esclarecimentos cabíveis, fixando-lhe prazo para a manifestação ou apresentação
de documento.
Subcláusula Segunda – São admitidos os ajustes e as retificações de erros não substanciais, assim
considerados a critério da ANEEL.
Este TERMO DE DECLARAÇÃO E OUTRAS AVENÇAS é firmado em caráter irrevogável e irretratável
pelo prazo de vigência definido na CLÁUSULA OITAVA. (Local de assinatura), em (dia) de (mês) de
(ano).
(Local de assinatura), em (dia) de (mês) de (ano).
__________________________________________
(Requerente)

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 42 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

ANEXO II

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL

DESPACHO Nº XX, DE (DIA) DE (MÊS) DE (ANO)

O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL, no uso das suas


atribuições regimentais, tendo em vista deliberação da Diretoria e o que consta do Processo nº
48500.001719/2023-58, decide (i) autorizar a revogação das outorgas de geração que
manifestaram sua intenção ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, nos termos da
decisão (ii) do item 3 da 15ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria da ANEEL de 2023, com
devolução das respectivas garantias de fiel cumprimento, quando aplicáveis, e isenção de
eventuais multas decorrentes de processos de fiscalização em andamento por atraso na entrada
em operação, bem como autorizar o ONS a rescindir os Contratos de Uso do Sistema de
Transmissão – CUST celebrados com essas centrais geradoras, sem aplicação dos encargos
rescisórios previstos no item 4.3.11, da Seção 5.1, do Módulo 5 das Regras de Transmissão, desde
que: (i.a) essas centrais geradoras apresentem ao ONS comprovante de notificação de denúncia
contratual às concessionárias de transmissão envolvidas para rescisão dos Contratos de Conexão
às Instalações de Transmissão – CCT celebrados, quando existirem; (i.b) não possuam débitos de
Encargos de Uso do Sistema de Transmissão – EUST; (i.c) apresentem renúncia de qualquer
discussão judicial conforme o Termo de Declaração e Outras Avenças anexo; (i.d) estejam
adimplentes com os encargos setoriais decorrentes de sua outorga; (i.e) não possuam contratos
de energia comercializados no ambiente de contratação regulada vigentes; (ii) que os agentes
citados no item (i) e que permaneçam com a intenção: (ii.a) deverão apresentar em meio
disponibilizado pelo ONS, até 30 de junho de 2023, o Termo de Declaração e Outras Avenças
anexo, preenchido, por meio do qual concordam com as condições de participação no mecanismo,
de modo irretratável, bem como o comprovante de notificação de denúncia contratual às
concessionárias de transmissão envolvidas quanto à rescisão dos CCT celebrados; (ii.b) deverão
quitar integralmente os EUST devidos até suas respectivas datas de vencimento; (ii.c) estão
dispensados do cumprimento do prazo de comunicação com antecedência de 12 meses para a
rescisão dos CCT celebrados; (iii) que o ONS deverá: (iii.a) excluir da versão consolidada da base
de dados de entrada do programa Nodal, de que trata o Submódulo 8.2 dos Procedimentos de
Rede, os agentes citados no item (i); (iii.b) suspender provisoriamente a emissão dos Avisos de
Débito - AVD e Avisos de Crédito - AVC para os CUST das centrais geradoras que cumpriram o item
(ii) a partir de 1º de julho de 2023; (iii.c) emitir normalmente os AVD e AVC referentes ao mês de
junho de 2023 relacionados aos CUST celebrados pelos agentes de geração que tenham os
documentos de que trata o item (ii), incluindo aqueles cuja emissão dos AVD e AVC se encontravam
suspensas por ações judiciais; (iii.d) avaliar a adimplência dos EUST de todos os geradores que
apresentaram os Termos de Declaração e Outras Avenças até 15 de agosto de 2023 e encaminhar
à ANEEL a relação das centrais geradoras envolvidas que estarão aptas a rescindir seus CUST; (iii.e)
retomar a emissão dos AVD e AVC do CUST com efeitos retroativos a 1º de julho de 2023 para as

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 43 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

centrais geradoras que não forem consideradas aptas; (iv) que as concessionárias de transmissão
deverão, em até três dias úteis após a última data de vencimento das faturas devidas pelos agentes
de geração, informar o ONS a respeito de sua adimplência; (v) que para as centrais geradoras
consideradas aptas pelo ONS, a Superintendência de Concessões, Permissões e Autorizações dos
Serviços de Energia Elétrica – SCE avaliará a adimplência de encargos setoriais e a existência de
contratos de comercialização de energia no ambiente regulado; (vi) que os agentes de geração
que não estejam quites com as condições descritas no item anterior terão 15 dias, a contar de
notificação da ANEEL, para regularizar as pendências relacionadas; (vii) que após avaliação de
cumprimento dos requisitos que constam de (v) e (vi), a ANEEL informará ao ONS os agentes de
geração que não se encontram aptos, que deverão ter retomada a emissão dos AVD e AVC com
efeitos retroativos a 1º de julho de 2023; (viii) que para as centrais geradoras que cumprirem
integralmente os requisitos a ANEEL, procederá à revogação das outorgas, com devolução das
garantias de fiel cumprimento, e autorizará o ONS a revogar os respectivos CUST.

SANDOVAL DE ARAÚJO FEITOSA NETO

Documento assinado digitalmente.


Consulte a autenticidade deste documento em http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx, informando o código de verificação 7F9DEBAE00729C75
48552.000934/2023-00

P. 44 da NOTA TÉCNICA Nº 21/2023 – STD-SCE-STR/ANEEL, de 09/06/2023

ANEXO III

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL

DESPACHO Nº XX, DE (DIA) DE (MÊS) DE (ANO)

O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL, no uso


das suas atribuições regimentais, tendo em vista deliberação da Diretoria e o que consta do
Processo nº 48500.001719/2023-58, decide: (i) que o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
deverá (i.a) alocar a margem a ser liberada pelas centrais geradoras que tiverem seus Contratos
de Uso do Sistema de Transmissão - CUST rescindidos nos termos do Despacho XXXXX inicialmente
para as centrais geradoras com CUST celebrado para quais o MUST tenha sido atendido
parcialmente, com CUST celebrado com conexão condicionada a obras de transmissão e para as
centrais geradoras cujo Parecer de Acesso foi emitido sem viabilidade de escoamento e não
puderam celebrar seus CUST; (i.b) o ONS deverá receber as manifestações de interesse das centrais
geradoras que se enquadrem no item (i) no período de 28 de agosto a 1 de setembro de 2023; (i.c)
o ONS deverá realizar a análise das centrais geradoras que manifestaram interesse com base na
ordem cronológica de aceite das suas solicitações de acesso que deram origem aos instrumentos
citados no item (i); (ii) que ao manifestar interesse, a central geradora declarará que está ciente
que o ONS realizará a avaliação técnica para o acesso com base nas informações constantes das
solicitações de acesso realizadas anteriormente; (iii) que os CUST ou os aditivos aos CUST
existentes deverão ser celebrados com cláusula que determine a apresentação de garantia
financeira para cobertura total dos encargos rescisórios aplicáveis em caso de rescisão desses
contratos; (iv) que após alocada a margem para essas centrais geradoras, o ONS poderá alocar a
margem restante para o SIN, se houver, seguindo a ordem de análise definida nos Procedimentos
de Rede.

SANDOVAL DE ARAÚJO FEITOSA NETO

Documento assinado digitalmente por Denis Perez Jannuzzi, em 12/06/2023 às 08:43; Alvaro Fagundes Moreira, Especialista em Regulação, em 11/06/2023 às 13:08;
Camila Figueiredo Bomfim Lopes, em 11/06/2023 às 13:03; Rafael Cambraia Trajano, em 10/06/2023 às 02:10; Tito Ricardo Vaz da Costa, em 09/06/2023 às 20:10;
Ludimila Lima da Silva, Superintendente de Concessões, Autorizações e Permissões Dos Serviços de Energia Elétrica, em 09/06/2023 às 19:48; Leonardo
Mendonca Oliveira de Queiroz, Superintendente Adjunto(a) de de Regulação Dos Serviços de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, em 09/06/2023 às
19:42; Guilherme Vieta Junqueira, em 09/06/2023 às 19:37; Carlos Alberto Calixto Mattar, Superintendente de Regulação Dos Serviços de Transmissão e
Distribuição de Energia Elétrica, em 09/06/2023 às 19:33

Você também pode gostar