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Chaves para um coraçã o pró spero

Sabemos que a obediência é fonte da bênção e da prosperidade de Deus para nós, pois é
o que o Ele nos diz em Isaías 1.19: “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor
desta terra”. Deus tem o melhor para nós e quer nos abençoar!

Porém, muitas vezes não temos recebido e desfrutado as bênçãos de Deus, pois elas
estão reservadas para aqueles que ouvem Sua Palavra e crêem nela, para aqueles que
são Seus filhos, que consagram tudo a Ele, que fazem de Jesus o único Senhor de sua
vida e já não são governados por Mamon.

Dinheiro é uma questão séria e a maneira como lidamos com ele determina como será
nosso futuro em Deus. Por isso é tão importante para nós aprendermos sobre dízimos e
ofertas, pois se Jesus não for o Senhor da nossa vida financeira, não poderemos provar
do melhor de Deus. A promessa é para aqueles que quiserem e ouvirem a Deus – apenas
esses desfrutarão a vida abundante que só o Senhor pode dar.

Quero compartilhar algumas chaves que podem abrir seus olhos espirituais para ver o
dinheiro numa perspectiva completamente nova.

1. Não barganhe com Deus

Jesus disse que as aves do céu não semeiam e nem colhem, contudo o Pai celestial as
sustenta. Ele acrescenta que valemos mais que as aves por isso o Pai também nos
sustentará (Mt 6.26). Assim, mesmo aqueles que nada semearam recebem o cuidado
gracioso do Pai. Você acha injusto? Os suprimentos são de Deus e Ele dá para quem
quiser na quantia que achar melhor.

Existe, portanto, um risco de alguém concluir que tudo aquilo que tem colhido seja fruto
de sua própria semeadura. Isso nos conduz a um coração cheio de mérito pessoal e
justiça própria. Podemos concluir equivocadamente que aqueles que estão necessitados
hoje estão assim porque não plantaram no passado ou porque são avarentos. Enquanto
isso, nos vemos como melhores e mais fiéis porque temos colhido. Mas tudo isso pode
ser um grande engano.

Outro exemplo é o povo de Israel no deserto. Ali eles não plantaram, mas colhiam todos
os dias o maná. Será que a colheita do maná foi o resultado de alguma outra semeadura
que tenham feito? Não, o maná foi fruto apenas da graça de Deus. Para que a graça de
Deus se manifeste não há necessidade de semeadura.

Por favor, não me interprete mal. Não estou dizendo que a lei da semeadura não existe
ou que não funcione. Ela funciona e é bíblica, pois tanto o Senhor Jesus como Paulo
falaram dela. O que estou dizendo é que o Senhor nos oferece uma vida numa dimensão
superior: uma vida pela graça. A graça é simplesmente pedi e das-se-vos-á, pois todo o
que pede recebe (Mt 7.7,8). Não plantei, mas peço para participar da colheita, não
trabalhei, mas ainda assim espero receber um salário. Para aquele que trabalhou o
salário é dívida a ser recebida, mas para quem não trabalhou, mas crê na justiça de
Deus, o salário é a loucura dessa graça superabundante (Rm 4.4,5).

Evidentemente a própria semeadura é uma expressão da graça de Deus, pois ninguém


poderia semear se a semente não lhe tivesse sido dada por Deus. Vista desta forma a
semeadura é uma forma de multiplicar a graça de Deus, visto que assim como
recebi graça ao ganhar semente, Deus espera que eu ministre graça na colheita,
dividindo-a com todos quantos necessitarem. Além disso, onde eu poderia achar a
semente para a minha primeira semeadura? A primeira semente teve que ser comprada
ou ganhada de alguém. Só quero lembrá-lo que a sua semente lhe foi dada
graciosamente por Deus.

Todas as vezes que aplicamos a graça alguns podem tirar conclusões erradas. A
primeira conclusão é de que não precisaremos mais ofertar ou semear, uma vez que
Deus dará colheita tanto a quem plantou como a quem não plantou. Em primeiro lugar
entenda que a graça é a provisão de Deus para lhe dar a semente que de outra forma
você não poderia ter. Se você comer a semente e preguiçosamente ficar esperando
ganhar mais, pode ser que a graça de Deus o discipline.

 Podemos barganhar com Deus?

O grande problema hoje no meio evangélico é a mentalidade de fazer algum tipo de


barganha com Deus. Esse pensamento está baseado numa má interpretação do texto de
Lucas 6.38: “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante,
generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão
também”.

O primeiro equívoco das pessoas a respeito desse versículo é pensar que Jesus está
falando de dinheiro. Na verdade esse princípio se aplica a todas as áreas de nossa vida.
O contexto é sobre julgamento, mas ele se aplica a dinheiro, amor, compreensão,
paciência, perdão, etc. E também se aplica a julgamento, impaciência desamor etc.

Não importa o que você dê, isso voltará para você numa medida recalcada, sacudida e
transbordante. Esse é princípio básico da semeadura e colheita: aquilo que plantamos
nós colhemos do mesmo tipo numa medida muito maior. Ninguém colhe o mesmo
tanto que planta e ninguém colhe algo diferente do que semeou.

A grande tentação é transformar a colheita numa motivação em vez de uma recompensa.


O que você acha que Deus sente quando um pregador diz: “Venham! Ofertem a Deus e
você terá de volta muito mais”. Não há nenhum lugar na Bíblia que nos ensine que
podemos ter uma motivação de ganho pessoal quando ofertamos.

O que você acha que Deus sente quando os membros somente ficam excitados em
ofertar para o seu reino quando são empolgados com promessas do tipo fique-rico-
rápido? Você pensa que alguma vez Deus tenha dito algo como: “se o meu povo
somente tivesse a visão de ganhar mais coisas e ficar rico, a igreja iria avançar muito”.

É lamentável que as pessoas não entendam que a visão de Deus é dar e não ganhar mais.
Mas é verdade que se plantamos colheremos. E, não, Deus não é contra termos coisas e
prosperarmos. Pelo contrário, ele ama nos abençoar. Mas nessa questão financeira a
motivação do coração é tudo. “Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos,
mas o Senhor pesa o espírito” (Pv 6.2).

Tiago também diz: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos
prazeres” (Tg 4.3). Jesus disse que todo o que pede recebe, mas agora essa verdade é
complementada com o entendimento de que é preciso motivações corretas.

Quando se trata de agradar a Deus e operar em linha com os princípios do reino, as


motivações do coração são o que importa mais.
Se olharmos alguns versos que precedem Lucas 3.38 poderemos ter uma perspectiva
melhor do que o Senhor disse.

Dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda.
Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles. Se amais os
que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os
amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os
pecadores fazem isso. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a
vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem
outro tanto. Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar
nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é
benigno até para com os ingratos e maus. (Lc 6.30-35)

Assim como o verso 38 todos esses falam de dar. Veja: “Dá a todo o que te pede e dê
também para aquele que não pede, mas toma de você”. O Senhor pergunta: “que
recompensa vocês têm se amam apenas os que os amam ou semeiam apenas para colher
mais?” Ele disse: “se vocês emprestam somente para quem pode pagar, que fazeis
demais?” E alguns ainda cobram juros.

Você consegue perceber no texto uma ênfase num completo desprendimento: “Amem
os seus inimigos, façam o bem e emprestem sem esperar nenhuma paga”. Esse é o tipo
de dar que recebe recompensa. Quando você oferta na igreja essa é a motivação do seu
coração? Se for, você receberá de volta uma medida recalcada, sacudida e
transbordante.

Quando você dá de uma forma despreocupada e espontânea você está seguindo o


exemplo do Pai, pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Nossa motivação
para dar é porque temos o mesmo coração do Pai. Damos por pura alegria e
compromisso.

O seu coração é a chave para a sua prosperidade. Um coração que se alegra em dar e
compartilhar, um coração que deseja ver a obra de Deus avançando, um coração que se
compadece é o tipo de coração que Deus abençoa com prosperidade e contentamento.

Como já mencionamos anteriormente, existe um princípio que é superior à lei da


semeadura: é o princípio de que recebemos tudo pela graça de Deus. Nesse sentido
ainda que pareça absurdo podemos dizer que no reino de Deus a colheita vem antes da
semeadura.

Por que digo isso? Porque, antes de semear, eu preciso experimentar a graça de Deus de
colher o que nunca plantei. É só depois de ter descoberto que tudo o que você possui
lhe foi dado graciosamente sem merecimento algum é que você se torna qualificado
para ser um semeador. Em outras palavras, você precisa ter uma primeira semente
para começar sua plantação, e de onde virá essa semente? Ela lhe será dada
gratuitamente por Deus. Essa primeira semente não é fruto de semeadura, mas é a
simples expressão da graça de Deus.

Um semeador que não colheu primeiro pela graça começa sua semeadura cheio de
justiça própria pensando que está dando algo para Deus. Ninguém realmente dá nada
para Deus, apenas devolve o que recebeu, porque homem nenhum pode ter coisa
alguma se do céu não lhe for concedido (Jo 3.27).
Mas depois que você experimenta a graça de ganhar a semente, você precisa semeá-la.
Essa semeadura já é a sua recompensa porque mais bem aventurada coisa é dar do que
receber (At 20.35).  E a vontade de Deus é que você tome da colheita e reparta
liberalmente como expressão da graça generosa que você recebeu. Toda colheita tem de
ser transformada em nova semeadura.

Não transforme sua semeadura num tipo de barganha com Deus. A lei da semeadura
funciona, mas a palavra de Deus diz que “ainda que eu distribua todos os meus bens
entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não
tiver amor, nada disso me aproveitará” (1Co 13.3). Mas se distribuirmos nossos bens
motivados pelo amor, isso certamente nos aproveitará. Você percebe que a motivação é
a graça e o meio é o amor? Quem ama semeia.

Talvez nenhum princípio bíblico seja tão deturpado como o princípio da semeadura e
colheita. Muitos pensam que é algo mecânico: dê um fusca e ganhe uma Mercedes, dê
uma camiseta e ganhe um terno. Isso está errado. Simplesmente não funciona assim.

Alguns dão por obrigação — o que é errado —, mas outros ofertam para tentar
manipular a Deus, o que é pior. Querem transformar o gazofiláceo numa roda da fortuna
celestial, onde ele deposita uma oferta e recebe outro tanto de volta. Pessoas com essa
motivação nunca prosperam.

Já vi gente doando um carro na esperança de ganhar um melhor. Só posso dizer que ele
ficou a pé muito tempo. Mas se Deus lhe mandar dar o seu carro e você ofertá-lo por
obediência e amor, pode ter certeza que você colherá a bênção de Deus de volta.

Mas ninguém deve fazer disso uma fórmula. A maneira como Deus curou a Naamã não
é uma fórmula e assim também acontece com o cego curado com a saliva de Jesus. A
única fórmula que existe é que tudo tem de vir por fé, no caminho do amor que
resultado em obediência a Deus.

Ninguém deve doar o seu carro porque ouviu o testemunho de alguém que doou e foi
abençoado com um carro melhor. Não diga: “eu também quero um carro melhor, então
vou semear o meu”. Nossa motivação é fundamental. Devemos estar dispostos a dar
mesmo que não recebamos nada em troca. Se não for bem compreendida, a lei da
semeadura se torna apenas uma desculpa para a cobiça e a ganância.

Eu sei que quando estamos em dificuldades financeiras, a primeira coisa que nos vem à
mente é fazer uma semeadura, plantar para poder colher. E isso não é errado, mas Jesus
disse que as aves do céu não semeiam nem colhem, e ainda assim são supridas, pois
Deus as sustenta. Deus lhes dá tudo de que precisam. Portanto, vamos esclarecer algo:
Deus não nos dá o suprimento porque fizemos algo para Ele; não somos supridos
porque entregamos o dízimo, ou uma oferta, ou porque lemos a Bíblia e oramos, ou nos
comportamos melhor nesse mês do que no mês passado. Somos supridos porque Deus é
nosso Pai e cuida de nós. Tudo é por causa de Sua graça.

As crianças não são abençoadas por seus pais porque elas plantaram e colheram! Elas
não têm que semear um pedaço do sanduíche no sábado à noite para poder colher o
almoço de domingo pela manhã! Não existe isso! Se uma criança quer comer, ela pede
ao pai e ele lhe dá o alimento. Do mesmo modo, se queremos algo de Deus, se temos
estado ansiosos por alguma coisa, só precisamos pedir ao Pai e Ele nos concederá tudo o
que precisamos.
Além do mais, qual é a condição para que um pai natural cuide dos seus filhos? É o
merecimento? Se o filho não se comporta direito, o que o pai lhe diz? “Esse mês não
terá comida, você vai passar fome! Também não vai andar de carro, só a pé! E mais: vai
dormir na rua, porque você não merece que eu cuide de você!” Não! Não é assim que
um pai amoroso age com seu filho! O pai cuida do filho independentemente do
merecimento dele. Então, se nós, que somos maus, não tratamos assim nossos filhos,
por que Deus, que é bom, faria isso conosco? Deus não nos trata conforme nossas ações,
mas com base na graça, compaixão e misericórdia dEle.

Sem saber disso, muitas pessoas entregam seu dízimo por medo, temerosas de que, se
não o fizerem, algo ruim da parte de Deus poderá lhes acontecer. Outras levam seus
dízimos e ofertas ao Senhor para fazer um negócio com Ele, achando que Deus é algum
tipo de multiplicador financeiro. Mas, quem faz troca com Deus ainda é escravo de
Mamon. Pessoas assim não querem Deus, desejam apenas que Ele multiplique o
dinheiro para elas. E muitos não são abençoados por causa disso.

Deus não cuida de nós porque somos dizimistas, mas porque Ele é um Pai que ama Seus
filhos. Não estou, com isso, querendo dizer que não precisamos dizimar. Ao contrário:
devolver ao Senhor aquilo que Lhe pertence e confiar nEle para suprir todas as nossas
necessidades é um grande passo para vencer Mamon. Na verdade, entregar ao Senhor
nossas ofertas é o sinal inegável de que somos livres de Mamon.

2. Tenha cuidado pela noiva

Um grande problema na obra de Deus é a falta de revelação. As pessoas sofrem porque


não têm entendimento correto das coisas segundo a ótica de Deus. Se desejarmos ofertar
e dizimar, precisamos fazê-lo também por revelação.

E sobre o que deveríamos ter revelação? Sobre muitas coisas, mas nessa questão dos
dízimos e ofertas certamente precisamos ter luz sobre quem é a igreja e a qual a sua
importância na visão divina. Muita das dificuldades que enfrentamos é justamente
porque não temos revelação de quem é a Igreja. A sua perspectiva de entregar o dízimo
muda completamente quando você tem revelação de que a igreja é a noiva do Senhor.

Vamos imaginar uma situação. Eu estou saindo para uma longa viagem e escolho três
homens para uma incumbência muito especial. Eu digo a eles: Eu darei a vocês dez mil
reais todo mês. Vocês podem usar nove mil, mas mil reais eu quero que vocês
entreguem para a minha esposa para suprir as suas necessidades.

Como prometido eu envio todos os meses os dez mil reais. Depois de alguns meses eu
ligo para minha esposa e pergunto se ela tem recebido o suprimento como foi
combinado. Ela então me responde: “O primeiro está enviando mil reais a cada mês,
como você o instruiu. O segundo está mandando até mais, ele tem enviado dois mil
reais todo mês. Mas o terceiro mandou oitocentos no primeiro mês, trezentos no
segundo, e depois não enviou mais nada.”

Como um marido amoroso e que cuida da esposa, o que farei agora? Eu tenho dado
fielmente para aqueles homens os dez mil reais todo mês. Eu lhes disse que deveriam
repassar apenas dez por cento para minha esposa para que haja mantimento na minha
casa (Ml 3.10). O que posso fazer?

Bem, para esse primeiro homem que tem enviado os dez por cento fielmente eu vou
continuar dando os dez mil reais. Mas para o terceiro que não ficou satisfeito com os
noventa por cento que lhe dei e tomou o que era da minha esposa, eu vou parar de dar-
lhe dinheiro e vou tomar os dez mil reais dele e vou dar para aquele segundo homem
que deu além do que eu pedi. Porque farei isso? Por que posso confiar nesse segundo
homem. Ele é um bom servo e tem demonstrado que se importa com aquilo que é
importante para mim. Aquilo que o terceiro homem fez é o mesmo que me roubar (Ml
3.8).

Você certamente já conseguiu perceber todas as implicações dessa ilustração. O Senhor


Jesus é esse homem que viajou para longe e nós somos os servos encarregados de
repassar dez por cento do que Ele nos dá para a sua noiva, a Igreja. Aqueles que
obedecem são abençoados. Aqueles que dão além do que foi pedido serão abençoados
ainda mais. Mas aquele que se recusa a dar o mínimo sofrerá perda. O Senhor vai tirar
dele e dará para aquele que é fiel. “Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em
abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mt 25.29).

O Senhor não mudou. Ele é o mesmo e está trabalhando para edificar a sua Igreja.
Compreender a importância da Igreja no propósito de Deus é a chave para
contribuir com fidelidade.

3. Saiba o propósito da prosperidade

A promessa da lei era de que a prosperidade viria sobre os que obedecessem e sabemos
que Jesus cumpriu toda a lei, portanto, Ele desfrutou também da bênção da obediência
inclusive a prosperidade.

A antiga aliança prometia prosperidade para aqueles que caminhassem segundo a


vontade de Deus (Dt 29.9; Js 1.7; 1Rs 2.3; 1Cr 22.13; Jó 36.11; Ne 1.11; Sl 1.1-3). Você
acha que Jesus cumpriu os requisitos de andar segundo a vontade de Deus? É claro que
sim. Ele foi completamente obediente e cumpriu toda a lei. Nele nunca houve pecado.
Você acha que alguém assim viveria na pobreza sem a provisão de Deus?
Evidentemente não, por isso Jesus não era pobre. Ele andou em prosperidade conforme
a aliança de Deus com Abraão.

Jesus de fato não era pobre, mas eu não estou insinuando que Ele vivia de forma
extravagante e luxuosa. Entretanto, Jesus não passou necessidade durante a sua vida na
terra. Sua prosperidade não era medida pelo acúmulo de grandes riquezas ou bens
mundanos. Ele não morava num palácio com paredes de ouro. Seu estilo de vida não era
pomposo e nem extravagante. Ele não era movido pelo desejo de posse e ganância. O
propósito dEle era cumprir a vontade do Pai.

Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade
daquele que me enviou. (Jo 6.38)

O principal interesse de Deus é salvar os perdidos e ter a sua Igreja, por isso Ele enviou
Jesus (Jo 3.16).

Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. (Lc 19.10)

O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos,
para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. (Lc
4.18,19)
E percorria Jesus todas as idades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o
evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. (Mt 9.35)

Podemos esperar ser prósperos exatamente como Jesus era. Mas isso significa que os
nossos motivos para prosperar devem ser os mesmos dEle. O propósito da prosperidade
é a expansão do reino de Deus.

Deus não é engrandecido quando passamos por dificuldades, mas Ele tão pouco é
engrandecido quando dedicamos toda a nossa atenção e tempo ao dinheiro e aos
bens materiais e ignoramos a realização do seu propósito na terra.

O povo de Deus deve prosperar para cumprir a grande comissão. Podemos esperar
prosperar se buscarmos tal bênção como um meio de auxiliar a cumprir o propósito de
Deus. 

4. O espírito de pobreza, de orgulho e de gratidão

Os extremos que mencionamos anteriormente podem ser percebidos em três espíritos


que atuam nas pessoas: o espírito de pobreza, o espírito de orgulho e o espírito de
gratidão.

Não se sinta culpado se você tem sido abençoado justamente porque tem obedecido a
Deus e sido fiel. Deus usa coisas para testar o nosso coração e mostrar o que vai dentro
dele. A verdade é que Deus usa as nossas coisas e as coisas dos outros também. Em
outras palavras, a maneira como reagimos quando outros são abençoados fala também a
respeito de nosso coração. Não é difícil chorar com os que choram, mas alegrar-se com
a vitória dos outros é um verdadeiro teste.

Deus sempre olha o nosso coração. Um coração correto é fundamental para sermos
abençoados por Deus, porque o Senhor não se importa de termos coisas, mas Ele se
importa quando as coisas nos têm.

Como podemos saber onde está o nosso coração? Em primeiro lugar se pergunte: “Eu
espero que Deus me supra ou estou esperando que homens supram a minha
necessidade? Eu fico ressentido e irado porque as pessoas não me ajudam como eu
gostaria? Eu culpo os outros pelas minhas circunstâncias?

Todas essas questões indicam se estamos olhando para homens em vez de olhar para
Deus como a fonte de nossa provisão. Quando pensamos que os homens são a fonte
fatalmente seremos desapontados e isso nos tornará ressentidos e amargos. Por isso
mencionei esses três espíritos: o espírito de pobreza, de orgulho e de gratidão. Quando
olhamos para homens desenvolvemos uma de duas atitudes: espírito de orgulho ou de
pobreza. Mas quando olhamos para Deus e reconhecemos que tudo o que temos procede
dEle desenvolvemos um espírito de gratidão.

Vamos ver alguns exemplos. Quando você pensa a respeito da sua condição de vida o
espírito de orgulho diz: “Fiz por merecer, trabalhei muito”. O espírito de pobreza diz:
“Devia me sentir culpado por ter tanto enquanto outros não têm nada”. Mas o espírito de
gratidão diz: “Obrigado Senhor”. A gratidão sempre reconhece que Deus é a fonte de
nossa provisão e bênção.

Quando alguém lhe diz: “Que roupa linda!” O espírito de orgulho responde: “é alta
costura, trouxe de Paris”. O espírito de pobreza diz: “não pense que é caro, comprei
numa promoção, é muito barato”. O espírito de gratidão diz: “O Senhor me dá coisas
boas!”

Se alguém o elogia dizendo: “que casa maravilhosa essa sua!” O espírito de orgulho diz:
“ainda é muito pequena para mim, vou fazer uma maior”. O espírito de pobreza
responde: “custou barato, estava abandonada e eu reformei”. O espírito de gratidão diz:
“somos gratos ao Senhor todos os dias!”.

Quando alguém fala a respeito do seu carro: “que carro bacana!” O espírito de orgulho
diz: “tenho mais três lá em casa”. O espírito de pobreza reclama: “esse carro é da
empresa”. Mas o espírito de gratidão diz: “é pela graça do Senhor!”

O espírito de orgulho quer que as pessoas pensem que eles pagaram mais. O espírito de
pobreza quer que pensem que pagaram menos, mas o espírito de gratidão não se importa
com o que as pessoas pensam. Se alguém lhe perguntar algo apenas diga a verdade e
seja grato a Deus.

O espírito de orgulho diz: “Eu ganhei isso”. O espírito de pobreza diz: “Eu não devia ter
isso”. Mas o espírito de gratidão diz: “eu recebi pela graça de Deus”.

5. Cuidado com Mamon

Tudo isso que tenho falado é para adverti-lo do terrível poder de Mamon. Precisamos
ser cuidadosos por que Mamon deseja governar. É por isso que Jesus disse que não
podemos servir a Deus e a Mamon. Mamon procura servos.

O objetivo do diabo é que Mamon possa ocupar o lugar de Deus. Mamon nos promete
aquilo que somente Deus pode nos dar: segurança, significado, identidade,
independência, poder e liberdade. Gostaria de expor o significado de cada uma dessas
falsas promessas.

Em primeiro lugar quem é a sua fonte de segurança? Aqueles que servem a Mamon se
sentem completamente inseguros e desprotegidos se perdem o emprego ou ficam sem
dinheiro. Não conseguem simplesmente crer no cuidado de Deus. Vivem ansiosos e
preocupados com o amanhã porque o Senhor ainda não é a segurança deles. Mamon é
um deus cruel que atormenta seus adoradores.

A segunda oferta de Mamon é significado. Você está entre aqueles que acham que o
valor de alguém está na sua conta bancária? Esses são servos de Mamon, se têm
dinheiro sentem que possuem valor e significado, se o dinheiro se vai a auto-estima vai
junto. Já viram como o estado de humor de alguns homens vai piorando na medida em
que o mês avança? Quanto menos dinheiro, menos humor. Esse é o pensamento de
Mamon: “você é o que você tem”. Mamon diz que, se você tivesse mais dinheiro, as
pessoas o ouviriam, seus problemas de relacionamento acabariam e a vida seria
maravilhosa.

Não pense que Mamon não está dentro da igreja também. Ele tem dito a muitos que se
eles tivessem mais dinheiro eles poderiam realmente ajudar as pessoas. Isso é mentira.
Jesus nunca disse que a solução dos problemas das pessoas era mais dinheiro. Dinheiro
não é a solução, Deus é. Essa é a mentira que envolve muitos servos de Deus, pensam
que não fazem mais para o reino porque não têm dinheiro. Mentira! Nós precisamos de
Deus, ponto final. Só.
Mamon sempre nos apresenta negócios imperdíveis. Como pastor de uma grande igreja,
sou freqüentemente assediado por tais propostas. Um deles um dia me disse: Imagine
quantas pessoas você poderia ajudar se fosse rico; ou sua igreja poderia ter tudo o que
você sonha depois que você se tornasse um milionário. Isso tudo é mentira e sedução do
inferno. Deus não precisa de dinheiro para ajudar as pessoas. Quando pensamos que os
problemas são resolvidos com mais dinheiro é porque estamos debaixo da escravidão de
Mamon.

A terceira coisa que Mamon deseja dar como se fosse Deus é identidade. Quem não
gostaria de dizer: “Diga que fui eu quem te mandou”? Adoramos ter uma posição,
status, fama ou poder. Essas coisas todas são de Mamon. Qual a sua identidade: o “Dr.”,
o “PhD”? Ou você é um ungido de Deus? Mamon diz que, se tivermos o carro certo, o
cartão de crédito certo, morar no lugar e ser amigo das pessoas certas, seremos felizes e
realizados.

Independência é a quarta proposta de Mamon. Se você folhear qualquer livro sobre


finanças na ótica do mundo verá que o alvo é independência. Querem ganhar dinheiro
para não sentirem que precisam de ninguém e por isso não ficarão mais ansiosos ou
angustiados. Mas única verdadeira independência é depender do Espírito de Deus.

Mamon oferece também poder. As pessoas sonham com uma posição que lhes confira
poder sobre os outros. Jesus entregou ao Pai o reino, o poder e a glória.

E por fim a última proposta mentirosa de Mamon é a liberdade. Quem tem dinheiro
pode fazer o que quiser. Essa é a propaganda de Hollywood. Mamon é um deus que
escraviza, mas se a verdade vos libertar verdadeiramente sereis livres.

Não quero, porém, que você pense que Mamon é o mesmo que dinheiro. Não são
sinônimos. Paulo diz que o problema é o amor do dinheiro. “Porque o amor do dinheiro
é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se
atormentaram com muitas dores” (1Tm 6.10). Mamon é esse amor idólatra, em outras
palavras é o egoísmo, a ganância e a cobiça.

Esse é o motivo porque não podemos servir a Deus e a Mamon, porque eles são opostos
entre si. Mamon diz para tomar, mas Deus diz para dar. Mamon é egoísta, mas Deus é
generoso. Mamon diz para comprar e vender, Deus diz para semear e colher. Mamon
diz para enganar e roubar, mas Deus diz para dar e então receber.

 Pr. Aluizio A. Silva

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