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10   Redes de computadores e a Internet

dados com um multiplexador digital de acesso à linha do assinante (DSLAM), em geral localizado na CT da ope-
radora. O modem DSL da casa apanha dados digitais e os traduz para sons de alta frequência, para transmissão
pelos fios de telefone até a CT; os sinais analógicos de muitas dessas residências são traduzidos de volta para o
formato digital no DSLAM.
A linha telefônica conduz, simultaneamente, dados e sinais telefônicos tradicionais, que são codificados em
frequências diferentes:
• um canal downstream de alta velocidade, com uma banda de 50 kHz a 1 MHZ;
• um canal upstream de velocidade média, com uma banda de 4 kHz a 50 kHz;
• um canal de telefone bidirecional comum, com uma banda de 0 a 4 kHz.
Essa abordagem faz que a conexão DSL pareça três conexões distintas, de modo que um telefonema e a
conexão com a Internet podem compartilhar a DSL ao mesmo tempo. (Descreveremos essa técnica de multiple-
xação por divisão de frequência na Seção 1.3.2.) Do lado do consumidor, para os sinais que chegam até sua casa,
um distribuidor separa os dados e os sinais telefônicos e conduz o sinal com os dados para o modem DSL. Na
operadora, na CT, o DSLAM separa os dados e os sinais telefônicos e envia aqueles para a Internet. Centenas ou
mesmo milhares de residências se conectam a um único DSLAM [Dischinger, 2007].
Os padrões DSL definem taxas de transmissão de 12 Mbits/s downstream e 1,8 Mbits/s upstream
[ITU, 1999] e 24 Mbits/s downstream e 2,5 Mbits/s upstream [ITU, 2003]. Em razão de as taxas de transmissão
e recebimento serem diferentes, o acesso é conhecido como assimétrico. As taxas reais alcançadas podem ser
menores do que as indicadas anteriormente, pois o provedor de DSL pode, de modo proposital, limitar uma taxa
residencial quando é oferecido o serviço em camadas (diferentes taxas, disponíveis a diferentes preços), ou por-
que a taxa máxima pode ser limitada pela distância entre a residência e a CT, pela bitola da linha de par trançado
e pelo grau de interferência elétrica. Os engenheiros projetaram o DSL expressamente para distâncias curtas entre
a residência e a CT; quase sempre, se a residência não estiver localizada dentro de 8 a 16 quilômetros da CT, ela
precisa recorrer a uma forma de acesso alternativa à Internet.
Embora o DSL utilize a infraestrutura de telefone local da operadora, o acesso à Internet a cabo utiliza a
infraestrutura de TV a cabo da operadora de televisão. Uma residência obtém acesso à Internet a cabo da mesma
empresa que fornece a televisão a cabo. Como ilustrado na Figura 1.6, as fibras óticas conectam o terminal de
distribuição às junções da região, sendo o cabo coaxial tradicional utilizado para chegar às casas e apartamentos
de maneira individual. Cada junção costuma suportar de 500 a 5.000 casas. Em razão de a fibra e o cabo coaxial
fazerem parte desse sistema, a rede é denominada híbrida fibra-coaxial (HFC).
O acesso à Internet a cabo necessita de modems especiais, denominados modems a cabo. Como o DSL, o
modem a cabo é, em geral, um aparelho externo que se conecta ao computador residencial pela porta Ethernet.
(Discutiremos Ethernet em detalhes no Capítulo 5.) No terminal de distribuição, o sistema de término do mo-
dem a cabo (CMTS) tem uma função semelhante à do DSLAM da rede DSL — transformar o sinal analógico

Figura 1.5  Acesso à Internet por DSL

Telefone Linha telefônica existente:


residencial Internet
telefone com 0-4 KHz;
dados upstream com 4-50 KHz;
dados downstream
com 50 KHZ – 1 MHz DSLAM

Splitter
Rede
telefônica
Modem Central
DSL telefônica
Computador
residencial

Kurose_menor.indb 10 01/08/13 20:55

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