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T EORIA DE REDES

PROF. VINICIUS RUIZ MARTINS

REDES DE COMPUTADORES E
A INTERNET – PARTE 3
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

SUMÁRIO

• 1 O que é Internet?
• 2 Borda da rede
• 3 Núcleo da rede
• 4 Acesso à rede e meio físico
• 5 Estrutura da Internet e ISPs
• 6 Atraso e perda em redes de comutação de pacotes
• 7 Camadas de protocolo, modelos de serviço
• 8 História

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

REDES DE ACESSO E MEIOS FÍSICOS

Redes de acesso:
Enlace (ou enlaces) físicos que
conectam um Sistema final a seu
roteador de borda.

Roteador de borda:
Primeiro roteador de um caminho
entre um Sistema final e qualquer
outro sistema final remoto.

Enlaces de acesso destacados


por linhas cheias sombreadas.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

REDES DE ACESSO E MEIOS FÍSICOS

Como conectar o sistema final ao


roteador de borda?
• Redes de acesso residencial
• Redes de acesso institucionais
(escolas, bancos, empresas)
• Redes de acesso móveis

Lembre-se :
• largura de banda (bits por segundo) da
rede de acesso?
• Compartilhado ou dedicado?
• Fibra, par coaxial, cabo telefônico de
Enlaces de acesso destacados
par trançado, espectro de radio. por linhas cheias sombreadas.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ACESSO RESIDENCIAL: REDES PONTO-A-PONTO

• Modem discado
• Até 56 kbps com acesso direto ao roteador (menos em tese - qualidade)
• Não é possível navegar e telefonar ao mesmo tempo: não pode estar
“sempre on-line”
• Longas distâncias entre modens residenciais e modens de ISP.

• ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line - Linha Digital Assimétrica para


Assinante)
• Acima de 1 Mbps de upstream (residências p/ ISP).
• Acima de 10 Mbps de downstream (IPS p/ residências).
• Assimetria nas taxas de transferência: usuário residencial como
consumidor de informações.
• Taxas disponíveis em função da distância entre o modem doméstico e o
modem do ISP, da bitola da linha de par trançado, do grau de
interferência elétrica, entre outros aspectos.
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ACESSO RESIDENCIAL: REDES PONTO-A-PONTO

• A linha telefônica conduz, simultaneamente, dados e sinais telefônicos


tradicionais, que são codificados em frequências diferentes (FDM):
- um canal downstream de alta velocidade, com uma banda de 50
kHz a 1 MHZ;
- um canal upstream de velocidade média, com uma banda de 4 kHz
a 50 kHz;
- um canal de telefone bidirecional comum, com uma banda de 0 a 4
kHz.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ACESSO RESIDENCIAL: REDES PONTO-A-PONTO

Splitter: ligados na entrada de linha, de onde deriva um par de fios para o modem e outro
par para os dispositivos de voz. Tem a função de concentrar o sinal DSL apenas em um par
de fios, evitando que o sinal percorra toda a instalação interna perdendo as suas
características ou sofrendo interferências.
DSLAM: multiplexador digital de acesso à linha do assinante, localizado na CT (Central
Telefônica) da operadora. O modem DSL da casa apanha dados digitais e os traduz para
sons de alta frequência, para transmissão pelos fios de telefone até a CT; os sinais
analógicos de muitas dessas residências são traduzidos de volta para o formato digital no
DSLAM. 7
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ACESSO RESIDENCIAL: CABLE MODEMS

• HFC: híbrido fibra e coaxial


• Assimétrico: até 30 Mbps upstream, 2 Mbps downstream
• Extensões das redes de cabos para transmissão de TV a cabo.
• Requer modens especiais, denominados modens a cabo.

Rede de cabo e fibra liga residências ao roteador do ISP


• Acesso compartilhado das casas de um condomínio ou de um bairro
• Deployment: disponível via companhias de TV a cabo

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ARQUITETURAS DE REDES A CABO: VISÃO GERAL

Tipicamente 500 a 5.000 casas

ponto final do cabo

casa
rede de distribuição
de cabo (simplificada)

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ARQUITETURAS DE REDES A CABO: VISÃO GERAL

ponto final do cabo

casa
rede de distribuição
de cabo (simplificada)
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ARQUITETURAS DE REDES A CABO: VISÃO GERAL

servidor(es)

ponto final do cabo

casa
rede de distribuição
de cabo (simplificada)
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ARQUITETURAS DE REDES A CABO: VISÃO GERAL

FDM:
C
O
V V V V V V N
I I I I I I D D T
D D D D D D A A R
E E E E E E T T O
O O O O O O A A L

1 2 3 4 5 6 7 8 9

canais

ponto final do cabo

casa
rede de distribuição
de cabo (simplificada)
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ACESSO RESIDENCIAL: FIBRAS ÓTICAS

Tecnologia que promete velocidades ainda mais altas: FTTH - fiber to the home

- Oferece um caminho de fibra ótica da CT diretamente até a residência.

- Taxas de acesso à Internet na faixa de gigabits por segundo.

- Em geral, uma fibra que sai da central telefônica é compartilhada por várias
residências; ela é dividida em fibras individuais do cliente apenas após se
aproximar relativamente das casas.

- Duas arquiteturas concorrentes de rede de distribuição ótica apresentam essa


divisão: redes óticas ativas (AONs) e redes óticas passivas (PONs).

- A AON é na essência a Ethernet comutada. (Veremos mais para frente!)

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ACESSO RESIDENCIAL: REDES ÓTICAS PASSIVAS (PONS)

- Cada residência possui um terminal de rede ótica (ONT), que é conectado por
uma fibra ótica dedicada a um distribuidor da região.

- O distribuidor combina certo número de residências (em geral menos de 100) a


uma única fibra ótica compartilhada, que se liga a um terminal de linha ótica
(OLT) na CT da operadora.

- O OLT fornece conversão entre sinais ópticos e elétricos, e se conecta à Internet


por meio de um roteador da operadora.
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ACESSO RESIDENCIAL: REDES ÓTICAS PASSIVAS (PONS)

- Na residência, o usuário conecta ao ONT um roteador residencial pelo qual


acessa a Internet.

- Todos os pacotes enviados do OLT ao distribuidor são nele replicados


(semelhante ao terminal de distribuição a cabo).

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ACESSO INSTITUCIONAL: REDES DE ÁREA LOCAL

• A rede local (LAN – Local Area Network) da companhia conecta sistemas


finais ao roteador de acesso (roteador de borda).
(Veremos mais para frente…)

• Ethernet:
• Tecnologia predominante nas redes coorporativas (e residenciais
também).
• Cabo compartilhado ou dedicado conecta vários sistemas finais entre si e
a um roteador de boda (responsável pelo roteamento de pacotes com
destino externo à LAN).
• 10 Mbps, 100 Mbps, Gigabit Ethernet (1 e 10 Gbps).
• Par de fios de cobre trançado ou cabo coaxial.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ACESSO INSTITUCIONAL: REDES DE ÁREA LOCAL

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

REDES DE ACESSO SEM FIO

• Rede de acesso sem fio compartilhada conecta sistemas finais ao roteador


através de “ponto de acesso” da estação base

• LANs sem fio:


• IEEE 802.11 (Ethernet sem fio, ou WiFi): até 54 Mbits/s

Rede doméstica típica

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

REDES DE ACESSO SEM FIO

• Wide-area de acesso sem fio


• Provido pelo provedor de telecomunicações

LTE: Long-Term
Evolution

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

REDES RESIDENCIAIS

Componentes típicos de uma rede residencial:


• ADSL ou cable modem
• Roteador/firewall
• Ethernet
• Ponto de acesso sem fio

Rede doméstica típica

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

MEIOS FÍSICOS

• Bit: propaga-se entre os pares transmissor/receptor


• Enlace físico: meio que fica entre o transmissor e o receptor
• Meios guiados:
• Os sinais se propagam em meios sólidos com caminho fixo: cobre, fibra
• Meios não guiados:
• Propagação livre, ex.: rádio
Twisted Pair (TP)
• Par de fios trançados de cobre isolados
• Categoria 3: taxas de transmissão até 10 Mbps
• Categoria 5: 100 Mbps Ethernet

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

MEIOS FÍSICOS

UTP: unshielded twisted pair – par de fios trançados sem blindagem.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

MEIO FÍSICO: COAXIAL, FIBRA

Cabo coaxial:

• Dois condutores de cobre concêntricos


• Bidirecional
banda base:
• Um único sinal presente no cabo
• Legado da Ethernet
• Banda larga:
• Canal múltiplo no cabo
• HFC (combinação com fibra ótica)

• Em televisão a cabo e acesso a cabo à Internet, o transmissor passa o


sinal digital para uma banda de frequência específica e o sinal analógico
resultante é enviado do transmissor para um ou mais receptores.
• O cabo coaxial pode ser utilizado como um meio compartilhado guiado.
Vários sistemas finais podem ser conectados diretamente ao cabo, e
todos eles recebem qualquer sinal que seja enviado pelos outros sistemas
finais. 23
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

MEIO FÍSICO: COAXIAL, FIBRA

Cabo de fibra óptica:

• Fibra de vidro transportando pulsos de luz, cada pulso é um bit


• Alta velocidade de operação:
• Alta velocidade com transmissão ponto-a-ponto (ex.: 5 Gps)
• Baixa taxa de erros.
• Repetidores bem espaçados.
• Imunidade a ruídos eletromagnéticos.
• Baixa atenuação de sinais (até cem quilômetros).

• As velocidades de conexão do padrão Optical Carrier (OC) variam de


51,8 Mbits/s a 39,8 Gbits/s.
• Essas especificações são frequentemente denominadas OC-n, em que a
velocidade de conexão se iguala a n × 51,8 Mbits/s.
• Os padrões usados incluem OC-1, OC-3, OC-12, OC-24, OC-48, OC-96,
OC-192 e OC-768.
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

MEIO FÍSICO: RÁDIO

• Sinal transportado como campo eletromagnético


• Não há fios físicos
• Bidirecional
• Condições ambientais determinam perda de sinal no caminho e atenuação:
• Efeito de sombra (reduz a intensidade do sinal quando ele transita por
distâncias longas e ao redor/através de objetos interferentes)
• Atenuação por multivias (devido à reflexão do sinal quando atinge
objetos interferentes)
• Interferência (devido a outros canais de radio ou a sinais
eletromagnéticos)

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

MEIO FÍSICO: RÁDIO

Tipos de canais de rádio:


• Microondas terrestre
• Canais de até 45 Mbps
LAN (ex.: WiFi)
• 2 Mbps, 11 Mbps
Wide-area (ex.: celular)
• Ex., 3G: centenas de kbps
• Satélite
• Podem prover taxas de transmissão na faixa de gigabits por segundo.
• 280 ms de atraso fim-a-fim
• Satélites geoestacionários e satélites de órbita baixa (LEO)

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

MEIO FÍSICO: RÁDIO

Satélites geoestacionários:
- Ficam de modo permanente sobre o mesmo lugar da Terra (36 mil quilômetros acima da
superfície terrestre).
- Essa enorme distância da estação terrestre ao satélite e de seu caminho de volta à
estação terrestre traz um substancial atraso de propagação de sinal de 280
milissegundos.
- Podem funcionar a velocidades de centenas de Mbits/s.
- Frequentemente usados em áreas sem acesso à Internet baseado em DSL ou cabo.

Satélites de órbita baixa:


- Posicionados muito mais próximos da Terra e não ficam sempre sobre um único lugar.
- Giram ao redor da Terra (exatamente como a Lua) e podem se comunicar uns com os
outros e com estações terrestres.
- Para prover cobertura contínua em determinada área, é preciso colocar muitos satélites
em órbita.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

EXERCÍCIOS

1) Cite seis tecnologias de acesso. Classifique cada uma delas nas


categorias acesso residencial, acesso corporativo ou acesso móvel.

2) A taxa de transmissão HFC é dedicada ou é compartilhada entre


usuários? É possível haver colisões na direção provedor-usuário de um
canal HFC? Por quê?

3) Cite alguns meios físicos utilizados para instalar a Ethernet.

4) Descreva as tecnologias de acesso sem fio mais populares


atualmente. Faça uma comparação entre elas.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

SUMÁRIO

• 1 O que é Internet?
• 2 Borda da rede
• 3 Núcleo da rede
• 4 Acesso à rede e meio físico
• 5 Estrutura da Internet e ISPs
• 6 Atraso e perda em redes de comutação de pacotes
• 7 Camadas de protocolo, modelos de serviço
• 8 História

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ESTRUTURA DA INTERNET: REDE DE REDES

• Grosseiramente hierárquica
• No centro: ISPs (Internet Service Providers) de “zona-1”(ou nível 1) (ex.:
UUNet, BBN/Genuity, Sprint, AT&T), cobertura nacional/internacional
• Os outros são igualmente tratados

• Também conhecidos como redes de backbone da Internet.


• Roteadores transmitem pacotes a taxas extremamentes altas.

A Zona-1 também
provê interconexão
A Zona-1 nos pontos de
provê
ISP Zona-1
NAP acesso (Network
interconexão Access Point -
(peer) de NAPs) da rede
modo pública
privativa ISP Zona-1 ISP Zona-1
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ISP DE ZONA-1 – EX.: SPRINT


Rede de backbone da Sprint US

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ISP DE ZONA-1

• Conectam-se diretamente a cada um dos outros ISPs de nível 1,


• Conectam-se a um grande número de ISPs de nível 2 e a outras
redes clientes,
• Têm cobertura internacional.

ISP Zona-1

ISP Zona-1 ISP Zona-1

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ESTRUTURA DA INTERNET: REDE DE REDES


• ISPs de ”Zona-2”: ISPs menores (frequentemente regionais)
• Conectam-se a um ou mais ISPs de Zona-1, possivelmente a outros
ISPs de Zona-2

• Alcance regional ou nacional.

ISPs de Zona-
2 também
provêem
ISP de Zona-2 paga ISP Zona-2 ISP Zona-2 conexão
ao ISP de Zona-1
privativamente
pela conectividade ao ISP Zona-1 entre si,
resto da Internet NAP interconexão
• ISP de Zona-2 é em NAP
cliente do provedor
de Zona-1
ISP Zona-1 ISP Zona-1 ISP Zona-2

ISP Zona-2 ISP Zona-2

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ESTRUTURA DA INTERNET: REDE DE REDES

• Muitas empresas de grande porte e instituições conectam suas redes


corporativas diretamente a um provedor de nível 1 ou 2, tornando-se,
desse modo, cliente daquele ISP.
• O provedor ISP cobra uma tarifa de seu cliente, que normalmente
depende da taxa de transmissão do enlace que interliga ambos.

ISPs de Zona-
2 também
provêem
ISP de Zona-2 paga ISP Zona-2 ISP Zona-2 conexão
ao ISP de Zona-1
privativamente
pela conectividade ao ISP Zona-1 entre si,
resto da Internet NAP interconexão
• ISP de Zona-2 é em NAP
cliente do provedor
de Zona-1
ISP Zona-1 ISP Zona-1 ISP Zona-2

ISP Zona-2 ISP Zona-2

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ESTRUTURA DA INTERNET: REDE DE REDES


• ISPs de “Zona-3” e ISPs locais
• Última rede de acesso (“hop” – uma parte do caminho entre a origem e
o destino).
• Mais próxima dos sistemas finais.

ISP
local ISP ISP
ISP ISP
Zona-3 local
local local
ISPs locais e de ISP Zona-2 ISP Zona-2
Zona-3 são
clientes dos ISP Zona-1
ISPs de zonas NAP
mais altas
conectando-os
ao resto da
ISP Zona-1 ISP Zona-1 ISP Zona-2
Internet
ISP
ISP Zona-2 ISP Zona-2
local
ISP ISP ISP
local local local
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ESTRUTURA DE REDE: INTERCONEXÃO DE ISPS

- IXP: ponto de troca da Internet (Internet Exchange Point): ponto de encontro


onde vários ISPs podem se emparelhar.
- Facilitam a interconexão entre sistemas autônomos (ASes, ou Autonomous
Systems), encurtam caminhos e reduzem os custos de trânsito de seus
membros.
- Existem mais de 500 IXPs na Internet (2016).
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ESTRUTURA DA INTERNET: REDE DE REDES

• Um pacote passa através de muitas redes

ISP
local ISP ISP
ISP ISP
Zona-3 local
local local
ISP Zona-2 Tier-2 ISP

ISP Zona-1
NAP

ISP Zona-1 ISP Zona-1 ISP Zona-2


ISP
ISP Zona-2 ISP Zona-2
local
ISP ISP ISP
local local local
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ESTRUTURA DA INTERNET: REDE DE REDES

• Dentro da rede de um os pontos em que ele se conecta a outros ISPs (seja abaixo acima
ou no mesmo nível na )hierarquia são conhecidos como pontos de presença (points
of presence – POP).

• Um POP é simplesmente um grupo de um ou mais roteadores na rede do ISP com os


quais os roteadores em outros ISPs, ou em redes pertencentes a clientes do ISP, podem se
conectar.

• Um provedor de nível 1 normalmente tem muitos POPs espalhados por diferentes


localidades geográficas em sua rede e várias redes clientes e outros ISPs ligados a cada
POP.

• Para se conectar ao POP de um provedor uma rede cliente normalmente aluga no enlace
de alta velocidade de um provedor de telecomunicações de terceiros e conecta um dos
seus roteadores diretamente a um roteador no POP do provedor.

• Além de se conectarem entre si em pontos privados de formação de par, ISPs muitas


vezes se interconectam em Pontos de Acesso de Rede (Network Access Points –
NAPs) podendo cada um deles ser controlado e operado por alguma empresa privada de
telecomunicações ou por um provedor de backbone de Internet
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ESTRUTURA DA INTERNET: REDE DE REDES

Resumindo:

• A topologia da Internet é complexa consistindo de dezenas de ISP de níveis 1 e


2 e milhares de ISPs de níveis mais baixos.

• A cobertura dos ISPs é bastante diversificada: alguns abrangem vários


continentes e oceanos e outros se limitam a pequenas regiões do mundo. Os
ISPs de níveis mais baixos conectam-se a ISPs de níveis mais altos e estes
(normalmente) se interconectam em pontos privados de emparelhamento e
NAPs.

• Usuários e provedores de conteúdo são clientes de ISPs de níveis mais baixos e


estes são clientes de ISPs de níveis mais altos.

• Qualquer um de nós pode se tornar um ISP de acesso tão logo tenhamos uma
conexão com a Internet. Basta comprar o equipamento necessário (por
exemplo, roteador e banco de modens) para que outros usuários se conectem
conosco.
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

SUMÁRIO

• 1 O que é Internet?
• 2 Borda da rede
• 3 Núcleo da rede
• 4 Acesso à rede e meio físico
• 5 Estrutura da Internet e ISPs
• 6 Atraso e perda em redes de comutação de pacotes
• 7 Camadas de protocolo, modelos de serviço
• 8 História

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

COMO PERDAS E ATRASOS OCORREM?


Filas de pacotes em buffers de roteadores
• Taxa de chegada de pacotes ao link ultrapassa a capacidade do link de saída
• Fila de pacotes esperam por sua vez

pacote sendo transmitido (atraso)

B
enfileiramento de pacotes (atraso)
buffers livres (disponíveis): pacotes chegando
descartados (perda) se não houver buffers livres
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

QUATRO FONTES DE ATRASO DE PACOTES

Quando um pacote viaja de um nó (sistema final ou roteador) ao nó


subsequente (sistema final ou roteador) sofre, ao longo desse caminho,
diversos tipos de atraso em cada nó existente no caminho.

Os mais importantes:

1. Atraso de processamento nodal


2. Atraso de fila (enfileiramento)
3. Atraso de transmissão
4. Atraso de propagação

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

QUATRO FONTES DE ATRASO DE PACOTES

1. Atraso de processamento nodal


• Tempo requerido para examinar o cabeçalho do pacote e determinar
para onde direcioná-lo.
• Pode incluir outros fatores, como a verificação de erros em bits
existentes no pacote que ocorreram durante a transmissão dos bits
desde o nó anterior ao roteador A.
• Após, o roteador direciona o pacote à fila que precede o enlace com o
roteador B (determina link de saída).
• São da ordem de microsegundos ou menos.
• Quase sempre desprezível, mas tem forte influência na produtividade de
um roteador (velocidade máxima de encaminhamento de pacotes).

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

QUATRO FONTES DE ATRASO DE PACOTES

2. Atraso de fila (enfileiramento)


• Tempo de espera no link de saída para transmissão.
• Depende do nível de congestionamento do roteador (da quantidade de
pacotes que chegaram antes e que já estiverem esperando na fila pela
transmissão).
• É função da intensidade e da natureza do tráfego que está chegando à
fila.
• Ordem de micro a milissegundos.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

QUATRO FONTES DE ATRASO DE PACOTES

3. Atraso de transmissão
• Também chamado de atraso de armazenamento e reenvio.
• Quantidade de tempo requerida para o roteador empurrar/transmitir
todos os bits do pacote para o enlace.
• R = largura de banda do link (bps), determinada pela velocidade de
transmissão do enlace ao roteador B.
• L = tamanho do pacote (bits)
• Atraso de transmissão (tempo para enviar bits ao link) = L/R
• Ordem de micro a milissegundos.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

QUATRO FONTES DE ATRASO DE PACOTES


4. Atraso de propagação:
• Tempo necessário para propagar o bit desde o início do enlace até o
roteador B.
• Depende do meio físico do enlace (fibra ótica, par trançado, etc.)
• d = comprimento do link físico (distância entre os roteadores A e B).
• s = velocidade de propagação no meio (~2x108 m/s, velocidade da luz)
• Atraso de propagação = d/s
• Assim que o ultimo bit se propagar até o nó B, ele e todos os outros bits
precedentes do pacote serão armazenados no roteador B, e o processo
inteiro continua).
• Em redes WAN, são da ordem de milissegundos.

Nota: “s” e “R” são medidas muito diferentes! 50


VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

COMPARAÇÃO ENTRE ATRASO DE TRANSMISSÃO E DE PROPAGAÇÃO

Diferença sutil, mas muito importante:

- Atraso de transmissão: quantidade do tempo requerida para o roteador


empurrar o pacote para fora; é uma função do comprimento no pacote e da
taxa de transmissão do enlace, mas nada tem a ver com a distância
entre os dois roteadores

- Atraso de propagação: tempo que leva para um bit se propagar de um


roteador até o seguinte; é uma função da distância entre os dois roteadores,
mas nada tem a ver com o comprimento do pacote ou com a taxa
de transmissão do enlace.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

COMPARAÇÃO ENTRE ATRASO DE TRANSMISSÃO E DE PROPAGAÇÃO


ANALOGIA DA CARAVANA

100 km 100 km
caravana pedágio pedágio
de 10 carros

- Carros se “propagam” a 100 km/h


- Pedágios levam 12 s para atender um carro (tempo de transmissão)
- Trechos = enlace; pedágio = roteadores; carro = bit; caravana = pacote
- O primeiro carro do comboio aguarda na entrada do pedágio até que os
outros nove cheguem e formem uma fila.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

COMPARAÇÃO ENTRE ATRASO DE TRANSMISSÃO E DE PROPAGAÇÃO


ANALOGIA DA CARAVANA

100 km 100 km
caravana pedágio pedágio
de 10 carros

Quanto tempo levará até a caravana ser alinhada antes do 2o pedágio?

Tempo para “empurrar” a caravana toda pelo pedágio até a estrada =


12 ∙ 10 = 120 s (2 minutos)
→ Análogo ao atraso de transmissão!
Tempo para o último carro se propagar do 1o ao 2o pedágio: 100 km/(100
km/h) = 1 h (60 minutos)
→ Análogo ao atraso de propagação!
R.: 62 minutos.
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

COMPARAÇÃO ENTRE ATRASO DE TRANSMISSÃO E DE PROPAGAÇÃO


ANALOGIA DA CARAVANA

100 km 100 km
caravana de pedágio pedádio
10 carros

- Agora os carros se “propagam” a 1.000 km/h


- Agora o pedágio leva 1 min para atender um carro

Os carros chegarão ao 2o pedágio antes que todos os carros tenham sido


atendidos no 1o pedágio?
Atraso de tráfego entre 2 postos = 100 km/(1000 km/h) = 0,1 h (6 minutos).
Tempo de liberação do comboio no posto de pedágio = 10 minutos.
R.: Sim! Após 7 min, o 1o carro está no 2o pedágio e ainda restam 3 carros no
1o pedágio
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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

COMPARAÇÃO ENTRE ATRASO DE TRANSMISSÃO E DE PROPAGAÇÃO


ANALOGIA DA CARAVANA

100 km 100 km
caravana de pedágio pedádio
10 carros

Essa situação também acontece em redes de comutação de pacotes:

- 1o bit do pacote pode chegar ao 2o roteador antes que o pacote seja


totalmente transmitido pelo 1o roteador!

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ATRASO NODAL

d nodal = d proc + d fila + d trans + d prop

A contribuição de cada componente pode variar significativamente.

• dproc = atraso de processamento


Tipicamente uns poucos microssegundos ou menos (quase sempre
desprezível)
• dfila = atraso de fila
Depende do congestionamento
• dtrans = atraso de transmissão
= L/R, significante para links de baixa velocidade
• dprop = atraso de propagação
Uns poucos microssegundos (roteadores próximos) a centenas de
milissegundos (enlace de satélite)
56
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ATRASO NODAL

• dprop pode ser desprezível para um enlace que conecta dois roteadores
próximos; contudo é de centenas de segundos para dois roteadores
interconectados por um enlace de satélite geoestacionário e pode ser o
termo dominante no dnodal.

• De maneira semelhante, dtrans pode variar de desprezível a


significativos.

• O atraso de processamento dproc é quase sempre desprezível; no


entanto tem forte influência sobre a produtividade máxima do
roteador, que é a velocidade máxima com que ele pode encaminhar
pacotes.

57
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ATRASO DE FILAS

Quando o atraso de fila é grande ou insignificante?

A resposta a essa pergunta depende da velocidade de transmissão do


enlace, da taxa com que o tráfego chega à fila, e de sua natureza, isto é, se
chega intermitentemente, em rajadas.

58
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ATRASO DE FILAS
• R = largura de banda do link (bits/segundo)
• L = tamanho do pacote (bits)
• a = taxa média de chegada de pacotes (pacotes/segundo)

Taxa média com que os bits chegam à fila = La [bits/segundo]


Intensidade de tráfego = La/R

• La/R ~ 0: atraso médio de fila pequeno


• La/R -> 1: atraso se torna grande
• La/R > 1: mais trabalho chega do que a capacidade de transmissão.
O atraso médio cresce indefinidamente!

Regra de ouro da engenharia de


tráfego: projete seu sistema de
modo que a intensidade de
tráfego não seja maior do que 1.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ATRASO DE FILAS

Quando a intensidade de tráfego se aproxima de 1, o atraso de fila médio


aumenta depressa.

Uma pequena porcentagem de aumento na intensidade resulta em um


aumento muito maior no atraso, em termos de porcentagem.

Exemplo deste fenômeno: na estrada.


Se você dirige regularmente por uma estrada que costuma ser congestionada, o
fato de ela estar sempre assim significa que a intensidade de tráfego é próxima
de 1. Se algum evento causar um tráfego um pouco maior do que o normal, as
demoras que você sofrerá poderão ser enormes.

60
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ATRASOS E ROTAS DA INTERNET “REAL”

• Como são os atrasos e perdas na Internet “real”?


Programa Traceroute: fornece medidas do atraso da fonte para o roteador
ao longo de caminhos fim-a-fim da Internet até o destino. Para todo i:
• Envia três pacotes que alcançarão o roteador i no caminho até o destino
• O roteador i retornará pacotes ao emissor
• O emissor cronometra o intervalo entre transmissão e resposta

3 probes 3 probes

3 probes

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ATRASOS E ROTAS DA INTERNET “REAL”

Traceroute: gaia.cs.umass.edu to www.eurecom.fr


Três medidas de atraso de
gaia.cs.umass.edu para cs-gw.cs.umass.edu
1 cs-gw (128.119.240.254) 1 ms 1 ms 2 ms
2 border1-rt-fa5-1-0.gw.umass.edu (128.119.3.145) 1 ms 1 ms 2 ms
3 cht-vbns.gw.umass.edu (128.119.3.130) 6 ms 5 ms 5 ms
4 jn1-at1-0-0-19.wor.vbns.net (204.147.132.129) 16 ms 11 ms 13 ms
5 jn1-so7-0-0-0.wae.vbns.net (204.147.136.136) 21 ms 18 ms 18 ms
6 abilene-vbns.abilene.ucaid.edu (198.32.11.9) 22 ms 18 ms 22 ms
7 nycm-wash.abilene.ucaid.edu (198.32.8.46) 22 ms 22 ms 22 ms link
8 62.40.103.253 (62.40.103.253) 104 ms 109 ms 106 ms
9 de2-1.de1.de.geant.net (62.40.96.129) 109 ms 102 ms 104 ms transoceânico
10 de.fr1.fr.geant.net (62.40.96.50) 113 ms 121 ms 114 ms
11 renater-gw.fr1.fr.geant.net (62.40.103.54) 112 ms 114 ms 112 ms
12 nio-n2.cssi.renater.fr (193.51.206.13) 111 ms 114 ms 116 ms
13 nice.cssi.renater.fr (195.220.98.102) 123 ms 125 ms 124 ms
14 r3t2-nice.cssi.renater.fr (195.220.98.110) 126 ms 126 ms 124 ms
15 eurecom-valbonne.r3t2.ft.net (193.48.50.54) 135 ms 128 ms 133 ms
16 194.214.211.25 (194.214.211.25) 126 ms 128 ms 126 ms
17 * * *
18 * * * * sem resposta (perda de probe, roteador não responde)
19 fantasia.eurecom.fr (193.55.113.142) 132 ms 128 ms 136 ms

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ATRASOS E ROTAS DA INTERNET “REAL”


1 cs-gw (128.119.240.254) 1 ms 1 ms 2 ms
2 border1-rt-fa5-1-0.gw.umass.edu (128.119.3.145) 1 ms 1 ms 2 ms
3 cht-vbns.gw.umass.edu (128.119.3.130) 6 ms 5 ms 5 ms
4 jn1-at1-0-0-19.wor.vbns.net (204.147.132.129) 16 ms 11 ms 13 ms
5 jn1-so7-0-0-0.wae.vbns.net (204.147.136.136) 21 ms 18 ms 18 ms
6 abilene-vbns.abilene.ucaid.edu (198.32.11.9) 22 ms 18 ms 22 ms
7 nycm-wash.abilene.ucaid.edu (198.32.8.46) 22 ms 22 ms 22 ms
8 62.40.103.253 (62.40.103.253) 104 ms 109 ms 106 ms
9 de2-1.de1.de.geant.net (62.40.96.129) 109 ms 102 ms 104 ms
10 de.fr1.fr.geant.net (62.40.96.50) 113 ms 121 ms 114 ms
11 renater-gw.fr1.fr.geant.net (62.40.103.54) 112 ms 114 ms 112 ms
12 nio-n2.cssi.renater.fr (193.51.206.13) 111 ms 114 ms 116 ms
13 nice.cssi.renater.fr (195.220.98.102) 123 ms 125 ms 124 ms
14 r3t2-nice.cssi.renater.fr (195.220.98.110) 126 ms 126 ms 124 ms
15 eurecom-valbonne.r3t2.ft.net (193.48.50.54) 135 ms 128 ms 133 ms
16 194.214.211.25 (194.214.211.25) 126 ms 128 ms 126 ms
17 * * *
18 * * *
19 fantasia.eurecom.fr (193.55.113.142) 132 ms 128 ms 136 ms

Na primeira tentativa, o atraso de ida e volta entre a origem e o roteador foi maior que nas duas
tentativas subsequentes, e incluem todos os atrasos discutidos (de transmissão, de propagação,
de processamento do roteador e de fila).
Como o atraso de fila varia com o tempo, o atraso de ida e volta do pacote n enviado a um
roteador n pode, às vezes, ser maior do que o do pacote n+1 enviado ao roteador n+1.

Obs.: os atrasos do roteador 15 são maiores que os do roteador 16!


63
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PERDA DE PACOTES

• A fila (isto é, buffer) no buffer que precede o link possui


capacidade finita
• Quando um pacote chega a uma fila cheia, ele é descartado
(isto é, perdido)
• O pacote perdido pode ser retransmitido pelo nó anterior, pelo
sistema final do emissor, ou não ser retransmitido

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

SIMULAÇÃO
COMPARAÇÃO ENTRE ATRASO DE TRANSMISSÃO E DE PROPAGAÇÃO

Este applet simples ilustra um dos conceitos mais fundamentais em redes de


computadores: o atraso de transmissão versus atraso de propagação.

Você define o comprimento do enlace, o tamanho do pacote e a velocidade de


transmissão; o applet mostra o pacote sendo enviado do emissor ao receptor.

Observe que, para muitas combinações, o cabeçalho do pacote atinge o


receptor antes que a transmissão termine no emissor.

65
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

SIMULAÇÃO
ENFILEIRAMENTO E PERDA

Conforme estudamos, o componente mais complicado e interessante do atraso


fim a fim é o atraso do enfileiramento.

Neste applet, você especifica a taxa de chegada de pacotes e a taxa de


transmissão do enlace. Depois, você verá os pacotes chegarem e se
enfileirarem para serem atendidos. Quando a fila encher você verá o estouro
da fila, ou seja, a perda de pacotes.

Um caso particularmente interessante acontece quando as taxas de emissão e


transmissão são iguais, por exemplo, quando ambas são 500
pacotes/segundo. Se você deixar o applet executando por um longo tempo, por
fim verá a fila se encher e estourar. Na realidade, quando as duas taxas são as
mesmas (ou seja, ρ = 1), a fila cresce sem restrição (com tempos aleatórios
entre chegadas).

66
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

SIMULAÇÃO
SEGMENTAÇÃO DE MENSAGEM
Com este applet pode-se verificar porque a comutação de pacotes pode ter um
atraso fim a fim menor que a comutação de mensagens.
Existem quatro nós: uma origem (nó A), um destino (nó B) e dois comutadores
store-and-forward. Cada pacote enviado a partir da origem deve ser
transmitido por três enlaces antes que alcance o destino. Cada um desses
enlaces tem uma taxa de transmissão de 4 kbps e um atraso de propagação de
um segundo.
Cada pequeno retângulo representa 1 Kbit de dados.
Ao iniciar (‘Start’) os retângulos são agrupados em um pacote no buffer de
transmissão da origem. O pacote é transmitido para o primeiro comutador,
onde deve ser armazenado antes que possa ser encaminhado. O pacote, então,
continua para o seu destino.
Para simular a comutação de mensagens use um tamanho do pacote igual ao
tamanho da mensagem. Para simular a comutação de pacotes use o tamanho de
pacote menor que o tamanho da mensagem. Para examinar o efeito dos atrasos
de propagação no enlace marque as caixas apropriadas para atrasos de
propagação opcionais.
Dica de estudo: calcule o atraso fim a fim e depois verifique seu cálculo com o
applet. 67
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

EXERCÍCIOS
1)
a) Quanto tempo um pacote de 1.000 bytes leva para se propagar através de um
enlace de 2.500 km de distância, com uma velocidade de propagação de 2,5 ∙ 108
m/s e uma taxa de transmissão de 2 Mbits/s?

b) Em geral, quanto tempo um pacote de comprimento L leva para se propagar


através de um enlace de distância d, velocidade de propagação s, e taxa de
transmissão de R bits/s?

c) Esse atraso depende do comprimento do pacote?

d) Depende da taxa de transmissão?

68
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

EXERCÍCIOS
2) Considere a figura abaixo. Agora suponha que haja M percursos entre o
servidor e o cliente. Dois percursos nunca compartilham qualquer enlace. O
percurso k (k = 1, ..., M) consiste em N enlaces com taxas de transmissão 𝑅1𝑘 , 𝑅2𝑘 ,...;
𝑘
𝑅𝑁 .

a) Se o servidor pode usar somente um percurso para enviar dados ao cliente,


qual é a vazão máxima que ele pode atingir?
b) Se o servidor pode usar todos os M percursos para enviar dados, qual é a vazão
máxima que ele pode atingir?

70
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

SUMÁRIO

• 1 O que é Internet?
• 2 Borda da rede
• 3 Núcleo da rede
• 4 Acesso à rede e meio físico
• 5 Estrutura da Internet e ISPs
• 6 Atraso e perda em redes de comutação de pacotes
• 7 Camadas de protocolo, modelos de serviço
• 8 História

72
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

CAMADAS DE PROTOCOLOS

Redes são complexas


• Muitos componentes:
• Hospedeiros
• Roteadores
• Enlaces de vários tipos
• Aplicações
• Protocolos
• Hardware, software

QUESTÃO:
Há alguma esperança de organizar a arquitetura de uma rede?
Ou pelo menos nossa discussão sobre redes?

73
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ORGANIZAÇÃO DE UMA VIAGEM AÉREA

• Uma série de passos

74
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

CAMADAS DE FUNCIONALIDADES DA COMPANHIA AÉREA

Camadas: cada camada implementa um serviço


• Via suas próprias ações internas
• Confiando em serviços fornecidos pela camada inferior

75
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

POR QUE AS CAMADAS?

• Uma arquitetura de camadas nos permite discutir uma parcela específica e bem
definida de um sistema grande e complexo.

• Essa simplificação tem considerável valor intrínseco, pois provê


modularidade, tornando muito mais fácil modificar a execução do serviço
prestado pela camada.

• Contanto que a camada forneça o mesmo serviço para a que está acima e use
os mesmos serviços da que vem abaixo dela, o restante do sistema permanece
inalterado quando a sua realização é modificada. (Modificar a implementação de
um serviço é muito diferente de mudar o serviço em si!)

76
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

POR QUE AS CAMADAS?

• Por exemplo:
Se as funções de portão fossem modificadas (ex.: passassem a embarcar e
desembarcar passageiros por ordem de altura), o restante do sistema da linha
aérea permaneceria inalterado, já que a camada do portão continuaria a prover
a mesma função (embarcar e desembarcar passageiros); ela apenas executaria
aquela função de maneira diferente após a alteração.

• Para sistemas grandes e complexos que são atualizados constantemente, a


capacidade de modificar a realização de um serviço sem afetar outros
componentes do sistema é outra vantagem importante da divisão em
camadas.

77
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

POR QUE AS CAMADAS?


(RESUMINDO...)

Convivendo com sistemas complexos:

• A estrutura explícita permite identificação, o relacionamento das partes


de um sistema complex.
• Um modelo de referência em camadas permite a discussão da
arquitetura.
• Modularização facilita a manutenção, atualização do Sistema.
• As mudanças na implementação de uma camada são transparentes para
o resto do Sistema.
• Ex.: novas regras para embarque de passageiros não afetam os
procedimentos de decolagem.

78
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

CAMADAS DE PROTOCOLO

• Para prover uma estrutura para o projeto, projetistas de rede organizam


protocolos (e o hardware e o software de rede que os executam) em
camadas.

• Cada protocolo pertence a uma das camadas (como cada função na


arquitetura do ex. da linha aérea).

• Estamos interessados nos serviços que uma camada oferece à camada


acima dela (denominado modelo de serviço).

• Cada camada provê seu serviço executando certas ações dentro dela e
utilizando os serviços da camada diretamente abaixo dela.

Exemplo: os serviços providos pela camada n podem incluir entrega confiável


de mensagens de uma extremidade da rede à outra, que pode ser implementada
utilizando um serviço não confiável de entrega de mensagem fim-a-fim da
camada n-1 e adicionando funcionalidade da camada n para detectar e
retransmitir mensagens perdidas.
79
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

CAMADAS DE PROTOCOLO

• Uma camada de protocolo pode ser executada em software, em


hardware, ou em uma combinação dos dois.

- Protocolos de camada de aplicação (ex.: HTTP e SMTP) quase sempre


são realizados em software nos sistemas finais; o mesmo acontece com
protocolos de camada de transporte.
- Como a camada física e as de enlace de dados são responsáveis pelo
manuseio da comunicação por um enlace específico, em geral são
executadas em uma placa de interface de rede (por exemplo, placas de
interface Ethernet ou Wi-Fi) associadas a determinado enlace.
- A camada de rede quase sempre é uma execução mista de hardware e
software.

• Há sempre uma parte de um protocolo de camada n em cada componente de


rede.

80
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

CAMADAS DE PROTOCOLO

Desvantagens consideradas no sistema de camadas:

• Uma camada pode duplicar a funcionalidade de uma inferior.

Exemplo: muitas pilhas de protocolos oferecem serviço de recuperação de


erros para cada enlace e também de fim-a-fim.

• A funcionalidade em uma camada pode necessitar de informações que estão


presentes somente em outra, o que infringe o objetivo de separação de
camadas.

81
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

82
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

Aplicação: suporta as aplicações de rede

Ex.:
- FTP (File Transfer Protocol): provê a transferência de
arquivos entre dois sistemas finais
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): provê
transferência de mensagens de correio eletrônico
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): provê requisição
e transferência de documentos pela Web
- DNS (Domain Name System): tradução de nomes
fáceis de entender, dados a sistemas finais da
Internet para um endereço de rede de 32 bits.

As mensagens trocadas por entidades distribuídas que implementam um


protocolo são denominadas mensagens de camada de aplicação.
83
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

Transporte: transferência de dados hospedeiro-


hospedeiro

Carrega mensagens da camada de aplicação entre os


lados do cliente e servidor de uma aplicação.

Há dois protocolos de transporte na Internet: TCP e UDP,


e qualquer um pode levar mensagens da camada de
aplicação.

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

- TCP: provê serviços orientados a conexão para suas


aplicações. Alguns desses serviços: entrega garantida de
mensagens da camada de aplicação ao destino,
controle de fluxo (compatibilização das velocidades do
remetente e do receptor), fragmenta mensagens longas
em segmentos mais curtos, provê mecanismo de
controle de congestionamento (origem reduz sua
velocidade de transmissão quando a rede está
congestionada)
- UDP: provê serviço não orientado a conexão para suas
aplicações. É um serviço econômico que fornece
segurança, sem controle de fluxo e de
congestionamento.

Um pacote da camada de transporte pode ser chamado de segmento.

85
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

Rede: responsável pela movimentação, de um hospedeiro


para outro, de pacotes da camada de rede, conhecidos
como datagramas.

• A camada de rede roteia um datagrama por meio de uma


série de roteadores entre a origem e o destino.

• O protocolo de camada de transporte da Internet (TCP ou


UDP) em um hospedeiro de origem passa um segmento
da camada de transporte e um endereço de destino à
camada de rede
→ exatamente como você passaria ao serviço de correios uma
carta com um endereço de destinatário.

• Esta camada provê o serviço de entrega do segmento à


camada de transporte no hospedeiro de destino.
86
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

• Inclui o protocolo IP: define os campos no datagrama


e o modo como os sistemas finais e os roteadores
agem nesses campos.

Existe apenas um único protocolo IP, e todos os


componentes da Internet que têm uma camada de rede
devem executá-lo.

• Também contém protocolos de roteamento:


determinam as rotas que os datagramas seguem
entre origens e destinos.

A Internet (rede de redes) tem muitos protocolos de


roteamento: em uma rede o administrador pode
executar qualquer protocolo de roteamento.

87
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

Enlace: transferência de dados entre elementos


vizinhos da rede

• Para levar um pacote de um nó (hospedeiro ou


roteador) ao nó seguinte na rota, a camada de rede
depende dos serviços da camada de enlace: em cada
nó, a camada de rede passa o datagrama para a de
enlace, que o entrega, ao longo da rota, ao nó
seguinte, no qual o datagrama é passado da camada
de enlace para a de rede.

• Os serviços prestados pela camada de enlace


dependem do protocolo específico empregado no
enlace.
Exemplos: Ethernet, Wi-Fi, DOCSIS (rede de acesso por
cabo), PPP (point-to-point protocol).
88
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

• Datagramas normalmente precisam transitar por


diversos enlaces para irem da origem ao destino: serão
manuseados por diferentes protocolos de camada de
enlace em diversos enlaces ao longo de sua rota.

• Alguns protocolos proveem entrega garantida entre


enlaces (desde o nó transmissor, passando por um único
enlace, até o nó receptor).
Nota: isso é diferente da entrega garantida do TCP, que provê
serviço de entrega garantida de um sistema final a outro.

• A camada de rede receberá um serviço diferente de


cada um dos variados protocolos de camada de enlace.

Pacotes de camada de enlace serão denominados quadros.


89
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

Física: bits “nos fios dos canais”

• Enquanto a tarefa da camada de enlace é movimentar


quadros inteiros de um elemento da rede até um
elemento adjacente, a da camada física é
movimentar os bits individuais que estão dentro do
quadro de um nó para o seguinte.

• Os protocolos nessa camada dependem do enlace e do


próprio meio de transmissão do enlace (por exemplo,
fios de cobre trançado ou fibra ótica monomodal).
Por exemplo, a Ethernet tem muitos protocolos de camada
física: um para par de fios de cobre trançado, outro para
cabo coaxial, mais um para fibra e assim por diante. Em
cada caso, o bit atravessa o enlace de um modo
diferente.

90
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

PILHA DE PROTOCOLOS DA INTERNET

Modelo OSI (Open Systems Interconnection):


desenvolvido pela Organização Internacional para
Padronização (ISO — International Organization
for Standardization)

Apresentação: provê serviços que permitam que as


aplicações de comunicação interpretem o significado
dos dados trocados.
Exemplo: compressão, codificação e descrição de dados
(livram as aplicações da preocupação com o formato
interno no qual os dados estão sendo
representados/armazenados — formatos que podem ser
diferentes de um computador para o outro).

Sessão: provê a delimitação e sincronização da troca de


dados, incluindo os meios de construir um esquema de
pontos de verificação e de recuperação.
91
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ENCAPSULAMENTO Os hospedeiros implementam todas as cinco


camadas: a arquitetura da Internet concentra sua
complexidade na periferia da rede!

Cabeçalhos

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VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ENCAPSULAMENTO
Analogia: Envio de um memorando entre escritórios de uma empresa pelo
correio de uma filial a outra.

Alguém um uma filial envia um memorando a outro, que está na outra filial.

Memorando = mensagem da camada de aplicação.

O memorando é colocado em um envelope de correspondência interna em cuja


face são escritos o nome e o departamento do destinatário.

Envelope de correspondência interna = segmento da camada de


aplicação (contém as informações de cabeçalho (o nome do destinatário e
seu departamento) e encapsula a mensagem de camada de aplicação (o
memorando).

Quando a central de correspondência do escritório emissor recebe o envelope, ele


é colocado dentro de outro, adequado para envio pelo correio.
Continua
93
VISÃO G ERAL TEORIA DE REDES

ENCAPSULAMENTO
A central de correspondência emissora também escreve o endereço postal do
remetente e do destinatário no envelope postal.

Envelope postal = datagrama (encapsula o segmento de camada de


transporte - o envelope de correspondência interna - que por sua vez
encapsula a mensagem original - o memorando).

O correio entrega o envelope postal à central de correspondência do escritório


destinatário. Nesse local, o processo de desencapsulamento se inicia. A central
de correspondência retira o memorando e o encaminha ao destinatário. Este, por
fim, abre o envelope e retira o memorando.

94

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