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Estudo de Análise de Risco, a base para

uma gestão de emergência eficaz

Jacqueline Annita Dadian


São Paulo, 6 de outubro de 2016
Conteúdo

Contextualização

Conceitos básicos

Metodologia

Case: Trecho Sul – Rodoanel Mário Covas


Contextualização

Qual a semelhança?
Contextualização

ACIDENTE Evento definido ou sequência de eventos fortuitos e


não planejados, que dão origem a uma consequência
específica e indesejada, em termos de danos humanos,
materiais ou ambientais.

DESASTRE Resultado de eventos adversos, naturais ou


provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável),
causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e
consequentes prejuízos econômicos e sociais.

EMERGÊNCIA 1. Situação crítica; acontecimento perigoso ou


fortuito; incidente. 2. Caso de urgência.

Fonte: MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Glossário de Defesa Civil, Estudos de Riscos e


Medicina de Desastres. Disponível em: < http://www.mi.gov.br/defesacivil/publicacoes >
Contextualização

Tecnológicos
Naturais
Fontes radioativas
Geológico (deslizamento...)
Produtos perigosos
Hidrológico (inundação...)
Incêndios urbanos
Meteorológico (tempestades...)
Obras civis (colapso de barragens...)
Climatológico (incêndio florestal...)
Transporte de passageiros e cargas
Biológico (epidemias...)
não perigosas
Fonte: MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Classificação e Codificação Brasileira de Desastres
(Cobrade).
Contextualização
Qual a semelhança? Gerenciamento

Fases de Administração
Antes Durante Depois
Prevenção
Reabilitação
Mitigação
Resposta
Reconstrução
Preparo

Alerta
Contextualização
Fases de Administração
Antes Durante Depois

Prevenção Estudo de
Análise de Risco
Mitigação
Plano de Ação
Preparo de Emergência
Conceitos básicos
RISCO Medida de danos à vida humana, resultante da
combinação entre frequência de ocorrência de um
ou mais cenários acidentais e a magnitude dos
efeitos físicos associados a esses cenários.

R = f (f, C)

R = risco;
f = frequência de ocorrência;
C = consequências (perdas/danos).

Fonte: CETESB. Norma P 4.261/2011.


Conceitos básicos

Unidades:

Frequência: eventos/ano, acidentes/mês

Consequência: fatalidades/evento, morte/acidente,


R$/evento, dias perdidos/acidente

Risco: fatalidades/ano, dias parados/mês,


R$/ano, mortes/ano
Conceitos básicos
EAR - Estudo de Análise de Risco Estudo quantitativo
de risco de um empreendimento, baseado em técnicas
de identificação de perigos, estimativa de frequências e
de efeitos físicos, avaliação de vulnerabilidade e na
estimativa do risco.
Atividade

Riscos Associados

Redução de Frequências Redução de Consequências


(prevenção) (proteção)

Gerenciamento dos Riscos

Fonte: CETESB. Norma P 4.261/2011.


Conceitos básicos
PGR - Programa de Gerenciamento de Risco
Define a política e diretrizes de um sistema de gestão,
com vista à prevenção de acidentes em instalações ou
atividades potencialmente perigosas..

PAE - Plano de Ação de Emergência


Define as responsabilidades, diretrizes e
informações, visando a adoção de
procedimentos técnicos e administrativos,
estruturados de forma a propiciar respostas
rápidas e eficientes em situações emergenciais.

Fonte: CETESB. Norma P 4.261/2011.


Metodologia – EAR, PGR, PAE

 Obrigatório no Licenciamento Ambiental de alguns tipos de


empreendimentos.

 Aplicável na implantação e operação do empreendimento

 Norma de Referência no órgão ambiental:

CETESB P 4.261/11 - Risco de Acidente de Origem Tecnológica-


Método para decisão e termos de referência, homologada
pela Decisão de Diretoria – D.D. nº 073/2014/I, de 25/03/14.
Disponível em: < http://riscotecnologico.cetesb.sp.gov.br/estudo-de-analise-de-
risco/norma-cetesb-p4-261/ >
Aplicação CETESB P 4.261/2011:
Empreendimentos pontuais e dutos

Indústria Base de Armazenamento Processo químico

Rodovia com Transporte de Produto Perigoso Duto


Fluxograma Simplificado - CETESB P 4.261/2011
Classificação do Empreendimento quanto à periculosidade

Caracterização do Empreendimento, Produtos Químicos e do Entorno

Identificação de Perigos e Consolidação das Hipóteses Acidentais

Estimativa dos Efeitos Físicos e


Avaliação de Vulnerabilidade Estimativa de Frequências

Estimativa e Avaliação de Riscos

Necessário Sim Proposição de


reduzir o medidas
risco?

Não
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), incluindo o
Plano de Ação de Emergências (PAE)
Conteúdo: Plano de Ação de Emergência (PAE)
CETESB P 4.261/2011

 Dados cadastrais do empreendimento


 Descrição das instalações envolvidas
 Cenários acidentais
 Áreas de abrangência
 Estrutura organizacional de resposta
 Fluxogramas de acionamento
 Participantes do plano e recursos e materiais
 Procedimentos emergenciais
 Formas de divulgação, implantação e integração com outras
instituições
 Cronograma de exercícios teóricos e práticos (simulados)
 Manutenção do plano
 Periodicidade de revisão do plano
 Anexos (ex. layout, pontos de encontro, rotas de fuga)
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise de Riscos no Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos – Trecho Sul – Rodoanel Mário Covas
out/2004

Fonte: EIA/RIMA: Programa Rodoanel Mario Covas: Trecho Sul modificado. v. 9, a 11. São Paulo, 2004.
Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/rodoaneltrechosul/estudo-de-impacto-ambiental-eia/>
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas

Objetivo do Case:

Mostrar alguns resultados


para subsidiar o PAE
Conteúdo do Estudo:
Análise Histórica de Acidentes
Tráfego de Produtos Perigosos
Estimativa de Frequências de Acidentes com Produtos Perigosos
Análise de Consequências de Derrames - Billings e Guarapiranga
Conclusões e Recomendações
Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Rodovia Régis
O Empreendimento
Rodoanel Bittencourt

 Aprox. 50 km

 Rodovia classe zero:


via expressa, sem
cruzamentos nem
semáforos,
acessos controlados

 Acesso pelas rodovias


Régis Bittencourt,
Imigrantes e Anchieta
e pela Av. Papa João
XXIII

 No interior das bacias


Rodoanel
dos Reservatórios
Rodovia Anchieta
Guarapiranga e Billings
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise Histórica de Acidentes

Objetivo: analisar e avaliar acidentais ambientais


no transporte rodoviário de produtos
perigosos na RMSP

Origem dos dados analisados:

Fonte Período

CETESB - Banco de Dados do Setor de Emergências 1978 a 2003

ARTESP – Agência Reguladora de Serviços Públicos ago/2001 a


Delegados de Transporte do Estado de São Paulo dez/2002

ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química 2003


Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise Histórica de Acidentes – Alguns resultados
Atividades principais geradoras de acidentes (CETESB e ABIQUIM)

Transporte Indústria Transporte


Rodoviário (7,3% / 41,5) Marítimo
(37,0% / 53,2%) (5,6% / 2,5%)
Distribuição dos Acidentes no Transporte de Produtos Perigosos por
Tipo de Via x Tipo de Carga (CETESB)
251
Granel

1.073
Tipo de Carga

Vias Urbanas
Rodovias
Fracionada

389
291
Nº de Acidentes
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise Histórica de Acidentes – Alguns resultados
Principais Classes de Risco - SP (CETESB e ARTESP)

39,4% / 42,8% 23,8%, / 15,9% 10,1% / 15,9%


Combustíveis Ácido sulfúrico e GLP
soda cáustica
Principais Quantidades Vazadas em Rodovias (CETESB)

Até 500 l Mais de 10.000 l Sem vazamento


(49,6%) (20%) (13,7%)
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Tráfego de Produtos Perigosos

Objetivo: levantar dados de movimentação de


produtos perigosos em rodovias de SP

Origem dos dados analisados:

Fonte das Pesquisas de Campo Mês/Ano

AutoBan – Sistema Anhanguera-Bandeirantes maio/2001

CCR ViaOeste – Rodovia Castelo Branco ago a out/1999

DERSA – Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste jun/2004


Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Tráfego de Produtos Perigosos

Tráfego de Veículos de Produtos Perigosos


Principais Classes de Risco

Classe de Risco

Fonte
Líquidos Gases
3 2.1 8 Corrosivos
Inflamáveis Inflamáveis

14,79%
46,51 % 24,75%
AutoBan (ácido sulfúrico e
(gasolina e etanol) (GLP)
soda cáustica)
CCR
50,4% 15,8% 10,8%
ViaOeste
7,5 %
59,1 % 17,2 %
DERSA (ácido fosfórico e
(gasolina e etanol) (GLP)
formaldeído)
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Hipóteses Acidentais
Objetivo: definir hipóteses acidentais a partir da estimativa
de frequências de acidentes de produtos perigos
Agrupamento de Hipóteses Acidentais (ARTESP, 2001-2003)
Hipótese % de
Tipo de Acidente
Acidental Ocorrência
Acidente ou avaria do veículo sem envolvimento da
H1 42,0
carga
H3 Vazamento de pequeno porte de substância líquida 21,0
Vazamento de grandes proporções de substância
H4 11,0
líquida
Colisão/tombamento de veículo com risco potencial
H2 10,0
de vazamento
H10 Outros 10,0
H5 Derramamento de substância sólida 4,0
H6 Vazamento de gás inflamável 2,0
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise de Consequências
Derrame de Produtos Perigosos nos
Reservatórios Billings e Guarapiranga

Modelos de Simulação (Applied Science Associates – ASA):


Hidrodinâmico (BFHYDRO):
determinação dos padrões de circulação e transporte
Dispersão de Produtos Químicos (CHEMMAP):
trajetória da pluma de produto na superfície ou na
coluna d’água
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise de Consequências
Cenários Simulados:

Produtos: Gasolina / Soda Cáustica

Volume total derramado: 30. 000 litros

Duração do derramamento: instantâneo

Pontos de Derrame: 1 Guarapiranga e 1 Billings

Períodos adotados: janeiro a março /2003 (verão)

junho a agosto/2003 (inverno)


Concentração Limite: CENO (concentração de efeito não observado)
em organismos aquáticos em águas continentais
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise de Consequências
Alguns resultados: Represa Guarapiranga - Verão
Média das Concentrações Máximas Esperadas

Gasolina Soda Cáustica


Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise de Consequências
Alguns resultados: Represa Guarapiranga - Verão
Determinística de 30 m3, gasolina

2 minutos após o derrame 20 minutos após o derrame


Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise de Consequências
Alguns resultados: Represa Billings - Inverno
Média das Concentrações Máximas Esperadas

Gasolina Soda Cáustica


Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise de Consequências
Alguns resultados: Represa Billings - Inverno
Determinística de 30 m3, soda cáustica

10 minutos após o derrame 20 minutos após o derrame


Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Análise de Consequências
Algumas conclusões:

Guarapiranga Billings – Braço Rio Grande

Plumas de gasolina e soda As simulações com gasolina e

cáustica não atingiram o ponto soda cáustica mostraram que

de captação de água da as concentrações são inferiores

SABESP ao limite de toxicidade de


referência nos piores cenários

Direcionar os
resultados para
elaboração do PAE
Case: Trecho Sul - Rodoanel Mário Covas
Programas Ambientais - medidas preventivas e mitigadoras
Gerenciamento
Medida M1.02.09 de Riscos
Planejamento dos Locais
para a Implantação de
Caixas para Contenção de
Vazamentos

fase pré-construtiva fase de construção fase de operação


Programa P2.09 Medida M3.05.01
Programa de Atendimento a Plano de Ação de
Emergências Ambientais Emergência e Programa de
durante a Construção Gerenciamento de Riscos
para Acidentes com
Produtos Perigosos

Fonte: SMA. O Licenciamento Ambiental do Rodoanel. Disponível em:


<http://www.ambiente.sp.gov.br/rodoaneltrechosul/licenciamento/ >
Análise de Riscos e Gestão de Emergência

EAR Análise de Riscos PAE Ação de Emergência

Caracterização do Empreendimento Caracterização do Empreendimento


e do Entorno
Mapeamento socioambiental
Identificação de Perigos:
- Histórico de Acidentes em Pior cenário acidental
Rodovias
Mapas de deslocamento
Hipóteses Acidentais: de produto no tempo
- Derrame de produtos perigosos
Dimensionamento de recursos
Estimativa de Consequências: humanos e materiais
- Derrame de gasolina e soda
cáustica na Guarapiranga e Billings Estratégias de resposta
Fonte: CETESB. http://www.cetesb.sp.gov.br
Acidentes comprometem
a imagem empresarial
Estudo de Análise de Risco, a base para
uma gestão de emergência eficaz

Obrigada pela atenção!


Contato:
Jacqueline Annita Dadian
jdadian@uol.com.br
11 9 9515-0205

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