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LEONARDO DESSBESELL
Panambi
2018
LEONARDO DESSBESELL
Panambi
2018
LEONARDO DESSBESELL
BANCA AVALIADORA
________________________
Prof. Mestre Roger Schildt Hoffmann.
Orientador
________________________
Prof., Engenheiro Mecânico.
Avaliador
Panambi
2018
DEDICATÓRIA
Acima de tudo, primeiramente agradeço a Deus por ter me concedido o fôlego da vida,
por me fortalecer e me acompanhar em todos os lugares que eu estou, me guiando no caminho
que devo percorrer.
Agradeço à minha família, em especial a minha esposa Jéssica e ao meu filho Benício,
por serem compreensivos, por muitas e muitas noites não podermos estar juntos, mas que
sempre acreditaram em mim, me incentivaram e me motivaram. Vocês são a razão pela busca
do meu conhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Amo muito vocês!
Agradeço aos meus pais Donivald e Ilga pela educação, amor, carinho, ajuda e apoio
sempre que precisei.
Agradeço ao professor Roger Schildt Hoffmann, que me orientou e me acompanhou
com muita dedicação, paciência e compreensão no desenvolvimento deste trabalho,
compartilhando o seu conhecimento e experiência.
Agradeço a todos os professores que ao decorrer do curso compartilharam os
conhecimentos necessários para a minha formação como Engenheiro Mecânico.
Agradeço à empresa Bruning Tecnometal, que possibilitou a realização do meu trabalho
de conclusão de curso, auxiliando na coleta de dados.
Agradeço também, aos meus amigos que me incentivaram e me ajudaram de alguma
forma na conclusão desta etapa da minha vida.
“A verdadeira motivação vem de
realização, desenvolvimento pessoal,
satisfação no trabalho e reconhecimento”.
Frederick Herzberg
RESUMO
Palavras-chave:
FMEA. Modo de Falha. Possíveis Falhas. Desenvolvimento de produto. Qualidade.
8
ABSTRACT
The agricultural machinery and equipment industry has always sought to innovate in its
products, looking for new technologies to meet the demands of its customers, thereby raising
the level of criticality of its manufacturing processes. Forcing us to find more efficient
methods to predict and analyze possible flaws that might occur in the development of new
products. To meet the criteria required by customers, you need to meet the desired
performance levels. One of the tools capable of meeting these levels is the FMEA (mode
analysis and potential failure effects), a tool known as one of the most effective methods to
eliminate possible reliability problems in products. This work intends to show the concepts
used to the FMEA method, applying in practice a product, raising the critical points from a
technical study carried out by a multidisciplinary team, that will analyze all possible failures
pertinent to manufacturing the product. Predicting failure modes and potential causes of
failures that can occur, performing a corrective action plan to solve them, integrating all the
information in the FMEA form, for the development of products without fail, ensuring the
efficiency of the manufacturing process.
Key words: FMEA. Failure Mode. Possible Failures. Product Development. Quality.
9
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
1.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................... 17
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 17
2 EMBASAMENTO TEÓRICO ................................................................................ 18
2.1 FMEA – CONCEITOS .............................................................................................. 18
2.1.1 Processo de desenvolvimento de produtos (PDP) ...................................................... 20
2.1.2 Qualidade atrelada ao processo de desenvolvimento de produto ............................... 21
2.1.3 Histórico da aplicação do FMEA ............................................................................... 24
2.2 ESTRUTURA PARA APLICAÇÃO DO PROCESSO DE FMEA .......................... 25
2.2.1 Definir a equipe .......................................................................................................... 25
2.2.2 Definir o escopo ......................................................................................................... 27
2.2.3 Definição do cliente.................................................................................................... 28
2.2.4 Formato de formulário de FMEA ............................................................................... 28
2.3 DADOS ESPECÍFICOS PARA CRIAÇÃO DE FMEA ........................................... 29
2.3.1 Cabeçalho do formulário FMEA ................................................................................ 29
2.3.2 Etapa de processo ....................................................................................................... 30
2.3.3 Função de processo .................................................................................................... 30
2.3.4 Requisitos ................................................................................................................... 31
2.3.5 Modo de falha potencial ............................................................................................. 31
2.3.6 Efeito(s) potencial(ais) de falha ................................................................................. 32
2.3.7 Severidades ................................................................................................................. 33
2.3.8 Classificação ............................................................................................................... 34
2.3.9 Causa potencial de modo de falha .............................................................................. 35
2.3.10 Ocorrência .................................................................................................................. 35
2.3.11 Controles atuais de processo ...................................................................................... 36
2.3.12 Detecção ..................................................................................................................... 37
2.3.13 Determinando prioridades da ação ............................................................................. 39
2.3.14 Avaliação de risco – Número de prioridades de risco (NPR) .................................... 39
2.3.15 Ações recomendadas .................................................................................................. 40
2.3.16 Responsabilidade e data de conclusão pretendida ...................................................... 41
2.3.17 Ações executadas ....................................................................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
Neste capítulo será apresentada a revisão bibliográfica, que tem por finalidade reunir
informações que servirão como base no conhecimento técnico e científico para esta pesquisa.
FMEA é uma abreviação para “Failure Mode and Effect Analysis”, que consiste na
análise de modo e efeitos de falha potencial. É um método utilizado pela área de engenharia
para identificar, definir e eliminar possíveis falhas potenciais no desenvolvimento e
implementação de um projeto ou processo de fabricação de um produto novo, antes de chegar
ao cliente final (STAMATIS, 1995).
O FMEA pode ser aplicado tanto no desenvolvimento de projetos novos, quanto no
processo de fabricação de itens novos ou correntes, onde as fases de realização são
exatamente iguais, alterando apenas a finalidade do método (PALADY, 1997).
Segue quatro finalidades de métodos de FMEA, exemplificado por Stamatis (1995):
FMEA de Sistema (System FMEA): Utilizado para a análise de sistemas e
subsistemas no começo do desenvolvimento da concepção do processo. Um FMEA
de sistema aponta os modos de falhas potenciais provocados por incapacidade do
sistema, ou das funcionalidades do sistema. Nas atribuições das análises são inseridas
interações entre sistemas e entre fundamentos do sistema;
FMEA de Projeto (Design FMEA – DFMEA): Usado para analisar o
desenvolvimento do projeto de fabricação e montagem. O DFMEA é um método que
aponta as falhas causadas por incapacidade do projeto do produto;
FMEA de Processo (Process FMEA – PFMEA): Usado para analisar processos de
fabricação e montagem. O PFMEA é um método que aponta as falhas causadas por
incapacidade do processo de fabricação ou montagem de uma peça ou componente;
FMEA de Serviço (Service FMEA): Usado para analisar os serviços antes de
chegarem ao consumidor. O FMEA de serviço é um método que aponta os modos de
falha causados por incapacidade do sistema ou do processo.
Os métodos de desenvolvimento se dá pelo projeto e processo, com maior relevância
pelo DFMEA e PEMEA, com aplicação de conceitos teóricos e práticos. Onde mensurada a
gestão de um projeto para suporte de polia para colheitadeiras, aplicado no segmento de
máquinas e equipamentos para agricultura.
19
A qualidade era uma das grandes preocupações nas décadas de 1950, onde a partir de
1980 houve grandes alterações nos conceitos de qualidade e de controle gerando significativas
mudanças nas indústrias ocidentais (CORRÊA E CORRÊA, 2005). Segundo Corrêa e Corrêa
(2005), devido ao acirramento e competitividade dos mercados e a necessidade de redução de
custos atrelados à qualidade de parte da demanda, foram identificados dois pontos necessários
para o desenvolvimento da gestão da qualidade:
A qualidade é desenvolvida no decorrer dos processos de produção, onde não é um
conjunto possível de ser incorporado a um produto acabado. O desenvolvimento de
qualidade deve ser bem executado nos processos de fabricação e não nos produtos;
O foco da qualidade deve ser nos processos de fabricação, onde as ações devem ser
simultâneas.
22
Outra ferramenta de qualidade importante para a identificação das causas raizes dos
problemas e falhas é o diagrama de Ishikawa, criado por Karau Ishikawa, é um diagrama
espinha de peixe, devido a sua aparência, conhecido como diagrama de causa e efeito,
seguindo com o método dos 5 Por quê’s para evidenciar a causa raiz.
Na construção do diagrama de Ishikawa, conforme Figura 3, segue o passo a passo para
colocar o problema na caixa do efeito, e identificar as principais categorias para causas
possíveis de problemas, sendo as mais comuns: máquina, mão-de-obra, materiais, métodos,
meio ambiente e medição. A busca da causa raiz pode ser por meio de discussões em grupo,
posteriormente registrando todas as causas no diagrama e discuti-las novamente para validá-
las (CORRÊA E CORRÊA, 2005 e SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2008).
O método dos 5 Por quê’s (Figura 4), consiste em perguntar o motivo do modo de falha
em determinado problema, repetidas vezes, até que se encontre a causa raiz do problema
principal. Com referência a um problema crítico encontrado, é realiza a pergunta “Por quê?”,
até que uma causa seja encontrada, ou seja, resolvendo esta causa evita-se que o problema
volte a acontecer (SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2008).
O método do FMEA (análise de falha e efeito potencial) é a sigla para o nome de uma
das mais importantes ferramentas da qualidade, que pode ser utilizada nas áreas de
desenvolvimento de produtos novos de diversos segmentos, para levantamento de possíveis
falhas que possam acontecer na fabricação de um componente ou conjunto fabricado,
evitando com que chegue ao cliente com possíveis falhas.
Segundo o IQA (2008), o gestor da equipe deve selecionar membros com experiência
significativa que possua autoridade necessária, além dos engenheiros de projeto e de processo,
conforme Tabela 1.
O escopo do processo estabelece os limites da análise FMEA. Define o que está sendo
incluído com base no tipo de FMEA que estará sendo desenvolvido, ou seja, PFMEA de
processos em componente e conjuntos. Antes que o FMEA se inicie, deve-se definir uma
clara compreensão do que necessita ser avaliado no processo de desenvolvimento da
ferramenta. Excluir pode ser tão importante quanto o que incluir uma informação na análise
de possíveis falhas. O escopo necessita ser estabelecido no início do processo de
desenvolvimento, para garantir uma direção e foco coerente (IQA, 2008).
Conforme o Manual FMEA (2008), os seguintes itens devem auxiliar a equipe na
definição do escopo do FMEA:
Modelo funcional de FMEA;
Diagrama de blocos (limites);
Fluxograma de processo;
Matrizes de inter-relacionamentos;
Diagrama esquemático;
Lista de materiais.
FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Projeto: Cliente: Produto: Código: Código Cliente:
Legenda: REV. DATA ELABORADOR REVISOR APROVADOR HISTÓRICO
000 Armazenagem / Estoque
000 Operação / Atividade
30 70
010 10 20 40 050 60 80 012
AIB010203
Suporte
Quantidade: 1 PC
O formato de formulário varia de norma para norma, mas a maior parte dos formulários
segue a mesma norma de formulação. A primeira parte do formulário é o cabeçalho, onde
29
A ordem das colunas pode ser alterada, e também poderão ser adicionadas outras
colunas a este formulário, dependendo das necessidades e expectativas da empresa e do
cliente. O formulário apresentado deve ser aceitável pelo cliente, seguindo as normas de
formulação estabelecidas para o correto desenvolvimento do FMEA (IQA, 2008).
colocada dentro do formulário, identificando o seu requisito específico, que pode auxiliar na
busca pelos modos de falha relacionados (IQA, 2008).
2.3.4 Requisitos
Os requisitos são listados conforme a função do processo, seguindo as etapas e
operações do processo a ser verificado. Requisitos é o princípio do processo que é utilizado
para atender aos objetivos e requisitos solicitados pelo cliente. Se houver mais que um
requisito para uma função, cada um deve ser identificado com seu modo de falha relacionado,
para facilitar a compreensão e analise do formulário descrito. A Tabela 3 mostra um exemplo
específico (IQA, 2008).
O Modo de falha potencial está diretamente relacionado como o processo pode falhar,
assim atendendo os requisitos de processo definidos pela equipe (IQA, 2008).
Para a elaboração do FMEA, é necessário verificar se as peças e os materiais recebidos
estão corretos. A equipe poderá definir se utilizará as peças recebidas e se forem constatados
problemas de qualidade. A equipe também deve verificar se o projeto básico do produto está
correto, se houverem aspectos do projeto que sejam preocupantes para o processo, deverá ser
relatada a equipe, para a realização de uma solução (IQA, 2008).
Segundo o IQA (2008), o ideal é realizar uma lista com todos os possíveis modos de
falhas potenciais, para a operação do fluxo de processo. Todos os modos de falhas devem ser
escritos em termos e expressões técnicas, e não como a descrição de um sintoma qualquer do
cliente. Na Tabela 4, segue um exemplo demonstrando a forma de identificar o modo de falha
potencial.
32
Os efeitos potenciais de falha são definidos de forma que pode falhar um produto ou
item através do modo de falha potencial, sempre em relação de como é visto pelo cliente
(IQA, 2008).
O Manual FMEA (2008) cita que a descrição dos efeitos da falha necessita ser descritos
de uma forma que o cliente possa constatar facilmente, sendo que o cliente pode ser interno,
externo e final. Uma definição mais clara sobre o cliente, é que pode ser a próxima operação
do fluxo de processo, ou o cliente que estará recebendo ou utilizando o produto, sendo
necessário realizar esta avaliação no decorrer do levantamento dos efeitos potenciais de falha,
evitando que possa ocorrer um erro de interpretação.
33
“Se o modo de falha puder impactar a segurança, ou causar não conformidade com as
regulamentações, isto deveria ser claramente identificado no FMEA” (IQA, 2008).
Para o cliente final, os efeitos necessitariam ser especificados em formas de
desempenho do produto ou sistema. Se o cliente for à próxima operação do fluxo de processo,
os efeitos deveriam ser firmados em formas de desempenho de processo/operação (IQA,
2008).
Na Tabela 5, segue um exemplo demonstrando a forma de identificar o efeito potencial
de falha:
Etapa do Processo / Função Requisito Modo de Falha Potencial Efeito (s) Potencial (ais) de Falha
Operação 020: Quatro parafusos Menos do que quatro Usuário Final: Almofadado assento
Função: Fixar almofada parafusos solta e ruído. Fabricação e montagem:
(estofamento) do assento a parar embarques (expedição) e exames
estrutura guia uma pistola e reprocessamento adicionais, devido a
de torque. peça afetada.
Parafusos Especificados Usado o Parafuso errados Fabricação e montagem: incapaz de
(diâmetro maior). instalar o parafuso, na estação.
Sequência de montagem: Parafuso colocado em Fabricação e montagem: Dificuldade
Primeiro parafuso no furo qualquer outro furo para instalar os parafusos restantes, na
frontal à direita. estação.
Parafusos totalmente Parafuso não totalmente Usuário Final: Almofadado do assento
assentados assentado solta e ruído. Fabricação e montagem:
Seleção e retrabalho, devido a peça
afetada.
Parafusos apertados Parafuso apertado com Usuário Final: Almofadado do assento
conforme especificado de torque muito alto solta, devido a fratura subsequente, e
torque dinâmico. ruído. Fabricação e montagem: Seleção
e retrabalho, devido a peça afetada.
Parafuso apertado com Usuário Final: Almofadado do assento
torque muito baixo. solta, devido a afrouxamento gradual
do parafuso, e ruído. Fabricação e
montagem: Seleção e retrabalho,
devido a parte afetada.
Fonte: Manual FMEA (2008)
2.3.7 Severidades
“Severidades é o valor associado ao efeito mais grave, para um dado modo de falha.
Severidade é uma classificação relativa, dentro do escopo do FMEA individual” (IQA, 2008).
A equipe de elaboração terá que aceitar os padrões de avaliação do sistema de
classificação, e aplicar regularmente, mesmo que se modificado, para analises individuais de
34
processos (IQA, 2008). Para entender melhor as severidades e notas atribuídas às falhas,
segue Tabela 6:
2.3.8 Classificação
A classificação deve ser utilizada para apontar os pontos mais críticos dos modos de
falha do processo de um produto, dando alta prioridade, ou seja, características com registro
de processo, que necessitam ser apontados adicionalmente pela engenharia. Poderá ser
utilizada para classificar qualquer característica especial do produto ou de processo. Portanto,
os critérios essenciais do cliente podem ser identificados com símbolos para características
específicas de cada produto ou processo (IQA, 2008).
35
“Causa Potencial de Falha é definida como uma indicação de como a falha poderia
ocorrer, é descrita em termos de algo que possa ser corrigido ou possa ser controlado. Causa
Potencial de Falha pode ser uma indicação de uma fragilidade de projeto ou de processo, cuja
consequência é o Modo de Falha” (IQA, 2008). Conforme Tabela 7:
2.3.10 Ocorrência
“Controles atuais de processo são descrições dos controles que podem evitar, na medida
do possível, a ocorrência da causa de falha, ou detectar o modo de falha ou causa de falha,
caso estes ocorram” (IQA, 2008).
Existem dois tipos de controles de processo a considerar, conforme Manual FMEA
(2008):
Prevenção: elimina (previne) a ocorrência da causa da falha, ou do modo de falha, ou
reduz sua taxa de ocorrência.
Detecção: identifica (detecta) a causa da falha, ou o modo de falha, conduzindo ao
desenvolvimento de ações corretivas ou contra medidas associadas.
2.3.12 Detecção
“Detecção é o índice que avalia a probabilidade de a falha ser detectada antes que o
produto chegue ao cliente. Deve ser atribuído olhando-se para o conjunto “modo de falha –
efeito” e para os controles atuais exercidos” (HELMAN E ANDERY, 1995).
38
A detecção está relacionada ao mais correto controle, conforme listado na Tabela 10.
Para que se consiga um controle de detecção mais baixo, é necessário melhorar o
planejamento. Ao encontrar mais de um controle, é recomendado que a classificação de cada
detecção seja incluída como parte da detecção do controle, sendo registrado o menor valor de
classificação na coluna de detecção (IQA, 2008).
Identificando que a falha ocorreu, devem-se avaliar as capacidades de todos os
“controles atuais de processo” para prevenir a entrega do produto contendo este modo de
falha (IQA, 2008).
O foco inicial da equipe deveria ser orientado para modos de falha com as
classificações de severidade mais elevadas. Quando a severidade for de 9 a 10, é
importante que a equipe assegure que o risco esteja tratado através dos existentes
controles de projeto ou ações recomendadas (IQA, 2008).
A forma mais utilizada para definir o que será prioridade de ações no FMEA, é utilizar
os números de prioridade de risco conforme a sua classificação (IQA, 2008).
A prática de limites assume que NPR’s sejam uma medida de risco relativo (o que
frequentemente não são) e que uma melhoria contínua não seja requerida (o que é).
Por exemplo, se o cliente aplicou um limite arbitrário de 100 ao que segue o
fornecedor seria obrigatório agir sobre a característica B, com o NPR de 112 (IQA,
2008).
Hoje não existe um valor limite de utilização do NPR que possa definir qual o ponto ou
ação serão obrigatórios. Se fossem definidos os pontos, poderia ser determinado um
comportamento errado, fazendo com que a equipe gaste mais tempo para justificar um menor
valor de classificação de ocorrência ou detecção, para reduzir o NPR. Desta forma, pode-se
dificultar a real solução do problema contido a causa do modo de falha, onde simplesmente
continuará com o NPR abaixo do limite.
A equipe multidisciplinar sempre deve discutir quanto ao melhor valor de NPR a ser
considerado, mas todos devem ter conhecimento sobre os limites que podem ser utilizados,
portanto não indicado à utilização de limites de NPR para a determinação das ações
prioritárias (IQA, 2008).
O IQA (2008) relata que após a conclusão das ações preventivas/corretivas, é necessário
determinar e registrar os resultados das classificações de severidade, ocorrência e detecção, e
logo após calcular o resultado indicado a partir das ações tomadas no NPR. Todas as
classificações atualizadas devem ser revisadas constantemente. As ações, somente, não
garantem que o problema tenha sido resolvido.
Na Tabela 13 há um exemplo, com as ações executadas, e os valores de severidade,
ocorrência e detecção alteradas, com isso um novo valor de NPR foi calculado:
43
Com a redução do valor de 112 para 96, reduzindo a severidade de 7 para 6, houve uma
redução no NPR, estabelecendo uma pontuação abaixo do solicitado pelo cliente, portanto a
ação corretiva do risco foi atendida, mas conforme mencionado acima, não garante que o
problema tenha sido resolvido, pois constantemente deve ser revisado.
O FMEA deve ser mantido como um documento vivo que também deve ser revisado
constantemente. Sempre que for realizada uma alteração no projeto do produto ou processo,
deve ocorrer a atualização do FMEA (IQA, 2008).
O IQA (2008) relata que ao ser desenvolvido o plano de controle, é necessário que a
equipe multidisciplinar garanta que os controles gerados pelo PFMEA possam ser aptos a
serem utilizados, conforme o método de controle específico do plano de controle. Figura 7
mostra o modelo de formulário para plano de controle.
3 METODOLOGIA
Para o Trabalho de Conclusão de Curso, foi utilizada uma técnica de pesquisa através
da revisão bibliográfica e busca de conceitos do método de FMEA, este método é aplicado
juntamente com o desenvolvimento do processo de fabricação, onde foi implementado ao
conjunto soldado suporte de polia.
A realização do trabalho está aplicada ao método de PFMEA (FMEA de processo),
relacionado à análise de todas as possíveis falhas pertinentes a fabricação do conjunto final
soldado. Apresentado a partir do fluxograma de processo, a coleta de dados e informações
relevantes ao desenvolvimento da análise, levantando ponto a ponto onde será a fabricação de
cada item, e o processo com seus pontos de controle críticos exigidos, para o prosseguimento
do item com qualidade dimensional, e um bom acabamento na superfície final da peça.
A análise de PFMEA (FMEA de Processo) foi realizado dentro da engenharia de
processo, com os recursos necessários para realização de todo o processo.
Para aplicação do PFMEA, foi utilizado um formulário em planilha de Excel, para a
realização da descrição de todas as informações necessárias para a correta análise pertinente
ao processo do conjunto.
Por se tratar de alta criticidade em sua montagem e utilização, foi necessário realizar um
processo de levantamento dos principais modos de falha, evidenciando as possíveis falhas que
podem ocorrer se a peça estiver fora do dimensional especificado, evitando que o mesmo
ocasione problema em todo o fluxo da máquina.
A Figura 08 mostra o conjunto soldado suporte da polia para colheitadeira, com a lista
de peças que compõem o conjunto. A Figura 09 indica a forma de montagem do conjunto
suporte de polias na máquina colheitadeira.
8 SUPORTE
7 CHAPA
6 SUPORTE
5 CHAPA
4 REFORÇO
3 EIXO
2 EIXO
1 TUBO RETANGULAR
Item Descrição
4 APLICAÇÃO DO PFMEA
O desenvolvimento do PFMEA no suporte de polias para o picador foi criado por uma
equipe multidisciplinar, com base nas informações de desenho solicitadas pelo cliente. Na
análise dimensional foi evidenciado os pontos mais críticos que impactam diretamente no
funcionamento, que também podem gerar a não montagem do conjunto na colheitadeira. A
52
Todos os modos de falha, efeito potencial de falha, severidade, causa potencial da falha,
ocorrência, prevenção, controles de detecção, NPR e ações estão no formulário de PFMEA no
Apêndice B. As informações contidas na tabela são referente ao processo de solda do
conjunto, pintura, embalamento e expedição, seguindo com a função principal e o requisito
para cada processo de fabricação.
Desta forma, foram definidos os principais modos de falha para cada operação do
processo de produção do conjunto. Analisando os pontos críticos, foram evidenciadas as
53
possíveis causas, com suas respectivas ações necessárias para solucionar os problemas
decorrentes dos modos de falha.
Falta de peças;
Peças danificadas durante o carregamento.
Ações para eliminar os principais modos de falha no processo de expedição,
consequentemente reduzindo a nota de NPR:
Programar a produção com 10 dias de antecedência, seguindo com todos os insumos
necessários para entregar as peças na data solicitada pelo cliente, evitando possíveis
faltas de peças e atraso nas entregas;
Desenvolver embalagens internas e externas que possibilitam a proteção das peças no
carregamento e descarregamento.
O plano de controle foi definido com base nos critérios desenvolvidos no PFMEA, onde
alguns modos de falha foram selecionados e incluídos como controle dimensional e controle
de processo, evitando que a peça chegue ao cliente com defeito dimensional, defeito de
pintura, ou que estejam danificados dentro da embalagem.
O controle é realizado em todas as linhas de fabricação. Quando alterado ou incluída
alguma característica no componente, a linha necessita controla-la, para evitar que siga para
outra linha de fabricação sem problemas dimensionais e característicos, aprovando a
solicitação do cliente, conforme Apêndice C e D.
56
5 CONCLUSÃO
O estudo levantado e analisado mostra que cada dia mais as empresas necessitam se
aperfeiçoar nos seus devidos segmentos, garantindo em seus processos de fabricação
qualidade aos seus produtos, para que possam competir em alto nível com grandes potências
do mercado. Buscando maior eficiência nos processos, melhorias contínuas e métodos que
possibilitam prever e analisar as possíveis falhas que podem ocorrer no desenvolvimento de
um produto novo ou de produtos correntes.
O trabalho foi fundamentado na aplicação do método de análise de falhas no
desenvolvimento de um produto novo na área agrícola pela engenharia de processo,
proporcionando um estudo aprofundado de como desenvolver o FMEA de processo no
conjunto suporte de polias. Ele possibilitou realizar todo o processo, reuniões das equipes
multidisciplinares, elaboração de fluxogramas, levantamento dos possíveis modos de falha,
ações para sanar os modos de falhas no desenvolvimento e criação do plano de controle para
as características do produto solicitado pelo cliente.
Os desafios da pesquisa proporcionaram desenvolver o conhecimento sobre o método
aplicado e a necessidade de se aplicar o FMEA em produtos novos. Também viabilizou a
realização de todo o descritivo na tabela de FMEA, seguindo as características exemplificadas
pelo cliente no desenho, levando de um ponto crítico todas as informações necessárias e
relevantes para o correto desenvolvimento e solução dos riscos no processo de fabricação,
com a previsão de equipamentos necessários para fabricação, possibilitando a redução do
nível de risco, garantido estabilização do processo com grande eficiência.
Os objetivos propostos para o desenvolvimento e aplicação do FMEA para o suporte de
polias foram alcançados, permitindo prever soluções para o processo de solda com alguns
pontos críticos no dispositivo, como: Poka Yoke a prova de erros na montagem; elaboração de
instrução para a correta montagem dos componentes no dispositivo de solda; garantia do
paralelismo entre os eixos; perpendicularidade entre o eixo e as partes de apoio e fixação do
conjunto. Também foi proposta a fabricação de isolações para respingos de solda nos eixos e
isolações onde não deve ser pintado.
A análise prevê uma estrutura fabril que suporte a fabricação do item, garantindo o
fluxo entre as linhas com meios de transporte e embalagens próprias para o acondicionamento
e transporte, estrutura para estocar as peças em locais cobertos e protegidos, evitando riscos
de intemperes do tempo.
57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Edition, 2008.
MCKINNEY, B.T. FMECA. The rigth way. In: reliability and maintainability symposium,
1991, Proceedings. 1991, p.253-259.
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Edition. New York,: Productivity Press, p. 90, 2009.
60
PALADY, P. FMEA: Analise dos Modos de Falha e Efeitos. 5ª edição. São Paulo, IMAM,
p. 271, 1997.
ROZENFELD, H.; FORCELLINI, F.A.; AMARAL, D.C.; TOLEDO, J.C. de; SILVA, S. L.
da; ALLIPRANDINI, D.H. e SCALISE, R.K. Gestão de Desenvolvimento de Produtos –
Uma referência para a melhoria do processo. 1ª ed. São Paulo, Saraiva, p. 542, 2006.
SOUZA, RUY VICTOR DE. Aplicação do método FMEA para priorização de ações de
melhoria em fluxos de processos. Dissertação pós-graduação em engenharia da Produção,
Escola de Engenahria de São Carlos, da universidade de São Paulo, p. 152, 2012.
STAMATIS, D. H. Failure Mode and Effect Analysis: FMEA From Theory to Execution:
ASQC Quality Press, v.2, p. 300, 1995.
FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Projeto: CJ. SD. Suporte Cliente: Produto: CJ. SD. Suporte Código: 48086977 Código Cliente: 48086977
Legenda: REV. DATA ELABORADOR APROVADOR HISTÓRICO
000 0 03/09/2018 Leonardo Dessbessell Elaboração
000 Operação / Atividade Armazenagem / Estoque Retrabalho
Operação com Transporte/Movimentação
000 000 000 000 Item
Gabarito/Ferramenta Interna
Operação com Inspeção Transporte/Movimentação
000 000
Realizada pelo Operador Externa
Imagem ilustrativa
000 Inspeção com gabarito Fluxo Normal
Código
Fluxo Alternativo
000
Inspeção visual, Descrição Unidade
dimensional e Quantidade:
10 Receber Material 10 Receber Material 10 Receber Material 10 Receber Material 10 Receber Material
Inspeção visual, dimensional e Inspeção visual, dimensional e Inspeção visual, dimensional e Inspeção visual, dimensional e Inspeção visual,
20 20 20 20 20
contagem contagem contagem contagem dimensional e
contagem
Movimentar para Movimentar para Movimentar para Movimentar para Movimentar para
30 30 30 30 30
estoque estoque estoque estoque estoque
100006
Bgt 6,3X1200 Astm1018
Quantidade: 1,666 KG
10 Receber Material
20 Inspeção visual,
dimensional e Contagem
Movimentar para
30
estoque
40 Armazenagem /
Estoque
Movimentar---> Corte
50
Laser
006
63
20
Inspeção dimensional e 20
Inspeção dimensional e 20
Inspeção dimensional e 20
Inspeção dimensional e Movimentar--->
20
Contagem Contagem Contagem contagem Corte Laser
Movimentar--->
50 Dobra 50 Dobra 50 Dobra 50
Carregamento Pintura
Dispositivo de Dispositivo de Dispositivo de
60
Inspeção dimensional e 60
Inspeção dimensional e 60
Inspeção dimensional e
70 Pintar - Liquida
contagem contagem contagem
100 Armazenagem /
007 007 007
Estoque
Movimentar-
110
>Expedição
008
64