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Inteligência artificial na análise diagnóstica da Covid-19: possíveis


repercussões sobre a responsabilidade civil do médico

Article · March 2020

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Rodrigo da Guia Silva Rafaella Nogaroli


Rio de Janeiro State University
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Migalhas Patrimoniais
COORDENAÇÃO
Thamis Dalsenter

Inteligência artificial na análise diagnóstica da Covid-19: possíveis


repercussões sobre a responsabilidade civil do médico
segunda-feira, 30 de março de 2020

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Migalhas nº 4.833
Texto de autoria de Rodrigo da Guia Silva e Rafaella Nogaroli
apoiadores
A pandemia da COVID-19 (doença causada pelo novo coronavírus, variante SARS-CoV-2)
tem causado grande alarme em todo o globo, desde que os primeiros casos começaram a
surgir, no final de 2019, em Wuhan (China). Apesar de a maioria dos infectados pelo novo
coronavírus não desenvolver sintomas graves, há um considerável número de indivíduos
dentro dos grupos de risco (como idosos e pacientes cardíacos, asmáticos, diabéticos e
hipertensos) que podem apresentar síndromes respiratórias graves e letais. Nesse cenário, a
maior preocupação apontada pela comunidade médica diz respeito à velocidade de
propagação do vírus. Em apenas dois meses desde o primeiro contágio, o SARS-CoV-2 se
espalhou de Wuhan para toda a China e outras dezenas de países. Atualmente, são mais de
720 mil casos de infecção no mundo, com óbito de mais de 33 mil pessoas1. fomentadores

Na Itália, segundo maior foco da contaminação (atrás apenas da China, que já noticia a
ausência de novos casos de transmissão local)2, os dois primeiros diagnósticos da doença
(em um casal de turistas chineses) ocorreram em 30/1/2020. Noticia-se que a primeira
transmissão local ocorreu após 18 dias; em 24/2/2020, menos de um mês depois dos
primeiros diagnósticos, já se contabilizavam 224 infecções confirmadas3. Daí em diante, a
disseminação do vírus foi colossal. Em menos de 2 meses, desde o início do surto, já são
mais de 53 mil casos confirmados, dos quais quase 5 mil fatais4. Estima-se, contudo, que
este número seja apenas a ponta do iceberg e que existam mais de 70 mil pessoas
assintomáticas ou com sintomas leves que não foram submetidas a testes5.

No contexto brasileiro, o primeiro caso importado da doença foi confirmado no dia 26/2/2020.
Passados 20 dias após o diagnóstico deste paciente, o Brasil já tinha 428 infectados6. Sidney
Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, estima que o Brasil tenha 15 casos "ocultos"
para cada diagnosticado7. O número de casos de contaminação, em cerca de um mês,
supera a marca de 4.200 infectados e 130 mortes8.

Na ausência de medicamentos ou vacinas terapêuticas específicas para o novo coronavírus,


faz-se essencial detectar a doença em um estágio inicial e, dentro de parâmetros razoáveis,
isolar do convívio com a população saudável as pessoas infectadas9. Como se sabe, o
diagnóstico da infecção por Covid-19 é realizado em duas etapas: diagnóstico clínico e
diagnóstico confirmatório por exame laboratorial. O diagnóstico clínico depende da
investigação clínico-epidemiológica e do exame físico. Caso a situação do paciente seja
considerada, a partir do diagnóstico clínico, um caso suspeito de Covid-19, passa a ser
indicada a realização do exame laboratorial. Em que pesem os benefícios proporcionados
pelo exame laboratorial, fatores como os altos custos e a própria carência de material têm
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levado autoridades públicas e instituições hospitalares a restringir os testes aos pacientes
sintomáticos – e, preferencialmente, àqueles com sintomas graves10.

É justamente nesse contexto que aflora a renovada importância da inteligência artificial (IA)
na análise diagnóstica11. Na China, por exemplo, um software com IA, já testado em mais de
5 mil pacientes (e utilizado gratuitamente por centenas de instituições médicas ao redor do
mundo), é capaz de diagnosticar a COVID-19, em poucos segundos, a partir da análise da
tomografia de tórax12. O software inteligente realiza, com taxa de precisão de
aproximadamente 90%, a análise de uma imagem tomográfica em 15 segundos; com isso,
consegue, quase instantaneamente, distinguir entre pacientes infectados com o novo
coronavírus e aqueles com pneumonia comum ou outra doença. Trata-se de uma grande
vantagem no enfrentamento da pandemia, em especial por se levar em consideração que os
radiologistas geralmente precisam de cerca de 15 minutos para ler essas imagens de
pacientes com suspeita de Covid-1913. No Brasil, encontra-se em fase de desenvolvimento,
pelo Hospital das Clínicas em São Paulo, um algoritmo similar, que possui a capacidade de
identificar a COVID-19 em tomografia de pacientes. O Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovação e Comunicações (MCTIC) tem acompanhado de perto o projeto e pretende
implementar a IA em hospitais de todo o país14.

De modo geral, pode-se afirmar que, na área da saúde, os programas de IA fornecem


importante suporte à decisão clínica, tendo em vista a sua capacidade de processar e
analisar rapidamente – e, tendencialmente, de maneira eficiente – grande quantidade de
dados. A combinação da IA com a expertise e o conhecimento médicos tem, portanto, o
potencial de reduzir consideravelmente as taxas de erro. Não se trata de pugnar por uma
substituição dos profissionais da saúde por sistemas de IA, mas tão somente de reconhecer
os potenciais benefícios dessa nova tecnologia no que tange, sobretudo, ao auxílio dos
profissionais na tomada de decisão, especialmente na situação global de pandemia e
crescimento exponencial da contaminação. É imprescindível que o diagnóstico e a tomada de
decisão médica sejam rápidos e, ao mesmo tempo, adequados.

Não se pode ignorar, contudo, que, por mais eficiente que o software seja no auxílio ao
diagnóstico, seguirá apresentando uma expressiva margem de imprecisão – no exemplo
relatado, a taxa é de cerca de 10% –, o que pode conduzir a resultados adversos. O cenário
é particularmente delicado quando a IA é utilizada não apenas para categorizar os pacientes
em emergência, mas também para propor diagnósticos tangíveis. Tais hipóteses suscitam
relevantes reflexões no campo da responsabilidade civil do médico. Afinal de contas, não é
difícil imaginar a irresignação do paciente e/ou de sua família ao perceber que determinado
resultado danoso (como o agravamento do estado clínico ou mesmo o óbito) poderia ter sido
evitado caso o médico houvesse partido do diagnóstico mais preciso. Tal linha argumentativa
poderia florescer tanto na hipótese de o médico confiar no diagnóstico equivocado proposto
pela IA quanto na hipótese de o médico ignorar a indicação da IA e seguir o errôneo
diagnóstico alcançado pela sua própria convicção.

Nos casos em que o médico chega a uma conclusão que se desvia do diagnóstico
automatizado, o profissional se encontrará na desafiadora tarefa de avaliar: "devo confiar no
meu diagnóstico ou naquele diverso resultado obtido pela inteligência artificial?". O
equacionamento dessa e de outras indagações se relaciona diretamente com a definição do
critério de imputação do dever de indenizar. Isso porque a delimitação do regime de
responsabilidade civil incidente (subjetivo versus objetivo) apontará a relevância ou a
irrelevância da valoração do comportamento concretamente adotado pelo agente.

No específico caso da responsabilidade pessoal do médico, a doutrina converge em torno do


acertado entendimento de que o profissional liberal se sujeita ao regime da responsabilidade
civil subjetiva, nos termos dos arts. 186, 927, caput, e 951 do Código Civil e no art. 14, § 4°,
do Código de Defesa do Consumidor. Tal modelo centra-se, como é cediço, na comprovação
da culpa, em sua acepção contemporânea de culpa normativa15.

No que diz respeito especificamente à configuração de culpa médica pelo erro de


diagnóstico16, deve-se ter em mente que a mera constatação da não adoção do diagnóstico
perfeito não conduz, ipso facto, à configuração de culpa do médico. Diante das vicissitudes
de cada caso concreto e mesmo da dificuldade em se falar de certezas absolutas, é
plenamente possível, em linha de princípio, a valoração desse erro como escusável, inapto,
assim, à configuração da culpa necessária para a deflagração do dever de indenizar17. Caso,
contudo, se trate de erro relacionado à negligência ou à imperícia do profissional, poderá
restar justificada a sua responsabilização18. O médico incorrerá em responsabilidade, em
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suma, tão somente quando não revelar o cuidado razoavelmente exigível na conduta.
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As hipóteses de diagnóstico equivocado relacionadas à superveniência de dano ao paciente
impõem, assim, uma análise pormenorizada do erro, a fim de verificar se a não obtenção do
diagnóstico mais preciso configura efetivamente falha de conduta do médico. Partindo-se de
tais percepções para uma tentativa de responder aos questionamentos aventados acima,
parece razoável afirmar que o médico apenas será responsabilizado por erro de diagnóstico
se não houver justificativas plausíveis que o tenham levado a desconsiderar o resultado
diagnóstico indicado pela inteligência artificial.

Imaginando-se a hipótese de o software apontar para um quadro diagnóstico de COVID-19,


incumbirá ao profissional, ao menos, levar tal cenário em consideração, dentro das suas
concretas possibilidades, antes de concluir por descartar com segurança o resultado da
inteligência artificial. Neste sentido, a falta de diligência do médico ao descartar
irrefletidamente o resultado obtido pela inteligência artificial poderá constituir um critério para
a sua responsabilização.

Imagine-se, desta vez, situação inversa à narrada acima: o médico está prestes a fechar um
acertado quadro diagnóstico do Covid-19. Antes, contudo, de tomar sua decisão final,
socorre-se da IA, que acaba por trazer um resultado diagnóstico negativo para a doença, em
sentido nitidamente contrário à opinião do profissional. Caso opte por seguir a indicação da
inteligência artificial e finde por causar dano ao paciente, poderá o médico eximir-se do dever
de indenizar ao argumento de que a adoção do diagnóstico proposto pelo software afasta a
sua culpa? A resposta dependerá, naturalmente, da avaliação das vicissitudes de cada caso
concreto. De qualquer modo, se restar comprovado que nenhum dos elementos disponíveis
durante a anamnese do paciente levaria ao diagnóstico de negativa do vírus e, mesmo
assim, o médico alterou seu posicionamento inicial para acatar o diagnóstico equivocado,
sem buscar outros meios para fechar um diagnóstico confirmatório, seguindo cegamente a
IA, dificilmente se poderá afastar a configuração da culpa do profissional19.

Em ambos os casos supracitados, havendo divergência entre o diagnóstico clínico inicial e o


resultado do dispositivo inteligente, afigura-se prudente que a decisão do médico – de seguir
ou de desconsiderar a IA para concluir o seu diagnóstico – seja acompanhada da prévia
realização de exames laboratoriais complementares e, a depender do caso, de uma
confirmação com seus pares, inclusive a distância (teleinterconsulta). Neste ponto, destaque-
se que o CFM publicou o Ofício n.º 1.756/2020, reconhecendo, "em caráter de
excepcionalidade e enquanto durar a batalha de combate ao contágio da COVID-19", "a
possibilidade e a eticidade da utilização da telemedicina", indicando-se três modalidades:
teleorientação, telemonitoramento e teleinterconsulta20.

Sem qualquer pretensão de exaustão da temática ou de enfrentamento definitivo, buscou-se,


com as precedentes considerações, destacar tanto os benefícios proporcionados pela
utilização da IA na análise diagnóstica da COVID-19 quanto a complexidade da discussão
acerca da responsabilidade civil do médico nesse contexto.

Em linhas conclusivas, parece de bom tom reforçar que, ao menos no atual estado da
sociedade, os softwares de diagnóstico devem servir como importante apoio à tomada de
decisão do médico, sem o condão, contudo, de substituí-lo. Com efeito, a decisão final segue
sob o controle (e sob a responsabilidade) do profissional da saúde. Dessa conclusão não se
há de extrair, porém, uma banalização da responsabilização pessoal do médico. Seguindo a
tônica do momento atual, deve-se socorrer da prudência também para a valoração da
conduta do médico em eventual demanda indenizatória. Pode-se, assim, construir bases
sólidas para a rejeição de demandas frívolas, evitando-se a difusão de uma postura de
medicina defensiva que pouco (ou nada) contribuiria para o combate da pandemia em seu
estágio atual.

__________

1 Dados extraídos em 21.03.2020 do mapa criado pela Microsoft, que mostra, em tempo real, os
números oficiais de casos de coronavírus confirmados no Brasil e no mundo: https://bing.com/covid.

2 https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/21/china-nao-registra-transmissao-local-
de-coronavirus-pelo-3o-dia-mas-casos-importados-aumentam.ghtml.

3 https://veja.abril.com.br/saude/numeros-comparam-evolucao-do-coronavirus-no-brasil-na-italia-e-no-
mundo/.

4 Dados extraídosCadastre-se para


em 21.03.2020 receber
do já referidoo mapa
informativo
criado gratuitamente  E-mail 
pela Microsoft: https://bing.com/covid. WhatsApp  Telegram Privacidade - Termos

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5 https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51969288.

6 https://veja.abril.com.br/saude/numeros-comparam-evolucao-do-coronavirus-no-brasil-na-italia-e-no-
mundo/.

7 https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51969288.

8 Dados extraídos em 21.03.2020 do já referido mapa criado pela Microsoft: https://bing.com/covid.

9 Trata-se de matéria extremamente delicada, por envolver um sensível dilema entre liberdade e
solidariedade no contexto do combate à COVID-19. Imperiosa, ao propósito, a remissão ao artigo de
Thamis Dalsenter: https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-de-vulnerabilidade/321211/direito-a-
saude-entre-a-liberdade-e-a-solidariedade-os-desafios-juridicos-do-combate-ao-novo-coronavirus-
covid-19.

10 https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,com-alta-demanda-einstein-comeca-a-limitar-
exames,70003235787.

11 Um relevante ponto para a análise holística da matéria – incabível nesta sede – diz respeito ao papel
do consentimento livre e esclarecido do paciente para a utilização da inteligência artificial em apoio à
decisão médica. Para um desenvolvimento da análise da relevância do consentimento do paciente, em
especial no contexto da cirurgia robótica e da telecirurgia, remete-se a KFOURI NETO, Miguel;
NOGAROLI, Rafaella. Responsabilidade civil pelo inadimplemento do dever de informação na
cirurgia robótica e telecirurgia: uma abordagem de direito comparado (Estados unidos, União Europeia
e Brasil). In: ROSENVALD, Nelson; MENEZES, Joyceane Bezerra de; DADALTO, Luciana.
Responsabilidade civil e medicina. Indaiatuba: Foco, 2020, passim.

12 https://www.prnewswire.com/news-releases/ping-an-launches-covid-19-smart-image-reading-
system-to-help-control-the-epidemic-301013282.html.

13 Ibid.

14 https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/03/25/hc-corre-para-ter-inteligencia-artificial-
que-acha-covid-19-em-tomografia.htm

15 Ao propósito da culpa normativa, v., por todos, MORAES, Maria Celina Bodin de. Danos à pessoa
humana: uma leitura civil-constitucional dos danos morais. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 211.

16 A menção ao erro de diagnóstico (ou, de modo mais geral, ao erro médico) justifica-se tão somente
pela consagração da expressão pela práxis. Não se pretende, contudo, atribuir à imprecisa noção de
erro no desenvolvimento da medicina um injustificado papel de banalização da responsabilidade civil
dos médicos. Justifica-se, portanto, a adoção das ressalvas enunciadas por SOUZA, Eduardo Nunes de.
Do erro à culpa na responsabilidade civil do médico: estudo na perspectiva civil-constitucional. Rio de
Janeiro: Renovar, 2015, p. 251-252.

17 "O médico enfrenta dúvidas científicas, com várias alternativas possíveis e variados indícios, por
vezes equívocos, quanto aos sintomas do paciente. Não raro, as próprias queixas do paciente induzem o
médico a imaginar a ocorrência de patologia inexistente. Há casos duvidosos, com alternativas idôneas,
todas a merecer respaldo da ciência médica. Por isso, o erro de diagnóstico, em princípio, é escusável".
(KFOURI NETO, Miguel. Responsabilidade civil dos hospitais. 4. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2019. Ebook.)

18 Não se ignora, por certo, a imprescindibilidade da investigação dos demais elementos necessários à
deflagração do dever de indenizar. A presente investigação limita-se, como já anunciado, à culpa, em
atenção ao recorte temático do estudo.

19 A constatação de falha no funcionamento do software inteligente permitiria cogitar-se de pretensões


movidas pelas vítimas diretamente em face dos fornecedores da tecnologia, ao argumento de defeito do
produto. O escopo central deste artigo, contudo, cinge-se à análise da responsabilidade pessoal do
médico.

20 http://portal.cfm.org.br/images/PDF/2020_oficio_telemedicina.pdf. Ao propósito, veja-se o artigo


de Aline de Miranda Valverde Terra e Paula Moura Francesconi de Lemos:
https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-de-vulnerabilidade/322083/telemedicina-no-sistema-
privado-de-saude-quando-a-realidade-se-impõe.
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Thamis Dalsenter, é coordenadora acadêmica do Instituto de Direito da PUC-Rio.


Doutora em Direito Civil pela UERJ. Mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional
da PUC-Rio. Professora de Direito Civil do Departamento de Direito da PUC-Rio.

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