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Notícia
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Lista de compras
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Anúncios de classificados
Relatos ( viagens

Passagens

Editorial Jornalístico

Carta de opinião

Resenha

Artigo
Ensaio

Monografia

Diário

Fábulas

Receitas

Tirinhas

Anúncio

Piada

Poemas

Poesia

Parlenda

Trava-línguas

Propaganda

Gêneros textuais: quais são?

Flávia Neves
Professora de Português

Gêneros textuais são textos que exercem uma função social específica, ou seja,
ocorrem em situações cotidianas de comunicação e apresentam uma intenção
comunicativa bem definida. 

Os diferentes gêneros textuais se adequam ao uso que se faz deles. Adequam-se,


principalmente, ao objetivo do texto, ao emissor e ao receptor da mensagem e ao
contexto em que se realiza.

Exemplos de gêneros textuais


 Romance;
 Conto;
 Fábula;
 Lenda;
 Novela;
 Crônica;
 Notícia;
 Ensaio;
 Editorial;
 Resenha;
 Monografia;
 Reportagem;
 Relatório científico;
 Relato histórico;
 Relato de viagem;
 Carta;
 E-mail;
 Abaixo-assinado;
 Artigo de opinião;
 Diário;
 Biografia;
 Entrevista;
 Curriculum vitae;
 Verbete de dicionário;
 Receita;
 Regulamento;
 Manual de instruções;
 Bula de medicamento;
 Regras de um jogo;
 Lista de compras;
 Cardápio de restaurante;
 ...

Embora os diferentes gêneros textuais apresentem estruturas específicas, com


características próprias, é importante que os concebamos como flexíveis e adaptáveis,
ou seja, que não definamos a sua estrutura como fixa.

Os gêneros textuais possuem transmutabilidade, ou seja, é possível que se criem novos


gêneros a partir dos gêneros já existentes para responder a novas necessidades de
comunicação. São adaptáveis e estão em constante evolução.

Tipos e gêneros textuais


Tipos e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual.

Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura
e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação.

Exemplos de tipos textuais:

 Texto narrativo;
 Texto descritivo;
 Texto dissertativo expositivo;
 Texto dissertativo argumentativo;
 Texto explicativo injuntivo;
 Texto explicativo prescritivo.

Os aspectos gerais dos tipos de texto concretizam-se em situações cotidianas de


comunicação nos gêneros textuais, textos flexíveis e adaptáveis que apresentam um
intenção comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando-se ao
uso que se faz deles.

Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos: 

 romances;
 contos;
 fábulas;
 novelas;
 crônicas;
 …

Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos: 

 diários;
 relatos de viagens;
 folhetos turísticos;
 cardápios de restaurantes;
 classificados;
 ...

Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos: 

 jornais;
 enciclopédias;
 resumos escolares;
 verbetes de dicionário;
 ... 

Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos: 

 artigos de opinião;
 abaixo-assinados;
 manifestos;
 sermões;
 ...

Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos: 

 receitas culinárias;
 manuais de instruções;
 bula de remédio;
 ...
Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos: 

 leis;
 cláusulas contratuais;
 edital de concursos públicos;
 ...

Saiba mais sobre os tipos de textos existentes.

Gêneros textuais e gêneros literários


Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se referem a qualquer tipo de
texto, enquanto os gêneros literários se referem apenas aos textos literários.

Os gêneros literários são divisões feitas segundo características formais comuns em


obras literárias, agrupando-as conforme critérios estruturais, contextuais e semânticos,
entre outros.

Exemplos de gêneros literários:

 Gênero lírico;
 Gênero épico ou narrativo;
 Gênero dramático.

Saiba mais sobre os gêneros literários.

Tipologia textual: os diferentes tipos


textuais

Flávia Neves
Professora de Português

As tipologias textuais, também chamadas de tipos textuais ou tipos de texto, são as


diferentes formas que um texto pode apresentar, visando responder a diferentes
intenções comunicativas.

Os aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a finalidade do texto: contar,


descrever, argumentar, informar,… 

Diferentes tipos de texto apresentam diferentes características: estrutura, construções


frásicas, linguagem, vocabulário, tempos verbais, relações lógicas, modo de interação
com o leitor,…

Podemos distinguir os seguintes tipos textuais:


 Texto narrativo;
 Texto descritivo;
 Texto dissertativo (expositivo e argumentativo);
 Texto explicativo (injuntivo e prescritivo).

É de salientar que um único texto pode apresentar passagens de várias tipologias


textuais.

Texto narrativo
A principal finalidade de um texto narrativo é contar uma história através de uma
sequência de ações reais ou imaginárias. A narração da história é construída à volta de
elementos narrativos, como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador.

Exemplos de texto narrativo:

 romances:
 contos;
 fábulas;
 depoimentos;
 relatos;
 ...

Saiba mais sobre textos narrativos em: Texto narrativo.

Texto descritivo
A principal finalidade de um texto descritivo é apresentar a descrição pormenorizada de
algo ou alguém, levando o leitor a criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. A
descrição pode ser mais objetiva ou mais subjetiva, focando apenas aspectos mais
importantes ou também detalhes específicos.

Os textos descritivos não são, habitualmente, textos autônomos. O que acontece mais
frequentemente é a existência de passagens descritivas inseridas em textos narrativos,
havendo uma pausa na narração para a descrição de um objeto, pessoa ou lugar.

Exemplos de texto descritivo:

 folhetos turísticos;
 cardápios de restaurantes;
 classificados;
 ...

Saiba mais sobre textos descritivos em: Texto descritivo.

Texto dissertativo (expositivo e argumentativo)


A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da
exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema.
Os textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos. Um texto dissertativo-
expositivo visa apenas expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de
convencer o leitor. Já o texto dissertativo-argumentativo visa persuadir e convencer o
leitor a concordar com a tese defendida.

Exemplos de texto dissertativo-expositivo:

 enciclopédias;
 resumos escolares;
 jornais;
 verbetes de dicionário;
 ... 

Exemplos de texto dissertativo-argumentativo:

 artigos de opinião;
 abaixo-assinados;
 manifestos;
 sermões;
 ...

Saiba mais sobre textos dissertativos em: Texto dissertativo-expositivo e Texto


dissertativo-argumentativo.

Texto explicativo (injuntivo e prescritivo)


A principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um
procedimento. Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o
a agir.

Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos


injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos
explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma.

Exemplos de texto explicativo injuntivo: 

 receitas culinárias;
 manuais de instruções;
 bula de remédio;
 ...

Exemplos de texto explicativo prescritivo:

 leis;
 cláusulas contratuais;
 edital de concursos públicos;
 ...

Saiba mais sobre textos explicativos em: Texto explicativo injuntivo e prescritivo.
Tipos textuais e gêneros textuais
Tipos textuais e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual.

Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura
e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação. 

Os gêneros textuais concretizam esses aspectos gerais em situações cotidianas de


comunicação. São textos flexíveis e adaptáveis que apresentam um intenção
comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando-se ao uso que se
faz deles.

Exemplos de gêneros textuais

 romance;
 conto;
 crônica;
 notícia;
 carta;
 receita;
 manual de instruções;
 regulamento;
 relato de viagem;
 verbete de dicionário;
 artigo de opinião;
 ...

Saiba mais sobre os gêneros textuais em: Gêneros textuais.


 

Flávia Neves

Gêneros literários: tipos e características

Flávia Neves
Professora de Português

Gêneros literários são divisões feitas em obras literárias de acordo com características
formais comuns, agrupando-as segundo critérios estruturais, contextuais e semânticos,
entre outros.

A divisão clássica remonta à Grécia antiga e define três gêneros literários:


 Gênero lírico;
 Gênero épico;
 Gênero dramático.

Esta classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos e,
presentemente, privilegia-se a substituição do gênero épico pelo gênero narrativo, mais
abrangente e atual, ficando, dessa forma, a seguinte divisão:

 Gênero lírico;
 Gênero narrativo;
 Gênero dramático.

Dentro de um determinado gênero literário há o predomínio de uma estrutura típica, que


não corresponde à estrutura de outro gênero literário, visto que cada um apresenta
características próprias.

Gênero lírico
O gênero lírico…

 É escrito em verso, na 1.ª pessoa do discurso - eu;


 Expressa sentimentos e emoções;
 Exterioriza um mundo interior;
 Apresenta um caráter subjetivo;
 Usa palavras no seu sentido conotativo;
 Recorre a muitas figuras de linguagem.

Subgêneros do gênero lírico: ode, hino, elegia, idílio, écloga, epitalâmio, sátira.

Leis mais sobre o gênero lírico.

Gênero narrativo
O gênero narrativo…

 É escrito maioritariamente em prosa;


 Apresenta um narrador que conta a ação;
 Narra uma sucessão de acontecimentos reais ou imaginários;
 Apresenta a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclusão;
 Desenrola-se num tempo e num espaço;
 Utiliza discurso direto, indireto e/ou indireto livre.

Subgêneros do gênero narrativo: romance, novela, conto, epopeia ou poesia épica,


fábula, crônica, ensaio.

Leia mais sobre o gênero narrativo ou épico.

Gênero dramático
O gênero dramático…

 É feito para que haja a sua encenação;


 Está dividido em atos e cenas;
 Conta a história através da fala das personagens;
 Apresenta indicações cênicas que auxiliam a representação.

Subgêneros do gênero dramático: auto, comédia, tragédia, tragicomédia, farsa.

Leia mais sobre o gênero dramático.

A classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos.


Atualmente, é entendida como algo flexível, sendo possível a mistura de gêneros e a
subdivisão em vários subgêneros.

Gêneros literários: característica comum


Apesar da divisão em lírico, narrativo e dramático, há uma característica comum aos
três gêneros: a literatura. 

Sendo gêneros literários, apresentam aspectos comuns que definem a literatura como
uma expressão artística que possui funções recreativas, sociais e críticas. Assim, não só
ocorre a manifestação de sentimentos e invenção de histórias por parte do autor, como
também ocorre a crítica à sociedade e há referências a momentos históricos.

O texto literário, quer ocorra em verso ou em prosa, transmite a noção artística do autor,
que trabalha com a função conotativa da linguagem, que utiliza uma linguagem mais
poética e rebuscada, recorrendo ao uso de figuras de linguagem e que respeita estruturas
no estilo e forma, como a métrica e a rima. O autor debruça-se sobre a seleção e
combinação de palavras, para que transmitam o sentido pretendido, contribuindo para a
concretização da intenção do autor.
 

Flávia Neves Gênero lírico

Flávia Neves
Professora de Português

O gênero lírico se refere ao tipo de texto literário onde predomina a expressão de


sentimentos e emoções subjetivas do sujeito lírico - o eu lírico. São maioritariamente
escritos em verso, sendo textos breves por não apresentarem enredo, mas sim a
exteriorização do mundo interior do eu lírico.
Essa transmissão dos sentimentos, emoções e divagações do sujeito lírico é feita na 1.ª
pessoa, conferindo grande subjetividade ao texto. Recorre à função poética da
linguagem, sendo frequente o uso do sentido conotativo das palavras e de figuras de
linguagem, com o sentido de aumentar a expressividade da mensagem.

Características do gênero lírico


 É escrito em verso, na 1.ª pessoa do discurso - eu;
 Há a expressão de sentimentos e emoções;
 Ocorre a exteriorização de um mundo interior;
 Apresenta um caráter subjetivo;
 As palavras são usadas no seu sentido conotativo;
 Apresenta muitas figuras de linguagem.

Subgêneros do gênero lírico


Ode: Poema lírico de exaltação, entusiasmo e alegria.

Hino: Poema lírico de glorificação, homenagem e louvor a divindades e à pátria.

Elegia: Poema lírico melancólico sobre a morte e a tristeza.

Idílio: Poema lírico sobre a vida pastoril e bucólica.

Écloga: Poema lírico sobre a vida pastoril e bucólica, que recorre ao uso de diálogos.

Epitalâmio: Poema lírico para celebração do casamento, que homenageia os noivos e o


vínculo conjugal.

Sátira: Poema lírico cujo objetivo é ridicularizar pessoas e situações, criticando e


ironizando defeitos e vícios.

Estrutura formal dos textos líricos


Até ao fim da idade média, os poemas eram cantados, seguindo estruturas formais
rígidas relativamente à métrica, rimas e estrofes. Assim, o gênero lírico sempre foi
caracterizado por sua musicalidade, sendo de grande importância o ritmo da poesia.

Atualmente, contudo, a poesia moderna abandonou essa estrutura formal, centrando-se


apenas na transmissão de emoções e na subjetividade.

Saiba mais sobre a estrutura formal de poemas e a classificação de rimas.


 
Gênero épico ou gênero narrativo

Flávia Neves
Professora de Português

A nomenclatura gênero épico tem sofrido alterações ao longo dos anos. Atualmente,
privilegia-se a substituição da nomenclatura gênero épico para gênero narrativo,
considerada mais atual.

Neste gênero, é feita a narração de uma história através de uma sequência de várias
ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de acontecimentos é contada por um narrador
e está estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão. Ao longo dessa
estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da narração: espaço, tempo,
personagem, enredo e narrador.

Características do gênero narrativo


 É escrito maioritariamente em prosa;
 A ação é contada por um narrador;
 Ocorre a narração de uma sucessão de acontecimentos reais ou imaginários;
 Apresenta a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclusão;
 A ação se desenrola num tempo e num espaço;
 Pode ser utilizado um discurso direto, indireto ou indireto livre.

Subgêneros do gênero narrativo


Romance: Narrativa em prosa, extensa e complexa, sobre personagens fictícias que
vivenciam acontecimentos imaginários num determinado espaço e tempo. Além de
relatar aventuras, os romances habitualmente traçam perfis psicológicos de personagens,
caracterizam uma época e criticam costumes sociais.

Novela: Narrativa em prosa mais breve do que o romance e mais extensa do que o
conto. Normalmente, apresenta o desenvolvimento sequencial de vários enredos
interligados, sendo uma narração dinâmica.

Conto: Narrativa em prosa mais breve do que o romance e a novela, cujo enredo é
intenso e rápido, ocorrendo uma ou poucas ações, vivenciadas num curto espaço de
tempo por poucas personagens, que são superficialmente caracterizadas.

Epopeia ou poesia épica: Narrativa em verso, extensa e complexa, sobre atos heroicos
de uma personagem ou conjunto de personagens em acontecimentos extraordinários,
dignos de serem imortalizados.

Fábula: Narrativa em verso ou em prosa sobre personagens e fatos fantásticos.


Apresenta duas características marcantes: ser protagonizada principalmente por animais
e ter como finalidade transmitir uma lição de moral, possuindo um cunho educativo.
Crônica: Narrativa em prosa, sucinta e informal, que aborda temas simples e
cotidianos. Faz uma crítica a acontecimentos do dia a dia, recorrendo ao humor. Tem
como objetivo analisar e criticar a realidade social, política ou cultural. Dos textos
literários é o que mais se aproxima do texto jornalístico.

Ensaio: Narrativa breve e impessoal, em prosa, cuja finalidade é apresentar ideias,


críticas, reflexões e pontos de vista sobre um assunto. Possui um cunho didático.

Gênero épico e gênero narrativo: qual a diferença?


A divisão clássica, que remonta à Grécia antiga, define três gêneros literários: gênero
épico, gênero lírico e gênero dramático.

O gênero épico era então entendido como extensas narrativas que contavam feitos
grandiosos de um herói ou de um povo, imortalizando os acontecimentos narrados, visto
serem de interesse mundial, como a fundação de cidades, a descobertas de novas terras,
a conquista territorial,...

Usavam uma linguagem elaborada e narravam os acontecimentos de uma forma


extraordinária e sobrenatural, com a presença de personagens mitológicas que
participavam no desenrolar dos acontecimentos. Muitas dessas narrativas foram feitas
em verso - os chamados poemas épicos.

Com o decorrer do tempo e a evolução das sociedades, os poemas épicos foram, aos
poucos, caindo em desuso, sendo substituídos por extensas narrativas em prosa - os
romances.

Presentemente, privilegia-se a substituição do gênero épico pelo gênero narrativo, mais


abrangente e atual. Os textos épicos passaram então a ser encarados como uma
subdivisão do gênero narrativo, sendo mais usada atualmente a seguinte divisão: gênero
narrativo, gênero lírico e gênero dramático.

Gênero dramático

Flávia Neves
Professora de Português

A principal característica de um texto pertencente ao gênero dramático é ser feito para


ser encenado. Não existe um narrador que conta a ação, sendo o enredo apresentado
através das falas das personagens, representadas por atores que vivenciam os
acontecimentos. Assim, os diálogos e monólogos assumem uma importância fulcral.

Características do gênero dramático


 É construído para a sua encenação, estando dividido em atos e cenas;
 A história é contada pela fala das personagens;
 Apresenta indicações cênicas que auxiliam a representação.

Estrutura do texto dramático


A estrutura do texto dramático, independentemente de ser feitos em verso ou em prosa,
atua como facilitadora da dramatização. Para tal, fornece elementos auxiliadores da
representação, como indicações do cenário, da música, da iluminação, do figurino,...,
bem como outras indicações cênicas - chamadas rubricas ou didascálias - que guiam o
ator durante a peça de teatro. 

Assim, um texto do gênero dramático apresenta esses dois tipos de conteúdos: o


discurso direto das personagens e as indicações cênicas (rubricas ou didascálias).

Os textos dramáticos estão subdivididos em atos e cenas e apresentam o nome da


personagem que dialoga antes da sua fala, marcando assim a sua entrada em cena.
Normalmente segue uma sequência linear de: situação inicial, complicações com um
ponto culminante (tensão) e desfecho.

Atualmente, as peças teatrais tentam aproximar os conflitos vividos pelas personagens


dos conflitos vividos pela audiência, privilegiando-se a liberdade de expressão. Com a
tendência atual de converter qualquer tipo de texto para representação teatral, são cada
vez mais infrequentes textos puramente do gênero dramático.

Subgêneros do gênero dramático


Auto: Peça teatral sobre temas religiosos ou profanos com teor moralizante que, através
de alegorias, visa satirizar e educar. As personagens são frequentemente representadas
de forma abstrata: a bondade, a fome, a inveja,...

Comédia: Peça teatral que visa criticar os defeitos humanos e da sociedade através da
exploração de situações ridículas e cômicas do cotidiano. As personagens são
maioritariamente estereotipadas.

Tragédia: Peça teatral sobre um acontecimento trágico, que retrata adversidades e


sofrimento das personagens, culminando num final funesto. Visa impressionar a
audiência, provocando terror e compaixão.

Tragicomédia: Peça teatral que mistura características da comédia e da tragédia. São


abordados assuntos trágicos e é retratada a desgraça das personagens com elementos
cômicos e toques de humor.

Farsa: Peça teatral sobre situações grotescas e ridículas da vida cotidiana e familiar.
Apresenta um caráter exageradamente caricatural e satírico. Visa criticar a sociedade e
provocar o riso da audiência.
Estrutura externa de um poema

Flávia Neves
Professora de Português

A estrutura externa de um poema se refere a seus aspectos formais. Numa análise


formal, os poemas são analisados quanto ao número de estrofes, número de versos por
estrofe, esquema rimático em cada estrofe, métrica dominante e tipo de rima existente.

A poesia, por oposição à prosa, é escrita em verso. Cada linha do poema é chamada de
verso. Um conjunto de versos, separado de outro conjunto de versos por uma linha
branca, é chamado de estrofe.

Versos e estrofes
Os poemas podem possuir desde um a vários versos, bem como desde uma a diversas
estrofes. Embora haja poemas de estruturas fixas, a maioria dos poetas atuais opta pela
liberdade na criação da estrutura do poema.

Classificação de estrofes quanto ao número de versos:

 Estrofe com um verso: monóstico;


 Estrofe com dois versos: dístico;
 Estrofe com três versos: terceto;
 Estrofe com quatro versos: quarteto ou quadra;
 Estrofe com cinco versos: quintilha;
 Estrofe com seis versos: sextilha;
 Estrofe com sete versos: septilha;
 Estrofe com oito versos: oitava;
 Estrofe com nove versos: nona;
 Estrofe com dez versos: décima;
 Estrofe com mais de dez versos: estrofe irregular.

Exemplo de uma quadra:


“Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”
(Mário Quintana)

Exemplo de uma sextilha:


“Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!”
(Castro Alves)

Poemas com estrutura fixa:

 Soneto: Formado por duas quadras e dois tercetos.


 Balada: Formada por três oitavas (ou décimas) e uma quadra (ou quintilha).
 Sextina: Formada por seis sextilhas e um terceto.
 Rondó: Formado por uma quintilha, um terceto e outra quintilha.
 Rondel: Formado por duas quadras e uma quintilha.
 Haicai: Formado por um terceto.

Exemplo de um soneto:
“Eu faço versos como os saltimbancos
Desconjuntam os ossos doloridos
A entrada é livre para os conhecidos...
Sentai, Amadas, nos primeiros bancos!

Vão começar as convulsões e arrancos


Sobre os velhos tapetes estendidos...
Olhai o coração que, entre gemidos,
Giro na ponta dos meus dedos brancos.

“Meu Deus! Mas tu não mudas o programa!”


- Protesta a clara voz das Bem-Amadas –
“Que tédio!” – o coro dos Amigos clama.

“Mas que vos dar de novo e de imprevisto?”


- Digo... e retorço as pobres mãos cansadas:
“Eu sei chorar... Eu sei sofrer... Só isto!”
(Mário Quintana)

Exemplo de um haicai:
“Tudo dito,
Nada feito,
Fito e deito.”
(Paulo Leminski)

Escansão e sílaba métrica


Escansão é a divisão de um verso em sílabas métricas. Estas se referem às sílabas
existentes num determinado verso e diferem das sílabas gramaticais. O verso é
considerado na sua totalidade, como se fosse apenas uma palavra. A contagem das
sílabas existentes num verso é feita apenas até à sílaba tônica da última palavra do verso
e, além disso, duas ou mais vogais no fim de uma palavra e no início de outra
pertencerão à mesma sílaba.

Classificação de versos quanto ao número de sílabas:

 verso com uma sílaba: monossílabo;


 verso com duas sílabas: dissílabo;
 verso com três sílabas: trissílabo;
 verso com quatro sílabas: tetrassílabo;
 verso com cinco sílabas: pentassílabo ou redondilha menor;
 verso com seis sílabas: hexassílabo ou heroico quebrado;
 verso com sete sílabas: heptassílabo ou redondilha maior;
 verso com oito sílabas: octossílabo;
 verso com nove sílabas: eneassílabo;
 verso com dez sílabas: decassílabo
 verso com onze sílabas: hendecassílabo;
 verso com doze sílabas: dodecassílabo ou alexandrino;
 verso com mais de doze sílabas: verso bárbaro;
 verso livre: usado atualmente pelos poetas modernistas, não possuem número
exato de sílabas.

Exemplo de heptassílabo ou redondilha maior:


“Da aurora da minha vida” (Casimiro de Abreu)
(Da au / ro / ra / da / mi / nha / vi da)

Exemplo de decassílabo:
“E, se mais mundo houvera, lá chegara.” (Luís de Camões)
(E / se / mais / mun / do hou / ve / ra / lá / che / ga ra)

Rima e esquema rimático


Na poesia, as rimas se caracterizam pela repetição de sons no final de dois ou mais
versos, conferindo musicalidade ao poema. A classificação de rimas poderá ser feita
quanto à fonética, quanto ao valor, quanto à acentuação e quanto à posição no verso e na
estrofe. O esquema rimático é obtido através da posição das rimas nos versos e nas
estrofes.

Classificação de rimas:

 Quanto à fonética: rima perfeita ou consoante, rima imperfeita, rima toante ou


assonante e rima aliterante.
 Quanto ao valor: rima pobre, rima rica e rima rara ou preciosa.
 Quanto à acentuação: rima aguda ou masculina, rima grave ou feminina e rima
esdrúxula.
 Quanto à posição no verso: rima externa e rima interna ou coroada.
 Quanto à posição na estrofe: rimas alternadas ou cruzadas, rimas emparelhadas
ou paralelas, rimas interpoladas ou intercaladas, rimas encadeadas, rimas mistas
ou misturadas e versos brancos ou soltos.

Exemplos:
“E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.”
(Olavo Bilac)
Esquema rimático: ABAB – rimas alternadas ou cruzadas.
Enquanto/pranto: rimas externas, graves, consoantes e ricas.
Aberto/deserto: rimas externas, graves, consoantes e pobres.

Fique sabendo mais!


Além da estrutura formal, a análise de um texto poético deverá englobar também a
análise do conteúdo e da estrutura interna do poema (subdivisões e forma de
organização das ideias), bem como dos aspectos linguísticos utilizados, como o tipo de
linguagem, o tipo de discurso e as figuras de linguagem. Poderá ainda contemplar uma
opinião fundamentada sobre o poema, referindo características do autor e do contexto
social e literário existente aquando da criação do texto poético.

Classificação de rimas

Flávia Neves
Professora de Português

Na poesia, as rimas se caracterizam pela repetição de sons no final de dois ou mais


versos, conferindo musicalidade ao poema. As rimas podem ser classificadas quanto à
fonética, quanto ao valor, quanto à acentuação e quanto à posição no verso e na estrofe.

Classificação quanto à fonética


Rima perfeita ou consoante: Em que há correspondência total de sons, havendo
repetição tanto dos sons vocálicos como dos sons consonantais.

 falado/cantado;
 presente/ausente;
 particularidade/dificuldade.

Rima imperfeita: Em que apenas há correspondência parcial de sons. Pode ser toante
ou aliterante.

Rima toante (ou assonante): Em que há apenas a repetição dos sons vocálicos.

 boca/moça;
 pálida/lágrima;
 plátano/cálamo.

Rima aliterante: Em que há apenas a repetição dos sons consonantais.

 fez/faz;
 lata/luto;
 medo/moda.

Classificação quanto ao valor


Rima pobre: Quando as palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical.

 gato/pato;
 correr/fazer;
 amarelo/singelo.

Rima rica: Quando as palavras que rimam pertencem a diferentes classes gramaticais.

 noz/veloz;
 altar/desenhar;
 pente/surpreendente.

Rima rara ou preciosa: Quando as palavras que rimam possuem terminações


incomuns, pouco utilizadas, como combinações entre verbos e pronomes.

 estrelas/vê-las;
 mandala/dá-la;
 parabéns/vinténs;
 profícuo/conspícuo.

Classificação quanto à acentuação


Rima aguda (ou masculina): Que ocorre entre palavras oxítonas.

 céu/chapéu;
 cantor/pintor;
 coração/animação.

Rima grave (ou feminina): Que ocorre entre palavras paroxítonas.

 cedo/medo;
 agora/embora;
 metade/amizade.

Rima esdrúxula: Que ocorre entre palavras proparoxítonas.

 célula/cédula;
 armário/salário;
 propósito/leucócito.

Classificação quanto à posição no verso


Rima externa: Que ocorre no fim do verso.

“E em louvor hei de espalhar meu canto


 E rir meu riso e derramar meu pranto”
 (Vinícius de Moraes)

Rima interna ou coroada: Que ocorre no interior do verso.


“A bela bola do Raul
 Bola amarela” 
 (Cecília Meireles)

Classificação quanto à posição na estrofe


Rimas alternadas (ou cruzadas): Combinam-se alternadamente, seguindo o esquema
ABAB.

“O meu amor não tem


 importância nenhuma.
 Não tem o peso nem
 de uma rosa de espuma!”
 (Cecília Meireles)

Rimas emparelhadas (ou paralelas): Combinam-se de duas em duas, seguindo o


esquema AABB.

“Vagueio campos noturnos


 Muros soturnos
 Paredes de solidão
 Sufocam minha canção.”
 (Ferreira Gullar)

Rimas interpoladas (ou intercaladas): Combinam-se numa ordem oposta, seguindo o


esquema ABBA.

“De tudo, ao meu amor serei atento


 Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
 Que mesmo em face do maior encanto
 Dele se encante mais meupensamento.”
 (Vinícius de Moraes)

Rimas encadeadas: Quando as palavras que rimam se situam no fim de um verso e no


início ou meio do outro.

“Salve Bandeira do Brasil querida


 Toda tecida de esperança e luz
 Pálio sagrado sobre o qual palpita
 A alma bendita do país da Cruz”
 (Francisco de Aquino Correia)

Rimas mistas (ou misturadas): Quando apresentam outras combinações e posições na


estrofe, sem esquemas fixos.

“Vou-me embora pra Pasárgada


 Vou-me embora pra Pasárgada
 Aqui eu não sou feliz
 Lá a existência é uma aventura
 De tal modo inconsequente
 Que Joana a Louca de Espanha
 Rainha e falsa demente
 Vem a ser contraparente 
 Da nora que nunca tive.”
 (Manuel Bandeira)

Versos brancos (ou soltos): São versos que não rimam com nenhum outro verso.

“Uma palavra caída
 das montanhas dos instantes
 desmancha todos os mares
 e une as terras mais distantes…”
 (Cecília Meireles)

Flávia Neves

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