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Perguntas Disparadoras
Por que escolhemos esse tema?
Conteúdo Principal
De forma geral, nossa motivação está centrada em compreender como estabelecer
novas construções sociais de aprendizagem que tenham autonomia (administrativa,
pedagógica, econômica), que sejam sustentáveis e que possam impactar em larga
escala.
Para tanto, faz-se necessário um melhor entendimento dos fenômenos
sustentabilidade e gestão dessas organizações, entre eles:
Conclusões Preliminares
Faz-se necessário um melhor entendimento das forças e atores, componentes de um
sistema complexo, que impedem a inovação na educação e acabam ou por descontinuar
projetos reconhecidamente bem sucedidos, ou fazer com que estes fiquem restritos a
poucas organizações, em sua maioria ongs ou particulares, com pouquíssima expressão
na educação pública.
Dentre os diversos fatores que se apresentam nesse complexo sistema, muito além da
autonomia pedagógica, o modelo de gestão da escola, sua autonomia econômica e
administrativa, o saber gerir e mobilizar espaços e recursos, também parecem ser
fundamentais na força com que a inovação se manifesta e se sustenta.
Conteúdo Principal
Para dar um melhor contorno aos nossos estudos, definimos como escola inovadora
aquela que se propõe a operar uma ruptura paradigmática, com práticas ancoradas
no paradigma da comunicação, centradas na relação. Nesse modelo, a escola rompe
definitivamente com o conceito de “dar aulas” (paradigma da instrução) e passa a operar
essencialmente com base em pesquisas, projetos e oficinas, definidos pelo interesse e
necessidade dos educandos, mediados por tutores e professores especialistas. Por
consequência, nesse modelo a seriação também não existe, pois cada estudante avança
no seu próprio ritmo, individualmente ou em coletivos temporários, unidos por um
interesse em comum.
Conteúdo Principal
Listagem escolas formato/gestão
Entrevistas*
A sustentabilidade financeira de uma escola inovadora (ou não), sem fins lucrativos,
privada, com gratuidade para a maioria dos alunos é o principal desafio e ameaça a sua
sobrevivência. Esse desafio está presente não apenas no momento da sua fundação,
mas ao longo de toda a sua vida, e consome esforços preciosos de todos educadores,
que são obrigados a focar em estratégias de captação, desviando sua atenção e energia
do processo de aprendizagem. “Quando percebemos, estávamos gastando mais tempo
discutindo captação e recursos financeiros do que com o projeto pedagógico. Isso era
muito cansativo e desmotivante, pois essa não é nossa área de interesse e de
competência”.
Não conseguimos identificar diferenças de custos significativas entre uma escola
inovadora e uma escola tradicional. A maior parte dos custos e despesas de ambas as
escolas são folha de pagamento dos educadores e aluguel do espaço físico. Entretanto,
algumas diferenças de custos poderão ser observadas, ainda que pouco significativas
em relação ao total despendido.
No caso de uma escola inovadora, deve-se estar atento aos investimentos de
adaptação de espaços físicos, mas principalmente com os investimentos em formação
do grupo de educadores, que num primeiro momento é bastante intenso e exige muitas
horas de dedicação, e que se perpetua durante toda a vida da escola, uma vez que o
projeto de evolução é contínuo. Ainda numa escola inovadora, grupos de
responsabilidade compostos por famílias podem executar serviços gerais, limpeza,
segurança, manutenção, entre outros, bem como apoiar na organização de atividades
junto à comunidade, o que pode reduzir custos das escolas nestas rubricas. Também
pode-se reduzir custos com uniformes, livros e materiais escolares, através da redução,
reutilização, compartilhamento e reciclagem. A busca por uma maior proximidade física
da comunidade e das famílias também pode apoiar a reduzir custos com transporte
escolar.
O fato de muitas organizações serem sem fins lucrativos, também facilita a formação
de parcerias com atores locais, com equipamentos públicos e privados disponíveis na
região. Observa-se um despertar de uma energia cooperativa entre os atores da
comunidade que potencializa as experiências de aprendizagem dos estudantes, sem que
isso onere financeiramente a escola. Um sentimento e um orgulho cívico dos atores
locais, familiares ou não, em apoiar na educação das crianças da comunidade, parece
ser um diferencial significativo a ser melhor articulado por essas escolas “comunitárias”.
O grande desafio da sustentabilidade econômico-financeira das escolas inovadoras
está na geração recorrente de receitas. Como gerar receitas recorrentes, sem onerar as
famílias que não podem pagar, que representam a grande maioria da população
brasileira?
Num primeiro momento, podemos imaginar a construção de uma solução onde quem
paga, financia quem não pode pagar, conhecida como subsídio cruzado no contexto do
empreendedorismo social. Ainda assim, considerando que 10% a 15% dos alunos
pudessem pagar uma mensalidade, essa receita não seria suficiente para sustentar a
escola, subsidiando 85% dos demais estudantes.
Na prática, observamos que as escolas que oferecem gratuidade à maior parte de
seus estudantes, requerem sistematicamente aporte e doações de institutos e fundações
para que o projeto se sustente economicamente. Ou seja, dependem dessa recorrência
para sobreviverem. Qualquer interrupção nesse fluxo coloca a escola em risco.
Outra forma de apoiar a geração de receitas, seria através de políticas públicas de
voucher ou escolar IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social (Portugal) ou
Charter (EUA), onde o estado paga para a escola um valor anual por aluno, para que ela
forneça o serviço de educação. Esse modelo apoia na sustentabilidade econômica da
escola , ao mesmo tempo que garante maior autonomia para as escolas, que são geridas
pela comunidade, através de associações. Entretanto, em geral, esses recursos são
insuficientes para financiar toda a escola e requerem complementação por parte das
famílias. Ainda que seja muito atrativo, observam-se muitas resistência por parte de
sindicatos de professores e outros segmentos contrários ao modelo, que argumentam
que esse modelo seria a “privatização da educação pública”. No Brasil, esse mecanismo
ainda é pouco presente, carece de legislação adequada e sofre muitas resistências
também. No curto prazo, parece ser uma solução muito pouco viável, e que também
sofre com continuidade política/ partidária.
Uma hipótese a ser melhor explorada é a implantação de negócio sociais,
cooperativas, associações que sejam superavitárias em suas atividade econômicas
(supermercados, cabeleireiros, lojas de roupas, etc), que se utilizem do poder econômico
do consumo presente nas suas comunidades, para financiar parte ou a totalidade dos
custos da escola. “Consumo consciente e educação para uma sociedade mais digna,
justa, solidária e sustentável”. “Poder econômico e político do consumo a favor de uma
educação significativa”. Neste caso, a escola receberia doações dessas organizações ou
faria parte do mesmo grupo econômico desses negócios sociais/ cooperativas.
Brasil Portugal
Formatos de organização
Na procura de tornar o acesso a uma educação alternativa um pouco mais democrático,
um dos principais objetivos na nossa pesquisa teve que ver com instituições de caráter
filantrópico, em todas as suas nuances e variantes, tanto no Brasil como em Portugal.
Contexto do Brasil
Ao pensarmos em organizações alternativas à escola particular, privada,
identificamos as cooperativas educativas (com ou sem certificado de “utilidade pública”
por ex: Cooeduba) e as organizações sociais (OS) na forma de associações, institutos e
fundações sem fins lucrativos. Vale um estudo aprofundado entre os prós e contras do
modelo cooperativa versus associação. Numa análise preliminar, aparentemente a
cooperativa tem menos atributos e funções de assistência social do que uma associação,
uma vez que a maior parte delas é formada por um grupo econômico (os cooperados)
que detêm a propriedade dos “ativos”, simplificadamente existe um coletivo que é
"proprietário" da escola. As cooperativas também parecem ter uma estrutura de
governança mais complexa que numa associação. Numa associação, por sua natureza
jurídica, ela não distribui lucro ou excedentes a qualquer participante da associação, e
está juridicamente melhor posicionada para receber doações e financiamento de outras
entidades públicas ou privadas. Também apresenta menor esforço de gestão e redução
na sua carga tributária (menores custos). Segue abaixo principais diferenças entre
cooperativa e associação:
COOPERATIVAS ASSOCIAÇÕES
Existe o repasse dos valores relacionados ao Na maioria das vezes, os associados não são
trabalho prestado pelos cooperados ou da nem mesmo os beneficiários da ação do
venda dos produtos entregues na trabalho da associação.
cooperativa.
fonte:
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosCoperacao/entenda-as-dife
rencas-entre-associacao-e-cooperativa,5973438af1c92410VgnVCM100000b272010aR
CRD
Contexto de Portugal
Constituição de Associações:
Guia Prático Associações
Para que seja bem gerido, é necessário a criação de uma organização que gira o Fundo
Patrimonial (OGFP). Esta, pode ser constituída a partir de uma associação (sem doação
inicial), ou fundação (com doação inicial). Em Portugal, não há montante mínimo inicial.
Conclusões Preliminares
A sustentabilidade financeira de iniciativas privadas (cooperativas ou associações)
sem fins lucrativos é um dos grandes desafios da busca por uma nova escola que possa
atender a todos. De um lado, temos uma grande maioria de estudantes que não podem
pagar mensalidades, de outro lado, temos que manter superavitária uma instituição que
tem como principais custos a folha de pagamento (professores), que entendemos que
precisam ser mais valorizados pela sociedade. Então como fazer fechar essa conta de
forma sustentável / perene?
Entre as hipóteses mais valiosas que encontramos até o momento, podemos
relacionar (1) subsídio cruzado - ou seja, estudantes que podem pagar, ajudam no
financiamento da escola, enquanto outros têm bolsas parciais ou integrais; (2) construir
motores econômicos paralelos à escola que sejam superavitários e que sejam
financiadores da escola (Ex. supermercados comunitários).
Doações de empresas e pessoas jurídicas podem ser válidas num primeiro momento
para colocar a escola em operação, apoiando nos investimentos pré operacionais e de
início, mas sabemos que são fontes de recursos instáveis e limitadas. Um possível
desdobramento dessa modalidade é contar com “investidores sociais” que financiam o
início da operação, são capital paciente (não exigem prazo de retorno) e têm o retorno do
investimento apenas corrigido pela inflação, sem contrapartidas de garantia.
https://www.economias.pt/ipss-o-que-sao-e-para-que-servem-as-instituicoes-partic
ulares-de-solidariedade-social/ (IPSS - o que são e para que servem as Instituições
Particulares de Solidariedade Social )
https://www.seg-social.pt/documents/10152/12974934/setor+solidário_direitos_dever
es/2ccc8eeb-febb-4f7d-9e45-cd501b165e5c/2ccc8eeb-febb-4f7d-9e45-cd501b165e5c
(Setor Social e Solidário - Direitos e Deveres Fiscais)
https://www.cases.pt/wp-content/uploads/2019/09/Guia_Prático_da_Economia_Social
.pdf (Guia prático da Economia Social)
https://www.dgae.mec.pt/ficheiros/legislacao/ensino-particular-e-cooperativo (Ensino
Particular e Cooperativo - Legislação)
4-MODELO DE GESTÃO Uma nova escola exige uma nova
forma de pensar a gestão, processos de decisão e
organização? Luciano, Sofia, Diana
Perguntas Disparadoras
Casos Reais: Como acontece a gestão neste modelo?Como é feita a
gestão/governança?
Em termos administrativos, qual a diferença entre a escola tradicional e o modelo da
OLS?
Modelos Teóricos: Quais os modelos de referência disponíveis? Sociocracia?
Como garantir a concretização dos valores? Que modelos de organização e gestão
têm maior coerência com os valores: autonomia, responsabilidade e respeito?
Que boas práticas existem em termos de gestão escolar que tenham a dimensão
sustentabilidade ambiental como valor/objetivo?
Quais as principais diferenças na mobilização de recursos, espaços e tempos de uma
escola tradicional x escola inovadora?
Como é o dia a dia neste ambiente de aprendizagem?
Conteúdo Principal
A adoção de novos paradigmas para educação merece também a reflexão sobre a
adoção de novos paradigmas de gestão, que sejam coerentes com a matriz axiológica
da comunidade de aprendizagem e ao mesmo tempo fortaleçam a prática do próprio
projeto político pedagógico.
A prática de uma gestão democrática, participativa, é determinada pela própria LDB
9394 (Brasil) no seu artigo 14o. “Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: (I) participação dos profissionais da
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; (II) participação das
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”
Nesse sentido, observamos que algumas escolas passaram a adotar novos modelos
de gestão, que são mais inclusivos, orgânicos, adaptáveis às necessidades da
comunidade e principalmente democráticos. Estes modelos têm em comum elementos
como governação horizontal, democrática, envolvimento e participação ativa dos alunos,
das famílias e restante comunidade nas tomadas de decisão.
Como forma de tentar criar um maior contraste entre práticas mais tradicionais de
gestão e práticas mais evoluídas, integrais, mais condizentes com a nova escola que
sonhamos, segue com caráter apenas ilustrativo uma tabela comparativa:
Tema Escolas / Gestão Tradicionais Escolas/ Gestão Inovadoras
Reuniões Muitas reuniões, sem práticas Práticas de reuniões para manter o ego
definidas sob controle e garantir que todos sejam
ouvidos
“Inovação é aquilo que as pessoas e as comunidades criam com base em uma pesquisa,
em conhecimento, como metodologia clara da realidade em que vivem para enfrentar os
desafios sociais que são vividos naquele contexto.”
(Helena Singer)
Perguntas Disparadoras
Será que um grande envolvimento da família contribui para um projeto mais duradouro e
democrático?
Como conquistar os diferentes atores da comunidade escolar para fazer a transição de
escola tradicional para escola inovadora (sobretudo as famílias e professores)? Que boas
práticas existem?
Conteúdo Principal
Em nosso percurso investigativo e formativo, centraremos esforços neste momento na
discussão sobre o papel do envolvimento da comunidade na implementação de projetos
de educação inovadora.
Segundo José Pacheco, um dos elementos que define uma prática educativa
inovadora é a utilidade. A utilidade é a percepção da necessidade de mudança por meio
da prática educativa. Escolas e iniciativas inovadoras se comprometem em romper e
criar novas formas de aprender, apreender e de intervir na realidade. Nessa perspectiva,
inovar é responder às necessidades sociais, desafios contemporâneos.
A consolidação de projetos inovadores de educação representa a convocação e a
materialização de vontades e desejos de indivíduos, que se unem em torno de valores
comuns para empreender mudanças educacionais num dado território.
Estas experiências inovadoras têm sido, em sua maioria, lideradas por educadores e
comunidades que buscam romper com o modelo tradicional de educação. Nessa
configuração, os educadores têm sido elementos importantes neste processo. Há casos
em que as familias se envolvem de sobremaneira no processo que iniciam uma nova
carreira na área de educação, pelo engajamento na área de educação. Há casos,
também, mais raros, de famílias que iniciaram este processo de ruptura com a educação
tradicional.
Exemplos de participação desses atores sociais, educadores, comunidade e familias
podem ser mapeados:
Uma escola tradicional mudou seu trajeto e iniciou uma proposta mais inovadora por
meio da iniciativa de pais.
Em São Paulo (inserir nome da localidade) , um pai desiludido com o projeto
tradicional de educação, decidiu buscar para seus filhos e também para outras famílias,
uma nova realidade escolar. Denominado de Instituto Raízes, este projeto passou por um
percurso interessante. A proposta de mudar foi apresentada aos educadores, para isso,
foi criado um grupo de estudos que iniciou uma investigação de outras experiências
inovadoras em educação. O tempo de dedicação ao estudo foi resultado de um acordo
da equipe de gestão da escola com os professores: as duas horas de estudo semanais
foram pagas 50% pela escola e 50% cedido como contrapartida dos educadores.
Neste percurso, após estudo, foram realizadas visitas às unidades estudadas. Essas
visitas deram início a um ciclo de visitas de especialistas à escola. A imersão foi profunda
e após o caminho percorrido, a direção escolar fez uma assembleia com os professores
para votarem pela mudança ou não da proposta de trabalho. O resultado desta votação
foi 80% dos professores apoiaram a mudança e 20% não. O novo projeto foi apoiado
pela maioria das famílias.
Teve início um novo projeto pedagógico que implementou práticas diferentes à
estrutura tradicional de educação, embora, não tenha abandonado, integralmente, a
estrutura de aulas, segundo relato da equipe do Instituto.
Destaca-se essa experiência aqui para dar ênfase ao desenho do percurso construído
e o envolvimento dos educadores e famílias na validação da mudança. Um projeto de
ruptura com a educação tradicional aponta para novos acordos, novos valores e estes
precisam ser validados para se materializarem. Nesta experiência, o percurso construído
envolveu educadores e famílias no desenho e validação da proposta.
Em Tiradentes, um outro exemplo de mobilização da comunidade traz alguns
aprendizados sobre o envolvimento da comunidade na implementação de práticas
escolares inovadoras.
A comunidade escolar, professores e representantes de pais de estudantes da Escola
Municipal João Pio, localizada na comunidade de águas santas, se mobilizaram para
discutir sobre a manutenção do Projeto Fonte.
Fonte é o projeto que nasceu da parceria com Projeto Âncora e que sua manutenção
foi questionada pelas lideranças locais. Em comum acordo com a comunidade escolar,
em 2017, decidiu que o projeto poderia ser mantido, mediante avaliação de uma
equipe da secretaria de educação que analisou um relatório sobre a viabilidade
financeira do projeto e da atuação dos instituições apoiadores bem com a participação
dos familiares e voluntários.
Conclusões Preliminares
Esta investigação ampliou o olhar para alguns pontos:
1. Qualquer ação inovadora educacional se sustenta em um imaginário social, um
acordo ético, que remete a valores e princípios a serem alcançados (matriz
axiológica). Logo, romper com a educação tradicional é se posicionar contra
normas e procedimentos legalizados e normalizados. Neste contexto, remar
contra a maré nos parece bem confortável se o status quo se fundamenta em
altos índices de evasão, índices educacionais de desempenho comprometedores e
a escola sendo reconhecida pelos estudantes e professores como um espaço de
reprodução de conteúdo.
2. Nas práticas de educação inovadoras, os/as educadores/as, comunidade e
famílias tem se consolidado como pilares importantes para impulsionar ondas e
movimentos de mudança
TORO, Jose Bernardo e Werneck, Nisia Maria Duarte Furquim. MOBILIZAÇÃO SOCIAL:
UM MODO DE CONSTRUIR A DEMOCRACIA E A PARTICIPAÇÃO c. UNICEF- Brasil,
1996.
http://www.comcom.fac.unb.br/images/docs/mobilizacao-social-bernardo-toro-e-nisia-m
aria-duarte-werneck.pdf
Reportagem do site da Prefeitura de Tiradentes Projeto Fonte vai Continuar!(publicado
em 03/02/2017)
https://www.tiradentes.mg.gov.br/noticia/9820
Grupo DEI
Núcleo pé no chão
Dia-a-dia: manutenção e limpeza
Raízes: Como manter a essência do projeto, para que o
Conexão: divulga nas mídias mídias
Comunidade de Aprendizagem:
Perguntas Disparadoras
3.1. 14) Como organizar uma comunidade de aprendizagem que seja devidamente
reconhecida pelo estado/ sociedade?
3.1.1. 23) Quais os requisitos legais e curriculares (MNE) necessários numa escola que
não segue o currículo tradicional.
Que enquadramento legal justifica:
a. A gestão da componente curricular através da metodologia de trabalho por
projeto?
b. A resposta à carga horária definida na matriz curricular? É obrigatória? O que
fazem para dar resposta a este eventual condicionamento?
c. A não existência de turmas?
d. A metodologia de avaliação de aprendizagens por portfólio em vez de testes?
e. Como é feita a reclassificação das crianças em caso de transferência?
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Contexto brasileiro
O quadro legal que encontrámos constitui-se como um desafio à adoção de novos
paradigmas para educação, pois não confere às escolas a autonomia necessária para
implementar as mudanças geradoras de inovação. Este obstáculo apresenta-se
especialmente significativo no momento de constituição de um novo projeto educativo ou
na transição de um modelo de escola instrucionista para práticas ancoradas no
paradigma da comunicação.
Neste sentido, as soluções encontradas pelas escolas que entrevistámos (OPL SP,
Projeto Âncora) foram: ou a de dar resposta às burocracias legais e gerir internamente a
forma como a informação documentada transita para as práticas (ex. currículo, as
avaliações) ou adoptar um modelo híbrido e portanto não verdadeiramente inovador,
adoptando uma metodologia de trabalho por projeto entre outros dispositivos
pedagógicos de uma escola democrática, abrindo caminhos para a participação das
crianças e jovens mas não com a abrangência que advogamos.
Urgem soluções e enquadramento legal que facilitem a mudança necessária e, no
contexto deste Curso de Tutores, poderia ser oportuno agarrar o desafio de, reunindo as
pesquisas sobre marco legal e evidência científica da relevância da mudança para este
novo paradigma (ex. tempos -para questionar estabelecimento de duração de aulas),
ritmos de aprendizagem-para questionar funcionamento por turmas, e outros itens),
fazer caminho nesse sentido. Ações como construir um manifesto, comunicar com
deputados que pudessem levar esse tema a discussão na assembleia da república e/ou
fazer uma petição para o mesmo efeito seriam possibilidades viáveis para concretizar
esta mudança.
Contexto português
Em Portugal o Decreto-Lei n.º 55/2018 de 6 de julho, menciona a intenção de
favorecer a autonomia das escolas para, em diálogo com os alunos, as famílias e com a
comunidade, poderem gerir: a flexibilidade curricular, àrea de cidadania e
desenvolvimento, adotar diferentes formas de organização do trabalho, diversificar os
instrumentos de avaliação entre outros elementos. Na Portaria n.º 181/2019, de 11 de
junho, definem-se, os termos e as condições em que as escolas, no âmbito da autonomia
e flexibilidade curricular, podem conceber e desenvolver planos de inovação adequados
às necessidades e aos compromissos assumidos.
O mesmo documento, refere a possibilidade de “(...) ser conferida às escolas uma
gestão superior a 25 % das matrizes curriculares-base, com vista ao desenvolvimento de
planos de inovação curricular, pedagógica ou de outros domínios, como sejam percursos
curriculares alternativos, cursos de dupla certificação". Na sua aplicação prática
…(introduzir info recolhida nas entrevistas do contexto PT).
Requisitos da área pedagógica e curricular
Área Pedagógica e Curricular
PLANOS DE INOVAÇÃO
"Portaria n.º 181/2019, de 11 de junho, Artigo 4.º: Gestão
superior a 25 % das matrizes curriculares-base
Portaria n.º 181/2019 | DRE
https://dre.pt/dre/detalhe/portaria/306-2021-176075692
Artigo 4º
g) A opção pela constituição de turmas ou grupos de
alunos de anos de escolaridade diferente, desde que do
mesmo ciclo ou nível, sem prejuízo do cumprimento das
aprendizagens essenciais, designadamente para efeitos
de realização de provas de avaliação externa.
Artigo 24º
3 — A avaliação sumativa traduz -se na formulação de um
juízo global sobre as aprendizagens realizadas pelos
alunos, tendo como objetivos a classificação e
certificação.
4 — O juízo global conducente à classificação não
prejudica o necessário reporte, assente em pontos de
situação ou sínteses, sobre as aprendizagens realizadas
pelos alunos, a qualidade das mesmas e os percursos
para a sua melhoria.
Como é feita Diário da República, 2.ª série — N.º 66 — 5 de abril de Sobre a transição e aprovação:
a 2016 Gabinete do Secretário de Estado da Educação Da informação de que dispomos, parece ser necessário, de
reclassificaçã O regime de avaliação e certificação das aprendizagens alguma forma, manter um registo de avaliação dos alunos que se
o das (ensino básico). refira à classificação numérica nos mesmos termos desta lei.
crianças em Diário da República, 2.ª série — N.º 177 — 15 de
caso de setembro de 2014 Nas instituições privadas, não parece ser obrigatório partilhar este
transferência Despacho normativo sobre o regime de avaliação registo com os alunos (nas públicas, sim, a não ser que o seu
? contrato de autonomia lhes permita fazer de outra forma).
A legislação acima aplica-se a escolas públicas na sua
totalidade, e a escolas privadas apenas no que se refere Desta forma, no final de cada ano letivo, e no caso de mudança
às provas de final de ciclo e equivalência à frequência, e de escola, não haverá problemas burocráticos para situar o aluno
condições de transição de certificação da avaliação. no ano de escolaridade “tradicional”.
Sobre as condições de transição e aprovação (de Sobre as provas de equivalência à frequência, quando as
forma muito geral), são retidos os alunos que: escolas seguem o currículo nacional, não me parece haver forma
- obtenham classificação inferior a 3 em 3 ou mais de contornar. Independentemente do formato de avaliação interna
disciplinas de cada escola, no final do ciclo os alunos têm que passar nas
- obtenham classificação inferior a 3 a Matemática e provas externas.
Português, simultaneamente. No caso de escolas que sigam outros currículos (por exemplo,
Cambridge ou IB), as provas externas destas instituições
substituem as provas nacionais.
Sobre as provas de equivalência à frequência:
São obrigatórias no final de cada ciclo para todos os No caso de escolas privadas que não tenham franchise de
estabelecimentos de ensino e são utilizadas para nenhum currículo, assume-se que seguem o currículo nacional.
transição de ciclo.
4º ano Na minha perspetiva, não sei se vale muito a pena substituir as
6º ano provas nacionais por outros exames, a não ser que, de facto,
9º ano tenham uma natureza mais semelhante à do trabalho de projeto.
Perguntas Disparadoras
4.1. 16) Como avaliar o desempenho da comunidade de aprendizagem coletivamente e
individualmente? Como apresentar esses resultados para a sociedade e conquistar o reconhecimento e valor devidos?
Conteúdo Principal
- Que indicadores poderão ser úteis na avaliação da comunidade de aprendizagem tendo em conta os valores do projeto educativo e
questões éticas e RGPD?
- Que métodos utilizar para obter esta informação e quem envolver?
- Que instrumentos deverão ser utilizados?
- Com que frequência deve ser recolhida a informação necessária para alimentar os indicadores?
- Como deverá ser utilizada esta informação? Onde publicar ? Onde e como disseminar?
Conclusões Preliminares
x
É possível realizar em escala a transformação das escolas tradicionais, respeitando a individualidade de cada comunidade de
aprendizagem? Quais as estratégias disponíveis?
Temos casos reais de ganho de escala pelo mundo? Quais estratégias utilizadas?
Exemplos de experiências educativas inovadoras são mapeadas, no entanto, como já refletimos acima, representam a disrupção com uma
proposta de educação tradicional que está enraizada institucionalmente, em valores e normas. Essa mudança, por vezes é encarada como algo
impossível de se fazer, ou ainda pouco responsável. No entanto, os indicadores educacionais evidenciam sérios problemas com o modelo
tradicional. No Brasil os altos índices de evasão escolar e os indicadores de desempenho sinalizam que este modelo já ruiu.
Essa ruptura evidencia uma mudança de valores que estão diretamente conectados com um projeto de sociedade. Neste contexto, escalar
modelos inovadores, não é uma tarefa fácil. E esse tem sido o desafio destas/es desbravadoras/res de práticas educativas inovadoras.
Segundo Pacheco, “projetos inovadores são aqueles que manifestam potencial de replicação de atingir escala”. E a partir desta afirmação,
levanta possibilidades ao identificar alto índice de mortalidade de projetos inovadores, ou ainda, a estagnação de alguns: (1) projetos não
eram inovadores (2) projetos não eram valiosos (3) projetos não tinha potencial de replicação (4) projetos tinham potencial de replicação , mas
não tiveram capacidade (visão, estratégica, energia, interesse?) de se multiplicarem de forma consistente, servindo apenas de inspiração para
outras iniciativas, que replicavam parcialmente a proposta original (Ex. Instituto Raízes - Boiçucanga - não conseguiu eliminar as aulas e
seriação de seu projeto pedagógico, apenas incorporou aprendizado por projetos).
O grupo refletiu e considerou dois aspectos para tentar entender este cenário:
1. cenário social e a ruptura com valores arraigados e estruturantes de uma sociedade verticalizada e que não está fundada na construção
da autonomia dos sujeitos e
2. considerar um espectro ampliado para entender o conceito de inovação.
O primeiro aspecto já foi citado e discutido aqui neste material e tem como base analítica a obra escrita e vivida por educadores, como José
Pacheco, que evidenciam, as amarras e paradigmas de uma sociedade tradicional.
Já o segundo aspecto, discutido pelo grupo e nos remete a muitas discussões. SE a sustentabilidade de projetos abarca conceitos focados na
sustentabilidade político administrativa, a sustentabilidade cultural/pedagógica e a sustentabilidade financeira como que este pilares devem ser
compreendidos e organizados para que um projeto inovador seja sustentável?
Helena Singer também reforça a ideia de que o projeto “somente será inovador se nascer das necessidades e interesses da comunidade de
aprendizagem”,
Pacheco também sinaliza que “não é possível clonar” projetos de inovação educacional. Helena Singer também reforça a ideia de que o
projeto “somente será inovador se nascer das necessidades e interesses da comunidade de aprendizagem”, “ e que não é possível promover
uma inovação significativa, valiosa e sustentável a partir de comandos de uma agência central (ex. Ministério da Educação). Pacheco cita
iniciativas mal sucedidas de replicação, como o Projeto Head Starter (EUA), o Projeto Open School (Europa) ou propostas de pedagogias
compensatórias (Brasil).
Ao observamos a grande mortalidade de projetos inovadores na educação, ou a estagnação de alguns, podemos inferir: (1) projetos não
eram inovadores (2) projetos não eram valiosos (3) projetos não tinha potencial de replicação (4) projetos tinham potencial de replicação , mas
não tiveram capacidade (visão, estratégica, energia, interesse?) de se multiplicarem de forma consistente, servindo apenas de inspiração para
outras iniciativas, que replicavam parcialmente a proposta original (Ex. Instituto Raízes - Boiçucanga - não conseguiu eliminar as aulas e
seriação de seu projeto pedagógico, apenas incorporou aprendizado por projetos).
Definição da Edilene apresentada em 09/05/22 em conversa com grupo sobre os pilares que sustentam um projeto inovador:
1. Matriz axiológica;
2. Tutoria;
3. Comunidade e ou grupo de pessoas perceberem o que os uni (identidade)
4. Desenvolver a capacidade de duvidar/ de desaprender e de voltar atrás.
Essa pergunta remete a um dilema: ampliação do projeto de escola inovadora x perda da individualidade/comunidade de cada território . É
isso?
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Segundo Pacheco, “projetos inovadores são aqueles que manifestam potencial de replicação de atingir escala”. Ao observamos a grande
mortalidade de projetos inovadores na educação, ou a estagnação de alguns, podemos inferir: (1) projetos não eram inovadores (2) projetos
não eram valiosos (3) projetos não tinha potencial de replicação (4) projetos tinham potencial de replicação , mas não tiveram capacidade
(visão, estratégica, energia, interesse?) de se multiplicarem de forma consistente, servindo apenas de inspiração para outras iniciativas, que
replicavam parcialmente a proposta original (Ex. Instituto Raízes - Boiçucanga - não conseguiu eliminar as aulas e seriação de seu projeto
pedagógico, apenas incorporou aprendizado por projetos).
Antes de aprofundarmos mais no tema, vale uma observação já mencionada nos capítulos anteriores sobre a questão do financiamento
dessas iniciativas, que é condição sine qua non. Um projeto para existir e para poder ser replicado precisa de muita energia humana financiada
por sustentáveis, sem isso não haverá chances de ganho de escala, por mais bem sucedido que seja o projeto.
Pacheco também sinaliza que “não é possível clonar” projetos de inovação educacional. Helena Singer também reforça a ideia de que o
projeto “somente será inovador se nascer das necessidades e interesses da comunidade de aprendizagem”, “ e que não é possível promover
uma inovação significativa, valiosa e sustentável a partir de comandos de uma agência central (ex. Ministério da Educação). Pacheco cita
iniciativas mal sucedidas de replicação, como o Projeto Head Starter (EUA), o Projeto Open School (Europa) ou propostas de pedagogias
compensatórias (Brasil).
Diante desse contexto, existiria então algum modelo possível de atingir escala nesses projetos? Se não podemos clonar projetos, ou seja,
padronizando os principais processos e rotinas da escola inovadora, como acontece tipicamente no caso de rede de franquias, Como amplificar
esse impacto? Esse é um tema bastante desafiador, que merece ser trabalhado sob novos paradigmas de gestão das organizações.
Ainda numa etapa bastante exploratória, podemos relacionar algumas possíveis estratégias de replicação, que podem ser adotadas
conjuntamente, que fortalecem a autonomia local:
● Tutores para replicação + dispositivos estruturantes para iniciação - grupos de educadores com experiência na implantação de
projetos inovadores, apoiam grupos iniciantes (que ainda têm baixa autonomia) e propõem algumas rotinas e práticas pedagógicas que
podem acelerar a curva de aprendizagem e amadurecimento do grupo (dispositivos estruturantes)
● Crescimento orgânico e ordenado - a partir de pessoas que multiplicam conhecimentos e práticas, sem que haja qualquer intervenção
na autonomia dos novos núcleos de projeto (Caso Buutzorg - maior organização de enfermagem domiciliar dos Países baixos - 11 mil
enfermeiras em 900 times - sem hierarquia, zero burocracia, baseada em liberdade, confiança e autonomia - princípios: humanidade
acima da burocracia, simplicidade acima de complexidade, prático acima do teórico)
● Formação de rede de colaboração open source - Ex. Redes de núcleos de projeto que têm o mesmo propósito e se fortalecem
compartilhando experiências, aprendizados e boas práticas, bem como geram incentivos e sustentação para motivação e resiliência dos
educadores nesse processo de transformação.
Conclusões Preliminares
x
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1Q0DRkyl0fUViOVJjUbG--JKCrAsdW4EP
Anexo II - Sugestões da Supervisão de Tutoria
1. Nome da Escola?
2. Nome do entrevistada(o)?
3. Papel do entrevistada (o) na Escola?
4. [Desafios na Implantação/ Sustentação]
a. Como surgiu o projeto educativo? Quem participou da implantação?
b. No momento da implantação, que oportunidades identificaram?
c. Quais os principais desafios para a implantação do projeto? Como foram superados?
d. Vivenciaram alguma situação de risco de sustentação do projeto (institucionais, financeiros, humanos, outros)? Como ocorreu? Que
ações foram tomadas?
e. Como a escola está enquadrada legalmente (associação, ong, cooperativa, outro)?
f. Porque se decidiu abrir a escola com esse enquadramento?
5. [Financeiro]
a. Como é feito o financiamento da escola/associação?
b. Quais as principais dificuldades neste processo?
c. O que é que já se tornou fácil?
d. Casos portugueses:
i. Têm contrato de associação?
ii. Sob que formas chegam os apoios do estado?
iii. Que outras formas de financiamento praticam?
6. [Modelo de Gestão]
a. Quais os valores da escola?
b. Como os integram no modelo de gestão da escola?
c. Como funciona o processo de tomada de decisão na escola?
d. Quem está envolvido nas tomadas de decisão da escola e de que forma?
e. Quais as vantagens e desvantagens deste modelo de gestão?
f. Que desafios já encontraram e como lidaram com eles?
7. [Marco Legal]
Que enquadramento legal usam para justificar/enquadrar:
f. A gestão da componente curricular através da metodologia de trabalho por projeto?
g. A resposta à carga horária definida na matriz curricular? É obrigatória? O que fazem para dar resposta a este eventual
condicionamento?
h. A não existência de turmas?
i. A metodologia de avaliação de aprendizagens por portfólio em vez de testes?
j. Como é feita a reclassificação das crianças em caso de transferência?
Qual a brecha legal para que a escola possa gerir a componente curricular livremente?
Hipótese: utilizar como referência a BNCC (Brasil) ou as Aprendizagens Essenciais (Portugal)? E quanto às matrizes curriculares por carga
horária? Não são obrigatórias?
8. [Envolvimento Comunidade]
- Entrevistar Edilene (diretora), Educador (Anderson - criação de uma biblioteca pública num parque ao lado da escola e Tiago - mais ligado
à vertente social), e Mãe Gabriela, todos da escola aberta.
Luciano contactos para entrevistar
Osiris - mãe de escola privada
Coordenadora escola privada
Professora Luciana - escola privada
Professora Alessandra - escola privada, ensino inglês
Sofia contactos para entrevistar:
Coordenadora Maria Luísa - escola privada
Coordenadora Patrícia - IPSS voz do operário
Educadora Susana . - IPSS voz do operário
Catarina - mãe voz do operário
a. Quais são os exemplos mais marcantes que já vivenciou relativamente ao envolvimento da comunidade na escola?
b. Quais são os exemplos mais quotidianos (comuns) do envolvimento da comunidade na escola?
c. A comunidade ajuda na escola?
d. Porque é que a comunidade ajuda na escola?
e. E porque é que alguns não ajudam?
9. [Validação]
a. Vocês têm alguma forma de avaliar os resultados do projeto?
b. Quem participa do processo avaliativo?
c. Quais resultados vocês identificaram?
d. O que vocês fazem a partir dos resultados obtidos?
10. [Escala/Expansão]
a. Vocês pensam em expandir o projeto para outros locais/ públicos?
b. Quais os principais desafios que devem surgir nessa expansão?
Anexo IV - Notas (incompletas) - Entrevista Claudia - Escola Espiral
● [Marco Legal]
○ Que enquadramento legal usam para justificar/enquadrar:
○ A gestão da componente curricular através da metodologia de trabalho por projeto?
○ A resposta à carga horária definida na matriz curricular? É obrigatória? O que fazem para dar resposta a este eventual
condicionamento?
○ A não existência de turmas?
○ A metodologia de avaliação de aprendizagens por portfólio em vez de testes?
○ Qual a brecha legal para que a escola possa gerir a componente curricular livremente?
○ Hipótese: utilizar como referência a BNCC (Brasil) ou as Aprendizagens Essenciais (Portugal)? E quanto às matrizes curriculares por
carga horária? Não são obrigatórias?
● [Modelo de Gestão]
○ Quais os valores da escola?
○ Como os integram no modelo de gestão da escola?
○ Como funciona o processo de tomada de decisão na escola?
○ Quem está envolvido nas tomadas de decisão da escola e de que forma?
○ Quais as vantagens e desvantagens deste modelo de gestão?
○ Que desafios já encontraram e como lidaram com eles?
● [Financeiro]
○ Como é feito o financiamento da escola/associação?
○ Quais as principais dificuldades neste processo?
○ O que é que já se tornou fácil?
○ Casos portugueses:
■ Têm contrato de associação?
■ Sob que formas chegam os apoios do estado?
■ Que outras formas de financiamento praticam?
● [Envolvimento Comunidade]
○ Quais são os exemplos mais marcantes que já vivenciou relativamente ao envolvimento da comunidade na escola?
○ Quais são os exemplos mais quotidianos (comuns) do envolvimento da comunidade na escola?
○ A comunidade ajuda na escola?
○ Porque é que a comunidade ajuda na escola?
○ E porque é que alguns não ajudam?
● [Validação]
○ Vocês têm alguma forma de avaliar os resultados do projeto?
○ Quem participa do processo avaliativo?
○ Quais resultados vocês identificaram?
○ O que vocês fazem a partir dos resultados obtidos?
● [Escala/Expansão]
○ Vocês pensam em expandir o projeto para outros locais/ públicos?
○ Quais os principais desafios que devem surgir nessa expansão?
Anexo VI - Emails do Grupo
dianasilv87@gmail.com
isslinhares@gmail.com
iuriregis@gmail.com
maddie.costa@gmail.com
lucianoaraujo.com@gmail.com
abllima@yahoo.com.br
quagliettafa@gmail.com
mauroromano1010@gmail.com
Anexo VII - Estudo sobre o livro Reinventando as Organizações de Frederic Laloux - Mauro
“Nada é tão poderoso quanto uma ideia cujo tempo chegou”
Victor Hugo
“Você nunca muda as coisas lutando contra o que já existe. Para mudar alguma coisa, construa um novo modelo que faça com que o modelo atual
se torne obsoleto”
Richard Buckminster Fuller
Breve Reflexão - Essa afirmação é interessante, pode valer para arquitetura, máquinas, processos, gestão, mas não me parece absoluta. Muitas
mudanças ocorreram no mundo a partir da luta de pessoas corajosas contra o modelo atual (ex. Gandhi na luta contra a colonização inglesa e pela
independência da Índia) - Qual seria a melhor estratégia no caso da educação?
Será que nossa visão de mundo atual limita a maneira como pensamos em organizações? Podemos inventar uma maneira mais poderosa,
mais emotiva, mais significativa de trabalhar em conjunto, se apenas mudarmos nosso sistema de crenças?
Conquistamos no último século um progresso extraordinário através de pessoas que colaboraram em organizações: (1) redução da pobreza
e maior inclusão de pessoas na cadeia produtiva e de consumo (2) rede de organizações de saúde ampliaram a expectativa de vida em 20
anos e reduziu a mortalidade infantil em 90% (3) redes de educação pública , gratuita disponível para grande parte das populações e não mais
restrita a poucos privilegiados (4) crescimento de ONGs buscando o desenvolvimento social.
Ao mesmo tempo, são uma constante os relatos de pessoas infelizes com seus empregos, desiludidos com a vida organizacional.
Enfrentando jornadas de trabalhos pesados, pesarosos, sem propósito e sem paixão.
As organizações tais quais conhecemos são um fenômeno bastante recente. Nas últimas décadas experimentamos uma série de evoluções
e novos paradigmas organizacionais, que se desenvolveram com a evolução da consciência humana. Atualmente convivem diferentes
paradigmas em diferentes setores de nossa sociedade.
Nesse processo evolutivo, vale observar que o ser humano possui muitas dimensões a serem desenvolvidas, cognitiva, moral , psicológica,
social, espiritual, etc - e não amadurecemos necessariamente no mesmo ritmo em todas elas.
O próximo estágio da evolução humana corresponde ao nível de autorrealização de Maslow, amplamente rotulado como autêntico, integral,
ou Teal. Nesse modelo, o ego se torna mais uma variável e menos um absoluto. Ao olharmos para nosso ego a partir de um distanciamento,
perdemos nossa identificação com ele e podemos ver como seus medos, ambições e desejos frequentemente regem nossa vida. Podemos
aprender a minimizar nossa necessidade de controle, de parecer bem, de nos ajustar. Não estamos mais fundidos com nosso ego e não
deixamos mais que esses medos controlem nossa vida como que por reflexo. Neste processo abrimos espaço para ouvir a sabedoria de outras
partes mais profundas de nós mesmos.
Entre os elementos que constituem esse novo nível de consciência, podemos relacionar:
● Domar o medo do ego - O que substitui o medo? Uma capacidade de confiar na abundância da vida. Todas as sabedorias tradicionais
propõem a verdade profunda de que existem duas formas fundamentais para se viver: a partir do medo e da escassez, ou a partir da
confiança e da abundância. No estágio evolutivo Teal, cruzamos o abismo e aprendemos a reduzir nossa necessidade de controlar as
pessoas e eventos. Passamos a acreditar que, mesmo que algo inesperado aconteça ou que se cometam erros, as coisas vão acabar
bem e, quando não acabam, a vida nos dará uma oportunidade de aprendizado e crescimento.
● Coerência interna como bússola - Quando estamos fundidos com nosso ego, somos levados a tomar decisões fundamentadas em
fatores externos - o que os outros vão pensar ou quais resultados podemos atingir. No Evolutivo-Teal mudamos os critérios externos
para internos em nossos processos de decisão. Agora estamos preocupados com a questão da coerência interna: esta decisão parece
certa? Estou sendo verdadeiro comigo mesmo? Isso está alinhado com o que sinto que sou chamado a me tornar? Estou a serviço do
mundo?
● A vida como uma jornada de descoberta - Podemos nos deixar levar e escutar a vida que quer ser vivida através de nós, ao invés de
estabelecer metas e ditar a direção.
● Partindo de pontos fortes - Olhar de forma mais gentil e realista para nossas limitações. Se concentrar menos no que está errado ou
naquilo que falta nas pessoas ou nas situações em volta de nós, e voltarmos nossa atenção para o que existe, para a beleza e para o
potencial. Trocar julgamentos por compaixão e apreciação. Não somos problemas esperando para serem resolvidos, mas um potencial
aguardando para ser revelado.
● Lidando graciosamente com a adversidade - Quando a vida é percebida como uma jornada de descoberta, aprendemos a lidar mais
graciosamente com os contratempos, os erros e os obstáculos. Obstáculos são vistos como a forma da vida nos ensinar sobre nós
mesmos e sobre o mundo. Estamos prontos para abrir mão da raiva, vergonha ou culpa, que são escudos úteis para o ego, mas
professores precários para a alma.
● Sabedoria para além da racionalidade - O Evolutivo-Teal, menos apegado aos resultados pode aceitar mais facilmente verdades
inconvenientes da realidade, portanto o pensamento racional pode ser informado de forma mais acurada pelos dados. Há insights que
devem vir de abordagens analíticas. Mas há também sabedoria nas emoções, se aprendermos a indagar a sua significância ou na
própria intuição. Transcender o paradoxo da lógica ou-um-ou-outro com pensamentos mais complexos de ambos-e-juntos
(inspirar-expirar, liberdade e responsabilidade, solidão e comunidade).
● Busca pela integralidade - Neste estágio, surge um desejo intenso por integralidade, associando o ego às partes mais profundas do ser,
integrando mente, corpo e alma,; cultivando tanto aspectos femininos quanto masculinos; estando inteiro na relação com os outros, e
reparando nossa relação quebrada com a vida e natureza. Percebemos que somos parte intrínseca de todo o resto. Este desejo de
integralidade é antagônico à separação que a maioria dos ambientes de trabalho estimula, ainda que inconscientemente - enfatizando
em excesso o ego e a racionalidade enquanto negligencia o espiritual e o emocional, separando o pessoal e o profissional.
● Integralidade em relação aos outros - Neste estágio, podemos transcender para além das ideias opostas de julgamentos e tolerância.
transcendemos essa polaridade e integramos a verdade maior do não julgamento - podemos examinar nossas crenças e achá-las
superiores e ainda assim abraçar o outro com um ser humano com valor fundamentalmente igual. Nossa escuta não está mais limitada
a buscar informação para que possamos convencer melhor, corrigir ou demitir, e sim ajudar os demais a encontrarem sua voz e sua
verdade.
● Integralidade com a vida e com a natureza - Percebemos que somos apenas uma expressão de algo maior, uma teia interconectada de
vida e consciência. Sabemos que não somos separados mais um conjunto com a natureza.
Quanto mais complexa nossa visão de mundo e nossa cognição, maior é a afetividade para lidarmos com os problemas que se apresentam.
Domar o ego pode ter repercussões profundas sobre como estruturamos e administramos organizações. De modo geral, a relação com o poder
seria transformada de forma fundamental. Quando a confiança substitui o medo, precisaremos ainda de todas as regras e políticas, verbas
detalhadas, metas e planos de ação? Talvez existam formas muito mais simples de gerir organizações, quando os receios do ego estão fora do
caminho.
No momento em que as pessoas estiverem explorando o chamado de suas vidas, ficam mais inclinadas a estarem em empresas alinhadas
aos seus propósitos. Essas novas organizações buscarão a integralidade e a comunidade, e serão ambientes que darão suporte aos desejos
das pessoas em ser quem realmente são no trabalho.
Principais avanços das organizações Evolutivas-Teal:
● Autogestão - gestão entre pares, sem necessidade de hierarquia ou consenso
● Integralidade - práticas que nos convidam a recuperar nossa integralidade interior e a trazer tudo o que somos para o ambiente de
trabalho
● Propósito evolutivo - têm vida e senso de direção próprios. Em vez de tentar prever e controlar o futuro, os membros dessas
organizações são convidados a escutar e a compreender o que a organização quer se tornar e qual o propósito ela quer servir.
O assunto é complexo e bastante provocador. A abordagem utilizada de uma evolução linear da sociedade é muito controversa e criticada.
Mais do que um livro teórico do desenvolvimento social e humano, cujas bases científicas parecem frágeis e controversas, prefiro encarar a obra
como um conjunto de provocações sobre nossas formas de organização e respectivos comportamentos. Segue link de uma crítica muito bem
estruturada do livro que merece ser visitada também.
https://targetteal.com/pt/blog/reinventando-as-organizacoes-uma-visao-critica/