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UNIVERSIDADE POTIGUAR - UNP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL


FUNDAÇÕES E OBRAS DE CONTENÇÃO

4. EMPUXOS DE
TERRA
Prof. MSc. Francisco Mateus G. Lopes
4.1 DEFINIÇÕES
4.1.1 - EMPUXO ATIVO X EMPUXO PASSIVO
4.1 DEFINIÇÕES
4.1.2 - ESTADO PLÁSTICO DE EQUILÍBRIO
Diz se que uma massa de solo está sob
equilíbrio plástico quando todos os pontos estão em
situação de ruptura.
4.1 DEFINIÇÕES
4.1.2 - ESTADO PLÁSTICO DE EQUILÍBRIO

Estado limite ativo: mantendo-se a tensão


efetiva vertical constante e diminuindo-se
progressivamente a tensão efetiva horizontal ;

Estado limite passivo: mantendo-se a tensão


efetiva vertical constante e aumentando-se
progressivamente a tensão efetiva horizontal.
4.2 TEORIA DE RANKINE
A teoria de Rankine (1857) considera o estado
de tensões em uma massa de solo quando a condição
de equilíbrio plástico é alcançada, isto é, quando a
ruptura por cisalhamento está prestes a ocorrer ao
longo do maciço.

A teoria satisfaz as condições de uma solução


limite inferior de plasticidade.

A ruptura por cisalhamento ocorre ao longo de


um plano que faz um ângulo de 45º + φ/2 com o plano
da tensão principal maior.
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
Se a massa de solo como um todo estiver sujeita
a tensões de uma forma tal que as tensões principais
em todos os pontos estejam nas mesmas direções,
então, teoricamente, haverá uma rede de planos de
ruptura igualmente inclinados em relação aos planos
principais.

Deve-se entender que o estado plástico de


equilíbrio só pode ser desenvolvido se ocorrer
deformação suficiente da massa de solo.
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
Se houver um deslocamento da parede
afastando-se do solo, o valor de σx diminui à medida
que o solo se expande em direção ao exterior, e o
decréscimo de σx é uma função desconhecida da
deformação do solo.

Se a expansão for suficientemente grande, o


valor de σx atinge um valor mínimo que faz surgir um
estado de equilíbrio plástico. Nesse caso a tensão σx é
a tensão principal menor σ3 , e a tensão vertical σz é a
tensão principal maior σ1.
4.2 TEORIA DE RANKINE
A tensão horizontal é
definida como pa, pressão
ativa, que se deve ao peso
próprio do solo.
4.2 TEORIA DE RANKINE
Quando a tensão horizontal se torna igual à
pressão ativa do solo, diz-se que ele está no estado
ativo de Rankine, havendo dois conjuntos de planos
de ruptura, cada um deles com inclinação de 45º + φ/2
com a horizontal (a direção do plano principal maior).
4.2 TEORIA DE RANKINE
Por outro lado, se a parede se deslocar se
aproximando do maciço, haverá compressão do solo e
o valor de σx aumentará até um estado de equilíbrio
plástico ser atingido.

Para essa condição, σx será o valor máximo e


corresponderá à tensão principal maior σ1. A tensão σz
é então a tensão principal menor, σ3.

Nesse caso, a tensão horizontal é definida como


a pressão passiva pp.
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
Quando a tensão horizontal se torna igual à
pressão passiva do solo, diz-se que ele está no
estado passivo de Rankine, havendo dois
conjuntos de planos de ruptura, cada um deles com
inclinação de 45º + φ/2 com a vertical (a direção do
plano principal maior). Ou seja, 45º - φ/2 com a
horizontal.
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
A pressão ativa e a pressão passiva crescem
linearmente com a profundidade.

Quando c=0, são obtidas distribuições


triangulares, em cada caso.

Quando c é maior que 0, o valor de pa é zero


em uma profundidade z0.
4.2 TEORIA DE RANKINE
A força por unidade de comprimento da parede
devida à distribuição de pressões ativas é conhecida
como o empuxo ativo total (Pa). Para uma parede
com altura H, teremos:

A força devida à distribuição de pressões passivas é


conhecida como a resistência passiva total ( ou
empuxo passivo total, Pp). Para uma superfície de
parede vertical de altura H, teremos:
1
2
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
Expressões de Rankine em termos de tensões efetivas

Empuxo no repouso
4.2 TEORIA DE RANKINE
Se uma pressão de sobrecarga uniformemente
distribuída de ‘q’ por unidade de área atuar sobre
toda a superfície do maciço, a tensão vertical σz a
qualquer profundidade é aumentada para γz + q,
resultando em uma pressão adicional Kaq no caso
ativo e Kpq no caso passivo, sendo ambas as
distribuições constantes com a profundidade.

As forças correspondentes em uma superfície


de parede vertical de altura H são KaqH e KpqH,
respectivamente, cada uma delas agindo a meia
altura.
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2 TEORIA DE RANKINE
A pressão hidrostática γwz devida á agua no
solo deve ser considerada além da pressão ativa e
passiva, no caso de presença de lençol freático,
lembrando que as expressões de Rankine devem
estar em termos de tensão efetiva. O empuxo
hidrostático total valerá 1/2 γwz².

Na teoria de Rankine, admite-se muro sem


atrito, o que na prática pode não ocorrer. A teoria
resulta portanto numa superestimativa da pressão
ativa e em uma subestimativa da pressão passiva.
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2.1 - SUPERFÍCIE DE SOLO INCLINADA

Supondo um superfície de solo com inclinação


β constante com a horizontal, obtemos as seguintes
expressões para pressões ativas e passivas,
coeficientes de empuxo ativos e passivos e Empuxo
Totais (ativos e passivos)
4.2 TEORIA
DE RANKINE

4.2.1 -
SUPERFÍCIE DE
SOLO INCLINADA
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2.1 - SUPERFÍCIE DE SOLO INCLINADA

Caso Ativo
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2.1 - SUPERFÍCIE DE SOLO INCLINADA

Caso Passivo
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2.2 - EMPUXO NO REPOUSO

Se a deformação lateral do solo for igual a


zero, a pressão lateral correspondente é chamada
de empuxo no repouso e esse valor é normalmente
expresso em termos da tensão efetiva pela equação:
4.2 TEORIA DE RANKINE
4.2.2 - EMPUXO NO REPOUSO

Areias e Solos Normalmente Adensados

Solos Sobreadensados

Roc = RSA = OCR = Razão de Sobreadensamento


4.3 TEORIA DE COULOMB
A teoria de Coulomb (1776) envolve a
consideração de estabilidade, como um todo, da
cunha de solo entre uma parede de contenção e um
plano possível de ruptura.

Leva-se em consideração o atrito entre a


parede e o solo adjacente.

O ângulo de atrito entre o solo e a parede,


indicado por δ, pode ser determinado em laboratório
por meio do ensaio de cisalhamento direto.
4.3 TEORIA DE COULOMB
Graças ao atrito na parede, a forma da
superfície de ruptura é curva nas proximidades da
base da contenção, ainda que, para a dedução das
fórmulas a superfície possa ser admitida como
retilínea.
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB
Caso ativo com c = 0
4.3 TEORIA DE COULOMB
6.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB
Caso ativo com c = 0
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB
Caso ativo com c = 0
Forma alternativa de Ka
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB

A teoria de Coulomb pode ser estendida aos


casos no qual o parâmetro de resistência ao
cisalhamento c é maior que zero.

Isto é, cu na condição não drenada ou c’, no


caso drenado.

Poderão surgir, neste caso, fendas de tração


até uma profundidade z0.
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB
Caso ativo com c > 0
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB
Caso ativo com c > 0

Para φ = 0

Para a condição drenada, c’ e φ’ > 0


4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB
Caso ativo com c > 0

Em geral, a pressão ativa na profundidade z é


dada por:

Em que:
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.1 - CASO ATIVO DE COULOMB

Caso ativo com c > 0

Profundidade z0 da fenda seca de tração.


4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.2 - CASO PASSIVO DE COULOMB
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.2 - CASO PASSIVO DE COULOMB
4.3 TEORIA DE COULOMB
4.3.2 - CASO PASSIVO DE COULOMB

Empuxo passivo na profundidade z

Em que:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alonso, U. R. Exercícios de Fundações. São Paulo, Edgard
Blucher, 1983. 12ª Reimpressão, 2001.

Budhu, M. FUNDAÇÕES E ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO – Rio


de Janeiro: LTC, 2013.

Craig, R. F. Craig, Mecânica dos Solos/R.F.Craig – tradução de


Amir Kurban; 7ª Edição – Rio de Janeiro: LTC, 2007.

Das, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica/ Braja M.


Das; Tradução All Tasks; – São Paulo: Thomson Learning, 2007.

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