Você está na página 1de 57

EDIÇÃO Nº 06 - NOVEMBRO 2020

REVISTA
I BPEA
Primeiro Ano da
Escola de Gestão de
Pequenos e Médios
Escritórios da Comissão
de QGPMEAOABRJ

ENTREVISTA COM

LUCIANO
BANDEIRA Presidente da OAB/RJ
sumário
Editorial:
A história e o ano de 2020 da Escola da
Gestão (por Tiago de Mello Cunha) p. 03

Bastidores (por Gláucia Nascimento da


Silva) p. 08

Atendimento ao cliente (por Vivian Perfeito) p. 11

Combate à violência durante o exercício


regular da advocacia (por Marcelo Barça) p. 14

Prospecção de clientes na advocacia das


pequenas bancas (por Gabrielle Rocha) p. 17

Aprendendo a controlar as finanças da


pequena banca de advocacia (por Antonio
Paulo Barça) p. 21

Advocacia extrajudicial nos PMEADV: um


mercado a explorar? (por Marysol
Salustiano) p. 24

O Sonho Americano: É possível! (por Rodrigo


Toledo) p. 27

A aplicação do planejamento estratégico e


a utilização da ferramenta matriz swot nos
pequenos e médios escritórios de
advocacia (por Fernanda Costa) p. 31

Entrevista com Luciano Bandeira p. 35


Editorial

Por

Tiago de Mello

Cunha

A HISTÓRIA Presidente do Instituto

brasileiro dos pequenos

E O ANO DE e médios escritórios e da

Comissão de

2020 DA qualificação da gestão

dos pequenos e médios

ESCOLA DA
escritório da OAB/RJ.

Membro da Comissão de

GESTÃO
Direitos Humanos da

OAB/RJ

REVISTA I BPEA
Página 03
Durante o II seminário do IBPEA, ocorrido em Julho de 2019, o Secretário
Geral da OAB/RJ, Álvaro Quintão, que compunha a mesa de abertura do
evento, trouxe uma notícia que mudaria a forma como o IBPEA pautaria a
discussão da disseminação dos elementos de gestão para os pequenos e
médios escritórios de advocacia. Naquela ocasião o Secretário Geral
adiantou que estava em conversa avançada com o Presidente da Seccional
do Rio de Janeiro, Luciano Bandeira para um projeto que viria auxiliar nesta
construção.
Surgiu então a ideia de firmar o
convênio entre OAB/RJ e IBPEA
para o desenvolvimento de
cursos de gestão para levar às
63 (sessenta e três) subseções,
tendo sua apresentação
acontecido no II Colégio de
Presidentes de Subseção
realizado em 13 de setembro de
2019 em Macaé
(disponível em https: //www.oabrj.org.br/noticias/projeto-qualificacao-
pequenos-medios-escritorios-vai-percorrer-as-subsecoes, acesso em
28/11/2020).
Percebendo, ainda, que mais poderia ser extraído dessa parceria e inspirado
nesse trabalho, a direção da Ordem criou a Comissão de Qualificação da
Gestão dos Pequenos Médios Escritórios da OAB/RJ, em Resolução do
Conselho de número 377/2019, nomeando como presidente da Comissão,
Tiago de Mello Cunha, também Presidente do IBPEA, e como Vice-
Presidente da Comissão Cláudio Goulart e Secretária Geral Silvia Correa.
Após a nomeação da diretoria, os membros começaram a ser nomeados,
assim como a construção do programa, dos modelos didáticos a serem
desenvolvidos.

REVISTA I BPEA
Página 04
Em 28 de janeiro de 2020 foi formalmente lançada a Escola de Gestão da
OAB/RJ, que ficaria sob a responsabilidade da Comissão de Qualificação da
Gestão dos Pequenos e Médios Escritórios de Advocacia sendo nomeado
como Coordenador o Vice-Presidente da Comissão, Cláudio Goulart.
Nesta oportunidade foram nomeados os membros da Comissão e
empossada sua diretoria, tendo restado destacado que a Escola de Gestão é
considerada pelo Presidente da OAB/RJ como um dos pilares de sua
gestão, tendo em vista que visa o investimento em estrutura para o
aperfeiçoamento profissional dos colegas, auxiliado os pequenos e médios
escritórios ao gerirem suas bancas. (Disponível em https:
//www.oabrj.org.br/noticias/oabrj-lanca-sua-escola-gestao-pequenos-
medios-escritorios, acessado em 28/11/2020)

Com a agenda de subseções a serem percorridas no primeiro semestre de


2020, a estreia seria feira na Subseção de Bangu, da Presidente Claudete
Capella, em 03/03/2020, porém as fortes chuvas que atingiram a cidade e
ao bairro em especial impuseram o adiamento.

REVISTA I BPEA
Página 05
E dez dias após essa data, o
país se via obrigado a fechar
todas as portas em
decorrência da chegada do
COVID-19. Apesar dos
desafios, e em uma dinâmica
de reestrutura a Comissão
redesenhou o projeto e o
colocou nos trilhos
novamente, agora, contudo,
observando as ferramentas
utilizadas no período de
isolamento social: os
aplicativos para encontros
virtuais.
Com tudo estruturado o
site da OAB/RJ divulgou
o lançamento da Escola
de Gestão já em modelo
virtual e a primeira aula
seria mantida na
subseção de Bangu.
(Disponível em
https://www.oabrj.org.br
/noticias/escola-gestao-
pequenos-medios-
escritorios-oabrj-sera-
inaugurada-proxima-
segunda-transmissao,
acesso em 28/11/2020)

REVISTA I BPEA
Página 06
O lançamento seria pelo Youtube, mas as aulas seriam em ambientes
virtuais fechados, uma vez que a ideia seria estudar as especificidades de
cada subseção e montar um programa particular para cada região.
Com o início das aulas da Escola de Gestão foram acumuladas experiências
importantes para o desenvolvimento do programa, da metodologia, para
uma auto avaliação e o aprimoramento dos percursos:
· Quantidade de subseções: 17 subseções (27% das subseções)
· Subseções percorridas: Bangu, Magé, Vassouras, São João de
Meriti, Duque de Caxias, Três Rios, Santa Cruz, Nova Iguaçu, São Pedro da
Aldeia, Itaperuna, Petrópolis, Teresópolis, Cabo Frio, Rio Bonito, São
Gonçalo, Itaboraí e Niterói.
· Horas de aula: mais de 100 horas;
· Alunos: mais de 600 alunos;
· Convidados e professores: Aproximadamente 50 profissionais envolvidos
· Grupos de WhatsApp para circulação de informações:
a. 17
b. 340 participantes
c. Informações semanais

Os reflexões e acúmulos gerados pelo trabalho envolvido pela Escola de


Gestão, junto com a Comissão de Qualificação da Gestão dos Pequenos e
Médios Escritórios de Advocacia e o IBPEA foram extremamente positivos e
com base neles é que confiamos ter iniciado não só a qualificação de gestão
dos colegas em suas bancas, mas também inauguramos o debate sobre a
necessidade de se jogar luz sobre as dificuldades e particularidades
encontradas nas pequenas bancas, e de igual forma, como esses ambientes
são os locais onde se pratica a advocacia mais acessível e próxima à
população e que pode ser desenvolvida com qualidade e maestria, como a
história demonstra. Estamos certos de que teremos muitas reflexões e
aprendizados a circular com todos os colegas no próximo ano.

REVISTA I BPEA
Página 07
Bastidores

Por

Gláucia Nascimento da

Silva
Mãe, preta, advogada pós-graduada Lato

Sensu em Responsabilidade Civil e Direito do

Consumidor pela

Universidade Estácio de Sá e em Processo

Civil com capacitação para o Ensino no

Magistério Superior pela Faculdade Damásio

de Jesus. Professora mentora da Área de

Direito Civil e Embaixadora do Meu Curso

Inteligência e Tecnologia Educacional.

Diretora de Comunicação do IBPEA – Instituto

Brasileiro de Pequenos Escritórios de

Advocacia. Membra da Comissão de

Qualificação da Gestão de Pequenos e

Médios Escritórios de Advocacia da OAB/RJ.

(glaucian1406@gmail.com)

REVISTA I BPEA
Página 08
O advogado Claudio Goulart foi eleito presidente
do Sindicato dos Advogados-RJ (SAERJ) na eleição
realizada nessa quarta e quinta-feiras (28 e 29); a
eleição ocorreu de modo on-line e presencial.
Claudio encabeçou a “Chapa 1 – Inovar e Ampliar
Conquistas”, com a advogada Adilza Nunes como
sua vice.
Claudio obteve 88% dos votos válidos (nulos e
brancos: 12%). Ele irá presidir a entidade no
período de 2020/2023.
Dentre os integrantes da Chapa Inovar e Ampliar
Conquistas, há membros do IBPEA, como Tiago de
Mello Cunho, membro da diretoria.
Para conhecer os demais advogados eleitos clique
no ícone abaixo e seja direciona para o site oficial
do SAERJ.

REVISTA I BPEA
Página 09
Com 95 votos (53,67%), o desembargador Henrique
Carlos de Andrade Figueira foi eleito, nesta
segunda-feira (30), presidente do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) para o biênio
2021/2022. Atualmente, ele preside a 5ª Câmara
Cível. Henrique Figueira derrotou o desembargador
Bernardo Garcez, que teve 78 votos (44,07%).
Houve quatro votos nulos.
Fonte: https://amaerj.org.br/noticias/henrique-
figueira-e-eleito-presidente-do-tribunal-de-
justica-do-rio-de-janeiro/?
fbclid=IwAR102dMUz6IuKGjisp1vhtoLzPlkAWkrySq
AFuAbwBt_S10E_BUR6sOWYmE

REVISTA I BPEA
Página 10
Por Vivian Perfeito

Advogada luso-brasileira inscrita

na Ordem dos Advogados do

Brasil e de Portugal.

Formada pela Universidade

Candido Mendes (Rio de Janeiro).

Mestre em em Ciências Jurídico

Administrativas pela Universidade

do Porto e Doutoranda em Direito

Público pela Universidade de

Coimbra. Com 15 anos de

experiência nos setores público e

privado.

ATENDIMENTO
AO CLIENTE

REVISTA I BPEA
Página 11
Conforme demonstram estudos advindos da filosofia, a própria existência
humana é, por si só, complexa e requer um olhar querençoso e individualizado
acerca das vulnerabilidades. Todas as pessoas querem se sentir especiais e
receberem atenção e cuidado.
No âmbito do exercício da advocacia, o pano de fundo da materialização de novas
relações bem como da manutenção das que já existem passa, em impetuosa parte,
pela humanização no tratamento com o cliente.
No ano de 2020, com o cenário trazido pela pandemia, tivemos uma forte e
repentina aceleração dos processos de virtualização da nossa atividade
profissional e, em paralelo, uma grandiosa necessidade de adaptação da rotina.
Com uma amalgamação de atividades diárias de toda natureza, aliadas ao desafio
de amoldamento tecnológico e do cotidiano, manifesta-se a indispensabilidade
de uma adicional organização do dia-a-dia, especialmente em relação ao tempo
que você dedicará para atender aos seus clientes.
É indiscutível que programar-se em plena pandemia não é um objetivo nada fácil.
No entanto, em tempos em que a presença física é limitada, é necessário
encontrar uma forma de transparecer e exprimir empatia e acalanto mesmo no
formato digital.
Antes que você diga que é – quase – impossível, peço que considere um pequeno
relato que venho partilhar. Em 2016, quando iniciei a minha jornada em Portugal,
em grande parte na área de imigração, pensei que seria muito dificultoso
estabelecer uma relação profissional com clientes que estivessem em outro
território, fora de Portugal, em virtude da distância física.
Para sanar essa lacuna, dediquei algum estudo em outras áreas, fora do âmbito
jurídico (conhecimentos ligados à recursos humanos, comercial, financeiro,
tecnologia) bem como busquei a partilha de experiência com colegas que já
atuavam na área para refletir, até que fosse viável criar o meu próprio modelo de
negócio. Realmente não foi um caminho fácil, exigiu – e exige – muita persistência
a dedicação contínua, mas com o foco sempre pautado na preocupação em estar
presente mesmo fisicamente longe.

REVISTA I BPEA
Página 12
Hoje posso dizer que possuo clientes espalhados por todo o mundo os quais, em
muitos dos casos, nunca encontraram comigo pessoalmente. É muito satisfatório,
inclusive, quando encontram comigo pessoalmente e esquecem desse detalhe por
já se sentirem muito próximos.
A essência em construir um relacionamento com o cliente está fora dos livros e
dos manuais. Para mim, esse âmago está primeiramente em você, ao realmente
amar o que faz.
É muito importante que você busque não somente “estar advogado”, mas “ser
advogado” e assim sentir-se aonde quer que você esteja, independente do
tempo, da geografia ou de qualquer outra circunstância.
O “ser advogado” engloba sentir a verdadeira vontade de estar perto e de fazer o
seu melhor em prol daquele que confiou ser representado por si. É dedicar-se. É
desejar ser genuinamente útil.
Talvez você esteja agora pensando que esse olhar é lúdico, romântico. E na
verdade, diria que ele é mesmo. No entanto, ele é o estalo por onde tudo começa,
renova e materializa.
A soma desse ponto de partida com uma estratégia de negócio bem
definida, desembocará em um caminho certamente positivo.

REVISTA I BPEA
Página 13
Por Marcelo Barça

Sócio do escritório Alves de

Miranda Advocacia. Diretor

Regional do IBPEA. E-mail

barca.miranda@gmail.com

COMBATE À
VIOLÊNCIA
DURANTE O
EXERCÍCIO
REGULAR DA
ADVOCACIA

REVISTA I BPEA
Página 14
À luz da Constituição da República Federativa do Brasil, observa-se que o
advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por
seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei; do
exposto, durante o exercício regular advocacia, qualquer ataque criminoso
direcionado à restrição da liberdade, segurança e/ou bem estar de
advogadas e/ou advogados não são condizentes com o Estado Democrático
de Direito.
Visando à identificação das causas e soluções para violência contra o
exercício da advocacia, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil instituiu a Coordenação de Estudo e Regulamentação da
Criminalização da Violação das Prerrogativas do Advogado no ano de 2018.
Não há dúvidas de que se trata de um assunto polêmico a adoção de
medidas de proteção ao exercício da advocacia; dito isto, em 02/09/2020,
foi apresentada proposta na Câmara dos Deputados que deu origem ao
projeto de lei número 4426/2020, que se destina a alterar o Estatuto da
Advocacia , visando à autorização para a compra e o porte de armas de fogo
de uso permitido por advogadas e advogados em todo o território nacional.
Diante desse contexto, o projeto de lei 4426/2020 está longe de ser um
assunto pacífico no combate à violência, vez que há divergências nos
estudos relacionados ao aumento e/ou diminuição de violência com a
liberação do porte de armas.
Evidentemente, o Poder Legislativo precisa tipificar condutas específicas e
ampliar os efeitos principais e secundários da sentença penal condenatória
no combate à violência durante o exercício regular da advocacia, sendo
certo que advogadas/advogados procederam com lealdade e boa-fé na
defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, oportunizando ao
constituinte o respaldo do Direito; de modo que se caracteriza um
contrassenso a perda e/ou atentado de uma vida por razões
desproporcionais motivadas por futilidade, ganância de lucro e/ou
vingança.

REVISTA I BPEA
Página 15
O homicídio é o tipo central de crimes contra a vida e é o ponto culminante
na orografia dos crimes. É o crime por excelência. É o padrão da
delinquência violenta ou sanguinária, que representa como que uma
reversão atávica às eras primevas, em que a luta pela vida,
presumivelmente, se operava com o uso normal dos meios brutais e
animalescos. É a mais chocante violação do senso moral médio da
humanidade civilizada. (Hungria, Nélson. Comentários ao Código Penal. Rio
de Janeiro: v. 5, 6, 7 (1958). V. 9 (1959).
Enquanto não há políticas públicas eficientes direcionadas à proteção da
vida e/ou integridade física de advogadas e advogados, tais indivíduos
devem se cautelosos, tornando-se imperioso zelar pela segurança, por
intermédio de precauções privadas, tais como: realizar reuniões e
atendimentos em locais de coworkings ou salas privativas em que são
exigidos identificação de pessoas com número de identidade e filmagens;
optar por realizar atendimentos em prédios públicos com detectores de
metais.
À guisa de conclusão, ninguém quer ser tornar vítima das estatísticas da
criminalidade. Sendo certo que advogadas e advogados deveriam se
preocupar apenas em lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo
cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que esta
seja interpretada com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a
que se dirige e as exigências do bem comum.

REVISTA I BPEA
Página 16
Por Gabrielle Rocha

Advogada. Sócia

fundadora do escritório

Gabrielle Rocha

Advocacia. Graduada em

Direito pela Uni La Salle RJ

e Graduação incompleta

em História pela UERJ –

FFP. Atuou como

conciliadora no TJ/RJ, no

setor jurídico e

controladoria

de grandes bancas.

Secretária – geral

PROSPECÇÃO adjunta no Instituto

Brasileiro de Pequenos

DE
Escritórios de Advocacia -

IBPEA, Membra da

Comissão de Gestão e

CLIENTES Qualificação dos

Pequenos e Médios

Escritórios de Advocacia

NA da OAB/RJ e Membra da

Comissão da Advocacia

ADVOCACIA DAS
Correspondente da

OAB/RJ.

PEQUENAS
BANCAS
REVISTA I BPEA
Página 17
Atuar na advocacia de uma pequena banca é extremamente desafiador e
complexo, e requer muita coragem. Sim, definitivamente a advocacia não é para
os fracos.
Analisando o dia a dia da advocacia da pequena banca, podemos perceber a
necessidade de se utilizar elementos de gestão como facilitador para a
organização do escritório e na busca de melhores resultados. E a forma que
vamos prospectar clientes deve ser um dos itens que devemos cuidar com
habitualidade.
A advocacia de pequena banca em muitos casos, por ainda estar buscando
receita, não pode contratar secretária ou estagiário para auxiliá-lo, e por certas
vezes nem escritório físico possui. Assim, toda demanda de tarefas, seja
administrativa ou judicial, fica sob a responsabilidade desse advogado, por isso
que é fundamental criar rotinas e procedimentos para gerir nosso escritório.
O IBPEA traz para nossa classe reflexões, tais como a de que é fundamental
pensarmos as nossas pequenas bancas como se fosse uma pequena empresa e
utilizarmos elementos de gestão para uma melhor organização.
Como sugestão didática podemos dividir em 05 áreas:
• Rotinas e procedimentos
• Prospecção/comercial
• Financeiro
• RH/Carreira
• Insumos tecnológicos
Nessa edição da nossa Revista trarei reflexões a respeito da nossa área de
Prospecção/Comercial:
Nessa rotina é preciso reservar tempo, pelo menos uma vez por semana, para nos
dedicarmos a prospecção de clientes, pois o cliente é nossa fonte de renda, é
através dele que toda a engrenagem do nosso escritório roda.
Podemos refletir que nesse planejamento da área de prospecção/comercial do
nosso escritório deve incluir o contato com os clientes que já constam em nossa
base de dados, sejam eles ativos ou inativos.

REVISTA I BPEA
Página 18
Ter esse contato contínuo com clientes antigos, aqueles que já possuem
contratação dos nossos serviços advocatícios e com o processo em andamento,
além da obrigação ética de prestar esclarecimentos ao cliente, fornecendo o
andamento processual ou um relatório do caso, podemos manter esse contato
frequente para também ser lembrado quando esse cliente estiver precisando
entrar com alguma demanda, ou resolver algum litígio.
Enfim, sua presença na vida desse cliente o fará lembrar de você quando ele
precisar, pois ele confia no seu trabalho e mesmo que aquela demanda ainda
não tenha findado, ele percebe seu comprometimento com o serviço quando
você telefona, manda mensagem ou e-mail, e assim você poderá ser
contratado e indicado para novos serviços. Parece uma informação óbvia,
mas quem nunca ouviu uma reclamação de algum cliente em relação a outro
colega advogado que não teve essa atitude?
Podemos utilizar diversas formas de contato com esse cliente antigo sem infringir
o Código de Ética, como por exemplo: envio de relatório fornecendo o andamento
processual, envio de mensagens parabenizando pelo aniversário, ou feliz dia dos
pais, das mães, feliz natal, feliz ano novo, envio de e-mails com indicação do site
com artigos jurídicos publicados por você, enfim, essas atitudes geram confiança
e credibilidade que de fato se conquista com o tempo.
Já em relação à prospecção dos clientes novos, isto é, pessoas que ainda não
tiveram nenhum contato com seu serviço advocatício, para esses pretensos
clientes devemos cuidar de alguns fatores para gerar credibilidade e
diferenciação no mercado.
Entendo ser fundamental cuidarmos de quatro itens para atrair esses clientes,
que são: relacionamento, boca a boca, fortalecimento da marca e marketing
jurídico.
Cuidar dos relacionamentos do nosso dia a dia e prestar um serviço de
excelência, trará como consequência o “boca a boca” que é fundamental
para o crescimento de clientes em nossos escritórios.
Atuar em parceria com outros advogados gera contatos e aprendizado.

REVISTA I BPEA
Página 19
Precisamos desmistificar que nós advogados somos inimigos e concorrentes, pois
percebo inúmeras vantagens na atuação em parceria. Se achar necessário, é
possível formalizar através de contrato essa prestação de serviço em conjunto.
É bastante comum, nós advogados, nos relacionarmos apenas com outros
advogados, por conta da rotina, porém temos que cuidar também dos
nossos relacionamentos com profissionais de outras áreas, com as pessoas
que nos relacionamos de outros círculos sociais, como por exemplo: igreja,
academia, curso de idioma, curso de dança, família, colegas, profissionais
que contratamos para outros serviços, enfim, estar sempre em contato com
pessoas e deixar a timidez de lado, de fato irá agregar na sua prospecção de
clientes.
Fundamental cuidarmos do fortalecimento da marca, precisamos tornar o nome
do nosso escritório forte, então deixo minha sugestão para publicarmos artigos
jurídicos, escrevermos em colunas de revistas, atuação como palestrante, realizar
cursos de extensão, pós graduação, mestrado, enfim, estudar sempre para se
tornar referência em determinado assunto.
Em relação ao Marketing Digital, sem dúvida temos que estar preparados para
estar presente no mundo digital fortalecendo nossa marca, pois além da era
digital, estamos enfrentando uma pandemia que requer distanciamento social e o
uso frequente da rede.
Assim, destaco a importância da criação de um site para seu escritório, de uma
logomarca, de um e-mail com domínio profissional corporativo, estar acessível
nas redes sociais, postando conteúdos informativos e jamais com intuito de
mercantilização, já que é vedado pelo nosso estatuto da advocacia.
Não há uma fórmula para prospectar clientes, há sim a necessidade de
criarmos um planejamento, uma rotina para que isso seja um elemento de
atenção e cuidado no seu escritório.

REVISTA I BPEA
Página 20
Por Antonio Paulo Barça

Pós-graduado em direito civil-

constitucional pela UERJ. Sócio

fundador do Barça & Associados

Escritório de Advocacia. Vice-

presidente do Instituto Brasileiro

de Gestão de Pequenos

Escritórios de Advocacia – IBPEA.

Membro e professor da Escola

de Gestão da Comissão de

Qualificação da Gestão de

Pequenos e Médios Escritórios

da OAB/RJ.

(antoniobarca@barcaeassociado

s.com.br)

APRENDENDO A
CONTROLAR AS
FINANÇAS DA
PEQUENA
BANCA DE
ADVOCACIA
REVISTA I BPEA
Página 21
O ano tinha iniciado, finalmente, para advocacia. Estávamos em março de 2020.
Sabemos que o recesso forense e o feriado de carnaval, especialmente em solo
carioca, causa esse efeito. O ano só começa após o carnaval!
Contudo, a pandemia da COVID-19 entra em cena paralisando diversas atividades
essenciais, inclusive no âmbito do Poder Judiciário. O que fazer?
A primeira coisa que fiz foi verificar o plano de contas a pagar do escritório, logo
em seguida fui olhar o plano de contas a receber.
Hoje em dia possuo um sistema financeiro que também tem um aplicativo para
smartphone que me auxilia nisso, principalmente pela facilidade de verificação do
fluxo de caixa.
Se você chegou até aqui no texto e ele nada te disse, parabéns! Aposto que tu já
controla as finanças de seu pequeno escritório ou de sua carreira. Porém, uma
quantidade significativa de advogadas e advogados não tem contato com as
ferramentas de gestão citadas.
Vamos falar um pouco disso? Basicamente, o plano de contas a pagar e a receber,
juntamente com o fluxo de caixa são as mais importantes ferramentas de controle
e planejamento financeiro de um pequeno escritório.
Com estas ferramentas implementadas a jornada da advocacia fica mais segura.
As decisões passam a ser fundamentadas em evidências. Esquecemos ou temos a
sensação de angústia atenuada, porque sabemos que os números nos mostram
que a situação adiante tende a melhorar ou como realmente estão.
O plano de contas a receber deve ser elaborado a partir do mapeamento das
receitas do escritório. Sejam elas as já contratadas ou as que estão previstas no
orçamento, caso já tenha sido feito um. Aqui o gestor da parte financeira vai
pegar cada contrato feito com o cliente e estipular uma data prevista para
recebimento daqueles honorários. As receitas em uma pequena banca,
geralmente, são as seguintes: honorários de êxito cobrados em percentuais sobre
o benefício econômico somente no caso de vitória nas causas; honorários fixos
cobrados no início das demandas e ao final do trabalho; mensalidades de
advocacia de partido (advocacia mensal de consultoria e contencioso); honorários
de sucumbência (pagos pela parte derrotada em um processo judicial); consultas;
cobrança por hora.

REVISTA I BPEA
Página 22
Já o plano de contas a pagar, ah este é fácil. Sempre teremos contas a pagar! Mas
atente-se que somente serão consideradas no plano de contas as que fazem
parte das atividades do escritório. É um erro clássico misturar as contas
profissionais com as particulares. Então, mapeie as contas como aluguel das
instalações, contas de consumo (internet, telefonia e luz), salários de
funcionários, bolsas de estagiários, material de escritório, remuneração dos
sócios e advogados, dentre outros.
Feito o plano de contas a pagar e a receber, o gestor poderá programar a
ferramenta de controle fluxo de caixa, que consiste na projeção do caixa com base
nas informações contidas no plano de contas. Exemplificando, se o caixa do
escritório em 30 de novembro está com dez mil reais. Considerando que o fluxo
de receitas previstas até 30 de dezembro totaliza cinco mil reais, e no mesmo
período o fluxo de pagamento de despesas contabiliza o valor de dez mil reais, ao
fazer a previsão do fluxo de caixa para 1º de Janeiro o gestor encontrará o saldo
de cinco mil reais.
Na medida em que essas básicas ferramentas financeiras são implementadas,
podendo ser até em planilhas de Excel, fica mais fácil tomar decisões. Começamos
a conectar a produção de serviço com a parte financeira, pois sentimos a
necessidade de concluir os serviços para receber o almejado. Olhamos para o
cliente e visualizamos a importância de receber honorários suficientes para
atendê-lo com qualidade.
E assim o sócio responsável pelas finanças do pequeno escritório de
advocacia consegue ter mais tranquilidade e tempo para se dedicar àquilo
que é o mais importante: a prestação de serviços jurídicos com excelência,
valorizando o cliente que confiou a defesa de seus interesses.

REVISTA I BPEA
Página 23
Por Marysol Salustiano

Advogada. Pós-graduada em direito

empresarial pela PUC-RIO. Cursos

pela PUC-RIO em direito das

famílias, planejamento sucessório e

alienação parental. Sócia

fundadora do Escritório Marysol

Salustiano Advocacia. Diretora de

Ensino Acadêmico do IBDFAM

Niterói, Membra da Comissão de

Gestão e Qualificação OAB-RJ,

Membra da Comissão dos

Advogados Correspondentes OAB-

RJ, Secretária Geral e Presidente da

Comissão da Jovem Advocacia do

Instituto Brasileiro de Gestão de

Pequenos Escritórios de Advocacia –

ADVOCACIA
IBPEA.

(contato@msalustianoadv.com.br)

EXTRAJUDICIAL
NOS PMEADV:
UM MERCADO A
EXPLORAR?
REVISTA I BPEA
Página 24
A cultura brasileira da judicialização demonstra uma das causas para a
morosidade do judiciário que mesmo com muitos funcionários sofre com a
avalanche de demandas comprometendo a celeridade dos processos.
Inicialmente, ao deparar-se com uma possível demanda é interessante perceber a
versatilidade das soluções jurídicas cabíveis daquele caso concreto.
O pensamento do estudante de direito e de alguns advogados é que um escritório
de advocacia lida majoritariamente com demandas judiciais sendo difícil observar
as possibilidades além de um processo judicial, até porque na faculdade as
práticas extrajudiciais não são muito estimuladas.
O IBPEA vem protagonizando sobre os assuntos relacionados ao desenvolvimento
e o olhar de um escritório de forma cada vez mais profissionalizada aplicando
elementos de gestão.
Assim, precisamos olhar além do senso comum. Perceber os diversos métodos por
exemplo de resolução de conflito dentre eles a mediação, autocomposição e
arbitragem.
A percepção ė de que o cliente espera a solução e não exatamente o processo.
Contudo, não é só através desses instrumentos que pode se desenvolver opções
eficientes de resolução.
É necessário perceber novos serviços que também podem agregar na prestação
do serviço.
Sabe a responsabilidade de tirar certidões de um inventário extrajudicial? Então,
nenhum advogado é obrigado a se responsabilizar. Em muitos casos o cliente
contrata um despachante para resolver tal questão. Você já pensou que seu
escritório pode oferecer esse serviço?
Esse é apenas um exemplo de que o cliente poderá desfrutar da sua equipe e
automaticamente pensar que sempre que ele precisar poderá procurar pelos
serviços e assim o escritório também contará com essas diligências a mais
colaborando para manter sua estrutura física ou virtual.
Como já dito anteriormente, é necessário focar no custo x benefício relacionando
com o tempo e perceber que além da solução você pode entregar algo a mais.
Extrajudicial em sua maioria é um caminho mais rápido para a solução de qualquer
problema de cliente. Então, não hesite em sugerir as opções extrajudiciais sempre
que possível, pois, existe um vasto mercado a ser explorado.

REVISTA I BPEA
Página 25
Você já pensou em mandar uma notificação extrajudicial ao invés de entrar com o
processo? Essa é uma opção que sempre deve ser sugerida antes da demanda
judicial.
Quando envolver órgãos como INSS, Rio Previdência, INPI, TJRJ, procure se
informar sobre os processos administrativos. Em determinados casos inclusive, é
essencial o administrativo antes do judicial.
Cobre consulta, emita pareceres, valorize o estudo de ao menos 5 (cinco) longos
anos de faculdade fora todos os cursos complementares.
Acredite, as pessoas em geral costumam valorizar aquilo que é pago. O que não é
pago é tido muitas vezes como algo sem valor.
Reflita sobre todas as possibilidades e faça uma inversão de cenário. Pense como
se fosse cliente. O que você gostaria em um escritório de advocacia ? Esse pode
ser o início de uma grande descoberta! E por fim, não desista nunca!.
Siga em frente e desfrute também dessa jornada de aprendizado. Todos os dias
estamos aprendendo em constante evolução.

REVISTA I BPEA
Página 26
Por Rodrigo Toledo

Advogado, Sócio do escritório

DTMA, Professor de Direito e

Processo do Trabalho e Direito

Desportivo, pos graduado em

Direito e Processo do Trabalho

pela UCAM, PHD em Direito

pela UMSA/Argentina, Auditor

Vice Presidente da 2a CDD do

TJD do Futebol do Rio de

Janeiro no período 2012 a

2017. Membro da OAB/RJ e

ABA (American Bar

Association). Voluntário em

vários projetos de Advocacia

Pro Bono. Voluntário do Palm

Beach County School District.

O SONHO
AMERICANO:
É POSSÍVEL!

REVISTA I BPEA
Página 27
Quem nunca sonhou em morar em outro país? Quem nunca sonhou em ter uma
experiência profissional internacional? Quem nunca sonhou em internacionalizar
seu negócio? O leitor pode até não acreditar, mas os Estados Unidos estava, está
e sempre estará de braços abertos para excelentes profissionais.
Certamente, você, leitor, deve estar pensando nesse momento, será que eu,
profissional do Direito, seria bem recebido? E a resposta é sim.
Nesse artigo e nossos próximos artigos da coluna IBPEA – Mercado Internacional
– Estados Unidos, iremos abordar todos os aspetos possível para que você,
Pequeno e Médio Escritório e profissional liberal que sempre sonhou em expandir
“suas fronteiras”, possa, de repente, começar a planejar sua internacionalização.
Como toda empreitada, é preciso se preparar e verificar as condições pessoais,
sejam financeiras ou profissionais, como as condições jurídico migratórias do país,
nesse caso, os Estados Unidos. E esse é um dos principais aspectos no começo
desse projeto. Lembre-se que uma mudança envolve inúmeros riscos. Então
prepare-se!
Existem várias possibilidades para o Profissional do Direito migrar para os EUA. A
mais comum seria uma proposta de trabalho de alguma Empresa Americana. Um
profissional do Direito habilitado no Brasil poderá trabalhar nos Estados Unidos
de forma consultiva.
Normalmente, Empresa Multinacionais, como American Airlines, Latam, IBM, HP
entre outras contratam profissionais do direito para atuarem como “Legal
Counsel”, “Legal Adviser”, “Latam Legal Adviser”. Esses profissionais não
atuarão nas Cortes Americanas, trata-se de uma advocacia consultiva,
normalmente na área tributária, contratual e trabalhista. Para verificar a abertura
dessas vagas, uma das principais ferramentas disponíveis no Brasil é o LinkedIn.
É certo que quando há uma proposta de trabalho, tudo fica mais fácil, porque é
comum que as empresas se responsabilizem por toda questão migratória que
envolve a concessão do visto de trabalho, o grande entrave para adentrar no
mercado americano.
Mas para aqueles que querem empreender, assim como empreendem no Brasil,
também existem possibilidades. Mas antes vamos aos preparativos:

REVISTA I BPEA
Página 28
Primeiros Passos:
Antes de migrar para um país, é sempre ideal verificar se há o preenchimento
detodos os requisitos para a concessão de visto de residência permanente, que no
caso dos Estados Unidos é chamado de “Green Card”, para os profissionais do
Direito os mais comuns seriam baseados no trabalho (Parece contraditório, mas
nos próximos artigos tudo ficará mais claro).
Se sua ideia é expansão de seu pequeno e médio escritório, antes de qualquer
coisa, é necessário que o profissional que irá migrar, verificar as condições para
exercer sua atividade. No caso da Florida, por exemplo, de forma geral, o
profissional do direito com formação no exterior poderá fazer um curso de
aproximadamente 2,5 anos (JD + LLW, o que corresponde a Faculdade de Direito
e o Mestrado) e estará apto a realizar a prova do BAR (Correspondente a OAB).
Há flexibilização das regras em outros Estados, como no da Califórnia, que não
exige curso algum para realizar a prova do BAR, ou em Nova Iorque que só exige o
LLM.
Vale relembrar que em 2016, a Presidente à época da ABA (American Bar
Association) tentou junto ao Presidente da OAB Federal “tratado” de
reconhecimento entre a OAB e ABA, o que seria um facilitador para os
profissionais Brasileiros. Infelizmente, o lado brasileiro não aceitou.
Em relação a questão financeira, importante ressaltar, que não é uma empreitada
barata, apesar das Universidades Americanas oferecerem inúmeras bolsas de
estudo (que podem incluir tudo ou apenas o pagamento da Universidade). Há que
se ponderar custos como habitação, alimentação, entre outros. Para os mais
apressados, é o caminho mais rápido para começar a experiência internacional:
Visto de Estudante de Mestrado, o famoso F1.
Vale uma observação: As Universidades Americanas são conhecidas pela
diversidade de nacionalidades. Algumas concentram determinadas
nacionalidades e outras buscam o equilíbrio, mas certamente pode-se encontrar
um número expressivo de estrangeiros.

REVISTA I BPEA
Página 29
Superada a questão financeira, as Universidades Americanas não vão perder um
aluno só porque ele não fala a língua. Elas fornecem cursos antes do semestre
começar para adaptação na língua e no vocabulário jurídico. Incrível né?
Importante alertar que o estudante nos Estados Unidos não pode trabalhar em
regra geral. É toda regra tem exceção, mas não conte com isso para começar seu
sonho.
Então, se você tem pressa e não quer esperar o próximo artigo, que trará outras
possibilidades, recomendo você procurar no Google sobre “LLM Fair Rio de
Janeiro”. É uma feira realizada por Universidades Americanas com a ajuda da
Embaixada e Consulados Americanos no Brasil. É um feira oficial.
Mas se você não está com pressa e deseja planejar e verificar outras opções,
acompanhe a revista IBPEA, que na próxima edição trará outras formas de imigrar
para os EUA.

REVISTA I BPEA
Página 30
Por Fernanda Costa

Advogada, Professora,

Palestrante, Articulista com

especialização em Processo

Civil, Advogada/sócia do

escritório Ferreira da Costa

Advogados. Membra da

CDHAJOAB/RJ -Comissão de

Direitos Humanos e Assistência

A APLICAÇÃO DO Judiciária – Ordem dos

Advogados do Brasil do Estado

PLANEJAMENTO do Rio de Janeiro, Membra da

Comissão da Jovem Advocacia

ESTRATÉGICO E A do Instituto de Pequenos e

Médios Escritório do Rio de

UTILIZAÇÃO DA Janeiro –IBPEA e Integrante da

Comissão da Mulher do

FERRAMENTA Sindicato dos Advogados do

Estado do Rio de Janeiro.

MATRIZ SWOT
NOS PEQUENOS E
MÉDIOS
ESCRITÓRIOS
DE ADVOCACIA
REVISTA I BPEA
Página 31
A formação acadêmica, na graduação, não possui cadeira para explicitar e
preparar o advogado para a gestão de um escritório, o foco é apenas na formação
plena e efetiva da profissão de Advogado.
O desempenho e a administração de um escritório tornam-se, na maioria das
vezes, intuitiva, levando a erros que podem ser solucionados com o uso de
metodologias de análises e planejamento estratégico.
No meio jurídico, existe um extenso mercado competitivo e o advogado
empreendedor cada vez mais se aprimora para se destacar de seus concorrentes
e com inteligência no seu nicho de atuação, desenvolve-se com metas, objetivos e
ações.
O planejamento estratégico se perfaz de um plano de ação destinado a alcançar
os objetivos específicos em uma estrutura organizacional e cada vez mais
gestores de escritórios de advocacia utilizam ferramentas que auxiliem para o seu
crescimento. Proporcionando uma advocacia eficaz e dando importância aos
aspectos como custos, segurança, prazos e qualidade.
Este amparo para alcançar os melhores resultados são medidas que o Advogado
/Gestor de seu escritório necessita conhecer para especificar os pontos fortes e
fracos, além do posicionamento no mercado jurídico.
A matriz SWOT, na advocacia, trata-se de um método de organizar esse e outros
fatores, possibilitando um planejamento com objetivos mais pontuais, pois é um
verdadeiro clássico da administração estratégica, sendo um diferencial com uma
vantagem competitiva.
A matriz SWOT (strengths, weaknesses, opportunities e threats em Inglês) é uma
técnica amplamente usada para desenvolver de forma analítica a interação entre
forças, fraquezas, oportunidades e ameaças ou, na forma brasileira, a sigla FOFA.
A função dessa ferramenta é avaliar os ambientes interno e externo a um
empreendimento, no caso, um escritório de advocacia, formulando táticas para
otimizar o seu desempenho no mercado. Assim, são analisadas também as
oportunidades e as ameaças, oferecendo uma visão estratégica para quem a
utiliza.
Na prática, deve-se listar cada ponto da matriz SWOT (FOFA).

REVISTA I BPEA
Página 32
Em Forças, elencar as vantagens internas do negócio em relação a seus
concorrentes, como por exemplo: listar as áreas de destaque de seu escritório,
habilidades e pontos positivos.
Já, em Fraqueza são os pontos negativos ou desvantagens: identificar as
limitações do escritório, as áreas e processos que necessitam melhoria.
As Oportunidades se enquadram nas vantagens externas, nos fatores que estão
longe do seu alcance de mudança, mas que podem beneficiar seu negócio, como
exemplo estudo das tendências das áreas de atuação de seu escritório,
observando o que seus concorrentes de destaque fazem e como você pode
melhorar e adequar tais medidas.
Por fim, as Ameaças são o contraponto das oportunidades. Não são passíveis de
controle e envolvem assuntos políticos, sociais e econômicos. Exemplos:
pandemia, novos concorrentes, leis novas que possam dificultar a atuação do
escritório e assim podendo se adequar e minimizar eventuais impactos.
Esta ferramenta estrutural fará uma pesquisa do que deve ser exaltado pelo seu
escritório de advocacia, sendo um benefício em relação aos outros e que se
tornará ainda mais organizado e lucrativo.
Desse modo, você gerará uma matriz, tendo definido estratégias que busquem
potencializar os seus pontos fortes e aproveitar as oportunidades oferecidas,
bem como melhorar os pontos fracos e amenizar as ameaças. Por meio dessa
análise, é possível estabelecer prioridades de atuação, preparar estratégias
assertivas e previsões, tudo isso tendo em mente as condições de mercado e a
capacidade do seu escritório.
Veja o quadro abaixo.

São os fatores que ele deve elencar como


vantagens internas do negócio em relação a seus concorrentes.

São os fatores que ele deve elencar como


desvantagens internas do seu negócio em relação à concorrência.

São forças externas ao seu escritório, fatores que estão longe do


seu alcancede mudança, mas que podem beneficiar seu negócio.

São questões impostas por forças externas e que não são


passíveis de controle, mas que podem prejudicar o seu negócio.

REVISTA I BPEA
Página 33
Com a análise SWOT, seu escritório de advocacia pode organizar ações para
apresentar um melhor desempenho e ter uma gestão estratégica. Assim, suas
futuras tomadas de decisão certamente contribuam fortemente para o seu
crescimento.
Agora que você entendeu o funcionamento da análise SWOT, que tal praticar?

REVISTA I BPEA
Página 34
ENTREVISTA
COM
Luciano
Bandeira
PRESIDENTE
DA
OABRJ

REVISTA I BPEA
Página 35
Pessoal é com grande prazer que a gente chega a nossa sexta
edição da revista do IBPEA, onde teremos a presença do
nosso presidente Luciano Bandeira. Presidente da Seccional
da OAB do Rio de Janeiro, que vai falar um pouco conosco
sobre tudo que foi construído esse ano, na luta nas
perspectivas dos pequenos e médios escritores.
E para essa entrevista e bate-papo teremos: Leonardo de
Cairo Mello, Dra. Vivian Perfeito, Dra. Gabrielle Rocha e Dra.
Gláucia Nascimento. Dr. Luciano muito obrigado por aceitar o
nosso convite. Seja muito bem vindo ao IBPEA mais uma vez,
desde já agradecemos sua colaboração e luta nesse front
junto conosco e pela construção de profissionalização do
nosso segmento e nesse olhar de apoio e luta que tanto
precisamos para nossa advocacia, Luciano. Seja bem vindo e
muito obrigado.

REVISTA I BPEA
Página 36
Tiago de Mello: Eu já faço a primeira pergunta: ano de 2020
muita dificuldade por conta da crise sanitária advindo do
Covid 19: Luciano quais foram os principais desafios que você
acha que a advocacia em especial, os pequenos escritórios
experimentaram?

Luciano Bandeira: Bom dia, obrigado. É um prazer estar


participando. Eu acredito Tiago, que a grande dificuldade, em
primeiro lugar foi o fechamento pleno do poder judiciário,
isso foi uma dificuldade imposta a toda advocacia como um
todo, não só aos pequenos e médios escritórios e depois
disso a implantação de um sistema de virtualização que
demandou para todo mundo muito investimento em
tecnologia de forma muito rápida, de forma muito intensa. A
Ordem conseguiu contribuir pra isso aparelhando suas
estruturas em todo Estado do Rio de Janeiro, para que os
advogados e advogadas pudessem continuar atuando a partir
do momento que essa vida virtual, que esse Judiciário virtual
foi implementado, mas sem dúvida nenhuma os pequenos e
médios escritórios tiveram uma dificuldade maior, porque
foram obrigados a fazer um investimento em tecnologia em
um período muito pequeno de tempo isso impacta ainda mais
no orçamento, como a gente sabe que os pequenos e médios
escritórios, eles para terem sucesso, e aí o IBPEA é uma
ferramenta e a Comissão da Ordem, são ferramentas
importantes terem uma organização administrativa muito
efetiva e poder assim se organizar. E a gente sabe que no
momento de hoje em 2020, depois do Judiciário ficar tanto
tempo fechado, sem nenhuma movimentação, só para
emergência, ninguém está com com sobra de caixa, então isso
foi sem dúvida nenhuma muito importante.

REVISTA I BPEA
Página 37
Agora enfrentamos os problemas que se intensificaram, como
acesso aos magistrados, os ritmos dos processos nesses
problemas que eram comuns e eram tratados no dia a dia, ele
se intensificaram e normalmente os pequenos e médios
escritórios, dado ao número de demandas, ou seja, um acervo
menor de demandas que eles tocam, que eles tem,
normalmente eles sofre mais, porque em uma grande
estrutura, em uma estrutura muito grande, como há um
acervo processos, de demandas muito grande, mesmo tendo
uma dificuldade, tendo uma circulação, um andamento mais
lento, sempre tem alguma coisa acontecendo. No pequeno
médio escritório, que precisa muito que aquele processo
ande, que tenha o seu curso normal, para que assim ele possa
ter seus honorários, ter a organização do seu dia a dia.

Tiago de Mello: Uma coisa que a gente observou Luciano, foi


que com processo de pensar em profissionalizar, observamos
que muitas das pequenas bancas, primeiro não se viam como
escritório se viam como profissionais autônomos, não que
isso seja errado, mas para um fim metodológico de aplicar a
profissionalização, a gente se distancia do próprio passo de
profissionalização, a gente viu que muitos escritórios tinham
como fonte única de receita, a advocacia de diligência, a
advocacia de correspondência e ela sofreu um grande
impacto com fechamento do Fórum. Você acredita que a
partir disso a gente também aprendeu com esse corte na
pele, que devemos diversificar (as atividades), porque se a
gente tem 100% de receita proveniente de uma mesma área
de atuação, como a correspondência, que ficou parada por 4
a 5 meses?

REVISTA I BPEA
Página 38
Luciano Bandeira: É muito difícil! Existem duas consequências
disso. Nós tivemos em razão da pandemia uma implantação
de tecnologia que iria demorar 5 a 10 anos, em um período
muito curto de tempo. E aí impactou. Os advogados
correspondentes já tinham perdido muita coisa em razão dos
processos eletrônicos, porque a partir do momento da
implantação dos processos eletrônicos, até aquele
correspondente que iria conseguir cópias, que vai obter um
despacho no cartório, uma certidão, isso daí se simplificou,
então diminuiu muito a necessidade desse tipo de serviço.
Ainda tinha uma atividade muito intensa que são os
advogados correspondentes que realizavam as audiências,
principalmente as audiências de juizado especiais cíveis. A
virtualização permitiu que o escritório realizasse a audiência
sem precisar de um outro advogado ou de uma outra
advogada no ponto, no local onde audiência estaria sendo
realizada que as vezes era uma comarca distante. Então esse
foi um impacto muito grande. Eu acredito sinceramente que
pode ter um impacto de localidade isso pode efetivamente,
mais a necessidade da mão-de-obra, da atividade do
advogado, da advogada nem tanto, porque continua tendo
que ter um advogado e uma advogada para realizar cada ato
processual mesmo que seja virtual. O mesmo advogado, uma
mesma advogada não vai conseguir realizar duas audiências
virtuais ao mesmo tempo, seria uma coisa complexa. Então
vai continuar tendo a demanda, a necessidade, agora sim a
organização, é algo que a gente está acompanhando, vendo
no dia a dia. O que a Ordem fez? A Ordem imediatamente
aparelhou todas as suas salas e é uma estrutura muito
dispersa no estado todo.

REVISTA I BPEA
Página 39
São 217 pontos em todo Estado do Rio de Janeiro, aparelhou
com as câmeras, com estrutura necessária para que os
advogados e advogadas possam fazer as audiências e
sustentações virtuais. Então permitindo que aquele escritório
que já demandava o serviço dele, pra ele não precisar ampliar
a sua estrutura, ele pode continuar utilizando esse serviço e
aquele advogado e aquela advogada pode fazer audiência
virtualmente, isso é algo, Tiago, que estamos acompanhando,
estamos vendo como isso vai se desenvolver. Mais em uma
primeira, ainda que seja muito cedo, é mais fácil analisar
esses fatos em perspectiva, ainda acho muito cedo, mas
vamos ver se vai funcionar dessa forma, como vai ser
organizar o mercado de advocacia nesse ponto.

Gabrielle Rocha: Prazer Dr. Luciano! Está aqui conosco e


queria trazer aqui uma reflexão sobre os advogados
correspondentes que se viram nesse momento um pouco
perdidos, pois não cuidavam da gestão dos seus escritórios
de um modo completo e acabavam somente fazendo
audiências em si e nesse momento encerraram-se as
atividades. Gostaria de saber qual a importância que você
entende que a OAB tem nesse momento para fornecer cursos
e especializações, para o advogado buscar aprendizado e
como referência o de gestão que a nossa comissão tenta
trazer?

Luciano Bandeira: Para mim é um prazer estar aqui, estou


muito feliz de poder conversar com vocês hoje nesta manhã.
Bem, o que a gente vê? Primeiro vamos separar o que a
Ordem pode fazer. O que a ordem pode fazer primeiro é criar
a estrutura para que esses advogados e advogadas não
fiquem afastados impedidos de realizar (seus trabalhos)

REVISTA I BPEA
Página 40
muitas vezes pela ausência de poder fazer investimentos nos
escritórios em tecnologia. Então isso a Ordem fez. Nenhum
advogado e nenhuma advogada vão ficar sem exercer a
profissão, mesmo no mundo virtual porque ele tem a
estrutura da ordem espalhada por todo Estado. Maiores ou
menores, mais em uma estrutura muito grande. São mais de
3.000 computadores, câmeras, 217 estruturas, centrais
digitalização, peticionamento, então esse investimento a
Ordem vem fazendo e intensificou nesse momento. Agora,
sem dúvida nenhuma em um mercado, em uma estrutura
diferente, em uma estrutura em que passamos a ter um fator
da tecnologia influenciando muito a nossa atividade, no
direito mesmo que é uma atividade muito dinâmica, que os
mercados se expandem, temos agora a Lei Geral de Proteção
de Dados, que é o mercado absolutamente novo que surgiu
agora para a advocacia, eu acredito que eu passo
fundamental que Ordem está dando é com essa parceria com
o IBPEA de investimento na gestão, no investimento na
carreira, investimento na organização, como se apresentar
para os clientes, como organizar seu escritório e ter aquela
gestão, como promover a sua própria atividade profissional.
Então esses cursos e essa atividade são fundamentais para
isso, para levar para esses advogados e advogadas essas
noções, que vão fazer sim (diferença), pois as vezes, parece
que não, pois as pessoas acham “que sempre fiz assim e
continuarei fazendo assim”, mas as pessoas não tem ideia de
como organizar metodologicamente a sua atividade traz
resultados efetivos. Então eu acho que essa parceria é muito
importante e vamos levar cada vez mais conhecimento para
esses advogados e advogadas e tenho certeza que isso será
fundamental nesse momento de transição da advocacia.

REVISTA I BPEA
Página 41
Leonardo Cairo de Mello: Presidente, Leonardo Cairo falando
e é um prazer estar aqui falando com você hoje. A minha
pergunta é no sentido de que a pandemia trouxe uma
escassez momentânea de oportunidades, aparentemente,
mas na verdade a gente como a gente do direito, como
advogado na ponta da lança, no dia-a-dia, sabemos também
que nascem muitas oportunidades a partir da crise, como o
senhor ver essas oportunidades e se o senhor pode elencar
para as pessoas que vão assistir esse vídeo posteriormente o
que os pequenos e médios escritórios podem ter como
oportunidades de mercado frente a essa nova perspectiva?

Luciano Bandeira: Eu acredito em duas coisas, tudo tem um


lado bom e um lado ruim, um lado difícil e um lado positivo, eu
acredito que a virtualização, essa tecnologia, ela também, em
um primeiro momento pode parecer que prejudica o pequeno
e o médio escritório, mas ela dá vantagem competitiva para o
pequeno e médio escritório. Eu acredito que é uma forma do
pequeno e médio escritório ter uma facilidade para se colocar
no mercado, se colocar para atender os clientes, se colocar
para a efetivação da atividade como escritório advocacia,
esse é um ponto. Eu acredito que traz oportunidade. E essas
oportunidades, eu vejo de uma forma muito clara, e aqui
passando pela presença da Ordem a gente acaba tendo
contato com todas as áreas seja do Executivo, do Legislativo,
do Judiciário, com a área empresarial, com as empresas, e a
gente vê uma perspectiva de que temos muitas
oportunidades em razão da própria pandemia. E a gente vê
como exemplo, vamos começar, ano passado tivemos a maior
alteração, a maior mudança da Constituição de 1988, que foi
a reforma da Previdência.

REVISTA I BPEA
Página 42
A Reforma da Previdência vai demandar um período de
atuação da advocacia para assentar esses princípios que
foram alterados de como vai ser interpretado e de como vai se
aplicar e a gente vê que no momento de pandemia é natural
que a população busque ainda mais o auxílio da assistência
social, gerando ainda mais demanda entre o contribuinte,
entre o beneficiário da assistência social, o cidadão e o órgão
estatal de Previdência Social, então nós vamos precisar de
muitos advogados e advogadas para ajudarem a equilibrar
isso e a pacificar essa ideia e é um mercado imenso que está
longe de diminuir ao contrário é um mercado que aumenta
todos os dias, o mercado previdenciário. Mas não é só isso, eu
falei aqui agora, nós temos uma nova área, um novo ramo do
direito, inteiramente novo para ser explorado que é a da Lei
Geral de Proteção de Dados, então o direito tem isso, esse
dinamismo, essa modificação de áreas e isso é o mercado que
vai trazer muito trabalho para advocacia, mas advocacia
precisa se especializar, precisa se atualizar, ela precisa estar
preparada para aproveitar essas oportunidades e aí
especificamente quanto a pandemia ela mexeu de forma muito
profunda na sociedade, na questão legislativa, como por
exemplo, um aumento muito grande na área trabalhista,
tivemos duas medidas provisórias, as medidas provisórias
foram aplicadas e somente uma delas virou lei a outra não,
como a gente vai enfrentar isso? Iremos precisar de
advogados e advogadas para que tratem dessa questão na
Justiça do trabalho ou até mesmo através das discussões
sindicais para que possa pacificar e superar esse momento.
Então tem muito trabalho já nessa área e em todas as outras
áreas hoje.

REVISTA I BPEA
Página 43
Na área imobiliária então, a advocacia está discutindo as
questões revisionais, o despejo se pode ou não, como se
regula essa atividade, reduz o aluguel, aumenta aluguel, as
questões relativas ao mercado imobiliário estão muito
intensas neste momento de pandemia. Da mesma forma
outras áreas do Direito como, por exemplo, os próprios
Juizados Especiais Cíveis que tratam muito das questões de
consumo, a um aumento muito grande no número de demandas
porque em razão da pandemia as pessoas tiveram a utilização
do comércio eletrônico, do cancelamento de viagens,
cancelamento de passagens aéreas, entrega de mercadorias
tudo isso gera conflitos e precisamos de advogados para
atuar, e isso vai de todas as áreas do direito. Os contratos
bancários estão sendo discutidos, os contratos financeiros
neste momento de pandemia. No tributário mesmo, todo
mundo que atua na área tributária sabe, todo mundo
impetrando mandado de segurança para postergar a
obrigatoriedade do pagamento de tributos nesse momento de
pandemia. Então eu vejo, sinceramente, no momento uma
oportunidade muito grande para advocacia, vejo uma
perspectiva para o próximo ano, para os próximos 2 a 3 anos
que é de muita demanda de uma atuação muito intensa, mas
os advogados e advogadas precisam ter uma estrutura
organizada, uma organização, um método bem ajustado, para
que eles possam aproveitar essas oportunidades.

Vivian Perfeito: Doutor Luciano primeiro é uma honra estar


aqui contigo. Muito obrigada pelo seu tempo, eu tenho uma
pergunta que é baseada um pouquinho com a minha
experiência cá Portugal.

REVISTA I BPEA
Página 44
Bom, a pandemia veio reforçar a necessidade dos
profissionais de advocacia pensar não só na parte técnica,
mas também na parte de gestão, em como lidar com os
desafios da reestruturação do seu escritório. Aqui em
Portugal, nós tivemos algumas críticas porque a Ordem
também foi pega de surpresa e demorou um bocadinho para
fornecer informações da parte técnica, das legislações que
estavam a surgir, mas especialmente por não termos tido
oportunidade de termos refletido juntos no tocante à gestão,
como os advogados conseguiriam se sobrepor a essa situação
tão inesperada e repensar a sua atividade enquanto
estrutura, então participando na Ordem dos Advogados do
Brasil eu tive a honra e a graça de poder contar com as escola
de gestão. A escola de gestão veio e foi assertiva, veio ao
abraço dessa carência de formação, então eu gostaria de
ouvir um pouquinho do doutor, quais são os planos para 2021
em relação a essa formação, a concessão de conhecimento
para os advogados não só na área técnica, mas também de
profissionalizar a sua atividade e se apresentar para o
mercado. Obrigada.

Luciano Bandeira: Obrigado. É importante ter esse feedback


da realidade de Portugal, aqui a Ordem se preocupou muito
logo no início, o que que a gente fez no primeiro momento?
No momento do Lockdown, da pandemia aqui, nós investimos
na tecnologia nas nossas salas que nós chamamos de
escritórios compartilhados, a nossa área de Coworking e
conseguimos atingir uma estrutura muito grande no Estado
do Rio de Janeiro para atender toda a advocacia. Como falei
já são 217 pontos de atendimentos em todo o estado, nos 92
municípios.

REVISTA I BPEA
Página 45
Então esse foi o primeiro investimento, a gente garantiu que
nenhum advogado e nenhuma advogada ficaria sem trabalhar
por não ter acesso à tecnologia, por não ter a estrutura
necessária para enfrentar esse momento. Esse foi o primeiro
foco, e ao mesmo tempo nós já tínhamos esse projeto em
parceria com o IBPEA para investir na organização dos
pequenos e médios escritórios de advocacia, para que eles
tenham uma profissionalização na sua estrutura, na forma de
se organizar, na forma de se apresentar para os clientes, o
foco em conquistar novos mercados, como isso se apresenta
existe uma metodologia, demanda estudo, demanda
preparação, então a gente já tinha essa ideia, a gente
continuou fazendo não presencial, mas de modo virtual esses
cursos de aperfeiçoamento, essas palestras. A gente vai
continuar intensificando isso no ano de 2021, porque a gente
entende que isso é fundamental para sobrevivência de
qualquer estrutura organizada de trabalho, principalmente
dos pequenos e médios escritórios de advocacia, ao mesmo
tempo a Ordem do Rio de Janeiro ela tem um investimento
muito grande em formação, seja através da sua escola
superior de advocacia que a gente consegue fazer cursos
mais longos, cursos completos de todas as áreas com custo
muito baixo, porque nós não visamos o lucro, então o custo
que tem ali é só para pagar o professor para dar aula, então a
gente consegue ter uma competitividade, uma possibilidade
de formação com recurso muito barato, e a Ordem continua
fazendo o que sempre fez, trazendo grandes nomes para os
cursos, trazendo palestras com ministros do Supremo
Tribunal Federal, das Cortes Superiores do Judiciário de cada
Estado, grandes professores, juristas, grandes advogados e
advogadas falando sobre temas importantes, por exemplo a
TV da OAB no YouTube, que é gratuito e o acesso é livre para
advocacia.

REVISTA I BPEA
Página 46
Nós temos mais de duas mil horas de cursos e palestras em
todas as áreas, disponíveis para ser assistido para advocacia,
a gente vai continuar investindo nisso, continuar trazendo
grandes nomes de cada área para falar sobre aquele tema, e
a gente podendo complementar com cursos mais extensivos
na escola superior de advocacia, eu acredito que a gente está
fazendo e a gente vai continuar fazendo, eu acredito nesse
foco de apoio tecnológico, formação na organização,
metodologia e formação profissional continuada.

Gláucia Nascimento: Bom dia a todos. Bom dia Doutor


Luciano. Queria aproveitar que hoje é o dia da Consciência
Negra, e teve uma avaliação feita ano passado que disse que
a diferença entre negros e brancos é de 31% de modo geral,
esse ano com vários atos racistas e que ganharam mídia
nacional, eu queria perguntar a você, em especial na
advocacia carioca, você acha que o racismo estrutural atinge
a advocacia carioca na oportunidade de emprego, de abrir
uma banca, e ocupar cargos da própria OAB, e qual seu olhar
quanto a isso?

Luciano Bandeira: O racismo estrutural é uma chaga da


sociedade brasileira que não foi superado ainda, então lógico
que atinge todas as áreas em todos os momentos por ser
estrutural é algo que tá presente na sociedade em todas as
áreas, a Ordem do Rio de Janeiro criou diretorias, criou a
primeira Diretoria de Igualdade Racial que trabalha
justamente essas questões mais específicas especificamente
da discriminação, da injúria racial, dos crimes de racismo,
trabalha muito isso promovendo essa conscientização em
primeiro lugar.

REVISTA I BPEA
Página 47
E ao mesmo tempo se não estivermos aqui no embrião ao que
eu considero muito importante, que vai ser um passo muito
fundamental para a superação desse racismo estrutural, que
foi a criação da Comissão da Reparação da Escravidão Negra.
Que essa discussão importante do Estado Brasileiro em razão
dessa chaga que foi escravidão, e aí começa todo processo
do racismo entranhado na estrutura da nossa sociedade, a
partir disso a gente consegue integrar advogados e
advogadas na estrutura da Ordem. Hoje a Ordem do Rio de
Janeiro tem a participação efetiva de advogados e
advogadas negras em várias áreas em áreas importantes,
como conselheiros efetivos, presidentes de comissão, e eu
acho que é um caminho natural, agora é algo que a gente
precisa trabalhar todo dia, porque a gente não vai conseguir
sem uma atuação efetiva diária modificar algo dentro da
nossa sociedade há 500 anos, a gente tem um trabalho muito
forte da Ordem do Rio de Janeiro que começou até quando
eu era presidente da Comissão, antes de ser presidente, era
da Comissão de Prerrogativas que a gente passou a discutir,
que começamos com o movimento chamado desaparecidos da
democracia que tratava especificamente do extermínio da
Juventude Negra nas comunidades nas periferias das
grandes cidades no Rio de Janeiro, que mais de 80% das
mortes por violência policial elas ocorrem por jovens negros
entre 16 e 25 anos. Isso é a massa de pessoas que sofrem
essa violência, que acabam morrendo nesse conflito, então é
esse o novo foco de mostrar abordagem de cuidado que a
gente não pode aceitar passivamente como sociedade, o
extermínio do futuro de geração de jovens negros, que eles
teriam que ter a oportunidade para se posicionar no mercado,
a capacidade de se desenvolver socialmente,

REVISTA I BPEA
Página 48
educacionalmente, e economicamente, para que eles possam
integrar cada vez mais a sociedade de forma igual, o que a
gente busca é igualdade não é a discriminação, não é
diferença, é dizer que todos são iguais, todos têm as mesmas
oportunidades, por isso que a Ordem do Rio, ela foi uma das
grandes, uma das embrionárias defensoras do sistema de
cotas das universidades públicas, que a gente acredita
efetivamente que as ações afirmativas elas são
fundamentais para superação desse sistema, dessa estrutura
que nós temos hoje no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro.

Tiago de Mello: Presidente, obrigado, a gente está


caminhando já para o final. Obrigado pela sua disposição,
vou fazer uma rodada final com todo mundo e vou pedir para
todo mundo ser bem objetivo nas perguntas, que a gente já
deu o tempo do presidente Luciano. Já nessa etapa final,
pensando no ano que vem, nos seus projetos da Ordem, nessa
perspectiva também dos pequenos escritórios. O que você
pensa sobre esse link que a gente pode ter juntos ao pensar
nas graduações, já que você estava falando sobre essa
deficiência que nós temos, na forma de pensar a graduação
sobre a gestão dos pequenos escritórios, sobre percepção de
mercado. Existe alguma coisa que a gente possa contribuir
com a graduação, eu sei que passa pelo MEC, que é uma
discussão nacional, mas o que que você pensa que a gente
poderia contribuir já pensando por próximo ano?

Luciano Bandeira: São dois fatores, duas questões que eu


acho muito importante que a gente deveria ter na graduação
e não temos, e que já uma delas nossa comissão de educação
já trabalha muito com esse tema.

REVISTA I BPEA
Página 49
Primeiro que é questão das prerrogativas, da deontologia que
não é ensinado nos bancos da faculdade de Direito, e a
segunda sem dúvida nenhuma, o método e a organização dos
escritórios, eu acredito que ter um período ou dois para
começar a matéria eu acho que é fundamental, primeiro
porque a gente sai dos bancos da faculdade sem nenhuma
noção de como estruturar e organizar a nossa atividade
profissional, e isso deveria ser o foco na formação nas
faculdades, então acho muito importante.

Gabrielle Rocha: Eu queria saber do doutor Luciano, qual


aconselhamento ele dá para essa advocacia de pequena
banca, como você pode trazer para a gente, é possível viver
da advocacia? Você pode trazer a sua experiência para a
gente?

Luciano Bandeira: Eu acredito que sim, eu sou advogado há


26 anos eu nunca tive outra atividade profissional, eu nunca
tive nenhum emprego público, nenhuma outra atividade, eu
só fui advogado e acredito muito na profissão, é uma
profissão com muitas oportunidades, mas tem que ter um
foco muito no aperfeiçoamento continuado e estudar, estar
focado vendo as oportunidades, eu acredito que a gente está
vivendo um momento que, apesar de um momento difícil da
pandemia, um momento com muitas oportunidades e dizer
que ninguém no Estado do Rio de Janeiro, ninguém vai ficar
sem trabalhar por falta de estrutura, a Ordem do Rio de
Janeiro tem a maior estrutura de apoio a advocacia do Brasil,
desde o plano odontológico para todos os advogados,
transporte, estrutura de Coworking de escritórios
compartilhados, Central de peticionamento.

REVISTA I BPEA
Página 50
Então os advogados e advogadas tem que saber que tem uma
estrutura pronta, que vocês podem utilizar principalmente
naquele momento inicial de sua advocacia, ou em qualquer
outro momento, fazer reunião, atender cliente, peticionar,
digitalizar, tudo isso tá disponível para todos vocês, e a
Ordem está aqui para ajudar vocês, procurem a Ordem que
vai ter uma resposta, e vai ajudar a cada um de vocês.

Leonardo Cairo de Mello: Presidente a gente vê o movimento


social hoje, de sempre tentar buscar colocar as minorias
representadas dentro dos órgãos, embora os pequenos e
médios escritórios sejam em volume a maioria da mão de obra
da advocacia, tanto no Rio de Janeiro quanto no Brasil, nós
não vemos muito a representatividade dos pequenos e
médios escritórios de advocacia na Ordem, no Tribunal de
Justiça. Em relação ao quinto constitucional, o que a OAB po
de promover em relação com os pequenos e médios
escritórios, em relação a representatividade?

Luciano Bandeira: Bom, eu acredito que é tentar transformar


esses projetos mais democráticos possíveis, e a Ordem do RJ
tem feito isso, um dos exemplos dessa parceria com o IBPEA
para democratizar o acesso à informação, o acesso ao
conhecimento que é muito importante, e aí naturalmente as
pessoas vão se pegar a você, tendo estruturação, vai sobrar
tempo para participar em outras circunstâncias, participar da
Ordem, participar de Comissões, participar da estrutura, ser
Conselheiro, a questão do quinto constitucional eu acho que
a gente tem que fazer da forma mais transparente e
democrática para garantir que qualquer um possa participar.

REVISTA I BPEA
Página 51
Porque o quinto constitucional é um processo em três etapas,
a Ordem faz uma lista sêxtupla, o Tribunal uma lista tríplice, e
o governador escolhendo um desses nomes, o governador
nomeia, então a gente tem que dar transparência, divulgação,
informação e estimular que as pessoas participem apoiando
quem tiver todos aqueles nomes que foram escolhidos pela
advocacia para participar dessa lista do quinto
constitucional.

Vivian Perfeito: Senhor Presidente, Bom a pandemia


transformou o mundo um pouco off-line, e totalmente digital
de forma abrupta e sem precedentes, isso já estava
acontecendo mas ganhou uma proporção muito grande a uma
preocupação, é um dever nosso de não mercantilizar nossa
profissão e mais é nosso Ofício, mas como todo mundo hoje
está a viver dentro desta telinha do telemóvel , enfim do
computador. Qual o olhar da Ordem para utilização dessas
ferramentas de marketing jurídico, das redes sociais, como
tem sido os advogados têm utilizado as redes sociais para se
apresentar em um mercado. Qual o olhar da Ordem em
relação de limites? Qual é o limite? Ainda não tínhamos
precisado pensar tanto nisso, porque o mundo era um pouco
fora do ambiente digital, porém hoje estamos todos
acometidos a essa situação, e trouxe a nossa atividade essa
apresentação para um mercado online, gostaria de ouvir o
doutor um pouquinho nesse sentido.

Luciano Bandeira: Eu tenho uma posição muito clara, eu sou


absolutamente favorável a utilização das redes sociais, da
internet para promoção e divulgação dos serviços da
advocacia.

REVISTA I BPEA
Página 52
A grande discussão que existe hoje não é quanto à utilização
das redes sociais, da internet para divulgar a sua atividade
profissional, a forma lógico como não é mercantil, você não tá
vendendo produto, mas você pode apresentar opinião
jurídica, agora grande discussão que eu sou absolutamente
favorável é a questão do impulsionamento, se pode ou não
ter o impulsionamento. Eu acredito que a divulgação nas
redes sociais, ela é muito boa, ela ajuda a tecnologia, a
virtualização tem um lado bom também, ela iguala um pouco
nas condições do pequeno e médio escritório com uma grande
estrutura, porque a partir do momento que você tem a
virtualização, não só a grande estrutura tem a capacidade de
deslocar um advogado para sustentar no Supremo Tribunal
Federal ou nas Cortes Superiores, pois qualquer escritório
pequeno ou médio, através da estrutura virtual, ele pode
fazer esse trabalho da mesma forma. Isso permite que o
menor investimento, com uma estrutura mais enxuta, ele
possa atender, fazer reuniões virtuais, como nós estamos
fazendo aqui hoje, então acredito que a as redes sociais
ajudam na divulgação, é muito importante dentro dos limites
do nosso Estatuto que você não está vendendo o produto,
mas você pode apresentar ideias, mostrar como o escritório
desenvolve aquela atividade, como é aquela vitória que você
tem do processo que você fixa um parâmetro, é um
entendimento, inicia uma jurisprudência, modificam
entendimento, tudo isso indiretamente atrai pessoas para
tomar o serviço daquele advogado, daquela advogada. Eu sou
a favor inclusive do impulsionamento, a discussão que existe
hoje aqui é a possibilidade ou não do impulsionamento que
deve ser decidida talvez no início do ano que vem, com
Conselho Federal pela Ordem Nacional, pelo Conselho
Federal da Ordem que vai pacificar essa situação em todo o
Brasil.

REVISTA I BPEA
Página 53
Gláucia Nascimento: Estamos indo para finalização já, eu
agradeço sua resposta, é muito importante saber que você tá
preocupado com essa questão social, é muito importante ver
a nossa escola, os alunos, a gente vê aqui toda essa
estrutura, Portugal, todo mundo aqui. Se vê representado
também quando a gente entra na sala, e vê todo mundo. Qual
a sua visão, sua perspectiva para 2021 com a nossa escola de
gestão?

Luciano Bandeira: Bom, é uma aposta muito grande da OAB


do Rio de Janeiro, nós vamos continuar incentivando para
que a escola possa atingir ao número máximo, possa alcançar
o número máximo de formação de advogados e advogadas,
porque vai ser muito positivo para advocacia, vai ser positivo
até para todas as pessoas que tomam os serviços dos
advogados e das advogadas, por que um escritório bem
organizado, bem estruturado, permite uma melhor prestação
de serviços pelos advogados e advogadas, então
investimento vai continuar sendo, em quem continuar apoio a
essa ideia, e que a gente quer que pelo menos todo mundo
que atua individualmente ou num pequeno e médio escritório,
tenha a oportunidade de usufruir dos cursos que o IBPEA e a
Ordem estão desenvolvendo, e oferecendo gratuitamente
para todos da advocacia.

REVISTA I BPEA
Página 54
Tiago de Mello: Presidente Luciano Bandeira, muito obrigado
pela participação, ficamos lisonjeados com a sua participação
aqui conosco na sexta edição da revista do IBPEA, ficamos
todos gratos com as suas posições, vamos utilizar algumas
delas para a aula da escola de gestão, e gostaríamos que
você deixasse alguma fala para todos da revista, do IBPEA, e
da nossa escola de gestão um plano para 2021, alguma
consideração final. Um abraço fraterno de todos nós do
IBPEA, e da nossa Comissão de Qualificação e Gestão dos
pequenos e médios escritórios de advocacia da OAB do Rio
de Janeiro.

Luciano Bandeira: Queria dizer que a gente vai continuar


investindo em formação, organização, método para apoiar
cada um e aproveite, utilize isso. Procurem um curso, vejam
os dias que vai ter, porque a gente vai levar isso para todo o
Estado do Rio de Janeiro e aproveitem por que vai ser muito
importante, eu posso dizer que vai ser até decisivo na
carreira de cada um de vocês, então utilizem isso e
parabenizo a Comissão e o IBPEA pela iniciativa que está
fazendo um grande trabalho para advocacia do nosso Estado.

I BPEAINSTITUTO BRASILEIRO
Comissão de Qualificação e Gestão
DE PEQUENOS ESCRITÓRIOS
DE ADVOCACIA de Pequenos e Médios Escritórios
de Advocacia

REVISTA I BPEA
Página 55
Acesse a entrevista na
íntegra, disponível no
Canal do IBPEA no
YouTube, clicando no
ícone acima

REVISTA I BPEA
Página 56
I BPEAINSTITUTO BRASILEIRO
DE PEQUENOS ESCRITÓRIOS
DE ADVOCACIA

ARTICULISTAS
Antonio Paulo Barça
Fernanda Costa
Gabrielle Rocha
Gláucia Nascimento da Silva
Marcelo Barça
Marysol Salustiano
Rodrigo Toledo
Vivian Perfeito

CONSELHO
EDITORIAL
André Luiz de Paiva Vaz
Antonio Paulo Barça
Gláucia Nascimento da Silva
Tiago de Mello Cunha

PROJETO GRÁFICO
Gláucia Nascimento da Silva

Você também pode gostar