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DEBUS, Allen G. O Homem e a natureza no Renascimento. Porto: Porto Editora, 2002.

In: Cap. I: Tradição e Reforma. Pág. 1-16; Cap. III: O estudo da natureza num mundo
em mudança. Pág. 35-54.

Para os aristotélicos, os plantonistas e os paracelsistas do século XVI, o mundo era


encarado como estando vivo – e a todos os níveis. Não é raro ler descrições teóricas de
impregnação da terra por sementes astrais, resultando no desenvolvimento de metais em
veios.

O conhecimento medieval dos animais provinha, em larga medida, da História Natural,


de Plinio o Velho, escrita no século I da nossa era. A tradição enciclopédica do Plínio
manteve-se produtiva nos séculos XVI e XVIII. Os escritos de Conrad Gesner (1516-
1565), abarcavam todos os aspectos do conhecimento e a Biblotheca universalis. O
conteúdo das obras de Gesner e de Aldrovandi abarcava tudo – todas os aspectos dos
animais -.

Igualmente significativo era o fato de as descrições da flora e da fauna serem cada vez
mais pormenorizadas em resultado das explorações do século XVI.

O conhecimento médico de plantas pode ser reconstituído até um período remoto, mas o
estudo da botânica propriamente dita não constitui uma parte importante da filosofia
natural da antiguidade. Os trabalhos de Dioscórides, tiveram, aparentemente, uma
influência limitada na ilustração renascentista de plantas, porque a necessidade de novas
pinturas de espécimes vivos tinha sido reconhecida antes deste período.

A insuficiência dos herbários anteriores foi-se tornando cada vez mais evidente no
decurso do século XVI, a riqueza do novo material sobre plantas trazido para a Europa
por viajantes, não descreviam apenas animais estranhos, mas também a riqueza mineral
e a flora fora do vulgar. Entre os mais preciosos destes tesouros, encontravam-se as
inúmeras ervas novas usadas como medicamentos pelos nativos, as quais prometiam
nova esperança de cura para doenças supostamente incuráveis na Europa. A principal
fonte sobre as plantas medicinais da India era Garcia de Orta (1501-1568)

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