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Abuso e Dependência
Tratamento da
dosFase
Solventes
Aguda
do Acidente Vascular Cerebral
Associação
Academia Brasileira de Neurologia
Psiquiatria
Elaboração Final: 13
24 de Fevereiro
Julho de 2001
de 2008
Autoria: Ribeiro
Gagliardi
M,RJ,
Marques
Raffin CN,
ACPRFábio SRC
Grupo Assessor: Bacellar
Colaboradores: LaranjeiraA,R.Longo
- coordenador.
AL, MassaroAlves
AR,HNP,
MoroAraújo
CHC, MR,
André C,
Baltieri DA,
Nóvak
Bernardo
EM, Dias-Tosta
WM, Castro E, LAGP,
Yamamoto
Karniol
FI, IG,
Damiani IT, Maciel
Kerr-Corrêa F, Nicastri
Jr JA,
S, Fernandes
Nobre MRC, JG,Oliveira
Vega MG,RA,
FukujimaM,
Romano MM, Seibel
Lanna
SD,MA,
SilvaOliveira
CJ. RMC, Melo-
Souza SE, Novis SAP, Tognola WA
1
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
OBJETIVO:
Auxiliar o médico que faz atendimento geral, ou primário, a reconhecer,
orientar, tratar ou encaminhar ao serviço especializado o usuário com
potencial de desenvolver, ou que já apresenta, abuso ou dependência dos
solventes.
PROCEDIMENTOS:
• Reconhecimento das susbtâncias encontradas nos solventes;
• Abordagem dos quadros agudos;
• Abordagem das complicações crônicas.
INTRODUÇÃO
Aerossóis
• butano, propano, fluorocarbonos,
• sprays de tinta, cabelo, desodorantes
tolueno, hidrocarbonetos
Anestésicos
• gasosos • óxido nitroso
• líquidos • halotano
• locais • cloridrato de etila
Produtos de limpeza
• fluidos para limpeza a seco, removedores • tetracloroetileno, tricloroetano, cloridrato
de manchas, detergentes de metila
Solventes
• removedores • acetona, tolueno, cloridrato
de metila, metanol
• gases combustíveis
• butano
• gás de isqueiros • butano, isopropano
problemas agudos e crônicos decorrentes da ex- alerta, incoordenação motora e piora das alu-
posição à ação de solventes4(C). Diversos usuá- cinações. A intoxicação pode atingir níveis
rios crônicos apresentam quadros neurológicos ainda mais profundos de depressão, com es-
graves5(D). tado de inconsciência, convulsões, coma e
morte5(D). Os solventes são depressores car-
Após a inalação, os solventes alcançam os díacos (ação miocárdica direta) e respirató-
alvéolos e capilares pulmonares e são distribuí- rios. Arritmias decorrentes do uso agudo já
dos pelas membranas lipídicas do organismo. foram relatadas6(D). Traumas relacionados
O pico plasmático é atingido entre 15 a 30 à incoordenação e distraibilidade decorren-
minutos 1(D). O metabolismo é variável: tes da intoxicação são maiores nessa popu-
nitratos e hidrocarbonetos aromáticos são lação 5 (D).
metabolizados pelo sistema hepático micros-
somal. Alguns solventes possuem metabólitos Intoxicações graves, com depressão
ativos mais potentes que a substância inicial. repiratória, coma, arritmias cardíacas e convul-
A eliminação pode ser renal ou pulmonar. sões são emergências médicas e devem receber
tratamento imediato segundo procedimentos de
O mecanismo de ação dos solventes é pou- rotina. Intoxicações menos graves devem rece-
co entendido, tendo em vista a variedade de clas- ber intervenções suportivas como manutenção
ses químicas envolvidas e a freqüente associa- dos sinais vitais, controle da agitação até con-
ção entre solventes e poliabuso. Clinicamente trole do quadro5(D).
funcionam como depressores centrais 5(D).
Seus efeitos intensos e efêmeros estimulam o COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
uso continuado (rush), principalmente em
usuários crônicos, população com propensão sig- Atrofias corticais e cerebelares são possí-
nificativa ao uso nocivo e continuado. Há con- veis em usuários crônicos, produzindo sin-
trovérsias quanto à existência de tolerância e tomas de empobrecimento cognitivo, sinto-
síndrome de abstinência para essa classe5(D). mas relacionados aos ner vos cranianos e
ataxia6(D). A N-hexano (benzina) tem me-
COMPLICAÇÕES AGUDAS tabolismo hepático, com produção de
metabólitos ativos causadores de toxicidade
Doses iniciais trazem ao usuário uma sen- para os ner vos periféricos, levando a
sação de euforia e desinibição, associada a neuropatias 6(D). Pode haver ainda insufi-
tinidos e zumbidos, ataxia, risos imotivados ciência renal crônica, hepatites tóxicas,
e fala pastosa. Com o prosseguimento do uso, náuseas, vômitos, dores abdominais difusas,
surgem manifestações congruentes com a de- diarréia, pneumonites químicas, tosse e
pressão do SNC: confusão mental, deso- broncoespasmos6(D). A abstinência é o me-
rientação e possíveis alucinações visuais e au- lhor a ser feito nestes casos. O tratamento
ditivas. A terceira etapa acentua a depres- de cada uma das complicações deve ser pres-
são central, com redução do estado de crito de acordo com diretrizes específicas.