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RESUMO:
Este trabalho foi desenvolvido como requisito do processo de avaliação da
disciplina Filologia Românica, ministrada pela professora dra. Benedita Maria
do Socorro Campos Sousa, com o objetivo de pesquisar, investigar e conceituar
os topônimos escolhidos para nomear os municípios do Baixo Tocantins, bem
como descobrir a motivação por trás de suas nomenclaturas, levando em
consideração os contextos: históricos, culturais e geográficos no qual eles foram
desenvolvidos. Para isso, temos como base de nossa pesquisa contribuições
teóricas de Dick (1990), Lima (2008), Bastiani (2017) e Andrade (2010).
Contamos também com documentos de valor histórico escritos, esses os quais
tornam possíveis os estudos dos topônimos atualmente.
1. INTRODUÇÃO
Investigar a língua abrange diversas possibilidades para compreender as
transformações sócio-históricas de determinadas palavras existentes no português, desde
sua origem até os tempos atuais, remontando no passado às suas origens, sua formação e
todas as transformações que essa mesma língua passou levando em consideração sua
evolução através do tempo e do espaço.
É nesse contexto que se define a filologia como uma forma de interpretar e
explicar os textos escritos (LIMA, 2008, p.14). Assim, uma das maneiras de se
recuperar e ter conhecimento de uma língua é por meio de textos antigos e, por isso, a
análise filológica possui grande importância para reconstrução da história.
Para compreender melhor como a língua pode ser investigada sob a perspectiva
histórica, a Toponímia é um termo proveniente do grego, em que topos (τόπος) significa
‘lugar’ e onoma (ὄνοµα) significa ‘nome’, ou seja, a toponímia é a disciplina
responsável por investigar os nomes dos lugares. Logo, essa área de investigação tem
como objeto de estudo os topônimos, isto é, nomes usados para batizar tanto acidentes
geográficos da natureza física quanto acidentes de natureza antropo-cultural. Andrade
(2010) descreve que a toponímia é uma disciplina que:
Estuda os nomes de lugares e designativos geográficos: físicos,
humanos, antrópicos ou culturais. As particularidades da
toponímia são a busca pela etimologia, o caráter semântico da
palavra e suas transformações linguísticas, principalmente os
fonético-fonológicos e as morfológicas. (ANDRADE, 2010,
p.106)
3. METODOLOGIA
O presente trabalho terá como suporte teórico a distribuição toponímica em
categorias taxionômicas que representam os principais padrões dos topônimos no Baixo
Tocantins, sugerida por Dick (1990) em seu modelo toponímico brasileiro.
A pesquisa se desenvolve a partir dos nomes de cinco municípios paraenses da
Amazônia tocantinense, sendo eles, respectivamente, Baião, Cametá, Limoeiro do
Ajuru, Mocajuba e Oeiras do Pará.
A partir das necessidades e objetivos do estudo em questão, adaptou-se o modelo
para uma ficha lexicográfico-toponímica que permite agrupar as informações essenciais
de cada topônimo analisado. Essas fichas serão organizadas por ordem alfabética,
considerando os seguintes elementos:
Topônimo – corresponde ao nome do lugar como consta nos documentos e
mapas;
Localização - indica a localização do município de acordo com as mesorregiões
do baixo Tocantins;
Município – indica o município em que está situado o lugar a que se refere o
Topônimo;
Etimologia - trata da origem e dos possíveis significados dos topônimos;
Outros Topônimos - nomes anteriores presentes nos documentos consultados,
refletindo a mudança toponímica em momentos diferentes da história do lugar;
Contexto Histórico - nesse item, apresentam-se as principais informações
contidas no histórico do lugar;
Taxonomia - apresenta a classificação taxonômica do topônimo a partir das
Categorizações.
QUADRO 2. Ficha lexicográfico-toponímico
Topônimo: Município:
Localização:
Estrutura morfológica:
Etimologia:
Outros topônimos:
Contexto histórico:
Motivação toponímica:
Mecanismo conceptual:
Taxionomia:
Fonte: adaptação própria com base no quadro de Dick (1990).
Para coleta das informações, foram realizadas pesquisas nas legislações
municipais obtidas nas páginas do site da Prefeitura Municipal de cada município
investigado, com o intuito de conhecer a origem/história dos topônimos em questão.
OBJETIVO GERAL:
Estudar os topônimos existentes no Baixo Tocantins com a finalidade de
enquadrá-los em uma das taxionomias de Dick (1990), assim como
compreender a historicidade presente na construção de suas
denominações.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar os significados dos nomes de municípios da Amazônia
tocantinense;
Identificar as formas dos topônimos e quais as motivações para a sua
criação;
Distribuir os topônimos em categorias taxionômicas.
4. RESULTADOS E ANÁLISES
Os municípios do Baixo Tocantins abaixo foram escolhidos por base de
finalidade/aproximação e pela quantidade de documentos e informações encontradas.
Nas análises feitas, deve-se abordar as taxionomias, etimologias e o motivo de cada
topônimo ter sido designado de tal forma.
4.1 BAIÃO
O município de Baião, fundado primeiramente como povoado em 1694, segundo
o site da prefeitura, está situado na mesorregião do Baixo Tocantins (Rio que corta a
região) na microrregião de Cametá, podendo ser acessado pela PA-151, BR-422 e pelo
Rio Tocantins. Segundo o DICIO (Dicionário Online de Português), o topônimo Baião
tem sua etimologia constituída em vários aspectos, tais como o regionalismo e a arte, o
ritmo musical, as danças e também como prato típico do Nordeste, o baião de dois. No
entanto, nesse caso, Baião seria um sobrenome utilizado por uma das famílias mais
antigas de Portugal.
O governador e capitão-general do Estado do Maranhão, Antônio de
Albuquerque Coelho de Carvalho, também conhecido como donatário de Camutá que
hoje é conhecida como Cametá, entregou uma vasta sesmaria (terras ‘abandonadas’)
como doação ao português Antônio Baião, com a condição de que povoasse aquele
lugar, impondo também que deveria povoar as margens do rio Tocantins e que
construísse uma casa decente. Tais fatos relatam o surgimento e anos iniciais da cidade.
Além do mais, em 30 de outubro 1769, o capitão-general Fernando da Costa de
Athayde Teive oficializou que, em homenagem ao português Antônio Baião, fundador
do povoado, o atual município fosse intitulado de Baião, encarregando então Manoel
Carlos da Silva, que era o Diretor dos índios, executar essa ordem.
QUADRO 3 – Classificação do topônimo Baião
Topônimo: Baião Município: Baião
Localização: Baião fica localizado na mesorregião do Baixo Tocantins (Rio que
corta a região) na microrregião de Cametá, podendo ser acessado pela PA-151, BR-
422 e pelo Rio Tocantins. A distância da capital paraense pela estrada é em torno de
265 quilômetros e pode ser feita através do Porto Arapari, em Barcarena, ou pela
rodovia Alça Viária. Localiza-se a uma latitude 02º47'26" sul e a uma longitude
49º40'18" oeste, estando a uma altitude de 30 metros. Sua população estimada em
2020 é de 48.459 habitantes. Possui uma área de 3202,399 km².
Etimologia: Baião é um dos sobrenomes mais antigos de Portugal.
Outros topônimos: Sesmaria.
Motivação toponímica: Homenagem ao fundador do povoado, Antônio Baião.
Taxionomia: Antropotopônimos.
Fonte: Elaboração dos autores.
4.2 CAMETÁ
REFERÊNCIAS