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Prólogo:
(em frente a plateia ator 1 chama atenção, pede silencio, e trás a cena para o
fundo)
(cena de um jantar)
Ator 1: E esse é o fim da nossa história, dizendo melhor, é nesse fim de vida
que iniciamos o começo da nossa discussão, afinal, o que é a vida em si? É
parto? (pega o bebe que esta na mesa) É fome? (coloca o bebe dentro do
prato) seja ela qual for, (ator1 e dois falando junto) : “ou serei eu mesmo?”...
(surge a morte).
Morte: Só consigo entender o final dela, mas por que ela existe sendo eu o
ultimo fôlego que os pulmões podem respirar. Para entender o arcabouço que
sustenta essa singularidade, devo tomar a forma pura e questionar aqueles que
usufruem dessa confusa metáfora.
Ovelha: Olá
Coruja: A caça não demanda prazer, apenas como para sobreviver, as minhas
atitudes não possuem o frágil entretenimento da morte, e que criatura estranha
você é?
Ovelha: Acho que sou uma ovelha, bem, eu nunca fui uma antes. Você diz
sobreviver, quando este único fator se extinguir, o que fará quando for morrer?
Coruja: Eu como e vivo é simples, quando eu morrer servirei de vida para
outro, nada além do padrão natural das coisas, apesar disso a morte não se
limita, assim como o conhecimento, ambos estarão presos num círculo
inacabável, pois morrer significa transição do meu saber, e isso é a vida.
(Ovelha olha pra direção que o macaco apontou vendo uma onça caçando)
Macaco: Não podemos falar com o mal, nem ouvir e nem vê-lo, assim
podemos viver
Macaco: O que? Eu não sei, eu não estou vendo. (Balança a cabeça que não)
O mal é o que ele trás, a morte, ela tampa seus sentidos no final da vida, se
nós bloquearmos eles por um instante, o mal não sentirá nossa presença,
assim que a gente vive.
Macaco: Fala mais alto eu não estou te ouvindo, cala a boca, é se você se
isolar não aceitar, não precisa, apenas ignore, o que os sentidos não veem o
corpo inteiro sente, seja bom ou mal, reprimir o que você está passando, esse
é o nosso proposito, fechar-se do mundo, para não ser atingido... Cuidado,
atrás de você!!!
Ovelha: Eu não tenho medo de morrer, eu sou quem toma não quem sede.
Onça: Pra mim você não é a morte, você é a vida de alguém que já está morto.
Morte: Se me veem assim, talvez eu deva tomar a frenesi daquele que desloca
a violência, o culpado, aquele que não merece perdão, o marginal viciado
irrecuperável a encarnação da corrupção, e buscar na adrenalina o fulgor de
mim mesmo e abrir essa ferida.
Coelho:
Veja o Sol
Veja
O pôr do sol
Sobe anoite
Ascende o farol
Um novo
Navio vem
Navegando
pela sentinela
Estão
Voltando pra luz
Você também
Então
Aceite quem você é
Sim nós
e...
Coelho: Eu não morro sou a pura vida, vidas afloram todos os dias, como eu
posso terminar se tenho o infinito a trilhar, pensei que experimentando a morte
eu conheceria este fim.
Vida: Bem, você é o instante sem vida, depois de você virá outras vidas, e
outras mortes, acho que esse é o equilíbrio.
FIM