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LET 042 – MORFOLOGIA UFOP – ICHS – DELET

Professor: Clézio G. Aluna: Daniela Priscila da Silva. 21.2.3936

ATALIBA TEIXEIRA DE CASTILHO, linguista doutorado em letras clássicas que estuda a língua
a partir de uma gramática mais descritiva, " sem" estipular regras dadas como únicas.

A Nova Gramatica do Português Brasileiro, de Ataliba de Castilho, é uma obra


coletiva, uma vez que é fruto de anos de pesquisa realizada nos diferentes projetos
dos quais Castilho foi idealizador-pesquisador e rompe com o que se pressupõe ser
uma gramática: conjunto de prescrições e descrições de sincronias passadas que,
frequentemente, não se relacionam com o presente, com a língua falada (e escrita) no
dia a dia. Trata-se do mais atualizado registro da norma falada no território nacional e
revela a interrelação entre categorias gramaticais e categorias cognitivas.
Objetivos
Na Introdução, esclarece Ataliba que "postula a língua em seu dinamismo como um
conjunto articulado de processos" (31) e que as atividades mentais desenvolvidas pelos
usuários de língua portuguesa refletem "quatro sistemas linguísticos: o léxico, a semântica,
o discurso e a gramática" (32). Assim, sustenta que "A teoria multissistêmica aqui exposta
tem um forte conteúdo funcionalista-cognitivista" (32). Criativamente, o autor adota uma
dupla estratégia: texto expositivo e texto indagativo (no qual os leitores são imaginados
como co-autores). Ao formular os objetivos de NGPB (veja-se Como consultar esta
gramática), Ataliba, com muita humildade, aconselha: Procure ser o gramático de você
mesmo (p.35). Assim, percebe-se o valor por ele atribuído ao direito, que deveria ter
todo(a) pesquisador(a), de encontrar respostas para suas questões, comparando-as aos
achados na literatura especializada, enfim, exercer o direito à autonomia investigativa na
área de Estudos Linguísticos. Em suma, objetiva Ataliba mostrar como a língua é
multissistêmica, na imensa variabilidade de seus usos e como um dispositivo
sociocognitivo rege os sistemas. PREFÁCIO

Ilari intitula seu texto, Nova Gramática do Português Brasileiro: Tradição e


Ruptura. Em 5 páginas escritas com o conhecimento efetivo-afetivo de quem poderia ser
biógrafo do autor, Ilari oferece aos leitores uma antevisão do que será saboreado nas
quase 770 páginas do livro. Assim, o linguista da UNICAMP explica de que modo Ataliba
trabalha a concepção de língua como "um conjunto de operações cognitivas" (27) e
ressalta que o autor exerceu liderança intelectual no Brasil e "foi sempre um leitor ávido de
tudo aquilo que se produziu no Brasil e no exterior, sobre a língua portuguesa falada nos
trópicos" (28). Após esse Prefácio, o resenhador ficou ainda mais entusiasmado para
conhecer a seriedade prazerosa anunciada por Ilari, como um dos deleites a serem
experimentados pelos leitores.

4. ORGANIZAÇÃO E CONTEÚDOS

Após o Prefácio, seguem-se Introdução (4 p.), Como consultar esta Gramática (6 p.), 15
capítulos (extensão variável: 18 a 68 páginas), Glossário (34 p), Índice de Matéria (16 p.),
Bibliografia (54 p.), O Autor (2 p.).
A seção introdutória informa que este livro "é fruto de cinqüenta anos de pesquisas,
desenvolvidas na UNESP/Marília, UNICAMP e USP e em universidades no exterior (4 nos
EEUU, 1 em Portugal, 1 na França, 1 na Itália). Ataliba esclarece que seu "público-alvo
são os professores do ensino médio, os alunos do curso superior, os professores
universitários de Linguística Geral e de Linguística do Português brasileiro e as pessoas
que se sintam atraídas pelo mistério das línguas naturais" (33). Nessa lista, bem poderiam
ser incluídos linguistas, lexicógrafos, autores de livros didáticos e de gramáticas do
Português, terminólogos e professores de Português para usuários de outras línguas.

Na seção bem didática, Como consultar esta gramática, além de apresentar Símbolos
utilizados e Lista das Abreviaturas, Ataliba partilha enumerações preciosas: 78 Quadros, 9
Tabelas e 2 Mapas. Essa informação utilíssima poderia ter sido incluída no Sumário.

A sequência bem organizada de capítulos mostra uma sequência de 5 capítulos que


propiciam fundamentação teórica antecipadora (1. O que se entende por Língua e por
Gramática, 2. Sistemas linguísticos, 3. História do Português Brasileiro, 4. Diversidade do
Português Brasileiro, 5. A Conversação e o texto). A esses capítulos, seguem-se 4
capítulos centrados na sentença (6. Primeira abordagem da sentença, 7. Estrutura
funcional da sentença, 8. Minissentença e sentença simples: tipologias, 9. A sentença
complexa e sua tipologia.) O autor dá continuidade a esse percurso, oferecendo 5
capítulos com foco no sintagma (10. Sintagma verbal, 11. Sintagma nominal, 12.
Sintagma adjetival, 13.Sintagma adverbial, 14.Sintagma preposicional).

O capítulo final, Algumas generalizações sobre a Gramática do Português Brasileiro. A


reflexão gramatical, é uma sistematização concisa (por meio de 6 Quadros), na qual
Ataliba opta por um percurso analítico semasiológico: vai "das categorias cognitivas para
as estruturas que as representam" (611). Assim, generaliza com base nas categorias de
pessoa, coisa, espaço e tempo, movimento, qualidade e quantidade.

5. ENFOQUE CIENTÍFICO

Como antecipado em Objetivos, Ataliba usa uma teoria multissistêmica funcionalista-


cognitivista, que pode ser apresentada por meio de seis postulados, assim parafraseados:
1. Aparato cognitivo subjacente à língua, 2. Língua como competência comunicativa, 3.
Não-autonomia das estruturas linguísticas, 4. Língua como sistema dinâmico complexo, 5.
Percepção pancrônica da língua, 6. Sistemas linguísticos gerenciados por princípios
sociocognitivos. As reflexões de Ataliba sobre como aproximou-se e afastou-se de outros
Autores, na construção de seu enfoque teórico estão sumariadas na seção Diálogo da
Teoria Multissistêmica com outras Teorias (81-83). Uma síntese magistral de pensamento
crítico.

6. PORTUGUÊS AUTORAL

Uma das surpresas agradáveis no processamento deste livro é de natureza estilística. Em


muitas passagens, Ataliba consegue justapor português acadêmico formal e português
conversacional. Assim, você leitor(a) é tratado por você, da página 35 a 651.
Fraseologicamente, o autor dá pitadas informais aos textos. Exemplos: "Quer uma amostra
grátis? Dê um pulo até a seção 9.2.2.41" (131), "... a sentença é uma espécie de sopa
predicativa" (245), "Leia Demonte (1999) para esquentar seu motor." (539).
"Aquele hoje escondidinho no final de (92a), vai de adjunto adverbial numa boa "(578).

E, o que dizer da de Projetos (649 -662), fica bem evidenciada a criatividade pedagógica
de Ataliba. Assim, ele propõe inúmeras pesquisas, para isso, recorrendo a um extenso
repertório de verbos: Escolha, Estude, Prepare (um questionário), Grave e transcreva,
Aprofunde a pesquisa, Separe e quantifique, Levante exemplos, Organize um corpus,
Explique a correlação entre o perfil sociolinguístico dos autores e as formas verbais
selecionadas, Identifique os tópicos discursivos, Indague como se tem tratado a questão
da norma culta em nossas escolas, Examine a variação nós/a gente...fraseologia
pedagógica autoral? Na imperdível seção Sugestões

7. TERMINOLOGIA E GLOSSÁRIO

A criação de uma gramática complexa como esta constitui imenso desafio terminológico
para o Autor. No caso, Ataliba aplicou humanizadoramente o princípio que, em Linguística
da Paz, costumo formular assim: Pensamos primeiro em nosso próximo linguístico. Para
dar conta disso, ele exerce seu direito de fazer opções linguísticas. Assim, processo tem
freqüência de uso bem elevada (cf. páginas 32, 42, 59, 78, 80, 84, 134, 138, 145, 155,
156, 244, 263, 324, 355, 455, 538, 590, 670, 671), mas às vezes, é substituído
por operação (576), mecanismo (577), fenômeno (590). Em um mesmo parágrafo,
podem disputar maior visibilidade terminológica, duas variantes: etiqueta e rótulo (546).
Esta dupla rotulação pode mostrar como a mente autoral tem alternativas à disposição e
que nem sempre nossa "cuca" precisa fazer uma opção.

Outro direito terminológico exercido por Ataliba: cunhou o termo "minissentença - do


inglês small clause, habitualmente traduzidos por minioração por linguistas brasileiros"
(320).

Um presente mais que bem-vindo para os leitores deste livro: o extenso Glossário (663 -
696), que inclui termos oriundos de várias abordagens teóricas. Coerente com sua ênfase
nas dimensões funcional e cognitivista, Ataliba explica termos como
estes: Funcionalismo, Linguística cognitiva (verbete mais extenso: uma
página), marcador discursivo, fundo (informação sentencial secundária). No
verbete Sintagma aparecem as
variantes complementador e complementizador. Bastaria ter optado pelo termo mais
econômico, que aparece como verbete (667).

8. ÍNDICE

Eis outro imenso desafio a autores de obras multifacetadas como esta: como dar contar de
um vasto universal conceitual-terminológico, com o mínimo de omissões? No caso, Ataliba
desempenha seu papel a contento. Lacunas há: assim, na letra c não encontrei Cognição
(cf. 69), nem fronteamento (326). Uma análise minuciosa, microscópica do Índice de
matéria seria revelador da ênfase dada a conceitos-chave, como argumento, categoria,
conversa/conversação, especificadores, gramaticalização, língua, Linguística,
Português, princípio(s), sistemas linguísticos.

9. BIBLIOGRAFIA

Os recursos bibliográficos de que se valeu Ataliba foram publicados em português, inglês,


francês, espanhol e italiano. Quem conhecer os clássicos do Estruturalismo, os
encontrará: Saussure, Bloomfield, Mattoso Câmara Jr., Gleason, Hockett, Pike, Dell
Hymes, Sapir, para citar alguns. Dentre os funcionalistas, Halliday está presente. Para
quem curte o Cognitivismo em Linguística, Langacker tem seu lugar ao sol. Linguistas
brasileiros e portugueses de diversas orientações podem ser encontrados. Na entrada
referente a Moura Neves, senti falta de seu Guia de uso do Português (2003) e nas
referências a Borba, não encontrei seu Dicionário UNESP do Português
Contemporâneo (2004). Como as referências abrangem obras publicadas até 2000, a
gramática cognitivista de Radden & Driven (2007) poderia ter sido incluída.

Nesta era da comunicação eletrônica, Ataliba recorreu a colegas brasileiros e brasileiras


(cf.páginas 336,378). Destaque-se que o autor presta um inestimável duplo serviço
bibliográfico, pois oferece também um Arranjo Temático da Bibliografia (631-649).

10. DADOS AUTOBIOGRÁFICOS


Esta página constitui um fecho de ouro: Ataliba se apresenta como filho, pai e avô-
exemplar, este resenhador faz questão de acrescentar. A gente (para exercer meu direito
linguístico de optar por uma variante em ascenção, querendo ter seu uso reconhecido no
português acadêmico...) fica sabendo que Ataliba foi orientado doutoralmente pelo
saudoso, brilhante Theodoro Henrique Maurer Jr. a quem tive o privilégio de conhecer.
Brilhou como presidente do GEL, da ABRALIN e da ALFAL. E atualmente presta
assessoria ao extraordinário Museu da Língua Portuguesa (SP).

11. CONCLUSÃO

Desafio imenso resenhar a NGLP de Ataliba T. de Castilho, "companheiro nestas


andanças" como ele carinhosamente me dedicou o pioneiríssimo volume, que honra a
Tradição de Estudos Gramaticais em Língua Portuguesa. Por seu humanismo, sua
competência, sua liderança, seu espírito de cooperação científica e educacional Ataliba já
conquistou um lugar especial ao sol da Linguística brasileira. Este precioso,
"enciclopédico volume", como lembra o prefaciador Rodolfo Ilari, certamente irá inspirar
pesquisadores que produzam gramáticas cada vez mais relevadoras do que Ataliba chama
"processos criativos do português brasileiro" (31).

Aplaudo o autor e a Editora Contexto por esse marco editorial na História da Pesquisa em
e sobre a variedade brasileira de Português. Um livro de exercícios, inspirado nas
aplicações sugeridas por Ataliba seria um complemento.

BECHARRA
Esta "Moderna Gramática Portuguesa" alcança a 39.ª edição com acréscimos e
atualizações em todo o seu conteúdo, para retratar a língua dos dias de hoje nos mais
diversos espaços sociais. Contando com páginas mais arejadas, índice ampliado e
enriquecida com mais exemplos e novas observações sobre possibilidades gramaticais,
esta confiável obra de consulta se destina a estudiosos de todas as idades e àqueles que
precisam se preparar bem para as provas de concurso público no Brasil. Todo esse
material reunido pelo autor, um dos maiores gramáticos de nossa língua, constitui a mais
completa soma de fatos gramaticais e soluções de dúvidas de português. Vale lembrar
ainda que a obra está em consonância com as regras do novo Acordo Ortográfico, que
tem o Prof. Evanildo Bechara como o atual representante brasileiro.
Esta pesquisa versa sobre o funcionamento de dizeres sobre a língua em circulação no Brasil
no século XX e tem por objetivo específico compreender a relação estabelecida entre função-
autor (Foucault, 2006-2007a; Orlandi, 2007b), forma material da gramática e aquilo que
denominamos como imaginário de língua. Para tanto, inscrevendo-nos no lugar de
(des)encontro entre a Análise de Discurso, de Pêcheux e Orlandi, e a História das Ideias
Linguísticas, de Auroux e Orlandi, tomamos como objetos de análise a primeira e a trigésima
sétima edições da Moderna Gramática Portuguesa (MGP) de Evanildo Bechara, publicadas em
1961 e em 1999, respectivamente. A seleção do objeto se deu devido à importância atribuída a
Bechara e a(s) essa(s) gramática(s) hoje nas bibliografias tanto dos cursos de Letras como nas
de concursos públicos em todo o país. Visando compreender a (re)produção desse imaginário
que significa Bechara e os textos filiados ao seu nome como referência fundamental, tivemos,
então, de incluir em nossa investigação um corpus secundário composto de textos
(auto)biográficos. A leitura desses textos nos possibilitou depreender sentidos em circulação
nas distintas conjunturas em que foram publicadas as edições aqui analisadas, os quais foram
tomados como pistas, marcas discursivas (isto é, de discursos) a serem perseguidas em nossa
análise. Com vistas a alcançar o objetivo específico traçado, fez-se importante refletir sobre a
constituição/distinção dos lugares do gramático e do linguista no século XX, bem como dos
saberes a esses lugares filiados, na sua relação com o gesto de interpretação-autoria
depreendido pelo sujeito ao se significar como autor de compêndios gramaticais. Refletimos
também sobre a distinção entre imaginário de língua e língua imaginária (Orlandi; Souza,
1988), sobre a (re)produção do exemplário gramatical e sobre a constituição da gramática
como domínio de saber e forma material, isto é, como lugar de materialização de discursos
sobre a língua e sobre a metalíngua. Nesse sentido, foi-nos possível compreender o jogo entre
manutenção e deslocamento dos sentidos, entre ser a mesma gramática e ser uma gramática
outra, jogo este que, como demonstraram as nossas análises, se faz significar no dizer
atribuído a Evanildo Bechara a partir da sua inscrição, por ocasião da (re)formulação da 1ª. e
da 37ª. edição da MGP, em lugares discursivos distintos.

ATALIBA

Formação de palavras

Ele discorre que, Palavra é a " unidade linguística maldita", já que existem dificuldades em
conceituá-la. Ele define palavra como uma construção de morfemas prefixais, radicais e
sufixais.

A definição de palavra

A definição de uma palavra pode ser por epilinguismo ou metalinguismo. Isto são, quando
conversamos, frequentemente damos explicações sobre o sentido com que estamos usando
determinada palavra.

A linguagem pela linguagem.

Neologia

Surge através da lexização da palavra, criando uma nova baseada em conhecimentos


gramaticais conhecidos pelo falante...

Pode emergir de três formas:

a) No léxico, no caso dos neologismos formais; Exemplo: dolarizar, matafome...

b) Na sintaxe, quando ocorre alterações de categoria; Exemplo: a ama de casa.

c) Na semântica, quando uma base léxica sofre alteração de sentido.

Exemplo: buscador (dispositivo computacional)

Derivação

Juntam-se prefixos e sufixos derivacionais de um radical pré-existente, criando palavras


derivadas.

Exemplo: amor -desamor, amorosamente.

Viver- vivenciar, vivo.

Quebrar- quebrou, quebradeira.

Composição
Junta-se radicais pré-existentes, criando palavras compostas.

Exemplo: guarda-chuva, pé de moleque, rodapé, beija flor.

A gramática de Castilho não aborda a estrutura da palavra como algo estático, regrado como
observou-se em outras gramáticas de cunho mais prescritivo.

Numa outra vertente, Castilho analisa a estruturação da palavra tendo em vista o processo
cognitivo do falante, a maneira como o individuo manipula a estrutura num contexto
específico.

No que tange a prescrição da língua, Castilho não se aprofunda, ele se aborda seus conceitos
de estruturas gramaticais baseando-se no funcionamento e na descrição da língua de modo a
compreendê-la em seu funcionamento social.

EVANILDO BECHARA

A gramática de Bechara é considerada normativa, mas diferentemente da gramática de Cunha,


podemos notar que esta, de certa forma, está aberta ao diálogo. Sendo assim, ela é uma
gramática normativa/ tradicional, porém mais " flexível".

Formação das palavras

Composição

Para Bechara, composição é entendida como a junção de dois elementos identificáveis pelo
falante numa unidade nova de significado único e constante: papel-moeda, boquiaberto,
planalto. Há os compostos com elementos eruditos, geralmente de origem grega e latim, que
só ocorrem nas l íngua nessas novas unidades, isto é, que não aparecem independentes no
discurso, e há os compostos com elementos vernáculos, de existência independente na l
íngua (papel- moeda) ou com leves alterações formais (planalto: plan[ o] alto,
boquiaberto: boqu[ i] aberto).

Derivação

Consiste em formar palavras de outra primitiva por meio de afixos. De modo geral,
especialmente na l íngua l i terária e técnica, os derivados se formam dos radicais de t ipo
latino em vez dos de t ipo português quando este sofreu a evolução própria da história da l
íngua: áureo (e não ouro), capilar (e não cabelo), aurícula (e não orelha), etc.

A conversão consiste no emprego de uma palavra fora de sua classe normal: Terrível palavra é
um não. Não consegui descobrir o porquê da questão. Ele é o benjamin da família.

Entre os casos de conversão podemos incluir a passagem, por hipertaxe, um grupo de


vocábulos (geralmente o f inal) a palavra isolada: Ele tem certas fobias (fobia é a parte de
um grupo de palavras que designam aversão a uma coisa: fotofobia, xenofobia, hidrofobia,
etc).

Chama-se hibridismo

à formação de palavras com elementos de idiomas diferentes.


São mais comuns os hibridismos constituídos da combinação de elemento grego com outro
latino ou romanico: sociologia (latino e grego), autossugestão (grego e português), televisão
(grego e português), burocracia (francês bureau e grego), automóvel (grego e português),
decimetro (latino e grego).

A reduplicação, também chamada de duplicação.

consiste na repetição de vogal ou consoante, acompanhada quase sempre da alternância


vocálica, geralmente para formar uma palavra imitativa: tique-taque, reco-reco, bangue-
bangue, bombom, pingue-pongue. Este é o processo geralmente usado onomatopeias.

A regressão ou formação regressiva está, intimamente relacionada com a derivação. Ela


consiste em criar palavras por analogia, pela subtração de algum sufixo, dando a falsa
impressão de serem vocábulos derivantes: de atrasar tiramos atraso, de embarcar, embarque;
de pescar, pesca; de gritar , grito.

A abreviação consiste no emprego de uma parte da palavra pelo todo.

É comum não só falar coloquial, mas ainda que, linguagem cuidada, por brevidade de
expressão:

extraordinário ou extrafino .

A forma abreviada passa realmente a constituir uma nova palavra e, nos dicionários, tem
tratamento à parte, quando sofre variação de sentido ou adquire matriz especial em relação
àquela donde procede. Fotografia e foto são sinônimos porque designam a mesma coisa,
embora a sinonímia não seja absoluta. Foto, além de ser de emprego mais corrente, ainda
serve para títulos de casas do gênero, o que não se dá com o termo fotografia .

SIGLAS

Pode- se incluir como caso especial de abreviação o processo de se criarem palavras, com
vitalidade no léxico, mediante a leitura (isoladas ou não) das letras que compõem Siglas
como, por exemplo:

ONU (Organização nas Nações Unidas) PUC (Pontifícia Universidade Católica)

UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) USP (Universidade de São Paulo)

PT (Partido dos Trabalhadores).

NEOLOGISMO

As múltiplas atividades dos falantes no comércio da vida em sociedade favorecem a criação de


palavras para atender às necessidades culturais, científicas e da comunicação de um modo
geral. As palavras que vêm ao encontro dessas necessidades renovadoras chamam- se
neologismos, que têm, do lado oposto ao movimento criador, os arcaísmos, representados
por palavras e expressões que, por diversas razões, saem de uso e acabam esquecidas por
uma comunidade l inguística, embora permaneçam em comunidades mais
conservadoras, ou lembrados em formações deles originados.

Estrutura das palavras RAIZ


Chama- se raiz, em gramática descritiva, ao radical primário ou irredutível a que se chega
dentro da l íngua portuguesa e comum a todas as palavras de uma mesma família.

Se tomarmos um vocábulo como desregularizar , facilmente podemos surpreender diversos


graus de radical: o primeiro, destacando- se- lhe a vogal temática e a desinência de infinitivo, é
desregulariz- (que aparece em desregularização); este radical pode ser reduzido, por
destaques sucessivos, a: regulariz (sem o prefixo) > regular (sem o sufixo) > regul (cf. o latim
regu(la) > reg (que aparece em reger, régua). Este último radical que constitui o elemento i
rredutível e comum a todas as palavras do grupo chama- se primário e coincide, em relação à l
íngua atual, com a raiz. Regul- é um radical secundário (ou do 2 . o grau), com o o rte gnut lar-
um radical terciário (ou do 3 . o grau), e assim por diante.

AFIXOS

Os afixos se dividem, em português, em prefixos (se vêm antes do radical) ou sufixos (se vêm
depois). Daí a divisão em derivação prefixal e sufixal.

Prefixos: os prefixos assumem valor semântico que empresta ao radical um novo significado,
patenteando, assim, a sua natureza de elemento mórfico de significação externa subsidiária.

ESTRUTURA DA PALAVRA

RADICAL, VOGAL TEMÁTICA, VOGAL E CONSOANTE DE LIGAÇÃO, DESINÊNCIA (DE GÊNERO,


NÚMERO E GRAU)

Os tópicos listados não foram encontrados na gramática em questão. Distintivamente da


gramática do Cegalla, em que os tópicos são listados de forma simples e clara no sumário, a de
Bechara é bem complexa e nada didática, portanto, não foi possível encontrar todas as
informações necessárias.

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