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ATALIBA TEIXEIRA DE CASTILHO, linguista doutorado em letras clássicas que estuda a língua
a partir de uma gramática mais descritiva, " sem" estipular regras dadas como únicas.
4. ORGANIZAÇÃO E CONTEÚDOS
Após o Prefácio, seguem-se Introdução (4 p.), Como consultar esta Gramática (6 p.), 15
capítulos (extensão variável: 18 a 68 páginas), Glossário (34 p), Índice de Matéria (16 p.),
Bibliografia (54 p.), O Autor (2 p.).
A seção introdutória informa que este livro "é fruto de cinqüenta anos de pesquisas,
desenvolvidas na UNESP/Marília, UNICAMP e USP e em universidades no exterior (4 nos
EEUU, 1 em Portugal, 1 na França, 1 na Itália). Ataliba esclarece que seu "público-alvo
são os professores do ensino médio, os alunos do curso superior, os professores
universitários de Linguística Geral e de Linguística do Português brasileiro e as pessoas
que se sintam atraídas pelo mistério das línguas naturais" (33). Nessa lista, bem poderiam
ser incluídos linguistas, lexicógrafos, autores de livros didáticos e de gramáticas do
Português, terminólogos e professores de Português para usuários de outras línguas.
Na seção bem didática, Como consultar esta gramática, além de apresentar Símbolos
utilizados e Lista das Abreviaturas, Ataliba partilha enumerações preciosas: 78 Quadros, 9
Tabelas e 2 Mapas. Essa informação utilíssima poderia ter sido incluída no Sumário.
5. ENFOQUE CIENTÍFICO
6. PORTUGUÊS AUTORAL
E, o que dizer da de Projetos (649 -662), fica bem evidenciada a criatividade pedagógica
de Ataliba. Assim, ele propõe inúmeras pesquisas, para isso, recorrendo a um extenso
repertório de verbos: Escolha, Estude, Prepare (um questionário), Grave e transcreva,
Aprofunde a pesquisa, Separe e quantifique, Levante exemplos, Organize um corpus,
Explique a correlação entre o perfil sociolinguístico dos autores e as formas verbais
selecionadas, Identifique os tópicos discursivos, Indague como se tem tratado a questão
da norma culta em nossas escolas, Examine a variação nós/a gente...fraseologia
pedagógica autoral? Na imperdível seção Sugestões
7. TERMINOLOGIA E GLOSSÁRIO
A criação de uma gramática complexa como esta constitui imenso desafio terminológico
para o Autor. No caso, Ataliba aplicou humanizadoramente o princípio que, em Linguística
da Paz, costumo formular assim: Pensamos primeiro em nosso próximo linguístico. Para
dar conta disso, ele exerce seu direito de fazer opções linguísticas. Assim, processo tem
freqüência de uso bem elevada (cf. páginas 32, 42, 59, 78, 80, 84, 134, 138, 145, 155,
156, 244, 263, 324, 355, 455, 538, 590, 670, 671), mas às vezes, é substituído
por operação (576), mecanismo (577), fenômeno (590). Em um mesmo parágrafo,
podem disputar maior visibilidade terminológica, duas variantes: etiqueta e rótulo (546).
Esta dupla rotulação pode mostrar como a mente autoral tem alternativas à disposição e
que nem sempre nossa "cuca" precisa fazer uma opção.
Um presente mais que bem-vindo para os leitores deste livro: o extenso Glossário (663 -
696), que inclui termos oriundos de várias abordagens teóricas. Coerente com sua ênfase
nas dimensões funcional e cognitivista, Ataliba explica termos como
estes: Funcionalismo, Linguística cognitiva (verbete mais extenso: uma
página), marcador discursivo, fundo (informação sentencial secundária). No
verbete Sintagma aparecem as
variantes complementador e complementizador. Bastaria ter optado pelo termo mais
econômico, que aparece como verbete (667).
8. ÍNDICE
Eis outro imenso desafio a autores de obras multifacetadas como esta: como dar contar de
um vasto universal conceitual-terminológico, com o mínimo de omissões? No caso, Ataliba
desempenha seu papel a contento. Lacunas há: assim, na letra c não encontrei Cognição
(cf. 69), nem fronteamento (326). Uma análise minuciosa, microscópica do Índice de
matéria seria revelador da ênfase dada a conceitos-chave, como argumento, categoria,
conversa/conversação, especificadores, gramaticalização, língua, Linguística,
Português, princípio(s), sistemas linguísticos.
9. BIBLIOGRAFIA
11. CONCLUSÃO
Aplaudo o autor e a Editora Contexto por esse marco editorial na História da Pesquisa em
e sobre a variedade brasileira de Português. Um livro de exercícios, inspirado nas
aplicações sugeridas por Ataliba seria um complemento.
BECHARRA
Esta "Moderna Gramática Portuguesa" alcança a 39.ª edição com acréscimos e
atualizações em todo o seu conteúdo, para retratar a língua dos dias de hoje nos mais
diversos espaços sociais. Contando com páginas mais arejadas, índice ampliado e
enriquecida com mais exemplos e novas observações sobre possibilidades gramaticais,
esta confiável obra de consulta se destina a estudiosos de todas as idades e àqueles que
precisam se preparar bem para as provas de concurso público no Brasil. Todo esse
material reunido pelo autor, um dos maiores gramáticos de nossa língua, constitui a mais
completa soma de fatos gramaticais e soluções de dúvidas de português. Vale lembrar
ainda que a obra está em consonância com as regras do novo Acordo Ortográfico, que
tem o Prof. Evanildo Bechara como o atual representante brasileiro.
Esta pesquisa versa sobre o funcionamento de dizeres sobre a língua em circulação no Brasil
no século XX e tem por objetivo específico compreender a relação estabelecida entre função-
autor (Foucault, 2006-2007a; Orlandi, 2007b), forma material da gramática e aquilo que
denominamos como imaginário de língua. Para tanto, inscrevendo-nos no lugar de
(des)encontro entre a Análise de Discurso, de Pêcheux e Orlandi, e a História das Ideias
Linguísticas, de Auroux e Orlandi, tomamos como objetos de análise a primeira e a trigésima
sétima edições da Moderna Gramática Portuguesa (MGP) de Evanildo Bechara, publicadas em
1961 e em 1999, respectivamente. A seleção do objeto se deu devido à importância atribuída a
Bechara e a(s) essa(s) gramática(s) hoje nas bibliografias tanto dos cursos de Letras como nas
de concursos públicos em todo o país. Visando compreender a (re)produção desse imaginário
que significa Bechara e os textos filiados ao seu nome como referência fundamental, tivemos,
então, de incluir em nossa investigação um corpus secundário composto de textos
(auto)biográficos. A leitura desses textos nos possibilitou depreender sentidos em circulação
nas distintas conjunturas em que foram publicadas as edições aqui analisadas, os quais foram
tomados como pistas, marcas discursivas (isto é, de discursos) a serem perseguidas em nossa
análise. Com vistas a alcançar o objetivo específico traçado, fez-se importante refletir sobre a
constituição/distinção dos lugares do gramático e do linguista no século XX, bem como dos
saberes a esses lugares filiados, na sua relação com o gesto de interpretação-autoria
depreendido pelo sujeito ao se significar como autor de compêndios gramaticais. Refletimos
também sobre a distinção entre imaginário de língua e língua imaginária (Orlandi; Souza,
1988), sobre a (re)produção do exemplário gramatical e sobre a constituição da gramática
como domínio de saber e forma material, isto é, como lugar de materialização de discursos
sobre a língua e sobre a metalíngua. Nesse sentido, foi-nos possível compreender o jogo entre
manutenção e deslocamento dos sentidos, entre ser a mesma gramática e ser uma gramática
outra, jogo este que, como demonstraram as nossas análises, se faz significar no dizer
atribuído a Evanildo Bechara a partir da sua inscrição, por ocasião da (re)formulação da 1ª. e
da 37ª. edição da MGP, em lugares discursivos distintos.
ATALIBA
Formação de palavras
Ele discorre que, Palavra é a " unidade linguística maldita", já que existem dificuldades em
conceituá-la. Ele define palavra como uma construção de morfemas prefixais, radicais e
sufixais.
A definição de palavra
A definição de uma palavra pode ser por epilinguismo ou metalinguismo. Isto são, quando
conversamos, frequentemente damos explicações sobre o sentido com que estamos usando
determinada palavra.
Neologia
Derivação
Composição
Junta-se radicais pré-existentes, criando palavras compostas.
A gramática de Castilho não aborda a estrutura da palavra como algo estático, regrado como
observou-se em outras gramáticas de cunho mais prescritivo.
Numa outra vertente, Castilho analisa a estruturação da palavra tendo em vista o processo
cognitivo do falante, a maneira como o individuo manipula a estrutura num contexto
específico.
No que tange a prescrição da língua, Castilho não se aprofunda, ele se aborda seus conceitos
de estruturas gramaticais baseando-se no funcionamento e na descrição da língua de modo a
compreendê-la em seu funcionamento social.
EVANILDO BECHARA
Composição
Para Bechara, composição é entendida como a junção de dois elementos identificáveis pelo
falante numa unidade nova de significado único e constante: papel-moeda, boquiaberto,
planalto. Há os compostos com elementos eruditos, geralmente de origem grega e latim, que
só ocorrem nas l íngua nessas novas unidades, isto é, que não aparecem independentes no
discurso, e há os compostos com elementos vernáculos, de existência independente na l
íngua (papel- moeda) ou com leves alterações formais (planalto: plan[ o] alto,
boquiaberto: boqu[ i] aberto).
Derivação
Consiste em formar palavras de outra primitiva por meio de afixos. De modo geral,
especialmente na l íngua l i terária e técnica, os derivados se formam dos radicais de t ipo
latino em vez dos de t ipo português quando este sofreu a evolução própria da história da l
íngua: áureo (e não ouro), capilar (e não cabelo), aurícula (e não orelha), etc.
A conversão consiste no emprego de uma palavra fora de sua classe normal: Terrível palavra é
um não. Não consegui descobrir o porquê da questão. Ele é o benjamin da família.
Chama-se hibridismo
É comum não só falar coloquial, mas ainda que, linguagem cuidada, por brevidade de
expressão:
extraordinário ou extrafino .
A forma abreviada passa realmente a constituir uma nova palavra e, nos dicionários, tem
tratamento à parte, quando sofre variação de sentido ou adquire matriz especial em relação
àquela donde procede. Fotografia e foto são sinônimos porque designam a mesma coisa,
embora a sinonímia não seja absoluta. Foto, além de ser de emprego mais corrente, ainda
serve para títulos de casas do gênero, o que não se dá com o termo fotografia .
SIGLAS
Pode- se incluir como caso especial de abreviação o processo de se criarem palavras, com
vitalidade no léxico, mediante a leitura (isoladas ou não) das letras que compõem Siglas
como, por exemplo:
NEOLOGISMO
AFIXOS
Os afixos se dividem, em português, em prefixos (se vêm antes do radical) ou sufixos (se vêm
depois). Daí a divisão em derivação prefixal e sufixal.
Prefixos: os prefixos assumem valor semântico que empresta ao radical um novo significado,
patenteando, assim, a sua natureza de elemento mórfico de significação externa subsidiária.
ESTRUTURA DA PALAVRA