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Domínio próprio

Significado de Domínio próprio:


Capacidade natural de dominar e controlar seus instintos e atitudes.

INTRODUÇÃO
O domínio próprio é essencial para o desenvolvimento pessoal, crescimento
espiritual e o ministério cristão. Entretanto, ele não “acontece simplesmente” ou surge
como uma característica natural. As pessoas devem praticar o domínio próprio a fim de
que tenham vidas disciplinadas. O poder ilimitado de Deus pode ser acrescentado à
força de vontade humana (limitada), para desenvolver a disciplina espiritual. Tal
disciplina requer uma atitude pessoal de receber o poder do Espírito Santo.
Gênesis 1.26 - Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra.
Salmos 8:3-6 – Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que
preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para
que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o
coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo
puseste debaixo de seus pés
O salmista relembra esta competência humana, ao dizer que Deus deu ao homem
domínio sobre todas as obras das suas mãos no Salmo 8.6. No entanto, esta
competência, nem sempre se estabelece quando se trata de homem dominar a si mesmo.
Embora esteja em nós o desejo de fazer o bem, nem sempre o fazemos. Afinal, como
aprendemos também com Paulo, na nossa carne, não habita bem nenhum, pois o querer
e o bem fazer está em cada um de nós, não, porém, o efetuá-lo.
Rm 7.18-19 - Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem
algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não
faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.

I - DESENVOLVENDO O DOMÍNIO PRÓPRIO


A) O domínio próprio é necessário sobre nossos pensamentos, palavras e vontade-
O domínio próprio é não ficar ofendido, não tornar-se irado todas as vezes que alguém
não faz algo da forma que gostaríamos. O domínio próprio é necessário sobre nossos
pensamentos, palavras e vontade.

1. Pensamentos - Cl 3.2 Pensai nas coisas que são de cima.

2. Palavras - Ef 4.29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe.

3. Vontade - A vontade é o poder de decisão (LIVRE ARBÍTRIO). A vontade é


livre para escolher e se constitui na grande capacidade que torna o homem senhor de si
mesmo, de seus atos, e, por isso mesmo, ele é simultaneamente livre e responsável. A
vontade pode ser saudável ou enferma.

3.1. Vontade saudável - Tem o poder de governar a natureza do homem, pondo


todas as outras faculdades sob sua direção. As faculdades mentais e as paixões são
controladas pela vontade, bem como a razão e a emoção. A razão pode analisar com
clareza tudo que está envolvido e apontar o rumo correto, mas é a vontade que detém o
comando. Pode concordar com a razão e decidir em harmonia com ela; pode render-se a
emoção; pode ir contra uma e outra.

3.2. Vontade enferma - A vontade enferma pode ser classificada em três grupos:

a) Os impulsivos - São os que não gastam tempo para pensar. São incapazes de
resistir a certos impulsos ou instintos. São impetuosos, rápidos demais em decidir e agir.
Quando estiver sob o impácto de ações impulsivas, transtornados e nervosos, este não é
o momento de se tomar decisões. Pedro cortou a orelha de Malco.

b) Os indecisos - Estes pensam demais. Em sua mente, os prós e os contras


assumem grandes proporções e eles não sabem o que decidir. A razão pode até realizar
bem o seu papel, mas a vontade não assume o comando.

c) Os inconstantes - São os que raciocinam e decidem corretamente, mas não são


capazes de executar o que decidiram. Deixam-se dominar pelos acontecimentos, em vez
de dominá-los, eles têm medo de agir.

As narrativas bíblicas contêm exemplos de pessoas que exerceram grande domínio


próprio – mesmo com risco de grave perigo ou da perda da própria vida – e também de
indivíduos que falharam em exercer o auto-controle, tais como:

José - possuía controle pessoal. Em certo período de sua vida, ele foi tentado todos
os dias pela senhora Potifar. Segundo todas as aparências, haveria vantagens em ceder e
sérios riscos em dizer “não”. Além disso, ele nem tinha uma família por perto nem uma
igreja para apoiá-lo. Estava sozinho. Contudo, ele possuía uma clara compreensão de
quem era Deus e do que era pecado. Ele decidiu recusar e recusou. Disse e fez. Disse
“não” e fugiu. (2Tm 2.22 - Foge também dos desejos da mocidade - 1Co 6.18 Fugi da
prostituição). Ele não entregou o controle de sua vida a outra pessoa. Mas o resultado
imediato não foi bom. Foi caluniado e lançado na prisão. Todavia, Deus usou essas
mesmas coisas para o seu bem e, alguns anos depois, ele saiu do cárcere para ocupar o
posto de governador o Egito, a maior potência daqueles dias. Com isso, aprendemos
também a avaliar os resultados de nossas escolhas a longo prazo (Gn 39:7 a 41:44).

Sansão - foi um homem forte em força física e fraco em força de vontade. Tinha
tudo para dar certo. Foi escolhido por Deus para um trabalho especial mesmo antes de
nascer. Seus pais eram tementes a Deus e fizeram o que de melhor poderia ser feito para
educá-lo nos caminhos de Deus e prepará-lo para sua missão. Foi abençoado por Deus e
frequentemente o Espírito do Senhor Se apoderava dele e lhe concedia extraordinária
força física. Mas ele não possuía domínio próprio, especialmente no que se referia ao
sexo. Contrariamente à vontade de Deus, casou-se com uma filistéia; depois esteve com
uma prostituta; e, mais tarde, juntou-se a outra filistéia: Dalila. No relacionamento com
esta, parecia estar enfeitiçado. Não conseguia perceber que as palavras e ações dela
claramente atentavam contra a vida dele. Dizem que quem não se governa acaba sendo
governado por outros. Assim foi com Sansão. Nas semanas finais de sua existência, foi
dominado por seus inimigos, os filisteus. Felizmente, em seu último dia de vida, ele
teve um lampejo de lucidez. Percebeu seu erro e decidiu cumprir sua missão, mesmo
que perdesse sua vida. Decidiu retirar o controle de sua vida das mãos dos filisteus e
assumi-lo. Pediu a Deus que o usasse mais uma vez, só mais uma vez. E Deus o ouviu.
(Jz 13-16). É por isso que seu nome pode constar na galeria dos heróis da fé, em Hb 11.

Daniel - é um brilhante exemplo de temperança e domínio próprio. Observe o relato


bíblico: “Resolveu, Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei,
nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse
não contaminar-se.” (Dn 1:8). Daniel não era um jovem de vontade doentia. Não era
impulsivo, nem indeciso, nem inconstante. Possuía grande força de vontade. Sabia dizer
“não” ao mal, coisa que alguns têm dificuldade em fazer. Durante sua vida ele teve de
dizer “não” muitas vezes, inclusive para os homens mais poderosos do mundo. Ele disse
“não” ao chefe dos eunucos e ao cozinheiro-chefe quando estes lhe disseram para comer
da comida real (Dn 1:8-16). Ele disse “não” ao chefe da guarda, quando este foi
encarregado pelo rei de matar os conselheiros, por não conseguirem revelar o sonho e
sua interpretação (Dn 2:12-16). Quando Nabucodonozor imaginou que o reino da
Babilônia seria eterno, Daniel lhe disse “não”; outros reinos lhe sucederiam e o reino de
Deus é que seria eterno (Dn 2:37-44). Quando Belsazar ofereceu a Daniel posições e
riquezas para que este interpretasse a escrita na parede, Daniel disse “não”. A
interpretação seria gratuita (Dn 5:16-17). Quando Dario promulgou um decreto que
proibia se fizesse petição a qualquer homem ou deus, que não fosse o rei, Daniel disse
“não”, e foi orar ao Deus Eterno como sempre o fizera (Dn 6:6-10). Qual era o segredo
de Daniel? Ele recebera de Deus o dom do domínio próprio e se apoderara dele. De fato,
quando um homem aprende a dominar-se, faz-se capaz de dominar o mundo exterior.
Antes disso, nunca. Quando uma pessoa aprende a dizer “não” a si mesma, saberá e terá
força moral para dizer “não” a outros, quando necessário.

B) Precisamos aprender a suportar às ofensas e dizer não às ações impulsivas -


Jesus foi traído, escarnecido, ferido e morto e não usou o seu grandioso poder para dar
resposta àquelas afrontas - Hebreus 12:2 Olhando para Jesus, autor e consumador da
fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e
assentou-se à destra do trono de Deus.
Colossenses 3:13 - Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se
alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós
também.
Efésios 4:2 - Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos
uns aos outros em amor,

II - BENEFÍCIOS DO DOMÍNIO PRÓPRIO


a) Crescimento pessoal, espiritual e ministerial - O domínio próprio é essencial para
o desenvolvimento pessoal, crescimento espiritual e ministério cristão. Entretanto, ele
não “acontece simplesmente” ou surge como uma característica natural. As pessoas
devem praticar o domínio próprio a fim de que tenham vidas disciplinadas. O poder
ilimitado de Deus pode ser acrescentado à força de vontade humana (limitada), para
desenvolver a disciplina espiritual. Tal disciplina requer uma atitude pessoal de receber
o poder do Espírito Santo.
b) Sentimentos internos e comportamentos externos disciplinados - Os cristãos
devem aprender a disciplinar tanto seus comportamentos externos quanto seus
sentimentos internos, a fim de serem santos. Palavras e atitudes, assim como
pensamentos e paixões, devem ser aceitáveis a Deus:
Sl 19:14 – “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu
coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu”.
c) Mudança no estilo de vida - Uma vida disciplinada envolve um compromisso
genuíno e pessoal de obedecer aos estatutos de Deus e, muitas vezes, requer mudanças
em nosso estilo de vida. O poder sobrenatural de Deus é acrescentado à força de
vontade pessoal, na medida em que os cristãos experimentam sua presença, recebem seu
poder e buscam sua alegria.
d) Convívio pacífico com o próximo e a sociedade - A aceitação e a afirmação de
outras pessoas, assim como a responsabilidade por elas, também ajudam o cristão a
desenvolver domínio próprio. A disciplina espiritual deve fazer parte do crescimento
espiritual de cada cristão. Uma escolha pessoal de tornar-se disciplinado pode efetuar
mudanças nos outros também.

III – CONCLUSÃO
Como cristãos devemos disciplinar nossos comportamentos externos bem como os
nossos sentimentos internos, a fim de crescermos na vida espiritual. Mas, uma vez que
dominamos nosso próprio Espírito, somos considerados poderosos aos olhos de Deus,
mais fortes do que alguém que domina uma cidade. Provérbios 16.32 - Melhor é o
longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma
uma cidade”.

VERSÍCULOS SOBRE DOMÍNIO PRÓPRIO


Provérbios 25:28 - Como a cidade com seus muros derrubados, assim é quem não sabe
dominar-se.
Gálatas 5:22-23 - Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (temperança). Contra essas coisas
não há lei.
2 Pedro 1:5-7 - Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à
virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a
perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o
amor.
1 Coríntios 9:27 - Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois
de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.
Provérbios 16.32 -“Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o
seu espírito, do que o que toma uma cidade”.

Romanos 7.18-19 - Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem
algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não
faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.

Salmo 19.14 – “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu


coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu”.

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